Plano Estratégico da Lourinhã
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Plano Estratégico da Lourinhã
PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO INTRODUÇÃO - CAPÍTULO I Enquadramento Metodológico I.I Âmbito Territorial I.II 3 41 PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Enquadramento Metodológico I.I A 4 41 elaboração do Diagnóstico Descritivo e do Diagnóstico Estratégico do Concelho da Lourinhã adopta as regras metodológicas mais actuais e eficazes do planeamento estratégico territorial – entrevistas, análise da informação estatística e de documentos e estudos existentes e/ou em curso, e posteriores debates de aprofundamento com os actores -, mas com uma inovação que se afigura de profícuas perspectivas e consequências: as acções de formação em planeamento e gestão territorial, para os dirigentes e trabalhadores do Município, realizadas pela equipa do PEL. Para além de fazer dos quadros municipais agentes fundamentais do próprio processo de elaboração do PEL, esta formação visa – e poderá garantir -, através da internalização do saber e prática do planeamento estratégico, a monitorização e continuidade sustentadas deste instrumento moderno de planeamento e gestão municipais. Em termos do processo de elaboração do Diagnóstico, face à informação recolhida, optou-se por elaborar e apresentar dois documentos: A posse, pela Câmara de uma base e séries informativas que poderão – e deverão – ser regularmente actualizadas no futuro. abor dagem à “Qualidade de Vida”, igualmente uma inovação no processo de planeamento estratégico territorial, tratandose, contudo, de uma metodologia que há vários anos vem sendo desenvolvida e aplicada por um dos membros da equipa, no âmbito do INTEC – Behavioral Tecnhology Institute. Sendo incontornável que a “Qualidade de Vida” constituirá um dos eixos estratégicos do PEL, esta abordagem dá mais consistência e abre novas pistas para as fases posteriores do processo de planeamento e gestão estratégicos do Concelho. No Diagnóstico Estratégico inserem-se, somente, os dados considerados essenciais para a caracterização do Concelho e do Município, e apresentam-se as conclusões e ideias-força para o conhecimento estratégico da Lourinhã. A estrutura do Diagnóstico segue uma metodologia que foi inovadoramente adoptada e testada, no decurso dos últimos d e z a n o s n a C C D R- LV T: Te r r i t ó r i o , Organizações/Competitividade, Pessoas e Governabilidade. E que se revela profícua na sua aplicação ao processo de elaboração do PEL. Para além disso, inclui-se uma Destaca-se a síntese, ou Pré-Modelo de Concelho e Município, onde se apresentam as propostas com base nas quais se construirão a visão e os eixos estratégicos para o futuro da Lourinhã. Isto após a discussão das propostas pela Câmara e Juntas de Freguesia, pelos ser viços municipais e pelos actores económicos, sociais e culturais do Concelho. 1. Diagnóstico Descritivo; 2. Diagnóstico Estratégico. No quadro da Proposta aprovada pela Câmara, poderíamos apresentar somente o 2º Documento. Contudo, a amplitude e qualidade da informação recolhida recomenda que se disponibilize ao Município, também o relatório descritivo no sentido de facultar: Aferição rigorosa dos dados e conclusões pelos responsáveis municipais; PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Âmbito Territorial I.II Nazaré Alcobaça Oceano Atlântico 5 41 Caldas da Rainha Óbidos Peniche Bombarral Lourinhã Torres Vedras Sobral de Monte Agraço Figura 1: Sub Região do Oeste Cadaval Alenquer Arruda dos Vinhos O concelho da Lourinhã está inserido administrativamente no Distrito de Lisboa e na área de intervenção da Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo. Para fins estatísticos contextua-se na NUTS III do Oeste e na NUTS II - LVT..Para efeitos de acesso a apoios comunitários integra-se na Região Centro (NUTS II). PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Concelho da Lourinhã I.II A área do Concelho da Lourinhã ronda os 147,2Km2 e 25 616 Habitantes (de acordo com estimativas do INE de 2008) que se distribuem pelas onze freguesias. Moledo Moledo Reguengo Reguengo Grande Grande S.Bartolomeu S.Bartolomeu dosdosGalegos Galegos 6 41 Lourinhã Lourinhã Atalaia Atalaia Miragaia Miragaia Santa Santa Ribamar Ribamar Bárbara Bárbara Marteleira Marteleira Vimeiro Vimeiro Figura 2: Mapa de Freguesias da Lourinhã Moita Moita dosdosFerreiros Ferreiros São Bartolomeu dos Galegos 13,1 Km2 1041 Habitantes Moledo 7,4 Km2 425 Habitantes Reguengo Grande 15,2 Km2 1562 Habitantes Moita dos Ferreiros 25,3 Km2 1740 Habitantes Miragaia 12 Km2 1670 Habitantes Marteleira 7 Km2 1538 Habitantes Lourinhã 38,6 Km2 8797 Habitantes Atalaia 7,5 Km2 1555 Habitantes Santa Bárbara 7,6 Km2 1414 Habitantes Ribamar 6,1 Km2 2080 Habitantes Vimeiro 7 Km2 1443 Habitantes PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO 7 41 PRÉ-MODELO DO CONCELHO E DO MUNICÍPIO - CAPÍTULO II PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO 1 Domínio do Território 8 41 2 Domínio da Economia e Competitividade 3 Domínio das Pessoas O modelo territorial deverá apostar numa malha de povoamento polinucleada, com pólos/centralidades dotados com os serviços essenciais e qualificados, de proximidade; Aproveitar a existência de um número significativo de fogos devolutos para estimular politicas de arrendamento, particularmente destinadas ao público jovem; Evitar a desertificação rural e a concentração da população na sede do Concelho e na faixa litoral. Apostar na qualificação e na subida da cadeia de valor da produção agrícola, avícola, frutícola, pesca e aguardente D.O.C. ; Preservar os solos com aptidão agrícola e renovar, sem descaracterizar, a natureza e a identidade rurais do Concelho da Lourinhã; Fomentar o empreendorismo, com particular incidência na formação específica de novos empresários agrícolas e nas profissões complementares (comércio e serviços); Criar condições para a consolidação/desenvolvimento das unidades industriais existentes (rações e alfaias agrícolas) e para a criação de novas unidades ligadas às produções endógenas, estimulando o aumento de escala. Apostar no desenvolvimento sustentado das actividades de lazer/turismo com base nos recursos costeiros, paisagens e ruralidade. Adoptar políticas que estimulem a fixação de população jovem, em idade activa e qualificada (autóctone e residente no exterior), particularmente nas zonas rurais; Elevar o perfil habitacional e de qualificações da população, especialmente da população activa, aproveitando o elevado investimento efectuado em infra-estruturas educacionais e optimizando a relação de vizinhança com Escolas Profissionais vizinhas; Explorar o potencial das descobertas paleontológicas, criando condições para atracção de pólos de conhecimento científico, porventura em parceria com estabelecimentos de ensino superior sedeados em Lisboa. PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO 4 41 9 Domínio da Qualidade de Vida 5 Domínio da Governabilidade A Lourinhã dispõe dos factores primários, tradicionais, de Qualidade de Vida (QV): espaço rural, paisagens naturais, património, orla costeira e produtos agrícolas singulares e de qualidade. Tem agora de apostar na valorização dos factores que, contemporâneamente, mais contribuem para a QV: serviços de educação, de formação e de saúde; infra-estruturas e animação cultural e desportiva; rede de banda larga; ordenamento do território e ambiente; e serviços de proximidade amigáveis e eficazes. O Município da Lourinhã tem de apostar, decisivamente, na qualificação dos seus Recursos Humanos e no respectivo rejuvenescimento; A sustentabilidade financeira tem de ser alcançada através do cumprimento do contrato de saneamento, mas também pela racionalização de despesas e pela procura de novas soluções para realização de investimentos; A orgânica municipal deve ser repensada, designadamente para reforçar a função planeamento. Recomenda-se que isso se faça no quadro – e em resultado - da elaboração dos Planos Estratégico e do Turismo e da revisão do Plano Director Municipal; O reforço da governabilidade requer o aprofundamento da desconcentração de competências nas freguesias, do aprofundamento de parcerias com actores públicos, privados e associativos, e a constituição de uma malha de serviços de proximidade amigáveis e qualificados. PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO 10 41 TERRITÓRIO - CAPÍTULO III Ordenamento e Ambiente Mobilidade e Transportes Património Saúde, Segurança e Serviço às Populações Análise SWOT (T) III.I III.II III.III III.IV III.V PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Território III O 11 41 Concelho da Lourinhã tem qualidades naturais apreciáveis e apreciadas. Mas também é patente que as fortes pressões construtivas e a falta de planeamento e gestão urbanística eficazes estão a descaracterizar o tradicional e característico património natural e ambiental. Com excepção de situações pontuais localizadas, ainda nada de irreversível aconteceu. Mas a Lourinhã (Concelho) está numa encruzilhada: ou adopta, rapidamente, politicas e medidas firmes e eficazes de ordenamento e salvaguarda ambiental ou, a breve prazo, terá destruído esse património, perdendo as suas principais vantagens competitivas. Carece de bastante atenção em matéria de saúde, particularmente ao nível dos recursos humanos afectos a este sector mas, em termos de segurança, revela-se um território tranquilo. Dispõe de um parque habitacional com significativa percentagem de fogos de uso sazonal ou devolutos, oportunidade para repensar a politica de habitação e Em suma, o “território” contribui decisivamente, apesar das fragilidades que ainda se apontam, para um bom nível de qualidade de vida no Concelho da Lourinhã. urbanização. Não obstante ainda revelar fragilidades no saneamento básico, a evolução expectável a curto prazo, inclusivé ao nível da recolha selectiva, é muito positiva. Apresenta uma situação estabilizada em termos de acessibilidades inter-municipais e transportes que, à excepção do acesso à sede do Concelho, dá resposta às necessidades de mobilidade. PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Ordenamento e Ambiente III.I D e acordo com a classificação do INE, apenas a freguesia da Lourinhã é considerada predominantemente urbana concentrando, em 2001, 37,8% da população. As sete freguesias classificadas de medianamente urbanas são: Atalaia, Marteleira, Miragaia, Reguengo Grande, Ribamar, Santa Bárbara, Vimeiro. As restantes freguesias: Moita dos Ferreiros, Moledo e S. Bartolomeu dos Galegos classificam-se como predominantemente rurais. 