Notícias de Beja - Diocese de Beja
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10 de Janeiro de 2008 10 Janeiro 2008 SEMANÁRIO REGIONALISTA Director: ALBERTO GERALDES BATISTA Ano LXXIX – N.º 3954 Igreja de Portugal em renovação O novo Arcebispo de Évora é natural da Diocese de Guarda. D. José Francisco Sanches Alves nasceu a 20 de Abril de 1941, na freguesia de Lageosa (Sabugal). Estudou Filosofia e Teologia nos seminários da Diocese da Guarda. Em 1966, a 3 de Julho, foi ordenado presbítero na Catedral de Évora. Em Roma fez o Curso de Ciências da Educação, na Pontifícia Universidade Salesiana, onde obteve o doutoramento em Psicologia. A sua actividade pastoral passou, primeiro, pela Arquidiocese de Évora, onde foi pároco de Escoural, Professor do Instituto Superior de Teologia, Secretário diocesano da Catequese e Reitor do Seminário Maior de Évora. De 1988 a 1998 foi Vigário Geral da Diocese. Na Arquidiocese de Évora foi ainda Coordenador Diocesano da Pastoral e Presidente do Cabido da Catedral. A 7 de Março de 1998 foi nomeado Bispo auxiliar de Lisboa, com o título de Gerpiniana. A ordenação episcopal celebrou-se em Évora, a 31 de Maio de 1998. Desde essa data, o seu trabalho pastoral decorreu no Patriarcado de Lisboa onde, além de outras actividades, era Vigário Geral e Moderador da Cúria. A 22 de Abril de 2004 foi nomeado por João Paulo II como Bispo da Diocese de Portalegre-Castelo Branco. É vogal do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa e, desde 11 de Abril de 2002 preside à Comissão Episcopal de Acção Social e Caritativa, hoje Comissão Episcopal para a Pastoral Social. D. Amândio José Tomás foi nomeado Bispo Coadjutor de Vila Real D. Amândio Tomás, novo Bispo coadjutor de Vila Real, ordenado Bispo em Roma por João Paulo II, a 6 de Janeiro de 2002, é oriundo de Cimo de Vila da Castanheira, em Chaves, onde nasceu em 1943. Natural da Diocese de Vila Real é nela que fica incardinado ao ser ordenado presbítero em 15 de Agosto de 1967. O seu percurso académico leva-o até Roma à Universidade Gregoriana e ao Instituto Bíblico, locais onde se licencia em Teologia e em Ciências Bíblicas respectivamente. D. Manuel Falcão As novas habilitações académicas fazem com que passe pela docência no seminário de Lamego e na Faculdade de Teologia na Univer- sidade Católica no Porto. Porém é em Roma que D. Amândio acaba por desenvolver a maior parte da sua actividade. Vice-Reitor do Colégio Português em 1976 e Reitor daquela Instituição desde 1982, permanece em Roma até 5 de Outubro de 2001, o dia em que João Paulo II publicou a sua nomeação para Auxiliar da Arquidiocese de Évora. No actual triénio, D. Amândio Tomás é o delegado da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) na Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE). Na festa da Epifania Encontra-se em Lisboa, em casa de seus familiares, preparando-se para um intervenção cirúrgica, o Senhor D. Manuel Franco Falcão, Bispo emérito de Beja. Por motivos de saúde, mormente dificuldades na visão, o Senhor D. Manuel deixou de assinar a saborosa crónica semanal da última página, no Espaço Ludo-Cultural, que todos os nossos assinantes liam interessadamente e com grande proveito espiritual. Aqui lhe expressamos o nosso reconhecimento por esta preciosa colaboração jornalística, durante 33 anos, formulando os melhores votos de feliz recuperação e de rápido regresso ao nosso convívio. A.B. PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS 2350-999 TORRES NOVAS TAXA PAGA Preço 0,50 € c/ IVA Incómodo de preconceitos ancestrais D. José Francisco Sanches Alves é o novo Arcebispo de Évora Bento XVI nomeou como novo Arcebispo de Évora D. José Francisco Sanches Alves, até agora Bispo de Portalegre-Castelo Branco. A decisão foi anunciada esta Terça-feira, 8 de Janeiro, dia em que foi ainda revelada a nomeação de D. Amândio José Tomás, até ao presente Bispo Auxiliar de Évora, como Coadjutor de D. Joaquim Gonçalves, Bispo de Vila Real. D. José Sanches Alves sucede assim a D. Maurílio Gouveia, que apresentou a renúncia do governo pastoral da Arquidiocese por ter atingido o limite de 75 anos previsto no Cân. 401§1 do Código de Direito Canónico. D. Maurílio de Gouveia era o “decano” dos Bispos portugueses, dado que estava à frente da Arquidiocese de Évora desde finais de 1981. A partir de hoje, o Bispo há mais tempo à frente da sua Diocese é D. Joaquim Gonçalves (19 de Janeiro de 1991), actualmente em recuperação após recentes problemas de saúde. Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00032008SNC/GSCCS Papa Bento XVI faz apelo a desenvolvimento justo e sustentado Página 2 Na Mensagem de Ano Novo Presidente da República questiona desigualdades sociais e política de saúde A anunciada e confirmada converssão de Tony Blair ao catolicismo tem incomodado muita gente. Uns manifestam-se, directamente, sobre o a despropósito desta conversão. Outros, em surdina ou a pretender assobiar para o lado, não conseguem esconder o desconforto. E também não falta quem vá dizendo que, apesar de tudo, o número crescente dos ateus é mais significativo na Europa que uma conversão isolada e, segundo dizem, por meros motivos de família... Quem anda atento ao que se diz, escreve, mostra e publica, decerto se apercebeu, desde há tempos, do ribombar do trovão e dos rugidos que o pressagiavam. De repente, e sem que nada o fizesse esperar, os diários começaram a pedir entrevistas a gente pouco opu nada conhecida, os editores a publicar livros que, logo na capa, publicitam se publicitam a si próprios, falando de milhões (!) de exemplares vendidos, por se tratar de “um livro que está a abalar o mundo”. Os entrevistados e os autores podem ser pessoas famosas no campo científico. Alguns até serão. Começamos a lê-los e fica-nos logo e sempre a sensação de que se trata de mais um sapateiro, como o da fábula, que foi além do chinelo do seu normal e competência. Ninguém tem razão para criticar ou julgar quem livremente se professa crente ou não crente. Mas já não se iliba de poder ser julgado quem da sua opção faz teoria, muitas vezes coxa, àcerca de verdades que constituem o credo de quem tem, na sua fé, a força, o sentido e a razão do seu viver e agir diários. O patriarca de Lisboa disse, na sua mensagem de Natal, que “Todas as formas de ateísmo, todas as formas existenciais de negação ou esqucimento de Deus, continuam a ser o maior drama da humanidade”. Não faltou logo quem viesse contrapor, em jornal diário de grande audiência nacional, que “O ateismo é aquela opinião, hoje em dia trivial, de que a existência de Deus é altamente improvável ou mesmo impossível”. E acrescenta o autor do escrito: “Mas não é bizarro que, nos dias de hoje, e com tanto por onde escolher, mesmo um cardeal designe tal ideia, como “o maior drama da humanidade”? Não, não é bizarro nem está fora do nosso contexto social. Nada mais sério e mais digno de respeito que a verdade feita vida na vida de muita gente, e seja testemunhada com obras, atitudes e compromissos, que certamente não existiriam sem essa adesão existencial. Muita gente, na actual sociedade, nega Deus, o Deus transcendente e revelado, para coleccionar ídolos ou se fazer a si próprio deus, numa luta de concorrência com quem dificulta o seu caminho ou, usando do mesmo direito, também, legitimamente, se reivindica de divino ou de fazedor de ídolos. A tentação de muitos é de serem deuses. Uma tentação que vem de longe e a história se foi encarregando de mostrar que, quando os pés são de barro, ainda que seja de ouro o pedestal da estátua, esta não vence o tempo normal, quanto mais o inclemente e invernoso. Deus está menos atento à inteligência de quem O nega, que ao coração de quem O procura. Menos preocupado em responder a opiniões, mas mais atento a dar razões que justifiquem a Sua presença e sinais que acordem a vida e os compromissos das pessoas e da sociedade. A prova de que o ateísmo é um verdadeiro drama está aí bem à vista. A perda de sentido na vida de muitos jovens e adultos, o desprezo por compromissos públicos assumidos na família, a insegurança e a debilidade nas relações pessoais e no ambiente em que se vivemos, o menosprezo pelas pessoas em troca de resultados políticos, o individualismo que seca o amor e a ternura, o endeusamento do passageiro e transitório que desembocam no campo desafeiçoado de um vazio sem limites, o relegar progressivo das exigências da justiça e do bem comum para um minguado lugar social, a incapacidade de gratuidade para muita gente a que sobra tempo e dinheiro, o alto peço da guerra pago pela miséria para onde se atiram os pobres e indefesos… Que denuncia tudo isto e muito mais, senão ausência de Deus ou de uma referência segura que não anda ao sabor de gostos e interesses, mas é permanência que não ilude, nem deixa cair da ilusão quem acredita seriamente num Deus Pai? Pai mesmo daqueles que O negam, O esquecem ou que sentem o Seu incómodo? Na hora da verdade, mesmo para os que não crêem, tudo ficará claro. Para o verdadeiro crente é claro desde já, aqui e agora. António Marcelino, Bispo emérito de Aveiro Página 3 IGREJA 2 – Notícias de Beja 10 de Janeiro de 2008 Bento XVI enviou recados à comunidade internacional Papa quer