19º CONGRESSO PORTUGUÊS DE OBESIDADE Textos
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19º CONGRESSO PORTUGUÊS DE OBESIDADE Textos das Comunicações Orais e Posters Resumos Premiados COMUNICAÇÕES ORAIS CO1 Razão cintura-estatura como discriminador do estado inflamatório em crianças Edmar Mendes, Alynne Andaki, Amanda Santos, Juliano Guedes, Jorge Mota Universidade do Porto Universidade Federal de Viçosa [email protected] Objetivo: Avaliar a eficácia da razão cintura-estatura (RCE) como discriminador do estado inflamatório de risco em crianças. Métodos: Participaram do presente estudo 94 crianças (46 meninos, idade entre 9 a 11 anos, eutrofia n = 48, sobrepeso n = 25 e obesidade n = 21). Circunferência de cintura (ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca) e estatura foram obtidas segundo normas padronizadas. Coleta de sangue foi realizada para dosagem dos níveis circulantes de citocinas inflamatórias (IL-6, TNF-alfa e MCP1). O percentil 75 para cada citocina foi utilizado como ponto de corte para discriminar o estado inflamatório de risco, como previamente reportado em outros estudos. Com base na análise da curva Receiver Operating Characteristic (ROC), o RCE ≥ 0.51 foi acurado para discriminar crianças com níveis de IL-6 [área sob a curva ROC (AUC) = 0.985, 95% CI (0.935-0.999), p < 0.0001, sensibilidade (SE) = 100%, especificidade (ES) = 91.55%, razão de verossimilhança (+LR) = 13.23, -LR = 0.045], TNF-alfa [AUC = 0.963 (0.902-0.991), p < 0.0001, SE = 95.83%, ES = 92.75%, +LR = 13.23, -LR = 0.045] e MCP-1 [AUC = 0.978 (0.923-0.997), p < 0.0001, SE = 100%, ES = 91.55%, +LR = 11.83, -LR = 0.00] abaixo do percentil 75 daquelas com níveis de citocinas acima do percentil 75. Conclusão: O uso do RCEst ≥ 0.51 apresentou boa acurácia em discriminar crianças com estado inflamatório de risco. Palavras-Chave: antropometria obesidade crianças inflamação CO2 Referências antropométricas para crianças e jovens dos 6 aos 18 anos de idade da Região Autónoma da Madeira Bruno Sousa, Bruno Oliveira, José Nunes, Maria Daniel V. de Almeida Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto [email protected] Introdução: A avaliação nutricional e do crescimento requerem dados de referência antropométricos atualizados e que reflitam a população a avaliar. O objetivo deste estudo foi desenvolver referências antropométricas para crianças e jovens da Região Autónoma da Madeira (RAM) com idades entre os 6 e os 18 anos. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, realizado entre maio de 2004 e junho de 2009, com uma amostra representativa de 6987 crianças e jovens, 3552 raparigas e 3455 rapazes. Foram avaliados o peso, a estatura, o perímetro da cintura (PC), o perímetro do braço (PB) e a prega cutânea tricipital (PCT) e, a partir destes, calculadas as referências para o peso, estatura, índice de massa corporal (IMC), PC, PC/Estatura, PB, PCT, perímetro muscular do braço (PMB), área total do braço (ATB), área muscular do braço (AMB), área gorda do braço (AGB) e índice de gordura do braço (IGB) por idade e sexo. As curvas de percentis e de z-scores suavizadas foram construídas usando o procedimento estatístico LMS. Resultados: Analisando as diferenças entre sexos, verificamos que os valores dos rapazes são superiores, particularmente a partir dos 13 anos para a maioria dos parâmetros antropométricos, contudo para a PCT, AGB e IGB as raparigas apresentam dados mais elevados. Comparando estes dados com as referências atualmente em uso, observamos que os dados da RAM são superiores no peso e IMC, e que no PB, PCT, ATB, AMB, AGB e IGB são superiores nas idades mais jovens e inferiores nas idades mais avançadas. Para a estatura as diferenças não são de grande relevância e no PC estes dados são semelhantes aos determinados para a população de Portugal Continental. Conclusões: Estas referências constituem um novo instrumento de avaliação e monitorização do crescimento, do estado Palavras-Chave: referências antropometria crescimento madeira CO3 Aptidão cardiorrespiratória, não a atividade física, está associada com o desempenho escolar de crianças e adolescentes Tânia Oliveira, Manuela Costa, Jorge Mota, Gustavo Silva, Andreia Pizarro, José Ribeiro Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer, Faculdade de Desporto [email protected] Introdução A atividade física (AF) é considerada uma componente fundamental de saúde. Em crianças e adolescentes a promoção da AF é particularmente importante uma vez que está relacionada com a diminuição do risco de obesidade e algumas doenças crónicas, melhora a aptidão física geral, em particular a aptidão cardiorrespiratória (ACR), reduz o stress e a ansiedade e propicia o desempenho escolar (DE). Como parte integrante da aptidão geral a baixa ACR está igualmente relacionada com a obesidade, é considerada um marcador relevante na saúde cardiovascular, e estudos recentes mostram que também está relacionada positivamente com o DE. No entanto, apesar da plausibilidade dos argumentos neurofisiológicos, as evidências sobre a relação entre ACR, AF e DE continua fraca, fatores confundidores precisam de ser considerados. O nosso objetivo foi contribuir para o debate, procurando identificar uma associação entre a ACR, a AF e o DE. Métodos A amostra foi composta por 730 crianças e adolescentes, 404 raparigas e 326 rapazes, entre os 6 e 18 anos. A ACR foi avaliada através do teste 20 metros Vai-vém de acordo com os procedimentos descritos no protocolo Fitnessgram e dividida por quartis, a AF foi igualmente dividida por quartis e medida objetivamente através de acelerómetros Actigraph, e o DE foi avaliado através dos registos escolares de todas as notas do final do ano letivo. Para fins padronizados foram classificadas de 1 a 5, onde o 1=Mau e o 5=Muito Bom. Resultados O DE foi positivamente relacionado com os níveis de ACR após o controle e ajuste das covariáveis na disciplina de português (3,163±0,077) e na média do somatório da disciplina de matemática e português (3,135±0,079), (p<0,05), contudo não houve diferenças nos níveis de AF relativamente ao DE, após ajuste e não ajuste das covariáveis. Conclusões O sucesso escolar está associado a melhores níveis de ACR, o aumento da AF diária parece não influenciar o DE e a ACR está positivamente correlacionada com o MVPA. Projeto de Investigação suportado por: R 7 011; PTDC/DTP-DES/1328/2012 (FCOMP-01-0124-FEDER-028619); e Centro de Pesquisa apoiado por: FCT: UID/DTP/00617/2013 Palavras-Chave: Aptidão Cardiorrespiratória, Atividade Física, Desempenho Escolar CO4 Novas tecnologias e obesidade: avaliação de crianças com obesidade pré-intervenção Cátia Silva, Sónia Gonçalves, Pedro Saint-Maurice, Eva Conceição, Paulo Machado Universidade do Minho Iowa State University [email protected] INTRODUÇÃO: O recurso às novas tecnologias tem sido utilizado na área da promoção de comportamentos saudáveis e na modificação de comportamentos de risco, tendo já demonstrado resultados preliminares promissores em diversas populações. Como tal, o presente estudo foi desenvolvido para avaliar a eficácia de um programa com recurso a novas tecnologias para crianças e adolescentes com excesso de peso e obesidade em contexto hospitalar. O objectivo é promover comportamentos saudáveis, nomeadamente a ingestão de frutas/vegetais, atividade física. Nesta fase, serão apresentados resultados preliminares sobre o consumo de frutas e legumes, tempo de ecrã e Atividade física em crianças e adolescentes com excesso de peso no início do tratamento, isto é, préintervenção. MÉTODOS: A amostra é composta por 107 crianças e adolescentes com idades compreendidas entre os 8 e os 17 anos de idade (M=11.83, DP=2.3). O procedimento foi desenvolvido no serviço de gastrenterologia e nutrição pediátrica do Hospital de Braga. Da amostra total, 41.1% eram raparigas e 58.9% rapazes. RESULTADOS Os resultados mostraram que a maioria da amostra (67.3%) no início do tratamento reportou que ingere frutas e legumes em 5 dias ou mais por semana. Relativamente ao tempo de ecrã, 44.5% dos participantes passaram de 2 a 4 horas em frente ao ecrã. Finalmente, o score total médio de atividade física apresentado por este grupo é de 2.58 (DP=0.72). Não foram encontradas diferenças significativas em termos de género, grupos de idades (crianças vs. adolescentes) ou grupos de intervenção no início do tratamento. CONCLUSÕES Os participantes com excesso de peso demostraram nesta fase inicial baixos níveis de atividade física, comparados com amostra normativa, assim como maior tempo passado em frente ao ecrã. Será posteriormente interessante avaliar posteriormente o impacto do programa recurso as novas tecnologias na promoção destes comportamento no contexto clínico. Palavras-Chave: Obesidade Infantil, Novas tecnologias, alimentação saudável, Atividade física CO5 Food behaviours and its association with obesity risk in female children Aristides Machado-Rodrigues, Augusta Gama, Helena Nogueira, Victor Rosado, Isabel Mourão, Cristina Padez Universidade de Coimbra; ESEV-IPV CIAS - University of Coimbra Research Centre in Health and Human Development – UTAD [email protected] Background: Obesity prevalence has increased over recent decades, with WHO pinpointing childhood obesity as one of the most serious global public health challenges for the 21st century. Behavioural risk factors such as some dietary habits seem to play an important role on the increased overweight/obesity prevalence, especially unhealthy food consumption (i.e. sweetened beverages and candy, and so on). Thus, the present study aimed to analyse associations between different food habits and the risk of overweight/obesity in female children. Methods: The sample comprised 1932 female children aged 7-9 years. Height and weight were measured. Body Mass Index (BMI) was calculated subsequently and participants were classified as normal weight or overweight/obese (Cole et al., 2000). Eating behaviours (i.e. have breakfast; consumption of soup and vegetables, and soft drinks and chocolate) were assessed by questionnaire as well as sedentary behaviours (i.e. TV viewing at the week and weekend days). Logistic regressions were used, with adjustments for age, time spent sedentary, and habitual physical activity. Results: After controlling for the afore-mentioned confounders, children who have consumed soup in a daily basis were 78% less likely to be classified as overweight/obese than their peers without regular consumption of soup, after con. Contrary to our expectation, there was no significant main effect of the soft beverages and chocolate consumption on the weight status of female children. Conclusion: Findings of this study revealed an inverse association between daily soup consumption and child female obesity. These results may help health professionals to promote the improvement of healthy dietary consumption such as vegetables soup, particularly at schools. Palavras-Chave: Public Health, Nutritional habits, Sedentary Behaviours, Obesity CO6 Cirurgia Cardíaca e Óbito Cirúrgico: O papel da Obesidade Márcia Pinheiro, Vitor Azevedo, Regina Xavier, Arn