Agrupamento de Escolas João Roiz (Castelo Branco)
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Agrupamento de Escolas João Roiz (Castelo Branco)
Avaliação Externa das Escolas Relatório de escola Agrupamento de Escolas João Roiz CASTELO BRANCO Delegação Regional do Centro da IGE Datas da visita: 15 a 17 de Abril de 2009 I – INTRODUÇÃO A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa. Por sua vez, o programa do XVII Governo Constitucional estabeleceu o lançamento de um «programa nacional de avaliação das escolas básicas e secundárias que considere as dimensões fundamentais do seu trabalho». Após a realização de uma fase piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao processo de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho. O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do Agrupamento de Escolas João Roiz, Castelo Branco, realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efectuada entre 15 e 17 de Abril de 2009. Agrupamento de Escolas João Roiz 15 a 17 de Abril de 2009 Os capítulos do relatório ― Caracterização do Agrupamento, Conclusões da Avaliação por Domínio, Avaliação por Factor e Considerações Finais ― decorrem da análise dos documentos fundamentais do Agrupamento, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel. 2 Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o Agrupamento, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere. A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação. O texto integral deste relatório, bem como um eventual contraditório apresentado pelo Agrupamento, encontra-se no sítio da IGE em: www.ige.min-edu.pt Escala de avaliação Níveis de classificação dos cinco domínios MUITO BOM – Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos. BOM – A escola revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa individuais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos. SUFICIENTE – Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos. INSUFICIENTE – Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes. A escola não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos. II – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO O Agrupamento de Escolas João Roiz, em Castelo Branco, é composto por uma escola do 1.º ciclo com jardim-de-infância, três escolas do 1.º ciclo e uma escola básica integrada (sede). O jardim-de-infância e as escolas do 1.º ciclo estão dotados dos recursos didácticos e pedagógicos essenciais, embora a qualidade das instalações e o estado de conservação sejam distintos. As instalações e os equipamentos da escola sede têm nove anos, apresentando-se em excelente estado de conservação, com gabinetes de trabalho, biblioteca (integrada na rede nacional), salas de apoio, espaço de convívio para alunos, pavilhão gimnodesportivo e salas específicas espaçosas. É considerada unidade de referência para discentes invisuais e integra um Centro de Recursos TIC (tecnologias de informação e comunicação) para a educação especial (de âmbito distrital) adequadamente equipado. No presente ano lectivo o Agrupamento acolhe 921 crianças e alunos, num total de 44 grupos/turmas: 1 na educação pré-escolar (25 crianças), 18 no 1.º ciclo (343 alunos) e 25 nos 2.º e 3.º ciclos (553 alunos). Do total de discentes, 0,9% é estrangeiro, 21,6% recebe apoio da Acção Social Escolar e 3,8% tem necessidades educativas especiais de carácter permanente. No que se refere às tecnologias de informação e comunicação, 55,5% dos alunos possui computador e, destes, 76,6% tem ligação à Internet. Uma percentagem considerável de pais tem habilitação académica igual ou superior ao 3.º ciclo (71,1%). O corpo docente é formado por 110 profissionais, dos quais 87,3% pertence aos quadros e 73,4% lecciona há mais de cinco anos. O pessoal não docente é constituído por 8 assistentes técnicos, 1 técnica de serviço social, 25 assistentes operacionais (que se revelam insuficientes), 4 tarefeiras e 12 trabalhadores integrados em programas ocupacionais. III – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO 1. RESULTADOS BOM Os resultados obtidos nas provas de aferição de Língua Portuguesa e de Matemática dos 4.º e 6.º anos melhoraram nos últimos dois anos lectivos e superaram, na generalidade, os nacionais. Quanto aos exames do 9.º ano, no último triénio, é notória a melhoria das taxas de sucesso em Língua Portuguesa, ultrapassando continuamente os referenciais nacionais. Relativamente à Matemática, o desempenho dos alunos mostra-se menos satisfatório no mesmo período de tempo, posicionando-se, em 2007/08, abaixo do respectivo referente nacional. A monitorização das medidas de apoio processa-se de forma adequada, verificando-se que, no último triénio, foi aplicado um número significativo de planos de recuperação e de acompanhamento, mas com baixas taxas de eficácia. No último ano lectivo, os alunos portadores de necessidades educativas especiais revelaram um bom desempenho, bem como os discentes dos 1.º e 2.º ciclos abrangidos pelos apoios socioeconómicos. O Agrupamento adopta uma estratégia eficaz para a prevenção do abandono, que tem permitido a sua manutenção em níveis residuais. A organização promove a participação dos discentes na vida escolar, envolvendo-os na avaliação das aprendizagens, em actividades e projectos e atribuindo-lhes responsabilidades concretas. O desenvolvimento das competências cívicas é sistematicamente assegurado e as estratégias de resposta Agrupamento de Escolas João Roiz No último triénio, as taxas de conclusão relativas aos três ciclos do ensino básico são expressivas, posicionando-se acima dos referentes nacionais. No entanto, é de destacar que a disciplina de Inglês apresenta baixas taxas de sucesso, em todos os anos do 3.º ciclo. 15 a 17 de Abril de 2009 O Agrupamento analisa as aprendizagens das crianças e os resultados escolares dos alunos. Procede, ainda, à comparação do seu desempenho na avaliação externa com o de escolas locais. A reflexão realizada nos diferentes órgãos e estruturas permite identificar as áreas disciplinares com menor sucesso e definir planos de melhoria. 