palestra - Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
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palestra - Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
Integração regional e cooperação científica e tecnológica na América Latina: desafios e oportunidades∗ Clélio Campolina Diniz∗∗ Introdução Este texto tem objetivo restrito e pretende apenas indicar alguns breves apontamentos para reflexão sobre as atuais condições que circundam as perspectivas da integração regional da América Latina, uma temática que integra recorrentemente a agenda política e econômica dos países da região. O trabalho é dividido em quatro partes. Primeiramente, discute-se a natureza da tecnologia contemporânea, buscando sublinhar a estreita vinculação entre os conhecimentos tecnológico e científico, de modo a demonstrar que a tecnologia usualmente empregada atualmente no mundo é intensiva em ciência, o que demarca uma íntima relação entre educação, ciência e tecnologia. Esse caráter complexo da tecnologia contemporânea, que cada vez mais se relaciona e depende intensamente do conhecimento científico produzido nas universidades, centros de pesquisa e laboratórios públicos e privados, tem requerido a mobilização e alocação de montantes crescentes de recursos. Tal situação impositiva aos Estados Nacionais é avaliada na segunda seção, que apresenta em seus traços principais o contexto mundial da C&T. A terceira e quarta seções visa contrastar a realidade latino-americana a este pano de fundo mais amplo, de modo a identificar os limites e as possibilidades da integração regional da América Latina. Na última parte, são apresentadas algumas considerações conclusivas. ∗ Versão preliminar; não citar. Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); Professor titular aposentado do Departamento de Economia e do Centro de Planejamento Regional (CEDEPLAR) da Faculdade de Ciências Econômicas (FACE) da UFMG. ∗∗ 1|Página 1) A importância da educação, ciência e tecnologia para o desenvolvimento econômico A educação, a ciência e a tecnologia têm sido reconhecidas como pilares essenciais do desenvolvimento econômico e social. No campo das ciências econômicas, de modo mais específico, esse reconhecimento ocorreu no momento mesmo de sua constituição como disciplina autônoma, a partir da publicação, em 1776, do livro A Riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas causas, de Adam Smith. Desde então, uma longa história intelectual foi paulatinamente construída, em sucessivas contribuições elaboradas sob distintas e muitas vezes antagônicas perspectivas teóricas, permitindo elucidar e problematizar o papel crucial que a educação, a ciência e a tecnologia desempenham no bojo das transformações estruturais da sociedade. Adam Smith, Fredrich List, Karl Marx, Joseph Schumpeter, Alfred Marshall – para citar apenas alguns dos mais importantes teóricos clássicos que refletiram sobre a temática – identificaram o progresso técnico como elemento essencial da dinâmica das economias capitalistas, relacionandoo estreitamente a diversos processos e fenômenos críticos, tais como a acumulação do capital; a divisão técnica e social do trabalho; a produtividade dos fatores de produção; a centralização e concentração da produção e das empresas; as economias de escala; a expansão dos mercados insumidores e consumidores; as externalidades; a reconfiguração do mercado de trabalho, etc. Mais recentemente, novos modelos teóricos e empíricos voltaram a reconsiderar com mais atenção a importância da inovação tecnológica, parametrizada, por exemplo, em gastos efetuados em P&D e capacitação de pessoal, buscando demonstrar que sem a introjeção de progresso técnico a dinâmica de retornos crescentes pode vir a ser constrangida e a reprodução ampliada do capital obstruída, o que debilitaria as bases do desenvolvimento econômico. Um aspecto importante a ressaltar e que não pode escapar a nenhuma análise a respeito da inovação tecnológica é que a interação entre educação, ciência e tecnologia veio se acentuando ao longo do próprio desenvolvimento da moderna sociedade urbano-industrial. De fato, a Revolução Industrial que emergiu primeiramente na Inglaterra no final do século XVIII foi impulsionada por técnicas e métodos implementados e melhorados por homens práticos, 2|Página envolvidos na resolução de problemas específicos com os quais se defrontavam no cotidiano de suas atividades, seja na fabricação direta de equipamentos, nas linhas de produção ou na gestão de suas empresas, conforme descreveu John Robson em seu clássico estudo sobre a evolução do capitalismo e a produção mecanizada: Quase todos os grandes inventores da indústria têxtil foram homens práticos, a