Capítulo 3 - DSCE
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Capítulo 3 - DSCE
Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica S.M.Deckmann e J.A.Pomilio 3. Análise de Sinais no Domínio da Frequência Como se viu, pode-se extrair um grande número de informações de sinais periódicos e aperiódicos no domínio do tempo. A questão agora é: quando se torna mais conveniente analisar um sinal no domínio da frequência? Para existir um mapeamento entre fenômenos analisados nos domínios do tempo e da frequência, o comportamento da grandeza no domínio do tempo deve ser periódico, ou seja, repetir-se em intervalos iguais a T, sendo T o período de tempo que contém um ciclo do sinal de frequência f. 1 Com isso se estabelece a regra básica de mapeamento entre os dois domínios: f T 3.1 Representação no Domínio do Tempo No domínio do tempo precisa-se definir explicitamente a função e os parâmetros que a caracterizam, por exemplo: x(t ) A.sen( 2ft ) Figura 3.1 Representação de senóide no domínio do tempo. portanto, tem-se três parâmetros característicos (A, T, ): A= amplitude 1 2 T = período f fase inicial No caso de sinal composto de k frequências, são 3k parâmetros além da função analítica (no caso a função seno) para caracterizar a sucessão de valores no domínio do tempo. 3.2 Representação no Domínio da Frequência No domínio da frequência esse mesmo sinal é representado apenas pelos seus parâmetros, ficando subentendida a função temporal (senoidal) escolhida como referência na decomposição: x( f ) [ A, f , ] DSE – FEEC - UNICAMP 1 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica S.M.Deckmann e J.A.Pomilio Amplitude A Fase 0 0 f f Figura 3.2 Representação de senóide no domínio da frequência. Uma vez que a função periódica de referência já está implícita no domínio da frequência, a caracterização do sinal decomposto em termos dessa referência necessita apenas dos parâmetros resultantes da decomposição. Nem todas as funções definidas no domínio do tempo apresentam período. Por exemplo, a função: f ( t ) cos 1t cos 2t será periódica apenas se a relação entre as frequências angulares for um número racional: 1 m , para n e m inteiros. 2 n Desta forma, a função abaixo não é periódica, embora esteja descrita no domínio do tempo e seja composta por dois sinais periódicos. f ( t ) cos 10t cos( 10 )t Figura 3.3 Forma de onda não periódica. 3.3 Representação de Sinais Periódicos Um sinal periódico qualquer pode ser expresso como série de senos e cossenos. Por exemplo, a função: f 1 ( t ) sen 1 t DSE – FEEC - UNICAMP 1 1 1 sen 2 1 t sen 3 1 t sen 4 1 t ... 2 3 4 2 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica S.M.Deckmann e J.A.Pomilio produz uma onda dente de serra, com valor de pico f2( t ) Por outro lado a função: 4 . 2 1 1 cos t cos 3 t cos 5 1 t ... produz uma 1 1 3 5 onda quadrada de amplitude unitária. a) T/2 T b) Figura 3.4 a) Soma dos primeiros 5 termos da série da onda dente de serra. b) Soma dos primeiros 5 termos da série de uma onda quadrada. A função correspondente a uma onda triangular é dada por: f3( t ) 4 1 1 sen 1 t 9 sen 3 1 t 25 sen 5 1 t ... DSE – FEEC - UNICAMP 3 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica S.M.Deckmann e J.A.Pomilio T/2 T Figura 3.5 Primeiros 3 termos da série da onda triangular. Os três exemplos mostram algumas propriedades gerais importantes da denominada Série de Fourier ou, como é também chamada, série harmônica (pois as componentes em frequência são múltiplas inteiras da fundamental): 1 - as séries são formadas por múltiplos inteiros da frequência fundamental ( f 1 1 ) . As 2 frequências múltiplas são chamadas harmônicas (fh = h.f1, h = 2,3,4...). 