3 às situações comportamentais mais problemáticas mostram-se eficazes, o que se reflecte na reduzida conflitualidade. A política de valorização da aquisição de múltiplos saberes e a divulgação local dos resultados das aprendizagens contribuem para elevar as expectativas e a satisfação da comunidade. 2. PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO MUITO BOM As estruturas de coordenação e supervisão têm em conta, na gestão do currículo, as orientações estabelecidas nos documentos estruturantes do Agrupamento. Os seus responsáveis promovem o trabalho colaborativo, mormente ao nível da concepção de instrumentos de planeamento e de avaliação, da monitorização dos resultados escolares e da definição de estratégias de melhoria para as disciplinas onde se assinala maior insucesso (Matemática e Inglês). Não existem práticas regulares tendo em vista assegurar a sequencialidade das aprendizagens, embora esta dimensão seja tida em conta no planeamento das actividades da educação pré-escolar e do 1.º ciclo e na avaliação diagnóstica das aprendizagens de Inglês entre o 1.º e o 2.º ciclo. A interdisciplinaridade é bem conseguida, concretizando-se, especialmente, no âmbito dos projectos desenvolvidos nos conselhos de turma e de algumas acções do Plano Anual de Actividades. A instituição não está dotada de Serviços de Psicologia e Orientação, mas o esclarecimento das famílias e dos alunos acerca das opções sobre o percurso escolar é garantido, de forma coerente, pelo Gabinete de Acção Social do Agrupamento. São identificadas, adequadamente, as necessidades educativas dos alunos e implementadas medidas diferenciadas, com particular destaque para a intervenção do Centro de Recursos TIC na promoção do sucesso dos discentes com necessidades educativas especiais e da política de inclusão escolar. É de realçar a articulação entre os profissionais e a colaboração prestada por várias instituições externas na definição de planos de acção. As medidas desenvolvidas têm tido impacto no sucesso destes alunos. A aposta na diversificação da oferta formativa e de outras iniciativas de enriquecimento curricular tem proporcionado o acesso a situações estimulantes de aprendizagem. A dimensão experimental e a promoção dos saberes práticos são frequentemente exploradas em todos os níveis de educação e ensino. Agrupamento de Escolas João Roiz 15 a 17 de Abril de 2009 3. ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR 4 BOM As áreas de intervenção prioritárias, constantes do Projecto Educativo, não se revelam articuladas com as opções educativas traçadas no Projecto Curricular. As acções previstas no Plano Anual de Actividades são coerentes com os documentos de orientação educativa, embora não evidenciem explicitamente essa interacção. Os Projectos Curriculares de Grupo/Turma constituem referenciais para as equipas pedagógicas, em especial no que respeita à adopção de procedimentos comuns, à definição de estratégias de diferenciação, à formação transversal da língua materna e à interdisciplinaridade. A gestão dos recursos humanos assegura o funcionamento dos serviços e as actividades pedagógicas, embora se verifique que o número de assistentes operacionais é insuficiente. No 2.º ciclo, as equipas responsáveis pela leccionação das turmas são maioritariamente constituídas sem visarem a diminuição do número de professores dos conselhos de turma. As áreas de intervenção prioritárias, estabelecidas pelo Agrupamento, não são adequadamente apoiadas por um plano interno de formação dos recursos humanos. No entanto, são promovidas algumas iniciativas pontuais que procuram responder a determinadas necessidades. As instalações estão bem cuidadas, com espaços diversificados e apropriados ao trabalho educativo. A segurança é uma preocupação dos responsáveis escolares, sendo implementadas medidas preventivas. Os recursos da biblioteca são bem geridos e as suas actividades, devidamente programadas, envolvem os discentes de todos os dois níveis de educação e ensino, concorrendo, notoriamente, para as aprendizagens. As linhas orientadoras estabelecidas pela Assembleia/Conselho Geral Transitório, para a elaboração do orçamento, não se apresentam claras. O Agrupamento manifesta alguma dificuldade em captar recursos financeiros próprios. Fomentam-se várias iniciativas para atrair as famílias e as informar sobre os aspectos cruciais do funcionamento escolar. Os pais e encarregados de educação mostram-se activos, por exemplo, na detecção e na resolução de problemas, em actividades em contexto de sala de aula e na melhoria da prestação do serviço educativo. No entanto, não tem sido solicitado o seu contributo para a construção dos documentos orientadores da organização, em especial do Plano Anual de Actividades. A acção dos profissionais rege-se por princípios de equidade e justiça, denotando especial atenção aos problemas de aprendizagem e de inclusão. 4. LIDERANÇA MUITO BOM O Órgão de Gestão evidencia grande dinâmica no desenvolvimento da organização. Foram determinados indicadores de medida para os resultados académicos, mas alguns dos objectivos não estão indexados a metas quantificáveis e avaliáveis. A oferta educativa, as medidas diferenciadas para os discentes com dificuldades de aprendizagem ou necessidades especiais, bem como as actividades de enriquecimento curricular implementadas, constituem estratégias coerentes de resposta aos principais problemas da instituição e satisfazem as expectativas dos alunos e das famílias. Os titulares dos órgãos e estruturas de coordenação e supervisão conhecem as suas áreas de actuação, estão motivados e assumem um papel preponderante na definição de planos de melhoria para as áreas curriculares com resultados menos conseguidos, embora nem sempre com eficácia, sobretudo nas disciplinas de Matemática e Inglês do 3.