Boa leitura! - Núcleo de Estudos Espíritas "Amor e Esperança"
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Boa leitura! - Núcleo de Estudos Espíritas "Amor e Esperança"
abcdefghijklmnopqrstuvwxyyz Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 8 - nº 66 - Abril/2007 Distribuição Gratuita Anália Franco Nesta edição: O Livro Espírita O Caminho Certo A Brevidade da Vida Previsão do desencarne nos sonhos. É possível? Leituras Fazer o bem sem ostentação Paciência, renúncia e boa vontade Editorial editorial Falemos do aborto. Não da forma banal que muitos meios de comunicação utilizam. Principalmente a televisão, que mostra imagens de famílias de baixo poder aquisitivo, com muitos filhos e sem condições de oferecer o mínimo para a sobrevivência. Outros relatam casos de falta de atendimento médico nos postos de saúde e pronto-socorros, com as crianças (sempre de famílias pobres) sofrendo a espera de atendimento. Há ainda a clássica imagem das famílias que vivem nas áreas atingidas pela seca, com muitos filhos e nada dentro das panelas para comer, algumas até disputando a comida que é dada para o gado. Perguntamos: no que estas cenas estão relacionadas com o aborto? Estes são problemas sociais que não vão ser resolvidos com a legalização do aborto. A fome, a falta de atendimento médico e outras mazelas sociais são geradas pelo egoísmo humano. Sabemos que a legalização do aborto atende mais aos interesses econômicos de determinadas atividades do que às famílias carentes. Por que, ao invés de gastarmos tempo tentando legalizar o aborto, não aproveitamos toda esta disposição para esclarecermos as famílias sobre como educar moralmente os seus filhos, levar educação escolar para todos e, principalmente, evangelizar as famílias? Desta forma, o que Jesus disse se concretizará: “Conheça a verdade e ela te libertará.” O Espiritismo não condena as atitudes das pessoas, mas esclarece, mostrando que a vida física de uma pessoa não começa no ato do nascimento. Desde a união sexual do casal, já há a ligação do espírito que irá ocupar aquele corpo, portanto, ao interrompermos a gestação, estaremos tirando a oportunidade de vida de um filho de Deus, ou seja, estaremos interferindo nos Planos Divinos. Convém lembrarmos as palavras de Chico Xavier: “Compete-nos honrar os compromissos de natureza sexual com todas as forças da alma, mesmo porque, através do sexo, não só efetuamos a continuidade da espécie no mundo, mas também recebemos forças dinâmicas que nos podem sustentar a vida espiritual e física, na execução do trabalho a que fomos trazidos à Terra.” Por estas palavras vemos o quão importante é perseverarmos no caminho do Bem, seguindo os exemplos de Amor de Jesus. Diz-nos André Luiz, no livro “Missionários da Luz”, que o aborto muito raramente se verifica obedecendo a causas da esfera de ação dos Espíritos. “Em regra geral, origina-se do recuo inesperado dos pais terrestres, diante das sagradas obrigações assumidas ou aos excessos de leviandade e inconsciência criminosa das mães, menos preparadas na responsabilidade e na compreensão para este ministério divino.” No mesmo livro encontramos uma séria advertência: “Daí, a razão de existirem muitos casais humanos, absolutamente sem a coroa dos filhos, visto que anularam as próprias faculdades geradoras. Quando não procederam de semelhante modo no presente, sequiosos de satisfação egoística, agiram assim, no passado, determinando sérias anomalias na organização psíquica que lhes é peculiar. Neste último caso, experimentam dolorosos períodos de solidão e sede afetiva, até que refaçam, dignamente, o patrimônio de veneração que todos nós devemos às leis de Deus.” Lembremos, finalmente, da amantíssima figura de Maria de Nazaré, que mesmo sendo ainda muito jovem, confiou em Deus, assumiu a maternidade com todo o amor e trouxe ao mundo aquele que seria o Caminho, a Verdade e a Vida. Por isso devemos valorizar a vida, pois ela é uma dádiva que Deus nos oferece. Não sejamos nós os responsáveis por mais este ato cruel. Equipe Seareiro ÍNDICE 2 GRANDES PIONEIROS: Anália Franco - Pág. 3 ATUALIDADE: Leituras - Pág. 13 CANTINHO DO VERSO EM PROSA: O Livro Espírita - Pág. 14 TERCEIRA IDADE: O Caminho Certo - Pág. 15 TEMA LIVRE: A Brevidade da Vida - Pág. 15 KARDEC EM ESTUDO: Fazer o bem sem ostentação - Pág. 16 CLUBE DO LIVRO: Amor e Renúncia - Traços de Joaquim Alves - Pág. 16 CONTOS: O cachorro e o coelho - Pág. 17 SONHOS: Previsão do desencarne nos sonhos. É possível? - Pág. 18 FAMÍLIA: Paciência, renúncia e boa vontade - Pág. 18 LIVRO EM FOCO: Migalha - Pág. 19 Seareiro Publicação Mensal Doutrinária-espírita Ano VIII - nº 66 - Abril/2007 Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança CNPJ: 03.880.975/0001-40 CCM: 39.737 Seareiro é uma publicação mensal, destinada a expandir a divulgação da doutrina espírita e manter o intercâmbio entre os interessados em âmbito mundial. Ninguém está autorizado a arrecadar materiais em nosso nome a qualquer título. Conceitos emitidos nos artigos assinados refletem a opinião de seu respectivo autor. Todas as matérias podem ser reproduzidas desde que citada a fonte. Direção e Redação Rua das Turmalinas, 56 / 58 Jardim Donini Diadema - SP - Brasil CEP: 09920-500 Endereço para correspondência Caixa Postal 42 Diadema - SP CEP: 09910-970 Tel: (11) 4044-5889 com Eloisa E-mail: [email protected] Conselho Editorial Ana Daguimar de Paula Amado Fátima Maria Gambaroni Geni Maria da Silva José Roberto Amado Marcelo Russo Loures Reinaldo Gimenez Roberto de Menezes Patrício Rosangela Neves de Araújo Rosane de Sá Amado Ruth Correia Souza Soares Silvana S.F.X. Gimenez Vanda Novickas William de Paula Amado Wilson Adolpho Jornalista Responsável Eliana Baptista do Norte Mtb 27.433 Diagramação e Arte Reinaldo Gimenez Silvana S.F.X. Gimenez Impressão Van Moorsel, Andrade & Cia Ltda Rua Souza Caldas, 343 - Brás São Paulo - SP CNPJ: 61.089.868/0001-02 Tel.: (11) 6764-5700 Tiragem 12.000 exemplares Distribuição Gratuita Seareiro Grandes Pioneiros grandes pioneiros Anália Franco Entre os séculos de XVI a XVIII, quando o Brasil era colônia, a mulher era considerada inútil perante a cultura e a tudo que não fosse regido pela mão do homem. Recebendo a influência da Europa, principalmente de Portugal, a mulher era tratada com austeridade e sem permissão para receber qualquer tipo de ensino instrutivo. Tanto que os documentos em que deveria constar a assinatura feminina traziam a explicação nos seguintes dizeres: “por ser do sexo feminino e não saber ler”. E consta entre os historiadores que a primeira mulher brasileira a assinar um documento em público, por ser alfabetizada, fugindo das regras instituídas nessa época, foi a senhora Leonor Góis Siqueira, em 1699, causando grande escândalo e maledicência entre as honradas famílias brasileiras. Eram funções das mulheres, portanto, serem educadas para saberem se comportar como companheiras omissas e cuidar do lar e dos escravos que trabalhassem dentro da casa. Só poderiam tomar parte de uma conversação com os visitantes se os maridos permitissem e isso só era compreendido por olhares entre ambos. Com a vinda de D. João VI para o Brasil-colônia, surgiram os primeiros colégios particulares no Rio de Janeiro. Isso porque com o número de senhoras vindas com a Corte de D. João VI, da França e de Portugal, muito as preocupou a educação dos filhos, pois na Europa eram outros os precedentes educativos, tanto na alfabetização quanto da cultura, que, segundo elas, predominavam na formação da personalidade e do caráter infantil. Tudo foi iniciado com muita precariedade, porém a educação para a mulher aconteceu ainda no período do Brasil-colônia, em São Paulo, exatamente com a formação vinda do clero, com a abertura dos Conventos, onde poderiam dedicar-se a exercer a religião católica somente as mulheres. E o ensino de períodos escolares seriam ministrados em aulas também particulares pelas próprias freiras, pois muitas vindas da Europa tinham profundo cabedal de ensino não só na alfabetização como em aulas de etiquetas, moral religiosa e conhecimentos gerais. Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança As formandas que aí foram educadas eram capazes de tudo realizar num ambiente doméstico. Formavam-se em artes, música, pintura, teatro, tudo no maior requinte exigido pela Corte dessa época. Ano de 1852. O Brasil lentamente absorvia o progresso relativo ao ensino. Era evidente que só obtinham um curso superior as famílias da classe média para a alta aristocracia da Corte. Nesse ano um jovem casal consorciava seus ideais de viverem unidos pela lei do amor. Ele, o senhor Antônio Mariano Franco Júnior, formado em contabilidade, que na época era a profissão do “guardador de livros”, era funcionário de uma repartição empresarial de bom nível. Termo usual na época, para os empresários bem sucedidos. Ela, dona Thereza Emília de Jesus, que, venceu todos os obstáculos, era formada e exercia o cargo de professora primária. Esse acontecimento fora no dia 20 de abril de 1852, na matriz da cidade de Resende, estado do Rio de Janeiro. Enquanto esse casal se reunia não só pelas leis da Terra, mas principalmente pelos laços espirituais, o Alto já preparava para retornar ao plano físico um espírito que teria a missão de abrir caminhos para o aprendizado do conhecimento, não só pelas letras mas também para a Evangelização de espíritos que precisariam da força dessa mulher, designada por Deus, para fornecer esses princípios tão equivocados pelos homens. Esse espírito teria que renascer nesse ambiente cheio de mistérios formados pelo Clero, assim como Francisco de Assis, Antônio de Pádua, Thereza D'Ávila, Santo Agostinho e outros eméritos baluartes que viveram na época do Cristo e tiveram que retornar para continuar a obra de esclarecimento do “Cristianismo”, não só das religiões do deus pagão. E no dia 1º de fevereiro de 1853, retorna a esse plano físico uma bela menina, de olhos arregalados para o mundo que a recebe ao aconchego do seio maternal. Os pais não cabiam em si de contentamento. Acreditavam que Deus os abençoava com essa luz que se acendera nesse lar já tão feliz. 