Modelo para Monografia GTI
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Modelo para Monografia GTI
LUCIMARA APARECIDA BITARÃES MORETO EMPOWERMENT – UM NOVO ALIADO NA GESTAO DE PROJETOS PARA O SUCESSO DA EMPRESA E DE SEUS COLABORADORES UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU São Paulo 2009 LUCIMARA APARECIDA BITARÃES MORETO EMPOWERMENT – UM NOVO ALIADO NA GESTAO DE PROJETOS PARA O SUCESSO DA EMPRESA E DE SEUS FUNCIONÁRIOS Monografia de TCC apresentada como exigência para a conclusão do curso de pós graduação do curso de Gestão de projetos com ênfase nas práticas do PMI, a Universidade São Judas Tadeu, sob a orientação do Prof. Nelson Rosamilha UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU São Paulo 2009 ii Dedicatória Dedico este trabalho ao meu esposo Ricardo, pois ele me incentiva, acredita no meu potencial e me motiva a continuar lutando... iii Agradecimentos Agradeço a Meu Salvador e Amigo Fiel Jesus Cristo, pois se não fosse por Ele, com Seu Eterno Amor e Misericórdia eu não estaria aqui para concluir este trabalho... Agradeço ainda ao amigo e professor Nelson Rosamilha que me incentivou a buscar novos horizontes e proporcionou novas oportunidades com este trabalho. iv Resumo Este Trabalho de Conclusão de Curso lista os princípios para a implantação do Empowerment nas organizações, o que envolve, explicar claramente as responsabilidades da função aos subordinados; delegar autoridade aos subordinados, mostrando-lhes os limites do que podem ou não fazer; conferir aos subordinados padrões de excelência, indicando-lhes limites altos, porém alcançáveis; treinar e desenvolver os subordinados para que tenham a qualificação necessária; proporcionar aos subordinados a possibilidade de tomarem decisões baseadas em informações de qualidade; dar aos subordinados o feedback da análise dos índices de desempenho, para que saibam se precisam ou não melhorar; reconhecer o trabalho dos subordinados para que tenham a auto-estima elevada; transmitir confiança no trabalho e no potencial dos subordinados, para que eles mesmos passem a confiar, ou reforçar, ainda mais, a confiança na sua capacidade em realizarem as tarefas propostas; proporcionar a possibilidade de errar; tratar os subordinados com respeito e dignidade. v Abstract This report was developed to summarize the principles of Empowerment organization’s implementation, that means: to clarify the change’s responsible for all employees, to delegate authority for them and to show exactly what they are permitted to do and not to do; to give them excellence in professional style due to high level labor, but possible to reach and realize; technical training and development to get the necessary qualification; to give them opportunity to take the head for decision based on quality information’s; to give them a feedback for all performance’s index to be clear whether is necessary personnel improvement; recognize their work force in order to stimulate them; to transmit confident of their work and potential in order to improve their confidence or just support their confidence to realize their work; provide or permit them a possibility to make error in order to give opportunity to deal them with respect and dignity. vi Sumário Resumo ........................................................................................................................ v Abstract ...................................................................................................................... vi Sumário ....................................................................................................................... 7 Lista de Tabelas ........................................................................................................... 8 Introdução ................................................................................................................... 9 Capitulo I – O Empowerment ..................................................................................... 13 Capitulo II – Responsabilidades, autoridades e padrões de Excelencia......................... 40 Capitulo III – Treinamento, Confiança e Feedback ..................................................... 48 Capitulo IV – Aliando-se ao Colaborador ................................................................... 56 Conclusão .................................................................................................................. 75 Referências Bibliográficas .......................................................................................... 77 Anexos ....................................................................................................................... 81 7 Lista de Tabelas Tabela 1 - Vantagens e benefícios do Empowerment t........................................................ 19 Tabela 2 - Hierarquia das necessidades humanas ............................................................... 26 Tabela 3 - Escala de Motivação ............................................................................................. 27 Tabela 4 - Grandes Correntes Históricas da Motivação ..................................................... 30 Tabela 5 - A seqüência do Empowerment ............................................................................. 44 8 Introdução As empresas de sucesso e de alto padrão nos dias de hoje descobriram uma nova palavra – Empowerment – que significa “dar poder” , “dar autonomia” aos colaboradores para que eles mesmos diagnostiquem, analisem e proponham soluções para os problemas da empresa. Um gerente, hoje, é muito mais alguém que auxilia o grupo a pensar, a refletir, a propor soluções para os problemas dos seus subordinados. Este trabalho tem como objetivo mostrar ao leitor a importância e a necessidade da aplicação desta ferramenta, pois atualmente com a globalização, o mundo está cada vez mais competitivo e com isso as empresas precisam se adequar a essa nova realidade. O Empowerment é o novo combustível para o local de trabalho em desenvolvimento. (Covey, 2001, Anexo 1) Aplicando o Empowerment na organização, isto é, delegando poderes e/ou alçadas entre os cargos mais elevados, a empresa evita a evasão de clientes e consegue aumentar consideravelmente sua agilidade no atendimento do cliente, seja qual for a atividade fim da empresa. Ao longo deste trabalho será mostrado que o desenvolvimento torna-se mais visível para a empresa que permite aos seus os colaboradores experimentar esta ferramenta denominada Empowerment, pois a utilização desta ferramenta possibilita que a capacidade de alcançar objetivos de ambos aumente radicalmente. Este estudo também dará uma pequena idéia de como uma mudança na organização, em tecnologia, na dedicação, no comprometimento e na competência da força de trabalho pode ajudar no crescimento de seu colaboradores e no desenvolvimento da empresa propriamente dita. O local de trabalho com Empowerment origina-se de uma nova relação entre os empregados e de uma nova relação entre as pessoas e a organização. Eles são parceiros. Cada um não se sente apenas responsável pelo seu trabalho, mas tem um sentimento de propriedade em relação ao todo. A equipe de trabalho não é 9 apenas aquela que reage às exigências, ela também é uma autora da ação. O empregado é um tomador de decisão, não um seguidor. Todos sentem que estão continuamente aprendendo e desenvolvendo novas habilidades para atender às novas exigências. Essas organizações com Empowerment destacam-se em razão da nova forma de administrar e gerir os negócios; ênfase no custo como fator de lucro; novo relacionamento com o cliente; prioridade de investimento em treinamento; indicadores de avaliação do negócio , bem como um novo estilo gerencial. DELIMITAÇÃO DO TEMA Empowerment Um novo aliado para o sucesso da empresa e de seus colaboradores JUSTIFICATIVA A elaboração deste trabalho de conclusão de curso justifica-se em função de auxiliar os colaboradores de todos os níveis hierárquicos dentro das organizações a sentir a sua própria autonomia, a conhecer sua capacidade para a solução de problemas. PROBLEMA A ausência do Empowerment nas mais variadas formas de organização, contribui para a preservação de organizações piramidais1, ou seja, com descrições de funções limitadas e centralizadas que travam seu desenvolvimento e reduzem sua competitividade. 1 Organizações Piramidais: Estas organizações, têm como características negativas o fato de que as decisões são tomadas no topo e que cada pessoa é responsável apenas pelo seu trabalho, as mudanças são lentas, raras e vem apenas de cima, o feedback e a comunicação entre as divisões é mínima, não se espera que os colaboradores estejam altamente motivados, portanto é necessário manter um controle rigoroso sobre o comportamento deles. 10 HIPÓTESE A utilização do Empowerment apoiará o desenvolvimento de um diferencial competitivo, através do foco em pessoas e seu comportamento frente as mudanças, iniciativa, criatividade, confiança e comprometimento com as metas estratégicas da empresa, ao contrário, a não utilização dessa ferramenta reduz o grau de motivação e de realização das organizações e seus colaboradores. OBJETIVO O objetivo deste trabalho de conclusão de curso é demonstrar a importância da aplicação desta ferramenta em gestão de projetos, uma vez que a medida em que é aplicada, auxilia na formação de equipes de alta performance com foco no resultado e na satisfação do cliente atendendo os requisitos propostos pelo projeto METODOLOGIA O método empírico e as técnicas de pesquisas qualitativas, tais como bibliografias e documental serão utilizadas como metodologia para a elaboração do presente Trabalho de Conclusão de Curso. SUMÁRIO DESCRITIVO No capítulo 1 – O Empowerment – discutiremos o conceito de Empowerment, as vantagens e benefícios desta ferramenta para a organização; sua relação com a realização pessoal que envolve a energização, a motivação e o bom humor, bem como alguns cuidados a serem tomados antes e durante a implantação do Empowerment, que cuidados devem ser tomados para que erros a sejam evitados e os objetivos esperados sejam atingidos. Ainda neste capítulo, discutiremos o que se espera da empresa e o que se espera dos colaboradores com a adoção do Empowerment, além de avaliar e analisar novas alternativas para o investimento em pessoas. 11 O capítulo 2 – Responsabilidades, Autoridades e Padrões de Excelência conta como um administrador pode atingir seus objetivos e obtenção de sucesso, isso pode ocorrer mediante as medidas que seguem: através da responsabilidade da função que definem o trabalho que as pessoas precisam realizar para alcançar o sucesso; através da autoridade que lhe é dada, esta será igual à responsabilidade que lhe é designada; através dos padrões de excelência, ou seja, quando se vai além dos limites. No capítulo 3 – Treinamento, Confiança e Feedback - será mostrado como as empresas podem desencadear a ampla reserva de potencial humano, inexplorado, implementando a delegação de poder através de treinamento e desenvolvimento, o qual proporcionará aos colaboradores a qualificação e a confiança necessária para que atendam aos padrões de excelência; Feedback sobre o desenvolvimento do colaborador. Finalmente, no capítulo 4 – Aliando-se ao Colaborador - será discutido como alcançar o sucesso aliando-se ao colaborador através do fornecimento de ferramentas que o ajude a acreditar em si mesmo, como conhecimento e informação, preparando os colaboradores para tomar decisões sensatas; o uso do reconhecimento, aumenta auto estima dos colaboradores e motivação para continuar se esforçando para alcançar novos horizontes; a concessão da permissão para errar, faz com que o colaborador arrisque mais, excedendo seus próprios limites com respeito. 12 Capitulo I – O Empowerment Num ambiente competitivo no qual as organizações devem ser mais rápidas, mais enxutas, prover melhor serviço, ser mais eficientes e mais rentáveis, a existência de uma força de trabalho empowered2 e pró-ativa é considerada essencial. Essa força de trabalho está melhor habilitada a prover um serviço de alta qualidade ao cliente e transforma-se em uma fonte de vantagem competitiva capaz de diferenciar uma organização através da maneira como seus colaboradores atuam. Para melhor compreensão de Empowerment é necessário conceituá-lo, pois trata-se de uma ferramenta motivacional de um indivíduo fazendo-o sentir-se habilitado a desempenhar qualquer tarefa que a ele seja atribuída (Corsun, 1999). Empower é dar poder, logo um resultado do Empowerment é o grau com que os indivíduos têm influência pessoal ou escolha sobre o seu comportamento. Influência pessoal é experimentada quando um empregado acredita que ele pode, através de um autodeterminado comportamento, afetar os resultados da organização. Outro resultado é a sensação proporcionada ao subordinado de se sentir capaz de executar o trabalho com competência, chamada auto-eficácia. O resultado final do Empowerment é encontrar sentido no seu trabalho, acreditar em, e importar-se com o que faz. 1.1. O que é Empowerment? Além de encontrar o sentido no trabalho, o Empowerment é uma ferramenta que permite melhorar a qualidade, a produtividade e, conseqüentemente, o serviço prestado aos clientes. Consiste na delegação de autoridade e de responsabilidade e favorece a criação de relações de confiança entre os colaboradores das empresas. Quer estejamos falando de estruturas orgânicas, equipes autogerenciadas ou cultura 2 Empowered: Trata-se do colaborador que está sob a aplicação do Empowerment 13 de alto envolvimento, as tentativas de difundir e compartilhar poder estão disseminadas. A idéia de incentivar os colaboradores a participar ativamente da organização é denominada Empowerment. Daft (1997) explica que “Empowerment é o compartilhamento de poder, é a delegação de poder ou autoridade a subordinados. Significa delegar mais poder a outros da organização para que eles possam agir mais livremente para realizar suas atribuições.” No fundo, trata-se de descentralizar poderes na cadeia hierárquica de uma empresa, conferindo autonomia aos colaboradores de modo a que eles se mostrem aptos a diagnosticar, analisar e propor soluções no dia-a-dia. Baseando-se na cooperação de todos os membros de uma organização, o Empowerment tem como objetivo máximo dar prioridade aos clientes. De acordo com a PME Negócios3 apud Webster's Ninth (1991) as origens sociais do Empowerment remontam a 1648. Constitui muito mais que um conceito de gestão uma vez que as suas raízes se encontram na filosofia, na sociologia e na religião. Apesar de o conceito inicial de Empowerment já ter mais de três séculos, só em meados dos anos 80 começou a ser aplicado nas empresas. 1. 