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FACULDADE DE PARÁ DE MINAS Curso de Administração de Empresas Débora Janice Pereira de Faria ANÁLISE NA APURAÇÃO DOS CUSTOS DE UM BUFÊ Pará de Minas 2013 Débora Janice Pereira de Faria ANÁLISE NA APURAÇÃO DOS CUSTOS DE UM BUFÊ Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Administração de Empresa da Faculdade de Pará de Minas como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração de Empresas. Área de concentração: Custos Orientador: Prof. Flávio Sérgio Linhares Pará de Minas 2013 Débora Janice Pereira de Faria Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Administração de Empresa da Faculdade de Pará de Minas como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração de Empresas. ANÁLISE NA APURAÇÃO DOS CUSTOS DE UM BUFÊ Aprovada em ___/___/___ ______________________________________________________ Orientador: Prof. Flávio Sérgio Linhares _______________________________________________________ Examinador: Prof. Marcus Vinícius Barbosa de Araújo Dedico este trabalho à minha família, especialmente, à minha mãe, à minha madrinha, às minhas sobrinhas, à Viviane, pela colaboração, incentivo e companheirismo fundamental nessa vitória. AGRADECIMENTOS Certo dia li, em algum lugar, não lembro onde, que ser grato era reconhecer que outras pessoas também participaram na produção de algo em nossa vida, o que me fez pensar que conseguir ser grato dependia muito de conseguir também ser humilde, de saber reconhecer que precisamos do outro em nossas vidas, nem que seja apenas para compartilhar uma conquista, uma vitória. Que graça teria lutar, vencer e não ter com quem comemorar? Por isso, fica muito difícil, praticamente impossível, listar aqui todas as pessoas que participaram desta minha produção ou conquista – cada um pode interpretar como quiser. Eu prefiro chamar de “parte da tarefa” Agradeço à Iracema e a todos os colaboradores do Buffet Iracema, que me receberam sempre de portas e corações abertos, permitindo-me conhecer cada vez mais com a convivência e com a prática do dia a dia da empresa. Sinceros agradecimentos aos meus colegas de estudo, em especial ao Edmar, pelas piadinhas e histórias contadas, quando tudo parecia que ia ruir, e pelo silêncio, quando meus pensamentos falavam mais alto. Obrigada a todos os professores, em especial ao Flávio Linhares, pelos ensinamentos, paciência e dedicação. Muito obrigada a todos! É melhor gerenciar os custos do que aumentar o preço de venda para se obter um lucro maior. . RESUMO O mercado hoje está bastante competitivo, um dos pontos dessa competitividade é a grande variedade dos preços dos produtos que são oferecidos aos clientes. Sendo assim as empresas necessitam recorrer aos menores custos possíveis para atender à demanda. O presente estudo monográfico apresentou a seguinte questão: A Apuração dos custos contábeis de uma empresa de bufê ajuda na análise de definição do preço cobrado ao cliente? O objetivo deste estudo é fazer um levantamento de todo o processo contábil e de classificação de gastos da empresa, de modo a possibilitar que seus gestores conheçam a verdadeira situação econômica contábil de sua empresa, objeto de estudo. A questão levantada e a análise dos custos do bufê possibilitam à empresa confiabilidade em suas tomadas de decisões, levantamentos e análises de seus custos e receitas obtidos pelos serviços prestados aos clientes. Através da análise do resultado contábil de um determinado mês, observa-se, nesse contexto, que o lucro líquido da empresa seja ou não satisfatório. Palavras-chave: Custos. Controle. Planejamento. Decisão. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 01- Esquema usado pela contabilidade financeira .................................................. 16 Figura 02- Estrutura da contabilidade de custos ................................................................ 17 Figura 03- Classificação geral dos gastos ........................................................................... 19 Figura 04- Modelos para classificação dos custos em função do nível de atividade ...... 22 Figura 05- Divisão dos custos em fixos e variáveis ............................................................. 28 Figura 06- Representação esquemática de um sistema de custos...................................... 29 Figura 07- Expressões para cálculo do ponto de equilíbrio ................................................. 30 Figura 08- Ponto de equilíbrio. ............................................................................................ 30 Figura 09- Empresa vista como um processo. ................................................................... 33 Figura 10- Passos da contabilidade de custos .................................................................... 34 Figura 11- Vista aérea do parque fabril. .............................................................................. 39 LISTA DE TABELAS Tabela 01 – Etapas que compõem as compras feitas atualmente ....................... 44 Tabela 02 – Insumos consumidos em processo de produção no mês de julho.... 45 Tabela 03 – Mão de obra direta ............................................................................. 46 Tabela 04 – Mão de obra indireta .......................................................................... 46 Tabela 05 – Mapa de rateio dos custos indiretos .................................................. 47 Tabela 06 – Depreciação ....................................................................................... 48 Tabela 07 – Custo total de produção ..................................................................... 49 Tabela 08 – Despesas mensais ............................................................................ 50 Tabela 09 – Receita do mês de junho ................................................................... 51 Tabela 10 – Apuração do resultado mensal .......................................................... 52 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12 1.1 Considerações Iniciais .................................................................................. 12 1.2 Situação Problemática .................................................................................. 13 1.3 Objetivos ........................................................................................................ 13 1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 13 1.3.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 13 1.4 Justificativa .................................................................................................... 13 1.5 Caracterização da Empresa .......................................................................... 14 2REFERENCIALTEÓRICO....................................................................................... 15 2.1 Gestão Estratégica de Custos ...................................................................... 15 2.2 Surgimento da Contabilidade de Custos .................................................... 15 2.2 Terminologia Aplicada em Custo ..................................................................... 18 2.2.1 Definição de Gastos ....................................................................................... 18 2.3.2 Definição de Desembolso .............................................................................. 20 2.3.3 Desperdícios ................................................................................................... 21 2.3.4 Investimento ................................................................................................... 23 2.3.5 Perdas ............................................................................................................. 23 2.4 Definição de Custo ............................................................................................ 24 2.4.1 Objetivos do estudo de custos ..................................................................... 24 2.4.2 Gestão de custos e preços ............................................................................ 24 2.4.3 Custo indireto ................................................................................................. 25 2.4.4 Rateio CIF....................................................................................................... 25 2.4.5 Custo direto .................................................................................................... 26 2.4.6 Diferença entre custos diretos e indiretos ................................................... 26 2.4.7 Custo fixo ........................................................................................................ 27 2.4.8 Custo variável ................................................................................................. 27 2.4.9 Diferença entre custos fixos e variáveis ..................................................... 28 2.4.10 Sistemas de custos ...................................................................................... 29 2.5 Ponto de Equilíbrio............................................................................................ 30 2.6 Despesas............................................................................................................ 31 2.6.1 Diferença entre custo e despesa .................................................................. 31 2.7 Subproduto ........................................................................................................ 32 2.8 Matéria - Prima................................................................................................... 32 2.9 Mão de obra direta ............................................................................................ 32 2.9.1 Mão de obra indireta ...................................................................................... 33 2.10 Métodos de Custeio ........................................................................................ 