desenvolvimento “justo e sustentado” Bento XVI deixou, no dia 6, um pedido de solidariedade a favor de um desenvolvimento sustentável em todo o mundo, com a “coragem” necessária para promover mudanças profundas na ordem internacional. “Só adoptando um estilo de vida sóbrio, acompanhado por um sério empenho para uma distribuição quitativa das riquezas, será possível instaurar um ordem de desenvolvimento justo e sustentável. Para tal, é preciso homens que alimentem uma grande esperança e possuam muita coragem, a coragem dos Magos”, afirmou o Papa na celebração da Missa da Epifania, que presidiu na Basílica de São Pedro. Na homilia, Bento XVI recordou situações de mal-estar que afectam a humanidade de hoje. “De facto não se pode dizer que a globalização seja sinónimo de ordem mundial, bem pelo contrário. Os conflitos pela supremacia económica e o açambarcamento dos recursos energéticos, hídricos e das matérias-primas, tornam difícil o trabalho de todos os que, a todos os níveis, se esforçam por construir um mundo justo e solidário”, lamentou. “É necessária uma esperança maior, que permita preferir o bem comum de todos ao luxo de poucos e à miséria de muitos”, disse ainda o Sumo Pontífice. Citando a a sua recente Encíclica “Spe Salvi”, Bento XVI recordou que “esta grande esperança não pode ser senão Deus... não um deus qualquer, mas o Deus... de rosto humano”, “manifestado no Menino de Belém e no Crucificado-Ressuscitado”. Só quando existe uma grande esperança - precisou o Papa - se pode perserverar na sobriedade. Caso contrário - alertou - procurase a felicidade na embriaguez, no supérfluo, nos excessos, e assim se destrói a si mesmo e ao mundo. “A moderação não é, então, uma regra ascética, mas também uma via de salvação para a humanidade”, sublinhou. Recordando que o que se celebrava, no dia 6, era “Cristo, Luz do mundo, e a sua manifestação”, Bento XVI fez notar que tal manifestação teve lugar “no modo que é próprio de Deus”: “uma luz humilde, ao estilo de Deus; uma chamazinha acesa na noite: um frágil recém-nascido, que balbucia os primeiros sons no silêncio do mundo”... Sublinhando “o grande projecto de Deus, de fazer da humanidade uma família”, o Papa recordou dois episódios dos primeiros capítulos do Génesis que ajudam a compreender o sentido da Epifania: a aliança (“pré-histórica”) de Deus com Noé e a confusão das línguas e dispersão dos povos na sequência de “Babel” (espécie de maldição, semelhante à expulsão do paraíso terrestre”). “É a partir daqui que inicia, com o chamamento de Abraão, a história Curso de Introdução à Doutrina Social da Igreja Cuidar do Mundo Curso pela Internet, promovido pela Faculdade de Teologia da UCP, em parceria com a Cáritas Portuguesa Num tempo em que os cristãos são cada vez mais chamados a assumir a sua corresponsabilidade na edificação da Igreja e na concretização da sua missão para a construção de um mundo mais humano e mais fraterno, a formação consistente e aprofundada torna-se uma tarefa cada vez mais inadiável. Fortemente empenhada nesta tarefa, a Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, numa parceria com a Cáritas Portuguesa, possibilita a todos os interessados a participação no Curso «Cuidar do Mundo – Introdução à Doutrina Social da Igreja», que decorrerá entre Fevereiro de Julho de 2008. Trata-se de uma proposta de formação no âmbito de «e-learning», que oferece um itinerário de aprendizagem a todos aqueles que não têm a disponibilidade, nem o tempo, para frequentarem o regime presencial. As candidaturas decorrem até ao dia 7 de Janeiro de 2008. da bênção: começa o grande projecto de Deus de fazer da humanidade uma família, mediante a aliança com um povo novo, por Ele escolhido para ser uma bênção no meio de todos os povos. Este projecto divino encontra-se ainda em curso de realização”, indicou. De facto - explicou o Papa - este projecto de Deus, já plenamente revelado e realizado em Cristo, tem que ser ainda “acolhido pela história, que permanece sempre história de fidelidade da parte de Deus e, infelizmente, também de infidelidade da parte de nós homens”. “Na plenitude dos tempos, Jesus Cristo veio conduzir à plenitude a aliança: é Ele próprio, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, o Sacramento da fidelidade de Deus ao seu projecto de salvação para toda a humanidade”. “A chegada dos Magos do Oriente a Belém, para adorar o Messias recém-nascido é o sinal da manifestação do Rei universal aos povos e a todos os homens que procuram a verdade. É início de um movimento oposto ao de Babel: da confusão à compreensão, da dispersão à reconciliação”, prosseguiu. Segundo Bento XVI, existe “uma ligação entre a Epifania e o Pentecostes: se o Natal de Cristo, que é a Cabeça, é também o Natal da Igreja, o seu corpo, nós vemos nos Magos os povos que se agregam ao resto de Israel, prenunciando o grande sinal da Igreja poliglota, actuado pelo Espírito Santo”. O Papa convidou os fiéis a alargarem o olhar sobre a história da salvação, em toda a sua plenitude, “para admirar a beleza do projecto de Deus, projecção na história do seu ser Comunhão trinitária, Amor fiel e tenaz, que de geração em geração nunca desdiz a sua aliança”. “Este mistério constitui a esperança da história, é o mistério da bênção que deseja entender a todos os povos e a todos os seres humanos para que possam viver como irmãos e irmãs, filho do único Pai. Está aqui a verdade sobre o homem e sobre toda a história. A Igreja está ao serviço deste mistério de bênção”, frisou o Chefe da Igreja. No dia 18 de Janeiro de 2008 Notícias de Beja completa 80 anos de vida. Amigo assinante, colabore connosco na campanha em curso de valorização e divulgação do nosso Notícias de Beja. Baptismo do Senhor Ano A 13 de Janeiro de 2008 O Baptismo de Jesus no Jordão é um dos momentos essenciais na vida do Senhor: assinala o termo da vida de silêncio e obscuridade e inaugura o Seu mistério público, anunciando e preparando o Seu Baptismo “na morte” (Lc. 12, 50; mc. 10, 38). A vida pública de Jesus surge assim enquadrada entre dois baptismos: o baptismo de penitência do Jordão (que encerra em potência, todo o itinerário que o Servo de Javé percorrerá para realizar a Sua obra) e aquele que constituirá Jesus como vítima e pedra angular do novo mundo - o baptismo do Calvário, no qual sangue e água brotarão do Seu lado (Jo. 19, 34 e ss.). I Leitura Is 42, 1-4.6-7 No Baptismo que recebeu das mãos de João, Jesus manifesta-Se como sendo Aquele que o profeta anunciara: o Servo de Deus, que desce à água no meio dos pecadores para inaugurar a obra da redenção que o Pai Lhe confiara, e, ao mesmo tempo, o Filho bem amado, sobre quem repousa o Espírito de Deus, para que Ele seja portador da Boa Nova da salvação a toda a Terra. Leitura do Livro de Isaías Diz o Senhor: “Eis o meu servo, a quem Eu protejo, o meu eleito, enlevo da minha alma. Sobre ele fiz repousar o meu espírito, para que leve a justiça às nações. Não gritará, nem levantará a voz, nem se fará ouvir nas praças; não quebrará a cana fendida, nem apagará a torcida que ainda fumega: proclamará fielmente a justiça. Não desfalecerá nem desistirá, enquanto não estabelecer a justiça na terra, a doutrina que as ilhas longínquas esperam. Fui Eu, o Senhor, que te chamei segundo a justiça; tomei-te pela mão, formei-te e fiz de ti a aliança do povo e luz das nações, para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão os que habitam nas trevas”. Salmo Responsarial Salmo 28 (29) Refrão: O Senhor abençoará o seu povo na paz. II Leitura Actos, 34-38 O Espírito Santo desceu sobre Jesus na hora do Baptismo e ungiu-O para que Ele pudesse começar o seu ministério e, por Ele, os homens fossem também baptizados não só na água, mas na água e no Espírito. Mas ao subir da água, os céus abrem-se e o Espírito Santo desce sobre Ele, ungindo-O como o Servo de Deus que vem tomar sobre Si, para o tirar pecado do mundo; e a voz do Pai declara-O seu Filho muito amado, o Homem Novo; autor da nova criação. Assim, o Baptismo lança Jesus no caminho da Páscoa. Leitura dos Actos dos Apóstolos Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse: “Na verdade, eu compreendo que Deus não faz acepção de pessoas, mas, em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável. Ele enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo, que é o Senhor de todos. Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou: Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo demónio, porque Deus estava com Ele”. Evangelho Mt 3, 13-17 O Baptismo de Jesus inaugura a sua vida pública. Ao fazer-Se homem, Ele tornou-Se solidário com os homens. Por isso, não receou descer à água do Baptismo no meio dos pecadores, mas para os elevar à dignidade de filhos de Deus. Estes dois aspectos estão bem claros no Baptismo do Senhor. Jesus desce à água, o Pai apresenta-O como seu Filho, o Céu abre-se e o Espírito Santo desce sobre Ele. A pomba é apenas a imagem sob a qual o Espírito Se manifesta. A palavra do Pai revela, de maneira autêntica, o mistério e a missão de Jesus. O baptismo do Senhor é uma das grandes “epifanias” ou “manifestações” de Jesus. Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos Naquele tempo, Jesus chegou da Galileia e veio Ter com João Baptista ao Jordão, para ser baptizado por ele. Mas João opunha-se, dizendo: “Eu é que preciso de ser baptizado por Ti e Tu vens Ter comigo?” Jesus respondeu-lhe: “Deixa por agora; convém que assim cumpramos toda a justiça”. João deixou então que Ele Se aproximasse. Logo que Jesus foi baptizado, saiu da água. Então, abriram-se os céus e Jesus viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e pousar sobre Ele. E uma voz vinda do céu dizia: “Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência”. NACIONAL 10 de Janeiro de 2008 Cardeal Patriarca de Lisboa Na Mensagem de Ano Novo Destruição do equilíbrio ecológico é “problema político central” O Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, qualificou, no dia de Ano Novo, como um “problema político central” a destruição do equilíbrio ecológico da Terra, elegendo o ambiente como tema da homilia do Dia Mundial da Paz. Na homilia, realizada na igreja de Santa Isabel, em Lisboa, D. José Policarpo afirmou que a degradação das condições climáticas apresenta “consequências decisivas na construção da harmonia e da paz”, pelo que se exigem “opções corajosas e sacrifícios necessários”. O Cardeal-Patriarca escolheu o problema do ambiente em sonsonância com a mensagem do Papa Bento XVI também para este dia, que afirmou: “ao salvar a natureza, o que se pretende salvar é o homem, toda a família humana”. D. José Policarpo reforçou ainda a “uegência de introduzir nos mecanismos da economia e do progresso decisões corajosas e ponderadas para salvar o planeta” e deu alguns exemplos do que se fez em 2007 para salvar a “casa comum da única família humana”. Como acontecimentos “portadores de uma esperança de paz”, o Notícias de Beja – 3 cardeal apontou a realização da Cimeira UE/África, que Lisboa acolheu, assim como a assinatura do Tratado de Lisboa, no âmbito da presidência portuguesa da UE e a Cimeira Mundial de Bali, na Indonésia, onde se discutiram as grandes questões do ambiente. A procura de um “progresso sustentável”, como disse D. José Policarpo citando Bento XVI, “tem consequências políticas para quem tem a responsabilidade de conduzir os destinos dos povos”, numa mensagem directa a quem está no poder em todo o mundo. Na mensagem, o cardeal apontou como “grande desafio a cultura contemporânea integrar, sem medo e sem preconceitos passados, os contributos da fé religiosa para a sabedoria que há-de inspirar e conduzir o desenvolvimento da Humanidade”. Presidente da República questiona desigualdades sociais e política de saúde Arcebispo de Braga É urgente a regulamentação da Concordata O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) defendeu que o Governo efectue, com urgência, a regulamentação da Concordata. D. Jorge Ortiga, em entrevista à Agência Ecclesia, não esconde que há algum mal-estar ainda por resolver nas relações entre a Igreja Católica em Portugal e o Governo. “O mal-estar existe porque a regulamentação ainda não aconteceu. A Concordata foi aprovada em finais de 2004, passaram três anos e era de esperar que esta regulamentação estivesse efextuada”, frisou o Arcebispo Primaz. D. Jorge Ortigarecordou que o atraso se deve a “outras preocupações”. “Não esqueçamos que a Concordata é um acordo entre o Governo português e a Santa Sé. O Governo português, com as preocupações da presidência da União Europeia e com as várias alterações de Governo, talvez se tenha limitado à lei da liberdade religiosa e tenha esquecido, esta é a minha impressão, as implicações práticas e concretas da Concordata”, afirmou o prelado. Contudo, este ano, o presidente da CEP afirma-se convencido que “vai haver mais empenho no regulamentar, para que sejamos capazes de pôr a Concordata em prática, de ambos os lados, sem privilégios, mas ao mesmo tempo com a atenção ao característicos, ao particular e até diferente, que é a Igreja Católica. Pois não se pode tratar por igual, o que por si é diferente. É importante que isto aconteça”. E rematou alertando que a demora na regulamentação tem permitido “que alguns funcionários de ministérios” tenham criado “dificuldades” à Igreja em Portugal. Bispo do Porto Estado Português não apoia família nem trabalho da Igreja O Bispo do Porto, D. Manuel Clemente, afirmou no dia 1 de Janeiro, que a resposta da Igreja Católica aos problemas da família “mereceria uma contemplação oficial que por vezes não encontra”, apontando como exemplo os centros de actividades de tempos livres (ATL). Na sua homilia, no Dia da Paz, na Sé Catedral do Porto, o prelado lembrou “o que sucedeu em relação a tantos centros de actividades de tenpos livres, postos em causa por uma legislação que não teve suficientemente em conta os serviços prestados e os encargos assumidos”. As palavras do Bispo, proferidas na missa de Ano Novo, estão ma mesma linha de posições da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS). A estrutura liderada pelo padre Lino Maia acusou o Governo de querer vingar as actividades de enriquecimento curricular nas escolas públicas à cusra do fim de apoios aos ATL. Na sequência das acusações, a CNIS prometeu mesmo lançar este mês uma petição em defesa do princípio de que devem ser os pais a decidir sobre as opções extracurriculares para as crianças. Na sua homilia, centrada na família como lugar de aprendizagem da sociabilidade, o Bispo do Porto criticou ainda as “restrições arbitrárias do direito e dever dos pais em transmitir aos filhos os próprios sentimentos, valores e convicções”. Apoiado na expressão popular “quem casa quer casa”, o prelado questionou-se se os jovens “têm condições reais para constituir família e acolher os filhos”. Revelou também o “papel da família na consolidação da paz”, de um modo especial “quando o abandono de tantos e a deliquência de alguns redobram problemas e levantam novos medos”. “Portugal exerceu no 2.º semestre a presidência do Conselho da União Europeia. Fê-lo com eficácia, rigor e dignidade. É de toda a justiça reconhecer o papel desempenhado pelo Governo.” ”O desemprego atingiu níveis preocupantes e são muitas as famílias que enfrentam sérias dificuldades para fazer face às despesas de todos os dias.” “O funcionamento do sistema de Justiça ainda é um obstáculo ao progresso económico e social do País.” ”Não podemos deixar de nos inquietar perante as desigualdades na distribuição do rendimento que as estatísticas revelam.” ”O acesso aos cuidados de Saúde é uma inquietação de muitos portugueses. Seria importante que os portugueses percebessem para onde vai o País em matéria de cuidados de Saúde.” ”Se não nascem crianças é o nosso futuro que está em causa. O despovoamento e o envelhecimento das populações é um problema sério do Interior do País que os poderes públicos não podem ignorar.” ”Nos esforços que tenho feito para mobilizar os portugueses para os problemas da inclusão social obtive respostas que me encheram de alegria.” ”Há que encarar as críticas como um estímulo para fazer melhor.” A Fundição de Sinos de Braga SERAFIM DA SILVA JERÓNIMO & FILHOS, LDA Sede & Secção de órgãos: Praceta Padre Diamantino Martins, n.º 9 4700-438 Braga Telefone 253 605 770 Fax 253 065 779 Fábrica: Rua Cidade do Porto, Ferreiros, 4705-084 Braga PATRIMÓNIO 4 – Notícias de Beja PEDRA ANGULAR 10 de Janeiro de 2008 PÁGINA DO DEPARTAMENTO DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DA DIOCESE DE BEJA Festival Terras sem Sombra de Música Sacra Igreja Matriz de Almodôvar recebe 2.º concerto de um ciclo de grande qualidade dedicado ao Mediterrâneo Ensemble Hispânia dá a conhecer programa sobre o diálogo musical entre o Oriente e Ocidente, centrado em torno das Devoções Populares na Música Judaica, Cristã e Árabe Um espectáculo a reter Depois de um concerto memorável na Igreja Matriz de Mértola, um espectáculo dedicado ao diálogo cultural entre Judeus, Cristãos e Muçulmanos na Igreja Matriz de Almodôvar. Seria difícil escolher melhor abertura para a participação diocesana de Beja no Ano Europeu do Diálogo Intercultural. Ibéria para os Gregos, Hispânia cisos das religiões que escudavam. Ao debruçarmo-nos sobre o percurso de cada uma destas culturas na península ao longo do período medieval, cedo verificamos que não só houve uma assumpção de uma cultura dita “popular”, paralela a uma outra de cariz “erudito”, como também, facto inegável, uma interacção permanente entre elas, moldada ao sabor do tempo e das circunstâncias. O reinado de D. Afonso Henriques (1109-1185) é paradigmático no que toca a esta convivência de interesses. Se, por um lado, guerreou os mouros, conquistando-lhes cidades, por outro permitiu-lhes permanecer nos territórios de forma a não os despovoar. E se os judeus representavam os algozes de Jesus aos olhos dos cristãos, foi a eles, e em concreto, ao seu líder, Yahia Ben Yahia, que o novo soberano entregou a responsabilidade de colectar impostos no reino, mantendo-se esta tradição ao longo da dinastia borgonhesa. Todos estes elementos são tidos em conta na elaboração de um programa de excepcional qualidade artística, bem adequado ao espírito do Festival “Terras sem Sombra”. Ensemble Hispânia Nossa Senhora da Conceição, padroeira do convento de Almodôvar para os Romanos, Sefarad para os Hebraicos, Al-Andalus para os