2. A origem do Empowerment Na década de 70 o gerente atuava nitidamente voltado para dentro dele mesmo, ocupando-se das rotinas, com total desconsideração às necessidades dos clientes internos e externos. Apoiado no poder que o cargo lhe conferia, de modo geral adotava um modelo de gestão centralizadora, apesar dos programas de desenvolvimento gerencial insistirem na necessidade de delegação como forma de liberar o gerente das funções que poderiam ser feitas por outro membro da equipe, desenvolvendo talentos e preparando substitutos. Nos anos 80 estudiosos das organizações enfatizavam a importância da Administração Participativa, admitindo que a delegação havia se instalado e já era o momento de dar autonomia e compartilhar poder. Apesar disso, ainda hoje, algumas 3 PME Negócios: http://www.pmelink.pt 14 empresas se mostram intransponíveis, pois é torna-se difícil falar de participação em cenários em que a cúpula mostra-se centralizadora, o gerente teme delegar e perder prestígio e o empregado sente medo de dizer a verdade e ser penalizado. Aproximando-se do ano 2000 e tudo indica que o estresse, pressão decorrentes da redução dos níveis gerenciais, enxugamento de quadros, ameaça de desemprego certamente ainda vão perdurar. Não há como esperar que a empresa alivie o homem do sofrimento inerente ao processo de desenvolvimento. Sucesso (2004) Com a aplicação do Empowerment , ocorre a mudança do cenário onde a postura de vítima, sentimentos de revolta e indignação não se mostram efetivas. O homem é autor das suas escolhas, ações, decisões e é responsável pelo próprio bem-estar e pela qualidade de vida. Ele constrói, mantêm ou modifica os valores que caracterizam a cultura organizacional, afeta e é afetado pelo comportamento dos outros com os quais trabalha e convive. Enfoca-se o Empowerment como alternativa para assegurar o comprometimento do empregado com os resultados globais da empresa. Em lugar da postura de encontrar o culpado, melhor é descobrir o que precisa ser feito para resolver o problema. O verdadeiro Empowerment não é dádiva da empresa. Decorre de orientar a vida por princípios e valores, mudanças que começa por admitir a realidade, sem camuflar posturas e opiniões. É aprender a defender pontos de vista de forma apropriada às circunstâncias e não desistir daquilo que se acredita. Apontando a maioria das suas definições para um valor que redefine a partilha de poder e de autoridade, o Empowerment, pode ser visto como uma forma de gestão participativa4, como um caminho para a melhoria contínua e para o estabelecimento de relações de confiança entre todos os membros de uma empresa. O Empowerment reconhece que os colaboradores das empresas não são meros executores de orientações e que estão mais bem colocados para tomar decisões relativas à produção e ao serviço prestado aos clientes. Estes passam a ter 4 Gestão Participativa: “Cenário onde o patrão autoritário e o colaborador submisso dá lugar à uma nova relação (mais democrática e mais produtiva) no ambiente de trabalho”. Desafio 21, 2004 15 mais controle sobre o respectivo trabalho, enquanto os gestores ficam mais libertos para outras áreas da atividade empresarial. 1.3. Antes de Implantar o Empowerment Para tanto, a disposição dos membros da equipe ao participar desse tipo de processo depende, em geral, de três fatores principais: “1º. Os colaboradores precisam acreditar que o administrador está de fato aberto às questões levantadas por eles. Tal credibilidade decorre amplamente da experiência anterior que têm com o executivo, como ele responde hoje e respondeu ontem à proposição de suas idéias, críticas e sugestões. A biografia do relacionamento líder-liderado facilita ou dificulta a implementação do Empowerment. 2º. Os membros da equipe precisam confiar na capacidade do administrador de tomar decisões consistentes e adequadas. Um administrador inseguro ou contraditório não estabelece um clima de confiança capaz de implementar uma cultura de Empowerment de seus subordinados. Assim o fazendo, acaba disseminando a certeza de que apenas o faz para se eximir da responsabilidade, pretendendo tão somente ficar ocioso, enquanto eles – subordinados – ficam com toda a carga de trabalho. 3º. Finalmente, o colaborador deve perceber que a decisão do Empowerment terá conseqüências significativas para eles como pessoas e como profissionais, para toda a equipe no geral envolvendo toda a organização. As pessoas desejam participar do que é importante, têm o sentido de contribuir e de integrar uma equipe que vence. Se não perceberem que o Empowerment é de fato importante, dificilmente se envolverão com convicção e empenho no exercício de novas tarefas e responsabilidades. Preferirão manter o que lhe parecer rotineiro, livre de novos desafios.” Siqueira, 2004 1.4. Erros que devem ser evitados A ausência do Emporwerment também caracteriza a evidente limitação do colaborador, não há participação efetiva do mesmo, uma vez que não lhe é dada a oportunidade de provar a sua capacidade para resolver os problemas que na realidade não precisariam ser encaminhados para seu chefe imediato e sim solucionado por ele próprio, porém muitas vezes, em razão da cultura da empresa, esta burocracia desnecessária é parte da rotina operacional. Além disso, a prática desta rotina nos leva a ter colaboradores dependentes, especialistas (que não sabem fazer nada além do que lhe é trivial) e desmotivado. Esta situação pode leválos ao mau humor pela falta de reconhecimento de sua capacidade de interagir no problema solucionando-o rapidamente. 16 Percebe-se que nas organizações burocráticas, as pessoas tornam-se indiferentes e escravas da rotina. Elas sentem o trabalho monótono, desagradável, ficam estressadas. Seu desempenho, sua vida pessoal e até sua saúde ficam prejudicadas. Além dos principais problemas que se deparam em uma organização quando decide iniciar um processo de mudança, a implementação do Empowerment requer especial atenção sobre algumas armadilhas5 que podem comprometer o seu sucesso. O Empowerment é um processo de multiplicação de responsabilidades, onde quem tem o poder delega-o, baseado na confiança e na abertura para aceitar os erros que possam ser cometidos. Esta delegação deve ser equilibrada, em termos de autoridade e responsabilidade, e quem delega deve prover recursos, informações e reconhecimento. Ocorre que, em algumas organizações, por exemplo, o que vemos é a delegação de responsabilidade em maior grau que a de autoridade, onde quem delega crê que passou uma parte da responsabilidade ao outro. A multiplicação da responsabilidade ocorre porque quem delega continua a ser responsável, e o outro passa a ser também responsável pelos resultados. É sabido que muitos gestores prometem delegar e depois acabam por querer fazer tudo. Ao mesmo tempo, prometem conferir mais poder aos colaboradores e depois não abdicam deste poder. Por outro lado, devem assegurar-se que os colaboradores estão preparados para a nova etapa e confiar neles para os desafios que estão por vir. .Além disso, muitas vezes, por falha de comunicação, medo ou ainda por acreditar que algumas informações são confidenciais, quem delega não o faz eficazmente, o que leva à maior probabilidade de erros. Sem falarmos da falta de reconhecimento, o que impacta a motivação de quem executa. Estes exemplos fazem parte de algumas situações que devem ser observadas e evitadas para a obtenção de sucesso na implantação de um processo de Empowerment. Além disso, é importante mencionar que a aplicação dos 5 Armadilhas: São consideradas armadilhas, situações em que o colaborador aparentemente está preparado para a implantação do Empowerment na rotina operacional, porém este ainda não o está. Este tipo de ocorrência pode frustrar todo o projeto de implantação da ferramenta, além de gerar no colaborador um sentimento de frustração e pensamento de incapacidade profissional. Pode-se citar como exemplo o gerente que não sabe delegar responsabilidade e o colaborador que não está apto para assumir esta responsabilidade. 17 fundamentos do Empowerment também não se revela compatível com: Andar depressa demais Permitir iniciativas individuais Ignorar os medos Esconder informação Não definir parâmetros Não acompanhar as iniciativas Ignorar o Feedback. 18 1.5. Vantagens e Benefícios do Empowerment A aplicação desta ferramenta irá proporcionar à organização uma série de vantagens e benefícios que são apresentadas no quadro 1. Tabela 1 - Vantagens e benefícios do Empowerment t Vantagens e Benefícios do Empowerment Benefícios Vantagens Foco no cliente identificando suas necessidades e expectativas imediatas. Direção alinhada às metas e objetivos estratégicos da empresa.. Redução de custos. Responsabilidade e comprometimento com valores, crenças e resultados da empresa. Acordos operacionais, planos e projetos e implementação de ações. Aumento da quantidade de ações desencadeadas. Rapidez na implementação de ações. Eficácia em relação à qualidade e produtividade. Melhoramentos na produção. Maior autonomia. Revelação de talentos. Os times autogerenciáveis atuam para fazer acontecer as estratégias de negócios da empresa. Aumenta a auto-estima, as pessoas passam a ter uma visão e um firme propósito de atingir metas. O Empowerment proporciona grande sinergia entre seus membros, resultando em um melhor ambiente de trabalho. Diretos Indiretos Mensuráveis Mensuráveis Aumento da lucratividade. Plano de redução de custos sustentável. Melhoramento radical dos níveis da qualidade interna e externa. Melhoria dos processos de fabricação e montagem. Capacidade de resposta aos clientes Alinhamento da empresa às estratégias, visão e missão. Operacionalização da visão, missão e estratégias da corporação a nível de empresa e colaboradores. Liberação dos níveis gerenciais para plena atuação nos aspectos estratégicos da empresa. Liberação dos níveis operacionais para atuação nos aspectos que impacta nos resultados da empresa. Surgimento de inúmeros líderes que permitem a empresa assumir diferentes e novos desafios simultaneamente. Tomada de decisão mais rápida. Fonte: Ferreira (2002, ANEXO 2) 1.6. EMPOWERMENT E SEUS PARCEIROS O Empowerment é uma ferramenta que atinge a resultados incríveis quando bem utilizada. É importante mencionar que estes resultados são ainda melhores quando há participação de ferramentas em parceria com o Empowerment. Algumas delas são conhecidas como: Energização, Motivação e Humor. 19 1.6.1. Empowerment / Energização Nas organizações burocráticas, inevitavelmente as pessoas tornam-se indiferentes e escravas da rotina. Elas sentem o trabalho monótono, desagradável, ficam estressadas. Seu desempenho, sua vida pessoal e até sua saúde ficam prejudicadas. A energização visa estabelecer um alinhamento emocional e motivacional entre as pessoas e o trabalho. Para isso é preciso antes de mais nada reconhecer as pessoas como tais, reconhecer seus valores, estabelecer um verdadeiro diálogo. A energização permite que as pessoas canalizem suas energias (energia = capacidade de mudar, de transformar, de realizar trabalho) para seus trabalhos, resultando em desempenho, inovação, produtividade e qualidade. 1.6.1.1. A ENERGIZAÇÃO/EMPOWERMENT: O PODER DO ZAPP! A partir de uma nova concepção das relações entre as pessoas nas organizações, Byham (1992), presidente da Development Dimensions International (DDI)6, concebeu como forma de motivação dos indivíduos no trabalho a idéia da Energização. “Numa organização de nível internacional todos na empresa têm que estar pensando diariamente em como trabalhar melhor em termos de qualidade, produtividade, custos, vendas e satisfação dos clientes. [...] No futuro, as organizações bem sucedidas serão cada vez mais aquelas que melhor conseguirem aplicar a energia criativa dos indivíduos a um constante aperfeiçoamento. A única maneira de fazer com que as pessoas adotem um aperfeiçoamento constante no dia-a-dia é energizá-las”(Byham, 1992). 20 A Energização é um conceito moderno na área da psicologia industrial. Byham (1992) procurou demonstrar que a chave para a Qualidade e a produtividade está numa espécie de energia que irradia das pessoas e que pode ser transmitida de um indivíduo a outro. Esta energia pode ser de dois tipos: Zapp! - ânimo, persistência, poder, ou Sapp¡ - abatimento, pessimismo, prostração. Byham (1992) propõe um modelo para que o Zapp! aconteça e funcione. Este modelo atua em dois níveis: Energização individual e Energização de equipes semi-autônomas de trabalho. Em ambos os casos, são apontados quatro aspectos fundamentais e inter-relacionados para a Energização das pessoas: direção, recursos, conhecimento e apoio. 1.6.1.2. Energização individual Para que o gerente consiga "zappear" (!sic) seus subordinados, propõe-se que ele atue, num primeiro momento, em nível individual e, à medida que o grau de energização aumente no grupo, procura montar equipes semi-autônomas. Em nível individual, o gerente deve estar atento para que não faltem direção, recursos, conhecimentos e apoio a seus subordinados. Conceitos que podem ser avaliados como apresentamos a seguir. Direção: É preciso que as pessoas saibam "o que fazer". Para tanto, a organização deve continuamente elaborar e rever seu plano estratégico, tático e operacional. É necessário estabelecer as metas da empresa, as metas de cada departamento e as metas individuais. Para o estabelecimento das metas individuais, o gerente e seu subordinado devem definir: 6 DDI: Empresa de Bridgeville / Pensilvânia, especializada em Recursos Humanos. 21 a área chave de resultado – a direção desejada; a medida - uma forma de saber se está caminhando na direção desejada; a meta - algo que indique se já se chegou lá. Recursos: É preciso que as pessoas tenham disponíveis os recursos necessários ao cumprimento da tarefa, como ferramentas, instalações, material, dinheiro, informações e outros. Conhecimento: Antes de delegar uma tarefa, o gerente precisa certificar-se de que o subordinado está apto a executá-la. Sugere-se os seguintes passos do aconselhamento (Byham, 1992:96): a. Explicar o propósito e a importância do que se pretende ensinar. b. Explicar o processo a ser adotado. c. Mostrar como se faz. d. Observar enquanto a pessoa treina o processo. e. Oferecer Feedback imediato e específico (explicar novamente ou reforçar o sucesso). f. Demonstrar confiança na capacidade da pessoa de obter sucesso. g. Combinar medidas de follow-up. O gerente deve passar ao subordinado o maior número possível de informações acerca da tarefa, pois, segundo Byham (1992:97), "aprender mais sobre seu trabalho aumenta o seu Zapp!". Apoio: Segundo Byham (1992), o apoio é o aspecto mais ressaltado. São apontados três princípios básicos que devem ser seguidos pelos gerentes que querem energizar seus subordinados, 22 quais sejam manter a estima do colaborador, ouvir e responder com empatia, além de pedir ajuda para resolver algum problema. a) Manter a estima do colaborador. Para manter a estima do colaborador, é necessário que toda vez que o superior conversar com seu subordinado não o rebaixe nem o faça sentir-se inferior. Mesmo que haja um problema, o superior deve dizer o que tem a dizer de forma que a pessoa ainda se sinta bem, ou pelo menos confortável consigo mesma. A qualidade do que é dito também é um fator importante neste caso. As pessoas percebem quando o chefe não está sendo sincero ou quando não merecem o comentário. b) Ouvir e responder com empatia. No processo de energização também é importante ouvir e responder com empatia, visto que “ correta comunicação entre o chefe e o subordinado é um ponto fundamental à Energização”, segundo Byham (1992). É preciso que as pessoas saibam que estão sendo ouvidas e levadas em consideração. O chefe precisa prestar bastante atenção ao que as pessoas lhe falam, evitando deixar seus pensamentos atrapalharem a mensagem que está sendo transmitida. c) Pedir ajuda para solucionar o problema. Além disso, é interessante pedir ajuda ao colaborador para solucionar um problema, assim o gerente estimula a mente criativa de seus subordinados, pedindo a eles idéias, sugestões e informações para a solução do problema. Isto faz com que se sintam responsáveis pela questão. É importante, então, que o gerente aprenda a delegar e deixe a implementação da solução nas mãos do colaborador. 