complemento - Prof. Walfredo Ferreira
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AEDB CURSO DE ADMINISTRAÇÃO AULA 1 (complemento) – GESTÃO DE NEGÓCIOS INTERNACIONAIS 1 Prof. Walfredo Ferreira, mar. 2015 Esta nota de aula tem por finalidade complementar o conteúdo relativo à Aula 1 da disciplina Gestão de Negócios Internacionais da AEDB. * Teorias do Comércio Internacional - Mercantilismo ou Teoria Mercantilista: teoria que deu início às denominadas “teorias clássicas” do comércio internacional. Surgiu na Europa, por volta início do século XVI. Em suma, baseia-se no resultado da balança comercial de um país, afirmando que quanto mais positiva for a balança comercial, maior capacidade de desenvolvimento - de poder (político, econômico, militar,...) - ele terá. Dessa forma, preconiza as exportações acima das importações, pois essa será a fórmula para se garantir uma balança superavitária. Além disso, os seguidores iniciais do mercantilismo acreditavam na necessidade do acúmulo de metais preciosos (metalismo), sobretudo do ouro, e do protecionismo por parte estatal. Hoje essa corrente econômica de pensamento ainda subsiste, às vezes denominando-se “neomercantilista”. Para verificar sua influência em nosso cotidiano, basta prestar atenção em reportagens e em discursos governamentais que demonstram a preocupação com as exportações em detrimento das importações, isto é, na obtenção de um superávit comercial ou de uma balança comercial favorável. Contudo, essa teoria não pode ser levada ao extremo, sobretudo pelas transformações mundiais ao longo da História, com destaque para a globalização e suas consequências. Como exemplo, dentro de um país há empresas que também colaboram com o crescimento do PIB nacional praticando importações de máquinas, equipamentos e tecnologias que serão investidas para a ampliação da própria capacidade produtiva do país e, como consequência, no aumento de sua produtividade e na diminuição do preço 1 Esta Nota de Aula, assim como as anteriores (1, 2 e 3), representam apenas o resumo dos assuntos discutidos em sala de aula. Visam, entre outros objetivos, permitir aos alunos terem um roteiro para acompanharem as discussões e os tópicos estudados, segundo o programa da disciplina. Todavia, não supre, em hipótese alguma, as lições e observações feitas durante a aula. final do produto. Dessa forma, dentro de um ciclo, esses produtos ganhariam maior possibilidade de entrarem na pauta de exportação, com maior capacidade de concorrerem no mercado internacional. Cavusgil et. al. (2010) aponta outro problema advindo de uma leitura ortodoxa do mercantilismo: o fenômeno do “beggar thy neighbor” ou “empobreça teu vizinho”. O protecionismo excessivo de um país poderia levar seu país vizinho a essa situação, principalmente se já houver uma assimetria grande entre suas capacidades produtivas (indústria, especialização do capital humano, tecnologias,...). Disso poderiam surgir fenômenos nocivos ao próprio Estado mais rico: imigração ilegal, descaminho, contrabando, dentre outros ilícitos. - Teoria da Vantagem Absoluta: elaborada pelo economista escocês Adam Smith e publicada em 1776, esta teoria criticou bastante a visão mercantilista. Para Smith, o livre comércio entre os países é que seria o propulsor do desenvolvimento nacional. Quanto menos barreiras e tarifas comerciais, maior é a possibilidade de incremento no desenvolvimento de uma nação. Nesse aspecto, Adam Smith critica o mecanismo do protecionismo defendido pela Teoria Mercantilista. Além dessa crítica, Smith criou o princípio da vantagem absoluta. Em síntese, partindo da premissa de um livre comércio internacional, cada país deveria se especializar naquilo que produz com maior vantagem ou naquilo que utilizará menos recursos do que qualquer outro país. Isso permitiria ao país beneficiar-se com uma especialização setorial. Com os ganhos do seu setor mais especializado o país importaria outros em que ele não teria tanta capacidade de produzir ou que o custo seria bem maior do que o disponibilizado pelo mercado. Dessa forma, todos que participassem desse tipo de comércio ganhariam, seja na exportação, seja na importação, ocasionando o desenvolvimento. Indubitavelmente, esta teoria influenciou – e influencia – o mercado global. Foi a partir da visão de Adam Smith que David Ricardo, em 1817, desenvolveu o princípio da vantagem comparativa. Como vimos na aula anterior, por este princípio Ricardo buscou verificar vantagens de forma mais detalhada entre os países, indicando que o mais importante não seria o custo absoluto da produção em si, mas sim a razão dos custos de produção entre os países comerciantes.
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