Manual de Antibioticoterapia da Unimed Londrina
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Manual de Antibioticoterapia da Unimed Londrina
1 Protocolos e Diretrizes AntibioticoterApiA e prevenção de infecções HospitAlAres Londrina 2011 Unimed Londrina Cooperativa de Trabalho Médico Rua Souza Naves, 1333. Telefone: 0800 400-6100 www.unimedlondrina.com.br diretoria: Gestão 2010 - 2014 diretoria executiva: Issao Yassuda Udihara, diretor presidente;Carlos Alberto Almeida Boer, diretor Administrativo-financeiro; Álvaro Luiz de Oliveira, diretor de Mercado; Edison Henrique Vannuchi, diretor de Provimento de Saúde; Oziel Torresin de Oliveira, diretor de Relacionamento com Cooperados. conselho técnico: Antonio Carlos Valezi, Edson Correia da Silva, Ides Miriko Sakassegawa, Rubens Martins Junior e Sérgio Humberto B. Parreira. superintendentes: Fabio Pozza, Desenvolvimento e Mercado; Jorge Luiz Gonçalves, Provimento de Saúde. executivo de desenvolvimento estratégico: Weber Guimaraes expediente coordenação e edição: Carolina Guadanhin coordenação técnica Ivan Pozzi Cláudia Carrilho produção e edição Dayane Santana revisão Gramatical Jackson Liasch projeto Gráfico OzLONDRINA impressão Midiograf tiragem 2.000 * Este material faz parte do conjunto de ações da campanha de Controle à Infecção Hospitalar da Unimed Londrina. Catalogação elaborada pela divisão de proCessos téCniCos da biblioteCa Central da Universidade estadUal de londrina. dados internaCionais de Catalogação-na-pUbliCação (Cip) A629 Antibioticoterapia e prevenção de infecções hospitalares / Coordenadora: Claudia Maria Dantas de Maio Carrilho; Autores: Jaqueline Dario Capobiango...[et al.]. – Londrina : Unimed, 2011. 114 p. : il. Acima do título: Protocolos e diretrizes. Inclui bibliografia. 1. Antibióticos - Manuais, guias, etc. 2. Infecção hospitalar - Prevenção. 3. Farmacologia. I. Carrilho, Claudia Maria Dantas de Maio. II. Capobiango, Jaqueline Dario. III. Unimed Londrina Cooperativa de Trabalho Médico. CDU 615.33 aUtores claudia Maria dantas de Maio carrilho - coordenadora Médica Infectologista Mestre em Medicina e Ciências da Saúde – Universidade Estadual de Londrina (UEL) Coordenadora das CCIH do Hospital Universitário de Londrina e HOFTALON - Londrina-PR Profª de Medicina Intensiva do Curso de Medicina - UEL Profa do Curso de Especialização em Infecção Hospitalar - UEL Intensivista da Unidade de Tratamento Intensivo Adulto do HU- UEL Jaqueline dario capobiango Médica pediatra com área de atuação em infectologia Mestre em Medicina e Ciências da Saúde - Universidade Estadual de Londrina (UEL) Doutoranda do Curso de Ciências da Saúde - UEL Profª. de Infectologia da Disciplina de Moléstias Infecciosas - UEL Profa. do Curso de Especialização em Infecção Hospitalar - UEL Infectologista da CCIH do Hospital Universitário de Londrina - UEL Médica da CCIH do Hospital Infantil Sagrada Família de Londrina Intensivista da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do HU - UEL Joseani coelho pascual Garcia Médica Infectologista Mestre em Medicina e Ciências da Saúde - Universidade Estadual de Londrina (UEL) Coordenadora da CCIH do Hospital Evangélico de Londrina Médica da CCIH do Hospital Universitário de Londrina - UEL Profª do Curso de Especialização em Infecção Hospitalar - UEL Marcos toshiuki tanita Médico infectologista Especialista em Controle de Infecção Hospitalar - Universidade Estadual de Londrina-UEL Prof. da Pós-Graduação em Prevenção de Infecção Relacionada a Serviços de Saúde - Universidade de Santa Cruz do SUL (UNISC) - Santa Cruz do Sul-RS Intensivista da Unidade de Tratamento Intensivo Adulto do HU - UEL Mestrando em Medicina e Ciências da Saúde - UEL Marcelo carneiro Médico Infectologista Especialista em Infecção Hospitalar Universidade Estadual de Londrina (UEL) Mestre em Microbiologia - UEL Doutorando em Ciências Médicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Porto Alegre - RS Prof. Assistente de Microbiologia e Infectologia da Faculdade de Medicina - Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) - Santa Cruz do Sul - RS Coordenador da CCIH do Hospital Santa Cruz (HSC) - UNISC - RS Coordenador e Prof. da Pós-Graduação em Prevenção de Infecção Relacionada a Serviços de Saúde - UNISC Vice-coordenador da Residência em Clínica Médica do Hospital Santa Cruz (HSC) - UNISC - RS Intensivista da Unidade de Tratamento Intensivo Adulto - HSC - UNISC - RS renata Aparecida belei Coordenadora de enfermagem da CCIH do HU-Universidade Estadual de Londrina - UEL Profa. do Curso de Especialização em Controle de Infecção Hospitalar - UEL Doutora em Educação-Unesp - SP apresentação Na prática diária, um dos maiores problemas, tanto no ambiente hospitalar como na comunidade, é o uso abusivo e muitas vezes incorreto dos antimicrobianos. Esse fato colabora e muito com o crescente aumento de infecções por microrganismos multirresistentes, que, aliado ao número quase inexistente de novos antimicrobianos, criou o maior desafio na prática da infectologia: saber como, quando, por quanto tempo e com o que tratar as infecções, buscando o uso racional dessas drogas. O objetivo desta 2º edição do Guia de Antimicrobianos é oferecer condutas terapêuticas atualizadas, adequadas às novas tendências mundialmente aceitas, lembrando sempre que os guias terapêuticos são uma ferramenta auxiliar no manuseio das infecções, com o objetivo de racionalizar o uso de antibióticos, com menores efeitos adversos, maior eficácia e menor custo. Esperamos que este guia auxilie os profissionais médicos na escolha adequada e bem sucedida dos antimicrobianos para as infecções comunitárias e hospitalares e profilaxias, em adultos, crianças e gestantes. Os autores 7 ÍndiCe i- noções iMportAntes sobre resistÊnciA AntiMicrobiAnA 1 MiCroorganisMos MUltirresistentes (Mr)______________________ 2 estratégias preventivas ______________________________________ 3 CondUta Frente a sUspeita de Mr _____________________________ 3.1 QUando ColHer CUltUra para identiFiCar Mr________________ 3.2 paCientes de risCo _________________________________________ 3.3 Coleta de sWab de vigilÂnCia para pesQUisa de Mr __________ 3.4 FlUXo do paCiente CoM CUltUra positiva para Mr ___________ 3.5 CondUtas Frente a paCientes ColoniZados oU inFeCtados CoM Mr ________________________________________ 3.6 rotina para liMpeZa e desinFeCção terMinal de isolaMentos ___________________________________________ 3.7 paraMentação para CUidados CoM paCiente sUspeito oU ConFirMado de ColoniZação/inFeCção por Mr__________ 3.8 transporte de paCiente CoM diagnÓstiCo oU sUspeito de Mr ____________________________________________ 3.9 pesQUisa de Mr eM proFissionais de saÚde __________________ 3.10 rotina de desColoniZação de Mrsa _______________________ 4 rotina para Uso do JaleCo branCo (pessoal) __________________ 5 preCaUçÕes e isolaMentos ___________________________________ 5.1 preCaUçÕes padrão _______________________________________ 5.2 preCaUção aérea oU CoM aerossÓis _______________________ 5.3 preCaUção CoM gotÍCUlas ________________________________ 5.4 preCaUção de Contato____________________________________ 5.5 ClassiFiCação das patologias QUanto ao tipo e dUração das preCaUçÕes ___________________________________________ ii- trAtAMento e profilAxiA de infecções eM AdUltos 1 inFeCçÕes de vias aéreas sUperiores ___________________________ 2 pneUMonia no adUlto ______________________________________ 2.1 FreQÜÊnCia dos agentes etiolÓgiCos na pneUMonia adQUirida na CoMUnidade (paC)____________________________ 2.2 paC seM neCessidade de internação, eM paCiente seM Co-Morbidade _____________________________________________ 2.3 paC seM neCessidade de internação, eM paCiente CoM 8 12 12 13 13 14 14 15 16 17 19 19 19 20 20 21 21 22 22 23 24 30 32 32 33 Co-Morbidade _____________________________________________ 2.4 paC QUe neCessite de internação oU pneUMonia Hospitalar (pH) de instalação preCoCe (<4 dias), trataMento Hospitalar Fora de Uti _______________________________________________ 2.5 paC QUe neCessite de internação eM Uti oU pneUMonia Hospitalar assoCiada À ventilação MeCÂniCa (pav) de instalação preCoCe (< 4dias) ____________________________ 2.6 pneUMonia Hospitalar grave oU pav tardia (>4 dias de internação) ____________________________________ 2.7 absCesso pUlMonar e pneUMonia aspirativa _______________ 34 3 endoCardite _________________________________________________ 3.1 endoCardite de vÁlvUla nativa ____________________________ 3.2 endoCardite de vÁlvUla protétiCa ________________________ 3.3 antibiotiCoproFilaXia para endoCardite inFeCCiosa ________ 36 36 38 39 4 inFeCçÕes de pele e partes Moles ______________________________ 5 pé diabétiCo __________________________________________________ 6 MordedUras _________________________________________________ 7 inFeCçÕes UrinÁrias __________________________________________ 8 inFeCçÕes intra-abdoMinais __________________________________ 9 osteoMielites e artrites _____________________________________ 9.1 osteoMielite HeMatogÊniCa________________________________ 9.2 osteoMielite por ContigÜidade ___________________________ 9.3 osteoMielite por inoCUlação direta ______________________ 9.4 artrites __________________________________________________ 40 42 43 44 46 47 48 48 49 49 10 Meningites _________________________________________________ 11 inFeCção relaCionada a Cateter venoso Central (CvC) ________ 11.1 paCiente CoM CvC e Febre seM oUtra CaUsa _________________ 11.2 baCtereMia relaCionada a CvC ____________________________ 11.3 baCtereMia relaCionada a Cateteres iMplantados _________ 11.4 protoColo de trataMento de baCtereMia por S. AUREUS ____ 50 51 51 52 52 53 12 inFeCçÕes eM oFtalMologia __________________________________ 13 grande QUeiMado ___________________________________________ 14 neUtropenia Febril __________________________________________ 15 antibiotiCoproFilaXia CirÚrgiCa no adUlto __________________ 15.1 bUCo-MaXilo-FaCial _______________________________________ 15.2 traUMa _________________________________________________ 54 58 59 60 62 62 34 34 35 36 9 15.3 CirUrgia neUrolÓgiCa ____________________________________ 15.4 CirUrgia de Cabeça e pesCoço (inClUi otorrinolaringologia) ___________________________ 15.5 CirUrgia CardÍaCa ________________________________________ 15.6 CirUrgia torÁCiCa ________________________________________ 15.7 CirUrgia ortopédiCa______________________________________ 15.8 CirUrgia gastrointestinal _______________________________ 15.9 CirUrgia UrolÓgiCa ______________________________________ 15.10 CirUrgia obstétriCa/gineColÓgiCa _______________________ 15.11 CirUrgia oFtalMolÓgiCa _________________________________ 15.12 CirUrgia vasCUlar _______________________________________ 15.13 CirUrgia plÁstiCa ________________________________________ 15.14 dose iniCial e intervalo para repiQUe dos antibiÓtiCos Usados eM proFilaXias CirÚrgiCas ________________________ 63 63 64 65 65 66 68 69 69 70 70 71 16 doses dos antiMiCrobianos eM adUltos _____________________ 17 Correção de dose na insUFiCiÊnCia renal _____________________ 18 terapia de-esCalonada (adUltos e Crianças) __________________ 19 Uso de antiFÚngiCos (adUltos e Crianças)____________________ 19.1 sUsCeptibilidade da CAndidA spp aos antiFÚngiCos _________ 19.2 apresesntaçÕes e doses da anFoteriCina b ________________ 19.3 orientaçÕes para trataMento ____________________________ 71 74 76 79 79 79 80 iii- trAtAMento e profilAxiA de infecções eM pediAtriA 1 inFeCçÕes de vias aéreas sUperiores ___________________________ 2 inFeCção de vias aéreas inFeriores ___________________________ 3 baCtereMia seM FoCo aparente ________________________________ 4 pneUMonia CoMUnitÁria _____________________________________ 5 pneUMonia Hospitalar _______________________________________ 6 Meningites ___________________________________________________ 7 inFeCçÕes CUtÂneas __________________________________________ 8 MordedUra _________________________________________________ 9 inFeCçÕes UrinÁrias __________________________________________ 10 gastroenterites ____________________________________________ 11 linFadenite __________________________________________________ 12 osteoMielites _______________________________________________ 13 artrites _____________________________________________________ 14 apendiCite ___________________________________________________ 82 84 85 85 86 87 89 90 90 90 91 92 92 93 10 15 absCesso HepÁtiCo e peritonite _______________________________ 93 16 neUtropenia Febril eM Criança _______________________________ 94 17 QUeiMadUra eM Criança _____________________________________ 94 18 inFeCção relaCionada a Cateter vasCUlar ___________________ 95 19 inFeCção de sÍtio CirÚrgiCo eM Criança_______________________ 96 20 oUtras inFeCçÕes eM neonatologia _________________________ 97 21 proFilaXia antiMiCrobiana eM CirUrgia pediÁtriCa _____________ 97 22 proFilaXia antiMiCrobiana eM CirUrgia neonatal ____________ 101 23 doses de antiMiCrobianos eM pediatria _____________________ 102 iv trAtAMento e profilAxiA de infecções eM obstetrÍciA 1 inFeCçÕes respiratÓrias CoMUnitÁrias na gestante ___________ 2 inFeCçÕes UrinÁrias CoMUnitÁrias na gestante_______________ 3 rUptUra preMatUra de MeMbranas (rpM) _____________________ 4 CorioaMnionite ____________________________________________ 5 trataMento eMpÍriCo das prinCipais inFeCçÕes Hospitalares na gestante ___________________________________ 6 prevenCão de inFeCção neonatal por STREPTOCOCCUS do grUpo b (sgb) ____________________________________________ 6.1 reCoMendaçÕes para prevenção de inFeCção neonatal preCoCe por sgb _________________________________________ 6.2 estratégias de prevenção de doença de inÍCio preCoCe por sgb seM realiZação de CUltUras no pré-natal ________ 6.3 ManeJo eMpÍriCo de neonato nasCido de Mãe CoM indiCação de antibiotiCoproFilaXia intra-parto (api) para prevenir inFeCção preCoCe por sgb __________________ 6.4 proFilaXia para sgb dUrante trabalHo de parto preMatUro _____________________________________ 6.5 proFilaXia para sgb para gestantes CoM rUptUra preMatUra de MeMbranas _______________________ 106 106 107 108 108 111 111 112 112 113 114 11 i- noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana 1 MicroorGAnisMos MUltirresistentes - Mr O uso indiscriminado de antimicrobianos contribuiu para o surgimento de microrganismos com múltipla resistência em ambientes hospitalares e na comunidade. Pacientes internados por tempo prolongado, submetidos a procedimentos invasivos e em uso de antimicrobianos tem alto risco de serem colonizados ou infectados por microrganismos multirresistentes (MR). O controle de infecções hospitalares por MR é um dos grandes desafios das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar. Atualmente, são considerados MR: GRAM NEGATIVOS ANTIMICROBIANOS RESISTENTES Klebsiella spp., E. coli, Proteus mirabilis Citrobacter spp., Enterobacter spp., Serratia spp., Providencia spp., Morganella spp. Enterobactérias - Carbapenens (imipenem ou meropenem), ou cefalosporinas de 3ª ou 4ª geração ou monobactâmicos - Carbapenem ou cefalosporina de 4ª geração Pseudomonas spp. e Acinetobacter spp. MR - carbapenens (imipenem ou meropenem) Pseudomonas spp. e Acinetobacter spp. PAN resistentes - carbapenens (imipenem ou meropenem), ceftazidima, cefepime, piperacilina/tazobactam, ciprofloxacine e levofloxacin Pseudomonas spp. e Acinetobacter spp. EXTREMA resistência - Todos acima + aminoglicosídeos , polimixinas , ampicilina-sulbactam (só Acinetobacter), tigeciclina (só Acinetobacter) Não fermentadores: Burkolderia spp. e Stenotrophomonas spp. - Todos são considerandos naturalmente MR, independente de antibiograma Salmonella/Shigella - quinolona GRAM POSITIVO ANTIMICROBIANOS RESISTENTES Staphylococcus aureus Oxacilina (MRSA); Glicopeptídeos: vancomicina (VRSA) Oxacilina/glicopeptídeos Glicopeptídeos (VRE) Penicilina/cefotaxima/levofloxacin/ meropenem Penicilina/glicopeptídeo/macrolídeo Estafilococos coagulase negativa Enterococcus spp. Streptococcus pneumoniae Streptococcus não pneumoniae 2 estrAtÉGiAs preventivAs São fundamentais na disseminação de resistência e devem ser aplicadas em todos os hospitais e serviços de saúde. Destacam-se: a) a vigilância e isolamento de pacientes com cepas multirresistentes (identificação de portadores ou infectados); 12 noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana b) o uso de estratégias para diminuir a mutação e a transferência genética (erradicação de reservatórios - limpeza e desinfecção adequadas); c) o uso de medidas para diminuir a pressão seletiva (uso correto de antimicrobianos); d) Evitar a disseminação - uso correto das precauções e higienização correta e freqüente das maõs. Baseando-se na revisão de Harbarth et al. (2003), 20% de todas as IH são evitáveis. Prevenir é sempre melhor do que curar! E a melhor estratégia está em nossas mãos! Fonte: OMS 3 condUtA frente A sUspeitA de Mr 3.1 QUANDO COLHER CULTURA PARA IDENTIFICAR MR: • As culturas devem ser colhidas de rotina quando houver suspeita de 13 infecção ou em populações de risco, quando há suspeita de infecção/ colonização por MR; • São sítios de pesquisa de colonização por MR: retal, nasal, orofaringe, feridas/lesões e secreção traqueal. 3.2 PACIENTES DE RISCO: • Pacientes cirúrgicos, queimados, traumatizados, com úlceras de pressão/lesão de pele, traqueostomizados, internados em UTI, em uso de antibióticos, com internação maior que 7 dias com internação prévia recente, em tratamento dialítico. 3.3 COLETA DE SWAB DE VIGILÂNCIA PARA PESQUISA DE MR PARA AQUELES PACIENTES QUE NÃO SÃO SABIDAMENTE COLONIZADOS OU INFECTADOS DEVE-SE PROCEDER À COLETA DE SWABS NAS SEGUINTES SITUAÇÕES: Na admissão: (swab nasal, oral, axilar, inguinal e retal) • História de internação anterior, durante no mínimo 48 horas, nos últimos 6 meses, quando em situação de surto; e nos últimos 3 meses, quando a situação estiver controlada. • História de internação anterior em UTI, durante no mínimo 48 horas, nos últimos 6 meses. • Paciente transferido de outro serviço, com história de mais de 48 horas de internação. • Tratamento prolongado com antibióticos de amplo espectro nos últimos 6 meses, principalmente cefalosporinas de 3ª geração e carbapenems. • Contactantes de pacientes MR. • RN cuja mãe tenha passagem pela UTI durante a gestação e/ou tenha utilizado antibiótico de amplo espectro durante a gestação. Durante a internação: (swab nasal, orofaringe e retal): • Semanal de pacientes nas UTIs que ainda não sejam MR positivo e enquanto houver pacientes MR na unidade; • Quinzenal de pacientes em uso de antibiótico de amplo espectro e com internação prolongada, conforme orientação da CCIH; • Semanal de RN cuja mãe tenha diagnóstico de infecção ou colonização 14 noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana com MR durante a gestação; • Quinzenal de RN cuja mãe tenha passagem pela UTI durante a gestação ou tenha utilizado antibiótico de amplo espectro durante a gestação e não tenha coletado o swab de vigilância; • Em casos de surtos, conforme orientação da CCIH. Durante a internação: (swab retal): • A cada 48 horas, para contatos com paciente KPC (colher swab retal); • A cada 5 a 7 dias, para pacientes com MR (NÃO KPC), para investigação de descolonização (colher do sítio inicial onde o MR foi identificado). IMPORTANTE: ✓ Todos os pacientes devem permanecer em precaução de contato até a definição das culturas. ✓ Quando não for possível a coleta de swabs, os pacientes suspeitos de MR devem permanecer sob precaução de contato (avental de mangas longas e luvas) até a alta. ✓ Pacientes MR positivo devem permanecer em precaução de contato até que tenham 3 swabs negativos (coletados com intervalo de 5 a 7 dias entre eles), coorte de profissionais e equipamentos individuais. ✓ Pacientes contactantes de MR (KPC) devem permanecer em precaução de contato até que tenham 2 swabs negativos (colhidos com intervalo mínimo de 48 horas entre eles) após retirada a exposição ao caso positivo. Culturas de vigilância podem ser utilizadas em situações específicas com a finalidade de conhecimento epidemiológico e prevenção de transmissão. Quando a endemicidade é baixa ou ausente podem ser realizadas em áreas de risco. Cada hospital deve estabelecer a freqüência de coleta de swab de vigilância conforme o tamanho da população de risco e das unidades de internação. 3.4 FLUXO DO PACIENTE COM CULTURA POSITIVA PARA MR • Avaliar os resultados de cultura diariamente; • Identificar os casos de MR no leito e prontuário; • Registrar em impresso e anotar no sistema (para visualização na etiqueta 15 do paciente, se disponível); • Comunicar chefia de enfermagem da unidade onde se encontra o paciente; • Colocar placa de identificação de MR na cabeceira do leito; • Entregar folder explicativo sobre MR ao paciente/família; • Orientar o paciente e os profissionais sobre as precauções necessárias; • Escalar profissional da equipe de enfermagem exclusivo para atender especificamente este paciente quando possível. 