50 em preparação para aprender a arte da
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7 - 20 Agosto 2000 Publicado quinzenalmente em tétum, inglês, português e bahasa indonésia e distribuído gratuitamente Vol. I, No. 13 Não haverá impunidade para aqueles que provocaram a violência: chefe dos direitos humanos da ONU Compilado a partir de fontes da ONU e de agências noticiosas comunidade internacional tem a responsabilidade de garantir que os que perpetraram a violência do ano passado em Timor Leste não escapem à justiça, afirmou a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Mary Robinson, na conclusão da sua recente visita, de três dias, ao território. Falando durante uma conferência de imprensa, a 7 de Agosto, em Díli, antes de partir para Jacarta, a Sr.ª Robinson sublinhou que a violência ocorreu enquanto Timor Leste se encontrava sob a custódia das Nações Unidas, na época da consulta popular de Agosto passado. Isso significa que as Nações Unidas têm de garantir que o processo judicial da Indonésia seja credível, afirmou a Sr.ª Robinson. “O aspec- Foto: OCPI-UNTAET A A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Mary Robinson (esquerda) num encontro patrocinado pelo Clube de Imprensa de Timor Leste durante a sua recente visita. to mais importante é trazer os perpetradores perante a justiça. Isso pode ser realizado tanto pelos tribunais da Indonésia como pelos tribunais de Timor Leste. Ou, caso necessário, pode ser feito por um tribunal internacional. Não ponho de parte a necessidade - se chegarmos a esse ponto - de um tribunal internacional”, acrescentou. Nesse mesmo dia, a Alta Comissária já antes levantara a questão da responsabilidade, ao discursar num seminário sobre direitos humanos, onde afirmou que os autores das “violações graves” ocorridas em Timor Leste devem prestar contas pelos seus actos. “Nunca deverá haver impunidade para violações graves dos direitos humanos”, disse a Sr.ª Robinson no seu discurso principal no seminário sobre “Direitos Humanos e o Futuro de Timor Leste”, organizado pela Unidade de Direitos Humanos da UNTAET e pela Associação de Advogados de Timor Leste (ANMEFTIL). “Já antes referi a minha convicção de que as pessoas deverão ser responsabilizadas e estou contente por poder reafirmar esta posição, quando me encontro em solo timorense”, acrescentou. Durante a sua visita a Timor Leste, a Alta Comissária deslocou-se também a Suai, o local onde, no ano passado, ocorreu o massacre em que perto de 200 pessoas foram mortas na igreja local. 50 em preparação para aprender a arte da diplomcia numa altura em que Timor Leste estabelece o ministério de negócios estrangeiros Função Pública de Timor Leste. Para além da Sr.ª inquenta aspirantes a diplomatas iniciaram Albuquerque, faziam parte desse grupo Mário C recentemente a primeira fase das suas novas carCarrascalão, Mariano Lopes, Armindo Maia e reiras, quando Timor Leste abriu um novo curso de formação diplomática. No seu discurso de boas-vindas, na cerimónia de inauguração, a 30 de Julho, na Academia da Função Pública, em Díli, o Chefe da Administração de Transição, Sérgio Vieira de Mello, afirmou que a diplomacia não era nada de novo para o povo de Timor Leste. "Durante 25 anos, usaram a diplomacia para conquistar a independência", afirmou, mantendo "viva a chama que obrigou a comunidade internacional a sair da sua indiferença". Usando da palavra na conferência inaugural, o Vice-Presidente do CNRT, José Ramos Horta, afirmou que, para um diplomata, o desafio consiste em "encontrar o equilíbrio certo entre princípios, valores e respeito pelos direitos humanos, e os nossos interesses nacionais". O curso foi uma ideia do Sr. Ramos Horta, durante anos o mais visível porta-voz de Timor Leste no estrangeiro e a única presença do território nas Nações Unidas. A formação diplomática é patrocinada pelos governos da Austrália, Estados Unidos, Nova Zelândia, Portugal e Reino Unido. Segundo a coordenadora do curso, Nazaré Albuquerque, o Galardoado com o Prémio Nobel da Paz de 1996 acreditava que Timor Leste necessitava de uma escola para formar os futuros membros da diplomacia e dotá-los dos conhecimentos necessários para desenvolverem políticas e promoverem e defenderem os interesses do território no estrangeiro. "A criação de um Ministério dos Negócios Estrangeiros eficaz é crucial para o desenvolvimento e promoção dos interesses nacionais de Timor Leste na sua marcha para a independência", acrescentou a Sr.