Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual 1
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Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual 1
Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual 1 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual Introdução Ao assistir à aula você conheceu sobre a medição da acuidade visual, os procedimentos, a importância de saber comprová-la, e aplicar esse conhecimento em benefício do cliente. Agora vamos nos aprofundar nesse tema tão complexo e de grande utilidade no dia a dia da optica RELEMBRAR, FIXAR, APROFUNDAR Compreender o significado da acuidade visual é de fundamental importância na vida do óptico. Ele tem que estar apto para reconhecer o nível de percepção que seu cliente apresenta. Para isso, é necessário que ele desenvolva a habilidade de reconhecer a capacidade que seu cliente tem de distinguir os detalhes enquanto direciona sua visão para um determinado ponto. O óptico deve saber que o cliente com uma acuidade visual baixa, pode não perceber as diferenças entre uma lente e outra, nem desfrutar das vantagens que elas oferecem. O mesmo não ocorre com um cliente que apresenta boa acuidade visual. Este sim perceberá as diferenças e poderá desfrutar da qualidade oferecida pelo óptico. Nesta aula seu objetivo principal é entender sobre: Acuidade Visual 2 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual O consultor jamais deve alimentar demasiadamente as expectativas de um cliente quando não conhece a sua real acuidade visual dizendo que vai enxergar melhor, por exemplo. É como comparar um Fusca e uma Ferrari em uma estrada de terra cheia de buracos. Você há de concordar comigo que o desempenho dos dois carros será parecido, portanto o fator não enxergar bem será igual a estrada, ele também irá restringir os fatores tecnológicos das lentes. Por isso, é importante não alimentar a expectativas dos clientes quanto a melhora de acuidade visual, ofertar outros benefícios do produto, com isso vai aumentar o grau de satisfação do cliente. Mas também é importante saber que acuidade visual baixa não significa que o cliente apresenta ametropia – algum distúrbio dos poderes de refração do olho. Ela pode indicar uma série de fatores que relacionam a qualidade de visão independentemente do grau das lentes usadas pelo cliente. Um cliente, por exemplo, que apresente uma acuidade visual corrigida relativamente baixa (20/60), pode não notar a diferença entre um tipo de lente inferior e uma de tecnologia de ponta. Mesmo que use lentes de qualidade o resultado será insatisfatório. Com baixa acuidade ele não usufruirá de todos os benefícios de uma lente de alto preço quanto um cliente que tenha boa acuidade. É preciso estar atento também à subjetividade da avaliação da acuidade visual. Uma unidade de medida como o metro, por exemplo, é universal. Se alguém adquire 1 metro de tecido no Japão, a mesma medida será exatamente igual em qualquer parte do mundo. Já a avaliação da acuidade visual é subjetiva, varia de acordo com a resposta dada por cada cliente e envolve uma série de fatores: predisposição da pessoa, tipo de tabela utilizado, interpretação da tabela, tipo de iluminação. Dependendo da tabela que o óptico usar para efetuar a medida, podem surgir diferenças. Por isso, o óptico deve estar ciente de que uma tomada de acuidade visual é mais complexa do que se imagina. No entanto, se ele ficar atento aos diversos fatores envolvidos estará apto para fazê-la. E se acaso o cliente não se 3 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual mostrar 100% satisfeito com os novos óculos sugeridos, o óptico poderá efetuar uma nova medição no mesmo nível de expectativa e satisfação de como foi feito no especialista antes de chegar para comprar um novo par de óculos. O QUE É ACUIDADE VISUAL Acuidade visual é um termo que diz respeito ao funcionamento da visão, se ela está funcionando normalmente ou se apresenta alguma disfunção. Refere-se ao poder de resolução do sistema óptico da vista humana, à capacidade que o olho tem de perceber os detalhes da imagem captada. Em outras palavras, é o grau de aptidão do olho para discriminar os detalhes espaciais, ou seja, a capacidade de perceber a forma e o contorno dos objetos. Essa capacidade discriminatória é atribuída às células fotossensíveis da retina – os cones, que são os responsáveis pela acuidade visual central, a qual compreende a visão de forma e a visão de cores. Nos casos em que os óculos tradicionais, as lentes de contacto, ou implantes de lentes intra-oculares não proporcionam ao cliente uma visão nítida, pode-se afirmar que a acuidade visual dele é baixa, ou o nível de sua visão é baixo. Ela é determinada pela menor imagem retiniana percebida pelo indivíduo. Sua medida é dada pela relação entre o tamanho do menor objeto visualizado (optotipo) e a distância entre observador e objeto. A tomada de medida de acuidade visual é um teste simples e de grande utilidade tanto para promover a saúde visual quanto para avaliá-la. É um método