3.5 CONDUTAS FRENTE A PACIENTES COLONIZADOS OU INFECTADOS COM MR • Manter o paciente em quarto privativo quando possível. Quando não, a coorte é permitida, ou seja, deve-se agrupar pacientes com mesmo MR. Quando não possível este agrupamento, agrupar os pacientes secretantes; • Lavar as mãos com anti-séptico antes e após qualquer tipo de contato com o paciente; • Usar luvas não estéreis para qualquer tipo de contato com paciente. Após o contato, retirar as luvas o mais rápido possível e lavar as mãos; • Ao sair da enfermaria de MR, aplicar anti-séptico nas mãos (álcool gel ou similar); • Usar avental limpo, não estéril, se contato com paciente significativamente contaminado: diarréia, incontinência urinária, incapacidade de higienização, colostomia/ileostomia, feridas com secreção abundante ou não contida por curativos. O avental deve ser retirado antes de se deixar o quarto/leito; • Equipamento de cuidados com pacientes (termômetros, estetoscópio, esfigmomanômetro) devem ser de uso único; se não for possível, a desinfecção com álcool a 70%; encaminhar esfigmomanômetro de tecido para a lavanderia, após o uso entre cada paciente; • Os ítens que o paciente tem contato e as superfícies ambientais devem ser submetidas à desinfecções a cada turno (leito, mesa de cabeceira/ refeição, móveis e utensílios peri-leito) com o desinfetante padronizado pela instituição; • Reduzir o máximo possível o transporte destes pacientes, inclusive 16 noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana mudanças de leito. As precauções devem ser mantidas quando o paciente for transportado. O local para onde o paciente com MR for encaminhado deverá ser previamente notificado sobre seu diagnóstico e da necessidade de cuidados específicos; • Ao trocar fraldas, usar luvas duplas. Retirar o primeiro par após retirar a fralda usada e limpar o paciente. Terminar o cuidado com o segundo par de luvas, evitando a disseminação de microrganismos pelo leito e ambiente. 3.6 ROTINA PARA LIMPEZA E DESINFECÇÃO TERMINAL DE ISOLAMENTOS Para uma limpeza e desinfecção adequada de quartos/locais com paciente portador ou com suspeita de bactéria produtora de carbapenemase (KPC), bactéria multirresistente (MR) ou doença transmissível, seguir a sequência: A- Preparar todo o material e deixar na entrada do quarto: sabão líquido, hipoclorito de sódio a 0,5% a 1%, álcool a 70%, panos descartáveis para limpeza de superfícies, rodo, panos de chão, luvas, baldes específicos para MR, etc; B- Colocar paramentação completa para maior proteção: gorro, óculos, máscara de carvão ou duas máscaras cirúrgicas ou uma cirúrgica por cima de um respirador N95 (para reduzir a inalação do hipoclorito), avental de tecido de mangas longas, 2 pares de luvas descartáveis e botas/ou sapato de segurança; → Remover cartazes, papel toalha, esparadrapo colado, sacos de lixo; → Observar todo o local para ver se há matéria orgânica visível (sangue, vômito, etc). Caso exista, remover com pano e limpar o local com água e sabão. É importante fazer isto antes da aplicação do desinfetante, que é neutralizado pela matéria orgânica; → Aplicar álcool a 70% nas superfícies horizontais e materiais/ equipamentos (respiradores, bombas de infusão, bicos de ar/oxigênio/ vácuo, suportes de soro, portas, maçaneta, armários, mesinha de cabeceira, porta-papel toalha, escadinha, travesseiros, cama e colchão). → Aplicar nas bancadas, telefone, pranchetas, etc. Ao aplicar o álcool, manter o frasco sempre fechado, umedecer bem o pano, passar o pano 3 vezes em cada parte do local a ser desinfetado, friccionando bem; 17 → Aplicar hipoclorito de sódio em tudo que não for de metal (não aplicar nos respiradores, camas, equipamentos): aplicar nas paredes, pias (cuba de louça) saboneteiras (se acrílico - material incompatível com álcool), dispensadores de álcool gel e lixeiras (por último). Deixar o produto em contato por 30 minutos; → Aplicar por último o hipoclorito de sódio em todo o banheiro do paciente, no vaso sanitário e no piso. Aplicar álcool a 70% na válvula de descarga, torneiras e maçaneta. Depois aplicar o desinfetante nas lixeiras (hipoclorito na parte plástica); → Descartar as luvas, retirar e pendurar o avental pelo avesso e lavar as mãos; → Após os 30 minutos de permanência do hipoclorito de sódio, colocar novas luvas e vestir o avental, jogar água e remover, descartando toda a água no ralo. Pode ser colocado ventilador para auxiliar a remover o cheiro do hipoclorito; → Depois de remover a água, lavar tudo com sabão líquido (portas, paredes, peitoril das janelas, vidros, bancadas, pias, armários, bicos de ar/ oxigênio/vácuo, suportes de soro, maçaneta, cama e colchão). Enxaguar, removendo toda a água para o ralo. Com água limpa, lavar o piso com água e sabão, enxaguar e SECAR. → Repetir a desinfecção com álcool em bancadas e superfícies. Importante: → o álcool mata quando seca. Por isto, sempre aplique o álcool e espere secar, realizando esta técnica por 3 vezes. NUNCA DESPEJAR/JOGAR ÁLCOOL: alto risco de incêndio!! → Retirar as luvas ao sair do quarto, lavar as mãos, calçar novas luvas, lavar todos os materiais e desinfetar com hipoclorito de sódio (panos de chão, baldes, escovas) ou álcool (rodinho de alumínio, carrinho, etc). Descartar os panos de limpeza. Retirar o restante da paramentação e lavar as mãos. Importante: → ao limpar locais com trânsito de pessoas, sinalizar a área com placas amarelas, alertando sobre o risco de quedas - local úmido. → ao limpar um local, iniciar do fundo para a frente, do limpo para o local mais sujo, usar mais de um pano, trocando-o a cada parte (um para 18 noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana parede, outro para maçanetas, outro para equipamentos, etc.) → após concluída a desinfecção terminal, secar tudo, repor sacos de lixo e papel toalha, etc. → se possível, utilizar panos pequenos e descartáveis. 3.7 PARAMENTAÇÃO PARA CUIDADOS COM PACIENTE SUSPEITO OU CONFIRMADO DE COLONIZAÇÃO/INFECÇÃO POR MR • É obrigatório o uso de avental de mangas longas e luvas descartáveis (Precaução de contato). Retirar o jaleco branco (particular) antes de vestir a paramentação; • Não é permitido realizar a assistência a paciente com o uso de anéis, pulseiras, sapatos abertos, cabelos soltos ou unhas compridas; • Isolar sempre que possível o paciente na incubadora, no berço ou leito. • Evitar retirar paciente com MR da incubadora, realizando procedimentos invasivos na mesma ou no berço / cama, quando possível; • Orientar pais e mães sobre obrigatoriedade do uso de avental de mangas longas e luvas ao manipular crianças, assim como a lavagem das mãos antes e após o contato com o mesmo. 3.8 TRANSPORTE DE PACIENTE COM DIAGNÓSTICO OU SUSPEITO DE MR Transportar preferencialmente o paciente isolado. Caso não seja possível, seguir as seguintes orientações: → Conversar com o enfermeiro do setor para conhecer qual é o microrganismo MR que o paciente possui; → Transportar juntos os pacientes com o mesmo MR; → Transportar isoladamente pacientes com KPC e/ou VRE; → Pacientes pediátricos devem ser transportados com o seu acompanhante; → Pacientes pediátricos devem ser transportados somente com outras crianças, nunca com adultos em ambulâncias; → Acompanhantes devem se paramentar da seguinte forma: trocar o avental e as luvas ao sair do quarto. 3.9 PESQUISA DE MR EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE A pesquisa de S. aureus (MRSA OU MSSA) só deve ser realizada na existência 19 de surto. Em torno de 1 a 2% destes profissionais podem estar colonizados, temporária ou permanentemente. Aqueles que apresentam sinais de infecção recorrente de pele e são permanentemente colonizados, ou seja, apresentam culturas positivas sucessivas, devem ser descolonizados com mupirocina nasal, banho e xampu com clorexidina. O acompanhamento deverá ser realizado, e nova cultura de controle (swab de fossas nasais e lesões de pele) colhida após dois meses para determinar se houve erradicação do estado de portador. 3.10 ROTINA DE DESCOLONIZAÇÃO DE S. aureus No caso de paciente portador de S. aureus resistente a oxacilina, há a possibilidade de descolonizar este paciente, em casos de cirurgias eletivas de grande porte. A descolonização deve ser preferencialmente ambulatorial nos pacientes de alto risco (pré-operatório, diálise, portadores de cateteres). Situação 1: Paciente com cultura de swab nasal positiva para S. aureus: → aplique mupirocin (Bactroban®) pomada em mucosa nasal, 3 vezes por dia, por 7 dias; → utilize clorexidina a 2% para banho completo por 5 a 7 dias. Situação 2: Paciente com cultura de swab nasal e presença de lesão de pele: → aplique mupirocin pomada em mucosa nasal e na lesão, 3 vezes por dia, por 7 dias: → utilize clorexidina a 2% para banho completo por 5 a 7 dias. Após 7 dias de descolonização, aguarde 48 horas e faça novo swab nasal ou da lesão. São necessárias três culturas negativas consecutivas para confirmar a descolonização e suspender ou interromper o isolamento e a vigilância. A descolonização quando corretamente realizada pode minimizar os casos de infecção em 30 a 60%. O mupirocin deve ser um dos antimicrobianos controlados pela CCIH. 4 rotinA pArA Uso do JAleco brAnco (pessoAl) → Vista-o ao iniciar as suas atividades laborais e use-o fechado; → Mantenha as mangas com duas dobras, evitando cobrir o punho. Isto facilitará a lavagem das mãos e evitará que os punhos se molhem; 20 noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana → Retire o jaleco ao término das atividades e guarde-o em uma sacola plástica. → Evite entrar em locais que não são destinados à assistência a pacientes com o jaleco como banco, cantina, refeitório, biblioteca, etc. → Lave o jaleco a cada dois dias, no máximo, e passe a ferro. 5 precAUções e isolAMentos 5.1 PRECAUÇÕES PADRÃO São indicadas no cuidado de todo e qualquer paciente independente de seu diagnóstico quando estão previstos contato com sangue ou secreções, fluídos corpóreos, excreções, pele não íntegra e mucosas. Os equipamentos utilizados dependem da ação a ser realizada. Precauções padrão incluem: A) Higienização das mãos com água e sabão ou álcool 70% (mãos sem sujidades) antes e após contato com pacientes, após contato com sangue, secreções, fluídos corpóreos, pele não íntegra, mucosas, objetos no entorno do paciente (ver 5 momentos), após retirar luvas B) Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) • Luvas: utilizar ao contato com sangue e fluídos corpóreos, secreções, excreções, membranas e pele não íntegra, artigos e superfícies contaminadas com material biológico. Trocar as luvas entre diferentes procedimentos no mesmo paciente (ex: banho, curativos, medicações...) e entre diferentes pacientes. Retirar as luvas, descartar em “lixo hospitalar” e higienizar imediatamente as mãos. • Avental: utilizar quando houver risco de respingo de materiais biológicos. O objetivo é a proteção da roupa e pele do profissional de saúde e visitantes. Deve ser de manga longa e desprezado imediatamente após o término do contato no ambiente onde foi utilizado, em hamper (se tecido) ou no “lixo hospitalar” se descartável. Higienizar as mãos após retira-lo. • Máscara, óculos, protetor facial: utilizar quando houver risco de respingos de material biológico em mucosas. Após o uso, descartar as máscaras em “lixo hospitalar” e lavar os óculos com água e sabão e desinfetar com álcool 70%. 21 C) Limpeza de superfícies e ambiente • Limpeza concorrente diária e sempre que houver sujidades • Desinfecção concorrente nos três turnos com álcool 70% (superfícies, camas, aparelhos, bancadas, equipamentos, etc) • Limpeza terminal após alta, óbito ou transferência e se possível, em casos de longa permanência, no máximo a cada 15 dias. D) Descarte de perfuro cortante • Não reencapar agulhas, não desconectar agulha da seringa, descarte em recipiente rígido (caixas adequadas, latas), respeitando no máximo 2/3 da capacidade total do recipiente, não manusear esta caixa. 5.2 PRECAUÇÃO AÉREA OU COM AEROSSÓIS ● Indicações: tuberculose pulmonar ou laríngea, sarampo, varicela, herpes zoster disseminado ou localizado em indivíduos imunossuprimidos ● Utilizar: • quarto privativo, portas fechadas com sistema de ventilação com pressão negativa e 6 trocas de ar/h. Exaustão do ar para ambiente externo distante de circulação de pessoas e animais. Se houver recirculação de ar, utilizar filtro HEPA; • respirador tipo N95 ou PFF2 (“máscara bico de pato” ou em “concha”). Colocar corretamente antes de entar no quarto e só retirala após a saída. Não deve haver extravazamento de ar. Esta máscara não precisa ser descartável após o uso, pode ser utilizada várias vezes individualmente. Descartar quando estiver suja, úmida ou com haste quebrada ou se utilizada ininterruptamente por 6 horas. • Transporte do paciente: evitar, mas se necessário, o paciente deve usar máscara comum e o transportador máscara N-95 5.3 PRECAUÇÃO COM GOTÍCULAS ● Indicações: para pacientes com suspeita ou confirmação de doenças com transmissão por via respiratória, dentre elas: Influenza, coqueluche; difteria faríngea, estreptococcias em crianças, meningite por Haemophilus influenzae e Neisseria meningitidis, parvovírus, adenovírus, Mycoplasma 22 noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana pneumoniae, rubéola e caxumba. ● Utilizar: • Quarto privativo ou coorte, portas fechadas. • Máscara cirúrgica comum, durante o período de transmissibilidade, desprezada à saída do quarto. • Transporte do paciente: evitar, mas se necessário, paciente e transportador devem usar máscaras comum descartáveis. 5.4 PRECAUÇÃO DE CONTATO ● Indicações: para contato com pacientes ou por meio de objetos cuja transmissão ocorra por contato direto ou indireto, através das mãos. Exemplos: grandes abscessos não contidos, patógenos multirresistentes, Clostridium difficille, cólera, conjuntivite viral aguda, difteria cutânea, escabiose, estafilococcia e estreptococcia com secreção não contida, gastroenterites (ver lista), Herpes simples neonatal e mucocutâneo, Herpes zoster disseminado ou localizado em imunossuprimido, HIV com sangramento não contido, impetigo, vírus sincicial respiratório, parainfluenza, pediculose, rubéloa congênita, varicela, SARS, raiva. ● Utilizar: • Quarto privativo ou coorte com mesmo patógeno • Luvas: ao contato com paciente ou entorno, lavar as mãos antes e após, descartar em “lixo hospitalar”. • Avental manga longa: ao contato com pacientes ou entorno, amarrado corretamente (cordões superior e inferior), descarte imediato em hamper, se tecido ou “lixo hospitalar” se descartável e higienizar as mãos. • Transporte do paciente: evitar, mas se necessário, conter o material infectante com curativo, cobri-lo com avental e/ou lençol; proteger maca ou cadeira com lençol; transportador com avental de manga longa e luvas. Realizar desinfecção do local, maca ou cadeira com álcool 70%. 23 5.5 CLASSIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS QUANTO AO TIPO E DURAÇÃO DAS PRECAUÇÕES INFECÇÃO/CONDIÇÃO TIPO DURAÇÃO Abscesso com grande drenagem, não contido Contato Término da drenagem Abscesso limitado ou pequena drenagem Padrão Aids Padrão Actinomicose Padrão Adenovirus (em crianças) Gotícula, contato Amebíase Padrão Antraz Padrão Ascaridíase Padrão Aspergilose Padrão Babesiose Padrão Blastomicose (PCM) Padrão Botulismo Padrão Bronquiolite Padrão Brucelose Padrão Campylobacter (gastroenterite) Padrão Candidíase (todas as formas) Padrão Caxumba Gotícula 9 dias Após início edema Celulite com grande drenagem Contato Término da drenagem 24 Término da drenagem noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana INFECÇÃO/CONDIÇÃO TIPO DURAÇÃO Clostridium difficile (colite) Contato Durante diarréia Clamídia (conjuntivite, genital, respiratória) Padrão Cólera Padrão Conjuntivite (bacteriana, clamídea e gonocócica) Padrão Conjuntivite aguda viral (hemorrágica) Contato Coxsackie vírus Padrão Creutzfeldt-Jakob Padrão* Criptococose Padrão Criptosporidíase Padrão Cisticercose Padrão Citomegalovírus (neonatal ou imunodeprimido) Padrão Coqueluche Gotícula Dengue Padrão Término da drenagem 5 dias antibiótico específico Diarréia aguda (ver gastroenterites) Difteria cutânea Contato 2 culturas negativas Difteria faríngea Gotícula 2 culturas negativas Ebola (febre hemorrágica) Contato* Echovirus em adultos Padrão Echovirus em crianças Contato Endometrite Padrão Término da diarréia 25 INFECÇÃO/CONDIÇÃO TIPO Enterobíase Padrão Enterocolite necrotizante Padrão Enteroinfecção viral em crianças Contato Término da diarréia Epiglotite (H. influenzae) Gotícula 24 h antibiótico específico Epstein-Barr Padrão Eritema infeccioso (Parvovírus B19) Padrão Escabiose Contato 24h tratamento específico Escarlatina - crianças Gotícula 24h antibiótco específico E. coli (gastroenterite) Padrão Esquistossomose Padrão Estrongiloidíase Padrão Febre tifóide Padrão Febre Q Padrão Furunculose estafilocócica em crianças Contato Gangrena gasosa Padrão Gastroenterites Padrão Giardíase Padrão Gonorréia Padrão Granuloma venéreo Padrão Guillain-Barré Padrão 26 DURAÇÃO Término da drenagem noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana INFECÇÃO/CONDIÇÃO TIPO Hanseníase Padrão Hantavirus Padrão Helicobacter pylori Padrão Hepatite viral A, B, C, E Padrão Hepatite A em pacientes incontinentes Contato Herpangina Padrão Herpes simples encefalite e recorrente oral, genital Padrão Herpes simples neonatal, mucocutâneo disseminado Contato Herpes Zoster localizada paciente não imunodeprimido Padrão* Herpes Zoster disseminado ou localizado Contato e em imunodeprimido aérea Hidatidose Padrão Histoplasmose Padrão HIV - Aids Padrão Impetigo Contato Influenza Gotícula Kawasaki, Sindrome Padrão Legionelose Padrão Leptospirose Padrão Listeriose Padrão Lyme, Doença Padrão DURAÇÃO 2 sem após início sintomas Enquanto houver lesões vesiculares Enquanto houver lesões vesiculares 24h antibiótico específico 27 INFECÇÃO/CONDIÇÃO TIPO Linfogranuloma venéreo Padrão Malária Padrão Meningite viral (não bacteriana) Padrão Meningite fúngica Padrão Meningite por Haemophilus influenzae Gotícula Meningite por Listeria monocytogenes Padrão Meningite por Neisseria meningitidis Gotículas Meningite por Pneumococo Padrão DURAÇÃO 24h antibiótico específico 24h antibiótico específico Meningite tuberculosa (sem acometimen- Padrão to dos pulmões) Meningites bacterianas (outras) Padrão Meningococcemia Gotícula Micobacteriose atípica (não tuberculosa) Padrão Microrganismos multirresistentes Contato Molusco contagioso Padrão Mononucleose infecciosa Padrão Mucormicose Padrão Mycoplasma pneumoniae (pneumonia) Gotícula Nocardiose Padrão Parvovirose (Parvovírus B19) Gotícula 7dias ou durante internação se imunodeprimido Pediculose Contato 24h tratamento específico Pneumonia viral Contato e gotícula Durante internação Pneumonia bacteriana Padrão Pneumocistose SARS Padrão Gotícula e contato Staphylococcus aureus oxacilina sensível Padrão Streptococcus grupo A em adultos Padrão 28 24h antibiótico específico 3 culturas negativas Durante internação noçÕes iMportantes sobre resistÊnCia antiMiCrobiana INFECÇÃO/CONDIÇÃO TIPO DURAÇÃO Streptococcus grupo A em crianças Gotícula 24h antibiótico específico Poliomielite Padrão Psitacose-ornitose Padrão Raiva Padrão Reye, síndrome. Padrão Ricketisiose Padrão Rubéola Gotícula 7 dias Após “rash” Rubéola congênita Contato 1 ano ou 3meses se cultura de urina e nasofaringe forem negativas Salmonelose (gastroenterite) Padrão Contato se incontinente Sarampo Aérea 5º Após exantema Shiguelose Padrão Contato se incontinente Sífilis Padrão Tétano Padrão Toxoplasmose Padrão Tracoma Padrão Triquinose Padrão Tricomoníase Padrão Tuberculose extrapulmonar Padrão Tuberculose pulmonar ou laríngea Aérea Tularemia Padrão Varicela Aérea com contato e com Até fase de crostas lesões 3 baciloscopias negativas após início tratamento BIBLIOGRAFIA Guideline for Isolation Precautions: Preventing Transmission of Infectious Agents in Healthcare Settings, CDC, 2007 Management of multidrug-resistant organisms in helthcare settings, HICPAC- CDC, 2006 29 30 Ampicilina Cloranfenicol Amoxicilina Sulfametoxazol-trimetroprim Doxicilina Streptococcus Grupo A Streptococcus Grupo A H. influenzae S. aureus S. pneumoniae H. influenzae Anaeróbios S. aureus Moraxela catarrhalis Streptococcus Grupo A Tonsilite e Faringite Abscesso tonsiliano Laringite e Epiglotite Sinusite aguda Tratamento (2“ escolha) Amoxicilina-clavulanato Casos complicados, doentes graves ou imunodeprimidos, considerar Acinetobacter e E. coli (podendo utilizar Ampicilina-sulbactam, piperacilina-tazobactam, quinolonas) e fungos. Agentes virais são os principais, considerar causas não infecciosas, bem como tuberculose, fungos. Amoxicilina-clavulanato Cefalosporinas Eritromicina Amoxicilina-clavulanato Cefalosporinas de 1a ou 2a geração Claritromicina Azitromicina Cloranfenicol Sempre considerar necessidade de drenagem. Algumas cefalosporinas (Cefuroxima, Cefpodoxima) podem ser usadas por 5 -7 dias. Notas Cefalosporinas de 2a geração Cefalosporinas de Penicilina G benzatina 1a ou 2a geração Amoxicilina Eritromicina Clindamicina Agente Etiológico Diagnóstico Tratamento (1“ escolha) 1 infecções de viAs AÉreAs sUperiores ii- trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos Amoxicilina-clavulanato Cefalosporinas de 1a ou 2a geração, Claritromicina Azitromicina Cloranfenicol Itraconazol Fluconazol Tratamento tópico: Tobramicina ou Cloranfenicol+ Corticóide Polimixina Amoxicilina Tratamento tópico: Neomicina ou Polimixina B + Corticóide Cefalosporinas de 2a geração S. pneumoniae H. influenzae Moraxela catarrhalis S. aureus Anaeróbios Fungos Pseudomonas aeruginosa S. aureus S. epidermidis S. pyogenes Gram negativos S. pneumoniae S. aureus Moraxela catarrhalis H. influenzae Gram negativos Anaeróbios P. aeruginosa S. aureus S. epidermidis Gram-negativos S pneumoniae S. aureus Moraxela catarrhalis H. influenzae Gram negativos Anaeróbios Sinusite crônica Otite externa aguda Otite média aguda Otite média crônica ou fase supurativa Mastoidite aguda Cefalosporinas 3a geração Tratamento tópico: Ciprofloxacina Considerar drenagem cirúrgica Azitromicina, claritromicina e cloranfenicol também são eficazes Limpeza local e controle álgico. Se sintomas sistêmicos ou linfadenite, recomenda-se uso sistêmico de dicloxacilina ou cefalexina Tópico: Ciprofloxacina Levofloxacina Moxafloxacin Aztreonam Piperacilina-tazobactam Amoxicilina-clavulanato Cefalosporinas de 2a geração Cefalosporinas 3a geração Corrigir fatores de cronicidade Levofloxacina ou Moxafloxacin+ metronidazol trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos 31 2 pneUMoniA no AdUlto 2.1 FREQÜÊNCIA DOS AGENTES ETIOLÓGICOS NA PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE (PAC) Microrganismo Freqüência Desconhecido 30 a 60% Streptococcus pneumoniae 25 a 50% Haemophilus influenzae 6 a 38% Staphylococcus aureus < 5% Enterobactérias ~ 5% Pseudomonas aeruginosa ~ 1% Fungos < 1% Anaeróbios < 1% Chlamydia psitacci < 1% Chlamydia pneumoniae 5 a 22% Legionella pneumophilla 6 a 18% Mycoplasma pneumoniae 2 a 6% Vírus 2 a 20% • Colher hemocultura (anaeróbia e aeróbia), antes de iniciar antibioticoterapia. • Colher escarro com pesquisa de BAAR e fungos (3 amostras), se suspeita de tuberculose/fungos. • Colher cultura de secreção traqueal quantitativa,ou lavado broncoalveolar ou escovado brônquico protegido para pacientes em ventilação mecânica ou traqueostomizados. • A terapia antimicrobiana deverá ser iniciada no máximo até 4 horas depois do diagnóstico em pacientes que necessitam internação por PAC. • Duração do tratamento: Pneumonia adquirida na Comunidade (PAC), o mínimo é de 5 dias (Nível evidencia I). A maioria dos pacientes estabilizam em 3 a 7 dias, portanto, manter terapia por mais tempo não é necessário (IDSA/ATS Guidelines for CAP; CID2007:44(suppl2) . 