ª Albuquerque. Entre cerca de 80 candidatos, foram seleccionados 50 por um grupo especial da Comissão para a Mariano Sabino. Profissionais internacionais foram convidados a proferir conferências, durante o curso de quatro semanas, sobre temas como diplomacia, questões regionais, relações com a Indonésia e direitos humanos. Aulas de inglês e português serão também uma componente do curso, afirmou a Sr.ª Albuquerque. Após terminarem o curso, os candidatos serão enviados para o estrangeiro, a fim de trabalharem como estagiários nos ministérios dos negócios estrangeiros dos países que patrocinaram a sua formação. Quando regressarem a Timor Leste, serão recrutados para o recém-formado Ministério dos Negócios Estrangeiros do território. Foto: OCPI-UNTAET Foto: OCPI-UNTAET O corpo do Cabo Abdul Aziz Miah, um membro do Batalhão de Engenharia do Bangladesh, a ser carregado num avião com destino a Darwin, donde será enviado para Dacca. O militar, de 36 anos e pai de dois filhos, faleceu a 3 de Agosto, em consequência dos ferimentos recebidos quando da explosão acidental do que se suspeita ser uma granada encontrada numa praia muito frequentada de Díli. O Cabo Miah encontrava-se com um grupo de 15 sapadores destacado para limpar a praia de munições que não haviam explodido, depois de uma explosão, a 1 de Julho, na mesma zona ter ferido três soldados portugueses. A operação de limpeza foi suspensa e a zona irá ser isolada com barreiras. Serão colocados diversos avisos em tétum, inglês e português. Foram iniciados vários inquéritos ao acidente. Xanana Gusmão, Presidente do CNRT, apresentando os 50 participantes do Curso de Treino do corpo Diplomático de Timor Leste durante a cerimónia de inauguração em Díli. contínua na página 4 Tais Timor é um serviço de informação da Administração Transitória das Nações Unidas em Timor Leste (UNTAET) 7 - 20 Agosto 2000 Tais Timor Os problemas de poluição em Timor Leste são um desafio N realizar um estudo de amostras de edifícios de Timor Leste, a fim de detectar a presença de amianto. A questão do amianto está subjacente a dois objectivos principais das actividades da EPU: garantir que as questões ambientais sejam incluídas no processo de planeamento Foto: OCPI-UNTAET ão há fumo sem fogo, como mostram as nuvens sufocantes provenientes das queimadas realizadas em redor de Díli - nem desenvolvimento económico sem custos ambientais. É esse o problema que a Unidade de Protecção Ambiental (EPU) da UNTAET enfrenta, enquanto tenta assegurar-se de que, à medida que as infra-estruturas são reconstruídas e a vida comercial ressuscita, o preço em termos de poluição e degradação ambiental não é demasiado alto nem para os indivíduos, nem para a sociedade. A Unidade, sujeita a uma enorme pressão, tem de combater simultaneamente em várias frentes - qualidade da água, resíduos urbanos, danos dos solos, poluição petrolífera e, agora, os perigos do envenenamento pelo amianto existente nos escombros de muitos dos edifícios destruídos em Timor Leste. O amianto é um exemplo da corda bamba por onde a Unidade tem de se deslocar. Existe uma pressão pública para que a reconstrução seja rápida. Os planos são preparados, os programas são elaborados, o trabalho inicia-se. De súbito, os activistas da saúde ambiental e os sindicatos avisam de que os trabalhadores da construção podem estar a correr riscos. “Muitas pessoas não têm consciência do perigo de estarem expostas a estes materiais”, afirma Scott Cunliffe da La'o Hamutuk, uma organização de vigilância baseada em Díli implicada no acompanhamento e avaliação das