12 41 Para uma melhor percepção da intensificação do uso do solo, importa perceber as dinâmicas que têm afectado a pressão construtiva. Famílias Clássicas Alojamentos familiares clássicos 8.447 13.999 Com o crescimento da mancha urbana, influenciada pela boa acessibilidade a Lisboa e pela proximidade às praias, nem sempre se salvaguardaram os equilíbrios ecológicos, as morfologias a preservar e os interesses colectivos. Este crescimento urbano espelhase na difusão da mancha construída ao longo da rede viária e pelas colinas. O Concelho da Lourinhã evidencia um índice de envelhecimento dos edifícios médio: 73,5, cerca de 10 pontos abaixo do verificado no Oeste (83,2) e bastante abaixo do índice nacional (98,7), localizando-se os edifícios mais recentes nas freguesias junto ao litoral – Ribamar (38,7), Atalaia (39,8), Santa Bárbara (44,5) e Vimeiro (46,5), o que confirma uma tendência de crescente procura (e pressão urbanística) sobre estas zonas Alojamentos Alojamentos familiares familiares de uso clássicos de clássicos sazonal residência ou residência habitual secundária 8.149 4.081 Alojamentos familiares clássicos vagos 1.769 Alojamentos não clássicos 45 QUADRO 1 Alojamentos Familiares e Famílias Clássicas FONTE: INE, Recenseamento da População e Habitação, 2001 PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO 13 41 Ordenamento e Ambiente III.I A idade média do parque habitacional no Concelho da Lourinhã (31,9 anos) é ligeiramente inferior à do Oeste (33 anos) e do país (33,9 anos). O Concelho apresenta uma dinâmica construtiva interessante entre 19912001 mas decrescente a partir de 2004. O parque habitacional é mais jovem no litoral e existe uma elevada percentagem de alojamento de uso sazonal (29%) e devoluto (12,6%). Existem 1,66 alojamentos familiares por cada família clássica. Estes dados devem levar o Município a reflectir sobre a política urbana que pretende prosseguir tendo em vista, por um lado, a consolidação do tecido e da malha existentes e, por outro, a sustentabilidade do território evitando o agravamento da tendência de desqualificação que tem vindo a ocorrer e que pode comprometer seriamente o próprio futuro do turismo no Concelho. A Lourinhã apresenta um número significativo de alojamentos familiares clássicos para uso sazonal (29% do total), 6% acima do valor do Oeste (23%). Se a estes valores adicionarmos os alojamentos vagos, teremos uma percentagem de 42% de alojamentos familiares clássicos não ocupados em permanência. O peso dos alojamentos de uso sazonal indicia uma procura cuja explicação se pode encontrar no facto de muitas famílias residentes na Área Metropolitana de Lisboa aí possuírem segundas residências, atendendo à proximidade e à elevada qualidade ambiental da sub-região e do Concelho (praias e áreas rurais). Pode ainda explicar-se pela existência de famílias emigrantes noutras áreas do país ou no estrangeiro que possuem habitações secundárias nesta área. Por outro lado, a quantidade de alojamentos vagos (12,6%) poderá demonstrar um certo desajustamento entre a oferta e a procura de habitação. Apesar de alguns desses alojamentos estarem inabitáveis ou em mau estado de conservação, poderá lançar-se a dinamização do mercado de arrendamento e, com isso, permitir a fixação de população jovem. No que respeita à evolução do número de edifícios licenciados e concluídos, desde 2004 a tendência tem sido decrescente, explicado pela crise (saturação) que tem afectado este mercado. A dinâmica de construção habitacional concelhia revelou, entre 1991 e 2001, um significativo crescimento dos alojamentos familiares (28,5%) e do número de edifícios (18%), acompanhando a tendência de aumento populacional verificada neste período. Analisando o valor médio dos prédios transaccionados, entre 2000 e 2007, verificase que ele cresce menos do que no Oeste e a nível nacional. Contudo, observam-se “picos” de subida mais acentuados no Concelho (2003/2004) e uma variação irregular, com subidas e quebras, ao contrário do que se verifica no Oeste e a nível nacional com crescimentos constantes ao longo do período. PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO 14 41 Ordenamento e Ambiente III.I Em termos de cobertura, em 2009, 10% de população ainda não era servida por sistema de drenagem de águas residuais e 35% ainda não beneficiava de estações de tratamento destas águas, situação que preocupa muito os actores locais, patente nas entrevistas efectuadas. Em 2001, dos alojamentos familiares de residência habitual 30% não tinham sistema de esgotos ligado à rede pública e 1% não dispunha mesmo de qualquer sistema de esgotos. Esta situação, que preocupa os actores locais, merece reflexão por parte das políticas municipais a atender, designadamente, aquando dos processos de licenciamento de obras particulares e da sua fiscalização. E m 2001, cerca de 95,7% dos edifícios era servida por recolha de resíduos sólidos urbanos (rsu), atingindo as freguesias de Miragaia e Santa Bárbara a plenitude deste serviço (100%). De referir, contudo, que a freguesia de Moledo apenas apresentava uma proporção de recolha de 69,1%. Marteleira tinha 83,6%, Vimeiro 89,8% e as restantes valores acima dos 90%. A situação evoluiu favoravelmente e, de acordo com dados do Município, em 2009, 100% dos edifícios já eram servidos pela recolha de rsu. No que respeita à proporção de águas residuais tratadas, a situação do Concelho evidencia fragilidades: considerando as águas residuais tratadas sobre as águas residuais tratadas e não tratadas, em 2005 a taxa era de 43%, abaixo do país (86%) e em penúltimo lugar no seio do Oeste (79% - apenas o Bombarral estava pior). Dos resíduos produzidos diariamente por cada habitante, cerca de 13% são recolhidos selectivamente. De destacar a evolução muito positiva que neste domínio se verifica entre 2002 e 2005: passando de 7 kh/hab para 23 kh/hab, superando o valor no Oeste (22 kh/hab), embora ainda abaixo dos valores nacionais (27 kg/hab). Em 2009 recolheram-se selectivamente 10.331.500 kg, o que corresponde a uma média mensal de 860,91 toneladas. Cada residente, em 2009, recolheu por dia 1,12 kg de resíduos sólidos urbanos (recolha indiferenciada e selectiva). Relativamente à população servida com abastecimento de água, o Concelho já apresentava, em 2009, uma taxa de cobertura de 100%. PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Mobilidade e Transportes III.II O 15 41 Concelho da Lourinhã, bem como os restantes concelhos da Zona Oeste, beneficiaram de melhorias na sua acessibilidade com a construção da A8, autoestrada do Oeste, cuja saída para a Lourinhã se situa ao Km 45. Contudo, o acesso à sede do Concelho, efectuado pela Estrada Nacional 8-2, constitui uma das maiores preocupações dos actores locais entrevistados divergindo, contudo, a resolução: ou requalificar a EN 8-2 ou construir o IC11. O meio de transporte mais utilizado para as deslocações pendulares é o automóvel ligeiro (como passageiro ou como condutor), que representa 45,6% do total das deslocações ao nível do Concelho. Nas freguesias a situação é idêntica, com Moita dos Ferreiros a destacar-se pela menor utilização deste meio de transporte (34%, para valores das restantes freguesias que oscilam entre os 40% e os 51%). De referir que 24% das deslocações pendulares no Concelho se efectuam a pé, destacando-se as freguesias de Ribamar (30%) e Moledo (28%). O autocarro é mais utilizado na freguesia de Moledo (23%), salientando-se, ao contrário, Vimeiro, com uma utilização deste meio de transporte de apenas 8%. 8% das deslocações fazem-se em transporte colectivo (escola ou empresa), 13% em autocarro e 4% em bicicletas ou motociclo. De mencionar ainda que, enquanto as acessibilidades/transportes a Lisboa, através do transporte público, se revelam adequados, é opinião dos actores locais entrevistados que a nível intra-municipal a oferta de transportes públicos é insuficiente e desajustada. Seria de ponderar, por exemplo, o recurso aos serviços de “carro de praça” caso o incremento dos autocarros de transportes públicos não seja sustentável. A acessibilidade por comboio faz-se utilizando as estações de Torres Vedras e do Bombarral, que distam respectivamente 18 e 16 Km da sede do Concelho. É também possível o acesso a Lisboa através de carreiras diárias em autocarro Expresso, cujo percurso demora cerca de 50 minutos, utilizadas sobretudo pela população estudantil. Na Lourinhã existem 8 praças/serviços de táxis PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Património III.III O Concelho da Lourinhã dispõe de um importante património em diversos domínios destacando-se, naturalmente, o paleontológico. A sub-região em que se insere o Concelho é, mesmo, considerada por razões geológicas, o local mais propício da Europa quanto a dinossauros do Jurássico Superior, com 150 milhões de anos. 16 41 Do património natural salientam-se os seus 17 km de praia (Paimogo, Vale de Frades, Areia Branca, Peralta, Porto de Barcas, Porto Dinheiro e Valemitão e o Planalto das Cezaredas - território calcário, com cerca de 140 milhões de anos - que abrange quatro Concelhos: Bombarral, Lourinhã, Óbidos, e Peniche. A flora da região caracteriza-se pela existência de grandes manchas com carrascos, quercus coccífera, pinheiros mansos e bravos, carvalhos, sobreiros e medronheiros. Existe um interessante património arquitectónico (particularmente de origem religiosa e militar), arqueológico (grutas da Feteira e S. Bartolomeu), móvel (pintura antiga, particularmente pintura Quinhentista – Mestre da Lourinhã), cultural e etnográfico, industrial (moinhos da Pinhoa), bem como histórico (batalha do Vimeiro e Forte de Paimogo), . PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Saúde, Segurança e Serviços às Populações III.IV A 41 17 situação no domínio da saúde é frágil: há 0,39 equipamentos de saúde, 0,8 enfermeiros e 0,9 médicos por cada 1000 habitantes, valores abaixo da média sub-regional e nacional, situação que importa corrigir porquanto a prestação de serviços de saúde constitui um dos factores de competitividade e de capacidade de atracção e de fixação de população. Em termos de infra-estruturas de saúde, o Concelho da Lourinhã é servido pelo Hospital de Torres Vedras, tem um Centro de Saúde, localizado na sede do Concelho, com três extensões (Reguengo Grande, Moita dos Ferreiros e Ribamar), e existem 21 consultórios médicos. Existem 6 farmácias no Concelho, distribuídas da seguinte forma: Moita dos Ferreiros (1), Lourinhã (3), Ribamar (1), Reguengo Grande (1) e 2 parafarmácias (Atalaia e Marteleira). Existe uma Unidade de Saúde Familiar (D. Jordão) contratualizada para o Concelho da Lourinhã e uma Unidade de Atendimento Complementar. A taxa bruta de mortalidade é, em 2009, mais elevada no Concelho do que no Oeste e no país, respectivamente com a seguinte permilagem: 11; 10,7 e 9,8. Relativamente à taxa de mortalidade infantil, verifica-se uma evolução positiva muito significativa. Em 2001 era de 9,4 %0, bastante superior à verificada no Oeste (5%0) , mas no quinquénio 2001-2005 baixa para 3,9: acima do Oeste (2,8) mas abaixo do país (4,3) e, de acordo com dados do INE, no período 2005-2009 regista um valor nulo (sendo 2,4 no Oeste e 3,5 no país), apenas idêntico ao do Bombarral, também com %0) . PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Saúde, Segurança e Serviços às Populações III.IV A segurança pública constitui um dos pontos fortes do Concelho e os dados estatísticos comprovam-no: em 2009, no Concelho, a taxa de criminalidade é inferior à registada no Oeste e no país (33,4% para 37,3% e 40,2%, respectivamente), o que consolida o Concelho como um lugar seguro para viver, trabalhar e visitar. Dos crimes registados, destacam-se os crimes contra o património (20,5%), seguidos dos fur tos de veículo e em veículo motorizados (5,4%) e dos crimes contra a integridade física (4,5%). Dos acidentes de viação com vítimas, registados em 2007 no Concelho da Lourinhã, 98% não foram fatais. Ao nível das infra-estruturas de Segurança, existem no Concelho da Lourinhã os seguintes equipamentos: 2 postos da Guarda Nacional Republicana, localizados nas freguesias da Lourinhã e da Moita dos Ferreiros. 