19º CONGRESSO PORTUGUÊS DE OBESIDADE Textos

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19º CONGRESSO PORTUGUÊS DE OBESIDADE Textos
19º CONGRESSO PORTUGUÊS DE OBESIDADE
Textos das Comunicações Orais e Posters
Resumos Premiados
COMUNICAÇÕES ORAIS
CO1
Razão cintura-estatura como discriminador do estado inflamatório em crianças
Edmar Mendes, Alynne Andaki, Amanda Santos, Juliano Guedes, Jorge Mota
Universidade do Porto
Universidade Federal de Viçosa
[email protected]
Objetivo: Avaliar a eficácia da razão cintura-estatura (RCE) como discriminador do estado inflamatório de
risco em crianças. Métodos: Participaram do presente estudo 94 crianças (46 meninos, idade entre 9 a 11
anos, eutrofia n = 48, sobrepeso n = 25 e obesidade n = 21). Circunferência de cintura (ponto médio entre
a última costela e a crista ilíaca) e estatura foram obtidas segundo normas padronizadas. Coleta de
sangue foi realizada para dosagem dos níveis circulantes de citocinas inflamatórias (IL-6, TNF-alfa e MCP1). O percentil 75 para cada citocina foi utilizado como ponto de corte para discriminar o estado
inflamatório de risco, como previamente reportado em outros estudos. Com base na análise da curva
Receiver Operating Characteristic (ROC), o RCE ≥ 0.51 foi acurado para discriminar crianças com níveis de
IL-6 [área sob a curva ROC (AUC) = 0.985, 95% CI (0.935-0.999), p < 0.0001, sensibilidade (SE) = 100%,
especificidade (ES) = 91.55%, razão de verossimilhança (+LR) = 13.23, -LR = 0.045], TNF-alfa [AUC = 0.963
(0.902-0.991), p < 0.0001, SE = 95.83%, ES = 92.75%, +LR = 13.23, -LR = 0.045] e MCP-1 [AUC = 0.978
(0.923-0.997), p < 0.0001, SE = 100%, ES = 91.55%, +LR = 11.83, -LR = 0.00] abaixo do percentil 75
daquelas com níveis de citocinas acima do percentil 75. Conclusão: O uso do RCEst ≥ 0.51 apresentou boa
acurácia em discriminar crianças com estado inflamatório de risco.
Palavras-Chave: antropometria obesidade crianças inflamação
CO2
Referências antropométricas para crianças e jovens dos 6 aos 18 anos de idade da Região Autónoma da
Madeira
Bruno Sousa, Bruno Oliveira, José Nunes, Maria Daniel V. de Almeida
Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto
[email protected]
Introdução: A avaliação nutricional e do crescimento requerem dados de referência antropométricos
atualizados e que reflitam a população a avaliar. O objetivo deste estudo foi desenvolver referências
antropométricas para crianças e jovens da Região Autónoma da Madeira (RAM) com idades entre os 6 e
os 18 anos. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, realizado entre maio de 2004 e junho de 2009,
com uma amostra representativa de 6987 crianças e jovens, 3552 raparigas e 3455 rapazes. Foram
avaliados o peso, a estatura, o perímetro da cintura (PC), o perímetro do braço (PB) e a prega cutânea
tricipital (PCT) e, a partir destes, calculadas as referências para o peso, estatura, índice de massa corporal
(IMC), PC, PC/Estatura, PB, PCT, perímetro muscular do braço (PMB), área total do braço (ATB), área
muscular do braço (AMB), área gorda do braço (AGB) e índice de gordura do braço (IGB) por idade e sexo.
As curvas de percentis e de z-scores suavizadas foram construídas usando o procedimento estatístico
LMS. Resultados: Analisando as diferenças entre sexos, verificamos que os valores dos rapazes são
superiores, particularmente a partir dos 13 anos para a maioria dos parâmetros antropométricos,
contudo para a PCT, AGB e IGB as raparigas apresentam dados mais elevados. Comparando estes dados
com as referências atualmente em uso, observamos que os dados da RAM são superiores no peso e IMC,
e que no PB, PCT, ATB, AMB, AGB e IGB são superiores nas idades mais jovens e inferiores nas idades mais
avançadas. Para a estatura as diferenças não são de grande relevância e no PC estes dados são
semelhantes aos determinados para a população de Portugal Continental. Conclusões: Estas referências
constituem um novo instrumento de avaliação e monitorização do crescimento, do estado
Palavras-Chave: referências antropometria crescimento madeira
CO3
Aptidão cardiorrespiratória, não a atividade física, está associada com o desempenho escolar de
crianças e adolescentes
Tânia Oliveira, Manuela Costa, Jorge Mota, Gustavo Silva, Andreia Pizarro, José Ribeiro
Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer, Faculdade de Desporto
[email protected]
Introdução A atividade física (AF) é considerada uma componente fundamental de saúde. Em crianças e
adolescentes a promoção da AF é particularmente importante uma vez que está relacionada com a
diminuição do risco de obesidade e algumas doenças crónicas, melhora a aptidão física geral, em
particular a aptidão cardiorrespiratória (ACR), reduz o stress e a ansiedade e propicia o desempenho
escolar (DE). Como parte integrante da aptidão geral a baixa ACR está igualmente relacionada com a
obesidade, é considerada um marcador relevante na saúde cardiovascular, e estudos recentes mostram
que também está relacionada positivamente com o DE. No entanto, apesar da plausibilidade dos
argumentos neurofisiológicos, as evidências sobre a relação entre ACR, AF e DE continua fraca, fatores
confundidores precisam de ser considerados. O nosso objetivo foi contribuir para o debate, procurando
identificar uma associação entre a ACR, a AF e o DE. Métodos A amostra foi composta por 730 crianças e
adolescentes, 404 raparigas e 326 rapazes, entre os 6 e 18 anos. A ACR foi avaliada através do teste 20
metros Vai-vém de acordo com os procedimentos descritos no protocolo Fitnessgram e dividida por
quartis, a AF foi igualmente dividida por quartis e medida objetivamente através de acelerómetros
Actigraph, e o DE foi avaliado através dos registos escolares de todas as notas do final do ano letivo. Para
fins padronizados foram classificadas de 1 a 5, onde o 1=Mau e o 5=Muito Bom. Resultados O DE foi
positivamente relacionado com os níveis de ACR após o controle e ajuste das covariáveis na disciplina de
português (3,163±0,077) e na média do somatório da disciplina de matemática e português
(3,135±0,079), (p<0,05), contudo não houve diferenças nos níveis de AF relativamente ao DE, após ajuste
e não ajuste das covariáveis. Conclusões O sucesso escolar está associado a melhores níveis de ACR, o
aumento da AF diária parece não influenciar o DE e a ACR está positivamente correlacionada com o
MVPA. Projeto de Investigação suportado por: R
7
011; PTDC/DTP-DES/1328/2012
(FCOMP-01-0124-FEDER-028619); e Centro de Pesquisa apoiado por: FCT: UID/DTP/00617/2013
Palavras-Chave: Aptidão Cardiorrespiratória, Atividade Física, Desempenho Escolar
CO4
Novas tecnologias e obesidade: avaliação de crianças com obesidade pré-intervenção
Cátia Silva, Sónia Gonçalves, Pedro Saint-Maurice, Eva Conceição, Paulo Machado
Universidade do Minho
Iowa State University
[email protected]
INTRODUÇÃO: O recurso às novas tecnologias tem sido utilizado na área da promoção de
comportamentos saudáveis e na modificação de comportamentos de risco, tendo já demonstrado
resultados preliminares promissores em diversas populações. Como tal, o presente estudo foi
desenvolvido para avaliar a eficácia de um programa com recurso a novas tecnologias para crianças e
adolescentes com excesso de peso e obesidade em contexto hospitalar. O objectivo é promover
comportamentos saudáveis, nomeadamente a ingestão de frutas/vegetais, atividade física. Nesta fase,
serão apresentados resultados preliminares sobre o consumo de frutas e legumes, tempo de ecrã e
Atividade física em crianças e adolescentes com excesso de peso no início do tratamento, isto é, préintervenção. MÉTODOS: A amostra é composta por 107 crianças e adolescentes com idades
compreendidas entre os 8 e os 17 anos de idade (M=11.83, DP=2.3). O procedimento foi desenvolvido no
serviço de gastrenterologia e nutrição pediátrica do Hospital de Braga. Da amostra total, 41.1% eram
raparigas e 58.9% rapazes. RESULTADOS Os resultados mostraram que a maioria da amostra (67.3%) no
início do tratamento reportou que ingere frutas e legumes em 5 dias ou mais por semana. Relativamente
ao tempo de ecrã, 44.5% dos participantes passaram de 2 a 4 horas em frente ao ecrã. Finalmente, o
score total médio de atividade física apresentado por este grupo é de 2.58 (DP=0.72). Não foram
encontradas diferenças significativas em termos de género, grupos de idades (crianças vs. adolescentes)
ou grupos de intervenção no início do tratamento. CONCLUSÕES Os participantes com excesso de peso
demostraram nesta fase inicial baixos níveis de atividade física, comparados com amostra normativa,
assim como maior tempo passado em frente ao ecrã. Será posteriormente interessante avaliar
posteriormente o impacto do programa recurso as novas tecnologias na promoção destes
comportamento no contexto clínico.
Palavras-Chave: Obesidade Infantil, Novas tecnologias, alimentação saudável, Atividade física
CO5
Food behaviours and its association with obesity risk in female children
Aristides Machado-Rodrigues, Augusta Gama, Helena Nogueira, Victor Rosado, Isabel Mourão, Cristina
Padez
Universidade de Coimbra; ESEV-IPV
CIAS - University of Coimbra
Research Centre in Health and Human Development – UTAD
[email protected]
Background: Obesity prevalence has increased over recent decades, with WHO pinpointing childhood
obesity as one of the most serious global public health challenges for the 21st century. Behavioural risk
factors such as some dietary habits seem to play an important role on the increased overweight/obesity
prevalence, especially unhealthy food consumption (i.e. sweetened beverages and candy, and so on).
Thus, the present study aimed to analyse associations between different food habits and the risk of
overweight/obesity in female children. Methods: The sample comprised 1932 female children aged 7-9
years. Height and weight were measured. Body Mass Index (BMI) was calculated subsequently and
participants were classified as normal weight or overweight/obese (Cole et al., 2000). Eating behaviours
(i.e. have breakfast; consumption of soup and vegetables, and soft drinks and chocolate) were assessed
by questionnaire as well as sedentary behaviours (i.e. TV viewing at the week and weekend days). Logistic
regressions were used, with adjustments for age, time spent sedentary, and habitual physical activity.
Results: After controlling for the afore-mentioned confounders, children who have consumed soup in a
daily basis were 78% less likely to be classified as overweight/obese than their peers without regular
consumption of soup, after con. Contrary to our expectation, there was no significant main effect of the
soft beverages and chocolate consumption on the weight status of female children. Conclusion: Findings
of this study revealed an inverse association between daily soup consumption and child female obesity.
These results may help health professionals to promote the improvement of healthy dietary consumption
such as vegetables soup, particularly at schools.
Palavras-Chave: Public Health, Nutritional habits, Sedentary Behaviours, Obesity
CO6
Cirurgia Cardíaca e Óbito Cirúrgico: O papel da Obesidade
Márcia Pinheiro, Vitor Azevedo, Regina Xavier, Arn Migowsk, Cristina Kuschnir, Othon Pinheiro Filho
Ministério da Saúde Brasil
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Secretaria Municipal de Saúde Brasil
[email protected]
Introdução: A morbi mortalidade condicionada pela obesidade decorre da ocorrência de eventos
cardiovasculares. Considerável parcela desses pacientes necessita de cirurgia cardíaca. Permanecem
dúvidas sobre o papel da obesidade no óbito cirúrgico (30 dias). Objetivo: Descrever a associação da
obesidade ao óbito cirúrgico dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca no Brasil/MS/INC (2004 a
2013). Métodos: Os dados descritivos expressos por percentual, contínuos por mediana e interquartiles.
Empregou-se regressão logística para revelar a associação de marcadores independentes ao óbito
cirúrgico até 30 dias, na população obesa, calculada a razão de chance (OR) e (IC95%). Realizada em duas
etapas, a univariada seguida da multivariada. A multivariada com as variáveis que obtiveram p<0,05 na
univariada. A multivariada foi retestada em 2ª etapa quando valor de p<0,10 na 1ª etapa. Obesos quando
IMC≥30. Utilizado TATA 13. O nível de significância foi 0,05; todos testes bicaudais. Resultados:
Realizadas 2621 cirurgias cardíacas no período. Obesos 478 (18,24%) pacientes (coorte analisada).
Medianas foram: IMC 32,03 (30,92-34,60), colesterol 177,0 (145-205), idade 58 (51-65), creatinina sérica
1,0mg% (0,87-1,2), fração de ejeção VE 62% (51-70), dimensão AE 42mm (38-47). Sexo masculino
(55,56%), pele de cor branca (69,15%), fumadores atuais (11,80%), diabetes mellitus (32,14%), 13,51%
insulina dependente, dislipidemia (59,53%), insuficiência renal (5,73%), hipertensão arterial sistêmica
(87,61%), febre reumática (10,68%), etilismo (7,68%) e classe funcional III/IV (NYHA) (14,19%). A
regressão logística univariada demonstrou como significativos: IMC (OR=1,205; IC95%=1,115-1,303;
p<0,0001), idade (OR=1,063; IC95%=1,029-1,098; p<0,0001), creatinina (0,1mg%) (OR=1,137;
IC95%=1,046-1,235; p=0,002), AE (1mm) (OR=1,043; IC95%=1,008-1,079; p=0,015), insuficiência renal
(OR=4,632; IC95%=1,898-11,300; p<0,0001) e classe funcional III/IV (OR=2,381; IC95%=1,1634,874;p=0,018). Na segunda etapa da análise multivariada foram marcadores independentes do óbito
cirúrgico: IMC (OR=1,220; IC95%=1,122-1,327; p<0,0001), idade (OR=1,066; IC95%=1,030-1,103;
p<0,0001) e creatinina (OR=1,122; IC95%=1,036-1,215; p=0,005). Conclusão: O estudo demonstrou que o
IMC foi marcador independente de prognóstico cujo aumento se associou ao aumento do óbito cirúrgico.
Palavras-Chave: Obesidade Cirurgia Cardiaca Obito
CO7
Taxa metabólica basal: é importante medir?
Tania Kadima, M Amélia Lima, Catia Elken Ferreira, Rosana Imbroisi, Adriane Sales
Mútua dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro
[email protected]
Introdução: Gasto energético diário compreende taxa metabólica basal (TMB-60%/75%), efeito térmico
(alimentos), atividade física (GAF-15/30%). OMS (1985) recomendou cálculo energético baseado em
TMB/GAF (informações fisiológicas importantes em estudos nutricionais/epidemiológicos), pois TMB está
associada à massa gorda/magra. Estudo objetiva:1) comparar TMB por Bioimpedanciometria e por
Equações Preditoras; 2) verificar associação com dados antropométricos/percentual de gordura corporal
(PGC)/massa magra esquelética (MME). Métodos: Estudo transversal, observacional, de 607 prontuários
(amostra aleatória) de participantes do Programa de Nutricção (Operadora de Saúde-2014) contendo
avaliação de composição corporal (InBody 370), seguindo protocolo do fabricante. Estratificação por
idade ≥10 <1 ; ≥1 , e classificação por percentil de IMC PGC, respectivamente. Equações Preditoras
usadas na comparação: Harris-Benedict; Henry&Rees; FAO/OMS e Schofield. Teste t pareado/Pearson
(análise estatística) realizados por software Minitab, considerando p-value≤0,05. Resultados:
Encontramos 223 prontuários (masculino), 226 (feminino), com PGC aumentado e respectivas médias:
masculino idade:52,11 (dp=16,51); peso:86,23 (dp=14,03); estatura:174,68 (dp=7,26); IMC:28,14
(dp=3,92); PGC:28,46 (dp=5,92); MME:34,46 (dp=5,49); TMB (InBody) 1696,4 (dp=182,9); Schofield:1790,0
(dp=242,9); Henry&Rees:1716,3 (dp=169,0); Harris/Benecdit:1773,3 (dp=271,2); FAO: 1762,0 (dp=289,8);
feminino: idade:51,7 (dp=16,75); peso:67,15 (dp=12,60); estatura:160,45 (dp=5,90); IMC:26,27 (dp=4,82);
PGC:37,74 (dp=6,39); MME:22,46 (dp=3,29); TMB (InBody) 1262,1 (dp=118,3); Schofield:1360,4
(dp=140,8); Henry&Rees:1359,4 (dp=144,4); Harris/Benecdit:1355,4 (dp=147,1); FAO:1383,6 (dp=143,3);
crianças adolescentes: 3 com percentil de IMC ≥ 5, médias: idade:1 , 3 (dp= ,13); peso: 4, 4
(dp=17,28); estatura:162,96 (dp=13,34); pIMC:90,96 (dp=5,65); PGC:29,66 (dp=9,25); MME:24,78
(dp=8,36); TMB (InBody) 1338,4 (dp=296,3); Schofield:1685,7 (dp=322,3); Henry&Rees:1634,5 (dp=372,9);
Harris/Benecdit:1614,9 (dp=275,3); FAO:1596,2 (dp=262,2). Correlação Pearson significativa entre
TMB/Inbody: e peso(r=0,81); estatura(r=0,87); MME(r=0,88)-masculino; peso(r=0,87); estatura(r=0,89);
MME(r=0,89)-feminino; peso(r=0,87); estatura(r=0,89); MME(r=0,99)- crianças/adolescentes; não
significativa, PGC (r=-0,06)- masculino e (r=-0,36)-crianças/adolescentes. Teste t pareado entre TMB X
Equações Preditivas mostrou diferença significativa nos grupos (p≤0,05). Conclusão: Equações Preditas
superestimam TMB entre 5,5%/9,6% (adulto), coincidindo com a literatura. Em crianças/adolescentes
verificamos inadequação (19,26%/25,94%). Correlação significativa entre TMB e peso/estatura/MME nos
três grupos, demonstrando que quanto maior a massa magra, maior é TMB. PGC embora negativo não foi
significativo (masculino/crianças/adolescentes) no estudo.
Palavras-Chave: taxa metabólica basal, equações preditivas, composição corporal, massa magra, gordura
corporal
CO8
Estudo da associação de polimorfismos do gene 5-HTT com a obesidade
Licínio Manco, Helena Dias, Magdalena Muc, Cristina Padez
Universidade de Coimbra
[email protected]
Introdução: Alguns estudos mostram que a modulação do sistema serotoninérgico do Sistema Nervoso
Central por polimorfismos no gene do Transportador de Serotonina (5-HTT; SLC6A4; chr: 17q11.2) pode
ser um fator de suscetibilidade à obesidade.
Objetivo: Investigar a associação dos polimorfismos 5-HTTLPR e STin2 com a obesidade. Métodos: Jovens
adultos (N = 535) de naturalidade Portuguesa, com idades entre 17-36 anos, recrutados aleatoriamente
entre estudantes da Universidade de Coimbra de setembro de 2013 a fevereiro de 2014. Foram obtidas as
medidas antropométricas para cálculo do IMC e utilizados os intervalos da OMS para definir excesso de
peso e obesidade. A percentagem de gordura corporal foi determinada por bioimpedância elétrica. Foi
utilizado um questionário para avaliar a atividade desportiva. A extração de DNA foi feita a partir de
esfregaço bucal e os polimorfismos foram genotipados por PCR e eletroforese. Resultados: Para os
estudos de associação, os indivíduos com excesso de peso e obesidade foram agrupados. Na amostra
total, a análise de regressão logística não revelou associações estatisticamente significativas dos
polimorfismos 5-HTTLPR e Stin2 com excesso de peso / obesidade (P> 0,05), todavia o estudo de
haplótipos 5- TTLPR tin revelou associação significativa para o haplótipo L10 (χ = 4,2; p=0,04).
Estratificando os indivíduos pela prática desportiva, no grupo inativo a regressão logística mostrou
associação com excesso de peso / obesidade para os alelos 5-HTTLPR-L (P=0,01) e STin2-10 (P=0,03) e a
análise haplotípica mostrou os haplótipos L10 associado com o risco de excesso de peso obesidade (χ =
5,1; P=0,0 ) e 1 como um haplótipo de proteção (χ = 7,4; P=0,00 ). Não foram encontradas
associações significativas no grupo com prática desportiva. Conclusões: Foram encontradas associações
estatisticamente significativas com excesso de peso / obesidade para o gene SLC6A4. O estudo mostrou
que a inatividade física acentua a influência dos fatores genéticos no risco da obesidade.
Palavras-Chave: genes 5-HTT SLC6A4 associação obesidade
CO9
The triad adipose tissue – erythropoietic stimuli - erythropoiesis and iron metabolism modulation
Susana Coimbra, Fernando Martins, Cristina Catarino, Henrique Nascimento. Sandra Ribeiro, Petronila
Rocha-Pereira, Elísio Costa, Flávio Reis, Alice Santos-Silva
UCIBIO/REQUIMTE; CESPU
Laboratório de Bioquímica, Faculdade de Farmácia, Universidade do Porto
UCIBIO\REQUIMTE, Departamento de Ciências Biológicas, Laboratório de Bioquímica, Faculdade de
Farmácia, Universidade do Porto
Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS), Universidade da Beira Interior
Laboratório de Farmacologia e Terapêutica Experimental, Faculdade de Medicina, Universidade de
Coimbra
[email protected]
Introduction: A relationship between adipose tissue and erythropoiesis is believed to exist. Adipocytes
are capable of synthesizing hepcidin, the principal regulator of iron availability, but it is not completely
clarified if this hepcidin synthesis is stimulated by inflammation, hypoxia or by BMP/SMAD pathway. We
aimed to understand how an increasing erythropoietic stimuli affects the expression of some
inflammatory cytokines, iron metabolism and erythropoiesis markers, in both visceral (VAT) and
subcutaneous (SAT) adipose tissue. Methods: We performed a 6 weeks follow-up study in lean, adult,
normotensive rats submitted to erythropoietic stimuli, by administering two high doses, 200 and 600
IU/BW/week, of recombinant human erythropoietin (rHuEPO) during the last 3 weeks of the protocol. The
rats were randomly divided in 3 groups – control, rHuEPO200 and rHuEPO600. The gene expression of
erythropoietic and iron regulatory proteins, namely, hepcidin, interleukin (IL)-6, bone morphogenetic
protein (BMP)6, EPO receptor (EPOR) and ferritin, by the VAT and SAT, were executed. Results:
Concerning SAT, both groups presented a significant overexpression of hepcidin and ferritin genes and an
under expression of BMP6 and EPOR genes; IL-6 gene was only overexpressed in the rHuEPO600 group.
For the VAT, in the rHuEPO200 group we found an overexpression of hepcidin, IL-6 and ferritin and under
expression of BMP6 and EPOR genes; in the rHuEPO600 group, all the 5 studied genes were under
expressed, presenting the lower expression of hepcidin and IL-6 genes a positive significant genes
correlation. Conclusion: The BMP/SMAD pathway does not seem to have an important role in the
regulation of hepcidin expression in adipocyte. When submitted to erythropoietic stimuli, the VAT and
SAT respond differently. In VAT, a higher erythropoietic stimuli associate with a lower expression of
hepcidin and IL-6 that correlated positively with each other, suggesting that under high erythropoietic
stimuli, IL-6 and hepcidin expression are tightly related.
Palavras-Chave: visceral adipose tissue – subcutaneous adipose tissue – erythropoiesis – iron metabolism
CO10
Obesidade e inflamação – Impacto da Relação Neutrofilo:Linfocito e Leucocitos totais
Carlos Tavares Bello, Catarina Roque, Francisco Sousa Santos, Ricardo Capitão, Catarina Saraiva, João
Sequeira Duarte, Jorge Azinheira, Carlos Vasconcelos
Hospital de Egas Moniz
[email protected]
Introdução – A inflamação subclínica assume um papel importante no desenvolvimento de lesão micro e
macrovascular na Diabetes. A Obesidade é considerada um estado inflamatório crónico de baixo grau. A
Relação Neutrofilo:Linfocito (NLR) está descrita como marcador fiável de insulinorresistência e inflamação
subclínica. Os resultados desta relação na consulta de obesidade e correlação com dados clinicolaboratoriais são descritos. Métodos – Estudo retrospectivo, longitudinal com base em registos clínicos de
consulta multidisciplinar de obesidade de um Hospital central com um seguimento mínimo de 2 anos.
Dados clinico-laboratoriais foram colhidos com base nos registos informáticos. Utilizaram-se métodos
estatísticos descritivos, correlações de Pearson para variáveis contínuas e os resultados são apresentados
em média e desvio padrão. Resultados – Avaliados 793 doentes, 83.5% do género feminino, idade média
de 42.2 +- 10.8 anos, follow-up médio de 7.26 anos. O IMC inicial era 47.1kg/m2 e 75.4% sofriam de
Hipertensão arterial, Dislipidemia 70%, Diabetes Mellitus tipo 2(DM2) 27.4% e Hiperuricemia 10.7%.
Verificou-se uma relação estatisticamente significativa entre o NLR e o peso habitual e inicial (p 0.03 e
0.005) e uma maior elevação do ácido úrico (p 0.004). Os Leucocitos totais associam-se a uma maior
variação do IMC pós-cirúrgica (p <0.001) maior elevação dos Trigliceridos (p<0.001), níveis mais baixos de
colesterol HDL (p < 0.001), maior elevação da PCR (p 0.02), ALT (p 0.02), GGT (p 0.005), FLI (p 0.01),
Uricemia (p<0.001), insulinemia (p 0.001) e glicémia (p 0.001). Conclusão – O desenho retrospectivo do
estudo é uma limitação da analise, no entanto, os dados sugerem uma associação entre uma elevação dos
NLR e leucócitos a uma maior sobrecarga ponderal e uricémia. Associação entre hiperinsulinemia,
hiperglicémia e elevação das transaminases documenta-se com os leucócitos. Desempenhando a
Inflamação um potencial papel fisiopatologico nas complicações da obesidade, a sua detecção por
métodos complementares poderá ser benéfico na estratificação de risco na obesidade.
Palavras-Chave: Inflamação Subclinica Obesidade
Menção Honrosa
Cirurgia
CO11
Resultados a médio e longo prazo da cirurgia bariátrica
Pedro Gomes, Cristina Uriarte, João Louro, Inês Coelho, Nídia Moreira, Armando Infuli, Carlos Costa
Almeida
Unidade Tratamento Cirúrgico da Obesidade – HG – CHUC Serviço Cirurgia C
[email protected]
INTRODUÇÃO – A Cirurgia Bariátrica tem como objectivos primários a perda de peso e a melhoria ou cura
das morbilidades associadas que consequentemente se traduzirão numa melhoria da qualidade e da
esperança de vida. Frequentemente a eficácia do procedimento cirúrgico vai se atenuando com o tempo.
