Jornal_Ed.04_Out a Nov_2015.cdr - CRMV-PE
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Órgão Oficial do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Pernambuco - CRMV-PE - Ano XXXIV - Nº 04 - outubro a dezembro/2015 Outubro Pet Rosa teve apoio do CRMV-PE pág. 05 Limites Éticos e Legais no uso da Propaganda na Medicina Veterinária Pág 03 Notação de RT terá validade de 12 meses Pág 04 Pernambuco participou de inquérito nacional de Influenza Aviária e doença de NewCastle Pág 06 Mesmo em época de crise, exposição Nordestina tem saldo positivo Pág 07 Prêmio Erivânia Camelo Pág 08 Audiência na câmara debate a importância do médico veterinário na Saúde Pública. Pág 08 O mosquito Aedes aegypti e as doenças dengue, chikungunya e zika Pág 09, 10 Rua Conselheiro Theodoro, 460 Zumbi - Recife - Pernambuco CEP 50.711-030 Fones: (81) 3797.2517 e 3797.2506 E-mail: [email protected] Site: www.crmvpe.org.br DIRETORIA EXECUTIVA Erivânia Camelo de Almeida Presidenta Geraldo Vieira de Andrade Filho Vice-Presidente Késia Alcântara Queiroz Pontual Secretária Geral Maria Luiza de Melo C. da Costa Tesoureira CONSELHEIROS TITULARES João Alves do Nascimento Júnior Valderedes Mar ns da Silva Paulo Ricardo Magnata da Fonte Maria Claudia Ribeiro Agra Jádson Queirós Alves Júnior Mariana Gomes Siqueira CONSELHEIROS SUPLENTES João Ferreira Caldas Élton Figueiroa Medeiros de Souza Marcos André Fernandes Francisco Hermano Cavalcan Maria José de Sena Em meio a gravíssima epidemia causada por arboviroses (dengue, chikungunya e Zika) que tem assolado o Brasil, especialmente Pernambuco, devemos ter em mente que o Médico Veterinário tem importante significado no enfrentamento destas enfermidades. Pois somos profissionais com múltiplas habilidades e podemos atuar de forma incisiva junto à população. Inúmeros casos de dengue e surtos de novas doenças, como zika vírus e chikungunya têm ocorrido diariamente e as ações de combate ao vetor das três enfermidades, Aedes aegypti, foram intensificados. Atualmente, a proliferação do mosquito é considerada um dos principais problemas de Saúde Pública no Brasil e, embora muitos esforços tenham sido empreendidos no controle dos focos, a dispersão do mosquito tem ocorrido de modo extraordinário, resultado da facilidade da sua repro- dução e outros fatores como urbanização, desequilíbrio ambiental, etc. O fato é que a demanda crescente ampliou a necessidade de profissionais de saúde com conhecimento e raciocínio em epidemiologia, capacidade de trabalhar em equipe, liderança e atitude para atuar de forma estratégica e preventiva, principalmente nas esferas municipal e estadual. Essa é uma oportunidade histórica de demonstrar nosso valor. Fato é que, todos os médicos veterinários e zootecnistas, servidores públicos ou autônomos podem colaborar adquirindo conhecimento sobre a epidemiologia destas enfermidades e sobre a biodinâmica do Aedes aegypti , atuando como multiplicadores das informações necessárias para controlar, evitar a dispersão e o aumento da densidade do mosquito junto à população. Sabemos, por formação que a prevenção é mais racional e envolve muito menos custos. Por fim, podemos praticar a lógica de uma Saúde Única, que já vem sendo apontada como diretriz pela Organização Mundial da Saúde Animal, no instante em que nos conscientizamos de que também fazemos parte da população, com o diferencial de podermos atuar exarando conhecimento profissional. Reforçamos algumas recomendações como a eliminação de locais com acúmulo de água e lixo (vasos de plantas, garrafas pet e pneus); use repelentes, há informações disponíveis sobre repelentes naturais de baixo custo, use mosquiteiros. Colocar telas em janelas e portas é uma boa medida; tenha a disposição o número de telefone da Secretaria Municipal de Saúde do local para informar locais onde foi verificado a existência de larvas. Estejamos prontos para sermos úteis, é necessária a mobilização de todos, faça parte desta luta. Rápidas - Agenda de Eventos em 2016 ASCOM/CRMV Revisão Socorro Monteiro (81) 97118.2213 Jônathas Souza 13 e 14 maio 200 25 28 2 Limites Éticos e Legais no uso da Propaganda na Medicina Veterinária Alberto Neves Costa, Méd. Vet., CRMV-PE nº 0382, MSc., PhD Assessor Técnico do CRMV-PE e Acadêmico Titular