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Uma Experiência de Projeto de Desenvolvimento de Ambiente de Educação a Distância para a Divisão de Ensino da Escola de Administração do Exército Elvira Lucia da Silva Reis1, Marçal de Lima Hokama2 Resumo. O presente trabalho visa descrever o desenvolvimento do ambiente de ensino a distância para a Divisão de Ensino da Escola de Administração do Exército e os resultados obtidos. Palavras-chave: educação a distância, Exército Brasileiro Abstract: The present work aims to describe the development of distance education environment to the Education Department Army of the Administration School and its results. Keywords: distance education, Brazilian Army 1 Tenente – Aluna do Curso de Formação de Oficiais do Quadro Complementar de 2005. Graduada em Administração. [email protected]. 2 Capitão do Quadro Complementar de Oficiais. Bacharel em Ciências da Computação. [email protected]. 1. Introdução O rápido desenvolvimento tecnológico – através do avanço das redes de computadores e, principalmente, do aumento crescente da utilização da Internet no meio educacional – e as demandas do mercado, que incluem, entre outros aspectos, a necessidade de formação e aperfeiçoamento de recursos humanos de maneira constante e com alta qualidade dentro de restrições de tempo e, conseqüentemente, de locomoção, vêm incentivando e transformando a Educação a Distância (EAD) em um meio moderno e inovador de levar informação e conhecimento a qualquer um, em qualquer lugar. Segundo (DRUCKER, 2002) a educação na sociedade pós-capitalista deve permear toda a sociedade. Organizações empregadoras de todos os tipos - empresas, órgãos do governo, organizações sem fins lucrativos também precisam tornar-se instituições de aprendizado e de ensino. O Exército Brasileiro (EB), atento às mudanças e aos desafios que se impõem na atualidade, vem modernizando o ensino militar de modo a atingir o objetivo de melhor formar seus recursos humanos, empregando com sucesso o EAD em cursos de idiomas, cursos preparatórios da Escola de Comando e Estado Maior do Exército ou da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (Cprep/ECEME ou Cprep/EsAO), no ensino voltado aos filhos e dependentes dos militares que servem em áreas pioneiras da Amazônia e em missões no exterior, através do Colégio Militar de Manaus, e outros. Particularmente, no âmbito do Curso de Formação de Oficiais do Quadro Complementar (CFO/QC) da Escola de Administração do Exército (EsAEx) é fundamental contar com profissionais bem formados e altamente capacitados, e o ensino a distância pode contribuir significativamente para a formação destes oficiais, na medida em que possibilita complementar o ensino das áreas específicas, durante e após o curso. Este trabalho descreve a experiência no desenvolvimento do ambiente EAD para a Divisão de Ensino da EsAEx. Serão tratados aspectos que envolvem o trabalho com uma equipe multidisciplinar, a escolha do “software”, a elaboração da proposta pedagógica, o design instrucional dos cursos, a avaliação, os resultados atingidos e a sugestão para trabalhos futuros. O ambiente foi desenvolvido como Projeto Interdisciplinar (PI) do CFO/QC – 2005 da Escola de Administração do Exército. 2. O que é EAD De acordo com (BRASIL, 1998), educação a distância é uma forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação. Mas segundo (VERGARA, 2000) um olhar na história nos informará que o conceito não é novo. Muitos, certamente, se lembrarão do "ensino por correspondência", bastante utilizado até os anos 60. Resolvia muitas questões de aprendizado, sobretudo o técnico, mas a interação com os professores era pouca ou nenhuma durante o processo, às vezes limitando-se à avaliação final da aprendizagem, sem um grande feedback. No fim da década de 60, outros meios começaram a ser utilizados: rádio, televisão, toca-fitas, videocassetes, telefone. Nos anos 70, a Informática entrou no processo, dando-lhe mais agilidade e permitindo maior interação entre aluno e professor. Hoje, não são poucos os recursos que a telemática põe à disposição de quem se propõe à autoaprendizagem. A internet nos diz que o céu é o limite. Há modelos exclusivos de instituições de educação a distância, que só