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De outras fontes Fonte de Informação Formatação Codificação de Fonte Criptografia Codificação de Canal Modulação MUX Spread Spectrum Múltiplo Acesso Comunicação Digital I Interface de TX Trasmissor Sincronismo Receptor Ao receptor da Informação Formatação Essencial Decodificação de Fonte CANAL Prof. Dayani Adionel Guimarães [email protected] - Revisão 03/2000 Decriptografia Decodificação de Canal DEMUX Demodulação Despread Interface de RX Múltiplo Acesso Para outros destinos Opcional Instituto Nacional de Telecomunicações 1 Instituto Nacional de Telecomunicações Conteúdo PARTE I - Conceitos básicos - Classificação de sinais, Densidade espectral, Autocorrelação, Sinais aleatórios, Transmissão de sinais por sistemas lineares, Largura de faixa de sinais digitais. PARTE II - Digitalização de sinais analógicos & Transmissão em banda base - Formatação de sinais analógicos, Transmissão em banda base, Detecção de sinais binários em ruído gaussiano, Interferência intersimbólica, Sinalização de resposta parcial. Livro Texto (Capítulos 1 & 2 ): Sklar, Bernard, “Digital Communications - Fundamentals and Applications”, Prentice-Hall, Inc.: Englewood Cliffs, New Jersey, 1988. 2 Instituto Nacional de Telecomunicações Objetivo Proporcionar aos participantes uma abordagem dos conceitos previstos pelo conteúdo do curso de forma que essa abordagem resulte na formação de sólida base para o estudo das comunicações digitais. Procedimentos Aulas expositivas e experimentos demonstrativos através de simulação (quando cabíveis). Haverá uma única nota de avaliação que será composta pela nota obtida em uma prova e/ou em trabalhos práticos em sala (com datas e pesos discutidos em acordo com a turma) . Espera-se ao menos um grau de aproveitamento correspondente a 70% nessas avaliações. 3 Instituto Nacional de Telecomunicações Motivação - o estudo de um sistema de comunicação digital De outras fontes Fonte de Informação Formatação Codificação de Fonte Criptografia Codificação de Canal MUX Modulação Spread Spectrum Interface de TX Trasmissor CANAL Sincronismo Interface de RX Receptor Ao receptor da Informação Formatação Essencial Decodificação de Fonte Múltiplo Acesso Decriptografia Decodificação de Canal DEMUX Demodulação Despread Múltiplo Acesso Para outros destinos Opcional 4 Instituto Nacional de Telecomunicações Por que digital? • Facilidade de regeneração • Menor sensibilidade a ruídos e distorções • Circuitos de maior confiabilidade e flexibilidade • Diversidade de serviços e dados combinados • Melhorias: VLSI e DSP a custos cada vez menores 5 Instituto Nacional de Telecomunicações Classificação dos sinais Sinal determinístico: não há incerteza com relação ao seu valor em qualquer instante de tempo. Ex.: x(t ) = 127 2 cos( 2π60t ) Sinal aleatório: há um certo grau de incerteza antes que um determinado valor realmente ocorra. Não pode ser descrito por expressões explícitas. Ex.: ruído branco. Formas de onda aleatórias são chamadas de processos aleatórios ou estocásticos. O estudo de sinais aleatórios: em termos probabilísticos e através de momentos estatísticos. Sinal periódico no tempo: se existe uma constante T0 > 0 tal que x(t ) = x(t + T0 ), − ∞ < t < ∞ . O menor valor de que satisfaz a essa condição é o Período. 6 Instituto Nacional de Telecomunicações Classificação dos sinais Sinal não periódico no tempo: se não existe uma constante T0 > 0 tal que x ( t ) = x ( t + T0 ), − ∞. < t < ∞ Sinal analógico: função contínua, definida para qualquer instante de tempo t. Sinal discreto: definido somente em alguns instantes de tempo. Sinais de energia e de potência: em sistemas de comunicação digital a performance depende, dentre outros fatores, da energia detectada do sinal, energia esta que depende da potência de transmissão. Nessa análise, às vezes se torna matematicamente mais viável considerar um sinal como sendo de potência ou energia... 7 Instituto Nacional de Telecomunicações Classificação dos sinais - Sinal de energia e sinal de potência v 2 (t ) 2 Potência ≡ p(t ) = = i (t ) R Se R = 1Ω ⇒ p (t ) = v 2 (t ) = i 2 (t ) = x 2 (t ) R onde x(t) é um sinal de corrente ou tensão Energia dissipada num intervalo (-T/2, T/2) Potência média dissipada nesse intervalo T E ≡ ∫ T2 x 2 (t ) dt T x 1 P ≡ T T x − 2 T ∫ 2 −T 2 x 2 (t )dt 8 Instituto Nacional de Telecomunicações Classificação dos sinais Sinal de energia: sua energia é finita e diferente de zero Ex ≡ lim ∫ T 2 T → ∞ −T 2 ∞ x (t )dt = ∫ x 2 (t )dt 2 −∞ Sinal de potência : sua potência é finita e diferente de zero 1 Px ≡ lim T →∞ T ∫ T 2 −T 2 x 2 (t ) dt Essas classificações são exclusivas: um sinal de energia tem energia finita e potência média nula. Um sinal de potência tem potência média finita, mas tem energia infinita. Regra geral: sinais periódicos e aleatórios são sinais de potência; sinais determinísticos e não periódicos são sinais de energia 9 Instituto Nacional de Telecomunicações Classificação dos sinais Sinal de energia: sua energia é finita e diferente de zero. Exemplo: pulso retangular Px → 0 Ex ≠ 0 e finita x( t ) t Sinal de potência : sua potência é finita e diferente de zero. Exemplo: sinal aleatório Ex → ∞ Px ≠ 0 e finita x( t ) t 10 Instituto Nacional de Telecomunicações Classificação dos sinais Impulso unitário (ou Delta de Dirac): abstração matemática. Amplitude tendendo a infinito. Duração tendendo e zero. Peso (área) igual a 1. ∫ δ( t) −∞ t ∫ ∞ −∞ ∞ δ(t ) dt = 1 δ(t ) = 0, t ≠ 0 δ (t ) → ∞ , t = 0 x(t ) δ(t − t0 ) dt = x(t0 ) (sifting ou sampling) 11 Instituto Nacional de Telecomunicações Densidade Espectral - Distribuição da energia ou potência na freqüência ∞ ∞ E x = ∫ x (t )dt = ∫ | X ( f ) |2 df (Teorema de Parseval) 2 −∞ −∞ X ( f ) ≡ ℑ{x(t )} | X ( f ) |2 = ψ x ( f ) e ∞ ∞ −∞ 0 E x = ∫ ψ x ( f )df = 2 ∫ ψ x ( f )df ψ x ( f ) ≡ Densidade Espectral de Energia Ψx(f) Ex f 12 Instituto Nacional de Telecomunicações Densidade Espectral de Potência para sinais periódicos 1 Px = T0 T0 ∫ − 2 T0 x (t )dt = 2 ∞ ∑| c n |2 (Teorema de Parseval) n = −∞ 2 cn ≡ coeficientes complexos da série de Fourier de x(t ) Gx ( f ) ≡ ∞ 2 | c | ∑ n δ( f − nf 0 ), f 0 = n =−∞ 1 T0 G x ( f ) ≡ Densidade Espectral de Potência ∞ ∞ Px = ∫ Gx ( f )df = 2∫ G x ( f )df −∞ 0 G x(f) f 13 Instituto Nacional de Telecomunicações Densidade Espectral de