32 trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos S. pneumoniae: sem bacteremia: após 3 dias afebril; com bacteremia: 10 a 14 dias M. pneumoniae: não está estabelecido (média 14d); C. pneumoniae: 7-14 dias (A-I); Legionella: 10-21 dias (B-II); S. aureus, P. aeruginosa, Klebsiella spp. ou anaeróbios (pneumonia necrotizante) 14 ou mais dias (B-II) (CID, v.37, 2003). • Devido a alta freqüência de tuberculose no Brasil a suspeita da infecção pelo Mycobacterium sempre é relevante (NEJM, v.347, 2002; Clin Infect Dis, v.31, 2000;). 2.2 PAC SEM NECESSIDADE DE INTERNAÇÃO, EM PACIENTE SEM COMORBIDADE *Sem uso de antimicrobianos. Se uso prévio de antimicrobianos, optar pela coluna da 2ª escolha. Agente etiológico. Tratamento (1ª escolha) Tratamento (2ª escolha) S. pneumoniae H. influenzae Moraxella catarrhalis Chlamydia pneumoniae Mycoplasma pneumoniae 1ª Macrolídeo (Azitromicina ou Claritromicina ou eritromicina) 1ª Macrolídeo (Azitromicina ou Claritromicina) + Amoxicilina ou amoxicilina/clavulanato 2ª Amoxicilina ou Amoxicilina/clavulanato 3ª Doxiciclina 2ª Fluoroquinolona (Levofloxacina ou Moxifloxacina) Notas Azitro/Claritro: R Pneumo in vitro 20 a 30% (Chest 131:1205,2007). Se R penicilina, até 50% R azitro/claritro. (CID 40:1288,2005). Amoxacilina: ativa p/ pneumo 90 a 95% com doses de 3 a 4 g/d. Sem atividade para atípicos e produtores de betalactamases Fluorquinolona: ativa para Pneumo R e S a penicilina. Macrolídeos e doxiciclina como drogas únicas são escolhas naqueles pacientes previamente saudáveis (A-I) (Intern J Antim Agents, v.18, 2001; Intern J Antim Agents, v. 18, 2001). O uso abusivo das fluoroquinolonas levou ao aumento de cepas de pneumococo resistente. Recomendada para terapia inicial em pacientes selecionados. 33 2.3 PAC SEM NECESSIDADE DE INTERNAÇÃO, EM PACIENTE COM COMORBIDADE [DPOC, DM, INSUFICIÊNCIA RENAL, ICC, MALIGNIDADE, ETILISMO (COMPENSADOS)] *Se uso prévio de antimicrobianos, optar pela coluna da 2ª escolha Agente etiológico. Tratamento (1ª escolha) Tratamento (2ª escolha) Streptococcus pneumoniae Haemophilus influenzae Chlamydia pneumoniae Mycoplasma pneumoniae Bacilos gram-negativos Staphylococcus aureus Fluoroquinolona Macrolídeo + Amo(NÃO CIPROFLOXA- xicilina ou AmoxiciliCINA) Levofloxacina na/clavulanato ou Moxifloxacina Ceftriaxona, Cefpodoxima ou Ertapenem + Macrolídeo Notas Se houver suspeita de aspiração: Amoxicilina-clavulanato ou Clindamicina (Clin Infect Dis, v.37, 2003). Não associar clindamicina ou metronidazol com ampicilina/ sulbactam, meropenem, imipenem, Piperacilina/ tazobactam. Tabagismo é fator de risco para Legionella (Clin Infect Dis, v.37, 2003). 2.4 PAC QUE NECESSITE DE INTERNAÇÃO OU PNEUMONIA HOSPITALAR (PH) DE INSTALAÇÃO PRECOCE (<4 DIAS), TRATAMENTO HOSPITALAR FORA DE UTI. *Se uso prévio de antimicrobianos, optar pela coluna da 2ª escolha. Agente etiológico. Tratamento (1ª escolha) Tratamento (2ª escolha) Streptococcus pneumoniae Haemophilus influenzae Bacilos gram-negativos Chlamydia pneumoniae Legionella spp. -Fluoroquinolona (Levofloxacina ou Moxifloxacina) -Macrolídeo (Azitromicina ou Claritromicina) + Cefalosporina de 3ª geração (Ceftriaxona ou Cefotaxima) - Ampicilina-sulbactam ou amoxacilina ou amoxacilina/ clavulanato + macrolídeo - Cefepime com ou sem macrolídeo - Ertapenem (com ou sem macrolídeo) 34 Notas Levofloxacina em paciente internado pode ser usada na dosagem de 750 mg EV 1 x dia (Clin Infect Dis, v.37, 2003). Em paciente hospitalizado não usar macrolídeo sozinho (Arch Intern ân, v.159, 1999) Não há benefício documentado em associar fluoroquinolona com cefalosporina se comparado com fluoroquinolona sozinha (Clin Infect Dis, v.37, 2003) Se MRSA da comunidade, possível tratar c/ sulfa+trim ou levofloxacina. trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos 2.5 PAC QUE NECESSITE DE INTERNAÇÃO EM UTI OU PNEUMONIA HOSPITALAR ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA (PAV) DE INSTALAÇÃO PRECOCE (< 4DIAS). *Se PAV precoce, optar pela coluna da 2ª escolha. Agente etiológico. Tratamento (1ª escolha) Streptococcus pneumoniae Haemophilus influenzae - Macrolídeo + Ceftriaxona ou Cefotaxima ou Ampicilina-sulbactam Bacilos gram-negativos (Pseudomonas spp., Acinetobacter spp.) Chlamydia pneumoniae Legionella spp. Tratamento (2ª escolha) - Cefepime ou Piperacilina-tazobactam + /- Amicacina ou Ciprofloxacina +/- ou Macro- Fluoroquino- lídeo lona (Levofloxacina - Ertapenem ou Moxifloxacina) Notas Se grave ou piora clínica em 24 horas acrescentar Vancomicina, Linezolida ou teicoplanina. Amicacina ou ciprofloxacina poderá ser associada apenas se fator de risco para Pseudomonas aeruginosa estiver presente. Metronidazol ou Clindamicina se broncoaspiração MACIÇA presenciada. Ertapenem não atua sobre P. aeruginosa e Acinetobacter. É indicado para bactérias do grupo CESP e ESBL quando sensível. O seqüenciamento para antibiótico oral deverá ocorrer quando houver boa ingestão oral, estabilidade hemodinâmica e bom funcionamento trato gastro-intestinal (A-I). 2.6 PNEUMONIA HOSPITALAR GRAVE OU PAV TARDIA (>4 DIAS DE INTERNAÇÃO) Agente etiológico. Tratamento (1ª escolha) Staphylococcus Piperacilinaaureus -tazobactam ou Cefepime Pseudomonas +/aeruginosa Vancomicina ou Linezolida Acinetobacter ou teicoplanina baumanii +/Amicacina ou Klebsiella spp. Ciprofloxacina* (***) ou Levofloxacina Stenotrophomonas maltophylia Legionella spp. Tratamento (2ª escolha) 1ª Imipenem ou Meropenem +/amicacina ou ciprofloxacina* +/Vancomicina ou Linezolida** ou teicoplanina +/Polimixina B ou E*** Notas Ampicilina-sulbactam deve ser preservado para cobertura de Acinetobacter baumannii. *Amicacina, ciprofloxacina ou levofloxacin poderá ser associada apenas se fator de risco para Pseudomonas aeruginosa **Vancomicina, Linezolida ou teicoplanina deve ser associada se fator de risco para S. aureus (TCE, Pós-operatório) ou se a prevalência de MRSA for alta. *** Se risco de MR ou Pan-resistente ou KPC, associar polimixina. Nessa situação, tratar com polimixina + amicacina +/meropenem. Anfotericina B ou caspofungina se infecção fúngica Cloranfenicol ou Sulfametoxazol + trimetroprin se S. maltophylia. Fluorquinolona se Legionella. Antimicrobianos como vancomicina, teicoplanina, linezolida, imipenem ou meropenem, polimixinas devem ser indicados somente pelo infectologista ou pelo médico da CCIH. 35 Causas de falência no tratamento: • Presença de microorganismo MR, Pan - Resistentes • Patógenos incomuns: Tb, vírus, Leptospirose, Nocardia, Pneumocistose, Histoplasmose, paracoccidioidomicose • Empiema • Antibioticoterapia inadequada • Superinfecção: cateter, ITU, pneumonia hospitalar • Causas extrapulmonares • Vasculites, ICC, Embolia pulmonar • Endocardite, Meningite, Artrites,Neoplasias • SARA, IAM, hemorragia alveolar • Febre medicamentosa 2.7 ABSCESSO PULMONAR E PNEUMONIA ASPIRATIVA Agente etiológico. Tratamento (1ª escolha) Tratamento (2ª escolha) Bacteróides spp. (15% B. fragilis) Peptostreptococcos spp. Fusobacterium spp. Nocardia. S. aureus, Klebsiella pneumoniae 1ª Clindamicina ou Metronidazol + Cefalosporina de 3ª geração (Ceftriaxona ou Cefotaxima). 2ªAmpilicilina/sulbactam Piperacilina/tazobactam 3 endocArdite 3.1 ENDOCARDITE DE VÁLVULA NATIVA *Se a alternativa terapêutica contemplar Vancomicina a monitorização dos níves plasmáticos é útil e custo efetivo. Níves de pelo menos 15-20 µg/ml são indicados (Int J Infect Dis, v. 14, 2010) Agente etiológico. Tratamento (2ª escolha) Notas Sem agente identi- Penicilina G + ficado Oxacilina (4-6 semanas) + Gentamicina (1-2 semanas) Vancomicina (4-6 semanas) + Gentamicina (1-2 semanas) Adequar esquema conforme as culturas (Emerg Infect Dis, v.10, 2004) S. viridans: 30-40%; outros Estreptococos: 15-25%; Enterococos: 5-18%; Estafilococos 20-35¨%; S. viridans e S. bovis (MiC penicilina < 0,1 µg/ml) Ceftriaxona (2 g 12/12h) (4-6 semanas) Na ausência de abscesso miocárdico, foco infeccioso extracardíaco ou prótese pode ser realizado tratamento com Penicilina G (4-6 semanas) + Gentamicina (1-4 semanas) (NEJM, v.345, 2001); 36 Tratamento (1ª escolha) Penicilina G (4-6 semanas) trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos Agente etiológico. Tratamento (1ª escolha) Tratamento (2ª escolha) Notas S. viridans e S. bovis (MIC penicilina > 0,1 µg/ml e < 0,5 µg/ml) Penicilina G (4-6 semanas) + Gentamicina (1-2 semanas) Vancomicina (4-6 semanas) O uso de Vancomicina seria recomendado naqueles pacientes alérgicos a penicilinas (Lancet, v.363, 2004); Teicoplanina é equivalente a Vancominina para o tratamento de endocardite e válvulas direitas, mas inferior a Vancomicina em doses baixas (Int J Infec dis v. 14, 2010) S. viridans e S. bovis (MIC penicilina > 0,5 g/ml) Enterococos (sensível a Ampicilina, Penicilina G, Vancomicina e Gentamicina) Penicilina G ou Ampicilina (12 g/dia) (4-6 semanas) + Gentamicina (1-2 semanas) Vancomicina (4-6 semanas) + Gentamicina (1-2 semanas) Curr Opin Infect Dis, v.23, 2010. Quinuspristin/Dalfopristin em casos selecionados para VRE (Int J Infect Dis, v. 14, 2010) Estafilococos (sensível a oxacilina) Oxacilina (4-6 semanas) + Gentamicina (opcional 1-2 semanas) Cefazolina (4-6 semanas) + Gentamicina (1-2 semanas) OU Vancomicina (4-6 semanas) Curr Opin Infect Dis, v.23, 2010. Teicoplanina e Vancomicina são inferiores a penicilina com ação para MSSA (Int J Infect Dis, v. 14, 2010). Estafilococos em endocardite de válvula tricúspide (oxacilina sensível) Oxacilina (4-6 semanas) + Gentamicina (opcional 1-2 semanas) Estafilococos (oxacilina resistente) HACEK (H.parainfluenzae, H. aphrophilus, H.paraphrophilus, Actinobacillus ctinomycetemcomitans, Cardiobacterium hominis, Eikenella corrodens e Kingella kingae) Vancomicina (4-6 semanas) + Gentamicina (opcional 1-2 semanas) Ceftriaxona (4-6 semanas) Estão excluídos desta terapia reduzida os pacientes que apresentarem complicações cardíacas ou extra cardíacas, febre persistente por 7 dias ou mais, HEV+ e que apresentarem vegetações > que 1-2cm. Linezolida (4-6 semanas) Daptomicina (4-6 semanas para endocardite de válvula direita) As evidências quanto ao uso de Gentamicina em associação é limitado, mas está claro o aumento da toxicidade em mais de 65 anos. (Int J Infect Dis, v. 14, 2010 braz I Infect Dis, v. 363, 2004); O uso de daptomicina ainda necessita de estabelecimento de doses, mas escolha nos casos de MRSA (MIC de 2 µg/ mL ou hVISA e GISA. (Int J Antimicrob Agents, in press, 2011) Ampicilina (8g/dia 4-6 semanas) + Gentamicina (1-2 semanas) Algumas cepas podem produzir beta-lactamases e reduzir a sensibilidade a Ampicilina (Infect Dis Clin North Am, v.23, 2009) 37 3.2 ENDOCARDITE DE VÁLVULA PROTÉTICA Agente etiológico. Tratamento (1ª escolha) Notas Sem agente identificado Vancomicina (4-6 semanas) + Gentamicina (1-2 semanas) + Rifampicina (4-6 semanas) Adequar esquema conforme as culturas; Se precoce (< 2 meses após cirurgia): S. epidermidis e S. aureus; Se tardia (> 2 meses após cirurgia): S. epidermidis, S. aureus, S. viridans e enterococos; (Mayo Clin Proc, v.85, 2010) S. viridans e S. bovis (MIC penicilina < 0,1 g/ml) Penicilina G (4-6 semanas) + Gentamicina (1-2 semanas) Na ausência de abscesso miocárdico, foco infeccioso extracardíaco ou prótese pode ser realizado tratamento com Penicilina G + Gentamicina por 2 semanas (NEJM, v.345, 2001); (Expert Opin Pharmacother, v.11, 2010) S. viridans e S. bovis (MIC penicilina > 0,1 g/ml e < 0,5 g/ml) Penicilina G (4-6 semanas) + Gentamicina (1-2 semanas) S. viridans e S. bovis (MIC Penicilina G (4-6 semanas) penicilina > 0,5 g/ml); Enterococos (sensível a Am- + Gentamicina picilina, Penicilina G, Vanco- (1-2 semanas) micina e Gentamicina) Estafilococos (sensível a oxacilina) Oxacilina (12g/dias 4-6 semanas) + Gentamicina (1-2 semanas) + Rifampicina (4-6 semanas) Estafilococos em endocardite de válvula tricúspide (oxacilina sensível) Oxacilina (12g/dia 4-6 semanas) + Gentamicina (opcional 1-2 semanas) Estafilococos (oxacilina resistente) Vancomicina (4-6 semanas) + Gentamicina (1-2 semanas) + Rifampicina ou Daptomicina (4-6 semanas) HACEK (Haemophilus parainfluenzae, H. aphrophilus, H.paraphrophilus, Actinobacillus actinomycetemcomitans, Cardiobacterium hominis, Eikenella corrodens e Kingella kingae) 1ª Ceftriaxona (4-6 semanas) Algumas cepas podem produzir beta-lactamases e reduzir a sensibilidade a Ampicilina (Lancet, v.363, 2ª Ampicilina (8g/dia 4-6 2004; NEJM, v.345, 2001); Expert semanas) + Gentamicina Ver Anti Infect Ther, v.8, 2010); (1-2 semanas) 38 O uso de Gentamicina em associação é ainda indicado. Se houver resistência a Gentamicina associar uma terceira droga conforme antibiograma. O uso de Linezolida é um alternativa para casos selecionados (Int J Infect Dis, v. 14, 2010). trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos 3.3 ANTIBIOTICOPROFILAXIA PARA ENDOCARDITE INFECCIOSA PROFILAXIA INDICADA SOMENTE (Clin Cardiol, v.32, 2009; Heart, v. 95, 2009): - Prótese valvar; - Encodardite infecciosa prévia; - Cardiopatia prévia: cardiopatia congênita cianótica, incluindo shunts paliativos, pós operatório menor que 6 meses de correção de cardiopatia congênita com prótese ou reparada com defeitos residuais; - Transplante cardíaco que desenvolve valvulopatia; - Procedimenos que envolvam manipulação do tecido gengival, região periapical dos dentes ou perfuração da mucosa oral (exceto: sangramento por trauma, ajuste de dispositivos ortodônticos, anestesia de rotina em tecido não infectado) em pacientes sob risco de endocardite; Situação Oral Regime: dose única 30 a 60 Antimicrobiano minutos antes do procedimento Adulto Criança Amoxicilina; Ampicilina; Notas 50 mg/kg 2g 50mg/kg IM (ou 2 g IM ou EV) (ou ou EV) Em crianças o uso de cefalosporinas orais de 1ª ou 2ª geração em dosagem equivalente para adulto e criança. Endovenosa Ceftriaxona; Cefazolina; 1 g IM ou EV 50 mg/kg IM ou EV As bacteremias resultantes de atividades diárias são muito mais freqüentes do que aquelas associadas a procedimentos dentários. (Circulation, v.116, 2007); Alérgicos à Penicilina (oral) Cefalexina; Clindamicina; Azitromicina; Claritromicina; 2g 600 mg 500 mg 500 mg 50 mg/kg 20 mg/kg 15 mg/kg 15 mg/kg Cefalosporinas são contraindicadas nos casos de anafilaxia com penicilinas. 1 g IM ou EV 50 mg/kg IM ou EV 1 g IM ou EV 50 mg/kg IM ou EV Pacientes em uso de anticoagulantes não devem receber medicamentos intramuscular. Cefazolina; Alérgicos à Penicilina Ceftriaxone; (parenteral) Clindamicina; 600 mg IM ou EV 20 mg/kg IM ou EV 39 4 infecções de pele e pArtes Moles Diagnóstico Celulites/ erisipela - extremidades Celulites/ erisipela – periorbital e bucal Celulites/ erisipela – Diabetes Agente etiológico Streptococcus do grupo A H. influenzae S. aureus Tratamento Oxacilina Cefalotina Amoxicilina Eritromicina Levofloxacina Moxifloxacina O H. influenzae tem maior importânCeftriaxona cia nesta Amoxicilina síndrome, especialmente em crianças Bacilos gram-negativos aeróbios, anaeróbios Clindamicina ou metronidazol+ Fluoroquinolona A cobertura de bacilos gram-negativos não é obrigatória, deve-se avaliar a extensão e fatores de risco. A antibiotico terapira parenteral pode ser mantida por 3 a 4 dias, o restante do tratamento por via oral até completar 7 a 14 dias (Am Fam Phys, mai, 1998; Am Fam Phys, v.66, 2002); Para infecções causadas por MRSA ou CA-MRSA, daptomicina, tigeciclina e linezolida tem resultados comparáveis a vancomicina (Curr Opin Infect Dis, 20:118–123, 2007). Considerar avaliação tomográfica de seios da face e órbita para descartar sinusopatia e abscesso orbital sobperiostal. Na existência de abscesso recomenda-se avaliação do oftalmologista ou otorrilaringologista (Can Fam Phys, mar, 2004) Am Fam Phys, mai, 1998. Am Fam Phys, v.66, 2002. NEJM, v.350, 2004. Ampicilina-sulbactam Idealmente, a ciprofloxacina não é a primeira escolha para o tratamento de infecções por Streptococcus. Sendo a levofloxacina, moxifloxacina os antimicrobianos recomendados. NEJM, v.350, 2004. Oxacilina Cefalotina A troca do acesso venoso é essencial. OU Flebites pós-punção S. aureus Mastite puerperal S. aureus Oxacilina S. epidermidis Cefalotina 40 Notas RBGO, v.22, 2000. trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos Impetigo Varicela S. aureus, Cefalexina Streptococcus Eritromicina spp. Amoxicilina Vírus Varicela Zoster O uso de fluoroquinolonas também é permitido, entretanto a maior incidência desta doença ocorre em crianças nos quais esta classe de droga não é recomendada (Am Fam Phys, v.66, 2002). Aciclovir Para crianças <12 anos: 20mg/kg, VO, 5xdia, ou 500mg/ m2, EV, 8/8h, por 5 a 7 dias. Para adultos: 800mg, VO, 5xdia, ou 10mg/kg, EV, 8/8h por 5 a 7 dias. Famciclovir 500mg, VO, 8/8h, por 5 a 7 dias Valaciclovir 1g, VO, 8/8h, por 5 a 7 dias O tratamento da varicela reduz o período de estado. Em adolescentes e adultos tende a ser mais grave que em crianças (Ann Intern Med, jun, 1999; NEJM, ago, 2002). Em neonatos a via endovenosa é obrigatória, na dose de 500mg/ m2 8/8hs. Imunodeprimidos (corticosteróides, doença maligna, transplantado, HIV) o tratamento é mandatório. HIV, doença maligna: tratamento endovenoso. Aciclovir Famciclovir Valaciclovir Foscarnet O tratamento geralmente é recomendado por 7 a 10 dias. Em imunodeprimidos, a via recomendada é endovenosa. O foscarnet está recomendado apenas para lesões persistentes com tratamento com aciclovir. Ann Intern Med, jun, 1999; NEJM, ago, 2002 Herpes zoster Vírus Varicela Zoster Fasceíte necrotizante 15 a 29% dos casos ocorre por um único patógeno, o restante é devido a flora mista aeróbia ou anaeróbia Clostridium em igual proporção. Streptococcus O debridamento cirúrgico é essengrupo A Ampicilina/penicilina+ cial para o sucesso do tratamento. Enterococcus Gentamicina + A rapidez da intervenção cirúrgica Staphylococ- Clindamicina/Metroestá associada à redução da cus coagulase nidazol mortalidade (Curr Opin Infect Dis, negativo OU 20:118–123, 2007). S. aureus Aztreonan + VancoO uso de Imunoglobulina EV não E. coli micina tem aprovação do FDA e permaneEnterobacter Opção para pacientes ce controverso. Pseudomonas alérgicos a Não existe recomendação para o Proteus Beta-lactâmicos uso da terapia hiperbárica, exceto Serratia como terapia adjuvante associada Bacteroides ao debridamento cirúrgico (J Am Coll Surg, Fev, 2009) Mount Sinai J Med, v.68, 2001 NEJM, ago, 2002 41 42 Desbridamento cirúrgico SEMPRE e coleta de cultura 1º Clindamicina + Levofloxacina com ou sem Rifampicina 2º Vancomicina / teicoplanina ou Linezolida se cultura com MRSA) Desbridamento cirúrgico SEMPRE colhendo fragmento ósseo para cultura! 