maioria deles operativos, enfronhados nas singularidades de sua profissão, levados a enfrentar e superar, cara a cara e continuamente, certas dificuldades bem definidas, ou a fazer alguma economia particular, cuja realização era desejável (HOBSON, 1996, p. 96). No final do século XIX, essa realidade já havia se alterado substancialmente. A emergência da grande empresa oligopólica e dos trustes foi acompanhada de mudanças no caráter e nas condições objetivas da inovação tecnológica, motivadas, principalmente, pelo surgimento da química, da física e da biologia como áreas científicas robustas e de grande potencial de articulação com o setor produtivo. A constituição de laboratórios de pesquisa, compartilhado por cientistas e engenheiros dedicados exclusivamente a descobrir e aperfeiçoar produtos, métodos e processos produtivos, deu contornos profissionais e sistemáticos definitivos às atividades inovativas. Da mesma forma, surgiram e proliferaram diversas disciplinas de engenharia e ciências aplicadas, cujo foco era o de equacionar problemas e desafios tecnológicos do setor produtivo, bem como ganhou maior importância o treinamento de pessoal em áreas tecnológicas e científicas, com a finalidade de atender a crescente demanda de profissionais especializados para desempenhar funções nas mais diversas atividades relacionadas à P&D (NELSON, 2006). Essas transformações tornaram obsoleto o inventor prático orientado por seus saberes empíricos, profissionalizando de vez o processo de inovação, e, principalmente, implicaram a simbiose entre educação, ciência e tecnologia. Ou seja, promoveram o amálgama entre conhecimentos científico e tecnológico, fixando estreito vínculo entre essas duas dimensões e estabelecendo, assim, uma crescente e decisiva inter-relação das universidades e institutos de pesquisa com a esfera econômico-produtiva, o que justifica o termo frequentemente utilizado hoje de “tecnologia relacionada à ciência” para qualificar o padrão da tecnologia contemporânea. 3|Página Essa interação simbiótica entre ciência e produção foi convenientemente descrita por Nathan Rosenberg nos seguintes termos: É importante perceber que um grande avanço tecnológico em realidade assinala o início, não a sua culminância [...] Uma inovação principal [...] proporciona uma estrutura inteiramente nova para os melhoramentos tecnológicos. Essa estrutura vai frequentemente moldar, durante décadas, a pesquisa subsequente [...] O sucesso comercial no interior dessa estrutura requer numerosas invenções complementares e o desenvolvimento de tecnologias auxiliares, e essas exigências também proporcionam numerosos pontos de interesse para a pesquisa científica. Assim, uma grande quantidade de pesquisas científicas tende a ser empreendida com a intenção consciente de proporcionar ao conhecimento acréscimos percebidos como essenciais para a exploração da nova tecnologia (ROSENBERG, 2006, p. 236 e 237 – itálico no original). Portanto, vale reforçar, a tecnologia contemporânea resulta e, ao mesmo tempo, estimula intensa pesquisa científica. Essa natureza científica da tecnologia contemporânea pode ser mais facilmente apreendida pela observação dos substanciais gastos que têm sido alocados em atividades em P&D pelos estados nacionais, bem como pela constatação de que as atividades econômicas complexas de elevado teor tecnológico vêm ampliando acentuadamente sua importância relativa no produção de bens e serviços e na geração de empregos, como será avaliado na próxima seção. 2) Breves apontamentos sobre o contexto mundial contemporâneo da C&T. Dados sistematizados pela agência norte-americana National Science Foundation (NSF) em seu mais recente relatório Science and Engineering Indicators mostram que os investimentos mundiais em P&D alcançaram o montante de US$ 1,4 trilhão em 2011, montante duas vezes superior ao realizado dez anos antes, perfazendo uma taxa média de crescimento anual de 6,7% entre 2001 e 2011. Do ponto de vista espacial, esses gastos se distribuem muito assimetricamente, como pode ser observado na FIGURA 1. Do total investido em P&D, 88% são alocados pelos países da América do 4|Página Norte, Europa e Leste/Sudeste Asiático, que conformam os polos da investigação cientifica mundial. Em termos mais desagregados, essa distribuição desigual dos gastos em P&D se torna mais nítida. Apenas três países respondem por mais da metade (55%) do dispêndio global: Estados Unidos (30%), China (15%) e Japão (10%). FIGURA 1: Gastos mundiais em P&D, por regiões – 2011 US$ bilhão PPC, (%) FONTE: National Science Foundation Ao lado dessa concentração espacial, outra tendência que caracterizou as atividades de P&D no mundo durante a última década