18 41 QUADRO 2 Taxa de Criminalidade por Localização Geográfica e Categoria de Crime Condução de veículo com Condução taxa de álcool sem habilitação igual ou superior legal a 1,2 gr/l Furto por esticão e na via pública Furto de veículos e veículos motorizados % % % % Portugal 6,0 1,5 6,4 1,9 Oeste 4,8 0,5 6,4 1,5 Lourinhã 4,5 0,3 5,4 0,6 Crimes contra a integridade física Crimes contra o Património TOTAL % % % 1,7 21,4 40,2 1,6 21,3 37,3 2001 FONTE: INE, Recenseamento da População e Habitação, 1,4 20,5 33,4 FONTE: INE, Direcção Geral da Política de Justiça, 2009 PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO 19 41 Saúde, Segurança e Serviços às Populações III.IV O Concelho da Lourinhã dispõe de um balcão “Casa Pronta”: balcão único onde é possível realizar todas as operações relativas à compra e venda de casa (prédios urbanos). Pagar impostos, celebrar o contrato de compra e venda, realizar imediatamente todos os registos, pedir a isenção de pagamento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), pedir a alteração da morada fiscal, são, também, alguns dos serviços disponíveis, por esta via, desde meados de 2009. No que respeita aos serviços telefónicos por cada 100 habitantes, verifica-se que o Concelho tem uma situação bastante confortável (25,69), próxima da média nacional (26,59) e acima da média subregional (24,66). No que respeita à proporção de caixas automáticas (ATM) por cada 10 000 habitantes, o Concelho apresenta uma posição favorável (13,7), ultrapassando ligeiramente, quer a média do Oeste (13,4), quer a nacional (12,6). PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO SWOT (T) III.V Forças (S) Fraquezas (W) Qualidade paisagística, diversidade ambiental e dimensão urbano-rural caracterizada pela envolvente de tranquilidade e segurança; Localização geográfica no Oeste e proximidade face à AML, a Lisboa e a Leiria; Valioso património cultural, histórico, geológico, etnológico e arqueológico, com especial importância para o interesse científico mundial do património paleontológico; Proximidade de eixos rodoviários nacionais importantes, como A1 e a A8; Dinâmica imobiliária/2ª residência significativa, associada a idade de reforma e férias de praia. 20 41 Desenvolvimento urbano pouco organizado e disperso, ausência de cultura de planeamento e gestão territorial e desactualização dos planos de ordenamento de território e de urbanização, que se traduz na falta de hierarquia de rede urbana; Pressões urbanísticas – paisagens degradadas por ocupação urbana dispersa, ocupando e “ferindo” as colinas e a paisagem – particularmente no litoral; Degradação dos Recursos Hídricos, com particular destaque para a poluição do rio Grande e índices elevados de poluição devido à exploração da indústria de transformação de carnes e da agropecuária; Deficiência da rede de saneamento e existência de “esgotos” a céu aberto, pela carência de estações elevatórias; Deficiente acessibilidade à A8; Fragilidades no sistema de saúde. Oportunidades (O) Ameaças (T) Interesse mundial na vertente científica do património paleontológico; Forte atractividade residencial relativamente à AML – exploração de formas residenciais e habitacionais mistas e de 2ª habitação; Modernização dos pólos rurais mais relevantes – potenciar a atractividade de uma ruralidade moderna e qualificada; Nova geração de políticas municipais assentes na elaboração de planos estratégicos (global e turismo) e na revisão de planos estruturantes de ordenamento do território; Reforço da consciência regional, nacional e internacional da necessidade de preservar e valorizar o ambiente; Faixa litoral diversificada e apropriada para a instalação sustentável de actividades associadas ao recreio e lazer, e crescente procura urbana pelas zonas rurais enquanto espaços de descanso e lazer; Existência de factores distintivos com capacidade de projectar internacionalmente o Concelho: património paleontológico, agricultura biológica, turismo de natureza, batalha do Vimeiro, Aguardente DOC e praias com características terapêuticas e condições “privilegiadas”para a prática de desportos náuticos. Desordenamento do território, falta de qualidade do espaço público, domínio da pequena propriedade agrícola e florestal (estrutura micro e minifundiária); Despovoamento dos territórios rurais menos produtivos devido aos incêndios florestais, emigração e abandono por parte das novas gerações das actividades agro-florestais; Vulnerabilidade da qualidade ambiental e paisagística pela forte apetência para a instalação de actividades económicas fomentadas pelas novas acessibilidades e pela massificação típica das zonas periféricas de grandes espaços urbanos como a AML, com proliferação de edificações habitacionais e serviços desajustados arquitectónica e paisagisticamente; Dificuldade de afirmação da zona Oeste devido ao ambiente competitivo e concorrencial pelos efeitos centrífugos de Lisboa nos territórios envolvente, sobretudo na Margem Sul; Proliferação de áreas residenciais e de emprego com baixa densidade. Tendências (T) Perda de identidade de território rural; Sensibilização crescente para as questões da sustentabilidade; Reforço e qualificação das acessibilidades rodoviárias regionais (IC9, IC10 e IC11), nacionais e internacionais (A8 e A23); Fortes pressões sobre o uso do solo, particularmente no litoral; Efeitos progressivos de “suburbanização” massificada e desorganizada – ao nível da habitação e das actividades empresariais menos qualificadas. PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO 21 41 ECONOMIA E COMPETITIVIDADE - CAPÍTULO IV A Predonimância do Sector Primário Evolução Económica e Empresarial Conclusão Análise SWOT (T) IV.I IV.II IV.III IV.IV PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO ECONOMIA E COMPETITIVIDADE - CAPÍTULO IV O Concelho da Lourinhã apresenta condições muito diferenciadas relativamente aos sectores produtivos, à respectiva produtividade, capacidade de inovação e competitividade. Na Lourinhã predominam as actividades do sector primário – agricultura e pescas – e a consequente ruralidade do seu território. 22 41 Os rendimentos médios e o poder de compra da população do Concelho são inferiores aos do Oeste e aos do País, o que se compreende em função da predominância do sector primário. É de realçar, contudo, que o sector primário proporciona produtividade e ganhos médios na Lourinhã superiores quer aos da subregião, quer aos do país. Para além da agricultura e pescas só o Lazer apresenta, actualmente, algumas p e r s p e c t i va s d e c o m p e t i t i v i d a d e e diferenciação, sobretudo nas actividades ligadas ao imobiliário, restauração, desportos náuticos e turismo de natureza PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO A Predonimância do Sector Primário - CAPÍTULO IV N o Quadro 3 apresent a-se a distribuição das empresas, estabelecimentos e trabalhadores (por conta de outrem), por sectores de actividade, no Concelho da Lourinhã, na subregião do Oeste e no País. 23 41 Sector de Actividade Indicador LOURINHÃ OESTE QUADRO 3 Distribuição de Empresas, Estabelecimentos e Pessoas ao Serviço PORTUGAL Número de Empresas Número de Estabelecimentos Número de Pessoas ao Serviço Número de Empresas Número de Estabelecimentos Número de Pessoas ao Serviço Número de Empresas Número de Estabelecimentos Número de Pessoas ao Serviço Sector Primário 172 173 759 1.180 1.284 5.887 17.680 18.777 78.619 Sector Secundário 288 292 2.020 3.775 4.024 38.615 93.270 99.923 1.147.113 Sector Terciário 680 757 3,515 9.019 10.891 59.725 246.259 298.801 2.043.851 Total 1.140 1.222 6.294 13.974 16.199 104.227 357.209 417.501 3.269.583 FONTE: INE, 2008 PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO A Predominância do Sector Primário IV.I O 24 41 Concelho da Lourinhã distingue-se pelas boas condições naturais – solos e microclima – para algumas produções agrícolas – hortícolas, frutícolas, aguardente e produtos florestais. A fácil acessibilidade ao grande mercado de consumo, que é a Área Metropolitana de Lisboa (AML), reforça as condições de competitividade do sector primário da Lourinhã. A pesca apresenta, igualmente, uma actividade significativa no Concelho, no que se refere ao número de empresas e à facturação. As actividades agrícolas revelam alguma capacidade de inovação, particularmente no que se refere à produção biológica. E os dados estatísticos evidenciam produtividade e capacidade exportadora do sector primário da Lourinhã superiores às médias do Oeste e nacional. A suinicultura, com fortes tradições no Concelho, tem perdido peso, e, progressivamente, vão sendo resolvidos os graves problemas de saneamento que esta actividade coloca. Contudo, ainda se verificam situações de poluição das linhas de água provocadas pelas suiniculturas. No sector secundário predominam as empresas de construção civil (74,7%), ainda que sejam as indústrias transformadoras que geram mais produção. A produção neste sector, no Concelho, concentra-se no segmento das “Industrias Alimentares e Bebidas”, devido à existência de uma grande unidade industrial de rações para animais. Para além desta, só existe uma outra empresa industrial com dimensão (alfaias agrícolas). O sector terciário revela uma grande dispersão de empresas e actividades, com relevo para o segmento do comércio (38,2%) e do imobiliário (24,8%). A facturação destes segmentos demonstra a predominância do comércio (73,2%) sobre as actividades imobiliárias (11,7%). Ou seja: o sector terciário no Concelho da Lourinhã revela-se integralmente tradicional, sem evidências nem sinais de modernização. O turismo e o lazer apresentam uma situação paradoxal: boas condições naturais e potenciais – orla marítima e praias, património, qualidade do espaço rural, proximidade da AML –, mas as infraestruturas ainda são insipientes, particularmente no que se refere a serviços de hotelaria, cultura e divertimento. A tendência é para o crescimento da 2ª residência, quer na costa, quer no interior rural. A tradição, a situação actual e as características do clima parecem recomendar uma estratégia de desenvolvimento e valorização do Lazer e não do Turismo. PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Evolução Económica e Empresarial IV.II A nteriormente à crise que vivem as economias nacional e internacional, a evolução económica do Concelho apresentava uma trajectória positiva, como demonstram os indicadores do Quadro 4. De facto, entre 2006 e 2008, o Concelho da Lourinhã apresentou uma evolução muito favorável no que respeita ao ganho médio (+11%) e ao nível do comércio internacional, com um crescimento das exportações (+38,4%) a par da redução das importações (-33,5%). 25 41 Será importante monitorizar a evolução destes dados que, a consolidar-se a tendência do período referenciado, poderá vir a significar o equilíbrio ou excedente da balança de transacções do Concelho. Crédito concedido por estabelecimentos de outraintermediação monetária (€) 2006 QUADRO 4 Evolução Económica do Concelho da Lourinhã 241.199 Crédito à habitação por habitante (€) Ganho Médio Mensal (€) Comércio Internacional declarado 2008 2006 2008 2006 2008 172 2006 saídas entradas 172 saídas entradas 274.848 3.942 5.076 632 711 15.008 24.379 31.712 47.681 2008 FONTE: INE, 2006 a 2008 PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Evolução Económica e Empresarial IV.II A nteriormente à crise que vivem as economias nacional e internacional, a evolução económica do Concelho apresentava uma trajectória positiva, como demonstram os indicadores do Quadro 4. De facto, entre 2006 e 2008, o Concelho da Lourinhã apresentou uma evolução muito favorável no que respeita ao ganho médio (+11%) e ao nível do comércio internacional, com um crescimento das exportações (+38,4%) a par da redução das importações (-33,5%). 