1º Amoxicilina-clavulanato 2º Ertapenem (se uso prévio de antibiótico) 3º - Ampicilina- sulbactam (se cultura com Acinetobacter spp.) 4º Vancomicina ou teicoplanina ou linezolida (se cultura com MRSA) Desbridamento cirúrgico SEMPRE e coleta de cultura 1º Ciprofloxacina + Clindamicina com ou sem Rifampicina S. aureus Streptococcus Enterobactérias B. fragilis Desbridamento cirúrgico SEMPRE colhendo fragmento ósseo para cultura! S. aureus 1º Ciprofloxacina + Streptococcus Clindamicina ou Enterobactérias Metronidazol com ou B. fragilis sem Rifampicina 2º Levofloxacina + Clindamicina com ou sem Rifampicina Infecção com úlcera profunda de partes moles (celulite com > 2 cm) – tratamento por 2 a 3 semanas. Infecção com comprometimento ósseo tratamento por 4-6 semanas. - Cefalotina + Gentamicina ou S. aureus Clindamicina Streptococcus - Oxacilina (A, B, C, G) Associar ciprofloxacina - Levofloxacina Bacilos se maior gravidade gram-negativos - Vancomicina / teicoplanina (se cultura com MRSA) Tratamento (2“ escolha) Infecção superficial – celulite (< 2 cm) ou úlcera rasa – tratamento por 2 semanas. Tratamento (1“ escolha) Agente Etiológico Diagnóstico 5 pÉ diAbÉtico Em cirurgias ortopédicas sépticas a obtenção de secreção para cultura é clinicamente importante. Apresenta sensibilidade de 81% com especificidade de 96%. Um valor preditivo positivo de 87% e negativo de 94% (Clin Infect Dis, v.34, 2002). Clin Radiol, v.59, 2004. Clin Infect Dis, v.38, 2004. Am J Surg, v.186, 2003. Brit J Dermatol, v.148, 2003. NEJM, v.348, 2003. Lancet, v.361, 2003. Clin Infect Dis, v.34, 2002. Arq Bras Endocrinol Metab, v.46, 2002. Diab Care, v.22, 1999. Clin Infect Dis, v.25, 1997. NEJM, v.331, 1994. (World J Diab v. 2, 2011; Int J Infect Dis, v. 5, 2011). Notas Sem sinais de infecção: Amoxicilina/clavulanato Com sinais de infecção: Ampicilina/sulbactam ou Piperacilina/tazobactam. Alergia a penicilina: Clindamicina + Fluoroquinolona S. viridans S. epidermidis Corynebacterium S. aureus Eikinella Bacteróides Peptostreptococus Amoxicilina/ Spirillum minus, Leptospira spp. clavulanato Streptobacillus moniliformis Cão Humano Rato Doxicilina (Rev Med Suisse, v.4, 2008); A limpeza mecânica, debridamento são mais importantes que a prescrição de antibióticos especialmente se antes de 3 horas após o ferimento e se não envolver extremidades (Curr Infect Dis Rep, v.311, 2009); A infecção não é freqüente e tratar Clindamicina + Fluoroapenas quando houver grande risco para quinolona Clindamicio paciente ou se lesão grave. Pasteurella na + Sulfametoxazolmultocida é sensível a fluoroquinolonas in -trimetroprin vitro (Vet Microbiol, v.144, 2010); Amoxicilina/ clavulanato Pasteurella multocida S. aureus Bacteróides spp. Fusobacterium Capnocytophaga Gato A maioria (80%) das lesões tornam-se infectadas e a infecção desenvolve-se rapidamente (Mem Inst Oswaldo Cruz, v.105, 2010; J Am Board Fam Med, v. 23, 2010; Cad Saúde Pública, v. 25, 2009); Cefuroxima-axetil Doxicilina Amoxicilina/ clavulanato Pasteurella multocida S. aureus Notas 2a escolha 1a escolha Microrganismo Animal • A dose de antimicrobianos é a padronizada para a faixa etária. O uso endovenoso nos casos graves é mandatório. O tempo de tratamento é de acordo com a evolução da lesão (sem complicações por 10 a 14 dias, com tenosinovite por 3 semanas, com artrite por 4 semanas e com osteomielite por 6 semanas. • Considerar sempre profilaxia para raiva e tétano conforme indicado pelo Ministério da Saúde do Brasil (PLos Negl Trop Dis, v.30, 2010); 6 MordedUrAs trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos 43 44 Definição: 3 ou mais cistites sintomáticas em um período de 12 meses. Antibioticoprofilaxia está recomenda com dose diária reduzida de SMT+TMP, por 6 meses iniciada após tratamento e cultura negativa (Prim Care Clin Office Pract, v.37, 2010) Am Fam Phys, mar, 1999; NEJM, out, 1993; Curr Infect Dis Report, v.1, 1999 Tempo de tratamento recomendado: 7 dias. Fatores de risco: parceira sexual colonizada por uropatógenos, coito anal passivo, ausência de circuncisão. A presença de prostatite deve ser analisada cuidadosamente, já que o tempo de tratamento varia de 6 a 12 semanas na presença de prostatite. Homens jovens com pielonefrite também ser investigados. A urocultura está recomendada para todos os homens (Prim Care Clin Office Pract, v.37, 2010) Sulfametoxazol-trimetroprim Norfloxacina / Ciprofloxacina Levofloxacina Moxifloxacina Nitrofurantoína Sulfametoxazol-trimetroprim. Norfloxacina / Ciprofloxacina / Levofloxacina Gentamicina Norfloxacina / Ciprofloxacina / Levofloxacina Os mesmos que na cistite aguda não complicada Os mesmos que na cistite aguda não complicada Os mesmos que na cistite aguda não complicada Cistite aguda não complicada Cistite recorrente em mulher jovem Cistite aguda em homem jovem Pielonefrite aguda não complicada No uso da via oral exclusivamente, o tempo de tratamento recomendado é de 10 a 14 dias. Se houver náuseas, vômitos ou sepse a via endovenoso está indicada, até um período de 24 a 48 horas afebril. Complete 14 dias de tratamento. Am Fam Phys. Mar, 1999; NEJM, out, 1993. O tratamento por 3 dias tem a melhor relação custo-benefício. A taxa de cura é semelhante entre sulfamídicos e quinolonas (95%). A nitrofurantoína deve ser utilizada por 7 dias. Na presença de diabetes mellitus, diafragma, ITU pregressa recente, idade >65 anos, sintomas por mais de 7 dias, considere tratamento por 7 dias. Nem sempre é necessário solicitar culturas para os casos simples, devido a alta susceptibilidade aos antimicrobianos disponíveis nesta síndrome. Intern J Antim Agents, v.22, 2003; Arch Intern Med, v.162, 2002; Am Fam Phys, mar, 1999; NEJM, out, 1993; Ann Intern Med, v.135, 2001. Can Fam Phys, mai 2006. Infect Dis Clin N Am, v.23, 2009. Sulfametoxazol-trimetroprim Norfloxacina / Ciprofloxacina Levofloxacina Moxifloxacina Nitrofurantoína Escherichia coli Staphylococcus saprophyticus Proteus mirabilis Klebsiella pneumoniae Notas Tratamento Agentes Categoria 7 infecções UrinÁriAs Corresponde a 10-25% das ITU hospitalares (Curr Infect Dis Report, v.1, 2000); Tratar somente se houver sintomas. Retirar ou trocar a sonda vesical de demora. Candidas naturalmente resistentes ao fluconazol: C. glabrata e C. kruseii Candida spp. Fluconazol Anfotericina B Tempo de tratamento recomendado: 3 a 7 dias. Am Fam Phys, mar, 1999. Candidúria sintomática Bacteriúria assintomática em gestante Ocorre em 40% dos idosos nas casas de repouso americanas. Poucos desenvolvem infecção sintomática, o que não justifica a coleta de culturas de rotina, uso de profilaxia ou do tratamento. Apenas gestantes e pacientes que farão procedimentos urológicos beneficiam-se do tratamento da bacteriúria assintomática. Intern J Antim Agents, v.22, 2003; Am Fam Phys, mar, 1999; NEJM, out, 1993. Geralmente relacionadas a sonda Foley, em ambiente hospitalar. A terapia empírica deve ser guiada pelo padrão de sensibilidade local para os agentes mais comuns. Os biofilmes são muito comuns e recomenda-se retirada ou troca da sonda vesical. Profilaxia com antimicrobianos não está indicada. Am Fam Phys, mar, 1999; NEJM, out, 1993. Prim Care Clin Office Pract, v.37, 2010. Amoxilina Cefalexina Nitrofurantoína Os mesmos que na cistite aguda não complicada Bacteriúria/ Candidúria assintomáticas (com ou sem cateter vesical) Ciprofloxacina Ceftazidima Cefepime Piperacilina Imipenem / Meropenem / Ertapenem Fluconazol Anfotericina B Não há necessidade de tratamento Os mesmos que na cistite aguda não complicada e complicada. Candida spp. ITU complicada Apresenta fator complicador anatômico, funcional ou metabólico (hiperplasia de próstata, microrganismo multi-resistente, presença de procedimento invasivo). No uso da via oral exclusivamente, o tempo de tratamento recomendado é de 10 a 14 dias. Se houver náuseas, vômitos ou sepse a via endovenoso está indicada, até um período de 24 a 48 horas afebril. Complete 14 dias de tratamento. Se enterococo, não usar cefalosporina de terceira geração Am Fam Phys, mar, 1999; NEJM, out, 1993. E. coli Proteus Serratia ITU associa- Enterobacter da a catéter Enterococcus P. aeruginosa vesical Acinetobacter baumanni Candida spp. Ampicilina + gentamicina ou ampi/sulbactam Ciprofloxacina Ceftriaxona Ceftazidima Cefepime Aztreonan Piperacilina/tazobactam Meropenem Imipenem ou Ertapenem E. coli K. pneumoniae P. mirabilis Enterococcus spp. Pseudomonas aeruginosa trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos 45 46 Amicacina + Metronidazol Ciprofloxacina + Metronidazol Piperacilina-tazobactam Imipenem, Meropenem Ertapenem Tigeciclina Teicoplanina ou Linezolida (se MRSA) + Rifampicina Cefalosporina 3ª ou 4ª geração + metronidazol Oxacilina (MSSA) Vancomicina (MRSA) E. coli, Proteus spp., Klebsiella spp., Candida spp., B. fragilis, Peptostreptococcus spp., Clostridium spp., Menos freqüentes: P. aeruginosa, Enterococcus faecalis Candida spp. S. aureus Peritonite pós-trauma com perfuração de víscera oca Peritonite pós-diálise Colher cultura do líquido. Clindamicina como anaerobicida Aminoglicosídeo (toxicidade e má distribuição tecidual). Toda coleção anormal intra-abdominal deve ser puncionada e drenada e material enviado para cultura. A terapia com antifúngico não deve ser atrasada, pela alta mortalidade associada. Colher cultura antes de iniciar tratamento; clindamicina + ciprofloxacina p/ alérgicos à penicilinas. Levantar a hipótese de profilaxia primária nos pacientes em risco e a secundária para diminuir a reinfecção (~ 40-70% ano) – norfloxacina 400 mg/dia uso contínuo (Ver Soc ând Med Trop, v.6, 2003; Arq Gastroenterol, v. 40, 2003). Clindamicina + Ciprofloxacina ou Piperacilina-tazobactam ou Imipenem ou Meropenem ou Tigeciclina Moxafloxacin Cefalosporina 3ª geração Notas Tratamento (2ª escolha) E.coli S. pneumoniae Menos freqüentes: Klebsiella spp. e anaeróbios Tratamento (1ª escolha) Peritonite bacteriana espontânea Síndrome Agente etiológico clínica 8 infecções intrA-AbdoMinAis E. coli Proteus spp. Cefalosporina 3ª ou Klebsiella spp. 4ª geração + MetroEnterobacter spp. nidazol Streprococcus spp. Entamoeba hystolytica Abscesso hepático Antibiótico profilático: eficácia ainda não comprovada. Associar tratamento cirúrgico assim que paciente estabilizado. Piperacilina-tazobactam ou A drenagem do abscesso é essencial para o Imipenem ou meropenem sucesso do tratamento. Duração 4-6 semanas Ciprofloxacina + metronidazol ou Ertapenem (leve-moderada) ou Imipenem ou Meropenem (graves) ou Piperacilina-tazobactam ou Aztreonan + Metronidazol O TEMPO DE TRATAMENTO RECOMENDADO É DE 4-6 SEMANAS. OSTEOMIELITES CRÔNICAS PODEM LEVAR 4-6 MESES DE ANTIBIOTICOTERAPIA, ASSOCIADA A LIMPEzAS E DEBRIDAMENTOS CIRÚRGICOS SEMPRE COLHER MATERIAL (FRAGMENTO ÓSSEO) PARA MICROBIOLOGIA E ANATOMOPATOLOGIA. 9 osteoMielites e Artrites Cefalosporina 3ª ou 4ª geração + Metronidazol Polimicrobiana (gram negativos, gram positivos, aeróbios e anaeróbios) Pancreatite necro-hemorrágica Abscesso pancreático Ampicilina + GentamiPiperacilina-tazobactam cina + Metronidazol Bacilos gram-negativos Enterococcus spp. Anaeróbios Colangite Colecistite trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos 47 9.1 osteoMielite HeMAtoGÊnicA Diagnóstico Agente etiológico Tratamento (1ª escolha) Tratamento (2ª escolha) Crianças > 5 a S. aureus Streptococcus spp. Oxacilina Cefalotina Clindamicina Vertebral S. aureus Streptococcus spp. P. aeruginosa Candida spp. Vancomicina ou Teicoplanina + Ciprofloxacina Vancomicina ou Teicoplanina + Amicacina ou Aztreonan Vertebral (Idosos, em hemodiálise) Bacilos gram-negativos aeróbios (E. coli) S. aureus S. epidermidis P. aeruginosa M. tuberculosis Fungos causadores de micoses profundas Notas Se suspeita de MRSA – Vancomicina / Teicoplanina Se sensibilidade aceitável associar Rifampicina ao esquema. Oxacilina + Ceftriaxona BMC Infec Dis v. 2, 2002 Oxacilina + Ciprofloxacina ou cefuroxima 9.2 osteoMielite por contiGÜidAde Pé diabético Ver sessão correspondente Diagnóstico Agente etiológico S. aureus Mandíbula, ba- Enterobactérias cia, mastóide, Anaeróbios (raro ouvido B. fragilis) 48 Tratamento (1ª escolha) Tratamento (2ª escolha) Amoxicilina-clavulanato Clindamicina + Ceftriaxona ou Fluoroquinolona ou Metronidazol + Oxacilina + Ceftriaxona trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos 9.3 – osteoMielite por inocUlAção diretA Diagnóstico Agente etiológico Tratamento (1ª escolha) Tratamento (2ª escolha) Pós-cirurgia e trauma polimicrobiano S. aureus Streptococcus spp. Vancomicina ou teicoplanina + Ciprofloxacina Vancomicina ou teicoplanina + Ceftazidima ou Aztreonan Tigeciclina (se sensível) Pós-ferimento penetrante puntiforme em pé P. aeruginosa S. aureus Ceftazidima ou Piperacilina-tazobactam Imipenem Notas Em cirurgias ortopédicas sépticas a obtenção de secreção para cultura é, clinicamente, importante. Apresenta sensibilidade de 81% com especificidade de 96%. Um valor preditivo positivo de 87% e negativo de 94% (Clin Infect Dis, v.34, 2002). 9.4 Artrites Diagnóstico Agente etiológico Tratamento (1ª escolha) Oxacilina + S. aureus Artrite Piogênica não S. pneumoniae Ceftriaxona ou ceftazidima H. influenzae gonocócica P. aeruginosa Serratia spp. Diagnóstico Agente etiológico Artrite Gonocócica N. gonorrhoeae Infecção em Prótese Articular S. epidermidis S. aureus Eenterobactérias Tratamento (2ª escolha) Notas Cefepime ou Uma alternativa para Oxacilina é a Cefalotina. Aztreonan + Oxacilina ou Ciprofloxacina + Oxacilina ou Imipenem Tratamento (1ª escolha) Tratamento (2ª escolha) Ceftriaxona + Oxacilina Penicilina cristalina Ampicilina + Oxacilina + Oxacilina Penicilina Cristalina + Ceftriaxona Vancomicina ou Teicoplanina + Ceftriaxona ou Ceftazidima Vancomicina ou Teicoplanina + Aztreonam ou Cefepime 49 10 MeninGites *O uso da dexametasona tem sido recomendado nas diversas meningites, está associada a tendência de redução de mortalidade, redução de perda auditiva e redução de seqüelas neurológicas (Cochrane Database of Systematic Reviews 2010, Issue 9). A dose recomenda tem sido de 4mg EV 6/6 h por 4 dias e deve ser iniciada em média 30 minutos antes da primeira dose de antibiótico. *Meningite bacteriana é uma emergência médica, e o prognóstico parece estar associado à rapidez do início da terapia antimicrobiana (Lancet, mar, 2007) Circunstância Clínica Adulto sem co-morbidade Microrganismo Pneumococo Meningococo Tratamento Cefotaxima 2 g EV 4/4 h Ceftriaxona 2 g EV 12/12 h Por 7 a 14 dias Notas A penicilina pode estar indicada se houver confirmação em cultura (meningococo), com teste de sensibilidade (pneumococo). Se a penicilina for utilizada, recomenda-se descolonização com rifampicina na alta hospitalar. Vancomicina não está indicada em nossa região. Clin Microbiol Rev, Jul 2010 O meropenem está indicado se houver comprovação microbiológica de microrganismo multirresistente. A terapia empírica inicial deve ser orientada pelo perfil de sensibilidade local para as meningites nosocomiais. Se possível, vancocinemia (concentração ideal no vale > 15 mcg/mL) Trauma crânio-encefálico penetrante, neurocirurgia, dispositivo de derivação liquórica S. aureus Estafilococo coagulase negativo Pseudomonas aeruginosa Acinetobacter baumannii Vancomicina 500 mg EV 6/6 h + Ceftazidima 2 g EV 8/8 h ou Cefepime 2 g EV 8/8 h Por 10 a 14 dias Idoso, alcoolismo ou imunossupressão Considerar Listeria monocytogenes Bacilo gram-negativo Ampicilina 2 g EV Para Listeria considere maior 4/4 h +Cefotaxima 2g de tratamento, até EV 4/4 h ou Ceftriaxona tempo 21 dias 2 g EV 12/12 h Fístula liquórica Pneumococo Cefotaxima 2g EV 4/4h ou Ceftriaxona 2 g EV 12/12 h por 7 a 14 dias 50 trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos 11 infecção relAcionAdA A cAteter venoso centrAl (cvc) 11.1 PACIENTE COM CVC E FEBRE SEM OUTRA CAUSA Paciente com CVC (I. cath/flebo/PICC) e febre sem outra causa Colher HMC (2 pares, 15 a 20 minutos intervalo), sangue periférico 20ml em cada frasco Remover CVC com assepsia Encaminhar a ponta para cultivo em tubo seco estéril Doença pouco ou não grave (sem hipotensão ou falência de orgão) Inserir outro CVC por outra punção ou troca com fio guia se não houver sinais de infecção local Doença grave (hipotensão, hipoperfusão, falência de orgão) Considerar ATM Iniciar ATM ATM: considerar ou iniciar HMC (–) e CVC não cultivado HMC (–) e Ponta CVC (-) HMC (-) e Ponta CVC > 15 ufc HMC (+) e Ponta CVC > 15 ufc Febre mantida, sem outro foco: remover e cultivar CVC Investigar outros focos Colonização do CVC Monitorar: Valvulopatas Neutropênicos S. aureus, Candida spp.. Repetir HMC s/n Tratar bacteremia relacionada a CVC* 51 11.2 bActereMiA relAcionAdA A cvc Bacteremia Relacionada a CVC (curta permanência) Complicada Não complicada Trombo séptico, Endocardite, Osteomielite, etc ECN (S. epidermidis) S. aureus Bacilos gram (-) Candida spp. Remover CVC Tratar com ATM ev 4-6 sem; Se osteomielite: 6 -8 sem Excluir contaminação Remover CVC e tratar com ATM iv 5-7 dias Se manter CVC: ATM ev + selo ATM 10-14 dias Remover CVC Tratar com ATM iv 7 dias Se eco trans esof +: ATM iv 4-6 sem Remover CVC Tratar com ATM iv 7 dias (paciente afebril) Remover CVC Tratar com antifúngico iv por 7 dias (paciente afebril) 11.3 bActereMiA relAcionAdA A cAteteres iMplAntAdos Paciente com Bacteremia Relacionada a CVC implantados (Port) Complicada Infecção do túnel ou bolsa Não complicada* Trombose séptica, Endocardite, Osteomielite, etc Remover CVC e tratar com ATM iv por 10-14 dias * Ver fluxograma página 53. 52 Remover CVC Tratar com ATM iv por 4-6 sem ou 6-8 sem se osteomielite trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos Não complicada* ECN S. aureus Bacilos gram (-) Candida spp.. Excluir contaminação Manter CVC e tratar com ATM iv 7 dias + selo de ATM no CVC Remover se piora clínica, bacteremia persistente ou recidiva Remover CVC, tratar com ATM iv 14 dias se eco transesof (-) Tentar salvar se eco (-): 14 dias ATM + selo Remover se piora clínica, bacteremia persistente ou recidiva Remover CVC, tratar com ATM iv 7 dias (af) Pode tentar salvar CVC com ATM iv + selo de ATM por 14 dias Sem resposta: remover, tratar com ATM iv 7 dias (afebril) Remover CVC Tratar com antifúngicos iv por 7 dias (afebril) Fonte: HCFMUSP. Guia de utilização de anti-infecciosos e recomendações para a prevenção de infecções hospitalares. 2009-2011 11.4 protocolo de trAtAMento de bActereMiA por S. AUREUS Bacteremia por S. aureus: Iniciar daptomicina 6mg/kg iv 1x/d Isolado Estafilococos sensível à oxacilina Isolado Estafilococo resistente à oxacilina Oxacilina 2g iv 4/4h Avaliar MIC de vancomicina MIC vancomicina > 1 e/ou função renal alterada Manter daptomicina 6mg/kg iv 1x/d MIC vancomicina ≤ 1 e função renal normal Vancomicina 15mg/kg iv 12/12h . Se possível dosar vancocinemia após 4ª dose, no vale Fonte: Infecção Comunitária em Adultos, Antibióticos e Antifúngicos – Unimed/Curitiba, 2010 53 54 S.aureus S.aureus Hordéolo externo Hordéolo interno *ver ceratite Adenovirus Não tratar. Se sintomático: lágrima artificial gelada Herpes simples tipo 1,2 - neonato 2º-16º dia Altamente contagiosa. Se dor/fotofobia em adulto, pesquisar ceratite (raro) Tratar mãe e parceiro sexual Eritromicina 12,5mg/kg/d, 6/6h, 14d ou azitromicina 20mg/kg, 1x/d, 3d - Viral (geralmente unilateral Chlamydia trachomatis - neonato 3º-10º dia Tratar mãe e parceiro; tratar Chlamydia trachomatis no RN Ceftriaxone 25-50mg/kg, iv, 1 dose AgNO3 1% 1x ou pomada de eritromicina 0,5% 1x ou de tetraciclina 1% 1x N. gonorrhoeae - neonato 2º-4º dia Profilaxia usual: pomada de eritromicina E- Drena espontâneo I- Raro drenar espontâneo E- Compressa quente I- Compressa quente +cefalexina, dicloxacilina (MSSA), Bactrim(CA-MRSA), linezoliza (HÁ-MRSA) Não tratar Se associado c/ rosácea: doxiciclina 100mg 2x/d por 14 dias NOTAS Cuidados locais, compressas, lágrima artificial ESQUEMAS SUGERIDOS - profilaxia neonatal Química (AgNO3) - neonato 1º dia CONJUNTIVITES Não esclarecida; S. aureus, S. epidermides, seborréia, rosácea, olho seco Blefarite SÍTIO DE INFECÇÃO ETIOLOGIA COMUM 12 infecções eM oftAlMoloGiA Chlamydia trachomatis N. gonorrhoeae - Tracoma - Conjuntivite supurativa gonocócica Colírio de cefazolina (50mg/ml) + genta ou tobra (14mg/ml) ou vancomicina (50mg/ml) + ceftazidima (50mg/ml) ou cipro 0,3% a cada 15´- 60´, por 24 - 72h, reduzir lento S. aureus, S epidermidis, S pneumoniae, S piogenes, Enterobactérias, Listeria - bacteriana - ollho seco, DM, imunodeprimido Terapia específica pelo resultado da cultura/antibiograma. Colírio de tobra ou genta (14mg/ml)+ pi- Dor, fotofobia, embaçamento visual; peracilina ou cipro 0,3% ou levo 0,5%, a colher swab p/ cultura e antibiograma cada 15´ - 60´, por 24 a 72h, reduzir lento Fanciclovir (Penvir) 500mg, 3x/d por 10 dias ou valaciclovir (Valtrex) 1g vo 3x/d, por 10 dias ou Aciclovir (zovirax) 800mg vo 5x/d por 10 dias H. Zoster Aciclovir 400 mg 2x/d diminui recorrência Pseudomonas aeruginosa Vidarabina tópica 5x/d 21d Herpes simples 1,2 Tópico: levofloxacin ou moxafloxacin 0,5% 2 gt 2/2h por 2d e 4-8h 7d; polimixinaB+ sulfa/ trim 2gt 3-6h 7-10d; azitromicina 1% 1gt 2x/d 2d e 1gt/d 5d Frequentemente auto-limitada; preferir colírios p/ adultos e pomadas p/ crianças. AMG pode causar mancha na córnea Início na infância, pode persistir anos, com lesão córnea. Evitar tetra e doxi em crianças. Tto tópico pode ser benéfico Azitromicina 20mg/kg dose única ou doxiciclina 100mg 2x/d,14d ou tetraciclina 250mg, 4x/d, 14d Ceftriaxone 25-50 mg/kg/d im ou ev, dose única. Adulto: 1g im ou iv Doença oculogenital. Tratar parceiro sexual Doxiciclina 100mg 2x/d por 1 a 3 sem ou eritromicina 250mg 4x/d por 1 a 3 sem - bacteriana- lente de contato - viral CERATITES - Conjuntivite supurati- S. aureus; S. pneumoniae; va não gonocócia, não H. influenzae clamídia Chlamydia trachomatis - Inclusão -adulto (unilateral) trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos 55 56 Acanthamoeba, Hartmanella Mycobacterium chelonae - protozoário - lente de contato uso "over night" Mycobacteria pos lasik S. pneumoniae, S. aureus, Em geral é consequência de obstrução H. influenzae, S. pyogenes, do canal lacrimal. Tto baseado no gram do aspirado P. aeruginosa - Dacriocistite Remoção dos grânulos e irrigar com penicilina G 100.000ug/ml ou nistatina 5ug/ml (se fungo) Colirio de moxaflox 1gt 4x/d Colírio de clorexidina 0,02% de 1/1h por 1 semana; reduzir lento Actinomyces é o + comum. Raro: Arachinia, Fusobacterium, Nocardia, Candida spp. Vancomicina 1mg + amicacina 0,4mg ou ceftazidima 2mg (0,1ml de solução de 20mg/ml) em 0,1 ml cada, intravitreo. Repetir após vários dias. Associar ev se infecção extra-globo Remoção da lente. Vanco intra-ocular Intra-vítreo, tópico e sistêmico (amoxi/ clav, ampi/sulb, cef 2ªg) Aspirar humor vítreo e aquoso S. aureus, S epidermidis, Pseudomonas spp. Propionibacterium acnes, S. epidermidis, S. aureus Streptococcus spp. H influenzae - bacteriana, pós cirurgia de catarata, aguda (*) - gradual, crônica - pós tto glaucoma ENDOFTALMITE NOTAS Cultura antes de iniciar atb, intra-vítreo. Avaliação imediata. S. aureus ou P. aeruginosa podem destruir olho em 24h. Tto agressivo; vitrectomia precoce e atb intra-vítreo. Possível risco de infarto macular pela amicacina. Avaliação oftalmológica. Pode ser agudo ou crônico Pressão digital drena exsudato; fazer gram; calor local Raro. Fator de risco: trauma e usuários de lente de contato "over night" rsico em 10 a 15x Colírio de Natamicina 5% ou anfotericina Não realizar tratamento empírico. AguarB (0,05%-0,15%), a cada 3 - 4h; reduzir dar cultura (semear em meio Sabouraud) lento ESQUEMAS SUGERIDOS - Canaliculite CANAL LACRIMAL Aspergillus, Fusarium, Candida spp. - fúngica SÍTIO DE INFECÇÃO ETIOLOGIA COMUM S. pneumoniae, N. meningitidis, S aureus - via hematogênica Celulite orbitária S. pneumoniae, H. influenzae, Moraxella catarralis, S. aureus, Streptococos grupo A, anaeróbios, bacilos gram negativos pós-trauma Citomegalovírus - HIV+ (CD4 < 100) CELULITE Varicela zoster, herpes simples - necrose aguda de retina RETINITE Se mucormicose: anfotericina B 0,8 1,5mg/kg/d ev Ocorre em 5 - 10% dos pacientes c/ AIDS Ganciclovir 5mg/kg ev 12/12h por 14 - 21 dias Cefuroxima 1,5g ev 8/8h ou cefoxitina 2g ev 8/8h ou amp/sulb 1,5g ev 6/6h) ou cefotaxima 2g ev 4/4h ou ceftriaxone 2g ev 1x/d Forte associação de virus varicela-zoster com retinopatia herpética necrotizante atípica Aciclovir 10-12mg/kg ev 8/8h por 5 a 7 dias, depois 800mg vo 5x/d por 6 semanas Se moderada/grave: vitrectomia + anfo B Anfotericina B (0,005- 0,010 mg em 0,1 sistêmica e intra-vítreo. Fatores de risco: uso de atb largo espectro, corticóide, ml) intravítreo + sistêmico cateteres venosos - micótica Candida spp., Aspergilus Intra-vítreo + sistêmico (clindamicina ou vancomicina) Atb intra-vítreo logo após cirurgia. Pedir cultura cereus, Candida - usuário de heroína ev Bacillus spp. Cefotaxima 2g 4/4h ou ceftriaxone 2g/d + vancomicina 1g 12/12 ev Intra-vítreo ( *) + sistêmico: clindamicina Bacillus spp., S. epidermidis 600mg 6/6h ou vancomicina 500mg 6/6h. Atb tópico pós cirurgia - pós trauma penetrante trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos 57 13 GrAnde QUeiMAdo Critérios para terapêutica empírica sistêmica. Iniciar antimicrobiano sistêmico se observarem dois dos critérios abaixo: 1- Leucopenia < 2500/mm 2- Aprofundamento do grau da queimadura (exceto em queimadura elétrica) ou febre (> 38,5ºC) ou hipotermia (< 36ºC) 3- Instabilidade hemodinâmica após correção hidroeletrolítica 4- Celulite 5- Confusão mental sem outra causa ou hiperglicemia (> 150mg/dl sem diabetes) Na internação, colher culturas da lesão e nasofaringe (pesquisa de Streptococcus do grupo A) Lesão sem sinais de infecção Lesão com sinais de infecção: Celulite ou aprofundamento do grau de queimadura ou febre ou hipotermia ou instabilidade hemodinâmica ou leucopenia Colher swabs da ferida Colher hemocultura e ver critérios para terapêutica empírica* Se cultura +, considerar colonização e observar Culturas negativas: rediscutir tratamento Culturas positivas: antibioticoterapia direcionada Terapia empírica no grande queimado com sinais de infecção Tabela 1 Até 72 horas de internação 1ª escolha Oxacilina+ ciprofloxacin 2ª escolha Comentários Ampicilina-sulbactam Observar por 48-72 horas. Se piora importante antes ou ausência de melhora, seguir tabela 2 Tabela 2 Após 72 horas de internação ou uso prévio de antimicrobianos 1ª escolha 2ª escolha Vancomicina + ciprofloxacin tigeciclina Reavaliar após 48horas: se ausência de melhora ou piora importante antes, trocar ciprofloxacin por imipenem ou piperacilina-tazobactam, aguardar culturas. Sem melhora em 48 horas, associar antifúngico empírico (anfotericina B ou fluconazol). Colher culturas de lesão, sangue, urina, traqueal. 