foi o crescimento acelerado dos gastos efetuados pelos países do Leste/Sudeste Asiático, particularmente a China. Os investimentos chineses em P&D cresceram em ritmo considerável, alcançando incremento médio anual de 20,7% entre 2001 e 2011, ao passo que os realizados pelos Estados Unidos e Japão registraram expansão bem mais modesta, de 4,4% e 3,5% ao ano, respectivamente, no mesmo período (NSF, 2014, p. 17). Como resultado, ocorreram alterações importantes na geografia global da P&D, com a perda de peso relativo do centro hegemônico da economia capitalista – a tríade formada pelos Estados Unidos, União Europeia e Japão, cuja participação nos gastos mundiais de P&D baixou de 77% para 62% entre 2001 e 2011 – e o maior protagonismo da China e, em menor grau, de outros países emergentes. 5|Página Esse movimento observado na dinâmica dos gastos mundiais em P&D em direção à Ásia, sobretudo no que se refere à China, se repetiu na evolução de outros indicadores de C&T. Em relação à produção científica, por exemplo, enquanto as economias desenvolvidas perderam posição relativa, países emergentes ampliaram sua presença nestas atividades fundamentais do processo de inovação. TABELA 1: Distribuição regional da produção científica mundial Total de artigos indexados na base Scopus e participação de regiões e países selecionados Região/Pais 2000 2005 2010 2013 Variação Produção Científica Mundial 1.097.150 1.514.172 2.254.409 2.502.257 128 40,25 36,28 33,16 31,93 -21 Alemanha 7,43 6,77 5,88 5,48 -26 Reino Unido 7,85 6,73 6,02 5,79 -26 Europa África 0,82 0,90 1,18 1,37 67 América do Norte 32,15 29,64 25,05 22,96 -29 Estados Unidos 29,15 26,64 22,28 20,40 -30 2,87 3,14 3,91 4,08 42 Brasil 1,25 1,51 2,08 2,24 79 Outros 1,62 1,64 1,83 1,85 14 2,48 3,18 4,32 4,87 97 18,69 24,01 29,36 31,61 69 Japão 8,51 7,02 5,26 4,58 -46 China 4,14 9,70 14,68 16,64 302 Outros 6,04 7,30 9,41 10,40 72 2,75 2,85 3,03 3,17 15 América Latina Oriente Médio Ásia Oceania FONTE: Elaboração própria – dados brutos: SCIMAGO Como ilustrado pelos dados expostos na TABELA 1, novamente a tríade EUA/UE/Japão reduziu sua participação no total mundial de artigos indexados na base Scopus. Conjuntamente, a redução relativa foi de 11,5% entre 2000 e 2013 – desempenho que ganha maior significado se for levado em conta que, no mesmo período, a produção científica mundial, mensurada pelo número de artigos indexados, teve acentuada expansão: alcançou 128% de elevação. A Ásia e, neste continente, a China, foram os grandes destaques, com ganhos relativos que se situaram acima de 12 pontos percentuais entre 2000 e 2013. 6|Página Outros indicadores que podem ser arrolados para ilustrar estas mudanças no contexto contemporâneo da C&T em escala global dizem respeito às chamadas atividades intensivas em conhecimento e tecnologia, que abrangem as manufaturas de alta tecnologia (como as indústrias aeronáutica, espacial e farmacêutica) e os serviços intensivos em conhecimento (que congregam serviços modernos comerciais, financeiros e de comunicação). As estimativas são de que estas atividades estão em curva ascendente contínua, respondendo atualmente por cerca de 27% do PIB mundial – sendo que essa participação chega a 40% do PIB dos Estados Unidos e a cerca de 30% em outras economias desenvolvidas: União Europeia, Canadá, Japão e Coreia do Sul. Contudo, já se observa um deslocamento espacial destas atividades, sobretudo no que se refere às manufaturas de alta tecnologia. Em período recente, o setor manufatureiro de alta tecnologia da China “cresceu mais de cinco vezes, resultando na escalada de sua participação global de 8% para 24%” entre 2003 e 2012, embora os Estados Unidos se mantenham como o maior fabricante de produtos de alta tecnologia e o maior fornecedor de serviços intensivos em conhecimento, respondendo por 27% e por 32% dessas atividades em âmbito mundial, respectivamente (NSF, 2014, p. 3). Nesse contexto de reconfiguração da geografia da C&T em escala global, os países da América Latina avançaram, mas em intensidade e ritmo bastante moderados quando cotejado com outras economias emergentes. De acordo com os dados apresentados na FIGURA 1, a região respondeu por uma pequena fração dos gastos mundiais em P&D, de 2,5% do total dispendido em 2011. No que se refere à produção científica, as informações disponíveis na TABELA 1 mostram que a participação do continente foi pouco superior a 4% em 2013 – valor inferior a de muitos países como Japão, Alemanha e Reino Unido, por exemplo. Essa condição periférica no contexto mundial de C&T se expressou claramente na distribuição dos pedidos de patentes. Como apresentado no GRÁFICO 1, a participação da América Latina e Caribe no total de pedidos de patentes, além de diminuir na última década, foi de apenas 2,5% em 2012, refletindo, em grande medida, a ainda limitada capacidade científica e tecnológica dos países da região. 