rápido de detectar problemas visuais. A acuidade visual de uma pessoa depende: da precisão do foco retiniano, ou seja, de como as imagens chegam à retina; 4 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual da integridade dos elementos neurológicos do olho, ou seja, do bom funcionamento das partes do olho; da capacidade que o cérebro tem para interpretar o objeto observado. O teste não garante ao óptico o diagnóstico de problemas visuais, como ametropia, disfunção fisiológica ou neurológica. Apenas indica se há algum problema. FISIOLOGIA DA VISÃO A luz de um ponto de origem distante, quando focalizada na retina, deveria ser infinitamente pequena. No entanto, como o sistema de lentes do olho não é perfeito, formase uma mancha na retina com um diâmetro total de aproximadamente 10 micrômetros, mesmo com a resolução máxima do sistema óptico, ou seja, mesmo com as estruturas do olho perfeitas. Como se nota, não importa muito o quão pequena seja a fonte. Um micrômetro (o símbolo é µm) é uma unidade de medida de comprimento usada para coisas muito pequenas, equivale à milionésima parte do metro. É o mesmo que dividir 1 milímetro em mil partes. Cada parte equivale a 1 µm . Um micrômetro, portanto, equivale a um milímetro dividido por mil. Infinitamente pequeno. O diâmetro médio dos cones na fóvea da retina (a porção central da retina onde a visão é altamente desenvolvida) tem 1,5 micrômetro (0,0015mm), o equivalente a um sétimo do diâmetro do ponto de luz. Dessa forma, conclui-se que quando as imagens de dois pontos são projetadas muito próximas na retina, não há mais como distinguir esses dois pontos, ou seja, as duas imagens não serão percebidas distintamente. Uma pessoa só pode distinguir imagens cuja distância na retina seja maior que 2 micrômetros (0,002mm), o que é um pouco maior que a largura de uma célula fotossensível – cone. “A acuidade visual normal do olho humano para discriminação de dois pontos de origem de luz é de 25” de arco. Quando raios de luz provenientes de dois pontos separados chegam ao olho com um ângulo de pelo menos 25” entre si, podem ser reconhecidos como 5 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual dois pontos ao invés de um. Isto significa que uma pessoa com acuidade normal olhando para dois pontos de luz a 10 metros de distância, pode apenas distinguir os pontos como separados quando estão separados por 1,5 a 2mm de distância um do outro. SEGUNDO DE ARCO (símbolo:“) Um segundo de arco ou arco-segundo é uma medida usada para medir ângulos. É equivalente a um ângulo igual a 1/60 de um minuto de arco, ou 1/3600 de grau, ou 1/1296000 do círculo. Para se ter uma idéia do diâmetro com a medida de 1 segundo de arco (1”) , deve-se imaginar uma bola de futebol sendo levada para longe do observador. Como sabemos por experiência própria, o diâmetro angular (isto é, o tamanho angular) desta bola irá diminuindo à medida que ela se afasta. Para que este diâmetro tenha um segundo de arco, ela deverá estar a uma distância de aproximadamente 51.5 Km dos olhos do observador. A fóvea tem menos que 0,5 mm de diâmetro, o que significa que a acuidade visual máxima ocorre em menos de 2 graus do campo visual. Fora deste campo, a acuidade visual torna-se progressivamente menor, diminui mais de 10 vezes quando se aproxima da periferia. ÂNGULO VISUAL O ângulo visual determina o tamanho aparente do objeto. Como já foi visto, se ele for menor que 25 segundos de grau, perdemse os detalhes do objeto. Assim, quanto menor o ângulo visual tanto menor será o tamanho aparente dos objetos. O ângulo visual é o que determina a dimensão, ou seja, o tamanho aparente dos objetos. 6 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual As tabelas para teste de acuidade visual são elaboradas com base no conceito do ângulo visual. É entendido por ângulos de objetos diferentes (optotipos) que são apresentadas na retina a diferentes distâncias dos olhos. O ângulo subentendido pelo objeto no ponto nodal do olho é a imagem retiniana, entendida como ângulo visual. A resolução visual é determinada pelo ângulo no componente em que o objeto pode ser apreciado. Eles são medidos em minutos de arco e em frações decimais dos minutos. A figura ao lado mostra dois pontos e um olho a observar esses pontos conforme certo ângulo visual. Se os olhos forem se afastando o ângulo visual diminui e os pontos parecem se aproximar. Chegará um momento em que o observador não mais distinguirá se está vendo um ou dois pontos, se são três, se os pontos estão alinhados na horizontal ou na vertical. O ângulo mínimo que permite a distinção de dois pontos é chamado de ‘resolução do olho humano’. Se um objeto está tão distante a ponto de não se poder distinguir sua forma, afirma-se que seu ângulo visual é menor do que a resolução do olho humano. Se, no entanto, for possível descrever a forma do objeto observado, pode-se dizer que o ângulo visual do objeto é maior ou igual à resolução do olho humano. Evidentemente, existem objetos cuja resolução dos ângulos é fácil ou mais difícil. Não é apenas uma questão de acuidade visual, mas também de interpretação por parte do cérebro. É por isso que falamos anteriormente que a acuidade visual de uma pessoa não depende somente da integridade do elementos do olho, depende também da capacidade que o cérebro tem para interpretar o objeto visualizado. 