Árabes, muitos foram os nomes dados a uma só península no Sudoeste da Europa, ponto de partida e de chegada de uma babilónia de gentes, culturas e tradições, não sendo por mero lirismo que, a seu tempo, Camões a descreveu como “Onde a terra se acaba e o mar começa”. Aos Celtiberos juntaram-se Fenícios, Cartagineses, Judeus e Gregos, derrotados pelos Romanos, sucedidos pelos Visigodos, que subjugaram os Suevos e expulsaram os Vândalos, empurrados para Norte pelos Árabes invasores, reunidos em cinco reinos da Hispânia e, finalmente, no dealbar do Renascimento, definidos em duas nações, Portugal e Espanha. E se o Mediterrâneo foi, fundamentalmente, a porta de acesso de todos estes povos, também foi por este mar que nos chegaram os três vectores fundamentais da cultura ibérica, o cristão, o árabe e o judaico, associados, obviamente, aos contornos pre- Fernando Gomes é licenciado em Canto pela Escola Superior de Música de Lisboa e tem o Curso Geral de Flauta Transversal do Conservatório Nacional. Interpretou variadíssimos papéis de ópera, nomeadamente os principais papéis para barítono das óperas de Mozart. Fez parte de agrupamentos como o Almanaque e o Coro de Câmara de Lisboa. É membro do Coro da Fundação Calouste Gulbenkian e do Coral Vértice. Tem vindo a especializar-se na música vocal e instrumental dos períodos medieval e renascentista, colaborando com alguns dos mais importantes agrupamentos nacionais de música antiga, como o Ensemble Alpha, Vozes Alfonsinas e La Batalla. Tem desenvolvido projectos na área do Teatro Infantil, colaborando ao longo dos anos com diversas instituições, como a Companhia de Marionetas de Lisboa e a Companhia de Música Teatral. Na Fundação Calouste Gulbenkian frequentou o Curso de Formação para Professores de Iniciação Musical, orientado por Ana Ferrão. Dedica-se ao ensino há mais de vinte anos, tendo Ensemble Hispânia leccionado na escola de Música do Conservatório Nacional, Conservatório de Almada, Academia de Música de Santa Cecília, entre outras. José Manuel Tavares estudou guitarra clássica na Escola de Música do Conservatório Nacional com José Dinis; fez parte de várias formações de Música de Câmara com trio de guitarras, guitarra e voz, orientadas pelo Maestro Fernando Eldoro, e acompanhou, entre outros, Wagner Dinis e Helena Afonso, trabalhando reportório clássico e contemporâneo. Participou em workshops de Música Improvisada com guitarra eléctrica orientados por Nuno Rebelo e Carlos Zíngaro. Tem actuado em grupos de Música Medieval com alaúde árabe, tais como Ars Sesimbræ, Vozes Alfonsinas, Birundum, Goliardos, Ensemble Hispânia e Azizi. Leccionou Educação Musical durante vários anos no ensino oficial e presentemente é professor-acompanhador na Escola de Dança do Conservatório Nacional, onde compõe música para aulas e coreografias de dança moderna. Susana Diniz Moody nasceu em Lisboa. Iniciou os estudos musicais aos quatro anos com a sua mãe, tendo ingressado aos dez no Conservatório de Música de Lisboa, onde estudou violoncelo com Pilar Torres e canto com Helena Pina Manique e António Wagner Diniz, iniciando posteriormente o estudo da viola da gamba, sendo hoje aluna de Miguel Ivo Cruz. Trabalhou ainda a voz com Helena Afonso, Jennifer Smith, Liliana Bizineche, Vasco Gil, Natália Viana, Alexei Shakitko e Teresa Gardner, com quem estuda actualmente. Desde muito cedo participou em vários cursos de música antiga, tanto em Mateus como em Évora, tendo trabalhado com professores como Wouter Möller, Anner Bylsma, Pere Ros e René Jacobs, entre outros; participou ainda no III Curso de Música Antiga em Kandili, na Grécia, onde trabalhou com Michael Chance e os Fretwork. Colabora regularmente com os grupos de música antiga Coro de Câmara Pravoslava, Concerto Atlântico, La Batalla, Quantz Consort, Ensemble Galhardia, Oriana Ensemble, Trio La Muzette e L’Antica Musica, e já foi membro do Coro de Câmara de Lisboa, do Syntagma Musicum e do Coro Gulbenkian; em Inglaterra trabalhou com os New London Singers, os Corydon Singers e os Voces Angelicæ e em Espanha e no México com o Grupo Vocal Gregor. Como solista tem actuado com a Orquestra Sinfónica Juvenil, a Orquestra Sinfonietta de Lisboa, a Orquestra Sinfónica Portuguesa, a Capela Real, etc. É membro do Coro do Teatro Nacional de São Carlos desde 1991, onde tem actuado também como solista Victor Gaspar tem o Curso Superior de Canto do Conservatório Nacional, onde foi aluno de Wagner Dinis, Elsa Saque e Fernando Eldoro, entre outros. Actualmente frequenta o último ano da licenciatura em Direcção Coral da Escola Superior de Música de Lisboa. Participou em várias master-classes de Canto, tendo-se especializado, como barítono solista, na interpretação de música medieval e renascentista. Foi locutor e autor de programas radiofónicos na Antena 2. A partir de 2002 começou a colaborar como director musical na área do teatro. Iniciou em 1995 o estudo do desenvolvimento musical de crianças a partir do nascimento, frequentando vários seminários sobre teoria de aprendizagem musical orientados por Edwin Gordon, entre outros. Neste momento é membro do Coro Gulbenkian, Grupo Vozes Alfonsinas e Ensemble Vocal Introitus. Dirige o Coro da Escola Secundária Anselmo de Andrade e o Coro da Universidade Sénior de Almada. Lecciona Prática Coral, Canto e coordena o projecto de Música para Bebés no Musicentro (Salesianos de Lisboa). Programa Música Cristã Medieval, Cantigas de Santa Maria (Século XIII) Cantiga de Santa Maria n.º 159 Cantiga de Santa Maria n.º 7 Romances do Cativo: Tolerância e Fé Romance do Cativo (Aljezur, Algarve) Ya viene el cativo (tradicional andaluza) Música Tradicional Portuguesa Canto da Verónica: O vos omnes (Redondo, Évora) Para o São João (Beira Baixa) Moda das casadas (Beira Baixa) Música Árabe e Música Contrafacta Judaica Hispânica (Al-Andalus) Lamma badda (tradicional andaluza) Ayyu-ha s-saqi (tradicional andaluza, século XII) Gran consejo de los santos (Khlas núba reml, garnati de Argélia) A Tí, Señor, rogaré (Anónimo, século XIV) Dios me protegerá (tradicional judaico-marroquina) Pájaro en vuelo (tradicional andaluza) Música Cristã Medieval, Canto de Peregrinos do Llibre Vermell de Montserrat (séculos XIV/XV) Cuncti Simus Concanentes (Virelai) Los Set Goyts (Balada) DIOCESE 10 de Janeiro de 2008 Notícias de Beja – 5 A Igreja de Beja em marcha Tomada de posse dos Órgãos Sociais da Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém Numa Eucaristia celebrada na igreja da Misericórdia, sob a presidência do Senhor Bispo de Beja, D. António Vitalino Dantas, foi dada e tomada posse aos novos Órgãos Sociais da Santa Casa da Mise- poral como espiritual,por exemplo, que os provedores das Misericórdias tinham a função de avindouros, ou seja, punham de bem as pessoas que estavam desavindas e, nomeadamente na Quaresma, iam ricórdia. Com poucas caras novas, na prática, continuam os mesmos responsáveis. A Irmandade da Santa Casa da Misericórdia é uma Associação de Fiéis. Nasceu assim. E assim se tem mantido ao longo dos séculos. Rege-se por Normas Próprias aprovadas pela Autoridade Eclesiástica. O Compromisso, que regula o funcionamento da Instituição, é elaborado para garantir a continuidade da intuição original com o seu carisma próprio e tem de ser aprovado pelo Bispo que designa um sacerdote da Diocese, para seu delegado, como Capelão. A Santa Casa da Misericórdia tem a seu cargo o exercício das obras de Misericórdia, sobretudo as corporais, sem excluir de modo nenhum as espirituais. O Pe Melícias lembra que “entre outras bonitas funções na prática de ‘toda a obra de misericórdia’ tanto cor- promover a paz junto de pessoas ou famílias que estavam zangadas ou em litígio, dispondo para o efeito de um livro onde registavam as ‘amizades’ e as ‘pazes’ que tinham sido feitas entre fulano e beltrano ou cicrano”. As circunstâncias fizeram com que o rosto das Santas Casas, actualmente, seja mais de empresas do que de Instituições de natureza eclesial e da intervenção social da Igreja. Importa evoluir sem degenerar. Na últina semana de pastoral social, ficou bem marcado que as insttituições de serviço social, de origem ou natureza eclesial, têm direito e devem afirmar o que lhes é específico. Têm identidade própria a que não devem renunciar. Alguém falou até numa ‘carta de princípios’. Os “Irmãos” a quem é confiada a tarefa de dirigir a Instituição, terão de fazer o equilíbrio entre a competência e o carisma. Terão de Convívio com as crianças da Fundação Manuel Gerardo No dia 6 de Janeiro, várias famílias de Lisboa, casais com seus filhos, pertencentes ao movimento das equi- pas de Nossa Senhora, de que sou assistente espiritual desde há vários anos, vieram até Beja para o já tradicional encontro com as meninas da Fundação Manuel Gerardo, com momentos de oração, de convívio e de partilha. A época de Natal propicia os encontros em família e apela à construção de laços de família. Esta é também uma maneira de celebrar e viver o Natal. Chocados e apreensivos entrámos em 2008 Com muitas festas e preparativos nos dias antes do Natal, parecia aproximar-se um tempo mais calmo de eventos sociais e eclesiais, dedicado em parte aos familiares e amigos. Mas logo há acontecimentos que nos fazem