7|Página GRÁFICO 1: Distribuição regional dos pedidos de patentes Fonte: WIPO Em resumo, os indicadores antes apresentados permitem inferir, de modo geral, que o quadro mundial da C&T vivenciou transformações importantes na última década. Houve, de fato, uma reconfiguração geográfica, como consequência de um movimento de dispersão das atividades científicas e tecnológicas em escala global, embora ainda de dimensões territoriais restritas, tendo em vista que favoreceu sobretudo o Leste/Sudeste Asiático e, especialmente, a China, país que despontou desse ciclo recente de mudanças como ator relevante no contexto internacional, enquanto as economias capitalistas hegemônicas – EUA/UE/Japão – demonstraram baixo dinamismo e perderam espaço na chamada economia do conhecimento. A América Latina, por seu turno, manteve posição periférica nesse processo, uma vez que os avanços observados foram insatisfatórios, com ritmo e alcance limitados. 8|Página A persistência dessa inserção subordinada da América Latina explicita e reatualiza velhos e novos desafios aos formuladores de políticas da região, reforçando a necessidade de se adotar estratégias mais vigorosas a fim de elevar a escala e a intensidade das atividades inovativas no continente e, assim, fixar condições mais propícias e promissoras para a superação de seu hiato tecnológico em relação a outros países e blocos econômicos. Por conta da amplitude do esforço requerido, tendo em vista a acirrada – e acelerada – competição científica e tecnológica atualmente em curso no mundo, tais estratégias devem ser pautadas por diretrizes que busquem aprofundar a articulação e a cooperação continental no campo da C&T, conciliando os programas domésticos com iniciativas compartilhadas de caráter supracional, de modo a criar as circunstâncias necessárias ao catching-up da região, propiciando bases para uma inserção externa mais autonôma e competitiva. Como será discutido na próxima seção, essa integração regional, que deve contemplar a dimensão científica tecnológica, não é um processo trivial e vem enfrentando dificuldades sucessivas ao longo da história recente. 3. Integração regional e articulação científica e tecnológica da América Latina: alguns elementos para o debate A integração regional da América Latina, compreendida como uma ampla articulação dos países nos mais variados campos, contemplando as dimensões produtiva, comercial, política e científica e tecnológica, dentre outras, é um tema recorrente – e remoto – na agenda de reformas da região. A consecução desse processo, no entanto, tem se mostrado muito mais complexa do que o imaginado, apresentando, ao longo da história, recuos e avanços que explicitam obstáculos e impedimentos de difícil remoção. Um ponto positivo a sublinhar é que, em período recente, vem se desenhando com maior nitidez um relativo consenso entre os governos locais de que a integração regional se apresenta como imperativo aos países da América Latina, em razão das transformações observadas na economia mundial. Como discutido na seção anterior, vivencia-se atualmente uma escalada científica e tecnológica sem precedentes, que cobra dos Estados nacionais a adoção de políticas públicas dispendiosas para manter e fazer avançar o posicionamento competitivo alcançado no mercado internacional, mediante a mobilização e a alocação de montantes expressivos e crescentes de 9|Página recursos direcionados a financiar atividades de pesquisa básica e aplicada, de modo a sustentar processos contínuos de inovação. Esse esforço de permanente atualização tecnológica que é imposto pelas condições atuais do mercado mundial criam diversos constrangimentos aos países em desenvolvimento, de modo geral, e aos da América Latina, em particular. Mais precisamente, torna muito mais problemáticas e incertas as políticas assentadas unicamente em iniciativas isoladas e, ao mesmo tempo, aponta para a necessidade de definição de estratégias mais amplas, que contemplem formas de articulação cooperativa de cunho supranacional, reatualizando, assim, a agenda da integração regional. A América Latina, como será apresentado a seguir, tem um baixo grau de integração regional a ser superado e grandes deficiências científicas e tecnológicas a enfrentar. 