Potência para sinais não periódicos 1 | X T ( f ) |2 T →∞ T G x ( f ) = lim Exercício 1 - (a) Encontre a potência média normalizada na forma de onda x(t) = Acos2πf0t, usando o conceito de média temporal. (b) Repita a parte (a) utilizando o somatório dos coeficientes espectrais. Obs.: Tentar fazer sem consultar a resolução na página 16 do livro texto. Nota: o apêndice A apresenta uma revisão da análise de Fourier 14 Instituto Nacional de Telecomunicações Autocorrelação Dá a similaridade de um sinal com sua versão atrasada Para um sinal de energia ∞ Rx (τ) = ∫ x (t ) x (t + τ) dt , − ∞ < τ < ∞ −∞ Rx (τ) = Rx (−τ) ⇒ simetria em τ em relação a τ = 0 Rx (τ) ≤ Rx (0) , ∀ τ ⇒ máximo valor em τ = 0 Rx (τ) = ℑ −1 {ψ x ( f )} ∞ Rx (0) = ∫ x 2 (t )dt ⇒ valor na origem é a energia do sinal −∞ 15 Instituto Nacional de Telecomunicações Autocorrelação Para um sinal de potência 1 T2 1 R x (τ) = lim ∫ T x (t ) x (t + τ) dt = T →∞ T − 2 T0 ∫ T0 2 T − 02 x (t ) x (t + τ) dt , − ∞ < τ < ∞ Rx (τ) = Rx (−τ) ⇒ simetria em τ em relação a τ = 0 Rx (τ) ≤ Rx (0) , ∀ τ ⇒ máximo valor em τ = 0 Rx (τ) = ℑ −1 {Gx ( f )} 1 Rx (0) = T0 T0 ∫ 2 −T0 x 2 (t )dt ⇒ potência média do sinal 2 16 Instituto Nacional de Telecomunicações Sinais aleatórios Variável aleatória: X(A) = relação funcional entre um evento aleatório A e um número real X. Por simplicidade de notação X(A) = X = variável aleatória discreta ou contínua (v.a.d. ou v.a.c.). Exemplos de v.a.d.: jogo de cara ou coroa, jogo de dados. Exemplos de v.a.c.: altura das pessoas, valor das amostras de um sinal contínuo. Nota: abordaremos principalmente os conceitos relacionados a v.a.c.. 17 Instituto Nacional de Telecomunicações Sinais aleatórios - Caracterização de uma v.a. FX ( x) = P ( X ≤ x ) Função de Distribuição 0 ≤ FX ( x ) ≤ 1 FX ( x1 ) ≤ FX ( x2 ) se x1 ≤ x2 FX (−∞) = 0 FX (∞ ) = 1 Função Densidade de Probabilidade (F.D.P.) p X ( x) = dFX ( x) dx P ( x1 ≤ X ≤ x2 ) = ∫ p X ( x) dx x2 x1 p X (x) ≥ 0 ∫ ∞ −∞ p X ( x) dx = 1 18 Instituto Nacional de Telecomunicações Sinais aleatórios - Esperança ou Valor Esperado Momento de ordem n da distribuição de probabilidade de uma v.a. { }= ∫ Ε X n ∞ −∞ x n p X ( x)dx E{Xn} = operador Esperança ou Valor Esperado Média = 1º momento: ∞ m X = Ε{ X } = ∫ x p X ( x)dx Valor médio quadrático = 2º momento: −∞ { }= ∫ Ε X 2 ∞ x 2 p X ( x)dx −∞ 19 Instituto Nacional de Telecomunicações Sinais aleatórios - Esperança ou Valor Esperado Momento central de ordem n da distribuição de probabilidade de uma v.a. { Ε ( X − mX ) n } Variância = 2º momento central - medida da dispersividade de uma v.a. (“largura da F.D.P.”) = σ2, onde σ é o Desvio Padrão { } ∞ Var( X ) = Ε ( X − m X ) = ∫ ( x − m X ) 2 p X ( x)dx 2 −∞ σ 2X = Ε{ X 2 } − Ε 2 { X } 20 Instituto Nacional de Telecomunicações Processos aleatórios X(A,t) = X(t) = função do evento A e o tempo t X 1(t) … Xj (t ) … Número real, x Funções amostra X2(t) X N( t) tk t N funções “amostra” {Xj(t)} = conjunto de funções. Para um evento específico Aj, X(Aj,t) = Xj(t). X(A,tk) é uma v.a. X(tk). X(Aj,tk) é um simples número. 21 Instituto Nacional de Telecomunicações Processos aleatórios - Médias estatísticas No estudo de comunicações dá-se grande importância à Média e à Autocorrelação Média: ∞ Ε{ X (t k )} = ∫ x p X k ( x)dx = m X (tk ) Autocorrelação: −∞ RX (t1 , t 2 ) = Ε{ X (t1 ) X (t 2 )} onde X(tk) é a v.a. obtida pela observação do processo aleatório no instante tk e a F.D.P. de X(tk) é pXk(x). 22 Instituto Nacional de Telecomunicações Estacionariedade de Processos Aleatórios SSS (Strict Sense Stationary) - estacionário no sentido restrito: processo cujas estatísticas (todas) não são afetadas pelo deslocamento na origem do tempo ou do tempo de análise. WSS (Wide Sense Stationary) - estacionário no sentido amplo: processo cuja média e autocorrelação não são afetadas pelo deslocamento na origem do tempo ou do tempo de análise. Estocásticos Ε{X (t )} = m X = constante WSS ⇒ R X (t1 , t 2 ) = RX (t1 − t 2 ) = RX ( τ) WSS SSS Ergóticos 23 Instituto Nacional de Telecomunicações Autocorrelação de um processo WSS Medida da aleatoriedade: a função de autocorrelação nos dá informação sobre a “magnitude” e a taxa de variação de um processo aleatório. R X ( τ) = Ε{X (t ) X (t + τ)} Rx(τ) mede a correlação entre valores do processo separados de τ. Rx(τ) dá informação sobre o conteúdo de freqüências do processo. Se Rx(τ) tem valor baixo => descorrelação (e vice-versa). Se Rx(τ) cai lentamente com τ => componentes de freqüência mais baixa (e vice-versa). RX (τ) = R X (−τ) { R X (τ) ≤ RX (0) , ∀ τ R X (τ) = ℑ−1{GX ( f )} } RX (0) = Ε X 2 (t ) = potência média normalizada 24 Instituto Nacional de Telecomunicações Média temporal & Ergodicidade O problema: estimar as médias estatísticas de um p.a. implicaria na observância de X(tk) em muitas funções amostra! A solução: estimar as médias estatísticas através das médias temporais, o que não é possível se essas médias variam com o tempo. Um processo é Ergótico na média se: 1 m X = lim T →∞ T ∫ −T −T 2 2 X (t ) dt Um processo é Ergótico na autocorrelação se: 1 R X ( τ) = lim T →∞ T −T 2 −T 2 ∫ X (t ) X (t + τ ) dt O teste da ergodicidade: intuitivo; o processo deve ser SSS; para sistemas de comunicação basta que seja WSS (basta que média e autocorrelação não variem com o tempo). A aplicação: relacionar os momentos de um processo ergótico com parâmetros elétricos: valor DC, valor rms e potência média. 25 Instituto Nacional de Telecomunicações Parâmetros elétricos x Momentos de um p.a. m X = Ε{X (t )} ⇒ 1º momento = nível DC do sinal m 2X = Ε 2 {X (t )} ⇒ potência DC normalizad a ( R = 1Ω) { Ε {X } (t )} ⇒ valor rms normalizad o de tensão ou corrente Ε X 2 (t ) ⇒ 2º momento = potência total normalizad a 2 σ 2X ⇒ variância = potência AC normalizad a ( R = 1Ω) Se m X = 0 ⇒ σ 2X = potência total normalizad a Se m X = 0 ⇒ σ X = valor rms normalizad o de tensão ou corrente { } σ 2X = Ε X 2 (t ) − Ε 2 {X (t )} ⇒ PAC = PTotal − PDC 26 Instituto Nacional de Telecomunicações Densidade espectral de potência de um p.a. 1 | X T ( f ) |2 T →∞ T G X ( f ) = G X (− f ) para X (t ) real G X ( f ) = ℑ{R X (τ )} = lim G X ( f ) ≥ 0 e sempre real ∞ PX = ∫ G X ( f )df = potência média normalizad a −∞ R X(τ) R X(0) = potência média normalizada Exemplos: a) Seqüência binária aleatória -T T τ Gx(f) - 1/T 1/T 2/T f RX (τ) 1 b) Seqüência pseudo aleatória (periódica) Gx(f) 1/NT -NT -T T NT τ f - 1/T 1/T 2/T 27 Instituto Nacional de Telecomunicações Ruído em sistemas de comunicação Tipos: criados pelo homem (por ignição, chaveamento, transientes e outras emissões eletromagnéticas). Naturais (gerados pelos circuitos, ruídos atmosféricos e galáticos). Principal: ruído térmico (ou branco) - gerado pelo movimento aleatório de elétrons nos componentes dissipativos do circuito. Caracterização do ruído branco: processo aleatório gaussiano de média nula. p(x) p( x ) = x( t ) t 1 e σ 2π 1 x 2 − 2 σ - σ -3 -2 -1 0 1 2 3 x Importância da distribuição gaussiana: N processos aleatórios independentes quaisquer somados formam um processo gaussiano se N → ∞ (teorema do limite central). 