Rentrée - close, closer
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13-09-2013 | Ípsilon Esta cidade não é para arquitectos, é para todos O britânico Liam Young é um arquitecto especulativo que se dedica a pensar o futuro das cidades e da arquitectura — “Num estado de crise, o pessimista está morto” Futuro Perfeito faz-nos pensar no que queremos para as nossas cidades: Blade Runner, Hong Kong ou uma favela? A Trienal de Arquitectura de Lisboa, que começou ontem e propõe uma exploração dos territórios alargados da arquitectura hoje, ficciona uma cidade do futuro que cresce das ruínas do Dubai como uma floresta. Gostamos ou não? Joana Amaral Cardoso A Pág: 4 País: Portugal Cores: Cor Period.: Semanal Área: 26,96 x 31,82 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 9 s crianças brincam às escondidas numa cidade de ar carregado de bits e bytes. Robots cosem o tecido cultural entre gigantescas impressoras 3D e um supercomputador que é do mais natural que há — afinal, a natureza é programável, a biotecnologia de hoje é para meninos e a arquitectura está algures entre os escombros de um Dubai pós-petróleo e uma confusão pulsante na Índia. Hambúrgueres de laboratório? Ratos que brilham no escuro? Paraísos de ar condicionado no deserto? O passo seguinte da arquitectura é o Futuro Perfeito, um dos quatro grandes programas da Trienal de Arquitectura de Lisboa - uma cidade onde podemos viver dentro do Museu da Electricidade. Partimos das tendências de um presente exagerado para um futuro imaginado à garupa das ferramentas e métodos dos videojogos, da ficção científica, dos filmes e dos comics. Podíamos viver ali? Liam Young, arquitecto especulativo britânico, começou a trabalhar nesta cidade ficcional há mais de um ano. Chamou cientistas, autores de ficção científica, ilustradores e cenógrafos, “pessoas que nas suas vidas diárias estão directamente envolvidas em moldar aquilo em que o nosso mundo está prestes a tornar-se”, para criar o briefing e chamou-lhe Under Tomorrow’s Sky (UTS). Num fim-de-semana de Junho que podia ser uma convenção de geeks e colaboradores da revista Wired, foi concebida a cidade do futuro. Tem traços distópicos e um espírito utópico, nascida de tendências hoje emergentes no urbanismo, na ciência e na cultura e foi mostrada ao público em 2012 na Semana de Design Holandesa. Depois, continuaram a trabalhar, construindo modelos que ocupam salões – “trabalhámos com artistas de efeitos especiais que trabalharam em Blade Runner ou Alien”, diz –, escrevendo narrativas, fazendo filmes, pintando ideias. Fez-se um zoom a UTS e vemos cinco bairros. Vemos Futuro Perfeito. O grupo tentou livrar-se de Philip K. Dick, dos comics pós-apocalípticos ou dos clássicos Orwellianos que ensopam a nossa cultura. E também se livrou dos arquitectos. Esta é uma exposição-chave da Trienal, mas esta cidade não é (só) para arquitectos. Numa altura em que a profissão perde a sua influência, diz o especulador britânico, e numa trienal sob o tema Close, Closer que quer saber o que é a prática da arquitectura hoje, este é um dos novos territórios da disciplina. Um terreno acidentado - até nos dão uma lanterna à entrada - e imersivo. “Podemos deitar-nos sob uma árvore numa selva [de realidade] aumentada e ler um livro, podemos vaguear pelo cérebro do supercomputador da cidade, podemos ver o filme da nossa cidade durante horas sem fim.” E vê-la crescer com os robots e as impressoras 3D, mas através das visitas de alguns dos seus criadores e de um ebook com contos da cidade. Bruce Sterling, um dos definidores da cultura cyberpunk, e Tim Mau- ENRIC VIVES-RUBIO ID: 49714239 Tiragem: 45304 Rentrée Exposições ID: 49714239 13-09-2013 | Ípsilon Tiragem: 45304 Pág: 5 País: Portugal Cores: Cor Period.: Semanal Área: 26,53 x 31,48 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 2 de 9 Uma das salas de Futuro Perfeito é um gigantesco modelo que serve de mapa para que depois os visitantes mergulhem nos cinco bairros nos quais a exposição se foca ghan, também autor de sci-fi, Bart Hess, designer e artista anatómico que já criou peças para Lady Gaga, ou Warren Ellis, escriba de graphic novels como Transmetropolitan ou de histórias que resultaram em filmes como Red ou Homem de Ferro 3, além dos estúdios Factory Fifteen e Marshmallow Laser Feast, são alguns dos artífices do Futuro Perfeito. Que “não é fantasia pura. Não é um céu cheio de estrelas e naves tipo Guerra das Estrelas, com feixes laser e raios lunares. É um exagero do presente e não uma especulação de um futuro distante”, avisa Young. O que espera que as pessoas levem deste lugar futuro, deste mergulho num filme que ainda não vimos mas que em parte já conhecemos? O futuro não é algo que nos banha como água. O futuro é um verbo, não um substantivo, é algo que todos fazemos. O que tentamos fazer com Futuro