oferecem programas nessa modalidade, como a Open University da Inglaterra ou a Universidade Nacional a Distância da Espanha. A maior parte das instituições que oferecem cursos a distância também o faz no ensino presencial. Esse é o modelo atual predominante no Brasil. A EAD apresenta características de flexibilidade de espaço e tempo que podem se adaptar às diversas demandas. De acordo com (MOORE, 1996), o grande diferencial da EAD está em proporcionar ao aluno a opção de escolher o próprio local e horário de estudo. A possibilidade de se gerar produtos customizados, ajustados e adaptados às necessidades dos clientes, possibilitam ganhos em tempo e adequação no atendimento a demandas específicas, que não estejam contempladas a contento em estruturas educacionais tradicionais (BATES, 1997). Segundo (ARETIO, 1997), a grande vantagem da EAD em relação à educação presencial está na economia. Ao se deslocar um grande grupo de funcionários para participar de aulas presenciais em outras localidades, tem-se na substituição destes profissionais, bem como, no pagamento dos salários dos mesmos sem que eles estejam efetivamente trabalhando, um considerável aumento de custos fixos. Porém, as organizações que desejarem implementar programas de educação profissional a distância, dependendo do tipo de curso e mídia a ser utilizada, terão inicialmente custos consideravelmente elevados em virtude da aquisição de equipamentos e com o desenvolvimento de metodologias e materiais que irão auxiliar a aprendizagem. Entretanto, tais custos poderão ser diluídos à medida que a quantidade de alunos aumentar, bem como, a organização desejar oferecer outros tipos de cursos. WICK (1997) comenta que, no atual mundo dos negócios, o foco do aprendizado está se deslocando do ensino em sala de aula para o aprendizado no próprio local de trabalho e este é um dos aspectos que têm se mostrado mais atraentes para a iniciativa privada. A possibilidade de se ministrar conhecimentos próprios ou construídos de acordo com a cultura organizacional, voltados para o cenário vivenciado pelas organizações, serve como atrativo para elas criarem os seus próprios centros de excelência. 3. Equipe multidisciplinar Segundo (SENGE, 2004), as organizações só aprendem por meio de indivíduos que aprendem. A aprendizagem individual não garante a aprendizagem organizacional. Entretanto, sem ela, a aprendizagem organizacional não ocorre. Para (PAIVA, 2001) a multidisciplinaridade é a essência e o “segredo” de qualquer trabalho que se pretende realmente coletivo, pois, por meio dela, tem-se a oportunidade de desenvolver não só o espírito de equipe, o espírito coletivo, como também desenvolver a afetividade, a sensibilidade, a percepção, a amizade, a troca de experiências, a solidariedade; enfim, um bem-estar fundamental para qualquer tipo de atividade pedagógica, a ser desempenhada. A equipe selecionada para desenvolver esse projeto é composta de 15 oficiais-alunos do CFO/QC – 2005: dois de administração, dois de ciências contábeis e um de cada uma das seguintes áreas: comunicação social, direito, enfermagem, informática, magistério, pedagogia, psicologia e veterinária. Durante a fase de planejamento do PI, as questões relacionadas à EAD foram analisadas pelos oficiais-alunos, para gerar a definição do “software” a ser utilizado, do cronograma de execução do projeto e dos tipos de cursos a ser oferecidos. A equipe formada pelos oficiais-alunos da área de informática foi responsável pela avaliação, escolha e instalação do “software Moodle”, pela elaboração e manutenção do ambiente de ensino, pela criação do Manual do Moodle, pelo treinamento do restante da equipe para operar o “software” e pela inclusão de conteúdos da sua área específica. Os demais oficiais-alunos contribuíram com os conhecimentos de suas áreas específicas e também com o desenvolvimento de cursos pilotos para o teste de funcionamento do ambiente. O conteúdo técnico de cada curso foi elaborado pelos oficiais-alunos, a partir de parâmetros sugeridos pelas bibliografias de educação a distância. A proposta pedagógica foi desenvolvida pelo oficial-aluno da área de pedagogia que definiu também o design instrucional dos cursos. 