políticas. As fibras de amianto inaladas permanecem dentro do corpo, e podem provocar o mesotelioma e outras doenças incuráveis. “É necessário que se isolem as áreas que se considera estarem contaminadas com amianto”, afirma. “Esta questão tem de ser resolvida de uma forma responsável”. O Conselho dos Sindicatos Australianos (ACTU) também se juntou ao alerta. Em consequência desse facto, no início de Agosto, a UNTAET criou um grupo de trabalho para estudar directrizes para o manuseamento, em segurança, de entulhos que contenham amianto. As directrizes, diz Andrew Whitley, chefe do Gabinete do Representante Especial Adjunto do Secretário-Geral, irão “aconselhar os trabalhadores quanto ao modo de se protegerem da contaminação, ao limparem os locais onde se encontravam os edifícios ou ao manusearem o entulho para remoção”. O grupo irá recomendar também medidas para o depósito do amianto em lixeiras em condições de segurança, bem como analisar a oferta de um consultor para mento. “O manuseamento sem qualquer segurança dos óleos residuais constitui um problema actualmente porque, de momento, não temos um bom mecanismo para os tratarmos”, afirma o Sr. Mackay. Também este problema terá de ser resolvido, antes que se torne intratável, e não pode ser resolvido apenas pela administração. Afirma que a Unidade está a analisar a questão com os principais interesses da indústria petrolífera no país. E, é claro, existem também os fogos, à medida que a terra é limpa para o cultivo. “Se investigarmos profundamente as formas tradicionais de cultivo em Timor Leste, verificamos que o nosso povo era muito consciencioso quanto aos sei ambiente”, diz Demétrio Amaral, uma activista do ambiente e membro fundador da HABURAS, uma ONG local. “Não aprovavam a Fumo de um fogo começado por um agricultor em preparação para a época destruição irreflectida das de semeio. florestas”. desde a sua fase inicial (“institucionalizar o Mas os agricultores têm de tirar o máximo pensamento ambiental na administração”, proveito dos seus recursos limitados e podem segundo as palavras de Angus Mackay, da inclusive ter de ir procurar madeira para cozEPU) e envolver o comércio e a indústria e as inhar, a fim de pouparem dinheiro em petróleo organizações não governamentais, bem como a - do mesmo modo que os habitantes das administração (“é importante que os que cidades estão ansiosos por limparem os entulpoluem o ambiente sintam que, em certa medihos para reconstruírem as suas casas e lojas, da, o processo de planeamento ambiental tamos agricultores querem usar adubos para bém lhes pertence”). aumentarem as suas produções, e as indúsO Sr. Mackay faz notar, por exemplo, que trias precisam de se livrar dos resíduos que embora a vida de praia em Díli só agora esteja geram como parte da produção de bens. Todos a restabelecer-se, a poluição da zona costeira já eles querem o melhor para si e para os seus filé evidente sob a forma de garrafas: o plástico hos. A Unidade tem de se certificar de que os indestrutível é sempre um sinal precoce de custos ambientais não excedem os benefícios poluição. De igual modo, a Unidade está a públicos. vigiar de perto a poluição da água - “uma Também tem de encontrar formas de questão-chave para nós”. Em Manatuto, por pagar a factura, porque um ambiente saudávexemplo, as autoridades estão a investigar a el tem de ser pago. “Precisamos de recursos possível degradação do lençol freático. para gerir esta cidade, é um facto”, afirma A poluição de origem agrícola, como a Sandra Chestnutt, uma Funcionária de provocada por adubos e pesticidas, e a falta de Serviços Públicos da UNTAET. “Sem recursos, um sistema de saneamento adequado coné difícil manter e sustentar os esforços de stituem também questões que preocupam a limpeza levados a cabo pela PKF ou por quem Unidade, que é responsável por uma maior senquer que seja”, salienta, identificando o sissibilização para questões ambientais, pela tema de drenagem e saneamento da cidade determinação de políticas e do enquadramento como