Perfeito é tornar o público um agente mais activo, apresentando-lhes ideias de ponta na ciência e tecnologia de uma maneira habitável. Futuro Perfeito e projectos especulativos como este são lançar cenários para permitir que o público decida quais são cheios de medo e quais são cheios de esperança. Espero que algumas pessoas fiquem chocadas e com medo. Espero que algumas se apaixonem. O que é que estas cidades do futuro dizem sobre as cidades do presente? Há referências à febre de construção no Dubai... O grande mal entendido sobre a ficção científica é que trata de previsões. A previsão é o subproduto da ficção científica – às vezes acontece. Mas na realidade [e veja-se], 1984, o clássico de Orwell é sobre 1948. O facto de mais tarde se ter tornado verdade, com o Estado de vigilância e a Fox News, é só uma coincidência ou um subproduto. E é isso que penso sobre Futuro Perfeito: é uma forma de compreender o nosso mundo de novas maneiras. Por isso olhámos para as novas formas de cidade que emergem em sítios como o Dubai, onde no meio do deserto se cria uma cidade do nada. Trazem arquitectos internacionais, mão-de-obra imigrante da Índia e constroem uma cidade gigante - e enchem aquela merda de ar condicionado, porque não há razão para uma cidade viver num contexto destes. Ou na China, onde há tanto crescimento que é preciso gastar o dinheiro e simplesmente constroem cidades-fantasmas para ninguém. As cidades estão a nascer assim e por isso a nossa cidade simplesmente cresce, como uma ilha artificial, como a ilha do Dubai. Cresce nas sombras das ruínas do Dubai, quando o mercado colapsa quando o petróleo acaba. Esta é a nova forma de cidade, construída sobre uma nova economia - uma economia de biologia e não de petróleo. Também foram à Índia filmar - o que trouxeram do presente indiano para o futuro das cidades? Blade Runner (1982) aconteceu durante o boom da electrónica pessoal e “Temos de ser optimistas para que as pessoas possam ficar entusiasmadas com o futuro, é assim que as envolvemos” quando todos pensavam que o Japão ia ser uma superpotência. As paisagens da cidade de Blade Runner eram um híbrido de Los Angeles e Tóquio - o que nunca aconteceu. Agora olhamos para a Índia, que vive um enorme crescimento, populacional e nas tecnologias da informação, e pensamos que vai ser a próxima superpotência. Por isso a nossa cidade é informada por Bollywood, pela cultura hindi, é um híbrido de Bombaim, Bollywood e uma cidade europeia. O filme [de Futuro Perfeito] foi filmado na Índia, com efeitos especiais para a tornar na Índia do futuro. Depois da falência dos combustíveis fósseis, uma nova economia da biologia. Como é que muda a paisagem deste futuro? Já não há natureza, as fronteiras entre a natureza e a tecnologia desapareceram. Pensámos em como uma natureza manipulada se infiltra na nossa cidade e as cidades deixam de ser só construídas para serem cultivadas, e todas as superfícies se cobrem de musgo e de vida vegetal. A cidade respira como nós. Isso tornou-se numa instalação dos artistas de biotecnologia Revital Cohen & Tuur Van Balen, que estão a criar uma nova espécie de mirtilo que se torne um medicamento - e isto não é ficção. Olhámos também para a forma como crescem os bairros pobres na Índia, sem planeamento, como as favelas no Rio, que crescem organicamente. A nossa cidade cresce da mesma maneira, não há um grande designer, simplesmente emerge como uma floresta. Haverá uma pobreza que se desenvolve horizontalmente nas franjas desta cidade futura, e um centro de megacidade vertical, como no cânone séc. XX do que simboliza a ligação entre arquitectura e progresso? A escala desta cidade não tem a ver com a altura. A cidade torna-se Muita ficção e teatro para falar do espaço em que vivemos Quatro eventos principais: A Realidade e Outras Ficções, Futuro Perfeito, Fórum Novos Públicos, e uma “temporada intensa de workshops, palestras, debates. Por Alexandra Prado Coelho P ensar a arquitectura é olhar muito para lá do que é construído. É pensar em tudo o que altera o espaço e a percepção que temos dele. É desta premissa que parte a terceira edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa, que inaugurou esta semana sob o tema Close, Closer. A direcção da Trienal abriu um concurso internacional para escolher um curador-geral e a escolhida foi a britânica Beatrice Galilee, de 31 anos. Beatrice, que foi editora da revista Icon e Pensar a arquitectura é olhar muito para lá do que é construído. É pensar em tudo o que altera o espaço e a percepção que temos dele 13-09-2013 | Ípsilon trabalhou em bienais como a de Gwanju, na Coreia, e a de Shenzhen, na China, tinha desde o início uma ideia clara do que queria fazer – queria evitar as formas tradicionais de mostrar arquitectura e transformar a bienal numa experiência única, inesquecível para os portugueses