O Colégio de Lamegorecebeu o
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O Colégio de Lamegorecebeu o
Arcádia Colégio de Lamego Ano 34 - N.º 131 junho 2016 - Trimestral Preço: 1,00€ Diretor: D. Avelino Martins OSB Ficha Técnica: Revisão: António Martins - Composição: José Américo Castro - Colaboradores: Professores, Alunos e Antigos Alunos - Impressão: Tip. Minerva - Tiragem: 300 Ex. É tempo de férias Chegamos ao fim de mais um ano de canseiras e trabalhos, é tempo de analisar, refletir sobre projetos realizados ou que ficam incompletos. É tempo de repensar projetos e novas ideias. É tempo de construir e reconstruir novos projetos e novas realizações. Férias, é tempo de paragem, para refletir, para repensar e atestar as baterias para as novas lutas e novos desafios, novos programas, novas solicitações sempre em ordem e em função dos alunos, que exigem cada vez mais, cujo a formação deverá incidir sobre todos os campos da sua evolução pessoal. É tempo de preparação para as novas propostas que se avizinham. É tempo de todos: Professores, Encarregados de Educação, Alunos e Auxiliares de prepararem forças para os novos desafios, novas realizações e preparar o novo ano letivo. Não é tempo de chegada, descanso, paragem mas ponto de partida para as novas realizações, novas lutas, que poderão ser de vitória ou fracasso. É desta incerteza que nascem os desafios e a razão de ser da nossa luta, para fazer sempre cada vez melhor em favor da formação integral da pessoa. Férias: tempo de trabalho para todos. Não podemos estar inativos e amorfos. É tempo: de formação, refleção e partilha de ideias e propostas. Só assim as férias têm sentido. Bom descanso para todos, Professores, Alunos, Encarregados de Educação e Auxiliares, a todos desejo um ótimo descanso. O Colégio de Lamego recebeu o Sr. Dom Abade do Mosteiro de Montserrat No dia 24 de maio, tivemos a honra de receber o Sr. Dom Abade do Mosteiro de Montserrat. Acompanhado pelo Sr. Dom Abade Bernardino Costa, falou simpática e calorosamente com os nossos alunos sobre a Escolania de Montserrat, um Colégio beneditino com cerca de 50 alunos que, além da formação geral, oferece formação musical. O coro da Escolania de Montserrat, formado por todos os alunos, é conhecido a nível mundial e dá concertos Drª. Rita Marta volta ao Colégio de Lamego Pe. Avelino Martins, OSB Equipa Feminina do Colégio de Lamego sagra-se Campeã regional VOLEIBOL Na passada sexta-feira, dia 21 de maio, decorreu a 14.ª palestra da Associação dos Antigos Alunos do Colégio de Lamego com o tema «Percursos de Vida», que contou pela primeira vez com uma palestrante, Rita Marta, gestora na Martha’s, com apenas 32 anos. Apesar das muitas duvidas que Rita Marta tinha sobre a sua vida, desde muito nova que tinha também muitas certezas: queria viajar porque adorava aeroportos, queria estudar no Colégio de Lamego e tirar um curso universitário em Londres. Não obstante ter realizado parte deste último, foi em Portugal que acabou por completar o ensino superior. No final do curso, decidiu enviar o seu currículo para uma empresa de estágios no estrangeiro. Ao fim de algum tempo de espera, esta compensou uma vez que conseguiu ingressar num estágio numa empresa sediada em Xangai, na China, com a duração de 9 meses, acabando por vir a trabalhar no ramo da família, a indústria de vinho. A fim de concluir o estágio, acabou por ficar lá a trabalhar, primeiramente na empresa onde realizou o estágio, posteriormente numa das maiores distribuidoras mundiais de vinho. Com o passar do tempo, o irmão e o pai propuseram-lhe a hipótese de trabalhar no negócio da família, acabando esta por aceitar e por vir morar para Portugal no final de 2015, podendo, assim, cumprir um dos seus sonhos de adolescente: viajar e conhecer o mundo (dando a conhecer ao mundo o vinho português). Gonçalo Rocha, 12.º ano em vários países dos diferentes continentes. Ficou o convite para os alunos do Colégio irem visitar Montserrat...imediata e alegremente aceite! Arcádia 2 junho de 2016 1.º CICLO A minha viagem de estudo O Open Day Nos dias 19 e 20 de maio, realizou-se um Open Day. Como os meninos do 1.º ciclo estavam todos entusiasmados com os finalistas do jardim de infância, quando chegaram, quisemos logo brincar com eles, mas eles estavam muito tímidos ao início. Os primeiros meninos vieram das Escolas de Lamego e no dia seguinte foi a Escola de Peso da Régua. Depois disso tudo, fomos todos visitar o Colégio. De seguida fomos almoçar. Quando os meninos ficaram de barriguinha cheia, para abanarem o corpinho fomos dançar zumba e foi assim que acabou o nosso dia. Eles ficaram muito entusiasmados com este dia espetacular. Beatriz e Mariana Pereira (2º ano) A minha viagem de estudo começou às 8 horas da manhã, quando entrámos no autocarro, para irmos a Coimbra. Fomos visitar o Portugal dos Pequenitos e uma fonte das águas Luso. Andámos algum tempo de autocarro, até que parámos para comer e depois seguimos para Coimbra. De manhã, fomos ao Portugal dos Pequenitos, e tivemos um funcionário que nos fez uma visita guiada por lá! Vimos as casinhas e as igrejas em miniatura. Eram muito engraçadas e pequeninas, até bati com a cabeça no cimo da porta para entrar! Almoçámos no Portugal dos Pequenitos, numas escadas. De tarde fomos fazer uma visita às águas Luso, onde bebemos aquela água. Eu achei a água muito saborosa! Depois lanchámos por lá. No final da tarde, fomos para o autocarro, para regressarmos a Lamego. Assim terminou a minha viagem de estudo. Gostei e diverti-me muito! Catarina Bernardo, 2º ano Dia da Criança Este dia foi celebrado com uma ida ao Teatro Ribeiro da Conceição, assistimos ao musical “Os Três Porquinhos ”. Foi muito divertido, mas o melhor estava para chegar, fizemos um lanche convívio. Neste dia, houve muita diversão e alegria, também tivemos direito a uma medalha e algumas guloseimas, oferecidas pelas Senhoras Professoras. Foi um dia muito divertido. Alunos do 1º ano Mês de Maria www.colegiodelamego.edu.pt Arcádia 3 junho de 2016 Projeto “Somos Principezinho” Colégio de Lamego comemora o 10 de junho nos Ateliers do 1.