28 Instituto Nacional de Telecomunicações Modelo teórico do ruído branco Densidade espectral de potência bilateral Gx( f) N0/2 GX ( f ) = f N0 2 Watts Hertz Função de autocorrelação RX( τ) RX (τ) = ℑ−1{G X ( f )} = (N0/2)δ(τ ) N0 δ(τ) 2 τ ∞ ∞ −∞ −∞ PX = ∫ G X ( f ) df = ∫ N0 df = ∞ 2 29 Instituto Nacional de Telecomunicações Interpretação do modelo teórico do ruído branco O ruído branco afeta de forma aditiva os sinais transmitidos através do canal. Daí o nome Canal AWGN (Additive White Gaussian Channel) ser muito comum no estudo de sistemas de comunicação. Sendo a função de autocorrelação R X ( τ) = ( N 0 / 2)δ(τ) , n(t) é totalmente descorrelacionado de n(t + τ), para qualquer τ diferente de zero, ou seja, o ruído branco afeta de forma independe cada símbolo enviado através do canal - por essa razão o canal AWGN é dito sem memória. Um canal com memória é aquele que afeta de forma correlacionada símbolos adjacentes, podendo provocar os chamados erros em rajada (erros em burst). Um exemplo de canal com memória é o canal de rádio móvel, onde desvanecimentos profundos por multipercursos podem afetar muitos símbolos consecutivos. 30 Instituto Nacional de Telecomunicações Transmissão de sinal através de sistemas lineares Num sistema linear vale o princípio da superposição Se x (t ) = x1 (t ) + x2 (t ) + ... + xK (t ) ⇒ y (t ) = y1 (t ) + y 2 (t ) + ... + yK (t ). x (t ) y k (t ) é a resposta a xk (t ) , k = 1...K . X(f) Sistema h(t ) Linear H ( f ) y (t ) Y(f ) Se x(t ) = Ax1 (t ) ⇒ y(t ) = Ay1 (t ) Caracterização de um sistema linear h (t ) = y(t ) quando x(t ) = δ (t ) ∞ y (t ) = x(t ) ∗ h(t ) = ∫ x(λ)h (t − λ)dλ −∞ Resposta ao impulso x(t ) ∗ h (t ) ≡ convolução = h(t ) ∗ x (t ) (Se o sistema é CAUSAL h (t ) = 0 , t < 0 ⇒ não há saída antes de uma excitação) 31 Instituto Nacional de Telecomunicações Caracterização de um sistema linear Y( f ) = ℑ{h (t )} X( f ) H ( f ) é a resposta em freqüência do sistema Y ( f ) = X ( f )H ( f ) ∴ H ( f ) = Função de transferência em freqüência ou resposta em freqüência Processos aleatórios & Sistemas Lineares H ( f ) é normalmente complexa : H ( f ) =| H ( f ) | e jθ ( f ) | H ( f ) | é a magnitude da resposta em freqüência θ( f ) é a fase da resposta em freqüência Im{H ( f )} θ( f ) = arctan Re{H ( f )} Se a entrada é aleatória a saída também o será. Densidade espectral de potência GY ( f ) = G X ( f ) | H ( f ) |2 Se x(t ) é gaussiano pode - se provar que y (t ) também o será. 32 Instituto Nacional de Telecomunicações Transmissão sem distorção Aquela onde há apenas um atraso e um fator de escala no sinal recebido em relação ao transmitido. O sinal recebido deve ter a mesma “forma” do sinal transmitido: y (t ) = Kx (t − t 0 ) ⇒ Y ( f ) = KX ( f )e − j 2 πft 0 Ou seja, a resposta em freqüência do sistema (ou canal) deve possuir Magnitude constante e desvio de fase linear (desvio proporcional à freqüência para que todas as componentes cheguem ao mesmo tempo e assim não alterem a forma do sinal). Na prática basta que |H(f)| seja constante e θ(f) seja linear numa faixa de interesse correspondente à BW do sinal. 33 Instituto Nacional de Telecomunicações Largura de faixa de sinal digitais Sinal em Banda Base: Sinal não transladado em freqüência, com componentes em torno da freqüência zero. |X(f)| BWBanda Base = f m -fm 0 fm f Sinal Passa Faixa: Sinal transladado em freqüência, com componentes em torno da freqüência portadora. |X(f)| BWPassa Faixa = 2 f m -f-f c m -fc -f+f c m f-f c m fc f+f c m f BWPassa Faixa = 2BWBanda Base 34 Instituto Nacional de Telecomunicações O dilema da largura de faixa Não existem sinais (sistemas) estritamente limitados em freqüência, o que implicaria em durações infinitas do sinais (respostas ao impulso dos sistemas). Durações finitas implicam em espectros infinitos. Na definição da largura de faixa (BW) de um sinal (sistema) não há um padrão e sim várias formas distintas, cada uma com sua conveniência ou aplicação. Gx(f) fc- 1 /T fc fc+1/T f (a) (b) (c) (d) (e) 35dB (e) 50dB (a) meia potência, (b) equivalente de ruído, (c) nulo a nulo, (d) 99% de potência, (e) por limitação de nível a 35dB e 50dB 35 Instituto Nacional de Telecomunicações As possíveis medidas da largura de faixa (a) BW de meia potência - BW entre os pontos onde |Gx(f)| cai de 3dB em relação ao pico. (b) BW equivalente de ruído - tem como referência a potência equivalente de ruído no sistema. Seja uma fonte de ruído com densidade espectral de potênci N 0 /2 conectada a um filtro passa baixas qualquer com resposta em freqüência H ( f ). (1) a potência de ruído na saída desse filtro valerá : ∞ N OUT = ∫ G Y ( f )df = −∞ ∫ ∞ −∞ ∞ G X ( f ) | H ( f ) |2 df = ∫ N 0 /2 | H ( f ) | 2 df −∞ ∞ N OUT = N 0 ∫ | H ( f ) | 2 df 0 Seja a mesma fonte conectada a um filtro passa baixas ideal com BW = f u e resposta à freqüência zero igual a H (0). ( 2) a potência de ruído na saída desse filtro valerá : N OUT = RY (0 ) = N 0 f u H 2 (0) (ver exeplo 1.2, p. 35) Igualando (1) e (2) resulta em BW ∫ = ∞ 0 | H ( f ) |2 df H 2 (0 ) 36 Instituto Nacional de Telecomunicações As possíveis medidas da largura de faixa (c) BW nulo a nulo - BW do lóbulo principal da densidade espectral de potência. Muito utilizado em comunicações digitais. (d) BW da fração de potência contida - BW com 99% (tipicamente) da potência do sinal contida nessa faixa. (e) BW por limitação de nível - BW entre os pontos onde |Gx(f)| cai de um determinado valor (tipicamente 3dB (meia potência), 35dB ou 50dB) em relação ao pico. (f) BW absoluta - Abstração, pois indica a BW entre os pontos a partir dos quais o |Gx(f)| = 0. 