Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel
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Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel
www.dhv.pt Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel Fase 3B Versão para Discussão Pública Agosto | 2013 E17088 DHV, S.A. Estrada de Alfragide. Nº 92 2610 - 015 Amadora - PORTUGAL T +351 214 127 400 F +351 214 127 490 E [email protected] Volume IV – Relatório Ambiental Preliminar FEDER Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar ÍNDICE GERAL Volume I – Relatório Volume II – Regulamento Volume III – Programa de Execução Volume IV – Relatório Ambiental Preliminar ÍNDICE DE CARTAS Carta 1 – Planta de Enquadramento Carta 2 – Planta da Situação Existente Carta 3 – Planta de Ordenamento Carta 4 – Estrutura Ecológica Municipal Carta 5 – Planta de Condicionantes Carta 6 – Planta de Condicionantes – Proposta de Reserva Agrícola Nacional Carta 7 – Planta de Condicionantes – Proposta de Reserva Ecológica Nacional Carta 8 – Planta do perímetro urbano de Aljustrel Carta 9 – Planta do perímetro urbano de Ervidel Carta 10 – Planta do perímetro urbano de Messejana Carta 11 – Planta do perímetro urbano de Montes Velhos Carta 12 – Planta do perímetro urbano de Rio de Moinhos Carta 13 – Planta do perímetro urbano de Aldeia do Elvas Carta 14 – Planta do perímetro urbano de Carregueiro Carta 15 – Planta do perímetro urbano de Corte Vicente Anes Carta 16 – Planta do perímetro urbano de Jungeiros Carta 17 – Planta do perímetro urbano de Bairro de S. João Carta 18 – Proposta de classificação e delimitação das zonas sensíveis e mistas Carta 19 – Inventário Municipal do Património Carta 20 – Riscos Naturais e Tecnológicos E17088_F3B_PDM_RAP.docx |1 2 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 9 2. OBJECTIVOS E METODOLOGIA DA AAE ............................................................... 11 3. OBJECTO DE AVALIAÇÃO ...................................................................................... 15 3.1. ANTECEDENTES...................................................................................................................... 15 3.2. SÍNTESE DA CARACTERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO DO CONCELHO DE ALJUSTREL – PROBLEMÁTICAS E OPORTUNIDADES .................................................................................................................... 17 3.3. PROPOSTA EM AVALIAÇÃO ...................................................................................................... 18 4. FACTORES CRÍTICOS DE DECISÃO ....................................................................... 21 4.1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 21 4.2. QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO................................................................................... 21 4.3. FATORES AMBIENTAIS ............................................................................................................ 23 4.4. QUESTÕES ESTRATÉGICAS ...................................................................................................... 24 4.5. SELEÇÃO DOS F ATORES CRÍTICOS DE DECISÃO ........................................................................ 24 5. AVALIAÇÃO AMBIENTAL......................................................................................... 26 5.1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 26 5.2. CONSERVAÇÃO DA NATUREZA ................................................................................................. 27 5.2.1. Introdução ....................................................................................................................................... 27 5.2.2. Situação atual, evolução prevista na ausência do plano e problemas ambientais ............................... 27 5.2.3. Efeitos decorrentes da implementação do plano ............................................................................... 31 5.3. RECURSOS GEOLÓGICOS E HIDROGEOLÓGICOS ........................................................................ 32 5.3.1. Introdução ....................................................................................................................................... 32 5.3.2. Situação atual, evolução prevista na ausência do plano e problemas ambientais ............................... 32 5.3.3. Efeitos decorrentes da implementação do plano ............................................................................... 35 5.4. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E QUALIDADE AMBIENTAL ................................................................... 36 5.4.1. Introdução ....................................................................................................................................... 36 5.4.2. Situação atual, evolução prevista na ausência do plano e problemas ambientais ............................... 36 5.4.3. Efeitos decorrentes da implementação do plano e medidas de planeamento e gestão ....................... 39 5.5. REFORÇO POPULACIONAL, ESTRUTURAÇÃO URBANA E QUALIDADE DE VIDA ............................... 41 5.5.1. Introdução ....................................................................................................................................... 41 E17088_F3B_PDM_RAP.docx |3 5.5.2. Situação atual, evolução prevista na ausência do plano e problemas ambientais ............................... 41 5.5.3. Efeitos decorrentes da implementação do plano e medidas de planeamento e gestão ....................... 45 5.6. ATIVIDADES ECONÓMICAS ....................................................................................................... 46 5.6.1. Introdução ....................................................................................................................................... 46 5.6.2. Situação atual, evolução prevista na ausência do plano e problemas ambientais ............................... 46 5.6.3. Efeitos decorrentes da implementação do plano e medidas de planeamento e gestão ....................... 51 5.7. PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO E ARQUEOLÓGICO ....................................................................... 53 5.7.1. Introdução ....................................................................................................................................... 53 5.7.2. Situação atual, evolução prevista na ausência do plano e problemas ambientais ............................... 53 5.7.3. Efeitos decorrentes da implementação do plano e medidas de planeamento e gestão ....................... 57 5.8. RISCOS NATURAIS E TECNOLÓGICOS ........................................................................................ 60 5.8.1. Introdução ....................................................................................................................................... 60 5.8.2. Situação atual, evolução prevista na ausência do plano e problemas ambientais ............................... 61 5.8.3. Efeitos decorrentes da implementação do plano e medidas de planeamento e gestão ....................... 65 6. ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS ESCOLHIDAS ....................................................... 66 7. DIRECTRIZES PARA A IMPLEMENTAÇÃO E MONITORIZAÇÃO DA AAE (PLANO DE SEGUIMENTO) .................................................................................................... 69 7.1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 69 7.2. MEDIDAS DE CONTROLO .......................................................................................................... 69 7.3. QUADRO PARA A GOVERNANÇA ............................................................................................... 71 8. SÍNTESE DA INFORMAÇÃO DISPONÍVEL, ENTIDADES CONSULTADAS E RESULTADOS DAS CONSULTAS............................................................................ 73 9. SINTESE CONCLUSIVA ............................................................................................ 79 ANEXOS Anexo I – Descrição dos Planos e Programas que compõem o Quadro de Referência Estratégico Quadro de Referência Estratégico Nacional ................................................................................................ 81 Programa Operacional da Região Alentejo 2007-2013................................................................................. 82 Alentejo 2015 – Estratégia de Desenvolvimento Regional ............................................................................ 83 Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável .................................................................................. 85 Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade ............................................................. 86 Estratégia Nacional para a Floresta............................................................................................................. 87 Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios .............................................................................. 88 Programa Nacional das Alterações Climáticas............................................................................................. 89 4 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar Estratégia Nacional para a Energia ............................................................................................................. 91 Plano Nacional de Acão para a Eficiência Energética .................................................................................. 92 Programa de Acão Nacional para Combate à Desertificação ....................................................................... 93 Plano Estratégico Nacional para o Desenvolvimento Rural/ Programa de Desenvolvimento Rural (2007-2013) .................................................................................................................................................................. 94 Plano Estratégico Nacional do Turismo ....................................................................................................... 95 Plano de Desenvolvimento de Turismo do Alentejo ..................................................................................... 96 Plano Regional de Inovação do Alentejo ..................................................................................................... 98 Plano Estratégico de Desenvolvimento do Concelho de Aljustrel................................................................ 100 Programa Nacional de Política de Ordenamento do Território .................................................................... 101 Plano Regional de Ordenamento do Alentejo ............................................................................................ 103 Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Alentejo ..................................................................... 107 Plano de Bacia Hidrográfica do Sado ........................................................................................................ 108 Plano de Ordenamento da Albufeira do Roxo ............................................................................................ 109 Plano Sectorial da Rede Natura 2000........................................................................................................ 111 Anexo II – Verificação da interferência/contributo das Linhas de Orientação Estratégica da Revisão do PDM para a concretização do QRE Anexo III – Lista de acrónimos FIGURAS Figura 2.1 - Metodologia e Faseamento para a Execução do Relatório Ambiental da Revisão do PDM de Aljustrel ...................................................................................................................................................... 14 Figura 4.1 – Seleção dos Fatores Críticos de Decisão ................................................................................. 21 QUADROS Quadro 3.1 – Problemáticas e Oportunidades associadas ao desenvolvimento do concelho e à revisão do PDM .......................................................................................................................................................... 17 Quadro 3.2 – Linhas de Orientação Estratégica, Objetivos Específicos e Sectores Emergentes para o município de Aljustrel.................................................................................................................................. 19 Quadro 3.3 – Síntese das propostas de plano ......................................................................................... 20 Quadro 4.1 – Seleção do Quadro de Referência Estratégico para a AAE da Revisão do PDM de Aljustrel .... 22 Quadro 4.2 – Seleção dos Fatores Críticos de Decisão ............................................................................... 25 Quadro 5.1 – FCD – Conservação da Natureza: Situação atual, evolução na ausência de plano e problemas ambientais.................................................................................................................................................. 29 Quadro 5.2 – FCD – Conservação da Natureza – Efeitos significativos decorrentes da Revisão do PDM e medidas de planeamento e gestão .............................................................................................................. 31 Quadro 5.3 – FCD Recursos Geológicos e Hidrogeológicos: Situação atual, evolução na ausência de plano e problemas ambientais ................................................................................................................................. 33 E17088_F3B_PDM_RAP.docx |5 Quadro 5.4 – FCD Recursos Geológicos e Hidrogeológicos – Efeitos significativos decorrentes da Revisão do PDM e medidas de planeamento e gestão .................................................................................................. 35 Quadro 5.5 – FCD Eficiência Energética e Qualidade Ambiental: Situação atual, evolução na ausência de plano e problemas ambientais..................................................................................................................... 37 Quadro 5.6 – FCD Eficiência Energética e Qualidade Ambiental: Efeitos significativos decorrentes da elaboração do plano e medidas de planeamento e gestão ........................................................................... 39 Quadro 5.7 – FCD Reforço Populacional, Estruturação Urbana e Qualidade de Vida: Situação atual, evolução na ausência de plano e problemas ambientais ............................................................................................ 43 Quadro 5.8 – FCD Reforço Populacional, Estruturação Urbana e Qualidade de Vida: Efeitos significativos decorrentes da elaboração do plano e medidas de planeamento e gestão ................................................... 45 Quadro 5.9 – FCD Atividades Económicas: Situação atual, evolução na ausência de plano e problemas ambientais.................................................................................................................................................. 47 Quadro 5.10 – FCD Atividades Económicas: Efeitos significativos decorrentes da elaboração do plano e medidas de planeamento e gestão .............................................................................................................. 51 Quadro 5.11 – FCD Património Arquitetónico e Arqueológico: Situação atual, evolução na ausência de plano e problemas ambientais .............................................................................................................................. 55 Quadro 5.12 – FCD Património Arquitetónico e Arqueológico: Efeitos significativos decorrentes da elaboração do plano e medidas de planeamento e gestão ............................................................................................. 57 Quadro 5.13 – FCD Riscos Naturais e Tecnológicos: Situação atual, evolução na ausência de plano e problemas ambientais ................................................................................................................................. 63 Quadro 5.14 – FCD Riscos Naturais e Tecnológicos: Efeitos significativos decorrentes da elaboração do plano e medidas de planeamento e gestão.................................................................................................. 65 Quadro 6.1 – Classificação dos riscos e oportunidades nos cenários de Estagnação e Crescimento ............ 68 Quadro 7.1 – Medidas de controlo relativas aos Fatores Críticos para a Decisão.......................................... 69 Quadro 7.2 – Quadro para a Governança .................................................................................................... 72 Quadro 8.1 – Síntese dos Pareceres ao RDA e respetiva ponderação ......................................................... 74 Quadro 8.2 – Síntese dos Pareceres ao Relatório Ambiental Preliminar e respetiva ponderação .................. 75 6 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar INFORMAÇÃO SOBRE O DOCUMENTO E AUTORES Cliente Câmara Municipal de Aljustrel Referência do Projeto E17088 Descrição do Documento Avaliação Ambiental Estratégica da Revisão do PDM de Aljustrel – Relatório Ambiental Preliminar Versão (incorpora as alterações sugeridas pelos elementos da Comissão de Acompanhamento na reunião realizada em 21-08-2013 e nos pareceres recebidos até 28-08-2013) Referência do Ficheiro E17088_F3B_PDM_RAP.docx N.º de Páginas 122 Autores Romana Rocha, Ana Rita Marina, Carla Fernandes, Jorge Duque, Rui Rufino, Sérgio C. Vinuesa Outras Contribuições Diretor de Projeto Romana Rocha Data 28 de agosto de 2013 E17088_F3B_PDM_RAP.docx |7 8 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar 1. INTRODUÇÃO O presente documento constitui o Relatório Ambiental Preliminar da Avaliação Ambiental Estratégica da Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel, visando dar cumprimento ao estipulado no artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 58/2011, de 4 de Maio. O Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho procede à transposição para a ordem jurídica interna das Diretivas n.º 2001/42/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Junho (que prevê a avaliação dos efeitos de determinados planos e programas no ambiente) e da Diretiva n.º 2003/35/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de Maio (que estabelece a participação do público na elaboração de certos planos e programas relativos ao ambiente), determinando a necessidade de elaboração de uma Avaliação Ambiental Estratégica aplicada à Revisão de Planos Diretores Municipais. O Decreto-Lei n.º 380/99 de 22 de Setembro, na redação conferida pelo Decreto-Lei n.º 46/2009, de 22 de Fevereiro, define na alínea c) do número 2 do artigo 86.º, que os Planos Diretores Municipais sejam acompanhados por um Relatório Ambiental que identifica, descreve e avalia os eventuais efeitos significativos no ambiente resultantes da aplicação do plano e as suas alternativas razoáveis que tenham em conta os objetivos e o âmbito de aplicação territorial respetivos. A estrutura adotada para o presente documento procura responder à legislação referenciada, assim como às orientações metodológicas constantes do Guia da Avaliação Ambiental dos Planos Municipais do Ordenamento do Território (2008), editado pela Direção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano, e do Guia de Boas Práticas para a Avaliação Ambiental Estratégica (2007) de Maria do Rosário Partidário, editado pela Agência Portuguesa do Ambiente, e organiza-se da seguinte forma: • No capítulo 2, são apresentados os objetivos e metodologia da Avaliação Ambiental Estratégica (AAE). • No capítulo 3, é apresentado o objeto de avaliação, ou seja a Revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Aljustrel, incluindo a identificação das Questões Estratégicas. • No capítulo 4 procede-se à apresentação dos elementos que fundamentam a seleção dos Fatores Críticos de Decisão (FCD): Quadro de Referência Estratégico, Fatores Ambientais e Questões Estratégicas. • No capítulo 5, é apresentada a Avaliação Ambiental estruturada em torno dos FCD, através da situação atual, evolução prevista na ausência do plano e problemas ambientais e efeitos decorrentes da implementação do plano e medidas de planeamento e gestão. • No capítulo 6, são apresentadas as diretrizes para a implementação e monitorização da AAE, ou seja o plano de seguimento. E17088_F3B_PDM_RAP.docx |9 • No capítulo 7, é apresentada a análise das alternativas. • No capítulo 8, é apresentada a síntese da informação disponível, entidades consultadas e resultados das consultas. • No capítulo 9, são apresentadas as conclusões. 10 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar 2. OBJECTIVOS E METODOLOGIA DA AAE A Avaliação Ambiental é definida pelo Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho como “a identificação, descrição e avaliação dos eventuais efeitos significativos no ambiente resultantes de um plano ou programa, realizada durante um procedimento de preparação e elaboração do plano ou programa e antes de o mesmo ser aprovado ou submetido a procedimento legislativo, concretizada na elaboração de um relatório ambiental e na realização de consultas, e a ponderação dos resultados obtidos na decisão final sobre o plano ou programa e a divulgação pública de informação respeitante à decisão final” (Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho). A Metodologia adotada para a Avaliação Ambiental Estratégico da Revisão do PDM de Aljustrel, aqui apresentada, segue o disposto no mencionado Decreto-Lei, considerando ainda as orientações constantes dos Guias mencionados no capítulo introdutório. O “Guia da Avaliação Ambiental dos Planos Municipais de Ordenamento do Território” estabelece, de acordo com o Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, os seguintes objetivos para a AAE: Do ponto de vista ambiental: • “Avaliar efeitos significativos no ambiente decorrentes da execução das soluções consagradas no plano; • Ponderar antecipadamente e antes da decisão final, os efeitos eventualmente significativos sobre o ambiente, de modo a serem tidos em conta nas opções políticas e nas soluções técnicas preconizadas pelo plano; • Introduzir e potenciar a adoção no plano de soluções inovadoras e mais eficazes do ponto de vista ambiental.” Do ponto de vista das boas práticas do planeamento territorial: • “Reintroduzir ou potenciar a utilização de metodologias próprias das boas práticas de planeamento, baseadas na melhor identificação dos objetivos e dos desafios de desenvolvimento e transformação do território abrangido pelo plano e na formulação e ponderação de diferentes opções de solução e dos respetivos benefícios e inconvenientes; • Identificar os atores das transformações territoriais e clarificar as respetivas responsabilidades na elaboração e na execução do plano e nos processos de decisão inerentes, bem como na implementação de medidas mitigadoras dos efeitos negativos no ambiente.” Dos pontos de vista do ambiente e do planeamento territorial: • “Fomentar a interatividade entre as entidades com responsabilidades ambientais específicas e as que intervêm na elaboração e acompanhamento do plano; • Reforçar o exercício da cidadania pela sociedade civil, fomentando uma maior participação do público; E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 11 • Gerar condições de igualdade entre os promotores relativamente aos novos procedimentos, contribuindo para uma maior qualidade do plano e a melhor defesa do interesse público; • Otimizar o processo de planeamento, integrando as considerações de ordem ambiental, social, cultural e económica nas opções do plano e no desenvolvimento das respetivas soluções técnicas; • Avaliar, em momento prévio, os efeitos decorrentes da execução do plano, contribuindo para uma maior agilidade noutros procedimentos que tenham lugar em momento ulterior à aprovação do plano; • Dar atenção especial às metodologias participativas de acompanhamento a serem implementadas ao longo da elaboração do plano; • Criar dinâmicas dos atores-chave visando uma coresponsabilização alargada; • Criar plataformas de articulação e partilha de diferentes tipos de conhecimento especializado e sectorial, permitindo decisões mais fundamentadas e colaborativas e promover uma melhor compreensão dos cidadãos quanto às decisões tomadas ou a tomar.” Estes objetivos serão necessariamente adaptados à avaliação ambiental estratégica da Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel, assim como o faseamento proposto pelo “Guia da Avaliação Ambiental dos Planos Municipais de Ordenamento do Território”. A boa prática da Avaliação Ambiental Estratégica aconselha que a Avaliação Ambiental seja desenvolvida de uma forma integrada com a elaboração de propostas sobre as quais incide, com o objetivo de facilitar a sua formulação e contribuir para a integração das considerações de natureza ambiental e a prossecução de objetivos de sustentabilidade. No presente caso, o procedimento da AAE iniciou-se quando a Revisão do PDM de Aljustrel já estava em curso, contudo antecede a fase de Proposta de Plano, permitindo, assim, a incorporação das orientações da Avaliação Ambiental naquela fase, situação que se encontra mais facilitada pelo facto da Equipa Técnica da AAE incorporar a Equipa responsável pela Revisão do PDM. A Figura 2.1. representa o faseamento da avaliação ambiental estratégica, que devidamente articulado com o processo de revisão do PDM de Aljustrel, incorpora as 5 etapas (A a E) definidas pelo “Guia da Avaliação Ambiental dos Planos Municipais de Ordenamento do Território”: • Fase A: Definição do Âmbito e dos Objetivos • Fase B: Identificação dos Efeitos Significativos e das Alternativas; • Fase C: Elaboração do Relatório Ambiental • Fase D: Consulta Pública, aprovação do Plano e do Relatório Ambiental e emissão da Declaração Ambiental • Fase E: Execução e Monitorização da AAE, de modo que: • A Fase A traduz-se no Relatório de Definição de Âmbito, que foi submetido a parecer por parte das Entidades com Responsabilidades Ambientais Específicas (ERAE) no prazo de 20 dias, apresentando a metodologia para a AAE e a estrutura do Relatório Ambiental. 12 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar • As Fases B e C correspondem à elaboração do Relatório Ambiental Preliminar. A presente versão incorpora já as alterações decorrentes de uma primeira consulta às ERAE e restantes elementos da Comissão de Acompanhamento. • A Fase D corresponde ao acompanhamento da Discussão Pública e à elaboração da versão final do Relatório Ambiental e da Declaração Ambiental (incluindo os devidos contributos na elaboração da versão final da Proposta de Plano), com a qual termina o trabalho da Equipa Técnica. • A execução e monitorização da AAE, correspondente à Fase E, são da responsabilidade da Câmara Municipal de Aljustrel. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 13 Figura 2.1 - Metodologia e Faseamento para a Execução do Relatório Ambiental da Revisão do PDM de Aljustrel Fase 1 – Estudo Prévio FASE 1 Apresentação da Metodologia DEFINIÇÃO DO ÂMBITO E DOS OBJECTIVOS DA AAE Relatório de Factores Críticos de Decisão Consulta ERAE – 20 dias (artigo 5º do DL 232/2007) FASE 2 ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO AMBIENTAL Fase 2 – Proposta do Plano Relatório Ambiental Preliminar Consulta ERAE – 30 dias (artigo 7º do DL 232/2007) CONSULTA PÚBLICA, APROVAÇÃO DO RA E EMISSÃO DA DECLARAÇÃO AMBIENTAL Fase 3 – Etapa A Versão D.Pública Consulta Pública – 30 dias (artigo 7º do DL n.º 232/2007) FASE 3 Aprovação do Plano e AAE pela Assembleia Municipal Fase 3 – Etapa B Versão final Relatório Ambiental Final Declaração Ambiental Emissão da Declaração Ambiental EXECUÇÃO E MONITORIZAÇÃO DA AAE Legenda: FASES AAE Produtos AAE Reuniões Consulta ERAE*/ Consulta Pública *ERAE: Entidades com Responsabilidades Ambientais Específicas 14 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Correspondência para o Faseamento do PDM Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar 3. OBJECTO DE AVALIAÇÃO 3.1. ANTECEDENTES 2 O município de Aljustrel estende-se por 459,47 km , distribuídos por 5 freguesias, integrando a NUT II do Alentejo, região pautada por uma acentuada depressão demográfica. O Plano Diretor Municipal de Aljustrel foi aprovado pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 138/95, de 15 de Novembro. O PDM de Aljustrel em vigor estabelece os seguintes objetivos gerais: 1. Otimização da exploração económica dos recursos existentes, nomeadamente através da reabilitação técnica e económica dos sistemas de produção agrícola e pecuária, da silvo pastorícia, do desenvolvimento da indústria, em particular da exploração mineira, do desenvolvimento de atividades terciárias e do fomento do turismo. 2. Desenvolvimento da vila de Aljustrel como centro de serviços supraconcelhio numa relação de complementaridade sub-regional. 3. Melhoria da qualidade de vida da população, em termos de infraestruturas e equipamentos coletivos, no acesso a bens e serviços e em termos de qualidade do ambiente. 4. Conservação e promoção dos paisagísticos existentes. valores naturais, culturais, histórico-arqueológicos e Para a prossecução dos referidos objetivos de desenvolvimento são estabelecidos os seguintes objetivos estratégicos: • Desenvolvimento agro-florestal e de atividades associadas ao aproveitamento dos respetivos produtos. • Desenvolvimento industrial. • Desenvolvimento do turismo. • Desenvolvimento do centro urbano de Aljustrel. • Desenvolvimento da exploração dos Recursos Minerais. • Promoção do desenvolvimento empresarial das áreas rurais. • Promoção do nível de instrução e qualificação da população ativa. • Melhoria das acessibilidades internas do concelho. • Definição e implementação de uma política de solos e ordenamento das áreas urbanas. • Melhoria das condições de vida da população, • Proteção dos recursos naturais e paisagísticos, E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 15 • Recuperação e conservação do património histórico-arqueológico. Estes objetivos mantêm-se, em termos gerais, adequados à realidade atual do concelho de Aljustrel, todavia, a conclusão da A2 e o novo posicionamento do concelho no contexto regional e nacional, bem como a retoma da atividade mineira, contextualizam um conjunto de novas aspirações de desenvolvimento para o concelho, pelo que se impõe a necessidade de integrar esses novos objetivos na estratégia do PDM e respetivo modelo territorial. No que respeita o Plano de Realizações e Financiamento (integrado no Relatório do Plano Diretor Municipal), foi, segundo informação da Câmara Municipal de Aljustrel, concretizada a maioria das ações definidas para os diferentes domínios de ação – sistema de abastecimento de água, águas residuais, resíduos sólidos, equipamentos de cultura, desporto, recreio e lazer, outros equipamentos e rede viária. O processo de revisão do PDM foi iniciado pela deliberação da Câmara Municipal de Aljustrel de 13 de Novembro de 2002, de modo a precaver o cumprimento do prazo máximo de vigência de 10 1 anos . A revisão do PDM visa os seguintes objetivos principais: • “Aumento e reajustamento nos perímetros urbanos. • Requalificação urbana em tecidos construídos consolidados incluindo reabilitação do património construído. • Reabilitação do parque arqueológico e de arquitetura industrial. • Ordenamento de espaços de indústria extrativa. • Defesa e despoluição dos solos resultantes da exploração mineira. • Reforço na proteção de espaços de valorização ambiental. • Implementar novas atividades económicas e turísticas de elevado potencial. • Melhoramentos das acessibilidades rodoviárias e ferroviárias concelhias e inter-regionais. • Redimensionamento das infraestruturas de saneamento básico. • Promoção e elaboração de Planos de Pormenor e de Salvaguarda. 2 • Reformulação do regulamento do PDM adaptando-o à nova realidade.” O processo de revisão do PDM de Aljustrel encontra-se organizado em três fases: • 1.ª Fase: Estudo Prévio do Plano. • 2.ª Fase: Proposta do Plano. • 3.ª Fase: Versão Final do Plano. A 1.ª Fase, que foi já sujeita a apreciação por parte da Comissão de Acompanhamento, é constituída por um conjunto de estudos sectoriais, acompanhado das respetivas peças desenhadas e organizado nos seguintes capítulos: • Enquadramento Regional. • Instrumentos de Gestão Territorial com Incidência na Área. 1 2 Estipulado no n.