outra área que precisa de atenção. regulamentar e pelo controlo do seu cumpri- Sugestões para proteger o ambiente Uma nova publicação da Administração do Distrito de Díli - “Um Ambiente Saudável Começa com a Sua Ajuda” - contém sugestões para a protecção do ambiente. Entre as sugestões, incluem-se: Abstenham-se de acender fogueiras, porque os fogos florestais podem • destruir pequenas plantas, árvores novas, ervas, insectos, aves, roedores e outra vida selvagem das florestas; • conduzir à destruição pelas chamas das aldeias, causando perda de bens e vidas; • emitir muito fumo, provocando a poluição do ar; • queimar ervas valiosas e plantas medicinais, ameaçando-as de extinção. OUTRAS RECOMENDAÇÕES: • O corte de anéis de casca e/ou a retirada da casca dos troncos das árvores conduz, em última instância, à morte da mesma. Não o façam. • Parem de cortar árvores, em especial nas encostas, porque a falta de árvores aumenta a erosão do solo e destrói o solo arável, do qual dependem as colheitas saudáveis. • Ao cortar as ervas, não arranquem as raízes: isso provoca a erosão do solo e destrói o solo arável. • Não extraiam pedras, cascalho e areia das orlas das estradas, porque essa prática provoca a erosão e os aluimentos de terras. • Não retirem pedras, cascalho e areias das correntes de água - torna o leito mais profundo e as margens mais íngremes, o que conduz a uma maior erosão do solo. • Não deixem o lixo espalhado por todo o lado, depositem todos os resíduos que podem transformar-se em estrume numa fossa e enterrem-nos. Reciclem os plásticos, latas e metais. Todos os restantes resíduos deveriam ser depositados num ponto central. Por favor comuniquem ao Distrito de Díli onde se situa o local central de recolha. • Não deixem lixo junto ou perto de nascentes de água, dado que isso conduz à contaminação da água. • Não utilizem adubos e pesticidas químicos sem consultarem os funcionários agrícolas. Página 2 Dois membros das milícias foram mortos, na sequência de um confronto com a Força de Manutenção de Paz das Nações Unidas (UNPKF), em Maliana, a cerca de 10 quilómetros da fronteira com Timor Ocidental. O batalhão australiano andara a investigar as actividades das milícias, desde o dia anterior, com base em informações prestadas por timorenses residentes na zona. Às 12,30 do dia 2 de Agosto, os soldados da UN-PKF encontraram um grupo formado por quatro ou cinco membros das milícias, a cerca de 5,5 quilómetros a nordeste de Maliana. O grupo estava armado com espingardas e granadas. No incidente, dois membros das milícias foram alvejados e mortos. Ambos envergavam uniformes das TNI e transportavam munições. Os outros continuam a monte. Não houve feridos entre os soldados da UNPKF. “Isto é muito importante porque indica que as milícias continuam activas”, afirmou o Chefe da Administração de Transição, Sérgio Vieira de Mello. “Mas trata-se também da primeira vez em que conseguimos entrar em combate com um grupo destes, a curta distância”. O incidente não reflecte uma alteração de política, acrescentou. “As regras de combate são as mesmas. Pedi apenas que fossem aplicadas ao longo da fronteira sem a menor hesitação, de modo a evitar uma repetição da tragédia da semana passada”. “A Força de Manutenção de Paz não está em Timor Leste com a finalidade de matar pessoas”, afirmou o Comandante da Força, Tenente-General Boonsrang Niumpradit. “O que os soldados da Força de Manutenção de Paz fizeram hoje foi, esperamos, mandar um sinal para o outro lado da fronteira e fazer que outros membros das milícias pensem duas vezes, antes de porem em risco outras vidas humanas”. Mohamed Chande Othman prestou juramento, a 7 - 20 Agosto 2000 4 de Agosto, como Procurador-Geral de Timor Leste. Desde 1996, o Sr. Othman desempenhou o cargo de Procurador-Chefe no Gabinete do Procurador-Geral do Tribunal Criminal Internacional para o Ruanda. Anteriormente, fora Chefe de Delegação da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, no Vietname e na Guiné. O Procurador-Geral tem dois