e irresistível para os estrangeiros. Para isso rodeou-se de outros curadores: Mariana Pestana, arquitecta portuguesa a viver em Londres; Liam Young, arquitecto interessado especialmente em questões que cruzam a arquitectura com os futuros ficcionados e fundador do laboratório de ideias Tomorrow Thoughts Today; José Espartaza Chong Cuy, editor da revista Domus México; e Dani Admiss, curadora também baseada em Londres. Esta é a equipa responsável pelos quatro eventos principais da trienal. Mariana Pestana é a curadora da exposição (na verdade um programa que é muito mais do que uma exposição) A Realidade e Outras Ficções, no Palácio Pombal; Liam Young cria mundos ficcionais e futuristas em Futuro Perfeito, no Museu da Electricidade; José Espartaza é o responsável pelo Fórum Novos Públicos, uma série de debates, teatro e acontecimentos diversos que vão acontecer no palco construído pela Trienal na Praça da Figueira; e Dani Admiss convida-nos a passar pelo MUDE para uma “temporada intensa de workshops, palestras, debates e projecções” por doze instituições internacionais no programa O Efeito Instituto. A par destes quatro eventos principais, a trienal inclui três prémios: o Prémio Début Trienal de Lisboa Millenium BCP, o Prémio Carreira Trienal de Lisboa Millenium BCP, e o Concurso Prémio Universidades. Foram ainda atribuídas dez bolsas, as Crisis Buster, a projectos de pequena escala pensados para Lisboa, e que o público poderá conhecer de diversas formas durante esta trienal. Por fim, há muitas dezenas de projectos associados que vão acontecer em simultâneo com a trienal, e que passam por encontros, exposições, um festival de cinema, passeios pela cidade, debates. Muito irá acontecer também na sede da Trienal, no Palácio Sinel de Cordes, no Campo de Santa Clara. Muito está previsto e para conhecer tudo o que se pode fazer até 15 de Dezembro, data do encerramento da Trienal, é fundamental consultar a programação no site www.closecloser.com. Quem quiser, tem ainda a oportunidade de conhecer melhor as ideias por detrás desta programação num encontro com os curadores amanhã às 15h no Palco Cívico da Praça da Figueira. Pág: 6 País: Portugal Cores: Cor Period.: Semanal Área: 25,90 x 31,33 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 3 de 9 Uma das fases iniciais de Futuro Perfeito foi um brainstorm de onde saíram narrativas e a arte conceptual (acima, proposta de Hovig Alahaidoyan) que ilustra a cidade ficcional da exposição indistinguível da geologia, abraça o relevo. Olhamos para uma montanha e na verdade estamos a ver uma cidade, de perto está cheia de janelas e escadas e é um edifício vivo. Quando visualizamos a silhueta da nossa cidade futura é muito mais próxima de uma cordilheira do que dos arranha-céus de Hong Kong. Tem uma verticalidade, mas ao mesmo tempo é como paisagem. E vemos isso nas favelas do Brasil, que trepam pela superfície do morro. Têm verticalidade, mas só um andar. Há uma relação directa entre a formação da cidade e a pobreza - talvez seja cínico, mas se o mundo vai mudar fundamentalmente, nós não vamos mudar. E haverá sempre pessoas que exploram o sistema e pessoas que levam uma tareia dele. A nossa cidade não é uma utopia em que todos serão iguais. O nosso exagerar do presente pode levar a disparidades mais profundas, o que não é ideal mas a cidade aceita certas inevitabilidades sobre a cultura humana, joga com elas e explora o que podem significar à luz de novas tecnologias que podem ser mal usadas e que não vão resolver os nossos problemas. No seu brainstorm, pareciam mais inclinados para o optimismo de uma utopia do que para uma distopia - que provavelmente é a imagética mais forte das cidades do futuro. Mas já avisou que esta não é uma utopia… Há uma tradição espantosa de cidades do futuro que aponta para os medos e ansiedades dos tempos em que foram feitas. Recentemente passámos por uma série de filmes de ficção científica sobre a natureza descontrolada - O Dia Depois de Amanhã, Armaggedon - porque era a altura das alterações climáticas; nos anos 1950 era tudo sobre invasões alienígenas, que na verdade eram sobre o medo da ameaça vermelha, da União Soviética. Agora há uma nova fornada de filmes sobre alienígenas, que são sobre “os outros”, o terrorismo, o racismo. Quisemos contribuir e ser parte desta linhagem, mas hoje é muito mais fácil imaginar uma distopia do que uma utopia. Num estado de crise, o pessimista está morto. Não vai chegar muito longe. Temos de ser optimistas para que as pessoas possam ficar entusiasmadas com o futuro, é assim que as envolvemos. Espero que seja uma cidade encan- tadora, mas também está repleta das nossas contradições. Não quisemos fazer mais uma cidade ensopada em chuva, iluminada com neones e numa noite permanente. Já falou de Blade Runner: que cidades futuras passadas mais surgiram