37 Instituto Nacional de Telecomunicações Sistemas em banda base Informação Digital Fonte de Informação Informação Textual Informação Analógica Formatação Amostrador Quantizador Codificador Dígitos binários Codificador de forma de onda (modulador) Transmissor Formas de onda dos pulsos Canal Formatação Informação Analógica Destino da Informação Informação Textual Filtro passa-baixas Decodificador Detetor de forma de onda Receptor Informação Digital 38 Instituto Nacional de Telecomunicações A relação mensagem/caracter/bit/símbolo Numa mensagem textual (seqüência de caracteres alfanuméricos), cada caracter é inicialmente codificado em uma seqüência de bits (códigos ASCII, EBCDIC, Baudot, etc). Grupos de k bits são combinados para formar M = 2k símbolos. Cada símbolo desse sistema M-ario é então codificado (mapeado) em uma das M formas de onda para transmissão. Se M = 2k ⇒ k = log 2M. Exemplo para M = 32 P E N S E Codificação de caracteres 000010 101000 011100 110010 101000 Mensagem Textual (código ASCII, 6 bits) Símbolos M - ários (M = 32) Formas de onda M - árias ( M = 32) 1 10 3 19 5 8 S1 (t) S10(t ) S3(t) S19(t ) S5(t) S8(t) 39 Instituto Nacional de Telecomunicações Formatação de sinais analógicos Teorema da amostragem: Um sinal “limitado em freqüência” e com energia finita, que não possui componentes de freqüência maiores que fm Hertz, pode ser totalmente descrito em termos de valores desse sinal (amostras) tomadas a intervalos regulares não superiores a 1/(2fm). Esse sinal pode ser completamente recuperado a partir do conhecimento dessas amostras à taxa não inferior a 2fm amostras/segundo. 40 Instituto Nacional de Telecomunicações Amostragem Ideal Seja x(t) um sinal contínuo no tempo (analógico) e X(f) a sua transformada X(f) de Fourier: x (t ) 1 ℑ{.} → t -fm f fm Nota: X(f) é considerada aqui como limitado em freqüência, apesar de na prática isso não acontecer. Seja xδ(t) uma seqüência de impulsos unitários e Xδ(f) a sua transformada de Fourier: X (f) xδ (t ) δ 1 t -2T s -Ts 0 Ts 2T s xδ (t ) = ∞ ∑ δ (t − nT ) s n = −∞ 11/Ts ℑ{.} -2f s -fs 1 Xδ( f ) = Ts f 0 fs 2fs ∞ ∑ δ( f − nf ) n = −∞ s 41 Instituto Nacional de Telecomunicações Amostragem Ideal A seqüência de amostras de x(t) pode ser visualizada assim: xs (t ) ℑ{.} … t 0 Ts 2Ts xs (t ) = x (t ) xδ (t ) ∞ = x(t ) . ∑ δ (t − nTs ) n= ∞ Xs(f ) 1 / Ts − fs … -fm X s( f ) = X ( f )∗ X δ ( f ) 1 = Ts f fm fs ∞ ∑ X ( f − nf ) n = −∞ s Observar que se fs < 2fm há sobreposição das “réplicas” espectrais de X(f) em Xs(f). Esse fenômeno é chamado ALIASING e a distorção por ele causada é chamada de ALIASING distortion. Assim a amostragem deve ser feita a fs ≥ 2fm ∴ fs = 2fm é a chamada Taxa de Nyquist. 42 Instituto Nacional de Telecomunicações Amostragem Ideal Observar que se xs(t) é filtrado com um filtro ideal com corte entre fm e fS - fm e ganho Ts obtém-se fielmente x(t): x s (t ) x (t) Filtro passa baixas ideal t 0 T s 2T s … − fs X(f) Xs( f ) 1 / Ts … -fm t Ts f fm -fc 1 fc “Filtro interpolador” -fm fm f fs Na prática, como os sinais não são limitados em freqüência, haverá o fenômeno do ALIASING, que poderá ser reduzido se antes de ser amostrado x(t) seja filtrado para reduzir os componentes de freqüência fora de uma faixa de interesse. Esse filtro é chamado Filtro Antialiasing. 43 Instituto Nacional de Telecomunicações Amostragem Real O Problema: Impossibilidade de geração de impulsos; pulsos muito estreitos são inadequados ao processo de conversão A/D. A solução: Trabalhar com pulsos mais largos. Método mais empregado: amostragem e retenção (Sample & Hold) Seja xs(t) convoluído com um pulso retangular p(t) de duração Ts e amplitude unitária: p (t ) xs (t ) xsh (t ) 1 Ts t * Ts t = Ts 2Ts t xsh (t ) = xs (t ) ∗ p(t ) 44 Instituto Nacional de Telecomunicações Amostragem Real xsh(t) é a representação do sinal contínuo x(t) amostrado com retenção (também chamado de retenção de ordem zero). Na prática a implementação da amostragem com retenção segue a idéia básica do chaveamento seguido da retenção de carga por um capacitor: Sample & Hold x(t ) t xsh (t ) T s 2Ts t 1/Ts 45 Instituto Nacional de Telecomunicações Amostragem Real Lembrando que uma convolução é igual o produto das transformadas: X sh ( f ) = X s ( f ) . P ( f )∴ P ( f ) = ℑ{p(t )} 1 X sh ( f ) = Ts sen πfTs X ( f − nf ) T . exp ( − j π f T 2 ) ∑ s s s πfTs n = −∞ ∞ 1 X sh ( f ) = Ts sen πfTs ∑ X ( f − nf s ) Ts πfT n = −∞ s ∞ onde TSsen(πfTS)/πfTS representa uma distorção de amplitude de Xsh(f) em relação a Xs(f): 1 / Ts | P( f ) | TS | X S( f )| … … x f − fs fs f − 1 / TS 1 / TS | X sh ( f ) | 1 = f − fs fs 46 Instituto Nacional de Telecomunicações Amostragem Real Na prática, para compensar a distorção causada pelo processo de amostragem e retenção de ordem zero utiliza-se, na reconstrução do sinal, um filtro com características inversas a P(f), ou seja: πfTs , − fm ≤ f ≤ fm X ( f ) = X s ( f )P( f )P ' ( f ) = X sh ( f )P ' ( f )∴ P ' ( f ) = sen πfTs 0 fora | P'( f ) | | X sh ( f ) | 1 | X( f )| 1 = x − fs − fm fm fs f 1 − fm fm f − fm fm f | P' ( f ) | O formato do filtro P’(f), chamado Filtro de Reconstrução com Correção (ou Equalização) do Tipo senx/x, na prática se assemelha a: 1 fm f 47 Instituto Nacional de Telecomunicações A corrupção do sinal ao longo do sistema de comunicação Dentre as principais causas destaca-se: ruído de quantização, saturação ou clipping do quantizador (quando existir), jitter de temporização, ruído do canal e interferência intersimbólica. Quantização : Processo através do qual os infinitos valores das amostras de um sinal são reduzidos a um número finito destes, para posterior codificação. 48 Relação sinal-ruído de quantização Instituto Nacional de Telecomunicações O “ruído” de quantização ocorre devido à diferença entre o valor real da amostra e seu valor quantizado. O erro máximo de quantização é de metade do intervalo de quantização: emax = ±q / 2 Supondo uma F.D.P. uniforme para a distribuição do erro de quantização: p(e ) q2 1 Variância do erro : σ = ∫ e p( e)de = ∫ e de = = potência média q −q / 2 −q / 2 12 2 e 1/q q/ 2 2 q/2 2 normalizada do ruído de quantização (não depende da amplitude do sinal). -q/2 q/2 e Relação sinal - ruído ( S N ) q : assumindo um sinal de média nula, a variância = potência média = σ 2x . ( S N ) q = 10 log σ 2x σ 2 e = 10 log { [(2Vp 2 ( S N ) q = 10 log σ 2x σ 2x 2 ( q 12) ) B +1 2 ]} 12 ⇒ , mas q = 2Vp L = 2Vp 2 B +1 , onde B + 1 = nº de bits do A/D. ( S N ) q = 6. 