33 2.10.1 Custeio por absorção................................................................................... 34 2.10.2 Custeio direto ou variável............................................................................ 35 2.10.3 Custeio Baseado em Atividades: ABC ....................................................... 36 2.11 Produto em Processo ..................................................................................... 36 2.11.1 Produto acabado .......................................................................................... 38 2.11.2 Custo do produto vendido........................................................................... 39 2.11.3 Apuração de custos para tomada de decisão ........................................... 40 3 METODOLOGIA CIENTÍFICA ............................................................................... 41 3.1 Pesquisa Aplicada ............................................................................................. 42 3.2 Pesquisa Explicativa ......................................................................................... 42 3.3 Quanto aos Meios ............................................................................................. 42 3.3.1 Estudo de caso ............................................................................................... 42 3.3.2 Etapas da pesquisa participante ................................................................... 43 3.4 Quanto à Abordagem do Problema ................................................................. 43 3.4.1 Pesquisa Quantitativa .................................................................................... 43 3.4.2 Coleta de Dados ............................................................................................. 43 4 ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................................ 44 4.1 Gestão de Custos ..............................................................................................44 4.2 Apuração do Custos .........................................................................................44 4.3 Insumos no Buffet Iracema ..............................................................................45 4.4 Mão de Obra Direta e Indireta ...........................................................................46 4.5 Rateios dos Custos Indiretos dos Departamentos Auxiliares para os Departamentos Produtivos .....................................................................................47 4.6 Depreciação .......................................................................................................48 4.7 Custo Total de Produção ..................................................................................49 4.8 Despesas ............................................................................................................49 4.9 Receitas ............................................................................................................. 51 4.10 Apuração do Resultado Mensal .....................................................................51 4.11 Análise para Tomadas de Decisões ..............................................................52 4.11.1 Margem de contribuição ..............................................................................53 4.11.2 Ponto de equilíbrio .......................................................................................54 5 CONCLUSÃO ........................................................................................................56 5.1 Sugestões para a Empresa ...............................................................................56 5.2 Limitações do Trabalho ....................................................................................57 5.3 Sugestões para Trabalhos Futuros .................................................................57 REFERÊNCIAS..........................................................................................................58 12 1 INTRODUÇÃO 1.1 Considerações Iniciais O controle de custos dentro de uma empresa é um dos fatores mais importantes para se obter lucro líquido melhor. Se ocorrer um prejuízo na empresa, logo vem a pergunta: qual a melhor tomada de decisão para sair do prejuízo; aumentar o preço dos serviços para os clientes ou implantar um sistema contábil, verificando onde estão seus maiores custos? Esses custos podem ser o elevado preço da matéria-prima. Vale ressaltar que existem, no mercado, tantos outros fornecedores com oferta de melhores preços. A Gestão de Custos, dentro de uma empresa, é uma importante ferramenta com a qual se busca o entendimento dos fatores que possam permitir melhores tomadas de decisões. A adequada apuração, a análise, o controle e o gerenciamento dos custos de produção dos bens e serviços são preocupações empresariais constantes. Essa preocupação é justamente devida à busca contínua da qualidade. A melhor explicação para isto reside no fato de que o processo de registro e gestão de custos encontra-se na interseção da contabilidade gerencial, voltada para o fornecimento de informações relevantes ao processo de tomada de decisões. Desta forma, toda empresa, seja de pequeno, médio ou grande porte, necessita de um sistema contábil eficiente. Assim, ao se apurar, com segurança, os dados de todos os custos da empresa, por meio de planilhas informatizadas e/ou apontamentos manuais, esses dados tornam-se confiáveis e úteis aos gestores aos quais destinam o controle da tomada de decisão. Com isso, determina- -se o nível de operações a que a empresa precisa chegar e conservar, para suprir todos os seus custos e almejar o lucro líquido programado. Nesta pesquisa, avaliaram-se e analisaram-se os custos, o volume e os lucros relacionados aos eventos realizados por uma empresa, que atua no ramo de bufê, no período de um mês, partindo do princípio de que os custos, volumes e lucros devem ser aqueles efetivamente ocorridos e registrados semanalmente. Esse sistema de apuração permite à proprietária tomar as melhores decisões para definir o melhor preço de seus serviços aos clientes. 13 1.2 Situação Problemática A apuração dos custos contábeis de um bufê possibilita a análise de definição do preço cobrado ao cliente? 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo Geral Mensurar os custos contábeis dos produtos e serviços em uma empresa de bufê, para, assim, se ter uma análise da atual margem de lucro líquido. 1.3.2 Objetivos Específicos • Estruturar normas e procedimentos na realização de aquisição de insumos para realização de eventos. • Apurar o custo contábil atual da empresa. • Apurar o resultado líquido mensal. • Analisar a entrada e saída de mercadorias. • Analisar a margem de contribuição e o ponto de equilíbrio. 1.4 Justificativa Esta pesquisa indica fatores que se tornam um diferencial na empresa em questão, visando mensurar o custo, o volume e o lucro, assim, consequentemente, obter melhores resultados. Verificando e analisando alguns pontos negativos na empresa pesquisada, constata-se que ela necessita de um controle imediato para a movimentação de produtos e serviços, como entrada e saída de mercadorias, para que tenha um planejamento e possa apurar o lucro contábil dos eventos. 14 1.5 Caracterização da Empresa A empresa, objeto deste estudo, é uma microempresa prestadora de serviço, conhecida como Buffet Iracema que iniciou suas atividades em março de 1983, em Pará de Minas, por meio de um restaurante denominado “Escanteio”. Todavia, devido à alta demanda e qualidade dos produtos, após dez anos, desvinculou-se do restaurante e tornou-se um bufê. Atualmente, a empresa conta com 13 (treze) funcionários registrados e aproximadamente 70 (setenta) terceirizados. Situada na cidade de Pará de Minas, no centro-oeste mineiro, atende a toda a região, realizando recepções para casamentos, aniversários, bodas e eventos sociais (coffee break, coquetéis, almoços, jantares, salgados, frios, bolos, doces). A empresa conta com uma administração independente. 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Gestão Estratégica de Custos Segundo George Leone e Rodrigo Leone (2012), a Gestão Estratégica de Custos é uma atividade de nome tão atraente que faz parte da gestão de custos. Em primeiro lugar a contabilidade de custos prepara informações de custos para os diversos níveis gerenciais, na empresa são chamados de departamentos. A gestão de custos usa as informações provenientes da contabilidade, tanto para atender a uma gestão estratégica, normalmente de uma operação de longo prazo, ou para atender a uma necessidade operacional de curto prazo. A Gestão Estratégica de Custos é a que, para a realização das atividades do dia a dia, na busca das metas fixadas, a empresa efetua uma série de gastos que são devidamente analisados, classificados, codificados e registrados pela controladoria, nos setores de Contabilidade Geral e de Custos. Devido à regra, a primeira providência da Contabilidade é efetuar a separação dos gastos em três grandes grupos: investimentos, custos e despesas. A expressão “Gestão Estratégica de Custos”, para Martins (2010), é a que designa a integração que deve haver entre o processo de gestão de custos e o processo de gestão da empresa como um todo. Entende-se que essa integração é necessária para que a empresa possa sobreviver num ambiente de negócios crescentemente globalizado e competitivo. Para sobreviver nesses mercados cada vez mais competitivos, a empresa precisa perseguir e alcançar altos níveis de qualidade, eficiência e produtividade, eliminando desperdícios e reduzindo custos. Assim, é necessário que os gestores recebam informações necessárias para um apoio eficaz ao processo decisório. 