º ciclo Ao longo do 2.º período do presente ano letivo, os alunos do 1.º ciclo, no âmbito dos Ateliers de Filosofia para Crianças, Literatura / Escrita Criativa e Ética para Crianças, desenvolveram o projeto – “Somos Principezinho”. Previamente apoiados num guião de leitura e após a análise orientada de um filme, os alunos foram descobrindo as ideias intemporais e universais do célebre conto de Saint-Exupéry. No desenvolvimento das atividades dos ateliers supracitados, acreditamos que a exploração orientada de filmes de animação pode ser gerida como um recurso educativo digital, apoiados numa programação prévia de todas as atividades a desenvolver, com o objetivo de empenhar os alunos nas suas aprendizagens, como aprendentes ativos e não meros espetadores pacíficos. Na elaboração deste projeto, os alunos construíram um cenário iluminado por astros como pano de fundo, embelezado por um planeta e os seus vulcões, uma única rosa muito vaidosa e orgulhosa e o principezinho que sentiu vontade de viajar. Com esta atividade os alunos comprovaram, por si, que o importante na vida não é fácil de adquirir, ou seja, “só se vê bem com o coração, o essencial é invisível para os olhos”. As nossas crianças empenharam-se na execução deste maravilhoso projeto, cujo fio condutor foi fundamental para aprofundar o significado da amizade, do amor, da tolerância e do humanismo. É importante que os nossos alunos entendam que, frequentemente, podemos falhar na avaliação dos seres que nos rodeiam e exagerar as razões que levam à solidão à autoexclusão. No passado 8 de junho, os alunos do 1.º Ciclo do Colégio de Lamego receberam a visita do escritor Fernando Marado, para mais uma apresentação da obra “História de Amália contada às crianças e jovens”. Durante a sessão, o autor demonstrou a pertinência da escolha do tema para celebrar o Dia de Portugal, uma vez que, sendo Camões o nosso maior da palavra escrita, é Amália a nossa maior da palavra cantada – duas figuras impares que tão bem representam a alma de Portugal. Louvando a iniciativa da professora orientadora dos ateliês do 1.º ciclo (escrita criativa, filosofia para crianças, ética para crianças e de teatro), Mónica Ferreira Lima, é de salientar que, com o habitual empenho, a ela se uniu Víctor Rebelo, responsável da Biblioteca Municipal de Lamego, que apresentou a obra do referido autor. A sessão foi iniciada por outra ilustre representante da cultura beirã, Aurora Simões de Matos, que explicou a um auditório, sempre muito participativo, atento e interessado, a importância do livro e da leitura, referindo, ainda, a singularidade do autor lamecense, que escreve para e com crianças e jovens. A sessão encerrou com a dramatização de um dos famosos temas de Amália, protagonizada pelos alunos dos ateliês sob orientação da professora responsável. Estiveram presentes Mávis Monteiro, membro da direção pedagógica do Colégio de Lamego, as professoras dos alunos presentes e os senhores Pe. Paulino Castro e Policarpo Bessa, membros da comunidade beneditina. No final, foi decidido que no próximo ano letivo se irá promover uma parceria pedagógica entre o sesquicentenário Colégio de Lamego, o Município, através da Biblioteca Municipal, e o Estabelecimento Prisional de Lamego, que, além da promoção de atividades de voluntariado social, culminará com a encenação da peça de teatro do livro Reintegr’arte, de Fernando Marado e amigos detidos, sob direção de Mónica Ferreira Lima. A importância do lúdico no desenvolvimento da criança O lúdico é parte integrante do mundo infantil e da vida de todos os seres humanos. As crianças, ao encontrarem prazer e contentamento na aprendizagem a brincar, promovem o seu processo de socialização e aprendem de forma original, além de reproduzirem a sua realidade através da imaginação. A brincadeira faz parte da infância e é através dela que se possibilita uma coletânea de processos desenvolvimentais, sejam no âmbito cognitivo, social, físico ou afetivo. Para o pedagogo Vygotsky, uma das atividades principais da infância é a brincadeira e esta, se utilizada de forma pedagógica ou em contexto escolar, per- mite à criança a interiorização de ações que ultrapassam a sua idade, o que lhe possibilita adquirir uma perceção do seu meio circundante de forma criativa. Indiscutivelmente, a obtenção de um melhor desempenho da aprendizagem, pode ser obtida por meio da ludicidade. De entre os inúmeros benefícios de uma educação lúdica, podem-se enfatizar alguns, de cariz mais relevante: a melhoria da capacidade cognitiva da criança, a potencialização da sua capacidade psicomotora, bem como, da sua capacidade de se relacionar com os seus pares. A ludicidade é um grande laborató- rio para o desenvolvimento integral da criança, que merece a atenção dos pais, pois é através das brincadeiras que os seus educandos se descobrem a si mes- mos e ao outro, além de ser um elemento significativo e indispensável para que se possa aprender com prazer, exercício útil e necessário à própria vida. Inscreve-te na Associação dos Antigos Alunos do Colégio Arcádia 4 junho de 2016 Colégio de Lamego comemora o Dia da Mãe na APITIL Os alunos da disciplina de Psicologia do 12.