02 B + 10.8 − 20 log(Vp σ x ) dB 49 Instituto Nacional de Telecomunicações Relação sinal-ruído de quantização Observar que a relação (S/N)q aumenta com o aumento de L (aumento de B). Vp/σx é chamado Fator de Pico (relação entre o valor de pico do sinal e seu valor rms). Se Vp/σx é baixo, (S/N)q sobe, mas aumenta a probabilidade de ocorrência de clipping mais severo (que causa maior distorção no sinal) Se Vp/σx é alto, (S/N)q diminui mas a ocorrência de clipping severo diminui. Como tanto uma baixa (S/N)q e a ocorrência de clipping são prejudiciais, deve-se buscar uma solução de compromisso que maximize a qualidade do sinal a ser quantizado/codificado. Às vezes deve-se permitir um certo grau de clipping de forma que a relação sinal-ruído não fique muito baixa. Esse procedimento é tomado quando o Fator de Pico do sinal a ser quantizado/codificado é alto. Outra dica que o Fator de Pico nos dá se refere à escolha do tipo de quantização mais adequado, se uniforme ou não uniforme, como abordado mais adiante. Exemplo de alguns sinais e seus Fatores de Pico típicos: senóide: Vp/σx = 21/2 ; voz (telefonia): Vp/σx = 5.5 ; alguns sinais de música: Vp/σx = 4. 50 Instituto Nacional de Telecomunicações Modulação por Código de Pulso - PCM Sinal banda-base obtido pela codificação (representação) de cada amostra quantizada de um sinal em uma palavra digital. 51 Instituto Nacional de Telecomunicações Quantização Uniforme e Não Uniforme Um problema: na quantização uniforme, como os intervalos de quantização são uniformemente distribuídos ao longo da faixa dinâmica do quantizador, sinais de menores amplitudes sofrerão maiores efeitos do erro de quantização, ou seja, a relação sinal-ruído (S/N)q é menor para sinais de pequena amplitude e maior para sinais de maiores amplitudes. Um fato: as estatísticas de um sinal de voz revelam que suas magnitudes são exponencialmente distribuídas, ou seja: Probabilidade de x ser excedido 1 0.88 Sinais de pequena intensidade são predominantes (grande Fator de Pico), o que inviabiliza a quantização desse sinal (e similares estatisticamente) de maneira uniforme. 0.75 0.63 0.5 0.38 0.25 0.13 0 0 0.4 0.8 1.2 1.6 2 2.4 2.8 3.2 3.6 Magnitude em relação ao valor rms (x) 4 52 Instituto Nacional de Telecomunicações Quantização Uniforme e Não Uniforme Uma solução: sinais com elevado fator de pico devem ser quantizados de maneira não uniforme, com intervalos de quanização menores para as menores amplitudes e vice-versa. Dessa forma procura-se manter a relação sinal-ruído de quantização aproximadamente constante em toda a faixa dinâmica do sinal de entrada do quantizador, pois menores amplitudes vão ser afetas pelo erro de quantização menos que as maiores. Uma solução equivalente: amplificar as pequenas amplitudes mais que as grandes amplitudes - compressão, de forma que mais níveis de quantização sejam “cortados” por esses sinais menores quando aplicados a um quantizador uniforme. Em outras palavras, sinais de pequena amplitude vão poder ser representados por um número maior de níveis de quantização que os de grande amplitude. Na recuperação do sinal o processo inverso é realizado - expansão. A compressão e a expansão formam o que é conhecido como compansão. 53 Leis de compressão Instituto Nacional de Telecomunicações Lei µ: - padrão nos Estados Unidos. Valor padrão µ = 255. Segue a lei e a correspondente curva de compressão: 1 y = ymax ln(1 + µ(| x | xmax ) sgn( x) ln(1 + µ) 1 para x ≥ 0 sgn( x) = − 1 para x < 0 y( 255) 0.8 y max y( 5 ) 0.6 y max 0.4 y( 0.01 ) y max 0.2 0 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 x x max Lei A: - padrão na Europa (e usada no Brasil). Valor padrão A = 87.6 Segue a lei e a correspondente curva de compressão: 1 A(| x | xmax ) |x| 1 y sgn( x ) para 0 < ≤ max 1 + ln( A) xmax A y= 1 + ln[ A(| x | xmax )] 1 |x| y max sgn( x ) para < ≤1 1 + ln( A) A xmax y( 87.6 ) 0.8 y max y( 5 ) 0.6 y max 0.4 y( 1 ) y max 0.2 0 0 0.2 0.4 0.6 x x max 0.8 1 54 Instituto Nacional de Telecomunicações Transmissão em banda-base Após a codificação, cada bit (ou símbolo) deve ser representado por uma forma de onda adequada ao meio de transmissão. Na recepção uma decisão deverá ser tomada (0 ou 1?) em função da energia do pulso recebido. Os tipos de forma de onda, às vezes chamados de códigos de linha, mais comuns estão listados a seguir. Os detalhes e aplicações de cada tipo mencionado podem ser encontrados nas páginas 79 a 83 do livro texto. Nonreturn-to-zero (NRZ) Return-to-zero (RZ) Códigos por fase Códigos multinível 55 Instituto Nacional de Telecomunicações Exemplos de formas de onda em banda-base 56 Instituto Nacional de Telecomunicações A escolha da forma de onda adequada deve levar em conta: • Componente DC - elimina-la pode ser interessante, por exemplo para se ter acoplamento AC e em sistemas com pequena resposta a baixas freqüências, como meios magnéticos. • Sincronismo - quanto mais transições o código tiver, independente da seqüência a ser codificada, mais fácil recuperar o clock na recepção. • Detecção de erros - alguns códigos permitem a detecção de erros sem a adição de codificação de canal (específica para detectar e corrigir erros). • Largura de faixa - quanto maior a taxa atingível em uma determinada largura de faixa disponível, melhor. • Codificação diferencial - permite detecção baseada na observação de símbolos consecutivos e não no valor absoluto destes (Capítulo 3). • Ruído - alguns códigos são mais imunes a ruído que outros. 57 Instituto Nacional de Telecomunicações Características espectrais de algumas das formas de onda em banda-base 58 Instituto Nacional de Telecomunicações Detecção de sinais binários sob ruído gaussiano Sejam os símbolos transmitidos: O sinal recebido será: s1 (t ) ou s2 (t ) Σ AWGN r (t ) Filtro Linear h( t ) s1 (t ) para bit 1, 0 ≤ t ≤ T si (t ) = s2 (t ) para bit 0, 0 ≤ t ≤ T r (t ) = si (t ) + n(t ) ∴ n(t ) ≡ AWGN sˆi (t ) z (t ) z = ai + n0 Decisão amostra em t = T O filtro h(t): um filtro casado ou correlator (ver mais adiante). z: variável de decisão = amostra de sinal + amostra de ruído. sˆi (t ) : sinal estimado. n0 é uma variável aleatória (amostras de um processo aleatório) gaussiana e de média nula. z: é uma variável aleatória de média a1 ou a2 (dependendo se s1(t) ou s2(t) foi enviado). 