23 Após avaliar o desempenho do colaborador, o administrador deve fornecer Feedback7 a ele. Segundo Byham (1992:92), "o Feedback constante sobre o desempenho relativo às metas mantém um alto nível de Zapp”. 1.6.1.3. Energização de equipes semi-autônomas de trabalho Segundo Byham (1992:117), "é difícil aumentar o nível de Zapp! individualmente. Só se pode zappear (!sic) o indivíduo até certo ponto". Sugere-se que há um momento em que o líder deve começar a montar equipes semiautônomas de trabalho, pois "uma equipe zappeada é mais produtiva que um grupo de indivíduos zappeados". Byham (1992:118). Ao montar uma equipe, o gerente deve procurar, aos poucos, delegar o maior número de decisões possíveis. Alguns aspectos que devem ser de responsabilidade da equipe são apontados por Byham (1992:123), quais sejam: Determinar quem trabalha em quê. Lidar com problemas de absenteísmo ou desempenho. Participar de todos os aspectos do trabalho. Selecionar o líder da equipe dentre os participantes do grupo. Descobrir oportunidades para melhorar a qualidade e produtividade (e torná-las realidade). Byham (1992) Para que as responsabilidades da equipe sejam definidas de maneira clara, o papel do gerente, deve ser de proporcionar à equipe direção, recursos, conhecimentos e apoio que podem ser descritos da seguinte forma, segundo as idéias de Byham (1992). Direção. O administrador, juntamente com os integrantes da equipe, deve estabelecer a missão e os objetivos da equipe. 7 Feedback: Vide definição no capítulo III 24 Recursos. Além de providenciar ferramentas, materiais e informações à equipe, o administrador precisa providenciar local e tempo para as reuniões da equipe. Conhecimento. O administrador deve sempre estar atento para as necessidades de treinamento da equipe. Ao montar a equipe, é preciso que os integrantes recebam treinamento em habilidades interpessoais como interagir uns com os outros, como resolver as coisas quando ocorrem atritos, como conduzir reuniões eficazes, como resolver problemas em grupo e outras habilidades. O treinamento técnico deve acontecer no momento de aprendizagem, ou seja, no momento em que efetivamente houver a necessidade do treinamento e em que possa imediatamente ser aplicado o que foi aprendido. Apoio. Após auxiliar na formação das equipes, o administrador deve continuamente indicar o rumo a ser tomado, avaliar o desempenho e ajudar a resolver coisas que a equipe não consegue resolver sozinha. Fora isso, a equipe deve ter autonomia em sua gestão. A Energização agregada ao Empowerment é um conceito que leva à maior autonomia das pessoas na organização. Os trabalhadores passam a tomar suas próprias decisões e a controlar o que estão fazendo. Neste contexto, desaparece a figura do gerente e surge a figura do Facilitador. Byham (1992) 1.6.2. Empowerment / Motivação De acordo com Daft (1999), o Empowerment também aumenta a motivação dos funcionários. As pesquisas indicam que as pessoas têm necessidade de autoeficácia8. O aumento de poder do colaborador aumenta a motivação para a realização de tarefas porque as pessoas melhoram sua eficácia, decidindo como realizar suas tarefas e utilizando sua criatividade. A maioria das pessoas entra na organização com o desejo de fazer um bom trabalho e o Empowerment a capacita a liberar sua motivação desde o início. Sua recompensa é um sentimento de 8 Auto- Eficácia: “Capacidade de produzir resultados, para se sentir eficazes” Daft (1999) 25 autoridade e competência pessoal. Maslow (2000), acreditava que os seres humanos aspiravam tornarem-se auto-realizados, formulou um modelo da motivação das pessoas, segundo a qual existe uma “hierarquia das necessidades humanas”, dispostas em ordem de importância, numa imagem semelhante a uma pirâmide (Quadro 2). Na base da pirâmide estão as necessidades básicas, também chamadas de fisiológicas. No topo da pirâmide localizam-se as necessidades mais sofisticadas e intelectualizadas. As necessidades básicas prevalecem sobre as necessidades situadas no nível mais alto, sendo que estas são exatamente as que levam à efetivação do potencial dos seres humanos, à vida feliz e aos momentos de plenitude. Tabela 2 - Hierarquia das necessidades humanas Enquanto as pessoas não tiverem satisfeitas as suas necessidades básicas, situadas na base da pirâmide, não conseguirão alcançar as aspirações que estão na parte superior. Campos (1999) ensina que o conceito do crescimento do ser humano se baseia na intenção de que as pessoas façam sempre serviços de valor agregado 26 cada vez mais alto. Isto significa escrever, falar, ordenar, mostrar, instruir, em vez de mover, copiar, seguir ou obedecer. Ou seja, o indivíduo utilizar cada vez mais a mente e não unicamente a força braçal. Observa que, nas empresas japonesas, existe um esforço para se reduzir a “necessidade de mão-de-obra”, e não de “reduzir pessoas”. Estas são utilizadas no sempre existente trabalho criativo de melhoria contínua. Enfatizando que “a alegria pelo trabalho (motivação), a educação e o treinamento são a base do crescimento do ser humano”, Campos (1999) exemplifica com a evolução do crescimento no caso de um operador: “Etapa 1: somente opera. Etapa 2: inspeciona seu próprio trabalho, quando ajudado pelo supervisor. Etapa 3: Inspeciona seu próprio trabalho, mas é necessário que o supervisor reavalie mais tarde. Etapa 4: Inspeciona seu próprio trabalho. Etapa 5: Inspeciona seu próprio trabalho e ensina outros operadores.” Campos(1999) Esta evolução, pode ser representada superficialmente no quadro 3, através da escala de motivação de Viana (2004). Tabela 3 - Escala de Motivação 27 1.6.2.1. O que é Motivação ? Segundo Regina (2003, Anexo 3), “motivação é atitude, é comportamento. Estes sentimentos funcionam como uma argamassa que reúne talento, educação, inteligência, criatividade e incentivo em uma mesma pessoa...”. Conforme Lujan e outros (2003), compreender a motivação humana tem sido um desafio para muitos administradores e até mesmo psicólogos. Várias pesquisas têm sido elaboradas e diversas teorias têm tentado explicar o funcionamento desta força que leva as pessoas a agirem em prol do alcance de objetivos. Analisando as enquetes a respeito do assunto percebemos que existe ainda muita confusão e desconhecimento sobre o que é e o que não é motivação. Vemos ainda que a motivação é quase sempre relacionada com desempenho positivo. Peixoto (2001) e Bergamini (1989), afirmam que os fatores que levam uma pessoa a caminhar em determinada direção podem-lhe ser intrínsecos ou extrínsecos. Quando são intrínsecos, há motivação; quando são extrínsecos, há apenas movimento. É fato que muitas vezes, uma pessoa sente-se levada a fazer algo para evitar uma punição ou para conquistar uma recompensa. “Quando uma pessoa se coloca ou se direciona a um caminho ou um objetivo, ela não necessariamente está motivada a atingir este objetivo. Os fatores que a levam a caminhar naquela direção podem-lhe ser intrínsecos (internos) ou extrínsecos (externos). Quando são intrínsecos, há motivação; quando são extrínsecos, há apenas movimento ou apenas satisfação” ( Bergamini, 1989). “Muitas vezes, uma pessoa tem o desejo a realizar algo para evitar uma punição, ou para conquistar uma recompensa. Nestes casos, a iniciativa para a realização da tarefa não partiu da própria pessoa, mas de um terceiro (fator extrínseco), que a estimulou de alguma forma para que ela se movimentasse em direção ao objetivo pretendido” (Bergamini,1989). 28 Em complemento, Peixoto (2001) disserta que em ambos os casos, a iniciativa para a realização da tarefa não partiu da própria pessoa, mas de um terceiro, que a estimulou de alguma forma para que ela se movimentasse em direção ao objetivo pretendido. A pessoa não teria caminhado em direção ao objetivo caso não houvesse a punição ou a recompensa. As pessoas podem, também, agir levadas por um impulso interno, por uma necessidade interior. Neste caso, existe vontade própria para alcançar o objetivo, existe motivação, que pode ser transformada em movimento permanente por meio da doutrinação. Aliás, é isso que as organizações produtivas buscam. Porém, na maioria das vezes, o que se vê é a aplicação de técnicas de motivação. O movimento é uma situação passageira. Só dura enquanto persistirem os estímulos que o geraram. Além disso, a eliminação dos estímulos normalmente provoca insatisfação e um comportamento indesejável. “Se todas as vezes que alguém falta, ou atrasa, houver punição com uma perda de vencimentos mensais, a partir do momento que tal conseqüência desagradável deixar de existir, o comportamento indesejável reaparecerá, isto é, as faltas e os atrasos voltarão a se repetir. Por outro lado, se um aumento nos níveis de vendas for premiado por uma gratificação especial, a partir do momento em que este prêmio deixar de existir, o empenho dos vendedores diminuirá e as vendas voltarão a cair e, provavelmente, a níveis inferiores àqueles já atingidos antes da concessão do prêmio.” (Bergamini, 1989). A partir destas colocações pode-se, então, entender a motivação como uma energia, uma tensão, uma força, ou ainda, um impulso interno aos indivíduos. Sobretudo, o que é relevante considerar é que a motivação é interior a cada indivíduo e leva-o a agir espontaneamente para alcançar determinado objetivo. 29 Assim, não é possível motivar uma pessoa, o que é possível é criar um ambiente compatível com os objetivos da pessoa, um ambiente no qual a pessoa se sinta motivada. 1.6.2.2. Um século de motivação na gestão de pessoas O surgimento das novas organizações de trabalho, com a Revolução Industrial despertou o interesse em torno dos aspectos que levariam ao aumento da produtividade humana. Buscou-se compreender quais os fatores capazes de levar os trabalhadores a caminhar em direção aos objetivos da organização, tornando-os colaboradores eficientes e eficazes. Ao longo de um século, vários estudos foram realizados na tentativa de desvendar o fenômeno da motivação humana nas organizações a partir de uma análise das correntes que surgiram e que são apresentadas esquematicamente no quadro 4. Tabela 4 - Grandes Correntes Históricas da Motivação 30 1.6.2.3. Pesquisa sobre as vinte técnicas recentes de motivação Caudron (1997), fez uma pesquisa, junto aos maiores gurus americanos da motivação, incluindo autores, teóricos, consultores e especialistas em treinamento. A pergunta dirigida a eles era simples e direta: “Como motivar os entediados empregados de hoje? Comentários, conselhos, pesquisas, técnicas e estudos de casos feitos por esses experts foram combinados e disso tudo saiu uma lista de vinte melhores fatores de motivação. Não existe uma formula única e milagrosa, mas sim uma combinação de fatores em função da necessidade individual e/ou equipe e do bom senso gerencial.” Como resultado da pesquisa realizada por Caudron (1997), os pesquisadores envolvidos identificaram que as combinações de fatores em função das necessidades individuais são as seguintes: “Dar aos empregados as informações necessárias para a realização de um bom trabalho. Dar Feedback regular aos colaboradores. Solicitar idéias aos empregados e envolvê-los em decisões sobre suas funções. Criar canais de comunicação fáceis de usar. Aprender com os próprios colaboradores sobre aquilo que os motiva. Aprender quais as atividades desenvolvidas pelos empregados quando dispõe de tempo livre. Cumprimentar pessoalmente o colaborador por um trabalho bem-feito. Reconhecer o poder de sua presença física, em sua posição de gerente. Enviar uma mensagem escrita ao empregado, elogiando seu desempenho. Reconhecer publicamente um trabalho bem-feito. Promover reuniões destinadas a comemorar o sucesso do grupo. Dar ao empregado uma tarefa interessante para executar. Verificar se o empregado dispõe das ferramentas para realizar o melhor trabalho. Reconhecer as necessidades pessoais dos colaboradores. Usar o desempenho como base para promoção. Adotar uma política abrangente de promoção dos colaboradores. Enfatizar o compromisso da empresa com a manutenção do emprego a longo prazo. Estimular o sentido de comunidade. 31 Remunerar as pessoas de forma competitiva, em função do que elas valem. Dar aos colaboradores uma razão financeira para serem excelentes. Isto significa incluir participação nos lucros.” Caudron (1997) 1.6.3. Empowerment / Humor Mediante as diversas parcerias formadas pelo Empowerment mencionadas nas páginas anteriores, podemos citar a aliança que pode ser feita com o humor e a permissão da existência deste fator dentro das organizações. De acordo com Miller (1997, Anexo 4), o humor é o traço marcante dos profissionais das organizações que realmente adotam o Empowerment. Nesses locais, o humor, é sinônimo imediato de risadas e brincadeiras e acaba se traduzindo em colaboradores que se sentem livres, criativos, estimulados e reconhecidos. Existe nesses casos aquilo que se chama de celebração consciente e contínua do ser humano, e é a própria organização que oferece o salão para a festa. Nas empresas que não se mostram dispostas a delegar poder aos colaboradores, no entanto, o humor não tem muito espaço ou em algumas vezes nem mesmo é permitido. Miller (1997) cita um exemplo de um programa para montar equipes de novos colaboradores temporários de várias unidades de um serviço de atendimento ao público de um órgão do governo norte-americano. “Estavam previstas cinco semanas de treinamento interno para esses colaboradores e a formação das equipes seria feita por nós na primeira delas, por meio de workshop de auto Empowerment. Ao final da avaliação, entre todos os participantes, 8 em uma escala de 10, percebeu-se inúmeros comentários positivos e agradecimentos generosos. Soube-se depois que, a gerência geral daquela empresa começou a sabotar o programa, jogando os colaboradores uns contra os outros, isolando-os, punindo comportamentos brincalhões e alegres como se fossem nocivos. Mais da metade dos novos colaboradores desistiu do trabalho durante a segunda e a terceira semana de treinamento e, dos 20 novos contratados, 17 foram para outras organizações nos primeiros três meses. Da última vez que se teve notícias, os três únicos remanescentes estavam à procura de outro emprego.” Miller (1997) Com estes resultados, entendemos que tal evasão se deu em razão da falta de alegria, prazer e humor destrói a autoconfiança e a capacidade de trabalho das pessoas. Não existe possibilidade de motivação nas organizações que não oferecem a seus colaboradores um ambiente propício ao desenvolvimento do poder pessoal. 