2.2 Surgimento da Contabilidade de Custos Segundo Bornia (2010), a contabilidade de custos surgiu na época da Revolução Industrial, com o aparecimento das empresas industriais com o objetivo de determinar os custos dos produtos fabricados. Antes disso, os custos normalmente 16 eram produzidos por artesãos que, via de regra não constituíam pessoas jurídicas, utilizavam a contabilidade financeira basicamente para a avaliação do patrimônio e apuração do resultado do período. O resultado era obtido subtraindo-se o custo dos produtos ( mercadorias ) vendidos da receita obtida pela empresa. Desse lucro (bruto), ainda eram deduzidas as despesas incorridas para o funcionamento da empresa. Assim: Figura 1 – Esquema usado pela contabilidade financeira Fonte: Bornia, 2010, p.11. Ainda para Bornia (2010), o custo dos produtos vendidos não era conhecido, mesmo com o aparecimento da empresa industrial, pois os produtos não eram mais comprados prontos, mas fabricados pela empresa a partir de vários insumos. Nessa situação, em que vários itens são consumidos para a confecção dos produtos, o cálculo dos custos dos produtos fabricados (e vendidos) não é tão simples. Portanto, após a Revolução Industrial, quando o setor industrial começou efetivamente a se desenvolver, essa dificuldade na determinação dos custos culminou com o aparecimento da contabilidade de custos, voltada inicialmente para a avaliação dos inventários. Assim, o valor dos insumos consumidos para a produção dos itens vendidos equivalia ao custo dos produtos vendidos. Conforme Martins (2010), a contabilidade de custos nasceu da contabilidade financeira, pois havia a necessidade de avaliar estoques nas indústrias na era do mercantilismo. Assim, conseguia-se atender esta primeira fase, porém não se conseguia atender completamente a outras duas mais recentes e mais importantes tarefas: controle e decisão. Devido a esses novos campos, deu-se uma nova visão a 17 essa área. Apesar pesar de já terem ter sido criados métodos e técnicas específicas para tal missão, ainda não se conseguia consegui mostrar para seus profissionais onais e usuários que há três pontos diferentes que precisam ser trabalhados trabalhad s diferentemente. Figura 2 – Estrutura da contabilidade de custos Fonte: Crepaldi,S.A,, 2010, p.230. 18 2.3 Terminologia Aplicada em Custo Conforme Júnior, Oliveira e Costa (2012), a área de custos possui conjuntos de termos próprios que, entretanto, muitas vezes são utilizados de forma enganosa. Assim sendo, é bastante importante a definição dos termos utilizados com maior frequência, de modo a evitar qualquer erro na interpretação dos conceitos apresentados. Segundo Martins (2010), desde que duas ou mais pessoas comunicam-se, é necessário que passem a dar aos objetos, conceitos e ideias o mesmo nome, para que se possa aumentar o nível de entendimento. No meio desse emaranhado todo de nomes e ideias, o iniciante se vê perdido, e, às vezes, o experiente, embaraçado. Por isso, sem que se tenha nenhuma pretensão de resolver o impasse ou de conseguir generalizar a terminologia de custos, foi observada a nomenclatura e a conceituação a seguir explanadas. 2.3.1 Definição de gastos Segundo Martins (2010), gasto é o valor dos insumos adquiridos pela empresa, independentemente de terem sido utilizados ou não. Por exemplo, se for efetuada uma compra de mercadorias com 90 (noventa) dias de prazo para o pagamento, o gasto ocorrerá imediatamente, mas o desembolso só ocorrerá três meses depois. Gasto é o valor arcado pela entidade para obter um produto ou serviço, representado pela entrega ou promessa de entrega de algum ativo (dinheiro, bens). Os gastos ocorrem a todo o momento e em qualquer setor da empresa. Ou seja, os gastos são os bens e serviços obtidos por meio do desembolso imediato ou futuro, como, gastos com matéria-prima consumida no processo produtivo; gastos com mão de obra, tanto na produção como na distribuição; gastos com honorários da diretoria; gastos com mercadorias; gastos na compra de um imobilizado; gastos com material de expediente consumida no processo administrativo; gastos com serviços de frete consumidos no processo de venda; gastos com energia elétrica consumida na área industrial. 19 Figura 3 - A classificação geral dos gastos Fonte: Junior, Oliveira e Costa ( 2012, p.19.) Conforme Martins (2010), gasto é a compra de um produto ou serviço qualqua quer, que gera imolação financeira financeir para a entidade, imolação essa representada por entrega ou promessa de entrega de ativos. Enfim, Enfim só existe gasto no ato da passapass gem para a propriedade da empresa do bem ou serviço, no momento em que existe o reconhecimento to contábil da dívida assumida ou da redução do ativo dado em pap gamento. 20 Conforme Junior, Oliveira e Costa (2012, p. 8), “dependendo da aplicação, o gasto poderá ser classificado em custos, despesas, perdas ou desperdícios”. Para Junior, Oliveira e Costa (2012), a separação contábil dos gastos é importante devido à sistemática contábil para o reconhecimento dos resultados de um determinado período. A apuração dos resultados – lucro ou prejuízo – é de bastante importância na vida de uma empresa e, principalmente, para seus proprietários, diretores, demais executivos, funcionários, fornecedores, auditores e, também, para os fiscais do Imposto de Renda e de outros tributos. É a partir da apuração pela contabilidade do resultado – lucro ou prejuízo - de determinado período que são calculados, como: participação da diretoria e dos demais executivos nos resultados da empresa; remuneração dos acionistas, em forma de dividendos; Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido; índices de lucratividade para fins de análise das demonstrações contábeis, visando à participação da empresa em processos de concorrência ou captação de recursos na rede dos bancos. Portanto, o resultado contábil de determinado exercício precisa ser corretamente calculado, sob pena de sofrer autuação por parte dos fiscais do Imposto de Renda ou questionamento dos principais executivos, demais acionistas, diretores etc. Nesse sentido, é importante ter em mente que os gastos classificados como despesas são contabilizados imediatamente nos resultados. Enquanto que os gastos classificados como custos de produção são contabilizados, em um primeiro momento, nos estoques de produtos acabados, sendo posteriormente transferidos para os resultados, por ocasião da venda do produto fabricado. Em resumo, enquanto o produto não for vendido, todos os gastos incorridos na sua produção permanecem registrados na contabilidade como um item do ativo circulante da empresa, no seu balanço patrimonial. 2.3.2 Definição de desembolso Segundo Martins (2010, p. 25), “desembolso é o pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não do momento do gasto”. Desembolso é o ato do pagamento, que pode ocorrer em momento diferente do gasto. Ocorre devido ao pagamento de uma compra à vista ou de uma compra 21 realizada anteriormente, mas com a obrigação de pagamento assumida, tais como, pagamentos de despesas provisionadas no período anterior; compra de matéria-prima à vista; pagamentos de salário aos funcionários e pagamento de empréstimo bancário. 2.3.3 Desperdícios Conforme Bornia (2010), desperdícios é algo que não adiciona valor ao produto sob a ótica do consumidor. São gastos que podem ser eliminados sem prejuízo da qualidade e quantidade da produção de bens, serviços ou receitas. Segundo Junior, Oliveira e Costa (2012), desperdícios na empresa são gastos incorridos nos processos produtivos e que possam ser eliminados sem prejuízo da quantidade ou qualidade dos bens, serviços. No mundo globalizado, o desperdício está sendo classificado como custo ou despesa e se forem identificados e eliminados são fatores do sucesso ou fracasso da festa. Assim, como se verá mais adiante, é bastante importante a identificação do desperdício, pois é um dos fatores principais nos benefícios do custeio baseado em atividades, exemplos: retrabalho decorrente de defeitos de fabricação; estocagem e movimentação desnecessária de materiais e produtos; relatórios financeiros, administrativos e contábeis sem qualquer utilidade; cargos intermediários de chefia e supervisão desnecessários. • Custo de aquisição ou de produção: é o valor do primeiro pagamento pela aquisição ou produção de bens e serviços. • Custo de aquisição de materiais: são valores incluídos ao valor pago ao fornecedor, subtraído dos impostos readquiridos e acrescidos dos valores em que a empresa ficar sujeita para colocar esses materiais em condições de uso (frete, seguro, armazenagem etc.). • Custo de produção: são os custos incluídos para aquisição dos materiais, acrescentando os demais gastos que ficam sujeitos em condições de uso (armazenagem, frete, seguro etc.). • Custo dos Produtos Vendidos (CPV): é o valor dos gastos que ocorrem no processo de produção dos bens que foram sacrificados para que a empresa gerasse receita de vendas de produtos. 22 • Custo das Mercadorias Vendidas (CMV): é o valor dos gastos que ocorrem no processo de produção dos bens que foram sacrificados para que a empresa gerasse receita de vendas de mercadorias. • Custo dos Serviços Prestados (CSP): é o valor dos gastos que ocorrem no processo de prestação dos serviços, para que a empresa gere a receita de prestação de serviços. • Preço: é o valor dado na saída pela venda de serviços prestados ou bens produzidos. • Receita: são os produtos utilizados para multiplicação da quantidade de serviços prestados ou bens vendidos pelo respectivo preço unitário. • Mercadorias: são produtos adquiridos pela empresa, para serem revendidos. • Produtos: são bens produzidos para serem vendidos. Exemplo: a empresa fabrica produtos avaliados pelo custo de produção, vende-os pelo preço de venda e apropria o custo dos produtos vendidos (CPV). • Insumos: são bens adquiridos para consumo da empresa no processo de produção de novos bens, como embalagens, matéria-prima, material auxiliar. • Centro de custos: é a menor acumulação de custos possíveis, sendo representada por máquinas, homens e equipamentos de características semelhantes para que desenvolvam atividades homogêneas ligadas diretamente ao o processo produtivo. • Centros de despesas: é a menor acumulação de despesas possíveis, sendo representada por máquinas, homens e equipamentos de características semelhantes para que desenvolvam atividades homogêneas relacionadas com as atividades comerciais, financeiras e administrativas. Exemplos: cobrança, contabilidade, faturamento, tesouraria etc. Figura 4 – Modelo para classificação dos custos em função do nível de atividades 23 Fonte: Bornia, 2010, p. 20. 