59 Instituto Nacional de Telecomunicações Detecção de sinais binários sob ruído gaussiano Sendo z gaussiana de média a1 ou a2 condicionada ao envio de s1(t) ou s2(t), as F.D.P. condicionais dessa variável de decisão são: ( z − a1 ) 2 1 p( z | s1 ) = exp − e 2 2σ 2 πσ ( z − a2 ) 2 1 p ( z | s2 ) = exp − 2 2 σ 2 πσ que são chamadas funções de verossimilhança (likelihood) de s1 ou s2. p( z | s 2 ) p( z | s1 ) z a2 γ a1 60 Instituto Nacional de Telecomunicações Detecção de sinais binários sob ruído gaussiano O próximo passo é a decisão: escolha H1 (hipótese 1 => s1 foi transmitido) ou H2 (hipótese 2 => s2 foi transmitido) de acordo com o limiar de decisão γ. H1 z > < γ ∴ se z = γ decida arbitraria mente H2 Um critério de decisão pode ser aquele que minimize a probabilidade de erro, ou seja: decida por s i se Pr( si ter sido enviado | z ) > Pr(s k ter sido enviado | z ) para k ≠ i. Esse é o chamado CRITÉRIO MAP (Maximum - a - posteriori). Há a necessidade do receptor conhecer Pr( si ) - probabilid ades a - priori. 61 Instituto Nacional de Telecomunicações Detecção de sinais binários sob ruído gaussiano O critério MAP pode ser assim escrito: H1 Pr(s1 | z) > < Pr(s2 | z ) ∴ se iguais decida arbitraria mente H2 Usando o Teorema de Bayes pode-se escrever: Pr(s1 | z) = p ( z | s1 ) Pr(s1 ) e Pr(s2 | z ) = p ( z | s2 ) Pr( s2 ) H1 ⇒ p ( z | s1 ) > Pr(s2 ) onde Pr( s1 ) e Pr(s2 ) são as probabilid ades a - priori p ( z | s2 ) < Pr(s1 ) H2 62 Instituto Nacional de Telecomunicações Detecção de sinais binários sob ruído gaussiano Então, para sinais igualmente prováveis de (uniformemente distribuídos) o critério MAP se reduz a: serem enviados decida por s1 se p ( z | s1 ) > p ( z | s 2 ) e por s 2 se p ( z | s 2 ) > p ( z | s1 ); decida arbitraria mente se p ( z | s1 ) = p ( z | s1 ). e tem-se o limiar de decisão centralizado em relação às médias das F.D.P, ou seja γ = (a1+a2)/2. Esse critério é chamado CRITÉRIO ML (Maximum Likelihood) ou critério de Máxima Verossimilhança. Por exemplo, se a1= -a2 (sinalização antipodal) => γ = 0 e a decisão é feita em favor de s1 se z > 0 ou s2 se z < 0. Nota: estudar apêndice B do livro texto para mais detalhes sobre essa teoria. 63 Instituto Nacional de Telecomunicações Detecção de sinais binários sob ruído gaussiano Probabilidade de erro de bit: soma de todas as probabilidades que levam à condição de erro. γ ∞ −∞ γ PB = Pr(erro | s1 ) Pr(s1 ) + Pr(erro | s2 ) Pr( s 2 ) = ∫ p ( z | s1 )dz Pr(s1 ) + ∫ p ( z | s 2 )dz Pr(s 2 ) Se Pr( s1 ) = Pr(s 2 ) = 1 2 e devido à simetria da F.D.P gaussiana : PB = Pr(erro | s1 )1 2 + Pr(erro | s 2 ) 1 2 = Pr(erro | s1 ) ou Pr(erro | s 2 ) = ∫ ∞ γ= a1 + a 2 2 p ( z | s 2 ) dz Essa integral não tem solução analítica fechada e é calculada numericamente através da Função Erro Complementar Q(x) ou de uma função equivalente. Essa função, para vários valores do argumento, é apresentada através de tabelas ou gráficos, muitas vezes denominados Função de Probabilidade Gaussiana (ver Apêndice B do livro texto). a −a PB = Q 1 2 2σ 0 64 Instituto Nacional de Telecomunicações O Filtro Casado & o Correlator Objetivo: implementar no receptor um filtro linear que forneça em sua saída a máxima relação sinal-ruído (ver Fig. 2.24, p.83 do livro texto) e assim colabore para que a probabilidade de erro de bit seja minimizada. O Filtro Casado: tem a resposta ao impulso Ks (T − t ) , 0 ≤ t ≤ T h(t ) = 0 , em caso contrário ou seja, a resposta ao impulso é a imagem espelhada do pulso de transmissão, deslocada de um intervalo de símbolo T (ver desenvolvimento no item 2.9.2., p. 88 do livro texto). O Correlator: também maximiza a relação sinal-ruído em sua saída e é, portanto, equivalente ao filtro casado. Com ele tem-se o cálculo da correlação entre o sinal recebido r(t) e o sinal igual à forma de onda do sinal transmitido s(t), no intervalo de símbolo correspondente: z=∫ t +T t r (t ) s(t )dt 65 Instituto Nacional de Telecomunicações Aplicação do Filtro Casado e do Correlator Vimos que o limiar ótimo de decisão é γ = (a1 + a2)/2 e que a probabilidade de erro de bit é PB = Q[(a1 - a2)/2σ0]. O filtro do receptor também deve ser escolhido para minimizar a PB , ou seja, maximizar (a1 - a2)/2σ0 ou, equivalentemente, maximizar (a1 - a2)2/σ02. Sabemos que a 1 - a2 é a diferença entre as componentes de sinal na saída do filtro e, portanto, (a1 a2)2 é a potência instantânea dessa diferença. Se h(t) é casado com s1(t) - s2(t) , a relação sinal-ruído instantânea (no instante T) vale: (S/N)T = (a1 - a2)2/σ02 = 2Ed/N0 (pode-se provar), onde Ed é a energia da diferença entre as componentes de sinal na entrada do filtro e N0 /2 é a densidade espectral de potência de ruído. Assim a probabilidade de erro de bit PB = Q[(a1 - a2)/2σ0] dependerá da potência de ruído e da diferença de energia entre os sinais recebidos: Ed PB = Q 2N 0 66 Instituto Nacional de Telecomunicações Exemplo de aplicação do Filtro Casado ou do Correlator si( t) si (t ) = A ⇒ 1 Sinal unipolar: t si (t ) = 0 ⇒ 0 Integrate & Dump r (t ) O correlator: X s (t ) = s1( t ) − s 2 (t ) = A T ∫ T 0 (⋅)dt Slicer z (t ) γ z Taxa 1 / T sˆi (t ) Decisão { T z = ∫ r (t ) s(t )dt ∴para r (t ) = s1 (t ) + n (t ) ⇒ Ε{z} = a1 = Ε ∫ [ A + n(t )] Adt 0 =A PB = Q 0 } a1 + a 2 A 2T T , pois Ε{n(t )} = 0. Para r (t ) = s2 (t ) + n(t ) ⇒ a 2 = 0 ⇒ γ = = . 