°ano do Colégio de Lamego, no âmbito do Projeto “APROXIMAR”, celebrado entre a mesma instituição escolar e a APITIL, comemoraram o Dia da Mãe com os utentes da instituicão de solidariedade social lamecense. No decorrer do presente ano letivo, o Colégio de Lamego desenvolveu um conjunto de atividades e iniciativas, ligadas à comemoração ou reflexão sobre determinadas datas marcantes para os intervenientes das mesmas, em regime de voluntariado, e em interação permanente com a incansável equipa da APITIL. Assim, no dia 30 de abril do presente, os alunos de Psicologia do 12.°ano da instituição beneditina, demonstraram que comemorar esta data especial na escola e em instituções sociais representa, em si, um importante contributo para refletir sobre a valorização da família, reforçando o papel crucial das relações intergeracionais para a formação holística da pessoa. O Dia da Mãe simboliza afeto, carinho e proximidade. É uma data de singular importância, sobretudo por cimentar os vínculos familiares e cidadânicos. A escola é uma extensão da família e, como tal, agente incontornável no reforço dos valores de uma sociedade coesa, tolerante e solidária. Atendendo à importância da intergeracionalidade e à diversidade de formas que toma na sociedade contemporânea, particularmente em regiões no interior do país, fustigadas pela desertificação e o envelhecimento, o contacto entre gerações assume-se como uma importante estratégia para promover a solidariedade intergeracional, o desenvolvimento de valores como o respeito e a colaboração e ainda o desenvolvimento psicossocial dos mais novos e o envelhecimento ativo dos mais velhos. É de salientar a singularidade da implementação do projeto “APROXIMAR” no concelho, na medida em que pela primeira vez se celebra um Projeto de parceria institucional e pedagógica entre uma instituição escolar e uma instituição de solidariedade social. É de louvar a participação empenhada dos alunos de Psicologia do Colégio de Lamego, Alunos de Psicologia visitam Unidade de Saúde Familiar de Lamego são psíquica e psicológica, face à exigência do seu processo de elaboração. O nosso agradecimento à U.S.F. (CS Lamego), pela disponibilidade total demonstrada para com os nossos alunos, bem como à Dr.ª Paula Camila Martins, pelo seu acompanhamento e entrega na realização de todas as atividades que envolveram a visita. Desejamos que esta seja uma das muitas ações a desenvolver, num futuro próximo, com as instituições de saúde do nosso concelho. No dia 24 de maio do presente ano, os alunos de Psicologia do 12.º ano do Colégio visitaram as instalações do Centro de Psicologia da Unidade de Saúde Familiar (CS Lamego). Recebidos pela Dr.ª Paula Camila Martins, Psicóloga Clínica responsável pelos serviços de psicologia, conheceram todas as infraestruturas e serviços disponibilizados, no âmbito da saúde mental desta instituição. Para além de salientadas todas as ramificações da psicologia, em particular todos os enfoques de ação da psicologia clínica, os alunos aprofundaram o seu conhecimento quanto à situação efetiva do concelho, no que à saúde mental diz respeito. A visita culminou na participação dos alunos em exercícios de concentração e relaxamento psicológico, orientados pela psicóloga responsável que, com grande profissionalismo e assertividade, promoveu a distenção muscular e a descontração psíquica dos intervenientes. De facto, num momento tão intenso do ano letivo, que se prende com a preparação dos alunos para a realização de exames nacionais, este tipo de iniciativas são preponderantes para o desenvolvimento das capacidades de concentração, dada a realização dos exames que se avizinham e de descompres- em regime de voluntariado, bem como a disponibilidade e acompanhamento incansáveis por parte de toda a equipa da APITIL, que de forma exemplar e afetiva têm permitido a realização de todas as atividades inerenes ao projeto. Alunos do 10.º ano visitam Museu Diocesano e monumentos da cidade - Filosofia 10.º ano - Qual a importância do ensino da Psicologia? A importância da Psicologia no processo ensino/aprendizagem reside no reconhecimento de que a educação é um fenómeno verdadeiramente complexo, pelo que o seu impacto no desenvolvimento humano obriga a que se considere a globalidade e a diversidade das práticas educativas, em que o ser humano se encontra imerso, isto porque a educação se desdobra em múltiplos contextos nos quais as pessoas vivem e participam, definidos como âmbitos educativos. Assim sendo, a disciplina de Psicologia no Ensino Secundário possibilita aos jovens apreender, planificar, direcionar e avaliar as suas ações, principalmente por tratar de questões diretamente relacionadas com a aprendizagem e o comportamento humanos. Como diria Piaget, a psicologia não se destrinça das ciências médicas e biológicas, na medida em que nenhuma é apenas um ramo da outra, mas sim áreas com métodos e problemas específicos. O tema programático final da disciplina de filosofia 10º. ano diz respeito aos valores estéticos, bem como à relação do homem com a arte. Neste âmbito, os alunos do 10.º ano, visitaram o Museu Diocesano de Lamego, a Sé Categral e a Igreja do Desterro, lugares emblemáticos da cidade, pela sua riqueza e significado patrimoniais. Partindo do princípio que o homem é um ser valorativo e, portanto, estético, acreditamos que é essencial reacender nos jovens a sensibilidade perante a arte, mas fundamentalmente perante o patrimónico artístico e cultural do concelho. Um sincero agradecimento ao Museu Diocesano e seus funcionários, que nos abriram as portas em dia de de fecho para a instituição Dr.ª Paula Camila Martins Psicóloga Clínica U.S.F. de Lamego www.colegiodelamego.edu.pt e pela disponibilidade do técnico em acompanhar os alunos à visita à Sé Catedral e à Sr.