3 Deram-lhe o nome de Anália Emília Franco. que mulheres: “Vencemos, amigas, porém, esse é só o começo do que nós, mulheres, poderemos fazer para Todos os amigos que visitavam o casal para conhecerclarear a mente obscura desses que se dizem os lhes a filha eram unânimes em afirmar que algo havia de intelectuais do futuro.” diferente nos olhos e nas expressões daquele bebê, pois dava a nítida impressão de que gostaria de contar alguma Daí para frente, Anália foi se revelando e deixando toda coisa, tal a agitação que a sociedade de boca aberta. demonstrava. Os pais diziam Seu nome começou a ser que Deus saberia fazê-la pronunciado por toda a acalmar-se. Realmente, Europa, onde os jornais a Anália teria muito que chamavam de “A Dama Maior realizar. E era já visto que ela da Educação Brasileira”. Seus não seria uma criança igual a ensinos pedagógicos tantas na fase infantil. Ela, começaram a incomodar os nos primeiros anos de vida, “velhos professores”, que “revivia”, por assim dizer, o relutavam em aceitar os novos seu passado. Com seus três métodos de ensino. anos, juntava as sílabas das Anália demonstrava, na palavras que sua mãezinha prática, que os alunos não lhe indicava, espantada ao deveriam ser separados, Cidade de Resende, Rio de Janeiro. ver a precocidade da filha. divididos em classes Anália não fora a única filha do casal Franco. Tiveram mais masculina e feminina. Era preciso acabar com a malícia dois filhos, sendo o do meio, Antônio Mariano Franco, e a que só existia, dizia ela, nas cabeças mal formadas de caçula de nome Ambrosina Franco. E a diferença de princípios morais. atitudes de Anália para com os irmãos tornava-se mais Para tanto, ela colocava no currículo escolar as aulas saliente ainda. Embora a diferença de idade entre eles não de religião, pois, dessa forma, desde cedo, a criança passasse de ano e meio, era sempre ela que educava os começa a entender e a respeitar seu semelhante. irmãos, no falar e no comportamento. Outra exigência que Anália achou por bem introduzir no O potencial de conhecimento na menina Anália a todos ensino da época foi a aula de higiene aplicada, pois assustava. Seu arquivo espiritual desabrochava nenhuma criança poderia entrar em classe sem estar rapidamente. devidamente limpa. Ela conseguira, com muito esforço, Seus primeiros estudos foram realizados em Resende, que as próprias mães dos alunos a ajudassem nesse sob o olhar sempre orgulhoso dos pais. Dona Thereza, quesito. Como o banho era difícil, pois havia a que lecionava na mesma escola, ouvia constantes elogios necessidade de a água ser retirada dos poços e colocada ao desenvolvimento e comportamento da filha, que, por em bacias, achavam as pessoas que só com a lavagem vezes, sofria deboches das amiguinhas que assim das mãos, dos pés e do rosto já estavam asseadas. Mas procediam por sentirem ciúmes e até mesmo inveja pela Anália, através de cartazes feitos por ela própria, distinção da menina em classe. Esse era apenas o mostrava as doenças de pele, as infecções, os piolhos, começo de quem teria muitos percalços em meio à enfim, tudo o que poderia acontecer por falta de banho. reencarnação. Mas Anália não ligava. Com esse procedimento, as crianças assimilavam com o Quando olhava para sua mãezinha e a via triste pelas maior interesse, pois sentiam o bem-estar causado após o coleguinhas não a chamarem para as brincadeiras, ela banho. Com isso, elas próprias passaram a ensinar os dizia: pais a importância do banho e a limpeza no aspecto total. “— Não fique brava e nem triste, mãezinha. Elas não Essa idéia da educadora causou a maior revolução no sabem que a minha idade não combina com a delas.” Brasil. O povo não estava acostumado a tanta higiene. A duras penas, Anália conseguiu, após longas lutas, ter uma Dona Thereza não entendia e talvez nem Anália, mas classe de alunos limpos, sem problemas de micoses e ela tinha mesmo a maturidade acentuada pela sua pouca piolhos. idade física. O Humanismo também fazia parte do ensino dessa que Por necessidade de trabalho, Dona Thereza e Sr. nascera para revolucionar a cadeira educativa das Antônio precisaram deixar Resende e se transferir para escolas. A pedido de muitos professores, que gostariam São Paulo. Anália já tinha seus doze anos e acompanhava de entender o porquê das aulas dadas por ela serem tão Dona Thereza no ensino primário. eficientes, Anália ministrou cursos de Pedagogia e Em 1876, Dona Thereza e família mudaram-se para o Humanismo Educacional. Eles aprenderam que, acima de vale paraibano de Guaratinguetá, onde passou a lecionar, tudo, o professor deveria ser respeitado e não temido. tendo como assistente sua filha Anália. Esta, com toda a Para isso, deveriam tratar os alunos como filhos, com experiência obtida no ensino primário e colocando em energia e brandura, como ensinava Jesus aos seus prática o que havia de suas lembranças da espiritualidade, discípulos, dizia ela. As aulas deveriam ser alegres e as tornou-se uma excelente educadora. Foi então designada crianças serem levadas, sempre que possível, a terem para lecionar em Jacareí, embora ainda não tivesse aulas ao ar livre para sentirem e respeitarem a Deus. diploma, o que aconteceu em 1877, com a reabertura da Fazê-las plantar uma semente, uma muda de flores e Escola Normal em São Paulo, que, por efeitos políticos e acompanharem o desenvolvimento de uma árvore, seus preconceitos com referência a mulher, fora fechada. Com ramos e seus frutos. isso, Anália voltou a São Paulo e conseguiu o seu tão Como exímia compositora, fazia versos e ensinava as almejado diploma de educadora. Uma vitória, como disse crianças a cantá-los em coral, orientando também os em sua formatura, ainda composta mais de homens do 4 Seareiro professores a encenar peças infantis. humanitário das mulheres, mostrando a Simples atos onde as crianças se capacidade feminina em manter um lar e um desenvolveriam perante o público, tornandotrabalho digno. Todas elas tornaram-se as mais extrovertidas. escritoras e, como Anália, sofreram as pressões dos homens, principalmente dos E, para tanto, Anália não iniciava suas políticos locais. aulas sem as crianças cantarem um “Hino de Deus”, que, como dizia aos meninos, Com essa ajuda, Anália ampliou e além do canto, era uma prece em louvor a desenvolveu mais seu potencial de escritora. Deus. Eis aqui os versos: Lançou o “Álbum das Meninas”, uma revista literária educativa. Nela, Anália educava as É nosso Pai Celeste jovens através de uma leitura agradável e leve O Deus que adoramos sobre assuntos relativos aos jovens e É a Ele a quem primeiro adolescentes. A revista foi bem aceita nos Josefina Álvares de Azevedo O nosso afeto damos meios literários. O céu, o mar, a terra Alguns anos depois, Anália Franco foi E tudo quanto existe convidada a visitar a cidade de São Carlos, no São obras do seu poder, interior de São Paulo. Visitando os locais de Que só no bem consiste ensino, percebeu ela a necessidade de fundar Ergamos um hino de glória ali um colégio. Como sua vontade em realizar A esse Deus Onipotente projetos educativos era necessária, Que lá do céu nos volve conseguiu edificar um colégio que funcionava em regime de externato e internato. Deu-lhe o O seu olhar clemente. nome de “Santa Cecília”, santa esta de sua A grande preocupação de Anália Franco devoção. Esse colégio funcionava com o era o de fazer com que as mulheres que ensino primário e o secundário. Deu a começavam a lutar para trabalharem fora das educadora novas experiências que lhe lides domésticas crescessem. Sempre que serviram muito nos educandários seguintes podia, agrupava as senhoras que conhecia e que estariam por vir e as associações que as mães dos alunos a auxiliarem-na no Zalina Rolim surgiriam. preparo das aulas, do teatrinho de Isso aconteceu no dia 17 de novembro de 1901, marionetes e nas visitas que fazia às senhoras que quando foi notificada pela Assembléia Geral que esta apresentavam um quadro de depressão pela vida que aprovara seus estatutos para inaugurar a “Associação eram obrigadas a ter, retendo em seus interiores a Feminina Beneficente e Instrutiva do Estado de São vontade de viver e lutar por algum ideal de liberdade. Paulo”. Sob a influência de Anália, muitas das senhoras que se Essa Associação amparava e iria instruir e educar as tratavam com remédios para as suas frustrações crianças pobres e abandonadas da capital paulista, não conseguiram sair desse estágio doentio para se tornarem havendo aí nenhuma distinção de raça ou fé religiosa. A úteis ajudando-a nos trabalhos artesanais, nas visitas aos maior finalidade dessa obra era, para Anália, atrair as doentes carentes e no atendimento às crianças senhoras da sociedade local para um serviço de alto teor deficientes e, principalmente, às crianças abandonadas evangélico, oferecendo as horas ociosas em benefício de pelas ruas. um ser relegado pela sociedade. Não teria vínculo político Essa era para Anália a maior preocupação. Enquanto e nem fins lucrativos. Apenas o objetivo de oferecer um aquelas que podiam e freqüentavam a escola já recebiam teto, um prato de comida, roupas limpas e instrução orientação, outras desfavorecidas nada tinham, nem escolar. Por essa época, Anália Franco já estava em mesmo o calor materno. contacto com a Doutrina Espírita. Ouvira falar de Kardec, Para tanto, pensava ela que sua luta estava apenas da mediunidade e dos fenômenos das mesas girantes, começando. Precisaria fundar escolas ou creches para mas era liberal e tolerante com todos os credos. Não fazia abrigar essas crianças, fossem quais níveis sociais que diferença para ela que seus ajudantes professassem a tivessem, o importante é que a nenhuma criança fosse religião que quisessem, apenas que aceitassem a idéia de negada a instrução e, mais ainda, deveriam sentir-se que Deus é o Pai Eterno e a Inteligência Suprema. amadas, tendo um lar, onde fossem respeitadas. Esse era o ensino fundamental em suas obras. Para tanto, Anália precisava tornar-se mais conhecida Despertava nos corações infantis o Amor a Deus e a no jornalismo para criar outras oportunidades, pelas quais Jesus, sobre todas as coisas, e o amor e o respeito ao pudesse conseguir meios financeiros e voluntários para a próximo, fosse criança ou adulto. campanha de benemerência. Rodeada por colaboradores e com muita luta, Em Taubaté, interior de São Paulo, ela começou sua continuava a obra educativa, encontrando muitas pedras idéia de penetrar no meio jornalístico. Através do jornal pelo caminho. Como sempre, não faltavam as más línguas literário “A Família”, começou a escrever seus artigos a destilar venenos e calúnias. sobre Educação Infantil. Principalmente por ser mulher, Anália sofria ataques de Seu ideal de ensino, baseado em Pestalozzi, tomou todos os lados. Até as mulheres ciumentas não permitiam vulto entre as colunistas de um jornal, mantido por que seus maridos dela se aproximassem, pois diziam que senhoras do Rio de Janeiro, de nome “Eco das Damas”. ela era capaz de tudo para alcançar seus propósitos, nem Tal periódico fora fundado por Dona Josefina Álvares de que para isso fizesse a ruína de um lar. Azevedo, ao lado de outras amigas como Zalina Rolim e Anália silenciava. Suas auxiliares achavam que ela Amélia Carolina, que procuravam manter o espírito Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança 5 deveria responder escrevendo sua defesa através dos gratuitamente, ganhando experiência e orientação da jornais que editavam seus artigos. Mas, sempre paciente, mestra Anália, que ocupava o coração e o respeito de ela dizia que Deus sabia de seu procedimento. Nada todos. ouviriam de sua boca ou manifestos escritos. Como sua Em Santos, após a inauguração do Liceu, quando norma era “conceber o bem não basta, é preciso fazê-lo Anália fazia rigorosa inspeção com alunos e professores, frutificar”, o importante é que suas obras cresciam. recebeu a visita do Secretário dos Negócios do Interior e A Associação Feminina crescia rapidamente. Anália se da Justiça de São Paulo, o senhor Dr. Bento Bueno. Esse desdobrava fazendo tarefas acumuladas para atender a tece-lhe muitos elogios pela coragem e por ser tão culta e todos os lados onde sua presença era necessária. desprendida dos bens e títulos materiais. Dizia estar ali para apoiá-la no que fosse preciso. Seus préstimos O Dr. Paulo Egídio de Oliveira Carvalho, senador chegaram em boa hora, pois Anália estava na fase final da paulista, e notável jurisconsulto e literato, convidou Anália primeira escola maternal na cidade de Santos. Dr. Bento Franco para comparecer ao Senado para tratar de Bueno, ajudado pelos professores e simpatizantes das assuntos de seu interesse. A educadora prontamente obras da educadora, no ato da inauguração, levantou a atendeu ao convite e sua surpresa foi maior quando o Dr. placa. Para surpresa de Anália a escola recebera o Egídio, ocupando a tribuna, falou: seguinte nome: “Escola Maternal Anália Franco” “— Aos representantes dos estados brasileiros aqui Agradecendo e dizendo-se insignificante diante dessa presentes, gostaria que conhecessem uma mulher homenagem, ela pediu licença para um ato de louvor para corajosa, guerreira e professora, Dona Anália Emília aqueles que foram realmente os pioneiros no ensino aos Franco, que, como escritora e educadora, está realizando primeiros