4. A escolha do software O desafio imposto pelo projeto foi o desenvolvimento de uma solução de aprendizado “on-line”, por intermédio de Course Management System – Sistema Gerenciador de Curso (CMS), em áreas específicas para implantação e utilização na EsAEx, baseado em plataforma livre (Open Source). O CMS é um sistema que possui todas as ferramentas necessárias para criação e gerenciamento de conteúdo de treinamento e ensino a distância, em internet ou intranets, sem necessidade da presença do instrutor e em horários que sejam mais adequados aos instruendos. Foram pesquisadas e avaliadas algumas ferramentas CMS que atendessem às necessidades do EB, previstas na Portaria n° 004 – STI de 28 de março de 2003, quanto ao uso de software Open Source (sob a licença de Software Livre GNU Public License). Ao avaliarmos um programa de educação a distância e/ou um “software” educacional, é importante estabelecermos parâmetros mínimos de avaliação, que são características pedagógicas e aquelas relacionadas ao aspecto técnico da questão, que são: Características Pedagógicas As características pedagógicas formam um conjunto de atributos que evidenciam a conveniência e a viabilidade da utilização do “software” em situações educacionais. As seguintes subcaracterísticas facilitam a identificação de um “software” de qualidade: Ambiente educacional: o “software” deve permitir a identificação do ambiente educacional e do modelo de aprendizagem que ele privilegia; Pertinência em relação ao programa curricular: o “software” deve ser adequado e pertinente em relação ao contexto educacional ou a uma disciplina específica; Aspectos didáticos: o “software” deve contribuir para que o aluno alcance o objetivo educacional; e, para isso, deve ser amigável e de fácil utilização; deve possuir aspectos motivacionais e respeitar individualidades. É importante que inclua atributos como: clareza e correção dos conteúdos, recursos motivacionais, carga informacional e tratamento de erros. Facilidade de uso A facilidade de uso é o conjunto de atributos que evidenciam a facilidade de uso do “software”. Inclui as subcaracterísticas: Facilidade de aprendizado: avalia a facilidade dos usuários em aprender a usar o “software”; Facilidade de memorização: avalia a facilidade dos usuários em memorizar informações importantes para o uso do “software”; Robustez: avalia se o “software” mantém o processamento corretamente a despeito de ações inesperadas. Características da interface As características da interface configuram atributos que evidenciam a existência de um conjunto de meios e recursos que facilitam a interação do usuário com o “software”. Inclui as subcaracterísticas: modelo e aos objetivos educacionais adotados. Documentação Condução: avalia os meios disponíveis para aconselhar, informar e conduzir o usuário na interação com o computador. Inclui atributos como: presteza, localização, “feedback” imediato e legibilidade; A documentação é o conjunto de atributos que evidenciam que a documentação para instalação e uso do “software” deve ser completa, consistente, legível e organizada. Inclui atributos como: Afetividade: avalia se o “software” proporciona uma relação agradável com o aluno ao longo do processo de aprendizado; Help on-line: avalia a existência de auxílio online; Consistência: avalia se a concepção da interface é conservada igual em contextos idênticos e se ela se altera em contextos diferentes; Significado de códigos e denominações: avalia a adequação entre objeto ou informação apresentado ou pedido e sua referência; Gestão de erros: avalia os mecanismos que permitem evitar ou reduzir a ocorrência de erros, e que favoreçam a correção quando eles ocorrem. Inclui os atributos: proteção contra erros, qualidade das mensagens de erro e correção dos erros e reversão fácil das ações. Adaptabilidade A adaptabilidade é o conjunto de atributos que evidenciam a capacidade do “software” de se adaptar a necessidades e preferências do usuário e ao ambiente educacional selecionado. Inclui atributos como: Customização: avalia a facilidade da adaptação da interface para o uso de diferentes usuários; Adequação ao ambiente: avalia a facilidade de adequação do “software” ao Documentação do usuário: avalia se a documentação sobre o uso do sistema e sua instalação é de fácil