º 2 do artigo 4º do Regulamento do PDM de Aljustrel, em conformidade com o disposto pelo Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro. Objetivos definidos no Caderno de Encargos que instrui o Concurso para a Revisão do PDM. 16 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar • Plano Diretor Municipal em vigor. • Análise Biofísica e Paisagem. • Qualidade Ambiental. • Análise Socioeconómica. • Equipamentos Coletivos. • Infraestruturas de Abastecimento e Saneamento. • Acessibilidades e Transportes. • Sistema Urbano. • Património Arquitetónico e Arqueológico. • Síntese do Diagnóstico. • Quadro Prévio e Opções de Ordenamento. Estes Estudos constituem o principal referencial para a definição de âmbito e objetivos da AAE, a par do trabalho já desenvolvido na 2.ª Fase, que se encontra em curso. 3.2. SÍNTESE DA CARACTERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO DO CONCELHO DE ALJUSTREL – PROBLEMÁTICAS E OPORTUNIDADES Na 1.ª Fase da Revisão do PDM de Aljustrel, foi já efetuada a caracterização e diagnóstico do concelho, considerando um conjunto alargado de estudos sectoriais, assim como a avaliação do PDM em vigor e as orientações de outros instrumentos de gestão do território com incidência no território municipal, de modo que se procede, no presente ponto, à identificação das principais problemáticas e oportunidades associadas ao desenvolvimento do concelho e à revisão do PDM. Quadro 3.1 – Problemáticas e Oportunidades associadas ao desenvolvimento do concelho e à revisão do PDM Problemáticas Inserção regional num contexto de decréscimo e envelhecimento populacional. Passivo ambiental associado à mina de Aljustrel - presença de resíduos minerais e contaminação das linhas de água, designadamente as que drenam para a ribeira do Roxo, através da produção de águas ácidas. Forte dependência do emprego no sector mineiro em Aljustrel. Nível educacional da população concelhia condicionado pelo envelhecimento populacional (elevada taxa de analfabetismo). Reduzida oferta de alojamento turístico. Subsistência de algumas necessidades infraestruturais do parque habitacional (no abastecimento da água relacionado com a falta de manutenção/ reabilitação dos sistemas e com a qualidade da água; nas zonas desprovidas de rede de águas residuais domésticas e nos sistemas sem soluções de tratamento adequadas). E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 17 Problemáticas Persistência dos problemas relacionados com a deposição não controlada de Resíduos de Construção e Demolição. Ocorrência de necessidades ao nível dos serviços de saúde e de apoio à terceira idade. Apenas uma parte reduzida do património arquitetónico do concelho se encontra classificado ou em vias de classificação. Necessidade de conceção de um quadro de gestão estratégica do património arqueológico concelhio, com particular destaque para a elaboração de uma Carta Arqueológica e para a salvaguarda e valorização de sítios emblemáticos. Oportunidades Situação privilegiada em termos de acessibilidades. Presença de depósitos minerais de grande dimensão e crescimento da atividade mineira. Diversidade paisagística do concelho, com a presença de alguns pontos notáveis. A maior parte do concelho de Aljustrel reúne condições para fazer parte da RAN, em função das características dos solos presentes. Importância dos valores de fauna e flora e da biodiversidade do concelho, reconhecida na classificação como Zona de Proteção Especial de Castro Verde e como Zona Importante para as Aves – IBA. Tendência favorável da qualidade do ar. Implementação do Plano de Ordenamento da Albufeira do Roxo (contributo para a promoção da agricultura de regadio, proteção ambiental e desenvolvimento turístico) Renovação e expansão da área de olival (em regime extensivo) Melhorias do Sistema de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos, aumento da recolha seletiva e implementação de outras estruturas de valorização de resíduos. Dotação de áreas e instrumentos vocacionados para o desenvolvimento empresarial, e particularmente industrial. Presença de importantes elementos de interesse turístico, preconizando-se que o turismo se assuma como um vetor potencial de desenvolvimento do concelho, nas suas vertentes rural, natural e cultural. Melhoria na dotação de equipamentos coletivos, em particular de educação (com a implementação das propostas da Carta Educativa) e de saúde (com as novas instalações do Centro de Saúde de Aljustrel). Relevante legado histórico e arqueológico do concelho, que se reflete no número e pertinência científicopatrimonial dos sítios arqueológicos inventariados. Aposta da Câmara Municipal de Aljustrel nas energias renováveis. 3.3. PROPOSTA EM AVALIAÇÃO A análise das linhas de política definidas à escala regional e nacional, dos objetivos gerais definidos no PDM em vigor e do Diagnóstico efetuado na Fase anterior conduziu, no quadro da estrutura dos elementos de estratégia de suporte ao modelo de ordenamento, ao aprofundamento e ajustamento das Linhas de Orientação Estratégica (LOE), sobretudo ao nível da sua enunciação, e consequentemente, respetiva fundamentação. 18 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar As LOE, que integram a estratégia a contemplar na revisão do PDM, e que consubstanciam os sectores emergentes do Município, encontram-se associadas a objetivos específicos, como enunciados no Quadro seguinte. Quadro 3.2 – Linhas de Orientação Estratégica, Objetivos Específicos e Sectores Emergentes para o município de Aljustrel LOE Objetivos Específicos Sector Emergente A1. Promoção regional das zonas industriais existentes A2. Dinamização das atividades de inovação e formação profissional A. Diversificação da Base Económica e desenvolvimento do tecido empresarial local A3. Reforço das áreas de acolhimento empresarial no concelho A4. Promoção da articulação do triângulo turístico Aljustrel/Castro Verde/Beja Indústria/ atividades económicas A5. Desenvolvimento de atividades de animação turística A6. Aumento da capacidade e qualidade de alojamento turístico B1. Incentivos à Horto fruticultura e pecuária B2. Expansão da área de regadio B. Desenvolvimento e afirmação da agricultura de regadio e das agroindústrias B3. Desenvolvimento do sector agroindustrial B4. Criação e manutenção de condições de competitividade Regadio e agroindústrias B5. Reforçar e desenvolver o associativismo agrícola C. Reequilíbrio e consolidação do sistema urbano e afirmação de Aljustrel na rede urbana regional C1. Reordenamento das acessibilidades C2. Reforço das ligações rodoviárias internas Aljustrel como centro urbano estruturante C3. Melhoria e reequilíbrio da rede de equipamentos coletivos e de serviços sociais D1. Promoção da biodiversidade e reforço da estrutura ecológica municipal D. Desenvolvimento e valorização do espaço rural e adoção de um modelo de organização territorial ambientalmente sustentável D2. Diversificação da atividade agrícola D3. Salvaguarda dos recursos naturais D4. Valorização dos espaços de floresta e de montado Economia de lazer sustentada em valores naturais e culturais D5. Reforço dos aglomerados urbanos D6. Promoção das especificidades das freguesias rurais E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 19 Com base nas LOE, nos objetivos específicos associados, e na caracterização do município efetuada nos vários elementos do Plano, foi possível definir um conjunto de propostas para a área de intervenção, passando pela definição de regulamentação e identificação de medidas de integrantes do Plano de Execução. No Quadro 3.3 apresentam-se sinteticamente as propostas de plano que serão objeto de avaliação. Ressalva-se que as propostas não serão apresentadas com um elevado nível de detalhe, como se encontram no Regulamento e no Programa de Execução, possibilitando assim o “distanciamento” pretendido numa avaliação ambiental estratégica. Quadro 3.3 – Síntese das propostas de plano LOE Propostas de Plano Diversificar a base económica e desenvolver o tecido empresarial local O plano propõe um vasto leque de ações de promoção das diversas atividades económicas presentes e previstas no concelho, quer a nível de zonamento e regulamentação quer ao nível da criação de espaços específicos para a sua implementação. Salienta-se que neste campo foram abrangidas tanto as indústrias, como as atividades tradicionais da região e o turismo. Desenvolvimento e afirmação da agricultura de regadio e das agroindústrias Nos sectores da agricultura de regadio e das agroindústrias as ações propostas pelo plano passam pela possibilidade de expansão de algumas áreas e pelo incentivo e promoção dos produtos provenientes destas atividades. Ressalva-se ainda a criação e promoção de uma marca específica da região. Reequilíbrio e consolidação do sistema urbano e afirmação de Aljustrel na rede urbana regional O plano propõe intervenções ligadas à criação ou melhoria de determinadas redes viárias e dos equipamentos coletivos. Desenvolvimento e valorização do espaço rural e adoção de um modelo de organização territorial ambientalmente sustentável As orientações do plano para estas temáticas abrangem sobretudo a salvaguarda e valorização dos recursos naturais presentes, através da delimitação e regulamentação de espaços específicos, e a valorização dos produtos provenientes das atividades agrícolas e florestais. 20 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar 4. FACTORES CRÍTICOS DE DECISÃO 4.1. INTRODUÇÃO 3 Os Fatores Críticos de Decisão (FCD) constituem os temas fundamentais para a decisão sobre os quais a AAE se deve debruçar e estruturam a análise e a avaliação de oportunidades e riscos em AAE, resultando de uma análise integrada dos seguintes elementos: • (QRE) Quadro de Referência Estratégico, com a indicação dos planos e programas com maior interferência em cada fator ambiental. • (FA) Fatores ambientais definidos pela alínea e) do n.º 1 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 232/2007 de 15 de Junho que devem ser considerados na avaliação dos eventuais efeitos significativos da Revisão do PDM. • (QE) Questões Estratégicas do Plano. Figura 4.1 – Seleção dos Fatores Críticos de Decisão Estes elementos são apresentados nos pontos seguintes, procedendo-se por fim à identificação dos FCD e da relação com os referidos elementos. 4.2. QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO 3 Conceito apresentado em Partidário, Maria do Rosário (2007) – Guia de Boas Práticas para Avaliação Ambiental Estratégica. Orientações Metodológicas, Agência Portuguesa do Ambiente, 2007. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 21 A construção do Quadro de Referência Estratégico (QRE) para a Avaliação Ambiental Estratégica da Revisão do PDM de Aljustrel visa avaliar a relação do PDM com outros planos e programas pertinentes, e o cumprimento dos objetivos de proteção ambiental estabelecidos pelos mesmos. O “Guia da Avaliação Ambiental dos Planos de Ordenamento do Território” refere que devem ser consideradas, neste âmbito, as orientações estratégicas constantes do Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT) e do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), apontando ainda um conjunto de outros documentos de referência. No Quadro 4.1 encontram-se representados os documentos que consubstanciam o QRE da presente AAE, incluindo uma seleção dos documentos de referência, assim como dos documentos que procedem ao seu enquadramento regional ou outros relacionados. Quadro 4.1 – Seleção do Quadro de Referência Estratégico para a AAE da Revisão do PDM de Aljustrel Planos e Programas Plano e Programas Estratégicos de Âmbito Nacional Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) Alentejo 2015 – Estratégia de Desenvolvimento Regional Programa Operacional da Região Alentejo 2007-2013 Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável (ENDS) Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB) Estratégia Nacional para as Florestas (ENF) Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PNDFCI) Programa Nacional das Alterações Climáticas (PNAC) Plano Nacional de Acão para a Eficiência Energética (PNAEE) Programa de Acão Nacional de Combate à Desertificação (PANCD) Plano Estratégico Nacional para o Desenvolvimento Rural / Programa de Desenvolvimento Rural (20072013) Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) Plano de Desenvolvimento de Turismo do Alentejo Plano Regional de Inovação do Alentejo (PRIA) Plano Estratégico de Desenvolvimento do Concelho de Aljustrel Instrumentos de Gestão Territorial Programa Nacional para a Política de Ordenamento do Território (PNPOT) Plano Regional de Ordenamento do Território do Alentejo (PROT Alentejo) Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Alentejo (PROF BA) Plano de Bacia Hidrográfica do Sado (PBH do Sado) Plano de Ordenamento da Albufeira do Roxo (POA Roxo) Plano Sectorial da Rede Natura 2000 (PSRN2000) 22 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar No Anexo I do presente relatório procede-se à apresentação e descrição dos planos e programas que compõem o QRE, agrupando os documentos de âmbito nacional e regional de acordo com a sua temática. Neste capítulo, procede-se à análise da coerência entre as Linhas de Orientação Estratégica definidas para a Revisão do PDM e as orientações e objetivos dos planos e programas que constituem o QRE, através do cruzamento apresentado no Anexo II. Neste âmbito, são consideradas as opções estratégicas que se adequam a uma escala mais próxima do plano. A título de exemplo, no que se refere ao PNPOT foram consideradas as opções para o desenvolvimento do território do Alentejo, na medida em que são estas que mais interferem com o município de Aljustrel. Tal como se pode constatar da análise do Quadro constante do Anexo II, verifica-se uma forte coerência entre as LOE do PDM e as orientações do QRE, em algumas temáticas principais como seja o reforço do sistema urbano, o desenvolvimento turístico e a promoção de novas atividades económicas. A definição dos FCD atende ao conjunto de orientações contidas no QRE, assegurando assim, uma avaliação mais global e pormenorizada do cumprimento dos objetivos do QRE no âmbito da Revisão do PDM. 4.3. FATORES AMBIENTAIS Os Fatores Ambientais (FA) que definem o âmbito ambiental relevante estão definidos na alínea e) do n.º 1 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 232/2007 de 15 de Junho, e são: • Biodiversidade; • População; • Saúde humana; • Fauna; • Flora; • Solo; • Água; • Atmosfera; • Fatores climáticos; • Bens materiais; • Património cultural, incluindo o património arquitetónico e arqueológico e a paisagem. Os FA a analisar são selecionados conforme a sua relevância para a focagem estratégica e escala de análise da Revisão do PDM, e assim integrados na definição dos FCD. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 23 4.4. QUESTÕES ESTRATÉGICAS Na 1.ª Fase da Revisão do PDM de Aljustrel, e considerando a caracterização e diagnóstico efetuados foi delineada a estratégia de desenvolvimento do concelho. Esta traduz-se em quatro LOE, apresentadas no capítulo anterior, que simultaneamente promovem os sectores emergentes no concelho. Atendendo à forte correspondência entre as problemáticas e oportunidades identificadas no Quadro 3.1, e a estratégia definida para o concelho, fazem se corresponder as LOE às Questões Estratégicas: • LOE A – Diversificar a base económica e desenvolver o tecido empresarial local • LOE B – Desenvolvimento e afirmação da agricultura de regadio e das agroindústrias • LOE C – Reequilíbrio e consolidação do sistema urbano e afirmação de Aljustrel na rede urbana regional • LOE D – Desenvolvimento e valorização do espaço rural e adoção de um modelo de organização territorial ambientalmente sustentável 4.5. SELEÇÃO DOS FATORES CRÍTICOS DE DECISÃO No âmbito da AAE da Revisão do PDM de Aljustrel foram propostos seis Fatores Críticos de Decisão: • Conservação da Natureza. • Recursos Geológicos e Hidrogeológicos. • Eficiência Energética e Qualidade Ambiental. • Reforço Populacional, Estruturação Urbana e Qualidade de Vida. • Atividades Económicas. • Património Arquitetónico e Arqueológico. • Riscos Naturais e Tecnológicos. No Quadro 4.2 é apresentada a correspondência dos FCD para os elementos que, como já referido, estão na base da sua seleção, designadamente: • (FA) Fatores ambientais definidos pela alínea e) do n.º 1 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 232/2007 de 15 de Junho. • (QRE) Quadro de Referência Estratégico, com a indicação dos planos e programas, com maior interferência em cada fator ambiental. • (QE) Questões Estratégicas do Plano, representadas através das Linhas de Orientação Estratégica para a Revisão do PDM de Aljustrel. 24 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar Quadro 4.2 – Seleção dos Fatores Críticos de Decisão Fatores Críticos de Decisão (FCD) Fatores Ambientais (FA) Quadro de Referência Estratégico (QRE)* Questões Estratégicas (QE)** Conservação da Natureza Biodiversidade Fauna / Flora PDTA / PENT / PEDCA / PNOT / PROTA / POAR / PROFA / PBHS / PSRN2000 LOE B LOE D Recursos Geológicos e Hidrogeológicos Solo Água Eficiência Energética e Qualidade Ambiental Solo / Água Atmosfera Fatores Climáticos ENDS / ENE / PNAC / PNAEE PORA LOE A LOE D Reforço Populacional, Estruturação Urbana e Qualidade de Vida População Saúde Humana Bens Materiais Paisagem Alentejo 2015 / ENDS / PNPOT / PORA PRODER / PROTA / QREN LOE C Atividades Económicas População Solo / Água Bens materiais QREN / PORA / Alentejo 2015 PRODER / PEDAL / PENT / PDTA PRIA / PNPOT / PROTA / POAR LOE A LOE B LOE D Património Arquitetónico e Arqueológico Património Cultural Paisagem Alentejo 2015 / ENDS / ENCNB / PRODER / PDTA / PNPOT / PROA LOE D Riscos Naturais e Tecnológicos População Saúde humana Solo Água Atmosfera Fatores climáticos Bens materiais ENDS / ENF / PNDFCI / PNAC / PANCD / PNPOT / PROT Alentejo / PBH Sado / PROF Sado / POA Roxo LOE A LOE B LOE C LOE D LOE A * Siglas identificadas no Glossário, Anexo I. ** LOE A. Diversificar a base económica e desenvolver o tecido empresarial local: Sector emergente: Indústria/ atividades económicas. LOE B. Desenvolvimento e afirmação da agricultura de regadio e das agroindústrias: Sector emergente: Regadio e agroindústrias. LOE C. Reequilíbrio e consolidação do sistema urbano e afirmação de Aljustrel na rede urbana regional: Sector emergente: Aljustrel como centro urbano estruturante. LOE D. Desenvolvimento e valorização do espaço rural e adoção de um modelo de organização territorial ambientalmente sustentável: Sector emergente: Turismo - importância da economia de lazer sustentada em valores naturais e culturais. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 25 5. AVALIAÇÃO AMBIENTAL 5.1. INTRODUÇÃO No presente capítulo pretende-se dar cumprimento ao disposto nas alíneas b), c), e) e g) do n.º 1 do Artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, que enumeram os elementos que devem constar do Relatório Ambiental. Uma vez identificados no capítulo anterior os Fatores Críticos de Decisão (considerando as propostas efetuadas pelas ERAE, apresentadas de forma sintética no capítulo 9), os mesmos são utilizados para balizar a avaliação ambiental da Revisão do PDM. Procede-se então à avaliação por Fator Crítico de Decisão dos seguintes elementos: • Apresentação dos objetivos de sustentabilidade, respetivos critérios e indicadores, que foram definidos no Relatório de Definição de Âmbito, em função da sua relevância para a avaliação ambiental do plano, considerando as estratégias definidas nos documentos de referência para as diferentes áreas abordadas e as características específicas do território em estudo. • Caracterização da situação atual e evolução prevista na ausência de Plano e identificação de problemas ambientais. É de notar que os FCD não pretendem descrever de forma exaustiva a situação atual e tendencial, mas sim destacar os aspetos críticos relevantes para o desenvolvimento da AAE, que permitam avaliar a sustentabilidade das propostas da Revisão do PDM de Aljustrel, contribuindo para a tomada de decisão. • Abordagem dos efeitos decorrentes da implementação do plano, que é efetuada através da análise: Das oportunidades decorrentes da Revisão do PDM, em termos de sustentabilidade ambiental, na qual é avaliada a sua contribuição para a prossecução dos objetivos estratégicos estabelecidos no QRE, bem como para a resolução dos problemas ambientais identificados no capítulo anterior; Dos riscos decorrentes da Revisão do PDM, avaliando os potenciais efeitos negativos decorrentes da implementação da estratégia. Proposta de medidas de planeamento e gestão, ou seja as medidas destinadas a prevenir, reduzir e eliminar efeitos adversos no ambiente na aceção da alínea f) do n.º1 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho. Estas correspondem à integração de um conjunto de medidas na concretização da Revisão do PDM de Aljustrel que se articulam com as orientações decorrentes da AAE. 26 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar 5.2. CONSERVAÇÃO DA NATUREZA 5.2.1. Introdução Parte da área do concelho de Aljustrel está integrada na Zona de Proteção Especial de CastroVerde. A designação desta área deve-se à necessidade de proteger valores naturais de grande importância, nomeadamente no que se refere às populações de aves associadas a habitats com características de estepe. Neste contexto, torna-se indispensável avaliar os eventuais efeitos da implementação do PDM sobre estas comunidades. Assim, o presente FCD tem como objetivos: • Manutenção de populações viáveis de espécies de fauna com estatuto de ameaça em Portugal de acordo com o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (Cabral, et al 2006), a manutenção de populações viáveis de espécies de flora com estatuto legal de proteção, designadamente as que estão incluídas no anexo B-II e B-IV do Decreto-Lei 140/99, conforme revisto pelo Decreto-Lei 49/2005, e a manutenção dos níveis atuais no que respeita à biodiversidade global e à diversidade de espécies com estatuto legal de proteção ou com estatuto de ameaça. • Manutenção ou incremento das populações de aves com estatuto de ameaça que justificaram a criação da ZPE de Castro Verde, com destaque para as aves dependentes de habitats extensivos de sequeiro, sujeitos a um regime de rotação (aves estepárias), nomeadamente a abetarda, o sisão, o francelho, o tartaranhão-caçador, entre outras. 5.2.2. Situação atual, evolução prevista na ausência do plano e problemas ambientais No Quadro seguinte é apresentada a análise dos vários indicadores para a situação atual e para uma situação de evolução prevista na ausência de plano. Encontram-se ainda identificados os problemas ambientais existentes ou previstos associados aos diferentes critérios ou indicadores de análise. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 27 28 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar Quadro 5.1 – FCD – Conservação da Natureza: Situação atual, evolução na ausência de plano e problemas ambientais FCD Conservação da Natureza Indicadores Fontes de Informação Situação atual Evolução na ausência do plano Problemas ambientais Mantendo-se as tendências atuais de exploração agrícola na área do concelho inserida na ZPE de Castro-Verde esperam-se alterações significativas na distribuição de algumas espécies, particularmente daquelas que estão associadas a sistemas agrícolas extensivos. Alterações do uso do solo, nomeadamente a intensificação da exploração agrícola a que corresponde a conversão de terrenos de culturas arvenses em olivais de regadio e pastagens intensivas. (Não há informação publicada com o detalhe suficiente para os mamíferos) Mantendo-se as tendências atuais de exploração agrícola na área do concelho inserida na ZPE de Castro-Verde esperam-se alterações significativas na distribuição de algumas espécies, particularmente daquelas que estão associadas a sistemas agrícolas extensivos. Alterações do uso do solo, nomeadamente a intensificação da exploração agrícola a que corresponde a conversão de terrenos de culturas arvenses em olivais de regadio e pastagens intensivas. (não encontrámos informação publicada para as espécies de flora) Mantendo-se as tendências atuais de exploração agrícola na área do concelho inserida na ZPE de Castro-Verde esperam-se alterações significativas na distribuição de algumas espécies, particularmente daquelas que estão associadas a sistemas agrícolas extensivos. Alterações do uso do solo, nomeadamente a intensificação da exploração agrícola a que corresponde a conversão de terrenos de culturas arvenses em olivais de regadio e pastagens intensivas. Mantendo-se as tendências atuais de exploração agrícola e pecuária na área do concelho esperam-se alterações na distribuição a longo prazo das áreas de montado em resultado de uma exploração mais intensiva da pecuária de bovinos. Alterações do uso do solo, nomeadamente a intensificação da exploração agrícola a que corresponde a intensificação das pastagens sob coberto arbóreo. Distribuição das espécies de fauna com estatuto de ameaça em Portugal Extensão e dimensão das manchas ICNB, Bibliografia científica A situação atual para as aves, répteis e anfíbios está publicada nos respetivos Atlas (Equipa Atlas, 2005 e Loureiro et al. 2006). Diversidade global e diversidade de espécies com estatuto legal de proteção ICNB, Bibliografia científica N.º de espécies De acordo com a caracterização efetuada no âmbito deste processo de revisão do PDM ocorrem na área do concelho de Aljustrel as seguintes espécies animais: Mamíferos – 27 (6 com estatuto de ameaça em Portugal, de acordo com o Livro Vermelho, e 7 inseridas nos anexos B-II e/ou B-IV dos D.L. 140/99 e 49/2005), Aves – 140 (22 com estatuto de ameaça em Portugal, de acordo com o Livro Vermelho, e 33 inseridas nos anexo A-I dos D.L. 140/99 e 49/2005), Répteis – 17 (2 com estatuto de ameaça em Portugal, de acordo com o Livro Vermelho, e 5 inseridas nos anexos B-II e/ou B-IV dos D.L. 140/99 e 49/2005), Anfíbios – 13 (8 inseridas nos anexos B-II e/ou B-IV dos D.L. 140/99 e 49/2005). Dimensão das populações de aves estepárias N.º de efetivos reprodutores e tendências populacionais da comunidade de aves estepárias ICNB, Intervenção Territorial Integrada de Castro Verde, LPN, outra informação A informação publicada neste momento indica que as populações reprodutoras de aves estepárias que usam o território da ZPE de Castro-Verde são as seguintes: Sisão – 4544 machos (Silva & Pinto, 2006) Abetarda – 912 aves (Pinto et al. 2005) Águia-caçadeira – 50/80 casais (Costa et al. 2003) Francelho – 187 casais (Costa et al. 2003) Cortiçol-de-barriga-negra – 20/120 indivíduos (Costa et al. 2003) Alcaravão – 100/150 casais (Costa et al. 2003) Rolieiro – 40/60 casais (Costa et al. 2003) Estado de Conservação dos Montados de azinho Extensão dos habitats e estrutura etária dos povoamentos Inventário Florestal Nacional, AFN, Informação Geográfica de uso do solo (CORINE, outros) A distribuição das áreas de montado foi definida no âmbito da caracterização da área do concelho tendo sido produzida uma cartografia das áreas de montado. * Ver Anexo II – Lista de Acrónimos E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 29 30 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar 5.2.3. Efeitos decorrentes da implementação do plano No Quadro seguinte são apresentados os riscos e oportunidades inerentes à implementação das propostas da Revisão do PDM de Aljustrel, identificando-se ainda medidas de planeamento e gestão na tentativa de colmatar os riscos e otimizar as oportunidades. Quadro 5.2 – FCD – Conservação da Natureza – Efeitos significativos decorrentes da Revisão do PDM e medidas de planeamento e gestão Critérios Distribuição das espécies de fauna com estatuto de ameaça em Portugal Diversidade global e diversidade de espécies com estatuto legal de proteção Dimensão das populações de aves estepárias Estado de Conservação dos montados de azinho Riscos Intensificação da atividade agrícola e alargamento das áreas de regadio. Acréscimo na perturbação associada à presença humana resultante do desenvolvimento da rede viária e das atividades turísticas. Intensificação da atividade agrícola e alargamento das áreas de regadio. Acréscimo na perturbação associada à presença humana resultante do desenvolvimento da rede viária e das atividades turísticas. Intensificação da atividade agrícola e alargamento das áreas de regadio. Acréscimo na perturbação associada à presença humana resultante do desenvolvimento da rede viária e das atividades turísticas. Intensificação da atividade agrícola e alargamento das áreas de regadio e intensificação da pastorícia em áreas de montado. Oportunidades Gestão territorial que favoreça a proteção das áreas mais sensíveis. Ordenamento da atividade turística e de observação da natureza. Medidas de planeamento e gestão Listam-se aqui as orientações de gestão incluídas no Plano Sectorial da Rede Natura 2000 que serão incluídas no regulamento do PDM: – Restringir a construção de barragens nas zonas sensíveis – Condicionar a construção de infraestruturas – Condicionar a expansão urbano-turística – Proibir a florestação em áreas abertas com características pseudoestepárias Gestão territorial que favoreça a proteção das áreas mais sensíveis. Ordenamento da atividade turística e de observação da natureza. – Condicionar a florestação – Condicionar o cultivo de lenhosas – Impedir a introdução de espécies não autóctones – Outros condicionamentos específicos de – – Gestão territorial que favoreça a proteção das áreas mais sensíveis. Ordenamento da atividade turística e de observação da natureza. Gestão territorial que favoreça a proteção das áreas mais sensíveis. Ordenamento da atividade turística e de observação da natureza. – – – – – – – – – – – – práticas agrícolas (retardar a ceifa e corte de feno, interditar a lavra na Primavera, manter lagoas temporárias por ordenamento de práticas agrícolas) Regular uso de açudes e charcas Restringir o uso de agroquímicos / adotar técnicas alternativas Adotar práticas silvícolas específicas Assegurar mosaico de habitats Conservar recuperar povoamentos florestais autóctones Manter e melhorar manchas de montado aberto Manter olival tradicional existente Manter práticas de pastoreio extensivo Monitorizar, manter/melhorar qualidade da água Promover a cultura cerealífera extensiva Incrementar sustentabilidade económica de atividades de interesse para a conservação Conservar sebes, bosquetes e arbustos Reduzir mortalidade acidental particularmente aquela associada a linhas de transporte de energia Condicionar a intensificação agrícola E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 31 5.3. RECURSOS GEOLÓGICOS E HIDROGEOLÓGICOS 5.3.1. Introdução A análise dos aspetos geológicos e hidrogeológicos tem por objetivo avaliar a maneira de como a revisão do PDM integra a linha estrutural e conceptual dos objetivos de sustentabilidade ambiental e gestão de recursos dentro dos pressupostos emanados pela Diretiva Quadro da Água (DQA) e Lei da Água (LA). Desta forma, foram definidos os seguintes objetivos para o FCD Recursos Geológicos e Hidrogeológicos: • Avaliar qual a atual intenção de prosseguir ou não com a atividade mineira em Aljustrel de modo a que ambientalmente se criem estruturas e objetivos ambientais mais rigorosos. • Avaliar a atual situação ambiental derivada do problema de contaminação oriunda a partir das escombreiras e águas de mina (águas ácidas) e determinar se as condições geotécnicas das mesmas, e da área mineira, são indicadores de problemas sobre estruturas edificadas, e áreas de expansão urbana. • Avaliar quais as intenções das instituições ligadas ao património industrial, com o sentido de melhorar e dignificar o património gelógico-mineiro do couto de Aljustrel. • Avaliar se existem situações de sobre-exploração de aquíferos no concelho nomeadamente através a determinação dos recursos renováveis anuais no concelho e evolução piezometrica. • Avaliar de existem parâmetros físico-químicos no limiar dos definidos pela DQA e LA atendendo às características de uso do solo do concelho nomeadamente as agrícolas e mineiras. • Avaliar se estão implementados legalmente os perímetros de proteção a captações de abastecimento público, como o exige o Decreto-Lei nº 382/99, de 22 de Setembro. 5.3.2. Situação atual, evolução prevista na ausência do plano e problemas ambientais No Quadro seguinte é apresentada a análise dos vários indicadores para a situação atual e para uma situação de evolução prevista na ausência de plano. Encontram-se ainda identificados os problemas ambientais existentes ou previstos associados aos diferentes critérios ou indicadores de análise. 