FACULDADE INGÁ
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FACULDADE INGÁ
FACULDADE INGÁ - UNINGÁ ALESSANDRO RODOLFO BATISTELLA INFLUÊNCIA DE AGENTES DE IRRIGAÇÃO NA RESISTÊNCIA ADESIVA DE PINO DE FIBRA DE VIDRO: ESTUDO “IN VITRO” MARINGÁ 2011 FACULDADE INGÁ - UNINGÁ ALESSANDRO RODOLFO BATISTELLA INFLUÊNCIA DE AGENTES DE IRRIGAÇÃO NA RESISTÊNCIA ADESIVA DE PINO DE FIBRA DE VIDRO: ESTUDO “IN VITRO” Dissertação apresentada a Faculdade Ingá para a obtenção do Título de Mestre em Odontologia. Área de Concentração: Prótese Dentária. Orientador: Luciano Tavares Angelo Cintra MARINGÁ 2011 BATISTELLA, Alessandro Rodolfo B333i Influência de agentes de irrigação na resistência adesiva de pino de fibra de vidro: estudo “in vitro”. / Alessandro Rodolfo Batistella -- Maringá: UNINGÁ, 2011 41 f. ilust. Dissertação (Mestrado ) Departamento de Pós-Graduação em Odontologia Mestrado Profissionalizante em Odontologia, Subárea Prótese Dentária.UNINGÁ, 2011. Orientação: Prof. Dr. Luciano Tavares Ângelo Cintra 1. Pino de fibra. 2. Irrigação endodôntica. 3. Força de adesão. I. BATISTELLA, Alessandro Rodolfo.II. Influência de agentes de irrigação na resistência adesiva de pino de fibra de vidro: estudo “in vitro”. CDD 617.6342 ALESSANDRO RODOLFO BATISTELLA INFLUÊNCIA DE AGENTES DE IRRIGAÇÃO NA RESISTÊNCIA ADESIVA DE PINO DE FIBRA DE VIDRO: ESTUDO “IN VITRO” Dissertação apresentada, como exigência parcial à comissão examinadora da Faculdade Ingá para obtenção do título de Mestre em Odontologia. Área de concentração: Prótese Dentária. Aprovada em 28 / 01 / 2011 COMISSÃO EXAMINADORA ___________________________________ Prof. Dr. Edwin Fernando Ruiz Contreras Universidade Estadual de Londrina ___________________________________ Prof. Dr. Fabiano Carlos Marson Faculdade Ingá - Uningá ___________________________________ Prof Orientador Dr. Luciano Tavares A. Cintra Faculdade Ingá DEDICATÓRIA Dedico esta obra aos meus pais Hélio Ap. Batistella e Maria Hanelore Batistella que sempre me incentivaram a lutar pelos meus objetivos, nunca mediram esforços e sempre ofereceram as condições necessárias para conquistá-los. Não existe melhor forma para agradecer do que simplesmente dizer que „eu amo vocês‟. À minha esposa Thaís e meu filho amado Arthur. Não precisei ir tão longe pra descobrir que eu os amo.... Mas a distância aumentou a certeza de que não posso ser feliz longe de vocês! AGRADECIMENTOS Ao meu orientador, Prof. Dr. Luciano Tavares Ângelo Cintra, competente, solícito e cúmplice neste trabalho. Ao coordenador do Programa de Mestrado Profissional em Odontologia da Faculdade INGÁ, Prof. Dr. Fabiano Carlos Marson. Aos Professores do programa de Mestrado da Faculdade Ingá: Dr. Giovani de Oliveira Correa, Profª. Ms. Patrícia Progiante, Dr. Mário dos Anjos Neto Filho, Dr. Cleverson de Oliveira e Silva, Profª. Dra. Cleusa Maria Alves de Matos, Prof. Dra. Karina Maria Salvatore de Freitas À empresa 3M/ESPE que forneceu o cimento e viabilizou este experimento. À ANGELUS Indústria Ltda., pelos pinos de fibras cedidos, que viabilizaram este trabalho À empresa Biodinâmica, por ceder o laboratório para realização dos ensaios mecânicos do trabalho. Aos colegas do curso de Mestrado em Odontologia pela oportunidade de termos compartilhado este caminho juntos, somando diferenças e gerando amadurecimento Aos amigos Paulo Rodrigo Luchese, Carlos Alexandre Bertoncelo e José Norberto Garcia Nesello, pelos momentos inesquecíveis que passamos juntos. Ao Prof. Ms César Pereira que contribuiu na análise estatística de nosso trabalho. À minha amiga Cláudia Nishiyama, pela sua contribuição na parte prática do experimento. A todos que de alguma forma contribuíram com o desenvolvimento do trabalho. Eu acredito demais na sorte. E tenho constatado que, quanto mais duro eu trabalho, mais sorte eu tenho Thomas Jefferson BATISTELLA, Alessandro Rodolfo. Influência de agentes de irrigação na resistência adesiva de pino de fibra de vidro: estudo “in vitro”. 2011. 41f. Dissertação (Mestrado em Odontologia). Pós-Graduação em Odontologia. Faculdade Ingá. Maringá, 2011. Resumo Diferentes soluções químicas podem ser empregadas previamente à cimentação de pinos de fibra para promover a lavagem e a desinfecção. No entanto, sua influência sobre a dentina intra-radicular é um dos fatores que pode alterar a capacidade de adesão do agente cimentante. Desta forma, objetivou-se avaliar a influência da lavagem pré-cimentação na adesividade de pinos de fibra. Foram utilizados 44 prémolares inferiores humanos recém-extraídos e selecionados de acordo com os aspectos anatômicos. Os dentes tiveram suas coroas seccionadas de forma a obter porções radiculares de igual comprimento (14 mm). Em seguida foi realizado o preparo químico-mecânico dos canais radiculares e sua obturação com técnica endodôntica padronizada. Os canais foram preparados numa extensão de 10 mm empregando o Kit Exacto (pino e broca exacto #2 - Angelus®). Após preparo, variouse conforme o grupo experimental as soluções de: G1- soro fisiológico, G2Hipoclorito de sódio 2,5%, G3- clorexidina líquida 2% e G4- EDTA trissódico 17%. Na sequência os canais foram secos e os pinos cimentados com o cimento resinoso auto-adesivo RelyX Unicem (3M®), seguindo as orientações do fabricante. Após 24hs em ambiente saturado de umidade foram confeccionados os corpos de prova para dar início aos ensaios mecânicos por meio do teste de cisalhamento por extrusão (Push-out). Os dados obtidos foram tabulados e submetidos à análise estatística por meio da análise de variância e do teste de Tukey (p<0,05). Após análise estatística, foi possível concluir em nosso estudo que, nenhuma das substâncias químicas empregadas influenciou significativamente na adesividade do cimento auto-adesivo. Palavras-chave: Pino de fibra. Irrigação endodôntica. Força de adesão BATISTELLA, Alessandro Rodolfo. Effect of irrigation solutions on bond strength of glass fiber post. 2011. 