26 41 Será importante monitorizar a evolução destes dados que, a consolidar-se a tendência do período referenciado, poderá vir a significar o equilíbrio ou excedente da balança de transacções do Concelho. QUADRO 4 PME Líder no Concelho da Lourinhã EMPRESAS LOURITEX - Soc. Agro -construtora de Alfaias Agrícolas de Carvalheiro, Lda. CAIXILOUR, Caixilharias em P.V.C., Lda. RECLAMOESTE, Reclames Luminosos do OESTE, Lda. FRUTOS DO MAR de Augusto Felipe Ribeiro da Fonseca, Lda A.J. FERREIRA DA SILVA, Obras Públicas, Lda. RO Rações Oeste para Animais, Lda. G. Ind. Transformadoras SECTORES DE ACTIVIDADE Fabr. de outras Máquinas para uso específico, n.e. Fabr. de Artigos de Plástico para Construção G. Ind. Transformadoras G. Ind. Transformadoras Fabr. de Lâmpadas Eléctricas e outros art. de iluminaç. G. Com. por Grosso e a Ret. Comérc. por Grosso de peixe, crustáceos e moluscos F. Construção Construção de outras Obras de Eng. Civil, n.e. G. Ind. Transformadoras Fabr. de Aliment. p/ animais criação (excep. aquicult.) Nº TRAB. 109 20 20 20 90 23 FONTE: IIAPMEI, Recolhido dos Estudos do Plano Estratégico do Desenvolvimento Turístico, 2009 PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO 27 41 Conclusão IV.III A elaboração dos Planos Estratégicos da Lourinhã e do Turismo, bem como a revisão do Plano Director Municipal, são uma oportunidade que não pode ser desperdiçada para qualificar e alcançar novos padrões e patamares de ordenamento, gestão e sustentabilidade ambiental que propiciem a salvaguarda, a diferenciação e a valorização do território, no sentido do desenvolvimento dos atributos e produtos específicos da Lourinhã e da sustentação da sua imagem. E O Concelho da Lourinhã dispõe de condições naturais e de actividades para a consolidação da agricultura – particularmente biológica – das pescas, da avicultura, da produção de rações animais e do produto “Aguardente – DOC” e novas oportunidades para a instalação de unidades de transformação de produtos agrícolas. Para o desenvolvimento e consolidação destas actividades e produtos torna-se necessário o apoio de ser viços que presentemente não existem na Lourinhã: apoio às empresas nas áreas de inovação, investigação, marketing e comercializações. Ainda que estes serviços possam ser obtidos por recurso ao exterior do Concelho, não dispensa – e é fundamental – o reforço interno destes ser viços, o que requer o desenvolvimento da educação e formação profissional e do apoio ao empreendorismo. Outra condição essencial para a consolidação destas actividades é o adequado ordenamento do território, que preserve os solos de capacidade agrícola e as condições para a produção avícola. Outro sector que exige, igualmente, um consistente ordenamento e gestão do território, é o Lazer que, apresentando já realidades e potencialidades de desenvolviment o, requer uma f or t e qualificação do imobiliário, infra-estruturas e serviços. PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO 28 41 SWOT (T) IV.IV Forças (S) Fraquezas (W) Clima especial - propício ao cultivo de um conjunto importante de produtos agrícolas, durante todo o ano, em particular as hortícolas e frutícolas; Sector das pescas relevante, com um significativo número de empresas, trabalhadores e facturação; Aguardente D.O.C. - Marca e produto distintivo da Lourinhã; Existência de 2/3 unidades industriais consolidadas nos sectores da produção de rações e avicultura; Condições para o desenvolvimento e qualificação do lazer – orla costeira, praias, paisagens, ruralidade, qualidade de vida e proximidade de Lisboa Estrutura minifundiária e atomizada da propriedade, dificultando o reforço e competitividade da produção agrícola; Agricultores isolados e em processo de envelhecimento, baixa escolarização e falta de formação especifica; Escassez de unidades industriais competitivas, sem espaço para o seu aumento significativo, à excepção da transformação de produtos agrícolas; Elevada percentagem de economia informal; Ausência dos factores da inovação – escolarização da população, especialistas, marketing, tecnologias; Insipiência de infra-estruturas logísticas e equipamentos de suporte avançados à actividade económica; Oportunidades (O) Ameaças (T) Proximidade do mercado da AML; Procura de produtos agrícolas de qualidade, biológicos e certificados; Instalação de unidades de transformação de produtos agrícolas; Desenvolvimento e qualificações de infra-estruturas, imobiliário e actividades de lazer;Elaboração dos Planos Estratégicos da Lourinhã e do Turismo e revisão do Plano Director Municipal; Atributos territoriais para a atracção e domiciliação de quadros técnicos qualificados. Pressões urbanísticas de massificação e suburbanização; Ocupação urbana e degradação dos solos agrícolas; Envelhecimento dos agricultores e a desadequada formação de novos produtores; Concorrência de outros Concelhos do Oeste nos nichos de produção agrícola e avícola da Lourinhã; Massificação e descaracterização da habitação e lazer. Tendências (T) Emergência de processos de qualificação na produção agrícola, designadamente biológica; Emergência de novas actividades de lazer; Fortes pressões sobre o uso do solo e consumos energéticos prejudiciais ao ordenamento e sustentabilidade; Crescente paradoxo entre o abandono e desertificação do espaço rural e a modernização dos pólos rurais mais relevantes PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO 29 41 POTENCIAL HUMANO - CAPÍTULO V Demografia Emprego e Desemprego Educação e Qualificação dos Recursos Humanos Cultura, Desporto e Coesão Social Análise SWOT (T) V.I V.II V.III V.IV V.V PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO POTENCIAL HUMANO - CAPÍTULO V O Concelho da Lourinhã apresenta uma boa dinâmica populacional mas com população envelhecida e pouco qualificada, com índices de mortalidade acima das médias sub-regionais e nacionais, embora registe uma performance notável de evolução ao nível da mortalidade infantil. 30 41 Apesar de evidenciar uma taxa de actividade relativamente baixa, o índice de renovação da população em idade activa revela uma esperança para o futuro. O elevado investimento no parque escolar constitui uma mais-valia a optimizar na agenda de desenvolvimento deste Concelho. A boa taxa de escolaridade pré-escolar é, igualmente, um dado relevante, mas importa ultrapassar o problema da retenção e/ou abandono escolar no ensino básico. É fundamental que o Concelho consiga elevar o perfil habilitacional da sua população (residente e activa) e promover formação profissional qualificante, quer para as actividades económicas do sector primário, quer para estimular o aparecimento de novas actividades em domínios menos tradicionais. A cultura e o desporto não assumem relevância financeira no investimento municipal, mas a aposta nas actividades culturais tem sido crescente e, porventura, a parceria com municípios vizinhos e privados poderá constituir um aspecto a equacionar. Em matéria de coesão social, apesar de não se afigurarem grandes assimetrias internas, deverá ser seguida com a atenção a emergência de fenómenos de bolsas de pobreza, particularmente nas zonas urbanas. Em suma, a Lourinhã deverá apostar seriamente numa estratégia de qualificação dos recursos humanos, ancorada no elevado investimento efectuado na Educação, em parceria com municípios vizinhos e com Universidades/Institutos da Área Metropolitana de Lisboa. Esta estratégia, que poderá igualmente atrair talentos vindos do exterior, conduzirá à melhoria do perfil do profissional e, por conseguinte, da actividade económica, incrementando a capacidade competitiva do Concelho. PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Demografia V.I A s pessoas constituem a vertente fundamental em qualquer processo de desenvolvimento, pelo que importa analisar os principais indicadores neste domínio. 31 41 QUADRO 6 Evolução da População Residente, Densidade Populacional e Famílias Clássicas. CONCELHO Lourinhã Miragaia Moita dos Ferreiros Moledo Reguengo Grande Santa Bárbara S. Bartolomeu dos Galegos Vimeiro Marteleira Ribamar Atalaia População Residente 1991 2001 Variação Nº Nª 21.596 23.265 7,73% 7,615 8,797 15,52% 1,676 1,670 -0,36% 1,794 1.740 -3,01% 479 425 -11,27% 1.587 1,562 -1,58% 1,298 1.414 8,94% 1.044 1.041 -0,29% 1.103 1.443 30,83% 1.613 1.538 -4,65% 1.889 2.080 10,11% 1,498 1.555 3,81% O Concelho da Lourinhã apresentava em 2001 uma taxa de capacidade de atracção de 10,3%, superior à verificada no Oeste (7,5%) e a meio da tabela (6º lugar) relativamente aos restantes municípios que integram o Oeste. Dens. Populacional 1991 2001 Nº/km2 Nº/km2 147,8 158,45 197,35 227,99 139,7 139,2 70,95 68,81 64,68 57,39 104,33 102,68 169,75 184,92 79,38 79,15 158,04 206,75 231,13 220,38 310,4 341,78 199,66 207,26 Famílias Clássicas 1991 2001 Variação Nº Nº 7180 8447 17,65% 2544 3209 26,14% 542 572 5,54% 634 678 6,94% 170 168 -1,18% 556 577 3,78% 410 480 17,07% 362 372 2,76% 380 523 37,63% 534 552 3,37% 558 740 32,62% 490 576 17,55% FONTE: INE, Censos- Séries Históricas, 2001 PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Demografia V.I M ais atractivos são Sobral de Monte Agraço (15%), Alenquer (14%), Arruda dos Vinhos (13,9%), Óbidos (10,9%) e Caldas da Rainha (10,4%). 32 41 A proximidade a Lisboa parece representar uma explicação razoável, confirmando a tendência destes territórios se transformarem em zonas “dormitórios” da Área Metropolitana de Lisboa. Um dos desafios que se coloca ao Concelho é o de conseguir que essa atractividade sirva não apenas fins residenciais, mas igualmente para actividade profissional, sobretudo qualificada. Em 2001,o concelho da Lourinhã tinha 23 265 habitantes, aumentando 7,73% face a 1991. A freguesia do Vimeiro, a Sul, destaca-se com um crescimento de 30,8%, seguida da freguesia sede (Lourinhã:15,5%), Ribamar (10,1%) e de Santa Bárbara (8,9%), explicável pela atractividade das localizações litorais, quer junto dos próprios lourinhanenses – que se deslocalizam do interior para o litoral – quer junto dos residentes fora do Concelho mas que aí estabelecem segunda residência, quer ainda junto dos que decidem transferir a sua residência para o Concelho. As freguesias do interior registam uma variação negativa, par ticularment e acentuada em Moledo (-11,27) que é igualmente a única em que o nº de famílias clássicas diminui (de 170 para 168). Esta disparidade ocorre igualmente em relação à densidade populacional, que vai desde 57,39 em Moledo até 341,78 em Ribamar, sendo as freguesias do interior as que apresentam valores mais baixos. A densidade populacional do Concelho é em 2001 de 158,45, superior à do Oeste (152,5) e à do país (112). A análise da dinâmica das famílias clássicas, para o período 1991-2001, demonstra igualmente assimetrias internas, confirmando a tendência polarizadora dos território a sul e no litoral. O número de famílias clássicas no Concelho aumenta 17,65% no período inter-censitário, acima do ocorrido no Oeste (15,8%) e com boa performance comparativamente com os Concelhos da sub-região (apenas Sobral de Monte Agraço, Alenquer e Caldas da Rainha têm maior crescimento, respectivamente, de 27,4%, 22,3% e 21,9%). PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Demografia V.I A tendência de crescimento da populaçãol parece acentuar-se, de acordo com as estimativas do INE, entre 2001 e 2009, registando uma variação positiva na ordem dos 9,6%, quase 4 vezes superior à variação nacional (2,99%) e acima da verificada no Oeste (7,41). 