habitantes do Brasil: Padre José de Anchieta e não só em São Paulo, como também em outros estados, a Padre Manoel da Nóbrega, que muito fizeram diante maior revolução no ensino desse País. Aqui, no estado de dessa bela Natureza, nessas cidades praianas, Santos e São Paulo, mais propriamente na Capital, a Associação São Vicente. Instrutiva criada por ela já conta as inúmeras atividades ali realizadas e o abrigo para crianças de zero até a juventude Toda a imprensa brasileira, em todas as cidades e e o acompanhamento escolar com métodos ativos nos estados, fazia matérias sobre os feitos da educadora “dos ensinos de externatos e internatos, criados por ela.” tempos novos” no ensino. Salientavam as inúmeras creches e abrigos com fotos para evidenciar a veracidade E, apontando para Anália, que estava sentada à sua do empenho de Anália em colaborar para a irradiação da frente tentando manter o controle de suas emoções, liberdade em aprender a ler sem definição de sexos. continuou: “Deus criou as pessoas para poderem crescer e evoluir”. “— Essa jovem batalhadora vale muito mais que todos Essa frase Anália repetia constantemente para adultos e nós juntos. Ela não só planeja como executa sem temor. crianças. Como ela mesma diz, Deus está ao seu lado, pois o Quando o clero tomou conhecimento de que a famosa benefício que faz não é para o seu próprio bem, mas para educadora propagava a Doutrina Espírita, sendo ela todas as mulheres e crianças que, alfabetizadas, terão um própria defensora e adepta do Espiritismo, fizeram uma futuro promissor.” infamante crítica sobre ela, em vários órgãos católicos. Após os aplausos, o Dr. Egídio faz seu brilhante final: Atacaram de maneira sórdida a “Associação Feminina”. “— Por esse motivo, pela abnegação à causa da Diziam que essa tal “Associação” era uma maneira oculta instrução pública, no estado de São Paulo, que solicito aos de ganhar a vida com o nome de Caridade e que as senhores do senado maior consignação de verba para a creches, abrigos e escolas maternais eram “Associação Feminina Beneficente e Instrutiva. Temos profundamente nocivas às crianças, pois, através da certeza de que nunca uma verba será tão bem aplicada religião espírita, o demônio as dominaria no futuro. Por como esta em favor daqueles que serão os brasileiros de esse motivo, o povo católico sentia-se incomodado com a amanhã.” propalação das idéias revolucionárias, principalmente Sob forte emoção, Anália Franco sobe à tribuna e com as mulheres, onde o perigo estaria na destruição dos agradece ao senador e a todos, convidando-os a visitarem lares. a Associação. Vieram em defesa de Anália e E os frutos dessa obra já das Instituições os órgãos da mostravam seu desempenho, imprensa, como o Correio de Jaú pois estavam sendo mantidas e e o Atibaiense, sendo que esse orientadas 22 escolas maternais, último fez publicar no dia 15 de sendo 5 escolas no interior de março de 1908 um artigo que São Paulo, e instruções dadas muito emocionou Anália. para 2000 crianças pobres. E Comparou-a com Joana D'Arc, a ainda o funcionamento de um quem Anália tinha profunda Liceu Feminino que, em período admiração pela fé e coragem que noturno, formava professoras, teve em defender as verdades que cursavam-no em São Paulo cristãs. E por ter sido ela escolhida e em Santos. Foram eles pelo plano espiritual superior a fundados e inaugurados no dia Na década de 30, neste casarão antigo funcionava a 25 de janeiro de 1902, em São Associação Feminina Beneficente e Instrutiva Lar Anália representar o valor altruístico da mulher. Franco, um orfanato dedicado ao ensino de crianças Paulo, e no mesmo dia em carentes, no bairro do Tatuapé, na Zona Leste de São O artigo ainda descrevia o Santos. Paulo e que acabou dando nome ao bairro. Atualmente potencial da educadora em trazer Graças a esse Liceu, as este casarão foi restaurado para abrigar o campus Anália de volta a fé no coração dos Franco da Universidade Cruzeiro do Sul. formandas trabalhavam 6 Seareiro descrentes, em fazer do ser humano um ente que faz parte de uma coletividade, mesmo sendo de condição humilde. E de tirar as crianças das ruas e da cruel realidade dos vícios, dar-lhes um lar e a alegria de se sentirem protegidas. E o artigo terminava com essas palavras: “Onde o erro dessa mulher? Que fez ela de condenável? Foi o de fazer envergonhar uma sociedade hipócrita, repleta de homens cheios de orgulho e que nada mais fazem do que viver ignorando que muitos morrem à míngua, até mesmo em nome da religião.” “Quem estiver livre de pecados, atire a primeira pedra, pois se assim o fizer, temos a certeza de que essa se tornará uma bela rosa, transformada em luz sobre a cabeça dessa abençoada mulher.” O conceituado médico Dr. Alberto de Melo Seabra também escreveu em seu artigo publicado pela revista “Educação”, de São Paulo, no dia 12 de outubro de 1908, de que a “Associação Feminina” e suas Instituições muito realizavam em favor da instrução, não só de crianças, como do povo, ávido de aprendizado e de retorno à fé. Esse ato tão humanitário só pode trazer aplausos à causa da mulher brasileira. Nada conseguia demover ou desanimar essa alma que retornara para incentivar o trabalho grandioso que lhe fora confiado por Jesus. Instruída pelo Alto, Anália conseguiu inaugurar o primeiro Abrigo-Creche, entre os muitos que viriam com o decorrer do tempo. Esses abrigos amparavam as viúvas, as mães abandonadas e seus filhos, e os órfãos, principalmente aquelas criancinhas que eram encontradas à porta do Abrigo, em caixas de papelão ou cestinhas. Nesses lares, Anália fazia funcionar tipografia, costuras, arranjos em flores, oficinas de chapéus (muito usados na época) e ainda sala de música e aulas de escrituração (contabilidade). Ela também pensou nos andarilhos, essas pobres criaturas que, por algo do passado, não conseguem conviver com os familiares, somente o andar incansável pelas vias públicas é que parece ajudá-los a sentirem melhor a vida. Porém, Anália, com a ajuda das pessoas de bons princípios, inaugurou em algumas cidades Albergues Noturnos. Em alguns lugares mais amplos, muitos eram os albergados que recebiam banho, roupas e calçados e, antes de irem para o repouso noturno, tomavam um prato de sopa. Tudo isso, Anália conseguia VISITE NOSSO SITE www.espiritismoeluz.org.br Você poderá obter informações sobre o Espiritismo, encontrar matérias sobre a Doutrina e tirar dúvidas sobre Espiritismo por e-mail. Poderá também comprar livros espíritas e ler o Seareiro eletrônico. Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança com voluntários que se contaminavam, por assim dizer, do entusiasmo que essa valorosa mulher transmitia através de seu carisma e abnegação. Sempre que podia, ela estava presente, nos Abrigos, Creches, Albergues, levando seu coração repleto de ternura. Ela nunca permitia que trabalho algum se iniciasse ou terminasse sem uma prece. Passava, com isso, a todos os funcionários e voluntários, que Deus estaria em primeiro plano. Nunca deveria ser esquecida ou deixada a prece para “o depois”. Há um fato importante que, aliás, poderia ser classificado como o início da ligação de Anália com o plano espiritual. Seria para ela a confirmação de que estava agindo de acordo com os princípios divinos. As Instituições estavam num começo dificultoso, como já mencionado. A Associação Feminina procurava meios para poder manter as creches já instaladas, principalmente as do interior de São Paulo. Anália estava na Associação que, naquela época, teve seu funcionamento na Rua dos Estudantes, nº 19 (hoje a conhecida Rua 15 de Novembro), quando a senhora Dona Genebra de Barros Leite, baronesa, viúva do Brigadeiro Luiz Antônio, que por sua integração à Regência Trina da Província fora aclamado Senador, Barão e finalmente condecorado Visconde e, após, Marquês de Monte Alegre fez-lhe uma visita. Essa nobre dama ficara ciente dos benefícios prestados à sociedade por Anália e, como havia sofrido um rude golpe por ter sido seu filho morto por afogamento, resolveu conhecer e fazer algo em nome de seu amado filho, cuja falta lhe era muito penosa. Naquele dia, Anália levantara com uma leve sensação de bem-estar. Quando Genebra é conduzida à sala de Anália, esta alegremente a abraça e lhe diz: “— Que prazer em vê-la, eu já aguardava sua visita.” Dona Genebra, admirada, retribuindo o abraço, exclamou: “— Como? Não disse a ninguém que aqui viria! Posso até dizer-lhe que tomei essa atitude improvisadamente. Nem mesmo o lacaio (expressão da época, que quer dizer “empregado”) que me acompanha sabia para onde viríamos!” Anália, sorrindo e convidando para irem conhecendo a Associação, dizia-lhe: “— Não se espante com o que vou lhe contar. Esta noite, deitei-me apreensiva por saber que hoje as crianças teriam uma escassa alimentação por falta de recursos, aqui na Associação. Acontece que, após minhas orações, adormeci e vi um moço loiro, de traços serenos, que me dizia: “Tranqüilize-se, breve terás o necessário”. Vendo-a, senhora, e conhecendo-a pelas fotos dos jornais, cheguei à conclusão de que os recursos viriam pelas suas mãos, além do mais, o moço loiro é bem parecido com a senhora.” Dona Genebra, já emocionada, tira da bolsa um pequeno álbum de fotos e lhe diz: “— Veja se reconhece em meio a esses familiares aquele que viu em seu sonho.” Anália olha atentamente e aponta o rapaz loiro. “— É esse, tenho certeza! Embora aqui ele esteja mais jovem.” Dona Genebra olhou-a fixamente, dizendo: “— Senhorita Anália, esse jovem é o meu filho. Sei 7 agora porque o seu trabalho me emocionou. Ele era dinâmico e tinha grandes ideais para o futuro, mas foi colhido por uma fatalidade. Gostava de nadar. E indo com os amigos para se divertirem, afogou-se no rio Tietê. Todos os jornais publicaram a notícia que causou grande consternação entre nossos amigos.” Anália não escondeu seus olhos rasos de lágrimas. A senhora abriu novamente a bolsa, guardou o álbum e, retirando uma quantia de dinheiro, passou-a para Anália, dizendo-lhe: “— É meu filho que doa essa quantia, pois era parte de sua herança. E é em nome dele que passarei a compra de um terreno que será a sede principal de suas tarefas. E, creia-me, que enquanto viver, suas crianças não passarão mais necessidades por falta de alimento.” E assim foi feito, sob a proteção de Jesus, dizia Anália. A senhora Baronesa Genebra foi uma das muito competentes colaboradoras de Anália. Ajudou-a a inaugurar muitas escolas maternais. E as CrechesAbrigos foram se espalhando por todos os estados e cidades dos interiores: São Paulo, Santos, Jundiaí, São Vicente e Ribeirão Preto, foram as primeiras. O estado do Rio Grande do Sul contou com a colaboração e presidência do Abrigo por dona Andradina de Oliveira, poetisa, e auxiliar nos artigos redigidos por Anália. Em Santa Catarina, o Abrigo foi inaugurado numa chácara doada por Dona Maria Marta Hoffman. Em Minas Gerais, a responsabilidade do Abrigo foi entregue para Dona Vicentina Scoles, uma educadora tão humanitária quanto Anália. E assim foram se tornando cada vez mais avançadas as idéias de Anália em fazer com que a mulher mostrasse a sua capacidade de usar as horas ociosas em benefício de vidas que estavam começando a reencarnação. O trabalho se agigantava. Anália atendia a tudo e a todos. Seu tempo andava escasso e as contas, as doações, as compras, tudo isso ela procurava trazer em dia. Seu conhecimento em Contabilidade (que aprendera com seu pai) lhe dava um amplo acesso a disciplinar os “livros de crédito e caixa”, porém já há algum tempo ela não conseguia a mesma organização. Como as escolas maternais estavam sempre visadas pelas calunias, de que ela se apossava do dinheiro da Associação, fazia aumentar sua preocupação. Auxiliando