41f. Dissertação (Mestrado em Odontologia). PósGraduação em Odontologia. Faculdade Ingá. Maringá, 2011. Abstract Chemical solutions can be employed prior to cementation of fiber posts in order to promote the cleaning and disinfection. However, its influence on the intra-radicular dentin is one factor that can alter the bond strength of the luting agent. The purpose of this study was to evaluate the effects of different endodontic post space irrigation on the bond strength of a fiber post . A total of 44 human lower premolars freshly extracted and stored in a solution of thymol 0.2% selected according to anatomical aspects had their crowns sectioned to obtain root portions of equal length (14mm). Then it was performed the chemo-mechanical preparation and filling with standardized endodontic technique. The post spaces were all prepared to a depth of 10mm with special preparation drills (exact drill and pin # 2 - Angelus ®). After post space preparation, the teeth were assigned to four groups of 22 teeth each and irrigated according to the experimental solutions of saline, 2.5% hypochlorite, 2%chlorhexidine solution and 17% trisodium EDTA. The canals were dried and the fiber posts were luted following the manufacturer‟s guidelines. The push-out bond strength was evaluated after 24 hours of storage. Data were submitted to analyses of Variance and Tukey's test (p <0.05). It could be concluded that there were no differences between the chemical solutions used on post space irrigation before the luting procedure. Key-words: Fiber posts. Endodontic irrigation. Bond strength. LISTA DE FIGURAS Figura 1A - Remoção da coroa e padronização da raiz em 14mm ....................................18 Figura 1B - Seqüência de instrumentos endodônticos utilizados para o preparo do batente apical..................................................................................................................................... 18 Figura 1C - Desobturação com broca de largo #2................................................................ 18 Figura 2A - Broca exacto #2 e pino exacto #2 do kit exacto (Angelus Soluções Odontológicas, Londrina, Brasil) ........................................................................................... 19 Figura 2B - Emprego da broca exacto #2 em 10mm de extensão........................................19 Figura 2C - Corte transversal do espécime com o conduto preparado e com a broca exacto #2 em posição ...................................................................................................................... 19 Figura 2D - Aspecto do corte tranversal demonstrando as proporções de preparo e obturação do canal.................................................................................................................19 Figura 3A - Emprego da solução química junto ao conduto radicular .................................. 20 Figura 3B - Lavagem / aspiração do conduto radicular .........................................................20 Figura 3C - Secagem do conduto radicular com cones de papel. .........................................20 Figura 4A - Limpeza da superfície do pino exacto #2 (Angelus Soluções Odontológicas, Londrina, Brasil) com uma gaze embebida em álcool etílico 70%.........................................21 Figura 4B - Aplicação da camada de agente de ligação silano (Angelus Soluções Odontológicas Londrina, Paraná Brasil)................................................................................ 21 Figura 4C - Cápsula contendo o cimento resinoso auto-adesivo RelyX® Unicem Aplicap (3M ESPE AG, Seefeld, Alemanha)...................................................................................... 21 Figura 5A - Ativador Aplicap (3M ESPE AG, Seefeld, Alemanha) .......................................21 Figura 5B - Procedimento de ativação do cimento contido na cápsula (3M ESPE AG, Seefeld, Alemanha)................................................................................................................21 Figura 6A - Ativação da cápsula e introdução da ponta injetora no conduto radicular......... 22 Figura 6B - Aplicação do cimento resinoso auto-adesivo RelyX® Unicem Aplicap (3M ESPE AG, Seefeld, Alemanha) no interior do conduto radicular .................................................... 22 Figura 6C - Assentamento do pino de fibra exacto #2 (Angelus Soluções Odontológicas, Londrina, Brasil) no conduto radicular................................................................................... 22 Figura 7 A - Corte das fatias cervicais perpendiculares ao longo eixo da raiz .................... 23 Figura 7B - Fatia de 1mm de espessura obtida por corte transversal do espécime em cortadeira Isomet (1000, Buehler Ltd., Lake Bluff, IL, USA) ................................................. 23 Figura 7C - Paquímetro digital (Zaas precision) utilizado para conferência da espessura da fatia. .......................................................................................................................................23 Figura 8A - Corpo de prova posicionado em plataforma metálica de aço inoxidável com uma perfuração de 2 mm de diâmetro em sua parte central ........................................................ 24 Figura 8B - Ponta do embolo posicionada tocando apenas o pino ...................................... 24 Figura 8C Fatia invertida mostrando o deslocamento do pino.............................................. 24 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Disposição dos diferentes grupos experimentais de acordo com a substância química empregada................................................................................. 19 Tabela 2 – Resultados da Análise de Variância entre os grupos ............................. 25 Tabela 3 – Estatística básica comparativa entre os grupos ................................... 25 LISTA DE ABREVIATURAS Mpa – Megapascal NaOCl – Hipoclorito de sódio EDTA – ácido etilenodiaminotetracético MEV – Microscopia eletrônica de varredura TEM - Microscopia eletrônica de transmissão p – nível de confiabilidade estatística pH – potencial hidrogêniônico SUMÁRIO 1INTRODUÇÃO.........................................................................................................12 2 PROPOSIÇÃO...................................................................................................... 15 3 MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................... 16 3.1 SELEÇÃO DOS DENTES.................................................................................. 16 3.2 SISTEMA DE ADESÃO INTRA-RADICULAR.................................................... 16 3.3 PREPARO DOS ESPÉCIMES............................................................................ 17 3.4 PREPARO MECÂNICO PARA PINO...................................................................18 3.5 LAVAGEM INTRA-RADICULAR E FORMAÇÃO DOS GRUPOS....................... 19 3.6 CIMENTAÇÃO DOS PINOS................................................................................ 20 3.7 PREPARO DOS CORPOS DE PROVA E ENSAIO MECÂNICO........................ 