2 2 A2T Eb Ed A2T + 0 A2T = = Q = Q ∴ Eb = energia média por bit = 2N 0 2 N N 2 2 0 0 2 67 Instituto Nacional de Telecomunicações Exemplo de aplicação do Filtro Casado ou do Correlator s i(t) Sinal bipolar (antipodal): X r (t ) O correlator: si (t ) = A ⇒ 1 t ∫ T 0 (⋅)dt s1 (t ) = A s 2 (t) = − A X z1 (t ) Σ ∫ T 0 si (t ) = − A ⇒ 0 (⋅) dt z 2 (t ) z (t ) z γ sˆi (t ) Taxa 1 / T Se s1 (t ) = − s2 (t ) ⇒ γ = 0 . Para s1 (t ) = A e s2 (t ) = − A ⇒ Ed = ( 2 A) 2 T e 2 A 2T Ed A2T + [( − A) 2 T ] 2 Eb = = A T ⇒ PB = Q = Q 2 N 0 2 N0 2 Eb = Q N 0 68 Instituto Nacional de Telecomunicações Exemplo de aplicação do Filtro Casado ou do Correlator 1 PROBABILIDADE DE ERRO DE BIT Comparação entre o desempenho em termos de taxa de erro de bit entre as sinalizações em banda-base unipolar e bipolar. Note um fator de 2 (3dB) de superioridade da sinalização antipodal em relação à sinalização unipolar, conforme previsto nas respectivas expressões para a probabilidade de erro PB. 0.1 0.01 1 10 1 10 1 10 1 10 1 10 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 10log(Eb/No) Sinalização Antipodal Sinalização Unipolar 69 Instituto Nacional de Telecomunicações Transmissão Multinível em banda-base Objetivo: reduzir a BW (largura de faixa) do sinal transmitido ou aumentar a taxa de bits em uma determinada BW. Solução: transmitir mais de dois símbolos (M > 2) e assim ter cada símbolo transportando k = log2M bits. O problema: o receptor terá mais dificuldade de distinguir um número maior de níveis (símbolos). O preço pago: para a mesma performance da sinalização binária, a sinalização multinível necessita maior potência de transmissão, o que implica em maior energia da diferença entre os vários símbolos. Na sinalização binária tem-se a possibilidade de uma potência de transmissão menor, mas para uma dada taxa de bits é necessária uma maior BW que a sinalização multinível. Como resolver o impasse: solução de compromisso, que leva em conta se o sistema é limitado em potência ou em largura de faixa. 70 Interferência Intersimbólica Instituto Nacional de Telecomunicações Definição: sobreposição de pulsos vizinhos no lado da recepção, no momento da decisão. Essa sobreposição faz com que pulsos diferentes daquele que se está pretendendo estimar influam na variável de decisão e assim causem erros no processo de estimação do sinal transmitido. Principal causa: dispersão temporal (alargamento dos pulsos) causada pelo canal de comunicação por limitação em freqüência e/ou diferentes tempos de propagação para as componentes de freqüência do sinal.. Diagrama de Olho Diagrama de Olho 1.5 1.5 1.0 1.0 .5 .5 0 0 -.5 -.5 -1.0 -1.0 -1.5 -1.5 0 .02 .04 .06 .08 .1 Time (sec) .12 .14 .16 .18 .2 0 .02 .04 .06 .08 .1 Time (sec) .12 .14 .16 .18 .2 71 Interferência Intersimbólica Instituto Nacional de Telecomunicações Diagrama de Olho: representação gráfica que permite a visualização da interferência intersimbólica e de aspectos relativos ao jitter ou desvios de fase do sinal. Corresponde à sobreposição de símbolos consecutivos em um gráfico. Um diagrama de olho “fechado” no sentido vertical sinaliza a existência de interferência intersimbólica e dá informação sobre a margem de ruído suportada pelo sistema. Quando fechado no sentido horizontal pode sinalizar também a existência de jitter ou desvio de fase. Esse jitter ou desvio de fase impõe restrições quanto ao instante ideal de amostragem do sinal. Mais preciso deve ser o instante de amostragem se o fechamento do olho em relação ao instante ideal de amostragem é mais acentuado. Diagrama de Olho Diagrama de Olho 1.50 1.50 1.25 1.25 1.00 1.00 .75 .75 .50 .50 .25 .25 0 0 -.25 -.25 -.50 0 .02 .04 .06 .08 .1 Time (sec) .12 .14 .16 .18 .2 -.50 0 .02 .04 .06 .08 .1 Time (sec) .12 .14 .16 .18 .2 72 Interferência Intersimbólica Instituto Nacional de Telecomunicações Critério de Nyquist para IIS nula: em 1928, Nyquist demonstrou que para não haver interferência intersimbólica a resposta ao impulso conjunta do filtro de transmissão, canal e filtro de recepção deveria ser nula em todo instante múltiplo inteiro do inverso da taxa de sinalização RS . Nyquist ainda demonstrou que a mínima largura de banda que atende a esse critério é RS/2, ou seja, para que não haja IIS, a mínima largura de banda teórica que um sinal à taxa RS símbolos por segundo pode ocupar é RS/2 Hertz. Essa situação significa a se ter o conjunto filtro Tx, canal e filtro Rx com resposta igual à de um filtro ideal com corte em RS/2 Hertz, ou seja: h (t ) = ht (t ) ∗ hc (t ) ∗ hr (t ) H ( f ) = Ht ( f ) Hc ( f ) H r ( f ) 1 Ts ℑ−1{⋅} … − 1 R =− s 2Ts 2 1 R = s 2Ts 2 … − 2Ts − Ts Ts 2Ts ht (t ), hc (t ) e hr (t ) são as respostas ao impulso do filtro de transmiss ão, canal e filtro de recepção, respectiva mente e h (t ) é a resposta ao impulso conjunta. 73 Interferência Intersimbólica Instituto Nacional de Telecomunicações Largura de faixa mínima de Nyquist: é justamente a mínima largura de banda que atende ao critério de IIS nula, correspondente a RS/2 e que, por se basear em uma resposta em freqüência igual à de um filtro ideal, não pode ser alcançada na prática. A figura a seguir ilustra uma sucessão de pulsos com taxa RS e limitados em freqüência em RS/2, correspondente à seqüência de símbolos 11-11. Verificase que, apesar de terem grandes durações (teoricamente infinitas) estes pulsos não se interferem nos instantes ótimos de amostragem. 1 1 1 … … − 2Ts − Ts 0 Ts 2Ts -1 74 Instituto Nacional de Telecomunicações Interferência Intersimbólica Resposta em freqüência com simetria vestigial: a resposta ideal e, dessa forma, os pulsos do tipo senx/x não são realizáveis. Deve-se aumentar a largura de faixa além da mínima prevista por Nyquist e pode-se provar que toda resposta em freqüência que possui simetria vestigial em torno de RS/2 satisfaz ao critério de Nyquist para IIS nula. Muitos desse espectros levam a formatos de pulsos realizáveis. O espectro Cosseno Elevado: é uma das respostas em freqüência com simetria vestigial em torno de RS/2. A transformada inversa de Fourier desse espectro é chamada Pulso Cosseno Elevado (Raised Cosine) e esse tipo de formato de pulso é largamente utilizado na prática. 1, | f | < 2W0 − W π | f | +W − 2W0 , 2W0 − W < | f | < W H ( f ) = cos2 4 W − W 0 0, | f | > W onde W é a largura de faixa absoluta e W0 = 1 2Ts = Rs 2 é a largura de faixa mínima de Nyquist. A diferença (W − W0 ) é chamada de largura de faixa de excesso e r = (W − W0 ) W0 é o Fator de Roll-off . 0 ≤ r ≤ 1 ⇒ se r = 0 a largura de faixa absoluta W = W0 e se r = 1 a largura de faixa absoluta W = 2W0 . 75 Interferência Intersimbólica Instituto Nacional de Telecomunicações O espectro & o pulso Cosseno Elevado: a figura abaixo ilustra a simetria vestigial do espectro cosseno elevado e o seu formato para alguns valores do fator de roll-off r. O pulso cosseno elevado também é mostrado para alguns valores de roll-off. Pode-se verificar o excesso de largura de faixa em relação à largura de faixa mínima de Nyquist com o aumento de r e a inexistência de interferência intersimbólica proporcionada pelos pulsos cosseno elevado, pois os mesmos têm valor nulo em múltiplos inteiros do intervalo de sinalização. Na prática, se o canal de comunicação tem resposta plana dentro da faixa ocupada pelo sinal, para que h(t) corresponda ao pulso cosseno elevado, os filtros de transmissão e recepção devem ter como resposta em freqüência a raiz quadrada do espectro cosseno elevado. Essas respostas desses filtros são conhecidas como Raiz de Cosseno Elevado (Root Raised Cosine). h ( t ) = ht ( t ) ∗ hc (t ) ∗ hr (t ) H ( f ) = Ht ( f ) H c ( f ) H r ( f ) Ts r=0 1 r = 0. 