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RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA RASTREABILIDADE MANUAL RASTREABILIDADE ROLHAS DE CORTIÇA 2015 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA OBJETIVO O presente manual tem como objetivo apresentar noções genéricas de rastreabilidade como um elemento indispensável para o desenvolvimento de um sistema de segurança alimentar e descrever o modo de funcionamento de uma aplicação informática para a Rastreabilidade, desenvolvido especificamente para as empresas do setor rolheiro, no âmbito do projeto Subervin. Página 3 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA Pág. 4 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA GERAL 1. INTRODUÇÃO 7 2. A TRANSFORMAÇÃO DA CORTIÇA EM ROLHAS 8 3. RASTREABILIDADE – CONCEITO E ENQUADRAMENTO LEGAL 11 3.1 O REGULAMENTO (CE) No 1935/2004 11 3.2 O REGULAMENTO (CE) No 2023/2006 13 3.3 O REGULAMENTO (CE) N.o 178/2002 14 4. A IMPORTÂNCIA DE UM SISTEMA HACCP PARA ASSEGURAR SEGURANÇA ALIMENTAR A 17 4.1. A origem do HACCP 18 4.2. O Primeiro Modelo de HACCP 21 4.3. A segurança alimentar nos dias de hoje 22 5. APLICAÇÃO INFORMÁTICA PARA A RASTREABILIDADE DE ROLHAS DE CORTIÇA 6. BIBLIOGRAFIA 25 30 Página 5 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA Pág. 6 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA 1. INTRODUÇÃO Existem provas incontestáveis relativas à utilização da cortiça no engarrafamento de líquidos muito antes da nossa era. Depois do fim do século XVIII na Europa foram produzidas rolhas para a obturação de vinhos seguindo regras racionais e que se destinavam aos mercados mundiais dos chamados vinhos de qualidade. Todos os 9 a 12 anos, a árvore Quercus Suber L, presenteia-nos com a cortiça, um material excecional. Esta «casca» cresce lentamente como uma carapaça que protege as árvores do meio agressivo onde crescem e se desenvolvem. Este facto demonstra um grande poder de adaptação do mundo vegetal às exigências específicas da região mediterrânica. A utilização deste material natural e renovável, permite a obtenção de um produto incomparável: A rolha de cortiça. O utilizador final da rolha de cortiça, ou seja o consumidor de vinho, deve dispor das informações necessárias que lhe permitam fazer uma escolha correta. Deve também receber a garantia relativa à sua escolha, aos seus gostos e preferências, sem subestimar a sua saúde e a preservação do meio ambiente. A rolha de cortiça é um produto obtido a partir de cortiça natural e/ou de cortiça aglomerada, constituída por uma ou mais peças, representando no mínimo 75% de cortiça em massa. Destina-se a assegurar a estanquicidade de garrafas ou de outros recipientes e a preservar o seu conteúdo. Página 7 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA 2. A TRANSFORMAÇÃO DA CORTIÇA EM ROLHAS A transformação da cortiça em rolhas é um processo complexo, que confere a este material a inocuidade e funcionalidade adequadas para contacto alimentar. O diagrama de produção industrial de rolhas de cortiça natural pode ser resumido nas seguintes fases: ESTABILIZAÇÃO DA CORTIÇA PREPARAÇÃO DA CORTIÇA (COZEDURA) ESTABILIZAÇÃO APÓS COZEDURA RABANEAÇÃO BROCAGEM SECAGEM RETIFICAÇÃO DIMENSIONAL ESCOLHA LAVAGEM E SECAGEM COLMATAGEM (OPERAÇÃO FACULTATIVA) MARCAÇÃO TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE CONTAGEM E EMBALAGEM EXPEDIÇÃO Pág. 8 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA A descrição das atividades principais pode resumir-se da seguinte forma: Estabilização da cortiça Período para estabilizar a matéria-prima, durante o qual as pranchas de cortiça repousam ao ar livre antes de serem submetidas à primeira cozedura. Preparação da cortiça (cozedura) Imersão das pranchas em água em ebulição para limpar a cortiça, extrair substâncias solúveis, aumentar a espessura, melhorar a elasticidade e amaciar as pranchas. Estabilização após cozedura Período que decorre entre a cozedura e a seleção de pranchas, para aplanar e deixar a cortiça repousar o suficiente para que ela adquira uma consistência e um teor de humidade que permitam o traçamento. Rabaneação Corte das pranchas de cortiça preparada em várias secções transversais. Brocagem Corte da cortiça com brocas para obtenção de uma rolha cilíndrica, sem deformação, nos limites dimensionais prescritos. Secagem Operação de redução do teor de humidade das rolhas semi-manufaturadas, por tratamento térmico, para assegurar a estabilidade dimensional das rolhas. Retificação dimensional e chanfragem de rolhas Operações mecânicas de polimento dos topos (topejar) e/ou ponçagem do corpo da rolha para obter rolhas com as especificações dimensionais e formas desejadas. Escolha de rolhas Operação destinada a separar as rolhas num determinado número de classes visuais Página 9 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA Lavagem (tratamento com peróxidos) Conjunto de operações destinadas a assegurar a limpeza, o despoeiramento e a desinfeção das rolhas, para as preparar para utilização. Consiste num