Fazer a análise dos resultados a médio e longo prazo é um passo importante no sentido de ser feito um
balanço que possa confirmar estratégias ou pelo contrário modifica las. METODOS – revisão de 868
doentes submetidos a Cirurgia Bariátrica com procedimentos cirúrgicos variados ( Gastroplastia de
Mason; Banda Gastrica; Sleeve Gastrico; ByPass Gastrico e Derivação Biliopancreatica com Duodenal
Switch ). Análise da evolução do peso pós cirurgia, das morbilidades associadas, das complicações pós
cirúrgicas. RESULTADOS – Os melhores resultados obtidos no que se refere à % EPP a medio e longo
prazo e à evolução das morbilidades foi obtido com o Duodenalswitch. A medio prazo os resultados do
ByPass Gastrico são ligeiramente superiores aos do Sleeve Gastrico. Os maiores reganhos ponderais
foram registados com a cirurgia puramente restritiva ( Gastroplastia de Mason e Banda Gastrica ) pelo
que são técnicas que deixaram de ser praticadas pelo nosso grupo cirúrgico. CONCLUSÕES : 1) Todos os
resultados obtidos com os diversos procedimentos bariátricos pioram com a passagem do tempo 2) Os
melhores resultados foram obtidos com o Duodenalswitch. 3) Deve existir uma indicação diferenciada
para os diferentes procedimentos cirúrgicos, o que certamente contribuirá para uma optimização dos
resultados
Palavras-Chave: cristina uriarte pedro gomes
CO12
Avaliação imagiológica pós-cirurgia bariátrica
João Diogo Oliveira, Isa Martins, José Durães
Serviço de Radiologia - Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, E.P.E
[email protected]
INTRODUÇÃO: A cirurgia bariátrica apresenta hoje em dia um papel relevante no tratamento dos doentes
com obesidade mórbida, sendo aplicados diversos procedimentos, entre os quais a banda gástrica
ajustável, o bypass gástrico e a gastrectomia vertical (sleeve). Independentemente do procedimento
efectuado, seja por rotina ou em avaliação dirigida, muitos destes doentes acabam por realizar uma
avaliação imagiológica por fluoroscopia, eventualmente complementada por tomografia computorizada
(TC), para avaliação pós-operatória do procedimento e exclusão de complicações. Assim sendo, é
fundamental a familiarização com as suas diferentes apresentações imagiológicas bem como as suas
principais complicações. MÉTODOS: Revisão imagiológica de exames radiológicos, fluoroscópicos e
tomográficos, de pacientes do Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLO) submetidos a cirurgia bariátrica,
pelas técnicas de banda gástrica ajustável, bypass gástrico e gastrectomia vertical (sleeve), num período
de 5 anos. RESULTADOS: Para cada uma dos procedimentos, é apresentada a expressão radiológica por
estudo fluoroscópico, com enfase na anatomia pós-cirúrgica e achados imagiológicos de algumas
complicações. As principais complicações associadas à banda gástrica estão relacionadas com a estenose
do estoma, a dilatação da bolsa gástrica, o deslocamento da banda e em menor grau a migração
transmural da mesma, e complicações relacionadas com o cateter e depósito subcutâneo. No bypass
gástrico e gastrectomia vertical, apresentam-se como leaks extraluminais em fase precoce e dilatação da
bolsa gástrica, disrupção da linha de agrafos, estenoses e estreitamentos gástricos em fase tardia; com a
particularidade de, no bypass, ocorrerem complicações relacionadas com estenose das anastomoses e
oclusão intestinal, e de, no sleeve, resultar maior expressão de refluxo gastroesofágico, mas podendo este
estar associado a qualquer um dos procedimentos. CONCLUSÃO: A cirurgia bariátrica constitui na
actualidade um dos principais métodos de tratamento dos doentes com obesidade mórbida, sendo a
avaliação imagiológica essencial na avaliação pós-operatória destes doentes, tendo um papel principal na
detecção e caracterização de complicações.
Palavras-Chave: Fluoroscopia; Banda gástrica; Bypass gástrico; Gastrectomia vertical; Complicações
CO13
O Peptídeo C como fator preditivo da remissão de diabetes após cirurgia bariátrica
Pedro Souteiro1, Sandra Belo1,2,3, João Sérgio Neves1, Daniela Magalhães1,2,3, Rita Bettencourt Silva1,2,3,
Sofia Castro Oliveira1,2,3, Maria Manuel Costa1,2,3, Ana Saavedra1,2,3, Joana Oliveira1,2,3, Filipe Cunha1,2,3, Eva
Lau1,2,3, César Esteves1,2,3, Flora Correia1,4,5, Ana Cristina Santos2,6, Paula Freitas1,2,3,4, Ana Varela1,2,3,4, Joana
Queirós1,4, Davide Carvalho1,2,3, Grupo AMTCO
1
Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar de São João, EPE, Porto,
2
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, 3Instituto de Investigação e Inovação em Saúde,
Universidade do Porto, Porto, 4Consulta de Avaliação Multidisciplinar de Tratamento Cirúrgico de
Obesidade (AMTCO), CHSJ, Porto, 5Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do
Porto, 6Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Porto
[email protected]
Introdução: A prevalência de diabetes tipo 2 está aumentada nos indivíduos com obesidade mórbida e a
cirurgia bariátrica é um tratamento eficaz no tratamento de ambas as doenças. O peptídeo C é cosecretado com a insulina e é um marcador da função beta pancreática. Métodos: Estudo transversal de
uma população de obesos avaliados na consulta de Avaliação Multidisciplinar do Tratamento Cirúrgico de
Obesidade (AMTCO). Foram avaliados parâmetros antropométricos e analíticos basais e 12 meses após o
tratamento cirúrgico. Pretendeu-se analisar o valor preditivo dos níveis basais de peptídeo C no perfil
glicémico pós-cirurgia bariátrica. Resultados: Os valores médios basais de peptídeo C foram de 3,93±1,29
ng/mL e correlacionaram-se com o índice de massa corporal – IMC (r=0,23; p<0,001). Após a cirurgia
registou-se uma redução dos níveis de peptídeo C para 2,36±0,98 ng/mL (p<0,001), com o bypass e sleeve
a apresentarem diminuições mais acentuadas face à banda gástrica (p<0,05). Dos 1184 doentes avaliados,
363 (30,66%) apresentavam critérios de diabetes mellitus. Esta população apresentava valores de
peptídeo C mais elevados (4,55±1,26 ng/mL) relativamente aqueles sem alterações do metabolismo da
glicose (3,50±1,15 ng/mL; p<0,001). Verificou-se que os doentes que obtiveram remissão da diabetes
após a cirurgia (39,86%) tinham, em média, níveis basais de peptídeo C 0,56±0,25 ng/mL mais elevados
(p<0,05). Demostrou-se também que valores de peptídeo C basal elevados (superiores a 4,4 ng/mL) se
correlacionaram com a remissão de diabetes (r=0,24; p<0,05). Doentes mais jovens e com HbA1C mais
baixas tiveram uma maior taxa de remissão (p<0,001), não se verificando correlação deste outcome com o
sexo, IMC, perímetro da cintura ou HOMA-IR. Conclusões: Doentes com maior IMC apresentaram valores
mais elevados de peptídeo C e estes diminuíram após a cirurgia bariátrica. Valores mais elevados de
peptídeo C são preditores da remissão de diabetes mellitus, provavelmente por traduzirem menor
disfunção beta-pancreática.
Palavras-Chave: Diabetes mellitus; Obesidade; Cirurgia bariátrica; Peptídeo C
Prémio Melhor Comunicação
Cirurgia
CO14
Avaliação da hipoglicemia pós-prandial por prova de refeição mista em doentes com e sem história de
cirurgia bariátrica
C Esteves1,2, C Neves1,2, E Lau1,2, J Queirós1,2, A Varela1,2, P Freitas1,2, JT Guimarães2,3, D Carvalho1,2
1
Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar São João
2
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
3
Serviço de Patologia Clínica do Centro Hospitalar São João
[email protected]
Introdução: A hipoglicemia pós-prandial é uma complicação da cirurgia gástrica, sendo particularmente
frequente após bypass gástrico, contribuindo para a perda da qualidade de vida após a cirurgia. Não
estão validados protocolos de avaliação destes doentes. Procuramos caracterizar doentes com
sintomatologia pós-prandial em doentes submetidos e não submetidos a cirurgia gástrica. Métodos: Foi
administrada uma refeição mista (origem das calorias: 67% hidratos de carbono, 23% lípidos, 10%
proteínas) e colhidas amostras de sangue para análise de glicose, insulina, peptídeo-C e betahidroxibutirato em intervalos de 30 minutos ao longo de 5 horas. O hiperinsulinismo endógeno foi
definido pelos critérios propostos pela Endocrine Society. Resultados: Foram colhidos dados referentes a
26 doentes (5 homens; 21 mulheres), com média de idades de 36,0±10,45 anos. Catorze foram
submetidos a cirurgia gástrica (12 bypass gástrico, 1 sleeve gástrico e 1 gastrectomia). A prova reproduziu
a sintomatologia em 22 doentes (84,6%) e 6 doentes cumpriram critérios de hiperinsulinismo endógeno,
todos eles submetidos a bypass gástrico. Indivíduos submetidos a cirurgia gástrica apresentaram nadir da
glicose mais precoce (120' vs 180' mg/dL; p=0,021), maior pico glicémico pré-nadir (178,5 vs 114,0
mg/dL; p=0,001), variação da glicemia (p=0,001) e pico de insulinemia e peptídeo C (283,1 vs 63,2 mUI/L;
17,8 vs 6,7 ng/dL; p=0,000). Não se verificaram diferenças na glicemia em nadir (p=0,198). Entre os
doentes que foram submetidos a cirurgia gástrica, indivíduos com critérios para hiperinsulinismo
endógeno apresentavam maior redução do IMC ao longo do seguimento após a cirurgia (40,0% vs 31,3%;
p=0,028). Conclusões: A prova de refeição mista utilizada reproduziu a sintomatologia referida em
ambulatório numa percentagem significativa dos doentes. Apenas doentes submetidos a bypass gástrico
apresentaram critérios para hiperinsulinismo endógeno. Os doentes com critérios para hiperinsulinismo
endógeno apresentaram maiores reduções do IMC ao longo do seguimento pós-operatório.
CO15
Gravidez Após Cirurgia Bariátrica: Resultados de um Centro de Referência
Maria Manuel Costa, Sandra Belo, Daniela Magalhães, Rita Bettencourt-Silva, Pedro Souteiro, João Sérgio
Neves, Sofia Castro Oliveira, Ana Varela, Joana Queirós, Flora Correia, Paula Freitas, Davide Carvalho,
Grupo AMTCO
Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar de São João, EPE, Porto,
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto
Centro Hospitalar São João
[email protected]
Introdução: A cirurgia bariátrica é um tratamento eficaz em situações de obesidade mórbida. A maioria
dos doentes são mulheres em idade fértil, levantando importantes questões aquando do planeamento e
seguimento da gravidez. Métodos: Estudo transversal retrospetivo de uma população de obesos
observados na consulta de Avaliação Multidisciplinar para Tratamento Cirúrgico da Obesidade,
submetidos a cirurgia bariátrica entre janeiro 2010 e julho 2014. Foram incluídas mulheres com gravidez
após cirurgia. Foram avaliados dados relativamente à gravidez, ao parto e aos recém-nascidos (RN).
Pretende-se descrever o impacto da cirurgia bariátrica nos resultados materno-fetais. Resultados: De
1182 doentes submetidos a cirurgia, 1016(85,9%) eram do sexo feminino. Foram registadas 39 gravidezes,
uma gemelar e um abortamento, em mulheres com média de idades de 31(4,8)anos. 29 mulheres tinham
efetuado bypass gástrico e 7 banda gástrica. O tempo médio da cirurgia até à gravidez foi de
16,6(4,8)meses, contudo 16(41%) mulheres engravidaram em menos de um ano após cirurgia. O IMC précirurgia era 44,5(6,2)Kg/m2. O aumento de peso gestacional foi de 13,2(7,3)Kg com um IMC pré-gravidez
de 30,2(3,8)Kg/m2. 24(61,5%) mulheres tiveram anemia, 16(41%) deficiência de vitamina B12, 12(30,8%)
deficiência de zinco e 28(71,8%) insuficiência de vitamina D. Três grávidas tiveram diabetes gestacional e
uma HTA. Não se verificaram complicações associadas a banda gástrica nem síndrome de dumping.
Ocorreu rotura prematura de membranas em 2 gravidezes e parto pré termo em 5. Foram realizados 13
partos distócicos e destes 7 foram cesarianas. O peso médio dos RN foi 3002,6(587,3)g, 5 RN
apresentaram baixo peso ao nascimento e um macrossomia. Dois RN tiveram que que ficar internados
nos cuidados intensivos. Conclusão: Apesar da cirurgia bariátrica ser um procedimento seguro e bem
tolerado durante a gravidez, é necessário um seguimento por uma equipa multidisciplinar para avaliar e
orientar relativamente a complicações da cirurgia, nomeadamente, défices de micronutrientes.
Palavras-Chave: Obesidade, Cirurgia bariátrica, gravidez
Prémio Melhor Comunicação
Actividade Física
CO16
Urban design features and physical activity levels in a Portuguese adolescent sample
Roseanne Autran, Ana Isabel Ribeiro, Hugo Teixeira, Fatima Pina, Jorge Mota, Maria Paula
Santos
Intituto de Saúde Pública da Universidade do Porto; INEB
INEB
CIAFEL
[email protected]
Introduction: Living in walkable neighborhoods has been associated with increased physical activity but
evidence is still scarce, especially among adolescents. Purpose: This study aimed to examine the
relationship between neighborhood walkability, and its components, with physical activity (PA) intensity
levels in a sample of Portuguese adolescents. Methods: A total of 169 adolescent students (58% girls)
aged from 15 to 18 years old participated in this study. PA levels were accessed through GT3X
accelerometers. Using a geographic information system (GIS), the walkability index was computed based
on 3 key components: residential density, connectivity density and land-used mix diversity. A circular
buffer region of 500 meters was created around each of the participants’ home address to define the
respective neighborhood. The association between walkability index, the components, and PA was
estimated using linear regression models. Results: Boys were significantly more engaged in vigorous PA
than girls (22.17 min/day vs. 16.60 min/day, p=0.001), respectively. Walkability index, street connectivity
and land-use mix diversity were not associated with PA intensity levels. However, it was found a positive
linear relationship between residential density and moderate PA either in crude analysis (β=0.000-0.003,
p=0.03) or after adjustment to sex, age, body mass index and neighborhood socioeconomic deprivation
(β=0.001, 0.005; p=0.01). Conclusion: Residential density was the urban design attribute that showed a
positive relationship with PA among adolescents in this study. However, walkability index did not show
an association with PA.
Palavras-Chave: Adolescents, Physical Activity, Behavior, Walkability, Urban Design,
CO17
The stimulation of brown-like adipocyte markers genes in white adipose tissue in response to
endurance training program is mediated by FNDC5/irisin
Sílvia da Rocha Rodrigues
Faculdade de Desporto Universidade do Porto
[email protected]
Introduction Irisin is a secreted fragment of FNDC5 from muscle in response to exercise and has the ability
to induce brown-like adipocyte phenotype in white fat, mediating a cross-talk between these organs.
Therefore, we aimed to analyze whether voluntary physical activity and endurance training induces
brown-like adipocyte phenotype in visceral adipose tissue from obese rats. Methods Male rats were
assigned into sedentary (S), voluntary physical activity (VPA) and endurance training (ET) groups fed with
two isocaloric diets, standard (STD) and HFD (35% or 70% fat-derived Kcal, respectively) as follows: S35,
VPA35, ET35, S70, VPA70 and ET70 during 17 wks. VPA-animals had free access to running wheel
throughout the entire protocol. After 9-wk of HFD, ET-animals performed 8-wks of endurance training on
treadmill while maintained dietary treatments. FNDC5 was determined in gastrocnemius muscle, Cidea,
and PRDM16 gene levels in epididymal adipose tissue (EPI), and PGC-1α in both tissues by Western Blot.
Results HFD significantly increased body weight (BW) and visceral adiposity (VA). In muscle tissue, HFD
augmented PGC-1α (S70 vs. S35) although no alterations were observed in FNDC5 protein levels. In EPI fat
depot, PGC-1α protein expression was reduced in HFD-fed animals. VPA decreased BW and VA compared
to sedentary counterparts (VPA35 vs.S35; VPA70 vs.S70). EPI PGC-1α, Cidea and PRDM16 mRNA and
muscle FNDC5 expression remained unchanged in VPA animals. ET significantly decreased BW, VA and EPI
leptin levels in both diets. ET-increased muscle FNDC5 protein levels were accompanied by an increase in
EPI Cidea and PRDM16 mRNA as well as PGC-1α compared to sedentary counterparts. A significant
positive correlation between FNDC5 and brown-like adipocyte phenotype gene markers was found.
Conclusion Our results suggest that ET-related increases in muscle FNDC5 expression contributed to
induce brown-like adipocyte phenotype in visceral adipose tissue, which was associated with decreased in
VA.
Palavras-Chave: irisin exercise obesity fat
CO18
Intervenção na obesidade do adolescente: Barreiras e facilitadores
Ana Prioste, Helena Fonseca, Pedro Sousa, Pedro Gaspar
Escola de Psicologia e de Ciências da Vida, Universidade Lusófona
Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa
Instituto Politécnico de Leiria
[email protected]
Introdução: A intervenção na obesidade do adolescente tem índices de eficácia reduzidos dada a baixa
adesão. A presente investigação, constituída por quatro estudos, tem como objectivo explorar os factores
que podem facilitar ou dificultar essa intervenção. Método: No estudo 1 (quantitativo, n=112), com
recurso a modelos de equações estruturais, foi estudado: a relação entre o IMC e a adesão; a relação
entre o IMC e a percepção dos benefícios da intervenção; e a mediação da percepção da qualidade de
vida nestas relações. No estudo 2 (quantitativo, n=70) foram estudadas as diferenças de género em
relação a variáveis antropométricas e psicossociais aos 0 e 3 meses de intervenção. No estudo 3
(quantitativo, n=80) foi estudada a eficácia do programa Next.Step em relação a variáveis
antropométricas e psicossociais, comparando o grupo de controlo com o experimental aos 0 e 3 meses.
No estudo 4 (qualitativo; n=16) foram exploradas as percepções dos adolescentes em relação às barreiras
e aos facilitadores da intervenção na obesidade. Resultados: Os resultados mostram que: o IMC não
prediz a adesão e a percepção de beneficios; a percepção da qualidade de vida é o mediador da relação
entre o IMC e a adesão e entre o IMC e a percepção de beneficios. As raparigas experienciam mais o
impacto do peso na auto-estima aos 0 e 3 meses; os rapazes reportam mais auto-eficácia/adesão e
percepção de benefícios aos 3 meses; o grupo que utilizou o Next.Step mostra índices mais elevados de
percepção de beneficios e de perspectiva positiva de vida. A qualidade da interacção, a aquisição de
conhecimentos/competências e o encorajamento foram identificados como factores facilitadores; as
interacções negativas e as resistências internas funcionam como barreiras. Conclusão: Futuras
intervenções nesta área deverão considerar estes resultados, nomeadamente, a inclusão de novas
tecnologias, a adequação em função do género e o foco na qualidade de vida.
Palavras-Chave: Obesidade; Adolescência; Barreiras; Facilitadores
CO19
Atividade Física nas aulas de Educação Física: Serão as aulas mais longas melhores?
Manuela Costa, Tânia Oliveira, Jorge Mota, Gustavo Silva, Maria Paula Santos, José Ribeiro
CIAFEL/ FADEUP/ UP
[email protected]
Introdução: A participação regular em atividades físicas moderadas a vigorosas (AFMV) está associada a
um desenvolvimento saudável e à prevenção de doenças crónicas, sendo o seu aumento uma prioridade
de saúde pública. As recomendações internacionais para jovens sugerem 60 minutos diários de AFMV. A
Educação Física escolar (EF) por ser o único programa curricular cujos objetivos primários incluem
envolver-se em AFMV e perceber a importância de manter um estilo de vida ativo pode ser decisiva no
combate à obesidade. Com este estudo pretendemos analisar a contribuição relativa das aulas de EF de
45 e 90 min para o cumprimento das recomendações diárias de AFMV, especificamente tendo em conta o
Índice de Massa Corporal (IMC). Métodos: A amostra foi constituída por 472 jovens, 206 rapazes e 266
raparigas, com idades compreendidas entre os 10 e os 22 anos. A AF foi medida por acelerometria
durante as aulas de EF de 45 e 90 minutos com recurso a acelerómetros Actigraph (GT1M e GT3Xs). O IMC
foi calculado com o peso e altura dos jovens [peso(Kg)/altura2(m)]. Resultados: Não há diferença na
AFMV realizada em aulas de EF com diferentes durações [45min: 32.2±19.3% e 90 min: 30.4±15.7%,
respetivamente; (p>0.05)]. A análise em função do IMC evidencia que alunos com excesso de peso e
obesidade têm atividade física vigorosa mais elevada nas aulas de 45 min do que nas de 90 min
[9.65±11.34 vs 6.26±6.12; (p<0.05)]. Conclusões: Os nossos resultados sugerem que aulas mais longas não
produzem, necessariamente, maior percentagem de AFMV. Estes resultados têm implicações políticas
importantes para a organização das aulas de EF, enfatizando a necessidade de criar estratégias que
permitam aumentar a AFMV, quer seja pela melhoria das condições de lecionação e conhecimentos/
habilidades dos professores, quer seja pelo reajustando do tempo/ número de sessões semanais das
aulas. Projeto de Investigação suportado por: MCTES-FCT:SFRH/BD/79980/2011; PTDC/DTPDES/1328/2012 (FCOMP-01-0124-FEDER-028619); e Centro de Investigação suportado por: FCT:
UID/DTP/00617/2013.
Palavras-Chave: Atividade Física Atividade Física Moderada a Vigorosa Educação Física Jovens
CO20
Youth lifestyle and adiposity in rural communities: a concerning approach of female adolescents
Aristides Machado-Rodrigues, Manuel Coelho-e-Silva, João Valente-dos-Santos, Rômulo Fernandes, Jorge
Mota
Universidade de Coimbra; ESEV-IPV
Universidade de Coimbra
São Paulo State University
University of Porto
[email protected]
Background: Available research dealing with adolescent lifestyle of rural communities is rather limited. On
the other hand, several studies have documented the concerning rates of females who attain the
international PA guidelines in a daily basis. Indeed, there is a critical need to keep investigation potential
factors related to obesity and unhealthy behaviors in this specific population such as females. Thus, the
aim of this study was twofold; i) to assess the proportion of rural girls who met the guidelines of
moderate-to-vigorous PA (>60 min/day of MVPA); and ii) to analyse the association between MVPA and
the central fat mass of those rural females. Methods: The sample comprised 140 girls aged 13-16 years,
from rural regions of the Portuguese midlands. Height, weight, and waist circumference (WC) were
measured. An uniaxial GT1M accelerometer was used to obtain five consecutive days of physical activity
(PA) and sedentary behaviour (SB). Logistic regression analyses were used to test associations between
MVPA and CRF separately, and adjusted for several potential confounders (age, WC, and SB). Results:
Findings revealed low percentages of active girls who met the international PA guidelines (about 24%).
After controlling for confounders, inactive rural girls (<60 min/day of MVPA) were more likely to have
higher WC than their active counterparts (OR=1.09, 95% CI 1.03 to 1.15, p=0.01). The final regression
model also indicated that girls classified as inactive were more likely to be involved in sedentary activities
than their active peers. Conclusion: Results indicate the majority of rural females failed to meet the
current PA guidelines. Furthermore, inactive rural girls were more likely to have higher central adiposity
than their active counterparts. These findings highlight the potential importance of preventive actions to
ameliorate active lifestyle in rural communities of youth, with clear benefits for their central fat mass and
heath.
Palavras-Chave: Urbanization, Adolescence, Behaviour, Public Health
CO21
Obesos metabolicamente saudáveis – uma realidade?
Mara Ventura, Adriana Lage, Dírcea Rodrigues, Patrícia Oliveira, Miguel Melo, Diana Martins, Diana
Oliveira, Francisco Carrrilho
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
[email protected]
Introdução: A obesidade é uma doença crónica associada a múltiplas comorbilidades, definida pelo IMC,
que não considera o estado metabólico do doente. Existem poucos dados sobre a proporção de doentes
obesos sem síndrome metabólica (SM). Ainda não está esclarecido se o fenótipo metabólico modifica a
morbilidade e mortalidade associada ao IMC. Objetivo: Determinar a prevalência e caracterizar os
doentes metabolicamente saudáveis seguidos na consulta de obesidade do nosso Serviço. Avaliar os
aspetos diferenciadores desta população. Material e Métodos: Estudamos retrospectivamente 300
doentes observados entre fevereiro e agosto de 2015. Avaliaram-se parâmetros clínico-demográficos,
bioimpedância, perfil analítico e ecografia abdominal. Para definição da SM foram considerados os
critérios do NCEP-ATPIII. Resultados: Verificou-se que 69,3% dos doentes eram metabolicamente
saudáveis (77,9% sexo feminino, idade média 40,9±12,6 anos, peso médio 107,2±21,6 Kg, perímetro da
cintura médio 112,4±10,9 cm, 44,7±7,0% de média de massa gorda); 53,2% apresentavam obesidade
classe III, 26,1% classe II, 17,7% classe I e 3% excesso de peso (IMC médio 40,5±6,7 Kg/m2). A
comorbilidade mais frequentemente observada foi HTA (63,2%), seguida de esteatose hepática (47,2%),
patologia psiquiátrica (43,8%), dislipidemia (43,3%), patologia osteoarticular (42,3%), esteatohepatite
(18,2%), litíase vesicular/colecistectomia (17,5%), diabetes mellitus (10,6%) e síndrome da apneia
obstrutiva do sono (9,6%). Não foi observada diferença estatisticamente significativa entre indivíduos com
e sem SM no que respeita ao sexo, classe de obesidade, idade, peso, IMC, perímetro da cintura, % de
massa gorda e colesterol total. Foi observada diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos
na HbA1c, glicemia de jejum, pressão arterial, c-HDL, c-LDL e TG. Conclusão: Verificou-se uma elevada
prevalência de doentes metabolicamente saudáveis nesta amostra. Para além dos próprios critérios da
SM, não foram encontrados aspetos diferenciadores desta população. Uma avaliação prospetiva desta
coorte permitirá compreender se existe uma obesidade metabolicamente saudável ou se esta está
inevitavelmente associada a aumento da morbilidade e mortalidade.
Palavras-Chave: Síndrome Metabólica, Obesidade, Obesos Metabolicamente Saudáveis.
CO22
The association between adiponectin and the Th17 pathway in psoriasis.
Susana Coimbra, Hugo Oliveira, Henrique Nascimento, Petronila Rocha-Pereira, Américo Figueiredo, Alice
Santos-Silva
UCIBIO/REQUIMTE; CESPU
Serviço de Dermatologia, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Universidade de Coimbra,
Coimbra, Portugal
UCIBIO\REQUIMTE, Departamento de Ciências Biológicas, Laboratório de Bioquímica, Faculdade de
Farmácia, Universidade do Porto
Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS), Universidade da Beira Interior
[email protected]
Introduction: Psoriasis is a chronic, recurrent inflammatory skin condition, known to be associated with
metabolic syndrome (MS) and obesity. Psoriasis has been related with hypoadiponectinemia and
hyperleptinemia. Data concerning the correlation of adipokines with psoriasis severity, body mass index
(BMI) and the inflammatory process is not consensual. The T helper (Th)17 pathway and interleukins (IL)
related, such as IL17 and IL23, have a crucial role in psoriasis pathogenesis. Considering the association of
psoriasis with MS and the IL23/Th17 axis, the clarification of the interaction of adipokines with the Th17
pathway seems pertinent. Methods: A study was performed in 30 Portuguese patients with moderate to
severe psoriasis vulgaris and 20 matched controls. All patients were clinical and analytically studied in the
active phase of psoriasis; biochemical analysis included the determination of adiponectin, leptin, IL23 and
IL17 levels. Results: In accordance with our previous data, psoriasis patients, compared to controls,
presented higher IL17, IL23 and leptin levels, lower adiponectin concentrations and higher values of BMI;
differences persisted significant after statistical adjustment for the confounding factor BMI. Considering
psoriasis patients, BMI correlated significantly and positively with leptin, and significantly and inversely
with adiponectin. Moreover, at active phase of the disease, adiponectin was found to correlate
significantly and inversely with IL17 and IL23. In multiple linear regression analysis (considering BMI, IL23
and IL17), IL17 was identified as an independent variable associated with adiponectin levels. Conclusion:
Apparently, in psoriasis, leptin levels are more related with body fat mass; adiponectin levels are related
with both BMI and the Th17 pathway. In active stage of psoriasis, characterized by an enhancement in
inflammation, the increment of IL17 and IL23 production seems to favor a decrease in adiponectin levels.
According to our data, a close relationship exists between adiponectin and the interleukins of the Th17
pathway, especially with IL17.