33 41 A explicação para este relativo dinamismo demográfico está, não tanto no crescimento natural (-0,24%), mas no saldo migratório cuja taxa (0,9%) é superior à do Oeste (0,74%), à do país (0,14%) e apenas superada, no seio da sub-região, pelo desempenho de Arruda dos Vinhos (2,09%), o que evidencia a capacidade de atracção da Lourinhã. A taxa de mortalidade (11.6%) é superior à da natalidade (10.1%), o que contribui para o agravamento do envelhecimento da população. O índice de dependência de idosos era, em 2008, de 26,4 e o de indicie de dependência de jovens de 22,9. O índice de envelhecimento era, em 2001, de 109, um pouco abaixo do que se verifica no Oeste (115) mas superior ao do país (102,2). Devem destacar-se as freguesias de Ribamar (56,9%) e Santa Bárbara (72,9%) como as que mais contribuem para atenuar o envelhecimento populacional. QUADRO 7 Índice de Envelhecimento Registe-se o acentuado envelhecimento da população entre 1991 e 2001, traduzido no aumento do índice de envelhecimento: passa de 69,2% em 1991 para 109% em 2001. PORTUGAL OESTE CONCELHO Lourinhã Miragaia Moita dos Ferreiros Moledo Reguengo Grande Santa Bárbara S. Bartolomeu dos Galegos Vimeiro Marteleira Ribamar Atalaia 102,2 115 109 97,5 123,5 172,5 152,3 158,2 72,9 137,2 114 105,3 56,9 146,5 FONTE: INE, Recenseamento Populacional, 2001 PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Demografia V.I A 34 41 s 3 freguesias predominantemente rurais apresentam os maiores índices, o que parece confirmar a pouca capacidade de rejuvenescimento que as actividades agrícolas apresentam, sendo importante desenvolver estratégias que ajudem a fixar jovens e outras pessoas em idade activa no sector primário. Se analisarmos a distribuição de grupos etários ao nível das freguesias, verifica-se que a concentração dos jovens se faz sobretudo nas zonas do litoral (à excepção da Atalaia), tendo as freguesias do interior uma população mais envelhecida, o que acompanha o padrão do aumento populacional que, em geral, prefere as zonas mais centrais e litorais. Relativamente à distribuição da população por grupos etários, o grupo etário dos 25-64 anos é o mais expressivo contribuindo com 49,5% de população para o total concelhio em 1991 e 51,7% de população em 2001. Quanto ao género, a situação em 2001 é equilibrada: 50,7% de mulheres (eram 50,3% em 91) para 49,3% de homens. O grupo etário com menor peso no Concelho, no ano de 2001, é o dos 15-24 anos, correspondendo a 14,5% do total da população. PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Emprego e Desemprego V.II O quociente entre a população empregada no Concelho e a população residente e empregada – Índice de polarização de emprego – é de 0,8, enquanto no Oeste regista um valor de 0,9, ou seja, em cada 10 trabalhadores no Concelho, 8 residem nele. 35 41 Se, por um lado, pode significar uma menor capacidade de atracção de trabalhadores exteriores ao Concelho (situação a combater, porquanto urge incrementar a atracção de quadros qualificados), por outro, revela que é oferecida à população local possibilidade de aí encontrar o seu emprego. Em termos comparativos com os Concelhos vizinhos do Oeste, apenas Arruda dos Vinhos e Óbidos apresentam valor inferior (0,7), destacando-se, por igualarem o índice regional (0,9), os Concelhos de Bombarral, Peniche e Torres Vedras. Em 2001 a população activa era de 10 461 e a taxa de actividade de 44,9%, não só abaixo da média do Oeste (47,6%) e do país (48,15), como em antepenúltimo lugar no seio da subregião na qual apenas Cadaval (42%) e Bombarral (44%) registam percentagens inferiores. No entanto, no que respeita ao Indice de renovação da população em idade activa em 2009 (119,8), verifica-se que o Concelho da Lourinhã apresenta uma impor tante performance: não só tem o maior índice face ao Oeste e ao país (107,2), como relativamente a todos os Concelhos que integram a sub-região (embora diminua entre 2001 e 2009). Este dado parece representar uma esperança para o futuro, na medida em que embora a taxa de actividade seja relativamente frágil, a relação entre a população que potencialmente está a entrar e a que está a sair do mercado de trabalho é muito favorável ao Concelho da Lourinhã. Em 2001, analisando a população residente empregada no Concelho da Lourinhã, verificase uma concentração de 40% na freguesia sede, registando as três freguesias rurais (Moita, Moledo e S. Bartolomeu) apenas 12%, tendência que acompanha a distribuição da população residente. PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Emprego e Desemprego V.II A nalisada a distribuição da população empregada por grupos de profissão, verif ica-se que o grupo dos trabalhadores não qualificados representa 15,7% da população empregada e apenas 0,7% dos trabalhadores se inserem no grupo “Quadros Superiores”. 36 41 Esta situação confirma a necessidade de serem desenvolvidas estratégias – para além de aumentar a qualificação dos residentes – que atraiam profissionais qualificados a residir fora do Concelho. A confirmar o que se tem vindo a afirmar, aparece o facto de apenas 11,28% dos profissionais se enquadrarem nas profissões socialmente mais valorizadas, destacando-se a freguesia sede com uma percentagem superior à média concelhia (14,7%), a aproximar-se bastante do valor nacional e superando o verificado no Oeste. Ao contrário, Atalaia (1,35%), Marteleira (1,62%) e S. Bartolomeu (1,26%), apresentam valores reduzidos. Registe-se, contudo, uma recuperação muito significativa no período intercensitário: de 4,88% em 1991 para 11, 28% em 2001, apesar das freguesias de Moledo (de 7,55% para 3,9%) e da Marteleira (de 2,18% para 1,62%) descerem. A taxa de actividade feminina no Concelho (36,1%) é inferior à que se verifica no Oeste (40,24%) e no país (41,9%), fenómeno agravado nas freguesias rurais, sobretudo em Moledo (26,8%), em Moita dos Ferreiros (29,9%) e S. Bartolomeu (33,01%). Como seria expectável, a freguesia em que a taxa de actividade feminina é maior é a Lourinhã. PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Emprego e Desemprego V.II N 37 41 o que diz respeito ao desemprego, efectuada uma análise à sua variação em períodos homólogos nos últimos 3 anos, verifica-se um crescimento do número de desempregados, acompanhando a tendência nacional. Em Dezembro de 2009 a taxa é de 6,6%, mais 1,8% que um ano antes. No entanto, destacase uma posição favorável face à situação nacional que era, em Dezembro de 2009, de 9,9%. Em 2010 a taxa de desemprego no Concelho cifra-se nos 9,5%, ligeiramente abaixo da média regional (9,7%) e 0,5% menos que a média nacional. Em termos comparativos com outros concelhos do Oeste, apenas 5 Concelhos (Alcobaça, Torres Vedras, Cadaval, Sobral e arruda dos Vinhos) apresentam menor taxa de desemprego. 8.000 2009 7.000 6.000 5.000 2008 4.000 3.000 2007 2.000 1.000 GRÁFICO 1 Evolução do Desemprego entre 2007 e 2009 0 1º Trim. 1º Trim. 1º Trim. 1º Trim. PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Educação e Requalificação dos Recursos Humanos V.III A o nível das infra-estruturas de educação, o Concelho da Lourinhã encontra-se bem dotado em termos de serviço público (do pré-escolar ao secundário), não existindo estabelecimentos da rede de ensino privada, nem estabelecimentos de ensino superior. 38 41 A taxa de analfabetismo regista no período entre 1991 e 2001 uma evolução muito positiva no Concelho: desce 23,45%, enquanto no país apenas diminui 18%. A proporção de população residente com pelo menos a escolaridade obrigatória era, em 2001, de 27,72%, inferior ao verificado no Oeste (32,28%) e no país (37,95%), o que confirma a debilidade do sistema habilitacional da população do Concelho. Em 2001 ainda existe no Concelho 11,7% de população analfabeta, valor semelhante ao verificado no Oeste (11,06%) mas superior ao nacional (9,03%). Em termos relativos, as freguesias de Ribamar e da Lourinhã são as que apresentam melhores desempenhos (8,79% e 8,77%). De referir que as taxas mais elevadas de analfabetismo se verificam nas freguesias do interior: 17,57% em São Bartolomeu, 17,34% em Reguengo Grande e 16,43% na Moita dos Ferreiros. No entanto, a percentagem de crianças inscritas na educação pré-escolar sobre a População residente com idade entre 3 a 5 anos era, em 2001, bastante favorável ao Concelho quando comparada com o Oeste e o país: 90,6% para 85,7% e 79,85 respectivamente. Em 2009 existiam no Concelho da Lourinhã 510 crianças inscritas neste ensino o que, segundo dados do Município, já traduz uma taxa de cobertura de 100%. A percentagem de alunos retidos no mesmo ano de escolaridade no ensino básico regular era, em 2007/2008, superior à média nacional e sub-regional (8,8 para 7,9 e 8,2, respectivamente), apesar de ter descido face ao ano lectivo anterior (11,8%), esforço idêntico ao sub-regional e ao nacional. De salient ar que enquanto no ano QUADRO 8 Taxa de Analfabetismo 2004/2005 o Concelho registava a menor taxa de retenção e desistência, comparando com o Oeste ou com o país, três anos lectivos volvidos a situação inverte-se e passa para último lugar, apesar de registar uma ligeira melhoria entre 2004/2005 e 2007/2008. LOCAL DE RESIDÊNCIA PORTUGAL OESTE CONCELHO Lourinhã Miragaia Moita dos Ferreiros Moledo Reguengo Grande Santa Bárbara S. Bartolomeu dos Galegos Vimeiro Marteleira Ribamar Atalaia 1991 % 11,01 14,44 15,31 12,07 17,16 19,83 17,34 21,33 17,39 24,27 9,99 14,52 12,28 17,36 2001 % 9,03 11,06 11,72 8,77 14,32 16,43 12,85 17,34 12,85 17,57 10,3 11,41 8,79 14,86 FONTE: INE, Censos, Séries Históricas 1991, 2001 PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Educação e Qualificação dos Recursos Humanos V.III Esta situação evidencia a necessidade de estimular a participação neste nível de formação, até porque ela pode constituir uma importante ajuda para elevar o perfil profissional dos empregados e do emprego na Lourinhã. 