tratamento das rolhas com peroxido de hidrogénio ou com ácido paracético. Colmatagem (operação facultativa) Operação que consiste em obturar as lenticelas das rolhas de cortiça natural lavadas, com uma mistura constituída unicamente por pó proveniente da retificação de rolhas e discos de cortiça natural e de cola. O objetivo é melhorar o aspeto das rolhas de cortiça natural e obter uma melhor estanquicidade de engarrafamento. Marcação Operação que consiste na impressão de um logotipo e/ou um texto para personalizar as rolhas e assegurar a rastreabilidade do fornecedor ao cliente. Tratamento de superfície Parafinação Operação destinada a depositar na superfície da rolha uma camada de parafina para lubrificar a sua superfície, facilitar a sua introdução e extração do gargalo da garrafa e melhorar a estanquicidade do engarrafamento. Siliconagem Operação destinada a depositar na superfície da rolha uma camada de silicone. O objetivo é lubrificar a sua superfície, facilitar a sua introdução e extração do gargalo da garrafa e melhorar a estanquicidade do engarrafamento. Contagem e embalagem Operação que consiste na contagem de rolhas, assegurar as condições do transporte para garantir a entrega nas quantidades esperadas nos contentores e em condições de preservação adequadas. Expedição Envio das rolhas para as colocar à disposição do cliente. Pág. 10 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA 3. RASTREABILIDADE – ENQUADRAMENTO JURIDICO E NORMATIVO A livre circulação de géneros alimentícios seguros e sãos constitui um aspeto essencial do mercado interno, contribuindo significativamente para a saúde e o bem-estar dos cidadãos e para os seus interesses sociais e económicos. As rolhas de cortiça destinam-se a contacto alimentar, nomeadamente com bebidas e devem neste âmbito respeitar: 3.1 O REGULAMENTO (CE) N.º 1935/2004 DO PARLEMENTO EUROPEU E DO CONSELHO de 27 outubro 2004 Considera os materiais e objetos destinados a entrar em contacto com géneros alimentícios e também que a rastreabilidade destes materiais deve ser assegurada em todos as etapas a fim de facilitar os controlos, a recolha dos produtos defeituosos do mercado, a informação aos consumidores bem como a determinação de responsabilidades. Visa garantir o funcionamento eficaz do mercado interno, no que respeita à colocação no mercado comunitário de materiais e objetos destinados a entrar direta ou indiretamente em contacto com os alimentos, constituindo simultaneamente a base para garantir um elevado nível de proteção da saúde humana e dos interesses dos consumidores. Abrange todos os materiais e objetos destinados a contacto com géneros alimentícios, por exemplo todos os tipos de embalagem, garrafas (plástico e vidro), talheres e mesmo as colas e as tintas de impressão de etiquetas. Introduz disposições especificas relativamente às embalagens ativas e inteligentes que prolongam o tempo de vida de um alimento ou que reagem quando o alimento está degradado (por exemplo uma embalagem que muda de cor). Este regulamento não abrange: - Os materiais e objetos considerados antiguidades; - Os materiais de revestimento, tais como os materiais de revestimento da casca dos queijos, dos produtos de charcutaria ou das frutas; - As instalações fixas de distribuição de água; Apresenta as seguintes definições relevantes: Página 11 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA - «Rastreabilidade», é a capacidade de detetar a origem e de seguir o rasto de um material ou objeto ao longo de todas as fases de fabrico, transformação e distribuição; - «Colocação no mercado», é a posse de materiais e objetos para efeitos de venda, incluindo a oferta para fins de venda ou qualquer outra forma de transferência, onerosa ou não, bem como a venda, a distribuição e outras formas de transferência propriamente ditas. - «Materiais e objetos ativos destinados a entrar em contacto com os alimentos» (a seguir designados por «materiais e objetos ativos»), são os materiais e objetos que se destinam a prolongar o tempo de conservação dos alimentos ou a manter ou melhorar o estado dos alimentos embalados. São concebidos de forma a incorporar deliberadamente componentes que libertem substâncias para os alimentos embalados ou o ambiente que os envolve ou que absorvam tais substâncias desses alimentos e do ambiente que os envolve; - “Materiais e objetos inteligentes” destinados a entrar em contacto com alimentos são os materiais e objetos que controlam o estado dos géneros alimentícios embalados ou o ambiente dos géneros alimentícios. - «Empresa», é qualquer organização, com ou sem fins lucrativos, pública ou privada, que se dedique a uma atividade relacionada com qualquer das fases de fabrico, transformação e distribuição de materiais e objetos; - «Operador de empresa», é a pessoa singular ou coletiva responsável pelo cumprimento dos requisitos do presente regulamento na empresa sob o seu controlo.“ No seu Artigo 17.