Anália, Dona Thereza, sua mãezinha, que sempre acompanhava os trabalhos da filha, sugeriu para que ela procurasse por uma pessoa chamada Francisco Antônio Bastos. Ele, ainda muito menino, havia ajudado o pai de Anália com os livros de contabilidade. Gostando da profissão, soubera Dona Thereza que ele, Antônio Bastos, havia conseguido seu diploma de “guarda-livros”. Quem sabe, dizia Dona Thereza a Anália, esse jovem Sr. Antônio não viria ajudá-la? Anália mostrou-se entusiasmada com a idéia. E batendo palmas veio beijar as faces de sua mãezinha e concluiu: “— Vou agora mesmo procurar o senhor Bastos, mamãe. Tentarei encontrá-lo no principal escritório, próximo ao Fórum. Alguém poderá conhecê-lo, pois sabemos que são poucos os guarda-livros nessa cidade. E, para encontrá-los, é só irmos ao escritório chamado “Agência dos Contabilistas”, não é, mamãe?” “— Claro, minha filha. Deus irá ajudá-la, como sempre.” Anália despediu-se de sua mãezinha e foi ao encontro 8 ou reencontro de seu futuro marido. Isso porque ambos, ao se olharem, sentiram o pulsar agitado de seus corações, sintomas do chamado “amor à primeira vista”. Após os cumprimentos, Anália ainda sob o efeito dos olhares ardentes de Antônio, colocou-o a par de seu problema. Antônio ouviu a tudo com atenção e aceitou trabalhar como seu contabilista e voluntário nas causas humanitárias às quais ela se dedicava e que ele tanto admirava. Em seguida, beijando as mãos de Anália, comprometeu-se a começar a tarefa no dia seguinte pela manhã. Daí para frente, a grande amizade que fez parte dessas duas almas, voltadas para o trabalho grandioso do plano espiritual, uniu essas criaturas em matrimônio, no dia sem referências na história, sendo o ano de 1910 ou 1912. Antônio Bastos já era espírita desde menino. Por sua própria vontade, procurava ler as obras de Bozzano, Leon Denis, Kardec. Lia, principalmente, o Livro dos Espíritos. Esse livro era a principal referência para seu desenvolvimento, pois, além de responder todas as suas dúvidas, levou-o a procurar a Doutrina, ainda muito jovem. Com o passar do tempo, animou-se junto a outros Francisco Antônio Bastos companheiros a fundarem um Centro Espírita. Sabiam que teriam a proteção do Alto. Agora casado com sua amada Anália e sabendo-a espírita, procurou-a para juntarem-se também na fé doutrinária. Propunha Bastos que as reuniões que Anália fazia acontecer numa pequena sala da Associação fossem transferidas para o “Centro Espírita São Paulo”, sendo que esse centro, dirigido pelo Sr. Bastos, foi o pioneiro na junção do movimento espírita, que começara a dar sinais de propagação da doutrina. Com esta aproximação mais intensa de Anália e Bastos pela Doutrina, fortaleceram os laços de amizade entre outros trabalhadores do Espiritismo como: Dr. Militão Pacheco, médico homeopata, que passou a colaborar profissionalmente, dando assistência médica em ambulatórios criados pelo casal, favorecendo a classe carente do povo e as crianças; Batuíra, que procurava assistir as crianças deficientes em lugares apropriados para elas, com exercícios de fisioterapia e passes; Caibar Schutel, que uma vez por mês visitava as crianças, vindo de Matão e dando a elas muita alegria, com suas belas histórias sobre Jesus, evangelizando-as com o teatrinho de marionetes. Anália continuou suas palestras, pois Bastos, seu companheiro querido a incentivava. Para tanto, enquanto ela viajava atendendo aos convites, ele cuidava, junto com as voluntárias, de não deixar faltar todo amparo necessário às crianças e às famílias. Anália também continuou a escrever livros, que foram publicados tanto em páginas Caibar Schutel Seareiro no “Álbum das Meninas”, como vários títulos públicas, cantando e pedindo, os donativos editados: “Uma Vida Modelo, Maria apareciam ou então alimentos também eram Santíssima, As Preleções de Jesus”. doados e enviados para as instituições. E junto com seu esposo, veio a público um Em 1918, outra tragédia surgira para opúsculo que ambos acharam importante juntar-se ao mal da guerra, ocasionando redigir porque, na época, a bibliografia mortes, por vezes ceifando famílias inteiras. espiritista era muito precária. E esse Era a terrível “gripe espanhola”. Espalhandoopúsculo, cujo nome era “Habilitação à se por toda a parte, fez com que as escolas Assistência nas Sessões de Espiritismo”, fossem fechadas e as casas que eram trazia explicações sobre a prática da atacadas pelo mal eram incendiadas com os Doutrina, de leitura fácil e didática. Eram mortos que ali estivessem. Não havia onde perguntas e respostas, dando ao leitor enterrar tanta mortandade. Quem podia e que Batuíra informações preciosas sobre o tema. Eram não tinha se contaminado fugia, tentando esses opúsculos enviados a quem quisesse escapar da doença. obtê-los, pois o envio era gratuito. As Instituições também foram atingidas e as crianças Foram também responsáveis por alguns anos pela tinham que ser socorridas. Anália e seu marido Bastos não publicação de um jornal, com o título de “A Nova tinham recursos suficientes para a compra de remédios. Revelação”, que também era oferecido gratuitamente e Reunindo-se ao companheiro e antevendo a catástrofe enviado para várias localidades. que estava para acontecer se não achassem uma saída, ela, recebendo a intuição do Alto, aludiu ao companheiro: Anália foi um marco em sua época, pela versatilidade de seu espírito pioneiro. Para trazer recursos ás escolas, “— Bastos, nosso único recurso é buscarmos o nosso creches-abrigos, ambulatórios etc., ela escrevia médico-irmão, Jesus, nosso Mestre. Peçamos, através da romances, poesias, peças teatrais, compunha músicas água, o remédio que, com certeza, Ele nos enviará e, com infantis e versos. Em tudo ela fazia questão de que as a permissão de Deus, as nossas meninas se reerguerão crianças participassem. Elas representavam as peças em saúde, assim como todos nós que cuidamos delas.” teatrais, tocavam em bandas e corais. As crianças dos E Anália passou a reunir os voluntários nos quartos das Abrigos e Escolas de Anália Franco eram muito crianças e também nas Instituições, num geral, orando e conhecidas e respeitadas. Para ajudar na manutenção de pedindo auxílio a Jesus e aos mentores espirituais. As toda essa tarefa, foi criado por parte das voluntárias o águas ferviam nos recipientes e, após o gesto alterado, “Bazar da Caridade”. As meninas e as mães assistidas demonstrando o poder da fé daquele coração maternal, as pelas Instituições aprendiam a bordar, fazer tricô e crochê crianças e as mães da Colônia Regeneradora, assim e os produtos eram oferecidos ao público que, sabedor da como todas as criaturas que batiam às portas das causa, ajudava até a vendê-los em outros lugares. A Instituições, foram salvas. Somente algumas crianças que aceitação era perfeita. Com a fundação da “Colônia foram trazidas às escolas maternais com a gripe num Regeneradora Dr. Romualdo”, Antônio Bastos, junto a estado adiantado é que não conseguiram a cura. Anália outros trabalhadores da causa, principalmente Batuíra, consolava os familiares, dizendo que, se não se salvaram conseguiu trazer para a Colônia as chamadas “mulheres na vida material, seria porque Deus lhes dera a vivência de vida fácil” que, no dizer de Batuíra, “que de fácil nada necessária na Terra e retornaram à pátria de origem, para havia”, por serem portadoras de terríveis equívocos se fortalecerem para o futuro reencarnatório. morais e necessitadas de amparo. Com o estado de guerra, o governo aproveitou para Essa Colônia causou enormes dores de cabeça para satisfazer a exigência do clero, cortando os pagamentos Anália. Mais uma vez foi ela alvo de calúnias e mensais que Anália recebia como professora, por lecionar perseguições. Diziam que seu marido arranjara um meio em diversas escolas estaduais. Como o número de de se “fartar entre as mulheres”. professores era limitado, a educadora trabalhava para que Antônio Bastos e Batuíra levaram desde o delegado os recursos fossem maiores. Agora, com esse corte feito local até o juiz e representantes de órgãos públicos para por maledicência, os débitos foram aumentando. Bastos que passassem um dia todo na Colônia e verem de perto o também se revezava entre ajudar nas instituições e atuar trabalho ali realizado, desde o atendimento médico, profissionalmente, atendendo o comércio como dirigido pelo Dr. Militão Pacheco, até as aulas de contabilista. alfabetização e de higiene que eram dadas pelas Com as preces e a fé ardorosa desses dois corações senhoras da sociedade local, muitas com que vieram para auxiliar os abandonados título de nobreza da corte remanescente. materialmente, Anália recebeu do Alto a Passa mais essa fase difícil, quando tudo mensagem de seu amigo e protetor, o espírito a parecia tranqüilo, eis que irrompeu a triste quem Anália sempre rogava auxílio. Agostinho, notícia da Primeira Guerra Mundial. O Brasil seu protetor, pediu-lhe para que não começou a sentir os reflexos econômicos e o esmorecesse, pois Deus estaria ao seu lado. E, povo a escassez alimentícia. As Instituições lembrou-lhe que havia em Ribeirão Preto uma tiveram reduzidas as subvenções e, pessoa muito caridosa que, de bom grado, a naturalmente, as doações praticamente ajudaria. Finda a mensagem, após as preces foram suspensas. de agradecimento, Anália e Bastos ficaram tentando adivinhar “quem seria?”. Anália continuou a luta. Preparou as Continuando a percorrer o interior com a crianças da banda e o coral das meninas, que bandinha “Operárias do Bem”, chegam a todos conheciam como as “Operárias do Ribeirão Preto. Lembrando-se da mensagem Militão Pacheco Bem” e, de porta em porta, nas praças Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança 9 de Agostinho, Anália, por intermédio de amigos, vem a preciso da batina, mas você luta para dar às mulheres o saber que o Padre Euclides Gomes Carneiro era fundador verdadeiro sentido da vida.” de várias obras assistenciais pelos arredores das cidades Anália tinha os olhos rasos d'água e acrescentou: interioranas e fundara em Ribeirão Preto a “Associação “— Padre Euclides, eu estou aqui em busca de ajuda. dos Catequistas Voluntários”, que mais tarde seria a Alguém que me é muito querido falou-me de sua “Sociedade Legião Brasileira”. dedicação aos pobres. Porém, vejo que preciso aprender A educadora, movida pelos pensamentos de seu amigo com o senhor a fazer a caridade.” e protetor, deixara as meninas em companhia dos O sacerdote calmamente replica: voluntários e seguiu para o endereço do Padre Euclides. “— Não, minha filha, engana-se. Estou eu diante da Todos o conheciam e o amavam pelo bem que realizava. “Caridade”. Eu é que estou aprendendo. Sei do que Diziam até que ele curava como Jesus, pois suas bênçãos realiza, do seu esforço, e, que nesse exato momento, não faziam voltar a saúde e a paz nas pessoas doentes. veio pedir para si e sim para centenas de crianças e mães Porém, Anália começou a sentir as dificuldades que que encontram guarida em seu coração. Esta batina me estavam colocando no seu encontro com o padre. Uns abre muitas portas e os recursos chegam. A sua fé é tão falavam que ele havia saído para atender aos doentes nos grande quanto a que eu professo, mas a Doutrina que sítios vizinhos e que não sabiam dizer a que horas voltaria. defende é pouco conhecida e incompreendida, por isso as Outros, que o padre estava recolhido em orações. Enfim, dificuldades que enfrenta. Mas os nossos caminhos são Anália sentia-se tolhida em seu propósito de conhecer o iguais. Ambos procuramos minorar a dor dos Padre Euclides. Resolveu persistir. Ficou sentada à porta semelhantes. É isso que é importante para Deus e para da Sociedade, onde soubera que todas as tardes ele fazia Jesus.” suas