2.3.4 Investimento Existem dois tipos de investimentos: temporário e permanente. O primeiro refere-se a aplicações por tempo limitado, em que são classificados no ativo circulante ou realizável em longo prazo, dependendo do prazo da realização. Os investimentos de segundo grupo têm características permanentes, como se observa são participações em outras sociedades e outras aplicações, que não se destinam à manutenção da atividade operacional da empresa. É um subgrupo do ativo não circulante. Segundo Bornia (2010), a empresa centra atenção em sua lucratividade futura, sendo assim depende de dois fatores, primeiro manter e ampliar sua estrutura de ativos e segundo gerar e aplicar uma estratégia de sucesso para essa estrutura. As informações dos investimentos devem ser recolhidas e analisadas, pois, neste fator, uma questão de descobrir qual dentre as alternativas que se apresentam é a melhor decisão de investimento de capital. As decisões de investimentos de capital dizem respeito aos seguintes assuntos: ampliação de leque de atividades da empresa, que envolva saídas de capital, como um novo produto; investimentos em outros fundos, dos quais as receitas serão derivadas. Exemplo: ações; poupança; cdc; aquisição de ativos de longa duração, como imóveis ou maquinários; um projeto especial, que afeta a capacidade futura de ganho da empresa, com projetos de pesquisa ou uma campanha promocional. 2.3.5 Perdas 24 Conforme Bornia (2010), a perda, normalmente, é vista na literatura contábil como o valor dos insumos consumidos de forma anormal. As perdas são separadas dos custos, não sendo incorporadas nos estoques. Se, por um motivo qualquer, houver um consumo anormal de matéria-prima, isso é caracterizado como perda. Segundo Junior, Oliveira e Costa (2012), perdas são gastos anormais, que não geram um novo produto ou serviço e nem receitas. Esses gastos ocorrem de fatos não esperados e são apropriados diretamente no resultado do período em que ocorrem, como: problemas com equipamentos, inundações, greves enchentes, sinistros etc.; gastos incorridos em períodos de paralisação de produção devidos à falta de insumos; material com prazo de validade vencido; vazamento de materiais líquidos ou gasosos. 2.4 Definição de Custo Conforme Junior, Oliveira e Costa (2012), os custos são também gastos relativos a bens ou serviços incorridos no processo produtivo, pois não existem despesas de produção, como matéria-prima consumida; materiais auxiliares; serviços de apoio à produção – manutenção, almoxarifado, engenharia do produto; refeitório; ambulatório médico. O custo está inserido na vida de todo ser humano, desde seu nascimento até sua morte, uma vez que o custo é o valor aceito pelo comprador para adquirir um bem ou é a soma de todos os valores agregados aos bens desde sua aquisição, até que ele atinja o ponto de venda. 2.4.1 Objetivos do estudo de custos Conforme Crepaldi (2010), um bom sistema de custos deve-se compor em prioridade de qualquer administração, ter ferramentas que o auxiliem nos controles e nas tomadas de decisões. Um eficiente e eficaz sistema de custos possibilita à empresa ter dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão, estabelecer preços de vendas compatíveis com o mercado em que atua, reduzir custos, determinar o Ponto de Equilíbrio e avaliar o desempenho. 2.4.2 Gestão de custos e preços 25 Segundo Bornia (2010), verificando o setor produtivo da empresa como um processo observou que, nesse processo, entram insumos, quantificados pelos custos e saem produtos. Assim sendo o custo unitário dos produtos é calculado dividindo-se os custos totais pela produção do período, como esquematizado abaixo: Custo unitário = custo total Produção Se caso ocorrer algum problema no processo produtivo, haverá aumento nos custos totais e/ ou redução na produção, em ambos os casos, o custo unitário do produto vai aumentar. Portanto, o auxílio no controle é muito importante para o sistema de custos. 2.4.3 Custo Indireto De acordo com Crepaldi (2010), os custos indiretos são todos os custos que não estão ligados diretamente aos produtos. Só podem ser apropriados, por sua própria definição, de forma indireta aos produtos, isto é, mediante estimativas, critérios de rateio etc. Para Junior, Oliveira e Costa (2012), os custos indiretos são os custos que não se comprovam como perfeitamente apropriados nos produtos ou serviços, sendo assim não podem ser apropriadas de forma direta para as unidades específicas, ordens de serviço ou produto, serviços executados etc. Segundo Leone (2012), custos indiretos, são todos os outros custos que dependem do emprego de recursos, de taxas de rateio, de parâmetros para o débito às obras. 2.4.4 Rateio CIF Conforme Crepaldi (2010), rateio é um artifício empregado para distribuição dos custos, ou seja, é o fator pelo qual vamos dividir os CIFs. Para serem incorporados aos produtos, obedecem a uma mecânica de apropriação de um processo de rateio. 26 Podem-se destacar como exemplos de bases utilizadas as seguintes: unidades produzidas, horas de MOD, horas de uso das máquinas, valor (custo) da MOD, matéria-prima consumida, horas diretas de serviços prestados, QWH – hora (energia elétrica) ou HP, M3 de ar comprimido e o número de funcionários. Segundo Junior, Oliveira e Costa (2012), a soma dos Custos Indiretos é chamada de Custos de Fabricação (CIF), e a escolha da base para rateio é feita em função do recurso mais utilizado na produção. Para Leone (2012), os custos rateados são sempre custos indiretos, pois o rateio é realizado mediante o emprego de critérios e taxas que resultam na divisão proporcional de um montante global e comum. 2.4.5 Custo direto Para Crepaldi (2010) custos diretos são custos que se podem adaptar diretamente aos produtos, e variam com a quantidade que for produzida, pois sem ele o produto não existiria. Sua adaptação pode ser direta, bastando que exista uma medida de consumo, como kg, horas máquinas, horas-homens trabalhadas etc. Exemplo: Material Direto (MD) e Mão de obra Direta (MOD). Segundo Junior, Oliveira e Costa (2012), os custos diretos, de forma geral, são facilmente identificados com os produtos, pois estão diretamente ligados. Exemplos: • Mão de obra direta: é o trabalho aplicado na realização dos produtos. • Materiais diretos: matérias-primas, materiais de embalagem, componentes e outros necessários à produção. Conforme Leone (2012), os custos diretos são todos os custos que se conseguem identificar com as obras, do modo econômico e lógico. 2.4.6 Diferença entre custos diretos e indiretos Conforme Leone (2012) a classificação dos custos da empresa, dos produtos, das operações, enfim, do produto que está sendo examinado e analisado, em diretos e indiretos destina-se a fornecer informações para a determinação do montante. Todo o item de custo que é identificado naturalmente ao objeto do custeio é denominado de custo direto. Do outro lado, todo item de custo que necessita de um parâ- 27 metro para ser identificado e debitado ao produto ou objeto do custeio é considerado um custo indireto. 2.4.7 Custo fixo De acordo com Junior, Oliveira e Costa (2012), os custos fixos são todos os que permanecem constantes dentro da empresa. Caso haja alteração no volume de produção para mais ou para menos, não vai alterar o valor total do custo. Exemplo: o Aluguel, seguro de fábrica etc. Para Crepaldi (2010), um aspecto importante a destacar é que os custos são fixos dentro de determinada faixa de produção e, em geral, não são sempre fixos, podendo variar em função de grandes oscilações no volume de produção. Sendo assim, quanto mais produzir, menor será o custo por unidade. Exemplo: R$ 400,00 imputados a 80 unidades = R$ 5,00/u. R$ 400,00 imputados a 100 unidades = R$ 4,00/u. Conforme Junior, Oliveira e Costa (2012), os custos fixos têm as seguintes principais características: o valor total permanece constante dentro de determinada faixa da produção; a variação dos valores totais pode ocorrer em função de desvalorização da moeda ou por aumento ou redução significativa no volume de produção; o valor por unidade produzida varia à medida que ocorre variação no volume de produção. Por tratar de um valor fixo diluído por uma quantidade maior, sua alocação para os departamentos ou centros de custos necessita, na maioria das vezes, de critérios de rateios determinados pela administração. 2.4.8 Custo variável Conforme Leone (2012), os custos variáveis somente aparecem quando a atividade ou a produção é realizada. Sendo assim, eles são evitáveis porque se pode comandar o volume da atividade ou da produção. Segundo Crepaldi (2010), o custo variável é também conhecido como custo direto, pois são proporcionais ao volume da produção, isto é, oscilam na razão direta dos aumentos ou reduções das quantidades produzidas. Assim, teríamos: R$100.000,00 para produzir 100 unidades, ou R$200.000,00 para produzir 200 unidades. 28 Quando acerta os custos por unidade de produto, o valor desses custos reaparece estável ou fixo, pois redundam no mesmo custo unitário de R$1.000,00. Para Junior, Oliveira e Costa (2012), os custos variáveis são os que mantêm relação direta com a produção ou serviços. Sendo assim, o valor total dos custos variáveis aumenta conforme o volume de atividades da empresa aumenta. Esse total de custos variáveis aumenta conforme o volume da produção aumenta. Ainda para Junior, Oliveira e Costa (2012), os custos variáveis têm as seguintes características: seu valor total varia conforme o volume de produção; o valor é constante por unidade, livre de qualquer dependência da quantidade produzida; a alocação aos produtos é feita de forma direta, sem necessidade de critérios de rateios. Figura 5 - Divisão dos custos em fixos e variáveis Fonte: Bornia, 2010, p.19. 