32 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar Quadro 5.3 – FCD Recursos Geológicos e Hidrogeológicos: Situação atual, evolução na ausência de plano e problemas ambientais FCD Recursos Geológicos e Hidrogeológicos Critérios/ Indicadores Fontes de Informação Situação atual Evolução na ausência de plano Problemas ambientais Recursos geológicos Em 2008 foi reiniciada a atividade mineira na concessão das Minas de Aljustrel. Entretanto foram realizados avultados investimento com o intuito de preparar a mesma para a laboração. Pretende se extrair e exportar zinco, chumbo, prata e cobre. Esta situação foi proporcionada pelas condições do mercado de Commodities que atendendo ao preço dos metais permitiu a viabilidade da atividade. A atividade permitiu o emprego direto a 100 trabalhadores, mais 200 subcontratados e a integração de 47 funcionários da antiga empresa de Pirites. A atividade mineira gerou um desenvolvimento evidente, do ponto de vista económico do concelho criando novas dinâmicas e novas oportunidades. As expectativas temporais são elevadas uma vez que as reservas estimadas são igualmente elevadas, permitindo um tempo de laboração a médio-longo prazo. Na eventualidade da ausência do PDM, a atividade mineira continuará a desenvolver-se com os condicionalismos derivados dos mercados de Commodities. O que poderá acontecer é alguma desarticulação das intenções de ordenamento que o plano propõe, nomeadamente na delimitação dos espaços industriais e de extração de recursos geológicos, bem como na indefinição de regras explícitas que estão no regulamento do plano proposto. Aumento do potencial de contaminação das águas, ar e solos derivada da reativação da mina. O projeto Metaltravel pretendeu investigar a evolução temporal das escombreiras mineiras abandonadas, com o intuito de identificar quais os metais que seriam transferidos para o ambiente, quais os que ficam retidos e se concentram nas escombreiras e quais as taxas destes fenómenos. Foram publicados uma série de artigos científicos, mas não se realizou propriamente a estabilização física das escombreiras e lagoas. Na ausência do plano as condições ambientais do couto mineiro manter-se-ão com tendência para agravamento. Manutenção das condições do passivo ambiental e continuação da dispersão dos contaminantes. LNEG EDM Atualmente o couto mineiro enquanto área de património industrial mineiro tem um potencial extremamente elevado como dinamizador de sinergias pedagógicas, ambientais. Não só a dimensão mas também o historial colocam Aljustrel como um goesito por excelência no panorama ibérico. Com esta potencial dinâmica há intenção do município para avançar para um Parque Mineiro. Esse parque mineiro é constituído por uma série de locais e edifícios que serão valorizados e/ou recuperados. Pretende-se criar condições de acessibilidade, valorização paisagística, fixar sinalética, restauro de equipamentos, etc. Para tornar esta área mais atrativa há que desenvolver outros projetos âncora, nomeadamente o Jardim geológico (chapéu de ferro), a Zona de Serviços e a Descida à Mina. Esta dinâmica recai não só sob o ponto de vista educacional mas também é um valor acrescentado para a economia do concelho, uma vez que serão esperados um grande número de visitantes. Na ausência do plano não serão garantidas as ferramentas legais do ponto de vista do ordenamento que possibilitem a intervenção e valorização dos locais afetos ao Parque Mineiro. Deste modo, tanto as áreas de interesse, bem como as edificações mais importantes continuarão a o seu processo de degradação e eventualmente serão desmanteladas. Ou seja será perdida uma oportunidade única, impar, em Portugal no que respeita ao conhecimento do património industrial à memória do povo de Aljustrel. Extrações de água subterrânea para uso público e industrial INSAAR (2009), CMA, INAG e ARH-A Atualmente as extrações de água para uso público e industrial são extremamente reduzidas, uma vez que a primazia foi dada às águas superficiais. As poucas captações públicas estão fundamentalmente como reserva. As condições de extração de água subterrânea na ausência do plano mantêm-se independentemente deste. Evolução dos níveis piezométricos do concelho de modo a avaliar a tendência dos recursos hidrogeológicos ARH-Alentejo IP, INAG (consulta em www.snirh.pt) De acordo com os dados da ARH-Alentejo no concelho de Aljustrel ocorrem em 4 massas de água, a saber por ordem crescente de ocupação: Zona Sul-Portuguesa da Bacia do Sado, Bacia do Tejo-Sado Indiferenciado da Bacia do Sado, Bacia de Alvalade e Zona Sul-Portuguesa da Bacia do Guadiana. Qualquer uma destas massas de água não está em risco quantitativo, sendo que os níveis piezométricos se mantêm mais ou menos inalterados. As condições de evolução dos níveis piezométricos na ausência do plano mantêm-se independentemente deste. INAG (consulta em www.snirh.pt) ARH-A De acordo com os dados da ARH-Alentejo, no concelho de Aljustrel ocorrem em 4 massas de água, a saber por ordem crescente de ocupação: Zona Sul-Portuguesa da Bacia do Sado, Bacia do Tejo-Sado Indiferenciado da Bacia do Sado, Bacia de Alvalade e Zona Sul-Portuguesa da Bacia do Guadiana. Qualquer uma destas massas de água não está em risco qualitativo. Contudo assumindo que o couto mineiro é um foco de contaminação pontual e atendendo a bibliografia publicada recentemente, as concentrações nas águas subterrâneas na zona do couto excedem todos os limites admissíveis para consumo humano. No que respeita às condições de evolução dos nitratos, não são expectáveis grandes alterações, por outro lado na ausência do plano a atividade mineira continuará e daí a mobilização para o ambiente de contaminantes especialmente metais pesados. Ativação das minas de Aljustrel com intuito extrativo Melhoria das condições ambientais do couto mineiro de Aljustrel. No que se refere à estabilização de escombreiras e lagoas DRE - Direção Geral de Economia LNEG – Projeto METALTRAVEL EDM – (consulta em www.edm.pt) Património geológico e mineiro Valorização do couto mineiro como área patrimonial da indústria mineira, no que respeita ao potencial geo-ecoeducacional Quantidade de água Qualidade da água Avaliação do estado qualitativo da água, nomeadamente no que respeita a nitratos (atividades agrícolas) e metais pesados (atividades mineiras) E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 33 34 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar 5.3.3. Efeitos decorrentes da implementação do plano No Quadro seguinte são apresentados os riscos e oportunidades inerentes à implementação das propostas da Revisão do PDM de Aljustrel, identificando-se ainda medidas de planeamento e gestão na tentativa de colmatar os riscos e otimizar as oportunidades. Quadro 5.4 – FCD Recursos Geológicos e Hidrogeológicos – Efeitos significativos decorrentes da Revisão do PDM e medidas de planeamento e gestão Critérios Recursos geológicos Riscos Oportunidades Produção de contaminação (metais pesados) durante muitos anos e após o eventual encerramento da mina. Alterações da geomorfologia do terreno devido a movimentações de terras. Ocorre uma massa de sulfuretos maciços de grande riqueza económica e que promove o emprego e a fixação das populações. Degradação total e perda de um património industrial de valor incalculável. Dinamização do Parque Mineiro e projetos associados, os quais podem contribuir para a dinamização turística e cultual do concelho e, ao mesmo tempo, serem uma fonte de potencial de riqueza e novas oportunidades. Património geológico e mineiro Quantidade de água Os riscos no concelho são muito baixos, exceto na zona da mina onde a extração de água, para proporcionar condições de laboração pode rebaixar os níveis piezométricos mas a nível local. Qualidade da água A atividade agrícola é muito reduzida não há grandes problemas qualitativos, exceto na zona do perímetro de rega de Alvalade. Por outro lado a mineração produz resíduos altamente contaminantes para a água nomeadamente através de metais pesados e redução da pH das águas (águas ácidas) Medidas de planeamento e gestão Podem existir águas com aptidão termal, contudo carecem de estudo. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 35 5.4. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E QUALIDADE AMBIENTAL 5.4.1. Introdução A análise da Eficiência Energética e Qualidade Ambiental visa avaliar a forma como a revisão do PDM responde aos objetivos de sustentabilidade ambiental preconizados pelo QRE, particularmente a eficiência energética que constitui um objetivo comum da ENDS, do PNAC, da ENE e do PNAEE, mas também no que respeita a qualidade do ar e a gestão e reutilização dos resíduos urbanos. São então definidos os seguintes objetivos para o FCD Eficiência Energética e Qualidade Ambiental: • Avaliar os padrões de utilização de energia no concelho e as medidas e processos adotados na revisão do PDM para o aumento da eficiência no seu uso bem como avaliar o potencial de aproveitamento de fontes endógenas de energia renovável. • Avaliar o contexto atual e as medidas de redução do montante de emissões de gases com efeito de estufa que possam integrar a revisão do PDM, visando o cumprimento do Protocolo de Quioto e a melhoria da qualidade do ar. • Avaliar a produção de resíduos urbanos e a integração de medidas de gestão na revisão do PDM. 5.4.2. Situação atual, evolução prevista na ausência do plano e problemas ambientais No Quadro seguinte é apresentada a análise dos vários indicadores para a situação atual e para uma situação de evolução prevista na ausência de plano. Encontram-se ainda identificados os problemas ambientais existentes ou previstos associados aos diferentes critérios ou indicadores de análise. 36 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar Quadro 5.5 – FCD Eficiência Energética e Qualidade Ambiental: Situação atual, evolução na ausência de plano e problemas ambientais FCD Eficiência Energética e Qualidade Ambiental Critérios/ Indicadores Fontes de informação Situação atual Evolução na ausência de plano Problemas ambientais Consumo energético O distrito de Beja, em 2010, foi responsável pela produção de Produção de energia a partir de fontes renováveis no distrito de Beja DGEG – Direção Geral de Energia e Geologia - Renováveis, Estatísticas rápidas, n.º 75, Maio 2011. aproximadamente 1 000 GWh de energia elétrica a partir de fontes renováveis, nomeadamente hídrica (75%), eólica e fotovoltaica. Desde 2003, que a produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis tem aumentado. Representatividade da produção de energia a partir de fontes renováveis na produção nacional de energia elétrica Consumo doméstico de energia elétrica por habitante (kWh/ hab) DGEG - Direção Geral de Energia e Geologia – Estatísticas de Energias Renováveis (consulta em www.dgge.pt) INE – Anuário Estatístico da Região do Alentejo A produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis, no distrito de Beja, apresenta uma tendência crescente desde 2003, apesar de ter se verificado ligeiras diminuições em alguns anos (2004 e 2007). No entanto desde 2008 tem-se verificado um forte aumento desta produção, pelo que se estima que esta tendência se mantenha até um determinado limite nos próximos anos. A energia elétrica produzida a partir de fontes renováveis no distrito de A região do Alentejo nos últimos anos tem sido alvo de variados projetos Beja representa apenas 3,5% da produção nacional de energia elétrica de produção de energia elétrica, pelo que se perspetive o seu aumento proveniente de fontes renováveis. caso haja investimento e condições biofísicas que o possibilitem. O concelho de Aljustrel, em 2009, apresentou um consumo doméstico de O consumo doméstico de energia elétrica por habitante, no concelho de energia elétrica de 1 103 kWh por habitante, encontrando-se abaixo da Aljustrel, segue desde 2006 uma tendência positiva apesar de ligeira. média da região. Relativamente ao ano anterior apresentou uma ligeira Contudo encontra-se abaixo da tendência que caracteriza a região do diminuição. Baixo Alentejo. No concelho de Aljustrel existiam, em 2010, 61 edifícios, entre habitações Observando a evolução dos edifícios que se submeteram a certificação e serviços, que se submeteram ao processo de certificação energética. energética desde 2008, verifica-se um forte aumento entre este ano e 2009 Destes edifícios, 40% obtiveram declaração de conformidade regulamentar (2008 – 24 edifícios e 2009 – 64 edifícios). No entanto esta tendência - Consumo de recursos naturais Qualidade do ar Certificação Energética e da Qualidade de Ar nos Edifícios no Concelho de Aljustrel ADENE – Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios (SCE) - Relatório de Concelhos (consulta em www.adene.pt) - (avaliação em obra) com níveis entre A e B e 50% obtiveram certificado manteve-se constante no ano seguinte, sendo que até Julho de 2011 energético com níveis C e D. Os restantes edifícios receberam certificados existiam 28 edifícios no processo de certificação energética. Salienta-se - de B e B . - Baixa eficiência energética - Elevado consumo energético que para o distrito de Beja esta tendência tem-se verificado crescente. Os dados relativos às emissões de CO2 disponíveis são relativamente Emissões de CO2 no concelho de Aljustrel – totais e por km2 APA Em 2008, o concelho de Aljustrel foi responsável pela emissão de 34 382 2 escassos, existindo apenas para três anos. Contudo estes demonstram 2 ton de CO2, correspondendo a 75 ton/km . uma tendência ligeira de decréscimo (2005 - 105 ton/km , 2007 - 110 2 - Aumento dos gases com efeito de estufa (GEE) 2 ton/km 2008 – 75 ton/km ). Resíduos urbanos Assim como em todo o território nacional, no concelho de Aljustrel os Resíduos urbanos recolhidos por habitante INE – Estatísticas dos Resíduos Municipais No concelho de Aljustrel em 2009 foram recolhidos 588 kg de resíduos resíduos urbanos tenderão a aumentar, na linha do que tem sucedido urbanos por habitante, valor que se situa próximo do apresentado em 2008 desde 2007. No entanto espera-se uma inversão desta tendência nos e 2007. próximos anos, como tem sucedido na União Europeia, com a aposta na reciclagem dos resíduos sólidos urbanos e de construção e demolição. Proporção dos resíduos urbanos recolhidos seletivamente INE – Estatísticas dos Resíduos Municipais No concelho de Aljustrel em 2009 foram recolhidos seletivamente apenas 6% dos resíduos urbanos, no entanto verificou-se um aumento em relação a 2008. Todavia encontra-se muito abaixo da média da região. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 37 A tendência é, como em todo o território nacional, o aumento da recolha seletiva de resíduos, visto que se espera uma maior educação e sensibilização da população para esta questão e uma maior cobertura do Sistema de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos. - Sobrecarga dos aterros - Desperdício de recursos 38 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar 5.4.3. Efeitos decorrentes da implementação do plano e medidas de planeamento e gestão No Quadro seguinte são apresentados os riscos e oportunidades inerentes à implementação das propostas da Revisão do PDM de Aljustrel, identificando-se ainda medidas de planeamento e gestão na tentativa de colmatar os riscos e otimizar as oportunidades. Quadro 5.6 – FCD Eficiência Energética e Qualidade Ambiental: Efeitos significativos decorrentes da elaboração do plano e medidas de planeamento e gestão Critérios Consumo energético Riscos Aumento das emissões GEE associado à produção de resíduos, águas residuais e consumo de energia elétrica a partir de fontes fósseis. Melhorias globais das acessibilidades propiciam aumento da utilização destas e do tráfego. Qualidade do ar Aumento das emissões GEE associado à produção de resíduos, águas residuais e consumo de energia elétrica a partir de fontes fósseis Oportunidades Medidas de planeamento e gestão Gestão ambiental do espaço industrial promovendo a implementação de medidas de eco-eficiência, racionalização energética, introdução de tecnologias limpas ou renováveis de produção energética, recolha e encaminhamento recomendável de resíduos, redução e racionalização do consumo de água, e drenagem e tratamento de águas residuais que promovem a redução de GEE - Viabilização de espaço no território para a instalação de infraestruturas de produção de energia renovável - Introduzir tecnologias de energia renovável em infraestruturas públicas, por exemplo na iluminação pública - Promover sistemas mais eficientes do ponto de vista energético, através de iniciativas de incorporação de tecnologias mais eficientes nos edifícios, equipamentos e infraestruturas públicas - Promover medidas de eficiência energética e redução dos consumos junto da população. Encurtamento de traçados, redução do congestionamento e celeridade nas deslocações o que favorecerá a redução do tempo de consumo de combustíveis fósseis, reduzindo o tempo de emissão de GEE (consequentemente CO2). A implementação de medidas de ecoeficiência e racionalização energética introdução de tecnologias limpas ou renováveis de produção energética, recolha e encaminhamento recomendável de resíduos, redução e racionalização do consumo de água, drenagem e tratamento de águas residuais que promovem a redução de GEE Proteção dos sumidouros de carbono da estrutura urbana. - Cumprir a legislação em vigor relativa à Certificação Energética de Edifícios, principalmente para edifícios a construir ou remodelar. - Determinar e avaliar a pegada ecológica do concelho (incorporando as principais atividades do concelho) E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 39 Critérios Riscos Oportunidades Medidas de planeamento e gestão - Promoção da reutilização de resíduos Resíduos urbanos Aumento da produção de resíduos 40 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Gestão ambiental do espaço industrial promovendo a implementação de recolha e encaminhamento recomendável de resíduos. - Otimização da recolha seletiva de resíduos - Ações de sensibilização da população para a redução da produção, reciclagem e a reutilização de resíduos Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar 5.5. REFORÇO POPULACIONAL, ESTRUTURAÇÃO URBANA E QUALIDADE DE VIDA 5.5.1. Introdução Face ao contexto de perda demográfica do concelho de Aljustrel e de toda a região do Alentejo, a avaliação do fator ambiental População pressupõe necessariamente a integração do objetivo de Reforço Populacional, sendo conjugado no presente FCD com a melhoria da Qualidade de Vida e a Estruturação Urbana tendo sido definidos os seguintes objetivos: • Avaliar as tendências de decréscimo e envelhecimento populacional e o efeito esperado das propostas da revisão do PDM, no reforço populacional do concelho. • Avaliar a estruturação e coerência da matriz de ocupação urbana, tendo em conta a dotação de serviços e funções, de equipamentos coletivos, de infraestruturas básicas e de acessibilidades, e considerando os efeitos das propostas da revisão do PDM. • Avaliar o contributo da revisão do PDM na melhoria de qualidade de vida da população do concelho e coesão social, atendendo em particular ao nível de vida e ao acesso à educação, saúde, desporto e segurança social. 5.5.2. Situação atual, evolução prevista na ausência do plano e problemas ambientais No Quadro seguinte é apresentada a análise dos vários indicadores para a situação atual e para uma situação de evolução prevista na ausência de plano. Encontram-se ainda identificados os problemas ambientais existentes ou previstos associados aos diferentes critérios ou indicadores de análise. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 41 42 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar Quadro 5.7 – FCD Reforço Populacional, Estruturação Urbana e Qualidade de Vida: Situação atual, evolução na ausência de plano e problemas ambientais FCD Reforço Populacional, Estruturação Urbana e Qualidade de Vida Critérios/ Indicadores Fontes de informação Situação atual Evolução na ausência de plano Problemas ambientais Estrutura demográfica Segundo os dados preliminares dos Censos de 2011 a população residente Evolução da população residente (n.º de habitantes e %) Índice de envelhecimento INE – Recenseamento Geral da População e da Habitação INE – Recenseamento Geral da População e da Habitação totaliza, atualmente, 9 234 habitantes, traduzindo uma perda demográfica na ordem dos 1 333 habitantes (12,6%), em relação a 2001. Em relação a 1991 este concelho perdeu aproximadamente 23% da população residente. O concelho de Aljustrel tem demonstrado uma tendência clara de redução da O concelho de Aljustrel tem vindo a demonstrar uma tendência de população, quer a nível da natalidade, quer a nível do aumento dos postos de envelhecimento da população. Entre 2001 e 2011 o índice de envelhecimento registou um aumento de 23 pontos, encontrando-se atualmente nos 193. população, pelo que caso não se apliquem medidas de apoio ao crescimento da trabalho, esta situação tender-se-á a manter. - Despovoamento das zonas rurais - Abandono das áreas agrícolas e/ou florestais - Abandono do património Comparativamente com a média regional e nacional, este concelho apresenta valores muito superiores. Dotação funcional e equipamentos INE – Anuário Estatístico da Região do Alentejo CMA – Carta Educativa de Aljustrel N.º, tipologia e capacidade dos equipamentos 4 coletivos 4 5 6 CMA – Quadro de Equipamentos Desportivos existentes no concelho de Aljustrel (2011) CMA – Quadro de Equipamentos culturais existentes no concelho de Aljustrel (2011) Ministério da Saúde – Portal da Saúde, Serviços Saúde (consulta em www.portaldasaude.pt) MTSS – Carta Social No concelho de Aljustrel no ano letivo de 2008/2009 encontravam-se em Relativamente aos equipamentos de educação, de acordo com os dados do INE funcionamento 10 estabelecimentos de educação pré-escolar (211 estudantes), tem-se verificado uma ligeira redução dos estabelecimentos do 1.º ciclo do ensino 8 estabelecimentos de 1.º ciclo (355 estudantes), um de 2.º ciclo (246 básico existentes no concelho, nomeadamente nos anos letivos de 2007/2008 e estudantes), 2 de 3.º ciclo (851 estudantes) e um de ensino secundário (657 2006/2007. Nestes dois anos letivos foram encerradas duas escolas de 1.º ciclo estudantes). Relativamente aos equipamentos de saúde o concelho de Aljustrel devido ao número insuficiente de alunos, pelo que esta tem sido uma tendência é servido por um Centro de Saúde (que dispõe já de novas instalações), usual localizado na sede de concelho, e ainda as três extensões de saúde estabelecimentos, este tem vindo aumentar desde 2006, contrariamente ao período correspondentes à área geográfica das freguesias de Ervidel, Messejana e São entre os anos letivos 2001/2002 e 2005/2006. No âmbito da Carta Educativa de João de Negrilhos (a extensão de saúde de Rio de Moinhos encontra-se Aljustrel (2006) foram propostas intervenções nos equipamentos, nomeadamente o encerrada). No que se refere aos equipamentos de assistência social, todas as encerramento de alguns estabelecimentos, a criação de novos espaços e resposta freguesias possuem um equipamento, ou seja, ou lar de 3.ª idade e/ou centro de de educação e a qualificação do espaço escolar. dia. O concelho de Aljustrel apresenta diversos equipamentos culturais, na sua maioria na sede de concelho. Concentram-se na sede de concelho as três salas de espetáculo existentes no concelho – a Biblioteca/Auditório, o Anfiteatro das Piscinas e o Cineteatro - , e a única sala de exposições. Na sede do concelho localizam-se ainda (5) salões de festas, (1) recinto de exposições e feiras, (3) museus, (1) centro cultural e (1) praça de touros. Além dos equipamentos já referidos na sede de freguesia, no resto do concelho podem ainda ser identificados (3) centros socioculturais, (3) três salões de festas, (2) recintos de 5 no resto da região. O número de alunos matriculados nestes As freguesias que compõem o concelho de Aljustrel possuem equipamentos de saúde e de assistência social. Relativamente aos equipamentos de saúde esperase que este número se mantenha. No entanto, os equipamentos de assistência social podem sofrer alterações, visto que o número de camas existente pode ser insuficiente para uma população que apresenta um índice de envelhecimento muito elevado. Relativamente aos equipamentos desportivos, o rácio de superfície desportiva por exposições e feiras , (1) centro cultural, (2) dois museus e (1) praça de touros. habitante que caracteriza o concelho de Aljustrel cumpre largamente a quota global Relativamente a equipamentos desportivos, a freguesia de Aljustrel apresenta de 4 m de superfície desportiva útil por habitante, critério que tem sido adotado um número de equipamento superior às restantes freguesias, perfazendo um desde 1986, pelo que a tendência será manter e preservar os equipamentos já total de 27 estabelecimentos. No concelho existem, 18 polidesportivos, 9 existentes. Salienta-se que se encontra prevista a construção de uma pista de campos de futebol, 3 piscinas descobertas, uma piscina coberta, 3 campos de atletismo, um circuito de manutenção e uma infraestrutura para prática de desporto ténis, 2 salas de desporto, 3 pavilhões desportivos, 5 picadeiros e 2 ginásios. radicais, na zona desportiva do estádio. O indicador referente ao N.º, tipologia e capacidade dos equipamentos coletivos é também utilizado na avaliação do critério Qualidade de Vida e Coesão SocialO Recinto de exposições e feiras de Messejana corresponde a um terreno privado com pavilhões, onde é realizado o mercado grossista. Normas para a Programação de Equipamentos Coletivos da DGOTDU (2002) E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 43 2 - Despovoamento dos aglomerados rurais Critérios/ Indicadores Fontes de informação Situação atual Evolução na ausência de plano Problemas ambientais Estrutura demográfica O concelho de Aljustrel caracteriza-se por uma forte polarização de funções Ocorrência de funções centrais Relatório da 1ª Fase do PDM centrais na sede de concelho, visto que para além de albergar todas as tipologias de funções existentes no concelho, é também o único local onde Não se preveem projetos para alterar esta tendência. existem as funções muito raras, como consultório médico privado e supermercado. Acessibilidades Ligações diretas por via rodoviária Relatório da 1ª Fase do PDM A vila de Aljustrel é o lugar que regista um maior número de ligações diretas do Para além de reparações, alargamento e retificações do traçado (EM 264, EM 527 concelho, assumindo-se como o mais central segundo esta perspetiva. Os e EM 530), está previsto o projeto de criação de uma variante de ligação da EN 2 à lugares de Montes Velhos e Messejana, surgem logo a seguir como os mais EN 261, com o intuito de desviar o trânsito pesado do centro da vila de Aljustrel. centrais, enquanto Corte Vicente Anes apresenta-se como o aglomerado mais Excetuando tais intervenções não se encontra previsto o aumento de ligações isolado. rodoviárias aos aglomerado urbanos. Destaca-se ainda o facto de a Câmara Ressalva-se que o concelho de Aljustrel apresenta um posicionamento geográfico privilegiado ao ser servido diretamente pela Autoestrada do Sul (A2). Atualmente, a localidade de Rio de Moinhos recebe um novo protagonismo na rede urbana concelhia, visto ser a localidade mais próxima no nó de acesso à A2 Municipal de Aljustrel ter em vigor um protocolo com o Regimento de Engenharia do Exército que tem como objetivos: melhorar a Rede Viária Rural no Concelho de Aljustrel através da beneficiação de itinerários e limpeza de linhas de água. A Rede Viária Rural está a ser beneficiada numa extensão de mais de 30 km com a regularização e recarga da plataforma existente e execução de drenagem longitudinal e transversal. Infraestruturas de abastecimento e saneamento Em 2001, o concelho de Aljustrel apresentava uma taxa de cobertura de abastecimento de águas no alojamento familiares de residência habitual de Taxa de cobertura do parque habitacional a infraestruturas de abastecimento e saneamento INE – Recenseamento Geral da População e Habitação Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Sado (versão para Consulta Pública) PEAASAR II (2007-2013) 98,9% (com água canalizada dentro e fora do alojamento), acima da média regional (97,6%). Para o mesmo ano, este concelho apresentava uma taxa de Comparando com a referência do PEAASAR II (2007-2013), que define as metas a cobertura das infraestruturas de saneamento nos alojamentos familiares de atingir no final deste período (95% da população servida com água potável no residência habitual de 94% (rede pública e privada de esgotos), mantendo-se domicilio e 90% da população servida com drenagem e tratamento de águas), também acima da média regional (91,3%). De acordo com o Plano de Gestão conclui-se que o concelho de Aljustrel ultrapassa as metas exigidas, garantindo da Região Hidrográfica do Sado (versão para Consulta Pública) toda a assim a boa cobertura dos sistemas de abastecimento e saneamento. população é servida por estas infraestruturas de drenagem e de tratamento. No mesmo documento não é identificado o índice de abastecimento para o concelho, porém para a região hidrográfica do rio Sado este índice é de 96%. Qualidade de Vida e Coesão Social5 Poder de compra per capita INE – Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio O concelho de Aljustrel, em 2007, apresentava um poder de compra per capita de 76,66. O concelho de Aljustrel tem demonstrado uma tendência positiva em relação ao poder de compra per capita desde 2000 até 2007. Todavia o poder de compra per capita deste concelho encontra-se abaixo do valor para a região. - Diminuição da qualidade de vida da população residente O número de beneficiários do rendimento social de inserção no concelho de Beneficiários do Rendimento Social de Inserção INE – Anuário Estatístico da Região do Alentejo No concelho de Aljustrel existem 514 beneficiários do rendimento social de inserção (aproximadamente 5% da população residente em 2010). Aljustrel aumentou 17% desde 2008, momento em que começou a subir. Tendo em conta o contexto socioeconómico atual, verificado pelo aumento da taxa de desemprego, caso esta política social não se altere, a tendência prevista será o aumento do número de beneficiários. 44 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx - Dependência do estado - Diminuição da qualidade de vida da população residente Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar 5.5.3. Efeitos decorrentes da implementação do plano e medidas de planeamento e gestão No Quadro seguinte são apresentados os riscos e oportunidades inerentes à implementação das propostas da Revisão do PDM de Aljustrel, identificando-se ainda medidas de planeamento e gestão na tentativa de colmatar os riscos e otimizar as oportunidades. Quadro 5.8 – FCD Reforço Populacional, Estruturação Urbana e Qualidade de Vida: Efeitos significativos decorrentes da elaboração do plano e medidas de planeamento e gestão Critérios Riscos Medidas de Planeamento e Gestão Oportunidades A criação de condições para o estabelecimento de mais indústrias e empresas de vários sectores Estrutura demográfica económicos, como gerador de emprego, potencia a estabilização Aplicar medidas fiscais que favoreçam a natalidade. da população residente. Requalificar os equipamentos coletivos que se encontrem em mau Dotação funcional e equipamentos estado ou desfasados da procura, melhorando assim a qualidade de vida da população utilizadora A construção de infraestruturas rodoviárias apresenta Acessibilidades riscos à Desenvolvimento de acessos impermeabilização de mais adequados às necessidades das áreas de solo. empresas/indústrias existentes. Risco de fragmentação e Melhoria isolamento segurança nas vias. de manchas das condições de contínuas de solo com a mesma capacidade de uso. Aumento da eficiência Infraestruturas de abastecimento e saneamento Qualidade de Vida e Coesão 5 Social das infraestruturas já existentes A criação de condições para o estabelecimento de atividades económicas geradoras de emprego. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 45 5.6. ATIVIDADES ECONÓMICAS 5.6.1. Introdução A valorização das atividades económicas constitui um elemento essencial da Estratégia definida para o desenvolvimento do concelho de Aljustrel (que, independentemente da tradição da exploração mineira, se apoia em três sectores económicos emergentes – agricultura de regadio e agroindústrias, indústria transformadora e turismo. A dinamização económica passa também pela valorização dos recursos humanos e por uma aposta na inovação, que se encontra fortemente representada no QRE, designadamente no Plano Regional de Inovação, no Plano Operacional da Região do Alentejo e no PROT. Constituem objetivos da avaliação do presente FCD: • Avaliar o aproveitamento do potencial agrícola associado à exploração do Aproveitamento Hidroagrícola do Roxo e ao desenvolvimento das agroindústrias, na revitalização da atividade agrícola. • Avaliar a capacidade atrativa do concelho para a instalação de atividades industriais e serviços, e a criação de condições para a localização de atividades económicas no concelho. • Avaliar a integração do potencial turístico do concelho num modelo de desenvolvimento que prossiga a salvaguarda dos recursos naturais e estimule a relação urbano-rural, contribuindo simultaneamente para a diversificação da base económica concelhia. • Avaliar a valorização do potencial humano e a incorporação de novas tecnologias e inovação na diversificação do tecido produtivo e na promoção da competitividade económica do concelho. 5.6.2. Situação atual, evolução prevista na ausência do plano e problemas ambientais No Quadro seguinte é apresentada a análise dos vários indicadores para a situação atual e para uma situação de evolução prevista na ausência de plano. Encontram-se ainda identificados os problemas ambientais existentes ou previstos associados aos diferentes critérios ou indicadores de análise. 46 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar Quadro 5.9 – FCD Atividades Económicas: Situação atual, evolução na ausência de plano e problemas ambientais FCD Atividades Económicas Critérios/ Indicadores Fontes de Informação Situação atual Evolução na ausência de plano Problemas ambientais Agricultura de regadio e agroindústrias Área beneficiada dos Aproveitamentos Hidroagrícolas Culturas regadas DGADR – Sistema de Informação do Regadio, consulta em http://sir.dgadr.pt/; Parecer à Fase 2 EDIA DGADR – Sistema de Informação do Regadio, consulta em http://sir.dgadr.pt/; Parecer à Fase 2 O aproveitamento hidroagrícola do Roxo apresenta uma área beneficiada de 4399,6 ha e 468 beneficiários. Os blocos de rega do EMFA existentes e projetados abrangem, no concelho de Aljustrel, cerca de 13 mil ha, distribuídos pelo bloco de rega de Aljustrel (1 176 ha), Zonas 1, 2 e 3 de Ervidel (3 311,7 ha) e Zonas 1, 2 e 3 de Rio de Moinhos (3 999 ha). Após a ligação da barragem do Alqueva à barragem do Roxo, que serve o aproveitamento hidroagrícola com o mesmo nome, perspetiva-se um aumento da área beneficiada. A área regada e os tipos de cultura dependerão do No aproveitamento hidroagrícola do Roxo as principais culturas são o olival mercado e das condições meteorológicas. - Escassez de água - Qualidade da água - Eficácia na utilização da água (cultura dominante), milho, amendoal, girassol e arroz (o Sistema de Informação do Regadio refere também o tomate). O registo dos produtos de qualidade em Portugal decorre de um processo que Produtos com nomes protegidos DGADR – Produtos Nacionais com Nomes Protegidos GPPAA – Produtos de Qualidade em Portugal (DOP/IGP) (consulta em www.gppaa.minagricultura .pt) No concelho de Aljustrel existem oito produtos designados como “Produtos de Qualidade em Portugal”, nomeadamente Azeite do Alentejo Interior DOP, Borrego do Baixo Alentejo IGP, Carne Alentejana DOP, Carne de porco Alentejano DOP, Carne Mertolenga DOP, Linguiça do Baixo Alentejo IGP, Presunto e Paleta do Alentejo DOP e Queijo Serpa DOP envolve a análise da Comissão Europeia, pelo que o aumento destes produtos depende do número de pedidos e do número de atribuições. Atualmente encontra-se em análise o produto Cabrito do Alentejo. Estes produtos assumem um valor estratégico, não só numa perspetiva de desenvolvimento económico das fileiras de agro-indústria, mas também na perspetiva de valorização de um dos produtos estratégicos apontados no Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) – a gastronomia e vinhos. Espaços de acolhimento industrial e de serviços O PDM em vigor prevê a existência de 43,21 ha de espaços industriais (96% na Espaços industriais existentes e respetiva taxa de ocupação Relatório da 1ª Fase do PDM freguesia de Aljustrel), no entanto apenas cerca de 45% desta área estava Caso não se criem as condições necessárias (financeiras, acessos), não se ocupada por este uso. Salienta-se que no concelho existem no total duas zonas perspetiva o aumento da taxa de ocupação dos espaços industriais. industriais definidas (Aljustrel e Messejana). - Existência de áreas abandonadas e degradadas - Despovoamento do concelho No concelho de Aljustrel encontravam-se sedeadas, em 2008, duas indústrias extrativas Estabelecimentos industriais INE – Anuário Estatístico da Região do Alentejo e 66 indústrias transformadoras. A maioria das indústrias Desde 2007 que as indústrias sedeadas no concelho de Aljustrel, transformadoras estava associada às divisões da indústria das bebidas (30%), da nomeadamente as indústrias transformadoras têm vindo a diminuir (existiam 98 fabricação de produtos metálicos (24%) e da impressão e reprodução de suporte em 2004, 77 em 2007, 74 em 2008 e 66 em 2009). Para além da redução de gravados (11%). estabelecimentos de indústria transformadora, verificou-se ainda a redução em Relativamente ao pessoal ao serviço nas duas indústrias extrativas neste 27% de população empregada neste sector entre 2007 e 2008. concelho não foi possível determinar este valor. No entanto na indústria Entre 2006 e 2008, apesar da redução dos estabelecimentos de indústria transformadora, em 2008, encontravam-se ao serviço 184 indivíduos, cerca de transformadora, verificou-se a manutenção da sua diversidade, salientando-se 12% da população empregada. Salienta-se que as divisões de indústrias apenas o aparecimento de três empresas associadas à fabricação de móveis e transformadoras com maior representação no concelho são, também, as maiores colchões. empregadoras. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 47 - Diminuição de postos de trabalho - Despovoamento do concelho Critérios/ Indicadores Fontes de Informação Situação atual Evolução na ausência de plano Problemas ambientais O concelho de Aljustrel dispõe de um conjunto de instrumentos vocacionados para o desenvolvimento empresarial, e particularmente industrial, nomeadamente o polo industrial de Aljustrel, a Zona de Atividades Económicas da Messejana, o Parque de Exposições e Feiras, o Centro Municipal de Acolhimento a Micro Infraestruturas e serviços de apoio ao investimento Empresas (CMAME), o Fundo Financeiro de Apoio às Micro Empresas (FAME) e CMA o Centro de Formação Profissional e ainda o Gabinete de Desenvolvimento Económico. Destaca-se ainda a realização da feira do campo e concretamente no que concerne à agricultura a Plataforma Comercial de Produtos Agrícolas que Apesar da existência no concelho de Aljustrel das infraestruturas e serviços de apoio ao investimento já mencionadas, ressalva-se a necessidade de averiguar a sua eficácia para os objetivos pré-estabelecidos, visto que o tecido empresarial tem-se demonstrado pequeno e pouco diverso. resulta de um memorando de entendimento entre os municípios de Aljustrel e Ferreira do Alentejo e os aproveitamentos hidroagrícolas do Roxo e do perímetro de rega de Odivelas. Turismo A oferta de alojamento no concelho de Aljustrel não é muito diversificada, face ao potencial turístico que o concelho detém (património arqueológico, paisagem e património da atividade mineira, etc.). Nos últimos anos, registou-se no De acordo com os dados disponibilizados pelo Turismo de Portugal, existem, no Capacidade dos empreendimentos turísticos Turismo de Portugal concelho de Aljustrel, três empreendimentos turísticos classificados: dois 7 empreendimentos de turismo no espaço rural (TER) e uma pensão , perfazendo uma capacidade total de 50 camas. Alentejo um aumento do TER Observando as características do concelho, caso se verifique fonte de investimento, a oferta de alojamento turístico tem tendência a aumentar, mesmo que em quantidade reduzidas. De acordo com o Turismo de Portugal foram emitidos pareceres favoráveis - Fraca oferta de estabelecimentos hoteleiros e TER relativos aos projetos de arquitetura de dois hotéis, um dos quais com categoria de 5 estrelas, e outro de 3 estrelas (já concluído), totalizando as 229 camas. N.º de hóspedes e dormidas em estabelecimentos hoteleiros INE – Anuário Estatístico da Região do Alentejo Esta informação não se encontra disponível para os estabelecimentos hoteleiros existentes no concelho de Aljustrel, pelo que não é possível determinar a situação O novo hotel irá propiciar o aumento do número de hóspedes no concelho. atual da procura hoteleira no concelho. Potencial humano Taxa de analfabetismo INE – Recenseamento Geral da População e da Habitação O concelho de Aljustrel apresentou, em 2001, uma taxa de analfabetismo (17,29%) superior às médias regionais e nacionais. INE – Recenseamento Geral da População e da Habitação nacional, o concelho de Aljustrel desde 1991 que tem verificado algumas melhorias neste temática, diminuindo cerca de quatro pontos percentuais. Em 2001, 6,9% da população residente no concelho de Aljustrel tinha concluído o População com nível de ensino médio e superior Apesar de apresentar uma taxa de analfabetismo superior à média regional e ensino médio e/ou superior, encontrando-se este valor abaixo da média regional. À data, a maioria da população tinha apenas concluído o ensino básico, aproximadamente 60%, enquanto 11% tinham finalizado o ensino secundário. Entre 1991 e 2001, o concelho de Aljustrel mostrou uma tendência muito positiva, tal como já demonstrado pela melhoria da taxa de analfabetismo. Neste período a população com nível de ensino médio e superior aumento cerca de 4,5%, evidenciando esta tendência. Salienta-se ainda o aumento em 5,4 pontos percentuais da população residente com ensino básico. Atualmente o IEFP proporciona várias modalidades de formação profissional, Cursos de formação profissional do IEFP no Centro de Formação Profissional de Aljustrel IEFP – Oferta de Formação (consulta em www.iefp.pt) nomeadamente: cursos de aprendizagem (ensino básico), cursos de educação e As tipologias das formações nos centros de formação profissional seguem de formação para jovens e para adultos (1.º ciclo até ao secundário), cursos de certa forma as necessidades da população residente na região em que se especialização inserem, pelo que a tendência é que as formações apresentadas anteriormente tecnológica, formações modulares certificadas, programa português para todos, conclusão do 12.º ano incompleto, reconhecimento, sejam alteradas ao longo do tempo. validação e certificação do conhecimento (RVCC escolar e profissional 7 Esta última dever-se-á converter numa das tipologias de empreendimentos turísticos ou em alojamento local, conforme o que é definido pelo Regime Jurídico dos Empreendimentos Turísticos. 48 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx - Taxa de analfabetismo muito elevada Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar Critérios/ Indicadores Fontes de Informação Situação atual Evolução na ausência de plano Problemas ambientais enquadrado na iniciativa das Novas Oportunidades) e a iniciativa de formação para empresários. Salienta-se que o Centro de Formação Profissional de Aljustrel se encontra mais vocacionado para as áreas de Agricultura e Desenvolvimento Rural; Construção Civil e Obras Públicas; Madeiras; Metalurgia e Metalomecânica; Comunicação e Marketing; Serviços Pessoais e à Comunidade; Serviços Administrativos e Financeiros O concelho de Aljustrel, em 2001, dispunha de 4 165 indivíduos em atividade, População ativa Taxa de desemprego N.º de desempregados INE – Recenseamento Geral da População e da Habitação INE – Recenseamento Geral da População e da Habitação IEFP – Concelhos – Estatísticas Mensais representando uma taxa de atividade de apenas 39,4%.Salienta-se que esta taxa, referente ao concelho, apresenta desde 1991 valores inferiores à região do Alentejo Caso a tendência existente no concelho de Aljustrel desde 1991 se verifique, perspetiva-se um aumento da população ativa, no entanto numa proporção mais diminuta que a região do Alentejo. - Diminuição da população ativa A taxa de desemprego no concelho de Aljustrel à data dos censos de 2001 encontrava-se nos 12,7%, ligeiramente acima da média regional (8,4%). Dados Entre 1991 e 2001, a taxa de desemprego no concelho de Aljustrel verificou mais recentes publicados pelo Jornal expresso em Janeiro de 2011 uma redução de 4 pontos percentuais, seguindo a tendência nacional. Denota- O concelho de Aljustrel apresentava em Junho de 2011 278 desempregados se que no segundo trimestre de 2011, a taxa de desemprego do Alentejo registados, número que passou para 386 em Março de 2012. A maioria são encontra-se no 11,8%, traduzindo um aumento da população desempregada mulheres e indivíduos entre os 35 e os 54 anos, e que possuem apenas o 3.º ciclo - Aumento do número de desempregados face à conjuntura nacional atual do ensino básico. Inovação Apesar de atualmente a proporção de VAB em sectores de alta e média-alta Empresas /Proporção de VAB em sectores de alta e médiaalta tecnologia (NUT III) INE – Anuário Estatístico da Região do Alentejo A proporção de VAB em sectores de alta e média-alta tecnologia no Baixo tecnologia no Baixo Alentejo ser muito inferior à média regional e nacional, Alentejo, em 2008, era 0,9%, apresentando muito inferior à média da região do verificou-se um ligeiro aumento desde 2006 (0,3%). Todavia a inexistência de Alentejo (8,9%) e nacional (10,9%). dados a nível concelhio para este indicador não garante que no concelho de Aljustrel se verifique esta realidade. A região do Alentejo tem demonstrado uma evolução muito positiva no Empresas com atividades de inovação (NUT II) GPEARI – Sumários Estatísticos, Inquérito à Inovação Na região do Alentejo, entre 2006 e 2008, 52% empresas existentes crescimento de empresas com atividades de inovação, sendo que entre 2004 e apresentavam atividades de inovação, ou seja, atividades para a introdução de 2006, 38% das empresas tinham atividades de inovação e entre 2006 e 2008, inovação de produtos e/ou processos e/ou inovação organizacional e/ou inovação este valor ultrapassa a maioria das empresas existentes. Todavia a inexistência de marketing. de dados a nível concelhio para este indicador não garante que no concelho de Aljustrel se verifique esta realidade. Proporção de pessoal ao serviço em atividades de tecnologias de informação e comunicação (NUT III) INE – Anuário Estatístico da Região do Alentejo No Baixo Alentejo, em 2008, a proporção de pessoal ao serviço em atividades de A proporção de pessoal ao serviço em atividades TIC, na região do Baixo tecnologias de informação e comunicação (TIC) era apenas 0,3, muito inferior à Alentejo, apresentou uma variação negativa de 2007 para 2008. Todavia esta realidade nacional. informação não garante que esta variação se propague futuramente. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 49 - Baixo recurso às TIC 50 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar 5.6.3. Efeitos decorrentes da implementação do plano e medidas de planeamento e gestão No Quadro seguinte são apresentados os riscos e oportunidades inerentes à implementação das propostas da Revisão do PDM de Aljustrel, identificando-se ainda medidas de planeamento e gestão na tentativa de colmatar os riscos e otimizar as oportunidades. Quadro 5.10 – FCD Atividades Económicas: Efeitos significativos decorrentes da elaboração do plano e medidas de planeamento e gestão Critérios Agricultura de regadio e agroindústrias Espaços de acolhimento industrial e de serviços Riscos Repercussões associadas às más práticas agrícolas Repercussões associadas à impermeabilização do solo rural Repercussões associadas à impermeabilização do solo e aos riscos de contaminação associados às atividades industriais. Oportunidades Oportunidade aumentar a produção agrícola (através da expansão de regadio), valorizando as condições naturais muito favoráveis com um know-how assegurado Criação das condições necessárias ao estabelecimento de determinadas atividades (agricultura, artesanato, produção de mel, etc.) nos aglomerados rurais. Efeitos positivos no potencial da criação de uma imagem de marca do concelho ligada aos produtos agrícolas Oportunidade de requalificação do ordenamento e otimização dos espaços dedicados a esta tipologia de usos e melhoria da respetiva utilização do solo. Oportunidade de dinamização económica, em resultado da maior oferta, qualidade e otimização das acessibilidades rodoviárias intra e intermunicipais. Medidas de planeamento e gestão - Incentivar a aplicação do Código de Boas Práticas Agrícolas - Apoio (jurídico e financeiro) para a criação de associações que promovam as atividades tradicionais do concelho - Plano de marketing para a promoção dos produtos com nomes protegidos - Promover sinergias com os concelhos limítrofes que possuam o mesmo tipo de produtos - Efetuar levantamentos cadastrais com frequência adequados para que se posso monitorizar as violações ao PDM, situação que originou parte das alterações propostas em sede de revisão. - Desenvolver uma estratégia de comunicação e participação pública que permita sensibilizar os munícipes para as violações ao uso do solo sessões de esclarecimento e ações em meios de comunicação). - Criar benefícios fiscais ou financeiros a nível municipal, de forma a premiar as empresas, indústrias e projetos que se configurem como modelos de “boas práticas ambientais”. - Implementar uma política ambiental para os parques empresariais e industriais e para as empresas e industrias que lá se estabeleçam. - Avaliação da eficácia das infraestruturas e serviços de apoio E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 51 Critérios Riscos Oportunidades Medidas de planeamento e gestão ao investimento, e reajuste se necessário. Turismo Repercussões associadas à impermeabilização do solo rural. A intensificação das atividades turísticas pode trazer efeitos negativos para a qualidade paisagística e ambiental, como a poluição dos espaços públicos, das zonas florestadas e das áreas ribeirinhas. A recuperação das minas carece de conhecimento e soluções técnicas específicas que, se não forem providenciadas, poderão configurar situações de risco ambiental. Potencial humano Promoção da cultura mineira existente no concelho, valorizando economicamente o concelho. Oportunidade de requalificação da antiga zona mineira e do respetivo uso do solo com otimização e melhoria da qualidade da utilização do mesmo. Efeitos positivos para o desenvolvimento económico do concelho, associados à maior afluência turística, como resultado de ações para promoção e aumento da oferta/capacidade turística. Limitação dos impactes de um potencial passivo ambiental Impactes positivos sobre a proteção do património construído, natural e arqueológico e oportunidade de potenciais, a nível turístico, o património existente, com potencial económico a nível turístico. Utilização destas estruturas para implementação de programas de educação ambiental que envolvam a população em geral e que permitam sensibilizar para a gestão sustentável dos recursos. Impacte positivo ao nível de desenvolvimento económico do concelho, e consequentemente a criação de emprego e de sustentabilidade empresarial Qualificação profissional dos recursos humanos com potenciais efeitos positivos sobre a capacidade de iniciativa económica e desenvolvimento do tecido industrial e empresarial. Impactes positivos sobre as condições de vida da população, com a requalificação e oferta infraestruturas e equipamentos 52 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx - Promover o turismo de qualidade que respeite os valores naturais - Desenvolver ações de cooperação entre os diversos agentes associativos, de modo a serem criadas sinergias que permitam preservar e salvaguardar o valores paisagísticos e promover o desenvolvimento harmonioso das comunidades locais. - Desenvolver uma estratégia de marketing turístico em articulação com as atividades culturais e valores patrimoniais, de modo a potenciar sinergias económicas - Promover ações de sensibilização que visem a adoção e comportamentos ambientalmente adequados. - Reavaliação das necessidades formativas da população, face ao desenvolvimento do concelho - Incentivos a formação superior na região Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar 5.7. PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO E ARQUEOLÓGICO 5.7.1. Introdução Os estudos de caracterização do PDM enunciam a multiplicidade de marcas da presença humana no concelho, datadas desde as épocas mais remotas até à contemporaneidade e profundamente enraizadas na paisagem, que se assumem no presente como valores culturais indissociáveis de uma estratégia de desenvolvimento ambientalmente sustentado. O património classificado constitui apenas uma parte reduzida do património arquitetónico do concelho, sendo possível identificar um conjunto adicional de imóveis ou conjuntos edificados de valia histórica e arquitetónica. O Inventário Municipal do Património identifica 279 elementos edificados e 142 sítios arqueológicos, indicadores de um vasto legado histórico e arqueológico do concelho, potenciado pela exploração mineira aí desenvolvida. Face ao exposto os objetivos associados a este FCD prendem-se com: • Avaliar os problemas relativos à conservação e valorização do património cultural e verificar de que forma o PDM assegura a compatibilização das ações previstas com a preservação in situ de arqueossítios e edificado. • Avaliar os usos e as atividades incompatíveis com a conservação dos sítios arqueológicos e com o património edificado. • Avaliar os fatores de valorização e de degradação da paisagem, nomeadamente ao nível da proteção e valorização dos elementos singulares do concelho. 5.7.2. Situação atual, evolução prevista na ausência do plano e problemas ambientais No Quadro seguinte é apresentada a análise dos vários indicadores para a situação atual e para uma situação de evolução prevista na ausência de plano. Encontram-se ainda identificados os problemas ambientais existentes ou previstos associados aos diferentes critérios ou indicadores de análise. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 53 54 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar Quadro 5.11 – FCD Património Arquitetónico e Arqueológico: Situação atual, evolução na ausência de plano e problemas ambientais FCD Património Arquitetónico e Arqueológico Critérios/ Indicadores Fontes de Informação Situação atual Evolução na ausência de plano Problemas ambientais Reduzido número de imóveis classificados. Atualmente registam-se quatro imóveis classificados (Castelo de Aljustrel e Igreja de Nossa Senhora do Castelo IIP, Pelourinho de Messejana IIP, Cerro da Mangancha SIP e Ermida de Nossa Senhora da Assunção de Messejana MIP). Sobre outros dois imóveis foram encerrados os procedimentos de classificação, sem que tenha sido atribuída proteção legal (Edifício dos CTT de Aljustrel e Casa Nobre da Rua da Igreja) O património classificado constitui uma parte muito reduzida do património arquitetónico do concelho, uma vez que se regista a existência de um amplo conjunto de imóveis ou conjuntos edificados de valia histórica e arquitetónica. Destaque para valor arquitetónico da vila de Messejana, que se traduz na elaboração do Plano de Pormenor e Salvaguarda e Reabilitação do Núcleo Histórico de Messejana (não aprovado). A evolução prevista na ausência do plano é decorrente do panorama generalizado de limitada valorização do património cultural edificado, patente no reduzido número de imóveis classificados no concelho. Não se prevendo na ausência do plano uma evolução favorável para classificação de outros imóveis. Usos e atividades incompatíveis com a preservação de sítios arqueológicos e património edificado resultam na destruição ou mau estado de conservação, devida à intensidade de ocupação antrópica do solo (uso agrícola intensivo e construção civil). Diversos sítios arqueológicos encontram-se já destruídos atualmente ou sob fortes naturais e antrópicas. Existem eventualmente diversas referências com potencial limitado para a investigação e/ou valorização. Parte dos sítios arqueológicos inventariados concentra-se em áreas agrícolas objeto de infraestruturação e intensa mobilização de solos, nas quais a destruição de vestígios tem sido particularmente incidente. Algumas áreas como a área mineira de Aljustrel apresentam em simultâneo um enorme potencial arqueológico e uma enorme sensibilidade, embora seja uma área de articulação entre património cultural e património geológico assinalável, com condições adequadas aos roteiros/circuitos educativos e turísticos. Uma percentagem reduzida dos sítios inventariados possui condições adequadas para serem visitáveis e integrarem roteiros/circuitos educativos e turísticos, pelo que é prioritária a investigação sobre os mesmos e a respetiva valorização e musealização, que aumentam os pontos de interesse a visitar. O número de sítios arqueológicos inventariados no território concelhio tem tendência para aumentar, não tanto como resultado de projeto de investigação e inventariação sistematizado, baseado numa perspetiva concelhia de salvaguarda e valorização, mas apenas como resultado de ações de avaliação e minimização de impactes de determinados projetos em concreto. A maior parte dos vestígios identificados neste contexto de ações de avaliação e minimização de impactes não é na maior parte dos casos compatível com a conservação in situ, de forma a que após as obras persiste apenas o registo dos contextos e espólio. Prevê-se a manutenção da situação genericamente adversa para a preservação do património edificado concelhio, de cariz mais tradicional e etnográfico, decorrente da limitada competitividade económica das tecnologias tradicionais de exploração de recursos e transformação, perante tecnologias modernas e mais rentáveis da pressão sobre espaços urbanos e rurais, frequentemente incompatível com a preservação do património etnográfico. Património arqueológico, arquitetónico e etnográfico Património classificado em vias de classificação ou Património arqueológico, arquitetónico e etnográfico objeto de levantamento/ inventário Relatório da 1ª Fase do PDM IGESPAR, I.P. – Base de dados dos bens com proteção legal e base de dados do património arqueológico IHRU – Sistema de informação – inventário Relatório da 1ª Fase do PDM IGESPAR, I.P. – Base de dados dos bens com proteção legal e base de dados do património arqueológico IHRU – Sistema de informação – inventário Bibliografia da especialidade Aldeias enquanto espaços privilegiados de interação de valores congregam património natural e edificado. Especificidade da arquitetura popular, rusticidade dos materiais e antiguidade das técnicas construtivas. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 55 Nas áreas urbanas, a intensidade, densidade e consecutiva ocupação humana implicam problemas de conservação dos vestígios das épocas mais arcaicas. Contribuiu para a perda de valores arquitetónicos antigos que compõem a riqueza patrimonial 56 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar 5.7.3. Efeitos decorrentes da implementação do plano e medidas de planeamento e gestão No Quadro seguinte são apresentados os riscos e oportunidades inerentes à implementação das propostas da Revisão do PDM de Aljustrel, identificando-se ainda medidas de planeamento e gestão na tentativa de colmatar os riscos e otimizar as oportunidades. Quadro 5.12 – FCD Património Arquitetónico e Arqueológico: Efeitos significativos decorrentes da elaboração do plano e medidas de planeamento e gestão Critérios Património edificado Património Arqueológico Riscos Oportunidades Medidas de planeamento e gestão Política de intervenções de requalificação do edificado e áreas urbanas antigas e legislação/ normalização compatível parca e de alcance limitado. Reduzido número de imóveis classificados ou em vias de classificação. Edificado antigo devoluto e em ruínas, nomeadamente propriedade de particulares. Edifícios religiosos constituem um vasto e rico património concelhio O valor patrimonial de alguns edifícios particularmente relevantes é assegurado pela classificação existente (MN, IIP e respetivas ZEP) ou em curso (como futuros IVC). Potencial de recuperação de edificado antigo devoluto e atribuição de novas funções culturais. Consistência e diversidade do edificado urbano antigo permitem a conceção de circuitos temáticos. Estudos e legislação específica concebida para a delimitação de áreas urbanas e edificado a recuperar/valorizar (ex. Plano de Pormenor e Salvaguarda e Reabilitação do Núcleo Histórico de Histórico de Messejana, não aprovado. Património “difuso”, vestigial, que pela sua natureza se encontra frequentemente caracterizado de forma insuficiente. Escassez ou inadequação dos meios e/ou verbas para intervenções sistemáticas. Escassez de agentes promotores de turismo cultural e de circuitos turísticos culturais a operar na região. Número significativo de referências As oportunidades mais notórias consistem na otimização dos recursos patrimoniais existentes, através da sua valorização e integração na rede de equipamentos de divulgação cultural e científica. Diversidade e número de sítios, tipologias e cronologias, incluindo contextos de referência a nível nacional Centros históricos dos núcleos urbanos são sítios arqueológicos per si Simbiose entre a paisagem natural e alguns sítios arqueológicos, adaptável à rentabilização no âmbito do ecoturismo Valorização dos elementos Medidas Gerais: Criação de um sistema de informação geográfica, carta arqueológica municipal, em permanente atualização que permita a gestão sistemática e atualizada do património concelhio, presentemente materializado no IMP Inclusão de parecer do arqueólogo do município nas obras de licenciamento urbano e nas intervenções em terreno rural que impliquem grande movimentação de Contributo QRE Criação da “Metodologia para Elaboração da Caracterização do Património Cultural Histórico e Arqueológico dos Planos Municipais de Ordenamento do Território (PMOT’s)”. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 57 corresponde a sítios destruídos ou em mau estado de conservação, devido à pressão antrópica sobre o uso do solo (agricultura, construção civil). arqueológicos no âmbito diversificação e qualificação da atividade turística. terrenos como, i.e., florestações, instalação de condutas, construção de açudes, diques ou barragens, construção de infraestruturas turísticas, etc. Em área urbana: Em obras que impliquem movimentação de terras como, por exemplo, abertura de caboucos para implantação de sapatas ou construção de caves, proceder ao acompanhamento arqueológico. No caso de aparecimento de elementos patrimoniais no decurso da obra, proceder à avaliação da sua importância e efetuar com a maior brevidade a sua escavação e registo em imagens, desenho, georeferenciação e recolha do património móvel associado. No caso de património muito importante promover os estudos necessários à sua preservação in situ e recuperação e consolidação para fruição da comunidade. No caso de património com importância relativa, depois de efetuados os procedimentos do de caracterização e registo arqueológico, estudar a hipótese da sua preservação in situ sem afetar a construção da obra projetada. No caso de património pouco relevante, após os procedimentos caracterização e registo arqueológico, permitir o avanço da obra projetada ainda 58 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar que isso implique a destruição dos vestígios. Em área rural: Proceder ao acompanhamento arqueológico de obras que impliquem movimentação de terras como, por exemplo, florestações, instalação de condutas, construção de açudes, diques ou barragens, construção de infraestruturas turísticas, etc. No caso de aparecimento de elementos patrimoniais no decurso da obra, proceder à avaliação da sua importância e efetuar com a maior brevidade a sua escavação e registo em imagens, desenho, georreferenciação e recolha do património móvel associado. No caso de património muito importante promover os estudos necessários à sua preservação in situ e recuperação e consolidação para fruição da comunidade. No caso de património com importância relativa, depois de efetuados os procedimentos de caracterização e registo arqueológico, estudar a hipótese da sua preservação in situ sem afetar a construção da obra projetada. No caso de património pouco relevante, após os procedimentos E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 59 caracterização e registo arqueológico, permitir o avanço da obra projetada ainda que isso implique a destruição dos vestígios. Monumentos já existentes, estudados ou em fase de estudo: Na medida do possível proceder ao restauro e consolidação de estruturas postas a descoberto no decurso das intervenções arqueológicas. Proceder regularmente à manutenção desses vestígios (limpeza e obras de recuperação), no sentido da sua preservação e para fruição do público visitante. Proceder à criação de circuitos de visita do monumento, devidamente orientados e sinalizados, com infraestruturas adequadas à sua visita, de forma a evitar que o público seja mais um elemento de degradação do monumento. 