º ciclo. O pessoal não docente revela-se empenhado na realização das tarefas. [CLASSIFICAÇÃO] BOM O Agrupamento desenvolve alguns procedimentos de avaliação interna, que têm permitido identificar pontos fortes e fracos do trabalho da instituição, bem como constrangimentos e oportunidades. A avaliação realizada tem estado na origem da implementação de algumas acções de melhoria, destacando-se a qualidade do serviço prestado pela biblioteca escolar/centro de recursos com reflexo nas aprendizagens em Língua Materna. Recentemente, foi criada uma equipa de docentes, com a missão de conceber um dispositivo de auto-avaliação. O estabelecimento de indicadores de medida para os resultados escolares, assim como a sua implicação na prática lectiva, são eixos que influenciam, positivamente, o progresso da instituição. No entanto, a falta de uma estratégia para a participação de outros actores na equipa de avaliação interna, bem como a ausência de um modelo abrangente e agregador das práticas avaliativas existentes, podem constituir-se como condicionantes do desenvolvimento sustentado do Agrupamento. Agrupamento de Escolas João Roiz 5. CAPACIDADE DE AUTO-REGULAÇÃO E MELHORIA DO AGRUPAMENTO 15 a 17 de Abril de 2009 O Agrupamento demonstra abertura e capacidade de inovação. As tecnologias de informação e comunicação constituem uma área privilegiada, com reflexos positivos nas práticas de alguns docentes e na motivação dos alunos. O envolvimento com várias instituições locais é significativo, tendo um forte impacto na melhoria das condições da prestação do serviço educativo e na oferta de uma multiplicidade de oportunidades de aprendizagem. Existe, ainda, um potencial de crescimento nas parcerias estabelecidas com a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) e com o Conservatório Regional de Castelo Branco. 5 IV – AVALIAÇÃO POR FACTOR 1. RESULTADOS 1.1 SUCESSO ACADÉMICO São organizados diversos elementos relativos ao sucesso dos alunos e analisados de forma regular, designadamente o progresso dos resultados da avaliação interna por disciplina, turma, ano, ciclo e escola, sendo comparados com o desempenho nas provas externas e com os referentes nacionais. A evolução das competências das crianças da educação pré-escolar é avaliada trimestralmente. O confronto dos resultados nas provas externas com os de escolas locais é uma prática interiorizada. Agrupamento de Escolas João Roiz 15 a 17 de Abril de 2009 A reflexão realizada nos diferentes órgãos e estruturas é sistemática e articulada com o processo de avaliação interna, possibilitando identificar áreas disciplinares com menor sucesso (p. ex., Matemática e Inglês) e definir planos de melhoria, tais como: organização de actividades direccionadas ao desenvolvimento das aprendizagens matemáticas (Plano de Acção para a Matemática); atribuição de apoios específicos; reforço da carga curricular de disciplina de Matemática com o meio bloco de oferta de escola (nos 6.º e 8.º anos). Em Inglês subsiste um baixo nível de desempenho (taxas de sucesso em 2007/08: 69,0% no 7.º ano; 82,6% no 8.º ano; 72,9% no 9.º ano), sendo disponibilizada uma hora de Estudo Acompanhado aos alunos do 8.º ano a esta disciplina. 6 No 1.º ciclo as taxas de conclusão referentes ao último triénio (97,6%, 98,6% e 98,9%) são expressivas, posicionando-se acima das nacionais (94,8%, 95,2% e 95,4%). As taxas de sucesso nas provas de aferição do 4.º ano, no último biénio, melhoraram a Língua Portuguesa, superando, em 2007/2008, as nacionais. Em Matemática, os resultados assinalaram uma melhoria (83,3% e 95,5%), sendo superiores aos nacionais (83,1% e 90,8%). Também, as taxas de conclusão no 2.º ciclo, no último triénio (98,5%, 98,6% e 97,2%), situaram-se acima das nacionais (88,9%, 88,6% e 91,6%). Em relação às provas de aferição do 6.º ano, nos dois últimos anos, o desempenho dos alunos em Língua Portuguesa (95,7% e 99,9%) ultrapassou, claramente, os resultados nacionais (83,3% e 93,4%). As taxas de sucesso em Matemática evoluíram de 80,0% para 92,0%, mantendo-se bastante acima das nacionais (56,9% e 81,8%). Igualmente, no 3.º ciclo, as taxas de conclusão, no último triénio (81,9%, 78,3% e 95,2%), apresentaram-se superiores aos referenciais nacionais (77,5%, 78,2% e 85,7%). Quanto aos exames do 9.º ano de Matemática, o desempenho dos alunos mostra-se menos satisfatório (53,8%, 41,2% e 54,9%), posicionando-se, em 2007/08, abaixo do referente nacional (38,0%, 29,0% e 55,1%). Em Língua Portuguesa, a taxa de sucesso expressa uma melhoria significativa ao longo dos três anos em análise (56,4%, 90,2% e 90,2%), fixando-se acima das nacionais (56%, 88% e 83,2%), para o que contribuiu a eficácia de algumas acções de melhoria, como, por exemplo, a exploração adequada da transversalidade da Língua Materna em contexto de sala de aula, o desenvolvimento de actividades estruturadas de leitura e escrita em articulação com a biblioteca, bem como a afectação de docentes de Língua Portuguesa ao Estudo Acompanhado. As medidas de apoio são monitorizadas. No último triénio, foram aplicados, respectivamente, 85, 104 e 70 planos de recuperação e acompanhamento, que registaram baixas taxas de eficácia (51,8%, 54,8% e 48,6%). Em 2007/08, os alunos portadores de necessidades educativas especiais (62) obtiveram um bom desempenho, tendo transitado 93,5%. No mesmo ano lectivo, beneficiaram de apoios socioeconómicos 31 discentes do 1.º ciclo, 30 do 2.º ciclo e 41 do 3.º ciclo, com algumas taxas de sucesso significativas nos 1.º e 2.º ciclos (respectivamente, 96,8% e 93,3%), enquanto que, no 3.º ciclo, essa taxa foi de 80,5%. O Agrupamento adopta uma estratégia eficaz para a prevenção do abandono escolar: despiste e acompanhamento das situações de risco por parte do Gabinete de Serviço Social, dos directores de turma e das famílias, em articulação com a Segurança Social, a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens e as Forças de Segurança; envolvimento dos alunos em inúmeros projectos e actividade; encaminhados dos discentes para turmas de percursos curriculares alternativos e cursos de educação e formação. Estas medidas têm conduzido, no último triénio, a níveis de abandono nulos ou residuais, respectivamente, 0%, 0% e 0,2%. 