estremecer e nos tiram a tranquilidade, como os muitos acidentes na estrada com feridos graves e mortes. Para nós, e não só, o incêndio no lar da Misericórdia de Serpa com algumas mortes e muitos idosos desalojados deixou-nos chocados e aqui deixamos a todos os atingidos os nossos sentimentos de solidariedade. A Caritas Diocesana acompanhou de perto as pessoas e instituições responsáveis, para encontrar as melhores soluções de ajuda humanitária. Talvez seja chegada a hora de providenciar a construção do novo lar, há muito pensada, para libertar as presentes instalações provisórias, dando-lhes outro destino. conciliar a caridade e a eficiência, que não se compadece com ambiguidades. De resto, a ineficiência é pecado. A dignidade humana da pessoa dos idosos e dos deficientes de qualquer tipo exige respeito e qualidade de vida. A melhoria da qualidade do serviço é um sinal do nível do respeito e do apreço pela história de cada utente, do reconhecimento dos seus direitos como pessoa e cidadão, aquele homem ou aquela mulher que gastaram a vida no serviço social ou cívico, tantas vezes anónimo. Por isso, resta-me desejar que os novos órgãos sociais consigam que esta Instituição, antes de mais, seja “CASA”, lugar de acolhimento e de familiar convivência; depois, que seja uma “casa da MISERICÓRDIA”, lugar onde se apalpa a ternura e o carinho, onde a preferência vá efectivamente para os que mais precisam, sendo atenta, pioneira e criativa, pela força da solicitude inspirada na mística do capítulo 25 de Mateus; e, finalmente, que também seja “SANTA”, que quem lá vive ou trabalha, se dê conta que todo o homem e mulher foram feitos à imagem e semelhança do Criador, são filhos de Deus Pai. Que tudo, nas relações de uns com os outros tenha a marca do AMOR. Ser ‘santo’, é imprimir ao que fazemos a marca do humano, como pessoas e a marca do divino como cristãos. Votos de bom trabalho aos empossados, sabendo que Deus recompensa sempre os generosos. Há muita gente à vossa espera. Os voluntários são sempre poucos para o muito que há a fazer. Padre Manuel Magalhães, Capelão da Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém Agenda dos próximos dias: Na semana de 7 a 11 de Janeiro realiza-se mais uma ronda de reuniões arciprestais. No dia 12 temos a reunião do Conselho Pastoral e no dia 17 a do Conselho Presbiteral. A revisão dos nossos métodos pastorais em ordem à construção de uma Igreja de comunhão é o assunto principal de ambos os órgãos colegiais. De 18 a 20 de Janeiro têm lugar em Fátima as jornadas sócio-pastorais das migrações. No dia 20 de Janeiro, com início às 15,30 horas, reunem-se os animadores de assembleias familiares de Beja para um encontro de formação com o Pe. António Gomes Dias, missionário redentorista. No dia 21 de Janeiro, pelas 12,30 horas, começa no Centro Pastoral de Beja o curso de formação permanente do clero de Beja, Évora e Algarve, que terminará depois do almoço do dia 24. † António Vitalino, Bispo de Beja Paróquia do Carmo vestiu-se de festa e juntou-se aos Reis Auto de Natal Foi no passado sábado, dia 5 de Janeiro, (vésperas do Dia de Reis) que a Paróquia de S. João Baptista celebrou a Festa de Natal da Catequese, contrariando assim a forte tendência de fazer as celebrações e festas comemorativas durante o tempo do Advento. Cerca de 20 crianças, adolescentes e jovens da paróquia ofereceram aos mais pequenos e a toda a comunidade o Auto de Natal composto por diferentes quadros natalícios (Anunciação, Visitação, Nascimento de João Baptista, Nascimento de Jesus e Visita dos Reis). De destacar que toda a narração e diálogos foram cantados, num texto e músicas com alguma participação do Cónego Aparício e do Pe. António Cartageno. No final do Auto os mais pequenos juntaram-se aos Reis na festa e nas oferendas. As catequistas tinham levado a cabo uma campanha de sensibilização, promovendo nas crianças o sentido de solidariedade para com outras crianças que se encontram institucionalizadas, e as prendas recolhidas e levadas ao presépio vivo, então formado no Auto, destinam-se a diversas instituições da cidade. O Concerto dos Reis À noite, apesar da forte humidade que se fez sentir, a Igreja do Carmo voltou a encher-se para assistir ao tradicional Concerto de Reis pelo Coro do Carmo e Coro Infantil. O Sr. Bispo D. António Vitalino deunos a alegria da sua presença. O Coro do Carmo, que no último ano esteve fortemente empenhado na preparação e apresentação da Oratória “Fátima, sinal de esperança para a humanidade”, não quis deixar de cumprir esta tradição que conta já 30 uns anos. Além de temas clássicos (canto gregoriano, Mozart, Schnabel, Shubert, D. Pedro de Cristo…) foram ainda interpretados temas natalícios oriundos de diferentes pontos do globo (Chile, Alemanha, França, Itália, Estados Unidos e República Checa). O cante alentejano, acarinhado desde sempre pelo Coro do Carmo, também esteve presente, traduzindo a tradição bem portuguesa de “Cantar ao Menino”, que contemplou ainda alguns temas natalícios da Ilha da Madeira e de outras regiões do país. Enfim, um repertório variado, original em muitos casos e agradável de ouvir, como o comprovaram a atenção e os calorosos aplausos do público. O Coro do Carmo foi dirigido, como habitualmente pelo Pe. António Cartageno, e o Coro Infantil, que interpretou 4 temas, alguns dos quais em conjunto com o Coro adulto, contou com a direcção da Profª. Helena Almeida. Este Concerto de Reis teve a excelente colaboração dos instrumentistas prof. Jaime Branco e João Cavaco (órgão) e Ana Manso (flauta transversal). Parabéns a todos! Clara Palma SOCIEDADE 6 – Notícias de Beja O mal que as novelas fazem Certa vez um amigo já falecido, psicólogo, me disse que “as novelas fazem uma pregação sistemática de anti-valores”. Embora isso já faça bastante tempo, eu nunca esqueci esta frase. Meu amigo Franz Victor me disse uma grande verdade. Enquanto a evangelização procura incutir nas pessoas uma vida de acordo com os valores do Evangelho, a maioria das novelas estraga o povo, incutindo nas pessoas anti-valores cristãos. As novelas, em sua maioria, exploram as paixões humanas, muito bem espelhadas nos chamados pecados capitais: soberba, ganância, luxúria, gula, ira, inveja e preguiça; e faz delas objeto dos seus enredos, estimulando o erro e o pecado, mas de maneira requintada. Na maioria delas vemos a exacerbação do sexo; explora-se descaradamente este ponto, desvirtuando o seu sentido e o seu uso. Em muitas cenas podem ser vistos casais não casados vivendo a vida sexual, muitas vezes de maneira explícita, acintosa e provocante; e isto em horário em que as crianças e os jovens estão na sala. Aquilo que um casal casado tem direito de viver na sua intimidade, é colocado a público de maneira despudorada, ferindo os bons costumes e os mandamentos de Deus. Mas tudo isso é apresentado de uma maneira “inteligente”, com uma requintada técnica de imagens, som, música, e um forte aparato de belas mulheres e rapazes que prendem a atenção do telespectador e os transforma em verdadeiros viciados. Em muitas famílias já não se faz nada na hora da novela, nem mesmo se dá atenção aos que chegam, aos filhos ou aos pais. Assim, os valores cristãos vão sendo derrubados um a um: a humildade, o desprendimento, a pureza, a continência, a mansidão, a bondade, o perdão, etc. vão sendo jogados por terra, mas de maneira homeopática; aos poucos, lentamente, para não chocar, os valores morais vão sendo suprimidos. Faz-se apologia do sexo a qualquer instante e sem compromisso familiar ou conjugal; aprovase e estimula-se o homossexualismo como se fosse algo natural e legítimo, quando o Catecismo da Igreja chama a prática homossexual de “depravação grave” (§2357). O roteiro e enredo dos dramas das novelas são cuidadosamente escolhidos de modo a enfocar os assuntos mais ligados às pessoas e às famílias, mas infelizmente a solução dos problemas é apresentada de maneira nada cristã. O adultério é muitas vezes incentivado de maneira sofisticada e disfarçada, buscando-se quase sempre “justificar” um triângulo amoroso ou uma traição. O telespectador é quase sempre envolvido por uma trama onde um terceiro surge na vida de um homem ou de uma mulher casados que já estão em conflito com seus cônjuges. A cena é formada de modo a que o telespectador seja levado a até desejar que o adultério se consume por causa da “maldade” do cônjuge traído. E assim, a novela vai envolvendo e “fazendo a cabeça” até mesmo dos cristãos. A conseqüência disso é que as elas passaram a ser a grande formadora dos valores e da mentalidade da maioria das pessoas, de modo que os comportamentos que antes eram considerados absurdos, agora já não o são, porque as novelas tornaram o pecado palatável. O erro vai se transformando em algo comum e perdendo a sua conotação de pecado. Por outro lado percebe-se que a novela tira o povo da realidade de sua vida difícil fazendo-o sonhar diante da telinha. Nela ele é levado a realizar o sonho que na vida real jamais terá condições de realizar: grandes viagens aéreas para lugares paradisíacos, casas superluxuosas com todo requinte de comidas, bebidas, carros, jóias, vestidos, luxo de toda sorte; fazendas belíssimas onde mulheres e rapazes