nos vossos debates? É difícil afastarmo-nos de Blade Runner, é tão icónico e definiu a história da ficção científica desde então, mas tentámos algo completamente diferente. Falámos das cidades especulativas ao longo da história da arquitectura - os metabolistas japoneses nos anos 1960/70, por exemplo, que imaginavam cidades cápsula que cresciam peça a peça. Mas tentámos não as referenciar, algo que desse a sensação de que já tinha sido visto. A nossa cidade não é entretenimento, vender lugares e pipocas. A forma da cidade actual já está a mudar fundamentalmente, graças à forma como falamos ao telemóvel ou nos localizamos através do GPS. Isso muda a forma como nos movemos nas cidades ou como [as vivemos]: estou no meu apartamento e não sei quem são os meus vizinhos, mas estou a falar com os meus amigos no Facebook ou no Twitter que estão espalhados pelo mundo - essa é a minha experiência de uma cidade. Houve cidades inventadas do zero no século XX e que também podem ter parecido do futuro no seu tempo. De que forma surgiram no vosso processo e o que dizem sobre uma forma de fazer arquitectura? As cidades do zero são cidades que simplesmente acontecem, por oposição a cidades que crescem ao longo de milhares de anos, que começam como uma aldeia no rio... Queríamos que a nossa cidade crescesse ao longo de uma história acelerada. Não é uma cidade Niemeyer em que se põe um dedo num mapa e se criam estradas, um plano, e depois se começa a consENRIC VIVES-RUBIO ID: 49714239 Tiragem: 45304 “O futuro não é algo que nos banha como água. O futuro é um verbo, não um substantivo, é algo que todos fazemos. O que tentamos fazer com Futuro Perfeito é tornar o público um agente mais activo” apresentandolhes ideias de ponta na ciência e tecnologia de uma maneira habitável truir. A nossa cidade cresce de uma semente e, como uma planta, ou uma floresta, começa a tomar conta da paisagem. E não há um plano-director. Foi aí que começámos a criticar essas cidades planeadas. Nunca tiveram a vida de uma cidade que cresceu organicamente, nunca têm a sua intimidade ou história. Por isso embebemos a nossa cidade da história do seu crescimento - é muito mais como uma favela informal indiana do que Chandigarh, a cidade planeada de Le Corbusier na Índia. Como é que acha que os arquitectos vão encarar este exercício prospectivo sobre a sua profissão? Para ser honesto, não me preocupo com o que os arquitectos pensam sobre isto. Porque não é feito para eles. Todo o foco deste projecto é No Museu da Electricidade, Futuro Perfeito simula um verdadeiro mergulho participativo numa cidade ID: 49714239 pegar nas ideias sobre o que são e devem ser as cidades e pô-las no domínio do público que nunca vai a conferências de arquitectura nem à Trienal, que não sabe quem é Le Corbusier, Rem Koolhaas ou Oscar Niemeyer. Por isso é que estamos a usar formas do cinema, dos comics, dos livros, ficções. Porque a ficção é um meio partilhado espantoso, é como as ideias são disseminadas e estamos a tentar comunicar ideias muito complexas de urbanismo, arquitectura, tecnologia e filosofia de uma forma que não amedronte as pessoas. Para que possam perguntar-se se gostariam de viver ali. Por isso, não quero saber dos arquitectos. Com essa missão tão clara, como é que uma pessoa se torna num arquitecto especulativo? Ainda há um lugar para os arquitectos no sentido tradicional mas as forças que moldam as nossas cidades já não pertencem ao domínio dos arquitectos - as infra-estruturas permanentes (edifícios, estradas, parques) que eram o seu trabalho já não são o motor das cidades. Agora são movidas pela tecnologia, pelas ligações, por redes, por infra-estruturas soft. A arquitectura especulativa é muito mais sobre trabalhar com sistemas do que com materiais. Não tenho a certeza de como é que nos tornamos num [arquitecto especulativo], mas acho que temos de o ser. O arquitecto do futuro tem de responder ao conceito mais amplo da disciplina. O arquitecto especulativo tem de se tornar no arquitecto comum o quanto antes e o arquitecto tradicional tornar-se-á numa espécie de artesão de nicho. A especulação é absolutamente necessária porque é a única forma de os arquitectos recuperarem algum do poder de mudança. Estamos numa posição espantosa entre a tecnologia e a cultura e os projectos especulativos são uma forma de nos ligarmos ao maior número possível de pessoas. A perda de poder dos arquitectos foi agravada pela recessão… e um dos escapes das crises é a ideia de que são alturas para redefinir objectivos. Decididamente. Tornou a construção mais difícil, mas também é uma oportunidade extraordinária porque temos um momento para reflectir e para avaliar para onde vamos. Esquecemo-nos do futuro por uns tempos — pensámos muito nele nos anos 1960 e 70 e depois parámos. Com a economia a crescer interessámo-nos muito mais