3.1. Características gerais da (des)integração regional da América Latina A integração regional consta da agenda política e econômica dos governos da América Latina e Caribe desde meados do século passado. Nas intervenções e documentos inaugurais da Cepal dos anos 1950, a integração regional foi compreendida como ação necessária complementar e essencial vinculada às políticas de industrialização dirigida, tendo em vista o entendimento de que somente por meio da articulação e complementaridade produtiva das economias nacionais da região a indústria nascente poderia contar com mercados mais amplos, beneficiando-se de ganhos de escala, e incorporar níveis crescentes de produtividade, por conta da especialização de cada país naquelas atividades em que fossem mais competitivos, propiciando, assim, uma melhor inserção do continente no mercado mundial. Conforme exposto no QUADRO 1, inúmeras iniciativas e acordos sub-regionais foram efetuados ao longo do tempo, com a finalidade de promover essa integração econômica regional. 10 | P á g i n a QUADRO 1: Iniciativas de integração regional da América Latina e Caribe Período Década de 1960 Acordo / Iniciativa Mercado Comum Centro Americano (MCCA) Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC) Grupo Andino, atualmente Comunidade Andina de Nações. Década de 1970 Caribbean Community (CARICOM) Década de 1980 Associação Latino-americana de Integração (ALADI) Década de 1990 Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) Década 2000 Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional SulAmericana (IIRSA). União de Nações Sul-Americanas (Unasul) Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP). Aliança do Pacífico Integrantes Constituído por Guatemala, El Salvador e Nicarágua, com adesão posterior de Honduras e Costa Rica. Constituído por Argentina, Brasil, Chile, México, Paraguai, Peru e Uruguai. Com posterior adesão de Bolívia, Colômbia, Equador e Venezuela. Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. Constituído por Antigua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Haiti, Jamaica, Montserrat, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, Suriname e Trinidad e Tobago. Constituído por Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai Venezuela, com adesão posterior de Cuba e Panamá. Constituído por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, com adesão de Venezuela e Bolívia (em processo de adesão). Conta ainda com os seguintes países associados: Chile, Colômbia, Peru, Equador, Guiana e Suriname (ambos em processo de ratificação). Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai, Venezuela. Constituída por Antigua e Barbuda, Bolívia, Cuba, Dominica, Equador, Nicarágua, São Vicente e Granadinas e Venezuela. Chile, Colômbia, México e Peru. Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC), Outras organizações multilaterais Antigua e Barbuda, Argentina, Bahamas, Barbados, Belize; Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, República Dominicana, Dominica, Equador, El Salvador, Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela. Banco do Sul, Banco do ALBA, Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), Banco Centro-Americano de Integração Econômica (BCIE), Banco de Desenvolvimento do Caribe (BDC), Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (FONPLATA), Fundo Latino-Americano de Reservas (FLAR), Petrocaribe. A despeito dos esforços empreendidos, sobretudo na últimas décadas, quando se assistiu o revigoramento das ações em prol da integração latino-americana, o contexto atual é de 11 | P á g i n a persistência das descontinuidades e fragmentação, com poucos nexos entre as bases produtivas de cada país e uma débil infraestrutura de comunicação (logística, transporte, telecomunicações etc.), além de uma precária e/ou insuficiente institucionalidade que permita a interação/coordenação de políticas públicas dos governos da região. A frágil integração das economias do continente é convenientemente ilustrada pelo restrito fluxo intra-regional de comércio de mercadorias. Conforme exposto na TABELA 2, apenas 27% das exportações totais de bens dos países da América do Sul e Central foram dirigidas à própria região em 2012, em contraste ao verificado na América do Norte, Europa e Ásia, cuja participação relativa dos mercados locais em suas vendas externas foi muito maior, de 49%, 69% e 53%, respectivamente. TABELA 2: Comércio intrarregional e interregional de mercadorias, 2012 (em %) Destino Origem América América do Sul e Europa do Norte Central CEI África Oriente Medio Asia Mundo Mundo América do Norte América do Sul e Central Europa Comunidade de Estados Independentes (CEI) África Oriente Medio 16,9 48,6 24,9 7,7 4,6 11,7 8,7 4,4 9,1 26,9 1,9 0,9 4,8 0,8 36,6 16,0 17,0 68,6 53,4 38,2 11,0 3,1 0,8 1,1 3,8 18,5 0,3 0,5 3,2 1,6 2,8 3,3 1,7 12,8 2,9 4,0 3,2 2,3 3,3 2,5 2,7 8,6 29,7 20,6 23,0 10,1 15,7 25,3 54,2 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Asia 