7 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual A resolução varia de pessoa para pessoa, mas considera-se normal uma resolução de 60”- sessenta segundos de arco. Objetos com ângulos visuais menores que 60” não permitem ao ser humano descrever a olho nu sua forma. Assim, é impossível afirmar se é um círculo ou quadrado, se é um objeto ou são dois objetos. Por isso, a olho nu não se podem, por exemplo, ver as crateras da Lua, os anéis de Saturno, as fases de Vênus ou certos detalhes da cabeça de uma formiga. Dois objetos de dimensões diferentes com o mesmo diâmetro angular Testes clínicos para determinar a resolução visual utilizam as letras de Snellen, nos quais o ângulo visual subentendido pelas partes componentes das letras é 1 minuto de arco. TABELAS DE OPTOTIPOS O sistema padrão universal para avaliar a visão é o teste de Snellen. Este teste, conhecido pela maioria das pessoas, consiste em ler linhas de letras (optotipos) cujo tamanho vai diminuindo e as quais estão penduradas a uma distância padronizada da pessoa a ser testada. Cada linha na tabela diz respeito a uma graduação que representa a acuidade visual. O teste de Snellen, no entanto, conta com fatores como alfabetização e legibilidade. A letra L, por exemplo, é mais fácil de ler do que a letra A. 8 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual Por causa da variabilidade do valor de letras alfabéticas, o optotipo C de Landolt foi desenvolvido com uma quebra num anel, em uma parte de 1 minuto de arco, e o total do optotipo é de 5 minutos de arco à distância. Esse teste foi o primeiro usado. Porém, o teste de Snellen é considerado melhor por questões de entendimento por parte do examinado. O resultado do teste do C de Landolt pode ser comparado com as letras de Snellen. Porém, qualquer interferência psicológica pode ser eliminada com o C Landolt que pode também ser utilizado em pessoas não familiarizadas com o alfabeto. Nesse caso também pode ser usado o teste do E direcional no qual as letras dispostas são giradas aleatoriamente em quatro sentidos diferentes ao longo da tabela. Para cada alvo, é solicitado ao paciente para apontar na mesma direção das três "barras" do E. A maioria das crianças pode ser testada dessa maneira por volta dos três anos e meio de idade. As letras ou optotipos dessas tabelas são construídas de tal forma que subentendem o mesmo ângulo visual quando vistos a distâncias superiores a 200 pés. Estas letras são montadas em uma tabela e visualizadas a 20 pés (6 metros). A menor linha de letras que pode ser vista pelo paciente é anotada. A distância de teste é, então, dividida por esta linha 9 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual para dar uma fração. Se o paciente consegue ver a 20 pés a linha de 40 pés, a acuidade visual é assim expressa: 20 pés -------- = acuidade visual de 20/40 40 pés Também se pode medir em metros 0,5, como uma fração 6/12 ou como um ângulo subentendido pelo menor intervalo de letra, 2 minutos. A notação de Snellen é 20/20. Isto significa que a pessoa sob teste pode ver linhas de letras pretas com fundo branco a 20 pés à frente quando o campo de cada linha é de 1 minuto de arco na retina. A notação 20/40 corresponde a 2 minutos de arco. MÉTODO CLÍNICO PARA AVALIAR A ACUIDADE VISUAL O primeiro requisito para a acuidade visual é o contraste entre o optotipo e o fundo. Optotipos pretos sobre o fundo branco são usados para a determinação da acuidade visual. A tabela para testar os olhos geralmente é colocado a 6 metros (20 pés) de distância da pessoa que está sendo examinada. Se esta pessoa pode ver as letras do tamanho que deveria ver a 6 metros (20 pés), diz-se que ela tem visão 20/20, isto é, visão normal. Se a pessoa puder ver apenas as letras que deveria ver a 60 metros (200 pés) de distância, diz-se que ela tem visão 20/200. Em outras palavras, o método clínico para expressar a acuidade visual consiste em usar uma fração matemática que expressa a relação de duas distâncias, o que é também a relação entre a acuidade visual da pessoa examinada e a de uma pessoa com visão normal. 10 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual COMO SE PREPARAR PARA O EXAME Adultos: Não há necessidade de preparação especial. Bebês e crianças: A preparação física e psicológica para este ou qualquer outro exame depende da idade da criança, seus interesses, experiência anterior e nível de confiança. Lembrando que a tabela deve ser iluminada de forma que não tenha reflexos, afim de não interferir no resultado do exame. O cliente deve ser posicionado a distancia para que a tabela foi desenvolvida pois existem tabelas desenvolvidas para diferentes distâncias, mas nesse caso trabalharemos com a tabela para distância padrão de 6 metros. Lembrar de posicionar o cliente de preferência sentado de acordo com que as linhas de optotipos correspondentes a 20/20 a 20/30 estejam na mesma altura dos olhos. Explique ao cliente o que você irá fazer durante o exame e instruí-lo para que no momento em que você ocluir um olho, os dois devem permanecer abertos. 