Estabilidade Térmica
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Estabilidade Térmica
Eletrônica Básica Prof. Eng. Romeu Corradi Júnior Eletrônica – Dispositivos de estado sólido Anexo 5 – Análise de Sensibilidade ( Estabilidade e Compensação ) Supondo que o TjB seja substituído por outro de mesmo tipo, os parâmetros sofrerão um certo desvio, principalmente de β, que pode variar até três vezes de valor para uma dada corrente de coletor. Deste modo, mantendo-se a corrente de base constante pela rede de polarização de entrada obtém-se uma significativa variação da corrente de coletor. Um outro fator extremamente importante é a instabilidade da polarização devido as variações da temperatura. Com isso, a utilização de circuitos realimentados de polarização devem ser preferivelmente utilizados, minimizando este problema. Até este momento, o ponto de operação ( Q ), foi definido para uma dada temperatura ambiente, É necessário que diferentes circuitos de polarização possam ser comparados quando a sensibilidade em relação as variações das correntes de fuga, por exemplo. Estas correntes fornecidas por I CBO sendo muito maiores nos transistores de germânio, que são multiplicados por ( β + 1 ) para configurações emissorcomum e coletor-comum ( resistor de coletor reduzido à zero Ohms ), alterando p ponto Q. O desvio causado pela temperatura ou substituição de transistores na polarização deve ser o menor possível, forçando uma menor variação do ponto Q na reta de carga. As fontes de instabilidade da corrente de coletor são basicamente três: a. Corrente de saturação reversa I CBO que aumenta com a temperatura, dobrando de valor a cada 10ºC; b. Tensão base-emissor ( Vbe ), que decresce na faixa de 2,5 mV/ºC, tanto para silício como para germânio; c. Ganho de corrente estático ( β ), que aumenta com a temperatura. A característica de transferencia de qualquer circuito polarizador é obtida combinando-se: 1- No circuito de base - equaciona-se utilizando a Segunda lei de Kirchhoff ( LKT ); 2- Característica de saída para a corrente de coletor considerando-se a temperatura I C = β .I B + (β + 1).I CBO . Desta forma passaremos a estudar a estabilidade dos circuitos polarizadores quanto à β. A estabilidade de β é definida como sendo uma relação entre a variação na corrente de coletor e a variação no próprio valor de β. Assim a variação percentual da corrente de coletor é K vezes a variação percentual em β; matematicamente temos: ΔI C ⎛ Δβ I ΔI K = C então podemos escrever : C = K ⎜⎜ Δβ IC ⎝ β β ⎞ ⎟⎟. ⎠ Obs.: Se K é zero, uma variação em β não produz qualquer mudança na corrente de coletor. Isso é ideal. O pior caso é um valor unitário para K; neste caso, uma certa mudança percentual Prof. Corradi 98 Eletrônica – Dispositivos de estado sólido em β produz a mesma mudança percentual na corrente de coletor. Um exemplo numérico: Dados: β(min) = 50, β(max) = 150, β(tip) = 100; temos então um Δβ = ±50, para β = 100 temos: I C = 1 mA e ΔI C = ± 0,5 mA , então : 0 ,5 x10 −3 ⎛ 50 ⎞ = K⎜ ⎟ ⇒ K =1 3 1x10 ⎝ 100 ⎠ Obs.: Podemos verificar que tal circuito é o pior caso para a estabilidade de beta (β). Você deve recordar da polarização de base fixa comentada anteriormente, naquele momento já havíamos comentado que o circuito era extremamente dependente das variações de beta e neste ponto comprovamos as informações transmitidas. Análise do circuito de estabilidade de beta ( β ) Estamos interessado na estabilidade do ponto de operação e sabemos que o mesmo é determinado pela análise do circuito dc, assim iremos fazer uma análise mais detalhada em um circuito com realimentação e verificar a estabilidade de forma geral. - circuito para análise: Realimentação do emissor. Observe o circuito abaixo, aplicando LKT a malha de entrada temos: VCC = VRB + VBE + VRE VCC = I B .RB + VBE + I E .RE VCC = I B .RB + VBE + (I C + I B )RE VCC − VBE = I B .RB + I B .RE + I C .RE VCC − VBE = I B (RB + RE ) + I C .RE VCC − VBE = IC β (RB + RE ) + I C .RE ⇒ eq. A Obs.: Se o transistor for substituído teremos novos valores de β e corrente de coletor, então teremos: (β + Δβ ) e (I C + ΔI C ) , assim substituindo estas variações na equação A temos: Prof. Corradi 99 Eletrônica – Dispositivos de estado sólido VCC − VBE = (ΔI C + I C ) (R (Δβ + β ) B + RE ) + (ΔI C + I C ).RE ⇒ eq. B Subtraindo a equação A da equação B temos: 0= (ΔI C + I C ) (R (Δβ + β ) ΔI C IC = Δβ β B + RE ) − (RB + RE ) IC β + (RE .