1.2 PARTICIPAÇÃO E DESENVOLVIMENTO CÍVICO O Agrupamento estimula a participação dos discentes no processo de avaliação das aprendizagens e na implementação de actividades e projectos. A sua auscultação concretiza-se, essencialmente, através do diálogo frequente com os titulares dos órgãos e das estruturas de coordenação e supervisão. Estratégias mais formais, como a constituição de assembleias dos delegados de turma, embora previstas, não são exploradas em todos os ciclos de estudos. Diversas responsabilidades concretas do quotidiano são atribuídas às crianças e aos alunos (p. ex., designação de responsáveis por sala na educação pré-escolar e no 1.º ciclo). Os alunos conhecem os aspectos fundamentais do Regulamento Interno, apresentam propostas para os Projectos Curriculares de Turma (p. ex., para a Área de Projecto) e sugerem iniciativas para o Plano Anual de Actividades (visitas de estudo), embora não integrem as equipas para a sua elaboração. O ambiente educativo é propício ao desenvolvimento das competências afectivas e de socialização dos discentes, particularmente trabalhadas na Área de Projecto e na Formação Cívica, onde são abordados conteúdos temáticos ligados, entre outros, à educação ambiental, à prevenção rodoviária e à violência em meio escolar. Outras actividades de enriquecimento curricular, tais como a comemoração do Dia Mundial da Criança e a realização de seminários (p. ex., Respeitar a Diferença - Todos Diferentes/Todos Necessários), promovem a educação para a cidadania. A valorização dos sucessos dos alunos é uma dimensão consolidada, através da atribuição de prémios na Semana Cultural, da exposição de trabalhos nos espaços educativos e da divulgação de resultados e de actividades no jornal escolar, o que contribui para o sentimento de pertença. 1.4 VALORIZAÇÃO E IMPACTO DAS APRENDIZAGENS As aprendizagens e os saberes das crianças e dos alunos são continuamente estimulados, por exemplo, através de concursos, de exposições de trabalhos, de publicação de textos no jornal “A Gazeta Escolar” e da criação de blogs na Internet. São promovidas iniciativas com expressão pública, que contribuem para elevar as expectativas e a satisfação dos elementos da comunidade educativa, designadamente cerimónias de entrega de prémios, Semana Cultural, actuações teatrais (p. ex., Avó vem ao Clube de Teatro), mostras de trabalhos para as famílias e sessões orientadas por artistas plásticos e escritores. Os responsáveis escolares conhecem o impacto da acção educativa, sustentado em indicadores de monitorização relativos ao ingresso dos discentes nos cursos das escolas secundárias/profissionais da cidade. A divulgação dos resultados da avaliação (externa e interna) nos meios de comunicação locais Agrupamento de Escolas João Roiz Os discentes evidenciam um comportamento correcto, para o qual concorrem a divulgação das normas de funcionamento e a atitude vigilante dos adultos. A monitorização dos comportamentos é assegurada pelos conselhos de turma (p. ex., através da ficha de avaliação intercalar) e pelo Órgão de Gestão. A intervenção passa, essencialmente, pela acção formativa e articulada dos directores de turma com as famílias e o Conselho Executivo. O Gabinete de Apoio ao Aluno, estrategicamente localizado junto do Órgão de Gestão, assegura o encaminhamento dos discentes em situações de saída da sala de aula. São também estabelecidos contratos de bom comportamento, que envolvem discentes, encarregados de educação e professores. Por regra, as situações de indisciplina são resolvidas através do diálogo e da advertência oral, com efectivo reconhecimento da autoridade dos profissionais. Os casos mais problemáticos são objecto de uma acção específica por parte do Gabinete de Serviço Social (coordenado por uma técnica) e, quando necessário, são aplicadas medidas sancionatórias. O relacionamento interpessoal, a assiduidade e o respeito pelos outros são valorizados, encontrando-se consignados nos critérios de avaliação. Estas estratégias têm permitido que os casos de indisciplina sejam residuais (no último triénio foram instaurados 6 processos disciplinares). 15 a 17 de Abril de 2009 1.3 COMPORTAMENTO E DISCIPLINA 7 e na Internet, bem como no Conselho Geral Transitório, tem contribuído para o aumento das expectativas dos actores educativos. 2. PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO 2.1 ARTICULAÇÃO E SEQUENCIALIDADE As estruturas de coordenação e supervisão tomam por referência na gestão curricular as orientações que constam dos documentos estruturantes (Projecto Educativo, Projecto Curricular de Agrupamento e Plano Anual de Actividades). O conselho de docentes, composto por professores do 1.º ciclo e uma educadora de infância, fomenta a articulação entre os dois níveis de educação e ensino, nomeadamente, através do planeamento de actividades comuns, da definição de estratégias de envolvimento das famílias e da análise conjunta dos resultados das aprendizagens. De um modo geral, os titulares das estruturas pedagógicas utilizam metas para aferir a evolução dos resultados escolares, estabelecem estratégias de melhoria e incentivam práticas de trabalho colaborativo, particularmente ao nível da elaboração de instrumentos relacionados com o planeamento e a avaliação. Os planos de acção direccionados para algumas áreas de maior insucesso (p. ex., Matemática e Inglês) não se mostram eficazes. A interdisciplinaridade é desenvolvida através de algumas actividades do Plano Anual (p. ex., visitas de estudo e corrida de orientação com observação astronómica), da Semana Cultural e dos Projectos Curriculares de Turma (p. ex., História e Geografia – séc. XX, demografia e economia). A sequencialidade entre ciclos de educação e estudos é uma dimensão ainda pouco explorada, apesar de ser trabalhada em algumas situações de aprendizagem: por exemplo, no 5.º ano, a avaliação diagnóstica promove a articulação entre os docentes de Língua Estrangeira e os dinamizadores da Iniciação ao Inglês do 1.