32 Miller (1997) afirma que as empresas e organizações estão descobrindo a importância das risadas e brincadeiras para criar ambientes mais produtivos. Elas contribuem para maior qualidade de vida dos colaboradores e, conseqüentemente, melhor atendimento aos clientes. Qualquer organização consegue criar um ambiente desse tipo: basta afiar as ferramentas do humor9. Com as empresas praticamente obrigadas a promover programas de melhoria contínua, o humor torna-se cada vez mais essencial. Afinal, quanto maior a demanda de qualidade, maior a tensão do pessoal de produção. Existem dados comprovam que a crescente pressão sobre o trabalhador afeta negativamente a produtividade e os resultados financeiros finais. Segundo Miller (1997) algumas pesquisas demonstram os efeitos positivos das risadas e do humor sobre os lucros devido à redução da tensão e suas conseqüências (como problemas cardíacos, distúrbios digestivos, gripes e outras doenças e lesões). A comunidade médica é unânime quanto ao fato de que risadas e bom humor ajudam e fazem tão bem à saúde que contribuem para a cura de doenças. O humor traz uma melhora nos relacionamentos dentro da empresa, algumas atitudes agregadas à ele podem ajudar a implementar o Empowerment na empresa, como, rir e deixar rir proporcionando o bem estra da equipe de trabalho 1.6.3.1.O humor melhora os relacionamentos Além de fazer bem a saúde, o humor também liberta as pessoas de outro tipo de tensão - a tensão interpessoal. Essa seria a razão porque hoje muitos consultores altamente qualificados especializaram-se em levá-lo ao local de trabalho. As ferramentas de aptidões de comunicação, ou interpessoais, na dinâmica de grupo são vitais para a sinergia10 da equipe e para a colaboração entre seus integrantes. A diferença entre um grupo de trabalho que cumpre sua tarefa com as pessoas tentando destruir umas às outras e um grupo que age como uma equipe funcional e criativa é a colaboração por meio de relações interpessoais positivas. 9 Ferramenta do humor: vide anexo 4 Sinergia: “convergência das partes de um todo que concorrem para um mesmo resultado” 10 33 Essa é simplesmente outra forma de descrever o Empowerment em equipes e organizações. As aptidões interpessoais possibilitam a comunicação que vai além da estrutura formal de recepção da mensagem, viabilizando o bom fluxo de informações por todos os membros da equipe. Incluem fatores como correr riscos, críticas construtivas, objetividade, capacidade de ouvir atenta e ativamente, compreensão e reconhecimento dos interesses, gostos, aversões, necessidades, desejos e realizações dos outros. Abrangem, acima de tudo, senso de humor para transpor os muitos obstáculos que a equipe enfrentará na busca da meta almejada. Segundo Miller (1997), as equipes bem-sucedidas devem definir normas claras de comportamento. O consentimento de relações maduras de humor, por exemplo, dá a uma equipe ferramentas de Empowerment eficazes. Os componentes da equipe precisam identificar o senso de humor como parte integrante da comunicação humana e demarcar as fronteiras das brincadeiras aceitáveis e inaceitáveis. O que parece engraçado para alguns pode ser incrivelmente doloroso para outros. Em todo caso, a ridicularização e o sarcasmo são formas de humor inaceitáveis. Miller (1997) apud ALSOP, diz que "(...) a ridicularização é (parcialmente) uma maneira socialmente aceita de controlar o próximo(...)" Para quem reprime as emoções, é uma oportunidade para liberar a risada, mas, por outro lado, destrói a autoconfiança. O sarcasmo é a raiva disfarçada de humor não é fruto de boas intenções, nem tem virtudes redentoras. As equipes que tentam colaborar para criar um ambiente de Empowerment e confiança não precisam de ridicularizações nem de sarcasmos. O senso de humor ajuda a dispersar a hostilidade11 e a raiva, abre a porta para soluções criativas com a participação de todos e também para um melhor conhecimento do outro e das informações técnicas sobre os objetivos da equipe. Fonte: http://www.meusdicionarios.com.br/ 11 Hostilidade: agressão ou provocação 34 1.6.3.2. Atitudes como rir e deixar rir ajudam a implementar o Empowerment nas empresas. Miller (1997), levanta a seguinte questão: “Qual é o traço comportamental mais evidente dos colaboradores e chefes de empresas que delegam poder?” O humor. Empresas de Comércio e de serviços, órgãos governamentais e outras organizações estão descobrindo que somente um ambiente que incentive brincadeiras e risadas é capaz de incorporar o Empowerment com poucas chances de erro. A explicação é simples, segundo estudos: o humor liberta a “criança interior” de cada um, aquele que acredita ser possível fazer tudo que se quer neste mundo. Assim, ajuda as pessoas a tomar iniciativas, desenvolver a criatividade, comunicarse melhor e aprender mais facilmente. Além disso, funciona como um poderoso antídoto contra a crescente tensão provocada por programas de melhoria contínua. Miller (1997, Anexo 4) 1.6.3.3. As pessoas que se sentem bem em relação a si próprias apresentam bons resultados Miller (1997), registra que por mais que se tente ignorar e até mesmo acreditar que todos esses conceitos novos sejam meras panacéias12, por mais contentes que os acionistas estejam com a gerência que visa táticas de geração de lucros, o segredo é outro. As pessoas gostam de trabalhar para empresas que se interessam por seu desenvolvimento pessoal e profissional - que as ajudem a se sentir bem consigo mesmas, que proporcionem oportunidade de prazer no trabalho. As pessoas não gostam de trabalhar em empresas onde se sintam pouco valorizadas e sejam manipuladas por um estilo gerencial autocrático e centralizador, daqueles onde existe uma parede que divide a gerência do colaborador . E por incrível e terrível que isso possa parecer, os líderes só perceberão isso, diante da possibilidade de escassez de mão de obra competente, como a que se está vivendo hoje. 35 As empresas que tiverem maior capacidade de criar um bom ambiente de trabalho conseguirão atrair e manter os profissionais mais competentes. Para as empresas que estão em sintonia e preparando-se para esta realidade, chegou a hora de eliminar as condições de trabalho que contribuem para a alienação, frustração e descontentamento. Chegou a hora de conciliar mais prazer no trabalho. Afinal, passa-se no mínimo quarenta horas por semana, durante a maior parte da vidas, tentando suprir as necessidades de realização. Todo esse tempo pode ser considerado uma eternidade para se passar num lugar onde a cultura e o clima de trabalho gerem medo, indiferença e ressentimento, ao invés de auto-estima positiva. Um dos motivos que levaram a tamanha negligência da questão do prazer e da auto-estima no local de trabalho é que ninguém parece saber exatamente do que se trata, de onde vem e como aumentá-la. Miller (1997) 1.7. Expectativa de retorno na aplicação do Empowerment – Empresa x Colaboradores Um processo de Empowerment implica a alteração de papéis quer da parte do gerente quer da parte do empregado. É, portanto, um processo de dois sentidos em que ambas as partes têm funções definidas e funcionam em parceria. Neste sentido, cabe ao gerente criar um ambiente propício para o Empowerment, criar a visão, dar informação, disponibilizar recursos, ensinar e treinar, enquanto os empregados devem assumir responsabilidade, propriedade e autoridade para tomar decisões e aperfeiçoar seu trabalho. É importante saber o que a empresa espera de seus colaboradores e quais as ações que devem ser tomadas para a obtenção do retorno esperado. Além disso, deve-se saber o que o colaborador espera da empresa, para que assim possa adotar medidas que proporcionem a satisfação e o desempenho deste colaborador. 12 Panacéias: “Remédios pretensamente eficaz para todos os males, físicos e morais.” AURÉLIO (2001) 36 1.7.1. O que se espera dos Colaboradores? Firmeza e tratamento respeitoso devem ser demonstrados através de ações concretas. Ouvir atentamente, encorajar o outro a expressar idéias, dar e receber Feedback são atitudes necessárias para instalar relações de confiança. Por mais difícil que seja, é preciso aprender a ver os erros e enganos como oportunidades para aprender: "O que se pode aprender com isto" é uma pergunta que expande a consciência, estimula o comportamento afirmativo. Estabelecer objetivos constitui um passo fundamental para assumir o controle da própria vida. Não basta sonhar. É preciso autodisciplina para mudar hábitos, ajustar rumos. O líder precisa aprender a perguntar ao empregado o que ele precisa para se sentir no controle de suas próprias atividades, viabilizar recursos e informações. Pode-se dizer que há Empowerment quando todos se interessam por comparar os resultados obtidos com os resultados esperados e tomem providencias imediatas, sinalizadas pelos fatos e dados. Medo e desrespeito levam a impessoalidade do controle que acabam com a as relações de confiança. Autenticidade, respeito e apoio facilitam o comprometimento. Para se instalar o Empowerment deve-se estimular que, do presidente ao porteiro, haja exemplo de compromisso, cumprindo promessas, mostrar coerência entre discurso e ação. Na aprendizagem da coerência não se pode evitar a ocorrência de erros, de atitudes injustas, de mau humor. Se isto acontecer o mais indicado é admitir e pedir desculpas. Coerência, exemplo e integridade não são atributos específicos dos líderes. Cada pessoa precisa honrar compromissos, dizer a verdade, servir de exemplo aos valores que se defende. Polidez, leveza e justiça ao tratar o outro aumenta a autoestima e a auto consideração. Se a conduta do líder provoca desconfiança, medo de errar ou vergonha por desconhecer, instala-se a mentira, a inibição, decreta-se o fim da criatividade. O colaborador aprende a posicionar-se quando as lideranças mostram respeito pelas diferenças de opinião e não punem quem discordar. 37 1.7.2. O que se espera da empresa? Reconhecimento é algo essencial por parte da empresa. Pedir compromisso com resultados implica recompensar por isto. A recompensa tem que ser pela competência. Não se pode mais tolerar que uns trabalhem mais que outros e recebam salário igual por resultado diferente. Cargo não pode determinar salário. Compromisso e qualidade de resultados, sim. Uma das maneiras mais eficazes de inspirar as pessoas é reconhecer o trabalho bem feito. O trabalhador, ciente da sua capacidade, não irá tolerar o desrespeito e a falta de reconhecimento. Espera-se não só uma recompensa monetária, mas também moral. Tanto as pessoas arrogantes quanto aquelas de baixa auto estima costumam achar difícil elogiar o sucesso dos outros: a inveja, a vaidade e o ressentimento impedem o reconhecimento. É fundamental descobrir os interesses específicos do colaborador e associar, sempre que possível, tarefas e objetivos compatíveis com os interesses individuais. A organização do futuro terá como alicerce o reconhecimento e o respeito mútuo. 1.7.3. Novos rumos para o investimento nas pessoas Eventos de conscientização devem caracterizar-se pela verdade, por mais dolorosa que seja. Não há proteger os empregados da dura realidade que cerca as organizações. As atividades de autodesenvolvimento devem criar estímulos para que as pessoas acreditem na importância do seu trabalho, quando a estabilidade no emprego e a segurança do salário certo ao final do mês desaparecem. Entender o propósito do trabalho e o orgulho por contribuir com produtos e serviços úteis à sociedade. Mesmo que incomode, não parece boa opção fechar os olhos e não ver o que está acontecendo. Em cenário de privatizações, terceirizações, enxugamentos de estrutura, falências decorrentes da ineficácia gerencial ou da concorrência desleal, as pessoas 38 precisam ser alertadas para a urgente necessidade de conviver com a turbulência, sem serem tomadas pelo forte stress ou depressão. No mesmo espaço físico, líderes e equipes devem ser sinalizados sobre as mudanças de cenários. Cabe à direção mostrar que não suportará as práticas autoritárias, por parte dos gerentes, que todas as sugestões são bem vindas. Os gerentes não podem ser muros que separem quem manda e quem obedece. Devem ser pontes, viadutos, atalhos que criem agilidade e competitividade. Segundo Sucesso (2004), herdeiros de 500 anos de autoritarismo e 40 anos de inflação estamos assistindo à transição do modelo de enriquecimento rápido através da especulação para a possibilidade de obter-se renda através do trabalho. Resta contribuir para acelerar este processo, criando empresas com muitos líderes, gerenciadas com justiça e ética e capazes de se tornarem um bom lugar para se trabalhar. 39 Capitulo II – Responsabilidades, autoridades e padrões de Excelencia Um administrador confere Empowerment aos seus subordinados proporcionando-lhes uma compreensão clara das responsabilidades da função, dando-lhes autoridade igual à responsabilidade que lhe é designada, além de estabelecer padrões de excelência que lhes permitem alcançar seu potencial pleno. 2.1. O Poder através da Responsabilidade Para que uma pessoa experimente um sentido de poder na função, precisa ter uma compreensão clara das responsabilidades inerentes à função. Essas responsabilidades definem o trabalho que as pessoas precisam realizar para alcançar o sucesso. Um administrador tem mais poder para atingir os seus próprios objetivos quando as pessoas que são subordinadas à ele sabem o que precisam fazer para alcançar o sucesso. 2.1.1. A Importância de Definir Claramente as Responsabilidades A primeira coisa, e talvez a mais importante que o administrador pode fazer para conferir poder às pessoas é dizer-lhes o que elas devem fazer. Não poderá haver sucesso sem que seja exposta claramente às pessoas o que é esperado delas. Parece simples? O administrador diz, é claro que o meu pessoal sabe quais são suas atribuições. Eles já sabiam disso antes de serem contratados. Uma reflexão sobre a sua própria carreira profissional pode levar ao líder a ponderar mais cuidadosamente sobre essa questão. Quantas vezes a pessoa se viu em apuros porque a compreensão dela do que deveria fazer era diferente da compreensão do seu chefe? O seu brilhante desempenho nada significava simplesmente porque não era o desempenho que seu chefe procurava. Ou talvez ela tenha sido repreendida por ter deixado de fazer algo simplesmente por não saber 40 que era o responsável? Quando as pessoas não têm uma compreensão clara das suas responsabilidades, há muita confusão. Há desperdício de tempo e a energia é dissipada pela ansiedade e pela dúvida. As pessoas passam grande parte do tempo tentando adivinhar os desejos do chefe, perguntando-se se estão caminhando na direção certa. Sem uma definição clara de suas responsabilidades, as pessoas são como embarcações desgovernadas no mar. 2.1.2. A Iniciativa e a Criatividade serão abafadas? Os defensores do estilo liberal de administração podem questionar que as definições claras das responsabilidades inibem a criatividade e sufoca a iniciativa. Dando às pessoas pouca ou nenhuma orientação, eles acreditam estar estimulando um espírito empresarial. Embora esse estilo de administração possa funcionar em algumas situações, a maioria das pessoas precisa de limites e de uma descrição de atribuições muito clara. Do contrário, elas preencherão as lacunas inventando por conta própria uma atribuição ou modificando-a a fim de enquadrá-las às suas finalidades. A falta de estrutura evita que as pessoas utilize o seu poder de forma eficaz. Com uma clara definição de suas responsabilidades, as pessoas têm condições de concentrar todas as suas energias no cumprimento da função, em vez de perguntar qual é o serviço ou de se dedicar às atividades erradas. Quanto mais concentradas elas estiverem, mais poder têm para alcançar o sucesso. 