da APMV A globalização dos mercados vem contribuindo de forma significativa para o acirramento na competição pela oferta de produtos e equipamentos. Neste cenário, percebe-se que as profissões da área de saúde, dentre as quais a Medicina Veterinária, despertam cada vez mais a cobiça de diferentes segmentos empresariais, com ênfase nas indústrias farmacêutica, de equipamentos médicos e de produtos biotecnológicos. Observa-se que os crescentes avanços técnico-científicos nas especialidades médico-veterinárias passaram a oferecer serviços diferenciados, principalmente no mercado pet – alimentos; medicamentos veterinários; serviços e cuidados com os animais; equipamentos, acessórios e produtos para higiene e beleza. Este setor cresce de forma vertiginosa apoiado em estratégias mercadológicas cada vez mais competitivas que visam influenciar as escolhas dos consumidores, as quais podem gerar distorções sérias nas práticas comerciais. No tocante à cadeia de distribuição de medicamentos, rações e equipamentos, o Médico Veterinário vem exercendo grande influência na aquisição destes produtos pelos consumidores/clientes, fato que o torna alvo de assédio preferencial por parte das empresas interessadas no uso de sua imagem em propagandas e no aumento da prescrição de seus produtos. Este tipo de assédio se traduz na oferta de brindes, auxílio financeiro para participação em feiras e congressos e recebimento de honorários. A questão é que tais relações financeiras geram conflitos de interesse entre médicos veterinários e corporações. Deve ser ressaltado que a integridade do profissional pode ser fragilizada por ações de marketing empresarial e pelas benesses ofertadas pela indústria veterinária, com reflexos em sua atuação laboral. Creio ser oportuno destacar normativas do CFMV sobre publicidade na Medicina Veterinária, uma vez que a auto-regulamentação profissional é uma delegação do Estado. A Resolução CFMV nº 780, de 10/12/2004, define no seu Artigo 1º que “Será entendido como publicidade a divulgação pública, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação, de atividade profissional resultante de iniciativa, participação e/ou anuência do Médico Veterinário”. Deve ficar claro que a publicidade médico-veterinária obedece a premissas éticas e legais de cunho educativo, sendo assim não pode ser comparada àquelas de viés comercial. O Médico Veterinário deve ficar atento para não incorrer em infrações éticas quando do exercício profissional, uma vez que a propaganda de medicamentos e outros produtos veterinários podem influenciar sua prescrição e/ou recomendação aos clientes. A citada Resolução enfatiza que “É vedado ao Médico Veterinário: a) permitir a inclusão de seu nome em propaganda enganosa de qualquer natureza; b) fazer publicidade de método ou técnica desprovidos de comprovação científica e c) fazer consulta, diagnóstico ou prescrição de tratamento através de veículos de comunicação de massa (Artigo 3º)”. Isto não impede que ele se valha de diferentes meios de divulgação para prestar informações, conceder entrevistas e publicar artigos que tratem de temas médicoveterinários, desde que com fins educativos e de interesse social (Art. 7º). Porém, o profissional não pode veicular publicidade de produtos, bem como logomarca e logotipo, através de receituários, laudos, atestados e carteira de vacinação (Art. 11). Como a relação com o segmento empresarial se inicia no ambiente acadêmico, durante visitas e/ou re- alizações de seminários, demonstrações técnicas etc., é imprescindível limitar a influência dos propagandistas nas universidades para não comprometer a formação profissional dos alunos, com reflexos negativos na sua trajetória profissional (conflitos de interesse). Cabe aos professores zelar pela formação moral e ética dos seus alunos, contribuindo na melhoria do senso crítico e na tomada de decisões no âmbito profissional. A Resolução CFMV nº 722/12, (Código de Ética do Médico Veterinário), estabelece que a profissão seja exercida evitando qualquer forma de mercantilismo (inciso II do Artigo 6º) e que é vedado ao Médico Veterinário “Divulgar informações sobre assuntos profissionais de forma sensacionalista, promocional, de conteúdo inverídico, ou sem comprovação científica” (Art. 