22 4 RESULTADOS...................................................................................................... 24 5 DISCUSSÃO.......................................................................................................... 26 6 CONCLUSÃO....................................................................................................... 34 REFERÊNCIAS............................................................................................………. 35 ANEXOS…………………………………………………………………………………… 41 1 INTRODUÇÃO A reabilitação da função e forma dos elementos dentais com grandes destruições coronárias é desafiadora. Dentes com grande destruição coronária, requer a realização do tratamento endodôntico com, muitas vezes, a necessidade de fixação no conduto radicular de núcleos metálicos fundidos ou pinos pré fabricados com a finalidade de se obter retenção para o material restaurador. Os pinos de fibra de vidro, são considerados como alternativas aos núcleos metálicos fundidos. Além de serem estéticos e terem baixo custo, biocompatibilidade, ausência de corrosão, facilidade e rapidez da técnica operatória, esses pinos oferecem maior resiliência e melhor distribuição de tensões, bem como menor probabilidade de fratura do remanescente dental. (FEUSER, 2006) Como são retidos passivamente dentro do canal radicular, os pinos de fibra de vidro, devem a sua resistência ao deslocamento principalmente ao agente de cimentação e ao sucesso do procedimento de cimentação à dentina intraradicular (GORACCI et al., 2007). A adesão ao canal radicular pode ser influenciada por fatores como falta de visão direta, dificuldade do controle da umidade (BOUILLAGUET, 2003; BITTER, 2006), medicações intra-canal (ERDEMIR, 2004a), solventes de gutta percha (ERDEMIR, 2004b), fator de configuração da cavidade “Fator C”, variações anatômicas do canal (BOUILLAGUET, 2003), contração de polimerização (GORACCI, 2004), entre outros. Durante o preparo do conduto radicular para receber pinos cria uma nova lama dentinária rica em remanescentes de cimento e gutta-percha plastificadas pelo calor e fricção das brocas de preparo (SERAFINO, 2004). A remoção da lama dentinária, a eliminação de bactérias e a manutenção da saúde radicular e periodontal são conseguidas por meios químicos, mecânicos, laser ou a combinação deles. Sabe-se que outro fator que influência na adesividade dos materiais restauradores são as soluções químicas auxiliares empregadas durante o preparo mecânico dos canais radiculares (SANTOS et al., 2006), entretanto, os resultados são ainda controversos. Alguns estudos apontam que o EDTA e o NaOCl podem aumentar a força de adesão (WACHLAROWICZ, 2007; GU et al., 2009; ERCAN et al., 2009; WU et al., 2009; FAWZI et al., 2010), assim como a clorexidina (ERDEMIR et al., 2004a; SILVA, 2005). Por outro lado, algumas pesquisas apontam efeitos negativos do NaOCl na força de adesão (PERDIGÃO et al., 2000; OSORIO, 2002; ARI et al., 2003; ERDEMIR et al., 2004A; SANTOS et al., 2006; GU et al., 2009; CUNHA, 2010), do EDTA (HAYASHI et al., 2005; DEMIRYUREK, 2009; MAZZITELLI et al., 2010), assim como a clorexidina (ERCAN et al., 2009; HIRAISHI et al., 2009). Há ainda trabalhos em que as soluções não alteram a força de adesão: EDTA/NaOCl (SILVA, 2005; RASIMICK et al., 2008; WU et al., 2009), NaOCl (ISHIZUKA et al., 2001; HAYASHI et al., 2005), e clorexidina (PERDIGÃO et al., 1994; SAY et al., 2004; WACHLAROWICZ, 2007; LOGUERCIO et al., 2009). As características histológicas da dentina da parede dos canais tratados endodônticamente, assim como as propriedades dos diferentes materiais disponíveis para adesão fazem da cimentação de pinos de fibra um procedimento adesivo único (GORACCI, 2004). Considera-se ainda que o tratamento da dentina radicular após o preparo do conduto é uma variável que pode interferir para o sucesso da cimentação adesiva de pinos intra-radiculares. Os cimentos resinosos auto-condicionantes e auto-adesivos têm sido propostos para cimentação de restaurações indiretas e devido ao manuseio simplificado parece atraente para o uso com os pinos de fibra de vidro, contudo dados ainda são escassos em relação à resistência destes materiais quando eles são usados para adesão à dentina intra-radicular (GORACCI et al., 2007). Somandose a isso, os resultados de outros trabalhos são bastante divergentes e a metodologia ideal a ser aplicada no testes de adesividade é motivo de discordância entre os pesquisadores. Como objeto do estudo optou-se pelo cimento RelyX® Unicem (3M ESPE-AG, Seefeld, Alemanha). Trata-se de um cimento resinoso auto-adesivo de presa dual, desenvolvido para cimentação adesiva, de sistemas cerâmicos, metal, restaurações indiretas de compósitos e pinos, sem a necessidade de um condicionamento prévio da estrutura dental. O cimento visa uma simplificação da técnica adesiva diminuindo as chances de fracasso. Sua propriedade adesiva é baseada na ação de monômeros ácidos que desmineralizam e infiltram o substrato dental, seguida de uma reação que promove uma adesão química com a hidroxiapatita do dente (MUNCK et al., 2004; IBARRA et al., 2007). Desta forma, este trabalho se justifica pela importância de conhecer o efeito das soluções irrigadoras avaliadas na adesão do cimento RelyX® Unicem à dentina radicular, para que os resultados clínicos sejam mais satisfatórios. A hipótese nula testada é de que a irrigação dos condutos com soluções químicas influência na força de adesão do cimento auto-adesivo na cimentação de pino de fibra. 2 PROPOSIÇÃO O objetivo deste estudo foi avaliar “in vitro” a influência de diferentes soluções químicas empregadas na lavagem intracanal, na resistência de união intra-radicular do pino de fibra Exacto #2 (Angelus Indústria de produtos Odontológicos Ltda., Londrina, PR, Brasil) cimentado com o cimento auto-adesivo RelyX® Unicem (3M ESPE AG, Seefeld, Alemanha), por meio do teste de push-out. 3 MATERIAL E MÉTODO 3.1 SELEÇÃO DOS DENTES Foram utilizados 44 pré-molares inferiores obtidos do banco de dentes da disciplina de Endodontia da Unidade de Ensino Superior Ingá Ltda., extraídos por razões ortodônticas ou periodontais, armazenados em solução de timol a 0,2%. Os procedimentos experimentais realizados foram previamente submetidos e aprovados pela Coordenadoria de Pesquisa e Pós-Graduação (n° 524/2- 2008), e pelo Comitê de Ética para Pesquisa em Humanos (CEP) da Faculdade Ingá sob registro (CAAE 0192.0.362.000-10) Os critérios de inclusão para a escolha dos dentes foram baseados nos aspectos anatômicos dos mesmos no intuito de se obter a padronização dos espécimes. Foram selecionados apenas dentes monorradiculares, com canal único e ápices completamente formados, ausência de cáries ou fraturas radiculares, sem tratamentos endodônticos prévio, pinos ou coroas. Foi também considerado o comprimento do elemento dentário, o seu diâmetro, a sua conicidade e a forma retilínea da raiz. 3.2 SISTEMA DE ADESÃO INTRA-RADICULAR O sistema de adesão intra-radicular empregado foi formado por: Pino de fibra de vidro Exacto (Kit Exacto #2 – Angelus Indústria de Produtos Odontológicos Ltda., Londrina, PR, Brasil) Cimento resinoso auto-adesivo RelyX® Unicem Aplicap (3M ESPE AG, Seefeld, Alemanha) lote n° 0909100187 354154. Composição do cimento: Pó: Vidro em pó silanizado, sílica silanizada, Hidróxido de cálcio, pirimidina substituída, persulfato, pigmentos, solvente e polímeros. Líquido: Fosfato dimetacrilato de glicerina, dimetacrilato, acetato monohidratado de cobre fenol substituído e canforoquinona. 