Migowsk, Cristina Kuschnir, Othon Pinheiro Filho Ministério da Saúde Brasil Universidade do Estado do Rio de Janeiro Secretaria Municipal de Saúde Brasil [email protected] Introdução: A morbi mortalidade condicionada pela obesidade decorre da ocorrência de eventos cardiovasculares. Considerável parcela desses pacientes necessita de cirurgia cardíaca. Permanecem dúvidas sobre o papel da obesidade no óbito cirúrgico (30 dias). Objetivo: Descrever a associação da obesidade ao óbito cirúrgico dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca no Brasil/MS/INC (2004 a 2013). Métodos: Os dados descritivos expressos por percentual, contínuos por mediana e interquartiles. Empregou-se regressão logística para revelar a associação de marcadores independentes ao óbito cirúrgico até 30 dias, na população obesa, calculada a razão de chance (OR) e (IC95%). Realizada em duas etapas, a univariada seguida da multivariada. A multivariada com as variáveis que obtiveram p<0,05 na univariada. A multivariada foi retestada em 2ª etapa quando valor de p<0,10 na 1ª etapa. Obesos quando IMC≥30. Utilizado TATA 13. O nível de significância foi 0,05; todos testes bicaudais. Resultados: Realizadas 2621 cirurgias cardíacas no período. Obesos 478 (18,24%) pacientes (coorte analisada). Medianas foram: IMC 32,03 (30,92-34,60), colesterol 177,0 (145-205), idade 58 (51-65), creatinina sérica 1,0mg% (0,87-1,2), fração de ejeção VE 62% (51-70), dimensão AE 42mm (38-47). Sexo masculino (55,56%), pele de cor branca (69,15%), fumadores atuais (11,80%), diabetes mellitus (32,14%), 13,51% insulina dependente, dislipidemia (59,53%), insuficiência renal (5,73%), hipertensão arterial sistêmica (87,61%), febre reumática (10,68%), etilismo (7,68%) e classe funcional III/IV (NYHA) (14,19%). A regressão logística univariada demonstrou como significativos: IMC (OR=1,205; IC95%=1,115-1,303; p<0,0001), idade (OR=1,063; IC95%=1,029-1,098; p<0,0001), creatinina (0,1mg%) (OR=1,137; IC95%=1,046-1,235; p=0,002), AE (1mm) (OR=1,043; IC95%=1,008-1,079; p=0,015), insuficiência renal (OR=4,632; IC95%=1,898-11,300; p<0,0001) e classe funcional III/IV (OR=2,381; IC95%=1,1634,874;p=0,018). Na segunda etapa da análise multivariada foram marcadores independentes do óbito cirúrgico: IMC (OR=1,220; IC95%=1,122-1,327; p<0,0001), idade (OR=1,066; IC95%=1,030-1,103; p<0,0001) e creatinina (OR=1,122; IC95%=1,036-1,215; p=0,005). Conclusão: O estudo demonstrou que o IMC foi marcador independente de prognóstico cujo aumento se associou ao aumento do óbito cirúrgico. Palavras-Chave: Obesidade Cirurgia Cardiaca Obito CO7 Taxa metabólica basal: é importante medir? Tania Kadima, M Amélia Lima, Catia Elken Ferreira, Rosana Imbroisi, Adriane Sales Mútua dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro [email protected] Introdução: Gasto energético diário compreende taxa metabólica basal (TMB-60%/75%), efeito térmico (alimentos), atividade física (GAF-15/30%). OMS (1985) recomendou cálculo energético baseado em TMB/GAF (informações fisiológicas importantes em estudos nutricionais/epidemiológicos), pois TMB está associada à massa gorda/magra. Estudo objetiva:1) comparar TMB por Bioimpedanciometria e por Equações Preditoras; 2) verificar associação com dados antropométricos/percentual de gordura corporal (PGC)/massa magra esquelética (MME). Métodos: Estudo transversal, observacional, de 607 prontuários (amostra aleatória) de participantes do Programa de Nutricção (Operadora de Saúde-2014) contendo avaliação de composição corporal (InBody 370), seguindo protocolo do fabricante. Estratificação por idade ≥10 <1 ; ≥1 , e classificação por percentil de IMC PGC, respectivamente. Equações Preditoras usadas na comparação: Harris-Benedict; Henry&Rees; FAO/OMS e Schofield. Teste t pareado/Pearson (análise estatística) realizados por software Minitab, considerando p-value≤0,05. Resultados: Encontramos 223 prontuários (masculino), 226 (feminino), com PGC aumentado e respectivas médias: masculino idade:52,11 (dp=16,51); peso:86,23 (dp=14,03); estatura:174,68 (dp=7,26); IMC:28,14 (dp=3,92); PGC:28,46 (dp=5,92); MME:34,46 (dp=5,49); TMB (InBody) 1696,4 (dp=182,9); Schofield:1790,0 (dp=242,9); Henry&Rees:1716,3 (dp=169,0); Harris/Benecdit:1773,3 (dp=271,2); FAO: 1762,0 (dp=289,8); feminino: idade:51,7 (dp=16,75); peso:67,15 (dp=12,60); estatura:160,45 (dp=5,90); IMC:26,27 (dp=4,82); PGC:37,74 (dp=6,39); MME:22,46 (dp=3,29); TMB (InBody) 1262,1 (dp=118,3); Schofield:1360,4 (dp=140,8); Henry&Rees:1359,4 (dp=144,4); Harris/Benecdit:1355,4 (dp=147,1); FAO:1383,6 (dp=143,3); crianças adolescentes: 3 com percentil de IMC ≥ 5, médias: idade:1 , 3 (dp= ,13); peso: 4, 4 (dp=17,28); estatura:162,96 (dp=13,34); pIMC:90,96 (dp=5,65); PGC:29,66 (dp=9,25); MME:24,78 (dp=8,36); TMB (InBody) 1338,4 (dp=296,3); Schofield:1685,7 (dp=322,3); Henry&Rees:1634,5 (dp=372,9); Harris/Benecdit:1614,9 (dp=275,3); FAO:1596,2 (dp=262,2). Correlação Pearson significativa entre TMB/Inbody: e peso(r=0,81); estatura(r=0,87); MME(r=0,88)-masculino; peso(r=0,87); estatura(r=0,89); MME(r=0,89)-feminino; peso(r=0,87); estatura(r=0,89); MME(r=0,99)- crianças/adolescentes; não significativa, PGC (r=-0,06)- masculino e (r=-0,36)-crianças/adolescentes. Teste t pareado entre TMB X Equações Preditivas mostrou diferença significativa nos grupos (p≤0,05). Conclusão: Equações Preditas superestimam TMB entre 5,5%/9,6% (adulto), coincidindo com a literatura. Em crianças/adolescentes verificamos inadequação (19,26%/25,94%). Correlação significativa entre TMB e peso/estatura/MME nos três grupos, demonstrando que quanto maior a massa magra, maior é TMB. PGC embora negativo não foi significativo (masculino/crianças/adolescentes) no estudo. Palavras-Chave: taxa metabólica basal, equações preditivas, composição corporal, massa magra, gordura corporal CO8 Estudo da associação de polimorfismos do gene 5-HTT com a obesidade Licínio Manco, Helena Dias, Magdalena Muc, Cristina Padez Universidade de Coimbra [email protected] Introdução: Alguns estudos mostram que a modulação do sistema serotoninérgico do Sistema Nervoso Central por polimorfismos no gene do Transportador de Serotonina (5-HTT; SLC6A4; chr: 17q11.2) pode ser um fator de suscetibilidade à obesidade. Objetivo: Investigar a associação dos polimorfismos 5-HTTLPR e STin2 com a obesidade. Métodos: Jovens adultos (N = 535) de naturalidade Portuguesa, com idades entre 17-36 anos, recrutados aleatoriamente entre estudantes da Universidade de Coimbra de setembro de 2013 a fevereiro de 2014. Foram obtidas as medidas antropométricas para cálculo do IMC e utilizados os intervalos da OMS para definir excesso de peso e obesidade. A percentagem de gordura corporal foi determinada por bioimpedância elétrica. Foi utilizado um questionário para avaliar a atividade desportiva. A extração de DNA foi feita a partir de esfregaço bucal e os polimorfismos foram genotipados por PCR e eletroforese. Resultados: Para os estudos de associação, os indivíduos com excesso de peso e obesidade foram agrupados. Na amostra total, a análise de regressão logística não revelou associações estatisticamente significativas dos polimorfismos 5-HTTLPR e Stin2 com excesso de peso / obesidade (P> 0,05), todavia o estudo de haplótipos 5- TTLPR tin revelou associação significativa para o haplótipo L10 (χ = 4,2; p=0,04). Estratificando os indivíduos pela prática desportiva, no grupo inativo a regressão logística mostrou associação com excesso de peso / obesidade para os alelos 5-HTTLPR-L (P=0,01) e STin2-10 (P=0,03) e a análise haplotípica mostrou os haplótipos L10 associado com o risco de excesso de peso obesidade (χ = 5,1; P=0,0 ) e 1 como um haplótipo de proteção (χ = 7,4; P=0,00 ). Não foram encontradas associações significativas no grupo com prática desportiva. Conclusões: Foram encontradas associações estatisticamente significativas com excesso de peso / obesidade para o gene SLC6A4. O estudo mostrou que a inatividade física acentua a influência dos fatores genéticos no risco da obesidade. Palavras-Chave: genes 5-HTT SLC6A4 associação obesidade CO9 The triad adipose tissue – erythropoietic stimuli - erythropoiesis and iron metabolism modulation Susana Coimbra, Fernando Martins, Cristina Catarino, Henrique Nascimento. Sandra Ribeiro, Petronila Rocha-Pereira, Elísio Costa, Flávio Reis, Alice Santos-Silva UCIBIO/REQUIMTE; CESPU Laboratório de Bioquímica, Faculdade de Farmácia, Universidade do Porto UCIBIO\REQUIMTE, Departamento de Ciências Biológicas, Laboratório de Bioquímica, Faculdade de Farmácia, Universidade do Porto Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS), Universidade da Beira Interior Laboratório de Farmacologia e Terapêutica Experimental, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra [email protected] Introduction: A relationship between adipose tissue and erythropoiesis is believed to exist. Adipocytes are capable of synthesizing hepcidin, the principal regulator of iron availability, but it is not completely clarified if this hepcidin synthesis is stimulated by inflammation, hypoxia or by BMP/SMAD pathway. We aimed to understand how an increasing erythropoietic stimuli affects the expression of some inflammatory cytokines, iron metabolism and erythropoiesis markers, in both visceral (VAT) and subcutaneous (SAT) adipose tissue. Methods: We performed a 6 weeks follow-up study in lean, adult, normotensive rats submitted to erythropoietic stimuli, by administering two high doses, 200 and 600 IU/BW/week, of recombinant human erythropoietin (rHuEPO) during the last 3 weeks of the protocol. The rats were randomly divided in 3 groups – control, rHuEPO200 and rHuEPO600. The gene expression of erythropoietic and iron regulatory proteins, namely, hepcidin, interleukin (IL)-6, bone morphogenetic protein (BMP)6, EPO receptor (EPOR) and ferritin, by the VAT and SAT, were executed. Results: Concerning SAT, both groups presented a significant overexpression of hepcidin and ferritin genes and an under expression of BMP6 and EPOR genes; IL-6 gene was only overexpressed in the rHuEPO600 group. For the VAT, in the rHuEPO200 group we found an overexpression of hepcidin, IL-6 and ferritin and under expression of BMP6 and EPOR genes; in the rHuEPO600 group, all the 5 studied genes were under expressed, presenting the lower expression of hepcidin and IL-6 genes a positive significant genes correlation. Conclusion: The BMP/SMAD pathway does not seem to have an important role in the regulation of hepcidin expression in adipocyte. When submitted to erythropoietic stimuli, the VAT and SAT respond differently. In VAT, a higher erythropoietic stimuli associate with a lower expression of hepcidin and IL-6 that correlated positively with each other, suggesting that under high erythropoietic stimuli, IL-6 and hepcidin expression are tightly related. Palavras-Chave: visceral adipose tissue – subcutaneous adipose tissue – erythropoiesis – iron metabolism CO10 Obesidade e inflamação – Impacto da Relação Neutrofilo:Linfocito e Leucocitos totais Carlos Tavares Bello, Catarina Roque, Francisco Sousa Santos, Ricardo Capitão, Catarina Saraiva, João