11 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual COMO FAZER 1-O paciente posiciona-se a uma distância de 6 metros (20 pés) da tabela. 2- Um cartão ou oclusor é colocado diante do olho esquerdo, sem pressão sobre o globo ocular. Lembrando que quando for ocluir um olho do cliente, ele deverá permanecer com os dois olhos abertos. 3-Comece mostrando os optotipos maiores e proceda sempre de cima para baixo. Mostre pelo menos dois optotipos de cada linha e continue o exame até a linha em que o cliente consiga ler com clareza e sem dificuldades. 4- Fique atento as respostas do cliente, se mostrar alguma dificuldade em uma determinada linha, mostre um numero maior de optotipos dessa linha, se a dificuldade permanecer, volte a linha anterior. 5- O resultado do exame é referente a linha em que o cliente conseguiu enxergar sem dificuldade pelo menos três optotipos. 6- Agora faça os mesmos procedimentos citados anteriormente para o olho esquerdo e em seguida faça o exame com os dois olhos abertos. 7- Se em algum momento do teste o cliente não for capaz de ler as letras maiores, deve-se posicioná-lo mais próximo da tabela até que consiga lê-las a anotar a distância em que conseguiu enxergar a primeira linha da tabela. 12 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual Se o cliente já é usuário de óculos o teste deverá ser repetido com os óculos, e os resultados devem ser registrados com as seguintes anotações: “com correção” e “sem correção”. A acuidade visual não corrigida é medida sem a ajuda de óculos ou lentes de contato. A acuidade visual corrigida significa que esses auxiliares foram utilizados . FURO ESTENOPEICO O próximo passo é fazer o exame utilizando o furo estenopeico.Este serve para distinguir se no caso de uma acuidade visual baixa é devido a erros refrativos ou alguma patologia intraocular. É o furo estenopeico que avalia se a acuidade visual pode ser melhorada com o uso de lentes. Funciona assim: o furo estenopeico vai limitar a incidência da luz no olho, permitindo apenas a entrada de luz no ponto mais sensível do olho, a fóvea. O paciente com erro refrativo imediatamente melhora a acuidade visual. Portanto, se a acuidade visual melhorar com o orifício estenopeico, com grande probabilidade uma boa refração levará o paciente a uma visão igual a que foi vista com o furo estenopeico. Então uma dica: basta colocar esse furo em frente aos óculos de que o cliente reclama de baixa visão e você verá se a qualidade de visão pode ser melhorada. BAIXA ACUIDADE VISUAL Um olho incapaz de ler qualquer letra é testado quanto a sua habilidade de contar dedos. Uma observação de que o paciente "CD a 1 m" indica que o olho é capaz de contar os dedos a não mais que 1 metro de distância. 13 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual Se contar os dedos não é possível, o olho poderá ser capaz de detectar um movimento da mão (MM ou visão dos movimentos da mão). O próximo nível da visão abaixo é a capacidade de identificar de onde vem a luz (PL ou projeção luminosa), e o nível de visão sendo abaixo disso, avalia-se a habilidade do olho da percepção da luz (PL ou percepção luminosa). ACUIDADE VISUAL PARA PERTO A acuidade visual para perto é determinada pelo mesmo método, mas usando a tabela de perto de Jaeger. Essa tabela de perto foi desenhada para o teste de 33 cm, com diferentes linhas e tem o ângulo equivalente à escala para longe. Entretanto, o critério para uma eficaz tabela de tipos não são os optotipos. O mais importante são os componentes das letras sobre a linha que estão à mesma distância uma da outra. A acuidade visual varia de acordo com a área da retina a ser examinada. A capacidade de resolução da retina até a fóvea pode ser de 20/20 a 20/15. Porém, como já mencionado, a capacidade da acuidade visual diminui em relação à densidade dos receptores visuais e dos grupos receptores da periferia. 14 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual FORMULÁRIO DE REAVALIAÇÃO PÓS VENDA Segue uma sugestão de um formulário para serem feitas as anotações dos resultados obtidos na reavaliação pós venda caso o cliente não enxergue ou não tenha se adaptado com as novas lentes. É uma forma de você identificar a origem do problema apresentado pelo cliente. O primeiro passo é conferir as medidas de DNP, altura, ângulo pantoscópico e ângulo panorâmico. O correto ajuste dos óculos tem fundamental importância nessa etapa. Posicione os óculos no rosto do cliente com as marcações na lente e confira as medidas. Caso as medidas não estejam corretas, verificar se há possibilidade de ajuste, caso isso seja possível, ajustar os óculos, fazer a conferencia e marcar ok no campo “Corretas” Caso as medidas não estejam corretas e não há possibilidades de ajuste, marcar no gabarito as diferenças fazendo um ponto no local correspondente a essas diferenças. 