5.8. RISCOS NATURAIS E TECNOLÓGICOS 5.8.1. Introdução Com este FCD pretende-se “identificar os riscos naturais e tecnológicos existentes na área geográfica do Plano e avaliar a forma como o Plano Diretor Municipal contribui para a redução das vulnerabilidades e para o aumento da capacidade de resposta em caso de acidente, garantindo que o modelo territorial proposto (ou as intervenções futuras de utilização do solo) não compromete a segurança da população, património e ambiente e melhore a situação existente. Assim, a AAE deve identificar, descrever e avaliar eventuais efeitos significativos no ambiente, resultantes do Plano, relativamente a segurança de pessoas, bens e ambiente, deve permitir conhecer de que forma a revisão do PDM reduz a ocupação territorial de áreas afetadas por riscos 60 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar naturais e tecnológicos e avaliar as ações de mitigação do risco decorrente das políticas do ordenamento do território.”8 9 Face ao exposto os objetivos associados a este FCD prendem-se com : • “Promover estratégias de prevenção e mitigação de riscos;” • “Determinar áreas de risco e zonas de proteção que minimizem potenciais impactes resultantes da ocorrência de situações de acidente grave ou catástrofe;” • “Reduzir vulnerabilidades.” 5.8.2. Situação atual, evolução prevista na ausência do plano e problemas ambientais No quadro seguinte é apresentada a análise dos vários indicadores para a situação atual e para uma situação de evolução prevista na ausência de plano. Os indicadores aqui analisados não pretendem caracterizar de um modo exaustivo os riscos naturais e tecnológicos, na medida em que a análise de riscos naturais e tecnológicos irá integrar a Proposta de Plano. Encontram-se ainda identificados os problemas ambientais existentes ou previstos associados aos diferentes critérios ou indicadores de análise. 8 9 Autoridade Nacional de Proteção Civil – Parecer à Fase 2 da Revisão do PDM de Aljustrel. Idem E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 61 62 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar Quadro 5.13 – FCD Riscos Naturais e Tecnológicos: Situação atual, evolução na ausência de plano e problemas ambientais FCD Riscos Naturais e Tecnológicos Critérios/ Indicadores Fontes de Informação Situação atual Evolução na ausência de plano Extremos climatológicos Ocorrência de ondas de calor e de secas Instituto de Meteorologia Plano de Gestão das Bacias Hidrográficas integradas na Região Hidrográfica 6 (Sado e Mira) CMA Locais mais sensíveis cheias e inundações Plano de Bacias integradas Hidrográfica Mira) As características climáticas do concelho de Aljustrel são caracterizadas, entre outros aspetos, pela presença de extremos estivais e invernais. Considerando os registos de temperatura da cidade de Beja (que dista a cerca de 30 km de Aljustrel), são identificadas amplitudes térmicas mensais e anuais bastante elevadas, sendo as temperaturas mais elevadas registadas em Julho, com valores médios de amplitude anual que chegam aos 17,2 °C e um valor médio de amplitude térmica de 27,5 °C entre o mês mais quente (Julho) e o mês mais frio (Janeiro). Estas condições meteorológicas levam a que o concelho de Aljustrel esteja inserido numa das regiões em Portugal onde são registadas as situações de seca mais graves, associadas a elevados prejuízos, as quais podem ser potenciadas num contexto de alterações climáticas. Apesar de Aljustrel não ser, num cenário de cheias e inundações, o concelho com maior área afetada, existem alguns locais e atividades económicas suscetíveis de serem afetados pela ocorrência destes fenómenos, nomeadamente (PGBH RH6, 2012): Problemas ambientais Riscos Naturais a Gestão das Hidrográficas na Região 6 (Sado e – Freguesia de Aljustrel: Lar de 3ª Idade, Jardim de Infância, Centro de Saúde, Quartel dos Bombeiros e habitações situadas na Rua 5 de Outubro e na Avenida 1º de Maio; – Freguesia de Rio de Moinhos: zonas agrícolas situadas em Monte dos Nabos de Baixo; – Freguesia de S. João de Negrilhos: pontões situados junto a Montes Velhos e à Fábrica do Roxo. Destacam-se ainda as vias rodoviárias suscetíveis de serem inundadas que são, no concelho de Aljustrel, na freguesia de Rio de Moinhos, a EN261 AljustrelAlvalade, junto ao Monte dos Nabos, na freguesia de Ervidel, a EN2 AljustrelErvidel, junto a Ervidel e a EN18 Ervidel-Beja, na freguesia de Aljustrel, a EN2 Aljustrel-Castro Verde, e na freguesia da Messejana, a EN263 Messejana-Aldeia dos Elvas. No caso das vias ferroviárias está identificada como vulnerável a cheias, a Estação do Carregueiro da Linha do Sul, situada na freguesia e concelho de Aljustrel (PGBH RH6, 2012). De acordo com o PGBH RH6 (2012), especificamente para o concelho de Aljustrel ocorreram, no ano hidrológico de 1997/1998 (Outubro e 5 e 6 de Novembro), cheias que causaram elevados prejuízos (aproximadamente 103.000 milhares de escudos) nas localidades: – Aljustrel: 30 casas inundadas; falta de água; corte de estradas; e, ligações telefónicas deficientes. – Carregueiro: 4 mortes; 22 feridos; 40 desalojados; 30 casas inundadas; 4 desmoronamentos de casas; morte de gado; corte de estradas; pontes destruídas; e, arranque de árvores. Principais acidentes tectónicos com registo de movimentação (nos últimos dois milhões de anos) PROTA Plano de Gestão das Bacias Hidrográficas integradas na Região Hidrográfica 7 (Guadiana) Cabral e Ribeiro (1988) Mapa neotectónico de Apesar de que, segundo o PROTA, as áreas identificadas com elevada perigosidade sísmica corresponderem apenas a 7% da região, localizando‐se sobretudo no litoral alentejano, importa salientar para o concelho de Aljustrel a falha ativa da Messejana, que atravessa este território, e que foi classificada, no âmbito do PGBH-RH6, de relevância regional. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 63 Fenómenos eventualmente agravados pelo contexto de alterações climáticas. Eventuais danos naturais decorrentes de secas, cheias e inundações Portugal continental Riscos Tecnológicos Número de acidentes rodoviários, vítimas mortais e feridos graves INE O número de acidentes rodoviários com vítimas no concelho de Aljustrel totaliza, entre 2006 e 2010, os 216 acidentes, dos quais 27% ocorreram em Autoestrada (A2). Outros 35% ocorreram em Estrada Nacional. No total, registaram-se 6 vítimas mortais e 51 feridos graves. No concelho de Aljustrel, até Junho de 2011, existia apenas um estabelecimento industrial abrangido pelo nível superior de perigosidade do Decreto-Lei n.º 257/2007, de 12 de Julho, nomeadamente a SEC – Sociedade de Explosivos Civis, S.A, presente no concelho desde 2001. Tal como definido na legislação, a SEC dispõe de um Plano de Emergência Externo que abrange todo o concelho de Aljustrel e refere que a ocorrência de um incêndio “envolvendo ou não substâncias perigosas, poderá tomar proporções para o exterior da empresa, visto que a Sudeste, após a Barragem de Águas Industriais, se localiza uma vasta área de eucaliptal e de estevas e a Oeste uma extensa área agrícola”. No caso de explosão, poderão ocorrer “algumas projeções perigosas nos Bairros Mineiros de Val D`Oca (habitam cerca de 325 pessoas) e Plano (habitam cerca de 100 pessoas) e no Monte do Mau Ladrão (habitam 2 pessoas) […] suscetíveis de gerar vítimas humanas, originar perdas económicas ou causar danos ambientais ou patrimoniais na população residente nas imediações da empresa […], verifica-se que os fragmentos podem atingir uma distância máxima de aproximadamente 3 kms, atingindo assim toda a vila de Aljustrel, contudo estes fragmentos ao atingirem quer pessoas, quer bens não causa danos”. Apesar de não estar abrangida pela Diretiva “Seveso II”, a Almina, Minas do Alentejo, S.A., dedica-se à produção de concentrado de zinco, chumbo e cobre. A distância entre esta e a SEC, S.A. afasta um cenário de possível “efeito dominó”. Estabelecimentos industriais abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 254/2007, de 12 de Julho – estabelecimentos SEVESO APA Sociedade de Explosivos Civis, S.A., 2010 - Plano de Emergência Externo N.º de suiniculturas e vacarias no concelho de Aljustrel CMA O risco de degradação dos solos e sua contaminação por substâncias nucleares, biológicas ou bacteriológicas e químicas está, no concelho de Aljustrel, associado às minas abandonadas, mas também às vacarias e suiniculturas do concelho. De acordo com o PDM em vigor, as suiniculturas e vacarias localizadas no concelho, embora de pequena dimensão, não estão capacitadas por “qualquer sistema de tratamento de efluentes”, sendo “lançados nas linhas de água mais próximas”. São identificadas, atualmente, 68 vacarias e 20 suiniculturas, não se encontrando disponível informação sobre a dotação de sistemas de tratamento. INE ICNF No concelho de Aljustrel, foram registadas 43 ocorrências entre 2001 e 2011. No total, a área percorrida por incêndios nestes anos corresponde a sensivelmente 434 ha (aproximadamente 0,01% da área total do concelho)10. Apesar de não se encontrarem previstos novos estabelecimento industriais abrangidos pela Diretiva SEVESO, refere-se que a sua eventual instalação no concelho de Aljustrel encontrar-se-á obrigada a respeitar a legislação e servidão respetivas. Não se prevê uma evolução significativa do sector agropecuário. Degradação da qualidade dos recursos hídricos e dos solos por contaminação por substâncias nucleares, biológicas ou bacteriológicas e químicas Na ausência do plano, aplica-se o definido no Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios de Aljustrel e no Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Aljustrel. Redução da biodiversidade Degradação do solo Poluição atmosférica Riscos Mistos N.º de incêndios florestais e área percorrida por incêndios A perigosidade de incêndio está frequentemente associada às áreas de maior declive que são quase inexistentes no concelho de Aljustrel. Sendo assim, a perigosidade mais elevada está associada sobretudo às redes viária e ferroviária, bem como às áreas florestais, em particular às novas plantações. Os níveis de perigosidade mais elevados registam-se nas freguesias de Aljustrel e Messejana. Quanto ao risco de incêndio, este é potencialmente mais elevado na freguesia de Aljustrel. 10 A área indicada respeita os dados estatísticos disponibilizados pelo ICNF, na medida em que a área percorrida por incêndios não se encontra totalmente representada na cartografia disponibilizada pela mesma entidade. 64 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar 5.8.3. Efeitos decorrentes da implementação do plano e medidas de planeamento e gestão No Quadro seguinte são apresentados os riscos e oportunidades inerentes à implementação das propostas da Revisão do PDM de Aljustrel, identificando-se ainda medidas de planeamento e gestão na tentativa de colmatar os riscos e otimizar as oportunidades. Quadro 5.14 – FCD Riscos Naturais e Tecnológicos: Efeitos significativos decorrentes da elaboração do plano e medidas de planeamento e gestão Critérios Riscos Naturais Riscos Tecnológicos Riscos Mistos Riscos Oportunidades Os riscos constituem a probabilidade de ocorrência de um processo (ou ação) perigoso e respetiva estimativa das suas consequências sobre pessoas, bens ou ambiente, expressas em danos corporais e/ou prejuízos materiais e funcionais diretos ou indiretos. O perigo, severidade e suscetibilidade dependem dos elementos expostos e da localização do risco. A identificação, caracterização e avaliação metódica dos riscos integra de um modo generalizado a elaboração dos planos supramunicipais com incidência no território de Aljustrel, designadamente o PNPOT, PROT Alentejo, POA do Roxo, PROF BA, PGRH RH6. São também identificados um conjunto de instrumentos específicos direcionados para a prevenção e gestão de risco, fundamentais para acautelar a segurança das comunidades e das atividades económicas - Plano Distrital de Emergência de Proteção Civil de Beja (PDEPC); Plano de Emergência Externo da Sociedade de Explosivos Civis (PEE); Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios de Aljustrel (PMDFCI) e Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil de Aljustrel (PMEPC Aljustrel). Medidas de planeamento e gestão A identificação e cartografia dos riscos naturais e tecnológicos no concelho de Aljustrel permite prevenir e/ou mitigar as perdas associadas a um conjunto de riscos naturais e tecnológicos. No âmbito da Revisão do PDM de Aljustrel são identificadas as seguintes: - Considerar na classificação do solo os espaços mais sensíveis à ocorrência de: cheias e inundações, incluindo as por rotura de barragens; sismos; e, incêndios florestais. - Redelimitação dos perímetros urbanos, sem conflituar com a rede de estradas nacionais. - Assegurar a dotação de sistema de tratamento em caso da instalação de novas explorações agropecuárias ou da expansão das existentes. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 65 6. ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS ESCOLHIDAS O Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho estabelece na alínea g) do número 1 do artigo 6.º a necessidade de o Relatório Ambiental estabelecer “g) Um resumo das razões que justificam as alternativas escolhidas e uma descrição do modo como se procedeu à avaliação (…)”. Neste sentido, na elaboração do Relatório Ambiental serão analisados os efeitos decorrentes da Revisão do PDM face a diferentes cenários alternativos. A análise dos cenários alternativos contempla a análise prévia dos riscos e oportunidades identificados para os diferentes critérios de avaliação, articulando-se com a evolução na ausência de plano, e procedendo assim à ponderação da evolução futura face a diferentes trajetórias de desenvolvimento que, a priori, se inserem num arco de possibilidades. Face à crise económica e o clima de incerteza associado, serão considerados apenas dois cenários contrastantes: • Cenário de Estagnação, resultante da consideração de factos e expectativas muito prudentes, mais ou menos em acumulação ou interação ou, de um conjunto minimizado de intervenções, a que corresponderá, à partida um leque prudente de opções. • Cenário de Crescimento, resultante da consideração de factos e expectativas otimistas, mais ou menos em acumulação ou interação, com reflexos nas opções de política, conducentes a um conjunto maximizado de intervenções. No quadro seguinte, encontra-se representada a classificação dos riscos e oportunidades identificados ao nível de cada critério (aqui entendidos de um modo generalizado), sendo possível retirar as seguintes conclusões ao nível dos FCD: • Conservação da Natureza – mantendo-se as tendências atuais de exploração agrícola, preveem-se alterações significativas na distribuição de algumas espécies. Apesar da Proposta de PDM propor uma gestão territorial que favoreça a proteção das áreas mais sensíveis, incluindo a área da ZPE, enquadra um crescimento da atividade agrícola e do regadio. Este crescimento, sendo mais acentuado num Cenário de Crescimento, deve constituir, de um modo generalizado, um risco significativo para os critérios de avaliação do FCD Conservação da Natureza, traduzindo-se num risco moderado num Cenário de Estagnação. • Recursos Geológicos e Hidrogeológicos – num Cenário de Crescimento considera-se que ocorrerá uma dinamização da atividade mineira, que podendo aumentar o potencial de contaminação das águas, ar e solos, deverá constituir um risco moderado (tal como se verifica num Cenário de Estagnação), na medida em que aumentarão também as condições económicas e a vontade institucional para a recuperação do passivo ambiental existente. Por outro lado, num Cenário de Crescimento deverá ser mais facilmente viabilizada a dinamização do Parque Mineiro, constituindo um oportunidade significativa para o património geológico e mineiro, contrastando com o risco moderado que lhe é atribuído num Cenário de Estagnação. • Eficiência Energética e Qualidade Ambiental – não obstante as medidas de planeamento e gestão propostas pelo Relatório Ambiental no âmbito do presente FCD, são identificados num Cenário de Estagnação, riscos moderados associados ao comportamento ambiental das 66 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar atividades económicas, que poderão constituir riscos significativos num Cenário de Crescimento, face a uma intensificação da sua atividade. • Reforço Populacional, Estruturação Urbana e Qualidade de Vida – ao nível deste FCD, considera-se que, mesmo num Cenário de Estagnação, e atendendo à tendência favorável identificada no presente, a dotação e operacionalidade de equipamentos, acessibilidades e infraestruturas de abastecimento e saneamento, deverá apresentar-se como uma oportunidade moderada. No que respeita a estrutura demográfica, e atendendo às limitações da Proposta do PDM na inversão das tendências de decréscimo e envelhecimento populacional, considera-se que mesmo num Cenário de Crescimento verificar-se um risco moderado. • Atividades Económicas – atendendo à situação perspetivada em termos de desenvolvimento das atividades económicas, e às propostas do PDM apresentadas no sentido da sua viabilização e potenciação, considera-se que, mesmo num Cenário de Estagnação, verificar-seá a este nível uma oportunidade moderada. Num Cenário de Crescimento, registar-se-ão oportunidades muito significativas ao nível da Agricultura de regadio e agroindústrias e Turismo, oportunidade significativa no que respeitam os Espaços de acolhimento industrial e de serviços. No que respeita o potencial humano, considera-se que o mesmo poderá apresentar u risco moderado associado, porque fortemente influenciado pelo decréscimo e envelhecimento da população. • Património Arqueológico, Arquitetónico e Etnográfico – face ao reconhecimento da importância da preservação e valorização do património edificado e arqueológico do concelho de Aljustrel, designadamente em termos de potencial turístico, verifica-se que as propostas de revisão do PDM e a evolução perspetivada consubstanciam uma importante aposta na valorização do património concelhio, destacando-se as propostas de Unidades Operativas de Planeamento e Gestão com reconhecida vocação para a recuperação, salvaguarda e valorização do património - UOPG 1 – Núcleo Patrimonial do Parque Mineiro; UOPG 6 – Centro Histórico de Aljustrel; e UOPG 8 – Zona Histórica de Messejana. Neste contexto, entende-se que num Cenário de Crescimento deverá verificar-se uma oportunidade significativa, dada a possibilidade de investimento em projetos de recuperação, valorização e promoção patrimonial, versus um risco moderado num Cenário de Estagnação, face a ausência desse mesmo investimento. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 67 Quadro 6.1 – Classificação dos riscos e oportunidades nos cenários de Estagnação e Crescimento FCD/ Critérios Cenários de evolução Estagnação Crescimento Conservação da Natureza Distribuição das espécies de fauna com estatuto de ameaça em Portugal Diversidade global e diversidade de espécies com estatuto legal de proteção Dimensão das populações de aves estepárias Estado de conservação dos montados de azinho Recursos geológicos Património geológico e mineiro Quantidade de água Qualidade da água Consumo energético Qualidade do ar Resíduos urbanos Dotação funcional e equipamentos Acessibilidades Infraestruturas de abastecimento e saneamento Qualidade de vida e coesão social Agricultura de regadio e agroindústrias Espaços de acolhimento industrial e de serviços Turismo Potencial humano Património edificado Património Arqueológico Recursos Geológicos e Hidrogeológicos Eficiência Energética e Qualidade Ambiental Reforço Populacional, Estruturação Urbana e Qualidade de Vida Estrutura demográfica Atividades Económicas Património Arqueológico, Arquitetónico e Etnográfico Legenda: Oportunidade moderada Risco moderado Oportunidade significativa Risco significativo Oportunidade muito significativa Risco muito significativo 68 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar 7. DIRECTRIZES PARA A IMPLEMENTAÇÃO E MONITORIZAÇÃO DA AAE (PLANO DE SEGUIMENTO) 7.1. INTRODUÇÃO Os objetivos e orientações identificadas no Quadro de Referência Estratégico, enquanto elemento enquadrador, apontam para uma melhoria na gestão dos recursos, promovendo a gestão sustentável dos mesmos baseada numa proteção a longo prazo. A análise efetuada no âmbito dos FCD evidencia que a Revisão do PDM poderá contribuir para o alcance dessas metas uma vez que conduzirá à proteção e racionalização na utilização dos recursos, ao mesmo tempo que enquadra o desenvolvimento de um conjunto de atividades. Desta forma, e uma vez que se considera fundamental impedir o surgimento de ameaças, é fundamental a existência de um acompanhamento efetivo da implementação do PDM, que se transcreve na presente proposta de plano de seguimento. O plano de seguimento é consubstanciado por um conjunto de medidas de controlo, correspondendo a indicadores do sistema de monitorização da implementação, tendo em conta as questões críticas de sustentabilidade para o município de Aljustrel. 7.2. MEDIDAS DE CONTROLO As medidas de controlo previstas têm por fim identificar e corrigir atempadamente efeitos negativos que possam ocorrer no período de implementação do PDM, consubstanciando um programa de monitorização associado à fase de Seguimento da AAE. Estas medidas correspondem essencialmente a indicadores de avaliação, associados aos FCD identificados no âmbito da Avaliação Ambiental Estratégica, que serão remetidos pela Câmara Municipal de Aljustrel numa periodicidade anual à Agência Portuguesa do Ambiente, procedendo simultaneamente à sua divulgação por meios eletrónicos. Os indicadores selecionados para o controlo da AAE são apresentados no quadro seguinte. Quadro 7.1 – Medidas de controlo relativas aos Fatores Críticos para a Decisão FCD Medidas de Controlo Fontes de informação Indicadores FCD Conservação da Natureza Variação das áreas de RAN, REN e Estrutura Ecológica Municipal sujeitas a outros usos (%) CMA Área aberta com condições pseudo-estepárias e as áreas de montado ICNB FCD Eficiência Energética e Qualidade Ambiental Consumo de energia elétrica por sector (kWh/ha) INE Parques industriais que asseguram uma política ambiental (n.º) CME Edifícios com Certificação Energética (n.º) ADENE E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 69 Medidas de Controlo FCD FCD Reforço Populacional, Estruturação Urbana e Qualidade de Vida Indicadores Proporção da população que é servida pelos sistemas de recolha seletiva de RSU INE Índice de envelhecimento INE N.º e tipologia de intervenções em equipamentos coletivos CMA Poder de Compra per capita INE Variação do número de empresas sedeadas e população ao serviço das mesmas no concelho (%) INE Taxa de ocupação dos estabelecimentos hoteleiros por tipologia no concelho de Aljustrel (%) INE Taxa de ocupação dos espaços industriais/parques industriais (%) CMA Produção nos Aproveitamentos Hidroagrícolas (ton/tipologia) DGADR DRAPAL GPP do MAMAOT EDIA FCD Atividades Económicas FCD Património Arquitetónico e Arqueológico FCD Riscos Naturais e Tecnológicos Fontes de informação Principais culturas temporárias e permanentes (ha) INE Novos empreendimentos de Turismo no espaço rural CMA Número de imóveis/monumentos objeto de intervenções integradas nas Linhas de Orientação Estratégica (LOE) e nas Unidades Operativas de Planeamento e Gestão (UOPG) CMA Número de sítios/ monumentos inventariados e classificados ou com processo de classificação CMA DGPC IHRU Número de sítios/ imóveis recuperados ou cujo enquadramento cénico foi beneficiado fora do contexto das LOE e UOPG CMA DGPC IHRU Número de sítios objeto de medidas específicas de avaliação e minimização de impactes, em meio rural e em meio urbano CMA DGPC Publicação dos trabalhos realizados sobre o património concelhio e respetivos resultados CMA DGPC IHRU Incêndios Florestais: INE ICNF – Área ardida – Número de ocorrências de incêndios Incêndios Urbanos: – Número de incêndios urbanos – Número de edifícios afetados – Número de pessoas afetadas por incêndios urbanos 70 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx SMPC/CMA CDOS Beja Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar Medidas de Controlo FCD Fontes de informação Indicadores Cheias e/ou inundações: SMPC/CMA CDOS Beja – Ocorrência de cheias – Áreas inundadas – Área bruta de construção em áreas inundáveis – Número de pessoas vulneráveis aos efeitos das inundações – Número de estruturas vulneráveis aos efeitos de inundação – Área sujeita a condicionamentos do uso do solo – Perdas patrimoniais originadas por cheias Risco tecnológico: Número de ocorrências de incêndio industrial Área ocupada por indústrias em zonas habitacionais SMPC/CMA CDOS Beja Número de pessoas expostas aos cenários de acidente grave em estabelecimentos envolvendo substâncias perigosas Área condicionada pela existência de estabelecimentos abrangidos pelo DecretoLei n.º 254/2001, de 12 de julho 7.3. QUADRO PARA A GOVERNANÇA Neste capítulo serão apresentadas as questões institucionais e respetivas responsabilidades para um melhor desempenho das oportunidades e riscos identificados, com vista à implementação das medidas de planeamento e gestão identificadas. Ou seja, serão definidas recomendações para a articulação municipal e sectorial de várias entidades/atores públicos e privados. A estrutura para a Governança encontra-se organizada em três níveis: • Nível 1 – que corresponde à Câmara Municipal (CMA) e que cujas funções se prendem com a coordenação, implementação, monitorização e avaliação do PDM de Aljustrel; • Nível 2 – que corresponde a entidades regionais e centrais sectoriais envolvidas também no processo de elaboração do PDM de Aljustrel, através da Comissão de Acompanhamento. • Nível 3 – que corresponde às entidades privadas com interesse no concelho de Aljustrel, bem como à sociedade civil, que deverão acompanhar a implementação do PDM de Aljustrel. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 71 Quadro 7.2 – Quadro para a Governança Entidade Responsabilidade Nível 1 da Estrutura de Governança Implementar e executar as medidas previstas no Programa de Execução da sua responsabilidade e orientar o planeamento do município com base no regulamento e respetivas plantas. Articular as ações de planeamento e gestão municipal com as Câmara Municipal de Aljustrel estratégias regionais. Dinamizar o diálogo e a cooperação institucional a diferentes escalas de planeamento. Monitorizar a execução do PDM de Aljustrel. Sensibilizar as populações locais para as orientações do PDM e as suas regulamentações Nível 2 da Estrutura de Governança Entidade com responsabilidades no domínio da conservação da natureza Monitorizar as medidas de controlo Entidade com responsabilidades no domínio do Ambiente (incluindo recursos hídricos) Manter atualizados os diagnósticos e as respetivas metas e objetivos ambientais a diferentes prazos e escalas de planeamento Entidade com responsabilidades no domínio das Atividades Económicas Entidade com responsabilidades no domínio da Agricultura Entidade com responsabilidades no domínio do Turismo Promoção turística e controlo de qualidade Entidade com responsabilidades no domínio da Coordenação e Desenvolvimento Regional Câmaras Municipais vizinhas Nível 3 da Estrutura de Governança Adotar as orientações e medidas previstas no PDM de Aljustrel Discutir e propor possíveis medidas e intervenções Participar ativamente nos eventos organizados pelas entidades Sociedade civil com o objetivo de definir estratégias para o concelho. Ter iniciativas individuais e comunitárias proactivas em relação à valorização sustentável dos recursos económicos do município 72 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar 8. SÍNTESE DA INFORMAÇÃO DISPONÍVEL, ENTIDADES CONSULTADAS E RESULTADOS DAS CONSULTAS A avaliação dos FCD, em particular a caracterização da situação atual e da evolução prevista na ausência de Plano recorre a um conjunto de indicadores, em parte já desenvolvidos no âmbito da Fase 1 de Caracterização e Diagnóstico do concelho de Aljustrel. Estes e outros indicadores utilizados na presente AAE foram baseados na informação sectorial produzida no âmbito de estudos existentes para o município e para a Região assim como num conjunto de fontes fidedignas e especializadas em diversos sectores, identificadas nos quadros de análise de cada FCD e na proposta de medidas de controlo. No que respeitam as entidades consultadas, refere-se que, de acordo com o Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, o Relatório de Definição de Âmbito, foi objeto de consulta das entidades com responsabilidades ambientais específicas (ERAE), conforme são designadas no n.º 3 do Artigo 3.º do mesmo Decreto-Lei: • Agência Portuguesa do Ambiente; • Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade, I.P.; • Instituto da Água, I.P.; • Administração da Região Hidrográfica do Alentejo, I.P.; • Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo; • Administração Regional de Saúde do Alentejo; • Município de Beja; • Município de Ferreira do Alentejo; • Município de Ourique; • Município de Castro Verde; • Município de Santiago do Cacém. Para além das ERAE, o Relatório de Definição de Âmbito foi também apresentado, para apreciação pelos restantes membros da Comissão de Acompanhamento que não se encontrem representados nas ERAE, caso de: 11 • Autoridade Nacional de Proteção Civil l; • Instituto Geográfico Português; • Direcção-Geral de Energia e Geologia; • Direção Regional da Economia; 11 Por lapso não foi enviado o RDA para apreciação da Autoridade Nacional de Proteção Civil, que se pronunciou relativamente à seleção dos FCD, critérios e indicadores de avaliação na apreciação do RAP. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 73 • Turismo de Portugal, IP; • Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural; • Autoridade Florestal Nacional; • Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural; • EP — Estradas de Portugal, EPE. No Quadro seguinte é apresentada da síntese dos pareceres recebidos referentes especificamente ao Relatório de Definição de Âmbito, e a sua tradução em termos da elaboração do Relatório Ambiental Preliminar: Quadro 8.1 – Síntese dos Pareceres ao RDA e respetiva ponderação Entidade Comentários Ponderação Considerando a proposta de FCD e APA Deve ser considerada a localização e risco associado critérios de avaliação, foi incluído um aos estabelecimentos SEVESO. indicador relativo aos estabelecimentos Incorporação nos FCD da vertente dos riscos, SEVESO, estabelecimentos industriais designadamente riscos tecnológicos, a considerar na abrangidos delimitação de novas áreas industriais, e no eventual 254/2007, de 12 de Julho no critério conflito com a expansão turística e urbana. Espaços de acolhimento industrial e de pelo Decreto-Lei n.º serviços. Considera QRE adequado e suficiente para a CCDR Alentejo avaliação das questões de sustentabilidade do plano - e os FCD com critérios corretos e indicadores claros. Propõe a inclusão do Regime Jurídico da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (Decreto-Lei n.º 142/2008, de 24 de Julho) e do Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de Abril, republicado pelo Decreto-Lei n.