Sequeira Duarte, Jorge Azinheira, Carlos Vasconcelos Hospital de Egas Moniz [email protected] Introdução – A inflamação subclínica assume um papel importante no desenvolvimento de lesão micro e macrovascular na Diabetes. A Obesidade é considerada um estado inflamatório crónico de baixo grau. A Relação Neutrofilo:Linfocito (NLR) está descrita como marcador fiável de insulinorresistência e inflamação subclínica. Os resultados desta relação na consulta de obesidade e correlação com dados clinicolaboratoriais são descritos. Métodos – Estudo retrospectivo, longitudinal com base em registos clínicos de consulta multidisciplinar de obesidade de um Hospital central com um seguimento mínimo de 2 anos. Dados clinico-laboratoriais foram colhidos com base nos registos informáticos. Utilizaram-se métodos estatísticos descritivos, correlações de Pearson para variáveis contínuas e os resultados são apresentados em média e desvio padrão. Resultados – Avaliados 793 doentes, 83.5% do género feminino, idade média de 42.2 +- 10.8 anos, follow-up médio de 7.26 anos. O IMC inicial era 47.1kg/m2 e 75.4% sofriam de Hipertensão arterial, Dislipidemia 70%, Diabetes Mellitus tipo 2(DM2) 27.4% e Hiperuricemia 10.7%. Verificou-se uma relação estatisticamente significativa entre o NLR e o peso habitual e inicial (p 0.03 e 0.005) e uma maior elevação do ácido úrico (p 0.004). Os Leucocitos totais associam-se a uma maior variação do IMC pós-cirúrgica (p <0.001) maior elevação dos Trigliceridos (p<0.001), níveis mais baixos de colesterol HDL (p < 0.001), maior elevação da PCR (p 0.02), ALT (p 0.02), GGT (p 0.005), FLI (p 0.01), Uricemia (p<0.001), insulinemia (p 0.001) e glicémia (p 0.001). Conclusão – O desenho retrospectivo do estudo é uma limitação da analise, no entanto, os dados sugerem uma associação entre uma elevação dos NLR e leucócitos a uma maior sobrecarga ponderal e uricémia. Associação entre hiperinsulinemia, hiperglicémia e elevação das transaminases documenta-se com os leucócitos. Desempenhando a Inflamação um potencial papel fisiopatologico nas complicações da obesidade, a sua detecção por métodos complementares poderá ser benéfico na estratificação de risco na obesidade. Palavras-Chave: Inflamação Subclinica Obesidade Menção Honrosa Cirurgia CO11 Resultados a médio e longo prazo da cirurgia bariátrica Pedro Gomes, Cristina Uriarte, João Louro, Inês Coelho, Nídia Moreira, Armando Infuli, Carlos Costa Almeida Unidade Tratamento Cirúrgico da Obesidade – HG – CHUC Serviço Cirurgia C [email protected] INTRODUÇÃO – A Cirurgia Bariátrica tem como objectivos primários a perda de peso e a melhoria ou cura das morbilidades associadas que consequentemente se traduzirão numa melhoria da qualidade e da esperança de vida. Frequentemente a eficácia do procedimento cirúrgico vai se atenuando com o tempo. Fazer a análise dos resultados a médio e longo prazo é um passo importante no sentido de ser feito um balanço que possa confirmar estratégias ou pelo contrário modifica las. METODOS – revisão de 868 doentes submetidos a Cirurgia Bariátrica com procedimentos cirúrgicos variados ( Gastroplastia de Mason; Banda Gastrica; Sleeve Gastrico; ByPass Gastrico e Derivação Biliopancreatica com Duodenal Switch ). Análise da evolução do peso pós cirurgia, das morbilidades associadas, das complicações pós cirúrgicas. RESULTADOS – Os melhores resultados obtidos no que se refere à % EPP a medio e longo prazo e à evolução das morbilidades foi obtido com o Duodenalswitch. A medio prazo os resultados do ByPass Gastrico são ligeiramente superiores aos do Sleeve Gastrico. Os maiores reganhos ponderais foram registados com a cirurgia puramente restritiva ( Gastroplastia de Mason e Banda Gastrica ) pelo que são técnicas que deixaram de ser praticadas pelo nosso grupo cirúrgico. CONCLUSÕES : 1) Todos os resultados obtidos com os diversos procedimentos bariátricos pioram com a passagem do tempo 2) Os melhores resultados foram obtidos com o Duodenalswitch. 3) Deve existir uma indicação diferenciada para os diferentes procedimentos cirúrgicos, o que certamente contribuirá para uma optimização dos resultados Palavras-Chave: cristina uriarte pedro gomes CO12 Avaliação imagiológica pós-cirurgia bariátrica João Diogo Oliveira, Isa Martins, José Durães Serviço de Radiologia - Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, E.P.E [email protected] INTRODUÇÃO: A cirurgia bariátrica apresenta hoje em dia um papel relevante no tratamento dos doentes com obesidade mórbida, sendo aplicados diversos procedimentos, entre os quais a banda gástrica ajustável, o bypass gástrico e a gastrectomia vertical (sleeve). Independentemente do procedimento efectuado, seja por rotina ou em avaliação dirigida, muitos destes doentes acabam por realizar uma avaliação imagiológica por fluoroscopia, eventualmente complementada por tomografia computorizada (TC), para avaliação pós-operatória do procedimento e exclusão de complicações. Assim sendo, é fundamental a familiarização com as suas diferentes apresentações imagiológicas bem como as suas principais complicações. MÉTODOS: Revisão imagiológica de exames radiológicos, fluoroscópicos e tomográficos, de pacientes do Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLO) submetidos a cirurgia bariátrica, pelas técnicas de banda gástrica ajustável, bypass gástrico e gastrectomia vertical (sleeve), num período de 5 anos. RESULTADOS: Para cada uma dos procedimentos, é apresentada a expressão radiológica por estudo fluoroscópico, com enfase na anatomia pós-cirúrgica e achados imagiológicos de algumas complicações. As principais complicações associadas à banda gástrica estão relacionadas com a estenose do estoma, a dilatação da bolsa gástrica, o deslocamento da banda e em menor grau a migração transmural da mesma, e complicações relacionadas com o cateter e depósito subcutâneo. No bypass gástrico e gastrectomia vertical, apresentam-se como leaks extraluminais em fase precoce e dilatação da bolsa gástrica, disrupção da linha de agrafos, estenoses e estreitamentos gástricos em fase tardia; com a particularidade de, no bypass, ocorrerem complicações relacionadas com estenose das anastomoses e oclusão intestinal, e de, no sleeve, resultar maior expressão de refluxo gastroesofágico, mas podendo este estar associado a qualquer um dos procedimentos. CONCLUSÃO: A cirurgia bariátrica constitui na actualidade um dos principais métodos de tratamento dos doentes com obesidade mórbida, sendo a avaliação imagiológica essencial na avaliação pós-operatória destes doentes, tendo um papel principal na detecção e caracterização de complicações. Palavras-Chave: Fluoroscopia; Banda gástrica; Bypass gástrico; Gastrectomia vertical; Complicações CO13 O Peptídeo C como fator preditivo da remissão de diabetes após cirurgia bariátrica Pedro Souteiro1, Sandra Belo1,2,3, João Sérgio Neves1, Daniela Magalhães1,2,3, Rita Bettencourt Silva1,2,3, Sofia Castro Oliveira1,2,3, Maria Manuel Costa1,2,3, Ana Saavedra1,2,3, Joana Oliveira1,2,3, Filipe Cunha1,2,3, Eva Lau1,2,3, César Esteves1,2,3, Flora Correia1,4,5, Ana Cristina Santos2,6, Paula Freitas1,2,3,4, Ana Varela1,2,3,4, Joana Queirós1,4, Davide Carvalho1,2,3, Grupo AMTCO 1 Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar de São João, EPE, Porto, 2 Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, 3Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, Universidade do Porto, Porto, 4Consulta de Avaliação Multidisciplinar de Tratamento Cirúrgico de Obesidade (AMTCO), CHSJ, Porto, 5Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, 6Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Porto [email protected] Introdução: A prevalência de diabetes tipo 2 está aumentada nos indivíduos com obesidade mórbida e a cirurgia bariátrica é um tratamento eficaz no tratamento de ambas as doenças. O peptídeo C é cosecretado com a insulina e é um marcador da função beta pancreática. Métodos: Estudo transversal de uma população de obesos avaliados na consulta de Avaliação Multidisciplinar do Tratamento Cirúrgico de Obesidade (AMTCO). Foram avaliados parâmetros antropométricos e analíticos basais e 12 meses após o tratamento cirúrgico. Pretendeu-se analisar o valor preditivo dos níveis basais de peptídeo C no perfil glicémico pós-cirurgia bariátrica. Resultados: Os valores médios basais de peptídeo C foram de 3,93±1,29 ng/mL e correlacionaram-se com o índice de massa corporal – IMC (r=0,23; p<0,001). Após a cirurgia registou-se uma redução dos níveis de peptídeo C para 2,36±0,98 ng/mL (p<0,001), com o bypass e sleeve a apresentarem diminuições mais acentuadas face à banda gástrica (p<0,05). Dos 1184 doentes avaliados, 363 (30,66%) apresentavam critérios de diabetes mellitus. Esta população apresentava valores de peptídeo C mais elevados (4,55±1,26 ng/mL) relativamente aqueles sem alterações do metabolismo da glicose (3,50±1,15 ng/mL; p<0,001). Verificou-se que os doentes que obtiveram remissão da diabetes após a cirurgia (39,86%) tinham, em média, níveis basais de peptídeo C 0,56±0,25 ng/mL mais elevados (p<0,05). Demostrou-se também que valores de peptídeo C basal elevados (superiores a 4,4 ng/mL) se correlacionaram com a remissão de diabetes (r=0,24; p<0,05). Doentes mais jovens e com HbA1C mais baixas tiveram uma maior taxa de remissão (p<0,001), não se verificando correlação deste outcome com o sexo, IMC, perímetro da cintura ou HOMA-IR. Conclusões: Doentes com maior IMC apresentaram valores mais elevados de peptídeo C e estes diminuíram após a cirurgia bariátrica. Valores mais elevados de peptídeo C são preditores da remissão de diabetes mellitus, provavelmente por traduzirem menor disfunção beta-pancreática. Palavras-Chave: Diabetes mellitus; Obesidade; Cirurgia bariátrica; Peptídeo C Prémio Melhor Comunicação Cirurgia CO14 Avaliação da hipoglicemia pós-prandial por prova de refeição mista em doentes com e sem história de cirurgia bariátrica C Esteves1,2, C Neves1,2, E Lau1,2, J Queirós1,2, A Varela1,2, P Freitas1,2, JT Guimarães2,3, D Carvalho1,2 1 Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar São João 2 Faculdade de Medicina da Universidade do Porto 3 Serviço de Patologia Clínica do Centro Hospitalar São João [email protected] Introdução: A hipoglicemia pós-prandial é uma complicação da cirurgia gástrica, sendo particularmente frequente após bypass gástrico, contribuindo para a perda da qualidade de vida após a cirurgia. Não estão validados protocolos de avaliação destes doentes. Procuramos caracterizar doentes com sintomatologia pós-prandial em doentes submetidos e não submetidos a cirurgia gástrica. Métodos: Foi administrada uma refeição mista (origem das calorias: 67% hidratos de carbono, 23% lípidos, 10% proteínas) e colhidas amostras de sangue para análise de glicose, insulina, peptídeo-C e betahidroxibutirato em intervalos de 30 minutos ao longo de 5 horas. O hiperinsulinismo endógeno foi definido pelos critérios propostos pela Endocrine Society. Resultados: Foram colhidos dados referentes a 26 doentes (5 homens; 21 mulheres), com média de idades de 36,0±10,45 anos. Catorze foram submetidos a cirurgia