15 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual Teste de movimento de cabeça Uma forma de fazer essa verificação de que as medidas estão incorretas é através do teste de movimento de cabeça. O cliente com os óculos posicionado no rosto, oclua um dos olhos, fixe um ponto e peça que faça leves movimentos com a cabeça, oriente o cliente a lhe dizer quando a visão se tornou mais nítida. Faça esse teste em visão de longe e em visão de perto. O objetivo desse teste é fazer com que o cliente, através desses movimentos localize na lente a sua melhor nitidez de visão, ou seja, localizar por onde passa o centro óptico das lentes. Se o cliente precisar fazer tais movimentos para achar a melhor qualidade de visão nas lentes, significa que as medidas estão incorretas e o centro óptico da lente está fora da posição correta. EXEMPLO Esse é um caso em que as lentes foram montadas com altura excessiva, o óptico deverá marcar no gabarito com um ponto onde está o erro, podendo ser erro de centro optico ou até mesmo uma area de perto recortada (em caso de lentes progressivas). 16 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual O próximo passo é a anotação dos resultados da Acuidade Visual. Fazer o teste com correção anterior – receita antiga para olho direito, olho esquerdo, ambos os olhos. Caso o cliente disponha dos antigos óculos ou então recorra a caixa de prova. Fazer o teste com correção atual para olho direito, olho esquerdo, ambos os olhos. Furo estenopeico: uma forma de distinguir se uma acuidade visual baixa é recorrente de erros refrativos ou alguma patologia intra ocular é o furo estenopeico. Então uma dica: basta colocar esse furo em frente aos óculos de que o cliente reclama de baixa visão e você verá se a visão pode ser melhorada. (IMAGEM) O próximo passo a preencher na ficha é a lensometria. Fazer a lensometria anterior: caso o cliente disponha dos óculos antigos ou recorra a caixa de provas para fazer um óculos de teste com lentes com a dioptria da sua receita antiga Fazer a lensometria atual 17 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual Anamnese Agora o ultimo passo, a anamnese é uma entrevista realizada pelo optico ao seu cliente, que tem a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico de um determinado problema. Em outras palavras, é uma entrevista que busca relembrar todos os fatos que se relacionam com o problema e ao cliente. EXEMPLOS - No caso em que todas as medidas e as dioptrias estiverem corretas, o cliente ainda não está satisfeito com seus novos óculos, nesse caso o cliente simplesmente poderá não estar gostando da sua nova armação; - Ou em casos em que foram vendidas A anamsese serve também para buscarmos informações a respeito dos aspectos fisiológicos e dos habitos diários (profissão, hobby, habitos visuais) do cliente, ou seja, para saber em que novas lentes em que o desenho da lente e os campos de visão não atenda as suas necessidades diárias e corriqueiras de uso. Nesses casos o problema não é de erro médico ou erros de centralização, o problema originado na venda. condições o cliente irá usar os oculos. É através dela que identificamos possiveis dificuldades do cliente com os novos óculos. 18 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual Caixa de prova Ter uma caixa de prova na ótica poderá auxiliar muito o óptico no momento dos testes citados anteriormente, principalmente na verificação EXEMPLOS: - Clientes que apresentem os óculos antigos com lentes muito riscadas. Neste caso o óptico podera montar uma armação de prova com a dioptria anterior e medir a acuidade visual sem a interferência de riscos nas lentes. - Em clientes que apresentem dificuldade com o campo visual das lentes progressivas. Nesse caso, o óptico poderá montar uma armação de prova com lentes apenas para longe, e apenas para perto. Isso elimina a possibilidade de interferência de dificuldades no campo visual limitado que as lentes progressivas apresentam. - Checar a acuidade visual sem a interferência ou incomodos da armação escolhida pelo cliente. Isso ocorre quando o cliente ja se acostumou com a armação anterior e a nova armação poderá gerar um “incomodo” interferindo no teste. Com a caixa de provas, o óptico poderá fazer uma armação de prova eliminando assim essa interferência no momento do teste. da acuidade visual. A analise dos resultados obtidos no gabarito de reavaliação pós venda depende muito do feeling do óptico, ou seja, da percepção que ele deverá ter do seu cliente perante as informações passadas por ele e claro também pelo resultado obtido nos testes. Agora de posse dos resultados obtidos nessa ficha, ou seja, a conferência das medidas, a acuidade visual e o furo estenopeico, a lensometria e a anamnese, utilize o formulário digital de reavaliação pós venda que disponibilizamos em nosso site. Trata-se de um sistema de processo do formulário on-line de reavaliação pós