º ciclo (através do seu envolvimento na selecção de conteúdos); os alunos do 1 .º ciclo realizam sessões de leitura para as crianças da educação pré-escolar. O Agrupamento não dispõe de Serviços de Psicologia e Orientação, sendo o esclarecimento sobre as ofertas educativas assegurado pelo Gabinete de Acção Social através de acções de formação/sensibilização dirigidas aos directores de turma, alunos e famílias (p. ex., sessão sobre “Percurso Escolar e Saídas Profissionais”). Além destas são também proporcionadas actividades de orientação vocacional, com a intervenção de uma psicóloga externa, que são custeadas pelas famílias. Agrupamento de Escolas João Roiz 15 a 17 de Abril de 2009 2.2 ACOMPANHAMENTO DA PRÁTICA LECTIVA EM SALA DE AULA 8 Os docentes planificam as actividades educativas, adequando-as aos grupos/turmas, tendo em conta as orientações gerais dos departamentos curriculares e dos conselhos de turma. Estas estruturas procedem ao acompanhamento da prática lectiva, essencialmente através de rotinas de verificação dos documentos de planeamento individual, do balanço do cumprimento dos programas e da eficácia das medidas de apoio, bem como da avaliação intermédia dos Projectos Curriculares de Turma. Não estão definidos procedimentos de monitorização da prática lectiva em contexto de sala de aula. Perante situações problemáticas, recorre-se a actuações casuísticas e de carácter informal e ao diálogo formativo com os coordenadores das estruturas de coordenação e supervisão, no sentido de apoiar o professor, por exemplo, em situações de dificuldades relacionais. Por regra, a confiança na avaliação interna é potenciada através da definição de critérios de avaliação, da adopção de instrumentos normalizados de registo (p. ex., fichas de avaliação da leitura), da elaboração de testes comuns, da generalização da avaliação diagnóstica, da aplicação de testes intermédios (Matemática) e, também, pelas situações de co-docência. A fiabilidade do processo de avaliação é ainda sustentada pela comparação dos resultados face às metas de sucesso estabelecidas para cada disciplina em sede do respectivo departamento curricular. 2.3 DIFERENCIAÇÃO E APOIOS As necessidades educativas das crianças e dos alunos são identificadas pelos titulares de grupo/turma, em articulação com os docentes do departamento de educação especial, as famílias e os directores de turma. No processo de referenciação recorre-se, quando necessário, ao Hospital Amato Lusitano (consultas de desenvolvimento), entre outras instituições. Os planos de intervenção são delineados por uma equipa multidisciplinar que envolve a técnica de Serviço Social, docentes de educação especial, professores, directores de turma e técnicos externos de serviços de saúde. A parceria com a APPACDM (Associação Portuguesa dos Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental) tem proporcionado apoio técnico e a componente de pré-inserção na vida activa a alguns alunos abrangidos por currículos específicos individuais. A organização implementa medidas educativas diferenciadas para os discentes com dificuldades de aprendizagem ou necessidades especiais, designadamente apoios em diversas áreas disciplinares (p. ex., sala de línguas), auxílios pedagógicos personalizados, tutorias e currículos individualizados. O acompanhamento prestado aos alunos cuja língua materna não é o Português e aos de etnia cigana propicia a sua plena integração. O Agrupamento é uma unidade de referência para alunos invisuais e está dotado de um Centro de Recursos TIC para a Educação Especial (de âmbito distrital), constituindo uma mais-valia no âmbito da inclusão escolar e da promoção do sucesso dos discentes portadores de necessidades educativas especiais. A equipa deste Centro é constituída por três docentes especializados e tem vindo a desenvolver um trabalho com impacto na boa integração dos alunos e na produção de materiais educativos, no apoio técnico e na formação de docentes do ensino regular (p. ex., Colóquio CIF/Educação Especial – 2007/08). As medidas inclusivas são monitorizadas e têm tido um reflexo positivo no desempenho destes discentes. 2.4 ABRANGÊNCIA DO CURRÍCULO E VALORIZAÇÃO DOS SABERES E DA APRENDIZAGEM 3. ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR 3.1 CONCEPÇÃO, PLANEAMENTO E DESENVOLVIMENTO DA ACTIVIDADE O Projecto Educativo estabelece seis áreas de intervenção prioritárias e as respectivas estratégias de operacionalização, embora não sejam perceptíveis quais os problemas diagnosticados que sustentam a enunciação dessas prioridades. Este documento não evidencia interligação com as opções definidas no Projecto Curricular, o qual apresenta lacunas em alguns domínios da oferta curricular do Agrupamento (p. ex., educação pré-escolar e ensino articulado da música). As estratégias nem sempre aparecem implicadas a metas organizacionais claras e mensuráveis, de modo a servirem de referencial à gestão e à acção dos órgãos e das estruturas. O Plano Anual de Actividades incorpora um variado conjunto de acções, mas não denota uma articulação explícita com as prioridades/opções consignadas no Projecto Educativo e no Projecto Curricular do Agrupamento. Os Projectos Curriculares de Agrupamento de Escolas João Roiz A componente experimental do currículo e os saberes práticos são trabalhados em contexto de sala de aula/laboratorial (p. ex., trabalhos de pesquisa, experimentação e observação microscópica) e nos projectos e actividades transversais (p. ex., Projecto Tecnologias da Informação e Comunicação e iniciação à Astronomia). As aprendizagens científicas são igualmente desenvolvidas na educação préescolar e no 1.º ciclo, através da realização frequente de experiências por parte das crianças e dos alunos (p. ex., observação do ciclo da água e noção de volume). 15 a 17 de Abril de 2009 Para além das dimensões curriculares formais e do ensino articulado da Música, a unidade de gestão desenvolve múltiplos projectos e actividades, de natureza cultural, científica e desportiva, que proporcionam o acesso a experiências educativas estimulantes, tais como: projectos Pró-Ambiente; concursos nas áreas da Língua Portuguesa, da Matemática e das Ciências; actividades de pesquisa na Internet; actividades de expressão plástica e musical. 