º, apresenta os requisitos para garantia da Rastreabilidade, nomeadamente: “1. A rastreabilidade dos materiais e objetos deve ser assegurada em todas as fases, a fim de facilitar o controlo, a retirada de produtos defeituosos do mercado, a informação dos consumidores e a imputação de responsabilidades. 2. Tendo devidamente em conta a viabilidade tecnológica, os operadores de empresas devem dispor de sistemas e procedimentos que permitam identificar as empresas que forneceram ou a que foram fornecidos os materiais ou objetos e, se for caso disso, as substâncias ou produtos utilizados no seu fabrico que estejam abrangidos pelo presente regulamento e respetivas medidas de execução. Essa informação deve ser facultada às autoridades competentes, a seu pedido. Pág. 12 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA 3. Os materiais e objetos que são colocados no mercado comunitário devem ser identificáveis através de um sistema adequado que permita a sua rastreabilidade mediante rotulagem ou documentação ou informações pertinentes.“ O Anexo I, do Regulamento (CE) N.º 1935/2004, apresenta ainda uma lista de grupos de materiais e objetos, que podem ser abrangidos por medidas específicas, aparecendo referência à cortiça. Assim, deverá ter sido também em consideração o disposto no Artigo 16.º declaração de conformidade: 1. As medidas específicas referidas no artigo 5.o devem exigir que os materiais e objetos abrangidos por essas medidas sejam acompanhados de uma declaração escrita atestando que cumprem as regras que lhes são aplicáveis. Deve ser disponibilizada documentação apropriada para demonstrar tal cumprimento. Essa documentação deve ser facultada às autoridades competentes, a seu pedido. 2. Na ausência de medidas específicas, o regulamento não impede os estados membro de manter ou adotar disposições nacionais relativamente as declarações de conformidade relativas aos materiais e objetos. 3.2. O REGULAMENTO (CE) No 2023/2006 DA COMISSÃO de 22 dezembro 2006 Relativo às boas práticas de fabricação de materiais e objetos destinados a contacto com géneros alimentícios. O Código Internacional das Praticas Rolheiras (CIPR) responde a estas exigências. É um código profissional desenvolvido e adotado pela indústria rolheira, transparente claro e preciso que abrange o itinerário técnico e organizacional seguido pela rolha desde a floresta até ao gargalo da garrafa. O « Systecode » é a sequência lógica e racional do código que assegura desde 1999/2000 a sua aplicação prática pelos fabricantes de rolhas. É, por isso, um sistema de adesão voluntária de verificação de conformidade com o CIPR, por realização de uma auditoria anual efetuada por uma terceira parte (Organismo Internacional) às empresas da indústria rolheira. Cumulativamente, o CIPR promove através do mundo uma gestão responsável das florestas exigindo que: « O industrial deve comprar cortiça proveniente de montados certificados ao nível da gestão sustentável (FSC, PEFC, ECOCERT, Subercode, etc.), ou cortiça proveniente de Página 13 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA uma floresta que tenha implementado um plano de gestão aprovado por uma entidade pública responsável (AFN) ou proveniente de uma área natural protegida. Os sistemas de certificação permitem evidenciar que as empresas corticeiras demonstram o seu compromisso com uma gestão florestal responsável, compram cortiça proveniente de florestas certificadas e aportam ao consumidor, a evidência que o produto comprado implica uma ação responsável de gestão sustentável da floresta. As empresas devem implementar um sistema de rastreabilidade no seu processo de produção, em função do seu fluxo de materiais, das suas necessidades de comercialização e dos seus pedidos de clientes. O certificado da cadeia de custódia garante que todos os produtos etiquetados que passam pelo fluxo produtivo, provêm de florestas certificadas. 3.3. O REGULAMENTO (CE) N.º 178/2002 DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO de 28 de Janeiro de 2002 Determina os princípios e normas gerais da legislação alimentar, cria a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) e estabelece procedimentos em matéria de segurança dos géneros alimentícios, apresenta-nos a definição de Rastreabilidade, no Artigo 3º, como: A capacidade de detetar a origem e de seguir o rasto de um género alimentício, de um alimento para animais, de um animal produtor de géneros alimentícios ou de uma substância, destinados a ser incorporados em géneros alimentícios ou em alimentos para animais, ou com probabilidades de o ser, ao longo de todas as fases da produção, transformação e distribuição. Refere ainda no Artigo 18º, “Rastreabilidade”: Será assegurada em todas as fases da produção, transformação e distribuição a rastreabilidade dos géneros alimentícios, dos alimentos para animais, dos animais produtores de géneros alimentícios e de qualquer outra substância destinada a ser incorporada num género alimentício ou num alimento para animais, ou com probabilidades de o ser. Resumidamente, a rastreabilidade: ar ▪ É um processo dinâmico que gera documentação em todas as