Palavras-Chave: adipokines; interleukin 17; interleukin 23; metabolic syndrome; psoriasis
Prémio Melhor Comunicação
Nutrição
CO23
Milk intake is negatively associated with the clustering of cardiometabolic risk factors in adolescents
Sandra Abreu, Pedro Moreira, Carla Moreira, Jorge Mota, Isabel Moreira-Silva, Paula Clara-Santos, Rute
Santos
Faculty of Nutrition and Food Science, University of Porto
Research Centre in Physical Activity, Health and Leisure, Faculty of Sport, University of Porto
Department of Physical Therapy, School of Health Technology of Porto, Polytechnic Institute of Porto
[email protected]
Introduction: Epidemiological studies have reported an inverse association between dairy product
consumption and cardiometabolic risk factors in adults, but this relation is relatively unexplored in
adolescents. This study aimed to determine the association between dairy product intake and
cardiometabolic risk factors clustering in adolescents. Methods: A cross-sectional study was conducted
with 494 adolescents, ages 15-18, from the Azorean Archipelago, Portugal. We measured fasting glucose,
insulin, total cholesterol (TC), HDL-cholesterol (HDL-c), triglycerides, systolic blood pressure, body fat and
cardiorespiratory fitness. We also calculated homeostatic model assessment (HOMA) and TC/HDL-c ratio.
For each one of these variables, a Z-score was computed using age and sex. A cardiometabolic risk score
(CMRS) was constructed by summing up the Z-scores of all individual risk factors. High risk was
considered to exist when an individual had ≥1
from this score. iet was evaluated using a food
frequency questionnaire and the intake of total dairy (milk, yogurt and cheese), milk, yogurt and cheese
were categorized as low (equal to or below the median of the total sample) or “appropriate” (above the
median of the total sample).The association between dairy product intake and CMRS was evaluated
using separate logistic regression, and the results were adjusted for confounders. Results: Adolescents
with high milk intake had lower CMRS, compared to those with low intake (10.6% vs. 18.1%, P=0.018).
Adolescents with “appropriate” milk intake were less likely to have high CMR than those with low milk
intake (OR=0.531, 95%CI: 0.302-0.931). No association was found between CMRS and total dairy, yogurt
and cheese intake. Conclusion: Our results suggest that only milk intake is inversely related to CMRS in
adolescents. Evidence from prospective and randomized clinical investigations is needed to examine the
effects of long-term consumption of milk and dairy products on cardiometabolic risk factors.
Palavras-Chave: cardiometabolic risk; dairy product; milk; adolescents
CO24
Paradoxical association between total dietary PUFA intake and plasma endothelial lipase protein levels
in humans
Paulo Bispo, Pedro Rodrigues, Narcisa Bandarra, Firmina Lebre, Augusta Marques
CEDOC/FCM/UNL
DIV-AV/IPMA
[email protected]
Background: Although a large number of epidemiological and clinical studies have consistently showed
that the substitution of dietary SFA by PUFA contributed for decrease CVD risk, e.g. by lowering LDL-c
and/or TAG blood levels, a reduction on HDL-c is also commonly observed. Furthermore, well defined
molecular mechanisms can help to explain the role of PUFA on ApoB-rich lipoproteins metabolism. The
lowering of HDL-c levels observed in some studies, are less well understood. Methods: The sample
population represented by 81 consecutive walk-in adults from both genders. Blood was sampled after an
overnight fast and analyzed for glucose, triacylglycerols (TAG), total cholesterol (Total-c), HDL-c, ApoA1,
Apo B or hs-CRP. Endothelial lipase (EL) (n=57), and insulin by mELISA. Dietary intake was obtained by
face-to-face interviews using a semi-quantitative food frequency questionnaire, validated for the
Portuguese population. Descriptive, bivariate and partial correlations were determined. Results: By
bivariate analysis, the PUFA/SFA ratio showed a negative correlation with the HDL-c levels (p< 0.05) and,
although in the borderline of statistical significance, with Total-c and HDL-c/ApoA1 ratio. In addition, the
PUFA/SFA ratio correlated positively with fasting insulin levels (p< 0.05). Total dietary PUFA and the
PUFA/SFA ratio correlated positively with the plasma endothelial lipase (EL) levels (p< 0.05), that
remained significant after multi-adjust for age, BMI, total fat and carbohydrates in diet, alcohol
consumption, fasting insulin or hs-CRP levels. Conclusions: Total dietary PUFA, but not SFA, positively
associated with plasma EL mass, put forward a putative mechanism by which PUFA may contribute for
lowering HDL-c levels in humans. Additionally, the PUFA Vs.SFA showed opposite associations with the
HDL-c/ApoA1 ratio, a proxy of HDL particles size and composition.
Palavras-Chave: Dietary PUFA PUFA/SFA ratio endothelial lipase cardiometabolic markers
Prémio Melhor Comunicação
Obesidade e Comorbilidades
CO25
Obesidade e comorbilidades – haverá diferenças nos doentes com síndrome de apneia obstrutiva do
sono?
Rita Bettencourt-Silva1,2, Daniela Magalhães1,2, Pedro Souteiro1, João Sérgio Neves1, Sofia Castro
Oliveira1,2, Maria Manuel Costa1,2, Marília Bettencourt-Silva3, Leonor Almeida4, Marta Drummond2,4,
Joana Queirós1,5, Ana Varela1,2,5, Paula Freitas1,2,5, Flora Correia1,5,6,7, Davide Carvalho1,2,5,6, Grupo AMTCO5
1
Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar de São João, EPE, Porto
2
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto
3
Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa
4
Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar de São João, EPE, Porto
5
Consulta de Avaliação Multidisciplinar de Tratamento Cirúrgico de Obesidade do Centro Hospitalar de
São João, EPE, Porto
6
Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto, Porto
7
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, Porto
Email: [email protected]
Introdução: A obesidade é fator de risco (FR) para múltiplas comorbilidades, nomeadamente
dislipidemia, diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial (HTA) e síndrome de apneia obstrutiva do sono
(SAOS). Durante o sono existem alterações hormonais e neurofisiológicas transitórias que podem afectar
o desenvolvimento de outras doenças.
Objetivo: Avaliar parâmetros antropométricos e metabólicos em doentes obesos com/sem diagnóstico
de SAOS.
Métodos: Estudo transversal de população de obesos avaliados na consulta de AMTCO submetidos a
cirurgia bariátrica entre Janeiro/2010 e Julho/2014. Avaliamos parâmetros antropométricos, metabólicos
e polissonográficos.
Resultados: Dos 1184 doentes, 1018 (86%) eram do sexo feminino, mediana de idades 41 anos (âmbito
interquartil [AIQ] 34-51) e índice de massa corporal (IMC) 43,58 kg/m2 (AIQ 40,57-47,18). Apenas 213
doentes (18%) tinham diagnóstico conhecido de SAOS; 166 (14%) efetuaram polissonografia no CHSJ. A
proporção de doentes do sexo masculino com SAOS foi superior à verificada no sexo feminino
(40,4%vs.4,3%;p<0,001). Doentes com SAOS apresentaram idade mediana superior (50vs.39;p<0,001),
com maior proporção de doentes idosos (29,5% se 51-60 anos, 52,2% se 61-70 anos). O peso
(118,0vs.112,8;p=0,002), IMC (44,33vs.43,44;p=0,002) e perímetro da cintura (PC) (128vs.121;p<0,001)
foram também superiores nestes doentes. Os doentes com SAOS tinham maior prevalência de HTA
(83,1%vs.62,3%;p<0,001), DM (55,2%vs.25,8%;p<0,001) e dislipidemia (89,1%vs.77,9%;p<0,001). A
mediana de tensão arterial sistólica (135vs.130;p=0,028), tensão arterial diastólica (84vs.80;p=0,032) e a
proporção de doentes sob tratamento anti-hipertensor (63,4%vs.33,7%;p<0,001) foi superior nos
doentes com apneia, assim como a mediana de glicose em jejum (103vs.90;p<0,001) e HbA1c
(6,0vs.5,6;p<0,001). No perfil lipídico verificaram-se apenas diferenças estatisticamente significativas na
mediana do colesterol HDL (46vs.49;p=0,009) e dos triglicerídeos (143vs.121;p<0,001). Nos doentes que
efetuaram polissonografia no CHSJ o IAH apresentou correlação positiva com o IMC (r=0,250;p=0,001),
peso (r=0,384;p<0,001) e PC (r=0,360;p<0,001); sem correlações significativas com parâmetros
metabólicos analisados.
Conclusão: A SAOS parece estar relacionada com um agravamento de FR cardiovasculares major, como a
DM, HTA e dislipidemia.
Palavras-chave: Obesidade, SAOS, índice apneia-hipopneia, diabetes, hipertensão, dislipidemia.
CO26
Comportamento alimentar após a cirurgia bariátrica primária e de revisão
Ana Pinto-Bastos, Filipa Arrojado, Sofia Ramalho, Isabel Brandão, Eva Conceição
Universidade do Minho
[email protected]
Introdução: O comportamento alimentar tem estado associado com o insucesso de perda de peso após a
cirurgia bariátrica. Com o aumento do número de cirurgias de revisão, devido aos baixos resultados
relativos à perda de peso, ainda pouco se sabe sobre as perturbações alimentares em pacientes
candidatos à cirurgia de revisão. O objetivo do presente estudo foi comparar o comportamento alimentar
em candidatos a cirurgia de revisão e em pacientes de cirurgia primária. Metodologia: Este estudo
longitudinal avaliou 55 pacientes submetidos a cirurgia primária (P-Grupo: 15 sleeves; 41 RYGB) e 36
submetidos a cirurgia de revisão (R-Grupo: 8 sleeves; 28 RYGB) antes da cirurgia e com 3 meses follow-up.
A avaliação destes pacientes consistiu na aplicação de uma bateria de questionários e de uma entrevista
clínica que avaliava episódios de ingestão alimentar compulsiva objetivo/ subjetivo (IACO e IACS), e
episódios de ingestão alimentar exagerada objetivo /subjetivo (IAEO e IAES), e o petisco contínuo.
Resultados: As razões para a cirurgia de revisão incluíram a recuperação do peso (37,84%), complicações
médicas (32,43%); ambos (21,62%); e outros (8,11%). O R-Grupo apresentou maior percentagem de
pacientes que relataram IACO e IAEO. Quando os episódios de IACO e IACS (= IAC) e IAEO e IAES (= IAE)
foram agrupados, não foram encontradas diferenças entre os grupos com IAC. R-Grupo apresenta
significativamente mais episódios de IAE aos três meses. R-Grupo apresenta maior IMC e menor perda de
peso. Discussão: Uma grande percentagem de pacientes de revisão relatam reganho de peso não
relacionado com complicações médicas. Uma melhoria significativa de todos os comportamentos
alimentares e sintomatologia psicológica foi observada em ambos os procedimentos cirúrgicos. R-Gupo
parece apresentar comportamentos alimentares mais disfuncionais. Conclusão: É necessária mais
investigação para compreender o impacto da cirurgia de revisão a nível comportamental e psicológico,
bem como de maior número de follow-up.
Palavras-Chave: Cirurgia bariátrica, cirurgia de revisão, obesidade severa, comportamento alimentar
disfuncional, características psicológicas
Prémio Melhor Comunicação
Psicologia
CO27
Avaliação psicométrica do Questionário Repetitive Eating Questionnaire (Rep(eat)-Q)
Filipa Arrojado, Joana Simões, Márcia Cunha, Ana Pinto Bastos, Eva Conceição
Escola de Psicologia, Universidade do Minho
Universidade Católica, Porto
[email protected]
Introdução: O petisco contínuo é um comportamento alimentar associado à obesidade e à recuperação
do peso, e tem sido recentemente definido como a ingestão repetitiva de pequenas/modestas
quantidades de alimentos de forma não planeada e/ou em resposta a sensações de fome/saciedade.
Foram considerados dois subtipos deste comportamento alimentar disfuncional: o petisco contínuo
compulsivo e o petisco contínuo não-compulsivo. O Repetitive Eating Questionnaire (Rep(eat)-Q) é uma
medida de auto-relato desenvolvida com base na definição proposta de petisco contínuo. Este artigo
apresenta as propriedades psicométricas do questionário mencionado. Métodos: A amostra foi
constituída por 1223 indivíduos da comunidade (70,3% do sexo feminino; 14-72 anos). A avaliação incluiu
a aplicação dos seguintes questionários: o Rep(eat)-Q, Eating Disorder Examination Questionnaire (EDEQ), a Escala de Depresssão, Ansiedade e Stress (EADS) e Escala de Comportamento Compulsivo (tendo
apenas sido aplicado a subescala de Urgência Negativa). Para a validade teste-reteste, 405 participantes
preencheram o Rep(eat)-Q, uma semana após a sua primeira avaliação. Resultados: Os scores do
Rep(eat)-Q foram significativamente maiores para as mulheres (t = 3,88, p <.001), para os participantes
mais jovens (F = 18,62, p <0,001) e com maior IMC (F = 7,11, p <0,001). Este questionário demonstrou
boa consistência interna (α = 3), validade teste-reteste (r = .68) e validade convergente com correlações
significativas com o EADS (r = .34, p <0,000), o EDE-Q (r = .48, p <0,000) e o UPPS (r = 32, p<.000). A
análise fatorial revelou dois fatores, que suportam os dois subtipos referidos anteriormente: o petisco
contínuo compulsivo e o petisco contínuo não-compulsivo. O Rep(eat) apresentou boas propriedades
psicométricas. Conclusão: Contudo, é necessária ainda investigação adicional com amostras clínicas, em
particular, com pacientes pós-cirurgia bariátrica, para testar os pontos de corte associados a risco
elevado de resultados mais pobres.
Palavras-Chave: Petisco contínuo, compulsivo, não-compulsivo, propriedades psicométricas.
CO28
Qual o papel da psicoterapia no tratamento da obesidade pediátrica?
Ricardo Capitão, Mónica Martins
CHLO - Hospital Egas Moniz
USF Dafundo
[email protected]
Introdução: A prevalência da obesidade pediátrica (OP) aumentou nas últimas décadas e o seu
tratamento representa um desafio. A obesidade não é só uma questão de peso e o seu tratamento deve
ser multidisciplinar. A psicoterapia é mais uma ferramenta que pode ser útil no seu controlo. O objectivo
do presente trabalho consiste em rever a evidência disponível sobre a eficácia da psicoterapia no
tratamento da OP. Métodos: oram pesquisados os termos Me “Pediatric obesity” e “Psychotherapy”
em várias bases de dados. Foram seleccionados os artigos publicados nos últimos 10 anos e classificados
segundo a taxonomia SORT. Os critérios de inclusão foram: população entre os 2-18 anos com
IMC>Percentil 95, submetida a psicoterapia para controlo de peso. Excluíram-se os artigos repetidos e nos
quais a população apresentasse outras patologias. Resultados: Foram obtidos 15 artigos (1 meta-análise,
2 revisões sistemáticas e 12 ensaios clínicos controlados e aleatorizados), com níveis de evidência 1-2. As
terapias comportamental, familiar e parental foram eficazes no tratamento da OP quando incluídas em
intervenções com multicomponentes. No entanto, um estudo não mostrou superioridade das terapias
comportamental e familiar combinadas face a consulta nutricional. Noutro estudo o treino parental não
mostrou benefício no subgrupo dos adolescentes. A terapia cognitiva não melhorou os resultados quando
associada a outras abordagens. Nenhum estudo avaliou a psicoterapia como intervenção individual para
redução de peso. Conclusões: As intervenções com multicomponentes são eficazes (SOR-A) e podem ser
potenciadas aumentando o número de técnicas usadas e o envolvimento dos pais (SOR-A). A intervenção
baseada apenas nos pais (sem a criança) é eficaz (SOR-B), com excepção do subgrupo dos adolescentes. A
psicoterapia quando realizada por um técnico experiente representa uma arma importante no controlo
da OP, inócua para os doentes, que não deve ser descurada pelos médicos.
Palavras-Chave: psicoterapia obesidade pediátrica
CO29
Construção e validação de um instrumento de avaliação das crenças, atitudes e práticas dos
profissionais de saúde em relação à obesidade
Filipa Teixeira, José Pais-Ribeiro, Ângela Maia
Universidade do Minho
Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto
Escola de Psicologia, Universidade do Minho
[email protected]
Introdução: O estudo das crenças, atitudes e práticas dos médicos de família, enfermeiros e nutricionistas
face à obesidade tem revelado crenças e atitudes negativas face aos obesos e práticas inconsistentes e
descoordenadas. No entanto, verifica-se uma ausência de estudos que simultaneamente comparem estes
três grupos, com recurso à mesma metodologia o que tem contribuído para dificuldades de comparação e
dados controversos e inconsistentes. Com este estudo pretendemos construir e validar um questionário
que permita avaliar, simultaneamente, as crenças, atitudes e práticas destes três grupos de profissionais
de saúde relativamente à obesidade. Método: Com base numa revisão aprofundada da literatura e em 66
entrevistas realizadas previamente aos três grupos de profissionais de saúde, foi construído um
questionário inicial com 151 itens que foram discutidos comprofissionais experientes. O questionário foi
posteriormente administrado a 628 profissionais de saúde (207 médicos de família, 258 enfermeiros e
163 nutricionistas), de ambos os sexos (77,39% mulheres), a trabalharem em unidades de cuidados de
saúde primários no norte do país. Os dados foram analisados com recurso à Análise Fatorial e a
consistência interna avaliada pelo alpha de Cronbach. Resultados: A versão final do instrumento é
constituída por 112 itens, divididos em sete domínios diferentes: causas, consequências, crenças e
atitudes face aos obesos, crenças relativas ao tratamento da obesidade, dificuldades e sentimentos face
ao tratamento, barreiras e frequência das práticas. A consistência interna variou de 0.50 a 0.91, indicando
fragilidades em relação a algumas medidas. No entanto, as mesmas foram mantidas por apresentarem
valores superiores a outros instrumentos validados nesta temática. Conclusão: O presente instrumento,
apesar das limitações quanto à consistência interna, surge como um primeiro esforço relativamente à
avaliação simultânea das crenças, atitudes e práticas dos profissionais de saúde face à obesidade.
Palavras-Chave: validação, obesidade, profissionais de saúde, atitudes, práticas
CO30
Tratamento da obesidade nos cuidados de saúde primários: todos dizem que fazem... mas uns fazem
mais do que os outros.
Filipa Teixeira, José Pais-Ribeiro, Ângela Maia
Universidade do Minho
Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto
Escola de Psicologia, Universidade do Minho
[email protected]
Introdução: Enquanto as crenças, atitudes e práticas dos médicos de clínica geral e familiar acerca da
obesidade, nos cuidados de saúde primários, surgem fortemente exploradas na literatura, pouco se sabe
sobre o grupo dos enfermeiros e dos nutricionistas, verificando-se uma ausência de estudos que,
simultaneamente, comparem estes três grupos. Método: Um questionário desenvolvido para o propósito
do estudo foi administrado a 207 médicos de família, 258 enfermeiros e 163 nutricionistas (n = 628), de
ambos os sexos, a trabalharem em cuidados de saúde primários, na zona norte do país. Os dados foram
analisados com recurso a estatística descritiva e univariada, nomeadamente a ANCOVA, utilizando-se a
idade como covariável. Resultados: As crenças e atitudes face aos obesos são negativas a ambivalentes.
Contudo, verificam-se diferenças significativas no grupo dos nutricionistas, que acreditam fortemente que
os obesos são incapazes de mudar o seu estilo de vida (p< 0.01). Este grupo diferencia-se
significativamente no que concerne às crenças face ao tratamento, apresentando uma maior perceção de
eficácia, maior responsabilidade sobre o tratamento e uma definição adequada de perda de peso bem
sucedida (todos os p< 0.01). Os nutricionistas relatam menores dificuldades no tratamento da obesidade
que os médicos de família (p< 0.01) e um maior compromisso do que os enfermeiros (p< 0.001). Foram
também encontradas diferenças significativas relativamente à frequência das práticas, com o grupo dos
nutricionistas a implementarem mais frequentemente medidas de avaliação da obesidade e estratégias
cognitivo-comportamentais para a perda de peso (todos os p< 0.001) Conclusão: Os nutricionistas
diferenciam-se nas crenças, atitudes e práticas dos médicos e dos enfermeiros, surgindo como o grupo
melhor preparado para lidar com a obesidade. Para uma maior eficácia no tratamento da obesidade
torna-se peremptório o desenvolvimento de políticas de saúde que promovam o aumento do número de
nutricionistas nas instituições de saúde, a abordagem multidisciplinar da obesidade e a formação dos
profissionais.
Palavras-Chave: Obesidade, profissionais de saúde, cuidados de saúde primários, crenças, práticas
CO31
Alimentos ultraprocessados: uma questão de saúde pública
Paula Martins
SES/DF Brasil
[email protected]
NTRODUÇÃO: As mudanças alimentares que a maioria dos países tem sofrido envolvem a substituição de
alimentos in natura e minimamente processados por alimentos industrializados prontos para o consumo
(processados ou ultraprocessados), riquíssimos em sódio e calorias. Essas transformações promovem
desequilíbrios nutricionais e uma ingestão excessiva de calorias, contribuindo para o aumento de
obesidade, diabetes, hipertensão, doenças do coração e certos tipos de câncer (BRASIL, 2014). Para o
enfrentamento desse cenário, são fundamentais ações de educação nutricional na saúde pública. No
Brasil, a segunda edição do Guia Alimentar para a População Brasileira é um importante instrumento de
apoio a essas ações, pois aborda as principais recomendações para uma alimentação saudável e
desencoraja contundentemente o consumo de alimentos ultraprocessados. MÉTODOS: A amostra foi
constituída por adultos (n=84) e idosos (n=72) diabéticos e/ou hipertensos, acompanhados no mínimo
duas vezes pelos Grupos de Diabetes e Hipertensão do Centro de Saúde da Candangolândia/DF/Brasil. A
entrevista foi realizada no ano de 2013 através do questionário do Sistema de Vigilância Alimentar e
Nutricional (SISVAN). Analisou-se os marcadores de consumo alimentar de alimentos ultra processados
(batatas industrializadas/salgados fritos, hambúrgueres/embutidos, biscoitos/salgadinhos de pacote,
biscoitos doces/recheados/doces/balas/chocolates e refrigerantes) nos sete dias anteriores à entrevista,
separando-os em categorias de alimentos e em frequência de consumo (0-7 dias). Os extremos de
consumo desses alimentos foram comparados aos valores do DF (SISVAN/DF/2013) e do Brasil
(SISVAN/Brasil/2013). RESULTADOS: Na categoria de batata frita industrializada/salgado frito, o grupo de
adultos e idosos DM/HAS se destacou positivamente, pois 85% do grupo relataram não ter consumido ou
consumido em apenas um dia nos sete dias anteriores à entrevista, contra 62% dos adultos e idosos do
Brasil, assemelhando-se apenas aos idosos do DF (82%). Outro fato positivo é que nenhum dos
entrevistados revelou ter consumido esses alimentos todos os 7 dias anteriores à entrevista contra 2 a 3%
dos adultos e idosos do DF e Brasil. Esse mesmo destaque positivo do grupo avaliado foi observado na
categoria de biscoitos doces/recheados/doces/balas/chocolates, na de refrigerantes e, principalmente, na
de hambúrguer/embutidos. Na categoria de biscoitos salgados/salgadinhos de pacote, os dados
mostraram que foram os alimentos de maior frequência de consumo do grupo avaliado e dos demais
grupos comparativos. No entanto, o grupo DM/HAS novamente se destacou com uma maior frequência
de indivíduos que consumiram 0 a 1 vez nos 7 dias avaliados, bem como uma menor frequência dos que
relataram consumir todos os 7 dias avaliados. Vale ressaltar que os biscoitos salgados tem sido muito
consumidos pelas famílias brasileiras, principalmente na forma de lanches práticos e pobres em
nutrientes, em detrimento de frutas, oleaginosas, cereais integrais, entre outros. CONCLUSÃO: Esse
trabalho evidenciou a necessidade dos profissionais nos serviços públicos de saúde desaconselharem o
consumo dos alimentos ultraprocessados, principalmente dos biscoitos salgados. Também é patente a
importância do nutricionista na Saúde Pública promovendo educação nutricional, pois esse estudo
revelou resultados positivos desse profissional atuando no grupo de DM/HAS e tem norteado as ações
educativas a fim de aumentar eficiência e aperfeiçoar resultados. Combater o consumo excessivo de
alimentos ultraprocessados previne obesidade e doenças crônicas e resgata tanto os alimentos naturais e
regionais como também a qualidade de vida da população.
Palavras-Chave: nutrição obesidade ultraprocessados saúde pública
CO32
Eneagrama na Nutrição - Abordagem da Nutrição a cada tipo de Personalidade
Noélia Arruda
Mega Craque – Ginásio
[email protected]
Introduções: O eneagrama descreve nove tipos de personalidade e como se comportam em diferentes
situações: tipo 1 – Perfeccionista, tipo 2 – Prestável, tipo 3 – Desempenhador, tipo 4 – Romântico, tipo 5 –
Observador, tipo 6 – Precavido, tipo 7 - Entusiasta, tipo 8 - Controlador e o tipo 9 - Pacificador. Às
consultas de nutrição chegam indivíduos com discursos muito semelhantes: “já fiz inúmeras tentativas
para perder peso e desisti a meio…”. Esta linguagem é muito familiar para o Nutricionista, mas com o
eneagrama cada personalidade, pode ter uma abordagem ao plano alimentar de acordo com a sua visão
do mundo. Metodologia: Aquando das Consultas de Aconselhamento Nutricional, no Mega Craque, entre
abril e setembro de 2015, foi enviado a 238 indivíduos, por email, um questionário sobre como a
personalidade influenciava a sua alimentação, o tipo de plano alimentar e a relação com a Nutricionista.
Resultados: Obteve-se 67 respostas ao questionário, em que os indivíduos se identificaram com alguns
tipos de personalidade. Assim, 36 indivíduos identificaram-se com o tipo 7; 26 indivíduos identificaram-se
tanto com o tipo 1 como com o tipo 5; 20 indivíduos identificaram-se com o tipo 3; 15 indivíduos
identificaram-se com o tipo 8; 14 indivíduos identificaram-se com o tipo 9; 11 indivíduos identificaram-se
com o tipo 4; 10 indivíduos identificaram-se com o tipo 2 e os restantes 4 indivíduos identificaram-se com
o tipo 6. Conclusão: Muitos indivíduos preferem planos com muitas opções e inovações nas consultas;
outras pessoas preferem planos com muito rigor e detalhe; algumas personalidades apreciam o
conhecimento profundo dos alimentos que compõem o plano; certos eneatipos têm dificuldade em
cumprir as recomendações em prol dos hábitos da família. Assim, o eneagrama constitui uma ferramenta
fulcral, para alteração dos hábitos alimentares e adopção de novos estilos de vida.
Palavras-Chave: Eneagrama Personalidade Nutrição Plano Alimentar
CO33
Intervenção de educação alimentar numa comunidade escolar: avaliação do impacto
Goreti Botelho, Jorge Lameiras
Escola Superior Agrária de Coimbra / Centro de I&D CERNAS
Universidade de Aveiro / Centro de I&D RECI
[email protected]
Introdução: O consumo de alimentos e bebidas de tipologia fast food (comida pronto-a-comer) tem sido
objeto de investigação científica a nível mundial e vários estudos indicam uma forte associação entre o
seu consumo e a prevalência de doenças em crianças e adolescentes ou o contributo para o seu
aparecimento em idade adulta. Objetivo: Pretendeu-se no presente trabalho, avaliar o impacto de uma
ação de educação alimentar e nutricional na melhoria dos conhecimentos sobre a composição nutricional
de alguns alimentos e bebidas reconhecidas como fast food, de alunos adolescentes e funcionários
docentes e não docentes, da Escola Básica 2,3 de Mundão, no concelho de Viseu. Métodos: Foi realizada
avaliação pré- e pós- atividade com base na aplicação de um questionário. Resultados: Da análise global
da ação desenvolvida foi possível concluir que: a) responderam efetivamente ao questionário pré-teste
85,3% do total de alunos (321), 5,7% do total de professores (4) e 71,4% do total dos assistentes
operacionais (15), num total de 340 questionários. Ao pós-teste responderam 84,3% dos alunos (317),
5,7% dos docentes (4) e 66,6% assistentes operacionais (14), num total de 335 questionários; b) existiu
um elevado interesse por parte dos alunos na visita à montra onde os produtos alimentares foram
expostos, com um feedback muito positivo; c) houve um incremento positivo quanto à perceção da
dificuldade do questionário entre a primeira e a segunda aplicação. Conclusão: O trabalho demonstrou
eficácia imediata no que se refere à melhoria significativa dos conhecimentos dos participantes no estudo
sobre os aspetos nutricionais abordados na ação, concretamente sobre a composição em açúcar e
gordura, dos produtos apresentados, o que será certamente positivo na modelação do seu
comportamento alimentar futuro, contribuindo para a prevenção de doenças crónicas. Agradecimentos
Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), PEst-OE/AGR/UI0681/2014 para o CERNAS.