9 Grupo/Turma adequam-se às características e às necessidades das crianças e dos alunos, sendo essenciais no trabalho das equipas pedagógicas, sobretudo ao nível da uniformização de critérios de actuação, da definição de estratégias de diferenciação, da formação transversal (Língua Portuguesa) e da interdisciplinaridade. O Órgão de Gestão, com o apoio das diferentes estruturas de coordenação e supervisão, programa e planifica o ano escolar nas suas diversas vertentes: lançamento do ano lectivo (com a emissão de uma brochura informativa sobre o funcionamento escolar), organização de horários, gestão de recursos e celebração de protocolos. As ligações estabelecidas com entidades locais constituem factores importantes na concepção e na concretização dos planos da organização, nomeadamente no que diz respeito ao apoio à realização de algumas actividades (principalmente com a Autarquia), à promoção do ensino artístico da música (com o Conservatório Regional de Castelo Branco) e ao desenvolvimento de competências funcionais para alunos com currículo específico individual (p. ex., APPACDM). A gestão do tempo escolar e a atribuição aos docentes das áreas não disciplinares (Formação Cívica, Estudo Acompanhado e Área de Projecto) revelam-se coerentes com as estratégias definidas para as áreas prioritárias de intervenção. 3.2 GESTÃO DOS RECURSOS HUMANOS A distribuição do serviço docente tem em conta critérios pedagógicos (especialmente, o perfil do director de turma e a continuidade na leccionação) e a ordem de seriação em concursos. As equipas responsáveis pelas turmas do 2.º ciclo são, maioritariamente, constituídas sem visar a redução do número de professores dos conselhos de turma, o que não respeita a orientação constante do Projecto Curricular – “o ensino organiza-se por áreas e deverá portanto desenvolver-se, predominantemente, em regime de professor por área”. Por sua vez, no 3.º ciclo, a afectação do serviço nem sempre favorece práticas de trabalho colaborativo (p. ex., na disciplina de Geografia, as turmas de cada ano de escolaridade são, por regra, atribuídas a um único professor). Agrupamento de Escolas João Roiz 15 a 17 de Abril de 2009 A gestão dos assistentes operacionais, baseada no princípio da rotatividade, garante a vigilância dos espaços e o bom funcionamento dos diversos sectores e serviços, embora seja necessário recorrer, frequentemente, ao destacamento de elementos da escola sede para outras unidades do Agrupamento. É atribuído um papel preponderante aos assistentes operacionais na valorização das normas de conduta e no acompanhamento dos alunos com necessidades educativas especiais. Nos serviços administrativos existe polivalência de funções, respondendo adequadamente às solicitações dos utentes. 10 A assiduidade dos docentes e não docentes é monitorizada, sendo expectável uma redução significativa do absentismo dos professores no presente ano lectivo (verificaram-se 1179 aulas de substituição em 2007/08, enquanto que, no 1.º período do actual ano lectivo, ocorreram apenas 292). As necessidades de formação são detectadas através da realização de inquéritos aos profissionais e remetidas para o centro de formação da área. Não existe um plano interno de formação que vise apoiar a execução das áreas prioritárias estabelecidas pelo Agrupamento. São promovidas, esporadicamente, algumas iniciativas de desenvolvimento profissional orientadas por docentes do Agrupamento, que procuram dar resposta a certas necessidades (p. ex., “Crianças com necessidades educativas especiais” e seminários ligados à temática “A indisciplina na sala de aula”). 3.3 GESTÃO DOS RECURSOS MATERIAIS E FINANCEIROS A escola sede dispõe de boas condições, possibilitando a acessibilidade a utentes com mobilidade condicionada. As instalações apresentam-se bem cuidadas, com espaços diversificados e apropriados ao trabalho educativo, inclusive para as actividades práticas/experimentais. A gestão do parque informático é adequada, sendo garantida a operacionalidade dos equipamentos. A falta de papel nos sanitários dos alunos e a inexistência de divisórias nos chuveiros dos balneários gera insatisfação junto de alguns dos seus utilizadores. O Jardim-de-Infância e as escolas do 1.º ciclo têm sido intervencionados por parte da Autarquia no sentido de reconverter, preservar e melhorar as condições dos espaços. Os aspectos da segurança são acautelados através do controlo das entradas e saídas dos alunos, da vigilância, de inspecções periódicas aos equipamentos às instalações, bem como de exercícios de evacuação. A biblioteca da escola sede, integrada na Rede Nacional de Bibliotecas, é um espaço agradável, funcional e suficientemente dotado de recursos. A sua acção, pelas actividades que oferece, contribui notoriamente para as aprendizagens dos alunos (p. ex., ateliers de contos e escrita criativa, leitura inter-ciclos e encontros com escritores). Da referida Rede faz parte, também, a biblioteca da Escola do 1.º ciclo da Quinta da Granja.É realizada a distribuição periódica de baús de livros pelas outras unidades do Agrupamento. Não são claras as linhas orientadoras para a elaboração do orçamento definidas pela Assembleia/Conselho Geral Transitório, sendo que a instituição mostra pouca capacidade em captar recursos próprios. 3.4 PARTICIPAÇÃO DOS PAIS E OUTROS ELEMENTOS DA COMUNIDADE EDUCATIVA É promovido o envolvimento dos pais na vida escolar através da sua representação nos órgãos, da participação em reuniões, bem como da sua cooperação em festividades (p. ex., Festa de Natal), na exposição de profissões (1.º ciclo) e na exploração de temas em contexto de sala de aula (Hábitos alimentares saudáveis e Comportamentos de risco na adolescência – 2.º e 3.