compreensão. Para ambientes e sites apoiados na “Web” é importante avaliar também a característica qualidade da informação, que inclui as subcaracterísticas: conteúdos corretos, fontes fidedignas, carga informacional compatível, pertinência, temas transversais, entre outros. Após a avaliação das características técnico-pedagógicas de diversas ferramentas, a escolhida foi o Moodle, que é um projeto em desenvolvimento que visa criar a base para um esquema educativo baseado no construtivismo social, distribuído livremente na forma de Open Source e funciona sem modificação em Unix, Linux, Windows, Mac OS X, Netware e em qualquer outro sistema que suporte a linguagem PHP, podendo, portanto ser incluído na maioria dos provedores de hospedagem. Os dados são armazenados em um banco de dados preferencialmente o MySQL ou PostgreSQL, mas também pode ser usado com Oracle, Access, Interbase, ODBC e outros. A equipe de desenvolvedores optou pelo Moodle como ferramenta de “e-learning” a ser adotada para o desenvolvimento do projeto após a avaliação de suas características, concluindo que, sendo a ferramenta um pacote de “software” para produzir disciplinas baseadas na internet e redes locais, atende plenamente as necessidades para o desenvolvimento do sistema proposto. 5. Elaboração da Proposta Pedagógica Com o objetivo primordial de contribuir eficazmente para a formação dos oficiais do Quadro Complementar, a Proposta Pedagógica do curso fundamenta-se nos princípios básicos do Construtivismo, que reconhece o indivíduo como agente ativo de seu próprio conhecimento, construindo significados e definindo sentidos e representações da realidade de acordo com suas experiências e vivências. Segundo (PIAGET apud FURTH, 1974), a aprendizagem é uma construção e se dá pela ação do indivíduo sobre seu mundo. Sendo assim, o foco do ensino é o aprendiz, construtor de seu próprio conhecimento, e esse conhecimento se constrói na interação entre sujeito e objeto. Esta concepção centrada na produção do saber pelo aluno, parte de modelos e concepções existentes no aluno e as coloca à prova para modificálas ou construir novas, com a mediação do professor. O aluno não assimila informações, conteúdos; ele analisa criticamente o que lê, ouve, e produz cultura, constrói conhecimentos. O novo paradigma educacional, apresentado diante da inserção de novas tecnologias, traz um todo em movimento, em interligação, em interdependência, no qual o processo é mais importante que o produto. Assim, uma proposta construtivista valoriza o processo de construção do conhecimento. Nessa perspectiva construtivista, o saber não é acabado, pronto, finalizado, pelo contrário, está sempre em processo de construção e reconstrução (MORAES, 2004). O papel do professor, portanto, é de mediador da aprendizagem, problematizador da realidade, agente social de mudanças, criador de situações favorecedoras de aprendizagem, incentivador do trabalho em equipe, promovendo assim o desenvolvimento intelectual do educando, o compartilhamento de idéias, informações, responsabilidades (MORAN, 2003). Nossa proposta tem como perspectiva ajudar o aluno a controlar sua própria aprendizagem, até mesmo em relação ao tempo. Daí a preocupação em criar ambientes de aprendizagem adequados ao perfil do aluno, considerando sua formação intelectual, bagagem cultural, vivência profissional e maturidade, haja vista uma das premissas do EAD ser a autonomia do aprendiz, o que exige grande responsabilidade e dedicação, pois estando livre para decidir quando e onde estudar, sobrevém a responsabilidade de tomar essa decisão, de planejar seus estudos. Não há compromisso de freqüentar as aulas, mas, por outro lado, não há como acompanhar o curso sem dedicar-se aos estudos. Considerando-se os aspectos supracitados na construção de um ambiente virtual de aprendizagem, fica evidente o empenho que se deve ter em não apenas reproduzir as aulas convencionais de um ensino presencial e sim, promover a criação de um sistema de acompanhamento do aluno on-line, que oriente a um estudo mais independente, e que seja mais interativo, aproveitando o potencial da internet para disponibilizar variadas opções, promovendo a utilização de ferramentas como e-mail, listas de discussão, grupos de estudo, chats, entre outros. 