3.3 PREPARO DOS ESPÉCIMES Todos os elementos tiveram a parte coronária seccionada horizontalmente próxima à junção cemento-esmalte (Fig. 1A) utilizando um disco diamantado dupla face (KG Sorensen – São Paulo- Brasil) de forma a obter porções radiculares de igual comprimento (14mm). Em seguida foi realizado o preparo químico-mecânico dos canais radiculares obedecendo à técnica endodôntica preconizada pela Disciplina de Endodontia do Curso de Odontologia da Unidade de Ensino Superior Ingá Ltda. (Fig. 1B). Os dentes foram instrumentados até a lima tipo K #40 (Maillefer Instruments, Ballaigues - Suíça), 1 mm aquém do ápice e, na seqüência, realizado o recuo progressivo e programado de 1mm com mais 4 instrumentos seqüenciais tipo Hedstroen (Maillefer Instruments, Ballaigues - Suíça). Ao final do preparo foi empregado um instrumento endodôntico K3 (#40) (SybronEndo, Orange, CA) com conicidade de 0.06 movido a motor elétrico Easy Endo Slim (Easy equipamentos odontológicos, Belo Horizonte- MG) de forma a padronizar os diâmetros internos e a conicidade do conduto radicular. Durante todo o preparo endodôntico foi empregado soro fisiológico como irrigante endodôntico para auxiliar a limpeza. Imediatamente após o preparo endodôntico todos os condutos receberam 2ml de solução de EDTA 17% (Biodinâmica Química e Farmacêutica Ltda. – São Paulo – SP) durante 3min, seguido de lavagem com 10ml de água destilada utilizando seringa descartável e agulha hipodérmica calibre 0,50x25. Na seqüência foi realizada a aspiração do conteúdo dos canais radiculares com uma cânula aspiradora (Conjunto de aspiração – Golgran – São Paulo - SP) acoplada a uma bomba aspiradora, e a secagem final por meio do emprego de cones de papel Medium esterilizados (Konne Indústria e Comércio de Materiais Odontológicos Ltda., Belo Horizonte - MG) devidamente calibrados. Após a fase de preparo, todos os elementos foram obturados com o cimento endodôntico Sealapex® (SybronEndo Corporation, Orange, CA) e cones de gutta-percha Tanari® (Tanariman Industrial Ltda.) empregando-se a técnica da condensação lateral ativa. Após a obturação, os espécimes permaneceram armazenados em ambiente saturado de umidade por 24hs. B A C 14mm Figura 1A – Remoção da coroa e padronização da raiz em 14mm; B) seqüência de instrumentos endodônticos utilizados para o preparo do batente apical; C) desobturação com broca de largo #2. 3.4 PREPARO MECÂNICO PARA PINO Decorrido o período necessário para presa do cimento endodôntico os canais foram desobturados empregando-se brocas de largo #2 e #3 numa extensão de 10mm (Fig. 1C). Após os procedimentos endodônticos foram confeccionados os preparos dos condutos radiculares empregando-se broca exacto #2 (Fig. 2A) do Kit Exacto (Angelus Soluções Odontológicas, Londrina, PR, Brasil). A broca foi introduzida em 10 mm da extensão do canal radicular (Fig. 2B, 2C), usando como referência o cursor de borracha, com o cuidado de não realizar a indução de forças laterais no momento do preparo. Considerando que os remanescentes radiculares foram padronizados em 14mm, os condutos preparados em 10mm, sobraram 3mm de obturação de canal e mais 1mm de canal cementário (Fig. 2D). Durante todo preparo para pino dos condutos foram irrigados com água destilada Figura 2 – A) broca exacto #2 e pino exacto #2 do kit exacto (Angelus Soluções Odontológicas, Londrina, PR, Brasil); B) emprego da broca exacto #2 em 10mm de extensão; C) corte transversal do espécime com o conduto preparado e com a broca exacto #2 em posição; D) aspecto do corte tranversal demonstrando as proporções de preparo e obturação do canal. 3.5 LAVAGEM INTRA-RADICULAR E FORMAÇÃO DOS GRUPOS Após o preparo dos condutos, as raízes foram irrigadas (Fig. 3A) com diferentes soluções químicas de acordo com o grupo experimental (Tabela 1): Tabela 1 – Disposição dos diferentes grupos experimentais de acordo com a substância química empregada. Grupo 1 (grupo controle): os condutos foram tratados com 10ml de solução de soro fisiológico 0,9% por 15 segundos. Grupo 2: os condutos foram tratados com 10 ml de hipoclorito de sódio 2,5% (Odontofarma - Londrina – PR - Brasil) por 15 segundos. Grupo 3: os condutos foram tratados com 10 ml de solução de gluconato de clorexidina 2% (Odontofarma- Londrina – PR - Brasil) por 15 segundos. Grupo 4: os condutos foram tratados com 0,5 ml de EDTA 17% (Biodinâmica – Ibiporã – PR -Brasil) por 15 segundos. Todos os grupos receberam irrigação final com 10 ml água por 10 segundos (Fig. 3B), utilizando seringa descartável e agulha hipodérmica calibre 0,50x25, e secos com cones de papel (Fig. 3C) Medium esterilizados (Konne Indústria e Comércio de Materiais Odontológicos Ltda., Belo Horizonte – MG). Para padronizar os procedimentos, todos os tratamentos foram realizados pelo mesmo operador. A B C Figura 3 – A) emprego da solução química junto ao conduto radicular; B) lavagem / aspiração do conduto radicular; C) secagem do conduto radicular com cones de papel. 