fases da cadeia; ▪ Permite conhecer a história do produto; ▪ Exige transparência entre os vários intervenientes; Pág. 14 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA ▪ Exige que cada operador deve guardar, individualmente, toda a informação relativa a matérias-primas, produtos e processos (fluxo continuo de informações associadas a um fluxo físico de mercadorias); ▪ Determina que a informação deve poder ser partilhada, quando necessário. A importância da rastreabilidade reside, portanto, em: Retirar o produto do mercado no mais curto espaço de tempo possível e com o menor custo possível, evitando danos e protegendo a Saúde Pública.” Em 2007, a ISO publicou a norma ISO 22 005 Traceability in the feed and food chain – General principles and basic requirements for system design and implementation, que como o seu próprio nome indica, estabelece os princípios gerais e requisitos básicos para o design de um sistema de rastreabilidade e sua implementação. O seu principal objetivo é complementar a ISO 22 000, como já anteriormente focado, com um conjunto de requisitos que permitirão às organizações sistematicamente: - Rastrear o fluxo de materiais (alimentos para animais, géneros alimentícios, seus ingredientes e embalagens); - Identificar a documentação necessária e a monitorização para cada fase de produção; - Assegurar coordenação adequada entre as diferentes componentes organizacionais envolvidas na rastreabilidade; - Exigir que cada parte seja informada de, pelo menos, os seus fornecedores e clientes diretos. A escolha da organização sobre a implementação de um sistema de rastreabilidade deverá depender da legislação aplicável, das características dos produtos e das expectativas dos consumidores. Estes sistemas podem ser mais ou menos desenvolvidos tendo em conta as necessidades do produto e os objetivos que a organização pretende atingir. A implementação de um sistema desta natureza por uma organização e a sua extensão/pormenor dependem de: - Limites técnicos inerentes à organização e produtos (ex. natureza das matériasprimas, tamanho dos lotes, procedimento de transporte, métodos de processamento e embalagem, entre outros); - Da relação custos/benefícios do sistema em causa. A rastreabilidade pode ser divida em: Página 15 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA - Rastreabilidade a montante - capacidade de conhecer a origem do seu produto em qualquer ponto do seu processo de produção, manipulação, transformação e expedição; - Rastreabilidade a jusante – detetar o que aconteceu ao produto após transferência para terceiros; - Rastreabilidade interna – permite vincular os produtos que entram numa empresa aos que saem. No âmbito da rastreabilidade interna, o lote torna-se o elemento básico de identificação no sistema de rastreabilidade. Mas o que é um lote? O lote pode ser definido como o conjunto de unidades de venda de um género alimentício produzido, ou de um produto para contacto, ou uma substância fabricado ou acondicionado nas mesmas circunstâncias e condições. Seja qual for o sistema de rastreabilidade definido por cada empresa, este deverá ser testado regularmente, através dos denominados testes de rastreabilidade que poderão incluir exercícios de simulação da retirada de um produto do mercado. A frequência com que deverão ser realizados dependerá da sensibilidade dos produtos, do grau de maturação do sistema de rastreabilidade implementado e do nível de formação dos operadores. O resultado do teste deverá ser registado (por exemplo, através da elaboração de um relatório) e deverão ser estabelecidas e implementadas ações corretivas, para todas as situações de desvio detetadas. Pág. 16 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA 4. A IMPORTÂNCIA DE UM SISTEMA HACP PARA ASSEGURAR A SEGURANÇA ALIMENTAR Entre os avanços mais significativos, os nossos descendentes certamente incluirão um conceito que, hoje em dia, a todos parece novo: a inocuidade dos alimentos. Este tema inclui aspetos que vão desde o local onde são produzidos os animais, o leite, os cereais e os demais vegetais, até à mesa do consumidor. Nesta cadeia, são vários os atores que desempenham um papel fundamental: autoridades governamentais, produtores agropecuários, transportadores de matériasprimas e produtos industrializados, indústrias transformadoras, retalhistas, universidades, empresas de comunicação social e até mesmo o consumidor; somos todos responsáveis pela manutenção da inocuidade dos alimentos, evitando que estes se transformem em fonte de doenças. Muitos dos organismos que causam doenças ao Homem são parte integrante da flora gastrointestinal normal dos animais dos quais nos alimentamos, convivendo com eles sem causar quaisquer danos à sua saúde. A carne, o leite e os ovos destes animais podem ser contaminados através dos alimentos por eles consumidos, pelo uso indevido de produtos veterinários ou por práticas inadequadas na produção, como a acumulação de lixo e outros resíduos em locais inadequados. Os alimentos também podem ser