ΔI C ) 1 1 + (β + Δβ ) RE RB + RE [β (RB + RE ) + β .RE (β + Δβ )]ΔI C = (RB + RE ).I C .Δβ Resolvendo em termos de ΔI C / I C , temos: ΔI C Δβ RB + RE = . (RB + RE ) + β .RE + Δβ .RE β IC Dividindo toda a equação por (RB + RE ) , temos: Prof. Corradi 100 Eletrônica – Dispositivos de estado sólido ΔI C 1 = I C 1 + (β + Δβ ). ΔI C IC = Δβ β RE RB + RE . Δβ β 1 1 + (β + Δβ ). RE RB + RE Podemos observar que o primeiro termo da equação nada mais é do que o fator K, assim temos que: K= 1 1 + (β + Δβ ). RE RB + RE Isto representa o fator de estabilidade de beta para todos os circuitos transistorizados. Tabela para os circuitos polarizadores: Polarização de base Resistor do emissor = ZERO Pol. Com realimentação do “ deduzido no exemplo” emissor Pol. Com realimentação do Rb = Rb ; Re = Rc coletor Divisor de tensão Rb = R1//R2 e Re = Re K=1 Equação acima Se houver um R’e fica Re = Rc + R’e Correntes de fuga I CBO - corrente de coletor à base com o emissor aberto; I CEO - corrente de coletor à emissor com a base aberta. De regras anteriores podemos escrever : I CEO = I CBO + β .I CBO ⇒ I CEO = (β + 1).I CBO . Regras básicas: a. I CBO dobra para cada aumento de 10ºC nos TjB’s; b. então se o aumento da temperatura em ºC é ΔT, o numero de vezes que I CBO dobra é N então : N = ΔT / 10; c. e a corrente de fuga na temperatura mais alta é d. e consequentemente temos : I 'CEO = Prof. Corradi I 'CBO = 2 N .I CBO ; (β + 1).2 N .I CBO . 101 Eletrônica – Dispositivos de estado sólido Sensibilidade de temperatura Trata-se de uma relação entre a variação da corrente de coletor e a corrente de fuga, ou seja: S= ΔI C , a dedução desta expressão foge do escopo desta apostila; deixamos a cargo do ΔI CBO estudante o desenvolvimento da mesma, assim temos como solução a expressão abaixo: S= RE + RB R RE + B 1+ β Compensação de polarização Escolhida uma determinada polarização dentre as vistas anteriormente, podemos melhorar a sua estabilidade utilizando-se de características não lineares e de sensibilidade a temperatura de alguns dispositivos. Estas são denominadas técnicas de compensação. Diferentemente das técnicas de estabilização de um ponto Q, que mantém a corrente de coletor e a tensão entre coletor e emissor com a menor variação possível em função da escolha dos resistores de uma determinada configuração de polarização, a compensação utiliza, diodos e transistores para melhorar ainda mais o fator de estabilidade. Compensação por termistores ( dispositivos visto no anexo sobre sensores ) a) Controle de tensão do emissor: b) Controle de tensão na base: Prof. Corradi 102 Eletrônica – Dispositivos de estado sólido c) Compensação utilizando diodos: d) Compensação de I CBO . Prof. Corradi 103 Eletrônica – Dispositivos de estado sólido Pesquisa: 1- Faça uma pesquisa sobre um circuito estabilizador de tensão com saída variável e com proteção contra curto-circuito, mas que utilize somente resistores, diodos, diodos zener e transistores. 2- Faça uma pesquisa sobre as características elétricas dos seguintes circuitos integrados reguladores de tensão: 7805, 7905, 7812, 7912 e LM 317. Mostrar três exemplos práticos: uma fonte de tensão positiva, uma fonte de tensão simétrica e uma fonte de tensão ajustável empregando estes dispositivos. 