3.6 CIMENTAÇÃO DOS PINOS Após o preparo e a secagem dos condutos, foi realizado o preparo do pino e do cimento para o procedimento de cimentação. O pino teve sua superfície limpa com uma gaze embebida em álcool etílico 70% (Fig. 4A) e logo após foi aplicada uma camada de agente de ligação silano (Angelus Soluções Odontológicas Londrina, PR, Sorensen)(Fig.4B). Brasil) empregando-se com pincel Microbrush (KG A B C Figura 4 – A) limpeza da superfície do pino exacto #2 (Angelus Soluções Odontológicas, Londrina, Brasil) com uma gaze embebida em álcool etílico 70%; B) aplicação da camada de agente de ligação silano (Angelus Soluções Odontológicas Londrina, PR, Brasil); C) cápsula contendo o cimento resinoso auto-adesivo RelyX® Unicem Aplicap (3M ESPE AG, Seefeld, Alemanha). Após a limpeza dos pinos e o procedimento de tratamento superficial com silano foi realizada a cimentação dos pinos de fibra de vidro com cimento resinoso auto-adesivo RelyX® Unicem Aplicap (3M ESPE AG, Seefeld, Alemanha). As cápsulas ”Aplicap” (Fig. 4C) do cimento foram introduzidas no “ativador aplicap” (3MESPE AG, Seefeld, Alemanha) (Fig. 5A) e a alavanca do ativador foi mantida sob pressão por 2- 4 segundos para ativação (Fig. 5B) e posteriormente misturado em amalgamador de cápsulas por 15 segundos seguindo as instruções do fabricante. A B Figura 5 – A) ativador Aplicap (3M ESPE AG, Seefeld, Alemanha); B) procedimento de ativação do cimento contido na cápsula (3M ESPE AG, Seefeld, Alemanha). Após a mistura, as cápsulas foram levadas ao aplicador específico do cimento. O cimento foi injetado nos canais radiculares com auxílio da “cânula alongadora” (3M Espe, Seefeld, Alemanha) para canais radiculares disponíveis para este sistema (Fig. 6A), sendo introduzidos na porção mais apical do preparo e sendo injetado o cimento para o sentido cervical, evitando assim a inclusão de bolhas (Fig.6B). Em seguida os pinos foram levados ao conduto com auxílio de uma pinça clínica e mantidos sob pressão digital (FERRARI et al., 2000; SILVA et al., 2005) até a polimerização química do cimento após 5 minutos.(GORACCI et al., 2004; PERDIGÃO et al., 2006) (Fig. 6C) A B C Figura 6 – A) ativação da cápsula e introdução da ponta injetora no conduto radicular; B) aplicação do cimento resinoso auto-adesivo RelyX® Unicem Aplicap (3M ESPE AG, Seefeld, Alemanha) no interior do conduto radicular; C) assentamento do pino de fibra exacto #2 (Angelus Soluções Odontológicas, Londrina,PR, Brasil) no conduto radicular. Após cimentação os elementos permaneceram armazenados em ambiente saturado de umidade por 24 horas para dar início aos ensaios mecânicos. 3.7 PREPARO DOS CORPOS DE PROVA E ENSAIO MECÂNICO Os espécimes foram fixados com cera pegajosa (Horus; Dentsply, Petrópolis, Brasil), como descrito por Mallmann et al., 2007, em uma base de resina (Plexiglas) (WESTON et al., 2007; MAZZITELI et al., 2010). Os espécimes foram fixados de tal forma que os pinos fossem mantidos paralelos à base de resina (PERDIGÃO et al., 2006), para facilitar o manuseio durante os cortes na Isomet (1000, Buehler Ltd., Lake Bluff, IL, USA).Foram realizados cortes de três fatias (Fig.7A) de 1 mm de espessura (Fig.7B; 7C) na região cervical, perpendicular ao longo eixo das raízes. A cortadeira Isomet trabalhou em baixa velocidade, com disco diamantado refrigerado à água. A primeira das três fatias obtidas foi cortada no terço coronário da raiz e desprezada, pois as inerentes imperfeições na zona adesiva, influenciariam os resultados (VAN NOORT et al., 1991; KITASAKO et al., 1995). As outras duas fatias foram cortadas, desta forma duplicou-se a amostra totalizando 22 fatias por grupo, e em seguida identificadas em sua porção apical para serem submetidas ao teste de cisalhamento por extrusão. A B C Figura 7 – A) Corte das fatias cervicais perpendiculares ao longo eixo da raiz; 7 – B) fatia de 1mm de espessura obtida por corte transversal do espécime em cortadeira Isomet (1000, Buehler Ltd., Lake Bluff, IL, USA); C) paquímetro digital (Zaas precision) utilizado para conferência da espessura da fatia. Foram realizados os ensaios mecânicos de cisalhamento por extrusão (Push-out) (Fig. 8A-8C) a fim de analisar a resistência ao cisalhamento dos dentes compreendidos nos grupos de 1 a 4. Os corpos de prova foram posicionados em uma plataforma metálica de aço inoxidável com uma perfuração de 2 mm de diâmetro em sua parte central. O uso do dispositivo metálico possibilitou reproduzir o posicionamento de todos os corpos de prova, permitindo uma aplicação da carga em um ângulo de 90 graus em relação ao longo eixo das raízes (Fig. 8A). A ponta do embolo foi posicionada para tocar apenas no pino, para não gerar estresse nas paredes laterais do canal radicular (Fig. 8B). A força foi aplicada no sentido ápicocoronal, de modo a mover o pino em direção à parte mais larga da fatia radicular, evitando assim qualquer limitação à movimentação do pino devido à conicidade do canal radicular. Outro cuidado foi o de assegurar que o contato da ponta do embolo e o pino fosse à maior área possível, minimizando as interferências na avaliação da força de adesão na interface raiz-pino. A B C Figura 8 – A) corpo de prova posicionado em plataforma metálica de aço inoxidável com uma perfuração de 2 mm de diâmetro em sua parte central; B) ponta do embolo posicionada tocando apenas o pino; C) fatia invertida mostrando o deslocamento do pino. O ensaio de resistência ao cisalhamento (Push-out) foi realizado a uma velocidade de 05 mm/min em uma máquina de ensaio universal (Emic DL2000 São José dos Pinhais – Pr - Brasil). Como o diâmetro (1,4mm) região do pino onde foram removidas as fatias e a espessura das fatias eram constantes (1mm), essas informações foram passadas previamentes ao “software” da máquina de ensaios, para que fosse calculada a área de adesão. A força de deslocamento do pino foi registrada em Megapascal “Mpa”, no momento em que ocorreu o desprendimento do fragmento do pino do conduto Após a realização dos ensaios foi feita à análise dos dados obtidos por meio da aplicação de análise estatística. 4 RESULTADOS Considerando os diferentes grupos experimentais e a natureza das variáveis, aplicou-se os Testes de Análise de Variância e Teste de Tuckey a um nível de significância de 5%, sobre os valores de Tensão obtido no momento da extrusão do pino. Após a Análise de Variância observou-se que não houve diferenças, do ponto de vista estatístico (p > 0,05), entre as 4 soluções químicas avaliadas. Desta forma não foi necessário a aplicação do teste de Tuckey. (Tabela 2). Tabela 2 – Resultados da Análise de Variância entre os grupos Fonte de variação Soma dos quadrados Graus de liberdade Quadrado médio “F” Probab Entre grupos 3,73909091 3 1,24636364 3,259573 0,123422 Resíduo 32,11909091 84 0,38237013 Total 35,85818182 87 Como a Análise de Variância não identificou diferença entre os grupos (p= 0,48390), apresenta-se na tabela 3 os valores da estatística básica. Tabela 3 – Estatística básica comparativa entre os grupos GRUPO MÉDIA (Mpa) D.PADRÃO n 1 - Soro fisiológico 3,340909 2,15421162 22 2 - Hipoclorito 2,5% 3,881818 2,21888783 22 3 - Clorexidina 2% 3,272727 1,94964754 22 4 - EDTA 4,150000 2,42521477 22 Os valores observados referente às médias da força de adesão expostos em “Mpa” correspondem ao valor médio encontrado no grupo com relação à força necessária para extruir a fatia do pino. Desta forma, os maiores valores representam maior força necessária para extrusão, ou seja, maior foi à capacidade de adesão entre o substrato dentinário, o cimento e o pino. Apesar da Análise de Variância não demonstrar diferenças estatísticas em significância de 5%, pequenas diferenças numéricas foram visualizadas entre as médias. Assim, permite-se classificar as soluções químicas testadas de forma crescente com relação à resistência à extrusão da seguinte maneira: Clorexidina líquida 2%, Soro Fisiológico, Hipoclorito de sódio 2,5% e EDTA 17%. 