habituais orações junto aos católicos do local. No dia imediato, Padre Euclides leva para Anália o Enquanto ela, ansiosa, esperava pelo padre, ouvia os primeiro donativo vindo do povo de Ribeirão Preto. comentários que vinham de dentro da Sociedade, feitos Profundamente emocionada e agradecida, Anália, pelos freqüentadores que, olhando pelas janelas, reunindo as meninas da bandinha, pediu-lhes para que comentavam: “Imagine se o Padre Euclides vai receber cantassem para Padre Euclides em forma de essa representante do demônio”. Outra respondia: “Creio agradecimento e louvor a Deus. que o padre vai expulsá-la daí, assim que ele chegar”. E O tempo foi passando, com horas amargas, horas continuavam: “Afinal, o que ela vem buscar? Já não chega boas, entretanto, em todos os momentos, Anália vir à nossa cidade com essas pobres meninas, que devem procurava lutar com galhardia apegada em preces quando ser obrigadas a acompanhá-la para baixo e para cima, sentia a falta de recursos. E isso estava sempre para ganharem um pedaço de pão?” acontecendo, pois eram muitas as Instituições para serem Caminhando lentamente, Anália vê o Padre Euclides cuidadas. Muitas vezes, Anália era surpreendida por chegando. Levantou-se e foi ao seu encontro. Padre pessoas que trabalhavam nos Abrigos dos interiores de Euclides, olhando-a respeitosamente, levantou a mão São Paulo, que lhe comunicavam roubos nos caixas e nos para que Anália a beijasse e ele a abençoasse. Porém, mantimentos. Bastos, de imediato, partia para resolver o vendo que ela apenas apertou-a, dizendo-lhe “Que Jesus problema, porém pouco adiantava porque o mal já estava esteja conosco, padre”, pôde ele reconhecê-la e, feito. Voltava constrangido, mas Anália o confortava, puxando-a para mais perto, exclamou: dizendo-lhe que aí é que era o instante do testemunho de “— Valha-me, Deus, mas esta não é a melhor e mais fé e para não vacilar. admiradas das mulheres desse nosso País? Que prazer Estavam ambos num dia desses de grandes em abraçá-la, minha filha!” dificuldades, quando as crianças que brincavam no pátio As maledicentes, que a tudo observavam das janelas, de uma das Instituições chamaram com alegria a ficaram boquiabertas. Esperavam um grande espetáculo educadora. Bastos e a esposa acorreram para atendê-los, e esse não acontecera, pelo quando depararam com uma contrário, Padre Euclides era carruagem repleta de víveres. Eram admirador da professora Anália. caixas e mais caixas com alimentos, Mas, o que fazer? O padre já estava doces, bolos, verduras etc. Anália, adentrando à Sociedade de braços com as crianças agarradas às suas dados com a educadora. pernas, chorava de contentamento. Anália correspondia aos gestos O cocheiro, terminando de do padre e, endereçando-lhe um descarregar as encomendas, ia sair semblante preocupado, arriscou: quieto, como estivera o tempo todo, “— Padre Euclides, o senhor já quando Anália o interpelou: me conhecia? Sabe que sou “— Espere, senhor. Diga-me, por espírita? Como assim fosse, pensei favor, quem mandou todo esse Colonia Regeneradora D. Romualdo em São em não ser recebida e o senhor me alimento, precisamos agradecer e Paulo, capital. proporcionou tanto carinho! Sabe pessoalmente!” também o que venho pedir?” “— Não, senhora. A ordem que tenho é para Padre Euclides, com sua meiguice, respondeu: descarregar aqui na Instituição e não dizer nada. É o que “— Minha filha, o seu trabalho é tão valoroso quanto o faço agora. Boa tarde, dona Anália. Como a senhora vê, que tentamos realizar. O seu desenvolvimento em favor tem gente muito boa nesse mundo de Deus. A senhora é o da criatura que sofre é idêntico ao nosso. Para Deus não “Anjo da Caridade”, por isso Deus não vai desampará-la existem diferenças , minha filha. A nossa obrigação é a de nunca. E que Deus a proteja.” requisitarmos almas para aprenderem a se amar. Eu Subindo à carruagem para a partida, o cocheiro escuta 10 Seareiro de Anália: “— Deus há de amparar a todos esses que nos ajudam, inclusive você, meu amigo, que foi o médium de transporte.” Anália estava sempre atenta a todos os acontecimento das Instituições. Incentivava as meninas a escrever-lhe e ela própria respondia a todas. O interessante é que em todas elas fazia questão de pedir às meninas e às dirigentes que não deixassem de orar. Principalmente que continuassem a se reunir, como ela fazia quando chegava aos Abrigos e estudar o Evangelho de Kardec. Os livros como “O Livro dos Espíritos” e o “Evangelho” não poderiam faltar como lições importantes para que pudessem elas ter a visão de que a verdadeira felicidade é quando praticamos a Caridade, Lei de Amor para com todos os semelhantes. O tempo corrido marcava abril de 1912. Kardec já se fazia presente em muitos núcleos espíritas, que estavam começando a abertura para um “novo alvorecer”. Anália preocupava-se muito com as crianças enjeitadas, os órfãos que eram deixados nas chamadas “Rodas dos Expostos da Misericórdia”, que eram muito comuns de se encontrar nas portas das igrejas e dos conventos. Compunha-se de uma caixa giratória, onde se costumava deixar correspondências. Com o tempo, passaram a abandonar crianças, geralmente frutos de ligações ilícitas ou de mães solteiras; na época, tanto um quanto outro acontecimento eram motivos de escândalos e de infâmias para as famílias. Por esse motivo, Anália e seu companheiro, o senhor Bastos, resolveram adotar todas as crianças que fossem deixadas na Roda. Compreendiam Anália e Bastos que seria terrível para uma criança, ao tomar conhecimento de sua vida, saber ter sido abandonada na Roda. Com a aquiescência jurídica, as crianças recolhidas desses lugares recebiam a adoção do casal e passavam a ter o sobrenome Bastos. A respeito desse assunto, eis o resumo de uma dessas crianças que, adulta, assim descreveu a pessoa de seu “papai Bastos”: “Meu nome é Maria Cândida, ex-interna do Abrigo de meus pais: Senhor Francisco Antônio Bastos e Dona Anália Emília Franco Bastos. Portanto, meu nome na certidão de nascimento é: Maria Cândida Bastos. Fui criada com todo amor, assim como minhas irmãs do Abrigo. Meu pai Bastos, todas as manhãs, quando a mamãe Anália não podia, orava com todas, buscando as bênçãos de Jesus. Cresci admirando aquele homem pela dedicação que tinha para todas as crianças. Paciente, nunca o vi irritado ou brigando com algum funcionário ou voluntário, que eram bem diferentes uns dos outros. Ele estava sempre ao lado da esposa, carinhoso e presente em todos os momentos. Os dois se fundiam. Hoje, adulta e já casada, entendo essa convivência fraterna. O que eu mais sei é que meu pai Bastos se fazia de um homem simples. Mas não. Ele era sábio e bom. Posso dizer, pelo que aprendi com os dois, que a personalidade forte e inigualável é espiritual. Vieram para nos ensinar a sermos firmes com todos os reveses da vida, porque eu nunca os vi reclamar Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança ou desanimar. Passamos por muitos momentos difíceis, porém, nunca nos deixaram perceber. Só pude tomar conhecimento quando os anos foram passando e nos tornando mais unidos, numa enorme família. Meu casamento, como de outras irmãs do Abrigo, foi lindo e festivo. Vesti-me de noiva, num belo vestido branco, confeccionado por mim e pelas costureiras voluntárias. Aprendemos de tudo: costurar, bordar, cozinhar, cuidar da casa, dos quartos e das crianças pequenas. Éramos as mãezinhas, cuidando dos pequeninos. Aprendemos com os nosso pais a sermos felizes com o que temos. Tenho muitas saudades de tudo. Quem disse que, sendo criada num abrigo, repleto de paz, amor e religiosidade, não se é feliz? Estou casada com um ótimo companheiro, também criado num abrigo. Espero meu primeiro filhinho. Desejo ardentemente que ele se pareça com o avô, o papai Bastos. Não nos desligamos de nossas irmãs, estamos sempre nos visitando ou escrevendo cartas. Como fazia mamãe Anália. Estamos em maio de 1920. Tenho muitas saudades de mamãe Anália, pois lá no mundo espiritual há um ano, com certeza, está a nos cuidar, principalmente de papai Bastos que está muito doente. Dou por fé e testemunho Maria Cândida Bastos” Pouco antes da partida de Anália Franco para o mundo espiritual, já muito doente e esgotada em seu físico, quis dar andamento ao seu desejo de criar mais um abrigocreche na cidade de Uberaba, Minas Gerais. Ela havia se comprometido com seu grande amigo, pessoa muito influente na cidade de Uberaba, e que muito a ajudou quando lá esteve, o Dr. Antônio Ribeiro, em criar um abrigo. Dizia ele que era de suma importância, pois os enjeitados ali eram em grande número e ele achava que o projeto de Anália em criar esses abrigos, fazendo deles um verdadeiro lar, era o que faltava para que as crianças não ficassem mais ao desamparo. Como Anália já não tinha mais saúde para tanto, passou essa responsabilidade para sua interna amiga, dona Clélia Rocha que, como professora, lecionando no Rio de Janeiro e voluntária da escola maternal carioca fundada por Anália, imediatamente deixou seu estado e transferiu-se para Uberaba. Acompanhou o desenvolvimento dessa obra, que foi inaugurada sem a presença de Anália Franco, que veio a desencarnar em São Paulo, no dia 20 de janeiro de 1919. O velório de Anália reuniu centenas de pessoas vindas de todas as partes do Brasil. De Portugal, onde ela várias vezes atendeu a chamados para divulgar suas obras, principalmente demonstrando o seu enorme carinho pelos semelhantes, pois estava sempre levando em sua companhia as filhas de seu coração, vieram companheiros portugueses que homenagearam Anália cantando em versos a admiração que o povo português tivera para com a “dama educadora”. A Dra. Adalzira Bittencourt proferiu palavras emocionadas dizendo que, embora Anália e o senhor Bastos não tivesse tido filhos, deixaram uma plêiade 11 deles, com muito amor por ambos, talvez maior do que se seus filhos biológicos fossem. Publicou também seu livro “A Mulher Paulista na História”, em 1954, pois era renomada escritora, onde dedicou a obra em homenagem póstuma a Anália. Entre vários assuntos referentes a vida dessa grande mulher, dizia: “A sua energia e dinamismo juntavam-se a um espírito compreensivo e meigo. As crianças a chamavam de mãe, desde a mais tenra idade, isso porque seu coração abrigava sempre mais, nunca dizia que a lotação da casa estava esgotada. Dava graças ao Pai, quando seus êxitos eram alcançados, isso pela sua misericórdia em confiar em suas mãos as crianças desregradas dos seios maternos. Sempre fora simples no trajar, sem vaidades aparentes, pois seu tempo era muito precioso. E isso refletia em seu rosto, limpo de pinturas, trazendo a tez clara e os olhos brilhantes como seu espírito batalhador.” Anália Emília Franco foi jornalista, poetisa, romancista, musicista, teatróloga, contista, conferencista, além de ter sido a grande educadora. Um dos opúsculos escritos por Anália em 1901, intitulado “As Preleções de Jesus” causou muita repercussão no meio espírita, ainda acanhado pelas pressões sofridas por outras entidades religiosas, porque consideravam esses opúsculos como se fora um tratado moral-filosófico de teor profundíssimo para a época. Anália Franco deu por toda sua vida o exemplo de que a mulher, naquele tempo ainda não emancipada dos preconceitos seculares, poderia ser mãe, esposa, companheira, irmã e muito mais ativa e progressista em todos os seus ideais humanos. Era a sua visão do futuro feminino, que ela soube trazer para um presente precoce da época. Por isso seu espírito pioneiro fez valer a evolução espiritual para as mulheres. Muitas foram as que souberam colocar na prática o aprendizado deixado por ela, dando continuidade ao Abrigos “Anália Franco” espalhados ainda hoje em muitas cidades e