17,3 3,5 15,2 2,1 3,1 4,6 53,4 100,0 Fonte: WTO A TABELA 3 traz dados desagregados por país, tendo como referência a Associação LatinoAmericana de Integração (ALADI). O fluxo comercial intra-regional no âmbito do bloco é igualmente contido. Do total exportado em 2012, pouco mais de 15% foram destinados ao mercado interno da ALADI. As importações, por sua vez, não atingiram 18% do total. Subtraindo as transações comerciais das três principais economias do bloco (Argentina, Brasil e México, que responderam conjuntamente por 53% do comércio intra-regional), o fluxo de exportações e importações é ainda menor: 6,02% e 9,76%, respectivamente, revelando, com mais clareza, a precariedade da integração regional. Uma das razões explicativas dessa precariedade é a grande participação de bens primários na pauta de exportação dos países da região, escoados, quase em sua totalidade, para mercados extracontinentais. 12 | P á g i n a TABELA 3: Comércio intra-regional de bens no âmbito da ALADI Exportações ALADI (%) Importações ALADI (%) Exportações ALADI US$ Milhão Importações ALADI US$ Milhão Exportações Totais US$ Milhão Importações Totais US$ Milhão Argentina 41,80 39,14 32.841 24.748 78.575 63.226 Bolívia 64,32 71,07 7.393 5.244 11.493 7.378 Brasil 18,44 16,73 44.652 38.510 242.138 230.141 Chile 16,50 25,93 12.918 18.789 78.277 72.468 Colômbia 18,31 27,81 11.109 14.466 60.667 52.009 Cuba 17,80 49,64 555 5.404 3.120 10.886 Equador 27,16 28,30 6.426 6.177 23.656 21.828 México 5,67 2,49 20.920 8.189 369.174 329.400 Paraguai 57,84 50,77 4.204 4.893 7.269 9.637 Peru 16,83 31,56 7.655 12.181 45.498 38.593 Uruguai 38,29 38,51 3.692 5.168 9.643 13.419 8,21 28,24 7.449 16.047 90.762 56.831 15,66 17,64 159.814 159.814 1.020.272 905.816 Venezuela ALADI FONTE: CEPALSTAT Por outro lado, de acordo com estudo da Cepal (2014), as exportações de produtos manufaturados da América Latina e Caribe vem se dirigindo crescentememnte para países da própria região. Excluindo o México, a participação do mercado regional nas exportações de manufaturas do continente subiu de 37% para 53% entre 2002 e 2012. Contudo, a maior parte das exportações de manufaturas (cerca de 90% do total) é composta de bens finais, o que evidencia que a integração regional é predominantemente de cunho comercial, mantendo-se vínculos produtivos precários entre os países da região, diferentemente do que ocorre na América do Norte, Europa e Ásia, onde estão localizados os comandos de grande cadeias globais de valor. Vale notar também que a predominância dos bens primários na pauta de exportações restringe a integração continental em outra dimensão: a dimensão da infraestrutura de logística e de transporte. Como esses insumos e matérias primas básicas são principalmente destinados a mercados extracontinentais, a infraestrutura de logística e de transporte constituída foi moldada para interligar as fontes desses produtos aos portos, de modo que as conexões físicas e territoriais intra-regionais ficaram em segundo plano. 13 | P á g i n a A integração regional latino-americana se apresenta, portanto, como um processo inacabado, sendo mandatória a sua continuidade para que os países do continente possam avançar em seus respectivos niveis de industrialização, transitando de uma estrutura produtiva ainda fortemente dependente de recursos naturais e mão de obra barata e abundante para outra intensiva em tecnologia e mão de obra especializada. Essas transformações dependerão largamente da capacidade autóctone de gerar e difundir progresso técnico. Contudo, como será discutido a seguir, os Sistemas Nacionais de Inovação da América Latina são ainda incipientes e incompletos, exigindo, por isso mesmo, iniciativas robustas específicas para fazer face a essas debilidades estruturais. 3.2. Contexto sumário da ciência e da tecnologia na América Latina As políticas direcionadas a estimular o progresso científico e tecnológico na América Latina ganharam ímpeto a partir dos anos 1950, em simultâneo e como elemento integrante dos programas nacionais de industrialização acelerada que se disseminaram na região naquele momento (KATZ, 2000; CALZA, CIMOLI & LAPLANE, 2009; RIVAS & ROVIRA, 2014) . É neste período que diversos governos buscaram organizar mais sistematicamente novas bases institucionais destinadas especificamente a fomentar as atividades de pesquisa, desenvolvimento e capacitação de recursos humanos, mediante a criação de conselhos científicos e institutos de pesquisa. Alguns casos podem ser arrolados como exemplo. No Brasil, foram criados o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em 1950, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ambos em 1951. Na