13) e “permitir que seus serviços sejam divulgados como gratuitos” (Art. 22). Por fim, reitera que “Comete falta ética o Médico Veterinário que participar da divulgação, em qualquer veículo de comunicação de massa, de assuntos que afetem a dignidade da profissão” (Art. 33). Cabe-nos alertar os colegas para a necessidade de manter uma relação transparente com a indústria de produtos e serviços veterinários, evitando, assim, possíveis conflitos de interesse decorrentes da economia de mercado, bem como atentar para a legislação emanada do CFMV, que no uso de suas atribuições legais estabelece os critérios específicos e norteadores da publicidade e da propaganda veiculada por profissionais e empresas/estabelecimentos que prestam serviços veterinários, bem como para materiais impressos e veículos de comunicação de massa relacionadas com a atuação dos profissionais inscritos no Sistema CFMV/CRMVs. 3 Anotação de RT terá validade de 12 meses O Conselho Federal de Medicina Veterinária publicou no Diário Oficial da União, em outubro, a Resolução de nº 1101/2015 que aborda as regras sobre a vigência das anotações de responsabilidade técnica. A publicação que também altera parcialmente a Resolução CFMV nº 1091/2015 torna obrigatória a renovação anual das Anotações de Reponsabilidade Técnica (ART), fazendo com que as mesmas sejam renovadas ao fim deste período de 12 meses, senão serão canceladas automaticamente. Antes as notações de RT tinham um prazo indeterminado, com a nova resolução os contratos firmados até o dia 13 de outubro de 2015, terão a seguinte validade: - Contratos com prazo indeterminado: terão validade até o dia 14 de outubro de 2016, desde que homologada a anotação de responsabilidade técnica (ART) pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária de Pernambuco (CRMV-PE). - Contratos com prazo determinado superior a 12 meses: a vigência cons4 tante no contrato fica mantida, desde que a anotação de responsabilidade técnica (ART) tenha sido homologada pelo CRMV-PE até 13 de outubro de 2015. Depois de expirada a vigência inicial, a ART poderá ser prorrogada, desde que observado o limite máximo de 12 meses. - Contratos com prazo determinado inferior a 12 meses: mantida a vigência do contrato desde que a anotação de responsabilidade técnica (ART) tenha sido homologada pelo CRMV-PE. Depois de expirada a vigência inicial, a ART pode ser prorrogada, desde que observado o limite máximo de 12 meses. Os contratos firmados após 14 de outubro de 2015, ou seja, após a publicação da Resolução CFMV nº 1091/2015, passam a seguir as seguintes regras: - Contratos com prazo indeterminado: vigência de 12 meses, contados da data de assinatura, desde que homologada a anotação de responsabilidade técnica (ART) pelo CRMV-PE. - Contratos com prazo determinado superior a 12 meses: a vigência passa a ser de 12 meses, contados da data de assinatura, desde que homologada a ART pelo CRMV-PE. prazo muito longo, mas com a data limite de validade o contrato obrigatoriamente será refeito o que permite ao profissional negociar o salário e as horas trabalhadas”, explicou o chefe da fiscali- Contratos com prazo zação do CRMV-PE, Ivadeterminado inferior a 12 nildo Porto. meses: fica mantida a vigência constante no O Responsável Técnicontrato, desde que a ano- co é o profissional capacitação de responsabilidade tado, prestador de serviço técnica (ART) tenha sido autônomo ou empregado homologada pelo CRMV- que responde técnica, PE. Depois de expirada a ética e legalmente pelos vigência inicial, a ART seus atos profissionais e poderá ser prorrogada, pelas atividades peculidesde que observado o ares à Medicina Veterilimite máximo de 12 nária ou Zootecnia, exermeses. cidas pelas empresas nas quais atua. Ele está preA Resolução CFMV sente, por exemplo, nas nº 1101/2015 prevê que indústrias de carne, superconsultórios veterinários mercados, biotérios, zoonão constituídos sob a lógicos, pet shops, casas forma de pessoa jurídica e agropecuárias, entre ouaqueles sob a forma de tros. Empresa Individual de Responsabilidade LimitaToda Anotação de da ou Ilimitada estão dis- Responsabilidade Técnica pensados do recolhimento (ART) firmada entre o da taxa de renovação. profissional e o estabeleNestes casos, a Declara- cimento deve