em fazer coisas e em superfícies e formas. E, esperemos, à medida que a economia colapsa a ideia do futuro pode tornarse novamente num projecto. A sua actividade e as suas ideias têm mais atenção nos últimos anos? Há muito mais público. As cidades especulativas são muito excitantes e também muito assustadoras, mas queremos que nos dêem pistas. Antes as coisas eram mais certas. Agora são uma ampla paisagem aberta. O projecto especulativo é um guia por essa paisagem e quanto mais cenários tivermos, mas navegável ela se torna. E podemos começar a tramar a nossa rota. 13-09-2013 | Ípsilon Tiragem: 45304 Pág: 7 País: Portugal Cores: Cor Period.: Semanal Área: 26,17 x 31,33 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 4 de 9 O marquês vai receber-nos no seu velho palácio ENRIC VIVES-RUBIO O passado pode ajudar-nos a pensar o presente e o futuro. É o que vai acontecer durante os três meses da Trienal de Arquitectura no Palácio Pombal. Artistas, arquitectos, e pensadores vão reunir-se em casa do marquês, jantar e celebrar anarco-sindicalistas, academias de ilustrados – e outras realidades e ficções. Por Alexandra Prado Coelho S Mariana Pestana, curadora, designer e co-fundadora do colectivo The Decorators erá possível que os edifícios guardem, nas paredes ou nalgum outro local secreto, uma memória das histórias que se viveram dentro deles? Das outras vidas que tiveram? Se isso acontecer, então durante os próximos três meses o velhinho Palácio Pombal, na Rua do Século, em Lisboa, vai embarcar numa viagem pelas suas memórias e os seus passados – do marquês de Pombal aos anarcosindicalistas, com jantares muito especiais pelo meio. Chama-se A Realidade e Outras Ficções a exposição comissariada por Mariana Pestana, que será um dos pontos altos da terceira edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa. “Interessa-me a dimensão do uso da arquitectura, a forma como os espaços são usados, para quê, como e porquê. E este é um tema que muitas vezes não tem lugar neste género de eventos porque a representação do uso levanta questões mais complexas do que a simples representação do edificado”, explica Mariana Pestana, curadora, designer e cofundadora do colectivo The Decorators, que vive e trabalha em Londres. Por isso, para falar de um edifício – e foi ela quem escolheu o Palácio Pombal, de entre um conjunto de várias propostas – gosta de recorrer ao teatro, às artes performativas, à encenação. Durante os próximos três meses o Palácio Pombal será o teatro da sua própria história. Hoje conhecemos o palacete da Rua do Século como a casa da galeria Carpe Diem, mas no passado foi muitas outras coisas – e não apenas residência de Sebastião José de Carvalho e Melo no período pós-terramoto de 1755. “Quando visitámos o Palácio Pombal achei que era o contexto perfeito para falar sobre a questão do uso”, conta a curadora. “Consegue-se perceber todas aquelas camadas, os diferentes períodos históricos, as diferentes ocupações, desde todo o luxo um bocadinho doméstico do barroco até às lâmpadas de poupança de energia que foram postas há cinco anos”. Começou a investigar a história do edifício e foi-se dando conta da quantidade de utilizações diferentes que ele teve ao longo dos tempos. “É conhecido como a casa do marquês, mas além disso foi Embaixada de Espanha, sede dos anarco-sindicalistas no início do século XX, perto de 600 sindicalistas foram presos ali, foi a casa do compositor Luís de Freitas Durante os próximos três meses o velhinho Palácio Pombal, na Rua do Século, em Lisboa, vai embarcar numa viagem pelas suas memórias e os seus passados ID: 49714239 13-09-2013 | Ípsilon Tiragem: 45304 Pág: 8 País: Portugal Cores: Cor Period.: Semanal Área: 25,83 x 31,33 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 5 de 9 ENRIC VIVES-RUBIO “A representação do uso levanta questões mais complexas do que a simples representação do edificado” Mariana Pestana Branco, e do empresário Jacôme Ratton, que também foi preso no palácio por suspeitas de colaborar com a ocupação francesa, foi delegação da Alemanha, foi Casa da Madeira. Havia uma riqueza do programa que me pareceu um ponto de partida importante para falar do uso e da ocupação”. Mariana convidou artistas, designers e arquitectos e deu a cada um pedaço da história. “Pedi-lhes que esse uso voltasse agora ao palácio. Claro que não se trata de reconstituições históricas fiéis, a ideia é que essas reinterpretações do passado sirvam para pensar o presente”. E o público da Trienal é também convidado a ocupá-lo novamente, de diferentes formas. Que tal um jantar? O marquês de Pombal é uma figura incontornável, por isso é ele quem inspira os jantares The Planetary Sculpture Supper Club, concebidos pelo Center for Genomic Gastronomy e executados pelas Escolas de Hotelaria de Lisboa, Estoril e Setúbal. O anfitrião será o