º 49/2005, de 24 de Fevereiro (transposição das diretivas Aves e Habitats para o Estas Direito Estratégia Nacional de Conservação da Português) na definição do macro- enquadramento estratégico do plano. ICNB Alterações aos objetivos, critérios, indicadores e fontes de informação do FCD Conservação da Natureza. Indica um conjunto de elementos a ser atendidos na estruturação do Relatório Ambiental. Refere a necessidade de articular o regime da AAE com os regimes de Avaliação de Impacte Ambiental e de Avaliação de Incidências Ambientais, nos casos em que sejam previsíveis impactes ambientais e especialmente aqueles que possam ter efeitos 74 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx diretivas traduzem-se na Natureza e Biodiversidade e no Plano Sectorial da Rede Natura 2000, que incorporam o QRE. Foram feitas as alterações referentes ao FCD Conservação da Natureza. Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar Entidade Comentários Ponderação significativos sobre a Rede Natura 2000 e sobre espécies, habitats de espécies ou habitats naturais. Apresenta uma série de questões, decorrentes da legislação geral, que devem ser atendidas na revisão do PDM Aljustrel (localização das infraestruturas, Centro de Saúde de Aljustrel preservação ambiente, normas de descarga de águas residuais, gestão integrada dos recursos hídricos, redução dos riscos associados ao resíduos, qualidade do ar, poluição sonora, proteção da água subterrânea, identificar e eliminar barreiras arquitetónicas, etc.) Estas orientações, decorrentes da lei geral, serão incorporadas na revisão do PDM quando aplicáveis, identificando-se em termos de AAE um conjunto de critérios mais relacionados, distribuídos por diferentes FCD, caso da Qualidade da água, Qualidade do ar, Dotação funcional equipamentos de e abastecimento e saneamento. Remete para a ARH a competência de emissão de INAG e Infraestruturas - parecer De seguida apresentam-se os pareceres ao Relatório Ambiental Preliminar na versão apresentada na Reunião Plenária da Comissão de Acompanhamento, realizada em 30 de Julho de 2012: Quadro 8.2 – Síntese dos Pareceres ao Relatório Ambiental Preliminar e respetiva ponderação Entidade APA Comentários Ponderação Emitiu parecer favorável relativamente à metodologia utilizada para a elaboração da Avaliação Ambiental Estratégica - Refere que relativamente ao critério “Espaços de acolhimento industrial e de serviços” do Fator Crítico de Decisão “Atividades Económicos”, deverão ser incluídos indicadores relacionados com os riscos tecnológicos, nomeadamente caracterizando a situação atual e avaliando a evolução prevista na sequência do Plano em termos de risco de acidente grave. Refere, a título de exemplo, os seguintes indicadores: Área condicionada pela existência de estabelecimentos abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 254/2007, de 12 de Julho; N.º de pessoas expostas aos cenários de acidente em estabelecimentos envolvendo substâncias perigosas. No referido critério, é já apresentado, conforme sugestionado, o indicador “Estabelecimentos industriais abrangidos pelo Decreto-Lei N.º 254/2007, de 12 de Julho. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 75 Entidade Comentários Ponderação Refere ainda que, no caso de serem implantados novos estabelecimentos SEVESO, deverão ser asseguradas as distâncias de segurança adequadas a zonas residenciais e elementos sensíveis. Sendo assim, no atual plano poderiam já ser criadas condicionantes à instalação destes estabelecimentos em zonas industriais localizadas nas proximidades de zonas definidas pelo PDM como de ocupação residencial e turística. Não se encontra prevista a instalação de novos estabelecimentos SEVESO, devendo em todo o caso a sua instalação obedecer às distâncias de segurança requeridas pela servidão estabelecida de acordo com o Decreto-Lei n.º 254/2007, de 12 de Julho. O Quadro 5.9 deverá ser atualizado com os dados dos aproveitamentos hidroagrícolas da EDIA e correção aos dados relativos ao Aproveitamento Hidroagrícola do Roxo. Foi alterado indicador de modo a integrar os aproveitamentos hidroagrícolas da EDIA. Foram também corrigidos valores referentes ao Aproveitamento Hidroagrícola do Roxo de acordo com informação da DGADR (referente ao conjunto do aproveitamento, e não exclusivamente à parte inserida no concelho de Aljustrel). Não foram disponibilizados dados relativos às culturas dos blocos de rega da EDIA. Sugere-se que, no Quadro 6.1, em relação ao FCD “Conservação da Natureza”, o indicador “Variação das áreas de RAN, REN e Estrutura Ecológica Municipal” seja substituído por “Variação Anual das áreas da RAN, REN e EEM, sujeitas a outros usos” Alterado Quanto ao FCD “Atividades Económicas”, no indicador “Produção no Aproveitamento Hidroagrícola do Roxo” a referência ao “Aproveitamento Hidroagrícola do Roxo” deverá ser substituída por “Aproveitamentos Hidroagrícolas”. Para este indicador, deverá ser obtida informação junto da DGADR, DRAPAL, GPP do MAMAOT e da EDIA: Alterado É relevante que a AAE incida sobre os riscos naturais e tecnológicos, como Fatores Críticos de Decisão (FCD), garantindo que o modelo territorial proposto não compromete a segurança da população, património e ambiente e melhore a situação existente. A AAE deve identificar, descrever e avaliar eventuais efeitos significativos no ambiente, resultantes do Plano, relativamente à segurança de pessoas, bens e ambiente, deve permitir conhecer de que forma a revisão do PDM reduz a ocupação das áreas afetadas por riscos naturais e tecnológicos e avaliar as ações de mitigação do risco decorrente das políticas do ordenamento do território. Os Riscos Naturais e Tecnológicos são integrados como novo FCD. Apresenta um conjunto de objetivos de avaliação, indicadores e fontes de informação relevantes para a análise dos Riscos Naturais e Tecnológicos. Estes foram considerados no âmbito do novo FCD Riscos Naturais e Tecnológicos Refere ainda que o Relatório de Definição de Âmbito não foi submetido a parecer da ANPC, contrariamente ao que é referido. Foi introduzida nota a esclarecer esta situação e foram integrados os Riscos Naturais e Tecnológicos como novo FCD, situação que deveria ter sido apresentada no parecer ao RDA. DGADR ANPC 76 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar Entidade CCDR Alentejo Comentários Ponderação Considera ajustados aos objetivos os FCD, bem como a sua descrição, caraterização e indicadores. Considera também correta a análise dos efeitos do plano nas questões de sustentabilidade. - Considera que uma análise relativa aos objetivos estratégicos do anterior PDM e da sua concretização ou não, teria enriquecido a discussão e avaliação sobre a sustentabilidade dos atuais objetivos, podendo suscitar a analise de alternativas aos mesmos, que, no presente processo de AAE, não foram ponderadas. Foi efetuada a avaliação do PDM em vigor. Recomenda que o Relatório Ambiental refira, posteriormente, se houve acolhimento das medidas especificas destinadas a proposta de PDM. 0 relatório ambiental devera, posteriormente, referir se houve acolhimento dessas medidas e, caso tal não se verifique, porque é que não o foram. As medidas especificas destinadas à proposta de PDM foram de um modo geral acolhidas. As restantes constituem medidas e recomendações que extravasam o âmbito do PDM. Sugere que seja indicada a frequência para a aferição de alguns dos indicadores, uma vez que se afigura que não se poderão observar, para a generalidade, evoluções significativas anualmente. Sem prejuízo dos indicadores de avaliação serem remetidos pela Câmara Municipal de Aljustrel numa periodicidade anual à Agência Portuguesa do Ambiente (procedendo simultaneamente à sua divulgação por meios eletrónicos), muitos devem permanecer inalterados de ano para ano (caso de Áreas classificadas (ha e % do território) Aconselha a introdução de indicadores de avaliação de fatores relacionados com: A adequação de práticas agrícolas e florestais por forma a assegurar a proteção do solo e a sustentabilidade dos ciclos biofísicos; Direção Regional de Cultura A diversificação de atividades económicas e usos compatíveis com o solo rural; A valorização do solo rural e da manutenção do mosaico de sistemas agroflorestais como fatores críticos na preservação e valorização do património natural, promovendo a sua ligação ao património cultural; A minimização dos riscos ambientais (erosão, seca, uso intensivo) associados à desertificação. São propostos vários indicadores para o acompanhamento dos FCD Conservação da Natureza, Atividades Económicas e Riscos Naturais e Tecnológicos. Considera que a consulta e apresentação do número de sítios arqueológicos registados na Base de Dados do ex-IGESPAR em 2007 e 2012, é insuficiente para alcançar os objetivos da AAE, devendo refletir a análise dos efeitos do Plano no património e simultaneamente contribuir para um Plano que salvaguarde, minimize, potencie e permita a valorização e fruição do bem patrimonial, pressupondo assim ter por base um levantamento patrimonial. A AAE foi reformulada tendo em consideração o Inventário Municipal do Património, que veio incorporar a Proposta de PDM, assim como um conjunto de alterações à regulamentação e proposta de execução para o mesmo. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 77 Na Reunião Plenária realizada em 14 de maio de 2013, foi apresentada a 3ª Fase da Revisão do PDM, na sequência da qual foram emitidos os seguintes pareceres com questões relativas ao Relatório Ambiental Preliminar: Entidade Comentários Ponderação Refere a publicação da nova versão do PENT, que deverá ser considerado no QRE Foram atualizada a análise referente ao PENT, de acordo com a nova versão. Apresenta um conjunto de correções na caraterização da oferta de alojamento turístico existente e previsto. A caracterização foi atualizada de acordo com os dados apresentados no parecer do Turismo de Portugal. CCDR Regista-se o facto de terem sido devidamente acolhidas e trabalhadas as propostas da CCDR Alentejo no âmbito do acompanhamento do processo de avaliação ambiental. - ICNB Sugere, em termos de monitorização, a substituição da área classificada como ZPE (para a qual não se preveem alterações no médio prazo) para área aberta com condições pseudo-estepárias e as áreas de montado Foram alterados estes indicadores nas medidas de controlo. Turismo de Portugal Concorda com a abordagem efetuada aos riscos naturais e tecnológicos ANPC DRCA Sugere a inclusão do PMEPC Aljustrel no Quadro 5.14 Foi incluído Sugere um conjunto de indicadores para as medidas de controlo Foram incluídos Considera que o RAP identifica corretamente, e em termos genéricos, os riscos da atividade agrícola, nomeadamente a infraestruturação e a intensa mobilização de solos, para a conservação in situ do património arqueológico em solo rural. - Considera que o RAP deverá explicar de que forma o PDM minimiza e/ou deverá compatibilizar ou minimizar os riscos que recaem sobre o património cultural Foi desenvolvida a análise dos efeitos da Revisão do Plano. Na Reunião Plenária da Comissão de Acompanhamento realizada em 21 de Agosto de 2013 não foram indicadas alterações ao Relatório Ambiental Preliminar. 78 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar 9. SINTESE CONCLUSIVA A avaliação ambiental efetuada revela que a proposta de revisão do PDM de Aljustrel constitui globalmente uma oportunidade para o desenvolvimento e valorização município na medida em que contribui para a concretização de um vasto leque de objetivos constantes no QRE. Em todos os FCD foram identificadas as oportunidades criadas pelas propostas da revisão do PDM e respetivas LOE (questões estratégicas) que contribuem para a efetiva concretização das orientações do QRE, sendo que no que concerne ao riscos são identificadas situações que, se devidamente equacionadas, poderão ser minimizadas e mitigadas. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 79 80 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar ANEXO I – DESCRIÇÃO DOS PLANOS E PROGRAMAS QUE COMPÕEM O QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO NACIONAL Enquadramento O Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) 2007-2013 estabelece o enquadramento da aplicação da política comunitária de coesão económica e social, visando, através do apoio dos Fundos Estruturais e do Fundo de Coesão, a concretização de três grandes Agendas Operacionais Temáticas: – Agenda para o Potencial Humano. – Agenda para os Fatores de Competitividade. – Agenda para a Valorização do Território. A operacionalização do QREN estrutura-se através de Programas Operacionais Temáticos e de Programas Operacionais Regionais. Objetivos/ Orientações O QREN “ assume como grande desígnio estratégico a qualificação dos portugueses e das portuguesas, valorizando o conhecimento, a ciência, a tecnologia e a inovação, bem como a promoção de níveis elevados e sustentados de desenvolvimento económico e sociocultural e de qualificação territorial, num quadro de valorização da igualdade de oportunidades e, bem assim, do aumento da eficiência e qualidade das instituições públicas”, estabelecendo as seguintes prioridades estratégicas: – “Promover a qualificação dos portugueses e das portuguesas, desenvolvendo e estimulando o conhecimento, a ciência, a tecnologia, a inovação, a educação e a cultura como principal garantia do desenvolvimento do País e do aumento da sua competitividade; – Promover o crescimento sustentado através, especialmente, dos objetivos do aumento da competitividade dos territórios e das empresas, da redução dos custos públicos de contexto, incluindo os da administração da justiça, da qualificação do emprego e da melhoria da produtividade e da atracão e estímulo ao investimento empresarial qualificante; – Garantir a coesão social atuando, em particular, nos objetivos do aumento do emprego e do reforço da empregabilidade e do empreendedorismo, da melhoria da qualificação escolar e profissional, do estímulo às dinâmicas culturais, e assegurando a inclusão social, nomeadamente desenvolvendo o carácter inclusivo do mercado de trabalho, promovendo a igualdade de oportunidades para todos e a igualdade de género, bem como práticas de cidadania inclusiva, reabilitação e reinserção social, conciliação entre a vida profissional, familiar e pessoal e a valorização da saúde como fator de produtividade e medida de inclusão social; – Assegurar a qualificação do território e das cidades traduzida, em especial, nos objetivos de assegurar ganhos ambientais, promover um melhor ordenamento do território, estimular a descentralização regional da atividade científica e tecnológica, prevenir riscos naturais e tecnológicos e, ainda, melhorar a conectividade do território e consolidar o reforço do sistema urbano, tendo presente a redução das assimetrias regionais de desenvolvimento; – Aumentar a eficiência da governação privilegiando, através de intervenções transversais nos Programas Operacionais relevantes, os objetivos de modernizar as instituições públicas e a eficiência e qualidade dos grandes sistemas sociais e coletivos, com reforço da sociedade civil e melhoria da regulação.” E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 81 PROGRAMA OPERACIONAL DA REGIÃO ALENTEJO 2007-2013 Enquadramento O Programa Operacional da Região Alentejo 2007-2013, cuja versão final foi aprovada pela Comissão Europeia em 09/10/2007 [Decisão C(2007) 4685], procede à operacionalização do QREN, tendo como base a Estratégia Alentejo 2015. Objetivos/ Orientações O Programa Operacional da Região Alentejo 2007-2013 assenta em 6 eixos estratégicos a seguir indicados em conjunto com as respetivas áreas de intervenção: – “Eixo Prioritário 1 – Competitividade, inovação e conhecimento: Criação de micro e pequenas empresas inovadoras; Projetos e I&D (projetos de cooperação entre micro e pequenas empresas e entidades do sistema científico e tecnológico); Projetos de investimento produtivo para inovação em micro e pequenas empresas; Qualificação de micro e pequenas empresas; Desenvolvimento da sociedade do conhecimento; Rede de ciência e tecnologia (instalações e equipamentos científicos e tecnológicos); Áreas de acolhimento para a inovação empresarial (ALE, parques tecnológicos, incubadoras e parques de ciência e tecnologia) Ações coletivas de desenvolvimento empresarial; Intervenções complementares em redes de energia. – Eixo Prioritário 2 – Desenvolvimento urbano: Parcerias para a regeneração urbana; Redes urbanas para a competitividade e inovação; Mobilidade urbana – Eixo Prioritário 3 – Conectividade e articulação territorial: Infraestruturas e redes de mobilidade; Redes de equipamentos e infraestruturas para a coesão social e territorial. – Eixo Prioritário 4 – Qualificação ambiental e valorização do espaço rural: Gestão de recursos hídricos; Prevenção e gestão de riscos naturais e tecnológicos; Estímulo à reciclagem e reutilização de resíduos e valorização de áreas extrativas; Conservação da natureza e promoção da biodiversidade; Valorização e ordenamento da orla costeira; Valorização económica do espaço rural.” E ainda dois eixos prioritários relativos à Governação e Capacitação Institucional e Assistência Técnica. 82 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar ALENTEJO 2015 – ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL Enquadramento Com vista a preparação do Quadro de Referência Estratégico Nacional e do Programa Operacional da Região Alentejo para o período 2007-2013, procedeu-se à definição das linhas orientadoras do desenvolvimento regional a médio e longo prazo. A análise aqui apresentada refere-se à versão de trabalho de Março de 2006. Objetivos/ Orientações As ideias estruturantes da visão Alentejo 2015, relativas ao modelo competitivo e à qualidade de vida ambicionadas para a região no horizonte de 2015, são os seguintes: – “Uma base económica especializada, centrada não apenas nas atividades tradicionais, mas também pela entrada de atividades emergentes, com base na inovação, no conhecimento, e no capital humano, acelerando a capacidade endógena de criação de riqueza; – Uma região capaz de explorar e construir uma posição favorável nas ligações logísticas entre Portugal e Espanha aberta às oportunidades decorrentes da globalização, através da internacionalização, das tecnologias de informação, e da cooperação internacional e inter-regional; – Um território diversificado, atrativo para a vida, para o trabalho e lazer, polarizado pela qualidade ambiental e pela rede de serviços urbanos e rurais, explorando as novas fronteiras territoriais de desenvolvimento, com base numa opção determinada de desenvolvimento sustentável.” A sua concretização assenta nos seguintes eixos estratégicos: – “Eixo I – Desenvolvimento empresarial, criação de riqueza e emprego – Acelerar a criação de riqueza, emprego e o desenvolvimento empresarial, com base na inovação, no conhecimento e no domínio dos mercados; – Eixo II – Abertura da economia, sociedade e território ao exterior – Organizar e consolidar as vantagens logísticas na localização das atividades a partir das relações económicas com o exterior; – Eixo III – Melhoria da qualidade urbana, rural e ambiental – Promover o desenvolvimento sustentável e melhorar a qualidade de vida global na região.” “As opções formuladas, com base na análise da situação da região do Alentejo, no contexto nacional e europeu, conduziram à assunção das seguintes prioridades de ação da estratégia de desenvolvimento regional: – A renovação das atividades tradicionais, através da dinamização e ampliação das cadeias de valor associadas aos recursos naturais e endógenos; – A potenciação de atividades económicas emergentes (ambiente, aeronáutica, TIC, indústrias criativas, etc.), de maior valor acrescentado e/ou maior intensidade tecnológica, em favor da diversificação do perfil de especialização produtiva da região e da criação de empregos altamente qualificados; – A exploração da posição de ligação logística, na intermediação entre Portugal/Espanha, através da consolidação de investimentos realizados (porto de Sines, autoestrada Lisboa-Madrid) e implementação de novas infraestruturas de transportes (TGV, ferrovia Sines/Elvas, aeroporto de Beja, plataformas logísticas, etc.); a aposta na abertura ao exterior e a internacionalização da região; – A implementação de um modelo de desenvolvimento sustentável da atividade turística fortemente ancorado nos recursos naturais, paisagísticos e culturais (património tangível e intangível); – O reforço do papel das cidades como “motor” económico da região, promovendo um desenvolvimento urbano sustentável e reforçando a sua competitividade e atratividade, aliada a uma relação inovadora e eficaz entre o centro urbano e a região envolvente necessária para a coesão social e territorial; – A obtenção de uma elevada eficiência na gestão dos recursos naturais (recursos hídricos, solo), tendo em vista a E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 83 ALENTEJO 2015 – ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL satisfação das necessidades humanas e sua compatibilização com os valores biofísicos, bem como de uma abordagem pró-ativa na minimização dos efeitos das alterações climáticas (seca, desertificação, etc.); – A promoção da eficiência da governação, nos seus vários níveis, visando a redução dos “custos públicos de contexto”, essencial ao desenvolvimento empresarial e a uma relação mais “amigável” com os cidadãos.” 84 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar ESTRATÉGIA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO S USTENTÁVEL Enquadramento A Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável (ENDS), aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 109/2007, de 20 de Agosto, estabelece como desígnio “Retomar a trajetória de crescimento sustentado que torne Portugal, no horizonte 2015, num dos países mais competitivos e atrativos da União Europeia, num quadro de elevado nível de desenvolvimento económico, social e ambiental e de responsabilidade social”. Objetivos/ Orientações A ENDS assume os seguintes sete objetivos gerais: – Primeiro objetivo – Preparar Portugal para a “Sociedade do Conhecimento” – Segundo objetivo – Crescimento Sustentado, Competitividade à Escala Global e Eficiência Energética – Terceiro objetivo – Melhor Ambiente e Valorização do Património – Quarto objetivo – Mais Equidade, Igualdade de Oportunidades e Coesão Social – Quinto objetivo – Melhor Conectividade Internacional do País e Valorização Equilibrada do Território – Sexto objetivo – Um Papel Ativo de Portugal na Construção Europeia e na Cooperação Internacional – Sétimo objetivo – Uma Administração Pública mais Eficiente e Modernizada Esta estratégia estabelece como metas: – “Uma economia, competitiva à escala global, orientada para atividades de futuro e criadora de emprego. – Combate às alterações climáticas. – Gestão integrada da água e seu aproveitamento eficiente. – Aproveitamento dos oceanos como fator de diferenciação e desenvolvimento. – Gestão dos riscos naturais e tecnológicos mobilizando a participação da população interessada. – Melhor conectividade internacional do país. – Acessibilidades que contribuam para a coesão territorial e para um modelo territorial mais policêntrico. – Cidades atrativas, acessíveis e sustentáveis. – Fortalecimento da posição de Portugal no contexto da cooperação para o desenvolvimento internacional. – Estruturação de uma rede de relações privilegiadas com a Europa.” E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 85 ESTRATÉGIA NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E BIODIVERSIDADE Enquadramento A Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB), aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 152/2001, de 11 de Outubro, procede à articulação com os compromissos internacionais estabelecidos na Convenção sobre a Diversidade Biológica e com a estratégia europeia na matéria. Objetivos/ Orientações A ENCNB assume três objetivos gerais: – “Conservar a Natureza e a diversidade biológica, incluindo os elementos notáveis da geologia, geomorfologia e paleontologia; – Promover a utilização sustentável dos recursos biológicos; – Contribuir para a prossecução dos objetivos visados pelos processos de cooperação internacional na área da conservação da Natureza em que Portugal está envolvido, em especial os objetivos definidos na Convenção sobre a Diversidade Biológica, designadamente a conservação da biodiversidade, a utilização sustentável dos seus componentes e a partilha justa e equitativa dos benefícios provenientes da utilização dos recursos genéticos.” E engloba um conjunto de 10 opções estratégicas: – “Promover a investigação científica e o conhecimento sobre o património natural, bem como a monitorização de espécies, habitats e ecossistemas; – Constituir a Rede Fundamental de Conservação da Natureza e o Sistema Nacional de Áreas Classificadas, integrando neste a Rede Nacional de Áreas Protegidas; – Promover a valorização das áreas protegidas e assegurar a conservação do seu património natural, cultural e social; – Assegurar a conservação e a valorização do património natural dos sítios e das zonas de proteção especial integrados no processo da Rede Natura 2000; – Desenvolver em todo o território nacional ações específicas de conservação e gestão de espécies e habitats, bem como de salvaguarda e valorização do património paisagístico e dos elementos notáveis do património geológico, geomorfológico e paleontológico; – Promover a integração da política de conservação da Natureza e do princípio da utilização sustentável dos recursos biológicos na política de ordenamento do território e nas diferentes políticas sectoriais; – Aperfeiçoar a articulação e a cooperação entre a administração central, regional e local; – Promover a educação e a formação em matéria de conservação da Natureza e da biodiversidade; – Assegurar a informação, sensibilização e participação do público, bem como mobilizar e incentivar a sociedade civil; – Intensificar a cooperação internacional.” 86 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar ESTRATÉGIA NACIONAL PARA A FLORESTA Enquadramento A Estratégia Nacional para as Florestas (ENF), aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 114/2006, de 15 de Setembro, constituiu o elemento de referência das orientações e planos de ação públicos e privados para o desenvolvimento do sector florestal, e articula-se com as orientações constantes do Quadro de Referência Estratégica Nacional e do Plano Estratégico Nacional do Desenvolvimento Rural, assim como em outros planos específicos com incidência no sector, incluindo o Plano de Defesa da Floresta contra Incêndios. Objetivos/ Orientações A ENF assenta nas seguintes linhas de ação: – “Minimização dos riscos de incêndios e agentes bióticos; – Especialização do território; – Melhoria da produtividade através da gestão florestal sustentável; – Redução de riscos de mercado e aumento do valor dos produtos; – Melhoria geral da eficiência e competitividade do sector; – Racionalização e simplificação dos instrumentos de política.” E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 87 PLANO N ACIONAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS Enquadramento O Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios (PDFCI), aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 65/2006, de 26 de Maio, pretende em primeira instância criar “condições propícias para a redução dos incêndios florestais”. Objetivos/ Orientações O PNDFCI encontra-se estruturado em cinco eixos estratégicos de atuação: – “Aumento da resiliência do território aos incêndios florestais; – Redução da incidência dos incêndios; – Melhoria da eficácia do ataque e da gestão dos incêndios; – Recuperar e reabilitar os ecossistemas; – Adaptação de uma estrutura orgânica e funcional eficaz.” 88 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar PROGRAMA NACIONAL DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS Enquadramento O Programa Nacional de Alterações Climáticas (PNAC 2004), aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 119/2004, de 31 de Julho, procura quantificar o esforço de mitigação das emissões necessário para o cumprimento dos compromissos assumidos por Portugal no âmbito do Protocolo de Quioto sobre Alterações Climáticas (PQ) e do Acordo de Partilha de Responsabilidades da União Europeia (UE), identificando as responsabilidades sectoriais — numa ótica de equidade intersectorial — e apresentando um conjunto de políticas e medidas e respetivos instrumentos que permitam uma intervenção integrada com o objetivo de mitigação das emissões. A revisão deste Programa (PNAC 2006) seria aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 104/2006, de 23 de Agosto, considerando a avaliação do grau de implementação das políticas e medidas em vigor definidas pelo PNAC 2004 face à meta sectorial prevista. Em 2007, foram ainda revistas em alta algumas das metas do PNAC 2006, referentes a políticas e medidas dos sectores da oferta de energia e dos transportes, dando lugar às designadas "novas metas 2007", aprovadas pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 1/2008, de 4 de Janeiro. Objetivos/ Orientações O PNAC 2006 estabelece um conjunto de políticas e medidas para cenário de referência, das quais se destacam as seguintes: – Oferta e procura de energia MRe1- Programa E4, E-FRE: Produção eólica: 4500 MW -2010, (REN Junho 2005). MRe3- Eficiência Energética nos Edifícios: Adopção dos novos regulamentos RCCTE e RSECE, com um aumento da eficiência térmica dos novos edifícios em 40%. Efeito a partir de 2007. MRe4- Programa Água Quente Solar para Portugal: i) 2005 e 2006: 13000 m2/ano; ii) 2007-2020: instalação de 100.000 m2/ano, com o efeito da entrada em vigor plena em 2006 de nova legislação sobre edifícios. MRe5- Diretiva PCIP (Prevenção e Controlo Integrado de Poluição): Implementação da Diretiva PCIP. – Transportes MRt10- Diretiva de Biocombustíveis: Introdução de biocombustíveis no modo rodoviário - 2010: 5,75%. – Agricultura MRg1 - Diretiva PCIP (Prevenção e Controlo Integrado de Poluição), Diretiva do n.º 96/61/CE do Conselho, de 24 de Setembro de 1996, na redação conferida pela Diretiva n.º 2003/87/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de Outubro de 2003: Implementação da Diretiva PCIP. – Florestas MRf1 - Programa de Desenvolvimento Sustentável da Floresta Portuguesa (Programas no âmbito do IIIQCA): Área de nova floresta em 2010, relativamente a 31.12.1989: 492 mil hectares. (n.º 3 do artigo 3.º do PQ). – Resíduos MRr2 – Diretiva Aterros: Metas de redução dos resíduos urbanos biodegradáveis destinados aos aterros, constantes na Diretiva n.º 99/31/CE, do Conselho, de 26 de Abril de 1999 MRr3 – Diretiva PCIP (Prevenção e Controlo Integrado de Poluição): Implementação da Diretiva PCIP. O PNAC 2006 estabelece igualmente um conjunto de políticas e medidas adicionais que incidem particularmente sobre as energias renováveis e sobre a utilização de biocombustíveis nos transportes rodoviários, correspondendo aos E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 89 seguintes objetivos: – “Aumentar a meta de geração de eletricidade a partir de fontes renováveis de energia (E -FRE) de 39 % de consumo bruto de eletricidade em 2010 para 45 %. Para atingir este objetivo estão previstos novas metas para a energia eólica, hídrica, solar, energia das ondas e para a micro -geração.” – Medida MA2007t1 — alteração da taxa de incorporação de biocombustíveis, nos carburantes rodoviários, de 5,75 % para 10,00 %, em 2010: 90 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar ESTRATÉGIA N ACIONAL PARA A ENERGIA Enquadramento A Estratégia Nacional para a Energia (ENE), aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 169/2005, visa promover “a revisão do quadro legislativo e regulamentar, com vista à liberalização do mercado da energia, ao reforço das energias renováveis, à promoção da eficiência energética, à introdução do aprovisionamento público energeticamente eficiente e ambientalmente relevante, à reorganização da fiscalidade e dos sistemas de incentivos do sistema energético, à prospetiva e inovação e à comunicação e sensibilização nos domínios da energia.” Objetivos/ Orientações A ENE determina os seguintes objetivos para a política energética nacional: – “I) Garantir a segurança do abastecimento de energia, através da diversificação dos recursos primários e dos serviços energéticos, e da promoção da eficiência energética, tanto na cadeia da oferta como na da procura de energia. Neste contexto, importa contribuir para alcançar o objetivo do mercado interno da energia, que agilizará o sistema energético português, colocando-o a par dos desenvolvimentos nos outros Estados membros e, tanto quanto possível, auxiliará a harmonização das políticas dos vários países, em particular na Península Ibérica. Deverse-á, ainda, neste quadro, manter os adequados níveis das reservas estratégicas dos principais combustíveis, atenuar a dependência energética do exterior pela exploração mais intensiva e mais racional dos recursos energéticos próprios ou endógenos, tendo especialmente em conta a eficiência energética, por forma a reduzir a intensidade energética do PIB; – II) Estimular e favorecer a concorrência, por forma a promover a defesa dos consumidores, bem como a competitividade e a eficiência das empresas, quer as do sector da energia quer as demais do tecido produtivo nacional, promovendo as alternativas energéticas e a adoção de enquadramentos incentivadores que lhes assegurem os menores custos de produção, no pleno respeito pelas normas ambientais exigidas pelo desenvolvimento sustentável; – III) Garantir a adequação ambiental de todo o processo energético, reduzindo os impactes ambientais às escalas local, regional e global, nomeadamente no que respeita à intensidade carbónica do PIB. Do ponto de vista das políticas públicas, para além de um recurso indispensável ao desenvolvimento socioeconómico, a energia deve ser, também, um forte fator de correção da pressão ambiental com impacte positivo na qualidade de vida, em particular a das gerações futuras.” Com vista a realização destes objetivos é proposto um conjunto alargado de medidas, que se agrupam nas seguintes linhas de orientação política: “1 - Liberalização do mercado da eletricidade, do gás e dos combustíveis. 