contaminados durante a etapa de processamento devido ao mau funcionamento ou limpeza inadequada do equipamento, uso de material de limpeza não indicado para a finalidade, infestações de insetos e roedores, ou, ainda, devido a um armazenamento inadequado. Vencida a etapa da industrialização, os alimentos continuam expostos à contaminação nos centros de distribuição, supermercados e mercearias e, finalmente, na casa do consumidor. Infelizmente a informação recolhida pela Organização Mundial da Saúde confirma que mais de 70% dos casos de doenças transmitidas pelos alimentos têm origem no seu manuseamento desadequado pelo consumidor final. Atualmente, a grande maioria da população aceita que qualquer iniciativa que tenha por finalidade garantir a inocuidade dos alimentos passa pelo controlo dos perigos potenciais de contaminação, sobretudo nos alimentos que apresentam maior risco para a saúde pública. Página 17 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA O Dr. Franz Fishler, Comissário de Agricultura da União Europeia, durante a conferência "Inocuidade dos Alimentos - Um Debate Nacional", realizada em Londres, em 3 de setembro de 1997, afirmou: «Estou convencido que, na maioria das vezes, os atuais métodos de inspeção não são satisfatórios. Eles foram concebidos para identificar problemas que ocorriam nas décadas passadas mas que, nos dias de hoje, deixaram de ser os perigos mais sérios relacionados com os alimentos (...). Chegou o momento dos produtores pecuários começarem a tomar medidas concretas para eliminar os microrganismos patogénicos da cadeia alimentar. É necessário dar ênfase ao desenvolvimento da implementação de medidas preventivas para o controlo destes riscos, através da colaboração entre as autoridades governamentais e os setores responsáveis da indústria alimentar. 4.1. A origem O sistema HACCP foi desenvolvido pela Pillsbury Company em resposta aos requisitos de inocuidade impostos pela NASA em 1959 para os "alimentos aeroespaciais" produzidos para os seus primeiros voos tripulados. A NASA tinha, então, duas preocupações principais. A primeira relacionava-se com os problemas que poderiam ocorrer com partículas de alimentos - migalhas a flutuar na cápsula espacial em condições de gravidade zero (a preocupação estava relacionada com possíveis interferências nos sofisticados circuitos eletrónicos). A segunda preocupação dizia respeito à inocuidade dos alimentos que seriam consumidos pelos astronautas: em hipótese alguma os alimentos poderiam conter microrganismos patogénicos ou suas toxinas, já que um caso de diarreia numa cápsula espacial teria consequências catastróficas. A primeira preocupação, as migalhas de alimentos em gravidade zero, foi superada com o desenvolvimento de alimentos que podiam ser consumidos de uma só vez e com o uso de invólucros comestíveis especialmente formulados para manter o alimento unido. Além disso, vários tipos de embalagem, altamente especializados, foram utilizados para minimizar a exposição dos alimentos durante o período de armazenagem. A amostragem do produto final, para se poder estabelecer com segurança a qualidade microbiológica de cada lote de alimento espacial, provou não ser prática, senão Pág. 18 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA impossível. Tal comprovação foi verificada pelo Dr. Howard Bauman, o cientista que coordenou a equipa de desenvolvimento do HACCP na Pillsbury. A respeito deste assunto, o Dr. Bauman disse: «Nós comprovámos que, se usássemos métodos tradicionais de controlo de qualidade, nunca poderíamos estar seguros da inexistência de um problema. Isto levou-nos a questionar seriamente o sistema de controlo de qualidade das indústrias Pillsbury (...). Se tivéssemos de realizar uma grande quantidade de provas destrutivas para se chegar à conclusão que o produto era viável para consumo, quanto estaríamos a perder em relação à inocuidade do produto, tão-somente por estarmos a analisar apenas os produtos finais? A nossa conclusão, depois de realizada uma avaliação bastante extensa, foi que a única maneira de termos êxito seria mediante o estabelecimento de controlos em todo o processo, tanto na matéria-prima, como no processamento, no ambiente, e nos operários envolvidos». Para melhor entendimento da pouca viabilidade da amostragem do produto final e das provas destrutivas que se utilizam para assegurar a qualidade microbiológica dos alimentos, consideremos a seguinte hipótese: um lote alimentar apresenta-se contaminado pela bactéria Salmonella, à razão de 1 em cada 1000 unidades de produto (estimativa, por defeito, de 0,1%); um plano de amostragem que indica a análise de 60 unidades do lote, teria uma probabilidade de mais de 94% de aprovar o lote e perder (deixar passar) as unidades contaminadas pela bactéria Salmonella. Além da evidência estatística de que esse plano de amostragem não seria eficaz na deteção do produto contaminado, a realidade é que nenhuma empresa teria custeado uma prova que exigisse a destruição de 60 unidades de cada lote de produto, para