jornalista Carlos Vaz Marques, que convidará diferentes “marqueses” para virem apresentar uma ideia para Lisboa, e discutir temas como Voltar a Ter Tempo, Caviar para Todos e Receitas para o Desastre, que vão também inspirar a ementa dos diferentes jantares – o tema Voltar a Ter Tempo, por exemplo, vai-se materializar num jantar feito com os ingredientes mais ineficazes do ponto de vista da produtividade, tudo o que leve muito tempo a cultivar e muito tempo a cozinhar. Talvez nestes jantares, onde se discutirão os problemas da cidade hoje, ecoem outros jantares que certamente terão acontecido no passado, nos quais o marquês juntou figuras ilustres para discutir como reconstruir uma Lisboa destruída pelo terramoto. “Reencenar estas conversas é uma oportunidade para pensar em todas as forças que exercem controlo sobre a arquitectura, as forças políticas, sociais, económicas. E há esta relação entre com a gastronomia porque a política faz-se muitas vezes à Mariana convidou artistas, designers e arquitectos e deu a cada um pedaço da história ENRIC VIVES-RUBIO mesa, no ambiente doméstico e informal da sala de jantar”. Outro momento: a Embaixada de Espanha. Neste caso, a memória foi apagada, ou melhor, foi queimada quando a embaixada ardeu durante uma manifestação de protesto, em 1975, contra a ordem de execução de activistas políticos pela ditadura de Franco. A embaixada já funcionava nessa altura noutro local, mas todos os documentos e registos dos tempos do Palácio Pombal desapareceram no fogo. “Dei esse pedaço da história a um arquitecto português, o Paulo Moreira, e a um artista angolano, o Kiluanji Kia Henda, porque o trabalho deles tem muito a ver com a condição pós-colonial. A proposta que fizeram é uma embaixada de uma nação fictícia que não tem existência nem no tempo nem no espaço”, explica Mariana. Vai haver, como em qualquer embaixada, uma bandeira, uma mesa, uma urna, um trono, um retrato, mas a coreografia das relações de poder vai ser alterada. “Isto faz muito sentido hoje quando se questiona o valor da democracia e da representação de uma nação através de estruturas como embaixadas ou consulados e tudo o que isso implica, o facto de elas representarem um cidadão mas ele poder não se sentir representado pela nação. Faz pensar em casos como os de Edward Snowden [que recebeu asilo político da Rússia depois de ter divulgado documentos confidenciais norte-americanos e britânicos] ou de Julian Assange [o fundador da WikiLeaks, que recebeu asilo político na embaixada do Equador em Londres]”. Paulo Moreira e Kiluanji Kia Henda convidaram por seu lado uma série de associações ligadas aos direitos humanos, que actuarão como embaixadores. E o que tem isto a ver com arquitectura? “O papel fundamental desta embaixada é crítico”, explica Mariana. “Ajudanos a pensar qual o papel dos arquitectos na definição dessas relações, que são políticas mas que são mapeadas no espaço, e levantam questões de hierarquia, de subalternidade. A arquitectura coreografa, umas escadas dizemnos para subir, uma grande sala de recepção diz-nos para ficarmos no nosso lugar. E nós tendemos a repetir essas situações no desenho das tipologias. O que aqui se apresenta é a oportunidade de imaginar outra maneira de ocupar o espaço e pensar essas relações”. A arquitectura pode também falar-nos de uma forma ainda mais física. É o que vai acontecer com a peça Slowly Ceiling, do arquitecto e artista Alex Schweder, inspirada pela história de Jácome Ratton, cavaleiro da Casa Real e da Ordem de Cristo, que foi preso no palácio no século XIX e exilou-se em Inglaterra, onde escreveu sobre Lisboa. “O que Alex Schweder faz é um quarto onde nos podemos deitar e que vai ficando cada vez mais pequeno até não haver mais espaço e termos que sair. É a materialização do exílio através da arquitectura”. Outros espaços do palácio abrem-se a outras reflexões sobre o papel da arquitectura. Haverá uma Declaração Universal dos Direitos Urbanos, da responsabilidade dos madrilenos Zuloark, que vão organizar um parlamento urbano e recordar que foi também neste palácio que entre 1986 e 2002 foram escritas as regras e códigos da Associação Portuguesa de Arquitectos Paisagistas. Vai haver Jogos para Perder o Controlo, projecto de Carsten Höller a partir de outro pedaço de história: a sede da Casa da Madeira esteve, durante décadas, instalada no Palácio Pombal, e os associados tinham ao dispor bilhar, matraquilhos, damas e xadrez, pretexto para agora se criarem novos jogos com a ideia de escapar à lógica e perder o controlo. Enquanto isso, noutro espaço, reinventa-se a Academia dos Ilustrados do século XVIII, que também se reunia aqui para discutir literatura e filosofia, com os portugueses Friendly Fire a criarem uma fanzine que vai crescer, com a realização de encontros académicos e o contributo de todos, visitantes