Palavras-Chave: educação alimentar questionário comunidade escolar prevenção
CO34
Effect of fish-based diet supplementation on resting rate-pressure product and their association with
cardiometabolic risk factors at baseline
Paulo Bispo, Pedro Rodrigues, Narcisa Bandarra, Firmina Lebre, Augusta Marques
CEDOC/FCM/UNL
DIV-AV/IPMA
[email protected]
Background: We have previously showed that fish-based diet supplementation during 3 months increased
less atherogenic large, more buoyant, LDL particles, and decreased oxidized LDL (oxLDL), inflammatory
markers (TNFa), and the leptin/adiponectin ratio. The current data extents previous observations and
aims to determine the effect of supplementation with canned sardine twice-a-week (≈500mg day of n-3
HUFA), on the rate-pressure product (RPP), a surrogate marker of myocardial oxygen demand. Methods:
81 adults from both genders were considered for the present study, 74 started and 56 completed the
intervention study. asting venous blood were collected for lab analysis at 0( L), 1(T1), and 3(T3) month’s
time. Blood pressure was measured at least twice with an automatic recorder, and the RPP was calculated
as heart rate × systolic BP (bpm x mmHg) in 65 out of 81 volunteers. In this primary analysis, significance
between different times was found using paired sample t-test. Nonparametric test, pearman’s
correlation coefficient was determined. Results: At baseline a positive correlation between RPP and BMI,
waist circumference, glucose, Total-chol, TAG, ApoB, LDL-c, sd-LDL, I-HDL, S-HDL, hs-CRP, or ox-LDL, was
found, and negatively with ApoA1/ApoB ratio, L-HDL (p< 0.05) and, borderline significance, with large
(MID)-LDL (p= 0.051). No significant correlations were observed between RPP and HDL-c, ApoA1 or Lp(a).
After three months dietary intervention RPP significantly decreased in T1 (p= 0.01) and T3 (p= 0.001)
versus baseline. Conclusions: Our data highlight the association of several CV risk factors, such as
adiposity, with rate-pressure product. In this population, fish diet supplementation significantly lower
RPP. Future works are needed to confirm this data, and underline the potential mechanisms, beyond
those related to the metabolic inflammatory’s cluster.
Palavras-Chave: fish diet supplementation rate-pressure product adiposity cardiometabolic markers
CO35
Alimentação mediterrânica e perceção sobre alimentos funcionais em estudantes
Leandro Oliveira, Francisco Sousa, Maria Graça da Silveira
Universidade dos Açores - Departamento de Ciência Agrárias
Universidade dos Açores - Departamento de Ciência da Educação
[email protected]
Introdução: O Padrão Alimentar Mediterrânico (PAM) é um modelo cultural, histórico e de saúde, pelo
que, desde 4 de Dezembro de 2013, é reconhecido em Portugal pela UNESCO como Património Cultural
Imaterial da Humanidade. O PAM tem associada a si uma série de características promotoras de saúde,
entre as quais o elevado consumo de alimentos funcionais (AF), ou seja, alimentos que têm um efeito
fisiológico benéfico para a saúde e/ou redução dos riscos de doenças crónicas. O objetivo deste trabalho
foi avaliar a adesão ao PAM e perceção sobre AF dos estudantes do terceiro ciclo do ensino básico da ilha
Terceira. Métodos: Utilizou-se um questionário de aplicação direta. A adesão ao PAM foi avaliada pelo
KIDMED. A perceção sobre os AF foi avaliada por um uma escala psicométrica de 5 pontos construída para
o efeito, em que se avaliaram 4 domínios: benefícios, necessidade, confiança e segurança dos AF. Na
análise estatística foi utilizado o SPSS 22.0. Resultados: Dos 303 estudantes que constituíram a amostra
final, 57,8% eram do sexo feminino com uma idade média de 14,0±1,2 anos. A maioria dos estudantes
residia no concelho de Angra do Heroísmo (73,3%) em meio rural (84,8%). Verificou-se que 30,0% dos
estudantes apresentavam excesso de peso/obesidade e 1,3% baixo peso. A maioria dos estudantes
situaram-se num nível de adesão ao PAM intermédio (64,4%), e 14,9% num nível baixo. Em relação à
perceção sobre AF, os estudantes obtiveram uma percentagem de 63,0%±12,6%, 68,2%±21,0%,
57,0%± , %, 5 , %±15,3% nos domínios: “benefícios”, “necessidades”, “confiança” e “segurança”,
respetivamente. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre o sexo e a
adesão ao PAM/domínios da perceção sobre os AF. Conclusão: Assim, preconiza-se a implementação de
medidas que fomentem a adesão ao PAM e melhorem a perceção sobre os alimentos funcionais de modo
a que os estudantes beneficiem de uma alimentação promotora de saúde.
Palavras-Chave: alimentação mediterrânea, crianças, alimentos funcionais, escola
CO36
Fatores associados a síndrome metabólica em crianças brasileiras
Alynne Andaki, Edmar Mendes, Amanda Santos, Adelson Tinoco, Jorge Mota
Faculdade do Desporto da Universidade do Porto
Universidade Federal de Viçosa
[email protected]
O presente estudo teve como objetivo identificar os fatores associados a síndrome metabólica (SM) em
crianças brasileiras de seis a 10 anos de idade do município de Uberaba/MG, Brasil. Métodos: estudo de
corte transversal, base populacional com amostra probabilística. As crianças foram submetidas a
avaliação antropométrica, aferição da pressão arterial e coleta de sangue para análise bioquímica e
síndrome metabólica. Preencheram o Questionário Alimentar do Dia Anterior e foi aplicado a Lista de
Atividade Física (LAF). Questionário sobre hábitos de vida e condição socioeconômica foi respondido pelos
responsáveis. Os dados foram tabulados por dupla digitação e, em seguida, procedeu-se análise bivariada
e multivariáveis por meio da regressão de Poisson usando o programa estatístico SPSS. Resultados:
participaram do estudo n=1480 crianças com idade média de 8,5 ± 1,5 anos, 52,2 %sexo feminino.
Prevalência de SM foi de 12,6 % e 8,5 % para meninas e meninos, respectivamente. Foi realizada análise
de associação entre
SM e variáveis independentes. Na análise bivariada, apresentou-se
significativamente associado a M (p ≤ 0, 0) sexo, idade, tipo de escola, IMC, sobrepeso obesidade,
perímetro de cintura, dobras cutâneas bicipital, tricipital, supra-ilíaca e subescapular, bem como o
somatório das mesmas, percentual de gordura corporal, massa corporal magra, massa corporal gorda,
quantidade de gordura corporal moderadamente alta e alta, maturity offset, ingestão de mais uma
porção ao dia de alimentos gordurosos. Após análise multivariáveis, tipo de escola, perímetro de cintura,
percentual de gordura corporal, massa corporal gorda, e a ingestão de mais de uma porção de alimentos
gordurosos ao dia, associaram-se positivamente a M (p ≤ 0,05). Conclusão: rede de ensino privada,
ingestão de mais uma porção de alimentos gordurosos ao dia e adiposidade foram associadas a SM em
crianças brasileiras de seis a10 anos de idade.
Palavras-Chave: síndrome metabólica; crianças; regressão Poisson;
Prémio Melhor Comunicação
Obesidade Infantil
CO37
Socio-ecological intervention impact in preschool children to prevent obesity
Teresa Sancho, Ezequiel Pinto, Elisabete Pinto, Carla Rêgo, José Carlos Ribeiro, Jorge Mota, Susana Vale,
Pedro Moreira
Administração Regional de Saúde do Algarve, IP
Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve
CBQF – Laboratório Associado, Escola Superior de Biotecnologia, Universidade Católica Porto
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
CIAFEL - Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto
[email protected]
Introduction: Rapid changes in diets, physical activity and sedentary lifestyles led to a major public health
challenge, because prevalence of obesity is rising rapidly and the trend is especially alarming at younger
ages. Thus, early prevention is universally regarded as the best approach, and schools are considered a
potential environment to intervene, namely preschools. Objective: To assess the impact of a socioecological intervention on dietary intake (DI) and physical activity (PA) to prevent obesity in Portuguese
preschool children. Methods: Two hundred eleven preschool children, aged 5.3 (±0.5) years, 108 females
(51.2%), were allocated into experimental group (EG) and control group (CG). A six-month socioecological intervention on DI and PA was developed with a school-family based framework.
Anthropometric, DI, PA and socioeconomic status (SES) assessments were performed at baseline and
post-intervention. ody mass index ( MI) was categorized using the World ealth Organization’s (W O)
growth reference. Adjustments for confounder factors were made. Results: After intervention a
significant reduction of BMI z-score (p=0.04) in the EG and increase thereof in the CG were observed.
Positive changes were obtained in the intake of dietary fiber (p=0.041), vegetable soup (p=0.034), fruit
(p=0.038), vegetables/fruit (p=0.042) and water (p=0.034). However, significant differences were not
found regarding PA. Conclusion: This six-month socio-ecological intervention, based on the preschoolfamily binomial provided a BMI outcome that supports this model to tackle childhood obesity.
Palavras-Chave: Obesity, preschool children, dietary intake, physical activity, socio-ecologic intervention
CO38
Aptidão motora e obesidade em crianças pré-escolares
Sandra Silva Santos, Armanda Santos, Jorge Mota, Susana Vale
Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
[email protected]
Introdução: Adiposidade, baixa aptidão física e baixos níveis de atividade física estão associados ao risco
de doença cardiovascular em crianças e a sua alta prevalência representa um importante problema de
saúde pública. Aptidão motora consiste nas componentes da aptidão física que estão relacionadas com o
melhor desempenho desportivo e com as habilidades motoras. O objetivo deste estudo foi examinar a
associação entre aptidão motora e obesidade em crianças pré-escolares. Métodos: A amostra foi
composta por 466 crianças (51,8% meninas) de 3-6 anos, com média de idade de 4,59 ± 0,79 anos,
recrutadas em escolas localizadas na área metropolitana do Porto, Portugal. O índice de massa corporal
(IMC) foi classificado de acordo com a International Obesity Task Force (IOTF) em três níveis, peso normal,
excesso de peso e obesidade. A atividade física total foi avaliada através da acelerometria. Foram
realizados dois testes de aptidão motora: shuttle run (SRT) 10x5m e saltar uma distância de 7m em 2 pés
(J2F). Cada teste de aptidão motora foi standardizado e acima de um desvio padrão foi considerado com
risco para baixa aptidão motora, Foi criada uma única variável com 3 categorias: sem risco; com 1 risco e
com 2 riscos. Resultados: A prevalência de peso normal, excesso de peso e obesidade foi de 67,6%, 21,6%
e 9,7%, respetivamente. Ao realizarmos a regressão logística multinominal, averiguamos que existe uma
relação significativa entre a obesidade e aptidão motora, Assim sendo, as crianças com obesidade têm
cerca de 6 vezes maior probabilidade de possuir pior aptidão motora comparativamente com as crianças
com peso normal (OR: 6,4; IC: 1,3-36,6), ajustando para a idade e para a atividade física diária. Conclusão:
Este estudo mostrou uma alta associação entre a obesidade e a baixa aptidão motora. Estudos
longitudinais são imprescindíveis para confirmar estes resultados
Palavras-Chave: aptidão física aptidão motora pré-escolares índice de massa corporal
CO39
IMC e bouts de comportamento sedentário em crianças
Amanda Santos, Sandra Santos, Alynne Andaki, Edmar Mendes, Susana Vale, Jorge Mota
Faculdade de Desporto da Faculdade do Porto
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
[email protected]
Introdução: Comportamento sedentário (CS) vem sendo amplamente associado com resultados negativos
à saúde. Contudo, este construto apresenta diferentes dimensões e formas de quantificação. Poucos
estudos consideraram o efeito de diferentes bouts sedentários distribuídos ao longo do tempo total
dedicado a este comportamento e indicadores de saúde em crianças. Assim, o objetivo deste estudo foi
verificar associação entre índice de massa corporal (IMC) e bouts de CS. Métodos: A amostra foi composta
de 103 crianças (53,4% meninas), com média de 9,42±0,37 anos de idade, recrutados em escolas
localizadas na área metropolitana do Porto, Portugal. A média dos valores de IMC foi 19,53±3,34 kg/m2,
sendo 58,3% (n=60) classificados em peso normal, 25,2% (n=26), excesso de peso e 16,5% (n=17) e
obesidade, pela International Obesity Task Force. O CS (609,95±67,60 min/semana) foi medido por
acelerômetro Actigraph, modelo GTM1 e considerado ponto de corte <100 cpm (Evenson et al., 2008).
Para análise, o dispositivo foi utilizado durante todas as horas de vigília, exceto em atividades aquáticas,
durante sete dias consecutivos, pelo menos 10 horas/dia. Os bouts de CS acumulados em 5, 10, 15, 20 e
30 minutos foram calculados. Foi utilizado o software estatístico SPSS, versão 22.0. Resultados: Foi
realizada regressão linear múltipla, com base em método sequencial (Stepwise). O modelo significativo de
regressão gerado para as categorias do IMC foi: Peso normal F(1, 58)=20,368, p=0.001, para bouts de 5
minutos como preditor (B=0.093, β=0.510, IC 5%=0.05 ;0.134). Excesso de peso (1, 4)=17,
,
p=0.001, também para bouts de 5 minutos ( =0.10 , β=0. 55, IC 5%=0.055;0.15 ). Obesidade (1,
15)=7, 7, p=0.013, para bouts de 10 minutos ( =0.
, β=0.5 7, IC 5%=0.07 ;0.5 5). Conclusões:
Crianças com obesidade parecem dedicar mais do seu tempo sedentário em bouts de CS mais longos.
Investigar o possível padrão de períodos gastos em CS parece ser importante para melhor entendimento
deste comportamento e elaboração de possíveis estratégias de intervenção.
Palavras-Chave: Crianças Obesidade Comportamento sedentário
CO40
Actividade física familiar e obesidade da criança: influência do género
Emília Duarte, Isabel do Carmo, Abel Paiva e Silva
Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias. Instituto Politécnico de Castelo Branco
Faculdade de Medicina de Lisboa
Escola Supeior de Enfermagem do Porto
[email protected]
Introdução: A adopção pela família de estilo de vida sedentário pode influenciar a criança na adopção de
comportamentos favorecedores do desenvolvimento da obesidade. Pretendeu-se determinar a
prevalência da obesidade em crianças em idade pré-escolar, caracterizar a atividade física habitual da
mãe e do pai das crianças e verificar a relação com a obesidade na criança. Métodos: Estudo quantitativo,
observacional, descritivo, transversal. Avaliação da prevalência da obesidade das crianças segundo
critérios do CDC (2000) e da atividade física habitual da mãe e do pai das crianças através do Baecke
Physical Activity Questionnaire. Os dados foram submetidos a análise descritiva, teste de correlação de
Pearson e de comparação de médias (ANOVA; Post Hoc de Scheffé) considerando-se significância
estatística para p<0,01. Resultados: Avaliadas 1111 crianças, entre 3-6 anos. Verificou-se prevalência da
obesidade de 12,06% (12,93% meninos, 11,28% meninas). Da atividade física habitual dos pais constatouse: superior no contexto de trabalho e mais baixo no desporto; pais com prática mais intensa do que as
mães; correlação positiva entre pai e mãe particularmente no desporto e lazer; associação entre níveis de
escolaridade mais baixos e níveis mais baixos de prática desportiva e atividades profissionais de atividade
física mais intensa. Constatou-se diferença significativa entre os índices de desporto dos pais das crianças
com obesidade e com peso normal; obesidade associada a uma prática de atividade física do pai menos
intensa no desporto. Conclusões: Prevalência elevada de obesidade nas crianças. Os pais das crianças com
obesidade têm uma prática habitual de atividade física no desporto menos intensa. Podemos considerar
uma influência de género, marcado pela figura parental masculina, no desenvolvimento da obesidade
infantil. Necessidade de intervenção familiar, visando o assumir de responsabilidade integrando
mudanças de estilos de vida com hábitos de atividade física mais intensos, particularmente no desporto,
ajudando a construir ambientes protetores do desenvolvimento da obesidade.
Palavras-Chave: Obesidade, influência, actividade física, família, criança pré-escolar
CO41
Função tiroideia e perfil lipidico em doentes eutiroideus obesos diabéticos
Francisco Sousa Santos, Catarina Roque, Ricardo Capitão, Carlos Bello, Ricardo Fonseca, João Sequeira
Duarte, Clotilde Limbert, Jorge Azinheira, Carlos Vasconcelos
Centro Hospitalar Lisboa Ocidental
[email protected]
Introdução: A disfunção tiroideia pode alterar vários factores de risco cardiovascular, incluindo o perfil
lipídico. A relação entre valores mais elevados de TSH e perfil lipídico alterado tem sido encontrada em
estudos populacionais, ainda que inconsistentemente. Neste trabalho pretendeu-se verificar esta possível
associação em doentes eutiroideus diabéticos e obesos. Métodos: Estudo retrospetivo, baseado em
registos da consulta de Endocrinologia de doentes obesos (IMC > 30 kg/m2) e Diabetes Mellitus tipo 2
entre 2008 e 2015. Foram excluídos doentes com disfunção tiroideia, com creatininemia superior a 1.2
mg/dL ou sob terapêutica com levotiroxina, fibratos ou estatinas. A amostra foi dividida em dois grupos
por TSH (superior ou inferior a 2 uIU/mL) e por sexos. Aplicaram-se métodos estatísticos descritivos,
correlações de Pearson e teste t de Student em variáveis contínuas para avaliar diferenças entre grupos.
Resultados: Avaliaram-se 207 doentes (369 observações), 70% do sexo feminino, com idade média de 56
anos e IMC de 36 kg/m2 (45.8% superior a 35 kg/m2). 92,8% tinham o diagnóstico de dislipidemia. No
grupo com TSH superior verificou-se trigliceridos mais elevados (p = 0.038), mas não foi atingida
significância estatística na diferença dos restantes parâmetros lipídicos. Esta diferença estatisticamente
significativa só foi confirmada no sexo feminino (p = 0.008). O valor de TSH foi associado à glicemia de
jejum na correlação de Pearson (p = 0.028) mas não com o perfil lipídico. Conclusões: Nesta amostra de
doentes eutiroideus obesos e diabéticos confirmámos unicamente triglicéridos mais elevados em doentes
com valores de TSH superiores. Nesta população parece, pois, que a fisiopatologia associada ao perfil
lipídico menos favorável estará pouco relacionada com o eixo hipófise-tiroideia. No entanto, a
interferência farmacológica, o desenho retrospectivo e a dimensão da amostra são importantes
limitações deste trabalho, podendo contribuir para as diferenças encontradas face às relações verificadas
em estudos de população não-diabética não-obesa.
Palavras-Chave: Obesidade Tiróide Diabetes Dislipidemia
CO42
Prevalência da obesidade na cirurgia cardíaca no Brasil.
Márcia Pinheiro, Vitor Azevedo, Cristina Kuschnir, Regina Xavier, Arn Migowski, Othon Pinheiro Filho
Ministério da Saúde Brasil
Universidade Estadual do Rio de Janeiro
Secretaria Municipal de Saúde Rio de Janeiro
[email protected]
Introdução: A obesidade - importante problema de saúde pública - está associada à dislipidemia,
diabetes, hipertensão e hipertrofia ventricular esquerda, fatores de risco coronariano. Permanecem
dúvidas sobre a prevalência da obesidade nos pacientes que necessitam de cirurgia cardíaca. Objetivo:
escrever a prevalência da obesidade (IMC≥30) e as características destes pacientes no rasil ( 004 a
2013). Métodos: Os dados descritivos são expressos por percentual e contínuos por média e desvio
padrão ou mediana e interquartiles. Foi empregado o qui-quadrado de Pearson, testes t de Student e
Mann-Whitney. Regressão logística para revelar a associação de marcadores independentes com a
obesidade, calculada a razão de chance (odds ratio – OR) e seu intervalo de confiança de 95% (IC95%).
Utilizado o programa STATA 13. O nível de significância foi 0,05 e todos os testes bicaudais. Resultados:
Realizadas 2621 cirurgias cardíacas no período. Médias: IMC=26,02±4,62 e colesterol=171,0±46,9.
Medianas: idade 58 (48-67) e creatinina sérica 1,0 (0,90-1,2). Obesidade (18,24%), sexo masculino
(57,08%), pele de cor branca (66,65%), fumadores atuais (12,04%), diabetes mellitus (21,79%), dos quais
11,50% insulina dependentes, dislipidemia (48,85%), insuficiência renal (7,03%), hipertensão arterial
sistêmica (71,67%), febre reumática (18,28%) e etilismo (8,05%). Não houve diferença entre grupos de
IMC para idade (p=0,2656), sexo feminino (18,93% versus 17,71% - p=0,424), creatinina (p=0,7569), cor de
pele branca (18,92% versus 16,82% - p=0,192), fumadores atuais (17,82% versus 18,37% - p=0,847) e
insuficiência renal (14,84% versus 18,49% - p=0, 1 ). ouve diferença entre IMC≥30 e IMC<30 no
colesterol (177,7±48,7 versus 169,5±46,4 – p=0,0008), diabetes mellitus (26,86% versus 15,85% p<0,0001) e dislipidemia (22,47% versus 14,67% - p<0,0001). Foram marcadores independentes da
obesidade a diabetes mellitus (OR=1,87; IC95%=1,49-2,35; p<0,0001) e o nível do colesterol (10mg%)
(OR=1,038; IC95%=1,016-1,060; p=0,0001). Conclusão: A obesidade esteve associada à diabetes mellitus e
ao colesterol sérico de forma independente e esforços devem ser empregados no controle destes
pacientes.
Palavras-Chave: Obesidade Cirurgia Cardiaca Prevalência
CO43
Impacto na glicemia em jejum de uma intervenção nutricional direccionada a candidatos à cirurgia
bariátrica: resultados do estudo INDIVIDUO
José Camolas, Osvaldo Santos, Alexandra Dinis, Pedro Moreira, Mário Mascarenhas, Isabel do Carmo
Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Hospital Santa Maria – CHLN
Instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública/Instituto de Saúde Ambiental da Universidade de
Lisboa, Portugal
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, Portugal
Universidade de Lisboa, Portugal
[email protected]
INTRODUÇÃO: a adiposidade excessiva, particularmente de deposição centrípeta, associa-se a alterações
da glicemia de jejum e da tolerância à glicose, constituindo factor de risco para a DM2. A terapêutica
nutricional é fundamental na prevenção e terapêutica da DM2, sendo recomendada na abordagem dos
candidatos à cirurgia da obesidade. No entanto, existem poucos estudos que fundamentem a relevância
da abordagem prévia à cirurgia, especificamente ao nível do controlo metabólico. Apresentam-se
resultados relativos ao impacto do método INDIVIDUO no controlo glicémico em jejum. MATERIAL E
MÉTODOS: ensaio clínico, prospectivo (a 6 meses), aleatorizado, com dois braços: grupo intervenção (GI)
e controlo (GC). Amostragem sequencial, estratificada por sexo e idade (n=94;GI=45 e GC=49). Ensaio
aprovado pela Comissão de Ética do CAML e precedido de Consentimento Informado. Dados
(sociodemográficos, antropométricos e clínicos) recolhidos por elementos treinados. Avaliação
bioquímica em jejum, seguindo os procedimentos do centro de colheitas/laboratório do HSM–CHLN.
Índice QUICKI utilizado para estimar a sensibilidade à insulina. GI sujeito a intervenção nutricional
protocolada (INDIVIDUO) e GC a intervenção promotora de literacia em saúde/obesidade. Análise
estatística (SPSS v22): nível de significância 95%; comparação de variações (avaliações inicial–final) entre
grupos; avaliação do efeito da intervenção por regressão linear e logística binária. RESULTADOS: a
variação da glicemia foi significativamente diferente entre grupos (GI:-4,43 vs. GC:0,04mg/d; p=.03). O GI
obteve uma melhoria significativa da sensibilidade à insulina (QUICKIvar: .014 .026, p<.05), que se
correlacionou com a redução ponderal (r=.546; p=.003). As variações médias foram significativamente
diferentes entre os dois grupos (t(51)=; p=.02; d=0,67). Os indivíduos alocados ao GI tinham uma
probabilidade oito vezes superior (ORintervenção=8.66; p=.007) de ter as glicemias controladas na
avaliação final, controlando para a idade, glicemia inicial e a variação do peso. CONCLUSÕES: mesmo na
obesidade severa, uma intervenção nutricional estruturada pode contribuir para melhoria do controlo
metabólico, previamente à cirurgia.
Palavras-Chave: Obesidade severa, glicemia de jejum, terapêutica nutricional
CO44
Insulinorresistência em obesos não-diabéticos – Relevância do HOMA-IR
Carlos Tavares Bello, Rute Ferreira, Catarina Moniz, Ricardo Fonseca, Clotilde Limbert, Sequeira Duarte,
Jorge Azinheira, Manuela Oliveira, Carlos Vasconcelos
Hospital de Egas Moniz
[email protected]
Introdução – A Sindrome metabólica consiste na constelação de factores de risco cardiovascular e
considera-se que na sua base está a insulinoresistência. Diferentes métodos para avaliar a resistência à
insulina foram desenvolvidos, sendo o HOMA-IR o que mais facilmente se aplica na practica clinica. Os
autores avaliam a relação do HOMA-IR com parâmetros clinico-laboratoriais nos doentes com seguimento
em consulta multidisciplinar de Obesidade. Métodos – Estudo retrospectivo, longitudinal com base em
registos de doentes seguidos na consulta multidisciplinar de obesidade de um Hospital central com um
seguimento minimo de 2 anos. Dados clinico-laboratoriais foram colhidos com base nos registos
informáticos e software laboratorial. Doentes com Diabetes Mellitus tipo 2 foram excluidos. Foram
utilizados metodos estatisticos descritivos, correlações de Pearson para variaveis contínuas e os
resultados são apresentados em média e desvio padrão. Resultados –Avaliados 579 doentes, 84.5% do
genero feminino, com idade média de 39.13 +- 11.4 anos com um follow up médio de 8.37 anos e 5492
determinações analíticas registadas. O IMC inicial era 46.93kg/m2, 69.9% sofriam de Hipertensão arterial,
Dislipidemia 61.8% e 7.7% de Hiperuricemia. 34% dos doentes encontravam-se sob Metformina. As
intervenções incluíram: Banda Gástrica (51.1%), Bypass Gástrico (21.7%), Sleeve Gástrico (13.8%) e Balão
Intragástrico (13.4%). Verificou-se uma correlação estatisticamente significativa entre o HOMA-IR e uma
maior variação de peso e IMC pós-intervenção (p <0.001), Hemoglobina A1c (0.034), Uricemia (p 0.007) e
Fatty Liver Index (p 0.033). O decréscimo de insulinemia, HOMA-IR e glucose foi significativamente maior
com métodos malabsorptivos (p 0.001). Conclusões – Na população não diabetica obesa o HOMA-IR
parece estar associado a uma maior variação de peso com a cirurgia bariátrica, niveis mais elevados de
hemoglobina A1c, uricemia e índices de adiposidade visceral. A natureza retrospectiva da análise com as
suas inerentes limitações requer confirmação em estudos prospectivos.
Palavras – Chave: HOMA-IR Insulinoresistência Obesidade Metformina FLI
CO45
Massa Gorda Corporal e Densidade Mineral Óssea numa População Feminina
Ana Coelho Gomes1, Ana Paula Barbosa1, Nuno Duarte3, Catarina Silvestre1, Ana Wessling1, Carolina
Faria1, David Barbosa1, Raquel Paixão1, Ema Nobre1, Florbela Ferreira1, Maria Raquel Carvalho1, Jacinto
Monteiro2, Francisco Sampaio3, Mário Mascarenhas1
Consulta de Osteoporose Fracturária dos:
1
Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar de Lisboa
Norte, EPE
2
Serviço de Ortopedia, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE
3
Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar de Lisboa Norte,
EPE
[email protected]
Introdução: Apesar da obesidade e da osteoporose serem comunmente consideradas doenças
independentes, estudos recentes revelaram que partilham diversos factores genéticos e ambientais. A
massa gorda corporal (MG) é um dos índices mais importantes da obesidade. Os efeitos da obesidade no
tecido ósseo são controversos, havendo estudos que substanciam um efeito benéfico e outros que
evidenciam que a MG em excesso não protege da osteoporose nem da fractura osteoporótica. Objectivo:
Avaliar o efeito da MG na densidade mineral óssea (DMO) da coluna lombar (L1-L4), colo do fémur, fémur
total e terço distal do rádio em 223 mulheres de uma consulta de Osteoporose Fracturária. Material e
Métodos: Estudo prospectivo, não comparativo. Incluídas 223 mulheres da consulta de Osteoporose.