gástrica (12 bypass gástrico, 1 sleeve gástrico e 1 gastrectomia). A prova reproduziu a sintomatologia em 22 doentes (84,6%) e 6 doentes cumpriram critérios de hiperinsulinismo endógeno, todos eles submetidos a bypass gástrico. Indivíduos submetidos a cirurgia gástrica apresentaram nadir da glicose mais precoce (120' vs 180' mg/dL; p=0,021), maior pico glicémico pré-nadir (178,5 vs 114,0 mg/dL; p=0,001), variação da glicemia (p=0,001) e pico de insulinemia e peptídeo C (283,1 vs 63,2 mUI/L; 17,8 vs 6,7 ng/dL; p=0,000). Não se verificaram diferenças na glicemia em nadir (p=0,198). Entre os doentes que foram submetidos a cirurgia gástrica, indivíduos com critérios para hiperinsulinismo endógeno apresentavam maior redução do IMC ao longo do seguimento após a cirurgia (40,0% vs 31,3%; p=0,028). Conclusões: A prova de refeição mista utilizada reproduziu a sintomatologia referida em ambulatório numa percentagem significativa dos doentes. Apenas doentes submetidos a bypass gástrico apresentaram critérios para hiperinsulinismo endógeno. Os doentes com critérios para hiperinsulinismo endógeno apresentaram maiores reduções do IMC ao longo do seguimento pós-operatório. CO15 Gravidez Após Cirurgia Bariátrica: Resultados de um Centro de Referência Maria Manuel Costa, Sandra Belo, Daniela Magalhães, Rita Bettencourt-Silva, Pedro Souteiro, João Sérgio Neves, Sofia Castro Oliveira, Ana Varela, Joana Queirós, Flora Correia, Paula Freitas, Davide Carvalho, Grupo AMTCO Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar de São João, EPE, Porto, Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto Centro Hospitalar São João [email protected] Introdução: A cirurgia bariátrica é um tratamento eficaz em situações de obesidade mórbida. A maioria dos doentes são mulheres em idade fértil, levantando importantes questões aquando do planeamento e seguimento da gravidez. Métodos: Estudo transversal retrospetivo de uma população de obesos observados na consulta de Avaliação Multidisciplinar para Tratamento Cirúrgico da Obesidade, submetidos a cirurgia bariátrica entre janeiro 2010 e julho 2014. Foram incluídas mulheres com gravidez após cirurgia. Foram avaliados dados relativamente à gravidez, ao parto e aos recém-nascidos (RN). Pretende-se descrever o impacto da cirurgia bariátrica nos resultados materno-fetais. Resultados: De 1182 doentes submetidos a cirurgia, 1016(85,9%) eram do sexo feminino. Foram registadas 39 gravidezes, uma gemelar e um abortamento, em mulheres com média de idades de 31(4,8)anos. 29 mulheres tinham efetuado bypass gástrico e 7 banda gástrica. O tempo médio da cirurgia até à gravidez foi de 16,6(4,8)meses, contudo 16(41%) mulheres engravidaram em menos de um ano após cirurgia. O IMC précirurgia era 44,5(6,2)Kg/m2. O aumento de peso gestacional foi de 13,2(7,3)Kg com um IMC pré-gravidez de 30,2(3,8)Kg/m2. 24(61,5%) mulheres tiveram anemia, 16(41%) deficiência de vitamina B12, 12(30,8%) deficiência de zinco e 28(71,8%) insuficiência de vitamina D. Três grávidas tiveram diabetes gestacional e uma HTA. Não se verificaram complicações associadas a banda gástrica nem síndrome de dumping. Ocorreu rotura prematura de membranas em 2 gravidezes e parto pré termo em 5. Foram realizados 13 partos distócicos e destes 7 foram cesarianas. O peso médio dos RN foi 3002,6(587,3)g, 5 RN apresentaram baixo peso ao nascimento e um macrossomia. Dois RN tiveram que que ficar internados nos cuidados intensivos. Conclusão: Apesar da cirurgia bariátrica ser um procedimento seguro e bem tolerado durante a gravidez, é necessário um seguimento por uma equipa multidisciplinar para avaliar e orientar relativamente a complicações da cirurgia, nomeadamente, défices de micronutrientes. Palavras-Chave: Obesidade, Cirurgia bariátrica, gravidez Prémio Melhor Comunicação Actividade Física CO16 Urban design features and physical activity levels in a Portuguese adolescent sample Roseanne Autran, Ana Isabel Ribeiro, Hugo Teixeira, Fatima Pina, Jorge Mota, Maria Paula Santos Intituto de Saúde Pública da Universidade do Porto; INEB INEB CIAFEL [email protected] Introduction: Living in walkable neighborhoods has been associated with increased physical activity but evidence is still scarce, especially among adolescents. Purpose: This study aimed to examine the relationship between neighborhood walkability, and its components, with physical activity (PA) intensity levels in a sample of Portuguese adolescents. Methods: A total of 169 adolescent students (58% girls) aged from 15 to 18 years old participated in this study. PA levels were accessed through GT3X accelerometers. Using a geographic information system (GIS), the walkability index was computed based on 3 key components: residential density, connectivity density and land-used mix diversity. A circular buffer region of 500 meters was created around each of the participants’ home address to define the respective neighborhood. The association between walkability index, the components, and PA was estimated using linear regression models. Results: Boys were significantly more engaged in vigorous PA than girls (22.17 min/day vs. 16.60 min/day, p=0.001), respectively. Walkability index, street connectivity and land-use mix diversity were not associated with PA intensity levels. However, it was found a positive linear relationship between residential density and moderate PA either in crude analysis (β=0.000-0.003, p=0.03) or after adjustment to sex, age, body mass index and neighborhood socioeconomic deprivation (β=0.001, 0.005; p=0.01). Conclusion: Residential density was the urban design attribute that showed a positive relationship with PA among adolescents in this study. However, walkability index did not show an association with PA. Palavras-Chave: Adolescents, Physical Activity, Behavior, Walkability, Urban Design, CO17 The stimulation of brown-like adipocyte markers genes in white adipose tissue in response to endurance training program is mediated by FNDC5/irisin Sílvia da Rocha Rodrigues Faculdade de Desporto Universidade do Porto [email protected] Introduction Irisin is a secreted fragment of FNDC5 from muscle in response to exercise and has the ability to induce brown-like adipocyte phenotype in white fat, mediating a cross-talk between these organs. Therefore, we aimed to analyze whether voluntary physical activity and endurance training induces brown-like adipocyte phenotype in visceral adipose tissue from obese rats. Methods Male rats were assigned into sedentary (S), voluntary physical activity (VPA) and endurance training (ET) groups fed with two isocaloric diets, standard (STD) and HFD (35% or 70% fat-derived Kcal, respectively) as follows: S35, VPA35, ET35, S70, VPA70 and ET70 during 17 wks. VPA-animals had free access to running wheel throughout the entire protocol. After 9-wk of HFD, ET-animals performed 8-wks of endurance training on treadmill while maintained dietary treatments. FNDC5 was determined in gastrocnemius muscle, Cidea, and PRDM16 gene levels in epididymal adipose tissue (EPI), and PGC-1α in both tissues by Western Blot. Results HFD significantly increased body weight (BW) and visceral adiposity (VA). In muscle tissue, HFD augmented PGC-1α (S70 vs. S35) although no alterations were observed in FNDC5 protein levels. In EPI fat depot, PGC-1α protein expression was reduced in HFD-fed animals. VPA decreased BW and VA compared to sedentary counterparts (VPA35 vs.S35; VPA70 vs.S70). EPI PGC-1α, Cidea and PRDM16 mRNA and muscle FNDC5 expression remained unchanged in VPA animals. ET significantly decreased BW, VA and EPI leptin levels in both diets. ET-increased muscle FNDC5 protein levels were accompanied by an increase in EPI Cidea and PRDM16 mRNA as well as PGC-1α compared to sedentary counterparts. A significant positive correlation between FNDC5 and brown-like adipocyte phenotype gene markers was found. Conclusion Our results suggest that ET-related increases in muscle FNDC5 expression contributed to induce brown-like adipocyte phenotype in visceral adipose tissue, which was associated with decreased in VA. Palavras-Chave: irisin exercise obesity fat CO18 Intervenção na obesidade do adolescente: Barreiras e facilitadores Ana Prioste, Helena Fonseca, Pedro Sousa, Pedro Gaspar Escola de Psicologia e de Ciências da Vida, Universidade Lusófona Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa Instituto Politécnico de Leiria [email protected] Introdução: A intervenção na obesidade do adolescente tem índices de eficácia reduzidos dada a baixa adesão. A presente investigação, constituída por quatro estudos, tem como objectivo explorar os factores que podem facilitar ou dificultar essa intervenção. Método: No estudo 1 (quantitativo, n=112), com recurso a modelos de equações estruturais, foi estudado: a relação entre o IMC e a adesão; a relação entre o IMC e a percepção dos benefícios da intervenção; e a mediação da percepção da qualidade de vida nestas relações. No estudo 2 (quantitativo, n=70) foram estudadas as diferenças de género em relação a variáveis antropométricas e psicossociais aos 0 e 3 meses de intervenção. No estudo 3 (quantitativo, n=80) foi estudada a eficácia do programa Next.Step em relação a variáveis antropométricas e psicossociais, comparando o grupo de controlo com o experimental aos 0 e 3 meses. No estudo 4 (qualitativo; n=16) foram exploradas as percepções dos adolescentes em relação às barreiras e aos facilitadores da intervenção na obesidade. Resultados: Os resultados mostram que: o IMC não prediz a adesão e a percepção de beneficios; a percepção da qualidade de vida é o mediador da relação entre o IMC e a adesão e entre o IMC e a percepção de beneficios. As raparigas experienciam mais o impacto do peso na auto-estima aos 0 e 3 meses; os rapazes reportam mais auto-eficácia/adesão e percepção de benefícios aos 3 meses; o grupo que utilizou o Next.Step mostra índices mais elevados de percepção de beneficios e de perspectiva positiva de vida. A qualidade da interacção, a aquisição de conhecimentos/competências e o encorajamento foram identificados como factores facilitadores; as interacções negativas e as resistências internas funcionam como barreiras. Conclusão: Futuras intervenções nesta área deverão considerar estes resultados, nomeadamente, a inclusão de novas tecnologias, a adequação em função do género e o foco na qualidade de vida. Palavras-Chave: Obesidade; Adolescência; Barreiras; Facilitadores CO19 Atividade Física nas aulas de Educação Física: Serão as aulas mais longas melhores? Manuela Costa, Tânia Oliveira, Jorge Mota, Gustavo Silva, Maria Paula Santos, José Ribeiro CIAFEL/ FADEUP/ UP [email protected] Introdução: A participação regular em atividades físicas moderadas a vigorosas (AFMV) está associada a um desenvolvimento saudável e à prevenção de doenças crónicas, sendo o seu aumento uma prioridade de saúde pública. As recomendações internacionais para jovens sugerem 60 minutos diários de AFMV. A Educação Física escolar (EF) por ser o único programa curricular cujos objetivos primários incluem envolver-se em AFMV e perceber a importância de manter