evidenciar a presença de Salmonella. Assim, foi necessário desenvolver uma abordagem alternativa, para que se pudesse obter o nível de garantia exigido pela NASA para os alimentos destinados ao programa espacial. A princípio, o grupo do Dr. Howard Bauman pensou utilizar o "Programa Zero Defeitos" que fora desenvolvido para testar o equipamento utilizado no programa espacial. Este programa utilizava uma série de provas não destrutivas para garantir que o mesmo funcionaria adequadamente. Entretanto, chegou-se à conclusão que o programa não era apropriado para ser adaptado aos alimentos, se bem que as provas pudessem ser aplicadas repetidamente em cada unidade do equipamento. Página 19 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA Após vários ensaios, o grupo adaptou o conceito "Analise de Modos de Falha, seus Efeitos e Criticidade" que fora desenvolvido pelos Laboratórios Nacionais do Exército dos EUA. Este conceito baseia-se na obtenção de conhecimento e experiência relativos à produção e/ou processamento do alimento, para prever o que poderia falhar, ou seja, quais seriam os "perigos potenciais", onde e em que parte do processo essa falha poderia ocorrer. Assim, com base neste tipo de análise de perigos, associada aos fatores de risco específicos dum processo ou produto, passou a ser possível selecionar os pontos onde as medidas pudessem ser tomadas, ou observações pudessem ser realizadas, para verificar se o processo havia ou não sido controlado. As primeiras aplicações de um sistema de segurança alimentar HACCP No princípio, houve um grande interesse nesta nova preocupação pela inocuidade dos alimentos. A Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (U.S. Food and Drug Administration - FDA) começou a treinar os seus inspetores para a aplicação do HACCP, determinando a realização de inspeções especiais em estabelecimentos produtores de alimentos, utilizando a nova metodologia. O assunto foi discutido em várias reuniões científicas em território americano, incluindo uma realizada num simpósio especial aquando da reunião anual do Instituto de Tecnologia de Alimentos (IFT), em 1974. Durante a década de 1970, a FDA elaborou um regulamento para os alimentos enlatados de baixa acidez e/ou acidificados. Efetivamente, a sigla HACCP não aparece neste regulamento, é evidente que o mesmo foi elaborado com base nos seus conceitos. Depois desse grande interesse inicial pelo assunto, o tema HACCP perdeu relevância. Enquanto que a descrição dos princípios HACCP é relativamente breve, o desenvolvimento de um plano HACCP não é nada simples, já que sua implementação exige um tempo considerável, além de habilidade e conhecimentos científicos e industriais específicos. Por essas razões, com a exceção de algumas indústrias de grande dimensão e da exigência regulamentar da FDA na aplicação de seus princípios para o controlo das conservas enlatadas de baixa acidez e/ou acidificadas, o HACCP não foi adotado pela grande maioria da indústria alimentar. Pág. 20 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA O interesse pelo tema voltou a incrementar-se em 1985, quando o Comité de Proteção de Alimentos da Academia Nacional de Ciências dos EUA (NAS), publicou um relatório sobre critérios microbiológicos. Este relatório foi o resultado de um estudo encomendado por várias agências governamentais, responsáveis pela inocuidade dos alimentos. Se bem que a encomenda das agências governamentais dizia respeito apenas ao estabelecimento de critérios microbiológicos para os alimentos, a verdade é que o relatório final fazia apologia ao HACCP. Neste documento, o Comité de Proteção de Alimentos (FPC) recomendava às agências federais de controlo e às indústrias processadoras de alimentos a utilização do HACCP, já que esse era o meio mais efetivo e eficiente para garantir a inocuidade dos alimentos. As recomendações contidas no relatório da NAS, em 1985, motivaram a formação de um comité composto principalmente por microbiologistas alimentares, que constituíram um painel de especialistas para assessorar os Secretários de Estado (Ministros) da Agricultura, Saúde, Comércio e Defesa dos EUA. Esse comité reuniu-se pela primeira vez em 1988 e foi designado comité nacional de assessoria em critérios microbiológicos para alimentos (NACMCF). Parte da missão do NACMCF era motivar a adoção do HACCP como garantia da inocuidade dos alimentos. Nas suas primeiras reuniões e discussões, foi evidenciado que os membros do comité possuíam as mais variadas opiniões sobre o assunto, muitas delas divergentes entre si. Por essa razão, tornou-se necessária a criação de um grupo HACCP para estudar detalhadamente o assunto, a fim de fazer recomendações ao NACMCF. 