adjuntos, um para os crimes comuns e outro para os crimes graves. “Isto significa que estamos a um pequeno passo da criação, esperemos que pouco depois da independência total, do Gabinete do Procurador-Geral de Timor Leste”, afirmou Gita Welch, Membro do Governo responsável pelos Assuntos Judiciais. Entretanto, os membros timorenses do poder judicial irão frequentar três seminários de formação organizados por diferentes parceiros do gabinete de Assuntos Judiciais. O primeiro é organizado pelo Instituto Internacional de Direito do Desenvolvimento (IDLI), e versa problemas e questões básicos que surgem em casos cível relacionados com contratos. A segunda parte - a que assistirão juízes, defensores públicos e agentes do ministério público - irá centrar-se no direito penal. Outro programa de formação, com a duração de suas semanas, será organizado pelo Conselho Federal de Justiça da Jurisdição Federal Brasileira e realizar-se-á no Tribunal de Distrito de Díli. Por outro lado, o Conselho Consultivo Nacional introduziu alterações ao Regulamento N.º 1999/3. A nova redacção do Parágrafo 8.2 do Artigo 8º sobre a Criação de uma Comissão para o Serviço Judicial de Transição é a seguinte: “A comissão receberá e analisará candidaturas individuais de juristas internacionais para nomeação para cargos na magistratura judicial ou do ministério público”, tendo em vista a constituição de colectivos para o julgamento de delitos penais graves. O primeiro funcionário público timorense com contrato permanente, Libório Pereira, de 37 anos, prestou juramento para o exercício do cargo na presença do Chefe da Administração de Transição, Sérgio Vieira de Mello, numa cerimónia Foto: OCPI-UNTAET Tais Timor realizada recentemente. O Sr. Pereira foi seleccionado a 20 de Julho, entre 32 candidatos, e será Secretário da Comissão da Função Pública. Antes desta nova nomeação, desempenhara funções temporárias como Funcionário Principal responsável pelo Recrutamento no Departamento de Governação e Administração Pública. Terminou, em Timor Leste, a selecção de 3000 professores primários e foi decidida a sua colocação com base nos resultados do teste de recrutamento de 29 de Maio e do número de alunos por distrito. Os funcionários distritais responsáveis pela educação têm estado também a concluir a distribuição dos professores das escolas secundárias. Deveriam ser escolhidos estudantes universitários de diferentes cursos que já tenham concluído seis ou mais semestres. Os estudantes universitários que forem aceites para formação como professores do ensino secundário irão frequentar um curso básico de formação de cerca de cinco a seis semanas antes de começarem a ensinar. Entretanto, o CNRT e a UNTAET irão acolher o primeiro congresso nacional de professores, entre 10 e 12 de Agosto. Espera-se que cerca de 1000 professores do ensino primário e secundário discutam questões relacionadas com o sistema educativo e a situação de professores e alunos em Timor Leste, tais como o currículo, as escalas de salários e o calendário do ano lectivo. Tirando a medida de Dili Notícias Desportivas A Unidade de Terras e Propriedades da UNTAET levou a cabo recentemente um exercício de mapeamento piloto nos subúrbios de Motael, Caicoli e Colmera, em Díli, como parte de um processo para tentar restabelecer o registo de terras em Timor Leste. “Esta não é somente uma boa oportunidade de formação para os funcionários timorenses como também nos proporcionará a oportunidade de testar métdos antes de começarmos um extenso exercício de mapeamento”, disse Gaspar Benevides, da Unidade de Terras e Propriedades. “É importante que as pessoas compreendam que este processo irá eventualmente dar assistência a um mapeamento completo das áreas urbanas, mas que não estamos a tentar determinar a quem pertencem as propriedades.” Página 3 7 - 20 Agosto 2000 Tais Timor Tiu responde a perguntas sobre... Os fogos florestais C aros leitores: Nos dias que correm, podemos ver o fumo negro a erguer-se sobre todo o território de Timor Leste. Os