venda. Neste sistema online o óptico terá em mãos e de uma forma dinâmica um formulário onde irá anotando os 19 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual resultados dos testes e no final o sistema auxiliará o óptico a chegar a um diagnóstico sobre da onde que provém a dificuldade do cliente com seus óculos. OUTROS TIPOS DE MEDIDAS PARA ACUIDADE VISUAL Para a medição da AV é necessário classificar a população infantil por grupos de idade em função da colaboração e amadurecimento que demonstram. Dessa forma, será possível aplicar o método de avaliação mais adequado para cada caso, o que fará aumentar o número de crianças que respondem satisfatoriamente ao teste, bem como elevar o grau de confiabilidade do teste empregado. Deve-se considerar que na maioria dos casos será obtida uma resposta verbal e, portanto, deve-se observar outro tipo de comportamento para avaliar a função visual. De zero a um ano de idade A) Reflexos: nas primeiras semanas explora-se o amadurecimento visual segundo a idade do bebê. B) TOC (tambor optoquinético): avalia-se a quantidade e qualidade da resposta optocinética, comparando a resposta naso-temporal com a têmporo-nasal. Também serve para avaliar a visão cromática e amadurecimento visual. C) PVE (potencial visual evocado): é um teste eletrofisiológico que registra a atividade elétrica desencadeada por um estímulo luminoso intermitente e intenso que, quando é apresentado ao paciente, gera um potencial elétrico no córtex cerebral occiptal. Serve para determinar a AV, medir os 20° centrais da fóvea, avaliar a visão em pacientes com catarata, diagnosticar degenerações retinianas e também para avaliar a visão cromática. D) Teste de olhar preferencial: está baseado em estímulos completos e mede a sensibilidade ao contraste. 20 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual E) Scoola Teste: semelhante ao de olhar preferencial, também quantifica a sensibilidade ao contraste. F) Resposta à oclusão: avalia a resposta comportamental do paciente, ajuda no diagnóstico de ambliopias monoculares, oferece uma apreciação qualitativa da visão do bebê. G) Movimentos pendulares: avalia a AV em termos de freqüência espacial. H) SMC (seguimento, movimento e centralização): demonstra se está bem desenvolvida a função visual. I) Cartas de Teller: avaliam a AV baseadas na resposta comportamental do paciente. Entre um e dois anos de idade A) Doces de Bock: a AV é obtida da relação entre o diâmetro de doce e a distância de apresentação (esta técnica é pouco recomendada por especialistas, por apresentar resultados duvidosos). B) Bolas de isopor: semelhante à prova dos doces de Bock, mas não é tão confiável porque as bolas emitem sons, o que ocasiona a confirmação auditiva. Entre dois e três anos de idade A) Teste dos jogos em miniatura: o tamanho dos brinquedos e a distância de apresentação determinam a AV. B) Teste de Shendam Garolen (HOTV): semelhante ao teste dos optotipos de Snellen. C) Teste das moedas: semelhante à prova de doces de Bock. 21 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual D) Candelabros de Brock: também é uma prova de semelhança Entre três e quatro anos de idade A) HVOTX de Lippman: trata-se de letras complexas de semelhança B) New York Light House e Flash Card Teste (NYLHFCT): utilizado para medir a AV angular. C) Teste dos Cubos de Fooks: avalia a AV angular. D) Teste de Casanova e Coraminas: pouco confiável pelo fato de as figuras apresentarem elevado grau de dificuldade. E) Teste de Cavalero e Quillon: teste optociclopedagógico pouco confiável. Entre quatro e cinco anos de idade A) Teste dos Slides American Optical: são optotipos de projeção. B) Teste das figuras de Allen: Semelhante ao teste NYLHFCT, porém este mede a AV morfoscópica. C) HOTVXY: realizado de forma igual ao teste de Schendam e Gardem. D) Optotipos direcionais: são letras ou sinais que possibilitam à criança indicar o sentido para o qual estão direcionados os desenhos. Podem ser: - Mão de Sjorgen - Anel de Landolt - C de Márquez - C de Wecker 22 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual A partir de cinco anos de idade A) Optotipos de Snellen: trata-se de um optotipo convencional de letras ou E direcional. B) Baily Lowie: optotipo costituído de uma escala numérica, ideal para visão subnormal. C) Teste de Allen: trata-se de um teste convencional com figuras pediátricas para medir AV morfoscópica. PROCEDIMENTOS USADOS NOS TESTES TOC – Avaliam-se a quantidade e qualidade das respostas optocinéticas, comparando-se a resposta naso-temporal com a têmporo-nasal. PVE – Colocam-se três eletrodos, um frontal, outro na linha média da cabeça e um também na pele sobre o osso occipital. Ao paciente é apresentado um estímulo luminoso que gera uma resposta elétrica enviada para um computador. Este interpreta os dados e traça um gráfico que será lido pelo examinador. A aplicação do teste avalia se AV encontrase em pleno desenvolvimento. Olhar preferencial com raquetes – Apresentam-se duas raquetes para a criança e observa-se a qual das