2 - se a função é par [f(t) = f(-t)], a série contém apenas termos em cosseno; se for ímpar [f(t) = f(-t)], contém apenas termos em seno. 3 - se a função apresentar simetria de meia onda [ f (t ) f (t T2 )] então a série não contém harmônicas pares, pois só as ímpares satisfazem essa propriedade. 4 – se, no tempo, a função tiver descontinuidades, aparece o efeito Gibbs nas descontinuidades, devido à impossibilidade de reproduzir esse efeito pela soma de termos finitos em frequência. 3.4 Como aplicar a Análise de Fourier As propriedades anteriores ajudam a simplificar a análise qualitativa, porém se necessita de uma técnica para "quebrar" a função em sua série harmônica. Para isso recorre-se à decomposição do sinal periódico através da combinação de funções cosseno e seno, resultando na chamada série de Fourier: h 1 h 1 f (t ) A0 Ah cos(h1t ) Bh sen( h 1t ) 2 1 T A análise pela série de Fourier, no domínio da frequência, para sinais periódicos, resume-se a determinar os valores dos coeficientes A e B da série, uma vez que se conhece o período T da função de referência. Sabendo que as funções cosseno e seno são ortogonais, a decomposição de Fourier pode ser vista como uma operação de projeção em base de sinais ortogonais: DSE – FEEC - UNICAMP 4 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica S.M.Deckmann e J.A.Pomilio fe f1 fe c12.f2 f2 Figura 3.6 Decomposição ortogonal do sinal f1. C12 é a medida da projeção ortogonal da função f1 sobre a função f2. Para determinar C12 sobre um intervalo de tempo [ta,tb] pode-se utilizar a técnica de erro quadrático médio mínimo para a função de erro fe , dada por fe (t)= f1 (t)- C12. f2 (t), ou seja, f1 (t)= fe (t)+ C12. f2 (t) O erro quadrático médio no intervalo será, portanto: eab 1 tb ta tb ta f e2 (t ).dt eab 0 c12 O mínimo dessa função será encontrado impondo: Por essa técnica chega-se à relação seguinte (ver demonstração no final do capítulo): i C 12 b a f 1 ( t ). f 2 ( t ) dt b a f 22 ( t ). dt Se f1 e f2 forem ortogonais, então C12 é nulo no intervalo dado. No caso da série de Fourier obtém-se, por analogia, que: A0 f ( t ).1. d t 1 2 1 . d t f ( t ) . d t valor médio no período Ah f ( t ) .cos( h t ).dt 1 f ( t ).cos( h t ).d t cos ( h t ).d t 1 1 2 1 Bh f ( t ) .sen( h t ) .d t 1 f ( t ) .sen( h t ) .d t sen ( h t ) .d t 1 1 2 1 Cada coeficiente pode ser interpretado como sendo o dobro do valor médio da função, DSE – FEEC - UNICAMP 5 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica S.M.Deckmann e J.A.Pomilio ponderado pela respectiva base harmônica. Notar que os coeficientes (das funções seno ou cosseno) serão números reais, podendo ser positivos ou negativos. Uma vez obtidos os coeficientes, pode-se dispor o espectro na forma seguinte: A 1 1/3 1/5 2f1 f1 4f1 5f1 3f1 f -1/4 -1/2 Figura 3.7 Espectro de amplitude da onda dente de serra. Como se pode notar, coeficientes negativos correspondem à fase de 180. 