um estilo de vida ativo pode ser decisiva no combate à obesidade. Com este estudo pretendemos analisar a contribuição relativa das aulas de EF de 45 e 90 min para o cumprimento das recomendações diárias de AFMV, especificamente tendo em conta o Índice de Massa Corporal (IMC). Métodos: A amostra foi constituída por 472 jovens, 206 rapazes e 266 raparigas, com idades compreendidas entre os 10 e os 22 anos. A AF foi medida por acelerometria durante as aulas de EF de 45 e 90 minutos com recurso a acelerómetros Actigraph (GT1M e GT3Xs). O IMC foi calculado com o peso e altura dos jovens [peso(Kg)/altura2(m)]. Resultados: Não há diferença na AFMV realizada em aulas de EF com diferentes durações [45min: 32.2±19.3% e 90 min: 30.4±15.7%, respetivamente; (p>0.05)]. A análise em função do IMC evidencia que alunos com excesso de peso e obesidade têm atividade física vigorosa mais elevada nas aulas de 45 min do que nas de 90 min [9.65±11.34 vs 6.26±6.12; (p<0.05)]. Conclusões: Os nossos resultados sugerem que aulas mais longas não produzem, necessariamente, maior percentagem de AFMV. Estes resultados têm implicações políticas importantes para a organização das aulas de EF, enfatizando a necessidade de criar estratégias que permitam aumentar a AFMV, quer seja pela melhoria das condições de lecionação e conhecimentos/ habilidades dos professores, quer seja pelo reajustando do tempo/ número de sessões semanais das aulas. Projeto de Investigação suportado por: MCTES-FCT:SFRH/BD/79980/2011; PTDC/DTPDES/1328/2012 (FCOMP-01-0124-FEDER-028619); e Centro de Investigação suportado por: FCT: UID/DTP/00617/2013. Palavras-Chave: Atividade Física Atividade Física Moderada a Vigorosa Educação Física Jovens CO20 Youth lifestyle and adiposity in rural communities: a concerning approach of female adolescents Aristides Machado-Rodrigues, Manuel Coelho-e-Silva, João Valente-dos-Santos, Rômulo Fernandes, Jorge Mota Universidade de Coimbra; ESEV-IPV Universidade de Coimbra São Paulo State University University of Porto [email protected] Background: Available research dealing with adolescent lifestyle of rural communities is rather limited. On the other hand, several studies have documented the concerning rates of females who attain the international PA guidelines in a daily basis. Indeed, there is a critical need to keep investigation potential factors related to obesity and unhealthy behaviors in this specific population such as females. Thus, the aim of this study was twofold; i) to assess the proportion of rural girls who met the guidelines of moderate-to-vigorous PA (>60 min/day of MVPA); and ii) to analyse the association between MVPA and the central fat mass of those rural females. Methods: The sample comprised 140 girls aged 13-16 years, from rural regions of the Portuguese midlands. Height, weight, and waist circumference (WC) were measured. An uniaxial GT1M accelerometer was used to obtain five consecutive days of physical activity (PA) and sedentary behaviour (SB). Logistic regression analyses were used to test associations between MVPA and CRF separately, and adjusted for several potential confounders (age, WC, and SB). Results: Findings revealed low percentages of active girls who met the international PA guidelines (about 24%). After controlling for confounders, inactive rural girls (<60 min/day of MVPA) were more likely to have higher WC than their active counterparts (OR=1.09, 95% CI 1.03 to 1.15, p=0.01). The final regression model also indicated that girls classified as inactive were more likely to be involved in sedentary activities than their active peers. Conclusion: Results indicate the majority of rural females failed to meet the current PA guidelines. Furthermore, inactive rural girls were more likely to have higher central adiposity than their active counterparts. These findings highlight the potential importance of preventive actions to ameliorate active lifestyle in rural communities of youth, with clear benefits for their central fat mass and heath. Palavras-Chave: Urbanization, Adolescence, Behaviour, Public Health CO21 Obesos metabolicamente saudáveis – uma realidade? Mara Ventura, Adriana Lage, Dírcea Rodrigues, Patrícia Oliveira, Miguel Melo, Diana Martins, Diana Oliveira, Francisco Carrrilho Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. [email protected] Introdução: A obesidade é uma doença crónica associada a múltiplas comorbilidades, definida pelo IMC, que não considera o estado metabólico do doente. Existem poucos dados sobre a proporção de doentes obesos sem síndrome metabólica (SM). Ainda não está esclarecido se o fenótipo metabólico modifica a morbilidade e mortalidade associada ao IMC. Objetivo: Determinar a prevalência e caracterizar os doentes metabolicamente saudáveis seguidos na consulta de obesidade do nosso Serviço. Avaliar os aspetos diferenciadores desta população. Material e Métodos: Estudamos retrospectivamente 300 doentes observados entre fevereiro e agosto de 2015. Avaliaram-se parâmetros clínico-demográficos, bioimpedância, perfil analítico e ecografia abdominal. Para definição da SM foram considerados os critérios do NCEP-ATPIII. Resultados: Verificou-se que 69,3% dos doentes eram metabolicamente saudáveis (77,9% sexo feminino, idade média 40,9±12,6 anos, peso médio 107,2±21,6 Kg, perímetro da cintura médio 112,4±10,9 cm, 44,7±7,0% de média de massa gorda); 53,2% apresentavam obesidade classe III, 26,1% classe II, 17,7% classe I e 3% excesso de peso (IMC médio 40,5±6,7 Kg/m2). A comorbilidade mais frequentemente observada foi HTA (63,2%), seguida de esteatose hepática (47,2%), patologia psiquiátrica (43,8%), dislipidemia (43,3%), patologia osteoarticular (42,3%), esteatohepatite (18,2%), litíase vesicular/colecistectomia (17,5%), diabetes mellitus (10,6%) e síndrome da apneia obstrutiva do sono (9,6%). Não foi observada diferença estatisticamente significativa entre indivíduos com e sem SM no que respeita ao sexo, classe de obesidade, idade, peso, IMC, perímetro da cintura, % de massa gorda e colesterol total. Foi observada diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos na HbA1c, glicemia de jejum, pressão arterial, c-HDL, c-LDL e TG. Conclusão: Verificou-se uma elevada prevalência de doentes metabolicamente saudáveis nesta amostra. Para além dos próprios critérios da SM, não foram encontrados aspetos diferenciadores desta população. Uma avaliação prospetiva desta coorte permitirá compreender se existe uma obesidade metabolicamente saudável ou se esta está inevitavelmente associada a aumento da morbilidade e mortalidade. Palavras-Chave: Síndrome Metabólica, Obesidade, Obesos Metabolicamente Saudáveis. CO22 The association between adiponectin and the Th17 pathway in psoriasis. Susana Coimbra, Hugo Oliveira, Henrique Nascimento, Petronila Rocha-Pereira, Américo Figueiredo, Alice Santos-Silva UCIBIO/REQUIMTE; CESPU Serviço de Dermatologia, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal UCIBIO\REQUIMTE, Departamento de Ciências Biológicas, Laboratório de Bioquímica, Faculdade de Farmácia, Universidade do Porto Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS), Universidade da Beira Interior [email protected] Introduction: Psoriasis is a chronic, recurrent inflammatory skin condition, known to be associated with metabolic syndrome (MS) and obesity. Psoriasis has been related with hypoadiponectinemia and hyperleptinemia. Data concerning the correlation of adipokines with psoriasis severity, body mass index (BMI) and the inflammatory process is not consensual. The T helper (Th)17 pathway and interleukins (IL) related, such as IL17 and IL23, have a crucial role in psoriasis pathogenesis. Considering the association of psoriasis with MS and the IL23/Th17 axis, the clarification of the interaction of adipokines with the Th17 pathway seems pertinent. Methods: A study was performed in 30 Portuguese patients with moderate to severe psoriasis vulgaris and 20 matched controls. All patients were clinical and analytically studied in the active phase of psoriasis; biochemical analysis included the determination of adiponectin, leptin, IL23 and IL17 levels. Results: In accordance with our previous data, psoriasis patients, compared to controls, presented higher IL17, IL23 and leptin levels, lower adiponectin concentrations and higher values of BMI; differences persisted significant after statistical adjustment for the confounding factor BMI. Considering psoriasis patients, BMI correlated significantly and positively with leptin, and significantly and inversely with adiponectin. Moreover, at active phase of the disease, adiponectin was found to correlate significantly and inversely with IL17 and IL23. In multiple linear regression analysis (considering BMI, IL23 and IL17), IL17 was identified as an independent variable associated with adiponectin levels. Conclusion: Apparently, in psoriasis, leptin levels are more related with body fat mass; adiponectin levels are related with both BMI and the Th17 pathway. In active stage of psoriasis, characterized by an enhancement in inflammation, the increment of IL17 and IL23 production seems to favor a decrease in adiponectin levels. According to our data, a close relationship exists between adiponectin and the interleukins of the Th17 pathway, especially with IL17. Palavras-Chave: adipokines; interleukin 17; interleukin 23; metabolic syndrome; psoriasis Prémio Melhor Comunicação Nutrição CO23 Milk intake is negatively associated with the clustering of cardiometabolic risk factors in adolescents Sandra Abreu, Pedro Moreira, Carla Moreira, Jorge Mota, Isabel Moreira-Silva, Paula Clara-Santos, Rute Santos Faculty of Nutrition and Food Science, University of Porto Research Centre in Physical Activity, Health and Leisure, Faculty of Sport, University of Porto Department of Physical Therapy, School of Health Technology of Porto, Polytechnic Institute of Porto [email protected] Introduction: Epidemiological studies have reported an inverse association between dairy product consumption and cardiometabolic risk factors in adults, but this relation is relatively unexplored in adolescents. This study aimed to determine the association between dairy product intake and cardiometabolic risk factors clustering in adolescents. Methods: A cross-sectional study was conducted with 494 adolescents, ages 15-18, from the Azorean Archipelago, Portugal. We measured fasting glucose, insulin, total cholesterol (TC), HDL-cholesterol (HDL-c), triglycerides, systolic blood pressure, body fat and cardiorespiratory fitness. We also calculated homeostatic model assessment (HOMA) and TC/HDL-c ratio. For each one of these variables, a Z-score was computed using age and sex. A cardiometabolic risk score (CMRS) was constructed by summing up the Z-scores of all individual risk factors. High risk was considered to exist when an individual had ≥1 from this score. iet was evaluated using a food frequency questionnaire and the intake of total dairy (milk, yogurt and cheese), milk, yogurt and cheese were categorized as low (equal to or below the median of the total sample) or “appropriate” (above the median of the total sample).The association between dairy product intake and CMRS was evaluated using separate logistic regression, and the results were adjusted for confounders. Results: Adolescents with high milk intake had lower CMRS, compared to those with low intake (10.6% vs. 18.1%, P=0.018). Adolescents with “appropriate” milk intake were less likely to have high CMR than those with low milk intake (OR=0.531, 95%CI: 0.302-0.931). No association was found between CMRS and total dairy, yogurt and cheese intake. Conclusion: Our results suggest that only milk intake is inversely related to CMRS in adolescents. Evidence from prospective and randomized clinical investigations is needed to examine the effects of long-term consumption of milk and dairy products on cardiometabolic risk factors. Palavras-Chave: cardiometabolic risk; dairy product; milk; adolescents CO24 Paradoxical association between total dietary PUFA intake and plasma endothelial lipase protein levels in humans Paulo Bispo, Pedro Rodrigues, Narcisa Bandarra, Firmina Lebre, Augusta Marques CEDOC/FCM/UNL DIV-AV/IPMA [email protected] Background: Although a large number of epidemiological and clinical studies have consistently showed that the substitution of dietary SFA by PUFA contributed for decrease CVD risk, e.g. by lowering LDL-c and/or TAG blood levels, a reduction on HDL-c is also commonly observed. Furthermore, well defined molecular mechanisms can help to explain the role of PUFA on ApoB-rich lipoproteins metabolism. The lowering of HDL-c levels observed in some studies, are less well understood. Methods: The sample population represented by 81 consecutive walk-in adults from both genders. Blood was sampled after an overnight fast and analyzed for glucose, triacylglycerols (TAG), total cholesterol (Total-c), HDL-c, ApoA1, Apo B or hs-CRP. Endothelial lipase (EL) (n=57), and insulin by mELISA. Dietary intake was obtained by face-to-face interviews using a semi-quantitative food frequency questionnaire, validated for the Portuguese population. Descriptive, bivariate and partial correlations were determined. Results: By bivariate analysis, the PUFA/SFA ratio showed a negative correlation with the HDL-c levels (p< 0.05) and, although in the borderline of statistical significance, with Total-c and HDL-c/ApoA1 ratio. In addition, the PUFA/SFA ratio correlated positively with fasting insulin levels (p< 0.05). Total dietary PUFA and the PUFA/SFA ratio correlated positively with the plasma endothelial lipase (EL) levels (p< 0.05), that remained significant after multi-adjust for age, BMI, total fat and carbohydrates in diet, alcohol consumption, fasting insulin or hs-CRP levels. Conclusions: Total dietary PUFA, but not SFA, positively associated with plasma EL mass, put forward a putative mechanism by which PUFA may contribute for lowering HDL-c levels in humans. Additionally, the PUFA Vs.SFA showed opposite associations with the HDL-c/ApoA1 ratio, a proxy of HDL particles size and composition. Palavras-Chave: Dietary PUFA PUFA/SFA ratio endothelial lipase cardiometabolic markers Prémio Melhor Comunicação Obesidade e Comorbilidades CO25 Obesidade e comorbilidades – haverá diferenças nos doentes com síndrome de apneia obstrutiva do sono? Rita Bettencourt-Silva1,2, Daniela Magalhães1,2, Pedro Souteiro1, João Sérgio Neves1, Sofia Castro Oliveira1,2, Maria Manuel Costa1,2, Marília Bettencourt-Silva3, Leonor Almeida4, Marta Drummond2,4, Joana Queirós1,5, Ana Varela1,2,5, Paula Freitas1,2,5, Flora Correia1,5,6,7, Davide Carvalho1,2,5,6, Grupo AMTCO5 1 Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar de São João, EPE, Porto 2 Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto 3 Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa 4 Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar de São João, EPE, Porto 5 Consulta de Avaliação Multidisciplinar de Tratamento Cirúrgico de Obesidade do Centro Hospitalar de São João, EPE, Porto 6 Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto, Porto 7 Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, Porto Email: [email protected] Introdução: A obesidade é fator de risco (FR) para múltiplas comorbilidades, nomeadamente dislipidemia, diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial (HTA) e síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS). Durante o sono existem alterações hormonais e neurofisiológicas transitórias que podem afectar o desenvolvimento de outras doenças. Objetivo: Avaliar parâmetros antropométricos e metabólicos em doentes obesos com/sem diagnóstico de SAOS. Métodos: Estudo transversal de população de obesos avaliados na consulta de AMTCO submetidos a cirurgia bariátrica entre Janeiro/2010 e Julho/2014. Avaliamos parâmetros antropométricos, metabólicos e polissonográficos. Resultados: Dos 1184 doentes, 1018 (86%) eram do sexo feminino, mediana de idades 41 anos (âmbito interquartil [AIQ] 34-51) e índice de massa corporal (IMC) 43,58 kg/m2 (AIQ 40,57-47,18). Apenas 213 doentes (18%) tinham diagnóstico conhecido de SAOS; 166 (14%) efetuaram polissonografia no CHSJ. A proporção de doentes do sexo masculino com SAOS foi superior à verificada no sexo feminino (40,4%vs.4,3%;p<0,001). Doentes com SAOS apresentaram idade mediana superior (50vs.39;p<0,001), com maior proporção de doentes idosos (29,5% se 51-60 anos, 52,2% se 61-70 anos). O peso (118,0vs.112,8;p=0,002), IMC (44,33vs.43,44;p=0,002) e perímetro da cintura (PC) (128vs.121;p<0,001) foram também superiores nestes doentes. Os doentes com SAOS tinham maior prevalência de HTA (83,1%vs.62,3%;p<0,001), DM (55,2%vs.25,8%;p<0,001) e dislipidemia (89,1%vs.77,9%;p<0,001). A mediana de tensão arterial sistólica (135vs.130;p=0,028), tensão arterial diastólica (84vs.80;p=0,032) e a proporção de doentes sob tratamento anti-hipertensor (63,4%vs.33,7%;p<0,001) foi superior nos doentes com apneia, assim como a mediana de glicose em jejum (103vs.90;p<0,001) e HbA1c (6,0vs.5,6;p<0,001). No perfil lipídico verificaram-se apenas diferenças estatisticamente significativas na mediana do colesterol HDL (46vs.49;p=0,009) e dos triglicerídeos (143vs.121;p<0,001). Nos doentes que efetuaram polissonografia no CHSJ o IAH apresentou correlação positiva com o IMC (r=0,250;p=0,001), peso (r=0,384;p<0,001) e PC (r=0,360;p<0,001); sem correlações significativas com parâmetros metabólicos analisados. Conclusão: A SAOS parece estar relacionada com um agravamento de FR cardiovasculares major, como a DM, HTA e dislipidemia. Palavras-chave: Obesidade, SAOS, índice apneia-hipopneia, diabetes, hipertensão, dislipidemia. CO26 Comportamento alimentar após a cirurgia bariátrica primária e de revisão Ana Pinto-Bastos, Filipa Arrojado, Sofia Ramalho, Isabel Brandão, Eva Conceição Universidade do Minho [email protected] Introdução: O comportamento alimentar tem estado associado com o insucesso de perda de peso após a cirurgia bariátrica. Com o aumento do número de cirurgias de revisão, devido aos baixos resultados relativos à perda de peso, ainda pouco se sabe sobre as perturbações alimentares em pacientes candidatos à cirurgia de revisão. O objetivo do presente estudo foi comparar o comportamento alimentar em candidatos a cirurgia de revisão e em pacientes de cirurgia primária. Metodologia: Este estudo longitudinal avaliou 55 pacientes submetidos a cirurgia primária (P-Grupo: 15 sleeves; 41 RYGB) e 36 submetidos a cirurgia de revisão (R-Grupo: 8 sleeves; 28 RYGB) antes da cirurgia e com 3 meses follow-up. A avaliação destes pacientes consistiu na aplicação de uma bateria de questionários e de uma entrevista clínica que avaliava episódios de ingestão alimentar compulsiva objetivo/ subjetivo (IACO e IACS), e episódios de ingestão alimentar exagerada objetivo /subjetivo (IAEO e IAES), e o petisco contínuo. Resultados: As razões para a cirurgia de revisão incluíram a recuperação do peso (37,84%), complicações médicas (32,43%); ambos (21,62%); e outros (8,11%). O R-Grupo apresentou maior percentagem de pacientes que relataram IACO e IAEO. Quando os episódios de IACO e IACS (= IAC) e IAEO e IAES (= IAE) foram agrupados, não foram encontradas diferenças entre os grupos com IAC. R-Grupo apresenta significativamente mais episódios de IAE aos três meses. R-Grupo apresenta maior IMC e menor perda de peso. Discussão: Uma grande percentagem de pacientes de revisão relatam reganho de peso não relacionado com complicações médicas. Uma melhoria significativa de todos os comportamentos alimentares e sintomatologia psicológica foi observada em ambos os procedimentos cirúrgicos. R-Gupo parece apresentar comportamentos alimentares mais disfuncionais. Conclusão: É necessária mais investigação para compreender o impacto da cirurgia de revisão a nível comportamental e psicológico, bem como de maior número de follow-up. Palavras-Chave: Cirurgia bariátrica, cirurgia de revisão, obesidade severa, comportamento alimentar disfuncional, características psicológicas Prémio Melhor Comunicação Psicologia CO27 Avaliação psicométrica do Questionário Repetitive Eating Questionnaire (Rep(eat)-Q) Filipa Arrojado, Joana Simões, Márcia Cunha, Ana Pinto Bastos, Eva Conceição Escola de Psicologia, Universidade do Minho Universidade Católica, Porto [email protected] Introdução: O petisco contínuo é um comportamento alimentar associado à obesidade e à recuperação do peso, e tem sido recentemente definido como a ingestão repetitiva de pequenas/modestas quantidades de alimentos de forma não planeada e/ou em resposta a sensações de fome/saciedade. Foram considerados dois subtipos deste comportamento alimentar disfuncional: o petisco contínuo compulsivo e o petisco contínuo não-compulsivo. O Repetitive Eating Questionnaire (Rep(eat)-Q) é uma medida de auto-relato desenvolvida com base na definição proposta de petisco contínuo. Este artigo apresenta as propriedades psicométricas do questionário mencionado. Métodos: A amostra foi constituída por 1223 indivíduos da comunidade (70,3% do sexo feminino; 14-72 anos). A avaliação incluiu a aplicação dos seguintes questionários: o Rep(eat)-Q, Eating Disorder Examination Questionnaire (EDEQ), a Escala de Depresssão, Ansiedade e Stress (EADS) e Escala de Comportamento Compulsivo (tendo apenas sido aplicado a subescala de Urgência Negativa). Para a validade teste-reteste, 405 participantes preencheram o Rep(eat)-Q, uma semana após a sua primeira avaliação. Resultados: Os scores do Rep(eat)-Q foram significativamente maiores para as mulheres (t = 3,88, p <.001), para os participantes mais jovens (F = 18,62, p <0,001) e com maior IMC (F = 7,11, p <0,001). Este questionário demonstrou boa consistência interna (α = 3), validade teste-reteste (r = .68) e validade convergente com correlações significativas com o EADS (r = .34, p <0,000), o EDE-Q (r = .48, p <0,000) e o UPPS (r = 32, p<.000). A análise fatorial revelou dois fatores, que suportam os dois subtipos referidos anteriormente: o petisco contínuo compulsivo e o petisco contínuo não-compulsivo. O Rep(eat) apresentou boas propriedades psicométricas. Conclusão: Contudo, é necessária ainda investigação