Argentina, foi constituída, em 1958, o Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (CONICET) e, no Chile, surgiu em 1967 a Comisión Nacional de Investigación Científica y Tecnológica (CONICYT). Também foram estabelecidas empresas estatais e outras instituições de suporte às atividades de P&D em setores determinados, a maioria deles relacionados aos planos de industrialização, como os de energia, transporte, siderurgia, química, dentre outros. Este modelo de promoção da pesquisa básica e aplicada, dirigido e coordenado pelo setor público, entrou em crise e se esgotou na década de 1980, no bojo da crise da dívida que resultou no colapso financeiro e fiscal do estado. Nos anos 1990, sob as diretrizes de cunho liberal fixadas pelo 14 | P á g i n a chamado Consenso de Washington, as políticas de C&T passaram a ser orientadas pelo mercado e foram inibidas e/ou desarticuladas as ações discricionárias governamentais. Em período recente, essa abordagem está sendo reavaliada em favor de um maior ativismo do governo em apoio às atividades de C&T, mediante mecanismos institucionais renovados que buscam articular sinergicamente variado grupo de atores: as universidades, centros de pesquisa, empresas e outros organismos públicos e privados, de modo a dar funcionalidade e maior efetividade a Sistemas Nacionais de Inovação (SNI). Os SNI da América Latina, no entanto, encontram-se ainda em estágios incipientes, com graus de desenvolvimento diferenciados e, de maneira geral, são caracterizados por estruturas incompletas, com institucionalidades em formação e em mudanças. Outra característica comum desses heterogêneos SNI da região é a reduzida intensidade de P&D, mensurada pelos dispêndios em relação ao PIB, que são em volume menor do que o aplicado por países desenvolvidos e também por outras economias emergentes, conforme indicado na TABELA 4. Um aspecto preocupante é que, a despeito dos maiores investimentos realizados, o gap entre a intensidade de P&D da América Latina e de outros países tem se ampliado nos últimos anos, evidenciando que o esforço que vêm sendo realizado ainda é insuficiente para assegurar um padrão mais estável para a trajetória das atividades de C&T da região. TABELA 4: Gasto em P&D de países, regiões e blocos econômicos selecionados (% do PIB) América Latina e Caribe Argentina Brasil Colômbia México Uruguai Mundo OCDE União Europeia Alemanha China Coreia do Sul Estados Unidos Índia Reino Unido Rússia Turquia 2000 0,57 0,44 1,02 0,11 0,33 0,24 2,10 2,17 1,74 2,47 0,90 2,30 2,62 0,74 1,79 1,05 0,48 2011 0,78 0,65 1,21 0,18 0,43 0,43 2,13 2,37 1,95 2,89 1,84 4,04 2,76 0,81 1,78 1,09 0,86 FONTE: OCDE, UNESCO, BANCO MUNDIAL e RICYT 15 | P á g i n a Por fim, outra característica a salientar é o reduzido nível de investimentos realizados em P&D pelo setor empresarial, denontando uma limitada intensidade inovativa das empresas da região, comparativamente ao que pode ser observado em outros países e blocos econômicos. Os dados da TABELA 6 mostram que a participação do setor empresarial no total de gastos em P&D na América Latina e Caribe, além de baixar entre 2006 e 2011, equivale a menos da metade da participação das empresas da União Europeia e dos Estados Unidos nessa categoria de investimento. TABELA 6: Gastos em P&D por setor de financiamento (em % do total) América Latina e Caribe 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Governo 24,93 26,11 34,75 34,53 37,92 36,45 Empresas 43,61 39,71 29,42 28,23 26,49 27,15 Setor Educacional 27,21 29,76 31,15 31,11 29,87 30,53 4,26 4,41 4,68 6,14 5,73 5,87 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Governo 33,60 33,30 33,80 34,90 34,80 33,40 Empresas 55,00 54,90 54,80 54,10 53,70 54,90 Setor Educacional 1,00 0,90 1,00 1,00 0,90 0,90 Instituições sem fins lucrativos 1,70 1,70 1,60 1,60 1,60 1,60 Fundos Estrangeiros 8,80 9,20 8,80 8,40 8,90 9,20 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Governo 29,71 29,05 30,28 32,44 32,15 30,52 Empresas 64,42 64,99 63,62 61,10 61,27 62,98 Setor Educacional 2,86 2,85 2,86 2,94 2,95 2,94 Instituições sem fins lucrativos 3,02 3,11 3,23 3,52 3,64 3,56 Instituições sem fins lucrativos União Europeia Estados Unidos FONTE: EUROSTAT, RICYT, NSF Em termos de produção científica, a participação da America Latina em âmbito mundial teve incremento importante, passando de 2,87% para 4,08%. Contudo, cabe ressaltar que a produção científica na região é ainda muito concentrada em poucos países. Brasil, Argentina e México responderam 80% em média da produção científica da América Latina nos anos em análise. Desconsiderando esses três países, a participação do continente em âmbito internacional é bem 16 | P á g i n a mais modesta, de