39 41 A proporção de população residente com ensino superior completo é quase metade da que se verifica a nível nacional (4,50% para 8,57%), embora se registe uma evolução muito positiva no período inter-censitário (de 1,16% para 4,5%). A freguesia que concentra maior percentagem de licenciados é a Lourinhã (7,4%), acompanhando a tendência já verificada ao nível da população empregada por profissão. Moledo apresenta uma taxa que se destaca pela negativa (1,52%), tendo aumentado etre 1991 e 2001 apenas 0,36%. No Concelho da Lourinhã não existe uma Escola de formação profissional (a Escola Agrícola Rio Grande, que oferecia cursos de formação profissional de II e III nível, equivalentes respectivamente aos 9º ano e 12º ano do ensino regular, fechou). Existem, 86 alunos a frequentar a ESCO (Escola de Serviços e Comércio do Oeste), em Torres Vedras, cujos cursos dão equivalência ao 12º ano (3º ciclo). Frequentam ainda o CENFIM (Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica) de Torres Vedras 23 formandos. Existe também a Seminfor (Escola Profissional de Penafirme, a 15 km de Torres Vedras), cujos cursos profissionais também dão equivalência ao 12º ano. Face à inexistência de oferta de ensino profissional na Lourinhã, pode ser explorada a possibilidade de articulação com a ESCO e o CENFIM. Quanto à taxa de par ticipação dos lourinhanenses em cursos profissionais no ensino secundário regular, é patente uma situação bastante desfavorável do Concelho quando comparado com o panorama do Oeste e do país: 12,3% para 20,6% e 20,1%, respectivamente. Localização Geográfica QUADRO 9 Taxa de retenção e desistência no ensino básico regular (%) por localização geográfica. Anual Portugal Oeste Concelho 2007/8 2006/7 2005/6 2005/4 % % % % 7,9 10,1 10,7 11,8 8,2 9,8 9,3 10,6 8,8 1,8 5,2 9 FONTE: Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO 40 41 Cultura Desporto e Coesão Social V.IV Em cada 1 000 habitantes em idade activa, 26 beneficiam do RSI. Se acrescentarmos o aumento do número de pensionistas e o valor médio das pensões, revela-se uma situação menos grave do que a verificada no país, mas ainda assim de molde a exigir alguma atenção, até porque alguns dos actores locais entrevistados referiram a crescente emergência de situações de pobreza disfarçada, que já não afectam apenas os grupos socialmente mais desfavorecidos. A s despesas da Lourinhã em actividades culturais e de desporto foram em 2008 de 30,5€ por habitante, valor menos de metade da média do Oeste (72,9€) e de Portugal (81,3€). Apenas o Concelho do Cadaval gasta menos (6,1€), destacando-se Óbidos que investe 245€ por habitante em gastos na cultura e desporto. acompanhar a média do crescimento do investimento regional (33,4%) - que está substancialmente acima do nacional (11,3%) muito por influência de Óbidos - mantém-se francamente acima de concelhos como Cadaval, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras, que apresentam um diferencial negativo. À excepção de 2003, ano em que se registou um pico nos gastos com a cultura e o desporto, constata-se um decréscimo tendente de investimento financeiro nestes sectores. A Lourinhã mantém, no entanto, um diferencial positivo no investimento cultural e desportivo entre 2002 e 2008. Apesar de não A Coesão social, quando medida pelo peso dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI), evidencia dados que merecem reflexão, porquanto entre 2007 e 2008 o Concelho da Lourinhã viu o seu número aumentar em cerca de 13%, valor semelhante ao nacional, enquanto no Oeste praticamente não se verificou alteração. Localização de Residência QUADRO 10 Beneficiários do Rendimento Social de Inserção por 1000 habitantes em idade activa Portugal Oeste Concelho 2008 % 46,51 20,03 25,86 2007 % 41,13 19,38 22,94 FONTE: INE Instituto de Informática I.P., 2007 -2008 PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO SWOT (T) V.V Forças (S) Fraquezas (W) Simpatia e hospitalidade dos lourinhanenses; Crescimento e qualidade do parque escolar e da oferta do pré-escolar; Pluriactividade da população agrícola nas zonas com mais diversificação do emprego; Dinâmica populacional 41 Carência de mão-de-obra qualificada – insuficiência de qualificações e habilitações do capital humano; Envelhecimento e baixa densidade populacional nas zonas rurais, com consequente abandono de partes significativas do território; Reduzidos níveis de habilitação escolar da população empregada; Insuficiências na oferta e na procura do ensino profissional; Taxa de actividade baixa relativamente ao Oeste e à maioria dos Concelhos vizinhos. Inexistência de oferta hoteleira qualificada. Oportunidades (O) Ameaças (T) A proximidade em relação a Lisboa e a qualidade de vida conferem à Lourinhã uma atractividade residencial, sobretudo para quadros superiores, profissionais liberais e artistas; Criação de um centro de investigação científica na área da paleontologia com património e massa crítica suficiente para se implantar e ser reconhecido nacional e internacionalmente; Escola profissional de Torres Vedras; CENFIM; Instalação de um pólo de ensino universitário; Bom Índice de renovação da população em idade activa. Envelhecimento da população e baixo nível de qualificações podem constituir um entrave ao desenvolvimento de actividades económicas mais inovadoras e modernas, mais exigentes na qualificação dos recursos humanos; Abandono progressivo dos espaços rurais e da exploração agrícola; Despovoamento dos territórios rurais menos produtivos. Desinteresse das novas gerações na exploração agrícola. Mobilidade demográfica a provocar instabilidade social, devido a falta de enquadramento local. Tendências (T) A aposta na educação (infra-estruturas) como factor potenciador, no longo prazo, do aumento da qualificação de quadros médios e superiores; Aposta progressiva em centros de formação na área do turismo, saúde, ambiente e a focalização dessas apostas para satisfazer as necessidades de formação e qualificação do Concelho; Envelhecimento da população e dificuldade de renovação de gerações; Saldo migratório favorável. PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO QUALIDADE DE VIDA - CAPÍTULO VI Introdução VI.I Posicionamento e Tendências da Lourinhã VI.II Balanço de Potencialidades e Debilidades VI.III 42 41 PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO QUALIDADE DE VIDA VI A Qualidade de Vida, ao contribuir para o bem-estar dos residentes e para a atracção de pessoas qualificadas e de empresas inovadoras é, hoje em dia, uma condição decisiva para o desenvolvimento das cidades, concelhos e regiões. 43 41 A Lourinhã dispõe dos factores primários de Qualidade de vida: espaço rural, paisagens, património, orla costeira e produtos agrícolas. Mas faltam-lhe os factores valorativos: educação e formação profissional, infraestruturas e animação cultural e desportiva, rede de banda larga, ordenamento do território e serviços qualificados. A estratégia territorial para ter êxito, passa necessariamente, pela salvaguarda dos factores primários da Qualidade de vida e pelo progressivo reforço e aquisição dos factores valorativos.menos tradicionais. PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Introdução VI.I D esde o final dos anos 70 que a Qualidade de Vida (QV) tem vindo a ganhar uma crescente importância junto dos cidadãos e dos principais agentes económicos, face às vantagens que apresenta tanto para as pessoas, como para a sociedade no seu todo. 44 41 As cidades e as regiões que se mostram capazes de atrair recursos humanos qualificados estão a contribuir para o florescimento das economias locais e para o progresso dos respectivos territórios. A QV pode, efectivamente, funcionar como uma estratégia de atracção de pessoas e, consequentemente, de investimentos empresariais públicos e privados. A QV nos Municípios promove o aumento da satisfação e da participação dos munícipes no trabalho e na comunidade, cujo consequente bem-estar conduz a menos problemas de saúde e a maiores níveis de produtividade, cooperação, lealdade e cidadania. De acordo com a Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Trabalho e de Vida (FEMCTV), a QV está relacionada com a possibilidade das pessoas alcançarem os seus objectivos e escolherem o seu estilo de vida. Nos seus vários domínios, a cidade e a região de residência determinam fortemente, as escolhas e o comportamento das pessoas. A Qualidade de Vida está, assim, muito dependente dos municípios, das suas estratégias, das suas condições ambientais, das infra-estruturas que disponibilizam e das oportunidades que criam para que as pessoas se possam estabelecer, trabalhar e organizar a sua vida pessoal e familiar. A aposta dos Municípios na melhoria da Qualidade de Vida aumenta a satisfação dos munícipes e reforça a atracção de novos residentes, mais exigentes, mas também mais disponíveis para dar a sua contribuição para o desenvolvimento do Concelho. A atracção de novos investimentos empresariais fica, assim, facilitada, proporcionando a melhoria da economia e a competitividade municipais PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Introdução VI.I N 45 41 a actual era do conhecimento dominada pela mudança, a competitividade dos concelhos e das regiões assenta cada vez mais no know how técnico, na competência e na capacidade de inovação. Para se desenvolverem territórios mais competitivos, os diversos actores sociais e económicos têm que ser capazes de inovar, combinar recursos e gerar novas abordagens, fontes de trabalho e de riqueza. No entanto, para serem “inovadoras”, os territórios devem ser capazes de atrair as pessoas capazes de inovar. vida, movendo-se para locais que, em virtude das suas características, lhes proporcionam esse estilo de vida. Richard Florida, um conceituado economista e geógrafo americano, através da realização de entrevistas e focus group, demonstrou que as pessoas criativas não procuram apenas uma recompensa salarial mais vantajosa. Buscam, sobretudo, um determinado estilo de Neste âmbito, e de acordo com os estudos da FEMCTV nos países Europeus, ponderam-se os seguintes nove domínios da Qualidade de Vida (Ver Diagnóstico Descritivo – Cap. V): Turismo Cultura Lazer Ensino e Formação Economia e Emprego Diversidade e Tolerância Saúde Qualidade de Vida Segurança Acessibilidade e Transporte Urbanismo e Habitação Ambiente PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Posicionamento e Tendências da Lourinhã VI.II N 46 41 o Diagrama seguinte ilustra-se a posição da Lourinhã relativamente a cada um dos items da Qualidade de Vida. Assinale-se o bom posicionamento do Concelho no que se refere à mobilidade e segurança, factores importantes de QV. Por outro lado, confirma-se o Lazer como domínio no qual a Lourinhã apresenta inegáveis virtualidades. Ao invés, sectores decisivos da QV e do desenvolvimento, como a qualificação dos Recursos Humanos, os serviços de saúde, o investimento no ambiente e a animação cultural apresentam, ainda, grandes debilidades. Tendência a degradar-se. FRACO FORTE Ordenamento Excelentes condições naturais Deficit e Equipamentos e Infraestuturais Habitação Planeamento e Gestão Urbanística Turismo Lazer Equipamentos e Programaçãoo Cultural/Turismo/ Lazer Segurança Pessoal Médico e Enfermagem Equipamentos de Saúde Equipamentos Educativos Qualif. dos Recursos Humanos Desemprego Empregabilidade Rendimentos/Poder de Compra Investimento Ambiente Taxa de Coberturao Água / Esgotos Mobilidade GRÁFICO 1 Evolução do Desemprego entre 2007 e 2009 Segurança Rodoviária FONTE: INE, Recenseamento Populacional, 2001 PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Balanço de Potencialidades e DebilidadesVI.III D 47 41 ada a análise efectuada aos diversos indicadores de Qualidade de Vida para o Concelho da Lourinhã, análise em perspectiva comparativa com os demais Concelhos da sub-região Oeste e com as respectivas médias regionais e nacionais, tendo em conta o Modelo de Qualidade de Vida utilizado pelo INTEC - Instituto de Tecnologia Comportamental nos seus rankings anuais de qualidade de vida, sintetizaram-se de seguida alguns pontos fortes e fracos da Lourinhã, neste domínio. Pontos Fortes Pontos Fracos A eficiência no tempo de deslocação de casa para o trabalho, factor fundamental para atrair novos