Terror em paraíso da Indonésia
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Terror em paraíso da Indonésia
4 | PORTO ALEGRE, SEGUNDA-FEIRA, 14/10/2002 REPORTAGEM ESPECIAL ZERO HORA AP/ZH Cena de guerra: a beleza da Ilha de Bali ficou escondida em meio a carros destruídos, escombros de prédios que vieram abaixo e o rastro de sangue das vítimas que sucumbiram ao atentado Duas explosões na noite de sábado mataram pelo menos 187 pessoas e feriram outras 309 que se divertiam na Ilha de Bali Terror em paraíso da Indonésia ◆ Kuta REUTERS/ZH Em poucos minutos, a paradisíaca Ilha de Bali, na Indonésia, virou um inferno. Pelo menos 187 pessoas morreram e outras 309 ficaram feridas, 90 delas em estado grave, em dois atentados a bomba quase simultâneos na noite de sábado (início da tarde de sábado no Brasil). Entre os desaparecidos está o terceiro sargento Marco Antônio Farias, 27 anos, de São Leopoldo, que estava de folga do grupo de gaúchos em missão no Timor LesVítimas: policiais empilham corpos te (leia texto na página ao lado). mbora nenhum grupo tenha reivindicado a autoria dos ataques, as suspeitas recaem sobre a rede AlQaeda, de Osama bin Laden. O terror começou em frente à discoteca Paddy, por volta das 23h de sábado (meio-dia em Brasília) na badalada praia de Kuta, local freqüentado por turistas e surfistas. Centenas de jovens se divertiam quando a primeira bomba explodiu, abrindo uma cratera de 1,5 metro de profundidade. Minutos depois, um carro-bomba voou pelos ares perto da casa noturna Sari Club (com capacidade para mil pessoas), também em Kuta. Os incidentes provocaram gigantescos incêndios. Uma outra bomba explodiu a 50 metros do consulado honorário dos E EUA em Sanur, área turística a cerca de 30 minutos de Kuta. Ninguém ficou ferido nesse ataque. A comissária de bordo australiana Kylee Denae e um amigo haviam acabado de parar diante do Sari Club. Estavam no carro quando viram uma enorme explosão incinerar dois táxis. Kylee, 35 anos, saltou do carro e viu corpos saírem voando do bar ao ar livre. – Só pensei em sair dali. Havia pessoas em chamas correndo pelas ruas – disse Kylee. Era o início de uma madrugada de horror. Os sobreviventes lutavam para entender o que acontecera, enquanto procuravam por amigos e parentes. Os britânicos Ben e John Norton tinham acabado de sair da Paddy quando ouviram o estrondo menor. Voltaram-se para ver um clarão alaranjado brilhante e ouvir a explosão ressoando do carro-bomba que destruiu o Sari. Fragmentos voavam em todas as direções e depois multidões de feridos começaram a passar diante deles. – Foi surreal. Você não acredita que está ali. É uma coisa que a gente vê na televisão, mas não pensa que acontecerá – disse Norton. Enquanto o fogo se espalhava, ambulâncias tentavam se aproximar, mas eram obstruídas pelo congestionamento de carros. Saqueadores começaram a furtar as lojas explodidas. O cenário de caos, alimentado por rumores de um outro ataque, deixou os turistas em pânico. Assustados demais para retornarem a seus hotéis, muitos ficaram na rua ou nas praias de Kuta. – Não sabíamos para onde ir e nem o que fazer – disse Anna Lundberg, uma estudante de 24 anos, de Estocolmo, que passou a noite na orla marítima. A presidente indonésia, Megawati Sukarnoputri, que viajou a Bali, disse que as explosões eram um alerta de que o terrorismo representava uma ameaça para a segurança nacional. Acompanhada de ministros, ela esteve nas ruínas da discoteca Sari antes de passar pelo hospital Sanglah, onde visitou vítimas com queimaduras e doou máscaras cirúrgicas. HORROR EM BALI Pelo menos 187 pessoas morreram e cerca de 300 ficaram feridas no sábado em Bali, quando três bombas explodiram: FILIPINAS MALÁSIA Oceano Pacífico INDONÉSIA Jacarta Oceano Índico BALI Distância: cerca de duas horas de vôo 1 A primeira bomba, um artefato caseiro, explodiu em frente à boate Paddy,y, que Baía de Kuta fica em uma rua ua repleta de bares res e discotecas na praia de Kuta, uma das preferidas doss que visitam Bali. AUSTRÁLIA Consulado americano BALI SARI CLUB TIMOR LESTE Denpasar Sanur Kuta Baía de Benoa 2 Logo depois, uma segunda bomba, de grande poder destrutivo, explodiu dentro de um jipe Toyota Kijang estacionado perto da casa noturna Sari Club. 3 Uma terceira bomba de pequeno poder destrutivo explodiu em frente ao consulado americano em Sanur. Ninguém ficou ferido neste atentado. Oceano Índico Zarif / Arte ZH
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