5 DISCUSSÃO As substâncias químicas auxiliares empregadas durante o preparo químico-mecânico são importantes na redução do conteúdo tóxico decorrente da necrose pulpar. Estas substâncias controlam o potencial imunogênico proveniente do conteúdo séptico do sistema de canais radiculares que exerce influência direta no desenvolvimento e manutenção de lesões periapicais (WITTGOW & SABISTON, 1975; MOLLER et al., 1981; FOUAD et aI., 1992, 1993; YAMASAKI et aI., 1994) Apesar de ser utilizada como agente coadjuvante à ação mecânica dos instrumentos endodônticos na busca pelo saneamento do sistema de canais radiculares, as soluções químicas proporcionam alterações sobre o substrato dentinário de forma a se especular uma possível alteração significativa quando considerado o fator adesão (WAKABAYASHi et al., 1994; PRATI et al., 1999; ISHIZUKA et al., 2001; MORRIS et al.,2001; LAI et al., 2001; OSORIO et al., 2002; INOUE et al., 2002; ARI et al., 2003; SOENO et al.,2004; ERDEMIR et al.,2004A; VOLGPHAN et al., 2005; HAYASHI et al., 2005; SANTOS et al., 2006; WESTON et al., 2007; ERCAN et al., 2009; HIRAISHI et al., 2009; GU et al., 2009; DEMIRYUREK, 2009; MAZZITELLI et al., 2010; CUNHA et al., 2010. As condições apropriadas da dentina radicular para tratamento adesivo na restauração de dentes tratados endodônticamente necessitam ser determinadas em conjunção com os efeitos das terapias endodônticas na adesão dentinária (HAYASHI, 2005). Com relação ao tipo de substância empregada, a literatura demonstra que o hipoclorito de sódio é a solução química mais empregada como irrigante endodôntico. Estudos de Ishizuka et al., (2001) observaram que a aplicação de NaOCl 6% por 1, 5 ou 10 minutos, afetou negativamente a força de adesão do sistema adesivo auto-condicionante Clearfil Mega Bond à dentina radicular. Por outro lado, não houve influencia na força de adesão do sistema Single Bond. Em contra partida, Osorio et al., (2002) concluíram que a força de adesão do Single Bond diminuiu após aplicação de NaOCl 5% por 2 minutos na dentina coronária após condicionamento ácido. Wakabayashi et al. (1994); Prati et al. (1999); Inoue et al. (2002), relataram que o tratamento com hipoclorito de sódio na dentina condicionada com ácido fosfórico, aumentaram a resistência de união de alguns sistemas adesivos, sendo o resultado contrário ao que se verifica quando o NaOCl é utilizado antes da aplicação de ácido na dentina, como no trabalho de Ozturk & Ozer (2004) e Erdemir et al. (2004a). Sabe-se que quando a solução de hipoclorito de sódio é empregada ocorre à liberação de cloro nascente (LOPES & SIQUEIRA, 1999) que se combina com o grupo amina das proteínas, formando as cloraminas. Este oxigênio pode causar forte inibição da polimerização na interface dos materiais adesivos (NIKAIDO & NAKABAYASHI,1988). Tais alterações podem influenciar tanto na microdureza da dentina (SALEH et al.,1999; SLUTZKY-GOLDBERG et al., 2004; ARI et al., 2004) quanto na adesividade (WAKABAYASHI et al., 1994; PRATI et al.,1999; ISHIZUKA et al., 2001; Morris et al., 2001; LAI et al., 2001; OSORIO et al., 2002; INOUE et al., 2002; ARI et al., 2003; SOENO et al., 2004; VOLGPHAN et al., 2005; SANTOS et al., 2006; WESTON et al., 2007; GU et al., 2009; CUNHA et al., 2010). Por outro lado, os efeitos do hipoclorito de sódio sobre o substrato dentinário podem ser minimizados ou revertidos (MORRIS et al., 2001; LAI et al., 2001; SOENO et al., 2004; VOLGPHAN et al., 2005; WESTON et al., 2007 ; CUNHA et al., 2010). Ficou demonstrado que a aplicação do ácido ascórbico sobre a dentina anula os efeitos “anti” adesivos do hipoclorito de sódio. O ácido ascórbico e seu sal, ascorbato de sódio, são antioxidantes potentes capazes de extinguir os radicais livres nos sistemas biológicos. O aumento observado na resistência de união pode ser explicado pela habilidade deste agente redutor doar dois elétrons de alta energia alcançando os radicais livres que são formados durante a polimerização da resina (LAI et al., 2001). O tratamento da dentina com o ascorbato de sódio converte o substrato oxidado em um substrato reduzido, especulando-se que isto restaure o potencial redox da dentina, permitindo que a polimerização dos radicais livres do adesivo ocorra sem a finalização prematura (MORRIS et al., 2001; LAI et al., 2001). Outra substância que vem sendo estudada como substância química auxiliar à instrumentação dos canais radiculares é a clorexidina, que, assim como o hipoclorito de sódio, faz parte do grupo dos compostos halogenados, por apresentar cloro em sua molécula. Na Odontologia, a clorexidina é usualmente utilizada em solução aquosa de 0,2 a 2,0%, mas também em outras formas de apresentação como pastilhas, vernizes e géis (FERRAZ et al., 2001). Essas substâncias são incolores e inodoras, mais estáveis em pH de 5 a 8, tendo a maior eficiência antibacteriana na faixa de pH de 5,5 a 7 (PÉCORA, 2004). A clorexidina está sendo alvo de intensas pesquisas nos últimos anos, tanto como solução química auxiliar ao preparo (WHITE et al., 1997; LEONARDO et al., 1999; FERRAZ et al., 2001; GOMES et al., 2001; ÖNÇAG et al., 2003; ERCAN et al., 2004; DAMETTO, 2005; SCHIRRMEISTER et al., 2007; SIQUEIRA Jr. et al., 2007; VIANNA et al., 2007; WANG et al., 2007) como curativo de demora (BARBOSA et al., 1997; SIQUEIRA & UZEDA, 1997; LINDSKOG et al., 1998; LYNNE et al., 2003; GOMES et al., 2003 ab; ZAMANY et al., 2003). Com relação à clorexidina, Hiraishi et al. (2009), relataram que a aplicação de solução de clorexidina a 2% diminuiu a força de adesão do RelyX Unicem frente a dentina coronária. O autor especula que a diminuição da força pode ser atribuída a uma provável contaminação da superfície dentinária pelos resíduos da clorexidina, que