4.2. O Primeiro Modelo de HACCP O conceito HACCP foi apresentado ao público pela primeira vez durante a Conferência Nacional sobre Proteção dos Alimentos em 1971. O sistema inicial consistia em três princípios: -A identificação e avaliação dos perigos associados à criação/comercialização/ abate/industrialização/ distribuição; - A determinação dos pontos críticos para controlar qualquer perigo identificado; - O estabelecimento de sistemas para monitorizar os pontos críticos de controlo. Página 21 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA Além destes três princípios, identificava-se o PCC como o ponto, no processo de fabrico do alimento, cuja perda de controlo poderia resultar num perigo inaceitável para sua inocuidade. A natureza preventiva do sistema HACCP evidencia-se quando os princípios acima enunciados são assim descritos: - Identificar qualquer problema relacionado com a inocuidade que esteja vinculado à cadeia produtiva de alimentos; - Determinar os fatores específicos que precisam de ser controlados para evitar os problemas, antes que eles ocorram, estabelecer sistemas que possam medir e documentar se esses fatores estão a ser controlados adequadamente. 4.3. A segurança alimentar nos dias de hoje A análise de riscos e a matriz dos pontos críticos HACCP (do inglês - Hazard Analysis Critical Control Points) - é um sistema preventivo que busca a produção de alimentos inócuos. Este sistema preventivo de controlo é um processo científico que representa o que há de mais moderno na atualidade, tendo por finalidade “construir” a inocuidade nos processos de produção, manipulação, transporte, distribuição e consumo dos alimentos. Este sistema é suportado pela aplicação de princípios específicos e técnicos na produção e na manipulação de alimentos, desde o campo até a mesa do consumidor. Atualmente, o Regulamento (CE) n.º 852/2004 (obrigatório a partir de 1 de Janeiro de 2006) define que os operadores das empresas do sector alimentar devem criar, aplicar e manter um processo ou processos permanentes baseados nos princípios HACCP. Este regulamento é aplicável em todas as fases da produção, transformação e distribuição de alimentos, sem prejuízo de requisitos mais específicos em matéria de higiene dos géneros alimentícios. A International Organization for Standadization (ISO) publicou, em Setembro de 2005, a ISO 22000, que define os requisitos para a implementação de Sistemas de Gestão da Segurança Alimentar, segundo a Metodologia HACCP. A implementação desta Norma permite a definição de um Sistema de Gestão de Segurança Alimentar que possibilitará, além do reconhecimento da empresa como "Empresa Certificada", o cumprimento dos requisitos legais, nomeadamente do Regulamento (CE) n.º 852/2004. Pág. 22 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA Tanto o Regulamento (CE) n.º 852/2004, como a norma ISO 22000, referem requisitos de rastreabilidade. Os países mais desenvolvidos do mundo começaram a aplicar um sistema HACCP para assegurar a inocuidade de pescado, carnes e derivados e, num futuro muito breve, este sistema estender-se-á a todos os alimentos. O objetivo é, além do mais, assegurar a preparação dos alimentos de modo seguro, e demonstrar por uma documentação técnica apropriada que o produto foi produzido com toda a segurança. O conceito básico destacado pelo HACCP é a prevenção e não a inspeção do produto acabado Baseado neste conceito o HACCP consiste simplesmente na aplicação metódica e sistemática da ciência e da tecnologia na planificação, no controlo e na documentação da produção de alimentos inócuos. O "onde" e o "como" são representados pelas letras HA (Análise de Perigos) da sigla HACCP. As provas de controlo do fabrico dos alimentos recaem nas letras CCP (Pontos Críticos de Controlo). Se o "onde" e o "como" são conhecidos, a prevenção torna-se simples e óbvia, e a inspeção e as análises laboratoriais passam a ser supérfluas. O sistema HACCP é concebido e desenvolvido para ser aplicado aos fatores associados com matérias-primas, ingredientes, processos de produção e outros tratamentos a fim de prevenir a ocorrência de contaminações e por isso deve ser aplicado para assegurar a segurança alimentar. Os princípios do HACCP são aplicáveis a todas as fases da produção de alimentos, incluindo a agricultura básica, a pecuária, a industrialização e manipulação dos alimentos, os serviços de alimentação coletiva, os sistemas de distribuição e manuseamento e a utilização do alimento pelo consumidor. Os agricultores e os produtores agropecuários, as pessoas encarregadas do manuseamento e distribuição e o consumidor devem possuir toda a informação necessária sobre o alimento e os procedimentos relacionados com o mesmo, pois só assim se poderá identificar o local onde uma hipotética contaminação possa ter ocorrido, para que se possa determinar o modo pelo qual seria possível evitá-la. Este conceito cobre todo o tipo de fatores de risco ou perigos potenciais à inocuidade dos alimentos - biológicos, químicos e físicos-, quer sejam os que ocorrem de forma Página 23 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA natural no alimento, no ambiente ou sejam decorrentes de erros no processo de fabrico. Enquanto que os perigos químicos são os mais temidos pelos consumidores e os perigos físicos os mais vulgarmente identificados (pelos, fragmentos de ossos