2.4.9 Diferença entre custos fixos e variáveis Segundo Crepaldi (2010), a expressão custos fixos designa os custos que, em valor absoluto, são estáveis, isto é, não sofrem oscilações proporcionais ao volume da produção, dentro de certos limites. Enquanto os custos variáveis, que são 29 proporcionais ao volume da produção, variam conforme a produção aumenta ou reduz. Conforme Leone (2012), a análise da variabilidade dos custos escolhidos, bases de volume, pontos de referência, medidas físicas, unidades quantitativas, apresenta alguns comportamentos que podem ser definidos em termos matemáticos, constituindo relação de controle e tomada de decisões. Nota-se que importante é aquela que afirma que todo custo, dentro da empresa, instituição, atividade ou processo, observa um comportamento definido diante de uma base de volume (parâmetro). O caso do material direto já possui comportamento bastante bem definido em relação às unidades produzidas. O material direto é um custo variável, devido à relação ao parâmetro “unidades produzidas”, tomado como referência. 2.4.10 Sistemas de Custos Segundo Bornia (2010), a empresa tem a necessidade de ter informações corretas para os objetivos do sistema, pois as informações que podem ser relevantes para uma decisão podem não ser válidas para outra. A análise do sistema, sob este enfoque, é a denominação princípio de custeio. Figura 6 – Representação esquemática de um sistema de custos Fonte: Leone, 2012, p. 32. Conforme Leone (2012), quando um contador pretende definir custos-padrão, ele está visando atender às finalidades de controle da empresa. É correto que o sistema de custos-padrão produz, também, informações para as funções de planeja- 30 mento e de decisão, mas apenas por solicitação de ordem didática é que se diz que os custos padronizados servem para auxiliar os gerentes a controlar as operações. 2.5 Ponto de Equilíbrio Pontos de equilíbrio contábil são levados em conta os custos fixos contábeis da empresa, dessa forma, ponto de equilíbrio é o valor ou a quantidade que a empresa necessita vender para cobrir o custo das mercadorias comercializadas, as despesas variáveis e as despesas fixas. No ponto de equilíbrio, a empresa não terá lucro nem prejuízo. Figura 7 – Expressões para cálculo do ponto de equilíbrio Fonte: Bornia, 2010, p.58. Q ₒ= ponto de equilíbrio em unidades físicas Rₒ = ponto de equilíbrio em unidades monetárias CF = custos fixos mc = margem de contribuição p = preço de venda Segundo Bornia (2010), o ponto de equilíbrio é representado graficamente como abaixo: é feita inserindo a receita (p x Q) e os custos totais (cv x Q + CF) num plano cartesiano, onde a abscissa representa a quantidade vendida. Figura 8 - Ponto de equilíbrio. 31 Fonte: Bornia,, 2010, p.59. 2.6 Despesas Para Bornia (2010), despesa é o valor dos insumos consumidos para o funfu cionamento da empresa e não identificados com a fabricação, sendo assim estão est relacionados em Administração Comercial e Financeira. De acordo com Junior, Oliveira e Costa (2012),, a empresa tem despesas para gerar receitas e não para produzir seus bens e serviços e também na manutenção dos negócios da empresa. 2.6.1 Diferença entre custo e despesa Segundo Bornia (2010), a diferenciação nciação entre custos e despesas é especialespecia mente importante na empresa, pois os custos são assimilados aos produtos ( estoest ques ), ao passo que as despesas são lançadas lançad s diretamente na Demonstração do Resultado do Exercício. 32 2.7 Subprodutos Segundo Crepaldi (2010), os subprodutos surgem durante a produção normal, mas eles não são produtos normais. Porém sua participação é baixa no faturamento total da empresa. Exemplo: sobras de Matéria-prima. As características principais dos subprodutos são: valor de venda; vendas normais e a baixa relevância dentro do faturamento total. Conforme Leone (2012), os subprodutos é um produto secundário, obtido no curso da fabricação, assim tendo um valor relativo pequeno comparado aos produtos normais. 2.8 Matéria-Prima Para Junior, Oliveira e Costa (2012), matéria-prima é um dos primeiros custos conhecidos de produção. Quase sempre são custos diretos, ou seja, facilmente identificáveis para cada produto ou para cada departamento produtivo. Conforme Crepaldi (2010), as matérias-primas, que são custos diretos no processo de fabricação será apropriado aos produtos pelo seu custo de aquisição. Quando a empresa adquire um material direto, a ser usado na fabricação de produtos, se os impostos (IPI e ICMS) são recuperáveis, na escrita fiscal, eles são deduzidos do valor total da nota fiscal de compra. Se não são recuperáveis, passam a fazer parte do custo do material. Segundo Bornia (2010), os custos de matéria-prima (MP) estão diretamente ligados ao produto que podem ser separados em unidades físicas específicas. 2.9 Mão de obra direta Segundo Crepaldi (2010), mão de obra direta é aquela empregada diretamente na produção. Integram ao custo: os salários e encargos sociais. Conforme Junior, Oliveira e Costa (2012), a mão de obra direta é o trabalho que está ligado diretamente na fabricação dos produtos, ou na prestação de serviços. Exemplificando na empresa, objeto de estudo, mão de obra direta é composta dos gastos incorridos com salários e encargos de funcionários que atuam diretamen- 33 te no processo produtivo e são responsáveis por fazer as massas, montagem, e acabamento dos salgados. Conforme Bornia (2010), os custos de mão de obra direta são todos os ligados diretamente com a produção do produto, sendo assim, representam o salário dos operários diretamente envolvidos. Os funcionários que não trabalham diretamente com a fabricação conciliam a mão de obra indireta. 2.8.1 Mão de obra indireta Segundo Crepaldi (2010), a mão de obra indireta na admissão, o funcionário é registrado no departamento em que irá desenvolver suas atividades; dessa forma, os desembolsos com a folha de pagamento já vêm contabilizados por departamento. Conforme Junior, Oliveira e Costa (2012), a mão de obra indireta é representada pelo trabalho realizado nos departamentos auxiliares da empresa ou prestadoras de serviços e que não são mensuráveis em nenhum produto, como gastos com pessoal responsável pela manutenção dos equipamentos, pelo planejamento e controle da produção, pela supervisão da produção dos diversos produtos etc. Segundo Crepaldi (2010), quando se consegue medir o tempo de produção de cada produto por meio de controles, então a mão de obra é direta, se não se consegue e se tem de utilizar de qualquer critério de rateio para apropriar a mão de obra aos produtos, então ela é Mão de obra Indireta. 2.10 Métodos de Custeio Segundo Bornia (2010), outro meio de necessidade da empresa é o método de custeio, pois é um processo também de objetivos do sistema que diz respeito à sua parte operacional, analisando o funcionamento da empresa, a qual pode ser vista como um processo que transforma insumos em produtos. Figura 9 - Empresa vista como um processo. Insumos Produtos Processo Produtivo 34 (Custos) Fonte: Bornia, 2010, p.31. “Existem dois métodos básicos de custeio: Custeio por Absorção e Custeio Variável ou Direto, e eles podem ser usados com qualquer Sistema de Acumulação de Custos”. (CREPALDI, 2010, p. 228), Custeio ou custear são métodos de apuração de custos, são maneiras as quais efetuam a ação ou efeito de acumular a apuração dos custos. Método de custeio é o método usado para a apropriação de custos. 2.10.1 Custeio por absorção “Custeio por absorção é o método derivado da aplicação dos princípios fundamentais de contabilidade e é, no Brasil, adotado pele legislação comercial e pela legislação fiscal”. (CREPALDI,2010, p. 229) Custeio por absorção são todos os custos de produção que são apropriados aos produtos do período. Os gastos que não pertencem ao processo produtivo, como as despesas que são excluídas. Figura 10 – Passos da contabilidade de custos: 35 Fonte: Crepaldi, 2010, p. 230 2.10.2 Custeio direto ou variável “Custeio direto é um tipo de custeamento que considera como custo de produção de um período apenas os custos variáveis incorridos, desprezando os custos fixos”. (CREPALDI,2010,p.232) A expressão custos variáveis representam todos os custos que são proporcionais ao volume da produção, isto é, eles variam conforme a razão direta dos aumentos ou reduções das quantidades produzidas. Esse tipo de custeio direto não é aceito pelos princípios fundamentais de contabilidade, e também não é aceito pelas 36 autoridades fiscais, sua utilização é limitada à contabilidade para efeitos internos da empresa. 2.10.3 Custeio Baseado em Atividades: ABC “O surgimento do custo ABC está ligado à administração científica que usou para seu desenvolvimento o estudo dos tempos e movimentos que eram observados diretamente das atividades desempenhadas pelos operários da época”. (CREPALDI,2010,p.231) Conforme Bornia (2010), no início da década de 80 com tanta globalização, as empresas não estavam sobrevivendo apenas com o método (cálculo dos custos), elas necessitavam também de princípio (quais informações são obtidas e para que são utilizadas), foi nesta época que surgiu a implantação ABC, com o objetivo de melhoria dos processos e redução de desperdícios. Para Junior, Oliveira e Costa (2012), nesta década do custeio ABC, as empresas foram forçadas a adaptar um novo ambiente de produção. Pois, com a necessidade de modernização para enfrentar a concorrência, ocorreram grandes investimentos na automação e informatização dos processos produtivos. Assim, a participação da mão de obra foi reduzida, substituída por máquinas e robôs. 