diferentemente do nosso estudo foi aplicada por 60 segundos e o excesso removido apenas com jatos de ar. Entretanto, no mesmo trabalho de Hiraishi a clorexidina não afetou à força de adesão do RelyX ARC, corroborando com o estudo de Perdigão (1994), onde a clorexidina mesmo com a presença de resíduos na MEV, não afetou à força de adesão da dentina pré- condicionada com ácido com o sistema adesivo All Bond 2, e com o trabalho de Komori et al., (2009) onde a força de adesão do sistema adesivo Single Bond não foi afetada após aplicação da clorexidina 2% por 1 minuto, porém foi capaz de manter a força de adesão após o período de 6 meses. Say et al. (2004), concluiu, que a solução de clorexidina 2% aplicada na dentina pré condicionada com ácido, não afetou à força de adesão dos sistemas adesivos One Step e Optibond Solo, onde a solução de clorexidina permaneceu em contato com a dentina por 20 segundos. Com metodologia semelhante a este trabalho, Ercan em 2009, concluiu que as soluções de NaOCl 2,5% e Clorexidina 2%, ambos aplicados por 20 segundos, diminuíram a força de adesão de um sistema adesivo auto-condicionante, contudo não afetou o grupo do adesivo de 3 passos em relação ao grupo controle. Porém, no mesmo trabalho a clorexidina aplicada na forma de gel 1% não afetou a força de adesão dos sistemas adesivos, apresentando valores de força de adesão estatisticamente semelhantes ao grupo controle sem tratamento. Em 2007, Wachlarowicz, avaliando o efeito na força de adesão de um cimento resinoso obturador, encontrou valores estatisticamente semelhantes entre o grupo irrigado com solução de clorexidina 2% por 10 min. e o grupo controle irrigado com água destilada. Autores ainda obtiveram valores superiores na força de adesão utilizando a solução de clorexidina 0,2% por 60 segundos e um cimento autopolimerizável (ERDEMIR et al., 2004a; SILVA et al., 2005) utilizando clorexidina gel 2% em conjunto com as brocas de preparo para pinos de fibra de carbono, obtiveram valores superiores de força de adesão à dentina radicular comparados ao grupo controle com soro fisiológico. Com relação ao tempo de aplicação da clorexidina, Loguercio (2009) demonstrou que tempos menores (15 segundos) e concentrações menores da solução de clorexidina (0,002%) são suficientes para preservar à interface de adesão resina-dentina por um período de pelo menos 6 meses sem alterar à força de adesão, sugerindo que apenas alguns segundos de contato da clorexidina são suficientes para inibir a atividade de enzimas colagenolíticas. Outro componente a ser considerado é o tipo do cimento adesivo utilizado. Os cimentos classificados como auto-adesivos foram introduzidos no mercado em 2002 como um novo subgrupo dos cimentos resinosos. Estes materiais foram desenvolvidos com o propósito de superar algumas limitações tanto dos cimentos convencionais como dos cimentos resinosos (MONTICELLI, 2008a). Apesar do mecanismo de adesão parecer similar para todos os cimentos autoadesivos, estes materiais são relativamentes novos, e informações detalhadas sobre sua composição e propriedades adesivas são limitadas (MONTICELLI, 2008 B). Neste aspecto, destacamos os conceitos de Piwowarczyk (2005) sobre a formulação do RelyX® Unicem contém Metacrilatos fosfórico-acidos multifuncionais específicos capazes de interagir com a superfície do dente de diversas formas, tal como formando complexos compostos com íons cálcio ou por tipos diferentes de interação física como pontes de hidrogênio ou interações dipolo- para-dipolo. A água que é liberada da reação de presa desempenha o papel na neutralização, elevando o valor do pH e 1 para 6.,de acordo com as instruções do fabricante, 3M ESPE). O fabricante ainda contra-indica o uso da água oxigenada como limpeza final, assim como agentes dessenbilizantes, desinfectantes e hemostáticos, pois resíduos podem prejudicar a força de adesão ou a reação de presa do cimento. Apesar de cimentos auto-adesivos não necessitarem de pré-tratamento da estrutura dentária, a remoção da lama dentinária com soluções químicas tem sido proposto, a fim de melhorar a interação entre o cimento e a dentina, aumentando assim a resistência de união (DE MUNK, 2004). Os cimentos auto-adesivos são um grupo heterogêneo de cimentos e que existem diferenças substanciais entre eles em termos de reação de presa, composição química e ph (MAZZITELLI et al., 2010). Esta afirmação pôde ser comprovada pelo autor em trabalho onde o efeito de soluções químicas para tratamento da lama dentinária sobre 3 cimentos auto-adesivos tiveram resultados distintos. Os grupos tratados com EDTA por 60 segundos e ácido poliacrílico não afetaram a força de adesão do RelyX® Unicem em relação ao grupo controle sem tratamento, resultado este semelhante com nosso estudo onde o EDTA também não afetou a força de adesão. Porém neste trabalho de Mazzitelli, as mesmas soluções aumentaram a força de união do G-Cem (GC), e diminuíram a força de adesão do Bis-Cem (Bisco). No grupo do Unicem após analise em MEV, não foi observado áreas de desmineralização ou de infiltração na dentina. Mostrando também que a influência do regime de irrigação é material-dependente. Ari e colaboradores em 2003, observaram que a irrigação do conduto radicular com NaOCl 5% por 5 minutos, seguidos de lavagem com água por 2 minutos, diminuiu a força de adesão de 3 cimentos resinosos, mas não afetou o grupo do RelyX. Os resultados do presente estudo mostram que as soluções químicas testadas, ou seja, o Hipoclorito de sódio a 2,5%, a clorexidina líquida a 2% e o EDTA trissódico 17% não interferem significativamente na força de adesão do cimento e pino de fibra testado quando comparados ao grupo do soro fisiológico. Apesar de pequenas diferenças numéricas os valores não são diferentes do ponto de vista estatístico. O fabricante do cimento testado (3M ESPE) preconiza que após o preparo mecânico do conduto para receber o pino, seja feita apenas uma limpeza do conduto com solução de hipoclorito de sódio, nas concentrações de 2,5% – 5,25%, mas não indica qual seria o tempo de irrigação ideal. Trabalhos apontam que tempos maiores de aplicação do NaOCl resultam em uma progressiva diminuição da força de adesão (PERDIGÃO et al., 2000; ISHIZUKA et al., 2001; ARI et al., 2003; GU et al., 2009), atribuída à resíduos do NaOCl na superfície dentinária que pode resultar em uma incompleta polimerização dos monômeros resinosos na interface entre adesivo e dentina comprometendo a força de adesão. Autores ainda (Wu et al., 2009), sugerem que a duração da irrigação