ser apreção de Responsabilidade sentada ao CRMV-PE paTécnica substitui a ART. ra que analise e homologue o contrato. “ A nova resolução dá uma maior segurança ao profissional, pois muitas vezes era feito um único contrato e o profissional ficava amarrado a ele por Outubro Pet Rosa teve apoio do CRMV-PE No mês da campanha do Outubro Rosa, o Conselho Regional de Medicina Veterinária de Pernambuco – CRMV-PE apoiou o outubro pet rosa, um evento realizado em parceria com o departamento de medicina veterinária da UFRPE que tinha como objetivo divulgar informações sobre tumores de mama em cadelas e gatas aos tutores desses animais. O lançamento do Outubro Pet Rosa ocorreu no dia 14 de outubro no Campus Dois Irmãos da UFRPE, em frente ao Hospital Veterinário Escola, com instalação de posters e distribuição de panfletos e brindes. Na ocasião, os tutores desses animais foram orientados a realizar o exame de apalpação nas mamas e, em caso de nódulos, as cadelas e gatas foram submetidas a exames de citologia. Muitos não sabem, mas a incidência da doença pode ser alta em cães e gatos, principalmente nas fêmeas. A prevenção da doença é fundamental, e deve ser feita por meio da castração precoce, além da observação constante de seu animal e consultas frequentes ao médico veterinário. No dia do evento 33 animais foram submetidos à citologia e destes 32 tiveram tumores de mama. O câncer é uma doença que atinge, principalmente, animais de estimação e pode ser desenvolvida por alguns fatores, como a idade avançada, a exposição à poluição, entre outros. Normalmente, a doença atinge animais mais velhos e que não foram castrados ou que foram castrados após diversos cios. Cerca de 60% das cadelas e 25% das gatas apresentam câncer de mama. Todavia nas gatas quando há o tumor em 90% das ocorrências, é maligno. Quando o animal é castrado antes do 1º cio, só tem 0,5% de chance de desenvolver câncer de mama, quando a castração é no 2º ou 3º cio o risco aumenta para 8%. “Utilizar anticoncepcionais em gata aumenta em quase 100% as chances de desencadear a doença”, explicou a médica veterinária Catarina Sepulveda. De acordo com a coordenadora do projeto, professora Márcia Pereira, os tumores mamários representam a neoplasia mais frequente em cães e a segunda em gatos. A professora afirma que diversos fatores de risco associados à ocorrência de tumores de mama são reconhecidos, incluindo idade, o uso de progestágenos, a pseudociese e a obesidade. A castração precoce é a forma mais indicada de prevenir a proliferação de tumores mamários, e deve ser feita preferencialmente antes do primeiro cio das fêmeas. Deixar o animal cruzar ou ter uma ou mais gestações, ao contrário do que muitos pensam, não previne o câncer de mama. A importância dos exames também é fundamental. Atualmente já existem vários tipos de tratamento contra a doença. Caso o animal seja identificado com o câncer, o mais indicado é a cirurgia para extração dos tumores ou das mamas. Em casos mais extremos, além da cirurgia, pode ser feita a quimioterapia antineoplásica. Durante o evento ainda foram realizadas palestras para médico veterinários e estudantes, tanto no hospital veterinário da UFRPE como no CRMV-PE, com o intuito de atualizar os conhecimentos a respeito de tumores mamários em cães e gatos. “ Nos questionários que aplicamos 73% dos tutores não possuíam animais castrados e 68% não conheciam nenhum fator que estivesse relacionado ao aparecimento do câncer de mama nos animais”, relatou Márcia Pereira Outros eventos foram realizados em praças e parques da cidade do Recife, com distribuição de material informativo. 5 Pernambuco participou de inquérito nacional de Influenza Aviária e doença de NewCastle Desde outubro, a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco – ADAGRO - realizou coletas de amostras nas granjas do Estado para compor o inquérito soroepidemiológico, que tem por finalidade verificar a circulação do vírus da Newcastle e da Influenza Aviária em todos os estados brasileiros. O trabalho de coleta foi finalizado em dezembro. A sorologia é uma das etapas do Sistema de Vigilância Brasileira para Avicultura e visa habilitar o plantel avícola industrial do Brasil como livre dessas doenças, possibilitando a abertura de novos mercados