2.11 Produto em Processo Segundo Junior, Oliveira e Costa (2012), para sobreviver no mercado atual globalizado e competitivo, a empresa precisa direcionar seus esforços para satisfazer seus clientes de forma completa. Nesse cenário, destacam-se as empresas que aplicam a filosofia de excelência empresarial. Para isso é necessário que possuam cinco dimensões competitivas, como segue: • Preço: num mercado de livre concorrência, o consumidor define o melhor preço analisando o bem ou serviço. A empresa define seus preços de venda em função do tipo de consumidor que deseja atingir e a parcela de mercado que deseja ocupar. • Qualidade: a qualidade do produto ou serviço prestado constitui elemento fundamental no sucesso. 37 • Confiabilidade: condições de garantia, segurança e cumprimento de prazo de entrega. • Produzir em massa: grandes lotes de produção e pouca diversificação de produtos, possibilitando maior diluição de custos fixos e de setup. • Flexibilidade: disposição e agilidade para mudanças possibilitam satisfazer rapidamente as novas necessidades dos clientes e do mercado. No processo de globalização da economia, a empresa que deseja competir e participar desse mercado, precisa estar apta para isso. São as chamadas manufaturadoras de classe mundial. A empresa é reconhecida mundialmente pela qualidade de seus produtos e pela eficiência e eficácia de sugestão. Para se enquadrar nessa classificação, as empresas devem possuir algumas características, como: • Forte conjunto de crenças e valores: o modo de pensar e de agir do proprietário são fatores fundamentais para caracterizar o modo como a empresa vai conduzir suas operações e se relacionar com seus funcionários, fornecedores e clientes. • Filosofia própria da empresa: a empresa em conformidade com suas crenças e valores define sua filosofia, isto é, seu modo de operação e formula sua missão e propósitos básicos. • Contínuo aperfeiçoamento: sempre está buscando o melhoramento, os programas de qualidade são desenvolvidos e acompanhados de forma permanente. • Eliminação de desperdícios: para oferecer seus produtos a preços competitivos e com qualidade perante o mercado, é necessário eliminar gastos que não contribuam para a melhoria do produto. Conforme Bornia (2010), o conhecimento do processo da produção da em- presa possibilita, ainda, o acompanhamento da produção com uso de medidas físicas. Três indicadores que podem ser utilizados para essa finalidade são: eficiência, eficácia e produtividade horária. A eficiência representa o nível de produção alcançado (em UEPs) em comparação com a produção que seria normalmente conseguida no expediente: Eficiência= Produção real Capacidade normal 38 A eficácia está ligada diretamente à excelência do trabalho, e é calculada relacionando-se a produção obtida com a produção que teoricamente se deveria obter no período realmente trabalhado: Eficácia= Produção real Capacidade utilizada A produtividade horária é a produção do período dividida pelo tempo de trabalho: Produtividade= Produção real Horas trabalhadas Observa-se que uma das características mais importantes da empresa moderna é a constante busca pela melhoria de seus produtos e processos. Sendo assim, os postos operativos estão continuamente se modificando. 2.11.1 Produto acabado Antes do lançamento de qualquer produto é realizado um teste, para testar o produto e fazer os ajustes iniciais. Isso implica construir protótipos do produto para que os clientes possam ver, tocar, experimentar, ou seja, executar a degustação, emitir sua opinião e apresentar sugestões. Os produtos acabados podem ser classificados em: bens não duráveis, bens duráveis, serviços, etc.. • Bens não duráveis: desaparece ou não existe mais após o uso. Exemplo: alimentos, etc. • Bens duráveis: duram após muito tempo. Exemplo: carro, celular, computador. • Bens de uso especial: aqueles que têm características únicas. Exemplo: joias. • Bens de compra comparada: aqueles que exigem esforços do consumidor, no sentido de comparar qualidade e preço. Exemplo: roupas, móveis. 39 • Bens de conveniência: adquiridos com frequência e cuja comparação não exige muitos esforços. Exemplos: cigarros, creme dental. • Serviços: atividades e benefícios colocados à venda e que não ocorre transferência de propriedades. Exemplo; consertos, entrega de jornais etc. Na formação do preço do produto acabado, na qual é necessária a posição da empresa no que diz respeito a seu faturamento e rentabilidade, precisa ser considerada a sua participação no mercado. Não existem apenas teorias que indiquem qual a melhor maneira para se determinar o preço de venda de um produto, mas todos os fatores citados anteriormente devem ser considerados. 2.11.2 Custo do produto vendido Segundo Leone (2012), para fabricar um determinado produto, há muitas fases, vários departamentos, como: pessoal, materiais, equipamentos, instalações e organização que constituem os recursos necessários para a produção. O consumo desses recursos, traduzido em unidades monetárias, dá a medida dos custos e das despesas. Na empresa, objeto deste estudo, para que funcione um dos departamentos, por exemplo, a administração (A), é necessária a utilização de pessoas, de materiais, de instalações e de organização, e essa utilização não é gratuita, custa dinheiro, envolve os departamentos B,C,D,E,F conforme a figura abaixo: Figura 11 – Vista aérea do bufê. Fonte: Elaborada pela autora (2013) A fórmula do custo dos produtos vendidos é: CPV = EI + (In + MO + GGF) - EF 40 Onde CPV = Custo dos Produtos Vendidos EI = Estoque Inicial In = Insumos (matérias-primas, materiais de embalagem e outras) aplicados nos produtos vendidos. MO = Mão de Obra Direta aplicada nos produtos vendidos GGF = Gastos Gerais de Fabricação (aluguéis, energia, depreciações, mão de obra indireta, etc.) aplicada nos produtos vendidos. EF = Estoque Final (inventário final) A composição dos custos de produção: está no § 1° do art. 13 do Decreto-Lei 1.598/77 que dispõe que o custo de produção dos bens ou serviços vendidos compreende, obrigatoriamente: • O custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou serviços aplicados ou consumidos na produção, observado o disposto neste artigo; • O custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta, manutenção e guarda das instalações de produção; • Os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção; • Os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção; • Os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos bens aplicados na produção. 2.11.3 Apuração de custos para tomada de decisão Segundo Bornia (2010), as informações geradas pelo sistema de custos têm como objetivo auxiliar na tomada de decisões da empresa. Pois as mesmas informações que auxiliam no controle podem fornecer importante ajuda para o processo de planejamento da empresa. Além disso, decisões como terceirização de produtos, retirada de produtos do mercado e compra de equipamentos, entre muitos outros, encontram grande apoio nas informações de custos. Custos definidos em relação à tomada de decisões: custos incrementais, custos de oportunidade, custos evitáveis e não evitáveis, custos relevantes, custos empatados. 41 A margem de contribuição é o montante da receita diminuído dos custos variáveis. A análise de custo – volume – lucro está extremamente relacionada aos conceitos de margem de contribuição marginal e razão de contribuição. A margem de contribuição unitária é o preço de venda menos os custos variáveis unitários: Margem de Contribuição Unitária = Preço De Venda – Custos e Despesas Variáveis Unitários Um dos maiores interesses das empresas quando praticam qualquer tipo de controle de estoques está relacionado a custos. Por saberem que grande parte do capital está investida em seus estoques, é que se percebe a necessidade de que eles sejam bem controlados, e que seus custos devem ser conhecidos pela empresa. Essas informações, quando certas e bem esclarecidas, auxiliam na tomada de decisão evitando ou diminuindo o risco de grandes somas de dinheiro empacado nas prateleiras dos estoques. Martins e Alt (2000), classificam em três categorias os custos para se manter estoques: a) Custos diretamente proporcionais ao estoque: quando a quantidade média estocada faz os custos aumentarem. Também quanto mais estocados mais espaço se faz necessário e os custos continuam aumentando b) Custos inversamente proporcionais aos estoques: são os custos que diminuem devido a uma produção maior, que faz com que os custos sejam diluídos pela quantidade total ou também pode-se usar o exemplo do setor compras que num determinado momento pode optar por comprar uma quantidade maior para aproveitar uma promoção; c) Independentemente da quantidade estocada: são valores fixos que independentemente do nível dos estoques têm de ser pagos pela empresa, como um aluguel de galpão, por exemplo. 3 METODOLOGIA CIENTÍFICA 42 A metodologia tem por objetivo demonstrar os caminhos científicos utilizados para alcançar os resultados através de vários tipos de pesquisa. De acordo com Vergara (2000), o leitor deve ser informado sobre os procedimentos seguidos e pesquisados na realização da pesquisa, sua conceituação e justificativa à luz da investigação específica. Também é seu objetivo apresentar conceitos e exemplos sobre população, amostra e seleção dos sujeitos. 3.1 Pesquisa Aplicada De acordo com Vergara (2000), a pesquisa aplicada se refere à procura motivada pela necessidade de resolver problemas concretos e melhores decisões. Sendo assim, portanto, tem finalidade prática. 3.2 Pesquisa Explicativa O trabalho também se refere à pesquisa explicativa, pois procura entender de fato os fatores que levam a determinado procedimento. Para Gil (2007), a pesquisa explicativa procura encontrar informações que expliquem algum fato ou circunstância, determinando os motivos que apontam para o resultado em questão. 