3.5 Representação da Série de Fourier na Forma Exponencial Existem vantagens, na hora de generalizar a análise de Fourier, em usar a representação pela série exponencial complexa, ao invés de usar funções seno e cosseno: f (t ) a .e h h jh1t h 0, 1, 2,... onde: ah = coeficiente complexo Notar que para h = 0 resulta o termo médio (CC) e para h = 1 resulta a onda fundamental. Isso pode ser verificado impondo-se as condições de simetria par e ímpar: se a h = a -h resulta termo cosseno se a.h = -a -h resulta termo seno Para verificar, basta considerar que: e jt e jt cos t 2 e jt e jt sen t 2j e jt e jt 2 j sen t resultando a forma de Euler: e j..t = cos t + j.sent Uma vez que k pode assumir valores positivos e negativos, diz-se que essa série é bilateral. 3.5.1 Série Exponencial Complexa Unilateral Pode-se rearranjar a soma bilateral na forma de série exponencial unilateral: f (t ) a 0 a h e h 1 j h 1 t ah e j h 1 t h=1, 2, 3... Para sinais reais, a condição de simetria complexa tem que ser satisfeita, ou seja, a h ah , DSE – FEEC - UNICAMP 6 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica S.M.Deckmann e J.A.Pomilio devido ao teorema de Parseval (a energia deve se manter tanto no domínio do tempo como no da frequência). Portanto: f (t ) a0 a h .e jh1t ah .e jh1t h 1 (I) Assumindo ainda que cada coeficiente complexo é formado pelas partes real e imaginária na forma: 1 ah Ah j Bh h > 0, 2 1 Ah jBh 2 resulta que a equação (I) pode ser escrita como: de modo que: ah a h f (t ) a0 Ah cos( h1t ) Bh sen( h1t ) h 1 que é a própria série de Fourier de cossenos e senos formulada inicialmente. Portanto, as três formas de representação da série de Fourier: série de senos e cossenos; série exponencial complexa bilateral; série exponencial complexa unilateral, são equivalentes e intercambiáveis. Com os coeficientes de uma série podem-se determinar os coeficientes da outra. 3.6. Da Série de Fourier à Transformada de Fourier Existe uma relação direta entre a forma exponencial complexa e a forma em termos de senos e cossenos da série de Fourier. Devido à relação entre os coeficientes das duas formas, ou seja, para h > 0: 1 1 ah Ah jBh ah Ah jBh 2 2 pode-se obter os coeficientes complexos ah a partir dos coeficientes reais Ah e Bh: Ah 1 f (t ) cos(h1t ). dt Bh 1 f (t ).sen( h1t ). dt resultando: ah 1 f (t )cos( h1t ) j. sen( h1t ). dt 2 ah 1 f (t ) . e j h 1 t . dt 2 h = 0, 1, 2.... jh t 1 Notar que e é um operador de rotação cuja amplitude é 1. Portanto, cada coeficiente ah corresponde ao valor médio da função f(t), ponderada pelo operador que gira com velocidade h1, a qual define a periodicidade harmônica. DSE – FEEC - UNICAMP 7 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica S.M.Deckmann e J.A.Pomilio 3.6.1 Análise de um Sinal com Especial Interesse: O Trem de Pulsos f(x) 2/k 1 - x=0 2 x=1t T1 Figura 3.8 Trem de pulsos unitários. Esse sinal é importante para se chegar à Transformada de Fourier. Por conveniência, tome-se o 2 2 sinal com período T1 , o pulso com amplitude 1 e duração t= . Notar que k inteiro pode ser k 1 interpretado como uma frequência múltipla de 1, uma vez que t é uma fração de T1. Sabe-se que os coeficientes da série complexa de Fourier são dados por: am 1 2 k e jm x . dx para m=0, 1, 2... k resultando para: e para x = 1t 1 k k k m=0 a0 1 2 m0 am 1 e jmx jm2 k jm 1 jm k 1 e k sen m e = jm 2 k k m Logo, o trem de