ª D. Aurora pela candura ao nos receber aquando da visita à Igreja do Desterro. Arcádia Atelier de Teatro 1º ciclo promove apresentação de final de ano No passado dia 9 de junho, aquando da festa final do presente ano letivo do Colégio de Lamego, os alunos do Atelier de Teatro do 1º ciclo protagonizaram um curto espetáculo, no salão de festas da instituição. Com a apresentação vigorosa e entusiasta do aluno Francisco Soares do 3º ano, esta atividade teve como objetivo último a divulgação de algumas das atividades desenvolvidas nos Ateliers do 1º ciclo, em particular no Atelier de Teatro e Literatura/Escrita Criativa. Num primeiro momento, os alunos dos Ateliers, do 1º e 2º anos, dramatizaram a pequena peça de teatro – “O teatro vai começar”, à boa maneira dos antigos jograis e, de forma cândida e genuína, emocionaram todos os presentes. A esta jovialidade seguiu-se a garra e a vivacidade das meninas do 3º e 4º anos, que presentearam a plateia ao dançarem o tema musical – “Whatch Me”. Novamente, os alunos do 1º e 2º anos voltaram ao palco para a coreografia da lengalenga – “Rei, Capitão”, explorada no Atelier de Literatura/Escrita Criativa. Nesta altura, perante o constatado en- tusiamo dos espetadores, todos os alunos do Atelier de Teatro voltaram a pisar o palco para darem vida à peça de teatro principal – “Diálogos Humoristicos”. Entre olhares nervosos e sussurros entusiasmados, os alunos deram corpo aos diálogos entre um professor e os seus alunos, que receberam as gargalhadas abertas do público. O lado cómico da representação dos alunos torna-se visível e diverte todos os envolvidos. O espetáculo finaliza com a coreografia do tema Tiro-Liro, protagonizada pelos alunos do Ateliers na sessão de comemoração do 10 de junho. Esta iniciativa não teria sido possível sem o envolvimento de alguns intervenientes da comunidade educativa, nomeadamente a Direção do Colégio, as Sr.as Professoras do 1º ciclo, que de forma empenhada e motivadora colaboraram em todas as atividades dos Ateliers, bem como sem os Professores e Funcionários presentes nesta apresetação, que apoiaram a concretização funcional de todas as atividades. Antigo aluno do colégio é campeão nacional de contrarrelógio O ciclista Gaspar Gonçalves, antigo aluno do Colégio de Lamego, sagrou-se, no passado dia 24 de junho, cam- peão nacional de contrarrelógio. Gaspar Gonçalves (Liberty Seguros/Carglass) é o novo campeão nacional da modalidade na categoria de sub-23, depois de se impor na prova de 27 quilómetros, disputada na manhã desta sexta-feira, em Tenões, Braga. O antigo aluno do Colégio contrariou o favoritismo do colega de equipa Ivo Oliveira, terminando o exercício individual em 34m 20s, graças a um desempenho imaculado, que lhe deu o melhor registo em todos os pontos de cronometragem. Pedalou à média de 47,184 km/h. O reconhecimento merecido ao ciclista lamecense, natural da freguesia de Penude e aluno da nossa instituição. 5 junho de 2016 Os alunos do 10.º e do 11.º ano tiveram o seu “passeio” Na sexta-feira, dia 3 de junho, os alunos do 10.º e do 11.º ano de escolaridade fizeram uma visita de estudo à “Fábrica Centro de Ciência Viva”, em Aveiro e à Universidade de Aveiro. Na Fábrica, os alunos participaram em atividades escolhidas pelas professoras de Física e Química e de Biologia e Geologia, que tentaram unir o útil ao agradável: utilizarem/ reverem conceitos que se aprendem nessas disciplinas, de forma lúdica/divertida. Na Universidade de Aveiro, os alunos foram divididos por áreas de interesse de acordo com a escolha por eles feita previamente, e tiveram a oportunidade de fazer uma visita guiada a esse departamento. A animação dos alunos (em particular, honra lhes seja feita, aos do 11.º ano) come- çou assim que entraram no autocarro, portanto, antes mesmo de saírem de Lamego, com a sua deambulação por um repertório musical vasto e diversificado, de tal forma que o motorista rapidamente chegou à conclusão de que não valia a pena ter o rádio ligado. E se era lógico pensarmos que a viagem de regresso ia ser mais calma, com o cansaço do dia a fazer-se sentir no físico e no espírito dos alunos ... não foi isso que aconteceu. As baterias corporais miraculosamente recarregaram-se e a animação musical foi retomada até aos travões imobilizarem o veículo já de novo ao pé do Colégio. É isto o Colégio! Animação a toda a hora! E só podemos prometer uma coisa: para o ano há mais! Carla Venâncio e Cristina Pimenta A turma do 10.º ano, com a Prof. Cristina Pimenta A turma do 11.º ano, com a Prof. Carla Venâncio O Sr. Pe. Avelino, com algumas alunas do 11.º ano Alunos do 11.º ano numa das atividades da fábrica Inscreve-te na Associação dos Antigos Alunos do Colégio Arcádia 6 junho de 2016 A VOZ DO ANTIGO ALUNO Manoel Ademaro (Marquês) Duarte de Almeida Escritor - Linguista - Cronista Consultor da Sociedade da Língua Portuguesa Dom Vicente de MoraesVaz, o nosso Director do Colégio *** Dom Vicente, o meu outro pai. Com a minha presença aqui e agora, pretendo trazer um pouco das minhas memórias como aluno deste Colégio que tanto tem honrado a Cidade de Lamego, e dar um pouco do meu reconhecimento ao Colégio, aos seus Professores, uns já ausentes do nosso mundo, mas vívidos nas nossas lembranças, e aos seus Alunos que no Colégio se têm formado, ao longo de largas décadas. E recordar, nesta minha singela homenagem, tantos de nós que tanto têm dado ao nosso país, nos melhores e nos seus piores momentos. Entrei para o Colégio no segundo período escolar de 1949/1950, logo a seguir ao Natal. Num período complicado, pois estava-se na conturbação do pós-guerra. Cheguei ao Colégio vindo de um seminário. Na época, o destino de seminarista era uma honra para o filho mais velho de qualquer família que se prezassse, e eu era-o. No final de três anos de ensino no Seminário dos Padres Redentoristas, de Vila Nova de Gaia, entenderam que vocação de missionário redentorista não me era próxima. Depois de terem explicado