3.3 Quanto aos Meios Através de consulta em materiais diversos, realiza-se o trabalho balizando-se em materiais já publicados anteriormente de forma secundária. Diversas fontes foram utilizadas, constituídas principalmente de livros e artigos científicos, para o aprimoramento do trabalho em si. 3.3.1 Estudo de caso 43 Segundo Gil (2007), o estudo de caso se dá quando a pesquisa é realizada sem limites concretos na definição de qualquer processo ou objeto dentro da empresa. 3.3.2 Etapas da pesquisa participante Ainda de acordo com Gil (2007), uma vez que não se limita apenas ao pesquisar, ou seja, mais etapas estão envolvidas na pesquisa, como: montagem institucional; estudo preliminar e provisório da região e da população pesquisadas; análise crítica dos problemas e programação e aplicação de um plano de ação. 3.4 Quanto à Abordagem do Problema 3.4.1 Pesquisa quantitativa Basicamente, a pesquisa quantitativa é aquela que procura a avaliação descritiva e exploratória através de uma pesquisa bibliográfica e documental. Segundo Roesh (1999), a avaliação nada mais é que uma verificação de diferenças em determinadas situações. A pesquisa exploratória, segundo Acevedo (2006), objetiva proporcionar maior entendimento dos dados investigados, permitindo que se delineie mais precisamente o problema. 3.4.2 Coleta de dados De acordo com Vergara (2000), na coleta de dados, o leitor deve ser informado como se pretende observar para obter os dados de pesquisa de que se precisa para solucionar ao problema. Deve-se, portanto, correlacionar os objetivos aos meios para alcançá-los, bem como justificar a adequação de um a outro. Existem vários meios para a coleta de dados como: formulação de questões, pesquisa de campo, por exemplo. Esses meios podem ser a observação, o questionário, o formulário e a entrevista, os dados podem ser coletados também por meio de técnicas interativas, como os workshops, por exemplo. 44 Foi repassado para a equipe todo o funcionamento, histórico e aplicação da ferramenta de custos e alguns casos de sucesso e a viabilidade em outras empresas, a fim de que todos os participantes conheçam esta ferramenta e não fiquem com nenhum tipo de dúvida sobre o assunto abordado. Para se ter todas as informações necessárias, foi disponibilizada uma planilha excel na empresa desde primeiro de abril, na qual todas as informações seriam observadas e os resultados compilados dariam o resultado dos custos das festas que são realizadas pela empresa. Assim, nessa análise também é possível medir as melhores decisões. 4. ANÁLISE DOS DADOS 45 A coleta dos dados para realização deste trabalho foi por pesquisa, realizada através de estudos feitos de livros, teses, dissertações, trabalho de campo e também em planilhas implantadas na empresa, priorizaram-se soluções viáveis para o trabalho ajudar a empresa no seu objetivo. 4.1 Gestão de Custos A gestão de custos é uma atividade que se assemelha a um centro processador de informações, que recebe ou obtém dados, que mede, registra e relata, produzindo informações de custos para os diversos níveis gerenciais. Sendo assim, os custos são classificados quanto à fonte de compras e prestação de serviços da empresa. 4.2 Apuração dos Custos Com a apuração dos custos no Buffet Iracema, inicialmente, apresentam-se as finalidades: classificar, registrar, alocar, organizar e relatar custos correntes. Observa-se no quadro abaixo, a descrição detalhada que identifica as etapas que compõem as compras de insumos consumidos em um processo de produção. Tabela 1- Etapas que compõem as compras feitas atualmente Fonte: Elaborado pela autora, 2013 Observa-se na tabela acima, que as etapas que compõem o processo de compras é realizado manualmente, entretanto esse processo não deve ser mais utilizado. O que ocorre em grandes empresas, por exemplo, é a implantação de um 46 sistema informatizado, cientificando-se da entrada, saída e sobra de materiais dos eventos já realizados. 4.3 Insumos no Buffet Iracema Os insumos no Buffet Iracema representam o início da cadeia produtiva dos serviços de um evento. Os eventos exigem que nenhum detalhe seja esquecido, pois o momento sonhado pelo cliente não pode virar pesadelo. Logo, é uma atividade que requer planejamento compartilhado com clientes e com execução impecável pela empresa. Realizar eventos especiais envolve uma série de itens, seja o tema da festa, a produção do ambiente, as atividades de entretenimento para os convidados, as guloseimas, o prato de entrada, o prato de saída, as bebidas, os coquetéis etc. A empreendedora deve decidir entre uma grande variedade de especializações com as características da clientela, tais como, festas infantis, festas teens, eventos para empresas, formaturas, recepções etc. Tabela 2 – Insumos consumidos em processo de produção no mês de junho Fonte: Elaborado pela autora,2013 Extrai-se da tabela 2 um elevado custo dos insumos, pois, não existe um sistema de orçamento com o qual se compra os insumos. Percebe-se que, existe grande compra de mercadorias, não existindo um padrão a ser adotado. A partir do mo- 47 mento que existe compra de mercadorias frequentemente, o caminho adotado no mercado de quem trabalha assim, é através de orçamentos. Assim, a empresa tem a oportunidade de adquirir produtos pelo menor preço e ainda com qualidade. 4.4 Mão de Obra Direta e Indireta A mão de obra é a denominação do trabalho manual empregado geralmente em produção de empresas, indústrias, comércios etc. Entretanto pode ser apropriada em bens ou serviços. A mão de obra pode ser dividida em mão de obra direta, que é quando está ligada diretamente à produção, como cozinheiras, garçons, supervisores etc. E a mão de obra indireta é quando não está ligada diretamente à produção, como auxiliar de limpeza, secretária, motorista etc. Tabela 3 – Mão de obra direta Fonte: Elaborado pela autora, 2013 Tabela 4 – Mão de obra indireta Fonte: Elaborado pela autora,2013 Conforme as tabelas acima, a empresa tem um custo muito alto com mão de obra, pois ela tem um funcionário para determinada função. No mercado atualmente, com aperfeiçoamento das organizações, observa-se que não existe tanta mão de 48 obra, pois foram e são substituídas por maquinário com o qual se pode garantir o aumento da produção e redução dos custos. 4.5 Rateios dos Custos Indiretos dos Departamentos Auxiliares para os Departamentos Produtivos Os custos dos departamentos auxiliares são apropriados primeiramente aos custos dos departamentos produtivos e depois ao departamento administrativo. Sendo assim, custos indiretos é aquele custo que não pode ser apropriado diretamente a cada tipo de produto ou função de custo no momento de sua ocorrência. Os custos indiretos são apropriados aos portadores finais mediante o emprego de critérios pré-determinados e vinculados às causas correspondentes. Necessitam de taxas, critérios de rateio ou parâmetros para atribuição ao objeto custeado. Tabela 5 – Mapa de rateio dos custos indiretos Fonte: Elaborado pela autora, 2013 Diante do contexto apresentando na tabela acima, verificam-se os custos discriminados da empresa – Buffet Iracema - desde a manutenção até aos impostos. Dessa forma, foi realizado o rateio dos custos indiretos de 25% (vinte e cinco por 49 cento) para a área administrativa e 75%(setenta e cinco por cento) para a produção. Pode-se dizer que esse rateio é subjetivo, isso é, podendo apresentar distorções ou impactos desfavoráveis aos custos de alguns produtos relacionados acima. 4.6. Depreciação A depreciação é a perda do valor dos bens em função do seu uso em relação à sua vida útil, ou seja, do prazo de utilização pela empresa, levando-se em conta o período em que ele pode proporcionar a geração de benefícios. “Perda do valor de um bem em função do seu uso.” (Ricardo Lucio Santos Silva 19/08/2013, Pará de Minas/MG.) Tabela 6 – Depreciação Fonte: Elaborado pela autora, 2013 Como foi visualizado na tabela acima, foram discriminados todos os bens na empresa, com preço de mercado, vida útil, e o valor residual. Para encontrar o valor depreciado, colocou-se o valor do bem, subtraído pelo valor residual, assim o valor 50 da depreciação mensal foi dividido pelo tempo de vida utilizado por 12 meses. Hoje se observa que empresas do mesmo porte, equipadas com maquinários industriais modernos, ganham mais tempo e maior lucro. 4.7 Custo Total de Produção O custo total de produção é o verdadeiro custo que tem o material que chega do fornecedor e é transformado em produto acabado. É o custo necessário para as finalidades de controle, planejamento e tomada de decisões, é composto apenas dos insumos, custos de mão de obra direta e dos custos indiretos de fabricação. Tabela 7 – Custo total de produção Fonte: Elaborado pela autora, 2013 A tabela acima apresenta a importância de R$ 117.945,35 (cento e dezessete mil, novecentos e quarenta e cinco reais e trinta e cinco centavos), como custo total de produção do bufê mensal. Assim, concluí-se que são gastos totais com os in- sumos, mão de obra direta e os custos indiretos de produção. 4.8. Despesas As despesas estão relacionadas aos valores gastos tanto com a estrutura administrativa como com a comercial da empresa. 51 Tabela 8 – Despesas mensais Fonte: Elaborado pela autora, 2013 As despesas mensais da empresa apresentadas na tabela foram todas coletadas através de planilhas implantadas no escritório do Buffet, assim, possibilitando que todas as boletas e promissórias que eram pagas fossem sendo registradas. Observa-se que, existem despesas fixas: serviço de segurança, telefones, contador, impostos, gráfica e também cursos, que a própria empresaria faz durante o ano para aperfeiçoamento das suas culinárias e administração. Sendo assim, foram coletados todos os valores gastos com os cursos de capacitação realizados pela administradora juntamente com os colaboradores da empresa, chegando ao final a uma média do custo com cursos. Observam-se, também na tabela acima, as despesas do custo indireto, pois foi coletado o total de cada custo, assim, calhou a divisão da empresa em suas duas partes distintas – produção e administração – de acordo com as atividades em cada área. É exposta acima a área de administração. Nesse departamento não ocorre uma ação direta sobre produtos acabados. Mas existem sim, as despesas, que, mesmo ocorrendo flexibilidade da produção, elas permanecem. 