agricultores estão a queimar a vegetação, para preparar a terra para a semeadura. Diz-se que esta “agricultura de queimadas” foi introduzida pela administração central, no território de Timor Lorosa'e, no tempo dos Indonésios. Infelizmente, parece que, em muitas partes do território, existe uma grande dose de ignorância quanto aos efeitos que as queimadas têm sobre o ambiente, em especial, sobre as nossas florestas. As florestas desempenham um papel central no nosso ecossistema, retendo águia e nutrientes e limpando o ar, bem como produzindo madeira. A madeira é um recurso natural valioso que se esvai em fumo quando as pessoas fazem queimadas extensas. Vamos acompanhar a conversa que tive com alguns agricultores das zonas suburbanas de Díli. Tiu: Olá rapazes, que belo fogo que ai têm, apanha quase toda a encosta. Agricultores: Olá, Tiu. Estamos a preparar a terra para o cultivo. É um trabalho difícil. Tiu: Oiçam, amigos, não percebem que o que estão a fazer é prejudicial e potencialmente perigoso? Apeu: Que queres dizer, Tio? Tiu: O que quero dizer é que é bom vocês estarem a cultivar aqui mas, ao queimarem a encosta tal como estão a fazer, estão a destruir um recurso precioso, a degradar o ambiente e a provocar poluição atmosférica. Maria: Qual é a alternativa? Temos de cultivar a terra. Tiu: Não é uma questão de alternativas, mas sim de terem plena consciência do que estão a fazer. Quando queimam a terra e matam e cortam as árvores nas encostas das montanhas, estão a provocar um dano real à floresta. Estão a destruir pequenas plantas, árvores novas, insectos, aves e outra vida selvagem da floresta, bem como a criar uma erosão grave, com o correr do tempo. Além disso, quando queimam áreas extensas, criam uma grande quantidade de poluição atmosférica que pode pôr em perigo a saúde das pessoas. Podem inclusive provocar a perda de bens ou de vidas, se as coisas ficarem verdadeiramente descontroladas. E, ainda por cima, os fogos também queimam ervas e plantas medicinais valiosas, que são usadas para a preparação de remédios tradicionais, em Timor Lorosa'e. Jo'e: Bem, estou a ver o que queres dizer. A modos que estamos a dar tiros no pé. Mas ninguém nos tinha prevenido. Tiu: É por isso que vos estou a dizer isto agora. E fiquem atentos em relação à UNTAET, que está a trabalhar nesta questão em colaboração muito estreita com organizações não governamentais (ONG) locais, como a Haburas. Querem certificar-se de que as zonas protegidas não sofrerão mais destruição. O Distrito de Díli iniciou também uma campanha chamada “Um Ambiente Saudável Começa com a Sua Ajuda”, que incentiva todos os Timorenses a participarem na protecção do ambiente. Mariano: Tiu, penso que nos deste alguns conselhos sábios. Não é correcto nós, Timorenses, estarmos a prejudicar indiscriminadamente os nossos recursos naturais. Não se trata apenas das árvores com o desflorestamento e a erosão do solo; estão a roubar recursos como o coral do mar Notícias Desportivas…continuação pág. 3 UNITED NATIONS NATIONS UNIES UNTAET Administração Transitória das Nações Unidas em Timor Leste Gabinete de Infra-estrutura A ENERGIA É PRECIOSA DESLIGUE: • Sistemas de Ar Condicionado (quando não em uso) • Luzes (quando sair) • Computadores e aparelhagens • Televisores (quando não estiver a ver) • Cozinhe a gás ou com madeira CONSERVE-A Comunicação Pública RADIO UNTAET 99FM O Ajax Amsterdam recebeu o Torneio da Master Coup para celebrar o centenário do clube holandês. Lazio (Itália), Arsenal (Inglaterra) e Barcelona (Espanha) foram os convidados, tendo a Taça ficado na mão dos espanhóis, depois de estes haverem empatado por 3-3 com a Lazio, na final. O Barça ganhou o seu jogo de abertura contra o Arsenal por 2-1, e o anfitrião, Ajax, também derrotou os “Gunners” por 2-0. O terceiro gigante do futebol a celebrar o seu primeiro centenário, o alemão Bayern de Munique, convidou o Real Madrid, o Manchester United (Inglaterra) e o Galatasaray (Turquia) para o seu torneio. No jogo de abertura, os alemães bateram o