estados do Brasil, alguns com outros nomes, mas baseados na forma educativa de lar, deixado por Anália. A saudade deixou profundas marcas no coração de Antônio Bastos. Para não complicar mais seu estado físico, continuou as tarefas deixadas por Anália. Tinha ele o carinho das crianças que tudo faziam para deixá-lo alegre. Com o passar do tempo e os fatos acontecendo, o pobre senhor Bastos começou a sentir na pele, a maledicência das senhoras que queriam ocupar o lugar importante na presidência da Instituição ou melhor da “Associação Feminina Beneficente e Instrutiva”, lugar ocupado por Anália, não para seu orgulho, mas por necessidade, porque era daí que todo o trabalho as creches, escolas, abrigos etc. era planificado e divulgado aos representantes de cada instituição. Chegara aos ouvidos do senhor Bastos que ele receberia uma cartaofício do Conselho Executivo da Associação para que ele saísse da casa onde morava, pertencente à mesma, pois como viúvo e tendo meninas como moradoras do mesmo local, não ficaria bem ele permanecer junto delas. O local teria como moradora atual a senhora Eleonora Cintra, casada e profunda conhecedora do trabalho de sua esposa Dona Anália Franco. Seguiu-se o final da missiva, assinada por várias senhoras. Bastos ficou apreensivo e dias depois a carta chega às 12 suas mãos, exatamente contendo o que lhe fora antecipado. Não podendo ele reter as lágrimas que desceram pelo seu cansado rosto, ele perguntava: “— Por quê, Senhor? Por que tanta maldade? Sendo ele um septuagenário, doente, tendo essas meninas como filhas de seu coração e que só lhe completavam as lacunas deixadas por sua amada Anália!” De imediato, foi ele procurado por um escrivão que lhe pedia deixar o imóvel, assinando um ofício, onde teria que sair sem exigências. Bastos pediu alguns minutos para pegar suas roupas e despedir-se das crianças que, afinal, levavam seu sobrenome. Nem isso lhe foi permitido. Dizia o escrivão que isso traria constrangimento para as meninas. Diriam que ele viajaria em visita aos Abrigos e logo retornaria. Bastos quis retrucar, mas quedou-se em silêncio. Seria melhor assim. Pegou a mala e olhou pela última vez aquele local que tanto representou para ele e Anália. Por certo, ela agiria da mesma forma. Sempre fora pacífica e desprendida da matéria. A única dor sentida era o de acenar de longe para as crianças. Essa era a despedida normal ensinada por Anália, dizendo que breve voltariam. O escrivão passou um valor às mãos de Bastos, para a viagem. Esse, recomposto, olhando friamente para o escrivão, respondeu-lhe: “Não preciso disso. Não precisa também falar nada. Reponha a quantia de onde tirou, pois sei que fará falta ao alimento das meninas.” Secamente, disse-lhe “Adeus”. Bastos partiu para Juiz de Fora, Minas Gerais. Com a morte de Anália e esta tendo restabelecido o recebimento por ser professora e trabalhado como tal, Bastos recebeu o dinheiro deixado por ela do “Montepio”. Anália já havia começado a levantar as paredes de um abrigo que receberia o nome de “Lar de Órfãs Anália Franco”. Com o dinheiro em mãos e a ajuda de um casal muito amigo, Senhor Carlos Eugênio e Dona Francisca Ramos, Bastos terminou a obra. Novamente os revestes acontecem. A Instituição já estava abrigando bom número de crianças. Dona Francisca dava todo o apoio necessário a Bastos. Porém, os recursos estavam definhando. Quando Dona Francisca, numa manhã de domingo, foi buscar o donativo em espécie que o açougueiro dava, esse lhe disse: “— Sabe, Dona Francisca, diga para “seo” Bastos que é a última vez que dôo a carne. O pároco daqui veio ao meu estabelecimento e disse que se eu e os outros aí dos armazéns continuarmos a abastecer o Lar, ele, o padre, e as católicas vão pedir para o povo não vir mais comprar da gente, porque o “seo” Bastos tem parte com o demônio e está maldando com as meninas. Disse até que vai falar com os policiais.” Dona Francisca estava pálida. Mais uma vez o pobre do Bastos sofria as piores infâmias. Agradecendo ao açougueiro, foi ter com o esposo e Antônio Bastos. Colocou-os a par do acontecido. Bastos ouviu a tudo calado. Seus pensamentos relembravam as infâmias que Anália sofrera. Olhando fixamente os amigos, falou: “— Sabem o que farei? Deixarei que vocês continuem a obra e cuidem das órfãs. Elas já os vêem como pais. Eu partirei para o Rio de Janeiro, escreveram-me há uns dias atrás e disseram que há por lá um boato que eu e as meninas estávamos passando fome. E a preocupação deles é grande porque sabem do mal que a calúnia espalha nos corações desavisados. Não tinha eu dado Seareiro importância à carta, mas diante do que você contou-nos, amiga Francisca, creio que as minhas atividades cessam por aqui.” Partindo para o Rio de Janeiro, ali conviveu com companheiros de ideal que o apoiaram a viver no Lar Anália Franco, também terminado após o desencarne de Anália. Antônio Bastos desenvolveu junto aos cooperadores da Federação do Rio de Janeiro vasto trabalho assistencial com crianças e ajustes familiares. Concretizando-se mais esse desejo de sua amada Anália e tendo suas forças vitais abaladas, partiu esse notável homem de bem no dia 19 de agosto de 1929, no Rio de Janeiro. Deixou, como Anália, grande lacuna entre amigos e espíritas da época. Bastos, diziam aqueles que conviveram e o conheciam, nunca se negara a dizer-se espírita. Renegar a Doutrina entre os interesses de cada um era normal. Por isso, Bastos e Anália muito sofreram. Eram fiéis ao Cristo e tudo suportaram numa era em que principalmente a mulher era subjugada aos desejos Bibliografia ! Grandes Espíritas do Brasil - Zeus Wantuil - 1ª Edição 1969 - FEB ! Anália Franco - A Grande Dama da Educação Brasileira Eduardo Carvalho Monteiro - 1ª Edição - 1992 - Editora Eldorado Espírita ! Anália Franco, O Anjo da Caridade - Roque Jacintho - 1ª Edição - 1996 - Editora Luz no Lar Atualidade masculinos e o homem que não tivesse esse comportamento era rejeitado pela sociedade, pois não honrava seu potencial masculino. Certo estão juntos, continuando a luta em transmitir nos dias atuais os preceitos cristãos nas gerações vindouras e essas que aqui já se encontram. Talvez esses vanguardeiros espíritas, como muitos, já tenham retornado à Terra com reencarnações até ocultas em seus espíritos mais elevados, para exercerem a caridade de não se fazerem notar, apenas procurando reerguer criaturas comprometidas. Deus age através dos “pobres de espírito”, para chamar a atenção dos que se julgam intelectuais. Estejamos atentos. Quantos vanguardeiros poderão estar reencarnados, para continuarem a luta da reforma individual? Que Deus nos dê muitas oportunidades reencarnatórias para um dia abraçarmos os mensageiros do Bem e seguirmos com eles! Eloisa ! Imagens: " livros “Anália Franco, O Anjo da Caridade” e “Anália Franco - A Grande Dama da Educação Brasileira” " www.analiafranco.org.br/analia.html " www.geae.inf.br/pt " www.resende.rj.gov.br/page/foto_galeria.asp?cod=12 " www.scielo.br/pdf/hcsm/v10n2/17756.pdf " www.unicsul.br atualidade Leituras Ler?! Por quê? Ante a abundância de letras nobres, vertidas por livros ou periódicos do Espiritismo-cristão, talvez você se tenha indagado e até dialogado com companheiros sobre a razão de ver-se procurado, em mil formas diferentes, por mensagens assinadas por Espíritos ou por irmãos de romagem terrena. Ponderemos, porém. Tão logo você sustente contato com um livro ou uma simples página escrita, a sua mente se projeta na direção do campo espiritual escolhido pelo autor, induzindo você a estagiar no plano mental de quem o grafou. Esse convite é implícito ao texto. Assim é que muitos dos que se encontram afastados do campo da leitura construtiva, seguindo canais duvidosos, formam a grande legião de almas compromissadas com as Sombras, alimentando, pelas radiações fluídicas precipitadas pelo mau texto, um verdadeiro pantanal umbralino em torno da Terra. Noticias de guerra o remetem a frente beligerante. Informações de crimes o colocam na cena da atrocidade. A reportagem sobre o repasto de paixões vai situá-lo diretamente na onda tenebrosa das excitações deletérias, criando-lhe a volta uma atmosfera miasmática prejudicial. Em oposição, a boa leitura, insistente, abundante, vai situar-lhe a mente nos Planos Sublimes do universo, renovando-lhes as energias combalidas, por desligá-lo momentaneamente das zonas inferiores da existência. Lendo uma página edificante, você contribui para a renovação fluídica de nosso plano, criando, mesmo que transitoriamente, em torno de si mesmo um novo mundo espiritual, que porfia em alcançar o imo e renová-lo nos ideais superiores do Cristianismo Redivivo. O seu coração, aí, abre-se para um investimento. Realmente, através de uma simples leitura construtiva, um tesouro inestimável começa a acamar-se em sua afetividade e, a pouco e pouco, você começa a sentir uma quase imperceptível, porém segura, transformação para melhor. Por isso, você é constantemente convidado a ler páginas nobres: para renovar-se. Roque Jacintho Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” Evangelização Infantil: ocorre em conjunto às reuniões Reuniões: 2ª, 4ª e 5ª às 20 horas Atendimento às Gestantes: 2ª às 15 horas 3ª e 6ª às 15 horas Domingo às 10 horas Rua das Turmalinas, 56 / 58 Artesanato: Sábado das 9 às 16 horas Jardim Donini - Diadema - SP Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança Tratamento Espiritual: 2ª às 19h45 3ª às 14h45 4ª às 19h45 6ª às 14h45 13 Cantinho do Verso em Prosa cantinho do verso em prosa O Livro Espírita Como homenagem ao Livro Espírita, ou mais especificamente ao Livro dos Espíritos, deixaremos como matéria especial, ao invés do “Cantinho de Verso e Prosa”, a mensagem de Emmanuel “O Livro Espírita” contido no exemplar “Doutrina e Vida”, psicografia de Francisco Cândido Xavier / Espíritos Diversos, comemorando-se no dia 18 de abril os 150 anos do 1º Livro Espírita, por Allan Kardec. Livro espírita, farol Brilhando na tempestade... Divino clarão de sol Nas sombras da humanidade. Livro espírita, alimento A estender-se nobre e puro, Redimindo o pensamento, Em marcha para o futuro. Livro espírita, conforto Às lutas da multidão, Surgindo à feição de um porto De paz e renovação. Livro espírita, verdade Sem qualquer tisna de engano, Roteiro da caridade, Que eleva o destino humano. Livro espírita, mensagem Que verte do Grande Além... Incitando à coragem Para a vitória do bem. Livro espírita, alvorada Em que a dor cala e descansa, Procurando nova estrada De harmonia e de esperança. Livro espírita, lição Do Plano Superior Acordando o coração Para a riqueza do amor. O livro espírita, entretanto, emancipa a alma, nos fundamentos da vida. O livro científico livra da incultura; o livro espírita livra da crueldade, para que os louros intelectuais não se desregrem na delinqüência. O livro filosófico livra do preconceito; o livro espírita livra da divagação delirante, a fim de que a elucidação não se converta em palavras inúteis. O livro piedoso livra do desespero; o livro espírita livra da superstição, para que a fé não se abastarde em fanatismo. O livro jurídico livra da injustiça; o livro espírita livra da parcialidade, a fim de que o direito não se faça instrumento de opressão. O livro técnico livra da insipiência; o livro espírita livra da vaidade, para que a especialização não seja manejada em prejuízo dos outros. O livro de agricultura livra do primitivismo; o livro espírita livra da ambição desvairada, a fim de que o trabalho da gleba não se envileça. O livro de regras sociais livra da rudeza de trato; o livro espírita livra da irresponsabilidade que, muitas vezes, transfigura o lar em atormentado reduto de sofrimento. O livro de consolo livra da aflição; o livro espírita