habitantes com elevadas qualificações que valorizam o tempo como recurso fundamental; O saldo positivo na taxa de crescimento migratório, mostrando atractividade do território para novos nichos populacionais; Taxas de criminalidade baixas, evidenciando níveis de segurança dos cidadãos acima da média sub-regional e nacional; Taxa de desemprego ligeiramente inferior à média regional e nacional, factor favorável para uma estratégia de atracção; Um rendimento médio mensal superior à média sub-regional e nacional nas actividades do sector primário, embora o rendimento mensal global seja inferior à média do Oeste e nacional; Parque habitacional pouco denso e de baixa altura, mostrando qualidade e reduzidos níveis de stress psicossocial associados à habitação, através de um controlo efectivo da construção em altura. O baixo rendimento médio mensal dos trabalhadores dos sectores secundários e terciário; Uma taxa de abstenção e desistência do ensino obrigatório básico relativamente elevada, mostrando que a aposta, também a este nível, na educação deve ser reforçada e tornada prioridade; Recursos de saúde – médicos e farmacêuticos – em quantidade bastante inferior à média sub-regional e nacional; Redução continuada, ao longo da última década, do investimento financeiro municipal directo na cultura e desporto – embora também apoiado indirectamente por via das Associações - , enfraquecendo as potencialidades turísticas do Concelho, o qual se confronta neste domínio com uma forte concorrência do Concelho vizinho de Óbidos. PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO 48 GOVERNABILIDADE - CAPÍTULO VII Enquadramento Situação Financeira e Orçamental Recursos Humanos Cooperação Municipal e Capacidade Associativa Análise SWOT (T) Análise SWOT (T) Global VII.I VII.II VII.III VII.IV VII.V VII.VI PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO 49 Enquadramento VII.I rganismos autónomos e independentes, as autarquias locais são pessoas colectivas territoriais dotadas de órgãos representativos, que visam a prossecução de interesses próprios das respectivas populações. O Excesso de procedimentos administrativos, papeis e reuniões de fraca eficácia; Lentidão na resolução dos processos, que tendem a arrastar-se por anos; Opacidade de processos e arbítrio nas decisões. A actuação dos Municípios está, contudo, condicionada, quer sob o ponto de vista orçamental e financeiro, quer mesmo no que respeita à articulação de competências com a Administração Central, com as restantes autarquias locais (Freguesias) que operam no mesmo território, já para não falar de outras instituições, designadamente de solidariedade social. Ora, o Município da Lourinhã não foge a este mal endémico que assola o país em geral, quer em consequência da ineficiência e complexidade do funcionamento do aparelho do Estado, quer pelas próprias fragilidades da estrutura orgânica municipal. Como consequência de uma estrutura administrativa do país obsoleta, verifica-se frequentemente a existência de uma teia de atribuições cruzadas ou mal definidas – mesmo sobrepostas e frequentemente desarticuladas – que gera vícios perversos para o desenvolvimento que se almeja. De facto, é frequente o seguinte cenário: Para além das competências por lei atribuídas ao Governador Civil do Distrito de Lisboa – outro órgão a intervir no mesmo território – a Administração Central está representada no Concelho da Lourinhã nos sectores da Justiça, Finanças, Saúde, Segurança Social e Educação. Existe ainda uma Casa do Povo (pessoa colectiva de utilidade pública) municipais PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Orgânica Municipal VII.I O Regulamento Orgânico da Câmara Municipal da Lourinhã data de 2002 (publicado em DR em 11 de Janeiro), tendo sido objecto de apenas uma alteração em 10 de Novembro de 2004, com as seguintes modificações: competência para instalar, desinstalar e proceder à substituição de contadores de água transitou da Divisão de Obras Municipais para a Divisão Administrativa; criado o sector de armazém e economato. Presidente de Câmara 50 Sector de Fiscalização Interna Gabinete de Auditoria Interna Gabinete de Apoio ao Presidente Gabinete de Apoio à Assembleia Municipal Gabinete de Protecção Civil Gabinete de Fundos Estruturais e Actividades Económicas Divisão Administrativa Divisão de Gestão Financeira Divisão Juridica de Recursos Humanos Divisão Sócio-Cultural Divisão de Ordenamento do Território e Urbanismo Divisão de Serviços Urbanos e Ambiente Divisão de Obras Municipais Parque de Máquinas Viaturas e Oficinas Auto PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO 51 Orgânica Municipal VII.I Dado que as estruturas orgânicas devem assumir, cada vez mais, uma natureza dinâmica e flexível, adaptando-se aos objectivos estratégicos e operacionais, a orgânica da CML carece de ser objecto de uma reflexão à luz dos desígnios resultantes do PEL e de outros instrumentos de governação territorial. Independentemente das designações que adoptar, recomenda-se a libertação dos eleitos para a sua verdadeira função política, transferindo para níveis hierárquicos técnicos as tarefas de coordenação administrativa e mais rotineiras. D a análise à orgânica da Câmara da Lourinhã verificamos tratar-se de uma estrutura simples, com 5 Gabinetes e 7 Divisões, todos directamente dependentes dos membros do Executivo Municipal. Destaca-se a ausência de uma unidade orgânica de coordenação superior à Divisão, o que significa que os eleitos (Presidente e Vereadores com competências delegadas) coordenam directamente várias unidades orgânicas, com o risco de se dispersarem em actividades de natureza técnica e de rotina. As áreas de suporte administrativo, mais direct ament e vocacionadas par a o funcionamento interno (divisão administrativa, de gestão financeira, jurídica de recursos humanos) têm um peso relativamente idêntico às que se destinam a actividades viradas para o exterior. A função planeamento não se encontra autonomizada. Das entrevistas com os actores locais, destaca-se uma perspectiva crítica ao funcionamento da estrutura municipal, com particular destaque para as questões relacionadas com o licenciamento e fiscalização. Queixas como a morosidade na tomada de decisões, a ausência de critérios explícitos ou a inexistência de fiscalização – proactiva e reactiva – constituem o discurso maioritário, a par do reconhecimento de que a situação tem vindo a evoluir positivamente, mas a um ritmo excessivamente lento. PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Situação Financeira e Orçamental VII.II O plano de saneamento financeiro evidencia, a partir da análise das Demonstrações Financeiras, que o Município da Lourinhã, embora se debatesse com um problema de índole financeira – resultado de investimentos efectuados sem recurso a empréstimos de M/L prazo e do aumento da transferência de competências para a autarquia – tem viabilidade económica. 41 52 O Município da Lourinhã celebrou um contrato de saneamento financeiro em 2008, em virtude de apresentar um desequilíbrio conjuntural de tesouraria apenas resolúvel com o recurso a uma operação desta natureza. Esse desequilíbrio resultou, principalmente, dos elevados investimentos realizados no passado recente, face à fraca capacidade financeira e, ainda, à baixa execução do orçamento de receita de capital do município. O empréstimo de médio/longo prazo para o saneamento financeiro da Lourinhã tem um horizonte de 12 anos e prevê que os limites de endividamento sejam atingidos em 2012 para o endividamento Liquido e em 2013 para o endividamento M/LP. QUADRO 11 Evolução da Cobrança da Receita Variação Variação Variação 2004 2005 2006 2007 2008 CORRENTES 10.618.580 10.746.840 1,20% 11.825.682 10% 13.207.182 11,70%% 14.179.543 CAPITAL 8.202.945 3.668.245 -55,30% 3.401.133 -7,30% 4.703.858 38,30% 6.642.222 TOTAL 18.821.525 14.415.085 -23,40% 15.226.815 -5,60% 17.911.040 17,60% 20.821.765 Variação 2009 7,40% 14.804.778 41,20% 14.033.858 16,30% 28.838.636 Variação 4,22% 52,67% 27,80% FONTE: Câmara Municipal da Lourinhã PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Orçamento da Receita VII.II E 41 53 ntre 2004 e 2009 verificou-se um aumento global de receita de 53,2%, resultado do crescimento da receita corrente em 39,4% e, particularmente, do aumento da receita de capital de 71%. O aumento desta é particularmente evidente em 2009, devido à contratação do empréstimo de saneamento financeiro. Contudo, nos últimos dois exercícios anteriores (2007 e 2008) existiu uma recuperação particularmente significativa desta receita, que atinge um crescimento de 41,2% entre 2007 e 2008, o que se deve à venda de terrenos e parte das infra-estruturas às Águas do Oeste. Em 2009, a Receita do Município da Lourinhã foi constituída em 36,3% por receitas próprias (em 2008 tinha sido de 53,8%) e 63,7% por Outras Receitas. Nas receitas próprias o grupo mais significativo é o dos impostos directos (Imposto municipal sobre imóveis, Imposto municipal sobre veículos, Imposto municipal sobre transmissões onerosas imóveis, Derrama e Impostos abolidos), com 43%, seguido da Venda de Bens e Serviços, com 32,75%. No exercício económico de 2009, a receita cobrada relativamente ao total da receita prevista corresponde a uma taxa de execução de 78,69%, da qual 51,34% de receitas correntes e 48,66% de receitas de capital. origem ao aumento sucessivo do valor do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) e IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas) que se reflecte no valor de Impostos e Taxas. De acordo com um estudo elaborado pela CCDRLVT - “Câmaras Municipais da Região de Lisboa e Vale do Tejo; Análise Financeira – Execução Orçamental 2006 e 2007” – em 2007 a percentagem de receita corrente sobre o total da receita arrecada foi no Concelho da Lourinhã idêntica à verificada no Oeste (74%) e inferior à registada na Região de Lisboa e vale do Tejo (78%). No entanto, o peso da receita com imobiliário (IMI+IMT+CA+Siza+Loteamentos e Obras) sobre a receita total é inferior à percentagem verificada no Oeste e na RLVT: 27%, 33% e 41% respectivamente. Note-se que para 2010, a Assembleia Municipal da Lourinhã fixou critérios para a taxa do IMI praticamente nos limites máximos: 0,7% para prédios urbanos (o intervalo fixado por lei é 0,4% a 0,7%) e 0,36% para prédios urbanos avaliados nos termos do CIMI (o intervalo fixado por lei é 0,2% a 0,4%). Decidiu ainda que a taxa aplicada aos prédios urbanos arrendados em todo o Concelho é reduzida em 10%, para dinamizar o mercado de arrendamento, medida justificada pelo número de fogos devolutos. Verifica-se uma tendência de decréscimo nos últimos 3 anos das receitas próprias do Município Nos últimos anos tem-se verificado um aumento dos registos e uma correcta avaliação dos imóveis, bem como uma maior procura e aquisição de terrenos sendo o pagamento dos respectivos impostos efectuado pelos valores reais. Este facto deu PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Orçamento da Despesa VII.II A s despesas correntes constituem mais de metade (61,89%) das despesas totais do Município. Das despesas correntes pagas em 2009, a rubrica com mais peso foi a aquisição de bens e serviços (48,27%), seguida das despesas com pessoal (34,68%). A explicação para o volume da rubrica de bens e serviços está relacionada com o sector da Educação (actividades de enriquecimento curricular, alimentação do pré-escolar e programa de generalização de refeições e aluguer de contentores), bem como com a regularização de um conjunto de dívidas (por exemplo, relativo aos resíduos) por força da aplicação do contrato de saneamento financeiro. Relativamente às despesas de capital, verifica-se que os Investimentos constituíram a maior percentagem (72,29%), seguidos dos Passivos Financeiros (12,96%). 