a situação aos meus pais, a decisão de não me levarem de regresso a casa, e de se fazer a transição para um Colégio, foi o facto de os meus pais cederem aos meus desejos, pois nunca me consegui adaptar à vida de aldeia nem à confinação de um espaço curto demais, com as fragas roncantes do Montemuro como fronteira. Para além disso, o tempo que vivi em Cetos, antes de ser Seminarista, deixou-me marcas e mágoas profundas inerentes às condições de carência em que se vivia na época, nomeadamente no racionamento que, apesar de não se verificar em nossa casa, eu via-o no dia-a-dia e hora a hora por entre a população da nossa aldeia e outras circunvizinhas, negócios à socapa, os do volfrâmio e quejandos, apreensão de cereais que deixavam os habitantes à míngua e esta situação, apesar de eu ser muito novo na altura, eu já a percebia replicada por esse país fora. A opção de ir para o Colégio de Lamego, implicava um exame de transição de entre dois estabelecimentos de ensino, com matérias e sistemas de trabalho escolares totalmente diferentes, e isto já com um primeiro período escolar perdido. Materiais e métodos dessemelhantes. Três meses de adaptação me esperavam. Tive no Colégio um regime de força maior e de recuperação. Em termos de Literatura e de Latim, tudo jogava a meu favor, porém, nas Ciências e nas Matemáticas, o meu credo era um tanto outro... Apesar de tudo, a direcção do Colégio aceitou-me e apostou em mim. No estilo de branquear aquela espécie de ovelha negra que tinha acabado de chegar ao redil... A plêiade de professores que me deram horas e horas de ensino fora de horas foi numerosa: a Matemática e o Português ficaram ao cuidado do Dr. José Augusto Cunha, já conhecido do peito lá na minha aldeia, irmão do meu professor da Primária (que, este, acumulava, nos seus afazeres, o de lavrador e caçador de boa pontaria, e um falador, quase orador, e sabedor profundo e muito sério). Recordo também a Dra. Delfina, que me introduziu no falar dos Bretões. Também recordo com saudade o meu querido médico, o Dr. Andrade, mestre de Ciências, pai do Jorge Andrade que era o meu colega de carteira e que dava tudo por jogar à bola no final das aulas. Também me lembro que Física e Química estavam ao cuidado do Capitão Satúrio Pires, de poucos risos, muito competente, mas ai de quem o tentasse enganar... Passava a fazer parte da sua “lista negra”. Apanhou-me uma vez, e bastou. Mas falta ainda uma personagem, incontornável, imensurável, nisto da ensinança: era o padre Tomás Gonçalinho... Ele era único. Uma aula dele era uma universidade. Brincava com o Francês como uma criança com um berlinde. Só ninguém ganhou com ele porque não quis. Aproveitava uma distração dum aluno e aí íamos, por caminhos paralelos, brincando e aprendendo. Maravilha das maravilhas! “Ton té ta til ôté ta tu?” Quem não se lembra disto? Som francês genuíno. Frase correcta. Sílabas correctas. A língua ou linguagem são puramente sons ligados uns aos outros para nosso prazer e saber e contactar. Mas isso é outra coisa muito mais complexa. Continuo a brincar com elas. Sessenta anos após, ainda brinco com os meus alunos e eles ficam de boca aberta. Mas querem mais!... A propósito, pergunto: já souberam responder à pergunta formulada em itálico, umas linhas acima? E em todos esses movimentos do “meu” pai, os de rezar, às vezes com um estremecer de lábios, a sua conversa com Deus, como uma sombra ténue, quase silenciosa, nem se ouvia o deslizar dos dedos pelas contas do rosário (a oração silenciosa consta que chega a Deus mais depressa e mais directa do que os rumores de multidões; é um segredar à orelha), isso eu só o sei pelos resultados que me vieram à mão e tão mal aproveitei. Bem mo disse, aqui e quase agora, o meu colega de carteira, amigo do coração, rival das boas e difíceis causas, sempre na luta, o José Pego: ‘Manoel Ademaro, o Manelzinho, porque paraste? Tinhas tanto a dar!’ Coisas!... Não podias vir à reunião... O estado de saúde te travava. Por aqui, idem, idem, aspas, aspas. (Por mim, o acordo ortográfico não deixo que ele entre nestas relações. É um pão mal finto. Compreendeste...) Mas tu vieste e eu também vim. Lembra-te que nós dois éramos os melhores em tudo. Em tudo, mesmo. A ti, Zé Pego, peço perdão por não te ter correspondido. Ao Dom Vicente, o meu outro pai, peço perdão, redobrado. Juventudes com o sangue a ferver na guelra... têm perdão? Mais uma vez, perdão, meu pai. Hoje regresso, ou melhor, regressamos todos ao nosso redil, ao nosso Pastor, à nossa Casa. Mais uma vez, no último sábado de Maio. Todos os anos. Para continuar. Não esquecer! Vou tentar olhar para vós e encontrar os meus colegas da altura. Passear nas minhas memórias e andar, um pouco sem destino, tentando encontrar um lugar cujo silêncio me traga de volta os momentos passados aqui, durante os meus verdes anos. Ao estar aqui, recordo esses dias, essas pessoas que me deram o privilégio de os conhecer e que me moldaram, no feitio e no espírito. No final, espero o vosso abraço, nele voltarei a ser rapaz, nesse instante. Ver-me-ei a despertar, numa qualquer manhã. Olhando de soslaio o sol que entra pelos vidros cortados em quadrados que, embaciados pela noite, cortam algum do brilho que se reflecte nos olhos estremunhados dos que vão acordando com a alvorada. Na altura contava quantos minutos ainda poderia ter de descanso por entre os lençóis e cobertores que me guardavam durante a noite fria de um qualquer mês de inverno. Frio... Eles sabiam lá o que é o frio... No Montemuro é que há frio, tanto que as fragas tremem e se ouvem gemer. Aqui não sabiam o que era isso. Nem acreditavam quando lhes contava. Relembro agora aquilo que um colega uma vez me disse que, isto de ter sido aluno do Colégio, é uma obsessão que