pulsos pode ser escrito como sendo a série: sen( m ) 1 k .e j m x m=0, 1, 2.... f ( x) . am .e j m x m k m m k sen( m ) 1 k onde os coeficientes valem: a m k . m k A função sen( m m k ) k é chamada função sinc(.) e, para argumento contínuo, apresenta a seguinte forma: DSE – FEEC - UNICAMP 8 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica S.M.Deckmann e J.A.Pomilio Figura 3.9 Função sinc(.). Essa função define a envoltória para os valores dos coeficientes am do trem de pulsos. No caso do trem de pulsos, verifica-se que os coeficientes são definidos para as abcissas da função sinc apenas para valores específicos ou discretos, dados por: m 2 3 0, , , ,.... pois m=0, 1, 2, 3.... k k k k Podemos visualizar o que ocorre com os coeficientes am se os representarmos para dois casos, por exemplo, k=3 e k=5: Figura 3.10 Coeficientes am do trem de pulsos para k=3. Figura 3.11 Coeficientes am do trem de pulsos para k=5. Quanto menor a duração do pulso (maior k), mais os coeficientes se aproximam e diminuem de amplitude. Se, ao invés de reduzir a duração, aumentar o período entre pulsos (T1 ), tem-se, no limite, DSE – FEEC - UNICAMP 9 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica S.M.Deckmann e J.A.Pomilio um trem de pulsos com período infinito, ou seja, apenas um pulso na origem. Com isso, a frequência fundamental ( 1 2 ) tende a zero, e os componentes se aproximam tanto que formam um espectro T1 contínuo com amplitudes infinitesimais: am 1 2 f ( x ).e jmx .dx 1 T1 T1 / 2 f ( t ).e jm 1t .dt T1 / 2 Como am tende a zero, enquanto T1 tende a infinito, o produto am.T1 tende a uma constante: amT1 f ( t ).e j t .dt ( T ) 1 ( ) A função contínua () é chamada transformada ou integral de Fourier. A função inversa é obtida da série: f (t ) () j m 1 t 1 .e () 1 . e j m 1 t ().e j t . d 2 2 m T1 m 1 T am 1 notar os limites usados para essas associações de operações contínuas e discretas: T1 1 d m.1 Resumindo: A Transformada de Fourier (TF) mapeia sinais aperiódicos para o domínio da frequência, resultando um espectro contínuo através da Integral de Fourier: 1 ( ) f ( t ). e j t . dt f (t ) (). e j t . d 2 3.6.2 Exemplos de aplicação: a) Obter a TF da seguinte onda retangular com período T1 2 : 1 A - t T1 Figura 3.12 Trem de pulsos Os coeficientes da TF são: DSE – FEEC - UNICAMP 10 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica 1 a0 T1 2 1 A .dt T A S.M.Deckmann e J.A.Pomilio (média do período) e o termo genérico, de ordem k, vale: 1 A A.2 j k 1 t ak A .e . dt . e j k 1 e j k 1 . sen( k 1 ) ( k 0 ) jk 1T1 T1 k 1T1 portanto, multiplicando numerador e denominador por : 2 sen k T1 2A sen( k 1 ) 2A ak . . 2 T1 k 1 T1 k T1 Esse coeficiente se anula cada vez que o argumento se torna múltiplo de , ou seja, quando 2 (inteiro). k. T1 n Para n=1 temos k T1 representa o inverso do ciclo de trabalho. 2 Figura 3.13 Coeficientes da Transformada de Fourier da onda retangular. Portanto, para a onda periódica resulta um espectro discreto, cuja resolução é dada por 2 . 