belíssimos se disputam entre si. E esses modelos de vida recheados de falsos valores são incutidos na cabeça das pessoas. A conseqüência trágica disso é que a imoralidade campeia na sociedade; a família é destruída pelos divórcios, traições e adultérios; muitos filhos abandonados pelos pais carregando uma carência pode desembocar na tristeza, depressão, bebida e até coisas piores. A banalização do sexo vai produzindo uma geração de mães e pais solteiros que mal assumem os filhos... é a destruição da família. Por tudo isso, o melhor que se pode fazer é proibir os filhos de acompanharem essas novelas; mas os pais precisam ser inteligentes e saber substituí-las por outras atividades atraentes. Não basta suprimir a novela; é preciso colocar algo melhor em seu lugar. Esta é uma missão urgente dos pais. António Ferreira A Cáritas em Sines A Cáritas Paroquial de Sines, através da sua Presidente Irmã Conceição Martins, promoveu um Encontro de Visitadores e solicitou à Cáritas Diocesana formação para o mesmo. No dia 05 a Dra Ana Soeiro - Técnica de Serviço Social da Cáritas e a Presidente Teresa Chaves, deslocaram-se ao Centro Paroquial de Sines para um Encontro de Formação de Visitadores, onde foram recebidas pelo Pároco, Sr. Pe. Pereira e pela Irmã Conceição. Estiveram presentes 17 voluntárias que, para além da formação recebida, tiveram ocasião de partilhar algumas das suas experiências. No final foi distribuido um Manual do Visitador. A solidão é sem dúvida uma das mais graves formas de pobreza e muito poderá ser feito para minorar este sofrimento. Na nossa Diocese, para além das pessoas pertencentes aos Movimentos que se dedicam a este apostolado, existem outras pessoas disponíveis para serem voluntárias nesta área que necessitam no entanto de receber formação e serem enquadradas. A Caritas Diocesana está disponivel para participar em outros Encontros que alguma Paróquia queira promover, pois estes momentos de partilha são ocasião de enriquecimento para todos, para além de que dessa forma, com o contributo de todos, poderemos ir aperfeiçoando o conteúdo da formação e do Manual. Teresa Chaves Cáritas Diocesana de Beja Estaremos presentes na ERVANÁRIA SOLVITA, em Beja Dia 21 de Janeiro - 2.ª feira, das 17h00 às 18h00 10 de Janeiro de 2008 REGISTADO “Ó Portugal, hoje és nevoeiro...” São já evidentes os sinais que o consulado Sócrates deixará na vida nacional. O País está diferente, muito diferente. Mais sombrio, mais confuso, mais medroso. Deve ser dito em seu abono que isto não vem dos propósitos do Governo. Os ministros ficam confusos com o escorregar insensível do sistema, empurrado não por políticas, mas por danos colaterais. José Sócrates, edição revista e Discursos e estatísticas corrigida de António Guterres, eliminou o aspecto bonacheirão animam Portugal, mas e incompetente e introduziu um os êxitos e perspectivas ar mais dinâmico e cuidadoso. são tão artificiais Sob a obsessiva maquilhagem mediática tem tomado medidas quanto os sonhos do importantes e obtido resultados plano tecnológico e a significativos. Mas sempre pecharada do novo rplexo com a teimosa paralisia da causada por três aeroporto. Só existem economia, elementos que corroem o tecido lucros sob o halogéneo nacional. dos centros comerciais, Primeiro, a austeridade atabaporque a ilusão da lhoada. A derrapagem de Guterres e sucessores impunha o rigor austeridade, a tentação financeiro, que o Governo abratotalitária e a deriva çou com coragem e sem concorporativa afundam a vicção. Foram conseguidos resultados no Orçamento, mas economia no marasmo tratando os sintomas, não a sorridente. doença. Cortou-se onde se podia, não onde se devia. Enfrentaram-se os interesses instalados, sem os deslocar. O buraco está só oculto. Ressurgirá. Entretanto sacrificam-se instituições, quebram-se equilíbrios, mina-se a moral dos serviços. A administração ficou mais rude, a solidariedade mais burocrática, a sociedade mais desigual. O sinal está nos números. Declarações firmes, cortes arrojados e protestos ruidosos apregoam que vivemos em abstinência. Mas em quatro anos (de 2005 ao previsto para 2008) a despesa global da administração pública aumentou um total acumulado de 15%, a despesa corrente primária 21%, as receitas fiscais 26%. O défice desceu espremendo a economia. Segundo elemento, a tentação totalitária. Com a maioria absoluta e os resultados das sondagens o atávico apetite dirigista dos socialistas tornou-se irresistível. Os objectivos são meritórios, da luta contra a evasão fiscal, aquecimento global e tabagismo à protecção da cultura, sociedade laica e segurança nas estradas. O resultado é uma intolerável intromissão regulamentar, maníaca inspecção e generalizada desconfiança. Repetem-se as provocações patetas à Igreja e tradição. O Governo sacrifica a liberdade no altar da esterilização. Está abafado viver em Portugal. O símbolo aqui é a homérica entrevista do director da ASAE ao semanário Sol (29/12/2007). Julga-se funcionário zeloso mas é caricatura alimentícia da Gestapo. Embriagado de estatísticas e regulamentação europeia, ignorante da realidade económica e insensível às consequências sociais, ergue-se como bloqueio fundamentalista e arrogante ao progresso e iniciativa empresarial. Num país vivo seria preso. Neste paroxismo boçal já se vê condecorado. Terceiro elemento, a deriva corporativa. Fala-se de compadrios e corrupções, acusa-se a influência surda da Maçonaria. Acima de tudo é palpável o crescente senhorio de uma nomenklatura pós-moderna instalada nos corredores do poder. A saga do BCP manifesta este traço. O Governo é inocente na calamidade daquela que permanece uma empresa por acções. Mas o efeito final, qualquer que seja, significa a captura de um centro de decisão nacional por quadros do PS ou PSD. Um dos poucos poderes independentes da sociedade civil caiu na rede da actual nobreza suburbana. Discursos e estatísticas animam Portugal, mas os êxitos e perspectivas são tão artificiais quanto os sonhos do plano tecnológico e a charada do novo aeroporto. Só existem lucros sob o halogéneo dos centros comerciais, porque a ilusão da austeridade, a tentação totalitária e a deriva corporativa afundam a economia no marasmo sorridente. Como símbolo global da legislatura ficará o Tratado de Lisboa. Um diploma incompreensível e sem significado que embrulha a realidade intrincada num consenso aparente. A presidência portuguesa, sem nenhuma agenda fora do circo diplomático, ainda está convencida que aquela grotesca palhaçada foi um sucesso. O sorriso tolo da foto de família consagra a mediocridade europeia. Atrás vê-se “este fulgor baço da terra que é Portugal a entristecer”. João César das Neves, professor universitário “Diário de Notícias”, 7 de Janeiro de 2008 SOCIEDADE 10 de Janeiro de 2008 Cuidados de saúde... sob protesto «Seria importante que os portugueses percebessem para onde vai o país em matéria de cuidados de saúde. Poderiam, assim, avaliar melhor aquilo que tem sido feito... O acesso aos cuidados de saúde é uma inquietação de muitos portugueses... O despovoamento e o envelhecimento das populações é um problema sério do interior do país que os poderes públicos não podem ignorar». Foi com estas palavras incisivas que o Presidente da República se dirigiu aos responsáveis da saúde em Portugal, na sua mensagem de Ano novo. Questões como a desigualdade na distribuição dos rendimentos, o problema da (baixa) natalidade ou os acidentes rodoviários foram ainda preocupações que o Chefe de Estado não esqueceu bem como a temática da justiça, as vertentes económicas e a educação. De facto, o sector da saúde tem estado em ebulição social e política, trazendo para a rua a contestação ao fecho de maternidades, de urgências (sobretudo nocturnas) e de centros de saúde um pouco por todo o país... sobretudo no interior. * Tendencialmente gratuito ou preventivo? Tendo sido apresentada como tendencialmente gratuita a saúde, agora está sob o efeito dos custos dos cuidados médicos, tanto em pessoas qualificadas como em material de rápido desgaste. Para que possam ser prestados bons cuidados exige-se qualidade. Ora com o agravamento das dificuldades económicas têm vindo a crescer as listas de espera, tanto para os cuidados urgentes como para as operações mais exigentes e previstas. Numa tentativa de racionalizar os recursos temos assistido à concentração de serviços em localidades mais centrais ou influentes no panorama social, económico e (mesmo) político. Deste modo foram sendo encerrados espaços que anteriormente eram mais próximos – talvez com menor qualidade é verdade – mas onde a vizinhança reinava como lenitivo nas dores mais repentinas. Por outro lado, foram pululando nos grandes centros populacionais outros prestadores de serviços de saúde – ligados a grupos económicos e aos sectores bancário/ segurador – pagos por quem é atendido. O ‘serviço nacional de saúde’ foi entrando nalguma decrepitude técnica, económica e até social. Sendo um vector essencial para a sobrevivência das pessoas, a saúde tornou-se um negócio rentável e um serviço de capital importância para o bem-estar das pessoas, das famílias e da sociedade em geral. * Litoralização agrava desertificação Com a deslocalização das