3- Faça uma pesquisa sobre fonte de corrente estabilizada que utilize apenas um diodo zener, um transistor e resistores de limitação e polarização. Prof. Corradi 104 Eletrônica – Dispositivos de estado sólido ANEXO 6 – Características básicas dos principais componentes utilizados nesta apostila 1- Código de cores para resistores de 4 e 5 faixas Se seu resistor tem quatro faixas, as primeiras duas faixas são números, a terceira faixa é o multiplicador, e a Quarta faixa é a tolerância, e se seu resistor tem cinco faixas, as primeiras três são números, a Quarta faixa é o multiplicador, e a quinta faixa é a tolerância. Se não existir a faixa para a tolerância, a tolerância é de ± 20% do valor do resistor. Nota – atualmente devido ao avanço tecnológico você não irá encontrar resistores com essa tolerância, somente em equipamento muito antigos em torno de mais de 20 anos. Assim para encontrar o valor do resistor você deve tomar os primeiros números e multiplicar pelo fator de multiplicação e assim você terá o valor do resistor em Ohms. Prof. Corradi 105 Eletrônica – Dispositivos de estado sólido 2- Diodos Semicondutor Características: Diodos de Germânio Código I F (mA) VRRM (V ) Uso AA 119 AAZ 18 OA 70 OA 95 AA 113 AA 116 AA 117 1N 34 1N 60 35 180 50 50 25 45 500 15 40 45 20 22,5 115 65 30 115 60 50 Detetor de AM – discriminador FM e TV Uso geral e comutação Detetor de vídeo Uso geral Detetor AM/FM Detetor AM/FM Uso Geral Uso Geral Uso Geral Prof. Corradi 106 Eletrônica – Dispositivos de estado sólido Principais encapsulamento: I F [A ] 1 V RRM [V ] 50 - 100 1N4001 (50V) 1N4002 (100V) 200 400 600 800 1N4003 1N4004 1N4005 1N4007 1000 1200 1600 (DO-7) 12 12F20” 12F100” (DO-4) 12FR20’ 12FR100’ 40 40HF10” 40HF60” (DO-5 40HFR10’ 40HFR60” “ – Cátodo rosqueado ‘ – Ânodo rosqueado Importante: - As correntes de condução direta citadas nos dispositivos de montagem rosqueada são os valores nominais máximos. As informações do fabricante devem sempre ser consultadas já que, em alguns casos, os dispositivos precisam ser resfriados a ar artificialmente para que a corrente nominal máxima citada possa ser obtida. Prof. Corradi 107 Eletrônica – Dispositivos de estado sólido DIODOS ZENER Tolerância de 5% Principais encapsulamento Fabr. V Z N [V ] 2,4 2,7 3,0 3,3 3,6 3,9 4,3 4,7 5,1 5,6 6,2 6,8 7,5 Philips National National Cod. Cod. Cod. BZX79C BZX55C BZX85C 400 mW 500 mW 1,3 W 2V4 2V7 3V0 3V3 3V3 3V3 3V6 3V6 3V6 3V9 3V9 3V9 4V3 4V3 4V3 4V7 4V7 4V7 5V1 5V1 5V1 5V6 5V6 5V6 6V2 6V2 6V2 6V8 6V8 6V8 7V5 7V5 7V5 Philips Cod. BZV85C 1,3 W Philips Cod. BZT03C 3W _ Cod. 1N53 5W 33B 5V1 5V6 6V2 6V8 7V5 7V5 35B 36B 37B 38B 39B 41B 42B 43B 8,2 9,1 10 11 12 8V2 9V1 10 11 12 8V2 9V1 10 11 12 8V2 9V1 10 11 12 8V2 9V1 10 11 12 8V2 9V1 10 11 12 44B 46B 47B 48B 49B 13 13 13 13 13 13 50B 15 15 15 15 15 15 52B 16 16 16 16 16 16 53B Prof. Corradi Semicron Semicron Cod. Cod. BZY93C BZY91C 20 W 75 W 7V5# 7V5R 8V2 9V1 10 11 12# 12R 13# 13R 15# 15R 16 10 12 15# 15R 108 Eletrônica – Dispositivos de estado sólido 18 18 18 18 18 18 55B 20 20 20 20 20 20 57B 22 24 22 24 22 24 22 24 22 24 22 24 59B 27 27 27 27 27 27 61B 30 33 36 39 30 33 36 39 30 33 30 33 36 30 33 36 39 30 33 36 39 63B 64B 65B 66B 43 47 51 56 62 68 75 43 47 51 56 62 68 75 82 91 100 43 47 51 56 62 68 75 82 91 100 110 120 130 150 160 180 200 220 270 47 56 75 120 130 150 160 180 200 220 270 68B 69B 70B 72B 73B 74B 75B 77B 78B 79B 18# 18R 20# 20R 22 24# 24R 27# 27R 30 33 36 39# 39R 43 47 51 56 62 68 75 18 24 30 33 36 43 47 51 68 75 83B 84B 86B 88B # DISPONÍVEL DA FORMA NORMA ( CÁTODO ROSQUEADO ) SUFIXO “R” INDICA TIPO COM POLARIDADE INVERTIDA (REVERSE). Seleção de Zeners de potência como diodos supressores de surto Os zeners de potência das séries BZY93 e BZY91 descritos acima são extremamente rápidos no ceifamento, comutam em menos de 5 ns e, portanto, são recomendados para o uso em supressores de transientes bem como reguladores de tensão. Os supressores são normalmente escolhidos com uma tensão de separação igual à tensão de regime estável da linha na qual serão usados. A tensão de separação é a tensão reversa máxima que pode ser aplicada sem provocar dissipação reversa significativa. Nota: Na prática, a tensão de separação de um dispositivo é “ 3 estágios abaixo” na série da tensão zener exibida no sufixo. Por exemplo, um BZY91-C15 deve ser usado como regulador de tensão numa linha de 15 V, e como supressor de transiente numa linha de 11 V. Prof. Corradi 109 Eletrônica – Dispositivos de estado sólido Outros Zeners: 500 mW Tipo 1N746 1N747 1N748 1N749 1N750 1N751 1N752 1N753 1N754 1N755 1N756 1N757 1N758 1N962 1N759 1N964 1N965 1N966 1N967 1N968 1N969 1N970 1N971 1N972 1N973 encapsulamento DO-35 Zz @ Iz Iz (mA) max (Ω) 20 28 20 24 20 23 20 22 20 19 20 17 20 11 20 7 20 5 20 6 20 8 20 16 20 17 11,5 9,5 20 50 9,5 13 8,5 16 7,8 17 7 21 6,2 25 5,6 29 5,2 33 4,6 41 4,2 49 3,8 58 Diodos Zener Tensão Zener VZn 3,3 3,6 3,9 4,3 4,7 5,1 5,6 6,2 6,8 7,5 8,2 9,1 10 11 12 13 15 16 18 20 22 24 27 30 33 1W Tipo 1N4728 1N4729 1N4730 1N4731 1N4732 1N4733 1N4734 1N4735 1N4736 1N4737 1N4738 1N4739 1N4740 1N4741 1N4742 1N4743 1N4744 1N4745 1N4746 1N4747 1N4748 1N4749 1N4750 1N4751 1N4752 encapsulamento DO-41 Zz @ Iz Iz (mA) max (Ω) 76 10 69 10 64 9 58 9 53 8 49 7 45 5 41 2 37 3,5 34 4 32 4,5 28 5 25 7 23 8 22 9 19 10 17 14 15,5 16 14 20 12,5 22 11,5 23 10,5 25 9,5 35 8,5 40 7,5 45 Teste da junção PN com ohmímetro Prof. Corradi 110 Eletrônica – Dispositivos de estado sólido Transistores Principais encapsulamento Prof. Corradi 111 Eletrônica – Dispositivos de estado sólido Teste com ohmímetro Algumas dimensões dos principais encapsulamento ( em mm ) Prof. Corradi 112 Eletrônica – Dispositivos de estado sólido Nomenclatura de Transistores Identificação dos transistores e outros dispositivos semicondutores ( Código Europeu ) Exemplo: código com duas letras, três números e uma letra final – ( BC 548C ) 1- Significado da primeira letra: A : dispositivo com uma ou mais junção constituído por cristais de germânio; B : dispositivo com uma ou mais junções constituído por cristais de silício; C : dispositivo constituído de cristais de arsenieto de gálio ( GaAs ); D : dispositivo constituído de cristais de antimoneto de índio; R : dispositivo com junções que utilizam materiais como empregados em células fotocondutoras e geradores de efeito Hall ou materiais compostos; por exemplo Sulfeto de Cádmio. 2- Significado da Segunda letra: A : diodos detetores, diodos de comutação e diodos de baixo sinal; B : diodos varicap ( diodos de capacitância variável ); C : transistores para áudio freqüência de baixa potência; D : transistores para áudio freqüência de média potência; E : diodo túnel; F : transistores para rádio freqüência de baixa potência; G : diversos, miscelâneas, dispositivos múltiplos; H : prova de campos magnéticos ( sensores ); Prof. Corradi 113 Eletrônica – Dispositivos de estado sólido K : gerador Hall; L : tiristores de rádio freqüência de potência; N : foto acoplador; P : foto dispositivo ( detetor de radiação ); Q : gerador de radiação ( diodos emissores de luz ); R : SCR de baixa potência, dispositivo de controle e comutação; S : transistores para comutação de baixa potência; T : tiristores de potência; U : transistores de comutação de potência; X : diodos varicap ( multiplicadores ); Y : diodos retificadores; Z : diodos de referência ou reguladores ( zeners ); com a terceira letra W indica que o dispositivo é um supressor de transientes. Obs.: Os números após as duas primeiras letras são utilizados apenas para ordenação; sem significado técnico. Exemplo: de 100 à 999 – destinados a dispositivos comerciais. 3- Significado da ultima letra Esta ultima letra tem a finalidade de indicar o ganho do dispositivo, para os transistores de pequena potência, e para os de média potência indica a tensão entre o coletor e emissor com base em aberto. Transistores de baixa potência Letra A B C - hFE 125 à 260 250 à 500 450 à 900 - Transistores de média potência Letra A B C D E V CEO 100 V 200 V 300 V 400 V 500 V Obs.: Norma Americana – Indicação: 1NXXX – diodos 2NXXX – transistores Prof. Corradi 114