fica, uma ferida que dói muito e nunca mais cicatriza! Aquela palavra que não tem tradução em língua alguma, Saudade! Saudade das insónias nas camaratas, saudade das cerejas da quinta, saudade dos assaltos à dispensa, saudades das ementas, saudade das furtivas fugas nocturnas à cidade, saudade do meu amigo e professor, agora meu outro pai, Dom Vicente. E é dele que quero falar agora. Agora e sempre, enquanto tiver força. Porque falar dele? E porquê agora? Porque para nós ele foi tudo. Porque Dom Vicente foi o nosso Director; um Amigo como não houve igual; foi Professor de Religião, em que Religião era um mero fermento para a Vida, para formação de carácter, para relações humanas e sociais, para incentivar amizades. Da sua humildade e simplicidade brotavam réstias de luz, de personalidade, de amor, de tudo o que era e é hoje ainda. Porque falar de Dom Vicente é falar do Colégio, é falar dos seus mestres e dos seus alunos que por aqui passaram. O Padre Avelino da Silva que o diga. Que o diga também o nosso www.colegiodelamego.edu.pt colega Manuel Dinis Cortes, esperando eu que na sua “Viagem” ele nos traga o vislumbre dos nossos verdes anos. Voltemos então ao nosso Dom Vicente. Talvez não haja em todo o mundo exemplos de pessoa como ele. As suas atitudes, o seu aprumo, sempre de uma grande sensibilidade, que via mais além e sentia mais do que todos os outros. Mestre de um espírito inacreditável, farto de ideias e de uma visão pedagógica raríssima na altura. Poss-uía o dom de assumir a responsabilidade pelos outros, pelo seu destino, pelo seu bem-estar e felicidade. Sabia que só assim poderia estar bem com ele, e simplesmente olhar para os seus alunos como se seus filhos fossem... *** “Tudo lhe saía de mão de Mestre” Que poderei eu dizer sobre Dom Vicente que não tenha sido já sido e escrito por outros com superior clarividência de raciocínio?... Do homem que rejeitou as vaidades mundanas para se rocolher à sombra de um claustro, donde saiu, com fé aumentada, para orientar jovens para a vida... Para nos aconselhar e ensinar, com palavra simples e amiga, mais de amigo que de mestre (mas que o era) no nosso dia-a-dia. O que vos possa dizer é uma simples mas sincera confissão de amor e agradecimento a quem nos recebeu neste Colégio; o meu testemunho pessoal, verídico, a todos os que, como colegas, me acompanharam dentro destes muros, e um voto de que as minhas palavras possam frutificar em exemplo perene a vindouros, a vós, alunos de hoje. Dom Vicente Moraes Vaz. Um nome a não esquecer. Melhor: um nome a recordar, sempre presente em nossa memória. Mestre de ensinança: do seu multifacetado saber ressaltava um profundo conhecimento das Artes e da História e, desta, a da Igreja e das Ideias. Como nos cativava, quando aduzia exemplos e casos para comparação. Sem impor a sua visão dos factos, fazia-nos chegar, suavemente, num raciocínio lógico irrespondível, a Informação que tanto nos agradava e de que estávamos carentes. As suas aulas eram uma transmissão directa do resultado de uma profunda reflexâo humana. Era com bondade que aceitava as nossas ténues dissertações, rectificando apenas levemente, e só quando era flagrante e crasso o erro. Uma aula de Religião e Moral transformava-se em lição de humanidade. Havia o tema, sim; mas o seu desenvolvimento declinava para uma conversa amena, profícua, que nos fazia ansiar pela próxima ocasião. Outra faceta, que a mim me agradava sobre- Arcádia 7 junho de 2016 A VOZ DO ANTIGO ALUNO maneira, era a das récitas teatrais, que promovia anualmente e que se realizavam quando se aproximava o fim do ano lectivo. Os temas eram trazidos dos clássicos, de Gil Vicente a Marcelino de Mesquita, da comédia ao drama, passando pela farsa, com interregnos pelos autores estrangeiros, não pondo de parte os modernos. Mas tudo lhe saía da sua mão de mestre. A começar pelos cenários, que ele próprio executava: ou montados – um simples interior da casa – ou pintados a giz, tão perfeitos e com que rigor e pormenor: arcadas do varadim do castelo de Leiria, cozinha e Igreja do mosteiro de Alcobaça E quando chegava o grande dia das nossas festas do Colégio, com que ansiedade estávamos, nós os actores... Contudo, ele, o nosso Director, o Dom Vicente, o motivador e incentivador das nossas actividades culturais, a nível de teatro nomeadamente, mantinha-se obscuro, no anonimato, deixando para nós os louros e as palmas à actuação. Ali estava, nos bastidores, à direita baixa, com os seus apontamentos da peça: ele era o ponto, soprando as deixas, e o contra-rega, orientando sempre. Ele queria que a festa fosse nossa. Que ele era quem ensaiava, em fim do dia, na sala dos professores; que dava ensinamentos de dicção, entoação e modulação de voz, que indicava as marcações em cena, a colocação e movimentação no palco (estátuas... não queria); que escolhia e encomentava roupas e adereços, para que tudo semelhasse ao natural. Tudo acompanhado da teoria do teatro. E não se arreceava em pôr-nos em confronto com os alunos do Liceu, mais batidos e com outros meios, num teatro a sério, como o foi uma vez no Teatro Ribeiro Conceição. Mas desta vez com Mestre Gil ao natural... E eu feliz por me ter sido dado a encarnar o papel do orate ou tolo na fala (diálogo) com o Diabo num excerto do Auto do Inferno, de Gil Vicente!... Diálogo que mantenho em memória após tantos anos. Foi o cúimuilo do prazer!... E as declamações?... Fernando Pessoa... O Mostrengo..., Ó MarSalvado... António Sardinha, Amo-te, ó Cruz, de Herculano, e tantas, mais outras... que ocupavam os tempos mortos dos intervalos... E Dom Vicente, sempre oculto..., mas sempre connosco!... O nosso Grupo Coral executava, sob a regência do Padre Mauro ou do Padre Veríssimo, com orientação de Dom Vicente, de tudo um pouco das nossas músicas. Tanto que havia a dizer... Enão sei. Nem posso. Da sua caridade evangélica, nada coadonável com as normas do mundo, fui o exemplo mais nítido e flagrante: em riscos de interromper os estudos no fim do 1.