Galatasaray por 3-1, enquanto o Manchester United vingava uma derrota anterior contra o Real Madrid com uma vitória por 1-0, graças a um golo do “super sub” Ole Gunnar Solksjaer. O Bayern ganhou a Taça após vencer o Manchester United por 3-1, na final. A final foi uma desforra da espantosa vitória do United na final do ano passado da taça dos Campeões, no Camp Nou, em que os campeões derrotaram o Bayern com golos marcados, no tempo de descontos, por Teddy Sheringham e Solksjaer. para vender a turistas e outros estrangeiros. São necessárias leis ou regulamentos que proporcionem uma melhor protecção. Não existem de momento, pois não, Tiu? Tiu: Bem, meus amigos, a verdade é que, de momento, não temos muitas leis ou regulamentos relacionados com estas matérias. Mas a questão não se resume a existir ou não uma lei. A acção pessoal é verdadeiramente importante; o que interessa é a nossa participação, e a da comunidade. Precisamos de discutir o assunto e, colectivamente, concebermos formas de proteger as nossas florestas e outros recursos, nomeadamente a água. Martinho: Parece um enorme desafio. Tiu: Não é fácil, meu amigo, é certo. Falar é fácil, como aquele velho provérbio indonésio que diz que uma “vasilha vazia faz muito barulho”. Precisamos que as nossas palavras sejam acompanhadas por actos: parar com as queimadas indiscriminadas, parar com o corte de árvores para obter lenha, fazer que os nossos vizinhos e amigos pensem nas consequências dos seus actos. Agricultores: Tens razão, Tiu. Não nos devemos limitar a esperar, vamos fazer também Tiu: O espírito é esse! Bem, rapazes, tenho de me ir embora, mas esta questão é importante e vamos encontrar-nos em breve e falar mais longamente sobre ela. Bem, meus caros leitores e meus caros amigos agricultores, por favor, não voltem a fazer queimadas nas encostas porque estarão a pôr em perigo as nossas florestas e o nosso ambiente. Espero que a conversa os ajude a verem a importância de amarmos adequadamente a nossa terra. Cabe-nos gozá-la, cabe-nos protegêla. Adeus! Não haverá impunidade ...continuação pág. 1 A Sr.ª Robinson disse à multidão que comunicaria os nomes dos responsáveis pelo massacre ao Governo indonésio, com um pedido de acção rápida. Caso não houvesse um processo credível para trazer os piores perpetradores perante a justiça, afirmou, talvez tivesse de se criar um tribunal internacional em Timor Leste. “Estou convicta de que é urgente trazer os perpetradores perante a justiça”, disse a Alta Comissária. “Eles sabem quem é responsável pelo massacre. Estamos a um mês do primeiro aniversário e já é tempo de os perpetradores serem detidos e indiciados, e é essa a mensagem que levarei comigo para Jacarta”. 24 HORAS NÚMERO DE CIVPOL • Notícias em inglês às 6 da manhã, 11 da manhã e às 5 da tarde. • Notícias em tetum as 7 da manhã, meio dia e às 6 da tarde. • Notícias em português às 8 da manhã e às 7 da tarde. • Notícias em indonésio às 8:30 da manhã e às 7:30 da tarde. EMERGÊNCIA DE DILI ONU 0408039978 Para as últimas notícias e informação sobre Timor Leste, por favor sintonize a Rádio UNTAET O nome Tais Timor conjura a image do cuidadoso e laboroso processo envolvido na tecelagem do tecido tradicional Timorense usado em todas as ocasiões especiais. Os diferentes “ingredientes” que constituem Timor Leste unem-se durante o tempo de transição para a recontrução do país. Tais Timor tem como objectivo documentar e reflectir todos aqueles eventos que tecem a beleza da tapeçaria que é Timor Lorosa’e. Um serviço público de informação bi-semanal publicado pela Administração Transitória das Nações Unidas em Timor Leste (UNTAET). Publicado em tetum, indonésio, português e inglês. Escrito, editado e desenhado pelo Gabinete de Comunicação e Informação Pública. Circulação 75,000. UNTAET-OCPI c/ - PO Box 2436 Darwin, NT 0801 Austrália Telefone: +61-8-8942-2203 Fax +61-8-8981-5157 e-mail [email protected] Este não é um documento oficial. Apenas para informação. Página 4
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