que exigem a certificação de sanidade das aves. “Foram oito semanas de um trabalho que contou com a ação de 10 equipes e mais de 50 funcionários da Adagro. Foram coletadas amostras em 276 granjas, num total de 500 visitas feitas a granjas de todo o estado. Das 276 amostras, 200 foram do tipo granjas de corte, 56 de poedeira comercial, 14 de matrizes e 6 de codornas. No total, foram amostrados 324 núcleos, sendo 3270 soros de aves e 1308 suabes (traqueia e cloaca)”, detalhou a coordenadora do Inquérito e chefe da Unidade Estadual de Defesa Animal, Elayne Gonçalves. Todas as amostras coletadas foram enviadas ao 6 Lanagro, de Campinas-SP, laboratório oficial responsável por analisar tais doenças. O Estado de Pernambuco possui 882 granjas cadastradas e capacidade de alojamento para 25 milhões de aves. O estudo está sendo realizado em todo o território nacional e os resultados serão apresentados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa. A influenza aviária nunca foi detectada no Brasil, sendo considerada uma doença exótica em todo o território nacional. Ela é uma doença altamente contagiosa, transmitida por vírus, que ocorre em aves e menos comumente nos mamíferos, e causa diversos prejuízos relacionados à mortalidade nos plantéis avícolas comerciais. Já a doença de Newcastle foi registrada pela última, vez no país, em 2006, no estado do Rio Grande do Sul com focos isolados e em aves de fundo de quintal. A doença é uma enfermidade viral, aguda, altamente contagiosa, que acomete aves silvestres e comerciais, com sinais respiratórios, frequentemente seguidos por manifestações nervosas, diarréia e edema da cabeça. A manifestação clínica e a mortalidade variam segundo a patogenicidade da amostra do vírus. Ela pode ser prevenida por meio de vacina. Novo manual de RT trará novidades Acompanhando as novas demandas do mercado de trabalho na área da medicina veterinária e da zootecnia, o Conselho Regional de Medicina Veterinária de Pernambuco (CRMV-PE) vai lançar a segunda edição do Manual do Responsável Técnico – Normas e procedimentos, com o objetivo de fornecer novos subsídios e orientação técnica atualizada aos profissionais que exercem a responsabilidade técnica no Estado. O manual traz uma série de informações úteis e indispensáveis ao bom desempenho profissional de médicos veterinários e zootecnistas, quer já estejam exercendo a RT ou iniciando suas atividades profissionais. “ Essa atualização é de extrema importância e foi necessária, pois, hoje, temos 19 possibilidades de responsabilidade técnica”, explicou o assessor técnico do CRMV-PE, Alberto Neves. Esta edição atualizou conceitos e incluiu novas áreas da responsabilidade técnica, tais como: laboratórios de patologia, diagnóstico e análises clínicas; unidades de vigilância de zoonoses; unidades móveis de esterilização e educação em saúde; haras, jóqueisclubes e outras entidades hípicas; biotérios e centros de criação de animais experimentais; e canis, gatis, hotéis, escolas de adestramento e empresas locadoras de cães de guarda e congêneres. No novo manual também foram listados os principais sítios de interesse para o Responsável Técnico, siglas operacionais de vários processos e normas e legislações específicas nas diferentes áreas. O manual ainda traz como novidade o livro de registro de ocorrências, que será disponibilizado a todo RT no momento da homologação e/ou renovação da ART junto ao CRMV-PE. No livro, que é de uso exclusivo do RT, deverá ser registrada todas as visitas ao estabelecimento, bem como as ocorrências que estejam em desacordo com os dispositivos legais e as recomendações que precisem ser regularizadas. Este livro deverá ser mantido no estabelecimento à disposição dos fiscais do CRMV-PE e de outros órgãos de fiscalização. Tudo isso, para aperfeiçoar os procedimentos administrativos e de fiscalização exigidos no âmbito do sistema CFMV/CRMVs, bem como contribuir para uma melhor formação técnica dos profissionais. Apenas o exercício competente e ético da responsabilidade técnica traz a simpatia e a confiança da sociedade, seja meio da prestação de bons serviços, que se traduzem na qualidade dos produtos de origem animal oferecidos ao consumo, tanto do ponto de vista higiênico-sanitário, como da segurança alimentar, assim como na garantia do bem-estar dos animais. O CRMV-PE além de lançar uma atualização do Manual do Responsável Técnico – Normas e Procedimentos também irá promover uma série de seminários específicos nas diversas áreas de atuação profissional do médico veterinário e do zootecnista, tanto no Recife, quanto no interior do Estado. Os seminários serão gratuitos e a programação já está disponível no site do CRMV-PE, no link Agenda de eventos e será divulgada também por meio da nossa fan page no facebook. 