º período (Natal) do meu 4.º ano (8.º actual) a presença e bondade de Dom Vicente surgiram como que por inspiração divina: um cartão, simples como Dom Vicente, mas cheio de bênçãos, informava que “foi concedida pela Direcção do Colégio, a título excepcional, uma redução de 50% na importância da sua anuidade” (sic). As dificuldades não desapareceram totalmente, mas o meu 5º. ano foi feito a metade do valor das propinas. E as minhas férias do verão a seguir foram interrompidas, em pleno calor, por uma convocatória, como que uma imposição, de Dom Vicente: para eu vir a Lamego, ao Colégio, para me transmitir uma ‘ordem´ inquestionável: im- punha-me o regresso ao Colégio, mas agora... grátis. Iria ser iniciado nesse ano no Colégio de Lamego o 3.º Ciclo Liceal (6.º e 7.º anos), meta pela qual a Direcção de longe tinha lutado. Ainda bem. E para mim foram dois anos assim. O último ano acompanhado pelo meu irmão, o nosso saudoso Jorge, que herdou de mim o “Testas” e as benesses que me tinham sido concedidas no Colégio. Mas o chocante é que Dom Vicente quase que nos implorava que continuássemosa ser ‘os’ seus alunos, como se não bastassem as dádivas imensas que nos continuava a fazer... Não tenho palavras condignas para manifestar o nosso reconhecimento e preito de homenagem a este Colégio de Lamego e a Dom Vicente, o meu outro pai. A sua modéstia e singeleza dei por elas quando, num desejo incontido de reencontro, o fui procurar ao Convento de Singeverga, meses antes da sua morte, (foice negra – ou branca... sabemos lá...) que lhe rondava já o leito, este tão simples e despido, apenas realçado por um Crucifixo à cabeceira e uma imagem da Virgem, tendo ao lado, à mão, o inseparável breviário. Onde estavam as condecorações, os louvores, os diplomas, as notícias de jornal, as honrarias deste mundo, devidas por aquilo que Dom Vicente fora e fizera por todos nós pelos anos fora? Ali estava, mãos quase transparentes, mas lúcido e de memória afilada lomo um lince, salvo seja (pois não é que me reconheceu quase de imediato, após tanto tempo decorrido?...): um retrato de simplicidade o nosso Dom Vicente!... A humildade deste homem de bem, com cuja evocação quero terminar este arrazoado sem nexo e sem valor, apresentou-se-me, como corolário, um ano após a sua morte: deslocara-me ao cemitério da Ajuda a cumprir a obrigação costumeira de venerar e orar pelos familiares mortos: era Dia dos Fieis Defuntos. Antes de sair, lembrei-me que Dom Vicente repousava por ali. Indaguei e soube qual e onde era a sua campa. Difícil foi, porque ali figurava o seu nome de século: “Mário”. Dirigi-me ao sítito: uma sepultura e um número: 7941. Ingratidão do mundo: num talhão repleto de coroas, de verduras, de flores, e de pessoas a fazerem companhia a entes que já se foram, de entre todas uma se destacava, uma campa térrea, nua, dum castanho agreste desmaiado, apenas com a amostra do resto de possível ramo ressequido numa garrafa suja e partida; na sua pobreza professada, ali era a última morada de Dom Vicente que, por vontade expressa, teria querido ser enterrado em campa rasa. Não aguentei. Fui à entrada, comprei um ramo de cravos, os últimos que havia, deixei-lhos num copo com água nova, com amor, com carinho, e com uma oração ali improvisada. E, depois, chorei... Neste momento solene, de homenagem e de alegria e confraternização, não vos peço que façais o mesmo que eu fiz, seria deslocado, despropositado mas, num instante de silêncio e recolhimento, elevai os vossos corações ao Altíssimo e, numa prece interior, profunda e sincera, rogai, para nós, para vós, por intercessão deste Santo Homem, que tivemos a sorte de termos a orientar-nos, o favor das bênçãos divinas. DIA DO ANTIGO ALUNO /2016 Palavras para quê? Mais um êxito Manoel Ademaro, Antigo aluno Inscreve-te na Associação dos Antigos Alunos do Colégio Arcádia 8 junho de 2016 Viagem de Estudo A nossa viagem de estudo No dia 3 de junho de 2016, sexta-feira, nós, os alunos do 6.º ano e também os do 5.º ano realizámos uma viagem de estudo. Depois de algum tempo de viagem, chegámos ao nosso primeiro destino, a Fábrica da Ciência Viva em Aveiro. Após algum tempo de espera, as turmas foram divididas e o 6.º ano dirigiu-se a uma sala muito misteriosa! Foi-nos dada a explicação que, durante cerca de 30 minutos, podíamos experimentar toda a variedade de máquinas e tecnologia existentes naquela sala e, durante outra meia hora, iríamos assistir a uma experiência orientada por um monitor. Adorámos os primeiros 30 minutos concedidos. Havia toda a variedade e espécie de experiências a descobrir. Foram realizadas atividades através do código binário e do código Morse, explorámos um painel com o índice da nossa temperatura corporal existente nas diversas partes do nosso organismo e tentamos resolver um labirinto de lasers. Para além disso, também observámos por uma janela, não visível pela parte exterior e utilizamos um painel interativo, fizemos corridas com rodas dentadas, um puzzle de esferas, uma máquina que libertava ar para fazer flutuar determinados objetos, dois espelhos, um em que se viam as pessoas que estavam do outro lado e outro dividido em partes que permitia que fossem combinadas as características de duas pessoas, um simulador de tsunamis, um anel gigante que girava durante um certo tempo sobre uma superfície invulgar e, por último, uma roda que fazia com que as pessoas, sentadas num banco giratório, pudessem mudar de direção. Na experiência orientada, explorámos a energia cinética e a eletricidade estática, ficando a saber também que a energia é melhor conduzida sem a presença de humidade, daí o monitor ter utilizado um secador para realizar as experiências. Chegámos ainda a assistir a uma “descarga elétrica” entre dois colegas nossos. Por volta das 11:30, dirigimo-nos ao Fórum de Aveiro e, depois de um passeio pelo mesmo, fomos almoçar. Gostámos muito desta viagem de estudo a Aveiro, uma vez que nos permitiu a descoberta de certos factos e a realização de experiências extremamente fantásticas! Miguel Sardão, 6.