Joni Eareckson Tada (continuação)
Transcrição
Joni Eareckson Tada (continuação)
JONI EARECKSON TADA 187 los, mas aí me lembro que nunca mais vou poder montar meu cavalo outra vez. — Tente não pensar nisso, se a lembrança a faz sofrer — aconselhou a amiga. Joni protestou. — Como posso não pensar? As lembranças são tudo o que me restou de uma vida normal. Também não posso fazer planos para o futuro. A única coisa que me resta é recordar o passado. Depois que a amiga se foi, Joni orou como nunca havia orado antes. “Ninguém me entende a não ser o Senhor”, clamou, “só posso continuar vivendo se o Senhor me ajudar. E simplesmente não consigo imaginar como será daqui pra frente”. Muitos anos depois, Joni estava pensando e fez um cálculo: — Acabo de me dar conta de uma coisa — disse ao marido. — De quê? — sorriu Ken Tada. — Tenho 34 anos. Meu acidente ocorreu quando eu tinha dezessete. Isso quer dizer que 188 DEZ MENINAS QUE MUDARAM O MUNDO passei metade da minha vida paralisada do pescoço para baixo. — E como se sente em relação a isso? Joni pensou um pouco antes de responder. — Acho que me sinto cheia de gratidão. Logo após o acidente, não imaginei que pudesse sobreviver. Quando percebi que não ia morrer, não soube como lidaria com a situação. Passava horas a fio apenas pensando — contou. — Pensei que ficaria inválida, que passaria a vida toda no hospital, que nunca me casaria nem viajaria, que nunca mais ia rir de novo. — Então pensou errado. E graças a Deus por isso. Joni concordou com Ken e acrescentou: — Quando eu era criança, cantávamos um hino. Talvez consiga me lembrar da letra. A belíssima voz de Joni ecoava no silêncio do entardecer. Conta as bênçãos, Conta quantas são, Recebidas da divina mão. Uma a uma, JONI EARECKSON TADA 189 Dize-as de uma vez. Hás de ver surpreso Quanto Deus já fez. — Tenho muitas bênçãos pra contar — disse. — Realmente posso enumerá-las. Ken contemplou o rosto de Joni banhado pelo sol de fim de tarde. Estava linda, na cadeira de rodas, olhos brilhando enquanto falava. — Gostaria de ouvir algumas? — perguntou timidamente. — Claro que sim. — Você é a primeira! — disse com um sorriso aberto. A segunda é esta casa maravilhosa. Sou muito grata por ela. A terceira é minha família e todas as pessoas que de alguma forma contribuem para que eu possa morar em casa, escrever cartas, tomar banho, cuidar dos meus cabelos, ditar livros, levar e trazer coisas para mim quando eu preciso. — É um bocado de coisa para uma bênção só — riu o marido. — Qual é a bênção número quatro? 190 DEZ MENINAS QUE MUDARAM O MUNDO Joni ficou séria. — Quando estava no hospital, pensei que jamais conseguiria trabalhar. Hoje tenho tanto trabalho que mal consigo dar conta. Nunca sonhei em ser uma escritora conhecida no mundo inteiro. É uma bênção poder escrever sobre o que Deus fez em minha vida e poder ajudar outros que passam por momentos difíceis. — E a número cinco? — São os meus quadros — disse inclinando a cabeça na direção do cavalete e da paleta. — Nunca imaginei que pudesse pintar segurando o pincel com a boca. E pensar que as pessoas sempre compram meus quadros! Poxa, isso é incrível! — Mais alguma bênção que gostaria de me contar? — perguntou o marido. — Outra coisa que me deixa muito surpresa é a quantidade de viagens que consigo fazer. Olhe só minha agenda para este mês, tenho inúmeros convites para falar no Estado inteiro, além de uma palestra em Washington. No mês que vem, tenho uma série de conferências na Inglaterra. Não JONI EARECKSON TADA 191 é de se entusiasmar? E o mais incrível é que ninguém jamais teria ouvido falar de mim se eu não tivesse quebrado o pescoço. Só Deus para tirar tanta coisa boa de um acidente tão terrível. Querido, você pode me trazer o cavalete, por favor? Esse pôr-do-sol está implorando para ser pintado. Minutos depois, lá estava ela, absorta em sua arte. Segurando a longa haste do pincel com a boca, Joni misturou as cores na paleta e, com habilidade e perfeição, retratou o céu rosado daquele fim de tarde. Os galhos escuros das árvores pareciam saltar do papel. O marido, vendo-a trabalhar, quase conseguia sentir o cálido sol poente do papel. “Se não fosse pelo acidente, Joni, talvez nem tivéssemos nos conhecido”, pensou Ken, tocando o pescoço da esposa para que ela pudesse senti-lo. l Você sabia? Os artistas da Idade da Pedra foram os primeiros pintores de que temos notícia. Eles pintavam nas paredes das cavernas. Joni desenha e pinta maravilhosamente segurando o pincel com a boca. 192 DEZ MENINAS QUE MUDARAM O MUNDO Os pintores da Idade da Pedra também usavam a boca para pintar. Eles assopravam as tintas em canudos feitos de ossos; para fixar as cores