livra do êxtase inerte, para que o reconforto não se acomode em preguiça. O livro de informações livra do atraso; o livro espírita livra do tempo perdido, a fim de que a hora vazia não nos arraste à queda em dívidas escabrosas. Amparemos o livro respeitável, que é luz de hoje; no entanto, auxiliemos e divulguemos, quanto nos seja possível, o livro espírita, que é luz de hoje, amanhã e sempre. Livro espírita, tesouro De princípios sublimados, Alegria, pão e ouro De todos os deserdados. O livro nobre livra da ignorância, mas o livro espírita livra da ignorância e livra do mal. Emmanuel Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)” Livro espírita, semente Da Celeste Primavera, Evangelho renascente No rumo da Nova Era... Buscando o bem de Jesus, Espíritas, estudai! Que o livro espírita é luz Da bênção de Nosso Pai! Abel Gomes 14 Cada livro edificante é porta libertadora. Informe-se através: " Caixa Postal 42 - CEP 09910-970 - Diadema - SP " (11) 4044-5889 (com Eloísa) " E-mail: [email protected] " www.espiritismoeluz.org.br Receba mensalmente obras selecionadas de conformidade com os ensinamentos espíritas. Seareiro Terceira Idade terceira idade O Caminho Certo Se sentindo sozinha, a terceira idade busca se juntar em locais que lhe ofereça a alegria ao lado de pessoas que, ao chegarem à terceira idade também, se sentem sozinhas. São muitos que buscam na dança, nas sociedades de amigos, que muitos bairros formaram, e que oferecem passeios em grupos e aulas de artesanato, de culinária etc. Tudo isso é válido, pois o idoso precisa muito desse convívio, mas só isso não basta. O que a terceira idade precisa realmente é do convívio familiar, do amor e do carinho de todos que fazem parte da sua família. É um momento difícil em que o idoso fica frágil e dificilmente tenta buscar o entendimento e o porquê da vida longa na Terra. Deus, Nosso Pai Maior, jamais nos permitiria tantos anos de vida no físico, se não tivesse uma razão de ser. Todos nós, vivendo ou não a terceira idade, temos uma grande necessidade da religião, pois é ela que serve de Tema Livre tema guia para nos levar ao caminho certo. É na terceira idade que temos um pouco mais de tempo, porque aquela necessidade de sair cedo de casa para o trabalho, para garantir o “pão nosso” de cada dia, já faz parte de um passado. Tendo, portanto, algumas horas vagas, é chegado o momento de sair de casa em busca dos nossos irmãos que vivem em asilos, hospitais ou até mesmo em nossa própria casa, mais necessitados de visitas por não poderem sair de casa, pois são doentes acamados, ou têm alguma deficiência, que precisam de uma palavra de carinho, um abraço, um sorriso e também de nosso amor. Deus, na Sua perfeição, está sempre a amparar todos; Ele acredita que todos nós temos a mesma capacidade de amor, só depende do esforço de cada um. Somos espíritos eternos e cada reencarnação é uma oportunidade que temos de trabalhar no campo do bem, errando menos e tendo um objetivo de crescer, sempre olhando a elevação espiritual e acreditando na construção de um planeta melhor para todos. Devemos ter fé porque Deus confia em todos os seus filhos. Geni livre A Brevidade da Vida Meus amigos, hoje pela manhã abri o Evangelho ao acaso e li uma lição que me chamou muito a atenção: ela falava sobre a brevidade da vida carnal e como, ao vermos nossa passagem aqui na Terra como transitória, nossas preocupações deveriam se voltar para os valores que levamos para a eternidade... Quanto de nosso tempo dedicamos ao próximo? E não precisamos ir longe, fiquemos com a família! Quando nos lembramos de dar um bom dia na pressa de irmos para o trabalho? Quando nos dispomos a ouvir a dor da esposa ou do marido ou do filho no cansaço com que chegamos do trabalho? Nos finais de semana, quanto tempo nos dedicamos ao diálogo edificante com o qual lapidamos as nossas arestas e fortalecemos nossos laços fraternos? Quando a provação bate à nossa porta, quantas vezes não nos revoltamos contra Deus, achando que fomos abandonados? Não nos dando conta do chamado providencial ao reajuste! Como valorizamos o supérfluo, que deixaremos aqui, sem nos preocuparmos com os bens espirituais e intelectuais que levaremos para a eternidade! Não acreditamos realmente que nossa verdadeira vida encontra-se na pátria espiritual! Pois, se assim o fosse, não colocaríamos a matéria em primeiro plano e sim como instrumento para utilização na aprendizagem dos verdadeiros valores: aqueles que o Cristo veio nos trazer. Trataríamos com mais seriedade a nossa reforma íntima, pela qual assumiríamos o orgulho, o egoísmo, a vaidade e os vícios tão arraigados dentro de nós, substituindo-os pouco a pouco pelas virtudes e sentimentos ensinados no Evangelho. A evolução é lei divina e nós somos dotados de livrearbítrio; portanto, dependerá unicamente do esforço de cada um o despertar para os valores da vida eterna. Guilherme Material consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec, tradução Roque Jacintho - Capítulo XVI, item 12 - Luz no Lar Banca de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)” Livros básicos da Doutrina Espírita. Temos os 414 livros psicografados por Chico Xavier, romances de diversos autores, revistas e jornais espíritas. Distribuição permanente de edificantes mensagens. Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança Praça Presidente Castelo Branco Centro - Diadema - SP Telefone (11) 4043-4500 com Roberto Horário de funcionamento: 8 às 19h30 Segunda-feira à Sábado 15 Kardec em Estudo kardec em estudo Fazer o bem sem ostentação O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capitulo XIII “Não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita” - Item 3 “Fazer o bem sem ostentação é um grande mérito. Esconder a mão que dá é ainda mais meritório. Esta conduta é o sinal de uma grande superioridade moral. ...” Fazer o bem é dever de todos nós. Agradecer pelo bem recebido é obrigação para que não nos tornemos ingratos. Porém, não podemos esperar nada em troca pelo bem que realizamos. Porque quem espera algo em troca significa que está mais preocupado com a vida presente, com o reconhecimento humano do que com aquilo que é realmente importante: “a aprovação de Deus”. Diariamente temos inúmeras oportunidades de praticar o bem, possuímos diversas ferramentas para fazê-lo, no entanto desperdiçamos a ocasião porque somos levados pela preguiça, pela má-vontade ou porque aparentemente ninguém iria ver aquela boa ação. Que engano imaginar que estamos sozinhos! Mesmo nos momentos onde só vemos a nossa presença, nos encontramos sempre cercados por inúmeros espíritos, ávidos pelos nossos exemplos, e aí está o momento para demonstrarmos que estamos mudando, fazendo o bem sem ostentação, sem esperar nada em troca, independente para quem quer que seja; quando surge a oportunidade, devemos aproveitá-la para ajudar, aprender e ensinar. Lembremos sempre: Deus tudo vê. Clube do Livro clube “Que a mão esquerda não saiba o que faz a direita” representa que toda e qualquer ação precisa ser realizada com humildade, de forma modesta, sem gerar rancor, melindre ou qualquer tipo de mágoa moral para o beneficiado. Aquele que pratica o bem com ostentação, isto é, se exibindo, está alimentando o seu orgulho e sua vaidade. Aquele que humilha a quem ajudou, que cobra pelo benefício realizado, também representa inferioridade moral, e para todos estes, o bem que praticaram não tem nenhum valor diante de Deus e suas recompensas são terrenas e fúteis. O verdadeiro bem é silencioso, é feito pela satisfação que se sente no ato de ajudar, sabe se colocar no lugar do beneficiado, não pede atenção por aquilo que realizou, fica agradecido pela oportunidade que Deus lhe proporcionou e é o maior beneficiado pelo bem que praticou. Praticando o bem sem ostentação, estamos nos ajustando para a vida futura. Silvana Gimenez Material Consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - Tradução Roque Jacintho - Luz no Lar - 2004 do livro Amor e Renúncia Traços de Joaquim Alves No mês de dezembro, os associados do Clube do Livro têm a oportunidade de receber uma obra desenvolvida recentemente, março de 2006, que vem a relatar a Biografia de um grande trabalhador do movimento espírita que tem estado esquecido entre grande parte dos simpatizantes da Doutrina. Relata o caminho e as razões ao qual Joaquim Alves foi encaminhado ao espiritismo, o início de seus trabalhos e a ligação que desenvolveu ao decorrer de sua jornada com inúmeros trabalhadores do mundo espiritual. Também relata sua grande ligação com Chico Xavier, seu reconforto nas cartas psicografadas por Chico vindas de sua mãe Maria do Rosário. O livro traz vários modelos das cópias de cartas escritas manualmente. Traz seus gostos pelos trabalhos artísticos e o prazer que sentia em preparar modelos de capas de livros para muitos amigos que participavam ativamente de diversos 16 trabalhos dentro do ideal espírita. Além de Chico X a v i e r, g r a n d e amigo, mostra um pouco do seu trabalho ao lado de g r a n d e s Nena Galvez companheiros(as) Editora CEU como Yvonne Pereira, Wallace Leal (na 154 páginas redação do jornal “O Clarim”), Clóvis Tavares, Divaldo Pereira Franco, José Herculano Pires e Pietro Ubaldi. E, completando o trabalho, ainda nos traz o relato das visitas de Joaquim Alves, já no mundo espiritual, ao companheiro Chico, antes de seu desencarne, trazendo, além da alegria do reencontro, a confirmação da Seareiro continuidade dos seus trabalhos no mundo espiritual, onde Jô (como era conhecido pelos amigos) assumira a direção de uma Casa Transitória ao lado de companheiros que conhecera no plano físico. Todos os relatos foram presenteados à Senhora Nena Galvez, Diretora do Departamento Espiritual do Centro Espírita União (CEU), pela família de Joaquim Alves, após Contos a sua partida para a Pátria Espiritual. Diante do desenvolvimento de uma tarefa especial e o esforço de muitos companheiros da Doutrína, fica registrado o resumo do trabalho de um espírito elevado e seus exemplos para que possamos entender o verdadeiro sentido da vida. Marcelo / Rosangela contos poderia achar ruim. O menino deu-lhe o nome de Tito. Desde esse dia ficaram inseparáveis, André e o coelhinho e Osvaldinho e Tito. Brincadeiras não faltavam. O coelho havia se adaptado ao cachorro, que quando chamavam Tito, o coelhinho também corria a atender, pois tinha ciúmes do cachorro com os meninos. Certo dia estavam os meninos brincando com os carrinhos na calçada, quando um gato passa correndo por eles e atravessa a rua. O coelho e Tito também acompanhavam as brincadeiras dos meninos, mas quando viram o gato, correram atrás dele. Quando o gato viu que estava sendo perseguido, parou e encrespando os pêlos avançou ferozmente sobre Tito. O coelhinho, vendo seu amiguinho ameaçado, pulou em cima do gato, mas esse rapidamente derrubou o coelho e arranhou-lhe todo o corpinho. Tito desesperado mordeu a orelha do gato, mas o gato ligeiramente saiu em desabalada corrida, deixando Tito lambendo o pobre coelhinho que estava todo machucado. Os meninos, após a briga ter terminado, correram para acudir os bichinhos, pois antes ficaram com medo de se aproximar. André abraçado ao seu animalzinho chorava tentando reanimá-lo. Tito acompanhou seu dono, Osvaldinho, que entrara correndo para que a mãe viesse socorrê-los. Ela e dona Flora, a avó, ao tomarem conta da situação cuidaram do coelhinho, limpando os arranhões que estavam por todo o corpo do animalzinho. Apesar de todos os cuidados, como o coelhinho não melhorava, Dona Flora, a avó de Osvaldinho, levou o bichinho para o veterinário, pois ele não se apresentava bem. Tito não saía da casa de André, ficava o tempo todo lambendo o coelhinho, parecia