2 - Enquadramento estrutural da concorrência nos sectores da eletricidade e do gás natural. 3 - Reforço das energias renováveis. 4 - Promoção da eficiência energética. 5 - Aprovisionamento público «energeticamente eficiente e ambientalmente relevante». 6 - Reorganização da fiscalidade e dos sistemas de incentivos do sistema energético. 7 - Prospetiva e inovação em energia. 8 - Comunicação, sensibilização e avaliação da estratégia nacional para a energia. “ E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 91 PLANO N ACIONAL DE ACÃO PARA A EFICIÊNCIA E NERGÉTICA Enquadramento A Resolução do Conselho de Ministros n.º 169/2005, de 24 de Outubro, que aprovou a Estratégia Nacional para a Energia. No seguimento dessa estratégia foi aprovado através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 80/2008 aprova o Plano Nacional de Acão para a Eficiência Energética (PNAEE) (2008 -2015), igualmente, designado “Portugal Eficiência 2015”. O Plano Nacional de Acão para a Eficiência Energética — Portugal Eficiência 2015 (PNAEE), é um plano de ação agregador de um conjunto de programas e medidas de eficiência energética, num horizonte temporal que se estende até ao ano de 2015. Objetivos/ Orientações O PNAEE abrange medidas comportamentais e orientações de cariz predominantemente tecnológico para quatro áreas específicas: Transportes, Residencial e Serviços, Indústria e Estado. No que se refere à área dos Transportes, salienta-se o Programa Mobilidade Urbana que tem como objetivo principal incentivar a utilização de transportes coletivos em detrimento do transporte individual. No que se refere à área Residencial e Serviços, o mesmo encontra-se estruturado em 3 grandes programas: Programa Renove Casa, Sistema de Eficiência Energética nos Edifícios e Programa Renováveis na Hora. De entre estes, destacase o Sistema de Eficiência Energética nos Edifícios, que agrupa as medidas que resultam do processo de certificação energética nos edifícios, num programa que inclui diversas medidas de eficiência energética nos edifícios, nomeadamente isolamentos, melhoria de vãos envidraçados e sistemas energéticos. O principal objetivo consiste em certificar, no âmbito de novos edifícios ou remodelações, 475 mil fogos residenciais até 2015, isto é, alcançar nesse ano uma quota de 10 % do parque com classe energética B- ou superior. No que se refere à área da Indústria, a mesma é abrangida por um Sistema de Eficiência Energética na Indústria, que inclui o regulamento denominado de Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia. A área do Estado é objeto do programa Eficiência Energética no Estado, com um conjunto de medidas dirigidas aos edifícios e frotas de transporte do Estado, à iluminação pública e à negociação centralizada de energia na administração central e local. 92 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar PROGRAMA DE ACÃO NACIONAL PARA COMBATE À DESERTIFICAÇÃO Enquadramento A Resolução do Conselho de Ministros n.º 69/99, de 17 de Junho aprova o Programa de Acão Nacional para Combate à Desertificação (PANCD) português, tendo a atividade do Homem como centro das preocupações. Objetivos/ Orientações O PANCD visa no fundamental a adoção de atitudes e ações de combate à degradação dos recursos naturais e a aplicação de normas de prevenção dirigidas para os seguintes cinco grandes objetivos estratégicos: – A conservação do solo e da água; – A fixação da população ativa no meio rural; – A recuperação de áreas já afetadas; – A sensibilização das populações para a problemática do combate à desertificação; – A consideração do combate à desertificação nas políticas gerais e sectoriais. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 93 PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL PARA O DESENVOLVIMENTO RURAL/ PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO R URAL (2007-2013) Enquadramento O Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) decorre do Plano Estratégico Nacional (PEN) e da sua vertente dedicada ao Desenvolvimento Rural que define as orientações fundamentais para a utilização nacional do Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER). O PEN assegura a coerência do apoio comunitário ao desenvolvimento rural com as orientações estratégicas comunitárias, bem como a coordenação de todas as prioridades comunitárias, nacionais e regionais. Objetivos/ Orientações – O PEN considera que a estratégia nacional para a agricultura e o desenvolvimento rural consiste em promover a competitividade do sector agro-florestal e dos territórios rurais de forma sustentável. Para cumprir esta finalidade definiram-se três objetivos estratégicos, interligados e diretamente vocacionados para o desenvolvimento rural: – Aumentar a competitividade dos sectores agrícola e florestal – Promover a sustentabilidade dos espaços rurais e dos recursos naturais – Revitalizar económica e socialmente as zonas rurais – Os objetivos principais dos Subprogramas do PRODER visam a materialização dos objetivos concretizados no FEADER e no PEN através de 4 subprogramas: – Subprograma 1 – Reestruturar e desenvolver o potencial físico e humano – Promover a inovação – Melhorar a qualidade da produção e dos produtos agrícolas – Subprograma 2 – Proteger os valores ambientais e paisagísticos em zonas agrícolas e florestais da Rede Natura 2000 e outras – Proteger os recursos hídricos e o solo – Contribuir para a atenuação das alterações climáticas – Contribuir para o uso continuado e sustentável das terras agrícolas em zonas desfavorecidas – Subprograma 3 – Diversificar a economia rural – Melhorar a qualidade de vida nas zonas rurais – Desenvolver competências nas zonas rurais – Subprograma 4 – Aumentar o conhecimento e melhorar o potencial humano – Promover a inovação 94 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL DO TURISMO Enquadramento A Resolução do Conselho de Ministros n.º 53/2007, de 15 de Fevereiro aprova os objetivos e as principais linhas de desenvolvimento do Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), que se apresentam detalhados no respetivo Relatório e nos estudos relativos às Estratégias de Desenvolvimento de Produtos Turísticos, da responsabilidade do Turismo de Portugal, IP. A Resolução do Conselho de Ministros n.º 24/2013, de 16 de Abril aprova a revisão do Plano Estratégico Nacional do Turismo para 2013-2015, estabelecendo o ponto de situação das principais evoluções ocorridas no Turismo a nível interno e na conjuntura externa, bem como aos ajustamentos nos objetivos e eixos de desenvolvimento estratégico. Objetivos/ Orientações A Revisão do PENT estabelece que a “visão definida no PENT para o Turismo nacional mantém-se globalmente válida, tendo sido identificada a oportunidade de a reforçar com dois aspetos, o enfoque num modelo de desenvolvimento sustentável e a diferenciação mais vincada por via de experiências marcantes e genuínas.” É pois apresentada como “Um dos destinos na Europa com um crescimento mais sustentável, alavancado numa proposta de valor suportada em características distintivas e inovadoras do país. Desenvolvimento do Turismo baseado na qualificação e competitividade da oferta, alavancado na criação de conteúdos autênticos e experiências marcantes e genuínas, na excelência ambiental / urbanística, na formação dos recursos humanos, na potenciação dos canais online e na dinâmica / modernização empresarial e das entidades públicas. Importância crescente na economia, constituindose como o motor do desenvolvimento social, económico e ambiental a nível regional e nacional.” No âmbito da Estratégia de produtos, é proposto o desenvolvimento e consolidação de 10 produtos turísticos estratégicos: Sol e mar, Turismo de Saúde, estadias de curta duração em cidade, Circuitos turísticos religiosos e culturais, Gastronomia e vinhos, Turismo de natureza, Golfe, Turismo náutico, Turismo de negócios e Turismo residencial. Para a região do Alentejo é considerado produto consolidado os Circuitos turísticos religiosos e culturais; o Turismo de natureza e o Turismo náutico são produtos em desenvolvimento na Região; o Sol e Mar e a Gastronomia e Vinhos são considerados produtos complementares; e o Turismo Residencial produto emergente; os restantes não assumem expressão relevante na Revisão de acordo com a avaliação apresentada no PENT. No caso de Aljustrel, considera-se que o Turismo de natureza (com destaque para a área envolvente à albufeira do Roxo) e a Gastronomia e vinhos (dada a presença de um conjunto amplo de “Produtos de Qualidade”) são aqueles que podem assumir maior relevância no concelho. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 95 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE TURISMO DO ALENTEJO Enquadramento O Plano de Desenvolvimento Turístico do Alentejo (PDTA), elaborado por iniciativa da Região de Turismo de Évora, a que se associaram outras Regiões de Turismo (Costa Azul, Planície Dourada, S. Mamede e Odemira), trata a temática do turismo no sentido de propor linhas de orientação estratégica e referindo ações e projetos considerados importantes para que toda a Região do Alentejo seja um destino turístico com significado e atrativo a nível nacional e internacional. Objetivos/ Orientações O Plano de Desenvolvimento de Turismo do Alentejo propõe para o concelho de Aljustrel a aposta como território de descoberta cultural, de lazeres rurais e de albufeira, e como futuro polo de atracão museológica e recreativa associada à temática mineira. São propostos os seguintes projetos estruturantes: – Património e Urbanismo: Recuperação de todos os valores patrimoniais com interesse turístico. Melhoria do enquadramento paisagístico e de observação exterior dos principais monumentos. – Alojamento Turístico e Restauração: Reforço e qualificação da oferta de restauração e de animação noturna. Reforço da oferta hoteleira da Vila de Aljustrel (1 novo hotel). Reforço da oferta de TER. Parque de campismo do Roxo. – Musealização: Parque Museológico da Mina de Aljustrel – Grandes infraestruturas de lazer, desportivas e culturais: Parque de Lazer e de Merendas do Roxo. – Animação Turística/Eventos: Parque Aventura da Mina de Aljustrel. – Informação e Promoção Turística: Implementação de Sinalização Turística municipal. Criação de Núcleos de Interpretação Turística em todos os locais da visita. Implementação de Quiosques Eletrónicos de Informação Turística. Edição de um bom Roteiro Turístico concelhio. – Acessibilidades e Transportes: Melhoria das ligações Aljustrel/A1 e Aljustrel/Beja. Centro Coordenador de Transportes de Aljustrel. – Outros Projetos relevantes para o Turismo: Núcleo de residências secundárias do Roxo. 96 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar Implementação do PDAL – Plano de Desenvolvimento Estratégico de Aljustrel. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 97 PLANO REGIONAL DE INOVAÇÃO DO ALENTEJO Enquadramento O Plano Regional de Inovação do Alentejo (PRIA) foi apresentado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Alentejo, em 2005, assumindo como missão “Implementar um modelo de Sistema de Ciência-Tecnologia-Inovação, adequado às necessidades da região e que sirva de catalisador do desenvolvimento das empresas e produtores.” O PRIA corresponde a uma proposta para a estratégia regional de inovação e respetiva implementação, sendo apoiado no diagnóstico socioeconómico da região do Alentejo e num diagnóstico dos sectores mais relevantes para o dinamismo da economia regional do Alentejo - Agricultura e Recursos Agroalimentares, Vitivinicultura, Cortiça, Rochas Orçamentais, Turismo – e dos sectores emergentes das TIC e Aeronáutica. Objetivos/ Orientações O PRIA prossegue os seguintes objetivos estratégicos gerais: – “Expandir as atividades científicas e tecnológicas da região, multiplicando significativamente os Recursos Humanos e as despesas com I&D; – Promover de forma ativa nas empresas uma mudança cultural no sentido de favorecer uma visão da inovação em colaboração com outras empresas e entidades, como principal fator de competitividade; – Estruturar um modelo de articulação dos apoios locais à tecnologia e inovação, conseguindo uma maior proximidade desses apoios com atividades científicas, mas não esquecendo as necessidades prioritárias das empresas. Isto equivale a definir e consolidar um sistema de mediação e acompanhamento entre a oferta científica e tecnológica e as empresas, bem como entre as diferentes opções de financiamento e o tecido produtivo local; – Desenvolver localmente as capacidades e o conhecimento necessário para que os serviços de apoio possam, de facto, atuar como estímulos a um aproveitamento eficaz das tecnologias já existentes e eventualmente a introduzir nas empresas; – Estimular a criação de novas atividades de base tecnológica em sectores emergentes que possam ajudar a diversificação do tecido produtivo para áreas de maior intensidade tecnológica.” E objetivos operacionais: – “Promoção da competitividade das empresas do Alentejo através da presença em novos mercados e/ou da melhoria dos produtos e processos; – Promover a introdução de novas atitudes nas empresas do Alentejo; – Estimular o reforço de novas competências em áreas chave; – Estruturar e aumentar as atividades de I&D na região; – Desenvolver a oferta de apoios tecnológicos baseada em centros tecnológicos e institutos; – Estimular uma maior colaboração intra e inter-regional entre os diferentes tipos de infraestruturas; – Expandir e organizar a interface do sistema de forma a facilitar a configuração de um sistema regional de inovação; – Otimizar o trabalho realizado pelas estruturas de interface de forma a melhorar a resposta a necessidades das empresas e aumentar a ligação das empresas à oferta de capacidades científicas e tecnológicas.” Estes correspondem ao conjunto de três programas, com as linhas de atuação e de acompanhamento: – “I&D e Inovação Empresarial (Alt-Inova) – programa dirigido a empresas na região do Alentejo no sentido de facilitar e promover projetos de investigação e/ou de inovação nas empresas. – Ciência e Tecnologia no Alentejo (Alt-CiTec) – programa dirigido ao reforço de atividades de investigação e desenvolvimento científico e tecnológico nas infraestruturas da região com potencial relevância para as atividades económicas e/ou questões sociais do Alentejo. – Sistema de Apoio Tecnológico e Mediação no Alentejo (Alt-MediTec) – programa que agrupa o conjunto de medidas 98 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar e ações dirigidas ao reforço da organização e coerência dos agentes de mediação e transferência de conhecimentos e tecnologia para a região. “ E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 99 PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DO CONCELHO DE ALJUSTREL Enquadramento O Plano Estratégico de Desenvolvimento do Concelho de Aljustrel (PEDAL), desenvolvido pela Câmara, foi apresentado em 2004, traçando objetivos estratégicos de desenvolvimento, e propondo a realização de um conjunto de projetos enquadrados em Domínios Estratégicos de Intervenção. Objetivos/ Orientações São definidos os seguintes objetivos estratégicos de desenvolvimento: – Diversificar a base económica e desenvolver o tecido empresarial local. – Qualificar e desenvolver as condições urbanas, ambientais e sociais. – Reforçar a base institucional de apoio ao desenvolvimento. Este plano propõe a realização de 36 projetos, definidos em torno de 4 Domínios Estratégicos de Intervenção e respetivos objetivos: – Diversificação e Desenvolvimento Empresarial Reforçar a base institucional de apoio ao desenvolvimento empresarial. Criar e qualificar os espaços de localização de empresas. Promover os mecanismos de educação e formação profissional adequados. Criar condições institucionais e financeiras para a dinamização socioeconómica da sub-região mineira do Baixo Alentejo. – Desenvolvimento Rural Revitalizar e desenvolver as atividades agrícolas como suporte do mundo rural. Utilizar e ordenar o espaço rural em função do seu potencial. Promover a gestão integrada dos recursos endógenos tendo em conta o seu aproveitamento económico e social. Melhorar a acessibilidade e infraestruturação do meio rural. – Desenvolvimento do Regadio e da Agro-Indústria: Consolidar e desenvolver o sector agroindustrial. Criar e manter as condições de competitividade das horto-industrias, hortícolas e hortofrutícolas. Reforçar e desenvolver o associativismo agrícola. – Ambiente Urbano e Desenvolvimento Social Promover a qualificação urbana e ambiental da vila e da sua envolvente. Valorizar o património histórico e cultural; promover a dinamização sociocultural no concelho. Reforçar as relações com o Alentejo Litoral e Interior. 100 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar PROGRAMA NACIONAL DE POLÍTICA DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO Enquadramento O Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território, aprovado pela Lei n.º 58/2007, de 4 de Setembro, constitui o instrumento de desenvolvimento territorial de natureza estratégica que estabelece as grandes opções com relevância para a organização do território nacional, prevalecendo sobre os demais instrumentos de gestão territorial em vigor. Objetivos/ Orientações O Programa de Acão do PNPOT apresenta-se estruturado em seis objetivos estratégicos: – “Conservar e valorizar a biodiversidade, os recursos e o património natural, paisagístico e cultural, utilizar de modo sustentável os recursos energéticos e geológicos, e prevenir e minimizar os riscos. – Reforçar a competitividade territorial de Portugal e a sua integração nos espaços ibérico, europeu, atlântico e global. – Promover o desenvolvimento policêntrico dos territórios e reforçar as infraestruturas de suporte à integração e à coesão territoriais. – Assegurar a equidade territorial no provimento de infraestruturas e de equipamentos coletivos e a universalidade no acesso aos serviços de interesse geral, promovendo a coesão social. – Expandir as redes e infraestruturas avançadas de informação e comunicação e incentivar a sua crescente utilização pelos cidadãos, empresas e Administração Pública. – Reforçar a qualidade e a eficiência da gestão territorial, promovendo a participação informada, ativa e responsável dos cidadãos e das instituições.” O PNPOT estabelece ainda um conjunto de opções para o desenvolvimento das regiões, destacando-se no caso concreto, as referentes à região do Alentejo: – Integrar num modelo territorial coerente os cinco elementos estratégicos de organização do território: relação com Lisboa; reforço da integração e policentrismo do sistema urbano regional e consolidação das suas principais centralidades; Sines; potencial de Alqueva; e relações transregionais; – Afirmar Sines como grande porto atlântico da Europa e grande plataforma de serviços de logística internacional, indústria e energia; – Consolidar o corredor Lisboa — Évora - Badajoz e infraestruturar os corredores Algarve — Beja — Évora — Portalegre - Castelo Branco, Sines — Grândola — Beja - Vila Verde de Ficalho e Sines — Évora — Elvas/Badajoz, como elementos estruturantes de um sistema urbano regional policêntrico; – Robustecer a centralidade de Évora e dos restantes polos de nível superior estruturantes do sistema urbano da região: Portalegre, Beja, Sines / Santo André / Santiago do Cacém e reforçando a dimensão, especialização funcional e complementaridade entre os vários centros; – Valorizar e integrar os centros urbanos de menores dimensões, em particular as sedes dos concelhos que asseguram funções fundamentais de integração dos espaços rurais e centralidades potenciais localizadas em pontos-chave das novas acessibilidades, desenvolvendo uma rede de polos com qualidade residencial e dotados de serviços estruturantes do povoamento rural; – Promover o eixo Vendas Novas — Montemor — Évora como um espaço dinâmico de desconcentração industrial e logística da AML; – Reforçar o papel de Beja nas relações com o litoral alentejano e o Algarve, nomeadamente com base no seu Aeroporto e na consolidação do corredor Sines — Grândola — Beja — Vila Verde de Ficalho, contribuindo para E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 101 PROGRAMA NACIONAL DE POLÍTICA DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO melhorar a integração, conectividade, competitividade e dinamismo económico do território do Baixo Alentejo; – Organizar o sistema urbano de fronteira, assumindo em particular o reforço do polo transfronteiriço Elvas — Campo Major / Badajoz, cuja importância estratégica será fortemente ampliada pelas novas acessibilidades em comboio de alta velocidade as duas capitais ibéricas e pela nova plataforma logística transfronteiriça de Elvas/Caia, e reforçar a cooperação urbana transfronteiriça quer de proximidade quer de relacionamento dos principais centros urbanos do Norte Alentejano (Portalegre, Elvas e Campo Maior) com as cidades da Estremadura, e de Beja e outros centros do Baixo Alentejo com as cidades da Andaluzia; – Promover a cooperação entre as instituições de ensino superior no sentido de aumentar os recursos regionais de investigação e desenvolvimento tecnológico, tendo em vista a resposta eficiente as necessidades tecnológicas e o aproveitamento das oportunidades de inovação; – Potenciar o desenvolvimento dos núcleos urbanos com alguma relevância industrial e suportar a aposta no surgimento de um sector aeronáutico, articulando as iniciativas emergentes e, em particular, apostando nas possibilidades do aeroporto de Beja para a instalação de atividades deste sector; – Incentivar o desenvolvimento das indústrias extrativas regionais e a gestão sustentável do seu ciclo de vida, em particular no domínio dos mármores e da exploração da faixa piritosa do Alentejo (Neves Corvo, Aljustrel), potenciando a sua recuperação e o seu melhor aproveitamento no quadro das novas tendências de longo prazo dos respetivos mercados a escala global; – Assumir o papel estratégico da agricultura e apoiar os processos da sua transformação no contexto do desenvolvimento programado para a região; – Concretizar o Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva, de forma a valorizar todos os potenciais da agricultura de regadio, da agro-indústria, do turismo e das energias renováveis; – Incentivar e acompanhar o desenvolvimento sustentável das atividades turísticas de modo a compatibilizar a proteção e valorização do património natural com a afirmação de uma fileira de produtos turísticos diferenciados que aproveitem em pleno as especificidades e a qualidade ambiental, paisagística, patrimonial e cultural dos vários espaços do Alentejo; – Desenvolver uma estratégia de resposta integrada a situações de risco nos vários espaços do Alentejo, e em particular face às secas e tendo em conta as diversas capacidades de armazenamento estratégico de água; – Proteger e valorizar os recursos do território (ambientais, paisagísticos e culturais), nomeadamente na zona costeira, salvaguardando o desenvolvimento sustentável da pesca e da aquicultura, concretizar as potencialidades no domínio das energias renováveis e promover o uso silvo-pastoril ou florestal, dando especial atenção ao aproveitamento multifuncional do montado; – Recuperar as áreas mineiras abandonadas e valorizá-las do ponto de vista ambiental, lúdico e cultural/educativo. 102 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO ALENTEJO Enquadramento O Plano Regional de Ordenamento do Alentejo (PROT) foi aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros (RCM) n.º 53/2010, de 2 de Agosto, tendo determinado a Alteração por adaptação ao Plano Diretor Municipal de Aljustrel, publicada no Diário da República, 2ª Série, n.º 6, de 31 de Janeiro de 2011, pelo Aviso n.º 118/2011. Objetivos/ Orientações O PROT apresenta as seguintes opções estratégicas de base territorial: 1. Integração Territorial e Abertura ao Exterior – Potenciar a abertura da Região ao exterior, tirando partido do seu posicionamento geográfico privilegiado no contexto nacional e ibérico, reforçando a competitividade das redes de infraestruturas de transporte e promovendo a constituição de um Sistema Regional de Logística Empresarial, por forma a dotar a região de condições de elevada qualidade de atracão de empresas e de desenvolvimento empresarial; – Promover a internacionalização da região, através da consolidação da conectividade urbana externa, do desenvolvimento de serviços avançados e de uma aposta urbana diferenciadora; – Afirmar em termos europeus e internacionais os recursos naturais e a paisagem, em prol de uma maior integração territorial e de uma estratégia de construção de redes; 2. Conservação e Valorização do Ambiente e do Património Natural – Cumprir as metas ambientais, garantindo a manutenção e valorização da biodiversidade através de uma integração sólida entre a gestão dos sistemas naturais, em especial nas áreas classificadas para a conservação da natureza, e as oportunidades que se oferecem às atividades produtivas; – Promover o desenvolvimento sustentável dos espaços rurais e dos recursos naturais Prevenir os fatores e as situações de riscos naturais e tecnológicos e desenvolver dispositivos e medidas de minimização dos respetivos impactes e controlar e mitigar os processos associados à desertificação; – Assegurar a gestão integrada dos recursos hídricos, incluindo a proteção da rede hidrográfica e dos aquíferos e uma política de uso eficiente da água; – Valorizar e ordenar o Litoral potenciando o seu valor ambiental e económico à escala regional e nacional; – Assegurar uma gestão eficaz dos resíduos no que se refere à reciclagem multimaterial, valorização orgânica, incineração, com recuperação de energia, e confinamento técnico; 3. Diversificação e Qualificação da Base Económica Regional – Reforçar e desenvolver de forma sustentada e mais competitiva os sectores tradicionais estratégicos ampliando e qualificando as respetivas cadeias de valor, e consolidar o desenvolvimento das atividades estratégicas emergentes diversificando e qualificando a base económica e afirmando novos sectores de especialização regional; – Desenvolver o modelo de produção agro-florestal e agroindustrial com base nas fileiras estratégicas regionais, garantindo a utilização racional dos recursos disponíveis, promovendo a diversificação e valorização das produções e tornando operativa a multifuncionalidade dos sistemas agro-silvo-pastoris e do património agrícola e rural; – Aumentar a atratividade das áreas rurais, com base na multifuncionalidade da agricultura e na melhoria global da qualidade de vida; – Consolidar o Alentejo como destino turístico associado a uma oferta qualificada e ajustada às características ambientais, naturais e patrimoniais, desenvolvendo uma fileira de produtos turísticos de elevada qualidade e identidade na Região; E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 103 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO ALENTEJO – Promover a constituição de uma Rede Regional de Ciência, Tecnologia e Inovação ajustada ao perfil produtivo regional e às dinâmicas económicas regionais, fomentadora da competitividade empresarial e respondendo aos desafios da modernização e qualificação da base económica regional. 4. Afirmação do Policentrismo e do Desenvolvimento Rural – Desenvolver um sistema policêntrico de âmbito regional, assente num conjunto de centros urbanos de nível superior, capazes de articular redes regionais, de promover a sua integração funcional e de gerar níveis acrescidos de cooperação estratégica. – Estruturar redes de centros urbanos sub-regionais assentes na concertação intermunicipal de recursos e equipamentos, capazes de sustentar a coesão territorial e de garantir o acesso a serviços coletivos e funções urbanas de gama alargada. – Garantir a qualificação das concentrações urbanas estruturantes através da regeneração e valorização urbanística e da potenciação dos valores patrimoniais existentes. – Articular as redes de acessibilidade e organizar os sistemas de transporte em torno de uma mobilidade sustentável, de forma a consolidar o sistema urbano policêntrico e a promover a equidade territorial. – Promover o acesso às redes e ao uso das TIC, nomeadamente por parte das empresas e dos serviços públicos, contribuindo para um desenvolvimento mais integrado e uma maior coesão territorial. O Modelo Territorial regional estabelecido pelo PROT oferece uma configuração espacial prospetiva do Alentejo, integrando como componentes territoriais estruturantes, o sistema urbano, a estrutura regional de proteção e valorização ambiental, as atividades económicas e as infraestruturas e as principais redes de conectividade regional. Do Modelo Territorial destacam-se um conjunto de aspetos fundamentais: – Sublinha-se o posicionamento do Alentejo no contexto das relações inter-regionais. Desta forma, no sentido da abertura da economia, sociedade e território para o exterior o Modelo territorial pressupõe a “intensificação das ligações económicas e urbanas com os espaços envolventes (a região Centro, a região do Algarve e as regiões da Extremadura e da Andaluzia), enfatizando, de forma particular, a função primordial do corredor central – inserido no eixo Lisboa – Madrid - como espaço fundamental de intermediação entre a região metropolitana de Lisboa e o espaço económico de Espanha, bem como o corredor Sines – Badajoz como eixo de conectividade do principal porto internacional português ao território espanhol”; – É dada especial importância ao papel dos centros urbanos regionais sendo salientando-se que o “desenvolvimento económico e urbano deve, com efeito, ser suportado pelo desenvolvimento dos centros urbanos e redes urbanas regionais, ultrapassando por esta via os constrangimentos das baixas densidades e constituindo economias de aglomeração e realidades urbanas com a dimensão económica e institucional necessária à emergência de contextos favoráveis à inovação social e empresarial”. Neste ponto, destaca-se a função dos centros urbanos e económicos de âmbito regional – Évora, Portalegre, Beja, Elvas-Campo Maior, Sines-Santiago do Cacém-Santo André, na constituição de uma rede de centros de desenvolvimento de dimensão regional, apoiando a emergência de ambientes urbanos favoráveis à inovação social e económica; – Destaca-se a componente agrícola pelo papel estruturante das fileiras agroflorestais (montado e industria da cortiça), bem como pelo potencial da modernização agrícola associado à expansão das áreas de regadio e à valorização da vinha e do Olival; – Evidenciam-se os recursos geológicos quer na dimensão extrativa, quer na dimensão transformação e valorização económica; – Define-se a Estrutura Regional de Proteção e Valorização Ambiental (ERPVA) no âmbito da valorização dos recursos naturais, constituída pela Rede Fundamental de Conservação da Natureza, onde se incluem as áreas protegidas de âmbito nacional e as áreas classificadas (Rede Natura 2000), e pelas áreas de conectividade ecológica/corredores ecológicos; – Privilegia-se a edificabilidade nos aglomerados urbanos e potenciando o desenvolvimento urbano compacto, 104 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO ALENTEJO funcional e economicamente diversificado, no sentido de evitar expansões urbanas indiscriminadas e consumo de solo e de recursos naturais, caminhando para a preservação da paisagem urbana do Alentejo; – Como elemento relevante para a sustentação e fomento do processo de reorganização urbana e económica da Região destaca-se o sistema das infraestruturas de mobilidade e de conectividade internacional. O Modelo Territorial para o Alentejo organiza-se em quatro sistemas estruturantes: – Sistema Ambiental e Riscos. – Sistema da Base Económica Regional. – Sistema Urbano e de Suporte à Coesão Territorial. – Sistema de Acessibilidades e de Conectividade Internacional Da análise do Modelo Territorial proposto pelo PROT Alentejo e dos respetivos sistemas estruturantes, e no que concerne especificamente ao concelho de Aljustrel, destacam-se as seguintes referências: – a sua classificação como Centro Urbano Estruturante, devendo: “a) Afirmar-se enquanto nós estruturantes do sistema urbano regional; b) Desenvolver redes de forte articulação com os centros urbanos regionais e os centros urbanos complementares, consolidando subsistemas urbanos; c) Desempenhar funções de articulação supramunicipal e construir e dinamizar redes urbanas potenciadoras de coesão e competitividade territorial; d) Cooperar na promoção conjunta de um espaço socioeconómico territorialmente articulado e que ofereça uma coesão produtiva e/ou sociocultural; e) Afirmar redes multifuncionais e redes temáticas, eventualmente em complementaridade com os centros urbanos regionais, em que a proximidade ou a contiguidade urbana não são requisitos necessários; f) Fomentar o inter-relacionamento institucional, com a participação dos diferentes agentes sociais e económicos, públicos e privados” – a inclusão no subsistema urbano do Baixo Alentejo, o qual se organiza “em torno de Beja, Moura, Serpa, Aljustrel e Castro Verde”. – a integração no Eixo das Pirites, mas também no Eixo do Urânio; – a integração na Zona D - Eixo do Guadiana/Baixo Alentejo do Subsistema de Desenvolvimento Turístico (desenvolvido em articulação com o PENT), destacando-se de seguida os pontos apontados para esta zona que se aplicam ao município de Aljustrel: a existência de áreas integradas na Rede Natura 2000, como é o caso da ZPE de Castro Verde; a existência de património histórico arqueológico e cultural; o turismo industrial que poderá vir a ter expressão através da recuperação e valorização e promoção do património arqueológico-mineiro de Aljustrel; a existência do Parque de Feiras e Exposições de Beja e do aeroporto que poderá potenciar o desenvolvimento de atividades de turismo de convenções. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 105 106 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO FLORESTAL DO BAIXO ALENTEJO Enquadramento O Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Alentejo (PROF BA), aprovado pelo Decreto Regulamentar n.º 18/2006, de 20 de Outubro, decorre da Lei de Bases da Política Florestal, e visa a concretização de “espaços florestais sustentáveis e multifuncionais, onde se complementam as atividades agrícola, silvo pastoril e recursos faunísticos e onde a floresta desempenha um papel preponderante na minimização do fenómeno da desertificação”. O município de Aljustrel insere-se principalmente na sub-região homogénea de “Campos de Beja”, sendo ainda abrangido pelas sub-regiões de “Campo Branco” e “Cintura de Ourique” (1), às quais foram atribuídas as seguintes funcionalidades: – Proteção; – Desenvolvimento do silvo pastorícia, caça e pesca nas águas interiores; – Produção nos Campos de Beja e Cintura de Ourique; – Conservação dos habitats, de espécies de fauna e flora e de geomonumentos em Campo Branco. Objetivos/ Orientações O PROF BA obedece aos seguintes objetivos específicos que se aplicam a toda a região abrangida pelo Plano: – Diminuir o número de ignições de incêndios florestais; – Diminuir a área queimada; – Promover o redimensionamento das explorações florestais de forma a otimizar a sua gestão, nomeadamente: – Divulgar informação relevante para desenvolvimento da gestão florestal; – Realização do cadastro das propriedades florestais; – Redução das áreas abandonadas; – Criação de áreas de gestão única de dimensão adequada; – Aumentar a incorporação de conhecimentos técnico-científicos na gestão através da sua divulgação ao público-alvo. – Aumentar o conhecimento sobre a silvicultura das espécies florestais; – Monitorizar o desenvolvimento dos espaços florestais e o cumprimento do Plano. Cada sub-região apresenta, adicionalmente, objetivos específicos próprios para a concretização das referidas funcionalidades, assim como modelos de silvicultura com espécies de árvores florestais a privilegiar e normas de aplicação generalizada e localizada. (1) O PROF BA procede à identificação de seis sub-regiões homogéneas: Campos de Beja; Alqueva; Margem Esquerda; Campo Branco; Cintura de Ourique; Almodôvar. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 107 PLANO DE BACIA HIDROGRÁFICA DO S ADO Enquadramento O Plano de Bacia Hidrográfica do Sado, aprovado pelo Decreto Regulamentar n.º6/2002, de 12 de Fevereiro, visa a valorização, a proteção e a gestão equilibrada dos recursos hídricos da referida bacia hidrográfica, considerando a sua harmonização com o desenvolvimento regional e sectorial, através da economia do seu emprego e racionalização dos seus usos. A utilização racional dos recursos hídricos deve ser salvaguardada no âmbito da elaboração do PDM, que, de acordo com as medidas específicas estabelecidas pelo PNPOT, deve assegurar a articulação com o futuro Plano de Gestão de Bacia Hidrográfica, enquadrado pela Lei da Água, Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro. Objetivos/ Orientações A definição de objetivos estratégicos e operacionais, acompanhados da definição de projetos, programas e ações, encontra-se organizado em 10 áreas temáticas: – “Proteção das águas e controlo da poluição; – Gestão da procura; – Proteção da Natureza; – Proteção e minimização dos efeitos das cheias, secas e acidentes de poluição; – Valorização social e económica dos recursos hídricos; – Articulação com o ordenamento do território e o ordenamento dos recursos hídricos; – Quadro normativo e institucional; – Regime económico-financeiro; – Participação das populações; – Conhecimento sobre recursos hídricos; – Avaliação sistemática do Plano.” Ressalva-se que a utilização racional dos recursos hídricos deve ser salvaguardada no âmbito da elaboração dos PDM, que, de acordo com as medidas específicas estabelecidas pelo PNPOT, devem assegurar a articulação com o futuro Plano de Gestão de Bacia Hidrográfica, enquadrado pela Lei da Água, Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro. 108 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar PLANO DE ORDENAMENTO DA ALBUFEIRA DO ROXO Enquadramento O Plano de Ordenamento da Albufeira do Roxo (POAR), aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 36/2009, de 11 de Maio, é um plano especial de ordenamento do território, que abrange o Plano de Água e a Zona Terrestre de Proteção da Albufeira, integrando o território dos concelhos de Aljustrel e de Beja. Objetivos/ Orientações O POAR prossegue os seguintes objetivos específicos: – “a) Salvaguardar a defesa e qualidade dos recursos naturais, em especial dos recursos hídricos, definindo regras de utilização do plano de água e da zona envolvente da albufeira; – b) Definir as cargas para o uso e ocupação do solo que permitam gerir a área objeto de plano, numa perspetiva dinâmica e interligada; – c) Aplicar as disposições legais e regulamentares vigentes, quer do ponto de vista de gestão dos recursos hídricos, quer do ponto de vista do ordenamento do território; – d) Planear de forma integrada a área envolvente da albufeira; – e) Compatibilizar os diferentes usos e atividades existentes ou a serem criados, com a proteção e valorização ambiental e finalidades principais da albufeira; – f) Identificar as áreas mais adequadas para a conservação da natureza e as áreas mais aptas para atividades secundárias, prevendo as compatibilidades e complementaridades de uso entre o plano de água e as margens da albufeira; – g) Garantir o abastecimento público às populações e o abastecimento de água para rega; – h) Garantir a articulação dos objetivos tipificados para o Plano de Bacia Hidrográfica do Sado.” O modelo de ordenamento definido visa a salvaguarda de recursos e valores naturais, numa perspetiva de compatibilização e sustentabilidade de utilizações e usos, dividindo a área de intervenção em duas zonas fundamentais, cuja classificação corresponde à diferenciação das atividades permitidas, condicionadas e interditas: Plano de água: – Zona de utilização livre; – Zona de proteção ambiental; – Zona de proteção da barragem e dos órgãos de segurança e de utilização da albufeira; Zona terrestre de proteção da albufeira: – Zona de proteção e valorização de recursos e valores específicos: Zona de respeito da barragem e dos órgãos de segurança e de utilização da albufeira; Zona reservada; Zona de proteção à captação de água; Zona de proteção elevada; Zona de proteção média; Zona de proteção complementar; E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 109 Zona da albufeira da barragem da Malhada; – Área de usos e regimes específicos, em que se inclui a zona de proteção baixa; – Zonas de utilização turística, recreativa e de lazer, as quais se constituem por: Zonas de equipamentos e infraestruturas turísticas e recreativas 1; Zonas de equipamentos e infraestruturas turísticas e recreativas 2; Zonas de equipamentos e infraestruturas turísticas e recreativas 3. 110 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar PLANO SECTORIAL DA R EDE NATURA 2000 Enquadramento O Plano Sectorial da Rede Natura 2000 (PSRN2000) foi aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 115A/2008, de 21 de Julho, tratando-se de um plano sectorial, desenvolvido a uma macro escala (1: 100 000) para o território continental. A Rede Natura 2000 é uma rede ecológica do espaço Comunitário resultante da aplicação das Diretivas 79/409/CEE (Diretiva Aves) e 92/43/CEE (Diretiva Habitats), e tem por ”objetivo contribuir para assegurar a biodiversidade através da conservação dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagens no território europeu”. O município de Aljustrel é parcialmente abrangido pela ZPE de Castro Verde (PTZPE0046), num total de 9 219,565 ha, correspondendo a 20% do concelho, e representando este 12% da área total da ZPE (que integra também parcialmente os concelhos de Aljustrel, Almodôvar, Beja, Castro Verde, Mértola e Ourique). Objetivos/ Orientações Segundo o PSRN 2000, o principal fator de ameaça é o desaparecimento dos sistemas agrícolas extensivos, face ao seu papel na conservação das aves estepárias, de modo que as orientações de gestão definidas para esta ZPE visam a manutenção da cerealicultura extensiva em área aberta assente numa rotação cultural. As orientações de gestão definidas pelo PSRN 2000 para a ZPE de Castro Verde são, no seu conjunto, as seguintes: No âmbito da Agricultura e Pastorícia: – Assegurar a manutenção de usos agrícolas extensivos: – Promover cerealicultura extensiva; – Assegurar mosaico do habitat (na área de cerealicultura extensiva integrar culturas de leguminosas para alimentação da avifauna e introdução de faixas não semeadas em alguns locais); – Condicionar a intensificação agrícola; – Incrementar sustentabilidade económica de atividades com interesse para a conservação; – Restringir uso de agroquímicos /adotar técnicas alternativas; – Manter práticas de pastoreio extensivo; – Outros condicionamentos específicos a práticas agrícolas (retardar a ceifa e corte de feno, tomar medidas que impeçam a lavra na primavera, manter lagoas temporárias por ordenamento de práticas agrícolas); – Condicionar o cultivo de lenhosas (especificamente a expansão dos olivais, os pomares e as vinhas); – Manter olival tradicional existente. No âmbito da Silvicultura: – Tomar medidas que impeçam a florestação (nas áreas abertas de características pseudoestepárias); – Condicionar a florestação (na área não abrangida pela medida anterior); – Impedir a introdução de espécies não autóctones/controlar existentes (refere-se especialmente a ações de florestação com eucalipto e outras espécies que não azinheira e sobreiro); – Manter/melhorar ou promover manchas de montado aberto (refere-se a povoamentos com menos de 30% de cobertura, geralmente com uso agro-pastoril); – Conservar/recuperar povoamentos florestais autóctones (refere-se a montados de azinho e sobro com mais de 30% de cobertura); E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 111 PLANO SECTORIAL DA R EDE NATURA 2000 – Adotar práticas silvícolas específicas (refere-se a áreas envolventes a locais de nidificação e dormitórios de aves); – Conservar sebes, bosquetes e arbustos (refere-se principalmente a faixas de vegetação associadas às linhas de água). – Tomar medidas que impeçam o corte, a colheita e a captura de espécies (refere-se ao corte de árvores suporte de nidificação). No âmbito da Construção e Infraestruturas: – Condicionar a construção de infraestruturas; – Condicionar expansão urbano-turística; – Restringir construção de barragens em zonas sensíveis; – Reduzir mortalidade acidental associada a linhas áreas de transporte de energia. No âmbito de Outros Usos e Atividades: – Implementar gestão cinegética compatível com conservação de espécie; – Ordenar atividades de recreio e lazer; – Ordenar/Regulamentar a atividade de observação de espécies da fauna; – Condicionar o acesso; – Regular uso de açudes e charcas; – Monitorizar, manter/melhorar qualidade da água; – Regular extração de inertes e minério. No âmbito de outras Orientações Específicas: – Controlar a predação e/ou parasitismo e/ou a competição inter-específica; – Controlar efetivos de animais assilvestrados; – Criar novos locais de reprodução, conservar/recuperar os existentes: Estas orientações de gestão devem ser desenvolvidas e integradas no âmbito da revisão do PDM de Aljustrel, estabelecendo parâmetros de ocupação e utilização do solo compatíveis com as mesmas. 112 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar ANEXO II – VERIFICAÇÃO DA INTERFERÊNCIA/CONTRIBUTO DAS LINHAS DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA DA REVISÃO DO PDM PARA A CONCRETIZAÇÃO DO QRE Objetivos/ Opções Estratégicas dos Planos e Programas que compõem o QRE Questões Estratégicas* LOE A LOE B LOE C LOE D Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) – Prioridades estratégicas: Promover a qualificação dos portugueses e das portuguesas (…) Promover o crescimento sustentado (…) Garantir a coesão social (…) Assegurar a qualificação do território e das cidades (…) Aumentar a eficiência da governação (…) Alentejo 2015 – Estratégia de Desenvolvimento Regional – Eixos prioritários: Eixo Prioritário 1 – Competitividade, inovação e conhecimento Eixo Prioritário 2 – Desenvolvimento urbano Eixo Prioritário 3 – Conectividade e articulação territorial Eixo Prioritário 4 – Qualificação ambiental e valorização do espaço rural Eixo Prioritário 5 – Governação Eixo Prioritário 6 – Capacitação Institucional e Assistência Técnica Programa Operacional da Região Alentejo 2007-2013 – Prioridades de ação: A renovação das atividades tradicionais (…) A potenciação de atividades económicas emergentes (…) A exploração da posição de ligação logística (…) A implementação de um modelo de desenvolvimento sustentável da atividade turística (…) O reforço do papel das cidades como “motor” económico da região (…) A obtenção de uma elevada eficiência na gestão dos recursos naturais (recursos hídricos, solo) (…) A promoção da eficiência da governação (…) Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável (ENDS) – Metas: Uma economia, competitiva à escala global, orientada para atividades de futuro e criadora de emprego. Combate às alterações climáticas. Gestão integrada da água e seu aproveitamento eficiente. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 113 Objetivos/ Opções Estratégicas dos Planos e Programas que compõem o QRE Questões Estratégicas* LOE A LOE B LOE C Aproveitamento dos oceanos como fator de diferenciação e desenvolvimento. Gestão dos riscos naturais e tecnológicos mobilizando a participação da população interessada. Melhor conectividade internacional do país. Acessibilidades que contribuam para a coesão territorial e para um modelo territorial mais policêntrico. Cidades atrativas, acessíveis e sustentáveis. Fortalecimento da posição de Portugal no contexto da cooperação para o desenvolvimento internacional. Estruturação de uma rede de relações privilegiadas com a Europa. Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB) – Opções estratégicas: Promover a investigação científica e o conhecimento sobre o património natural, bem como a monitorização de espécies, habitats e ecossistemas. Constituir a Rede Fundamental de Conservação da Natureza e o Sistema Nacional de Áreas Classificadas, integrando neste a Rede Nacional de Áreas Protegidas. Promover a valorização das áreas protegidas e assegurar a conservação do seu património natural, cultural e social. Assegurar a conservação e a valorização do património natural dos sítios e das zonas de proteção especial integrados no processo da Rede Natura 2000. Desenvolver em todo o território nacional ações específicas de conservação e gestão de espécies e habitats, bem como de salvaguarda e valorização do património paisagístico e dos elementos notáveis do património geológico, geomorfológico e paleontológico. Promover a integração da política de conservação da Natureza e do princípio da utilização sustentável dos recursos biológicos na política de ordenamento do território e nas diferentes políticas sectoriais. Aperfeiçoar a articulação e a cooperação entre a administração central, regional e local. Promover a educação e a formação em matéria de conservação da Natureza e da biodiversidade. Assegurar a informação, sensibilização e participação do público, bem como mobilizar e incentivar a sociedade civil. Intensificar a cooperação internacional. Estratégia Nacional para as Florestas (ENF) – Linhas de ação: – Minimização dos riscos de incêndios e agentes bióticos. Especialização do território. Melhoria da produtividade através da gestão florestal sustentável. 114 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx LOE D Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar Objetivos/ Opções Estratégicas dos Planos e Programas que compõem o QRE Questões Estratégicas* LOE A LOE B LOE C LOE D – Redução de riscos de mercado e aumento do valor dos produtos. – Melhoria geral da eficiência e competitividade do sector. Racionalização e simplificação dos instrumentos de política. Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PNDFCI) – Eixos estratégicos de ação Aumento da resiliência do território aos incêndios florestais. Redução da incidência dos incêndios Melhoria da eficácia do ataque e da gestão dos incêndios. Recuperar e reabilitar os ecossistemas. Adaptação de uma estrutura orgânica e funcional eficaz Programa Nacional das Alterações Climáticas (PNAC) – Medidas: Oferta e procura de energia - Produção eólica, Eficiência Energética nos Edifícios, Programa Água Quente Solar para Portugal, Implementação da Diretiva PCIP (Prevenção e Controlo Integrado de Poluição). Transportes - Introdução de biocombustíveis no modo rodoviário. Agricultura - Implementação da Diretiva PCIP. Florestas - Programa de Desenvolvimento Sustentável da Floresta Portuguesa. Resíduos - Metas de redução dos resíduos urbanos biodegradáveis destinados aos aterros, Implementação da Diretiva PCIP. Aumento da meta de geração de eletricidade a partir de fontes renováveis de energia - eólica, hídrica, solar, energia das ondas e para a micro -geração. Alteração da taxa de incorporação de biocombustíveis, nos carburantes rodoviários. Estratégia Nacional para a Energia (ENE) – Linhas de orientação estratégica Liberalização do mercado da eletricidade, do gás e dos combustíveis. Enquadramento estrutural da concorrência nos sectores da eletricidade e do gás natural. Reforço das energias renováveis. Promoção da eficiência energética. Aprovisionamento público «energeticamente eficiente e ambientalmente relevante». Reorganização da fiscalidade e dos sistemas de incentivos do sistema energético. Prospetiva e inovação em energia. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 115 Objetivos/ Opções Estratégicas dos Planos e Programas que compõem o QRE Questões Estratégicas* LOE A LOE B LOE C LOE D Comunicação, sensibilização e avaliação da estratégia nacional para a energia. Plano Nacional de Acão para a Eficiência Energética (PNAEE) - Programas Transportes - Programa Mobilidade Urbana. Residencial e Serviços - Programa Renove Casa, Sistema de Eficiência Energética nos Edifícios e Programa Renováveis na Hora. Indústria - Sistema de Eficiência Energética na Indústria, Estado - Programa Eficiência Energética no Esta Programa de Acão Nacional de Combate à Desertificação A conservação do solo e da água. A fixação da população ativa no meio rural. A recuperação de áreas já afetadas. A sensibilização das populações para a problemática do combate à desertificação. A consideração do combate à desertificação nas políticas gerais e sectoriais. Plano Estratégico Nacional para o Desenvolvimento Rural / Programa de Desenvolvimento Rural (2007-2013) Objetivos Reestruturar e desenvolver o potencial físico e humano. Promover a inovação. Melhorar a qualidade da produção e dos produtos agrícolas. Proteger os valores ambientais e paisagísticos em zonas agrícolas e florestais da Rede Natura 2000 e outras. Proteger os recursos hídricos e o solo. Contribuir para a atenuação das alterações climáticas. Contribuir para o uso continuado e sustentável das terras agrícolas em zonas desfavorecidas. Diversificar a economia rural. Melhorar a qualidade de vida nas zonas rurais. Desenvolver competências nas zonas rurais. Aumentar o conhecimento e melhorar o potencial humano. Promover a inovação. Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) – Estratégia de produtos para o Alentejo Consolidado – Circuitos turísticos religiosos e culturais; Desenvolvimento – Turismo de natureza e Turismo náutico; Complementar – Sol e mar e Gastronomia e vinhos; Emergente – Turismo residencial. Plano de Desenvolvimento de Turismo do Alentejo – Projetos estruturantes: 116 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar Objetivos/ Opções Estratégicas dos Planos e Programas que compõem o QRE Questões Estratégicas* LOE A LOE B LOE C LOE D – Património e Urbanismo – Alojamento Turístico e Restauração Musealização Grandes infraestruturas de lazer, desportivas e culturais Animação Turística/Eventos Informação e Promoção Turística Acessibilidades e Transportes Outros Projetos relevantes para o Turismo (Núcleo de residências secundárias do Roxo, Implementação do PDAL). Plano Regional de Inovação do Alentejo – Objetivos operacionais Promoção da competitividade das empresas do Alentejo através da presença em novos mercados e/ou da melhoria dos produtos e processos. Promover a introdução de novas atitudes nas empresas do Alentejo. Estimular o reforço de novas competências em áreas chave. Estruturar e aumentar as atividades de I&D na região. Desenvolver a oferta de apoios tecnológicos baseada em centros tecnológicos e institutos. Estimular uma maior colaboração intra e inter-regional entre os diferentes tipos de infraestruturas. Expandir e organizar a interface do sistema de forma a facilitar a configuração de um sistema regional de inovação. Otimizar o trabalho realizado pelas estruturas de interface de forma a melhorar a resposta a necessidades das empresas e aumentar a ligação das empresas à oferta de capacidades científicas e tecnológicas. Plano Estratégico de Desenvolvimento do Concelho de Aljustrel – Domínios estratégicos de intervenção Diversificação e Desenvolvimento Empresarial Desenvolvimento Rural Desenvolvimento do Regadio e da Agro-Indústria Ambiente Urbano e Desenvolvimento Social Programa Nacional para a Política de Ordenamento do Território (PNPOT) E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 117 Objetivos/ Opções Estratégicas dos Planos e Programas que compõem o QRE Integrar num modelo territorial coerente os cinco elementos estratégicos de organização do território: relação com Lisboa; reforço da integração e policentrismo do sistema urbano regional e consolidação das suas principais centralidades; Sines; potencial de Alqueva; e relações transregionais. Afirmar Sines como grande porto atlântico da Europa e grande plataforma de serviços de logística internacional, indústria e energia. Consolidar o corredor Lisboa — Évora - Badajoz e infraestruturar os corredores Algarve — Beja — Évora — Portalegre - Castelo Branco, Sines — Grândola — Beja - Vila Verde de Ficalho e Sines — Évora — Elvas/Badajoz, como elementos estruturantes de um sistema urbano regional policêntrico. Robustecer a centralidade de Évora e dos restantes polos de nível superior estruturantes do sistema urbano da região (…) Valorizar e integrar os centros urbanos de menores dimensões, em particular as sedes dos concelhos (…) Promover o eixo Vendas Novas — Montemor — Évora como um espaço dinâmico de desconcentração industrial e logística da AML (…) Reforçar o papel de Beja nas relações com o litoral alentejano e o Algarve (…) Organizar o sistema urbano de fronteira (…) Promover a cooperação entre as instituições de ensino superior (…) Potenciar o desenvolvimento dos núcleos urbanos com alguma relevância industrial e suportar a aposta no surgimento de um sector aeronáutico (…). Incentivar o desenvolvimento das indústrias extrativas regionais e a gestão sustentável do seu ciclo de vida (…) Assumir o papel estratégico da agricultura e apoiar os processos da sua transformação no contexto do desenvolvimento programado para a região. Concretizar o Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva, de forma a valorizar todos os potenciais da agricultura de regadio, da agro-indústria, do turismo e das energias renováveis. Incentivar e acompanhar o desenvolvimento sustentável das atividades turísticas de modo a compatibilizar a proteção e valorização do património natural (…) Desenvolver uma estratégia de resposta integrada a situações de risco (…) Proteger e valorizar os recursos do território (ambientais, paisagísticos e culturais), nomeadamente na zona costeira, as potencialidades no domínio das energias renováveis e promover o uso silvo-pastoril ou florestal, dando especial atenção ao aproveitamento multifuncional do montado. Recuperar as áreas mineiras abandonadas e valorizá-las do ponto de vista ambiental, lúdico e cultural/educativo. 118 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Questões Estratégicas* LOE A LOE B LOE C LOE D Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar Objetivos/ Opções Estratégicas dos Planos e Programas que compõem o QRE Questões Estratégicas* LOE A LOE B LOE C LOE D Plano Regional de Ordenamento do Território do Alentejo (PROT Alentejo) – Orientações do Modelo Territorial para Aljustrel: Classificação como Centro Urbano Estruturante. Inclusão no subsistema urbano do Baixo Alentejo. Integração no Eixo das Pirites, mas também no Eixo do Urânio. Integração na Zona D - Eixo do Guadiana/Baixo Alentejo do Subsistema de Desenvolvimento Turístico (desenvolvido em articulação com o PENT). Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Alentejo (PROF BA) - Funcionalidades – Proteção. Desenvolvimento da silvo pastorícia, caça e pesca nas águas interiores. Produção (Campos de Beja e Cintura de Ourique). Conservação dos habitats, de espécies de fauna e flora e de geomonumentos (Campo Branco). Plano de Bacia Hidrográfica do Sado (PBH do Sado) Valorização, a proteção e a gestão equilibrada dos recursos hídricos da referida bacia hidrográfica, considerando a sua harmonização com o desenvolvimento regional e sectorial. Plano de Ordenamento da Albufeira do Roxo (POA Roxo) – Modelo de ordenamento Salvaguarda de recursos e valores naturais, numa perspetiva de compatibilização e sustentabilidade de utilizações e usos, dividindo a área de intervenção em duas zonas fundamentais, cuja classificação corresponde à diferenciação das atividades permitidas, condicionadas e interditas. Plano Sectorial da Rede Natura 2000 (PSRN2000) – Orientações de gestão: Agricultura e Pastorícia Silvicultura Construção e Infraestruturas Outros Usos e Atividades (gestão cinegética, atividades de recreio e lazer, qualidade da água, extração de inertes e minério). Orientações Específicas (Criar novos locais de reprodução, etc.) Legenda: alguma interferência/ contributo razoável interferência/ contributo interferência/ contributo bem evidente e mesmo forte *LOE A. Diversificar a base económica e desenvolver o tecido empresarial local: Sector emergente: Indústria/ atividades económicas. E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 119 LOE B. Desenvolvimento e afirmação da agricultura de regadio e das agroindústrias: Sector emergente: Regadio e agroindústrias. LOE C. Reequilíbrio e consolidação do sistema urbano e afirmação de Aljustrel na rede urbana regional: Sector emergente: Aljustrel como centro urbano estruturante. LOE D. Desenvolvimento e valorização do espaço rural e adoção de um modelo de organização territorial ambientalmente sustentável: Sector emergente: Turismo - importância da economia de lazer sustentada em valores naturais e culturais. 120 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx Revisão do Plano Diretor Municipal de Aljustrel – Fase 3B – Versão para Discussão Pública – Volume IV - Relatório Ambiental Preliminar ANEXO III – LISTA DE ACRÓNIMOS AAE – Avaliação Ambiental Estratégica ADENE – Agência para a Energia AFN – Autoridade Florestal Nacional APA – Agência Portuguesa do Ambiente ANPC – Autoridade Nacional de Proteção Civil ARH do Alentejo – Administração da Região Hidrográfica do Alentejo ARS Alentejo – Administração da Região de Saúde do Alentejo CCDRA – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo CMA – Câmara Municipal de Aljustrel DGADR – Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural DGEG – Direcção-Geral de Energia e Geologia DRE – Direção Regional de Economia ENCNB – Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade ENDS – Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável ENE – Estratégia Nacional para a Energia ENF – Estratégia Nacional para as Florestas EP – Estradas de Portugal S.A. ERAE – Entidades com Responsabilidades Ambientais Especificas FCD – Fatores Críticos de Decisão GPEARI – Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais GPPAA – Gabinete de Planeamento e Política Agroalimentar ICNB – Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade IEFP – Instituto de Emprego e Formação Profissional IGESPAR I.P. – Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico I.P. IGP – Instituto Geográfico Português INAG, I.P. – Instituto da Água, I. P. INE – Instituto Nacional de Estatística MTSS – Ministério do Trabalho e Segurança Social NUT – Nomenclatura de Unidades Territoriais para Fins Estatísticos E17088_F3B_PDM_RAP.docx | 121 PANCD – Programa de Acão Nacional de Combate à Desertificação PBH do Sado – Plano de Bacia Hidrográfica do Sado PDM – Plano Diretor Municipal PDTA – Plano de Desenvolvimento Turístico do Alentejo PENT – Plano Estratégico Nacional do Turismo PNAC – Programa Nacional das Alterações Climáticas PNAEE – Plano Nacional de Acão para a Eficiência Energética PNDFCI – Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios PNPOT – Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território PORA – Programa Operacional da Região Alentejo PRIA – Plano Regional de Inovação do Alentejo PROF do Baixo Alentejo – Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Alentejo PROT – Plano Regional de Ordenamento do Território do Alentejo PSRN200 – Plano Sectorial da Rede Natura 2000 QE – Questões Estratégicas QRE – Quadro de Referência Estratégico QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional REN – Reserva Ecológica Nacional RNT – Resumo Não Técnico SIC – Sítio de Interesse para a Conservação ZPE – Zona de Proteção Especial 122 | E17088_F3B_PDM_RAP.docx