DMO avaliada por absorção de raios X de dupla energia (DXA). Testes estatísticos adequados. Resultados:
Média das idades±Desvio Padrão(DP)=62,7±8,3anos (variação 37-86anos); peso médio±DP=67,8±11,4Kg
(variação 43-109Kg); índice de massa corporal médio±DP=28,4±4,7Kg/m2 (variação 19,5-43,6Kg/m2); MG
média±DP=26,8±7,5Kg (variação 11,7-54,7Kg). DMO média±DP de L1-L4 = 0,9±0,1g/cm2 (variação 0,51,5g/cm2); DMO média±DP do colo do fémur = 0,7±0,1g/cm2 (variação 0,4-1,2g/cm2); DMO média±DP do
fémur total = 0,9±0,1g/cm2 (variação 0,6-1,3g/cm2); DMO média±DP do terço distal do rádio =
0,6±0,1g/cm2 (variação 0,4-0,8g/cm2). Correlação da MG com a DMO L1-L4 = +0,1926 (p=0,0039), com a
DMO do colo do fémur = +0,3317 (p=0,0000), com a DMO do fémur total = +0,3624 (p=0,0000) e com a
DMO do terço distal do rádio = +0,1199 (p=0,0746, n=222). Discussão: O estudo realizado evidencia que a
MG tem uma correlação positiva fraca com a DMO de L1-L4 e uma correlação positiva moderada com a
DMO do colo do fémur e do fémur total; estes dados sugerem uma influência da MG na DMO nessas
regiões do esqueleto, parecendo ter um efeito ósseo benéfico nestes locais. No terço distal do rádio a
correlação não é estatisticamente significativa.
Palavras-Chave: MG, Obesidade, DMO, Osteoporose, Mulheres
POSTERS
C1
Autoestima e relações familiares e sociais de crianças obesas brasileiras
Alexina Ribeiro, Heron Flores, Vladimir Albuquerque Melo, Marcelo Porto, Aldenira Barbosa, Ilckmans
Mugarte
Universidade Católica de Brasília
[email protected]
Autoestima e relações familiares e sociais de crianças obesas brasileiras O presente trabalho tem como
objetivo relatar os dados de um estudo que visa construir uma metodologia de atendimento psicossocial
a crianças e adolescentes com obesidade e suas famílias. Trata-se de um recorte sobre o tema da
obesidade infantil que visa abordar e discutir os dados levantados junto a um grupo de crianças
participantes da pesquisa. Participaram desse grupo 8 crianças obesas, sendo uma menina e sete meninos
com idade entre 9 e 11 anos, residentes em Brasília/Distrito Federal – Brasil. Foram realizados 4
encontros, com duração de duas horas, em sala apropriada para atividades de grupo na Universidade
Católica de Brasília. Cada encontro teve objetivos específicos e atividades programadas visando esses
objetivos. Os temas trabalhados nos encontros foram: relações familiares; diagnóstico de obesidade e
tratamento; relações sociais; motivação e disposição para mudança e auto-imagem. Foram utilizadas
técnicas e atividades lúdicas, sob coordenação de um Psicólogo e alunos de Iniciação Científica. A análise
qualitativa dos dados levou à construção de 5 zonas de sentido onde as crianças expressaram seus
sentimentos e opiniões sobre a forma como são tratadas na família e na escola; o bulling sofrido por parte
de familiares e colegas; a visão que têm da dinâmica familiar, os papeis, hierarquia e comunicação entre
os membros da família; o que sabem sobre alimentos saudáveis e não saudáveis e as fontes de
informação que possuem sobre esse tema; a percepção da autoimagem corporal. Foi possível conhecer o
padrão alimentar da família das crianças obesas e a dificuldade dos genitores em colocar regras em geral
e também referentes à alimentação dos filhos e a adesão ao tratamento e reeducação alimentar.
Palavras-chave: obesidade infantil; dinâmica familiar; autoestima; abordagem sistêmica.
C2
Obesidade hipotalâmica: a propósito de um caso clínico
Francisco Sousa Santos, Clotilde Limbert, Carlos Vasconcelos, Paulo Sousa
Centro Hospitalar Lisboa Ocidental - Egas Moniz
[email protected]
INTRODUÇÃO: A lesão estrutural hipotalâmica associada a tumores (ou outros estímulos) é
frequentemente associada a quadros de obesidade de difícil resolução. Para a sua patogénese contribui a
disfunção ao nível da recepção/transdução hipotalâmica do sinal aferente hormonal habitualmente
associado a saciedade, culminando num predomínio do tónus eferente parassimpático com
hiperinsulinismo. MÉTODOS: Descrição do caso clinico de doente com história da obesidade mórbida
associada a tumor hipotalâmico e a sua evolução clinica entre os seus 14-21 anos mediante abordagem
terapêutica farmacológicas e bariátrica. RESULTADOS: Doente do sexo feminino com diagnóstico de
glioma hipotalamo-quiasmático aos 14 anos, associado a obesidade grau I e panhipopituitarismo. A massa
foi considerada inoperável, tendo realizado quimioterapia inicialmente com vinblastina e posteriormente
com carboplatina, no entanto sem resposta clinica ou imagiológica, embora também sem progressão. Do
ponto de vista endocrinológico, foi iniciada terapêutica de reposição hormonal com levotiroxina, estradiol
e prednisona. Em termos ponderais, assistiu se no primeiro ano após diagnóstico a franco aumento de
peso – além de desenvolvimento de síndrome de apneia obstrutiva do sono e síndrome depressivo - pelo
que iniciou sibutramina e posteriormente octreótido, no entanto mantendo sempre ganho ponderal.
Assim, aos 18 anos, foi realizado bypass gástrico com diminuição de 6kg (139 para 133kg) ao fim do
primeiro ano pós-operatório, no entanto posteriormente retomou ganho ponderal para um máximo de
141kg aos 21 anos. CONCLUSÃO: A obesidade hipotalâmica constitui um grande desafio terapêutico dado
a sua fisiopatologia particular. Apesar de o defeito ser primariamente ao nível da transdução do sinal
hipotalâmico aferente, as terapêuticas farmacológicas disponíveis são limitadas e dirigidas ao sinal
eferente – diminuição de tónus parassimpático e produção de insulina ou aumento de tónus simpático. As
opções cirúrgicas são a vagotomia e a cirurgia bariátrica, no entanto, mesmo com estas intervenções mais
invasivas, a resposta a longo prazo nem sempre é positiva.
Palavras-Chave: Obesidade; Obesidade Hipotalâmica; Obesidade Infantil
C3
Vitamina D em consulta de obesidade pediátrica (estudo preliminar)
Nuno Félix, Oleh Vydoynik, Filipa Vilarinho, Margarida Marujo, Aldina Lopes
Hospital Distrital de Santarém
[email protected]
Introdução: O excesso de peso corporal e os níveis de vitamina D (Vit-D) estão associados1,2. Não está
esclarecido o potencial papel da deficiência de vitamina D no aparecimento das comorbilidades da
obesidade. Avaliámos a associação da deficiência em Vit-D com a insulino-resistência e a dislipidémia.
Métodos: Estudo observacional descritivo em doentes de primeira consulta de Obesidade Pediátrica entre
Fevereiro-Agosto 2015.Variáveis: idade, sexo, percentil de IMC (PeIMC), pressão arterial sistólica e
diastólica, insulina e glucose em jejum, Homeostatic Model Assessment (HOMA), HbA1c, colesterol total
(CT), colesterol-LDL (C-LDL), colesterol-HDL (C-HDL), triglicéridos (Tg), Vit-D, paratorhormona, cálcio e
fósforo. Nível de Vit-D classificado3 com a escala (Esc-Vit ): suficiente (≥30 ng ml), insuficiente (≥ 0 e <30
ng/ml) e deficiente (<20 ng/ml). Análise estatística com SPSS (IBM, v23). Nível de significância: p <0,05.
Resultados: 39 doentes, idade média de 10,5 anos, 59% do sexo feminino. PeIMC médio de 96,4. 84,6%
obesos. Valores médios de Vit-D, glucose, insulina, HOMA e HbA1c de 27,65 ng/ml, 90,5 mg/dl, 19 µUI/ml,
4,68 e 5,24% respectivamente. Os níveis de Vit-D eram deficientes em 12,8% e insuficientes em 59% dos
doentes. 20.5% apresentavam insulinorresistência e 12.8% pré-diabetes. 7,7% apresentavam CT>P95 e
17,9% no P75-P95. 15,4% tinham colesterol LDL no P75-P95. 20,5% tinham colesterol HDL P95. Apenas se
verificou correlação significativa entre Esc-VitD com Tg [r -0,396; p <0,006]. Considerando apenas os
doentes obesos, a Vit-D só teve correlação significativa com o CT [r -0,319; p <0,035] e a Esc-VitD com Tg
[r -0,576; p <0,00]. Conclusão: No nosso estudo o défice de Vit-D associou-se a dislipidémia mas não a
insulino-resistência. São necessários estudos com maior amostra para confirmar estes resultados e
posteriormente ponderar a utilização da suplementação com Vit-D como terapêutica adjuvante da
dislipidémia nestes doentes.
Palavras-Chave: vitamina-D deficiência insulino-resistência dislipidémia obesidade
C4
Tratamento da obesidade e transtornos alimentares envolvendo a família
Alexina Ribeiro, Heron Flores, Vladimir Albuquerque Melo, Aldenira Barbosa, Marcelo Porto, Ilckmans
Mugarte, Ana Duarte Vasconcelos, Cláudia Fakuda
Universidade Católica de Brasília
[email protected]
Tratamento da obesidade e transtornos alimentares envolvendo a família Os transtornos alimentares e a
obesidade em crianças e adolescentes têm chamado a atenção de pesquisadores e órgãos de saúde
pública devido à gravidade e aumento da incidência nas últimas décadas. Estudos sobre os fatores
envolvidos na etiologia das doenças relacionados à alimentação são importantes para fundamentar
metodologias mais eficazes de tratamento. A participação da família tem sido sugerida por autores
sistêmicos, o que nos motivou a estudar o tema sob o ponto de vista tanto individual, quanto familiar e
sociocultural. Este artigo visa apresentar dados de pesquisa para construção de uma metodologia de
atendimento psicossocial a crianças e adolescentes com transtornos alimentares e obesidade e suas
famílias. O método utilizado é qualitativo e inclui a realização de entrevista do ciclo de vida familiar, grupo
multifamiliar, grupo de crianças e adolescentes, aplicação do teste de Rorschach em adolescentes. Dados
parciais mostram que a história de vida dos pais tem influência no padrão alimentar da família; os
genitores não compreendem a obesidade como síndrome multifatorial e não reconhecem que os filhos
estão obesos; dificuldade em estabelecer limites em relação à alimentação; conflitos conjugais e parentais
e interferência de avós influenciam negativamente na alimentação da criança e tratamento da obesidade;
o teste de Rorschach identificou baixa autoestima, sentimentos de angústia e percepções distorcidas
sobre si e sobre o corpo, distorções de autoconceito e autoimagem em adolescentes com transtornos
alimentares e pensamentos depressivos, dependência e medo de abandono e distorção entre as imagens
ideal e real em adolescentes obesos. Esses dados estão coerentes com a revisão bibliográfica no tocante à
influência da família no desenvolvimento saudável de seus membros e no padrão de alimentação familiar.
Os pais e adultos da família têm um papel fundamental tanto na orientação e educação, quanto na
apresentação de modelos adequados em termos de alimentação.
Palavras-chave: obesidade; transtornos alimentares; família; abordagem sistêmica; atendimento
psicossocial
C5
Desmistificar ideias feitas. A verdade está nos rótulos!
RETIRADO
C6
VLCD normoproteica no tratamento do excesso de peso e obesidade
Monica Cristina Pon Nunes Chin
H. CUF Descobertas
[email protected]
Introdução A obesidade é um estado inflamatório crónico tendo sido declarada como doença
recentemente, passível de ser prevenida. O tratamento da obesidade é difícil. A dieta e o exercício físico
por si só, associados ou não a farmacoterapia, são insuficientes para perder peso. Sendo assim, é
necessário encontrar estratégias para redução de peso. Objetivos Estudo retrospectivo observacional
duma população de doentes com excesso de peso e obesidade submetidos a um tratamento para perda
de peso, quanto ao sexo, idade, peso e perímetro abdominal atingidos, co-morbilidades associadas e
duração do tratamento. Material e Métodos Avaliação de doentes em Consulta de Medicina Interna com
apoio de nutricionista, submetidos a uma dieta cetogénica, de muito baixo valor calórico normoproteica –
Método PronoKal® – seguidos de uma reeducação alimentar. Resultados Dos 33 casos observados, 4
(73%) eram do sexo feminino vs 9 (27%) do sexo masculino; idade média de 42 anos ± 9 anos (mínimo 18
anos e máximo 62 anos). O peso médio inicial foi de 93 ± 13 Kgs (mínimo 57,7 Kgs e máximo 124,5 Kg),
IMC médio de 34 + 4 Kg/m2 (mínimo 25, máximo 49,5 Kg/m2), perímetro abdominal médio inicial 105 ±
11 cm, perda média de 16 ± 7 cm, perda média de peso de 19 Kg ± 8 Kg. Destes doentes 24% tinham
excesso de peso; 27% obesidade grau I, 37% obesidade grau II e 12% obesidade mórbida. 15% eram
hipertensos. Duração média do tratamento médio foi de de 5 ± 2 meses. Houve um abandono de 18% (6).
Conclusões As dietas cetogénicas de muito baixo valor calórico normoproteicas podem ser uma
ferramenta últil e segura na abordagem dos doentes com excesso de peso e obesidade desde que
acompanhados por uma equipa multidisciplinar e rigoroso controlo médico.
Palavras-Chave: dieta cetogénica, obesidade, excesso de peso, Método PronoKal, VLCD
C7
Estado Nutricional VS Estado Imunitário
Laura Faria, Débora Franco, Ricardo Nóbrega, Tânia Teixeira
Centro de Saúde da Ribeira Brava
Centro de Saúde de Machico
[email protected]
Introdução: A dieta ocidental e a obesidade contribuem para o aumento das doenças mediadas pelo
sistema imunitário. A obesidade é uma das doenças mais prevalentes e uma grande preocupação para a
saúde pública, apresenta alterações na inflamação e na função das células imunitárias. Objetivo:
Compreender se a dieta ocidental e obesidade influenciam negativamente o estado imunitário. Métodos:
Realizou-se uma pesquisa bibliográfica na base de dados Pubmed usando os termos Mesh “obesity”,
“immune system”, os filtros idade superior 1 anos, humanos e inglês. Obteve-se um total de 70 artigos,
destes selecionaram-se 19, dos quais obtiveram-se 12 artigos completos. Resultados: A obesidade é um
estado de desnutrição por excesso, relaciona-se com disfunção imunitária, nomeadamente elevação dos
leucócitos, neutrófilos, linfócitos e monócitos, e redução da proliferação de células T e B. Várias
explicações têm sido propostas: (1) produção aumentada de leptina (pró-inflamatório), redução da
adiponectina (anti-inflamatório) parecem afetar a ativação de células imunitárias; (2) indução da
inflamação pelos ácidos gordos não-essenciais; (3) o stress celular e (4) hipóxia do tecido adiposo
hipertrofiado estimula a expressão de genes inflamatórios e ativa células imunitárias.
Discussão/Conclusões: O excesso de adiposidade afeta negativamente a função imunitária,
consequentemente a resistência à insulina e diabetes, aterosclerose, hipertensão, deficiente cicatrização,
aumento do risco de infeção, doenças autoimunes e algumas neoplasias (mama, útero, colón, esófago e
rins). O tecido adiposo visceral e obesidade central têm maior impacto no processo inflamatório. São
necessários mais estudos para compreender os aspetos da imunidade afetados e que fatores reduzem a
imunocompetência
Palavras-Chave: obesidade, doença, inflamação, imunidade
Menção Honrosa
Cirurgia
C8
Cirurgia bariátrica em doentes com infeção VIH: controlo metabólico e marcadores de infeção pósprocedimento
Daniela Magalhães, Joana Oliveira, Rita Bettencourt-Silva, Eva Lau, Ana Cristina Santos, Ana Varela, Joana
Queirós, Flora Correia, Davide Carvalho, Paula Freitas
Centro Hospitalar de São João
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
[email protected]
INTRODUÇÃO|Obesidade e infeção VIH associam-se a um estado inflamatório crónico, favorecendo o
desenvolvimento de doença cardiovascular. A evolução da terapêutica antirretrovírica (TARV) diminuiu a
mortalidade associada ao VIH, aumentou a esperança média de vida, mas predispôs a alterações
cardiometabólicas, nomeadamente à obesidade. A realização de cirurgia bariátrica nesta população tem
sido, contudo, escassamente estudada. MÉTODOS|Estudo retrospetivo dos doentes com infeção VIH
submetidos a cirurgia bariátrica entre Janeiro/2010-Junho/2014 no Centro Hospitalar de São João, com
avaliação do controlo metabólico e infeção aos 12 meses pós-cirurgia. RESULTADOS|Incluídos 5 doentes,
4 mulheres e 1 homem, com idade mediana de 41,0 anos (AIQ 16,50), peso e IMC medianos de 107,0 kg
(AIQ 28,10) e 39,33 kg/m2 (AIQ 11,17), respetivamente. A duração mediana do diagnóstico VIH e início
da TARV aquando a cirurgia era de 3 (AIQ 5,00) e de 1,5 (AIQ 4,00) anos, respetivamente. Um colocou
banda gástrica, 3 efetuaram bypass gástrico, e 1 realizou gastrectomia vertical. A carga viral pré-cirurgia
era indetetável (n=3) e permaneceu inalterada aos 12 meses pós-operatório (n=2). Verificou-se um
aumento mediano na contagem de células CD4 de 577 cél/mm3 (n=3) para 770 cél/mm3 (n=2).
Constatou-se melhoria global dos marcadores de risco cardiovascular. A variação mediana nos
triglicerídeos, colesterol total, HDL e LDL foi de -49,0 mg/dL (AIQ 83), -3,0 mg/dL (AIQ 57,5), +4,0 mg/dL
(AIQ 25,5), e -3,0 mg/dL (AIQ 51,0), respetivamente. A glicemia em jejum variou -21 mg/dL (AIQ 22,5). A
diferença mediana nas tensões arteriais sistólica e diastólica foi de -22,50 (AIQ 35,75) e -10,0 (AIQ 32,5),
respetivamente. Um doente suspendeu a terapêutica antidiabética oral. Um doente com SAOS
suspendeu a ventilação não invasiva aos 9 meses pós-operatório. Não foram registadas complicações
pós-cirúrgicas. CONCLUSÃO|Na nossa amostra de doentes a cirurgia bariátrica mostrou ser um
procedimento eficaz e seguro, devendo considerar-se como opção terapêutica da obesidade nesta
população.
C9
Deficiência de vitamina D e obesidade: avaliação retrospectiva da perda ponderal de acordo com a
classe de vitamina D
Daniela Magalhães, Rita Bettencourt-Silva, Maria Manuel Costa, Ana Saavedra, Sérgio Neves, Pedro
Souteiro, Sofia Oliveira, Joana Oliveira, Filipe Cunha, Eva Lau, Ana Cristina Santos, Paula Freitas, Ana
Varela, Joana Queirós, Flora Correia, Davide Carvalho, Grupo AMTCO
Centro Hospitalar de São João
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
[email protected]
INTRODUÇÃO Parece existir uma relação causal entre a deficiência de vitamina D (vitD) e a obesidade mas
a natureza dessa relação permanece por esclarecer. OBJETIVOS Avaliar se a perda ponderal aos 12 meses
pós-cirurgia bariátrica difere entre classes de vitD. MÉTODOS Estudo retrospetivo de 1184 doentes
submetidos a cirurgia bariátrica entre Janeiro/2010 e Junho/2014 no Centro Hospitalar de São João.
Incluídos no estudo aqueles com doseamento basal e aos 12 meses pós-cirurgia de vitD. Estes foram
divididos em três classes de acordo com o nível pré-cirúrgico de vitD: (1) normal se vit ≥30ng mL; ( )
insuficiente se vitD 20-29ng/mL; e (3) deficiente se vitD<20ng/mL. RESULTADOS Avaliados 474 indivíduos,
14,8% homens e 85,2% mulheres. 5,3% apresentavam valores basais normais de vitD, 18,8% insuficiência
e 75,9% deficiência desta vitamina. Os três grupos eram semelhantes, sem diferenças estatisticamente
significativas no que diz respeito ao sexo (p=0,635) e idade (p=0,963), ao peso (p=0,912), perímetro da
cintura (p=0,240), perímetro de anca (p=0,256) e índice de massa corporal (p=0,341). Os doentes foram
propostos a um de três tipos de cirurgias bariátrica - gastroplastia com banda ajustável (GBA), bypass
gástrico (BG) ou gastrectomia vertical (GV) -, com distribuição semelhante entre as três classes de vitD
(p=0,169). A perda ponderal aos 12 meses pós-operatórios foi estatisticamente significativo nos três
grupos, com uma variação média entre o peso inicial e o peso aos 12 meses de 112,88±18,105kg para
79,15±11,179 no grupo com vitD normal, de 117,30±21,957kg para 79,71±15,064kg no grupo com
insuficiência de vitD, e de 116,36±17,899kg para 80,81±15,165kg no grupo com deficiência de vitD
(p<0,001). Dentro de cada tipo de cirurgia, a perda ponderal foi significativa e independente da classe
inicial de vitD. CONCLUSÃO Verificou-se uma perda ponderal significativa com os três tipos de cirurgia aos
12 meses de seguimento independentemente do status basal de vitD.
Palavras-Chave: Obesidade, vitamina D, cirurgia bariátrica
P10
Evolução da esteatose hepática e inflamação subclínica após cirurgia bariátrica
Catarina Roque Barreiros, Ricardo Capitão, Rute Ferreira, Catarina Moniz, Filipa Serra, João Sequeira
Duarte, Manuela Oliveira, José Cardoso, Carlos Vasconcelos
Hospital de Egas Moniz - Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental E.P.E.
[email protected]
INTRODUÇÃO: A inflamação subclínica crónica e a insulinorresistência correlacionam-se com obesidade,
em graus variáveis. A esteatose hepática (EH), frequente na obesidade, associa-se a insulinorresistência.
OBJETIVO: Avaliar numa amostra de doentes obesos, a correlação entre estado inflamatório crónico e EH,
e a sua evolução após cirurgia bariátrica. MÉTODOS: Estudo retrospetivo longitudinal, baseado nos
registos laboratoriais, clínicos e antropométricos referentes a 755 seguidos em consulta multidisciplinar
de TCO (tratamento cirúrgico da obesidade). Foi utilizado o rácio neutrófilos/linfócitos (RNL) para aferir
inflamação subclínica crónica e o índice logarítmico proposto por Bedogni et al (IEH) para a EH. Foram
incluídos aqueles com mais de 2 anos de seguimento (n=619) com registo de EH (19.5%) e excluídos
aqueles com DHC e/ou etanolismo conhecido. Foi calculada para cada doente a média anual de cada uma
das variáveis. Utilizaram-se métodos estatísticos descritivos e correlações de Pearson para as variáveis
contínuas, sendo os resultados apresentados em mediana e erro padrão. RESULTADOS: Tempo médio de
seguimento da amostra 7.6 anos. 81% dos doentes do género feminino. Idade mediana 45.8±1 anos, IMC
inicial 46.4±0.6Kg/m2. Todos sofriam de complicações associadas à obesidade: 85.9% HTA, 100%
dislipidemia, 100% DM, 23.9% hiperuricemia. Verificou-se uma correlação estatisticamente significativa
entre o RNL e o IEH no período pós-operatório. A partir do segundo ano de seguimento assistiu-se a uma
menor redução do IEH, não acompanhando a mantida redução ponderal, no grupo submetido a banda
gástrica. CONCLUSÕES: Após TCO assistimos a redução dos níveis de inflamação crónica e de EH,
representados pelos índices utilizados nesta análise. Existe uma correlação forte sobretudo nos primeiros
2 anos de seguimento entre a magnitude da redução destas variáveis. Tal variação associa-se ao
procedimento cirúrgico utilizado e correlaciona-se com as diferentes evoluções no perfil metabólico e
risco cardiovascular observadas na prática clínica.
Palavras-Chave: Esteatose Inflamação-subclínica
C11
Dinâmicas conjugal e parental em uma família com criança obesa
Alexina Ribeiro, Vladimir Albuquerque Melo, Heron Flores
Universidade Católica de Brasília
[email protected]
Dinâmicas conjugal e parental em uma família com criança obesa A obesidade tornou-se uma pandemia,
segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), e já atinge 17,5% dos brasileiros, de acordo com
o sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. As
mudanças na dieta, especialmente a adição de açúcar aos alimentos processados, além das
transformações familiares e sociais levaram a uma profunda alteração nos hábitos alimentares ao longo
do tempo. Entre os fatores que contribuem para o surgimento e a manutenção da obesidade, a família
ocupa um lugar de destaque e está presente em grande parte dos estudos recentes, principalmente
quando os pacientes são crianças e adolescentes. Ainda são poucos os estudos que compreendem e
sugerem metodologias sistêmicas para o atendimento de famílias com obesidade. O presente trabalho
teve como objetivo conhecer as dinâmicas conjugal e parental em famílias com crianças obesas. O estudo
está inserido em um projeto de pesquisa que objetiva a construção de uma metodologia de atendimento
psicossocial famílias de crianças e adolescentes obesos na Universidade Católica de Brasília-Brasil. Foi
realizado um estudo de caso com uma família formada pela genitora, um filho de 12 anos, obeso, e a avó
materna. Os dados foram levantados por meio de uma entrevista do ciclo de vida familiar, feita por um
Psicólogo e dois alunos de iniciação científica, gravada e transcrita. Os dados da entrevista foram
submetidos a uma análise de conteúdo e discutidos à luz da teoria sistêmica da família. Foram
identificadas as seguintes características da dinâmica conjugal e familiar: avós maternos assumindo os
cuidados da criança; incoerência entre as regras presentes na residência da mãe e dos avós; infantilização
e desqualificação da criança por parte da mãe e avó; fronteiras internas do sistema difusas deixando
pouco espaço para a individualidade dos membros da família; fronteiras externas rígidas, restringindo a
vida social da família.
Palavras-Chave: obesidade infantil; terapia familiar; dinâmica familiar; dinâmica conjugal; teoria sistêmica
C12
Association between eating behavior and perception of body image in Sport University Students of
Porto
Carina Lourenço, Diana Oliveira, Rosario López, Sandra Abreu
Escola Superior de Saúde de Leiria
Universidad Internacional de La Rioja, España
Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer (FADEUP); Faculdade de Psicologia, Educação e
Desporto (ULP)
[email protected]
Introduction: Body image is built according to different aspects such as the concern and satisfaction with
physical appearance, body weight and muscle structure. The objective was to determine the eating
behavior and the perception of body image in students of degrees in Sport Science and Physical Education
and Sport, in Porto. Methods: Cross-sectional study was done among 90 university students, aged 18-24
years. Perception of body image was evaluated by the silhouette scale purposed by Stunkard et al. (1983)
and adapted by Marsh e Roche (1996) and eating disorder by the Eating Disorder Inventory 2 (EDI-2). Data
was analyzed separately for girls and boys, and linear regression analysis was used to estimate the
association between eating behavior and perception of body image adjusting for age and body mass
index. Results: Linear regression, associating the EDI-2 subscales with silhouettes, show that there are a
positive association between the tendency to lose weight and silhouette in girls (β=1. 5, CI 5%: 0.155.415, p=0.0 7) and boys (β=0.4 1, CI 5%: 0.0 -0.879, p=0.019); a positive association between
interceptive awareness and silhouettes (β=0.37 , CI 5%: 0.045-0.713, p=0.027) and between asceticism
and silhouettes (β=0.340, CI 5%: 0.0 -0.879, p=0.049), only in males. Conclusions: Based on these
results, it was concluded that there are significant associations between the perception of body image in
university students and some subscales of EDI-2, raising the propensity to develop representative
attitudes of eating disorders.