6. Design instrucional e assunto dos cursos (CAMPOS, 2001) define o design instrucional como um ciclo de atividades, um plano geral de curso, incluindo seqüência e estrutura de unidades, os principais métodos a serem usados em cada aula, o grupo de estruturas e o controle e a avaliação do sistema. O conteúdo dos cursos foi elaborado a partir dos Planos de Disciplina (PLADIS) específicos de cada área. O PLADIS contém as diversas disciplinas que são ministradas presencialmente Os cursos oferecidos neste ambiente, ainda que cursos-piloto, são de áreas de interesse do Exército e seguem os moldes de cursos oferecidos aos alunos da instituição. Após a definição da estrutura do curso, foram escolhidos os seguintes assuntos dentro de cada área, para o desenvolvimento e implementação do ambiente: • • • • • • • • • Administração – Sistema Integrado de Administração Financeira Ciências Contábeis – Licitações Comunicação Social – Relacionamento com a mídia Direito – Direito Autoral Enfermagem – Aperfeiçoamento do profissional de enfermagem do QCO Magistério (Espanhol e Inglês) – Curso de idiomas preparatório TCL para alunos do CFO/QC Pedagogia – Mediação pedagógica em EAD Psicologia – Proposta de diretrizes para elaboração dos cursos a distância Veterinária – Boas Práticas de Fabricação para a Seção de Aprovisionamento O processo de inscrição para o teste de funcionamento do ambiente de EAD foi planejado para ser concretizado pelos oficiais-alunos da área de informática, responsáveis em receber o pedido de inscrição, pessoalmente ou via e-mail, e realizar o cadastramento no curso, oferecendo um código individual de usuário (login) e uma senha (password) pré-definida. 7. Avaliação Uma vez que nossa cultura educacional é presencial os alunos que estudam a distância têm uma série de dificuldades que precisam ser cuidadosamente trabalhadas. É necessário que todo apoio seja dado para que o aprendizado não seja prejudicado. Apoiar a motivação e o interesse do aluno e buscar uma interação eficaz entre professor/ aluno e aluno/aluno; apoiar e facilitar a aprendizagem do aluno, promovendo a troca de comentários, explicações e orientações; descobrir as deficiências do curso que possam ser modificadas; proporcionar ao aluno visualizar sua situação e suas necessidades educacionais, através de feedback contínuo; e oferecer um ambiente virtual que realmente facilite sua interação com os grupos de estudo de cada área, procurando sempre atender às expectativas dos mesmos são propósitos do curso visando não somente um melhor desempenho do aluno, bem como o aperfeiçoamento do processo ensinoaprendizagem. Nesse sentido, a avaliação tem um caráter importantíssimo, acontecendo, portanto, durante todo o curso, nos momentos à distância, sendo seu principal objetivo contribuir para a melhoria do processo educativo tanto dos professores quanto dos alunos, possibilitando uma comunicação de "mão dupla" e garantindo a interação, tão necessária a essa modalidade de ensino. Haverá ainda, um momento presencial, onde será feita uma avaliação, em obediência aos preceitos da atual filosofia do Ensino a Distância no Exército Brasileiro, a qual prevê que todos os cursos ou estágios a distância devem ter momentos presenciais, devido à imprescindibilidade de se estimular a parte afetiva (Manual do Instrutor / T 21250). 8. Sugestão de Trabalhos Futuros 8.1 Tutoria A tutoria é o método mais utilizado para efetivar a interação pedagógica. É de grande importância no processo de avaliação do sistema de ensino a distância. Os tutores comunicam-se com seus alunos através de encontros programados durante o planejamento do curso e a eficiência de suas orientações pode resolver o problema de evasão no decorrer do processo. O contato com o aluno começa pelo conhecimento de toda a estrutura do curso e é preciso que seja realizado com freqüência, de forma rápida e eficaz. A tutoria é necessária para orientar, dirigir e supervisionar o processo ensino-aprendizagem. Ao estabelecer o contato com o aluno, o tutor complementa sua tarefa docente, transmitida através de material didático, grupos de discussão, listas, correio eletrônico, chats e de outros mecanismos de comunicação. Assim, torna-se possível traçar