º ciclos). Os encarregados de educação de algumas unidades do Agrupamento mostram-se particularmente activos, apresentando sugestões de melhoria para a superação de problemas (p. ex., instalação de um portão automático no exterior da Escola do 1.º ciclo com Jardim-de-Infância de Valongo). Contudo, não tem sido solicitado o seu contributo para a elaboração dos documentos orientadores da organização, especialmente do Plano Anual de Actividades. Na generalidade, os encarregados de educação acompanham o processo de ensino e aprendizagem dos seus educandos e mostram-se satisfeitos com os aspectos essenciais do funcionamento das actividades e dos serviços escolares. A par dos representantes da Autarquia e de outras instituições locais, estes actores colaboram nos trabalhos do Conselho Geral Transitório, empenhando-se na detecção e na resolução de problemas e envolvendo-se na melhoria do serviço educativo (p. ex., organização de acções de ocupação dos tempos livres na interrupção das actividades lectivas). 4. LIDERANÇA 4.1 VISÃO E ESTRATÉGIA O Órgão de Gestão revela dinâmica, impulsionando o desenvolvimento da organização. As principais áreas de intervenção do Agrupamento encontram-se definidas no Projecto Educativo e abrangem, entre outras, a organização pedagógica, destacando-se a articulação curricular nos diferentes ciclos de educação e ensino e a promoção do sucesso. Apesar de estarem estabelecidos indicadores de medida para os resultados académicos, alguns dos objectivos das áreas prioritárias, consagradas no Projecto Educativo, não se apresentam indexados a metas quantificáveis e avaliáveis. As ofertas formativas, os apoios educativos, as actividades dos clubes, assim como o desenvolvimento de projectos abrangentes, constituem estratégias coerentes no sentido de reforçar as aprendizagens e corresponder às expectativas e necessidades dos alunos e das famílias. Agrupamento de Escolas João Roiz Os documentos estruturantes da instituição expressam princípios de equidade e justiça, procurando os responsáveis o seu desenvolvimento no quotidiano escolar, nomeadamente no acesso aos bens educativos e a experiências diversificadas, nas respostas oferecidas à heterogeneidade de públicos e na implementação de uma política bem sucedida de inclusão. Os critérios de avaliação e as respectivas ponderações são do conhecimento dos encarregados de educação e dos alunos, que os têm em conta na sua auto-avaliação, o que contribui para a transparência do processo avaliativo. 15 a 17 de Abril de 2009 3.5 EQUIDADE E JUSTIÇA 11 A comunidade educativa tem uma boa imagem da instituição, que decorre, essencialmente, da política de inclusão, das medidas de segurança adoptadas, de uma liderança de topo actuante, dos resultados académicos alcançados nas provas externas, bem como da divulgação sistemática das iniciativas e dos êxitos escolares. 4.2 MOTIVAÇÃO E EMPENHO O Conselho Executivo revela empenho e dedicação, promovendo uma liderança partilhada com base no diálogo. Os titulares dos órgãos e das estruturas de coordenação e supervisão estão motivados e assumem um papel preponderante na definição de estratégias de melhoria para as áreas curriculares com resultados menos conseguidos, embora nem sempre com eficácia, especialmente nas disciplinas de Matemática e de Inglês do 3.º ciclo. Das lideranças intermédias, não emerge, de forma clara, o estabelecimento de planos de acção consistentes para áreas centrais do Projecto Educativo (p. ex., articulação pedagógica no ensino básico). O pessoal não docente mostra dedicação no desenvolvimento das suas tarefas, sendo os principais responsáveis pela preservação das instalações, assim como pelo tratamento e embelezamento dos espaços exteriores. A Assembleia/Conselho Geral Transitório, órgão onde participam diversos representantes da comunidade, debate questões relevantes (p. ex., o desempenho académico dos alunos), aprova documentos estratégicos e aprecia o relatório de execução do Plano Anual de Actividades. Os seus membros são empenhados, embora nem sempre aprofundem, suficientemente, os assuntos em debate (p. ex., alcance das linhas orientadoras aprovadas para o orçamento). 4.3 ABERTURA À INOVAÇÃO Agrupamento de Escolas João Roiz 15 a 17 de Abril de 2009 O Agrupamento demonstra abertura à inovação, destacando-se os projectos “Skoool” (ferramenta multimédia orientada para facilitar o acesso à informação e potenciar o trabalho escolar), Ciência Viva e Educação e Promoção para a Saúde, bem como o Plano Nacional de Leitura, que têm sido explorados, em múltiplos contextos, com vista à melhoria das aprendizagens. O investimento nas Tecnologias de Informação e Comunicação, através da aquisição de equipamento e da sua rentabilização progressiva, tem permitido, entre outros aspectos, gerar situações de aprendizagem estimulantes, com impacto positivo no sucesso dos alunos com necessidades educativas especiais. Apesar da implementação do Plano TIC, não é ainda muito visível a mobilização dos profissionais para a exploração frequente de alguns recursos, designadamente dos quadros interactivos e da plataforma Moodle 1 . 12 Existem outros sinais consistentes de inovação, por exemplo o Clube de Artec–Imagem (exposições, concursos de fotografia e concepção de videoclips), o Clube NetRoiz (actualização do site do Agrupamento) e os trabalhos de robótica na área curricular da Área de Projecto do 3.º ciclo. 4.4 PARCERIAS, PROTOCOLOS E PROJECTOS A instituição tem um bom envolvimento com o meio, revelando capacidade para mobilizar os recursos locais em benefício dos discentes. As ligações com a Autarquia têm possibilitado, nomeadamente, celebrar acordos de cooperação no âmbito das actividades de enriquecimento curricular e da componente de apoio à família, implementar acções conjuntas com a Biblioteca Municipal, afectar recursos humanos não docentes, adquirir equipamentos e realizar obras de reparação nas instalações escolares. Refira-se, também, os projectos em parceria com outras entidades locais, mormente serviços de saúde, escolas da cidade (encaminhamento de alunos para cursos de educação e formação) e Segurança Social (acompanhamento de situações de risco de abandono/insucesso escolar). 