1 T1 Notar que a duração do pulso (2) define a largura da faixa de frequências (primeiro cruzamento da função sinc por zero). DSE – FEEC - UNICAMP 11 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica S.M.Deckmann e J.A.Pomilio b) Transformada de Fourier do pulso isolado: A A - t Figura 3.14 Pulso isolado e respectivo espectro contínuo. Neste caso, como T1 , o pulso é expresso por: T1 / 2 jm 1t f (t ) amT1.e f (t ).e jm1t .dt .e jm1t m m T1 / 2 ( ) a m T1 portanto a TF é dada por: T1 / 2 f ( t ). e jm 1 t . dt T1 / 2 a0T1 e T1 / 2 T1 / 2 f (t ).dt f (t ).dt 2.A Notar que para o pulso isolado o espectro é uma função contínua de . A duração do pulso (2) continua definindo a largura da faixa de frequência do lóbulo principal. No caso do pulso ser estreito, o espectro se alarga na proporção inversa da duração do pulso (2), enquanto que a amplitude diminui. A - t Figura 3.15 Pulso isolado estreito e seu espectro contínuo. No caso de pulso largo, acontece o oposto, o espectro se estreita e aumenta amplitude em torno da origem: DSE – FEEC - UNICAMP 12 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica S.M.Deckmann e J.A.Pomilio A - Figura 3.16 t Pulso isolado largo e seu espectro contínuo. Continuando essa expansão da duração do pulso, pode-se, no limite, considerar o degrau como um pulso de duração infinita, daí o seu espectro de concentrar em um impulso na origem. 0 Figura 3.17 Espectro do degrau. A questão pendente, que será respondida na sequência é: quanto vale a amplitude da “vareta” do espectro do degrau? 3.7 Da Transformada de Fourier à Transformada de Laplace Para existir a TF é preciso que no intervalo - t a integral seja finita, ou seja: f ( t ). e j t dt Como e-j..t tem magnitude 1, uma condição suficiente é que: f ( t ) .dt Porém, essa condição não é satisfeita por várias funções de interesse prático, como as funções seno, cosseno, degrau, as quais, portanto, não possuem transformada de Fourier. No entanto, limitando as funções periódicas entre -T e +T e depois fazendo T pode-se obter a transformada. Para o degrau u(t), pode-se utilizar outro processo, que é supor decaimento exponencial (e-.t ) do degrau, e fazer o valor da atenuação tender a zero ( 0) após calcular a transformada. 1 t e- t 0 Figura 3.18 Função atenuação do degrau. G( ) e t . e j t . dt 0 1 e t .e j t ( j ) 0 1 j ( >0) Para obter o espectro do degrau não basta zerar , pois em =0 ocorre uma singularidade. Porém, levantando essa singularidade, vê-se que: 1 para =0, resulta: G( 0 ) DSE – FEEC - UNICAMP 13 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica e, para >>0, resulta: G( ) S.M.Deckmann e J.A.Pomilio 1 j ou seja, o espectro é contínuo e decrescente. A fase inicial é zero e atrasa até -90. G( ) 1/ Degrau unitário 1 G( ) 0 t -90 Figura 3.19 Transformada de Fourier do degrau unitário. 3.7.1 A Transformada de Laplace Incorporando-se a técnica de atenuação à transformada de Fourier, resulta a Transformada de Laplace. 0 0 G a ( ) f ( t ).e t .e j t . dt f ( t ).e ( j ).t . dt Designando s j resulta: L( s ) f ( t ).e s t .dt 0 A integral agora tem que começar em t=0 uma vez que para t<0 a atenuação vira ampliação, e portanto a integral se torna divergente. 