º ano Arcádia Colégio de Lamego - 5100 Lamego Exposição na fábrica da Ciência Viva sobre robôs Durante a tarde visitámos uma exposição na fábrica da Ciência Viva sobre robôs. Lá aprendemos que robôs eram sistemas programáveis e autónomos. Também aprendemos que os robôs, ao invés de terem cinco sentidos como nós, têm sensores. Porém, os sensores também aparecem no nosso dia a dia, como o sensor de temperatura, presente nos automóveis, frigoríficos, ar-condicionado; sensores de som, presentes nos telemóveis e computadores; sensores de luz, presente nos automóveis e nas luzes que ligam de noite; sensores de movimento e de presença, que se encontram nas luzes da casa de banho, nos secadores de mãos e nas portas automáticas; e também sensores magnéticos, presente nas bússolas dos telemóveis. A seguir fomos ver robôs com servossensores e divertimo-nos com eles. Logo em seguida, vimos quatro robôs. Vimos o primeiro, que era um dinossauro com vários sensores para poder andar e nós interagirmos com ele. O segundo era um robô que tinha sensores de som para ouvir as ordens e também tinha censores de presença e movimento nas mãos. O terceiro era um robô que tinha servossensores que lhe permitiam mexer-se. O último era um robô de aspirar o pó, que também tinha sensores de movimento e presença para não ir contra as coisas. No final, vimos dois robôs que tinham de passar um labirinto. O primeiro era um robô que tinha sensores de presença e de infravermelhos para não ir contra os obstáculos, o outro seguia as linhas tracejadas num tapete no chão. Assim terminou a nossa visita ao sítio dos robôs, e partimo-nos para o museu do navio Santo André em Ílhavo. Rodrigo de Sousa 6.º ano Visita ao Museu do navio de Santo André, em Ílhavo Depois de ficarmos a conhecer a fábrica da Ciência Viva, tivemos a visita ao Museu do navio de Santo André, em Ílhavo. Ela teve início na sala onde se situava o guincho, local onde a monitora nos deu uma pequena introdução e nos explicou a função dele, que era pescar e elevar os peixes até ao porão. Depois seguimos para o parque de pesca, que é a pequena fábrica de transformação de pescado a bordo, com capacidade de processamento de cerca de 12 toneladas por dia. O parque de pesca destina-se à preparação do peixe para conservação, através da salga ou da congelação. Depois de processado no parque de pesca, o bacalhau é enviado pela manga para este espaço, onde é salgado individualmente e empilhado. A salga é feita por um grupo de salgadores, coordenados pelo Mestre de Salga. Este porão pode armazenar cerca de 1000 toneladas de peixe, 80% da capacidade total do navio. Concebidos como porões de salga, só em 1960 foram convertidos em espaços para conservar o peixe congelado. Mais tarde estivemos nas camaratas de proa, que são um conjunto de 6 camarotes com capacidade para alojar 40 homens. Cada tripulante ocupa um beliche e um cacifo. Ao centro do camarote há um aquecedor a água, essencial para suportar o frio do Atlântico Norte, pois era para lá que eles iam pescar. De seguida, dirigimo-nos para a cozinha, é lá que, diariamente, o cozinheiro e dois ajudantes cumprem a rotina de confecionar as refeições da tripulação. O cozinheiro é também padeiro e pasteleiro. As ementas são organizadas por este com a aprovação do comandante. Depois da cozinha, fomos para a câmara dos oficias, que era uma área reservada aos oficiais, dela fazem parte a copa, a sala de jantar, os camarotes do capitão, piloto e enfermeiro, bem como uma casa de banho. Finalmente, visitámos a ponte de comando, que era o local onde se concentram os equipamentos que permitem controlar a navegação em viagem e garantir a segurança do navio durante as operações de pesca. Com o radar, detetam-se navios e icebergues; com a sonda localizam-se os cardumes. Na mesa de navegação traçam-se rumos e calculam-se distâncias. E foi desta maneira que finalizámos a nossa visita de estudo, só faltava a viagem de volta para casa! José Eduardo Eira, 6.º ano Navio-Museu Santo André O Navio-Museu Santo André é um polo do Museu Marítimo de Ílhavo. Fez parte da frota portuguesa do bacalhau e pretende ilustrar as artes do arrasto. Este arrastão lateral (ou «clássico») nasceu em 1948, na Holanda. Era um navio moderno, com 71,40 metros de comprimento e porão para vinte mil quintais de peixe (1200 toneladas). A primeira viagem foi em 1949 nos mares da Terra Nova, o primeiro capitão foi ilhavense José Pereira Bela, e a última viagem foi à Noruega em 1997, pelo capitão Manuel Silva Santos. Nos anos oitenta, surgiram restrições à pesca em águas exteriores que resultaram na redução da frota e no abate de boa parte dela. O Santo André não escapou à tendência. A 21 de agosto de 1997 foi desmantelado. O armador do navio e a Câmara Municipal de Ílhavo decidiram transformar o velho Santo André em Navio-Museu. Em agosto de 2001, o Santo André iniciou um novo ciclo da sua vida: mostrar aos presentes e vindouros como foram as pescarias do arrasto do bacalhau e honrar a memória de todos os seus tripulantes durante meio século de atividade. O Navio-Museu Santo André está ancorado no Jardim Oudinot, na cidade da Gafanha da Nazaré, Município de Ílhavo. www.colegiodelamego.edu.pt João Tomás Rocha, 6.º ano (trabalho de pesquisa)