2.1.3. Designar e transmitir responsabilidades aos subordinados Segundo Tracy (1994) eis algumas das coisas que o administrador deve ter em mente ao designar e transmitir as responsabilidades da função aos seus subordinados. “Definir claramente as responsabilidades inerentes à função. Dar às pessoas um sentido de finalidade mostrando-lhes de que maneira as suas responsabilidades funcionais estão relacionadas às metas e objetivos do departamento. Transmitir e enfatizar regularmente as responsabilidades. 41 Ajudar as pessoas a ter um sentido de orgulho e propriedades que foram designadas. Evitar a duplicação das responsabilidades. Priorizar as responsabilidades à medida que os planos mudam. Ajudar os membros da equipe a compreender mutuamente as suas responsabilidades. Transmitir as mudanças de responsabilidades de forma a construir o moral e/ou ajudar as pessoas a crescer.” Tracy (1994) Quando o administrador transmite as responsabilidades funcionais dessa maneira, a pessoa não apenas compreenderá melhor o que se espera dela, mas também terá um sentido maior de finalidade e orgulho – todos essenciais para que se tenha um sentido de poder. Os benefícios para o administrador são inúmeros. O tempo que ele passa executando essas atividades lhe trarão grandes dividendos. Haverá maior eficiência porque as pessoas estarão se dedicando às atividades certas. Haverá maior produtividade porque as pessoas estarão mais motivadas e a qualidade do trabalho será melhor porque as pessoas se sentirão mais orgulhosas. 2.2. O Poder através da Autoridade As pessoas só têm condições de desempenhar as responsabilidades inerentes às suas funções até o limite da autoridade que lhes for conferida. Um administrador possui mais poder para alcançar os próprios objetivos quando seus subordinados desfrutam de autoridade para desempenhar suas responsabilidades. Muitas vezes os gerentes inadvertidamente pressupõem que os membros de sua equipe reagirão automaticamente de forma positiva aos seus planos e desejos de descentralização ou delegação de tarefas, enriquecimento do trabalho ou transferência de parcelas significativas de poder, responsabilidade ou autoridade por falta de empatia. Não percebem a realidade das relações de trabalho como os subordinados a fazem, mas como perceberiam se fossem subordinados. O executivo e os membros de sua equipe devem estar dispostos a construir e a manter juntos e de forma compartilhada um processo sistemático de transferência de poder e de autoridade. 42 2.2.1. A Importância de Delegar Autoridade O Empowerment fornece a base de uma vantagem competitiva sustentável de vários modos, mas principalmente porque aumenta a quantidade total de poder da organização. Segundo Daft (1997), muitos gerentes acreditam erradamente que o poder é um jogo de soma zero, o que significa que eles devem perder poder para que alguém obtenha mais. Isso não é verdadeiro. Pesquisas e experiências de gerentes indicam que a delegação de poder cria um volume maior de poder, de tal forma que todos recebem mais poder. Hoje em dia, uma das queixas mais comuns que se ouve em todos os níveis no ambiente de trabalho é “tenho a responsabilidade, mas não tenho a autoridade para executar o trabalho”. Essa é uma das principais causas do estresse no ambiente de trabalho. Nada compensa a falta de autoridade. Nem aptidão, o desejo ou a inteligência. Uma pessoa fica extremamente limitada na sua capacidade de utilizar as suas qualidades e aptidões em prol da empresa se não tiver autoridade para colocá-las em prática. Ela acabará perdendo o desejo de utilizar suas qualidades se for constantemente bloqueada nos seus esforços para alcançar o sucesso devido à falha de autoridade. Daft (1997) cita que Ralph Stayer, CEO da Johnsonville Foods, acredita que o poder mais forte de um gerente provém dos funcionários dedicados: “O verdadeiro poder advém da delegação deste em favor de outros que estão em melhor posição que você para executar certas tarefas.” O gerente que delega autoridade obtém o compromisso e criatividade em retorno.Os funcionários encontram meios de utilizar seu conhecimento e suas habilidades para fazer boas coisas acontecerem. Daft (1997) 2.2.2. Quanta autoridade deve ser delegada? A autoridade, como o poder, está represada na maioria das empresas. Os administradores delegam autoridade com grande apreensão, o que constitui uma das razões pelas quais existe tanta burocracia nas grandes empresas. Existe sempre a possibilidade de uma pessoa abusar da autoridade que lhe é conferida. Na maioria dos casos, entretanto, é preferível pecar por conferir excesso de autoridade 43 do que autoridade de menos. Quando as pessoas têm autoridade, tendem a ter mais iniciativa. Então, qual o grau de autoridade que o administrador deve dar a um subordinado? O suficiente para que ele cumpra as responsabilidades que lhe foram delegadas. Se uma pessoa será responsabilizada pelos resultados que alcança, precisa ter o direito de tomar decisões na esfera de suas responsabilidades. Conforme Daft (1997), a tendência para delegação de autoridade a colaboradores dos níveis mais baixos provavelmente crescerá, com mais empresas movendo-se para cima na seqüência do Empowerment apresentado no quadro 5. Se uma organização começar a redefinir cargos ou passar imediatamente para as equipes autogerenciadas, existem etapas que os gerentes podem utilizar para implementar programas de Empowerment com suavidade, sem traumas. Tabela 5 - A seqüência do Empowerment 44 2.2.3. O que acontece quando um subordinado recebe autoridade de menos? Daft (1997) explica que, os colaboradores da linha de frente muitas vezes tem um melhor entendimento que os gerentes sobre como melhorar o processo de trabalho, satisfazer um cliente ou resolver um problema de produção ou serviço. Além disso, os colaboradores estão provavelmente mais comprometidos com uma decisão ou curso de ação quando estão diretamente envolvidos no processo decisório. Conforme Tracy (1994), a quantidade de responsabilidade que tem capacidade de assumir ficará restrita ao nível da autoridade. Quando um administrador deixa conseqüentemente, de o delegar trabalho autoridade, permanece com a responsabilidade ele. Teoricamente, e, a responsabilidade não-assumida permanece com o administrador. Na realidade, entretanto, o que acontece freqüentemente é que a pessoa é repreendida por não concluir o serviço. O administrador é culpado por não ter delegado a devida autoridade, mas o seu subordinado é quem sofre pelo erro de outrem. Eis algumas diretrizes citadas por Tracy (1994) para a delegação de autoridade que ajudarão o administrador a conferir Empowerment aos seus subordinados: “Delegar autoridade sempre em proporções equivalentes à responsabilidade. Ao delegar autoridade, levar em consideração a competência da pessoa. Antes de contratar a pessoa, dizer-lhe o grau de autoridade de que desfrutará. Quando a pessoa for contratada, rever as responsabilidades funcionais e os respectivos níveis de autoridade. Se a descrição de atribuições não definir adequadamente os níveis de autoridade, fornecer à pessoa uma descrição mais detalhada. Ao delegar tarefas mais amplas, não deixar de esclarecer os limites da autoridade da pessoa. Ao aumentar a autoridade, gerar o orgulho explicando que a autoridade conferida é uma recompensa pelo desempenho passado.” Tracy (1994) A capacidade de uma pessoa para alcançar o sucesso depende da sua capacidade para tomar decisões. Quando desfruta de autoridade igual à sua responsabilidade, ela tem a liberdade de tomar as decisões e as providências 45 necessárias para alcançar os seus objetivos. A autoridade é também um grande motivador por ser um símbolo de confiança. Quando as pessoas sentem que merecem confiança, existe maior probabilidade de empenharem todos os seus esforços na função. Quando as pessoas têm autoridade para desempenharem sozinhas a função sem terem de se dirigir constantemente ao gerente, este tem condições de aproveitar melhor o seu tempo. Ele tem condição de dedicar suas energias a atividades mais importantes – atividades que o conduzirão ao sucesso. Delegando a devida autoridade o administrador também fica livre dos problemas de baixo moral que o ocorrem quando as pessoas não desfrutam da autoridade necessária. 2.3. O Poder através de Padrões de Excelência Quando lhes pedem para ir além dos limites que se impõe, as pessoas descobrem poderes que jamais imaginaram ter. O administrador tem mais poder para alcançar os seus próprios objetivos quando as pessoas que trabalham para ele o fazem em sua plena capacidade. Conforme Tracy (1994), eis algumas diretrizes de como fazer com que os subordinados satisfaçam o administrador utilizando padrões de excelência: “Certificar-se de que os padrões são elevados, porém, realistas. Estabelecer padrões de quantidade, qualidade, custo e tempo para cada função. Transmitir e enfatizar regularmente os padrões da empresa, do departamento e da função. Motivar as pessoas a alcançar a excelência. Dar exemplo satisfazendo os padrões. Quando os outros departamentos negligenciarem os padrões de excelência, tomar as providências no sentido de minimizar os efeitos adversos sobre a equipe.” Tracy (1994) Quando proporciona às pessoas a experiência de alcançar a excelência, o administrador que aplica o Empowerment ajuda a fazê-las sentir orgulho e auto46 confiança com intensidade, além de lhes dar condições de crescer e enfrentar novos desafios. Por terem maior confiança e capacidade de realização, os colaboradores subordinados têm um maior sentido do próprio poder. Quando as pessoas estão comprometidas com a excelência, o administrador tem mais poder de conquistar reconhecimento e sucesso. Em última análise, ao gerente será atribuído o crédito pelo trabalho de qualidade superior realizado pelo seu pessoal. Quando as pessoas são motivadas a alcançar a excelência, o gerente não precisa perder tempo corrigindo e fazendo o trabalho delas. Ele tem condições de empregar seu tempo em atividades que o conduzirão, juntamente com seu departamento, ao sucesso. 47 Capitulo III – Treinamento, Confiança e Feedback Um administrador confere Empowerment aos seus subordinados lhes proporcionando a qualificação e a confiança necessária para que atendam aos padrões de excelência, comprovado através de um Feedback claro e eficaz. 3.1. O Poder através Do Treinamento e do Desenvolvimento As pessoas devem ter condições de atender aos padrões se quiserem ter o poder para alcançar o sucesso. Um administrador tem mais poder para alcançar os seus próprios objetivos quando as pessoas que trabalham para ele são capazes de satisfazer os padrões funcionais. 3.1.1. A Importância do Treinamento e do Desenvolvimento Segundo Daft (1997), os colaboradores têm conhecimento e habilidades para contribuir para as metas da empresa, mediante a isso, as empresas utilizam programas de treinamento para proporcionar aos colaboradores o conhecimento e as habilidades de que eles precisam para contribuir pessoalmente para o desempenho da organização. Pode ser citados como exemplo, seminários de conscientização sobre qualidade realizados regularmente nas instalações da Chrysler do Canadá, de modo que os colaboradores podem iniciar melhorias da qualidade por si mesmos. A Xerox dá aos colaboradores o que chama de treinamento “linha de visão”, na qual os funcionários se familiarizam com a maneira como seus trabalhos se encaixam nas atividades iniciais e finais da produção. O treinamento auxilia os colaboradores com delegação de poder a tomar melhores decisões que apóiem outros funcionários e a contribuir para as metas da organização. Daft (1997) A capacidade de êxito do administrador depende da sua capacidade de fazer com que o trabalho seja executado pelas pessoas que se reportam a ele. Se espera um trabalho de qualidade, o administrador precisa treinar e desenvolver o seu pessoal. Do contrário, passará a maior parte do seu tempo corrigindo erros, fazendo 48 o trabalho com as próprias mãos e lidando com a decepção das pessoas, sem falar de suas próprias decepções. O treinamento talvez seja a mais negligenciada das funções administrativas e uma das mais importantes. Muitos administradores vêem o treinamento como uma chatice que os distancia do seu objetivo imediato, em vez de ser uma solução a longo prazo para os problemas. É bom quando existe uma calmaria circunstancial, mas quando começa o vendaval, o treinamento cessa. Alguns administradores procuram encurtar o caminho. Quando lhes perguntam por que não oferecem treinamento, respondem: “Não é preciso porque contratamos pessoas devidamente qualificadas e experientes”. Embora isso possa parecer uma boa alternativa para o treinamento, na verdade, precisa ser treinada nos moldes da empresa. 3.1.2. Necessidades para treinamento e desenvolvimento de pessoal O treinamento é uma das funções mais importantes desempenhadas por um administrador. Oferece uma série de vantagem: as pessoas ficam mais confiantes, mais esclarecidas, mais competentes e mais motivadas. Conseqüentemente, cometem menos erros e se tornam mais eficientes e produtivas. Além disso, o treinamento e desenvolvimento de pessoal é necessário para: “Utilizar o treinamento como uma forma de gerar auto-estima. Motivar as pessoas a aprender dominando a sua resistência a mudanças. Fazer do treinamento uma prioridade Trabalhar junto ao departamento de treinamento para desenvolver um programa de treinamento integrado que atenda às necessidades do pessoal. Certificar-se de que todo treinamento proporciona às pessoas a capacidade de e/ou vontade de desempenhar a função. Tornar o treinamento um processo contínuo utilizando uma combinação de métodos.” Tracy (1994). O administrador tem mais poder porque tem maior capacidade de alcançar os objetivo da sua área. As pessoas têm condições de atender aos padrões funcionais sem a sua constante atenção e orientação, assim ele fica livre para dedicar seu tempo à atividade que o levarão ao sucesso. Ele tem mais poder por ter condições 49 de multiplicar a própria eficácia pelo número de pessoas que treina. 3.2. O Poder através da Confiança Um administrador confere Empowerment aos outros confiando neles, o que os ajuda a acreditar mais em si mesmos. Quando mais as pessoas acreditam em si, mais poder têm para alcançar o sucesso. Um líder tem mais poder para alcançar os seus próprios objetivos quando as pessoas que trabalham para ele acreditam em si mesmas. Conforme Daft (1997), uma empresa reconhecedora dos benefícios do Empowerment e faz uso da confiança em seus colaboradores é a Chrysler Corporation. Nesta empresa, a gerência firma basicamente um contrato com a equipe – traçando um esboço da visão geral do veículo e definindo metas agressivas – e depois deixa os funcionários livres para fazerem o trabalho como acharem melhor. Quando surgem problemas e disputas, eles são resolvidos dentro da equipe, e não são levados à gerência. Como diz o CEO Robert Eaton: “Como estamos fora, aquilo passa a ser o carro deles, e eles trabalham muito, muito mais duro, com muito mais orgulho, e o sucesso ou fracasso é deles.” 