7 Erivânia Camelo recebe prêmio da Avipe Durante o III Encontro da Avicultura de Pernambuco, a presidenta do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Pernambuco – CRMV-PE, Erivânia Camelo recebeu uma homenagem do setor avícola pelos relevantes serviços prestados a avicultura do nosso Estado. O evento que foi realizado pela Associação de Avicultura de Pernambuco (Avipe) e tinha como objetivo discutir as perspectivas do setor no cenário nacional e internacional, visto que o Brasil é o maior exportador de carne de frango e que Pernambuco é o maior produtor de frango e ovos do Nordeste. Estavam presentes no encontro o Secretário de Agricultura e Reforma Agrária, Nilton Mota, a economista Tânia Bacelar, o exministro de Agricultura e presidente da ABPA, Francisco Turra e o presidente do IPA, Gabriel Maciel. Para Erivânia a parceria do setor público com o setor privado é de extrema importância para o crescimento dos diversos setores ligados a agricultura: “a fiscalização não existe só para penalizar, afinal os problemas sanitários não tendem a ser individuais, e é preciso proteger essa cadeia que é tão organizada do ponto de vista tecnológico e que também assegura o emprego de tantas famílias”, disse Camelo. Em julho, todos os RTs que atuam na sanidade avícola foram convocados pelo CRMV-PE para um encontro cujas discussões visaram um melhor entendimento dos riscos da influenza aviária, que chegou no EUA, e trabalhar preventivamente para que Pernambuco não registre casos da doença. Audiência na câmara debate a importância do médico veterinário na Saúde Pública. Em novembro foi promovida uma audiência pública na Câmara de vereadores do Recife para discutir a importância do médico veterinário na saúde pública, sobretudo nas equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf). O plenarinho ficou lotado de representantes da classe que estavam vestidos de verde, que trazia os seguintes dizeres “Médico veterinário também cuida de gente, embora muita gente não saiba disso”. O debate foi conduzido pelo vereador Eurico Freire, que convidou para fazer parte da mesa a Presidente do Sindicato dos Médicos Veterinários Elisa Araújo, a presidente do Conselho Regional de Veterinária, Erivânia Camelo, a secretária executiva de Gestão do Trabalho, Educação e Saúde, Kamila Matos; e a secretária executiva de Vigilância e Saúde, Cristiane Penaforte, ambas da prefeitura do Recife. Elisa Araújo começou relatando a defasagem profissional que há na vigilância do Recife, onde existem cerca de 30 veterinários na Prefeitura da cidade, quando seriam necessários pelo menos mais 80. Ela ainda acrescentou que as equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), do Recife, não têm veterinários, a exemplo do que ocorre em equipes semelhantes de outras grandes cidades. 8 Já para a presidente do CRMV-PE, Erivânia Camelo, ressaltou a importância do Recife ter médicos veterinários nas equipes do Nasf, visto que muitos municípios se espelham nos modelos adotados pela capital. Ela ainda ressaltou a importância da criação do serviço de inspeção municipal. “ Muitos mercados que estão na fila para registro na Adagro, órgão estadual, poderiam estar realizando o registro no órgão municipal, gerando assim mais receita para o município”, finalizou. A secretária executiva de Vigilância e Saúde, Cristiane Penaforte disse que a prefeitura do Recife tem 21 equipes do Nasf e que nelas não há a presença do médico veterinário. “Quando a atual gestão assumiu, havia um concurso público vigente e tínhamos que realizar a contratação de dez. Cumprimos nossa obrigação. Ao fim da audiência foi criada uma comissão, formada por médicos veterinários, representantes da Prefeitura do Recife, e do vereador Eurico Freire, para