52 4.9 Receitas Receita é a renda apurada na empresa, proveniente de venda de produtos e na prestação de serviço. Tabela 9 - Receita no mês junho Fonte: Elaborado pela autora,2013 O Buffet Iracema realiza eventos na cidade de Pará de Minas e demais regiões, conforme se pode verificar na tabela acima. Sendo assim, no mês de junho foi desenvolvida uma planilha e implantada no escritório da empresa, para apuração das receitas mensais. 4.10 Apuração do Resultado Mensal As apurações do Resultado Contábil de cada empresa podem ser mostradas como uma relação simples, depois que todas as informações necessárias foram coletadas. O lucro líquido é a Receita total mensal do mês, menos os custos totais. 53 Tabela 10 - Apuração do Resultado Mensal Fonte: Elaborado pela autora, 2013 A tabela acima expõe imposto simples nacional, a contabilidade calcula 6% nas notas fiscais e todas as planilhas apresentadas anteriormente no presente trabalho, nas quais foram coletados minuciosamente todos os dados (custos) da empresa necessários para apuração do lucro líquido da empresa no mês de junho. 4.11 Análise para Tomadas de Decisões Segundo Martins, devido ao crescimento das empresas, com o consequente aumento da distância entre administrador e ativos e pessoas administradas, passou a Contabilidade de Custos a ser encarada como uma eficiente forma de auxílio no desempenho dessa nova missão, a gerencial.(MARTINS,2010,p.21) Uma decisão fazer ou comprar não é qualquer decisão da empresa para adquirir um produto ou serviço interna ou externamente. Bufês geralmente servem produtos ou serviços que podem ser preparados na própria empresa, mas que podem também ser adquiridos de terceiros. A decisão vai depender de fontes externas para o fornecimento de quantidade do produto ou serviço, envolve a consideração não somente de custos diferenciados, mas também de outros fatores não quantitativos, como confiabilidade do fornecedor e controle de qualidade. 4.11.1 Margem de contribuição 54 Conforme Junior, Oliveira e Costa (2012, p.207), “é um controle de extrema importância para o custeio variável e para tomada de decisões gerenciais. Em termos de produto, a margem de contribuição é a diferença entre o preço de venda e a soma dos custos e despesas direta (ou variável).” A margem de contribuição é a quantia com que as unidades vendidas contribuem primeiro para cobrir os custos fixos e depois para gerar lucro operacional. Às vezes, é considerada por seu valor por unidade, e outras vezes, por seu valor total. O trabalho do contador de custos é definir, sempre considerando os recursos da empresa e suas exigências por informações, quais os segmentos que são estabelecidos para analisar a atividade comercial. A margem de contribuição unitária é dada pela fórmula: MC = PV – ( CV + DV ) Onde MC = margem de contribuição; PV = preço de venda; CV = soma dos custos variáveis ( ou direto); DV = soma das despesas variáveis ( ou direto). Na empresa, aplicando-se a fórmula, tem-se a margem de contribuição de R$ 56.190,53 como segue: MC = 173.164,00 – (27.666,240 + 56.844,00 + 32.463,23) = 56.190,53 Razão de Contribuição = Margem de Contribuição Unitária/Preço RC = 56.190,53 173.164,00 RC = 32,45 Porém em termos percentuais A margem de contribuição indica quanto que determinado produto está contribuindo para suportar os custos e despesas fixas e assim tem sua consequente influência no lucro. Esse método incorpora que o aumento da produção aumenta apenas os custos variáveis, e não influencia os custos fixos aos produtos ou serviços, assim facilita o processo de tomada de decisão, pois desde que tenha capacidade a produção pode aumentar. 55 A razão de contribuição é a margem de contribuição dividida pela receita. Representa a parte das vendas que cobre os custos fixos e origina o lucro, pois em termos percentuais, isto é, representa a parcela com que cada unidade monetária obtida com a venda dos produtos contribui para cobrir os custos fixos ou para formar o lucro. 4.11.2 Ponto de equilíbrio Conforme Junior, Oliveira e Costa (2012 p. 208), é a tradução do termo em inglês break-even point, refere-se ao nível de venda em que não há lucro nem prejuízo, ou seja, no qual os gastos totais (custos totais + despesas totais) são iguais às receitas totais. O Ponto de Equilíbrio da empresa (que é o nível de fabricação, em que os custos se igualam às receitas) é rapidamente calculado pelo emprego da margem de contribuição. No ponto de equilíbrio, o lucro deve ser nulo. Efetuando os cálculos necessários, dessa maneira: Ponto de Equilíbrio = Custo Fixo Total Margem de Contribuição PE = 2.686,73 + 7.628,89 + 12.013,00 0, 3245 PE = 68.809,31 O Ponto de Equilíbrio é o ponto de atividade da empresa em que é a marca de produção e venda de quantidade mínima, que possa gerar receita total capaz de cobrir os custos totais (variáveis e fixos). Com a apuração do Ponto de Equilíbrio do Buffet Iracema, determinou-se o nível de operações que a empresa precisa manter para cobrir todos os seus custos operacionais, com este resultado avaliou-se que o lucro da empresa poderia ter sido melhor e que o PE também é instrumento de análise que auxilia no processo de 56 tomada de decisão, pois se pode negociar preços ou é melhor criar um nível de controladoria dos custos operacionais variáveis e fixos? 5 CONCLUSÃO O trabalho realizado evidenciou a necessidade da apuração dos custos contábeis do Buffet Iracema, pois, de início foi evidenciado na pesquisa de campo que a empresa não possuía ferramentas de controle com objetivo de prever obtenção de lucro ou prejuízo de cada evento realizado, ficando dessa forma, sem saber qual foi o resultado contábil de cada festa realizada. 57 Sendo assim, foram desenvolvidas diversas planilhas que posteriormente foram aplicadas na administração da empresa, apontando todas as ocorrências contábeis com relação aos custos de insumos, mão de obra, custos indiretos, depreciação, despesas ocorridas no dia a dia durante um mês. Com o decorrer da pesquisa, novos métodos de controladoria de avaliação foram apresentados, visando a resultados com menores custos e maiores lucros. Após a apuração do resultado de um período determinado (um mês) no Buffet Iracema, realizou-se a apuração de todos os custos na parte operacional e as despesas da administração, subtraindo pela receita da empresa, alcançando um resultado final de apenas nove por cento (9%). Dessa maneira, conforme levantamentos de dados contábeis realizados, apurou-se, no fechamento do período pesquisado, um lucro insatisfatório, por se tratar de uma empresa de prestação de serviços de grande porte. Todas essas ferramentas desenvolvidas, aplicadas e analisadas na empresa, têm o escopo de auxiliar no processo de tomada de decisão. Pois se a empresa produz e vende mais de um produto, a diversidade de vendas é um fator ponderável de influência no ponto de equilíbrio, em virtude das diferentes margens de lucro de cada um dos seus eventos. 5.1 Sugestões para Empresa • Determinar a função de verificação de sobras para uma determinada funcionária; • Verificar e aplicar um sistema para orçamentos, e assim existirem fornecedores fixos com menor preço; • Diminuir o custo em mão de obra, sendo assim investindo em maquinário, com o qual se vai ter um aumento de produção, redução dos custos com mão de obra e um lucro maior; • Adquirir um terreno próprio, isso vai gerar mais um investimento e custo a menos: aluguel; • Avaliar os custos de cada tipo de evento, pois assim prevê-se um lucro maior ou até mesmo um prejuízo; • Coletar todas as informações necessárias e fazer uma controladoria, para ter as melhores decisões; 58 • Contratar um administrador ou funcionário neste nível para fornecer condições de análise para a direção da empresa, a partir de qual quantidade de vendas pode-se negociar o preço, objetivando aumentar as vendas e assim gerar melhores resultados do lucro líquido. 5.2 Limitações do Trabalho • Livros voltados mais para produtos industrializados do que para alimentícios; • Impossibilidade de avaliar alguns custos mais detalhadamente; • Não existia nenhum controle dos gastos, despesas e custos na empresa. 5.3 Sugestões para Trabalhos Futuros As sugestões para trabalhos futuros é a necessidade de dimensionar a necessidade dos custos de cada produto da empresa, visando, prioridade para melhores decisões, à importância de um gestor financeiro. REFERÊNCIAS Acevedo,C. R.; NOHARA, J. J. Monografia no curso de Administração. São Paulo: Atlas, 2006. BORNIA, A.C; Análise gerencial de custos. 3° Ed., São Paulo: Atlas 2010. CREPALDI, S. A.; Curso básico de contabilidade de custos. 5° ed., São Paulo: Atlas 2010. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. JUNIOR, J. H. P.; OLIVEIRA, L. M.; COSTA, R. G. Gestão estratégica de custos. 8° Ed., São Paulo: Atlas 2012. 59 LEONE, G. S. G.; Custos planejamento, implantação e controle. 3° Ed., São Paulo: Atlas 2012. LEONE, G. S. G.; LEONE, R. J. G.; Curso de contabilidade de custos. 4° Ed, São Paulo: Atlas, 2010. LUDÍCIBUS, S.; MARION, J. C., Contabilidade comercial. 9° Ed. São Paulo: Atlas, 2010. MAHER M., Contabilidade de custos criando valor para a administração. 1° Ed., São Paulo: Atlas, 2001. MARTINS, E.; Contabilidade de custos.10° ed., São Paulo: Atlas 2010. MARTINS,P.G.,ALT,P.R.C. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 4ªed.São Paulo: Saraiva,2000 ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de Estágio e de Pesquisa em Administração. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999. SANTOS, J. J. ; Contabilidade e análise de custos. 6° Ed. São Paulo, 2011. VERGARA, S.; Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 60