Palavras-Chave: Eating Behavior Body Image University Students
P13
A systematic review and meta-analysis of alexithymia in obesity
Joana Fernandes, Fernando Santos, Sandra Torres
Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto
[email protected]
Introduction: Alexithymia comprises difficulties in identifying (DIF) and describing feelings (DDF)
accompanied by an external oriented thinking style (EOT). The role alexithymia plays in the onset and
maintenance of obesity is not yet clear. Although several studies showed higher levels of alexithymia in
individuals with obesity others point out that only a subgroup of these individuals and binge eating
disorder (BED) display higher prevalence rates. However, this last finding does not seem to be consistent,
as a recent study reported no differences between participants with obesity, with or without BED. To
integrate previous findings and clarify these relationships, a systematic review and meta-analysis was
performed. Method: A systematic search was performed for studies on alexithymia in obesity. This review
proceeded separately for the two dyads in comparison: a) participants with a diagnosis of obesity and a
control group (OB vs. CTRL); and b) participants with obesity with BED and without BED (OB-BED vs. OBN/BED). Results: Twenty-seven studies were included in the review. Thirteen of these were included in
the meta-analysis. Results showed that OB had higher total alexithymia scores (TAS; d = 0.53), DIF (d =
0.34), and EOT (d = 0.31). Increased scores on TAS and DIF were associated with the presence of BED,
contrary to EOT. The reviewed studies showed that alexithymia is present before and after surgery or
other treatments for losing weight. Moderator effects were only found for gender. Conclusions: OB both
with and without BED presented an increased tendency to distract attention from internal thoughts and
feelings to external environment, suggesting that this feature can be a way to deal with the adversities of
the disease. However, the modest effect sizes reported suggest caution in the generalization of these
findings and the need to further explore the role of BED and comorbid psychopathology in alexithymia.
Palavras-Chave: alexithymia obesity binge-eating meta-analysis systematic-review
C14
A vivência da parentalidade com uma criança com obesidade
Emília Bengala Duarte, Abel Paiva e Silva, Isabel do Carmo
Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias, Instituto Politécnico de Castelo Branco
Escola Superior de Enfermagem do Porto
Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
[email protected]
Introdução: Viver a experiência da parentalidade na idade pré-escolar da criança com obesidade é viver
um tempo de transição desenvolvimental e de saúde-doença. É um processo de tornar-se pais em que é
necessário assumir os papéis parentais e considerar a necessidade de compreender e controlar a
obesidade da criança, através da mudança comportamental e a (re)definição desses papéis, no sentido de
uma transição saudável Pretendeu-se, neste estudo, compreender a vivência do processo de transição
parental pelos pais das crianças em idade pré-escolar com obesidade. Métodos: Abordagem qualitativa
com estudos de caso. Foram participantes famílias de crianças em idade pré-escolar com obesidade.
Realizaram-se entrevistas semi-estruturadas. A organização e análise dos dados foi feita através da análise
temática de conteúdo na perspectiva de Bardin subsidiada pelos pressupostos teóricos de Meleis et al
(2000). Resultados: A percepção inadequada dos pais do estado nutricional e a não-aceitação da
obesidade na criança, podem constituir-se condicionantes ao processo de mudança. A consciencialização
sobre o problema obesidade (percepção em relação ao ser obeso, ao problema de saúde e ao
reconhecimento dos determinantes) e a atitude adoptada pelos pais condicionam a vivência da
parentalidade, o assumir a responsabilidade parental, percebendo-se como modelos comportamentais, e
ainda na percepção da necessidade de mudar estilos de vida, na disponibilidade para mudar e nos
factores facilitadores/inibidores da mudança, num processo de transição saudável. Conclusão: A
compreensão da experiência vivida pelos pais das crianças em idade pré-escolar com obesidade pode
(re)construir o conhecimento para ajudar as famílias a vivenciarem processos de transição saudáveis e a
construir ambientes favorecedores do crescimento e desenvolvimento saudável da criança.
Palavras-Chave: transição criança parentalidade pré-escolar obesidade
P15
Prevalência de obesidade e competência motora de crianças e idosos que partilham a mesma
instituição
Maria Isabel Martins Mourão Carvalhal, Catarina Vasques
Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro, CIDESD
Instituo Politécnico de Bragança-Escola Superior de Educação, CIDESD
[email protected]
Introdução: A maioria das instituições que acolhem idosos apresentam um ambiente empobrecido,
proporcionando um estilo de vida sedentário. Este não é um problema exclusivo dos idosos, na infância,
as crianças apresentam um estilo de vida sedentário, uma elevada prevalência de obesidade, e uma baixa
competência motora. Neste contexto, foi desenvolvido um projeto, denominado “Projeto Intergeracional
Avós e Netos: Contributo da Atividade ísica na Melhoria da Qualidade de Vida”. Nesta comunicação, os
autores têm como objetivo apresentar a baseline relativa à prevalência de obesidade e à competência
motora dos idosos e crianças que coabitam na mesma instituição. Método: A amostra integrou 83
sujeitos, 42 idosos (80,71±5,95anos); e 41 crianças (43,15±15,21meses). Foi recolhido o peso, a estatura,
% de massa gorda e o perímetro da cintura. Para avaliar a prevalência de obesidade das crianças foi
calculado o IMC e determinado o excesso de peso e a obesidade de acordo com os valores de corte de
Cole et. al. (2000). Para os idosos foram utilizados os valores de corte da OMS. O equilíbrio estático dos
idosos foi avaliado através do teste de Bohannon. Às crianças foram aplicadas: Peabody Developmental
Motor Scales-2. Resultados: A maioria dos idosos evidenciou: uma elevada prevalência de sobrepeso
(50,7%) e obesidade (45,9%), elevada % massa gorda (38,22%±6,85), perímetro da cintura (106,8±10,2cm)
e alterações no equilíbrio (≤ 0 segundos). A prevalência de sobrepeso e obesidade das crianças foi de
21,9%; perímetro da cintura (55,84±4,39cm), % massa gorda (23,84±3,47) e somente 41,5% obtiveram
uma proficiência motora ótima, na componente da locomoção. Conclusões: As crianças e os idosos que
partilham a mesma instituição apresentam problemas comuns com repercussões na saúde, pelo que
deverão ser desenvolvidas estratégias que promovam hábitos de vida saudáveis desde a infância e se
prolonguem pela vida, promovendo a interação criança-idoso.
Palavras-Chave: Projeto Intergeracional; Avós; Netos; Competência Motora; Obesidade.
P16
Obesidade infantil em contextos desfavorecidos Efeito de um Programa Multidisciplinar
Maria Isabel Martins Mourão Carvalhal, Sandra Fonseca
Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro, CIDESD
[email protected]
Introdução: Com base nas parcerias estabelecidas entre a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
(instituição promotora), a Câmara Municipal de Vila Real e a Fundação Vodafone Portugal, foi
implementado um Gabinete de Promoção de Desenvolvimento Infantil, de combate à obesidade, para
crianças dos centros escolares de bairros carenciados da cidade de Vila Real. Este estudo tem como
objetivo apresentar os resultados de um programa de aconselhamento alimentar e de atividade física
desenhado para crianças com excesso de peso, e obesas. Métodos: Ao longo de 6 meses foram
acompanhadas 50 crianças obesas, e/ou com excesso de peso (32 raparigas e 22 rapazes, com 8,41 ± 1,12
anos). Foi implementado um programa de intervenção que constou de atividades de aconselhamento
alimentar no 1ºe 2ºtrimestres, e da prática de atividade física, no 2º trimestre. As sessões tiveram uma
frequência de duas vezes/semana, e uma duração de 50 minutos cada. Foi recolhido o peso e a estatura,
calculado o IMC e utilizados os valores de corte de Cole et al. (2000) para estimar a prevalência de
obesidade. A percentagem de massa gorda foi calculada através de uma balança Tanita BC-418MA. As
avaliações foram realizadas em três momentos (Outubro, Fevereiro e Junho). Resultados: Os testes
comparativos revelaram diferenças significativas entre o 1º e o 3º momento relativamente à prevalência
de obesidade (44,4%-35,2%) e ao excesso de peso (55,6%-51,9%). A percentagem de massa gorda diminui
somente da segunda para a terceira avaliação (29,53%-28,37%). Estes resultados evidenciam que o
programa de intervenção foi eficaz na redução da percentagem de massa gorda (p=0,06) e da prevalência
de obesidade (p=0,001). Conclusões: Para combater a obesidade infantil não é suficiente a redução da
ingestão calórica, esta deve ser complementada com a prática de atividade física e de um estilo de vida
ativa que implique o aumento do gasto energético.
Palavras-Chave: Obesidade, Aconselhamento alimentar, Atividade Física, Criança
P17
Relationship between physical activity and eating disorders in students of sport sciences
Diana Oliveira, Carina Lourenço, Rosario López, Sandra Abreu
Escola Superior de Saúde de Leiria
Universidad Internacional de La Rioja, España
Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer (FADEUP); Faculdade de Psicologia, Educação e
Desporto (ULP)
[email protected]
Introduction: The social pressure to keep a lean body is a principal reason for the young people develop
eating disorders. Some studies indicate that students of science sport have more risk to develop eating
disorders. Objective: Evaluate the relationship between physical activity and eating disorders in students
of Sport Sciences. Material and Methods: Data was collected from 90 students of the Sport Sciences in
three Oporto Universities aged 20 years (male=56), in 2015. A socio-demographic questionnaire, Scale of
Corporal Image, International Physical Activity Questionnaire (to evaluate the physical activity) and Eating
Disorders Inventory 2 (EDI-2) (to evaluate eating disorders) were applied. It was collected
anthropometrics data (height and weight) and Body Mass Index (BMI) was calculated. Data was analyzed
separately for girls and boys, and linear regression analysis was used to estimate the association between
eating behavior and physical activity adjusting for age and BMI. Results: The mean score of the EDI-2 was
43.69. It was in females who achieved the higher values (44.97) compared with boys (43.69). Linear
regression was performed, were detected positive associations between sitting time and asceticism
(β=0.002; ρ=0.043), impulse regulation (β=0.004; ρ=0.007), interpersonal distrust (β=0.003; ρ=0.021),
interoceptive conscience (β=0.003; ρ=0.015) and bulimia (β=0.003; ρ=0.011). In females, were detected
negative associations between sitting time and asceticism (β=-0.005; ρ=0.01), social scares (β=-0.005;
ρ=0.045), interoceptive conscience (β=-0.006; ρ=0.019) and between interoceptive conscience and active
lifestyle (β=-0.002; ρ=0.042). Conclusion: This study showed that how much more sedentary men are,
more insecurity feel towards others, more deny their physiological desires in order to improve body
image; more regulate their eating impulses and more they feel difficulty in controlling hunger/satiety
sensations and more bulimic behaviours have, compared with females.
Palavras-Chave: Physical Activity; Eating Disorders; Sport Sciences; Students
P18
Influência da composição corporal na atividade física de mulheres pós-menopáusicas
Helena Moreira, Catarina Abrantes, Ana Oliveira, Ronaldo Gabriel, Aurélio Faria
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Centro de Investigação em Desporto, Saúde e
Desenvolvimento Humano (CIDESD)
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Centro de Investigação e de Tecnologias Agro-Ambientais e
Biológicas (CITAB)
Universidade da Beira Interior, Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano
(CIDESD)
[email protected]
INTRODUÇÃO: A análise da relação da composição corporal com a atividade física (AF) de mulheres pósmenopáusicas fornece pistas importantes para o desenvolvimento de programas de exercício orientados
para as suas necessidades. O objetivo do estudo foi examinar a associação de várias componentes da
massa corporal com os níveis de AF nesta população, observando a influência das características da
menopausa. MÉTODOS: O estudo incluiu 25 mulheres (62,21±4,89 anos) com menopausa natural. A
composição corporal foi avaliada com a bioimpedância InBody 720 e com o sonómetro Sahara. O índice
de massa muscular esquelética foi estimada e os níveis de AF foram avaliados com o acelerómetro GT1M,
da ActiGraph. As associações entre as variáveis foram testadas através do coeficiente de correlação Ró de
Spearman e foram desenvolvidos modelos de regressão stepwise. RESULTADOS: A amostra revelou a
presença de elevados níveis de massa gorda (MG, 37,96±5,99%) e de área de gordura visceral (AGV,
133,03± 25,08 cm2). Os valores médios de massa muscular esquelética e da densidade mineral óssea do
calcâneo (DMOC) foram, respetivamente, 21,91 kg and 0,59 g/cm2. A AF total variou entre 589,25 e
2755,75 minutos/semana. Não foram identificadas associações significativas da idade, do tempo de
menopausa, da AGV e da DMOC com os níveis de AF. Independentemente da terapia hormonal e da MG,
as mulheres com melhor condição muscular evidenciaram (p≤ 0,05) níveis mais elevados de A ( = 0,4 1)
e menor tempo em atividade sedentária. A %MG revelou-se um preditor independente (p≤ 0,05) da A
moderada-vigorosa (B= -0,524; R2×100=24,3%) e do número de passos realizados por dia (B=-0,464).
CONCLUSÕES: Os resultados sugerem que o excesso de MG na pós-menopausa restringe a atividade física
das mulheres, comprometendo a execução dos níveis mínimos de intensidade moderada-vigorosa
requeridos para a saúde. A melhoria da condição muscular revela-se importante na redução do tempo de
atividade sedentária.
Palavras-Chave: Massa gorda massa muscular atividade física menopausa
P19
Benefícios do exercício verde em mulheres pós-menopáusicas
Helena Moreira, Ronaldo Gabriel, Artur Sá, Ana Alencoão, Edna Cabecinha, Aurélio Faria, Elizabeth Silva
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Centro de Investigação em Desporto, Saúde e
Desenvolvimento Humano (CIDESD)
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Centro de Investigação e de Tecnologias Agro-Ambientais e
Biológicas (CITAB)
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Centro de Geociências da Universidade de Coimbra
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Centro de Geofísica da Universidade de Coimbra
Comissão Nacional da UNESCO, Ministério dos Negócios Estrangeiros
[email protected]
INTRODUÇÃO: A obesidade constitui um dos mais importantes fatores de risco de doenças na pósmenopausa, como a hipertensão, a diabetes, o tromboembolismo venoso e a osteoporose. Está também
associada a alguns tipos de cancro e à maior expressão da sintomatologia do climatério. Afetando um
número crescente de mulheres nesta fase do climatério, a promoção do exercício e da saúde revela-se
essencial na prevenção das doenças não comunicáveis. MÉTODOS: Revisão bibliográfica RESULTADOS: A
prática de atividade física (AF) com exposição à natureza melhora o humor e o bem-estar, sobretudo nos
primeiros minutos e na presença de ambientes aquáticos, contribuindo também para o incremento da
vitalidade. Os níveis de biodiversidade dos espaços naturais influenciam os benefícios psicológicos
decorrentes da prática de AF, aumentando os mesmos com o tempo de exposição e com a prática de
níveis de intensidade vigorosa. A relação com a natureza promove também a cooperação e a
sociabilidade, resultando num menor risco de doença cardiovascular e de depressão. Os aromas de óleos
essenciais derivados da madeira e das plantas e a redução da produção de catecolaminas e de cortisol
melhoram a função imunitária. A prática de AF no ambiente natural minimiza a perceção do esforço,
permitindo o desenvolvimento de níveis de intensidade, duração e frequência mais adequados ao
controlo dos níveis de adiposidade em excesso. A exposição à luminosidade solar reduz a manifestação de
alguns tipos de cancro e de outras condições crónicas como a diabetes do tipo 2 e a osteoporose,
melhorando a resistência dos tecidos à insulina, promovendo a absorção intestinal do cálcio e o aumento
da síntese proteica. CONCLUSÕES: O ambiente natural parece fornecer um maior incentivo para a prática
regular de AF na pós-menopausa, ampliando os benefícios da mesma na saúde cardiometabólica, na
sintomatologia do climatério e no risco de desenvolvimento de alguns carcinomas.
Palavras-Chave: Envolvimento natural atividade física menopausa
P20
Deficiência em Zinco nos doentes submetidos a Bypass Gástrico e Gastrobandoplastia
Cláudia Botelho, Carla Silva, Maria Helena Cardoso, Fernando Pichel
Centro Hospitalar do Porto
[email protected]
Introdução. A prevalência da obesidade tem vindo a aumentar sendo considerada a epidemia do século
XXI. A acompanhar este aumento exponencial da obesidade, verifica-se um crescimento do número de
cirurgias bariátricas realizadas em todo mundo. Dado tratar-se de um procedimento invasivo pode
acarretar diversas complicações, nomeadamente ao nível da digestão e absorção dos nutrientes.
Objectivo. Determinar com que frequência ocorre deficiência de zinco nos doentes submetidos a cirurgia
bariátrica. Material e Métodos. Foram analisados, aleatoriamente, os processos clínicos eletrónicos de
100 doentes, observados na consulta de endocrinologia durante, pelo menos, 3 anos. Desses doentes 50
foram submetidos a Bypass Gástrico e 50 a Gastrobandoplastia, entre 2005 e 2012.Tendo por base as
normas de orientação clínica, os doentes fizeram suplementação em zinco de acordo com os resultados
analíticos. Contudo, não foram analisadas doses nem tempos de suplementação devido à dificuldade de
confirmação da adesão à terapêutica. Resultados Dos 100 doentes analisados verificou-se que, no
período pré-operatório, apenas 48 tinham análises referentes ao zinco. Desses 16% apresentava
deficiência neste mineral, enquanto os restantes tinham o valor dentro do intervalo normal. Na tabela
seguinte, encontram-se os resultados referentes aos doentes abaixo do limite inferior do normal/doentes
com deficiência de zinco
BYPASS GÁSTRICO
Pré-cirurgia
Após 1 ano
Após 2 anos
Após 3 anos
n
%
n
%
n
%
n
%
9
15,52
26
52
24
48
22
44
GASTROBANDOPLASTIA
Pré-cirurgia
Após 1 ano
Após 2 anos
Após 3 anos
n
%
n
%
n
%
n
%
7
14
23
46
21
42
17
34
Conclusão De acordo com os dados analisados observa-se que antes da cirurgia já há deficiência em
zinco em cerca de um terço dos doentes, sendo que, essa deficiência se agravou com ambas as
cirurgias. No fim do primeiro ano, a prevalência atingiu o seu pico, verificando-se uma prevalência
máxima próxima dos 50%, ocorrendo uma redução nos anos seguintes.
Palavras-Chave: Bypass Gástrico Cirurgia bariátrica Deficiência em zinco Gastrobandoplastia Obesidade
P21
Síndrome Metabólica em Doentes Obesos Submetidos a Cirurgia Bariátrica - Evolução durante 2 anos
Sofia Castro Oliveira, João Sérgio Neves, Pedro Souteiro, Daniela Magalhães, Rita Bettencourt-Silva, Maria
Manuel Costa, Ana Cristina Santos, Paula Freitas, Ana Varela, Joana Queirós, Flora Correia, Davide
Carvalho, Grupo de Avaliação Multidisciplinar de Tratamento Cirúrgico de Obesidade Mórbida (AMTCO)
[email protected]
Introdução: A Obesidade cons tui um factor de risco para diversas comorbilidades, nomeadamente
síndrome metabólica ( M), doença cardiovascular e diabetes mellitus po . A cirurgia bariátrica (C ) é a
estratégia terapêu ca mais e caz em promover perda de peso signi ca va e sustentada, reduzindo as
comorbilidades associadas. Objectivo: Avaliar o impacto da CB na remissão da SM, e comparar as 3
técnicas cirúrgicas: banda gástrica (BG), bypass gástrico em Y-de-Roux (BYR), sleeve gástrico (SG).
Métodos: Estudo longitudinal retrospectivo de doentes submetidos a CB no Centro Hospitalar São João
entre Janeiro/2010 e Julho/2014. Foram excluídos os que não apresentavam registo dos critérios de SM
ou da terapêutica. Foram usados os critérios de SM recomendados pela Federação Internacional de
Diabetes 2009. Resultados: Foram incluídos 723 doentes, 629 mulheres (87,0%) e 94 homens (13,0%). A
frequência pré-operatória de SM foi de 67,8%. Destes, 26,7% apresentavam os cinco critérios. Dos
doentes com SM efectuaram: 27,1% BG; 56,1% BYR e 16,7% SG. Aos 12 meses de pós-operatório apenas
32,2% dos doentes apresentavam SM, 22,8% com os cinco critérios, observando-se uma remissão
estatisticamente significativa de 55,8% (p<0,001). Verificou-se uma maior regressão nos doentes
submetidos a SG (63,6%) e BYR (63,5%), comparativamente a BG (38,1%) (p<0,001). Aos 24 meses de pósoperatório a SM estava presente em 29,2% dos doentes, aumentando assim a remissão relativamente ao
período pré-operatório para 60,5% (p<0,001). Ao longo dos 24 meses o parâmetro que mais regrediu
(6,6%) foi a glicose em jejum, seguida do perímetro da cintura (6,1%). Dos doentes que mantiveram SM,
42,9% tinham colocado BG, 34,7% tinham sido submetidos a BYR e 22,4% a SG (p<0,001). Conclusões: A
CB resulta numa reversão significativa e sustentada da SM nos doentes obesos, ao longo dos 24 meses.
Observa-se uma diferença estatisticamente significativa entre os 3 procedimentos, com menor eficácia da
BG relativamente ao BYR e SG.
Palavras-Chave: síndrome metabólica; obesidade; cirurgia bariátrica
P22
Hipomagnesemia e Síndrome Metabólica em Doentes Obesos Submetidos a Cirurgia Bariátrica
Sofia Castro Oliveira, Joao Sérgio Neves, Pedro Souteiro, Daniela Magalhães, Rita Bettencourt-Silva, Maria
Manuel Costa, Ana Cristina Santos, Paula Freitas, Ana Varela, Joana Queirós, Flora Correia, Davide
Carvalho, Grupo de Avaliação Multidisciplinar de Tratamento Cirúrgico de Obesidade Mórbida (AMTCO)
[email protected]
Introdução: O magnésio é um co-factor enzimá co com importante papel nas funções celulares, inclusive
na síntese de proteínas e NA, metabolismo da glicose e lípidos, na excitabilidade neuromuscular,
termogénese e manutenção do sistema imune e hormonal. Várias evidências mostram relação entre
hipomagnesemia e resistência
insulina, particularmente em doentes obesos. No entanto, a sua
associação com a síndrome metabólica (SM) tem sido controversa. Objectivo: Avaliar a associação entre
hipomagnesemia e M em doentes obesos e a sua evolução ao longo de anos após cirurgia bariátrica
(C ). Métodos: Estudo longitudinal retrospectivo de doentes submetidos a CB no Centro Hospitalar São
João entre Janeiro/2010 e Julho/2014. Foram excluídos os que não apresentavam registo dos critérios de
SM ou da terapêutica. Foram usados os critérios de SM recomendados pela Federação Internacional de
Diabetes 2009. Definiu-se hipomagnesemia considerando valores séricos de magnésio < 1,55 mEq/L.
Resultados: Foram incluídos 723 doentes, 629 mulheres (87,0%) e 94 homens (13,0%). Destes, 490
(67,8%) apresentavam SM, com uma frequência de hipomagnesemia de 28,5% comparativamente a
21,2% nos doentes sem SM (p=0,06). Aos 12 meses de pós-operatório foi observada uma diferença
estatisticamente significativa entre a frequência de hipomagnesemia nos doentes com SM (41,1%) e sem
SM (18,9%) (p<0,01). Aos 24 meses de pós-operatório 31,3% dos doentes com SM apresentavam
hipomagnesemia, contrastando com apenas 22,1% dos doentes sem SM (p=0,305). Conclusões: Cerca de
30% da população de obesos analisada apresentava hipomagnesemia. Foi observada uma frequência
superior de hipomagnesemia nos doentes com SM, estatisticamente significativa aos 12 meses após a
cirurgia. Dada a deficiência de magnésio ser um forte preditor do desenvolvimento de insulinoresistência, são necessários mais estudos para avaliar o seu impacto no impedimento da regressão da SM
após CB.
Palavras-Chave: hipomagnesemia; síndrome metabólica; obesidade; cirurgia bariátrica; insulinoresistência
P23
Pode a Clínica das Perturbações de Comportamento Alimentar informar o tratamento da Obesidade?
Eva Conceição, Dulce Bouça, Paulo Machado, Ana Vaz
Universidade do Minho
Hospital CUF Descobertas
Universidade do Minho - Escola de Psicologia
[email protected]
A presente apresentação tem como principal objetivo apresentar aspetos da investigação e tratamento
das Perturbações Alimentares e em como estes têm importância e influência nos resultados terapêuticos
do tratamento da Obesidade para a perda de peso. A investigação tem vindo a mostrar ao longo dos
últimos anos a elevada prevalência de Perturbação de Comportamento Alimentar (PCA), mais
especificamente, Perturbação de Ingestão Alimentar Compulsiva (30%) ou de comportamentos
alimentares desajustados (ex. petisco contínuo, ingestão alimentar noturna) em pacientes obesos. Os
pacientes obesos com PCA apresentam piores resultados para a perda de peso e a reemergência de
perturbação alimentar e reganho de peso a médio prazo após o tratamento de perda de peso. A presente
comunicação pretende informar os clínicos sobre a co-ocorrência de quadros de perturbação alimentar
na obesidade e informar os técnicos envolvidos no tratamento para a perda de peso da necessidade de
saber identificar a presença de Perturbação Alimentar Compulsiva e comportamentos alimentares
desajustados, bem como fornecer ferramentas e estratégias de intervenção úteis para aqueles que
permitam melhorar a eficácia do tratamento de perda de peso. Como objetivos Específicos pretende-se
informar sobre as características clínicas das perturbações alimentares, especificamente da perturbação
de ingestão alimentar compulsiva e a sua presença nos quadros clínicos de obesidade; sensibilizar para a
necessidade de identificar a presença de PCA e comportamentos alimentares desajustados, aquando do
tratamento para a perda de peso na obesidade, como forma de melhorar os resultados; Fornecer
estratégias de intervenção empiricamente validadas e apresentar um modelo de intervenção que
potencie a melhoria dos resultados de perda de peso na obesidade. Os dados da investigação serão
discutidos à luz da sua aplicação na prática clínica.