3.7.2 Comparação da Transformada de Laplace e de Fourier Uma vez que: ( ) f ( t ). e j t . dt L( s ) f ( t ).e s t .dt 0 percebe-se que, enquanto Fourier expande f(t) em um conjunto infinito de exponenciais tipo ej..t, que dão origem a senos e cossenos sobre todo o intervalo - < t < , Laplace expande f(t) em um conjunto infinito de exponenciais complexas tipo es.t, que dão origem não apenas a senos e cossenos, como também a exponenciais crescentes e decrescentes, e combinações deles, resultando modos DSE – FEEC - UNICAMP 14 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica S.M.Deckmann e J.A.Pomilio oscilatórios decrescentes (amortecidos) e crescentes (instáveis). Essa é uma importante generalização, mas que só se aplica para t 0. Essa transformação atende a grande parte dos sinais físicos, e por isso encontrou grande aplicação na área de controle moderno. Neste caso, convertendo cada sinal para o domínio da frequência pela transformada de Laplace, descobre-se que a função de transferência descreve a relação entrada-saída dos dispositivos que intervêm no processo. Sistemas complicados podem ser analisados através das relações matemáticas no domínio da frequência, gerando funções complexas H(s) que podem ser decompostas em pólos e zeros que são as raízes dos polinômios do denominador e numerador de H(s). Os pólos e zeros podem ser usados para caracterizar o comportamento dinâmico do sistema sob diferentes condições de excitação e controle. Porém esse é assunto para outro curso. DSE – FEEC - UNICAMP 15 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica S.M.Deckmann e J.A.Pomilio Apêndice: Exemplos de uso do MathCad para análise de Fourier Ondas periódicas e aperiódicas t 0 .001 3 s1 ( t) 2 cos( 15 t) 5 sin( 20 t) 10 5 s1 ( t) 0 5 10 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 t O máximo divisor comum entre as frequências de cada onda períodica é 5, logo o período é: 5 1 To 2 s1 ( 0) 2 s1 ( To ) 2 To 1.257 Seja outra forma de onda: s2 ( t) 2 cos( 15 t) 1 cos 10 t 4 2 s2 ( t) 0 2 4 0 0.5 1 1.5 t 2 2.5 Embora cada sinal, individualmente, seja periódico, como as frequencia não estão em uma relação RACIONAL, ou seja, NÃO SÃO MÚLTIPLAS inteiras de um fator comum, a onda resultante não é periódica DSE – FEEC - UNICAMP 16 3 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica S.M.Deckmann e J.A.Pomilio Coeficientes da série de Fourier para a onda s1(t) w1 2 To To 2 1 Ao s1 ( t) dt To To 2 Ao 0 n 1 10 To 2 2 An s1 ( t) cos [ n ( w1 ) t] dt To To 2 To 2 2 s1 ( t) sin( n w1 t) dt Bn To To 2 An Bn 0 0 0 -15 -1.502·10 2 0 0 5 0 -1.034·10 -15 0 0 0 0 0 -1.612·10 -15 0 4.736·10 -15 0 0 DSE – FEEC - UNICAMP 17 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica Outra forma de onda S.M.Deckmann e J.A.Pomilio s1 ( t) sign( cos ( 15 t) ) 1 2 2 s1 ( t) 0 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 t w1 15 To 2 w1 To 0.419 To 2 Ao 1 s1 ( t) dt To To Ao 0.5 2 n 1 10 To 2 An 2 s1 ( t) cos [ n ( w1 ) t] dt To To 2 An 1.273 0 Bn 0 0 0 0.255 0 0 0 -0.182 0 0 0 0.141 0 0 0 2 s1 ( t) sin( n w1 t) dt To To 2 0 -0.424 DSE – FEEC - UNICAMP Bn To 2 18 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica S.M.Deckmann e J.A.Pomilio Reconstrução do sinal: x( t) Ao A1 cos ( w1 t) 2 0 x( t) 2 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 t x( t) Ao A1 cos ( w1 t) A3 cos ( 3 w1 t) 2 x( t) 0 2 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 t x( t) Ao A1 cos ( w1 t) A3 cos ( 3 w1 t) A5 cos ( 5 w1 t) 2 x( t) 0 2 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 t x( t) Ao A1 cos ( w1 t) A3 cos ( 3 w1 t) A5 cos ( 5 w1 t) A7 cos ( 7 w1 t) 2 1 x( t) 0 1 0 0.5 1 1.5 t DSE – FEEC - UNICAMP 19 2 2.5 3 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica E 2 Outra forma de onda s1 ( t) E