1 O Moodle é um pacote de software para a produção de sítios Web e disciplinas na Internet. De realçar, ainda, o trabalho já encetado com a APPACDM (no desenvolvimento de competências funcionais para alunos com necessidades educativas especiais) e com o Conservatório Regional de Castelo Branco (na promoção do ensino artístico especializado da Música). O potencial destas parcerias, particularmente ao nível do número de alunos envolvidos, ainda não está suficientemente explorado. 5. CAPACIDADE DE AUTO-REGULAÇÃO E MELHORIA DO AGRUPAMENTO 5.1 AUTO-AVALIAÇÃO São desenvolvidas práticas coerentes de avaliação interna para algumas dimensões organizacionais, especialmente no que diz respeito à evolução dos resultados académicos, ao serviço prestado pela biblioteca escolar/centro de recursos, à execução do Plano Anual de Actividades e às estratégias de apoio implementadas, com reflexo no estabelecimento de acções de melhoria (p. ex., Plano de Acção para a Matemática, Plano Nacional de Ensino do Português e Gabinete de Apoio ao Aluno). A avaliação da biblioteca escolar/centro de recursos revela-se consequente e tem tido impacto no planeamento e na gestão das suas actividades, designadamente nas direccionadas ao desenvolvimento das aprendizagens em Língua Materna (p. ex., reorganização de baús itinerantes para as unidades educativas que não possuem biblioteca) e na gestão do acervo bibliográfico (aquisição, restauro e conservação do fundo documental). Foi criada, recentemente, uma equipa de auto-avaliação (constituída, exclusivamente, por docentes), que tem como principal finalidade conceber um dispositivo estruturado de avaliação interna, não tendo ainda sido definido o modelo conceptual que sustentará as dimensões a avaliar. 5.2 SUSTENTABILIDADE DO PROGRESSO As práticas avaliativas têm possibilitado à organização conhecer alguns dos seus pontos fortes (serviço prestado pela biblioteca), pontos fracos (desempenho dos alunos na disciplina de Inglês do 3.º ciclo) e constrangimentos (número insuficiente de assistentes operacionais). Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos do Agrupamento de Escolas João Roiz (pontos fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos). A equipa de avaliação externa entende que esta selecção identifica os aspectos estratégicos que caracterizam o Agrupamento e define as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria. Entende-se aqui por ponto forte: atributo da organização que ajuda a alcançar os seus objectivos; por ponto fraco: atributo da organização que prejudica o cumprimento dos seus objectivos; por oportunidade: condição ou possibilidade externas à organização que poderão favorecer o cumprimento dos seus objectivos e por constrangimento: condição ou possibilidade externas à organização que poderão ameaçar o cumprimento dos seus objectivos. Os tópicos aqui identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório. Agrupamento de Escolas João Roiz V – CONSIDERAÇÕES FINAIS 15 a 17 de Abril de 2009 A definição de indicadores de medida para os resultados escolares e a sua implicação na prática lectiva é um eixo sustentador do progresso do Agrupamento, mas a inexistência de um modelo estruturante, abrangente e agregador das práticas de avaliação, poderá condicionar o seu desenvolvimento. 13 Pontos fortes Consistência dos resultados obtidos em Língua Portuguesa tanto nas provas de aferição dos 4.º e 6.º anos como nos exames nacionais do 9.º ano; Política de inclusão, com reflexo no sucesso dos alunos portadores de necessidades educativas especiais e nos níveis residuais de abandono escolar; Dinâmica da biblioteca escolar/centro de recursos, com impacto no desenvolvimento de projectos estruturantes e promotores das aprendizagens em Língua Portuguesa; Dinamismo da liderança executiva na motivação dos actores escolares, na resolução de problemas e na melhoria progressiva da organização; Estabelecimento de uma significativa rede de parcerias e protocolos, bem como de projectos, com efeitos na melhoria das condições da prestação do serviço educativo e na oferta de uma multiplicidade de oportunidades de aprendizagem; Participação dos encarregados de educação na vida escolar, com repercussão em acções desenvolvidas em contexto de sala de aula, na superação de problemas e na organização de actividades de ocupação de tempos livres nas interrupções lectivas. Agrupamento de Escolas João Roiz 15 a 17 de Abril de 2009 Pontos fracos 14 Baixos níveis de sucesso, no último triénio, nos exames nacionais de Matemática do 9.º ano; Debilidade do trabalho das lideranças intermédias, que não potencia o estabelecimento de planos de melhoria, consistentes e eficazes, direccionados às áreas de maior insucesso (Inglês e Matemática); Fragilidade das práticas de articulação entre os diferentes ciclos de estudo do ensino básico, que não promove a sequencialidade das aprendizagens; Ausência de um plano interno de formação dos recursos humanos, que não permite apoiar a operacionalização das áreas de intervenção estratégicas definidas; Falta de um modelo de auto-avaliação abrangente e participado, que não possibilita agregar as práticas avaliativas existentes e assegurar, em todas as áreas estratégicas, uma monitorização sustentada da qualidade dos processos e dos resultados. Oportunidades Aprofundamento das parcerias já encetadas com a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental e com o Conservatório Regional de Castelo Branco, o que poderá proporcionar, a um maior número de alunos, o desenvolvimento de competências funcionais e o ensino especializado da Música; Candidatura ao programa do Ministério da Educação de apoio à concretização de projectos para a melhoria dos resultados escolares no ensino básico, que poderá contribuir para elevar o nível de sucesso dos alunos. Constrangimento Afectação insuficiente de assistentes operacionais ao Agrupamento, com implicações na mobilidade constante de recursos humanos entre estabelecimentos.