3.2.1. A importância da Confiança A confiança é vital para a saúde de qualquer relação. Quando o administrador confia em uma pessoa, permite que ela se sinta segura e aceita. Essa sensação de segurança e aceitação precisa estar presente se as pessoas quiserem mostrar o que têm de melhor. Quando sentem que têm a confiança de seus colegas e superiores, as pessoas têm a liberdade de concentrar todos os seus esforços no trabalho, em vez de se preocuparem em justificar os seus atos. Quando sentem que não possuem a confiança dos outros, vivem constantemente temerosas de corresponder às suas expectativas negativas. Os administradores que são basicamente desconfiados normalmente fazem julgamentos precipitados baseando-se nas aparências. Não arranjam tempo para juntar fatos e avaliar objetivamente as situações. Conseqüentemente, as pessoas que trabalham para eles desperdiçam um tempo enorme e muita energia 50 manipulando as aparências, uma vez que isso não importa. Elas estão constantemente procurando despistar os problemas, que em muitos casos nada mais são do que produtos de percepção equivocada do administrador. Um outro exemplo de empresa que confia em seus colaboradores, encontrado por Daft (1997), é a Semco S/A, a maior fabricante de equipamentos marítimos e de processamento de alimentos do Brasil, nesta empresa nenhuma informação é secreta. Na Semco, todos os colaboradores têm acesso aos livros e a qualquer outra informação, incluindo os salários dos executivos. Para mostrar que o compartilhamento de informações é sério, a direção da Semco trabalha com o sindicato que representa seus colaboradores para treiná-los – incluindo mensageiros e pessoal de limpeza – na leitura de balanços e declarações de fluxo de caixa. Quando confia em uma pessoa, o administrador a ajuda a construir sua confiança e auto-estima. As pessoas que desfrutam de uma baixa auto-estima normalmente não acreditam na sua própria capacidade. Com muita freqüência, a sua falta de autoconfiança é infundada. Muitas pessoas têm capacidade e boa visão, mas em decorrência de condicionamento anterior, vivem à mercê da dúvida e da ansiedade. Às vezes, só é preciso a confiança de outrem para que uma pessoa aprenda a confiar em si mesma. O administrador que diz: “Está bem. Acredito que você é capaz. Confio em você”, dá pessoa a coragem e a confiança de que ela necessita para assumir o risco. Se essa prática se repetir ao longo do tempo, essa pessoa acabará confiando em si mesma. Passará a ter uma visão realista dos próprios talentos e aptidões. 3.2.2. Tipos de Confiança Quando falamos em confiar em uma pessoa, estamos nos referindo a dois tipos de confiança: no caráter e na integridade da pessoa. Confiança no caráter e na integridade da pessoa Confiança na capacidade da pessoa Uma pessoa pode desfrutar da mais alta integridade mas a sua capacidade 51 não estar à altura de sua personalidade. Ela pode ter a melhor das intenções de defender os interesses da função e da empresa mas não ter a capacidade para tal, devido a alguma deficiência de aptidão ou capacidade. Por outro lado, existem casos em que uma pessoa pode ter plena capacidade de desempenhar a função, mas os seus motivos e desejos, que podem não ser muito saudáveis, evitarão que utilize o seu talento e a sua capacidade de forma inteligente. Normalmente é mais fácil lidar com o primeiro caso. É mais fácil dar a uma pessoa uma nova aptidão do que uma nova personalidade. No começo de uma relação e à medida que ela vai evoluindo, o líder determinará até que ponto pode confiar na pessoa. Ao fazer isso, não deve deixar de atender a ambos os critérios. Mantê-los separados em sua mente para ter uma visão realista da pessoa. 3.2.3. Quando o Erro estiver Baseado em motivos escusos De acordo Tracy (1994), os erros cometidos em virtude de motivos escusos13, são de solução um pouco mais complexa, visto que a integridade da pessoa está em jogo. Segue abaixo como lidar com este tipo de situação: “Perguntar se a pessoa percebe que cometeu um erro. Se ela disser que não, explicar onde errou. Perguntar por que agiu daquela maneira. Perguntar se compreende as conseqüências do seu erro. Se disser que não, explicar as conseqüências. Deixá-la saber o que o administrador acha do erro e que espera que ela aja de outra maneira no futuro. Se o erro estiver se repetindo, dizer-lhe que tipo de providencia o administrador terá que tomar se o problema persistir. Deixá-la saber que o líder quer confiar nela, mas que essa confiança terá de ser resgatada. Reafirmar os seus pontos positivos.” Tracy (1994) 13 Motivos Escusos: motivos desconhecidos 52 3.3. O Poder através Feedback Se as pessoas quiserem ter o poder de ser bem-sucedida, precisam saber quando e como melhorar o seu desempenho. Um administrador tem mais poder para alcançar os seus próprios objetivos, quando as pessoas que trabalham para ele compreendem em que aspectos precisam melhorar o seu desempenho. 3.3.1 A Importância do Feedback As pessoas precisam receber Feedback. A menos que saibam como estão se saindo no cumprimento de suas responsabilidades e satisfação dos padrões, não se pode esperar que melhore o seu desempenho quando necessário. Normalmente, muitos administradores não dão Feedback porque acham que as pessoas sabem quando estão fazendo um bom ou mau trabalho. O líder que faz esse julgamento conhece muito pouco sobre a natureza humana. A maioria das pessoas tem uma capacidade limitada de julgar e avaliar seu próprio desempenho e trabalho. Precisam de ajuda para enxergar os seus pontos fortes e fracos. Isso vale tanto para aqueles que apresentam um bom como para os que apresentam um mau desempenho. As pessoas precisam saber quando estão se saindo extremamente bem no trabalho e quando precisam melhorar e mudar. Quando não recebem Feedback, elas se preocupam com a questão de como estão se saindo. Será que estão na lista negra do chefe ou não? Será que serão promovidas ou demitidas? São perguntas difíceis para qualquer pessoa. Quando as pessoas não recebem o Feedback necessário,não se sentem notadas, admiradas e seguras. Normalmente encontram uma forma de receber algum tipo de atenção, muitas vezes esta atenção é adquirida de forma negativa, visto que essa é uma das poucas coisas a que os administradores reagem. É muito difícil o líder estabelecer uma relação de trabalho eficaz com as pessoas se não lhes der Feedback. Deve existir uma comunicação bilateral para que haja entendimento entre ele e seus subordinados. 53 3.3.2. A Finalidade do Feedback Dar o Feedback ao colaborador tem como finalidade atingir aos objetivos individuais e da organização, enfatizando um desempenho positivo, mostrando onde é preciso haver melhoras e/ou mudanças, gerando orgulho ao colaborador por fazer parte da organização e ao gerente por tê-lo como parte integrante do grupo. 3.3.3. Maneiras de se Fornecer Feedback Para atender aos objetivos deve ser escolhida a ocasião, o lugar e o método apropriado, que são: Sessões de Orientação: Fazer uso dela regularmente pois é uma das melhores maneiras de Feedback, e tem por finalidade auxiliar e repreender o desempenho. Para que as pessoas alcancem todo o seu potencial, deve ser atendidos três tipos de orientação: Como estão se saindo em relação aos padrões. Sobre seus pontos fortes ou fracos. Sobre em que áreas podem se desenvolver além dos limites das áreas que desempenham. Avaliação: Maneira formal de avaliar o desempenho, deve ser escrita e apresentada uma vez por ano. Para um bom administrador, isto não quer dizer que deva relaxar com o constante incentivo e desenvolvimento do seu pessoal. Ao ser redigida não deve esquecer que os colaboradores merecem um relatório consciente das atividades que desempenharam durante o ano e do que precisam para progredir dentro da empresa. Memorando ou Carta: Colocar elogios no papel quando fizerem algo extraordinário. Serve também para alertar erros graves ou repetidos inúmeras vezes. Deve ser utilizado pouco e com algumas regras, como: Enviá-lo próximo do ocorrido para não perder valor e com a inscrição "confidencial". 54 Personalizar o memorando ou carta mesmo que seja para cada uma das pessoas do grupo, que trabalharam com afinco num projeto de sucesso. Reuniões de Equipe: Maneira importante de dar Feedback aos grupos como um todo e também, como as pessoas estão se saindo individualmente. Ao grupo pode ser positivo ou negativo, mas sendo para uma pessoa, este deverá ser dado só no caso de ser positivo Reconhecimento por Parte dos Superiores Hierárquicos: O gerente faz o Feedback, mas o superior hierárquico não deve esquecer de valorizar um grande serviço, pois faz com que a pessoa se sinta valorizada. Pequenos Gestos: Apertos de mãos, tapas nas costas, um sorriso, conforme a ocasião será bem aceito pelo colaborador, é importante planejar antes. Tracy (1994) 3.3.4. Moldando o Feedback à Pessoa O Feedback precisa ser personalizado e sincero porque deve ser levada em consideração as necessidades e a personalidade de cada um. Ás vezes um a atitude com um colaborador não surte o mesmo efeito no outro. 55 Capitulo IV – Aliando-se ao Colaborador Um administrador confere Empowerment aos outros lhes fornecendo o conhecimento e as informações de que necessitam para tomar decisões boas e sensatas, fornece-lhe também reconhecimento para elevar a sua auto-estima, além de dar-lhes permissão para errar. É importante mencionar que o respeito é, acima de tudo, um ingrediente importantíssimo no quesito relações humanas. 4.1. O Poder através Do Reconhecimento Um administrador tem mais poder para alcançar seus objetivos quando as pessoas que trabalham para ele estão confiantes e motivadas a dar o melhor de si. Ao reconhecer as pessoas por seu desempenho, deixar que elas saibam como estão se saindo quanto à satisfação dos padrões estabelecidos. Com esse conhecimento, elas têm mais poder para alcançar o sucesso. O reconhecimento também confere Empowerment às pessoas contribuindo para o seu sentido de valor próprio. Alimenta o seu desejo de alcançar o sucesso. Quando as pessoas se sentem admiradas e bem consigo mesmas, ficam mais motivadas. Pessoas motivadas trazem maior produtividade e eficiência, o que, por sua vez, significa poder para o administrador. Segundo Daft (1997), outra forma de reconhecimento é a recompensa financeira. Há duas maneira pelas quais as organizações podem recompensar financeiramente seus colaboradores com base no desempenho da empresa ocorrem mediante a distribuição de lucros e pelos planos de propriedade de ações pelos colaboradores. Na W. L. Gore & Associates, fabricantes do Gore-Tex, a remuneração assume três formas – salário, distribuição de lucros e um programa de propriedade de ações para associados. A Reflexive Corporation, uma promissora e lucrativa empresa baseada em tecnologia, está levando o conceito de Empowerment dos colaboradores a novos níveis. Daft (1997) 56 4.1.1. A Importância do Reconhecimento Desde a hora em que nascemos até a hora em que morremos procuramos reconhecimento. Dentro de cada um de nós existe uma necessidade urgente de sabermos que de alguma forma somos importantes; de sabermos que fazemos a diferença para pelo menos uma outra pessoa. O reconhecimento é tão necessário para o crescimento e o bem-estar de uma pessoa quanto a alimentação e a habitação. Cada um de nós traz para o ambiente de trabalho uma série de necessidades, uma das quais é essa necessidade de reconhecimento. O trabalho tem a capacidade de satisfazer muitas de nossas necessidades, desde que tenhamos a sorte de trabalhar para um administrador esclarecido. Este administrador sabe que as suas próprias necessidades e as necessidades da empresa só poderão ser satisfeitas se forem satisfeitas as necessidades daqueles que trabalham para ele. Ele também sabe como atender essas necessidades de forma a beneficiar mutuamente todos os interessados. Uma das funções básicas do administrador é fazer com que as pessoas se sintam vencedoras. Quando as pessoas se sentem vencedoras agem como tal. É um ciclo que se perpetua. A pessoa faz um trabalho de qualidade superior. Ela é reconhecida pela sua realização e se sente importante. Realiza um trabalho melhor para obter maior reconhecimento esse sentir igualmente gratificada. Quando temos uma sensação boa fazemos naturalmente o que for preciso para ter novamente a mesma sensação. O reconhecimento é importante por uma outra razão. A menos que reconheçamos o bom desempenho de uma pessoa, ela não saberá repetir o desempenho ou comportamento no futuro. 57 4.1.2. O reconhecimento como membro do grupo Todos nós temos necessidades de ser reconhecido como indivíduos. Temos também a necessidade de ser reconhecido como integrantes de um grupo. A identificação com o grupo permite que satisfaçamos algumas das nossas necessidades sociais. Quando o grupo que integramos é uma equipe vencedora, obtemos um benefício extra. Através da associação com o grupo sentimo-nos vencedores. Talvez seja por isso que as pessoas torcem pelo time da casa quando está vencendo. Dando apoio à equipe, os fãs podem compartilhar a glória. O reconhecimento do grupo é importante porque dá ênfase ao trabalho em equipe. Um grupo de trabalho formado apenas por “estrelas” não funciona bem. As pessoas às vezes precisam sacrificar algumas de suas próprias necessidades a fim de atender às necessidades do grupo. Reconhecendo as pessoas como membros de um grupo, o administrador permite que elas saibam que a equipe de trabalho tem tanto valor quanto o “desempenho das estrelas”. O reconhecimento do grupo é importante por uma outra razão. Nem todo mundo tem a capacidade de se destacar individualmente como vencedor. Mas todo mundo pode se destacar contribuindo e fazendo parte de uma equipe vencedora. 4.1.3. O reconhecimento como indivíduo Independentemente do quanto uma pessoa se identifique com o grupo ou se orgulhe de integrá-lo, ela precisa ser reconhecida como indivíduo. Quando reconhecemos as pessoas como indivíduos, satisfazemos algumas das suas necessidades psicológicas – satisfazemos a necessidade que elas têm de se sobressair, de ser alguém importante. 