cos ( w1 t) S.M.Deckmann e J.A.Pomilio 2 s1 ( t) 1 0 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 t To 2 w1 To 0.419 To 2 1 s1 ( t) dt Ao To To 2 Termo geral, para n par: n An Ao 1.273 n 1 10 4 ( 1) 2 1 n2 To 2 2 An s1 ( t) cos [ n ( w1 ) t] dt To To 2 To 2 2 Bn s1 ( t) sin( n w1 t) dt To To 2 DSE – FEEC - UNICAMP An Bn 0 0 0.849 0 0 0 -0.17 0 0 0 0.073 0 0 0 -0.04 0 0 0 0.026 0 20 E Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica S.M.Deckmann e J.A.Pomilio Reconstrução do sinal x( t) Ao A1 cos ( w1 t) 1.276 1.274 x( t) 1.272 1.27 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 t x( t) Ao A1 cos ( w1 t) A2 cos ( 2 w1 t) 3 2 x( t) 1 0 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 t x( t) Ao A1 cos ( w1 t) A2 cos ( 2 w1 t) A4 cos ( 4 w1 t) 2 x( t) 1 0 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 t x( t) Ao A1 cos ( w1 t) A2 cos ( 2 w1 t) A4 cos ( 4 w1 t) A6 cos ( 6 w1 t) 3 2 x( t) 1 0 0 0.5 1 1.5 t DSE – FEEC - UNICAMP 21 2 2.5 3 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica S.M.Deckmann e J.A.Pomilio Análise de Trem de Pulsos Pulso de largura variável t 0 0.0001 1 w1 2 5 s1 ( t) sign cos 2 5 t 0.9 1 2 To 2 w1 1 s1 (t) 0.5 0 0 0.2 0.4 1 n 1 30 To 2 1 s1 ( t) dt To To Ao 0.144 0.8 t To 0.2 Ao 0.6 2 To 2 An 2 An To 2 0.277 0.251 0.209 0.156 0.099 0.045 2 s1 ( t) cos [ n ( w1 ) t] dt To To Bn 2 s1 ( t) sin( n w1 t) dt To To 2 Bn 0 -1.419·10 -3 0 -0.036 0 -0.056 0 -0.063 0 -0.057 0 -0.04 0 -0.02 0 1.419·10 -3 0 0.02 0.032 DSE – FEEC - UNICAMP 22 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica S.M.Deckmann e J.A.Pomilio Reconstrução do sinal x( t) Ao A1 cos ( w1 t) 0.5 x( t) 0 0.5 0 5 x( t) Ao 0.2 0.4 0.6 0.8 1 t Ancos ( n w1 t) Bnsin( n w1 t) n1 2 1 x( t) 0 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0.8 1 t 30 x( t) Ao Ancos ( n w1 t) Bnsin( n w1 t) n1 1.5 1 x( t) 0.5 0 0.5 0 0.2 0.4 0.6 t DSE – FEEC - UNICAMP 23 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica S.M.Deckmann e J.A.Pomilio Análise dos coeficientes n 0 40 To 2 an 1 inw1t dt s1 ( t) e To To an 0.144 2 0.139 0.125 0.104 0.077 0.049 0.15 0.022 -7.097·10 -4 -0.018 -0.028 0.1 -0.032 an -0.028 -0.02 0.05 -9.981·10 -3 7.097·10 -4 9.842·10 -3 0 0.016 0.019 0.05 0.017 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 n 0.013 6.26·10 -3 -7.096·10 -4 -6.91·10 -3 -0.011 -0.013 -0.012 -9.115·10 -3 -4.468·10 -3 7.095·10 -4 5.393·10 -3 8.722·10 -3 DSE – FEEC - UNICAMP 24 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica S.M.Deckmann e J.A.Pomilio Em direção ao impulso isolado e seu espectro contínuo e constante: t 0 0.0001 0.2 w1 2 5 s1 ( t) sign cos 2 5 t 0.995 1 2 To 2 w1 1 s1 (t) 0.5 0 0 0.05 0.1 0.15 0.2 t To 2 1 inw1 t an s1 ( t) e dt To To To 0.2 2 an 0.032 0.032 0.032 0.031 0.031 0.031 0.05 0.03 0.029 an 0.029 0 0.028 0.027 0.026 0.05 0.025 0.024 0 4 8 12 16 20 24 28 n DSE – FEEC - UNICAMP 25 32 36 40 0.022 0.021 Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica i S.M.Deckmann e J.A.Pomilio Demonstração e ab 1 tb ta f tb ta ( t ) C 12 f 2 ( t ) . dt 2 1 e ab 1 C 12 C 12 t b t a 2 C 12 C 12 tb ta f 2 1 ( t ) 2 C 12 f 1 ( t ) f 2 ( t ) C f 22 ( t ). dt 2 f 1 ( t ). f 2 ( t ). dt 0 b a f 1 ( t ). f 2 ( t ) dt b a f 22 ( t ). dt DSE – FEEC - UNICAMP 26 2 12 . f 22 ( t ) . dt 0
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