pessoas do interior para o litoral fomos assistindo à tendência de ir fe- chando hospitais e centros de saúde em favor de clínicas – muitas delas privadas – e de grandes hospitais/empresa onde o anonimato cresce e as pessoas se tornam números, que não podem dar (muito) prejuízo ao Estado providência. Com melhores meios de transporte e estradas mais acessíveis, temos sido confrontados com a deslocação para cerca de cinquenta quilómetros de distância com a desculpa da concentração na qualidade dos serviços. Quantas vezes uma mão amiga vale mais do que múltiplos medicamentos sofisticados! Quantas vezes se pode encomendar mais depressa a morte pela simples razão de que te(re)mos melhores máquinas! Quantas vezes as falhas até se podem desculpar se houver compreensão e boa vontade em pedir desculpa pelos erros... assumindo as consequências dos seus actos!... Como povo sabemos, normalmente, interpretar quem gosta de nós. Ora, o actual ministro da saúde tem dado a entender que nos – povo simples e fora da capital – detesta. Por isso, venha outro que nos saiba compreender e seja capaz de nos explicar que a saúde não é (só) um negócio. Com a saúde não se brinca nem um bocadinho... e muito menos por tanto tempo! Notícias de Beja – 7 O quarto Rei Mago Todos conhecemos os três Reis Magos. Mas nem todos sabem a história de Artaban, o quarto mago, que passou a vida à procura de Jesus e só o encontrou quando Ele estava a ser crucificado. É uma lenda linda que nos revela uma criatura cheia de bondade e fé que também viu a estrela brilhar sobre Belém, mas sempre chegava atrasado aos lugares onde Jesus poderia estar, porque encontrava pobres e miseráveis a precisar da sua ajuda. Primeiro desencontrou-se de Melchior, Gaspar e Baltasar, porque lhe apareceu um homem meio morto no caminho, a quem o coração lhe pediu para ajudar. Chegado a Belém, teve de comprar a vida de uma criança que estava para ser assassinada, às ordens de Herodes, dando ao soldado que a encontrara uma das pérolas que levava para oferecer ao Menino Jesus. Sabendo que José e Maria tinham fugido para o Egipto, pôs-se a caminho mas Jesus já havia regressado a Nazaré. Quis ir lá adorá-lO mas um escravo ia ser levado à força para as galés e Artaban achou que era melhor oferecer-se para esse trabalho. Depois de trinta anos de trabalhos forçados chega a Jerusalém. É tarde demais, o menino já se transformou em homem e está sendo crucificado naquele dia. O rei havia comprado pérolas para Cristo, mas precisou vender quase todas para ajudar as pessoas que encontrou em seu caminho. Sobrou apenas uma pérola – e o Rei Mago pensa com ela comprar a libertação de Jesus. Mas encontra uma mulher aflita a ser levada por uns homens. E salvou-a, oferendo uma pérola aos atacantes. Agora já nada mais pode fazer. Nem uma pérola lhe resta para resgatar Jesus. – Falhei a missão da minha vida – pensa o rei mago. Mas neste momento, escuta uma voz: – Ao contrário do que pensas, tu estiveste comigo durante toda a tua vida. Eu estava a morrer e tu me resgataste. Tu me livraste da morte quando acudistes àquelas pessoas necessitadas. A tua caridade para com os pobrezinhos foi a melhor pérola que me podias dar. Muito obrigado por tantos presentes de amor! É provável que esta história não passe de lenda. Mas revela-nos que todos podemos ser Reis Magos se vivermos em caridade para com os irmãos necessitados. Ventura Pinho A. Sílvio Couto Publ. Cartório Notarial de Serpa Certificado Certifico para efeitos de publicação que no dia 18 de Dezembro de 2007, lavrada a fls. 142 do livro de notas número 158 - D, deste Cartório, foi efectuada uma escritura de Justificação, pela qual MARGARIDA DA CONCEIÇÃO CACHUCHO MALAGUETA MORENO, NIF 147.589.517, viúva, natural da freguesia de Santa Maria, concelho de Serpa, residente na Rua João Valente, n° 29, em Serpa, que outorga por si e como procuradora de MARIA DO CARMO MALAGUETA MORENO, NIF 147.110.653, divorciada, natural da freguesia de Salvador, concelho de Serpa, residente na Rua Cidade de Leiria, n° 3 - 8-A, em Setúbal e ANTÓNIO MARIA MALAGUETA MORENO, NIF 152. 858.326 e mulher Maria da Guadalupe Madeira Ramos Moreno, casados no regime da comunhão de adquiridos, naturais da citada freguesia de Santa Maria, residentes na Rua José Afonso, n° 10, em Serpa, alegam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem do prédio urbano de rés-do-chão, destinado a habitação, sito na “Rua João Valente”, freguesia de Salvador, concelho de Serpa, que confronta: do norte com Rua João Valente, do sul com António Francisco Mestrinho, pelo nascente com Maria da Consolação Morgado, e pelo poente com Cesário Jacinto d’Oliveira, descrito na Conservatória do Registo Predial de Serpa sob o número quinze mil e quatrocentos do livro B - trinta e oito, inscrito na respectiva matriz, sob o artigo 273, com o valor patrimonial actual de 1.071,65 €, a que atribuem o valor de cinco mil euros. Que o citado imóvel encontra-se registado na mencionada Conservatória a favor de Maria de Guadalupe Cachucho, viúva; Policarpo Francisco, casado com Augusta do Carmo Poupinha, no regime da comunhão geral, e de Deonilde Guadalupe Branco, solteira, maior, em comum e sem determinação de parte ou direito, pela inscrição doze mil duzentos e oitenta do livro G - dezasseis, bem como a transmissão de direito a favor dos referidos primeiros outorgantes e representada Margarida da Conceição Cachucho Malagueta Moreno, António Maria Malagueta Moreno, casado com a citada Maria de Guadalupe Madeira Ramos Moreno, e Maria do Carmo Malagueta Moreno pelo averbamento número três, apresentação quatro, de vinte e oito de Setembro de dois mil e seis, desconhecendo-se actualmente o seu paradeiro, bem como dos respectivos herdeiros, sendo os mesmos notificados editalmente através da notificação avulsa, nos termos do artigo noventa e nove, do Código do Notariado, já arquivada neste Cartório como documento número cento e vinte e oito do maço referente às notificações avulsas do corrente ano. Que o mencionado imóvel fazia parte do património comum do casal formado por António Martins Moreno e mulher Margarida da Conceição Cachucho Malagueta Moreno, casados que foram um com o outro em únicas núpcias de ambos e no regime da comunhão geral, e o direito dos referidos titulares inscritos, Maria de Guadalupe Cachucho; Policarpo Francisco; e Deonilde Guadalupe Branco, veio à sua posse por haverem adquirido por compra o quinhão hereditário a que os mesmos tinham direito na herança ilíquida e indivisa por óbito de Maria da Cruz Cachucho Paibento ou só Maria da Cruz Cachucho e de José Francisco, que para efeitos fiscais corresponde a um/quarto indiviso do aludido imóvel, por volta do ano de mil novecentos e setenta e um, não tendo sido celebrada a respectiva escritura, tendo ele António Martins Moreno falecido em dez de Março de dois mil e três, tendo-lhe sucedido como herdeiros seu cônjuge sobrevivo, Margarida da Conceição Cachucho Malagueta Moreno, e dois filhos, Maria do Carmo Malagueta Moreno e António Maria Malagueta Moreno, já acima identificados como primeiros outorgantes, como tudo consta da escritura de habilitação lavrada neste Cartório em oito de Agosto de dois mil e seis, iniciada a folhas vinte e duas do respectivo livro de notas número cento e quarenta e dois - D. Que, porém, desde aquele ano e sem interrupção, os mencionados António Martins Moreno e mulher Margarida da Conceição Cachucho Malagueta Moreno entraram na posse do quinhão hereditário do citado imóvel, usufruindo todas as suas utilidades e suportando os respectivos impostos e encargos, tendo adquirido e mantido a sua posse sem a menor oposição de quem quer que fosse e com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, tendo por isso uma posse pública, pacífica, contínua e de boa fé, que dura há mais de vinte anos, pelo que o adquiriram por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, documento algum que lhes permita fazer a prova do seu direito de propriedade. Que a posse do citado quinhão hereditário do dito imóvel, após a sua morte, com as características já indicadas, têm sido mantidas por eles, justificantes, pelo que desta forma, justificam a aquisição do aludido direito predial por usucapião. Cartório Notarial de Serpa, dezoito de Dezembro de dois mil e sete. A 2a ajudante, (Maria da Conceição Vaz Martins Miguel) Dr. Rui Miguel Conduto CARDIOLOGISTA CONSULTAS: Sábados Rua Heróis Dadra, 5 - Beja – Telef. 284 327 175 Marcações das 17 às 19.30 h., pelo Telef. 284 322 973/914 874 486 Quartas-Feiras e Sextas-Feiras UNIMED Campo Grande, 46-A - Telefone 217 952 997 Lisboa 10 Janeiro P r o p r i e dade da D i o c e s e d e B e j a Contribuinte Nº 501 182 446 Director: Alberto Geraldes Batista Redacção e Administração: Rua Abel Viana, 2 - Apartado 95 - 7800-440 Beja Tel. 284 322 268 Fax: 284 322 386 E-mail: [email protected] http://www.diocese-beja.pt Assinatura 23 Euros anuais c/IVA NIB 001000003641821000130 Composição e Impressão: Gráfica Almondina - Torres Novas Tel. 249 830 130 - Zona Industrial - Torres Novas 2008 Registo N.º 102 028 Depósito Legal N.