adicional com amostras clínicas, em particular, com pacientes pós-cirurgia bariátrica, para testar os pontos de corte associados a risco elevado de resultados mais pobres. Palavras-Chave: Petisco contínuo, compulsivo, não-compulsivo, propriedades psicométricas. CO28 Qual o papel da psicoterapia no tratamento da obesidade pediátrica? Ricardo Capitão, Mónica Martins CHLO - Hospital Egas Moniz USF Dafundo [email protected] Introdução: A prevalência da obesidade pediátrica (OP) aumentou nas últimas décadas e o seu tratamento representa um desafio. A obesidade não é só uma questão de peso e o seu tratamento deve ser multidisciplinar. A psicoterapia é mais uma ferramenta que pode ser útil no seu controlo. O objectivo do presente trabalho consiste em rever a evidência disponível sobre a eficácia da psicoterapia no tratamento da OP. Métodos: oram pesquisados os termos Me “Pediatric obesity” e “Psychotherapy” em várias bases de dados. Foram seleccionados os artigos publicados nos últimos 10 anos e classificados segundo a taxonomia SORT. Os critérios de inclusão foram: população entre os 2-18 anos com IMC>Percentil 95, submetida a psicoterapia para controlo de peso. Excluíram-se os artigos repetidos e nos quais a população apresentasse outras patologias. Resultados: Foram obtidos 15 artigos (1 meta-análise, 2 revisões sistemáticas e 12 ensaios clínicos controlados e aleatorizados), com níveis de evidência 1-2. As terapias comportamental, familiar e parental foram eficazes no tratamento da OP quando incluídas em intervenções com multicomponentes. No entanto, um estudo não mostrou superioridade das terapias comportamental e familiar combinadas face a consulta nutricional. Noutro estudo o treino parental não mostrou benefício no subgrupo dos adolescentes. A terapia cognitiva não melhorou os resultados quando associada a outras abordagens. Nenhum estudo avaliou a psicoterapia como intervenção individual para redução de peso. Conclusões: As intervenções com multicomponentes são eficazes (SOR-A) e podem ser potenciadas aumentando o número de técnicas usadas e o envolvimento dos pais (SOR-A). A intervenção baseada apenas nos pais (sem a criança) é eficaz (SOR-B), com excepção do subgrupo dos adolescentes. A psicoterapia quando realizada por um técnico experiente representa uma arma importante no controlo da OP, inócua para os doentes, que não deve ser descurada pelos médicos. Palavras-Chave: psicoterapia obesidade pediátrica CO29 Construção e validação de um instrumento de avaliação das crenças, atitudes e práticas dos profissionais de saúde em relação à obesidade Filipa Teixeira, José Pais-Ribeiro, Ângela Maia Universidade do Minho Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto Escola de Psicologia, Universidade do Minho [email protected] Introdução: O estudo das crenças, atitudes e práticas dos médicos de família, enfermeiros e nutricionistas face à obesidade tem revelado crenças e atitudes negativas face aos obesos e práticas inconsistentes e descoordenadas. No entanto, verifica-se uma ausência de estudos que simultaneamente comparem estes três grupos, com recurso à mesma metodologia o que tem contribuído para dificuldades de comparação e dados controversos e inconsistentes. Com este estudo pretendemos construir e validar um questionário que permita avaliar, simultaneamente, as crenças, atitudes e práticas destes três grupos de profissionais de saúde relativamente à obesidade. Método: Com base numa revisão aprofundada da literatura e em 66 entrevistas realizadas previamente aos três grupos de profissionais de saúde, foi construído um questionário inicial com 151 itens que foram discutidos comprofissionais experientes. O questionário foi posteriormente administrado a 628 profissionais de saúde (207 médicos de família, 258 enfermeiros e 163 nutricionistas), de ambos os sexos (77,39% mulheres), a trabalharem em unidades de cuidados de saúde primários no norte do país. Os dados foram analisados com recurso à Análise Fatorial e a consistência interna avaliada pelo alpha de Cronbach. Resultados: A versão final do instrumento é constituída por 112 itens, divididos em sete domínios diferentes: causas, consequências, crenças e atitudes face aos obesos, crenças relativas ao tratamento da obesidade, dificuldades e sentimentos face ao tratamento, barreiras e frequência das práticas. A consistência interna variou de 0.50 a 0.91, indicando fragilidades em relação a algumas medidas. No entanto, as mesmas foram mantidas por apresentarem valores superiores a outros instrumentos validados nesta temática. Conclusão: O presente instrumento, apesar das limitações quanto à consistência interna, surge como um primeiro esforço relativamente à avaliação simultânea das crenças, atitudes e práticas dos profissionais de saúde face à obesidade. Palavras-Chave: validação, obesidade, profissionais de saúde, atitudes, práticas CO30 Tratamento da obesidade nos cuidados de saúde primários: todos dizem que fazem... mas uns fazem mais do que os outros. Filipa Teixeira, José Pais-Ribeiro, Ângela Maia Universidade do Minho Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto Escola de Psicologia, Universidade do Minho [email protected] Introdução: Enquanto as crenças, atitudes e práticas dos médicos de clínica geral e familiar acerca da obesidade, nos cuidados de saúde primários, surgem fortemente exploradas na literatura, pouco se sabe sobre o grupo dos enfermeiros e dos nutricionistas, verificando-se uma ausência de estudos que, simultaneamente, comparem estes três grupos. Método: Um questionário desenvolvido para o propósito do estudo foi administrado a 207 médicos de família, 258 enfermeiros e 163 nutricionistas (n = 628), de ambos os sexos, a trabalharem em cuidados de saúde primários, na zona norte do país. Os dados foram analisados com recurso a estatística descritiva e univariada, nomeadamente a ANCOVA, utilizando-se a idade como covariável. Resultados: As crenças e atitudes face aos obesos são negativas a ambivalentes. Contudo, verificam-se diferenças significativas no grupo dos nutricionistas, que acreditam fortemente que os obesos são incapazes de mudar o seu estilo de vida (p< 0.01). Este grupo diferencia-se significativamente no que concerne às crenças face ao tratamento, apresentando uma maior perceção de eficácia, maior responsabilidade sobre o tratamento e uma definição adequada de perda de peso bem sucedida (todos os p< 0.01). Os nutricionistas relatam menores dificuldades no tratamento da obesidade que os médicos de família (p< 0.01) e um maior compromisso do que os enfermeiros (p< 0.001). Foram também encontradas diferenças significativas relativamente à frequência das práticas, com o grupo dos nutricionistas a implementarem mais frequentemente medidas de avaliação da obesidade e estratégias cognitivo-comportamentais para a perda de peso (todos os p< 0.001) Conclusão: Os nutricionistas diferenciam-se nas crenças, atitudes e práticas dos médicos e dos enfermeiros, surgindo como o grupo melhor preparado para lidar com a obesidade. Para uma maior eficácia no tratamento da obesidade torna-se peremptório o desenvolvimento de políticas de saúde que promovam o aumento do número de nutricionistas nas instituições de saúde, a abordagem multidisciplinar da obesidade e a formação dos profissionais. Palavras-Chave: Obesidade, profissionais de saúde, cuidados de saúde primários, crenças, práticas CO31 Alimentos ultraprocessados: uma questão de saúde pública Paula Martins SES/DF Brasil [email protected] NTRODUÇÃO: As mudanças alimentares que a maioria dos países tem sofrido envolvem a substituição de alimentos in natura e minimamente processados por alimentos industrializados prontos para o consumo (processados ou ultraprocessados), riquíssimos em sódio e calorias. Essas transformações promovem desequilíbrios nutricionais e uma ingestão excessiva de calorias, contribuindo para o aumento de obesidade, diabetes, hipertensão, doenças do coração e certos tipos de câncer (BRASIL, 2014). Para o enfrentamento desse cenário, são fundamentais ações de educação nutricional na saúde pública. No Brasil, a segunda edição do Guia Alimentar para a População Brasileira é um importante instrumento de apoio a essas ações, pois aborda as principais recomendações para uma alimentação saudável e desencoraja contundentemente o consumo de alimentos ultraprocessados. MÉTODOS: A amostra foi constituída por adultos (n=84) e idosos (n=72) diabéticos e/ou hipertensos, acompanhados no mínimo duas vezes pelos Grupos de Diabetes e Hipertensão do Centro de Saúde da Candangolândia/DF/Brasil. A entrevista foi realizada no ano de 2013 através do questionário do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Analisou-se os marcadores de consumo alimentar de alimentos ultra processados (batatas industrializadas/salgados fritos, hambúrgueres/embutidos, biscoitos/salgadinhos de pacote, biscoitos doces/recheados/doces/balas/chocolates e refrigerantes) nos sete dias anteriores à entrevista, separando-os em categorias de alimentos e em frequência de consumo (0-7 dias). Os extremos de consumo desses alimentos foram comparados aos valores do DF (SISVAN/DF/2013) e do Brasil (SISVAN/Brasil/2013). RESULTADOS: Na categoria de batata frita industrializada/salgado frito, o grupo de adultos e idosos DM/HAS se destacou positivamente, pois 85% do grupo relataram não ter consumido ou consumido em apenas um dia nos sete dias anteriores à entrevista, contra 62% dos adultos e idosos do Brasil, assemelhando-se apenas aos idosos do DF (82%). Outro fato positivo é que nenhum dos entrevistados revelou ter consumido esses alimentos todos os 7 dias anteriores à entrevista contra 2 a 3% dos adultos e idosos do DF e Brasil. Esse mesmo destaque positivo do grupo avaliado foi observado na categoria de biscoitos doces/recheados/doces/balas/chocolates, na de refrigerantes e, principalmente, na de hambúrguer/embutidos. Na categoria de biscoitos salgados/salgadinhos de pacote, os dados mostraram que foram os alimentos de maior frequência de consumo do grupo avaliado e dos demais grupos comparativos. No entanto, o grupo DM/HAS novamente se destacou com uma maior frequência de indivíduos que consumiram 0 a 1 vez nos 7 dias avaliados, bem como uma menor frequência dos que relataram consumir todos os 7 dias avaliados. Vale ressaltar que os biscoitos salgados tem sido muito consumidos pelas famílias brasileiras, principalmente na forma de lanches práticos e pobres em nutrientes, em detrimento de frutas, oleaginosas, cereais integrais, entre outros. CONCLUSÃO: Esse trabalho evidenciou a necessidade dos profissionais nos serviços públicos de saúde desaconselharem o consumo dos alimentos ultraprocessados, principalmente dos biscoitos salgados. Também é patente a importância do nutricionista na Saúde Pública promovendo educação nutricional, pois esse estudo revelou resultados positivos desse profissional atuando no grupo de DM/HAS e tem norteado as ações educativas a fim de aumentar eficiência e aperfeiçoar resultados. Combater o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados previne obesidade e doenças crônicas