Palavras-Chave: Ingestão Compulsiva Tratamento Obesidade
P24
Reflexo da dinâmica familiar e da experiência budista como referenciais no tratamento da obesidade
Retirado
P25
Obesidade na realidade interacional – Estudo sistêmico de um adolescente obeso
Retirado
P26
Evolução Ponderal de Doentes com Hipogonadismo de Uma Consulta de Obesidade
Ana Gomes, Raquel Carvalho, Mário Mascarenhas
Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Hospital de Santa Maria, CHLN, EPE
[email protected]
Introdução: O hipogonadismo aumenta o risco de obesidade visceral e a sua prevalência está aumentada
na obesidade. A correcção do hipogonadismo poderá ser eficaz na perda de peso e redução do índice de
massa corporal (IMC). Objectivo: Avaliar os resultados da evolução ponderal em seis doentes com
hipogonadismo (etiologias diversas) de uma consulta de Obesidade. Material e Métodos: Estudo
retrospectivo, não comparativo. Extracção de dados a partir dos processos clínicos digitais. Incluídos seis
doentes do sexo masculino da consulta hospitalar de Obesidade de um médico, a quem foi solicitada
avaliação do eixo hipófise-gónadas por suspeita clínica de hipogonadismo. Resultados: A mediana de
idade na primeira consulta era de 39,5±19,1anos (mínimo 22anos, máximo 62anos), o IMC médio
46,8±12,6Kg/m2 (mínimo 35Kg/m2, máximo 70Kg/m2) e o peso médio 141,3±43,1Kg (mínimo 105Kg,
máximo 221Kg). O valor médio de testosterona total basal era 109,9±52,5ng/dL (mínimo 22,3ng/dL,
máximo 168ng/dL, VR:240-820ng/dL) e o de testosterona livre 1,8±1,4pg/mL (mínimo 0,28pg/mL, máximo
3,6pg/mL, n=4, VR:8,8-27pg/mL). Um doente apresentava obesidade associada a hipogonadismo
hipogonadotrófico congénito, um a síndrome de Klinefelter e um a macroprolactinoma. Três doentes
tinham obesidade sem etiologia estabelecida. Quatro realizaram terapêutica com enantato de
testosterona (dose mediana 250±40mg/mês), um testosterona e cirurgia bariátrica e um cabergolina. Um
ano após terapêutica, o valor médio de testosterona total era 277,3±73,4ng/dL (mínimo 209ng/dL,
máximo 355ng/dL, n=3), o valor médio de testosterona livre 5,7±2,3pg/mL (mínimo 4,1pg/mL, máximo
7,3pg/mL, n=3), o IMC médio 33,2±1,4Kg/m2 (mínimo 32Kg/m2, máximo 35Kg/m2, n=3) e o peso médio
98,9Kg (mínimo 95Kg, máximo 105Kg, n=3). A perda média de peso foi 23,7Kg. Discussão: O estudo
realizado sugere que o tratamento do hipogonadismo contribui para a perda de peso e diminuição do IMC
nos doentes obesos. Este facto alvitra a avaliação do eixo hipófise-gónadas na obesidade, já que a
detecção de um hipogonadismo pode eventualmente alterar a atitude terapêutica.
Palavras-Chave: Hipogonadismo IMC Obesidade Peso Terapêutica
P27
Prevalência de Síndrome Metabólico em doentes da Consulta de Obesidade
Adriana Lages, Mara Ventura, Patrícia Oliveira, Dírcea Rodrigues, Diana Martins, Diana Oliveira, Francisco
Carrilho
Serviço de Endocrinologia Diabetes e Metabolismo – CHUC
[email protected]
Introdução: A obesidade associa-se a um risco aumentado de Síndrome Metabólica (SM). Contudo,
parece haver um subgrupo de doentes que, apesar de fenotipicamente obesos, apresentam risco
cardiometabólico inferior. Material/Métodos: Estudo retrospetivo, de coorte, com 300 doentes da
Consulta de Obesidade do SEDM-HUC selecionados aleatoriamente no período entre Fevereiro e Agosto
de 2015. Procedeu-se à análise do processo clínico com análise descritiva e estatística de parâmetros
demográficos, bioimpedância, analíticos, ecográficos e comorbilidades conhecidas. Foi adotada a
definição de SM de acordo com NCEP-ATP III. Resultados: Dos 300 doentes avaliados, 76,3% eram do sexo
feminino e a idade média foi de 43,9 ±13,1 anos. O peso médio foi de 106,9±20,8 Kg, IMC médio de
40,6±6,4 Kg/m2, perímetro de cintura médio de 114,1±12,1cm e percentagem de massa gorda média foi
de 44,4%±6,9. Segundo a classificação da OMS de obesidade, 2,4% dos indivíduos foram classificados na
classe de excesso de peso, 15,9% na classe I, 27,9% na classe II e 53,8% na classe III. Relativamente às
comorbilidades: 71,9% apresentavam hipertensão arterial; 59,7% dislipidémia; 52,1% esteatose hepática;
46,7% patologia osteoarticular; 43% patologia psiquiátrica; 26,3% diabetes mellitus; 21,9%
esteatohepatite; 18,6% litíase vesicular e 11,5% SAOS. Dos parâmetros analisados, apenas se verificaram
diferenças estatisticamente significativas no que diz respeito ao diagnóstico de esteatohepatite (p=0.041)
entre as diferentes classes de obesidade. Dos doentes estudados, 30,7% apresentavam critérios de SM.
Apesar de haver um maior número de doentes com SM na classe III (55,2%, n=48), as diferenças
encontradas entre as várias classes não foram estatisticamente significativas (p=0,420). Conclusões:
Podemos concluir que na amostra estudada mais de 50% dos doentes tinham obesidade classe III. Cerca
de 30% dos doentes apresentavam diagnóstico de SM. A diferença de prevalência de SM entre as
diferentes classes não teve significado estatístico. Apenas para o diagnóstico de esteatohepatite as
diferenças encontradas foram estatisticamente significativas entre classes.
Palavras-Chave: obesidade; síndrome metabólico; risco cardiometabólico
P28
Obesidade no idoso: mais complicado do que se pensa
Retirado
P29
Diferenças na Utilização de Substratos Energéticos entre Sexos durante o Exercício Aeróbio
Rui Vilarinho, Andreia Noites, Miriam Couto, Pedro Monteiro, Cristina Melo, Rubim Santos
Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto
[email protected]
Introdução: A contribuição de substratos energéticos para a produção de energia, durante o exercício
físico aeróbio, pode ser diferente entre os sexos, sendo que estas diferenças metabólicas podem estar
associadas a diferentes fatores como hormonais e adrenérgicos. O objectivo deste foi avaliar as diferenças
no consumo (ácidos gordos e glucose) e proporção do consumo (quociente respiratório) dos substratos
energéticos no sexo masculino e feminino. Métodos: Vinte participantes (20,7±1,8 anos), onze mulheres e
nove homens, foram avaliados através das medidas antropométricas e foram sujeitos a uma sessão de
exercício aeróbio a 45-55% da frequência cardíaca de reserva. Para a obtenção dos valores dos ácidos
gordos, glucose e quociente respiratório utilizou-se a calorimetria indireta. Resultados: Os participantes
do sexo masculino apresentaram um maior consumo de ácidos gordos ao longo do exercício aeróbio
(p<0,05). Também se verificou um maior consumo de glucose no sexo masculino em todo o protocolo de
exercício (p<0,05). Não foram verificadas diferenças significativas no quociente respiratório entre os
sexos, durante o protocolo de exercício físico. Conclusão: Os resultados deste estudo indicam que uma
sessão de exercício aeróbio acarreta diferentes padrões de consumo, mas não de proporção, dos
substratos energéticos entre os sexos, numa amostra de indivíduos jovens.
Palavras-Chave: Exercício Aeróbio, Calorimetria Indireta, Substratos Energéticos, Quociente Respiratório,
Sexos
P30
Efeito agudo de uma sessão de exercício físico no perfil lipídico
Andreia Noites, Miriam Couto, Rui Vilarinho, Cristina Melo, Pedro Monteiro, Paulo Carvalho, Anabela
Moreira, Manuela Moreira, Rubim Santos
ESTSP-IPP
[email protected]
Introdução: O exercício físico regular pode promover benefícios no perfil lipídico, reduzindo os fatores de
risco para obesidade. Os efeitos imediatos do exercício físico no perfil lipídico são ainda alvo de estudo.
Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar o impacto de uma sessão de exercício físico no perfil
lipídico imediato. Métodos: A amostra foi constituída por 41 indivíduos com médias de idades de 20 anos
(±1,5), 15 do sexo masculino e 26 do sexo feminino. O protocolo de exercício aeróbio foi realizado em
cicloergómetro a 45 a 55% da frequência cardíaca de reserva, durante 50 minutos. Foram avaliados
através dos níveis de triglicerídeos, colesterol total, lipoproteína de baixa densidade (LDL) e lipoproteína
de alta densidade (HDL), obtidos no plasma antes (M0) e imediatamente após a intervenção (M1). De
forma a caracterizar a amostra foi avaliado o índice de massa corporal (IMC), os níveis de atividade física
(questionário internacional de atividade física) e hábitos alimentares (questionário semi-quantitativo de
frequência alimentar). Resultados: O índice de massa corporal foi em média 22,5 (±2,6) Kg/m2, com 88%
dos participantes com IMC normal e 12% com excesso de peso. A maioria dos participantes, 66%,
apresenta um nível moderado de atividade física, 17% nível baixo e 17% elevado. Relativamente aos
hábitos alimentares verificou-se que os participantes tem um consumo em média de calorias de 2699,19
(±812,49) Kcal, de Hidratos de Carbono 324,22 (±101,26) g, de Proteínas 120,58 (±32,58) g, de gordura
total 89,88 (±36,78) e de colesterol 364,63 (±108,06) mg. Observou-se um aumento significativo do
colesterol total, dos triglicerídeos e colesterol LDL (p= 0,001; p=0,023 e p=0,005, respetivamente) de M0
para M1. Não se verifica diferenças significativas no colesterol HDL (p= 0,418). Conclusão: Uma sessão de
exercício físico pode aumentar imediatamente os níveis de triglicerídeos, do colesterol total e das
lipoproteínas LDL no plasma.
Palavras-Chave: perfil lipídico; Exercício Físico;
P31
Composição corporal e parâmetros espácio-temporais do caminhar em mulheres pós-menopáusicas
Andreia Filipa Barbosa Gomes, Helena Moreira, Ronaldo Gabriel, Florbela Aragão, Patrícia Soares, Aurélio
Faria
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, CIDESD, CITAB
[email protected]
A depleção estrogénica na menopausa aumenta os níveis de adiposidade e afeta de forma adversa a
condição muscular e óssea da mulher, gerando distúrbios na locomoção e no equilíbrio. O presente
estudo analisou a relação da composição corporal com os parâmetros espácio-temporais do caminhar em
mulheres pós-menopáusicas. A amostra incluiu 31 mulheres (média 61,20 anos) fisicamente ativas, a sua
maioria com menopausa natural e sem terapia hormonal (TH,58,1%). A composição corporal (MG, massa
gorda; AAV, área de adiposidade visceral; massa muscular esquelética; MIGO, massa isenta de gordura e
de osso; DMOc, densidade mineral óssea do calcâneo) foi avaliada com a bioimpedância InBody 720 e o
sonómetro Sahara. Os parâmetros espácio-temporais do caminhar foram obtidos com o BTS G-Walk.
Todas as mulheres revelaram uma condição muscular normal e 90,3% um baixo risco de osteoporose. Os
elevados níveis de adiposidade total e central foram documentados, respetivamente, por 61,3% e 90,3%
das mulheres. Os valores médios da variabilidade do comprimento da passada (VCP) e da variabilidade da
taxa de incremento da aceleração (VTIA) foram 21,06 % e 14,44%, respetivamente, sendo a primeira
influenciada pela MIGO do tronco (beta= 0,371, p<0,05), independentemente da terapia hormonal (R2
Ajustado, 10,8%). A DMOc (beta =-0,563) e a TH (beta= 0,387) explicaram em 41,9% a variação da VTIA,
existindo uma associação inversa da DMOc com a variabilidade da duração da fase de apoio bipedal
normalizada (VDFABN). A variabilidade da duração do ciclo do caminhar não revelou associação com a
composição corporal. Os resultados sugerem que os níveis de adiposidade não influenciam os parâmetros
espácio-temporais do caminhar de mulheres pós-menopáusicas fisicamente ativas e com uma condição
muscular normal. Maiores níveis de MIGO do tronco estão associados a uma menor VCP. Uma melhor
condição óssea ao nível do calcâneo está relacionada com menores valores de VDFABN e VTIA.
Palavras-Chave: Adiposidade, músculo, densidade mineral óssea, caminhada, menopausa
P32
Hipoglicemia pós-bypass gástrico – um alerta para a necessidade de diagnóstico
Rita Bettencourt-Silva1,2, Joana Queirós1,3, Ana Saavedra1,2, Maria Manuel Costa1,2, César Esteves1,2, Ana
Varela1,2,3, John Preto3,4, José Costa Maia4, Paula Freitas1,2,3, Davide Carvalho1,2,3,5, Grupo AMTCO3
1
Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar de São João, EPE, Porto
2
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto
3
Consulta de Avaliação Multidisciplinar de Tratamento Cirúrgico de Obesidade do Centro Hospitalar de
São João, EPE, Porto
4
Serviço de Cirurgia Geral do Centro Hospitalar de São João, EPE,
5
Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto, Porto
Email: [email protected]
Contexto: As cirurgias bariátricas e o seu aumento exponencial nos últimos anos conduziram ao
reconhecimento recente de hipoglicemias pós-bypass gástrico, uma entidade diagnóstica rara
provavelmente subdiagnosticada.
Caso clínico: Sexo feminino, 45 anos, com obesidade mórbida, síndrome de apneia obstrutiva do sono,
insuficiência venosa e síndrome depressivo, submetida a bypass gástrico em Y de Roux em 2012 (índice de
massa corporal [IMC] 43,75 kg/m2). Dezasseis meses após cirurgia iniciou hipoglicemias pós-prandiais (2-3
horas após refeições), de agravamento progressivo, com sintomas adrenérgicos e neuroglicopénicos (dois
episódios associados a crise convulsiva com necessidade de internamento) e reversão do quadro após
ingestão de glícidos. Estudo analítico durante sintomas revelou glicemia 33 mg/dL, insulina 10,5 µU/mL e
peptídeo C 5,11 ng/mL. Efectuou prova de tolerância à glicose oral com hipoglicemia sintomática de 32
mg/dL após 2 horas precedida por elevação da insulina (215,9 µU/mL) e peptídeo C (21,06 ng/mL) aos
60min. Realizou prova de refeição mista com elevação da insulina (291,8 µUI/mL) e peptídeo C (21,40
ng/mL) aos 60min seguido de hipoglicemia sintomática de 49 mg/dL aos 120min. A ecografia abdominal e
RM pancreática não revelaram lesões pancreáticas. Sem melhoria das hipoglicemias após modificação
dietética, suplementos com fibra e acarbose. Atualmente com IMC 26,68 kg/m 2, mantem hipoglicemias
pós-prandiais 1-2 vezes por semana, com interferência na qualidade de vida sendo incapaz de conduzir ou
exercer actividade profissional. O caso foi discutido na consulta de AMTCO e Cirurgia Hepato-Biliar; foi
proposta pancreatectomia com realização intraoperatória de cateterismo de estimulação arterial
selectiva com cálcio para decisão da extensão da pancreatectomia. Efetuada revisão da literatura;
pretende-se discutir diagnósticos diferenciais, realçar abordagem diagnóstica e apresentar várias opções
terapêuticas.
Conclusão: Este caso alerta para a importância de suspeitar e diagnosticar a hipoglicemia pós-bypass,
uma vez que pode ser uma complicação grave da cirurgia e um diagnóstico pouco consensual.
Palavras-passe: Obesidade, bypass gástrico, hipoglicemias.
Menção Honrosa
Obesidade e Comorbilidades
P33
Impacto da cirurgia bariátrica no controlo tensional de doentes com obesidade mórbida e hipertensão
arterial
João Sérgio Neves, Sofia Castro Oliveira, Pedro Souteiro, Daniela Magalhães, Rita Bettencourt-Silva,
Maria Manuel Costa, Ana Cristina Santos, Paula Freitas, Ana Varela, Joana Queirós, Flora Correia, Davide
Carvalho, Grupo – AMTCO
Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar de São João EPE. Faculdade de
Medicina da UP
Departamento de Epidemiologia Clínica, Medicina Preditiva e Saúde Pública. Faculdade de Medicina da
UP
[email protected]
Introdução: A hipertensão arterial (HTA) é uma comorbilidade frequente em doentes com obesidade
mórbida. O impacto no controlo tensional da cirurgia bariátrica não está totalmente esclarecido.
Objetivo: Avaliar o impacto da cirurgia bariátrica no controlo tensional de doentes obesos hipertensos e
os determinantes da melhoria do controlo tensional. Métodos: Foi analisada retrospetivamente uma
coorte de 342 doentes obesos com HTA medicada (85,7% sexo feminino), submetidos a cirurgia
bariátrica. Avaliamos o impacto dos parâmetros pré-operatórios idade, sexo, índice de massa corporal
(IMC), relação perímetro da cintura/perímetro da anca (PC/PA), tensão arterial sistólica (TAS), tensão
arterial diastólica (TAD), diabetes, dislipidemia, tabagismo, taxa de filtração glomerular (T G ≥ 0 vs
<60mL/min/1,73 m2), proteína C-reativa (PCR) e tipo de cirurgia bariátrica [gastroplastia com banda
(GB), bypass gástrico (BG) ou sleeve gástrico (SG)] na melhoria do controlo tensional (definida por
redução do número de anti-hipertensores com manutenção de TAS <140mmHg e TAD <90mmHg) 12
meses após a intervenção. O teste de Mann-Whitney foi usado para comparar grupos de doentes com e
sem melhoria da HTA. Foi utilizado um modelo de regressão logística para análise multivariada.
Resultados: A realização de cirurgia bariátrica associou-se a melhoria significativa do controlo tensional
(47,4% com melhoria do controlo tensional, 45,9% sem alterações, 6,7% com agravamento, P<0,001). O
grupo de doentes que demonstrou melhoria do controlo tensional apresentava idade inferior [49,5(41,8-
57,0) anos vs 55,0(48,0-61,0) anos, P<0,001] e IMC inferior [42,78(40,42-46,64)kg/m2 vs 44,36(40,8948,11)kg/m2, P=0,037]. O BG associou-se mais frequentemente a melhoria do controlo tensional que a
GB e o SG (56,9% vs 28,0% vs 41,1%, P<0,001). O sexo, PC/PA, TAS, TAD, tabagismo, dislipidemia,
diabetes, TFG e PCR não alteraram significativamente o impacto da cirurgia bariátrica no controlo
tensional. Conclusão: A cirurgia bariátrica, particularmente o BG, contribui significativamente para a
melhoria do controlo da HTA em doentes obesos.
Palavras-Chave: Obesidade Hipertensão Cirurgia Bariátrica
P34
New Technology in the Assessment and Treatment of Obesity
Sofia Ramalho, Cátia Silva, Ana Pinto-Bastos, Eva Conceição
Universidade do Minho
[email protected]
Introduction: In this literature review, current research on obesity assessment, prevention and
intervention based on new-technologies will be explored. Specifically, we will discuss the use of mobile
electronic devices, web-based tools, virtual reality and gaming, as well as other technological tools and
methodologies such as Ecological Momentary Assessment (EMA) and Ecological Momentary Interventions
(EMI) devices, that can be used to endorse and intervene on health behaviors related to weight loss and
weight control. The growing use of digital technology to search for health information and track health
indicators and symptoms is propelling a new approach to prevention and intervention in obesity. The
advancement in technology has created the opportunity to use internet, mobile phones and other digital
devices to promote healthy lifestyles and change behaviors associated with obesity, as well improvement
in physical activities and unhealthy diets. Technology and increasing connectivity are changing the way of
people consume, communicate and share information. There is a need to adapt and evaluate the
applicability of current scientific knowledge on obesity to the new worldwide reality. Behavioral
treatments are recommended as first line interventions for overweight and obesity, resulting in weight
loss and its maintenance. However, the traditional behavioral treatments have a propensity to be
especially complex, time demanding and expensive for provider and patient. Thus, programs delivered by
digital platforms represent great potentialities since they combine the growing accessibility to digital
technology and devices with the need of more effective treatments to overweight and obesity, capable of
reaching a wide number of individuals at a low cost (Butryn, Webb, & Wadden, 2011). Conclusion: Despite
the meaningful weight changes associated with these interventions and their efficacy on behavioral
modification, the effectiveness of these interventions in inducing weight loss is not comparable to face-toface group or individual interventions (Neve, Morgan, Jones, & Collins, 2010; Thomas & Bond, 2014).
Thus, we believe that new technologies-based interventions may be optimized when used as
supplementary strategies to ongoing face-to-face treatments or group programs, bridging the gap
between clinical setting and patients.
Palavras-Chave: Obesity; Digital Health; Mobile Electronic Devices; Web-based Tools; Gaming and Virtual
Reality;
P35
A obesidade e os Transtornos Alimentares na adolescência: a percepção do próprio corpo
RETIRADO
P36
Insulinorresistência e Massa Óssea: Casuística de uma Consulta de Osteoporose
Ana Coelho Gomes1, Ana Paula Barbosa1, Nuno Duarte3, Catarina Silvestre1, Ana Wessling1, Carolina
Faria1, David Barbosa1, Raquel Paixão1, Ema Nobre1, Florbela Ferreira1, Maria Raquel Carvalho1, Jacinto
Monteiro2, Francisco Sampaio3, Mário Rui Mascarenhas1
Consulta de Osteoporose Fracturária dos:
1
Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar de Lisboa
Norte, EPE
2
Serviço de Ortopedia, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE
3
Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar de Lisboa Norte,
EPE
[email protected]
Introdução: A hiperinsulinémia é um factor de risco para a diminuição da massa óssea, provavelmente
consequência do efeito lipotóxico do tecido adiposo visceral e/ou intramuscular no osso. Objectivo:
Estudar o efeito da insulinorresistência na densidade mineral óssea (DMO) da coluna lombar (L1-L4), colo
do fémur, fémur total e terço distal do rádio em 87 homens de uma consulta de Osteoporose Fracturária.
Material e Métodos: Estudo prospectivo, não comparativo. Incluídos 87 homens da consulta de
Osteoporose. Insulinorresistência avaliada pelo homeostatic model assessment for insulin resistance
(HOMA-IR). DMO avaliada por absorção de raios X de dupla energia (DXA). Testes estatísticos adequados.
Resultados: Média das idades±Desvio Padrão(DP)=54,6±13,6anos (variação 29-83anos); peso
médio±DP=81,7±13,6Kg (variação 54-133Kg); índice de massa corporal médio±DP=27,9±4,5Kg/m2
(variação 18,5-42,4Kg/m2); HOMA-IR médio±DP=2,3±2,1 (variação 0,1-15,9). DMO média±DP de L1-L4 =
1,0±0,2g/cm2 (variação 0,7-1,4g/cm2); DMO média±DP do colo do fémur = 0,9±0,1g/cm2 (variação 0,61,2g/cm2); DMO média±DP do fémur total = 1,0±0,1g/cm2 (variação 0,7-1,4g/cm2); DMO média±DP do
terço distal do rádio = 0,8±0,1g/cm2 (variação 0,6-0,9g/cm2). Correlação do HOMA-IR com o peso =
+0,2692 (p=0,0117) e com o IMC = +0,3580 (p=0,0007). Correlação do HOMA-IR com a DMO L1-L4 = 0,0009 (p=0,9935, n=86), com a DMO do colo do fémur = -0,1179 (p=0,2767), com a DMO do fémur total
= +0,0074 (p=0,9460) e com a DMO do terço distal do rádio = +0,0535 (p=0,6226).
Discussão: O estudo realizado revela que o HOMA-IR numa população masculina está correlacionado de
forma positiva moderada com o IMC e de forma positiva fraca com o peso, o que evidencia a maior
insulinorresistência nos doentes obesos (com maior IMC). A correlação entre o HOMA-IR e as DMO dos
vários locais não foi significativa, sugerindo que a insulinorresistência parece não influenciar de forma
importante a DMO.
Palavras-Chave: Insulinorresistência IMC DMO Osteoporose Homens
P37
Prevalência de Excesso de peso/obesidade e relação com índices de desenvolvimento regional
Augusta Gama, Vítor Rosado-Marques, Helena Nogueira, Isabel I Mourão, Cristina Padez
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa; CIAS,Universidade de Coimbra
Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa; CIAS,Universidade de Coimbra
Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território, Universidade de Coimbra, CIAS,
Universidade de Coimbra
Universidade de Trás‐os‐Montes e Alto ouro
Departamento de Ciências da Vida, Universidade de Coimbra; CIAS, Universidade de Coimbra
[email protected]
Introdução. Nas crianças e jovens portugueses as prevalências de excesso de peso e obesidade são muito
elevadas comparando com os países europeus (Padez et al. 2005, Sardinha et al. 2010, Valente et al.
2010). Os objetivos deste trabalho foram comparar as prevalências de excesso de peso/obesidade
utilizando as classificações OMS e IOTF e conhecer a relação entre excesso de peso/obesidade com os
índices parciais do índice global de desenvolvimento regional – competitividade, coesão e qualidade
ambiental Métodos. Estudaram-se17277 crianças, de 3-10 anos de idade, observadas em 2009-2010, em
escolas do continente de Portugal, no âmbito do Estudo de Prevalência de Obesidade em Crianças
Portuguesas. As categorias de estado nutricional foram classificadas segundo OMS (2007) e IOTF (Cole et
al.,2000). Os índices de desenvolvimento regional foram os índices parciais do índice sintético de
desenvolvimento regional 2009. Usaram-se o teste de Qui-quadrado e a análise de regressão logística.
Resultados. As prevalências, de acordo com as classificações OMS e IOTF, são significativamente
diferentes, observaram-se, respetivamente, 20.7% e 19.8% para excesso de peso e 16.1% e 8.2% para
obesidade. A prevalência de excesso de peso/obesidade-OMS tem variabilidade regional (p<0,001),
aumenta do Alentejo (32.3%), para a Região Metropolitana de Lisboa (33.7%), Algarve (36.8%) Centro
(37.4%) e Norte (42.2%). As crianças têm maior probabilidade de terem excesso de peso/obesidade
quando originárias de regiões com maior índice de competitividade e menor índice de qualidade
ambiental (p<0.001). Conclusões. A prevalência de excesso de peso, e particularmente de obesidade,
varia de acordo com a metodologia utilizada. A probabilidade das crianças portuguesas terem excesso de
peso e obesidade varia com os índices parciais de desenvolvimento regional.
Palavras-Chave: Classificação do excesso de peso/obesidade infantil; Índices parciais de desenvolvimento
regional
P38
Body mass index and visceral fat: correlation with serum lipid profile in healthy young adults
Anabela Moreira, Andreia Noites, Miriam Couto, Rui Vilarinho, Manuela Sousa, Cristina Melo, Pedro
Monteiro, Paulo Carvalho, Nuno Adubeiro, Luísa Nogueira, Rubim Santos
Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Instituto Politécnico do Porto
[email protected]
Introduction: Metabolic and cardiovascular complications and obesity association is well described. Body
mass index (BMI) is commonly used to assess obesity, but does not reflect body fat distribution.
Abdominal obesity, namely visceral adipose tissue (VAT), is associated with greater risk for those
metabolic impairments, including dyslipidemia, than adiposity in other regions of the body. Objective: To
determine the correlation between serum lipid profile and anthropometric measures (BMI and VAT) in
young healthy adults. Methods: We conducted a cross sectional study on healthy young students aged
between 18 and 30 years old, with normal to pre-obese BMI (18,50 – 29,99 kg/m2) who volunteered to
participate in the study, between January 2013 and March 2014. Smoking habits, clinical history of cancer,
metabolic, renal, digestive, cardiovascular, respiratory or orthopaedic dysfunctions were exclusion
criteria. Participants’ body mass (kg) and VAT (mm) were measured by biompedance and
ultrasonography, respectively. Body mass index (BMI) was calculated according to WHO guidelines. Blood
samples from all participants were collected through standard antecubital forearm venepuncture and
serum triglyceride, total cholesterol, LDL cholesterol and HDL cholesterol concentrations were
determined using standard enzymatic colorimetric automatic techniques. pearman’s correlation
coefficient was applied to assess correlation between serum lipids and anthropometric measures (BMI
and VAT) at significance level of 5% (p<0,05). Results: We assessed the eligibility of 40 participants
(females n=20, males n=20), with mean age of 22,55±4,37 years old, mean BMI of 25,34±4,00 kg/m2 and
mean VAT of 17,81±3,27 mm). LDL cholesterol and triglyceride levels increased significantly with BMI
(p=0,006, R=0,426; p=0,036, R=0,332; respectively), but total and HDL cholesterol were not significantly
correlated to BMI. Triglyceride levels were significantly correlated to VAT (p=0,046; R=0,317). Conclusion:
There was a positive correlation between serum triglycerides level and both BMI and VAT in normal
weight to pre-obese young adults. Also, BMI was correlated with LDL cholesterol.