endodôntica com EDTA deve ser controlada com o tempo e a concentração dependendo do sistema de adesão utilizado, motivo este que nos levou a optar pelo tempo de 15 segundos de aplicação do NaOCl e dos outros irrigantes testados, caracterizando apenas uma lavagem da superfície, simulando procedimentos realizados em clínica (HAYASHI et al., 2005). Somandose a isto realizamos uma irrigação final com água por 10 segundos em todos os grupos, com a intenção de remover possíveis resíduos das soluções empregadas, que poderiam gerar interações químicas indesejáveis. (MORRIS et al., 2001; SANTOS, 2006; WACHLAROWICZ, 2007; WESTON et al., 2007; RASIMICK et al., 2008; WU et al., 2009). Ainda de acordo com os resultados de nosso trabalho, Rasimick e colaboradores (2008), avaliaram o efeito da irrigação com 1 ml de NaOCL 6% seguido de EDTA 17% na força de adesão de seis diferentes sistemas de pinos de fibra e seus respectivos sistemas adesivos e cimentos resinosos à dentina radicular, chegando a conclusão de que a irrigação final com EDTA não afetou a força de adesão da maioria dos sistemas testados, apenas do sistema Parapost (ColteneUSA),sendo os valores de força de adesão semelhantes ao grupo irrigado apenas com 1ml de NaOCl 6%. Trabalhos mostram que quando sistemas auto-condicionantes são utilizados, a remoção da smear layer é uma desvantagem para a adesão do cimento resinoso à dentina radicular (HAYASHI, 2005; DEMIRYUREK, 2009). Hayashi (2005) e Demiryurek (2009) observaram que a aplicação de EDTA a 17% durante 60 segundos seguido de NaOCl a 5% são efetivos na remoção da smear layer, porém diminuíram a força de adesão dos sistemas adesivos auto-condicionantes à dentina radicular. Estes trabalhos contradizem Gu et al., (2009) que observaram que a remoção da smear layer com EDTA 14% por 60 segundos, aumentou a força de adesão do sistema PanaviaF. Contradiz também Wu et al., (2009) onde a aplicação de EDTA 17% por 60 segundos seguido NaOCl 5% 10 segundos não interferiu na performance do sistema adesivo, mas diferente dos trabalhos anteriores foi realizado uma lavagem final do conduto com 20 ml de água. Assim como observado em nosso estudo, Hayashi (2005) relatou que o grupo irrigado com NaOCl 5% por 15 segundos não interferiu na força de adesão de um sistema adesivo autocondicionante à dentina radicular, quando comparado ao grupo controle sem tratamento, porém ao contrário, no trabalho de Demiryurek (2009) onde a irrigação com NaOCl 5% por 15 segundos que serviu como grupo controle, obteve valores de força de adesão semelhantes ao grupo irrigado com EDTA 17% durante 60 segundos seguido de NaOCl a 5%. Testes de adesão envolvem avaliações quantitativas e qualitativas. Na avaliação dos aspectos qualitativos da adesão, imagens da interface em alta resolução podem ser obtidas através de técnicas microscópicas, como microscopia eletrônica de varredura (MEV) e microscopia eletrônica de transmissão (TEM). Para as análises quantitativas de adesão, as pesquisas laboratoriais usualmente são realizadas com testes de força de adesão, baseadas no pressuposto de que quanto maior for a força de adesão na interface dente-material, melhor será a resistência ao stress gerado pelo desempenho clínico e presa dos materiais (Munck, 2005). No presente estudo nos utilizamos do teste de push-out, por simular melhor as condições clínicas (GORACCI et al., 2007). O teste de push-out tem sido amplamente utilizado em pesquisas laboratoriais para avaliar múltiplas variáveis possivelmente afetando a retenção dos pinos intra-radiculares, como tratamentos do canal radicular precedendo a cimentação do pino (BALDISSARA, 2006), as propriedades dos agente de cimentação (GORACCI, 2005; KREMEIER, 2008; TOPCU, 2010), assim como o grau de adesão ao longo do tempo (SADEK,2006), degradação da adesão sob fadiga (BITTER, 2006).O tipo de pino (LE BELL, 2005; KREMEIER, 2008), e o tratamento do pino (PERDIGÃO,2006), também tem sido estudados com o teste de push-out. Semelhante ao nosso trabalho,com relação a avaliação das soluções utilizadas para irrigação, na adesividade à dentina radicular, (DEMIRYUREK, 2009; GU, 2009; HASHEM,2009; CUNHA, 2010) também se utilizaram do teste de push-out. Autores afirmam ainda que o teste de push-out representa melhor a situação clínica e sugerem que o teste seja feito com espécimes reduzidos de 1mm para se obter uma distribuição mais uniforme do stresse (GORACCI et al., 2004). Os mesmos autores (GORACCI et al., 2007) após extensa revisão dos artigos listados no PubMed – MedIine, afirmaram que o teste de push-out revelou ser um instrumento prático e confiável, e que as falhas pré testes são menores que nos testes de microtensão Soares et al. (2008) concluiu que o teste de micro push-out tem demonstrado uma distribuição de estresse mais homogênea pela análise de elemento finito e uma menor variabilidade nos testes mecânicos, recomendando os autores o teste de Push-out para determinar a força de adesão dos pinos de fibra de vidro na dentina intra-radicular. A microscopia eletrônica de varredura tem sido utilizada para demonstrar a aparência visual dos pinos e dentina após a realização do teste de push-out. Poucas informações adicionais, no entanto, são obtidas a partir dessa análise. Estudos demonstraram que as observações em MEV em situações similares às do presente estudo são caracterizadas principalmente por falha adesiva, com uma completa ausência de fraturas coesivas na dentina ou cimento (MONTICELLI et al., 2008b; HIRAISHI et al., 2009; MAZZITELLI et al., 2010). Apesar de nosso estudo não ter demonstrado a influência de algumas soluções químicas na adesividade intra-radicular, os resultados encontrados na literatura mostra que a influência dos irrigantes utilizados para a limpeza dos condutos na força de adesão, é dependente da metodologia empregada, sistemas adesivos utilizados, concentração e tempo de contato das soluções empregadas. 6 CONCLUSÃO Considerando as limitações deste estudo, da metodologia e dos materiais empregados podemos concluir que: As soluções químicas, Hipoclorito de sódio 2,5%, clorexidina líquida 2% e EDTA trissódico 17%, aplicadas no conduto radicular preparado no volume de 10ml durante 15 segundos, não afetaram à força de adesão do cimento RelyX® Unicem. REFERÊNCIAS ARI H, Erdermir A, Belli S. Evaluation of the effect of endodontic irrigation solutions on the micro hardness and the roughness of root canal dentin. J Endod.; 30(11): 792-94. 2004. ARI, H; YASAR, E; BELLI, S. 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