estudar a possibilidade de aumentar o número desses profissionais no quadro de pessoal da Prefeitura do Recife e também de encontrar formas de divulgar a importância da categoria para a sociedade. O mosquito Aedes aegypti e as doenças dengue, chikungunya e zika Autora: Denise S. C. de Oliveira S. Veterinária especialista em Saúde Pública O Aedes. aegypti é originário do Egito. A dispersão pelo mundo ocorreu da África: primeiro da costa leste do continente para as Américas, depois da costa oeste para a Ásia. As teorias mais aceitas indicam que o A. aegypti tenha se disseminado da África para o continente americano por embarcações que aportaram no Brasil com o tráfico de escravos ( MS 2016). Para sobreviver na natureza a fêmea do mosquito precisa de sangue para a produção de seus ovos. O Aedes aegypti é um mosquito doméstico que se adaptou bem aos centros urbanos, que tem hábitos diurnos e alimenta-se de sangue humano preferencialmente ao amanhecer e ao entardecer. Porém se há uma infestação grande do mosquito, é possível buscar o alimento em qualquer horário do dia. A fêmea adulta do Aedes vive cerca de 30 a 45 dias e, nesse período, pode contaminar até 300 pessoas e voar cerca de 300 metros (três quarteirões). O mosquito produz em média 450 ovos e deposita seus ovos em locais que possam acumular água. Os ovos podem permanecer viáveis em local seco, sem água até 1 ano. Para garantir a perpetuação de sua espécie, as fêmeas distribuem os ovos por diversos criadouros que possam vir ou contenham água de preferência limpa e parada. Se a fêmea estiver infectada pelo vírus da dengue ou de chikungunya, quando realizar a postura de ovos, há a possibilidade das larvas já nascerem com os vírus. Quanto ao vírus da zika, ainda não se sabe se o mosquito pode transmitir para os seus ovos. O Aedes aegyti é um potencial transmissor de muitas viroses, entre elas as Arboviroses, e no Brasil ele tem sido responsável pela transmissão de 4 vírus da dengue. Em 2014 foi detectada a entrada do vírus chikungunya na Bahia e mais recentemente em abril de 2015 foi detectada por pesquisadores baianos a presença do vírus zika circulando no nordeste do Brasil. Todas são arboviroses que tem provocado grandes epidemias no nosso país. Perguntas mais frequente sobre essas doenças: Como podemos diferenciar dengue, zika e chikungunya? As três enfermidades são muito semelhantes e muitas vezes são difíceis de diferenciar no início da doença. No entanto com dengue e chikun- gunya observa-se febre alta, o que não é frequente com a infecção pelo vírus da zika. Os sintomas da Zika são mais brandos e a recuperação é muito rápida. Lembrando que as crianças e idosos devem ter um olhar diferenciado referente a essas doenças valorizando a hidratação oral e repouso ao iniciar essas doenças. Quais são sintomas dessas doenças? É comum aparecer nas três doenças sintomas como: cefaleia, astenia, fadiga, mialgia, artralgia, lombalgia, alteração no paladar, dor retro-orbitária, e o rash é mais comum em chikungunya e zika, embora dengue também possa apresentar esse sintoma. Dengue: Podemos ser infectado 4 vezes por 4 vírus diferentes da dengue, porque não existe imunidade cruzada entre eles. A doença pode evoluir para forma mais grave da doença sendo maior o número de óbitos observado entre essas arboviroses. Os sinais de gravidade são: dor no abdômen, vômitos persistentes, dispneia, extremidades frias ou cianose, tontura ou desmaio, melena ou outro sangramento. Qualquer um desses sintomas indica a necessidade de um atendimento médico de urgência. A maneira mais eficaz de prevenir formas graves é a hidratação oral durante todo o período da doença. Beber grande quantidade de água, sucos, chá e o repouso, são medidas necessárias para evitar complicações dessas enfermidades causadas pelas arboviroses. Chikungunya: A maioria das pessoas se sente melhor dentro de oito dias; chama atenção a artralgia intensa nos membros inferiores e superiores. Estomatite e úlceras orais podem aparecer. Em algumas pessoas, a artralgia pode persistir por meses ou anos, pois há possibilidade de desenvolver doença articular crônica, sendo indicados a fisioterapia e acompanhamento médico. Os sintomas podem ser graves e incapacitantes. Pessoas em situação de risco