que ele queria agradecer o amiguinho por ter se colocado em defesa de sua vida. O coelhinho fora medicado e o veterinário chamando os meninos que haviam acompanhado dona Flora, falou-lhes que por pouco o coelhinho não morrera, pois se não tivesse sido socorrido a tempo, os arranhões teriam causado uma infecção grave ao coelhinho, porque as patas com as garras afiadas do gato contêm bactérias, isto é, bichinhos que podem trazer graves doenças. Disse ainda o veterinário, que isso pode acontecer com animais O cachorro e o coelho Osvaldinho e Tito eram inseparáveis. Companheiros em todas as brincadeiras. Tito era o fiel cãozinho que Osvaldinho ganhara de sua avó no dia de seu aniversário, quando ele completou 5 anos. Seus pais não gostaram muito desse presente, mas Osvaldinho vivia reclamando que todos os seus amiguinhos tinham um animalzinho, só ele não tinha o que contar das possíveis artes do bichinho, porque seus bichinhos eram de brinquedo. E todos os dias quando sua mãezinha o levava para o quarto e orava com ele antes de dormir, assim que falava “assim seja”, Osvaldinho já falava da vontade que tinha em possuir um bichinho. Certo dia, pouco antes do jantar, ele entra chamando pelos pais e pela avozinha que jantaria com eles naquela noite e ouvindo os chamados tão insistentes, correram até a sala e viram o menino acompanhado do André, seu vizinho, que trazia nos braços um coelho. As crianças estavam eufóricas e Osvaldinho falava: — Está vendo mamãe, o pai de André deu-lhe esse lindo coelhinho de presente, veja como ele é lindo, é tão malhadinho... E pulava de lá para cá passando as mãos no coelhinho, que estava assustado e procurava se esconder nos braços de André. A mamãe de Osvaldinho, embora achando o animalzinho muito lindo, dizia que de maneira nenhuma queria aquele bicho em casa. Daria muito trabalho! Dona Flora, a avó do menino, vendo-o com os olhinhos rasos de lágrimas propôs: — Meu netinho, você ficaria contente se eu lhe desse um cachorrinho? Osvaldinho, agarrou-se às pernas da avó e beijou-lhe as mãos: — Que bom, vovó, daí o meu cachorrinho será amigo do coelho igual a mim e ao André, não é, vovó? Embora os protestos da mãe do menino, dona Flora, no dia seguinte, trouxe-lhe um lindo cãozinho, pelo seu aniversário, pois dessa forma a mãe de Osvaldinho não Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança 17 ou com gente, por isso seria importante que os meninos tivessem muito cuidado, mesmo com os animaizinhos como eles que tinham em casa, o coelho e o cachorro. Voltando para casa, dona Flora, com carinho, passando as mãos nas orelhas de Tito que observava atento o coelhinho dormindo no colo de André, dizia para os meninos: — Vejam meus filhos, que bela lição de amizade esses animaizinhos nos deram. Esse acontecimento nos faz pensar que o amor sincero não escolhe idade e nem tem preferências. E vejam que os animais são chamados de Sonhos irracionais, quer dizer, que não sabem raciocinar e nós seres humanos, que sabemos o que fazemos, muitas vezes agimos com maldade, batendo, ofendendo, maltratando as pessoas sem respeito e sem educação. Esse reconhecimento, meus filhos, que assistimos entre esses bichinhos chama-se “amor ao próximo”. André e Osvaldinho abraçaram Dona Flora, enquanto Tito que parecia entender tudo o que a vovó dissera, pulava e latia como que dizendo de sua alegria, por ver que tudo estava bem. Elielce Imagem: www.homemsonhador.com/CachorroCoelho1.jpg sonhos Previsão do desencarne nos sonhos. É possível ? É possível a previsão de fatos durante o desenlace parcial da matéria, ou seja, no sono, uma vez que o espírito, liberto da matéria, não mais enxerga com os olhos da carne, favorecendo-se de uma percepção sensorial mais apurada. Prever = Dizer de antemão, com antecedência, previamente. Nestes instantes, as lembranças vêm à tona e podemos nos fortalecer ao depararmos com os nossos verdadeiros objetivos e compromissos a saldar, desde, é claro, que saibamos bem aproveitar estes momentos de emancipação da alma. Assim também, pode ocorrer durante o sono, a possibilidade de se pressentir a época do desencarne. Não é fato corriqueiro, nem necessário, pois não temos equilíbrio para sabermos do futuro em vida, o que dirá numa vida em outras faixas, ou seja fora desta vida presente! Família Provavelmente, nos desesperaríamos e morreríamos antes do momento aprazado, antecipando o fato previsto. Há todo um programa de existência para cada ser reencarnante, e nesse programa há também o tempo em que durará a encarnação. Desde que não mudemos a rota de nossa vida, prejudicando a saúde ou praticando atos que aceleram o desencarne, ou ainda, se não houver fatos novos que determinem mudança no programa (isto de acordo com o entendimento da espiritualidade maior), haverá a possibilidade de visualizarmos em sonho a época programada para o desenlace da matéria, o desencarne. Dependendo da consciência dessa visão, o homem, ao despertar, terá nítida percepção de quando o fato se concretizará. Isso explica algumas passagens relatadas na história, em que o indivíduo, durante o sono, teve acesso a tais informações de maneira a conseguir guardá-las conscientemente em sua memória. Rosangela familia Paciência, renúncia e boa vontade Qual é o trabalho mais difícil: construir um edifício de vários andares ou manter a paz familiar? Ambas são tarefas árduas, sendo que o edifício só envolve o aspecto material, já a família temos que usar o que vai em nosso Espírito. É por esta razão que nos recomendam os amigos espirituais que, dentro de nosso lar, junto de nossos familiares, tenhamos paciência, renúncia e boa vontade. A paciência é o ingrediente que temos que tirar das mais profundas fibras de nosso Espírito. Já nos alerta o Evangelho que na família Deus reúne os Espíritos que têm necessidade da reconciliação. São os desafetos de vidas passadas que retornam como pais, mães, filhos, esposa(o), etc., para que o 18 convívio mais próximo possa fazer nascer a tolerância, o entendimento, o respeito e, quem sabe, o amor, pondo um freio aos rancores, mágoas e ódios fermentados no Espírito por tantos séculos. Convenhamos que relutamos muito antes de declarar que odiamos um familiar próximo. Esta é a função da família. Refazer os laços que ligam as criaturas, modificando-os de ódio para amor. Na prática, para que este benefício seja efetivo, precisamos ter muita paciência para com aqueles familiares mais difíceis, que insistem em nos “cutucarem” com insinuações e “alfinetadas” sempre que podem. Lembremos que muitos já tiveram paciência conosco também e, se já entendemos que não devemos dar razões Seareiro para discussões e intrigas, eles ainda não chegaram a este entendimento. Tenhamos paciência e não revidemos. Oremos por eles. A renúncia é sublime. Quando Jesus mencionou o “honrarás a teu pai e a tua mãe”, ele também incluía aí a renúncia, pois honrar não é somente respeitar. “Será procurar dar-lhes repouso na velhice. Será cercá-los de atenções assim como eles fizeram por você na sua infância.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo) Por estas palavras podemos analisar que aos pais velhinhos que necessitam de cuidados especiais devemos renunciar aos nossos planos e desejos para atendê-los. A Justiça Divina cobra a violação desse mandamento. Quanto não renunciamos por nossos filhos? Deixamos festas e passeios para podermos dar mais atenção e carinho para a criança que espera de nós este momento de atenção. Hoje vemos meninas de até 11 anos sendo mães. Esta renúncia será pesada para elas que não têm uma formação moral e espiritual completa, pois nem chegaram à adolescência. Aprendamos a renunciar em favor dos nossos familiares e deixemos o reconhecimento com Deus. A boa vontade é o laço que une a paciência e a renúncia, porque este é o sentimento que nos impulsiona Livro em Foco livro a fazer de tudo pelo bom relacionamento com os nossos familiares. Temos sempre na família aquela pessoa que está sempre disposta a fazer tudo, com alegria e disposição que nos contagia. Gostamos dela e a procuramos sempre que queremos realizar algo e precisamos de apoio. Por que não sermos assim também? Para completar a construção da paz familiar devemos harmonizar o ambiente, lembrando de fazer o Culto do Evangelho no Lar com os nossos familiares (ou até sozinhos). Esta é uma oportunidade bendita para conversarmos amigavelmente sobre os ensinamentos de Jesus. As sábias palavras de Emmanuel nos esclarecem e orientam: “Cultiva o trabalho constante, o silêncio oportuno, a generosidade sadia e conquistarás o respeito dos outros, sem o qual ninguém consegue ausentar-se do mundo em paz consigo mesmo.” Busquemos nos ensinamentos do Mestre a inspiração e a diretriz, lendo mais e refletindo sobre o nosso papel dentro do nosso lar. Família equilibrada e ambiente doméstico tranqüilo requerem de nossa parte muito esforço, atenção e dedicação. Façamos a nossa parte na construção deste edifício e confiemos no amparo de Jesus. Wilson em foco Migalha Esta é uma pequena grande obra de Emmanuel, psicografada por Chico X a v i e r, p e q u e n a n o tamanho, porém de grande profundidade moral e espiritual. É como um remédio homeopata q u e, administrado em pequenas doses, desintoxica e cura sem efeitos colaterais. Ajuda-nos de maneira eficaz na nossa reforma íntima, pois cada lição é como gotas homeopáticas que vão direto nos nossos pontos adoentados como orgulho, vaidade, etc., mostrando-nos a necessidade de nossa vontade e disciplina, orientando-nos que, aos poucos, todos poderemos colher bons frutos no futuro, começando hoje no preparo de nosso terreno íntimo, para que germinem as sementes deixadas pelo nosso Pai, dentro de cada um de nós, e exemplificadas pelo nosso Mestre Jesus que, junto com o Plano Espiritual Superior, nunca nos abandonam e confiam em nós. Logo, vamos levar conosco esta obra, a qual pode ser um livro de bolso, podendo ser lido desde o amanhecer, passando pelo nosso dia e terminando no nosso Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança Francisco Cândido Xavier / Emmanuel UEM - 52 páginas descanso, no fim do dia. Como diz o próprio título, “Migalha”, parece ser tão simples e tão pequena, porém se formos juntando as migalhas do dia a dia, teremos logo o correspondente a uma fatia de pão e, na persistência, teremos um pão, o qual pode ajudar a amparar um faminto. Seguem alguns trechos desta grande obra: “Peçamos ao Senhor que nos sustente as forças na desincumbência dos compromissos assumidos”. “...— Amado Mestre, por que não te compadeceste de mim, se te entreguei toda a minha confiança.” “...— Ah! Bendito companheiro de minh`alma, por que não te compadeceste de mim, que te espero com tanto amor?” “Convençamo-nos de que não existem corações de mármore e, sim, corações retalhados de dor.” “Dor que tires dos outros, prova de que te afastas.” “Aproveita as tuas oportunidades de trabalho.” “Quando a sombra te envolver, Deus te ilumine a estrada.” “Não faças julgamentos de supostos culpados. O que o Céu quer saber é o que fazes no bem.” “Quem para de discutir, começa a compreender.” “Angústia e depressão? Não desperdices tempo... Ama, serve e perdoa. Foge à tristeza inútil.” “O que deres aos outros é o que terás contigo.” Família Amado 19 Responsável FECHAMENTO AUTORIZADO - Pode ser aberto pela ECT Em ___/___/___ Reintegrado no serviço postal em ___/___/___ Informação escrita pelo porteiro ou síndico Falecido Mudou-se Desconhecido Ausente Recusado Não procurado Endereço insuficiente Não existe número indicado PARA USO DOS CORREIOS Destinatário Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” Caixa Postal 42 Diadema - SP 09910-970 . . . CORREIOS . . . 9912164885 - DR/SPM SEAREIRO Especial Impresso