incluídos, até “alcançar um tamanho extra-grande”. E se tudo isto é teatro, há também verdadeiro teatro com a peça In Dreams I Walk With You, de Noam Toran e Onkar Kular, inspirada no Teatro dos Operários do início do século XX, e que nos fará pensar naquele dia 31 de Janeiro de 1912 em que 620 anarco-sindicalistas foram expulsos do Palácio Pombal sob ameaça de armas e cantando A Internacional. E será tudo isto arquitectura? Mariana não tem dúvidas. “A ideia é, a partir de outros campos disciplinares, voltar à arquitectura. A Julia Kristeva tem uma maneira muito bonita de falar sobre isto: ela diz que a interdisciplinaridade é como um exílio, quando saímos da disciplina para ir buscar artistas que trabalham por exemplo com gastronomia é quando nos tornamos mais conscientes da sua origem. Sair da arquitectura e pensar em gastronomia e arte ou política é uma oportunidade para regressar depois à arquitectura e voltar a pensá-la”. Vamos então reencenar o passado em casa do marquês, e ver o que é que isso nos ensina sobre o tempo em que vivemos. ID: 49714239 13-09-2013 | Ípsilon Tiragem: 45304 Pág: 10 País: Portugal Cores: Cor Period.: Semanal Área: 26,82 x 31,90 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 6 de 9 NELSON GARRIDO A destacar em Serralves: Ahlam Shibli, Cildo Meireles e exposição integrada na revitalização da Baixa do Porto, que incluirá reflexões sobre pontos de contacto entre arte e música As grandes instituições de Lisboa vão atravessar a rentrée com as exposições que inauguraram antes de Agosto. É no Porto que há um programa carregado de novidades. Por Luísa Soares de Oliveira Rentrée Entre a asfixia ea sobrevivência A o olharmos para o calendário da rentrée das artes plásticas, para a programação das instituições públicas e privadas desde Setembro até finais de Dezembro, o que ressalta em primeiro lugar são as grandes ausências. O CAM da Gulbenkian, o Museu Berardo e o Museu do Chiado vão viver, daqui até lá, com as exposições inauguradas antes de Agosto, que incluem sistematicamente uma apresentação do seu acervo. Claro que é bom mostrar o que se tem, sobretudo quando, como é o caso destas instituições, o que se tem é de grande qualidade. E mesmo ressalvando o caso do CAM, que para assinalar o seu 30º aniversário assumiu a sua vocação museológica e dar-nos o gosto de podermos visitar de novo a mais importante colecção de arte moderna portuguesa, no Chiado e em Belém este é um sinal inegável da asfixia financeira a que estas instituições têm sido votadas. À lista, poderemos ainda acrescentar a Culturgest, que também tem programada uma apresentação da colecção da Caixa Geral de Depósitos, a partir de Novembro. Neste panorama das grandes instituições, o que se passa no Porto é exactamente o oposto. Serralves tem um programa carregado para o último trimestre de 2013, onde deveremos destacar três exposições: uma integrada no programa de revitalização da Baixa da cidade, com curadoria de Ricardo Nicolau, e que incluirá reflexões sobre pontos de contacto entre arte e música – haverá performers como os Von Calhau, e artistas plásticos que também são músicos (e vice-versa): destaque para João Paulo Feliciano e Pedro Tudela, portugueses, e para o norte-americano Dan Graham, que em tempos idos teve uma importantíssima individual nesta instituição. Em Novembro, haverá individuais do brasileiro Cildo Meireles, nome incontornável na arte contemporânea do seu país, Exposições e para a fotógrafa palestiniana Ahlam Shibli. Ainda em Serralves, outras actividades, não exclusivamente expositivas, estão previstas para este Outono. A conferência de um dos maiores especialistas mundiais em museologia, Bruce Altshuler, no dia 22 de Outubro, Exposições e suas histórias, será decerto um dos pontos altos da rentrée. E depois há as galerias, privadas ou municipais: todas, ou quase, com exposições variadas, a tentar responder à crise com engenho e qualidade. Da lista extensa que apresentamos na nossa agenda, devemos destacar algumas pela escassez do número de apresentações públicas ou pela qualidade confirmada dos artistas. Entre os primeiros, Mário Botas, de quem poderemos ver desenhos na Galeria Esteves de Oliveira; entre os segundos, Miguel Ângelo Rocha, que estará no Pavilhão Branco, José Loureiro, com duas exposições quase simultâneas na Cristina Guerra e também na Esteves de Oliveira, João Queiroz, na Vera Cortês, Ana Jotta, na Alda Galsterer. Ou os estrangeiros, em saudáveis e louváveis incursões além-fronteiras dos programadores: Tatjana Doll (Cristina Guerra), Amalia Pica (Kunsthalle), Janine Cohen (Appleton Square). Falar da rentrée, por fim, costuma incluir uma antevisão do que será a feira de arte de Lisboa, que no ano passado não se realizou por motivos económicos. A Arte Lisboa 2013 está já anunciada (de 14 a 17 de Novembro) mas ignora-se