5 r =1 − Rs − Rs 2 Rs 2 Rs r =0 r = 0.5 r =1 ℑ−1{⋅} … − 2Ts − Ts Ts … 2Ts 76 Interferência Intersimbólica Instituto Nacional de Telecomunicações O pulso raiz de cosseno elevado x diagrama de olho: a figura abaixo ilustra a o diagrama de olho para uma seqüência de símbolos bipolares aleatórios com formato raiz de cosseno elevado para dois valores do fator de roll-off. Eye Diagram Eye Diagram 1.50 1.50 1.25 1.25 1.00 1.00 .75 .75 .50 .50 .25 .25 0 0 -.25 -.25 -.50 -.50 0 .02 .04 .06 .08 .1 .12 .14 .16 Time (sec) Fator de Roll − off = 0 .18 .2 0 .02 .04 .06 .08 .1 .12 .14 .16 .18 .2 Time (sec) Fator de Roll − off = 1 Observa-se que, apesar de ocupar uma largura de faixa maior, uma seqüência de pulsos com maior fator de roll-off permite um maior desvio nos instantes de amostragem no receptor que aquela com menor fator de roll-off . 77 Instituto Nacional de Telecomunicações Interferência Intersimbólica x Equalização A interferência intersimbólica, se analisada no domínio da freqüência, pode ser percebida pela atenuação de certas componentes de freqüência do sinal (que faz com que os pulsos recebidos tenham maior duração que os transmitidos) ou pelo comportamento de fase não linear do canal (que faz com que as componentes de freqüência do sinal não tenham o mesmo tempo de propagação e também causem um espalhamento temporal dos pulsos). O Equalizador é o elemento que tem por função compensar essas distorções de amplitude e/ou fase do sinal e, assim, reduzir tanto quanto possível o nível de IIS. Os equalizadores podem ser fixos ou adaptativos. No caso dos fixos sua curva de resposta em freqüência (magnitude e fase) é fixa. No grupo dos equalizadores adaptativos se encaixam os que ajustam sua curva de resposta em freqüência ao canal no início e em pausas de uma transmissão, através das chamadas seqüências de treinamento. Outros equalizadores adaptativos usam a seqüência de treinamento no início da transmissão e ao longo desta se adaptam continuamente às variações do canal. 78 Instituto Nacional de Telecomunicações Sinalização de Resposta Parcial Definição: sinalização multinível que tem por objetivo tornar realizável a transmissão de um sinal à taxa de RS símbolos por segundo em uma banda de RS/2 Hertz. De forma mais genérica, essa sinalização necessita 1/(1 + r) da banda necessária à uma sinalização binária - r é o roll-off do filtro. Outros nomes afins: Sinalização Duobinária, Sinalização Polibinária e Codificação Correlativa. A implementação: através de introdução de interferência intersimbólica controlada. O sinal digital, antes de transmitido, é pré-codificado diferencialmente e posteriormente filtrado por um Filtro Cosseno (Cosine Filter). Na recepção, por ser determinística, toda interferência intersimbólica introduzida no transmissor é retirada através de adequada regra de decodificação. O preço a pagar: por se tratar de uma sinalização multinível, é sabido que a performance será inferior à de uma sinalização binária, pois, como já citado, ter-se-á um número maior de níveis a detectar (para um desempenho eqüivalente a relação sinal-ruído deverá ser acrescida de cerca de 2.5 dB). 79 Sinalização de Resposta Parcial - Modelo Instituto Nacional de Telecomunicações Filtro ideal Filtro digital {xk } XOR wk ∈ {± 1} ∈ {0,1} Σ − wk −1 ∈ {0,1} Atraso T segundos 1 2T 1 2T Σ f Ruído AWGN wk −1 ∈ {± 1} {x̂k } {ŷk } Canal T yk Decodificador t = kT Amostrador { } Exemplo : x k = 0 0 1 0 1 1 0 Seqüência precodific ada : wk = x k ⊕ wk −1 = 0 0 1 1 0 1 1 { } Seqüência bipolar : w k = − 1 − 1 + 1 + 1 − 1 + 1 + 1 Regra de codificação : yk = wk + wk −1 = −2 0 + 2 0 0 + 2 Regra de decodificação : Se yˆ k = ±2, decida por xˆ k = binário zero; Se yˆ k = 0, decida por xˆ k = binário um. { } Seqüência decodificada : xˆ k = 0 1 0 1 1 0 Nota: os pulsos xk e wk têm duração muito pequena e amplitude A, tal que, por exemplo, xk = Aδ(t - kT). 80 Instituto Nacional de Telecomunicações Sinalização de Resposta Parcial - Implementação A função de transferência equivalente He( f ), do Filtro digital H1( f ) em cascata com o Filtro ideal H2( f ) vale He ( f ) = H1( f )H2( f ): he (t ) 4π 1 H e ( f ) = H1 ( f ) H 2 ( f ) = (1 + e − j 2 πfT )T , f < 1 2T e 0 fora H e ( f ) = T ( e jπfT + e − jπfT )e − jπfT = 2T (e jπfT + e − jπfT 2)e − jπfT sinc [(t − T )/ T ] sinc (t / T ) … ⇒ H e ( f ) = 2T cos πfT , f < 1 2T e 0 fora … t -T T 2T H e ( f ) é chamado Filtro Cosseno e he (t ) = sinc(t / T ) + sinc[(t − T ) / T ] Filtro Cosseno {x k } XOR wk ∈ {± 1} ∈ {0,1} wk −1 ∈ {0,1} He ( f ) − Atraso T segundos 1 2T Canal 2T 1 2T f Σ Ruído AWGN {x̂k } {ŷ k } t = kT Decodificador Amostrador 81 Instituto Nacional de Telecomunicações Sinalização de Resposta Parcial - Implementação Comparando a sinalização dada como exemplo (Sinalização Duobinária) com a Sinalização Binária, pode-se destacar os pontos principais: • A técnica Duobinária introduz correlação entre as amplitudes de pulsos equivalentes; na sinalização Binária tais amplitudes são independentes. • Há introdução de interferência intersimbólica controlada; essa interferência afeta somente um pulso vizinho (ver resposta ao impulso do filtro cosseno) e pode ser extraída na recepção, durante o processo de decodificação. • Como já mencionado, o preço a ser pago pela possibilidade de transmissão de um sinal à taxa de RS símbolos por segundo em uma banda de RS/2 Hertz é a necessidade de aumento na potência de transmissão devido ao aumento do número de níveis a serem detectados. Uma sinalização M-ária qualquer, quando convertida na sinalização Polibinária resulta em (2M - 1) níveis. 82 Instituto Nacional de Telecomunicações Objetivo revisitado Proporcionar aos participantes uma abordagem dos conceitos previstos pelo conteúdo do curso de forma que essa abordagem resulte na formação de sólida base para o estudo das comunicações digitais. ESPERO QUE ESSE OBJETIVO TENHA SIDO ALCANÇADO. Obrigado e um abraço a todos !!!! DAYANI - [email protected] 83