duas ela prefere direcionar seu olhar. São diminuídas as espessuras das faixas para dificultar a diferenciação das raquetes. O teste é aplicado em crianças com mais de seis meses de idade, observando-se a distância de 30 cm. Resposta à oclusão – Realiza-se a partir do quinto mês de vida e avalia a resposta comportamental do bebê. Além de fornecer os valores de AV, ajuda no diagnóstico de ambliopias monoculares. Na verdade, é uma apreciação qualitativa da visão dele. 23 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual Apresenta-se uma fonte luminosa para o bebê e, em seguida, faz-se a oclusão de um dos olhos. Caso tenha ocorrido a oclusão do olho de melhor visão a criança reagirá demonstrando incômodo e movimentará a cabeça. Se a oclusão ocorrer no olho em que há ametropia, o bebê não se importará com a oclusão. SMC – o teste avalia a resposta comportamental. Uma lanterna é movimentada a 30 cm nas diferentes posições de olhar e com os reflexos centrados. Pode ser aplicado em um olho de cada vez ou nos dois simultaneamente, a partir dos três meses de idade. Espera-se que o bebê seja capaz de seguir a luz mantendo o reflexo centrado. Se o fizer, isto indica que sua função visual está desenvolvida. Aos seis meses a fixação é significativa nas células fotossensíveis – ou fóveas – de ambos os olhos, e as duções devem ser normais. Doces de Bock – São confeitos utilizados para decorar bolos e tortas em diferentes diâmetros. Primeiro dá-se um dos confeitos para a criança experimentar, e quando já os conheça, o examinador deve mostrá-las desde a distância de 15 cm até 2 metros. A AV é medida considerando-se o diâmetro do doce e deve-se sempre utilizar as mesmas cores de confeitos. HOTV – Este teste consiste em uma tabela de AV Snellen que utiliza de forma aleatória as letras H, O, T, V. Estas letras não são direcionais e de traços simples e são difíceis de confundir. Também consiste de uma tabela independente com as quatro letras em tamanho grande que servem como exemplo, esse teste permite que a criança aponte a letra mostrada na tabela de longe pelo examinador. Esta prova é realizada a 3metros de distância e os valores da AV obtidos são equivalentes a Snellen em 6 metros. O fato de a prova ser feita a 3 metros serve para controlar a atenção da criança. Este teste demonstra uma ótima especificidade e sensibilidade. NYLHFCT – Consta de 12 cartas que trazem impressas 3 figuras muito simples (casa, maçã, estrela, xícara e guarda-chuva. Trata-se de um teste de eleição forçada, que pode ser falado ou simplesmente sinalizado. A execução do teste começa pela familiarização da criança com as figuras a uma pequena distância. Logo que a criança entender como funciona o teste, o examinador deve afastar-se até 3 metros. Esta é a distância exigida para a 24 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual realização da prova. Sugere-se o mínimo de 4 acertos para 10 apresentações para garantir que se supera o nível de AV que se avalia. As possibilidades de acerto por sorte devem ser eliminadas. Os níveis de AV que se consegue medir por meio desta prova vão de 20/10 até 20/200 no equivalente de Snellen. Olhar preferencial com Cartões de Teller – Consiste em um suporte sólido de cartolina cinza. Em apenas um lado há imprimido um padrão de miras de Foucault verticais que atraem a atenção da criança. No centro do suporte existe um pequeno orifício que permite observar a direção da fixação do olhar da criança. Para esta prova a distância de apresentação é de 38 cm, 55 cm ou 84 cm e é muito importante controlar a iluminação em ambos lados do suporte já que o contraste desempenha um papel essencial na observação do retículo. É conveniente repetir o procedimento várias vezes para assegurar o resultado da medida obtida. Dada a dificuldade de se obter respostas confiáveis por meio desta técnica ao aplicá-la em crianças muito pequenas, o objetivo principal será o de certificar se a AV de ambos os olhos está dentro dos parâmetros normais para a idade. Diferenças de 0,125 entre os olhos são consideradas importantes. É curioso notar que esta prova é mais facilmente aplicada em bebês com menos de seis meses do que em bebês com mais tempo de vida. Isto porque os mais novos tendem a olhar atentamente, enquanto os de 7 meses em diante se distraem com facilidade. Técnica do prisma vertical – Trata-se de uma técnica que oferece um valor quantificável de AV e também é muito útil para determinar se a AV de ambos olhos são parecidas. Trata-se de um método de preferência de fixação. Para aplicá-lo, coloca-se um prisma vertical com base inferior de 10 D em frente a um olho. Provoca-se, desta forma, uma diplopia vertical em casos de ausência de supressão. Se existir alternância de fixação entre as duas imagens a AV é parecida em ambos os olhos. Caso a fixação não se alterne, oclui-se o olho fixador obrigando o outro a tomar a fixação. Se ao destapar o olho ocluído a criança for capaz de manter a fixação por mais de 5 segundos ou alterna novamente, também se considera a AV semelhante em ambos os olhos. Mas se a fixação retornar novamente ao olho preferido, suspeitar-se-á de ambliopia. 