º 1961/83 Editado em Portugal Tiragem 3.000 ÚLTIMA PÁGINA 10 de Janeiro de 2008 Ditos e Feitos Deste Mundo e do Outro TV generalista vai ter um novo canal Portugal vai ter, no próximo ano, um quinto canal generalista de televisão em sinal aberto. O anúncio foi feito, há dias, pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, que disse prever que isso possa acontecer “no Inverno ou Primavera de 2009, um ano depois da abertura, em breve, do concurso para a plataforma da Televisão Digital Terrestre (TDT)”. A TDT é o sistema que vai substituir os televisores actuais (analógicos) até 2012, baseando-se na difusão de sinal digital e que permite melhor qualidade de imagem e som, receber a internet na TV e programar o que se quer ver. O sistema também permite ver televisão em tempo real num automóvel. O ministro sublinhou a vantagem da concorrência: “É uma ponderação positiva. Haver um novo canal significa aumentar a escolha dos telespectadores e a oferta de televisão. É, além disso, um incentivo à qualidade”. Mais de cem jornalistas morreram em 2007 2007 foi um dos piores anos para o jornalismo com cerca de uma centena de profissionais mortos em todo o mundo, mais de metade dos quais no Iraque. Desde a invasão norte-americana, em Março de 2003, pelo menos 207 profissionais dos media foram mortos no Iraque. Nem na guerra do Vietname, nem nos conflitos da ex-Jugoslávia, nem mesmo nos massacres da guerra da Argélia ou no genocídio no Ruanda houve tantas vítimas entre os profissionais da imprensa. A Somália e o Paquistão são os países que se seguem na lista, respectivamente com oito e seis (sete, para a FIJ) jornalistas mortos em 2007. As detenções são outra das ameaças a que os jornalistas estão expostos - 135 estão detidos, com o Paquistão e Cuba no topo da lista, a que se juntam os sequestros, que atingiram 67 jornalistas em 2007, 14 dos quais continuam sob sequestro. Preços aumentam Os preços de diversos bens e serviços vão aumentar, este ano, acima da inflação de 2,1 por cento prevista pelo Governo para 2008, com destaque para o pão, com os industriais do sector a estimarem uma evolução de dois dígitos. A electricidade vai aumentar, de acordo com a proposta da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), aprovada pelo Conselho Tarifário, 2,9 por cento, em média, em Portugal Continental, 2,6 por cento nos Açores e 4,9 por cento na Madeira. Eslovénia na Presidência da UE Portugal foi substituído, no dia 1, na presidência semestral rotativa da União Europeia pela Eslovénia, uma nação independente há apenas 16 anos e o primeiro dos países ex-comunistas a assumir essa responsabilidade. Este país alpino com dois milhões de habitantes, que entrou no início de 2007 na Zona Euro e a 21 de Dezembro último no espaço Shengen, terá a grande responsabilidade de coordenar a política externa e de segurança comum europeia numa altura em que o Kosovo se prepara para declarar a independência da Sérvia. O primeiro-ministro esloveno, Janez Jansa, anunciou há uma semana que a estabilização da região dos Balcãs será a sua prioridade durante o semestre em que assumirá a presidência da União Europeia. Estradas fizeram 858 mortos em 2007 Em 2007 registaram-se 858 mortos em acidentes rodoviários no continente, mais oito do que no ano anterior, mas este número pode ainda ser maior porque estima-se que 14% dos feridos hospitalizados acabem por falecer. Cada vítima mortal em sinistralidade custa cerca de 200 mil contos em moeda antiga ao Estado, segundo os dados que Portugal comunica a Bruxelas. O mês de Dezembro foi também o que registou menos vítimas desde 1998, com 63 mortos, quando em 2006 morreram 87. A.B. 2008 - Ano Europeu do Diálogo Intercultural Por decisão do Parlamento e do Conselho Europeu, é instituido 2008, como ano europeu do diálogo intercultural. Espera-se que o Ano Europeu: - Promova o diálogo intercultural como um instrumento de apoio aos cidadãos europeus, para incentivar o conhecimento e a abertura a um ambiente cada vez mais complexo e diverso; - Promova a consciencialização de cidadania europeia e dos que vivem na Europa; - Aumente o impacto dos programas comunitários em 2008, fazendo potenciar o efeito multiplicador. Portugal, país de migrantes Todos os povos têm histórias de migração. Sempre houve quem partisse por motivos económicos, culturais ou de segurança pessoal. Portugal viveu de muitas formas estes encontros interculturais: as epopeias marítimas, o povoamento das colónias, a emigração para a Europa e os Estados Unidos, são alguns exemplos, a que se juntam hoje o turismo e os planos de estudo como o Erasmus. Eis a linguagem dos números: Área: 92,391 km2 Fronteira: Espanha (1214 km) População: 10 642 836 habitantes (Julho 2007) Idade: Dos 0 aos 14 anos - homens: 914 480; mulheres: 837 525. Dos 15 aos 64 anos - homens: 3 501 206; mulheres: 3 551 706. Mais de 65 anos - homens: 757 220; mulheres: 1 080 699. Esperança de vida: 77 anos (homens: 74 anos; mulheres: 81 anos). Religião: Católicos: 84,5 por cento; outros cristãos: 2,2 poe cento; outras religiões: 0,3 por cento; sem religião ou ateus: 13 por cento. Nacionalidade: os Portugueses são fruto de uma mistura de povos que migraram para a Península Ibérica no decorrer dos séculos. Primeiro entre os Iberos - os habitantes indígenas de Portugal - e Celtas, oriundos do Sudoeste da Europa. Formaram os Celtiberos, entre os quais os Lusitanos. Vieram depois os Romanos, povos germânicos Visigodos e Suevos -, e mouros. Diáspora: Portugal tem cerca de dez milhões de habitantes fora do país. Após a expansão ultramarina no século XV, durante o período colonial, os Portugueses estabeleceram-se nas colónias de África, América do Sul e Ásia. desde meados do século XX, voltaramse para outros países europeus. Na Ásia: A maior comunidade encontra-se em Hong Kong, na China: 20 000. Na Oceânia: 55 000 portugueses vivem na Austrália. Em África: África do Sul alberga a maior comunidade lusa de África: 500 000. Na América: O Brasil recebeu milhões de portugueses. Os Estados Unidos abrigam 1,3 milhões de lusos; no Canadá e na Venezuela são perto de 400 000. Na Europa: A França é o destino preferido: cerca de um milhão de portugueses. Estrangeiros (Imigrantes): cerca de 410 000. Dez mandamentos da relações humanas 1) Fale com as pessoas. Não há nada tão agradável e animador quanto uma palavra de saudação. É muito importante para nós uma palavra amiga. 2) Sorria para as pessoas. Lembrate que accionamos 72 músculos para franzir a testa e apenas 14 para sorrir. Então, pelo menos por questão de economia, sorri. 3) Chame as pessoas pelo nome. A música mais suave para muitos é ouvir o seu próprio nome. 4) Seja amigo e prestativo. Se quiseres ter amigos, sê um amigo leal. 5) Seja cordial. Fala e aje com sinceridade. Tudo quanto fizeres, faz com todo o prazer. 6) Interesse-se sinceramente pelos outros. Lembra-te de que, sabes o que sabes, mas não sabes o que os outros sabem. 7) Seja generoso em elogiar e muito cauteloso em criticar. Os líderes elogiam, sabem encorajar, dar confiança, elevando os outros. 8) Saiba considerar os sentimentos e as opiniões dos outros. Existem três lados numa controvérsia: o teu lado, o lado do outro e o lado de quem está certo e às vezes, este alguém positivamente não és tu. 9) Preocupe-se com a opinião dos outros. Três comportamentos para o verdadeiro líder: ouça, aprenda e saiba elogiar. 10) Procure “servir” e servir bem. O que realmente vale na nossa vida é aquilo que fazemos pelos outros. Confusão dos diábos O pároco duma linda aldeia transalpina estava doente, e, por isso, não poderia celebrar a missa no domingo seguinte. Chamou o sacristão, que era novato no ofício, e disse-lhe: - Quando o povo estiver na igreja, fazes os seguintes avisos: “ 0 pároco está doente; por isso, não é pecado não participar na missa no próximo domingo. Amanhã é dia de abstinência, por ser véspera da Festa de São Pedro e São Paulo. O Fernando e a Luísa querem casar. Quem souber de algum impedimento, avise a tempo. Quinta-feira próxima é a véspera da primeira Sexta-feira do mês; haverá confissões na igreja. No último domingo de Junho, vai fazerse a colecta para o Papa. Na sacristia está uma bolsa de senhora, encontrada na igreja”. O sacristão apontou apenas os tópicos dos avisos, e, no domingo, meio atrapalhado, pois nunca tinha enfrentado tantos olhares, socorreu-se dos apontamentos que tinha tomado. Os avisos saíram assim: O Pároco está doente, mas isso não é pecado. Terça-feira vão casar São Pedro e São Paulo. Aqueles que souberem de algum impedimento do Fernando e da Luísa, devem guardar abstinência. Quinta-feira é a primeira Sexta-feira do mês. No último domingo de Junho, o Papa é que vai fazer a colecta, com uma bolsa de senhora que está guardada na sacristia. Humor - Ó mamã, é o Jesus que nos dá o pão de cada dia? - É, meu filho! - É a cegonha que nos traz os brinquedos? - É, meu filho! - Então para que serve o papá?!... * Um padre repreendeu um velho porque fumava. Disse-lhe: - Com a idade que tem e ainda com vícios! Já é tempo de se preparar para morrer bem. O velho respondeu: - Senhor padre, é isso que eu faço ao fumar. O fumo do cigarro recorda-me as vaidades desta vida que passa. A cinza faz-me meditar na morte. O fogo que queima faz-me lembrar o inferno. E o prazer de fumar ajuda-me a meditar no céu. Alberto Batista