58 trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos 14 neUtropeniA febril É definida como a presença de Febre (Tº axilar > 38,3º C em uma medição ou > 37,8º C mantida por uma hora e neutropenia (granulócitos < 500/mm3 ou entre 500 e 1000/ mm3 com tendência a queda). A terapia deve ser imediata, iniciada empiricamente, de amplo espectro, com culturas colhidas previamente. Conhecer o padrão de sensibilidade e epidemiologia local. Classificação quanto ao risco de infecção: Febre (≥ 38,3º C) e neutropenia (≤ 500/mm3) BAIXO RISCO Neutropenia há menos de 7 dias e clinicamente estável e sem comorbidades Paciente não internado: Atb oral se tolerar e absorver Disponibilidade de cuidador e transporte. Decisão médica e do paciente ALTO RISCO Neutropenia há mais de 7 dias ou clinicamente instável ou presença de comorbidades Paciente internado: Infecção presente com atb iv Intolerância TGI Decisão médica e do paciente Ciprofloxacin vo + amoxacilina/clavulanato Observar 4-24h a tolerância dos atb e se paciente se mantem estável Se boa resposta e critério para alta Observar 4-24h a tolerância dos atb e se paciente se mantem estável Paciente internado: Infecção presente com atb iv Intolerância TGI Decisão médica e do paciente Ajuste atb baseado em dados clínicos, RX e culturas. Exemplo: Vancomicina ou linezolida se celulite ou PN Adicionar aminoglicosídeo e trocar para carbapenem se PN ou bacteremia por Gram negativo Metronidazol se sintomas abdominais ou suspeita de C.difficile 59 15 AntibioticoprofilAxiA cirÚrGicA no AdUlto A profilaxia antimicrobiana em cirurgia é um instrumento importante na prevenção da infecção da ferida operatória. No entanto sua ação é limitada, razão pela qual não substitui as demais medidas de prevenção. Adicionalmente, a profilaxia cirúrgica está diretamente ligada ao desenvolvimento de flora resistente, razão pela qual seu uso deve ser racional e justificado tecnicamente. Princípios básicos da profilaxia: A eficácia da profilaxia depende diretamente do modo de sua administração: o momento de início, a repetição intra-operatória e a sua duração. ● Início da profilaxia: na indução anestésica ou 1 hora antes da 1ª incisão cirúrgica, momento em que há exposição aos microorganismos, o que garante o pico da concentração do antimicrobiano no momento em que há exposição dos tecidos. ● A dose do antimicrobiano a ser utilizada é a habitual, independente da função renal. Na grande maioria das cirurgias apenas uma dose na indução é suficiente, visto que fornece cobertura para 3h, no caso da cefazolina, 2h se cefalotina. Repiques devem ser feitos a cada 2 a 2,5 vezes a meia vida da droga. Fazer repiques a cada 2h (cefalotina), 3h (cefazolina) ou se perda sanguínea superior a 1000mL em adulto. ● Duração da profilaxia: Após o encerramento da cirurgia, a contaminação do sítio operatório é rara, embora não impossível. Portanto, doses adicionais de antimicrobianos não seriam indicadas. Algumas exceções são dignas de nota: • Cirurgias onde baixos inóculos bacterianos são suficientes para o desenvolvimento de Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC), merecem administração de antimicrobianos por um período total de 24-48 horas. É o caso do implante de próteses de grande porte. • Cirurgias onde estudos clínicos ainda não respaldam a administração por tempo curto, como por exemplo, cirurgia cardíaca e a cirurgia de cólon, profilaxia por 24 horas pode estar indicado. • Em cirurgias arteriais de membros inferiores a literatura ainda não mostra segurança quanto à segurança da profilaxia restrita ao intra-operatório, prolongando por 24 horas. 60 trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos • Duração prolongada não é recomendada quando o paciente persiste com drenos, sonda vesical, cateter venoso ou cânula orotraqueal, uma vez que a profilaxia não é eficaz nesta situação. ● Escolha do antimicrobiano: • O antibiótico deve ter apresentação parenteral, possuir mínima toxicidade e custo, ser fraco indutor de resistência e ter farmacocinética adequada, além de possuir atividade contra a maior parte dos patógenos causadores de ISC na instituição. • Não esquecer um critério fundamental: a partir do momento que estamos expondo uma grande quantidade de pacientes a um antimicrobiano específico, é possível o desenvolvimento de resistência a este antibiótico na instituição; portanto, o antimicrobiano escolhido não deve ser aquele mesmo indicado para o tratamento de infecções nosocomiais graves. • As cefalosporinas são os antimicrobianos com o perfil mais próximo do descrito. A cefazolina, a cefuroxima são os antimicrobianos mais estudados. • Para as demais situações, análise de custo-benefício é recomendada. Embora muito utilizada em nosso meio, fora do Brasil a cefalotina quase não é usada em profilaxia. A principal razão são suas características farmacológicas, que exigem repetição a cada duas horas no intra-operatório. • O sulfametoxazol-trimetoprim (SMX-TMP), a clindamicina isoladamente, os aminoglicosídeos associados à clindamicina ou ao metronidazol são alternativas. • A vancomicina deve ser restrita para situações excepcionais. Embora possuam eficácia, as quinolonas, cefalosporinas de terceira e quarta geração e os carbapenêmicos não são superiores aos esquemas propostos, e devido ao potencial desenvolvimento de resistência e também devido aos custos não devem ser utilizados para esta finalidade. ● Critérios de indicação da profilaxia: • O risco de desenvolvimento de ISC é alto, como nas cirurgias de cólon; • O risco de desenvolvimento de ISC é baixo, mas se a infecção ocorre, suas conseqüências são potencialmente desastrosas. É o caso de implante de próteses e cirurgia cardíaca; • Embora o risco de ISC seja baixo, o paciente tem uma grande propensão à infecção. Os critérios para se determinar a propensão não estão bem definidos, embora possam ser citados o diabetes descompensado, a desnutrição ou a obesidade mórbida. Além da antibióticoprofilaxia adequada, na prevenção de infecção de sítio cirúrgico são fundamentais: • Não remover pelos, s/n tricotomia até 2 horas antes do início da cirurgia • Controle glicêmico no Peri-operatório • Manter normotermia no intra-operatório. 61 Recomendações para as mais diversas situações cirúrgicas 15.1 BUCO-MAXILO-FACIAL CIRURGIA ANTIBIÓTICO 1ª escolha ANTIBIÓTICO 2º escolha Pequenas cirurgias bucais (exodontias, biópsias, etc) DURAÇÃO Sem indicação Cirurgias complexas (osteotomia, dentes inclusos) Amoxacilina 1-2g vo Cefazolina Clindamicina Intra-operatório Fraturas fechadas sem uso de fios, placas e parafusos Sem indicação Implantes dentários Fixação de fratura fechada Amoxacilina Cefazolina Intra-operatório Cefazolina Cefalotina Intra-operatório Fixação fraturas expostas Cefazolina Clindamicina ou ampicilina-sulbactam 24 horas Enxertos ósseos Cefazolina Clindamicina ou ampicilina-sulbactam 24 horas 15.2 TRAUMA De preferência iniciar o antibiótico na sala de emergência. Lembrar da profilaxia para o tétano. CIRURGIA ANTIBIÓTICO 1ª escolha ANTIBIÓTICO 2º escolha DURAÇÃO Fratura com exposição para o interior da boca Clindamicina Ampicilina-sulbactam 24 horas Oxacilina 24 horas Oxacilina 7 dias Cloranfenicol + Gentamicina 7-14 dias Fratura exposta tipo I: Cefazolina ou Menos de 6 horas: Cefalotina Mais de 6 horas: Cefalotina Fratura exposta tipo II Clindamicina + e III: (TRATAMENTO) Gentamicina 62 trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos ANTIBIÓTICO 1ª escolha CIRURGIA ANTIBIÓTICO 2º escolha DURAÇÃO Trauma abdominal Clindamicina + Gentamicina Ampicilina + Gentamicina + Metronidazol 48 horas Se houver contaminação de cavidade com fezes recomenda-se a lavagem da cavidade, mais eficaz do que antibioticoterapia Após a última dose, avaliar a necessidade de tratamento Trauma torácico que necessita de drenagem torácica Cefazolina Cefalotina Intra-operatório 15.3 CIRURGIA NEUROLÓGICA CIRURGIA ANTIBIÓTICO 1ª escolha ANTIBIÓTICO 2º escolha DURAÇÃO Craniotomia sem prótese Cefuroxima ou cefazolina Vancomicina (se suspeita de MRSA) Intra-operatório Craniotomia com prótese Cefuroxima ou cefazolina Vancomicina (se suspeita de MRSA) 24 horas Cirurgia com acesso trans-esfenoidal Clindamicina Intra-operatório Fístula liquórica e pneumo- Eficácia encéfalo pós trauma na estabelecida Derivação ventrículo-peritoneal Cefuroxima Sulfametoxazol + trimetoprim 24 horas Hérnia discal e laminectomia Cefazolina Cefuroxima Intra-operatório Cirurgia de coluna com fixação instrumental Cefazolina Cefuroxima 24 horas 15.4 CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO (INCLUI OTORRINOLARINGOLOGIA) PROFILAXIA apenas para pacientes não infectados CIRURGIA ANTIBIÓTICO 1ª escolha Amigdalectomia, adenoidectomia Sem indicação Estapedotomia Cefazolina ANTIBIÓTICO 2º escolha DURAÇÃO Cefalotina 24 horas 63 Timpanoplastia Cefazolina Cefalotina Intra-operatório Rinosseptoplastia Cefazolina Cefalotina Intra-operatório Mastoidectomia Ampicilina-sulbactam cloranfenicol Intra-operatório Cirurgia endoscópica (sinusite Ampicilina-sulbactam crônica, polipose, tumores) cloranfenicol Intra-operatório Cirurga estética facial ritidoplastia, blefaroplastia, frontoplastia, otoplastia Cefazolina Cefalotina Intra-operatório Microcirurgias de laringe (pólipos, cistos e nódulos) Sem indicação Tireoidectomia Sem indicação Cirurgia que atravessa mucosa orofaríngea Cefazolina Cloranfenicol Intra-operatório 15.5 CIRURGIA CARDÍACA Considerar banhos prévios com clorexidina e descolonização nasal com mupirocina, 7 dias antes da cirurgia, se colonizado por S. aureus. CIRURGIA ANTIBIÓTICO 1ª escolha ANTIBIÓTICO 2º escolha DURAÇÃO Prótese valvar Cefazolina Cefuroxima Vancomicina (se MRSA) 24-48 horas Revascularização do miocárdio Cefazolina Cefuroxima Vancomicina (se MRSA) 24-48 horas Implante de marcapasso Cefazolina Cefalotina Intra-operatório Cateterismos Sem indicação Transplante cardíaco Cefazolina Cefuroxima 48 horas 64 trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos 15.6 CIRURGIA TORÁCICA CIRURGIA ANTIBIÓTICO 1ª escolha Toracotomia, pneumecto- Cefazolina mia, cirurgia do mediastino Toracoscopia, mediastinoscopia ANTIBIÓTICO 2º escolha DURAÇÃO Vancomicina (se suspeita de MRSA) cefuroxima 24 horas Cefalotina Intra-operatório Cefuroxima 48 horas Sem indicação Drenagens (não empiema/ Sem indicação não hemotórax, biópsias Hemotórax Cefazolina Empiema Tratamento conforme cultura Transplante pulmonar Cefazolina 15.7 CIRURGIA ORTOPÉDICA Ao usar torniquete, administrar antibiótico antes da insuflação. CIRURGIA ANTIBIÓTICO 1ª escolha ANTIBIÓTICO 2º escolha Fixação de fraturas fechadas, fratura de quadril com pinos Cefazolina Cefalotina Clindamicina Intra-operatório Vancomicina (se MRSA*) Cefazolina Cefalotina Cefuroxima 24 horas Vancomicina (se MRSA*) Artroplastias Cirurgias com próteses Artroscopia DURAÇÃO Sem-indicação Revisão de artroplastia vancomicina Vancomicina + ceftazidima (se risco para gram negativo) Manter até 5 dias, até resultado da cultura do sítio cirúrgico. Se cultura negativa ou intraoperatório sem nenhuma evidência de infecção, suspender antibioticoterapia NEJM, v. 350, 2004 Amputação de membro sem infecção cefazolina cefalotina Intra-operatório Amputação de membro com infecção ou gangrena Tratar de acordo com cultura, flora polimicrobiana Obs: colher e checar urocultura no pré-operatório *MRSA: Estafilococo auresu resistente a oxacilina. 65 66 Opcional Cefazolina ANTIBIÓTICO 1ª escolha Gentamicina + Clindamicina ou Metronidazol Sem indicação Cefazolina Cefazolina Sem indicação Esôfago Gastro-duodenal Baixo risco Gastro-duodenal Alto risco (hipocloridria, uso de bloqueador H2, > 70 anos, obesidade mórbida, estenose pilórica, sangramento, obstrução, DM descompensado) Gastrostomia percutânea endocópica Trato biliar Baixo risco Herniorrafia – Alto risco (hérnia volumosa, idade > 65 anos, obesidade, diabetes, desnutrição, Cefazolina duração prevista > 2h, uso crônico de corticóide, neoplasia, uso de tela, hérnia recidivada) Herniorrafia Baixo risco (sem fatores de risco) CIRURGIA 15.8 CIRURGIA GASTROINTESTINAL Cefalotina Ampicilina-sulbactam Gentamicina + Clindamicina ou Ampicilina-sulbactam ou Cefoxitina Clindamicina Cefalotina ANTIBIÓTICO 2º escolha Intra-operatório 24 horas Intra-operatório Intra-operatório Intra-operatório DURAÇÃO Sem indicação Cefazolina +metronidazol Cefazolina Cefotaxima + ampicilina Hemorroidectomia fechada Pâncreas (sem pancreatite) Transplante hepático Gentamicina + metronidazol Hemorroidectomia aberta Íleo/Colon Sem preparo Cefalotina 48 horas Intra-operatório Intra-operatório 24 horas Ampicilina-sulbactam ou Cefazolina + metronidazol ou cefoxitina Ampicilina-sulbactam ou cefoxitina Intra-operatório Apendicectomia Intra-operatório. Avaliar intra-operatório: se contaminação de cavidade com fezes; lavagem da cavidade é mais eficaz do que antibioticoterapia): manter por 48 horas. Se peritonite, abscesso ou ruptura, tratar 5-7 dias Intra-operatório Intra-operatório. Se colangite, tratar Ampicilina-sulbactam ou Cefazolina + metronidazol ou cefoxitina Ampicilina-sulbactam ou cefazolina + metronidazol ou clindamicina +gentamicina ou cefoxitina Apicilina + gentamicina + metronidazol Íleo/Cólon Com preparo do cólon na véspera: Neomicina - 1 g + Eritro- Gentamicina micina - 1 g VO às 13, 14, 23 h do dia + metronidazol anterior + Manifol Cefalotina Cefazolina Esplenectomia Cefalotina Cefazolina Trato biliar, com alto risco (> 60 anos, colecistite aguda recente, colangite, cirurgia ou manipulação biliar prévia, coledocolitíase e icterícia) trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos 67 15.9 CIRURGIA UROLÓGICA CIRURGIA ANTIBIÓTICO 1ª escolha ANTIBIÓTICO 2º escolha Biópsia prostática transretal Ciprofloxacina Biópsia prostática transperineal Sem indicação Cistoscopia, orquiectomia, postectomia, varicocele, hidrocele, vasectomia Sem indicação, exceto se alto risco* Prostatectomia (RTU, PTV) Ciprofloxacin Ceftriaxone 48 horas Prostatectomia radical cefazolina Cefalotina 48 horas Nefrolilotripsia percutânea (coraliforme) ciprofloxacin Ceftriaxone 48 horas Ureterolitotripsia ciprofloxacin Ceftriaxone Intra-operatório Estudos urodinâmicos * alto risco Norfloxacin 24 horas Esfincter artificial Ciprofloxacina 48 horas Uretrotomia interna Ciprofloxacin Ceftriaxone 48 horas Uretrotomia aberta Cefazolina Cefalotina Intra-operatório Sling sintético Cefazolina Cefalotina 24 horas DURAÇÃO Intra-operatório Cirurgias com manipulaCirurgias com manipula- Ampicilina + gentami- ção intestinal Ampicilina+gentamicina ção intestinal cina + metronidazol +metronidazol 24 horas Nefrectomia sem infecção/doador Cirurgias por vídeos Cefazolina Cefalotina Intra-operatório Transplante de rim Cefazolina Cefalotina 24 horas Próteses penianas Ciprofloxacina ceftriaxone 48 horas vo Implante de stent (duplo J) Ciprofloxacin Ceftriaxone Intra-operatório 68 trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos * Alto risco: transplantados; granulocitopênico; gravidez; pré-operatório de cirurgias urológicas e colocação de próteses, bexihga neurogênica ** preparo intestinal: preparo mecânico (manitol + descontaminação oral com neomicina e eritromicina vo às 13h, 14h e 23 horas da véspera). # Pacientes assintomáticos, sem piúria, com candidúria ou bacteriúria e de alto risco*: trocar SVD, repetir urocultura. Se persistir com cultura positiva, tratar. Pacientes de baixo risco: não tratar. Baixo risco com piúria: discutir tratamento. 15.10 - CIRURGIA OBSTÉTRICA/GINECOLÓGICA CIRURGIA ANTIBIÓTICO 1ª escolha ANTIBIÓTICO 2º escolha DURAÇÃO Parto vaginal (com ou sem episiotomia), Cesariana sem fatores de risco; bolsa rota < 6 horas. Sem indicação Parto vaginal com dequitação manual de placenta ou manipulação intra-uterina Cefazolina Cefalotina Dose única pós clampear cordão cesareana Cefazolina Cefalotina Dose única pós clampear cordão Aborto espontâneo, Aborto eletivo Não recomendado Tratar com ampicilina+ gentamicina + metronidazol Aborto séptico, aminionite, endometrite Histerectomia vaginal ou abdominal cefazolina cefalotina Intra-operatório Retocele, cistocele Cefazolina + metronidazol Ampicilina-sulbactam Intra-operatório Mastectomia ou estética cefazolina cefalotina Intra-operatório 15.11 CIRURGIA OFTALMOLÓGICA Condição 1ª escolha Facectomia, facomulsificação, vitrectomia, introflexção escleral, trabeculotomia, trabeculectomia, implante de tubo, correção de estrabismo, sutura de perfurantes, evisceração, enucleação, dacriocistorinostomia, glaucoma Não está indicado antimicrobianos endovenosos, apenas tópicos no intra-operatório. Pode utilizar moxifloxacin, pingar 1 hora antes do início do procedimento. Usar colírio de PVPI a 5% (tópico) ao iniciar o procedimento Cirurgia lacrimal e pálpebras Cefazolina intra-operatório 69 15.12 CIRURGIA VASCULAR CIRURGIA ANTIBIÓTICO 1ª escolha ANTIBIÓTICO 2º escolha DURAÇÃO Varizes- Baixo risco (ligaduras de perfurantes e colaterais) Sem indicação Varizes – safenectomias, tromboflebite, úlceras de estase, dermatofitose, varizes exuberantes Cefazolina Cefalotina Intra-operatório Embolectomia Cefazolina Cefalotina Intra-operatório Enxertos sem prótese Cefazolina Cefalotina Intra-operatório Enxertos com protese Cefazolina Vancomicina se MRSA) 24 horas Implantes de cateter longa permanência Opcional Cefazolina Cefalotina Intra-operatório Fístula arterio-venosa sem prótese Sem indicação Cefazolina + clindamicina Intra-operatório Amputação por gangrena seca Ampicilina-sulbactam Amputação por gangrena úmida Clindamicina + ciprofloxacin tratamento 15.13 CIRURGIA PLÁSTICA CIRURGIA ANTIBIÓTICO 1ª escolha ANTIBIÓTICO 2º escolha DURAÇÃO Cirurgias plásticas com colocação de próteses ou com grande ressecção de pele e subcutâneo Cefazolina Cefalotina Intra-operatório 70 trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos 15.14 DOSE INICIAL E INTERVALO PARA REPIQUE DOS ANTIBIÓTICOS USADOS EM PROFILAXIAS CIRÚRGICAS Antibiótico Meia-vida (função Dose renal normal) padrão* Intervalo para dose adicional intra-operatória (repique) em horas Ampicilina-sulbactam 1 hora 1,5 -3g 2 Cefazolina 1,2-2,2 horas 1-2g 3 Cefalotina 35 min 1-2g 1,5-2 Cefuroxima 1-2 horas 1,5g 3-4 Cefoxitina 0,5-1,1horas 1-2g 2-3 Clindamicina 2-5,1horas 600-900mg 3-6 Ciprofloxacin 3,5-5 horas 400mg 4-10 Gentamicina 2-3 horas 1,5 mg/kg/dose 3-6 Metronidazol 6-14 horas 0,5-1g 6-8 Vancomicina 4-6 horas 1g 6-12 *Considerar dose maior se indivíduo > 80 kg 16 doses dos AntiMicrobiAnos eM AdUltos ANTIMICROBIANO DOSE ADULTO INTERVALO Acido nalidíxico 500mg a 1g 6h Amicacina 15 mg/kg/d 24h Amoxacilina 500mg a 1g 8h Amoxacilina-clavulanato 25 a 50mg/kg/d (500mg a 1g) 8h Ampicilina 1 a 4g 4-6h Ampicilina-sulbactam 1,5 a 3g 6h Anfotericina B* 0,5 a 1,5mg/kg 24h Anfotericina B coloidal 3-5mg/kg 24h Anfotericina B lipossomal 3-5 mg/kg 24h Azitromicina 250-500mg 24h Aztreonam 1 a 2g 8h Caspofungina 70mg (1º dia), depois 50mg/d 24h Cefaclor 250 a 500mg 8h Cefadroxil 500mg a 1g 12h 71 ANTIMICROBIANO DOSE ADULTO INTERVALO Cefalexina 500mg a 2g 6h Cefalotina 1 a 3g 6h Cefazolina 1 a 2g 8h Cefepime 1 a 2g 8-12h Cefotaxima 1 a 4g 6-8h Cefoxitina 1 a 3g 6-8h Cefpodoxima (3ª ger) 100-200mg 12h Cefprozila 250 a 500mg 12-24h Ceftazidima 1 a 2g 8h Ceftriaxona** 1-2g 12-24h Cefuroxima (iv) 750mg a 1,5g Profilaxia: 1,5g na indução 8h Cefuroxima axetil (vo) 250 a 500mg 12h Cetoconazol 200-400mg 12-24h Ciprofloxacin (iv) 200 a 400mg 8-12h Ciprofloxacin (vo) 250 a 500mg 12h Claritromicina 500mg 12h Clindamicina (iv) 600 a 900mg 6-8h Clindamicina (vo) 300 a 600mg 6-8h (máx 1800mg/d) Cloranfenicol 500mg a 1g 6h Daptomicina 4 a 6mg/kg 24h Doxiciclina 100mg 12h Eritromicina 500mg a 1g 6h Ertapenem 1g 24h Fluconazol (iv) 200-800mg 24h Fluconazol (vo) 150mg 24h Gentamicina 5mg/kg/dia 24h Imipenem** 500mg a 1g 6-8h Itraconazol 200-400mg 12-24h Levofloxacin 500-750mg 24h Linezolida 600mg 12h Meropenem** 500mg a 2g 8h 72 trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos ANTIMICROBIANO DOSE ADULTO INTERVALO Metronidazol 30mg/kg/dia 6h Micafungina 100mg 24h Moxafloxacin 400mg 24h Nitrofurantoína (macrodantina) 100mg 6h Norfloxacin 400mg 12h Oxacilina 2 a 4g 4-6h Penicilina G benzatina 1.200.000UI Dose única Penicilina G cristalina 1 a 5 milhoes UI 4-6h Penicilina G procaína 0,6-2,4milhoes UI 12-24h Piperacilina-tazobactam 4,5g 6h Polimixina B# 15.000 – 30.000UI/kg 6-12h Polimixina E (colistina)# 4-8mg/kg/dia 6-8h Rifampicina 300-600mg 24h Sulfametoxazol+trimetoprim 400-800mg 8-12h Teicoplanina 6mg/kg/d 12/12h por 3 dias, depois 6mg/kg/dia 1x/d 24h Tetraciclina 500mg a 1g 6h Tigeciclina 100mg ataque, depois 50mg 12h Vancomicina*** 500mg a 1g 6-12h Voriconazol 6mg/kg (1ºdia), 4mg/kg 12h Obs: *anfotericina B-diluir 1mg/10ml SG5%, infundir em 2-4h; Não diluir em SF 0,9%; em caso de hipersensibilidade: fazer 50 mg iv de meperidina antes da infusão, acrescentar 2ml de dipirona e 1000 U de heparina na diluição. Se não houver sucesso, fazer 100 mg iv de hidrocortisona antes da administração. **Ceftriaxone: 1g tem 3,6 mEq Na; **Imipenem: 1g 3,2 mEq de Na; **Meropenem: 1g tem 3,9mEq de Na ***vancomicina: controle com vancocinemia, colher no vale da 4ª dose (deve estar > 15mg/mL) #Polimixina B: 1mg=10000UI; Polimixina E: 1mg=12500UI 73 74 600mg q 6h - 900mg q 8h 4 a 6 mg/kg q 24h 1g q 24h 200 a 800mg q 24h CLINDAMICINA DAPTOMICINA ERTAPENEM FLUCONAzOL I D D D 100% 100% 1g q 24h 100% 100% 200 a 400mg iv q 12h, (P. aeruginosa 400mg q 8h) I I I I D CIPROFLOXACIN 100% q 24h 100% 100% 6h 8 – 12h 8 -12h 8 – 12h 100% D I 100% q 24h 6h 2g q 8h 70mg ataque, 50mg q 24h 1 a 2g q 6h 1 a 2g q 8-12h 1 a 2g q 8h 1 a 2g q 8h 1g q 12h. Meningite 4g/d 0,5 a 1,5 mg/kg/d q 24h ANFOTERICINA B I I AzTREONAM CASPOFUNGINA CEFALOTINA CEFEPIME CEFOTAXIMA CEFTAzIDIMA CEFTRIAXONA 3 a 5mg/kg/d q 24h ANFOT. LIPÍDICA 100% 3g q 6h AMPI-SULBACTAM D, I 50 – 10ml/min 100% Cl < 30: 4-6mg/kg q 48h 0,5g q 24h (Cl < 30ml/min) 50% 75 – 50% 75 – 50% 100% 6 – 8h 12 – 24h 12 – 24h 12 – 24h 100% 100% 100% q 24h 100% q 24h 8 – 12h Cl 40–60 ml/min: 7,5mg/ kg q 24h Cl 60– 80 ml/min: Cl 30-40 ml/min: 4mg/kg 12 mg/kg/d q 24h q 24h Cl 20-30 ml/min: 7,5mg/ kg q 48h > 50ml/min 0,5g q 24h 50% 100% 50% 25% 100% 12h 24h 24h 24h 100% 100% 100% q 24-48h 100% q 24-48h 24h Cl 10-20 ml/min: 4mg/kg q 48h Cl < 10 ml/min: 3mg/kg q 72h < 10ml/min AJUSTE DOSE PARA INSUFICIÊNCIA RENAL POR CLEARANCE MÉTODO ataque, ANIDULAFUNGINA 200mg depois 100mg q 24h Cl > 80 ml/min: 15mg/kg/d q 24h DOSE PARA FUNÇÃO RENAL NORMAL AMICACINA DROGA 17 correção de dose nA insUficiÊnciA renAl D D I 500 a 750 mg q 24h 600mg q 12h, vo ou iv 1 a 2g q 8h 30mg/Kg/d (500mg) q 6h 100mg q 24h 4,5g q 6h 30.000 UI/kg/d q 6-8h 1mg=10.000UI 4 a 8 mg/kg ataque, depois q 8h * 1mg=12500U ev ou im 12mg/kg/dia q 12h (ataque3dias), manter 6mg/kg q 24h 100mg ataque, 50mg q 12h 30mg/kg ataque. Manter 1g q 12h. Instável: 1g q 8g Dosar vancocinemia no vale 6mg/kg q 12h, seguido de 4mg/kg q 12h LEVOFLOXACIN LINEzOLIDA MEROPENEM METRONIDAzOL MICAFUNGINA PIP-TAzOBACTAM POLIMIXINA B POLIMIXINA E – Colistina TEICOPLANINA TIGECICLINA VANCOMICINA VORICONAzOL D &I 100% 1g q 12h In Hepat: 100mg 100% ataque, 25 mg q12h 400 mg q 24h 100% 100% 100% 4,5g q 6h 100% D&I 100% 8h D, I 6h 500 a 750 mg q 24h 600mg q 12h Cl < 50 : não usar iv, só vo 1g q 24h a 96h Dose: 15 x clear + 150 100% 200 mg q 24h Cl entre 80 e 30ml/min: 2,5 a 4mg/kg/d q 12h. Fazer ataque 15.000UI/Kg/d q 12h 100% 2,25g q 6h 100% 8 – 12h 750mg ataque, 500mg q 48h 600mg q 12h Cl 50–26: 100% q 12h Cl 25 – 10: 50% q 12h Cl 40–60 ml/min: 3,5mg/ Cl 60– 80 ml/min: kg q 24h | Cl 30-40 ml/min: 2,5mg/kg q 24h | Cl 20-30 4mg/kg/d q 24h ml/min: 4mg/kg q 48h D/Ins. hepat -- D&I I 0,5g a 1g q 6h IMIPENEM D, I Cl > 80 ml/min: 5mg/kg/d q 24h GENTAMICINA 1g q 4 – 7 dias ou 150 mg/d ideal: vancocinemia 100% 400mg q 72h 15.000UI/Kg/d q 24h Cl < 25% do normal: ataque 2,5mg/kg, seguido de 1,5mg/ kg q 24h 100% 2,25g q 8h 50% 50% 24h 24h 750mg ataque, 500mg q 48h 600mg q 12h Cl 10-20 ml/min: 3mg/kg q 48h Cl < 10 ml/min: 2mg/kg q 72h trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos 75 18- terapia de-escalonada O de-escalonamento é uma das ferramentas usadas para o uso apropriado dos antibióticos, pois pode diminuir a indução de resistência microbiana, reduzir super-infecção, reduzir o tempo de tratamento, reduzir os efeitos colaterais e o consumo de antimicrobianos, portanto reduzir os custos do tratamento. É possível classificar os diferentes tipos de de-escalonamento: 1) do medicamento - estreitar o espectro de uma terapia empírica inicial após recebimento das culturas, para um espectro mais estreito direcionado para o patógeno isolado; 2) de dose – reduzir a dose, após a estabilização do quadro; 3) de freqüência – reduzir o número de doses; 4) de via de administração – trocar a terapia parenteral para a via oral; 5) de associação de antimicrobianos – mudar a prescrição de terapia combinada para monoterapia. De-escalonamento no tratamento das bactérias gram positivas: Suspender outros esquemas que sejam discordantes das orientações abaixo: • Isolamento de Streptococcus pyogenes – Penicilina • Isolamento de S. pneumoniae em infecções não-meníngeas: Pneumococo sensível à penicilina - Penicilina Sensibilidade intermediária a penicilina = utilizar a dose máxima (250.000 - 400.000 U/Kg/dia de 4/4 hs), considerar a evolução clínica (s/hipóxia e/ou hipotensão) e topografia da infecção Pneumococo resistente a penicilina - Antibiograma Opções de tratamento (conforme antibiograma): Clindamicina, Cefotaxima, Ceftriaxona, Cloranfenicol, Vancomicina • Isolamento de S. pneumoniae em infecções de sistema nervoso central: Pneumococo sensível à penicilina - Penicilina Pneumococo intermediário ou resistente a penicilina e sensível a cefotaxima - Cefotaxima ou ceftriaxona • Isolamento de S. aureus: 76 trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos Oxacilina se S. aureus sensível a oxacilina S. aureus resistente a oxacilina e sensível a Sulfa-trim (SMT) e/ou Clindamicina – Trocar para SMT e/ou Clindamicina • Isolamento de Enterococcus spp.: Ampicilina para enterococo sensível a ampicilina De-escalonamento no tratamento das bactérias gram negativas: • Isolamento de Haemophilus influenza tipo B em infecções nãomeníngeas: Ampicilina ou amoxicilina para H. influenza sensível a ampicilina • Isolamento de Haemophilus influenza tipo B em infecções do sistema nervoso central: Ampicilina se sensível a ampicilina Ceftriaxona ou Cefotaxima se resistente a ampicilina Cloranfenicol se alérgicos a beta-lactâmicos • Isolamento de enterobactérias (E. coli, Enterobacter spp., klebsiella spp., Serratia spp...) Sensível a gentamicina e amicacina – prescrever gentamicina Sensível a amicaina e ceftriaxona – prescrever amicacina Sensível a cefalotina e ceftriaxona – prescrever cefalotina Sensível a ceftriaxona e cefepima – prescrever ceftriaxona Sensível a piperacilina-tazobactam e carbapenem – prescrever piperacilina-tazobactam Sensível a cefepima e carbapenem – prescrever cefepima Sensível somente a carbapenem, ou seja, sensível a ertapenem e imipenem – prescrever ertapenem • Isolamento de Pseudomonas spp.: Sensível a amicacina - prescrever amicacina Sensível a ciprofloxacina e cefepima – prescrever cefepima Sensível a cefepima e carbapenem – prescrever cefepima Sensível a piperacilina-tazobactam e carbapenem – prescrever piperacilina-tazobactam 77 • Isolamento de Acinetobacter spp.: Sensível a ampicilina-sulbactam – prescrever ampicilina-sulbactam Sensível a amicacina e cefepima – prescrever amicacina Sensível a cefepima e carbapenem – prescrever cefepima Sensível a imipenem e meropenem – prescrever imipenem • Isolamento de anaeróbios: Paciente em uso de metronidazol = suspender clindamicina Paciente em uso de penicilina + inibidor de beta-lactamase = suspender metronidazol / clindamicina • Isolamento de fungos: Infecções por Candida albicans em paciente estável hemodinamicamente – Fluconazol ou Anfotericina B (desoxicolato ou coloidal ou lipossomal) Infecções por Candida spp. em paciente estável – Anfotericina B (desoxicolato ou coloidal ou lipossomal) ou Fluconazol Infecções por Candida spp. em paciente instável – Equinocandina (Micafungina ou Caspofungina) ou Anfotericina (lipossomal ou coloidal) Paciente em uso de Equinocandina com estabilização do quadro e isolamento de Candida albicans – Fluconazol Paciente em uso de Equinocandina com estabilização do quadro e isolamento de Candida spp. – Voriconazol ou Fluconazol Paciente em uso de Anfotericina lipossomal com estabilização do quadro – Anfotericina B desoxicolato REFERÊNCIAS BAL, A. M.; GOULD, I. M. Antibiotic stewardship: overcoming implementation barriers. Current Opinion in Infectious Diseases, London, v. 24, n. 4, p.357-362, 2011. DAVID, P. N. Current challenges in the management of the infected patient. Current Opinion in Infectious Diseases, London, v. 24, n. (suppl 1), p. S1-S10, 2011. GOFF, D. A. Antimicrobial stewardship: bridging the gap between quality care and cost . Current Opinion in Infectious Diseases, London, v. 24, n. (suppl 1), p. S11-S20, 2011. KAKI, R., et al. Impact of antimicrobial stewardship in critical care: a systematic review. Journal of Antimicrobial Chemotherapy, London, v. 66, n. 6, p.1-8, 2011. 78 trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos 19- Uso de antifúngicos 19.1 Susceptibilidade da Candida spp aos antifúngicos CaspofunEspécie de Itraconazol Voriconazol Anfotericina Micafungina gina Candida da Fluconazol Albicans S S S S S S Tropicalis S S S S S S Parapsilosis S S S S S S-R Glabrata S↓ - R S↓ - R S↓ - R S-I S S Kruseii R S↓ - R S S S-I S lusitaniae S S S S-R S S S- sensível; S↓- sensibilidade reduzida; I- sensibilidade intermediária; R- resistente 19.2 Apresentações e doses da Anfotericina B: Deoxicolato – 0,5 a 1,5mg/kg/dia, infundir em 2-6 horas, diluir em SG5% (1mg/10mL) Formulações lipídicas • Dispersão coloidal – 3 a 4 mg/kg/dia, infundir 1 mg/kg/hora, diluir em SG 5% (1mg/2ml) • Lipossomal - 3 – 5 mg/kg/dia, infundir em 1 a 2 horas, diluir em SG 5% (1 mg/1ml) • Complexo lipídico – 5 mg/kg/dia , infundir em 2 horas, diluir em SG 5% (1 mg/1ml) Fluconazol – 6 a 12 mg/kg/dia, EV ou VO 1 x/dia (max. 800 mg/dia). Dose de ataque para Candidemia: 12mg/kg Voriconazol – crianças: 7 mg/Kg/dose EV ou VO de 12/12 horas. No 1º. dia 10 mg/ Kg/dose VO de 12/12 horas Voriconazol – adultos: 6 mg/Kg/dose EV de 12/12 horas no 1º. dia, após 4 mg/ kg/dose EV de 12/12 horas. Peso < 40 kg: 200 mg VO de 12/12 horas no 1º. dia, após 100 mg de 12/12 horas. Peso > 40 Kg: 400 mg VO de 12/12 horas no 1º. dia, após 200 mg VO de 12/12 horas. Caspofungina – 70 mg/m2 de ataque ( máx. 70 mg) e após 50 mg/m2 (Max 50 mg), EV 1 x/dia. Se estiver em uso de anticonvulsivante, manter 70 mg/d (adulto) Micafungina – 2 – 4 mg/kg/dia EV 1x/dia (max. 150 mg/dia) Anidulafungina – 200mg 1x/d (1º dia), seguido de 100mg/dia (adultos) 79 Flucitosina – 50 – 150 mg/kg/dia VO de 6/6 horas 19.3 Orientações para tratamento Candidúria assintomática: não tratar, exceto pré-operatório, neutropênico e transplantado Candidúria em paciente com SVD: retirar ou trocar a SVD, repetir urina I e urocultura e após decidir a necessidade de tratamento Candidúria por Candida sensível: Fluconazol é a primeira opção terapêutica. Voriconazol não tem boa concentração urinária Candidemia em neutropênico, sem exposição prévia e sem instabilidade hemodinâmica, em hospitais com baixa prevalência de C. glabrata e C. kruseii: Fluconazol Candidemia: tratamento com doses máximas , no mínimo 14 dias e com hemocultura negativa há 14 dias Candidemia em paciente grave e instável hemodinamicamente e/ou piorando com fluconazol e/ou anfotericina B – micafungina ou caspofungina ou anidulafungina ( a que apresentar menor custo) Candidemia em insuficiência renal grave: fluconazol, micafungina ou caspofungina Candidemia em insuficiência renal leve ou moderada: fluconazol, formulações lipídicas da anfotericina B Candidemia/Candidíase invasiva sem nenhum fator de risco para insuficiência renal: anfotericina B deoxicolato ou fluconazol (se sensível) Praticar de-escalonamento, tanto para drogas de primeira linha (fluconazol e anfotericina B) como para via oral sempre que possível (fluconazol, voriconazol) REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE ESTUDOS E CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR. Prevenção de infecção de sítio cirúrgico. 2. ed., 2001. BRATZLER, D. W.; HOUCK, P. M. Antimicrobial prophylaxis for surgery: an advisory statement from the National Surgical Infection Prevention Project. Clinical Infectious Diseases, Chicago, v. 38, n.12, p. 1706-1715, 2004. CORRÊA, R., et al. Diretrizes brasileiras para pneumonia adquirida na comunidade em adultos Imunocompetentes-2009. Jornal Brasileiro de Pneumologia, Brasília, v. 35, n. 6, p. 504-601, 2009. FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Guia de utilização de anti- 80 trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM adUltos infecciosos e recomendações para prevenção de infecções Hospitalares. 4. ed. São Paulo: FMUSP, 2009-2011. FREIFELD, A. G., et al. Clinical practice guide line for the use of antimicrobial agents in neurotropenie patientes with cancer: 2010 update buy the infectious diases society of America. Cinical Infectious Diseases, Chicago, v. 52, n. 4, p. 56-93, 2011. GILBERT, D. N., et al. The sanford guide to antimicrobial therapy. 40th ed. Sperryville: AntimicrobialTherapy, 2010. GRINBAUM, R. S.; RICARDO, S. B. Manual de antimicrobianos em infecções respiratórias. São Paulo: Office, 2004. LEW, D. P.; WALDVOGEL, F. A. Osteomyelitis. The New England Journal of Medicine, Boston, v. 336, p. 336-999, 1997. MANDELL, G. L., BENNETTI, J. E. DOLIM, R. Principles and practice of infectious diseases. 7th ed. Philadelphia: Elsevier, 2010. MANDELL, L. A., et al. Infections Diseases Society of America/ American Thoracic Society Consensus Guidelines on the Management of Community Acquirid pneumonia in adults. Cinical Infectius Diseases, Chicago, v. 44, n. (Suppl. 2) p. (S27-S72), 2007. Mc CARTHEY, P. J. et al. International andspaciel trends in the use ofprophylatic antibiotics to prent infectious complications after insertion ofexternal ventilar draimage devices. Neurocritical care, Shrveport, v. 12, p. 220-224, 2010. TAVARES, W. Manual de antibióticos e quimioterápicos. 3. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2002. UNIMED. Infecção comunitária em adultos: antibióticos e antifúngicos. Curitiba, 2010. VENTILATOR-asssociated, and Healthcare-associated pneumonia. American Journal Respiratory Critical Care Medicine, New York, v. 171, p. 388-416, 2005. CARRILHO, C., et al. Protocolo e Diretrizes. Antibioticoterapia. Londrina, v. 1, n. 1, nov., 2005. 81 82 Clindamicina Amoxicilina + Metronidazol Ampicilina-sulbactam (7 - 10 dias) Penicilina cristalina ou Ampicilina-sulbactam (7-10 dias) Azitromicina em alérgicos Polimicrobiana (aeróbios e anaeróbios): Streptococcus do grupo A, Streptococcus spp., Fusobacterium spp., Peptostreptococcus spp. , Bacteroides spp., S. aureus, Haemophilus influenzae Polimicrobiana (aeróbios e anaeróbios): Streptococcus spp., Prevotella spp., Peptoestreptococcus spp., Enterococcus spp. Abscesso amigdaliano Infecção dentária Clindamicina ou Cloranfenicol Ceftriaxona + Metronidazol Amoxicilina (10 dias) Pacientes Penicilina (V oral – 10 dias ou G alérgicos: azitro- Amoxicilina-clavulaou Clindamicina micina (5 dias) ou nato benzatina – dose única) ou Cefalexina eritromicina (10 dias) Faringopyogenes -amigdalite Streptococcus bacteriana Estreptococos dos grupos C e G Escolha para falha terapêutica com esquemas anteriores ANTIBIÓTICO 1ª escolha DIAGNÓSTICO Agentes etiológicos ANTIBIÓTICO 2º escolha A maioria das infecções respiratórias em pediatria são de etiologia viral. As fariongoamigdalites virais são acompanhadas de sintomas nasais, tosse, rouquidão, conjuntivite ou diarréia e duram de 4 a 10 dias. As faringoamigdalites bacterianas apresentam evolução mais aguda e severa, com febre, exsudato em amígdalas, linfadenite cervical dolorosa e enantema. 1 infecções de viAs AÉreAs sUperiores iii- trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM pediatria Clindamicina + Cefotaxima Ceftriaxona Cefotaxima + Clindamicina Ampicilina sulbactam ou Cefalotina Piperacilina-Tazobactam (21-28 dias) Ampicilina-sulbactam (10 - 21 dias) Ampicilina-sulbactam (7 -10 dias) Streptococcus pneumoniae, S. pyogenes, S. aureus, Haemophilus influenzae tipo B e não tipável, E. coli, Klebsiella spp., Proteus spp. Polimicrobiana; Pseudomonas spp., Enterobacté- Pireracilina-Tazobactam (21-28 rias, S. aureus, Anaeróbios dias) Oxacilina (10- 14 dias) Pseudomonas spp., Enterobactérias, S. aureus, anaeróbios Staphylococcus aureus, S. pneumoniae, Streptococcus spp., Prevotella spp., Fusobacterium, Pseudomonas spp., E. coli, Proteus spp., vírus (Coxsackie, CMV, EBV, Caxumba) Haemophylus influenzae, Haemophylus não tipáveis, Streptococcus (A, B, C,G) S. pneumoniae, S. aureus Otite média crônica Mastoidite aguda Mastoidite crônica Parotidite aguda Epiglotite Cloranfenicol + Oxacilina Ceftriaxona Clindamicina + Amicacina ou Ceftriaxona Cefepima + Metronidazol Cefotaxima + Clindamicina Cefepima + Metronidazol Ceftriaxona ou Amoxicilina- cla- Cloranfenicol Mycoplasma pneuvulanato ou Axetil-cefuroxima moniae: Claritromicina (14 dias) Amoxicilina (menores de 2 anos e/ou c/ perfuração de membrana timpânica: 10 – 14 dias; maiores de 2 anos: 7 dias Streptococcus pneumoniae, Haemophylus influenzae B e não tipável, Moraxella catarrhalis Otite média aguda Piperacilina-tazobactam (casos graves, com complicação) Solução otológica tópica com ciprofloxacina ou ofloxacina Solução otológica tópica com antibióticos (polimixina B e neomicina) e corticóide (hidrocortisona) (5 a 10 dias) Pseudomonas spp., Enterobactérias, S. aureus, S. epidermidis Otite externa Ceftriaxona + clindamicina Clindamicina + Cefuroxima axetil Streptococcus pneumoniae, H. influenzae não tipável, S. aureus, Enterobactérias, Pseudomonas Amoxicilina-clavulanato (21-28 spp., anaeróbios (Fusobacterium, Peptoestrepto- dias; até 7 dias assintomático) coccus, Bacteróides, Prevotella) Ceftriaxona ou Amoxicilina – Claritromicina ou clavulanato ou Axetil-cefuroxima Clindamicina Sinusite crônica Amoxicilina (10 a 14 dias) Streptococcus pneumoniae, H. influenzae e H. não tipável, Moraxella catarrhalis, S. pyogenes Sinusite aguda bacteriana trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM pediatria 83 Durante a internação, quando a opção de prescrição for um inibidor de beta lactamase parenteral a 1ª. escolha é a Ampicilina-sulbactam. Para seqüenciar a terapia para via oral: amoxicilina-clavulanato ou sultamicilina (apresentação oral da ampicilina-sulbactam). Pacientes com boa evolução, seqüenciar a terapia para via oral após 24- 48 hs afebril. Fatores de risco para Streptococcus pneumoniae resistente a penicilina: • Uso recente de antibiótico (últimos 30 dias) • Uso freqüente de antibiótico • Uso profilático de antibiótico • Baixa idade (< 2 anos) • Hospitalização recente • Freqüência a creches, escolas e berçários • Imunodeprimidos Pacientes com algum dos fatores acima citados têm indicação de dose dobrada de amoxicilina e dose máxima de penicilina cristalina. 2 infecção de viAs AÉreAs inferiores DIAGNÓSTICO Agentes etiológicos Laringites Parainfluenza, Vírus Sincicial Respiratório, Adenovírus, Influenza A e B V.S.R., Traqueobronqui- Adenovírus, Parainfluenza, Inte viral fluenza, enterovírus Escolha falha ANTIBIÓTICO ANTIBIÓTICO para terapêutica 1ª escolha 2º escolha com esquemas anteriores Sintomático Sintomático Oseltamivir para Influenza AeB S. pneumoniae, H. influenzae, catarrhalis, Traqueobronqui- Moraxella S. pyogenes, te bacteriana pneu- Amoxicilina (> 1 sem. evolu- Mycoplasma (7 -10 dias) moniae, Clamydia ção, c/ sinusite pneumoniae. associada) Pacientes entre 1 e 6 meses também C. trachomatis 84 Amoxicilina clavulanato Azitromicina ou ou CefuroximaClaritromicina -axetil ou Macrolídeos trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM pediatria Nota: Mycoplasma pneumoniae, Clamydia pneumoniae e Clamydia trachomatis = Azitromicina ou claritromicina 3 bActereMiA seM foco ApArente Diagnóstico Etiologia Terapia 1ª. escolha Terapia 2ª. escolha Bacteremia sem localização de foco infeccioso Streptococcus pneumo+ gentaminiae, Neisseria meningiti- Penicilina dis, E. coli, Salmonella spp. cina (7 -10 dias) Ceftriaxona ou Cefotaxima ou Ampicilina sulbactam (7 -10 dias) 4 pneUMoniA coMUnitÁriA A maioria das pneumonias em pediatria são de etiologia viral: adenovírus, vírus sincicial respiratório, influenza A e B, parainfluenza, metapneumovírus, enterovírus. Idade Etiologia < 21 dias E. coli, Estreptococo do grupo B, Listeria monocytogenes, H. influenzae, S. pneumoniae, S. aureus, Clamydia trachomatis, Ureaplasma urealiticum, CMV, Herpes simples 21 dias - 3 meses S. pneumoniae, H. influenzae, S. aureus, Moraxella catarrhalis, Estreptococo grupo B, Enterobactérias, Clamydia trachomatis, Ureaplasma, vírus respiratórios, CMV 4 meses a 5 anos Clamydia pneumoniae, Mycoplasma pneumoniae, S. pneumoniae, H. influenzae, S. aureus, Moraxella catarrhalis, vírus respiratórios > 5 anos Clamydia pneumoniae, Mycoplasma pneumoniae, S. pneumoniae, H. influenzae, S. aureus Internamento: Idade Antibiótico (1ª escolha) Antibiótico (2ª escolha) < 21 dias Ampicilina + Gentamicina (10 - 21 dias) Ampicilina + Cefotaxima (10 -14 dias) 21 dias – 3 meses Ampicilina-sulbactam* (10 - 14 dias) Oxacilina + Amicacina (10 -14 dias) >3 meses Penicilina cristalina ou Ampicilina ou Amoxicilina (7 – 10 dias) Ampicilina-sulbactam* (7 – 14 dias) ou Oxacilina + Cloranfenicol (10 – 14 dias) 3ª escolha = Oxacilina + Cefotaxima (10 – 14 dias) 85 Em > 28 dias seqüenciar para terapia oral após 48 horas afebril. * Para seqüenciar para via oral: sultamicilina ou amoxicilina- clavulanato. Nota: Em todas as idades associar macrolídeo na evolução s/n para cobertura dos microrganimos atípicos. Ambulatorial: Idade Antibiótico 1ª escolha Antibiótico 2ª escolha Antibiótico 3ª escolha > 3 meses Amoxicilina ou Penicilina G procaína (7 – 10 dias) ou Macrolídeo* Amoxicilina-clavulanato (7 – 10 dias) Cefuroxima ou Cloranfenicol (7 – 10 dias) * Eritromicina (14 dias) ou Azitromicina (5 dias) ou Claritromicina (10 - 14 dias) Pneumonia por Influenza A e B: Iniciar oseltamivir dentro dos 2 primeiros dias dos sintomas ou em qualquer momento se o paciente apresentar quadro grave. 