Palavras-Chave: dyslipidemia BMI VAT
P39
A actividade do sistema redox transmembranar eritrocitária na obesidade
Alda Pereira da Silva, Andreia Matos, Ângela Gil, Cristina Monteiro, Pilar Levy, Luís Sardinha, António
Guerra, Manuel Bicho
Laboratório de Genética, Instituto de Saúde Ambiental, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa
Laboratório de Genética, Instituto de Saúde Ambiental, Universidade de Lisboa; Instituto Rocha Cabral,
Lisboa
Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa
Laboratório de Exercício e Saúde, Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
[email protected]
Introdução: A redutase transmembranar (RTM) do eritrócito está envolvida no controlo de stresse
oxidativo, apoptose e envelhecimento celular. A baixa atividade desta está associada com hipertensão e
diabetes tipo 2. Por outro lado, a restrição calórica aumenta a sua atividade. Métodos: Foram estudados
232 indivíduos, de ambos os sexos, com idades entre 13 a 79 anos (40,79 ± 18,28), classificados de acordo
com o IMC (kg/m2) em peso normal, excesso peso e obesidade e no caso de adolescentes, Cole Zscore:
IMC ≤ 5 ou Zscore ≤ 1,5 (N = 5 ); < 5 IMC ≤30 ou 1,5 30 ou Zscore> (N = 105). A atividade RTM foi
determinada (mmol/Lcel./h), por espectrofotometria. Os testes estatísticos utilizados foram: ANOVA,
teste t de Student, correlação de Pearson e regressão logística multinominal. Resultados: Observaram-se
diferenças significativas para atividade da RTM entre os três grupos de IMC (p <0,001), com níveis mais
elevados nos indivíduos com peso normal (5,42 ± 1,74) diferindo do excesso de peso (3,53 ± 2,63 p
<0,001) e estes dos indivíduos obesos (2,77 ± 2,08 p = 0,03). RTM não esteve correlacionada com a idade.
A atividade RTM ajustada para a idade e sexo, foi um fator protetor no excesso peso (OR = 0,74, IC 95%
0,62-0,89, p <0,001) e obesidade (OR = 0,68 IC 95% 0,55-0,82, P <0,001). Conclusões: A menor atividade
transmembranar do sistema redox do eritrócito esteve associado ao excesso de peso e obesidade,
independentemente da idade e sexo, e pode refletir uma fraca capacidade antioxidante possivelmente
relacionada a uma menor reciclagem da ubiquinona, sendo um de seus vários componentes.
Palavras-Chave: Redutase Transmembranar do eritrócito, stress oxidativo, obesidade
P40
Influência da adiposidade na aptidão física funcional de mulheres pós-menopáusicas
Helena Moreira, Andreia Teixeira, Ronaldo Gabriel
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, CIDESD, CITAB
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
[email protected]
A menopausa está associada ao aumento da adiposidade total e central e ao comprometimento da
condição muscular e óssea. Estas alterações influenciam de forma adversa a aptidão física functional (AFF)
e aumentam o risco de queda. O objetivo do estudo foi analisar a influência da adiposidade total e central
na AFF de mulheres pós-menopáusicas,controlando para as características da menopausa. A amostra
incluiu 76 mulheres (60–77 anos), a maioria documentando um tempo de menopausa igual ou superior a
10 anos (TM, 73,7%), uma menopausa natural (78,9%) e a ausência de terapia hormonal (TH, 59,2%). A
bateria de Fullerton foi utilizada na avaliação da AFF e as variáveis antropométricas incluiram o índice de
massa corporal (IMC) e o perímetro da cintura (PC). A obesidade total e central foi considerada de acordo
com os critérios de Sardinha & Teixeira (2000) e Alberti et al. (2005). Foram desenvolvidos modelos de
regressão stepwise e considerado um grau de significância estatística de 5%. Uma elevada percentagem
da amostra evidenciou obesidade (77,6%), sobretudo central (78,9%). A presença de um maior PC
comprometeu o desempenho no teste Levantar e Sentar da Cadeira (beta= -0, 7, p≤0,05) e entado e
Alcançar (beta=-0,3 0, p≤0,01), independentemente da idade e das características da menopausa. Esta
variável antropométrica explicou, conjuntamente com o TM e a TH, 37,9% da variação do teste de
equilíbrio dinâmico, com um erro de estimação de 0,02 s. Um menor PC e TM facilitaram o desempenho
no Step Test 2 Minutos. O IMC influenciou a variação do teste Alcançar Atrás das Costas (beta = -0,4 , p≤
0,01), independentemente da idade e do PC. Os resultados sugerem que o PC tem maior influência que o
IMC na AFF das mulheres pós-menopáusicas, independentemente da idade. Para alguns testes, essa
influência não é isolada das características da menopausa.
Palavras-Chave: Índice de massa corporal, perímetro da cintura, aptidão física, menopausa.
P41
Prescrição de Exercício físico no idoso
Débora Franco, Helena Conceição, Laura Faria, Tânia Teixeira, Marina Gouveia
Centro de Saúde de Machico
Centro de Saúde do Caniço
Centro de Saúde da Ribeira Brava
[email protected]
Introdução – O envelhecimento da população é um fenómeno mundial e um desafio crescente para os
profissionais de saúde. À luz da evidência científica atual, o declínio físico e funcional inerente ao
envelhecimento, pode ser revertido através de uma atividade física regular e adaptada. Para promover a
atividade física neste escalão etário, é necessário criar atividades, que não só, lhes proporcionem bemestar, mas que também estejam adequadas à sua condição. Objetivos – Rever a prescrição da atividade
física no idoso. Material e métodos – Foi realizada pesquisa bibliográfica nas bases de dados: Medline e
Uptodate e em revistas médicas: Postgraduate, American Family Physician, Patiente care e Geriatrics, com
os termos Me “motor activity” e “aged”. Resultados – Foram encontradas inúmeras atividades que
variam desde jogos ou danças, até programas de exercício dirigidos, nomeadamente, exercício aeróbio,
de equilíbrio, coordenação, flexibilidade, alongamentos, resistência, força e relaxamento.
Discussão/conclusão – Um dos objetivos fulcrais na saúde do doente idoso é a instituição de medidas de
manutenção da sua capacidade funcional, preservando a sua independência e autonomia. O exercício é
um adjuvante essencial neste processo de promoção da saúde, proporcionando benefícios a vários níveis,
nomeadamente físicos, mentais e sociais.
Palavras-Chave: idoso, exercício, função, prescrição, treino
P42
Composição corporal e atividade física em mulheres pós-menopáusicas com DT2
Carla Alexandra Sequeira Pinto, Helena Moreira, António Almeida, Claúdio Rosa, Nelson Sousa, Romeu
Mendes
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro,
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, CIDESD, CITAB
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, ESEnfVR, CIDESD
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, CIDESD
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, ACES Douro I - Marão e Douro Norte, CIDESD
[email protected]
A depleção da função ovárica causa a ampliação dos níveis de adiposidade na mulher e a redução da
massa muscular (MM) e óssea, sobretudo na presença de reduzidos níveis de atividade física (AF). Refletese também no desenvolvimento/agravamento de distúrbios no metabolismo da glicose, constituíndo a
diabetes do tipo 2 (DT2) uma das doenças crónicas mais comuns nesta fase do climatério. O presente
estudo procurou examinar a relação da composição corporal e da AF com a glicemia em jejum (FPG) em
mulheres pós-menopáusicas. O estudo foi desenvolvido no âmbito do projeto Diabetes em Movimento®,
envolvendo 37 mulheres (55-79 anos), com DT2, sem menopausa precoce e, a sua maioria, com
menopausa natural (73%) e sem terapia hormonal. O tempo médio de duração da diabetes foi de 8,70
anos. A composição corporal foi avaliada com a bioimpedância Tanita BC-418MA e com o sonómetro
Sahara. O questionário IPAQ foi utilizado na apreciação da AF. A análise estatística incluiu o coeficiente de
correlação de Pearson e modelos de regressão stepwise, sendo considerado um grau de significância
estatística de 5%. A FPG variou entre 96 e 239 mg/dL e os valores médios MM, massa gorda (MG) e
densidade mineral óssea do calcâneo (DMOc) foram, respetivamente 37,65 kg, 32,04 kg e 0,48 g/cm2.O
tempo de menopausa variou entre 2 e 36 anos e a maioria das mulheres documentou níveis de AF
moderada (75,7%) e baixo risco de osteoporose (83,8%). Foram identificadas correlações moderadas
(p≤0,01) entre a PG e o peso, MG e A , não existindo associações com significado estatístico em relação
às características da menopausa, MM e DMOc. A MG (beta= 0,420) e a AF (beta=0,415), explicaram
(p≤0,01) em 34% a variação da PG. Os nossos resultados sugerem que elevados níveis de MG agravam a
FPG na pós-menopausa, não sendo essa relação independente dos níveis de AF.
Palavras-Chave: Massa gorda, massa muscular, atividade física, glicemia, menopausa
P43
Prevalência do excesso de peso e obesidade em países em desenvolvimento. O caso dos PALOP.
Vitor Rosado-Marques
Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa; Centro de Investigação em Antropologia e
Saúde, Universidade de Coimbra
[email protected]
A prevalência de excesso de peso/obesidade começa a ser preocupante nalguns Países Africanos de
Língua Oficial Portuguesa (PALOP), não só nos adultos, mas também nas crianças e jovens, com as
consequências que daí podem advir, como seja diabetes, doenças cardiovasculares e síndrome
metabólica. A Organização Mundial de Saúde reconhece a falta de dados representativos em muitos dos
países em desenvolvimento, no que respeita à obesidade, e alerta para a importância da atualização da
informação sobre frequências e tendências do excesso de peso/obesidade, de modo a quantificar os
efeitos sobre a saúde e alertar os profissionais de saúde. O presente estudo, que tem como objetivos
analisar a prevalência e a tendência do excesso de peso e obesidade nos PALOP, foi elaborado a partir de
dados recolhidos na Guiné-Bissau, de relatórios e dos dados disponíveis na literatura científica. A nível
global, a prevalência de excesso de peso/obesidade aumentou 27,5% nos adultos e 47,1% nas crianças
entre 1980 e 2013. Os aumentos verificaram-se quer nos países industrializados (PI), quer nos em
desenvolvimento (PED). Nos PI esse aumento parece estar a abrandar, pelo contrário, nos PED, onde
vivem cerca de dois em cada três dos obesos, o aumento continua. De acordo com uma análise feita com
base em 1769 estudos, referentes a 188 países de 21 regiões, a Guiné-Bissau e Cabo Verde são os PALOP
com maiores frequências de excesso de peso/obesidade, com frequências que rondam, nos homens, os
15% nos jovens < 0 anos e de 43% nos≥ 0 anos, sendo os valores nas mulheres superiores, 0% e 4 %,
respetivamente, situação que se verifica em todos os PALOP. Como potenciais responsáveis pelos grandes
aumentos de obesidade nos últimos anos têm sido apontados vários fatores, incluindo aumentos na
ingestão de calorias, alterações nas dietas e no microbioma intestinal e aumento do sedentarismo. Para
contrariar os efeitos na saúde das populações, especialmente nas dos PED, é necessária a ajuda das
autoridades mundiais de saúde, de modo a que estes países possam intervir de forma mais eficaz contra
os principais determinantes do excesso de peso/obesidade.
Palavras-Chave: Excesso de peso/obesidade PALOP Países-em-desenvolvimento, doenças-nãotransmissíveis
P44
Do excesso de peso à obesidade na USF Vitasaurium
Ana Sara Rodrigues
USF Vitasaurium
[email protected]
INTRODUÇÃO O aumento da prevalência da obesidade representa atualmente um importante problema
de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, em 2014, 13% da população adulta
era obesa, sendo que a prevalência mundial duplicou aproximadamente entre os anos de 1980 e 2014.
OBJETIVO Avaliar a prevalência do excesso de peso e obesidade na USF Vitasaurium. MÉTODOS Estudo
transversal. Foram analisados os valores de índice de massa corporal (IMC) registados em 2013 e 2014, de
utentes com idade igual ou superior a 19 anos. Os grupos em estudo foram definidos de acordo com os
critérios da OMS para os valores de IMC. Os dados foram obtidos do programa MIM@UF e analisados no
Excel. RESULTADOS Verificou-se uma prevalência elevada de excesso de peso, com 54% em 2013 e 55%
em 2014, com uma taxa de crescimento de 13%. Obesidade classe I demonstrou uma prevalência de 31%
em 2013 e 2014, com uma taxa de crescimento de 4%. Valores menos significativos foram observados no
grupo da obesidade classe II e III, com taxas de crescimento de 0.77% e 0.1 %. O IMC ≥ 5 foi mais
evidente em mulheres e no grupo de estudo com idades compreendidas entre os 45 e 65 anos de idade.
CONCLUSÃO A melhor forma de evitar a obesidade, e consequentemente uma panóplia de doenças
crónicas, passa certamente pela prevenção da obesidade. Através do estudo realizado, verificamos que a
maioria da amostra evidencia excesso de peso, sendo urgente a adoção de medidas preventivas para que
não se tornem os obesos de amanhã.
Palavras-Chave: Obesidade excesso peso índice massa corporal
P45
PEN-3S: prevalência e vigilância do estado nutricional dos idosos Portugueses
Teresa Madeira, Catarina Peixoto-Plácido, Nuno Santos, Beatriz Goulão, Nuno Mendonça, Osvaldo Santos,
Violeta Alarcão, João Gorjão-Clara
Instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
Health Research Unit, University of Aberdeen; Instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública, FMUL
Newcastle University Institute for Ageing; Instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública, FMUL
[email protected]
Introdução: A prevalência de excesso de peso em Portugueses com mais de 64 anos a residir em
comunidade está estimada em 70% (homens) e 75% (mulheres). A informação sobre estado nutricional da
população residente em lares de idosos é escassa e local/regional. Não existe, nos cuidados de saúde
primários, um sistema electrónico de vigilância de risco nutricional que permita intervenção precoce e
protetora da saúde. Objetivos: (a) caracterizar estado nutricional, incluindo prevalência de obesidade, da
população Portuguesa com mais de 64 anos residente na comunidade ou em lares, (b) identificar variáveis
associadas à malnutrição nesta população e (c) desenvolver sistema eletrónico de vigilância/alerta de
risco nutricional em idosos. Métodos: O projeto inclui: (a) inquérito alimentar e do estado nutricional em
idosos, com desenho transversal observacional e recolha de dados por entrevista estruturada face-a-face
com medições antropométricas e (b) painel Delphi (método de consenso) para construção de sistema
eletrónico de vigilância de risco nutricional em idosos. Este painel integrará peritos em nutrição/dietética,
geriatria, demografia, sistemas de informação e gestão/administração de unidades de saúde. No
inquérito, a amostra será representativa a nível nacional, para residentes em comunidade ou em lares:
amostragem polietápica, com seleção aleatória de unidades de cuidados saúde primários e de lares de
idosos. Tamanho amostral: 979 indivíduos a residir em comunidade e 1098 em lares. Serão recolhidos
dados sobre: hábitos/padrões alimentares, estado nutricional, atividade física, funcionalidade,
autoperceção estado geral saúde, solidão, função cognitiva, depressão, insegurança alimentar,
caraterização sociodemográfica.Discussão: O PEN-3S tem apoio financeiro das EEA Grants (Programa
Iniciativas em Saúde Pública). Ao caracterizar o estado nutricional dos idosos, o projeto contribuirá para a
definição de políticas mais eficientes de promoção de alimentação saudável e atividade física. O sistema
de vigilância de risco nutricional permitirá o rastreio e referenciação sistemáticos, bem como a
monitorização epidemiológica deste fenómeno.
Palavras-Chave: Risco-nutricional Obesidade Sistema-Vigilância Idosos Prevenção
P46
Benefícios dos análogos do GLP-1 nos doentes diabéticos obesos
Ricardo Capitão, Catarina Barreiros, Carlos Bello, Catarina Moniz, Ricardo Fonseca, Manuela Oliveira, João
Sequeira Duarte, Catarina Saraiva, Carlos Vasconcelos
CHLO - Hospital Egas Moniz
[email protected]
Introdução: Os análogos do GLP-1 foram recentemente introduzidos no tratamento da Diabetes Mellitus
tipo 2 (DM-2) e apresentaram vantagens, não só a nível do controlo glicémico, como também na melhoria
de determinados factores de risco cardiovasculares. O objectivo do presente trabalho é avaliar impacto
dos análogos de GLP-1 no peso, controlo metabólico e Pressão Arterial (PA) na população obesa com DM2. Métodos: Seleccionados os doentes com obesidade (IMC>30 Kg/m2) e DM-2 insulinotratados (IT) e
não-insulinotratados (NIT), seguidos em consulta de Endocrinologia que estavam a fazer análogos de GLP1 (liraglutide ou exenetide). Foram avaliados o peso, a PA, o perfil lipídico e A1c antes e depois da
introdução do fármaco. Foi utilizado o software estatístico IBM SPSS-21 para análise estatística descritiva
dos dados e aplicado o test-t-emparelhado para testar as variáveis contínuas, no qual foram considerados
estatisticamente significativos valores p<0,05. Resultados: Foram identificados 60 doentes, dos quais 28
(47%) eram IT e 32 (53%) eram NIT. O tempo médio de seguimento foi de 9.9 ± 5.2 meses. Em média
registou-se uma redução ponderal de 2.20 Kg, ou seja, 2,12 % do peso inicial, sendo este valor de 1.93 Kg
para os IT e 2.49 Kg para os NIT. A A1c reduziu em média 0.86%, o colesterol total 7.8 mg/dL, o c-LDL 3.26,
o c-HDL 3.32 mg/dL, os triglicéridos 11.2 mg/dL. A PA sistólica diminuiu em média cerca de 6.2 mmHg e a
diastólica 3.39 mmHg. Foi aplicado o teste-t-emparelhado às várias variáveis em estudo, nas quais foi
encontrada uma diferença estatisticamente significativa para o peso e para a A1c. Conclusões: A utilização
dos análogos de GLP-1 teve um efeito positivo estatisticamente significativo na redução do peso e da A1c
nos doentes analisados. Registou-se ainda um benefício no controlo tensional e no perfil lipídico com
excepção do c-HDL.
Palavras-Chave: GLP-1 obesidade diabetes
P47
Therapeutic potential of recombinant forms of adiponectin in aggressive PCa
Cátia Monteiro, Andreia Matos, Ângela Castela, Ana Oliveira, Diana Teixeira, Manuela Meireles, Maria
Carmo Avides, Mariana Freitas, Anabela Mota-Pinto, Rosário Monteiro, Ricardo Dinis-Oliveira, Carla Costa,
Manuel Bicho, Maria José Oliveira, Ricardo Ribeiro
Molecular Oncology Group– CI, Portuguese Institute of Oncology, Porto; NEWTherapies Group, INEB,
University of Porto, Porto
Genetics Laboratory, Faculty of Medicine, University of Lisbon; Rocha Cabral Research Institute, Lisbon,
Portugal
Institute for Molecular and Cell Biology, University of Porto; Biochemistry Lab., Faculty of Medicine,
University of Porto
Molecular Oncology Group– CI, IPO Porto; REQUIMTE, Lab. of Toxicology, Dep. of Biolog. Sciences; Fac. of
Pharmacy, Univ. Porto
Biochemistry Laboratory, Faculty of Medicine, University of Porto, Porto, Portugal
Department of Biological Engineering, School of Engineering, University of Minho, Braga, Portugal
General Pathology Institute, Faculty of Medicine, University of Coimbra, Coimbra, Portugal
REQUIMTE, Laboratory of Toxicology, Department of Biological Sciences, Faculty of Pharmacy, University
of Porto, Porto, Portugal
NEWTherapies Group, INEB, University of Porto, Porto, Portugal
Molecular Oncology Group–CI, IPO Porto; Research Department, Portuguese League Against CancerNorth
[email protected]
Introduction: Adiponectin, an adipocyte-specific hormone, is thought to have anti-obesity, anti-insulinresistance and anti-cancer roles. Moreover, epidemiological data suggests circulating adiponectin protects
from prostate cancer (PCa) development. Hence, we sought to analyze in vitro the potential therapeutic
effect of human recombinant adiponectin in PCa cell lines aggressiveness phenotypes. Methods: PCa cell
lines were validated using STR analyses. Human LNCaP and PC-3 prostate cancer cell lines were examined
for proliferation, oxidative stress markers, epithelial-to-mesenchymal transition (E-M-T) and metastasis
gene expression program, and invasiveness after treatment with globular and full-length forms of human
recombinant adiponectin, produced in a baculovirus system. Cellular proliferation was evaluated through
methyl-3H-thymidine incorporation into DNA, whereas matrigel-coated invasion assay was used to
analyze invasion phenotypes. Expression of a metastasis/E-M-T gene panel was detected by real time
qPCR and oxidative stress markers were measured through specific biochemical assays. Results: The
expression of adiponectin receptors (both ADIPOR1 and 2) was demonstrated by RT-PCR,
immunocytochemistry and immunofluorescence in both cell lines. Both full-length and globular forms of
adiponectin exerted a suppressive growth effect in androgen-independent PC3 but not LNCaP tumor cells
ranging from a concentration of 2nM to 50nM, albeit more prominent for the globular form. Prostate
cancer cell’s invasive capacity was reduced by adiponectin, with a stronger effect of the globular
adiponectin form in PC3 cells. Other adiponectin-induced modifications on the aggressive phenotype of
PCa cells included the altered expression of E-M-T and metastatic genes and the favorable influence in
cellular anti-oxidative defense mechanisms. Conclusions: Human recombinant adiponectin synthesized in
a baculovirus system has anti-tumoral and anti-invasive effects in PCa cell lines, particularly the globular
form and in androgen-independent PCa cells. Moreover, adiponectin altered PCa cellular aggressiveness
program through an effect on E-M-T/metastases gene expression and in anti-oxidative capacity.
Adiponectin has anti-tumor properties that harvest potential therapeutic utility in advanced PCa.
Palavras-Chave: adiponectin prostate cancer
C48
Síndrome Apneia Obstrutiva Sono – avaliação longitudinal e fatores de melhoria após cirurgia bariátrica
Rita Bettencourt-Silva, Daniela Magalhães, Pedro Souteiro, João Sérgio Neves, Sofia Castro Oliveira, Maria
Manuel Costa, Marília Bettencourt-Silva, Leonor Almeida, Marta Drummond, Joana Queirós, Ana Varela,
Paula Freitas, Flora Correia, Davide Carvalho, Grupo AMTCO
Serviço Endocrinologia,Diabetes e Metabolismo,Centro Hospitalar São João, EPE, Porto. Faculdade
Medicina Universidade Porto
Serviço Endocrinologia ,Diabetes e Metabolismo, Centro Hospitalar São João, EPE, Porto
Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa
Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar de São João, EPE, Porto
Serviço Pneumologia, Centro Hospitalar de São João, EPE, Porto. Faculdade Medicina Universidade Porto
Serviço Endocrinologia,Diabetes e Metabolismo;Consulta Aval. Multidisciplinar Tratamento Cirúrgico
Obesidade, CHSJ, EPE
Serv Endocrino,Diab,Metab;Consulta Aval Multidiscip Trat Cirúrgico Obesidade,CHSJ.Inst Invest Inovação
Saúde UP.FCNAUPv
Serviço Endocrino,Diab e Metabolismo;Consulta Aval Multidiscip Trat Cirúrgico
Obesidade,CHSJ.FMUP.Inst Invest Inovação Saude UP
Consulta Aval. Multidisciplinar Tratamento Cirúrgico Obesidade, CHSJ
[email protected]
Introdução: A cirurgia bariátrica tem sido associada à redução de múltiplas comorbilidades relacionadas
com a obesidade, incluindo a Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS). Foi avaliada a evolução da
SAOS em obesos submetidos a cirurgia bariátrica.
Métodos: Estudo longitudinal retrospetivo de obesos avaliados na consulta de AMTCO submetidos a
cirurgia bariátrica entre Janeiro/2010 e Julho/2014. Foram incluídos doentes que efetuaram
polissonografia antes e após cirurgia e avaliados parâmetros antropométricos, metabólicos e
polissonográficos, Resultados: Dos 78 doentes, 56 (71,8%) eram do sexo feminino, com mediana de
idades 51 anos (âmbito interquartil [AIQ] 46,25-51,00), índice de massa corporal (IMC) de 44,04 kg/m2
(AIQ 40,56-49,17) e índice de apneia-hipopneia (IAH) de 36,90 eventos/hora (AIQ 23,40-52,15). Na
avaliação pré-cirúrgica 7,7% tinha SAOS ligeira, 33,3% moderada e 59% grave, a maioria tratados com
pressão positiva contínua (74,4%) ou ventilação não invasiva binível (20,5%). Após cirurgia (reavaliação
mediana 11 meses) verificou-se diminuição estatisticamente significativa do IAH (36,9;11,4;p<0,001),
escala de sonolência de Epworth (8;5;p<0,001), tempo de saturação de O2 inferior a 90%
(24,9;3,2;p<0,001) e índice de dessaturação (31,40;8,55;p<0,001) e aumento da saturação média de O2
(91;93,55;p<0,001) e mínima (71,50;83;p<0,001). Houve melhoria da gravidade do SAOS em 37 (47,4%)
doentes e resolução em 13 (16,7%); apenas 43,6% mantiveram tratamento com pressão positiva. A
variação do IAH apresentou correlação positiva com variação do IMC (r=0,296;p=0,009), variação do peso
(r=0,289;p=0,010) e percentagem de peso perdido (r=0,249;p=0,028) e negativa com valores précirúrgicos de IAH (r=0,792;p<0,001), IMC (r=0,259;p=0,022) e peso (r=0,267;p=0,018). Na regressão linear
múltipla, após ajuste para idade e sexo, a variação do IMC (β=1,217;p=0,014), variação do peso
(β=0,418;p=0,035), IAH inicial (β=–0,840;p<0,001), IMC inicial (β=–1,093;p=0,017) foram preditivos de
variação do IAH após cirurgia. Conclusão: A cirurgia bariátrica tem efeito benéfico no tratamento da
SAOS. Este efeito parece dependente da perda ponderal e também do IAH e IMC pré-cirúrgicos.
Palavras-Chave: Obesidade, cirurgia bariátrica, SAOS, índice apneia-hipopneia
C49
Caracterização do dispêndio energético em sessões de exercício físico, com e sem recurso a vídeojogos
interativos
Catarina Vasques, Maria Paula Mota, Vítor Pires Lopes
Instituto Politécnico de Bragança - Escola Superior de Educação
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro - Vila Real
[email protected]
Introdução: Os baixos níveis de atividade física (AF) habitual em crianças são referenciados por vários
autores que monitorizaram a população infantojuvenil Portuguesa. Porém, os videojogos interativos são
mencionados em alguns estudos como um meio propulsor dos níveis de AF das crianças. Neste sentido,
foi objetivo deste estudo quantificar a intensidade das sessões de exercício físico (EXF), com duração de
90 minutos e com/sem recurso a videojogos interativos (Wii fit). Métodos: A amostra foi constituída por
15 crianças, com idades compreendidas entre os 6 e os 14 anos, sendo a idade média das meninas de
11,25±2,27 anos e dos meninos de 10,89±2,13 anos. Utilizou-se o acelerómetro MTI Actigraph modelo
7164 (Manufacturing Technology, Inc., Fort Walton Beach, FL, EUA). Os dados dos acelerómetros de cada
sessão foram contabilizados em minutos despendidos em atividade física moderada (AFM) (3 a 5,9METs),
atividade física vigorosa (AFV) (6 a 8,9METs) e atividade física muito vigorosa (AFMV) (≥9METs). O
software converteu as contagens do MTI em unidades de dispêndio energético relativo (METs) usando a
equação de regressão desenvolvida por Freedson et al. (1997) para crianças dos 6 aos 18 anos de idade.
Resultados e conclusões: De acordo com as sessões de EXF consideradas na análise, verificou-se que o
recurso aos videojogos interativos (Wii fit) apresentou uma estimativa de dispêndio energético mais
elevada (3,12±0,02 METs) e maior número de minutos despendidos em AFV (25,00±10,21) e AFMV
(10,00±9,07), comparativamente com as sessões de atividades de academia (2,63±0,02METs;
12,71±6,94minutos/AFV e 5,82±7,19minutos/AFMV) e com as sessões de jogos de equipa, estafetas e
percursos (2,25±0,02 METs; 17,73±10,77minutos/AFV e 5,50±4,67minutos/AFMV). Consideramos por isso
que as sessões de EXF com recurso a videojogos interativos, provavelmente pela sua forte componente
lúdica e motivacional, poderão proporcionar um maior dispêndio energético diário em crianças, quando
comparadas com outro tipo de EXF.
Palavras-Chave: Exercício físico; videojogos interativos; dispêndio energético, crianças