para doença mais grave incluem recém-nascidos infectados em torno do momento do nascimento, idosos (≥65 anos) e pessoas com doenças pré-existentes como a pressão arterial elevada, diabetes, doença cardíaca ou renal. Uma vez que uma pessoa tenha sido infectada, 9 ela se torna protegida de novas infecções pelo virus Chikungunya. Também tem sido observado sintomas neurológicos como encefalites, meningoencefalites, mielites . Zika: A doença é geralmente leve com sintomas que duram em torno de uma semana. Cerca de uma em cada cinco pessoas infectadas com o vírus Zika podem manifestar a doença. A doença grave é incomum e mortes são muito raras. A gravidade da infecção por zika é possibilidade da gestante quando doente, transmitir ao bebê que poderá ou não desenvolver microcefalia. Embora já estão sendo publicados artigos que mostram a possibilidade da transmissão sexual, por saliva do vírus da Zika, a transmissão por vetor ainda é a mais relevante para a transmissão e expansão da epidemia. As enfermidades causadas por Arboviroses como dengue, chikungunya , zika entre outras, assim como bacterioses ou outras enfermidades infecciosas, podem levar a um quadro da síndrome de Guillain Barré após o quadro infeccioso. Esse quadro da síndrome é raro, contudo, após a infecção dessas doenças, é bom ficarmos atentos para os sintomas como forte fadiga, formigamento, fraqueza muscular e às vezes sensação de aperto no tórax lembrando um cinto apertado. Diante de esses sintomas, procurar uma urgência para receber precocemente o tratamento médico indicado evitando complicações mais graves. Recomendações importantes: Beber líquido durante o período da doença é fundamental, principalmente durante os seis primeiros dias do início dos sintomas. A hidratação oral pode evitar formas mais graves da dengue e evitar a morte; tomar medicamentos, como paracetamol ou dipirona para aliviar a febre e dores; não tomar aspirina e outros medicamentos anti-inflamatórios não esteróides (AINE), como ibuprofeno e naproxeno, sem avaliação médica; diabéticos e pessoas com doenças crônicas devem ser avaliados pelo profissional médico. Como podemos nos proteger do mosquito Aedes? Usar vestimentas que não exponham muito o corpo; 10 usar repelentes e evitar fazer aplicação na face e mãos; proteger-se principalmente durante o dia, quando os mosquitos são mais ativos principalmente do amanhecer ao anoitecer; aplicar protetor solar primeiro e depois o repelente; gestantes devem dar preferência aos repelentes à base de Icaridina, DEET, IR3535. Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que dormem durante o dia (por exemplo: bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos). Para redução das picadas por mosquitos em ambientes fechados, recomenda-se o uso de inseticidas doméstico em aerossol, espiral ou vaporizador. Instalação de estruturas de proteção no domicílio como tela em janelas e portas também podem reduzir as picadas. Essas recomendações devem ser adotadas principalmente por gestantes, idosos e crianças e pessoas com doenças crônica grave ou acamadas. Destruição de focos do mosquito Aedes. aegypti: Mantenha bem vedados os recipientes que acumulam água para uso doméstico ou comercial; retire do imóvel qualquer depósito que possa acumular água e se tornar um potencial foco do vetor; mantenha fechadas lixeiras ou outros recipientes que possam servir para focos do mosquito: observar e eliminar estruturas físicas ou recipientes que acumulem água; manter vasos sanitários fechados; os ralos devem ser tratados com cloro e usar telas de proteção; manter calhas limpas e verificar a tampa ou rachaduras em caixa de água; manter quintais, jardins, áreas externas limpas e livres de entulhos. Essas são algumas recomendações que podemos adotar no nosso cotidiano. Para denunciar focos do vetor na cidade do Recife, faça um registro pela internet no formulário que pode ser encontrado no site: http://www2.recife.pe.gov.br/servico/ouvidoriamunicipal-da-saude ou através ouvidoria do Recife 0800 – 2811520. Se você reside em outras cidades do estado de Pernambuco, deve buscar o site de sua prefeitura ou o telefone do setor que compete o combate ao vetor na Secretaria de Saúde Municipal.
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