4.1.4. O que é auto-estima? De acordo com Tracy (1994), auto-estima é o que se sente quanto ao conceito que o indivíduo tem dele mesmo. Quando o que se quer corresponde à percepção necessária, tende um conceito positivo da própria pessoa, o que por sua vez o ajuda a sentir-se vivo, determinado, consciente, importante, competente e agradável quanto quer ser. É a atitude que uma pessoa tem a respeito de si mesma 58 com base na soma de: Respeito próprio (avaliação do valor pessoal) Autoconfiança (avaliação da competência pessoal) Responsabilidade pessoal (aceitação da responsabilidade pelos próprios atos e atitudes com relação aos outros) Uma pessoa com elevada auto-estima está melhor preparada para lidar com os problemas da vida, é flexível, tem mais probabilidade de ser criativa e de formar relacionamentos que a apóiem e tem maior inclinação a respeitar os outros e mais alegria de viver. A auto-estima está no centro de todos os relacionamentos humanos e da produtividade nas organizações. Por exemplo: “As dificuldades no trabalho em equipe surgem da rigidez e atitudes defensivas derivadas não das diferenças entre as pessoas, mas da baixa auto-estima e do medo da exposição; A resolução de conflitos também está relacionada à disposição para o confronto direto e aberto das pessoas; A resolução de problemas fica comprometida e bloqueada quando as pessoas se sentem vulneráveis por serem expostas; A liderança baseia-se na autoconsciência que, por sua vez, exige uma auto-estima forte o bastante para reconhecer os seus pontos fracos e sentirse à vontade para deixar-se conhecer pelos outros; A avaliação do desempenho tem sucesso na medida em que cada pessoa se sente reconhecida por seus pontos fortes e fracos e por quem é e está disposta a deixar de culpar os outros pelos problemas; Os programas de qualidade dão certo quando a auto-estima é direcionada de forma a liberar as pessoas para trabalhar no que interessa e agrega valor.” Tracy (1994) 4.1.4.1. Como Desenvolver Auto-Estima Embora não se possa aumentar a auto-estima de outras pessoas, só a do próprio indivíduo, podem-se tomar atitudes no local de trabalho que estimule o desenvolvimento da auto-estima nos outros. Para isso há oito segredos fundamentais no desenvolvimento da auto-estima no local de trabalho. Cada segredo representa um conjunto de comportamentos específicos que precisam ser aprendidos, colocados em prática, a fim de gerar os 59 melhores resultados, quais são: respeito para com o próximo, capacitar as pessoas e investir no Empowerment, agir de forma coerente e consistente, criar segurança, ensinar limites pessoais, investigar as discrepâncias no desempenho, observar o comportamento e fornecer feedback construtivo além de estimular o potencial e reconhecer o desempenho desejado. Na seqüência, estão detalhados cada um dos segredos para melhor compreensão de desenvolvimento de auto-estima. Respeito para com o próximo. Líderes podem demonstrar respeito sendo corteses, ouvindo com atenção e compreensão, observando e evitando dar conselhos ou sermões. As pessoas que tem auto-estima baixa tendem a se tornar controladoras, impacientes e verbalmente agressivas em situações de estresse. Independentemente das circunstâncias, a verdade é que nenhum gerente obterá comprometimento e desempenho excepcional dos colaboradores tratando-os com hostilidade, desprezo e falta de respeito. Capacitar as pessoas e investir no Empowerment. Capacitar as pessoas é proporcionar-lhes o conhecimento e as habilidades que precisam para ter sucesso no trabalho; investi-las de poder – Empowerment - é apoiá-las para que possam assumir responsabilidades. Sem treinamento, as pessoas não podem realizar nada, e sem responsabilidade pelos seus próprios atos tendem a se tornar meras executoras, sem iniciativa. As pessoas capacitadas sentem-se bem consigo mesma, pois tem oportunidade de dar tudo de si. Investidas de Empowerment, as pessoas aceitam assumir a responsabilidade por sua própria função, aceitam seu poder (seus dons, talentos e recursos) e demonstram que podem direcionar seu próprio trabalho por caminhos importantes. Agir de forma coerente e consistente. O comportamento é coerente quando o que estamos sentindo 60 por dentro corresponde ao que estamos fazendo e dizendo. O comportamento é consistente quando o é em termos de caráter e alinhamento com os valores pessoais e organizacionais. As mentiras mais prejudiciais para a nossa auto-estima não são tanto as que contamos, mas as que vivemos. E muitos não se tornam hábeis em mascarar seus verdadeiros sentimentos, por esse motivo, há inúmeras crenças no mundo empresarial e gerencial, que acredita que mentir, fingir e fazer o que for necessário para levar vantagem fazem parte da natureza humana. Sendo assim, por que as pessoas não são mais autênticas e sinceras? Porque é preciso muita coragem para ser honesto. As pessoas, na melhor das hipóteses, ficam confusas e, na pior, cínicas e desconfiadas em relação ao comportamento de líderes incoerentes e inconsistentes. Como esperar que os colaboradores sejam honestos e abertos conosco quando nunca lhes é comunicado diretamente o que estamos realmente sente-se ou pensa-se? Criar segurança. Em um ambiente de trabalho "seguro", as pessoas sentem-se à vontade para contribuir sem medo do ridículo ou de repreensões. Quando seguras as pessoas podem tornar naturalmente curiosas e criativas. Ao contrário, quando inseguras, podem se tornar medrosas, tímidas, ressentidas ou assumir uma atitude defensiva - e nada disso proporciona um bom desempenho. Os líderes podem aprender a criar ambientes de trabalho mais seguros que promovam iniciativa, solução criativa de problemas, comunicação aberta e melhor trabalho em equipe. Ensinar limites pessoais. Dificilmente é ensinado a definir onde findam os limites de outras pessoas em uma relação ou ensinado como dizer a alguém, de forma respeitosa e afirmativa, que seu comportamento é abusivo e, 61 portanto, inaceitável. O abuso, de qualquer forma (verbal ou não), deve ser considerado comportamento inaceitável. Todos, independentes do cargo que ocupam, tem o direito de estabelecer limites pessoais. Os gerentes têm oportunidade de ensinar pelo exemplo. Investigar as discrepâncias no desempenho. Os gerentes tendem a não entender as atitudes dos seus colaboradores até compreender por que as ações inapropriadas tomadas fizeram algum sentido para as pessoas. Todas as ações, por mais inapropriadas que sejam, estão sempre relacionadas a uma tentativa de satisfazer necessidades, a esforços de sobrevivência, a proteger, a manter o equilíbrio e evitar o medo e o sofrimento e a crescer. Quando um colaborador está se comportando de forma inadequada, o líder deve esforçar-se para entender o que está causando a falha no desempenho - a diferença entre o desempenho real e o esperado. Neste momento a melhor maneira de ajudar as pessoas é descobrir como vêem a situação, antes de determinar que ações podem ser tomadas para corrigir o problema. Observar o comportamento e fornecer Feedback construtivo. Um dos melhores métodos de treinamento é o Feedback construtivo e imediato, conforme mencionado em capítulos anteriores. Sabe-se é apreciado receber Feedback, mas, de alguma forma, esquece-se disso quando é necessário dar Feedback aos outros. Proporcionar Feedback construtivo é uma habilidade importante nos líderes eficazes. Quando possível, deve-se ser específicos quanto aos pontos fortes do desempenho dos colaboradores para depois lhes oferecer um Feedback em relação a um desempenho que deixou a desejar. Nesta área, o líder deve evitar rotular, avaliando seu caráter ou fazendo elogios extravagantes. As pessoas poderão se ressentir quando julgadas e desvalorizadas quando sabem que o elogio é inoportuno. 62 Estimular o potencial e reconhecer o desempenho desejado. Desenvolver campeões e recusar-se de ver uma pessoa como incapaz de um ótimo desempenho. As pessoas com pouca auto-estima muitas vezes têm tanto medo de suas virtudes quanto de suas limitações. As limitações podem gerar sentimentos de inadequação, enquanto as virtudes levam ao medo de ter que assumir responsabilidades por si mesmo ou da alienação social. Tracy (1994) 4.1.4.2. Como a organização pode utilizar a auto-estima? É possível começar esta reflexão e discussão com uma adaptação de um antigo ditado popular: “Se você der um peixe a uma pessoa faminta, ela deixará de ser faminta. Se ensiná-la a pescar, ela nunca terá fome. Porém, se criar condições nas quais ela possa ensinar a si mesma a pescar, ela jamais terá fome e talvez aumente sua auto-estima”. Para que uma ação organizacional seja eficaz no sentido de aumentar a autoestima, é preciso planejá-la cuidadosamente. Se o líder deseja ajudar as pessoas a aumentar sua auto-estima, deve-se ser suficientemente criativos para gerar condições que lhes permitam desenvolver suas próprias habilidades e superar seus medos. Tracy (1994) diz que a meta para a organização e o conjunto de suas lideranças é criar uma atmosfera que estimule a auto-estima de todos os colaboradores, sobretudo por meio dos seguintes fatores: “Participação: A organização precisa oferecer oportunidade total de participação nos negócios. A empresa mantém as pessoas informadas e incluídas nas suas atividades e tarefas que desenvolvem. Liberdade: Confiança nas pessoas para que estas possam determinar quais os melhores caminhos de ação. Abertura: A organização e as pessoas são abertas. Não há segredos (exceto os industriais ou os relacionados à segurança). Todas as perguntas são respondidas com sinceridade e de forma completa. 63 Reconhecimento: As pessoas são conhecidas e reconhecidas pela organização. As políticas da organização propiciam conhecimento do valor e das habilidades de cada colaborador. Empowerment: Há autonomia, liberdade e comprometimento das pessoas para participarem das decisões finais que mais lhe afetam. Humanidade: A organização aprecia e conhece as pessoas, estimulando os contatos pessoais e sociais.” Tracy (1994) Sabe-se que a mudança quase nunca é uma simples questão de comparecer a sessões de treinamento ou assistir uma demonstração e colocá-la em prática ao voltar para o local de trabalho. É necessário muito mais. Se as pessoas forem apoiadas por meio de estratégias de longo prazo, as mudanças aparecerão nos sistemas, procedimentos, estruturas de sua organização, levando a sua empresa ao sucesso. 4.2. O Poder através do Conhecimento e da Informação As pessoas precisam ter a capacidade de tomar decisões sensatas se quiserem alcançar o sucesso. Um administrador tem mais poder para alcançar os seus próprios objetivos quando as pessoas que trabalham para ele são capazes de tomar boas decisões. 4.2.1. A Importância do Conhecimento e da Informação Esperar que uma pessoa desempenhe uma função sem o conhecimento e as informações adequados é como lhes pedir para construir uma casa sem as ferramentas necessárias. É simplesmente impossível. Uma pessoa pode ter uma compreensão clara das suas responsabilidades. Pode ter a autoridade necessária para assumir essas responsabilidades. Mas se não tiver o conhecimento e as informações necessárias, ficará extremamente limitada na sua capacidade de assumi-las, de exercer a sua autoridade e de utilizar essas aptidões e essa capacidade de forma eficaz. Sem o conhecimento e as informações adequados, as pessoas são obrigadas a trabalhar de maneira desordenada e sem critério. Diante da falta de uma base 64 sólida para tomar decisões sensatas, elas procuram adivinhar as coisas e contar com a sorte. Quando as pessoas que trabalham nos diversos setores da empresa tomam decisões dessa maneira, o resultado coletivo é arrasador. A desorganização e a ineficiência são a marca de uma empresa que deixa de fornecer ao seu pessoal às informações necessárias nas ocasiões certas. Uma das principais razões pelas quais as empresas não alcançam as suas metas e objetivo é o fato de atuarem nas atividades erradas. E por que atuam em atividades erradas? Quase sempre porque trabalham com base em informações incorretas e/ou insuficientes. Às vezes as pessoas nem têm consciência de que necessitam de determinadas informações ou de que as informações sequer existem. É aí que o papel do administrador é tão importante. Este administrador deve incentivar constantemente o seu pessoal a buscar informações sozinho, antecipando, ao mesmo tempo, as informações de que necessitarão para desempenhar a função – as informações a que possivelmente não tem acesso. Fornecer os fatos e as informações necessárias é fundamental para a manutenção do moral. Se disser a uma pessoa que o seu trabalho é inaceitável porque ela está trabalhando com o conjunto de fatos errados, estará procurando confusão. “Por que não disseram isso logo?” é uma pergunta que ecoa pelos corredores do mundo da empresa que faz pouco uso da transmissão de informações. 4.2.2. Como fornecer conhecimentos e informações às pessoas O velho ditado “Conhecimento é poder” tem fundamento e deveria ficar gravado na mente de todo administrador. Eis algumas formas de como fornecer conhecimento e informações às pessoas: “Não guardar e proteger informações preciosas por medo de perder parte do seu poder. Procurar prever as necessidades de informações de seus subordinados. 65 Se houver problemas de comunicação nos diversos setores que afetem o seu pessoal, procurar trabalhar junto às linhas organizacionais com o objetivo de corrigi-los. Transmitir somente as informações necessárias. Fornecer informações sobre as metas e objetivos do departamento, informações sobre os planos da empresa e do departamento, informações provenientes de outras áreas, atualizações de evolução, informações sobre as respectivas disciplinas, mudanças iminentes e os motivos para orgulho. Utilizar o método de comunicação adequado.” Tracy (2004) Dispondo dos fatos e informações necessários, as pessoas têm condições de tomar melhores decisões, decisões mais rápidas e uma maior número de decisões. Elas se tornam mais confiantes para tomar decisões porque têm uma base para isso. As pessoas ficam mais motivadas a tomar decisões porque existe maior probabilidade de estarem tomando a decisão certa. Por serem capazes de tomar mais e melhores decisões, elas têm, mais poder para alcançar o sucesso. Fornecendo às pessoas os fatos e informações necessários, um administrador tem condições de dar poder de decisão aos níveis hierárquicos mais baixos. Com isso, ele passa a ter mais poder porque tem condições de dedicar seu tempo e suas energias a atividades e decisões mais importantes. O administrador não precisa passar horas e horas tomando pequenas decisões e/ou corrigindo erros cometidos porque as pessoas não dispunham das informações necessárias. A produtividade e a eficiência da sua área são maiores porque existe um número maior de pessoas tomando decisões e essas pessoas estão mais motivadas. Moral mais alto, maior produtividade e maior eficiência significam mais poder para o administrador. 4.3. O Poder através da permissão para errar Um administrador confere Empowerment aos outros lhes dando permissão para errar. Quando as pessoas têm permissão para errar, arriscam mais e excedem seus limites, o que lhes permite descobrir toda a extensão de seu poder. O administrador tem mais poder para alcançar seus objetivos quando aqueles que trabalham para ele têm condições de utilizar toda a sua imaginação e talento. 66 4.3.1. A importância de permitir que as pessoas falhem Em toda a história, as pessoas que alcançaram o maior sucesso na vida foram aquelas que não tiveram medo de falhar. Aliás, a maioria delas vez por outra falhou e, quase sempre seriamente. Conforme Tracy (1994), Thomas Edison14 tentou 2.500 vezes inventar a lâmpada até obter êxito. Abraham Lincoln15 concorreu seis vezes a cargos públicos, sem nenhum êxito, até se eleger presidente. A história está repleta de fatos envolvendo pessoas famosas que tinham familiaridade com o fracasso; pessoas que estabeleceram metas mais altas do que, em princípio tinham condições de alcançar e que, com perseverança, tornaram-se conquistadores. Se uma certa dose de fracasso faz parte da natureza intrínseca do sucesso, por que, então, esta é uma palavra tão maléfica? Por que a maioria de nós impõe severas limitações a fim de evitar o fracasso, chegando até mesmo ao ponto de sacrificar nossos sonhos? Isto poderia ser um prato cheio para um especialista em ciência do comportamento. Pode-se dizer que as pessoas temem o fracasso porque nunca aprenderam a vê-lo como um amigo. Em vez de vê-lo como um trampolim para o sucesso, vêem-no como um obstáculo. Para que as pessoas percebam todo o seu potencial, precisam ter permissão para falhar. Quando essa permissão é concedida, o elemento do medo é eliminado. O medo é o grande inimigo do poder. Consumidas pelo medo de serem rejeitadas, de perder o emprego, elas nunca alcançam a plenitude de suas potencialidades. As pessoas agem com cautela quando lhes é negada a permissão para errar. Nunca ultrapassam seus limites. Estabelecem metas mais baixas do que podem realizar. O resultado disso é que a empresa perde uma preciosa produtividade. Em vez da excelência, a mediocridade passa a ser regra. São perdidas oportunidades de negócios. E as pessoas são privadas da emoção de assumir riscos, lutar contra as adversidades e realizar uma missão quase impossível. 