25 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual Teste das rodas de Richman – Este teste é uma adaptação dos anéis de Landolt. Consiste em apresentar duas folhas com um carro desenhado em cada uma delas. Um dos carros apresenta as rodas completas e o outro tem as rodas com uma abertura (C de Landolt). A criança deve indicar em que mão está a folha que tem o carro com abertura nas rodas. Esta prova é realizada a 3 metros de distância e determina-se por eleição forçada, dada a apresentação de duas possíveis respostas. A AV é calculada em função do ângulo que subentende a abertura da roda. Os padrões medidos por este teste vão desde 20/20 até 20/100 mediante a apresentação de sete folhas diferentes. Antes da realização desta prova a criança deve ser familiarizada com as figuras que lhe serão apresentadas. Deve-se ensinála como se espera que ele responda. Isto se faz a curta distância, com o cartão correspondente a 20/200. O procedimento completo deve ser feito a 3 metros. O esperado são 4 acertos para 4 apresentações. Teste do E direcional – Trata-se de um teste formal de AV de Snellen, no qual o elemento de medida é a letra E em diferentes posições e cujo tamanho determina a AV a 6 metros. Elaborado para pessoas analfabetas e pré-escolares, que somente precisam indicar com a mão a direção das perninhas do E. Teste de Pigassou – Este teste consiste em um painel com diversas figuras familiares à criança, apresentado na distância de 6 metros. A criança pode identificar as figuras de forma verbal, ou de forma não verbal, simplesmente assinalando sobre as lâminas de demonstração que estão ao seu alcance. Como nos testes anteriores, o primeiro passo é familiarizar as crianças com as figuras. A medida apresenta-se em escala decimal e em Snellen desde 20/200 até 20/15. OUTRAS MEDIDAS DE AV Faixas de interferência a laser – A medida da melhor acuidade retiniana tem sido tentada usando-se a interferometria a laser. Isto permite uma focalização normal do olho, e 26 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual clinicamente pode dar uma indicação do potencial de visão pós-operatória em pacientes com catarata. Não trabalha bem em opacidades muito densas e é uma técnica difícil de explicar para pacientes idosos. É mais bem utilizado em pacientes com opacidade moderada do cristalino, e em algumas doenças da retina, na determinação se há redução da acuidade visual, é devida a alterações do cristalino ou da retina. Acuidade Gradeada – A fim de determinar as partes componentes de um objeto, diferenças no contraste têm que ser detectadas, e testes clínicos têm sido efetuados para medir a sensibilidade destes contrastes. Estes têm a forma de listas claras e escuras, ou gradeadas, que refletem a luz em um padrão de onda, e dispostas em freqüência espacial variável e valores de contraste. Estes padrões podem ser gerados eletronicamente em uma tela de TV ou graficamente, em um cartão de teste clínico. A freqüência espacial das listas aumenta ao longo do eixo horizontal, da esquerda para direita, e seu valor de contraste diminui movendo no eixo vertical. Como a freqüência das listas aumenta na direção da mínima acuidade determinável, o contraste entre linhas diminui. A mais alta freqüência determinável somente pode ser vista com alto contraste; acima disto o gradeado parece o mesmo porque o contraste não tem extensão suficiente para determinar as listas. Com a redução da freqüência do gradeado não há contraste suficiente para distinguir as listas da iluminação de fundo. Pacientes que tenham tido neurite óptica podem conservar boa acidade de Snellen, mas podem ter um baixo limiar no teste gradeado devido à baixa sensibilidade de contraste. Isto pode ser percebido pelo paciente quando o olho afetado é colocado sob condições de baixo contraste, como um embaçado. O gradeado fornece resultados próximos à melhor acuidade visual desejável, mas como há elevado grau de dificuldade para aplicá-lo clinicamente, é reservado para propósitos de pesquisa. Como se notou, a tabela de Snellen não é a única forma de tirada de acuidade visual. Existem muitas formas de se fazer essa medida, pois uma criança não responde ao teste 27 Projeto CAPAZ Intermediário – Acuidade Visual como um adulto. E no caso de uma pessoa com dificuldade em certo tipo de teste, ela pode ser avaliada de outra forma. A medida também envolve fatores psicológicos e fisiológicos do examinado, por isso existem determinados testes e forma de avaliação que se aplicam levando-se em consideração essa variação de fatores. FINALIZAÇÃO Nesta aula vimos o que é a acuidade visual, qual a sua importância no dia a dia da óptica, aprendemos como fazer e como anotar os resultados obtidos nos testes. Faça os exercícios e utilize o formulário on-line de reavaliação pós venda que disponibilizamos neste módulo e na área restrita do site www.icoopesp.com.br. Continue acompanhando as aulas deste módulo e faça bom proveito. 28