5 pneUMoniA HospitAlAr A pneumonia nosocomial é dividida em precoce (ocorre nos primeiros 5 - 7dias de hospitalização) e tardia (ocorre depois de 5 – 7 dias de hopitalização): Precoce – predomina a microbiota comunitária - S. pneumoniae, H. influenzae, M. catharralis, anaeróbios e S. aureus sensível a oxacilina. Tardia – P. aeruginosa, Enterobacter spp., K. pneumoniae, Acinetobacter spp. e S. aureus resistente à oxacilina. Tratamento empírico: Tempo de internação e/ou ventilação mecânica Antibiótico (1ª escolha) Antibiótico (2ª escolha) < 7 dias Ampicilina-sulbactam (8 – 10 dias) Ceftriaxona c/ ou s/ Amicacina (8 – 10 dias) > 7 dias Piperacilina-tazobactam c/ ou s/ Amicacina (10 – 14 dias) Na evolução associar vancomicina s/n. Cefepime c/ ou s/ Amicacina (10 – 14 dias) Na evolução associar vancomicina s/n. 86 trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM pediatria 6 MeninGites Iniciar dexametasona (0,3 mg/kg) 20 minutos antes da primeira dose de antibiótico e manter durante 2 a 4 dias (0,15 mg/kg/dose de 6/6h), pois como terapia adjuvante diminui as seqüelas. Idade Agente etiológico Rn e < 3 meses E. coli, Streptococcus agalactiae, Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis, H. influenzae tipo B e Listeria monocytogenes 3 meses a 10 anos Neisseria meningitidis, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae tipo B > 10 anos Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae tipo B Tratamento empírico: Idade Antibiótico (1ª escolha) Antibiótico (2ª escolha) < 4 semanas Cefotaxima + Ampicilina Cefepime + Ampicilina 5 a 12 semanas Cefotaxima + Ampicilina ou Ceftriaxona + Ampicilina Cefepime +Ampicilina 13 semanas a 5 anos Cefotaxima ou Ceftriaxona Penicilina ou Cloranfenicol > 5 anos Cefotaxima ou Ceftriaxona Penicilina ou Cloranfenicol Penicilina cristalina se bacterioscopia e Látex positivos para meningococo. Para pneumococo sensível a penicilina administrar penicilina cristalina em dose máxima. Pneumococo com resistência intermediária à penicilina administrar cefalosporina de 3ª. geração. A vancomicina está indicada para pneumococo com resistência plena à penicilina (associar cefotaxima) ou estafilococo resistente à oxacilina (associar rifampicina VO). 87 Doses dos antibióticos para meningite: Antibiótico Dose Tempo Penicilina Cristalina 250 – 400.000U/kg/dia 4/4h ou 6/6h 7 – 14 dias Cefotaxima 250 – 300 mg/kg/dia 6/6h 7 – 21 dias Ceftriaxona 100 mg/kg/dia 12/12h ou 24/24h 7 – 21 dias Cloranfenicol 75 – 100 mg/kg/dia 6/6h 7 – 14 dias Cefepime 150 mg/kg/dia 8/8h 7 – 21 dias Vancomicina 60 mg/kg/dia 6/6h 14 – 21 dias Duração do tratamento conforme a etiologia: • N. meningitididis – 5 a 7 dias; se Menigococcemia – 10 a 14 dias • S. pneumoniae – 10 a 14 dias • Haemophylus influenzae tipo B – 10 a 14 dias • S. aureus – 14 a 21 dias • Bacilos gram negativos – 21 dias • S. agalactiae - 14 a 21 dias • Listeria monocytogenes - 14 a 21 dias Período neonatal: Antibiótico Idade e peso Posologia Ampicilina > 7 dias e < 2 kg > 7 dias e > 2 kg < 7 dias e < 2 kg < 7 dias e > 2 kg 100 – 150 mg/kg/dia 8/8h 100 – 200 mg/kg/dia 6/6h 100 mg/kg/dia 12/12h 150mg/kg/dia 8/8h Cefepime e Cefotaxima > 7 dias e < 2 kg > 7 dias e > 2 kg < 7 dias e < 2 kg < 7 dias e > 2 kg 50 mg/kg/dose 12/12h 50 mg/kg/dose 8/8h 50 mg/kg/dose 12/12h 50 mg/kg/dose 12/12h 88 trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM pediatria Situações especiais: Diagnóstico Etiologia Meningite com Shunt + cefotaS. epidermidis, S. aureus, Vancomicina xima ou vancomicina + enterobactérias ceftriaxona (21 dias) Terapia 1ª escolha Vancomicina+ Cefepima Meningite após TCE S. pneumoniae, Staphylococcus spp., enterobactérias Cefepima Cefotaxima ou Ceftriaxona (14-21 dias) Terapia 2ª escolha 7 infecções cUtÂneAs Etiologia Terapia 1ª. escolha Terapia 2ª. escolha Impetigo S. pyogenes, S. aureus Tópico (2-3 X/dia, 5-14 dias) Mupirocina ou Ácido fusídico ou Neomicina + bacitracina Sistêmico Penicilina G benzatina (dose única) ou Penicilina V (10 dias) Cefalexina (7-10 dias) ou Macrolídeo ou Sulfametoxazoltrimetoprim Celulite após trauma de pele Staphylococcus aureus, Streptococcus do grupo A Oxacilina após cefalexina. (7 – 14 dias) Pacientes alérgicos a penicilina: Clindamicina ou Cefalotina Celulite peri-orbitária e face Staphylococcus aureus, Streptococcus do grupo A, Streptococcus pneumoniae, Ampicilina-sulbactam Haemophilus influenzae (10-14 dias) tipo B, Haemophilus influenza a – f não tipáveis, Moraxella catarrhalis. Celulite após feridas contaminadas com solo ou água Polimicrobiana: S. aureus, S. pyogenes, bacilos gram neg. entéricos, Pseudomonas spp., anaeróbios, Celulite < 3 meses de idade Penicilina Cristalina + gentamicina ou Streptococcus do grupo B, S. pyogenes, S. aureus, E.coli Ampicilina-sulbactam (10-14 dias) Diagnóstico Ceftriaxona (c/ ou s/ Clindamicina) ou Cefalosporina 2a.geração ou Cefalotina + Cloranfenicol Oxacilina + amicacina Ceftriaxona + (ou gentamicina) + clindamicina (ou metro- Metronidazol nidazol) (10-14 dias) Ceftriaxona Nota: Pacientes com celulite associada a asplenia, imunodepressão e/ou LES podem apresentar infecção por Streptococcus pneumoniae. 89 8 MordedUrA Diagnóstico Etiologia Terapia 1ª. escolha Terapia 2ª. escolha Mordedura humana Streptococcus spp., S. aureus, S. epidermidis, anaeróbios orais, Eikenella corrodens Amoxicilina clavulanato ( 7 – 10 dias) Cefotaxima + clindamicina ou Sulfametoxazol-trimetoprim + clindamicina Mordedura animal Streptococcus spp., S. Amoxicilina aureus, S. epidermidis, anaeróbios orais, Pasteurella clavulanato ( 7 – 10 dias) multocida (cães e gatos) Cefotaxima + clindamicina ou Sulfametoxazol-trimetoprim + clindamicina 9 infecções UrinÁriAs Diagnóstico Etiologia Terapia 1ª. escolha Terapia 2ª. escolha Cistite E. coli, Proteus spp., Klebsiella spp., Staphylocccus saprophyticus, Enterococcus spp. Sulfametoxazol-trimetoprim ou Nitrofurantoína ou Cefalexina* (7-10 dias) Cefuroxima ou Ácido nalidíxico ou Amoxicilina-clavulanato Pielonefrite Ampicilina + Gentamicina E. coli, Proteus spp., Klebsiella spp., Enterococcus spp. (ou Amicacina) (10 -14 dias) Ceftriaxona Imunodeprimidos e/ou mal formação de trato urinário E. coli, Proteus spp., Klebsiella spp., Enterococcus spp., Pseudomonas aeruginosa Ampicilina + Amicacina (14 dias) Falha terapêutica (14 – 21 dias): Piperacilina-tazobactam Hospitalar associada a sondagem visical E. coli, Proteus spp., Klebsiella spp., Enterococcus, Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter spp. Amicacina (14 dias) Piperacilina-tazobactam ou Cefepima + Amicacina * ou cefadroxil 10 GAstroenterites A maioria das gastroenterites são de etiologia viral: rotavírus, norovírus, enterovírus e adenovírus. Portanto, o tratamento de escolha é a reposição de fluidos e eletrólitos. O uso de antibióticos é desencorajado, pois aumenta o risco de Síndrome 90 trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM pediatria Hemolítico Urêmica em pacientes com E. coli 0157:H7 e de portador crônico em pacientes com Salmonella spp. A terapia antimicrobiana é indicada para pacientes < 6 meses, com bacteremia, toxemiados, com complicação extra-intestinal e/ou imunodeprimidos. Diagnóstico Terapia 1ª. escolha Terapia 2ª. escolha Amicacina + Sulfametoxazol-trimetropim (7- 14 dias) Ampicilina-sulbactam ou Ceftriaxona E. coli Amicacina (7 – 10 dias) Ampicilina-sulbactam ou Ceftriaxona Salmonella spp. Cefotaxima ou Ceftriaxona (10-14 dias) Cloranfenicol ou Azitromicina (7 dias) Shigella spp. Sulfametoxazol-trimetoprim (5-7 dias) Azitromicina (5 - 7 dias) Yersinia spp. Sulfametoxazol-trimetoprim + Amicacina (7 dias) Cefotaxima ou Tetraciclina (> 8 anos) Campylobacter spp. Azitromicina (5-7 dias) Eritromicina (7 dias) Clostridium difficile Metronidazol (10 -14 dias) Vancomicina (VO) Etiologia Sem confirmação E. coli, Salmonella laboratorial spp., Shigella spp. (empírico) Com confirmação laboratorial Nosocomial Nota: Ciprofloxacina é indicado para tratamento de infecção por microrganismo resistente a demais antimicrobianos. 11 linfAdenite Diagnóstico Etiologia Terapia 1ª. escolha Terapia 2ª. escolha Falha terapêutica Aguda bacteriana Streptococcus spp., S. aureus Oxacilina ou Ampicilina-sulbactam Cefalotina (7 – 10 dias) Foco dentário: amoxicilina * drenar abscesso Clindamicina Considerar: MRSA; Bartonella henselae, Mycobacterium tuberculosis, Micobacteria atípica, Blastomycose sul-americana. 91 12 osteoMielites O tratamento cirúrgico é indispensável e o tempo de tratamento recomendado no mínimo de 3 semanas. Terapia 1ª. escolha Terapia 2ª. escolha Diagnóstico Etiologia Recém-nascido (RN) + Streptococcus agalactiae, Oxacilina S. aureus, Enterobactérias Gentamicina (ou amicacina) Ampicilina-sulbactam ou Cefepima 1 m a 2 anos S. aureus, Streptococcus spp., H. Influenza tipo B Oxacilina + Gentamicina (ou amicacina) Ampicilina-sulbactam ou Cefuroxima > 5 anos S. aureus, Streptococcus spp. Oxacilina Cefalotina ou Clindamicina Nota: S. aureus oxacilina-resistente (MRSA) = Clindamicina, Sulfametoxazol-trimetoprim, Vancomicina, Teicoplamina ou Linezolida. Situações especiais Etiologia Terapia Lesão puntiforme em pé Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus spp. Oxacilina + Amicacina ou Cefepima Anemia falciforme Salmonella spp. Ceftriaxona ou Cefotaxima 13 Artrites Diagnóstico Etiologia Terapia 1ª. escolha Terapia 2ª. escolha Artrite não gonocócica em < 6 meses S. aureus, Streptococcus agalactiae, E. coli, Pseudomonas aeruginosa, H. influenzae tipo B Oxacilina + Aminoglicosídeo ou Ampicilina-sulbactam (14-21 dias) Cefotaxima ou Cefepima Artrite não Gonocócica em > 6 meses S. aureus, S. pneumoniae, H. influenzae tipo B (não vacinados) E. coli Oxacilina + Aminoglicosídeo ou Ampicilina-sulbactam (14-21 dias) Cefalotina Artrite Gonocócica (RN e adolescente) n. gonorrhoae Ceftriaxona (10 -14 dias) Alérgicos a beta-lactâmico: ciprofloxacina Ceftriaxona + eritromicina ou doxiciclina (para > 8 anos) (7 - 10 dias) 92 trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM pediatria 14 Apendicite Diagnóstico Etiologia Terapia 1ª. escolha Terapia 2ª. escolha Fases: edematosa e flegmonosa (sem contaminação de cavidade peritoneal) E. coli, Klebsiella spp., Enterobacter spp., Proteus spp., Citrobacter spp., Pseudomonas spp., Bacteroides spp., Streptococcus spp., Peptoestreptococcus spp., Enterococcus spp. Gentamicina + Metronidazol (profilaxia somente no intra-operatório) Amicacina + Clindamicina Fases: gangrenosa e perfurativa (com contaminação de cavidade peritoneal) E. coli, Klebsiella spp., Enterobacter spp., Proteus spp., Citrobacter spp., Pseudomonas spp., Bacteroides spp., Streptococcus spp., Peptoestreptococcus spp.,Enterococcus spp. Ampicilina + Gentamicina + Metronidazol (profilaxia no intra-operatório e manter tratamento durante no mínimo 7dias) Clindamicina + Amicacina 15 Abscesso HepÁtico e peritonite Terapia 1ª. escolha Terapia 2ª. escolha Diagnóstico Etiologia Abscesso hepático sem lesão de alça intestinal Staphylococcus aureus, E. coli, Klebsiella spp., Pseudomonas + amicacispp., Bacteroides spp., Peptoes- Oxacilina na + metronidazol treptococcus spp., Enterococcus spp.; Entamoeba histolytica (14 - 21 dias) (amebíase) Ampicilina-sulbactam + gentamicina + metronidazol Peritonite primária Streptococcus pneumoniae, E. coli, Klebsiella spp. Ampicilina-sulbactam (7-14 dias) Cefotaxima Peritonite associada a CAPD Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase negativo, E. coli, Klebsiella spp., Pseudomonas spp. Oxacilina + amicacina (10 -14 dias) Cefalotina + gentamicina ou Ceftriaxona 93 16 neUtropeniA febril Pacientes com febre (> 38,5ºC ou 2 ou mais episódios de 37,8ºC em 24 hs) e contagem de neutrófilos < 500/mm3. Condição Terapia Terapia seqüencial (persistência da febre após 48-72h) Paciente estável Cefepima + amicacina (até 24h afebril) Vancomicina Paciente com hiperemia e/ ou secreção purulenta em cateter implantável Cefepima + vancomicina (até 72h afebril). *infundir os antibióticos no cateter e considerar a sua retirada Imipenem + Amicacina + Vancomicina Paciente com flebite ou celulite Cefepima + vancomicina (até 72h afebril) Imipenem + Amicacina + Vancomicina Paciente em mau estado + amicacina + geral e instável hemodina- Cefepima vancomicina (até 72h afebril) micamente Imipenem + Amicacina + Vancomicina Paciente em insuficiência respiratória Imipenem + Vancomicina + Sulfametoxazol-trimetoprim Cefepima + Amicacina + Macrolídeo (10-14 dias) Enquanto apresentar febre colher hemocultura diariamente. Paciente com diarréia associada ou mucosite extensa associar metronidazol (exceto se estiver em uso de carbapenem ou piperacilina-tazobactam) Se persistir febre no 5º. dia de internação iniciar Anfotericina B (mínimo 14 dias de tratamento). Direcionar o antimicrobiano conforme o resultado das hemoculturas. 17 QUeiMAdUrA Terapia 1ª. escolha Diagnóstico Etiologia Sepse com < 5 dias de internação S. pyogenes, S. aureus, + Amicacina S. coagulase neg., Pseudomo- Oxacilina (10 -14 dias) nas aeruginosa 94 Terapia 2ª. escolha Clindamicina + Amicacina trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM pediatria Diagnóstico Etiologia Terapia 1ª. escolha Sepse com > 5 dias de internação Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter spp., E. coli, Enterobacter spp., Klebsiella spp., Staphylococcus aureus, enterococos, Candida spp. Piperacilina-tazobactam + Amicacina (10-14 dias) Cefepima + Amicacina Associar vancomicina na evolução s/n Infecção cutânea S. pyogenes, S. aureus, + Amicacina com < 5 dias de S. coagulase neg., Pseudomo- Oxacilina (10 - 14 dias) nas aeruginosa internação Terapia 2ª. escolha Clindamicina + Amicacina Infecção cutânea com > 5 dias de internação S. aureus, S. coagulase neg., Pseudomonas aeruginosa, Vancomicina + AmicaAcinetobacter spp., E. coli, Enterobacter spp., Kleb- cina (10-14 dias) siella spp., Candida spp. Piperacilinatazobactam + Vancomicina Pneumonia com < 5 dias de internação Streptococcus pneumoniae, S. Ampicilina-sulbactam aureus, S. pyogenes (8 - 14 dias) Amoxicilina-clavulanato Pneumonia com > 5 dias de internação Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter spp., E. coli, Enterobacter spp., Klebsiella spp., Staphylococcus aureus, Cândida spp. Pseudomonas aeruginosa, spp., Infecção Urinária Acinetobacter E. coli, Enterobacter spp., Klebsiella spp., enterococos Piperacilina-tazobactam + amicacina Cefepima Associar vancomicina na evolução s/n Amicacina (10 -14 dias) Piperacilina-tazobactam ou Cefepima Nota: Associar anti-fúngico (fluconazol ou Anfotericina B) na evolução s/n. 18 infecção relAcionAdA A cAteter vAscUlAr Antes do início do antibiótico colher hemoculturas pareadas (sangue do cateter e sangue periférico). Quando houver indicação de retirada do cateter por suspeita de infecção, deve-se colher cultura de ponta do cateter (≥ 5 cm de extremidade do cateter). 95 Tipo de Cateter Etiologia aureus, Staphylococcus Cateter periférico S. coagulase neg. Terapia 1ª. escolha Terapia 2ª. escolha Oxacilina (7-10 dias) Cefalotina Cateter central S. aureus, Staphylococcus coagulase neg, Pseudomonas spp., Enterobacter spp., Klebsiella spp., E. coli Oxacilina + amicacina (10-14 dias) Cefepima Cateter implantável S. aureus, Staphylococcus coagulase neg, Pseudomonas spp., Enterobacter spp., Klebsiella spp. Vancomicina + Amicacina (14 – 21 dias) Infundir os antibióticos pelo cateter Vancomicina + Piperacilina-tazobactam ou Cefepima 19 infecção de sÍtio cirÚrGico Cirurgia Etiologia Terapia 1ª. escolha Cirurgia cardíaca S. aureus, Staphylococcus coagulase neg, enterococos, Enterobacter spp., E. coli, Klebsiella spp., Pseudomonas aeruginosa Oxacilina + Amica- Piperacilina-tazobactam + cina (10 -14 dias) amicacina Cirurgia torácica S. aureus, Staphylococcus + Amica- Ampicilinasulbactam ou coagulase neg., Streptococcus Oxacilina Cefalotina pneumoniae, Enterobactérias cina (7 -14 dias) Neurocirurgia Com meningite Sem meningite S. aureus, Staphylococcus coagulase neg, Pseudomonas spp., Enterobacter spp., Klebsiella spp. Terapia 2ª. escolha Vancomicina + Cefepima (21 dias) Vancomicina + Cefotaxima (21 dias) Oxacilina + amicacina (7-14 dias) Cefalotina Ampicilina – sulbactam (ou Piperacilina-tazobactam)+ amicacina ou Cefalotina + amicacina Cirurgia gastrointestinal Bacilos gram negativos (E. coli, Klebsiella spp., Pseudomonas Oxacilina + Amicaspp.), anaeróbios, estreptoco- cina + Metronidazol (7-14 dias) cos, estafilococos, enterococos Cirurgia ortopédica S. aureus, Staphylococcus + Amica- Clindamicina + Amicacina coagulase neg., Streptococcus Oxacilina cina (10-14 dias) ou Cefalotina spp., bacilos gram negativos Cirurgia urológica Bacilos gram neg., Estafilococos 96 Amicacina (14dias) Piperacilina-tazobactam trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM pediatria 20 oUtrAs infecções eM neonAtoloGiA A terapia empírica inicial depende do perfil de sensibilidade do hospital. Topografia da infecção Etiologia 1as 48h de vida 3–7 dias de vida > 7 dias de vida Onfalite S. aureus, S. agalactiae, coliformes Penicilina + gentamicina Oxacilina + Amicacina Vancomicina + Amicacina Enterocolite necrotizan te E. coli, Klebsiella spp., Ampicilina + Ampicilina + Enterobacter spp., Gentamicina + Amicacina + anaeróbios, enteroMetronidazol Metronidazol cocos, S. aureus Piperacilina-tazobactam + amicacina Associar vancomicina na evolução s/n 21 profilAxiA AntiMicrobiAnA eM cirUrGiA pediÁtricA Recomendação Regime alternativo Marcapasso permanente Cefazolina – dose única Vancomicina Cardíaca com esternotomia Cefazolina – 24 horas Cardíaca com tórax aberto Cefazolina – até fechar esterno Vancomicina (ou Oxacilina) + Gentamicina Drenagem por trauma Cefazolina – dose única Clindamicina Drenagem sem trauma Não indicada Pneumectomia ou lobectomia Cefazolina – dose única Clindamicina Mama Cefazolina – dose única Clindamicina Cirurgia Torácica Ortopédica Limpa* Não indicada Cirurgia de quadril, prótese ou fixação interna Cefazolina – 24 horas Vancomicina Vascular 97 Cirurgia Recomendação Reconstrução de aorta abdominal, procedimentos na perna com incisão na virilha, Cefazolina – 24 horas amputação de extremidade inferior, implante de prótese ou corpo estranho Regime alternativo Vancomicina Neurocirúrgica Craniotomia Cefazolina – dose única Vancomicina Limpa, contaminada (através dos seios, ou naso/orofaringe) Clindamicina – dose única Cefuroxima + Metronidazol Derivação ventrículoperitoneal Cefuroxima – 24 horas Vancomicina ou Sulfametoxazol-trimetoprim Cabeça e pescoço Limpa (parotidectomia, tireoidectomia, excisão glândula submandibular) Não indicada Limpa-contaminada (tonsilectomia, adenoidectomia, rinoplastia, tumor faríngeo / laríngeo) Cefazolina – dose única Clindamicina + Gentamicina Urológica Urina estéril ou sem obstrução Não indicada Pacientes de alto risco** Cefazolina – 24 horas Postectomia # Não indicada Sufametoxazol-trimetoprim - 2 horas antes VO + 2 doses após Gastrointestinal Implante de cateter peritoneal Cefazolina – dose única Herniorrafia ## Não indicada Laparotomia por brida Não indicada 98 Clindamicina trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM pediatria Gastroduodenal Cefazolina – dose única Clindamicina + gentamicina Trato biliar Cefazolina – dose única Cefoxitina Apêndice não supurado Cefazolina + Metronidazol – dose única Trauma abdominal penetrante Cefazolina + Metronidazol – dose única Coloretal Neomicina + Eritromicina – VO 18 e 8 horas antes da cirurgia + Metronidazol + Gentamicina – EV dose única Intra-operatório: Cefoxitina ou Metronidazol + Gentamicina ou Clindamicina + Gentamicina Ferida traumática Cefazolina – dose única Oftálmica Tópica com neomicina-polimixina ou tobramicina ou gentamicina – 2 gotas prévia ao procedimento Ginecológica Trauma genital penetrante Cefazolina – dose única Histerectomia vaginal ou abdominal Cefazolina – dose única Intra-operatório: Cesariana Cefazolina – dose única, após clampear o cordão Cefoxitina Aborto 1º. Trim. = Penicilina Cristalina 2º. Trim. = Cefazolina – doses únicas Transplante Coração Cefazolina – 48 horas Pulmão Cefazolina – 48 horas Figado Cefotaxima+Ampicilina–48 horas Pâncreas Cefazolina – dose única Rim Cefazolina – dose única Vancomicina + Gentamicina * fratura exposta = Cefazolina dose única e após Cefalotina (ou Clindamicina) + Amicacina durante no mínimo 5 dias. Amputação de membro com infecção = idem e associar Metronidazol, se o tratamento não incluir Clindamicina. ** urológica com cateterização prolongada, bacteriúria positiva e/ou urocultura duvidosa e/ou não realizada no pré-operatório = considerar o uso de Nitrofurantoína ou Sulfametoxazol-trimetoprim durante 10 dias. # postectomia em < 2 anos de idade = considerar Cefazolina em dose única. 