14 Thomas Edison (1847-1931): “Inventor da lâmpada elétrica incandescente, em 1878.” LAROUSSE (1995). Abraham Lincoln (1809-1865): “Político norte-americano eleito para a Presidência dos EUA em 1860.” LAROUSSE (1995) 15 67 4.3.2. Quando permitir que as pessoas errem Existem alguns erros e falhas que podem, naturalmente, ser desastrosos. Não é sugerido que o administrador incentive o seu pessoal a assumir uma posição de negligência em relação aos seus erros e falhas. A idéia é livrá-los do medo do fracasso para que possam dedicar todas as suas energias à consecução dos objetivos. Quando falharem, é importante que eles vejam o erro como uma lição, e não como uma grande mancha em suas carreiras. Para que o fracasso seja uma experiência positiva para todos, o líder precisa administrá-lo adequadamente. Permitir que as pessoas errem a qualquer tempo, em qualquer lugar, é uma forma infalível de suicídio profissional. 4.3.3. Como administrar o fracasso dos subordinados Para administrar o fracasso das pessoas, é necessário atentar-se para a efetivação de algumas ações, tais como, ajudá-las a garantir o sucesso, prever falhas e avaliar o custo potencial da falha. Estas ações estão melhor detalhadas abaixo. Ajudá-los a garantir o sucesso Dizer-lhes quais são suas funções, conferir-lhes a autoridade necessária ao desempenho da função, estabelecer padrões de excelência, treiná-los, fornecer-lhes conhecimento e informações, darlhes Feedback, reconhecer os seus esforços, confiar neles e respeitálos, ou seja, a melhor maneira de diminuir as falhas é o administrador aplicar as forma de delegação de poder contidas neste trabalho. Prever as falhas Estar sempre alerta para falhas potenciais. Se o administrador conhece bem o seu pessoal, tem condições de quase predizer quando vão obter êxito e quando vão fracassar. Isso não significa que ele tenha expectativas negativas em relação a sua equipe, significa que tem uma visão realista de sua capacidade. Quando o administrador prevê as falhas, o impacto é menor e 68 ele tem condições de planejá-las. Em alguns casos, o administrador vai querer tomar algumas medidas que evitem o fracasso, em outros, ele deve permitir que a pessoa erre como uma forma de proporcionar-lhe a oportunidade de uma valiosa lição. Avaliar o custo potencial da falha Ao determinar quando e como permitir que as pessoas errem, o administrador deverá se questionar da seguinte forma: 1. Qual é o custo potencial da falha para o departamento e a empresa: 2. Qual é o custo potencial da falha para a pessoa? 3. Qual é o custo potencial para ele mesmo, o administrador? Em alguns casos os custos serão demasiadamente altos. Se a empresa, a pessoa ou o administrador vier a ser seriamente lesada pela falha de alguém em uma determinada situação, o administrador deverá fazer de tudo para evitar esta falha. Ao determinar o custo de uma falha em potencial, o administrador deverá comparar o custo benefício que a pessoa poderá receber como lição. O administrador também deverá considerar as percepções das pessoas que não fazem parte da sua área e a maneira como verão a falha. É possível que os outros não sejam tão esclarecidos quanto o administrador em termos de ver fracassos como parte do processo para alcançar o sucesso. Tracy, 1994 4.3.4. Criando um ambiente em que as pessoas não tenham medo de errar Criar um ambiente em que as pessoas não tenham medo de errar não é fácil. Novamente, a função do administrador é reverter padrões de raciocínio arraigados. Devido a condicionamentos anteriores, a maioria das pessoas tem pavor de falhar. O administrador terá muito trabalho para fazer com que as pessoas vejam o fracasso como uma experiência positiva na vida, em vez de algo que tenham o potencial de lesá-las ou destruí-las. 69 Eis algumas coisas que o administrador pode fazer para criar o tipo de ambiente em que as pessoas não tenham medo de errar. Oferecer diretrizes para o erro. Se o administrador der às pessoas diretrizes para falhar, elas se sentirão mais à vontade com a idéia de assumir riscos. Até a pessoa mais inexperiente sabe que existem algumas falhas que não serão toleradas. Se lhes oferecer diretrizes, o administrador também se sentirá mais a vontade. Terá mais base para repreendê-las quando necessário. Eis algumas sugestões dos tipos de diretrizes que podem ser estabelecidas. Tudo bem errar uma vez, mas não repetir o erro. Tudo bem, desde que o colaborador se esforce ao máximo. Um dos piores tipos de erro é a inatividade e a omissão na tomada de decisão. Incentivar e recompensar os riscos. O administrador deve deixar que as pessoas saibam que ele quer que elas assumam riscos calculados. Tranqüilizá-las fazendo-as ver que ele sabe que elas são apenas seres humanos e, portanto, passíveis de erro. Lembrá-las da frase: “Nas grandes tentativas, até falhar apresenta uma glória.” Quando assumirem riscos e obtiverem êxito, elogiá-las bastante. Elogiá-las na frente dos colegas como forma de motivar os outros a fazer o mesmo. Quando assumirem o risco adequado e fracassarem, reconhecer a coragem e o trabalho diligente delas . Penalizar a Inatividade e a indecisão . À medida incentivar e recompensar riscos, o administrador deve deixar que as pessoas saibam que a inatividade e a indecisão são inaceitáveis. Deixá-as saber que ele prefere que elas tomem uma 70 decisão, ainda que errada, a que não tomem nenhuma decisão. Deixálas saber que uma folha de serviço de realizações significativas borrifada de falhas vale muito mais do que uma folha de serviço isenta de erros que ostenta poucas realizações. Deixar que as pessoas saibam que o administrador erra. O administrador deve deixar que seus subordinados saibam que é tão humano quanto eles e que comete erros também. É importante que eles saibam isso, porque a maioria das pessoas tem grande dificuldade em tolerar a perfeição – talvez porque a perfeição revela a imperfeição. Se o administrador quiser que o seu pessoal se sinta à vontade com o fracasso e o veja como uma experiência positiva, precisa aplicar os mesmos princípios a si próprio quando cometer um erro. Através de suas próprias atitudes pode lhes servir de exemplo no que diz respeito à maneira como utilizar o fracasso como meio para chegar ao sucesso. Ser solidário com as pessoas quando errarem. Deixar que as pessoas saibam que, quando caírem, o administrador estará pronto a lhes estender a mão, desde que elas tenham seguido as diretrizes que foram estabelecidas. Servir de rede de proteção. Reafirmar o valor das pessoas. Quando as pessoas errarem, deixá-las saber que o seu erro não diminui o seu valor como pessoa ou o valor que tem para o departamento. Ao tratar alguns de seus subordinados dessa maneira, o administrador estará agindo como o pai ou a mãe solidário e protetor que eles nunca tiveram. Será a primeira pessoa que alguma vez já lhes proporcionou o luxo de poder errar sem ser indevidamente castigado ou menosprezado como pessoa. Tracy (1994) 71 4.3.5. Planejar a resposta ao fracasso Todas as diretrizes que foram oferecidas até agora, podem parecer maravilhosas, mas o que acontece quando alguém comete um erro que deixa o líder furioso? O que acontece quando o administrador quer “acabar” com uma pessoa por haver cometido um erro, mesmo que ela tenha agido de acordo com as diretrizes estabelecidas? Antes de qualquer coisa, é importante reconhecer que esses sentimentos não são um sinal de fraqueza; significam simplesmente que o líder também é humano. O que importa é o que será feito com esses sentimentos. Se agir sob efeito deles, é mais provável que o líder venha a destruir qualquer confiança que exista entre a pessoa e ele mesmo. Qualquer sucesso que o líder tenha obtido em convencer as pessoas de que não existe nada de mais em errar, pode ir por água abaixo em um minuto. O administrador terá melhores condições de alcançar os objetivos se cumprir esta regra tácita: nunca repreender uma pessoa se não estiver no total controle do seu raciocínio e emoções. Assim, não dirá nem fará coisas que possam resultar em satisfação momentânea e a curto prazo e arrependimento a longo prazo. Não é sugerido que o líder nunca expresse emoção ao seu pessoal, que nunca lhe permita saber que está aborrecido ou contrariado. Às vezes, mostrar ao seu pessoal como se sente pode ser benéfico, desde que demonstrado adequadamente e pelos motivos certos. Ao responder construtivamente às falhas de seus subordinados, o líder estará fazendo a coisa mais importante para que eles saibam que não existem grandes problemas em errar. 4.4. O Poder através do respeito Para se estabelecer qualquer tipo de relação, a de se atentar para que a prioridade de toda barganha, conflito, persuasão, enfim, qualquer tipo de negociação, o ponto de equilíbrio é o respeito. Não há acordo que seja suficientemente forte, nem desavença que não tenha 72 solução, a base das relações precisa ser por meio da confiança, do bom senso, da aceitação, e para tanto é preciso saber claramente o significado da palavra “respeito”. A empatia é uma ótima conduta a se adotar no trato com as pessoas, trate-as como gostaria de ser tratado, embora muitos subordinados jurem essa frase utópica, por receberem um tratamento áspero e desrespeitoso por “chefes” que se titulam líderes, sem ter noção de que o verdadeiro líder motiva, treina, confia, delega, é flexível, e tem resultados. Estes resultados são a resposta de que houve ou não o entendimento de um tratamento com respeito, firme, mas respeitoso. Pode nos parecer um tanto globalizado o conceito acima citado, afinal, alguns paradigmas estão sendo quebrados ao se abrir espaço para a palavra respeito, de onde existem empresas que pretendem passar por mais esta fase da economia e do mundo, tratando seus “empregados” como meros degraus pelos quais é preciso subir para se chegar ao topo. Enquanto o mundo corporativo é outro, e já faz tempo, o subordinado, ou o acionista, porque a mudança foi tamanha que algumas empresas tornaram seus colaboradores parceiros, isso para comprometê-los a lutar em sinergia pelos objetivos finais. Não que seja regra, apenas uma forma de demonstrar que todos em uma organização tem uma função, que esta é de extrema importância, e é preciso trabalhar em equipe para que no fim “todos” ganhem. Este ganho pode ser em numerário, em agradecimento, e sempre, por meio de RESPEITO. Um administrador confere Empowerment aos outros tratando –os com dignidade e respeito. Quando tratadas com respeito, as pessoas têm mais motivação para atuar. Essa motivação precisa estar presente se as pessoas quiserem ter o poder de ser bem-sucedidas. O administrador tem mais poder para alcançar os seus próprios objetivos quando as pessoas que trabalham para ele estão motivadas para alcançar o sucesso. 4.4.1. Como saber quando uma pessoa se sente desrespeitada Praticamente tudo o que fazemos ou dizemos a uma pessoa transmite respeito ou desrespeito. O respeito é a base para dar às pessoas um sentido de poder. Por isso, é importante que sejamos capazes de reconhecer quando uma 73 pessoa não acha quando esteja recebendo o respeito que merece. Não podemos nos guiar pelas boas intenções, pois o que pensamos estar transmitindo quase sempre está a quilômetros de distância do que a pessoa, na verdade, está percebendo. Algumas pessoas, naturalmente, nunca estão satisfeitas. Não importa o que seja feito, sentem-se injustiçadas. Não é desse tipo de pessoa que estamos falando. Infelizmente, poucas pessoas são capazes de deixar claro quando acham que não estão sendo tratadas com o devido respeito. Podem fazê-lo das mais diversas maneiras, mas, dificilmente, com essas palavras. Para elas, transmitir essa necessidade tão pessoal poderia fazê-las parecer muito vulneráveis ao administrador. 74 Conclusão Após análise dos dados contidos neste trabalho, o que se pode afirmar é que o Empowerment é uma ferramenta de gestão que sendo utilizada de maneira adequada, literalmente, dá poder e autonomia aos colaboradores no intuito de que eles proponham soluções para os problemas da empresa. No Empowerment o poder emana do próprio indivíduo, que assume total responsabilidade por seus atos. Seu objetivo é delegar recursos para que todos da empresa se sintam com poder para agir, e de fato o façam, com responsabilidade. Algumas questões como: questionar o modelo hierárquico, manter a autoestima dos colaboradores elevada, ouvir e responder com empatia, fazer com que os colaboradores assumam riscos ou que a direção abra mão do controle das pessoas e se ocupem dos resultados, são muito importantes caso queiramos criar um ambiente de Empowerment eficiente na empresa. Nesse contexto, é importante enfatizar que ao se iniciar este processo devese primeiro dar a todos os envolvidos a capacitação, a informação e o conhecimento necessários para exercerem seu poder de modo responsável e eficaz. Em seguida, deve-se corrigir os possíveis erros. A empresa em que os colaboradores possuem autonomia para soluções para os problemas que enfrentam, está no caminho certo propor para a implementação desta ferramenta. Caso contrário, a empresa corre o risco de perder seus melhores talentos. Este trabalho convida ao administrador a ajudar a promover as mudanças necessárias no ambiente de trabalho aplicando alguns princípios para o Empowerment junto aos subordinados à ele. Eis alguns destes princípios: Dizer às pessoas quais são suas responsabilidades Dar-lhes autoridades correspondentes às suas responsabilidades Estabelecer padrões de excelência 75 Oferecer-lhes o treinamento necessário à satisfação dos padrões Fornecer-lhes conhecimento e informação Dar-lhes Feedback sobre o seu desempenho Reconhecê-los por suas realizações Confiar nelas Dar-lhes permissão para errar Tratá-las com dignidade e respeito Sendo assim, conclui-se que o administrador apenas não prestará uma contribuição significativa para a vida do seu pessoal e da sua empresa, mas também estará fazendo o mais importante para conquistar o poder e o sucesso. O administrador deve lembrar-se de que, se quiser ter poder, tem que dar, portanto, com a utilização desta ferramenta com certeza alcançará o sucesso na obtenção deste poder. 76 Referências Bibliográficas BERGAMINI C. W. Motivação. São Paulo: Atlas, 2ª ed. 1989. BYHAM, W. C. Zaap!O poder da Energização. Rio de Janeiro: Campus, 1992. 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