apenas 0,76% em 2013, percentual abaixo ao da África, que foi de 1,37% (Veja Tabela 1). TABELA 7: Produção Científica da América Latina e países selecionados Em número de artigos indexados – Scopus (documentos citáveis) País 2000 2005 2013 31.451 47.587 102.195 13.701 22.795 56.017 México 6.078 9.627 16.592 Argentina 5.223 6.005 10.611 Chile 2.138 3.538 8.145 Venezuela 1.267 1.655 1.643 Cuba América Latina Brasil 1.249 1.210 2.052 Colômbia 808 1.322 6.142 Uruguai 346 505 1.002 Peru 234 441 1.257 Equador 123 247 638 Bolívia 70 128 255 Paraguai 25 45 126 1.097.150 1.514.172 2.502.257 2,87 3,14 4,08 Mundo América Latina/Mundo FONTE: SCIMAGO O que deve ser frisado é que as condições da CT&I na América Latina passaram por mudanças na última década, com o incremento das atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico. Contudo, esses avanços não foram suficientes para propiciar a superação de grandes defasagens em relação aos países desenvolvidos e a outras economias emergentes. Ademais, manteve-se a grande heterogeneidade característica dos Sistemas Nacionais de Inovação do continente, que se assentam em estruturas incipientes e ainda incompletas. 4. Considerações finais O atual contexto mundial da C&T, caracterizado pelo aprofundamento das bases científicas da tecnologia contemporânea e por uma acirrada competição tecnológica entre as nações calcada em montantes de recursos crescentes em atividades de pesquisa básica e aplicada, reatualiza a temática da integração regional na agenda da política econômica da América Latina. 17 | P á g i n a Essa integração regional deve necessariamente abranger e avançar em várias frentes, abarcando não apenas a dimensão comercial, mas também as esferas produtiva, científica e tecnológica, social e físico-territorial, de modo a constituir as circunstâncias necessárias para que se criem no continente cadeias de valor regionais, propiciando, assim, condições mais promissoras para um inserção da região no mercado mundial em paridade competitiva com outros países e blocos econômicos. Tal integração vai requerer investimentos coordenados em infraestrutura de logística, transporte, telecomunicações e TI, entre outras áreas, a fim de romper o isolamento e os vazios geográficos do continente. Exigirá, da mesma forma, ações compartilhadas de planejamento, com o objetivo de estabelecer e criar complementaridades nas estruturas produtivas e de CT&I de cada país, essenciais para firmar nexos e articulações econômicas e científicas e tecnológicas intra-regionais. Ademais, vai requerer medidas visando reforçar novas centralidades urbanas, visando propiciar um melhor ordenamento territorial da continente. Esse salto produtivo e científico, constituindo um ambiente propício aos processos de inovação, cruciais para permitir aos países da região transitarem em direção a atividades intensivas em conhecimento, deverá ter como esteio iniciativas coordenadas na área educacional, contemplando desde seu ciclo básico à pós-graduação, possibilitando um processo estrutural de capacitação de recursos humanos. Bibliografia DINIZ, C.C. Globalização, escalas territoriais e política tecnológica regionalizada no Brasil. Brasília: Cepal, 2006. DINIZ, C.C. & GONÇALVES, E. Economia do conhecimento e desenvolvimento regional no Brasil. In: DINIZ, C. C. e LEMOS. M.B. Economia e Território. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005. DINIZ, C. C. et al. Conhecimento, inovação e desenvolvimento regional/local. In: DINIZ, C.C. & CROCCO, M. Economia Regional e Urbana: contribuições teóricas recentes. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006. CALZA, E., CIMOLI, M. e LAPLANE, A. El proceso de aprendizaje en el diseño e implementación de las políticas de CTI. Pensamiento Iberoamericano, nº 5, 2009. 18 | P á g i n a CEPAL. Integração regional: por uma estratégia de cadeias de valor inclusivas. Santiago de Chile: CEPAL, 2014. KATZ, J. Pasado y presente del comportamiento tecnológico de América Latina. Serie Desarrollo Productivo, nº 165. Santiago de Chile: CEPAL, 2000. NATIONAL SCIENCE FOUNDATION. Science and Engineering Indicators 2014. Arlington VA: National Science Foundation, 2014. NELSON, R. As fontes do crescimento econômico. Campinas: Editora da Unicamp, 2006. NETO, W.A.D. e TEIXEIRA, R.A. (Org.). Perspectivas para la integración de América Latina. Brasília : Ipea : CAF, 2013. OCDE. Perspectivas económicas de América Latina – 2012: transformación del Estado para el desarrollo. Paris: OCDE; Santiago de Chile: CEPAL, 2011. RIVAS, G. e ROVIRA, S. (Ed.). Nuevas instituciones para la innovación Prácticas y experiencias en América Latina. 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