ainda que galerias irão participar e qual, a existir, o programa paralelo. Também se ouve falar de uma segunda feira de arte a realizar no Estoril. Mas não há ainda datas nem expositores, levando-nos contudo a interrogar se teremos mercado de arte suficiente para duas feiras em território português. Tanto mais que, contra ventos e marés, as galerias se continuam a esforçar por promover os seus artistas em eventos congéneres internacionais. Ahlam Shibli, uma artista palestiniana e uma exposição de fotografia co-produzida pelo Jeu de Paume, em Paris ID: 49714239 13-09-2013 | Ípsilon Tiragem: 45304 Pág: 11 País: Portugal Cores: Cor Period.: Semanal Área: 15,94 x 31,48 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 7 de 9 Agenda SETEMBRO Hoje Rui Valério, Sabotage, um projecto comissariado por Francisco Fino apresentado na Galeria Graça Brandão. Dia 17 A Galeria Cristina Guerra abre a sua temporada com uma individual de Miguel Rios, Physis. Dia 19 Miguel Navas apresenta pintura na Bloco 103, numa exposição intitulada Nunca fui ao Egipto, à Suíça também não. Miguel Navas, Nunca fui ao Egipto, à Suíça também não OUTUBRO Dia 3 José Loureiro, A Pique, na Galeria Esteves de Oliveira, selecção de desenhos do artista. Dia 4 Palavras e Música na Colecção de Serralves, na baixa do Porto, projecto Primeira Avenida – desta vez no edifício AXA (Av. dos Aliados). Obras de Ricardo Jacinto, João Paulo Feliciano, Pedro Tudela, Dan Graham, Rui Toscano e Von Calhau. Dia 5 José Miguel Gervásio, jovem pintor, mostra Figures and Grounds (Fadiga & Lassidão), na Módulo. Dia 10 José Loureiro abre também uma individual na Cristina Guerra, desta vez de pintura. Dia 12 A Culturgest apresenta uma selecção da Colecção da Caixa Geral de Depósitos. Dia 20 Dia 25 O pintor João Queiroz, que recebeu o prémio AICA no ano passado, inaugura uma individual na agência Vera Cortês; ao mesmo tempo, abre A revolution is a spinning force, colectiva na Appleton Square. Bes Revelação 2013, exposição das obras dos fotógrafos Diogo Evangelista, Nádia Ribeiro e André Romão. No Museu de Serralves. O brilho das cidades. A rota do azulejo inaugura na Sala de Exposições Temporárias da Gulbenkian, última grande exposição do ano deste museu. Dia 21 Inaugurações colectivas nas galerias do Porto: entre outros, Nuno Sousa Vieira na Nuno Centeno, André Cepeda e Eduardo Matos, na Pedro Oliveira, e Candice Lin na Quadrado Azul: The long-lasting intimacy of strangers. CARLOS POMBO NOVEMBRO Dia 7 Paula Rego Honoré Daumier: mexericos e outras histórias, na Casa das Histórias Paula Rego: selecção de gravuras do artista francês oitocentista Honoré Daumier, feita por Paula Rego em diálogo com as suas obras. No mesmo dia, início da Experimenta Design, desta vez com o tema No Borders. Dia 13 Amalia Pica, artista argentina a viver em Londres, apresenta um projecto individual na Kunsthalle Lissabonn. Dia 14 Grandes inaugurações em Serralves: Ahlam Shibli, uma artista palestiniana e uma exposição de fotografia coproduzida pelo Jeu de Paume, em Paris; e Cildo Meireles, um dos mais importantes artistas brasileiros. No mesmo dia, em Lisboa, Justino Alves mostra pinturas recentes na Bloco 103. Dia 21 Tatjana Doll abre exposição individual na Cristina Guerra. Dia 22 John Wood e Paul Harrison apresentam novos trabalhos na Vera Cortez. Dia 28 Desenhos de Mário Botas, um artista próximo do Surrealismo falecido prematuramente há 30 anos, na Galeria Esteves de Oliveira. Dia 26 Dia 29 Duas inaugurações na Alda Galsterer: Ensemble, de Mel O’Callaghan, parte dos Encontros da Imagem 2013 na sua extensão para Lisboa; How to survive in the woods, de Ana Jotta. No mesmo dia, a Quadrado Azul de Lisboa abre uma colectiva: The Gravity of Things, com obras de Mandla Reuter, Viola Yesiltaç, Sara Barker e Fernando Ortega; e no Pavilhão Branco, Miguel Ângelo Rocha abre uma individual de escultura e desenho, Como suster o quê. Rubens, Brueghel, Lorrain: A Paisagem do Norte no Museu do Prado chega ao Museu de Arte Antiga, primeiro resultado de um intercâmbio de obras de arte entre as duas instituições.” DEZEMBRO Dia 4 agência Vera Cortez festeja os seus dez anos de actividade. Paula Rego em diálogo com Honoré Daumie na Casa das Histórias Dia 13 Janine Cohen apresenta uma individual na Appleton Square. ID: 49714239 13-09-2013 | Ípsilon Tiragem: 45304 Pág: 1 País: Portugal Cores: Cor Period.: Semanal Área: 27,57 x 33,47 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 8 de 9 Lisboa, cidade do futuro e da ficção Trienal de Arquitectura 2b8bc53b-e7d7-4699-9ff6-fb3eb2e43d5f ID: 49714239 13-09-2013 | Ípsilon Tiragem: 45304 Pág: Principal - 1 País: Portugal Cores: Cor Period.: Semanal Área: 10,19 x 4,95 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 9 de 9 TRIENAL DE ARQUITECTURA: LISBOA, CIDADE DO FUTURO E DA FICÇÃO + RENTRÉE EXPOSIÇÕES