nas paredes, aplicavam um tipo de cola sobre as pinturas. Até o ano 1400 d.C., a pintura em murais (pintura em paredes) foi a principal forma de expressão artística. Lembre-se: Olhando para o passado, teria sido mais fácil Joni lamentar-se por tudo o que não conseguiria fazer. Mas, em vez de murmurar, ela contou suas bênçãos, e isso alegrou-lhe o coração. Aprenda com o espírito de gratidão de Joni mesmo quando as coisas não saem do jeito que você esperava. Comece a contar suas bênçãos também! Pense nisto: Toda vez que você se sentir tentada a cobiçar algo que não pode comprar, faça uma lista de todas as bênçãos que Deus já lhe deu. Leia essa lista e você “há de ver surpresa quanto Deus já fez”. JONI EARECKSON TADA 193 Vamos orar? Senhor Jesus, obrigada por tudo o que o Senhor me tem dado. Peço perdão pelas vezes que fico insatisfeita e com inveja do que os outros têm. Ajude-me a ficar contente com o que tenho. Agradeço principalmente pelo presente da salvação. Amém! T ESTE Será que você consegue se lembrar dessas dez meninas que mudaram o mundo? Tente responder a estas perguntas e descubra… PERGUNTAS Mônica de Tagaste 1. 2. 3. Mônica cresceu numa cidade do norte da África. Como se chamava essa cidade? Como se chamava o filho de Mônica? Para qual país Mônica se mudou quando deixou a África? Catarina Lutero 4. 5. 6. Qual era o sobrenome de Catarina antes de se casar com Martinho Lutero? O que Catarina decidiu ser quando fez dezesseis anos? Quantas crianças ao todo moravam na casa de Catarina e Martinho Lutero? 196 DEZ MENINAS QUE MUDARAM O MUNDO Susana Wesley 7. 8. 9. Quantos irmãos Susana tinha? Com quem Susana acabou se casando? O que aconteceu na casa de Susana no ano de 1709? Catherine Booth 10. Por que Catherine teve de ficar de cama durante um ano? 11. Como se chama a organização que Catherine e William Booth fundaram? 12. Como se chamava o galpão que eles abriram numa das áreas mais carentes de Londres? Susana Spurgeon 13. Que livro Charles deu a Susana antes deles se casarem? 14. Que presentes Susana pediu que Charles lhe desse um dia? 15. O que Susana doava aos pastores que ganhavam menos de 150 libras por ano? Henrietta Mears 16. Que doença Henrietta teve quando criança? 17. Como as meninas que freqüentavam a escola dominical de Margaret se auto-intitulavam? 18. Por quanto foi vendido o acampamento Forest Home, que na realidade valia 350 mil? TESTE 197 Edith Schaeffer 19. Em que país Edith morou quando criança? 20. O que Edith mais gostava de fazer quando ficava triste? 21. Em que país Edith e Francis estavam morando quando abriram sua nova casa, a L´Abri? Ruth Bell Graham 22. De onde Ruth e Rosa tiravam as roupas que queriam vestir para brincar? 23. Que livro da Bíblia Ruth costumava ler quando sentia muita saudade de casa? 24. O que Billy Graham, marido de Ruth, veio a ser depois de trabalhar como pastor? Corrie ten Boom 25. Qual era a profissão do pai de Corrie? 26. Na Segunda Guerra, o que os nazistas obrigavam os judeus a usar? 27. Como se chamava o campo de concentração para onde Corrie foi levada? Joni Eareckson Tada 28. Como se chamava o cavalo de Joni? 29. O que Joni estava fazendo quando ficou tetraplégica? 30. De que maneira Joni desenhava e pintava? 198 DEZ MENINAS QUE MUDARAM O MUNDO R ESPOSTAS 1. 2. 3. Tagaste Agostinho Itália 4. 5. 6. Von Bora Freira Dezessete (o casal tinha seis filhos e cuidava de onze órfãos) 7. 8. 9. Vinte e quatro Samuel Wesley Um incêndio 10. Catherine teve um problema na coluna 11. Exército de Salvação 12. Galpão Missionário do Povo 13. O peregrino 14. Um anel de opala e um rouxinol 15. Livros 16. Reumatismo muscular 17. “As esnobes” 18. Trinta mil 19. China 20. Empinar pipa 21. Suíça 22. De um baú 23. O livro de Salmos 24. Evangelista 25. Era relojoeiro 26. Uma estrela amarela – a Estrela de Davi 27. Ravensbrück 28. Tumbleweed 29. Mergulhando no mar 30. Segurando o pincel ou o lápis com a boca Sobre o livro Categoria • Biografia Fim da execução • setembro de 2004 1.ª edição • novembro de 2004 Tiragem 123456789 Ano 09 08 07 06 05 04 Formato • 12 x 17 cm Mancha • 8,5 x 14,5 cm Tipo e corpo/entrelinha • Arrus BT 11,5/ 17 (texto); Weiss 16/ 19,2 (títulos) Papel • Off-Set 75 g/m² (miolo); Cartão Supremo 250 g/m² (capa) Equipe de realização Produção gráfica Supervisão SANDRA LEITE Fotolito IMPRENSA DA FÉ Produção editorial Coordenação ROSANA BRANDÃO Edição de texto LENITA ANANIAS ROSANA BRANDÃO Revisão de provas POLYANA LIMA HEBE LUCAS Projeto gráfico e composição SONIA PETICOV Capa ALEXANDRE GUSTAVO Tiragem • 3 mil exemplares Impressão • Imprensa da Fé Impresso no Brasil / Printed in Brazil
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