99 ## herniorrafia em < 2 anos de idade = considerar Cefazolina em dose única. apêndice supurado ou ruptura de víscera = Ampicilina + Gentamicina + Metronidazol (ou Clindamicina) durante no mínimo 5 dias. Ferida traumática = manter Cefalotina durante 5 dias ou oxacilina + gentamicina. TX hepático = repetir a dose a cada 6 horas durante o procedimento. Notas: Procedimentos laparoscópicos = considerar a necessidade de Cefazolina dose única. Iniciar a dose de Cefazolina na indução anestésica, antes da incisão da pele e no máximo 2 horas antes da incisão. Repetir a dose de Cefazolina a cada 3 horas, se a cirurgia for mais prolongada. Repetir as doses de antimicrobianos se houver perda sanguínea > 20% da volemia (> 1 litro para adultos). Volemia = 80 ml/Kg. Doses: Cefazolina – 30 mg/Kg/dose de 8/ 8 horas EV (12/12 h para RN); máximo 2 g/ dose. Cefalotina – 25 mg/kg/dose de 6/ 6 horas EV; máximo 2 g/dose. Cefoxitina – 30 mg/kg/dose de 8/8 horas EV; máximo 2 g/dose. Cefotaxima – 50 mg/Kg/dose de 6/6 horas EV; máximo 2 g/dose. Cefuroxima – 50 mg/kg/dose de 8/8 ou 12/12 horas; máximo 1,5 g/dose. Ampicilina – 50 mg/Kg/dose de 6/6 horas EV; máximo 1 g/dose. Gentamicina – 2 mg/Kg/dose de 8/8 horas EV; máximo 250 mg/dose. Amicacina – 15 mg/Kg/dose 1 vez/dia EV; máximo 1 g/dose. Metronidazol – 10 mg/Kg após 7,5 mg/Kg/dose de 8/8 horas EV; máximo 500 mg/dose. Clindamicina – 15 mg/Kg após 10 mg/Kg de 6/6 horas EV; máximo 600 mg/ dose. Neomicina – 20 mg/Kg/dose VO; máximo 1g/dose. Eritromicina – 10 mg/Kg/dose VO; máximo 1 g/dose. Vancomicina – 15 mg/Kg após 20mg/kg/dose de 12/12 horas EV; máximo 1 g/ dose. Sulfametoxasol-trimetoprim – 30 –50 mg/kg/dose de sulfa, a cada 12 horas; máximo 800 mg/dose de sulfa. 100 trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM pediatria 22 profilAxiA AntiMicrobiAnA eM cirUrGiA neonAtAl As principais afecções cirúrgicas no período neonatal são: hérnia de hiato, atresia de esôfago, atresia duodenal, hipertrofia de piloro, hérnia inguinal encarcerada, onfalocele, gastrosquise, vício de rotação intestinal, megacolon congênito, ânus imperfurado, pâncreas anular. Idade Cirurgia sem abertura de alça intestinal Cirurgia com abertura de alça intestinal < 72 h de vida Penicilina + gentamicina Penicilina + gentamicina + metronidazol > 72 h de vida Cefazolina Cefazolina + metronidazol A duração máxima da profilaxia é 24 horas e o intervalo de doses depende da idade gestacional (vide tabela de doses) Definir se o recém-nascido com menos de 72 horas de vida já apresenta infecção antes da cirurgia, pois nestes casos deve-se repetir a dose dos antibióticos em uso (penicilina + gentamicina) na indução anestésica. Para recém-nascidos com mais de 72 horas de vida em tratamento com penicilina + gentamicina, deve-se administrar a cefalozina (s/n com metronidazol) na indução anestésica. Pacientes com onfalocele e gastrosquise considera-se o antibiótico terapêutico, com duração mínima de 7 dias de tratamento. Doses: Penicilina – 50.000 U/Kg/dose 8/8 ou 12/12h Ampicilina – 50 mg/kg/dose 8/8 ou 12/12h Gentamicina – 5 mg/kg/dose 24/24h Cefazolina – 30 mg/kg/dose 8/8 ou 12/12h Metronidazol – 7,5 mg/kg/dose 8/8 ou 12/12h 101 102 7,5 cada 12 hs 16 cada 36 hs. 25-50 cada 12 hs. 25-50 Ampi. cada 12 hs. 0,5-1 cada 24 hs. 30 cada 12 hs. 20 cada 12 hs. 50 cada 12 hs. 50 cada 12 hs. 50 cada 12 hs. 50 cada 24 hs. - 5 cada 12 hs. 25 cada 24 hs. Amicacina Ampicilina Ampicilina sulbactam Anfotericina B Aztreonam Cefalotina Cefepima Cefotaxima Ceftazidima Ceftriaxona Ciprofloxacina Clindamicina Cloranfenicol 25 cada 24 hs. 5 cada 12 hs. - 50 cada 24 hs. 50 cada 12 hs. 50 cada 12 hs. 50 cada 12 hs. 20 cada 12 hs. 30 cada 12 hs. 0,5-1 cada 24 hs. 25-50 Ampi. cada 12 hs. 25-50 cada 12 hs. PN 1200 - 2000g 7,5 cada 12hs 18 cada 48hs 25 cada 24 hs. 5 cada 8 hs. - 50 cada 24 hs. 50 cada 8-12 hs. 50 cada 8-12 hs. 50 cada 12 hs. 20 cada 8 hs. 30 cada 8 hs. 0,5-1 cada 24 hs. 25-50 Ampi. cada 8 hs. 25-50 cada 8 hs. 10 cada 12 hs 15 cada 24 hs. PN > 2000g < 1 semana de vida PN < 1.200g (mg/kg/dose ou U/kg/dose) 0 - 4 semanas Atimicrobiano de vida 23 doses de AntiMicrobiAnos eM pediAtriA 25 cada 24 hs. 5 cada 8 hs. 10-20 cada 24 hs 50 cada 24 hs. 50 cada 8 hs. 50 cada 8 hs. 50 cada 8 hs. 20 cada 8 hs. 30 cada 8 hs. 0,5-1 cada 24 hs. 25-50 Ampi. cada 8 hs. 25-50 cada 8 hs. 7,5 cada 8 - hs 15 cada 24 hs. PN ≤ 2000g 15-25 cada 12 hs. 5-7,5 cada 6 hs. 20-30 cada 12 hs 50-75 cada 24 hs. 50 cada 8 hs. 50 cada 6-8 hs. 50 cada 8 hs. 20 cada 6 hs. 30 cada 6 hs. 0,5-1 cada 24 hs. 25-50 Ampi. cada 6 hs. 25-50 cada 6 hs. 10 cada 8 hs - 15 cada 24 PN > 2000g ≥ 1 semana de vida 25 cada 6 hs. (máx. 500mg.) 10 cada 6-8 hs. (máx. 600mg.) 15 cada 12 hs. (máx. 400 mg.) 50-100 cada 24 hs. (máx.4g.) 50 cada 8 hs. (máx. 2g.) 25-75 cada 6 hs. (máx. 2g.) 50 cada 8-12 hs. (máx. 2g.) 12,5-33 cada 4-6 hs. (máx. 2g.) 30 cada 6 hs. (máx.2g) 0,5-1,5 cada 24 hs. 25-75 Ampi. cada 6hs. (máx. 2g Ampi./dose) 25-100 cada 6 hs. (máx. 3g) 7,5 cada 8-12 hs. (máx. 1.500mg/dia) (máx. por dose) Após o período Neonatal 6-12 cada 72 hs. 2,5 cada 12 hs4-5 cada 36 hs. 6-12 cada 72 hs. 2,5 cada 18-24 hs 5 cada 48 hs. 25 cada 12 hs. 10 cada 12 hs. 20 cada 12 hs. 7,5 cada 24-48 hs. 25 cada 12 hs. 25.000 - 50.000 cada 12 hs. 50-75 de Piperacilina cada 12 hrs. - 8-10 cada 24 hs. 15 cada 24 hs Fuconazol Gentamicina Imipenem-cilastatina Linezolida Meropenem Metronidazol Oxacilina Penicilina G Cristalina Piperacilina-tazobactam Sulfametoxazol-trimetoprim Teicoplamina Vancomicina 10-15 cada 12hs 8-10 cada 24 hs. - 50-75 de Piperacilina cada 12 hrs. 25.000 - 50.000 cada 12 hs. 25-50 cada 12 hs. 7,5 cada 24 hs. 20 cada 12 hs. 10 cada 12 hs. 20-25 cada 12 hs. - - Ertapenem 10 cada 12 hs. 10 cada 12 hs. Eritromicina 10-15 cada 8-12hs 8-10 cada 24 hs. - 50-75 de Piperacilina cada 8 hrs. 25.000 - 50.000 cada 8 hs. 25-50 cada 8 hs. 7,5 cada 12 hs. 20 cada 12 hs. 10 cada 8 hs. 20-25 cada 12 hs. 2,5 cada 12 hs4-5 cada 24 hs. 6-12 cada 72 hs. - 10 cada 12 hs. 10-15 cada 8-12hs 8-10 cada 24 hs. - 50-75 de Piperacilina cada 8 hrs. 25.000 - 50.000 cada 8 hs. 25-50 cada 8 hs. 7,5 cada 12 hs. 20 cada 8-12 hs. 10 cada 8 hs. 20-25 cada 8 hs. 2,5 cada 8-12 hs4-5 cada 24 hs. 6-12 cada 24-48 hs. - 10 cada 8 hs. 10-15 cada 6-8hs 8-10 cada 24 hs. - 50-75 de Piperacilina cada 6 hrs. 25.000 - 50.000 cada 6 hs. 25-50 cada 6 hs. 15 cada 12 hs. 20 cada 8 hs. 10 cada 8 hs. 20-25 cada 8 hs. 2,5 cada 8-12 hs4-5 cada 24 hs. 6-12 cada 24-48 hs. - 10 cada 8 hs. 10-15 cada 6hs (máx. 4,0g/dia) 10-12 cada 24 hs (máx. 400 mg), 10 cada 12 hs nos primeiros 4 dias 20-30 de Sulfa.cada12 hs. (máx.800mg Sulfa.) 25-75 de Piperacilina cada 6-h (máx.4g / dose Piper.) 25.000-100.000 cada 4hs (máx. 24 milhões / dia) 25-50 cada 4-6 hs. (máx.12g./dia) 5-12 cada 8 hs. (máx.500mg.) 20-40 cada 8 hs. (máx.2g.) 10 cada 8 hs. (máx 600 cada12hs.) 15-25 cada 6 hs. (máx.1g.) 2,5 cada 8-12 hs. (máx.240 mg/dia) 6-12 cada 24 hs. (máx.400mg.) 15 cada 12hs. (máx 1g/dia) 10 cada 6 hs. trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM pediatria 103 Tabela de doses dos demais antimicrobianos de uso ambulatorial: Antibiótico Dose Amoxicilina 40-50 mg/kg/dia 8/8h ou 12/12h VO ou 8/8 h EV (máx 1g/dose) (pneumococo de resistência intermediária: 80-90 mg/kg/dia 8/8h VO ou EV) mg/kg/dia 8/8h ou 12/12h VO, 6/6h ou 8/8h EV (máx 1g/dose) Amoxicilina-clavulanato 40-50 (s/n associar amoxicilina 40 mg/kg/dia 8/8h VO ou EV) Azitromicina 10 mg/kg/dia no 1º dia e 5 mg/kg/dia do 2º ao 5º dia VO ou EV (amigdalite: 12 mg/kg/dia, 1 X ao dia, 5 dias) (máx 500mg/dose) Axetil-cefuroxima 20 - 30 mg/kg/dia 8/8h VO (máx 500 mg/dose) Cefalexina 50 – 100 mg/kg/dia 6/6h VO (máx 1g/dose) Cefaclor 20 – 40 mg/kg/dia 6/6h ou 8/8h VO (máx 750 mg/dose) Cefadroxil 30 mg/kg/dia 12/12h ou 8/8h VO (máx 1g/dose) Cefprozila 30 mg/kg/dia 12/12h VO (máx 500 mg/dose) Claritromicina 15 mg/kg/dia 12/12h VO ou EV (máx 500mg/dose) Penicilina G procaína 50.000 U/Kg/dose de 12/12h IM (máx 400.000 U/dose) Penicilina V 25 a 50 mg/kg/dia 6/6 h VO (máx 500. 000 U/dose) Sultamicilina 30 - 50 mg/kg/dia de 12/12 VO (máx 500 mg/dose) Oseltamivir < 15 kg = 30 mg VO 12/12 >15–23 = 45 mg VO 12/12h >23–40 = 60 mg VO 12/12h >40 (após 12 anos de idade) = 75 mg VO 12/12h Duração = 5 dias referÊnciAs BRITISH Thoracic Society of Standards of Care Committee. 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Antibióticos e quimioterápicos para o clínico. 2. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2009. TAVARES, W. Manual de antibióticos e quimioterápicos antiinfecciosos. 3. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2001. 105 iv trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM obstetrÍCia O uso de antimicrobianos durante a gestação tem os seguintes objetivos: tratamento materno, tratamento do feto e/ou prevenção de infecções e complicações fetais. Em função da menor concentração plasmática dos antimicrobianos na gestação, as doses devem ser calculadas no limite máximo recomendado. Considerar sempre o trimestre da gestação na escolha dos antimicrobianos (consultar tabela específica). 1 infecções respirAtÓriAs coMUnitÁriAs nA GestAnte Diagnóstico Etiologia S. pyogenes, Infecções de vias S.pneumoniae, aéreas superiores Moraxella catarrhalis, Haemophilus spp. Terapia 1ª. escolha Terapia 2ª. escolha Amoxicilina (7 – 10 dias) Amoxicilinaclavulanato ou sultamicilina Infecções respiratórias baixas sem indicação de internação S.pneumoniae, H. influenzae, Mycoplasma pneumoniae, Clamydia pneumoniae Amoxicilina (7-10 dias) + Azitromicina (5 dias) ou Claritromicina (14 dias) Cefuroxima+ Azitromicina* Infecções respiratórias baixas com indicação de internação S.pneumoniae, H. influenzae, Mycoplasma pneumoniae, Clamydia pneumoniae, Vírus Influenza (A, B, H1N1) Penicilina cristalina ou Ampicilina-sulbactam (7 – 10 dias) Associar s/n: Azitromicina (5 dias) ou Oseltamivir (5 dias) Ceftriaxona * ou Estearato de eritromicina 2 infecções UrinÁriAs coMUnitÁriAs nA GestAnte Diagnóstico Etiologia Terapia 1ª. escolha Terapia 2ª. escolha Infecções urinárias baixas (cistite e bacteriúria assintomática): E. coli, Klebsiella spp., Proteus spp., Streptococcus agalactiae, enterococos Cefalexina* ou Sulfametoxazol-trimetoprim Cistite = 7 dias Bacteriúria assintomática = 3 dias Amoxicilina ou Amoxicilina-clavulanato ou Nitrofurantoína 106 trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM obstetrÍCia Diagnóstico Etiologia Terapia 1ª. escolha Terapia 2ª. escolha Infecção Urinária com urocultura negativa, sem uso de antimicrobiano prévio Ureaplasma urealyticum Azitromicina (dose única) Amoxicilina** (7 dias) Infecções urinárias altas (pielonefrite) E. coli, Klebsiella spp., Proteus spp., Streptococcus agalactiae, enterococos Cefalotina ou Ampicilina + gentamicina Ceftriaxona (10 - 14 dias) Pielonefrite com falha terapêutica inicial e paciente grave Pseudomonas spp., Klebsiella spp., Enterobacter spp., enterococco Piperacilina-tazobactam (14 dias) Ampicilina + Cefepima * ou cefadroxil **ou Estearato de eritromicina Após 48-72 h afebril seqüenciar para VO Urocultura de controle 2-7 dias após o tratamento e mais 2 vezes até o final da gestação Recidiva ou reinfecção = tratamento supressivo com dose noturna (ampicilina ou amoxicilina ou nitrofurantoína) 3 rUptUrA preMAtUrA de MeMbrAnAs (rpM) A infecção é uma das principais causas de RPM, estudos mostram que 32% a 35% dos casos têm cultura de líquido amniótico positiva. Mulheres colonizadas com Streptococcus do grupo B, têm uma maior freqüência de RPM. Para que a conduta conservadora seja estabelecida (em relação à interrupção ou não da gestação) deve-se ter certeza que não existem infecções. Para tanto, solicita-se à admissão da paciente alguns exames, como hemograma, proteína C reativa (PCR) e urocultura, além de exame físico minucioso. A taquicardia fetal (> 160 bpm) é sugestiva de infecção intra-amniótica. Nas pacientes longe do termo em que se opte por tratamento conservador, o uso de antibióticos diminui a morbidade neonatal e o risco de corioamnionite (RR-0,57; IC 95%: 0,37 - 0,86), e aumenta o período de latência, seja no prolongamento da gestação em 48 horas (RR-0,71; IC 95%: 0,58 - 0,87) ou em 7 dias (RR-0,80; IC 95%: 071 - 0,90), embora a mortalidade neonatal não seja alterada. 107 Diagnóstico Etiologia Terapia 1ª. escolha Terapia 2ª. escolha Gestação < 37 semanas Streptococcus do grupo B, Trichomonas vaginalis, Clamydia trachomatis Ampicilina EV (48h) após amoxicilina VO (5 dias) + Azitromicina EV (48h) após azitromicina VO (3 dias) Clindamicina EV / VO + Azitromicina EV / VO 4 corioAMnionite Com o diagnóstico de infecção intra-amniótica a interrupção da gestação é indiscutível, pois trata-se de uma infecção restrita a cavidade uterina e que se resolve com o esvaziamento da mesma. Via de parto Etiologia Terapia 1ª. escolha Terapia 2ª. escolha Parto normal Streptococcus grupo B, E. coli, anaeróbios, enterococo, Mycoplasma spp., Ureaplasma spp., Gardnerella vaginalis, Listeria monocytogenes Ampicilina + Gentamicina (até 24h afebril) Ampicilina - sulbactam Cesareana Streptococcus grupo B, E. coli, anaeróbios, enterococo, Mycoplasma spp., Ureaplasma spp, Gardnerella vaginalis, Listeria monocytogenes Ampicilina + Gentamicina + Metronidazol (até 24 h afebril) Clindamicina + Amicacina 5 trAtAMento eMpÍrico dAs principAis infecções HospitAlAres nA GestAnte: Topografia da infecção Etiologia Terapia 1ª. escolha Infecção de sítio cirúrgico (após cesareana): localizada na incisão (hiperemia e hipertermia) S. aureus, Staphylococcus caogulase negativo expectante 108 Terapia 2ª. escolha trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM obstetrÍCia Topografia da infecção Etiologia Terapia 1ª. escolha Terapia 2ª. escolha Infecção de sítio cirúrgico (após cesareana): celulite além dos limites da incisão e sem comprometimento sistêmico S. aureus, Staphylococcus coagulase negativo, coliformes Cefalotina (7-14 dias) Amoxicilina-clavulanato Infecção de sítio cirúrgico (após cesareana): celulite com comprometimento sistêmico (c/ ou s/ drenagem purulenta) S. aureus, Staphylococcus coagulase negativo, coliformes, anaeróbios (peptoestreptococos, Bacteróides spp.) Oxacilina + Clindamicina + Gentamicina (ou Amicacina) (10 -14 dias) Ampicilina-sulbactam (c/ ou s/ amicacina) Infecção de sítio cirúrgico (após cesareana): Fasceíte necrotizante S pyogenes, S. aureus, coliformes, anaeróbios (peptoestreptococos, Bacteróides spp.) Penicilina + Clindamicina + Gentamicina + Câmara hiperbárica + Drenagem e desbridamento (14 dias) Piperacilina-tazobactam + Câmara hiperbárica + Drenagem e desbridamento Infecção leve de episiotomia de assento Estreptococos, estafilo- Banhos antisséptico + cocos, enterobactérias e com Ampicilina-sulbactam anaeróbios (7 dias) Clindamicina + Gentamicina ou Cefalexina + Metronidazol Infecção moderada ou grave de episiotomia Estreptococos, estafilococos, enterobactérias e anaeróbios, Clostridium perfringens (na mionecrose) Penicilina em altas doses + Gentamicina + Metronidazol (10-14 dias) Exploração cirúrgica s/n Ampicilina-sulbactam ou Piperacilina-tazobactam Endometrite Streptococcus grupo B, enterococos, E. coli, anaeróbios (Bacteróides spp., peptoestreptococcus, Prevotella bivia), Mycoplasma spp., Ureaplasma spp., Clamydia trachomatis, Gardnerella vaginalis Ampicilina + Gentamicina + Metronidazol (7 – 10 dias) Após 48h afebril- amoxicilina-clavulanato ou sultamicilina VO Ampicilina + Gentamicina + Clindamicina ou Ampicilina-sulbactam ou Piperacilina-tazobactam Mastite Staphylococcus aureus Streptococcus do grupo A e do grupo B, E. coli, Klebsiella pneumoniae, enterococo. Oxacilina (7 - 10 dias) Associar clindamicina se abscesso sub-areolar Cefalotina ou Clindamicina Associar amicacina s/n 109 REFERÊNCIAS CAMANO L. et al. Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar – UNIFESP: Guia de Obstetrícia. São Paulo: Manole, 2005. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Rotura prematura de membranas. Brasília: AMB, CFM, 2008. FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Guia de utilização de antiinfecciosos e recomendações para prevenção de infecções hospitalares. 4. ed. São Paulo: FMUSP, 2009-2011. GILBERT D.N. et al. The sanford guide to antimicrobial therapy. 40 th ed. Sperryville: Antimicrobial Therapy, 2010. MANDELL, D; BENNETT, J. E.; DOLIM, R. Principles and practice of infectious diseases. 7th ed. Philadelphia: Elsevier, 2010. PASQUALOTO, A. C., SCHWARZBOLD, A. V. Doenças infecciosas: conduta diagnóstica e terapêutica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. PREVENTION of Perinatal Group B Streptococcal Disease. Disponível em: www.cdc.gov/ mmwr/preview/mmwrhtml/rr5111a1.htm. Acesso em: 1 Jan. 2010. RAMOS, J. G. et al. Antimicrobianos em ginecologia e obstetrícia. Porto Alegre: Artmed, 2006. TAVARES, W. Antibióticos e quimioterápicos para o clínico. 2. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2009. TAVARES, W. Manual de antibióticos e quimioterápicos antiinfecciosos. 3. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2001. 110 trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM obstetrÍCia 6 prevencão de infecção neonAtAl por STREPTOCOCCUS do GrUpo b (sGb) 6.1 RECOMENDAÇÕES PARA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO NEONATAL PRECOCE POR SGB Estratégias de prevenção de doença de início precoce neonatal por SGB com diagnóstico realizado no pré-natal: SIM fatores de risco: Criança de gestação anterior com doença invasiva por SGB Bacteriúria por SGB nesta gestação Penicilina intra-parto sGb + Em trabalho de parto NÃO Cultura para SGB em swab vaginal e retal com 35 a 37 semanas de gestação SGB - Penicilina intra-parto NÃO REALIZADO, INCOMPLETO OU RESULTADO DESCONHECIDO fatores de risco: Idade gestacional < 37 semanas Temperatura intra-parto≥ 38ª C Ruptura de membranas ≥ 18 horas NÃO Profilaxia intra-parto não indicada SIM Penicilina intra-parto Cesareana eletiva: para gestantes colonizadas com SGB, sem trabalho de parto e com membranas íntegras, não é indicada a profilaxia Penicilina G cristalina = 5 milhões U EV de ataque, após 2,5 a 3 milhões U EV a cada 4 horas, até o nascimento ou Ampicilina = 2 g EV de ataque, após 1 g EV a cada 4 horas, até o nascimento. Alergia a penicilina: Cefazolina = 2 g EV de ataque, após 1 g EV a cada 8 horas. Alergia a penicilina ou cefalosporina (anafilaxia, angioedema, insuficiência respiratória, urticária): Testar Clindamicina no antibiograma. Clindamicina = 900 mg EV a cada 8 horas. ou Vancomicina = 1 g EV a cada 12 horas (para cepas resistentes a clindamicina). 111 6.2 ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO DE DOENÇA DE INÍCIO PRECOCE POR SGB SEM REALIZAÇÃO DE CULTURAS NO PRÉ-NATAL: Um ou mais dos seguintes fatores de risco: Criança de gestação anterior com doença invasiva por SGB. Bacteriúria por SGB nesta gestação Parto com < 37 semanas de idade gestacional. Ruptura deo membranas ≥ 18 horas. Temperatura intraparto ≥ 38 C. Teste de amplificação de ácido nucléico positivo para SGB SIM Penicilina intra-parto NÃO Não indicado profilaxia intra-parto Se o teste de amplificação de ácido nucléico for negativo para o SGB, porém há qualquer um dos fatores de risco anteriores, está indicada a penicilina intra-parto 6.3 MANEJO EMPÍRICO DE NEONATO NASCIDO DE MÃE COM INDICAÇÃO DE ANTIBIOTICOPROFILAXIA INTRA-PARTO (API) PARA PREVENIR INFECÇÃO PRECOCE POR SGB API realizada Antibioticoterapia para suspeita de corioamnionite SIM Sinais de sepse? SIM SIM NÃO Idade gestacional, tempo de ruptura de membranas (R M) e número de doses de API realizadas antes do parto (penicilina ou ampicilina) ≥ 2 DOSES ou ≥ 4 HORAS Não tratar Não realizar exames Observar ≥ 48 horas 112 Avaliação diagnóstica completa (hemograma c/ plaquetas, hemocultura, RX e LCR) e iniciar terapia empírica (suspender se exames normais) < 37 SEM. OU R M ≥ 18 horas < 2 DOSES ou < 4 HORAS ou não realizada Avaliação limitada (hemograma c/ plaquetas e hemocultura) Observar ≥ 48 horas (não dar alta antes) Se suspeita de sepse, completar avaliação diagnóstica e iniciar terapia empírica ≥ 37 SEM. E R M < 18 horas Sinais de sepse ? Não tratar Observar ≥ 48 horas Hemograma c/ plaquetas com 12h de vida Avaliação diagnóstica completa (hemocultura, RX e LCR) e iniciar terapia empírica (suspender se exames normais) trataMento e proFilaXia de inFeCçÕes eM obstetrÍCia 6.4 PROFILAXIA PARA SGB DURANTE TRABALHO DE PARTO PREMATURO: Início do trabalho de parto com ≤ 37 semanas de gestação e risco iminente de parto prematuro Sem cultura para SGB Realizar cultura de swabs vaginal e retal para SGB e iniciar penicilina EV Sem crescimento após 48 horas SGB + SGB + ou não disponível Penicilina EV por ≥ 48 horas (durante tocólise) Não realizar profilaxia para SGB Inibição do trabalho de parto? SIM Interromper a penicilina SGB - Interromper a penicilina, reiniciar a qualquer momento se voltar trabalho de parto (se cultura + ou indisponível) NÃO Profilaxia com penicilina até o nascimento A cultura negativa é válida durante 5 semanas. Portanto, após este periodo, se a paciente for readmitida em trabalho de parto, deve-se coletar nova amostra e seguir o algorítimo. Em gestação de gemelar sugere-se a 1ª. coleta de swab com 28 semanas e a 2ª. coleta com 34 – 35 semanas. 113 6.5 PROFILAXIA PARA SGB PARA GESTANTES COM RUPTURA PREMATURA DE MEMBRANAS: Ruptura prematura de membranas com risco iminente de parto prematuro Paciente entrou em trabalho de parto? SIM NÃO Manter antibiótico para prolongar a latência* ou para SGB** durante ≥ 48h Manter antibiótico até o parto Obter resultado de culturas SGB + ou não disponível SGB Suspender a profilaxia*** Manter a profilaxia até o parto *Ampicilina 2 g EV de ataque e 1 g EV 6/6 horas **Penicilina cristalina 5.000.000 U EV de ataque e 2,5 a 3 milhões U EV 4/4 horas ***Repetir a cultura dentro de 5 semanas ou com 35 semanas de idade gestacional 114