ou de metais, ou outros materiais estranhos), os perigos biológicos são os mais sérios do ponto de vista da saúde pública. Por esta razão, ainda que o sistema HACCP trate dos três tipos de perigo, os perigos biológicos devem ser abordados em maior detalhe. Por exemplo, um pedaço de metal (perigo físico) num alimento pode provocar uma lesão bucal num consumidor, ao passo que a contaminação de um lote de leite pasteurizado com Salmonella pode afetar centenas ou milhares de consumidores. Pág. 24 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA 5. APLICAÇÃO INFORMÁTICA PARA A RASTREABILIDADE DE ROLHAS DE CORTIÇA A aplicação informática para rastreabilidade ”SUBERTRACE” pode ser descarregada no site: www.subervin.eu Para facilitar a tarefa das pequenas empresas, relacionada com a rastreabilidade de rolhas de cortiça desde a entrada na empresa da prancha de cortiça crua até à entrega de rolhas acabadas ao cliente, foi desenvolvida no âmbito do projeto SUBERVIN, uma aplicação informática. Esta aplicação foi desenvolvida em MS Excel® por ser um programa acessível e conhecido pela maior parte dos utilizadores de informática, no entanto é limitado para grandes aplicações, podendo neste caso diminuir consideravelmente a rapidez e capacidade de resposta. Tendo em consideração estas limitações, a aplicação foi concebida de forma que a cada página corresponda uma operação industrial, mas outras poderão ser criadas. As páginas criadas de base são as seguintes: - Entrada de cortiça crua; - Cozedura; - Fabricação de rolhas (rabaneação, brocagem, escolha prévia); - Mistura de rolhas; - Escolha; - Colmatagem; - Lavação; - Colmatagem; - Marcação; - Tratamento de superfície; - Expedição. A aplicação é auto explicativa e à medida que vão sendo preenchidas as páginas, a informação flui e vai-se acumulando na base de dados o que permite fazer o exercício de rastreabilidade na página rastreabilidade. Devem ser criados lotes com designações distintas quando se procede a uma nova operação e quando se compram novas matérias-primas (produtos de cortiça) para Página 25 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA distinguir a origem dos produtos. Como é por exemplo, o caso de um lote de cortiça preparada na empresa e um lote de fardos de cortiça comprados ou um lote de rolhas produzidas na empresa e um lote de rolhas compradas. Pela designação atribuída a cada lote deverá ser possível saber em que atividade de produção o produto de encontra. Por exemplo, a designação do lote pode ser constituída por um código alfa numérico em que a primeira letra corresponda à última operação efetuada. Como é o caso do quadro seguinte: Lote Tipo de produto A XXX Lote Amadia (pranchas de cortiça crua) P XXX Lote Preparada (cortiça preparada na empresa) F XXX Lote Fardos (cortiça comprada) B XXX Lote Brocada (rolhas fabricadas) M XXX Lote Mistura de rolhas L XXX Lote Lavadas (rolhas lavadas) C XXX Lote Colmatadas (rolhas colmatadas) T XXX Lote Tratadas (rolhas tratadas com acabamento de superfície) E XXX Lote Expedição (rolhas para expedição) Em que XXX corresponde à codificação atribuída pela empresa (p. ex. um número sequencial) A encomenda do cliente irá ser associada ao lote correspondente na última etapa de produção. Nota: Se a empresa não quiser seguir esta indicação (de atribuir a cada etapa de processo um lote), poderá ter de consultar as folhas da aplicação individualmente para clarificar possíveis omissões no exercício de rastreabilidade. Os lotes e a sua respetiva composição são definidos pela empresa e assumidos pelo sistema à medida que os dados são introduzidos. Em caso de erro ou incompatibilidades de dados o programa assinala um alerta, para induzir as correções de dados correspondentes. Em cada página as colunas que fazem a rastreabilidade são assinaladas a verde. Pág. 26 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA Os campos de entrada de dados são editáveis, podendo ser acrescentados ou eliminadas as colunas com a informação adequada e pertinente, de acordo com o domínio da atividade/ processo da empresa. Só não é possível alterar as colunes verdes, uma vez que são estas que permitem fazer o exercício de rastreabilidade. Esta ferramenta está disponível no portal SUBERVIN.EU Como exemplo apresentam-se em seguida “printscreen” do programa MS Excel® denominado “SUBERTRACE”, contendo exemplos de introdução de dados. Exemplos de uso da aplicação informática SUBERTRACE – “printscreen” Folha de entrada de dados relativos à entrada de cortiça amadia Folha de entrada de dados relativos à cozedura de cortiça. Página 27 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA Folha de entrada de dados relativos à mistura de lotes de rolhas de cortiça. Folha de entrada de dados relativos à expedição. Pág. 28 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA Folha ilustrativa de um exercício de rastreabilidade. Página 29 de 30 RASTREABILIDADE – ROLHAS DE CORTIÇA 6. BIBLIOGRAFIA Código internacional das práticas rolheiras, CELiège Pág. 30 de 30 www.subervin.eu