um perfil completo do aluno: através do trabalho que ele desenvolve, do seu interesse pelo curso e da aplicação do conhecimento pós-curso. O apoio tutorial realiza, portanto, a intercomunicação entre os elementos (professor-tutoraluno) que intervêm no sistema e os reúne em uma função tríplice: orientação, docência e avaliação. Todas as atividades, tarefas e exercícios propostos devem ser cuidadosamente corrigidos o mais rápido possível, para que o tutor tenha a oportunidade de interferir no processo de aprendizagem e fazer o acompanhamento necessário. O tutor, ao avaliar o processo de ensino-aprendizagem, checa o grau de satisfação do aluno com o curso através de métodos estatísticos, fichas de avaliação e de observação. O desenvolvimento de uma tutoria eficaz fica como sugestão para futuros trabalhos no ambiente EAD. 9. Resultados Como o Projeto Interdisciplinar ainda não chegou ao seu final, a inclusão dos conteúdos dos cursos no ambiente desenvolvido, as questões relativas à tutoria e à aplicação das avaliações diagnóstica, formativa e somativa aos cursos estão em fase de implementação. O que fica como experiência é a importância de se trabalhar com uma equipe multidisciplinar em projetos de EAD, de preferência, com um oficialaluno de cada área específica. Isso contribui em muito para visões diferentes sobre o mesmo assunto. O Exército Brasileiro em geral e a EsAEx, em particular, muito irão ganhar com o desenvolvimento do ambiente EAD, uma vez que o preparo dos seus recursos humanos não será prejudicado pelas dificuldades que o ensino presencial apresenta diante das constantes movimentações dos militares pelo Brasil e até pelo exterior. Além disso, a EsAEx estará atendendo às novas especificações de uma escola da sociedade do conhecimento que, de acordo com (DRUCKER, 2002), são: • A escola de que precisamos deve proporcionar instrução universal de alto nível muito além do que "instrução" significa hoje. • Ela deve imbuir os alunos de todos os níveis e de todas as idades de motivação para aprender e de disciplina para o aprendizado contínuo. • Ela deve ser um sistema aberto, acessível às pessoas de elevado grau de instrução e às pessoas que por qualquer motivo não tiveram acesso à instrução avançada quando jovens. 10. Referências DRUCKER, Peter F. O melhor de Peter Drucker: a sociedade.São Paulo: Nobel, 2002. BRASIL. Decreto n° 2.494, 10 de fevereiro de 1998. Diário oficial da União. VERGARA, Sylvia. Educação a distância: limites e possibilidades. Disponível em: <http://www.timaster.com.br/revista/artig os/main_artigo.asp?codigo=85> MOORE, M. G., Kearsley, Greg. Distance education: a systems view. Belmont (USA): Wadsworth Publishing Company,1996. BATES, T. Restructuring the University for Technological change. Palestra apresentada no Seminário "What Kind of University?", the Carnegie Foundation for the Advancement of Teaching, Londres, 18-20 Junho, 1997.Disponível em: <http://bates.cstudies.ubc.ca/carnegie/car negie.html> ARETIO, L. G. Actas y congresos. El material impreso en la enseñanza a distancia. UNED, 1997. WICK, C. W; LEÓN, L. S. O Desafio do Aprendizado. São Paulo: Nobel, 1997. SENGE, Peter M. A quinta disciplina. São Paulo: Best Seller, 2004. PAIVA, Luiz Fernando Ribeiro de; FERREIRA, Marisa Auxiliadora Mayrink Santos; CUNHA, Valeska Guimarães Rezende da. Os limites e as possibilidades do trabalho e da formação de uma equipe multidisciplinar em educação a distância: relato de uma experiência. Disponível em: <http://www.abed.org.br/publique/cgi/cgi lua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplat e=4abed&infoid=132&sid=116> CAMPOS, Gilda Helena B. de. Modelos para design de projetos em EAD. Disponível em: <http://www.timaster.com.br/revista/colu nistas/ler_colunas_emp.asp?codigo=359> FURTH, Hans G. (org.). Piaget e o conhecimento: fundamentos teóricos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1974. MORAES, Maria Cândida. O Paradigma educacional emergente. Campinas: Papirus, 2004. MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2003. CAMPOS, Gilda Helena B. de. Como avaliar um “software” educacional? Disponível em: <http://www.timaster.com.br/revista/artig os/main_artigo.asp?codigo=331>
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