32,75%. QUADRO 12 Estrutura das Despesas Correntes % Valor PESSOAL 6.304.909,11 34,68% AQUISIÇÂO DE BENS E SERVIÇOS 3.668.245 48,27% JUROS E OUTROS ENCARGOS 5,55% 14.415.085 TRANSFERÊNCIAS CORRENTES 10.746.840 9,07% SUBSÍDIOS 3.668.245 0,76% OUTRAS DESPESAS CORRENTES 14.415.085 1,67% TOTAL 18.178.143,17 100% 41 54 Gráfico 2 Evolução da Despesa em Milhões de € 70 FONTE: Câmara Municipal da Lourinhã 60 Total 50 40 30 Capital 20 Correntes 10 0 2004 2005 2006 2007 2008 2009 QUADRO 13 Estrutura de Despesas Capital Valor LOCAÇÃO FINANCEIRA INVESTIMENTOS TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL ACTIVOS FINANCEIROS PASSIVOS FINANCEIROS OUTRAS DESPESAS DE CAPITAL TOTAL % 304.780,72 2,72% 8.091.002,43 72,29% 1.212.912,85 10,84% 0 0,00% 1.451.177,22 12,96% 133.225,94 1,19% 11.193.099,17 100% FONTE: Câmara Municipal da Lourinhã PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Plano Plurianual de Investimentos D 41 55 a análise da evolução das despesas constata-se que de 2004 a 2009 houve um aumento significativo de despesas correntes (108,4%), muito influenciado pelo período 2008-2009, no qual as despesas com pessoal passaram de 4.528.063,09 para 6.304.909,11 Euros e as Aquisições de bens e Ser viços de 4.880.898,19 para 8.773.967 Euros, explicado maioritariamente pelas despesas no sector da Educação, designadamente o custo com o pessoal não docente das escolas transferido para as autarquias. Importa equacionar se esta situação é conjuntural ou se, pelo contrário, representa compromissos para o futuro, caso em que poderá colocar em risco o processo de racionalização financeira assumida no plano de saneamento. Ainda que o sector da Educação constitua uma opção estratégica do Município – reconhecida e apoiada pelos actores locais – importa reflectir sobre a sustentabilidade de manutenção dos níveis de compromissos voluntariamente estabelecidos, para os quais não parece existir real capacidade financeira municipal, designadamente em matéria de despesas correntes. Em regra, os níveis de execução do PPI têm sido baixos, verificando-se, contudo, uma evolução positiva nos últimos três anos (vai de 37,8% em 2007 para 53,6% em 2008 e para 63,65% em 2009). PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO 41 56 Evolução do Passivo Renegociação com a Administração Central, racionalização da gestão, selectividade nos investimentos, poderão constituir pistas para a atenuação desta situação. Em suma: o Município da Lourinhã apresenta uma situação financeira que, apesar de frágil em virtude de investimentos efectuados no passado sem cobertura adequada, pode não constituir um óbice à estratégia de desenvolvimento do território, se optar selectivamente pelos investimentos nos projectos estratégicos e iniciar um processo de contenção ou, preferencialmente, redução da despesa corrente. R elativamente à evolução do passivo há a destacar o facto da dívida a terceiros de médio e longo prazo ter aumentado significativamente entre 2008 e 2009 (de 8.796ME para 20.273ME) justificado pela contratação do empréstimo de saneamento financeiro no montante de 11.500ME, o que também explica a quebra para menos de metade das dividas a terceiros de curto prazo. A divida a fornecedores é, em 2009, de 4 . 4 24 . 8 9 4 , 6 E u r o s , d a q u a l 6 9 % corresponde a imobilizado. O endividamento líquido apresenta um excesso, face à capacidade legal, de 3.043.709,97 Euros, valor superior ao que tinha sido previsto no plano de saneamento financeiro (1.834.742,09), situação a merecer atenção por parte da autarquia, para evitar derrapagens futuras. O serviço da dívida tem vindo a aumentar gradualmente, situação que deverá estabilizar com o contrato de saneamento financeiro. PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Recursos Humanos VII.III O Município da Lourinhã tinha, em 2008, 289 trabalhadores, dos quais apenas 37,7% são Mulheres, devido ao sector Auxiliar e Operário em que o sexo masculino é claramente predominante. 41 57 A Divisão de Serviços Urbanos concentra a maioria dos trabalhadores municipais (22%), logo seguida da Divisão de Obras Municipais (21%) e da Divisão Socio-Cultural (21%). A Divisão de Ordenamento do Território e Urbanismo apenas representa 7% do efectivo municipal. QUADRO 14 Distribuição por Grupos Profissionais Existe um trabalhador municipal por cada 80 habitantes, valor enquadrado na média dos Municípios do Oeste (intervalo de 65 a 89).Venda de Bens e ServiçosEm termos de grupos profissionais, o maior peso está no pessoal Auxiliar (35,2%) e Operário (22,1%), seguidos do Administrativo (14,9%), também de acordo com o perfil da sub-região. 53,3% dos trabalhadores municipais da Lourinhã têm habilitações inferiores ao 9º ano de escolaridade, dos quais 36% apenas detém a 4ª classe, 17% o 6º ano e 8,7% o 9º AUXILIAR OPERÁRIO ADMINISTRATIVO TÉCNICO SUPERIOR TÉCNICO PROFISSIONAL OUTROS Concelho (%) Oeste (%) 35,3 22,1 39 18 14,9 13,1 4,2 10,4 12 12 6 113 FONTE: Câmara Municipal da Lourinhã ano. Com o 12º ano apenas existem 13,1% de trabalhadores e apenas 6,9% são bacharéis e/ou licenciados. Apesar de apresentar uma taxa ligeiramente superior à do Oeste em termos de pessoal técnico superior, a estrutura habilitacional dos trabalhadores da CML evidencia um fraco nível de qualificação. O índice de formação superior nos Municípios portugueses é de 22%, sendo na Lourinhã de 17,6%. No que respeita aos grupos etários, o Município da Lourinhã tem uma população trabalhadora envelhecida: apenas 20,8% têm menos de 35 anos (na média dos Municípios nacionais a percentagem sobe para 26%), 17% situa-se no grupo 45-49 anos (18% na média municipal geral) e 22,5% tem mais de 55 anos (14% na média municipal geral)., com 32,75%. PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO Cooperação Municipal e Capacidade Associativa VII.IV Registe-se que é unânime o reconhecimento da boa relação entre a Câmara Municipal e as Juntas de Freguesia, bem como destas entre si, cuja capacidade de cooperação é bem patente na existência da Associação de Freguesias do Concelho da Lourinhã (AFCL). 41 58 Em suma: existe massa critica suficiente para, num quadro de adequados estímulos e mobilização, serem criadas as condições para um projecto de desenvolvimento participado e partilhado pelos diferentes actores, em parceria com o próprio Município, tendo em vista o desenvolvimento do Concelho, o que constituem trunfos importantes para vencer as inércias instaladas. O Município da Lourinhã tem seguido uma política de delegação de competências para as Juntas de Freguesia, através de protocolos, transferindo nos últimos três anos 4 891 890€, com a seguinte repartição económica: despesas correntes - 45%; despesas de capital -º 55%. A proporção da distribuição das verbas pelas freguesias tem sido constante ao longo dos três últimos anos. No que diz respeito à capacidade associativa, existe massa crítica suficiente para, num quadro de adequada mobilização, serem criadas as condições para um projecto de desenvolvimento participado e partilhado pelos diferentes actores. A experiência associativa, seja através da Câmara com outras entidades, seja por via das empresas e dos cidadãos, representa uma mais-valia do Concelho que deve ser potenciada. Existem na Lourinhã associações de diversas índoles e com âmbitos geográficos de intervenção diferenciados. Umas abrangem todo o Concelho, outras focam-se apenas na sua localidade/freguesia, sobretudo no âmbito cívico e cultural. Das entrevistas aos actores locais destaca-se a ideia de que existe um bom relacionamento do Município com o tecido associativo, designadamente em termos de apoio logístico, estimulo à realização de projectos e acompanhamento da actividade desenvolvida. Detecta-se uma dicotomia ao nível da capacidade associativa tendo em conta a sua finalidade. Se por um lado existe um intensa capacidade de associação para efeitos lúdicos, recreativos e culturais, por outro, em virtude das características individualistas das populações subsiste, ainda, défice na associação para fins económicos. PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO SWOT (T) VII.V Forças (S) Relativo dinamismo da capacidade associativa instalada e boa articulação entre o Município e as Freguesias Fraquezas (W) Estrutura orgânica municipal a carecer de revisão Passivo financeiro com valor significativo Inexistência de oferta hoteleira qualificada. 59 Oportunidades (O) Contrato de saneamento financeiro Associação de Freguesias do Concelho da Lourinhã Ameaças (T) Inércia no funcionamento das Administrações Públicas (central e local) Compromissos excessivos na área da Educação, sem as adequadas contrapartidas financeiras por parte da Administração Central Tendências (T) Dificuldade para se conter nos limites legais de endividamento Aumento das despesas correntes Crescimento do serviço da dívida 60 PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO ANÁLISE SWOT (T) GLOBAL VII.VIII PLANO ESTRATÉGICO DA LOURINHÃ DIAGNÓSTICO ESTRATÈGICO SWOT (T) GLOBAL IV.V Forças (S) Fraquezas (W) Proximidade e acessibilidade à AML e respectivos mercados de consumo; Qualidade do espaço natural, paisagens, ruralidade e orla litoral; Património paleontológico e histórico; Aguardente d.o.c.; Comprovadas condições de produção, competitividade e rentabilidade das áreas do sector primário – horto-fruticultura, pescas, avicultura e aguardente; Atractividade para a 2ª residência e usos habitacionais mistos. 61 Debilidade da escolaridade e qualificação dos recursos humanos e do sistema de ensino profissional; Envelhecimento da população e desertificação em algumas zonas rurais; Forte pressão imobiliária sobre o litoral e dispersão da construção, provocando o desordenamento do território, “ferindo” as paisagens naturais características do Oeste (colinas) e, assim, pondo em perigo as melhores vantagens competitivas do Concelho; Débil equipamento hoteleiro e cultural; Constrangimentos à mobilidade intra-municipal, ao nível dos TP; Debilidade do sector secundário e terciário. Oportunidades (O) Ameaças (T) Inserção geográfica e qualidade territorial; Boas condições para o desenvolvimento de actividades de “nicho” – produções agrícolas/pesca/avicultura/aguardente, agricultura biológica; paleontologia; agro-turismo – que “chamam” apoio de investigação e quadros técnicos qualificados; A Lourinhã como Município de escolarização dos RH Desordenamento e desqualificação do território, especulação imobiliária e degradação do património e das paisagens; Excessivo despovoamento de algumas áreas rurais; Insuficiência de qualificação dos RH; Suburbanização metropolitana; Debilidade das estruturas e práticas de governação e governança. Tendências (T) Qualificação do parque escolar; Reforço da produção de qualidade, designadamente na agricultura biológica; Sociedade do lazer que potencia o aproveitamento dos recursos naturais, ambientais e geográficos da Lourinhã; Envelhecimento da população e desertificação rural.