e resgata tanto os alimentos naturais e regionais como também a qualidade de vida da população. Palavras-Chave: nutrição obesidade ultraprocessados saúde pública CO32 Eneagrama na Nutrição - Abordagem da Nutrição a cada tipo de Personalidade Noélia Arruda Mega Craque – Ginásio [email protected] Introduções: O eneagrama descreve nove tipos de personalidade e como se comportam em diferentes situações: tipo 1 – Perfeccionista, tipo 2 – Prestável, tipo 3 – Desempenhador, tipo 4 – Romântico, tipo 5 – Observador, tipo 6 – Precavido, tipo 7 - Entusiasta, tipo 8 - Controlador e o tipo 9 - Pacificador. Às consultas de nutrição chegam indivíduos com discursos muito semelhantes: “já fiz inúmeras tentativas para perder peso e desisti a meio…”. Esta linguagem é muito familiar para o Nutricionista, mas com o eneagrama cada personalidade, pode ter uma abordagem ao plano alimentar de acordo com a sua visão do mundo. Metodologia: Aquando das Consultas de Aconselhamento Nutricional, no Mega Craque, entre abril e setembro de 2015, foi enviado a 238 indivíduos, por email, um questionário sobre como a personalidade influenciava a sua alimentação, o tipo de plano alimentar e a relação com a Nutricionista. Resultados: Obteve-se 67 respostas ao questionário, em que os indivíduos se identificaram com alguns tipos de personalidade. Assim, 36 indivíduos identificaram-se com o tipo 7; 26 indivíduos identificaram-se tanto com o tipo 1 como com o tipo 5; 20 indivíduos identificaram-se com o tipo 3; 15 indivíduos identificaram-se com o tipo 8; 14 indivíduos identificaram-se com o tipo 9; 11 indivíduos identificaram-se com o tipo 4; 10 indivíduos identificaram-se com o tipo 2 e os restantes 4 indivíduos identificaram-se com o tipo 6. Conclusão: Muitos indivíduos preferem planos com muitas opções e inovações nas consultas; outras pessoas preferem planos com muito rigor e detalhe; algumas personalidades apreciam o conhecimento profundo dos alimentos que compõem o plano; certos eneatipos têm dificuldade em cumprir as recomendações em prol dos hábitos da família. Assim, o eneagrama constitui uma ferramenta fulcral, para alteração dos hábitos alimentares e adopção de novos estilos de vida. Palavras-Chave: Eneagrama Personalidade Nutrição Plano Alimentar CO33 Intervenção de educação alimentar numa comunidade escolar: avaliação do impacto Goreti Botelho, Jorge Lameiras Escola Superior Agrária de Coimbra / Centro de I&D CERNAS Universidade de Aveiro / Centro de I&D RECI [email protected] Introdução: O consumo de alimentos e bebidas de tipologia fast food (comida pronto-a-comer) tem sido objeto de investigação científica a nível mundial e vários estudos indicam uma forte associação entre o seu consumo e a prevalência de doenças em crianças e adolescentes ou o contributo para o seu aparecimento em idade adulta. Objetivo: Pretendeu-se no presente trabalho, avaliar o impacto de uma ação de educação alimentar e nutricional na melhoria dos conhecimentos sobre a composição nutricional de alguns alimentos e bebidas reconhecidas como fast food, de alunos adolescentes e funcionários docentes e não docentes, da Escola Básica 2,3 de Mundão, no concelho de Viseu. Métodos: Foi realizada avaliação pré- e pós- atividade com base na aplicação de um questionário. Resultados: Da análise global da ação desenvolvida foi possível concluir que: a) responderam efetivamente ao questionário pré-teste 85,3% do total de alunos (321), 5,7% do total de professores (4) e 71,4% do total dos assistentes operacionais (15), num total de 340 questionários. Ao pós-teste responderam 84,3% dos alunos (317), 5,7% dos docentes (4) e 66,6% assistentes operacionais (14), num total de 335 questionários; b) existiu um elevado interesse por parte dos alunos na visita à montra onde os produtos alimentares foram expostos, com um feedback muito positivo; c) houve um incremento positivo quanto à perceção da dificuldade do questionário entre a primeira e a segunda aplicação. Conclusão: O trabalho demonstrou eficácia imediata no que se refere à melhoria significativa dos conhecimentos dos participantes no estudo sobre os aspetos nutricionais abordados na ação, concretamente sobre a composição em açúcar e gordura, dos produtos apresentados, o que será certamente positivo na modelação do seu comportamento alimentar futuro, contribuindo para a prevenção de doenças crónicas. Agradecimentos Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), PEst-OE/AGR/UI0681/2014 para o CERNAS. Palavras-Chave: educação alimentar questionário comunidade escolar prevenção CO34 Effect of fish-based diet supplementation on resting rate-pressure product and their association with cardiometabolic risk factors at baseline Paulo Bispo, Pedro Rodrigues, Narcisa Bandarra, Firmina Lebre, Augusta Marques CEDOC/FCM/UNL DIV-AV/IPMA [email protected] Background: We have previously showed that fish-based diet supplementation during 3 months increased less atherogenic large, more buoyant, LDL particles, and decreased oxidized LDL (oxLDL), inflammatory markers (TNFa), and the leptin/adiponectin ratio. The current data extents previous observations and aims to determine the effect of supplementation with canned sardine twice-a-week (≈500mg day of n-3 HUFA), on the rate-pressure product (RPP), a surrogate marker of myocardial oxygen demand. Methods: 81 adults from both genders were considered for the present study, 74 started and 56 completed the intervention study. asting venous blood were collected for lab analysis at 0( L), 1(T1), and 3(T3) month’s time. Blood pressure was measured at least twice with an automatic recorder, and the RPP was calculated as heart rate × systolic BP (bpm x mmHg) in 65 out of 81 volunteers. In this primary analysis, significance between different times was found using paired sample t-test. Nonparametric test, pearman’s correlation coefficient was determined. Results: At baseline a positive correlation between RPP and BMI, waist circumference, glucose, Total-chol, TAG, ApoB, LDL-c, sd-LDL, I-HDL, S-HDL, hs-CRP, or ox-LDL, was found, and negatively with ApoA1/ApoB ratio, L-HDL (p< 0.05) and, borderline significance, with large (MID)-LDL (p= 0.051). No significant correlations were observed between RPP and HDL-c, ApoA1 or Lp(a). After three months dietary intervention RPP significantly decreased in T1 (p= 0.01) and T3 (p= 0.001) versus baseline. Conclusions: Our data highlight the association of several CV risk factors, such as adiposity, with rate-pressure product. In this population, fish diet supplementation significantly lower RPP. Future works are needed to confirm this data, and underline the potential mechanisms, beyond those related to the metabolic inflammatory’s cluster. Palavras-Chave: fish diet supplementation rate-pressure product adiposity cardiometabolic markers CO35 Alimentação mediterrânica e perceção sobre alimentos funcionais em estudantes Leandro Oliveira, Francisco Sousa, Maria Graça da Silveira Universidade dos Açores - Departamento de Ciência Agrárias Universidade dos Açores - Departamento de Ciência da Educação [email protected] Introdução: O Padrão Alimentar Mediterrânico (PAM) é um modelo cultural, histórico e de saúde, pelo que, desde 4 de Dezembro de 2013, é reconhecido em Portugal pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade. O PAM tem associada a si uma série de características promotoras de saúde, entre as quais o elevado consumo de alimentos funcionais (AF), ou seja, alimentos que têm um efeito fisiológico benéfico para a saúde e/ou redução dos riscos de doenças crónicas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a adesão ao PAM e perceção sobre AF dos estudantes do terceiro ciclo do ensino básico da ilha Terceira. Métodos: Utilizou-se um questionário de aplicação direta. A adesão ao PAM foi avaliada pelo KIDMED. A perceção sobre os AF foi avaliada por um uma escala psicométrica de 5 pontos construída para o efeito, em que se avaliaram 4 domínios: benefícios, necessidade, confiança e segurança dos AF. Na análise estatística foi utilizado o SPSS 22.0. Resultados: Dos 303 estudantes que constituíram a amostra final, 57,8% eram do sexo feminino com uma idade média de 14,0±1,2 anos. A maioria dos estudantes residia no concelho de Angra do Heroísmo (73,3%) em meio rural (84,8%). Verificou-se que 30,0% dos estudantes apresentavam excesso de peso/obesidade e 1,3% baixo peso. A maioria dos estudantes situaram-se num nível de adesão ao PAM intermédio (64,4%), e 14,9% num nível baixo. Em relação à perceção sobre AF, os estudantes obtiveram uma percentagem de 63,0%±12,6%, 68,2%±21,0%, 57,0%± , %, 5 , %±15,3% nos domínios: “benefícios”, “necessidades”, “confiança” e “segurança”, respetivamente. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre o sexo e a adesão ao PAM/domínios da perceção sobre os AF. Conclusão: Assim, preconiza-se a implementação de medidas que fomentem a adesão ao PAM e melhorem a perceção sobre os alimentos funcionais de modo a que os estudantes beneficiem de uma alimentação promotora de saúde. Palavras-Chave: alimentação mediterrânea, crianças, alimentos funcionais, escola CO36 Fatores associados a síndrome metabólica em crianças brasileiras Alynne Andaki, Edmar Mendes, Amanda Santos, Adelson Tinoco, Jorge Mota Faculdade do Desporto da Universidade do Porto Universidade Federal de Viçosa [email protected] O presente estudo teve como objetivo identificar os fatores associados a síndrome metabólica (SM) em crianças brasileiras de seis a 10 anos de idade do município de Uberaba/MG, Brasil. Métodos: estudo de corte transversal, base populacional com amostra probabilística. As crianças foram submetidas a avaliação antropométrica, aferição da pressão arterial e coleta de sangue para análise bioquímica e síndrome metabólica. Preencheram o Questionário Alimentar do Dia Anterior e foi aplicado a Lista de Atividade Física (LAF). Questionário sobre hábitos de vida e condição socioeconômica foi respondido pelos responsáveis. Os dados foram tabulados por dupla digitação e, em seguida, procedeu-se análise bivariada e multivariáveis por meio da regressão de Poisson usando o programa estatístico SPSS. Resultados: participaram do estudo n=1480 crianças com idade média de 8,5 ± 1,5 anos, 52,2 %sexo feminino. Prevalência de SM foi de 12,6 % e 8,5 % para meninas e meninos, respectivamente. Foi realizada análise de associação entre SM e variáveis independentes. Na análise bivariada, apresentou-se significativamente associado a M (p ≤ 0, 0) sexo, idade, tipo de escola, IMC, sobrepeso obesidade, perímetro de cintura, dobras cutâneas bicipital, tricipital, supra-ilíaca e subescapular, bem como o somatório das mesmas, percentual de gordura corporal, massa corporal magra, massa corporal gorda, quantidade de gordura corporal moderadamente alta e alta, maturity offset, ingestão de mais uma porção ao dia de alimentos gordurosos. Após análise multivariáveis, tipo de escola, perímetro de cintura, percentual de gordura corporal, massa corporal gorda, e a ingestão de mais de uma porção de alimentos gordurosos ao dia, associaram-se positivamente a M (p ≤ 0,05). Conclusão: rede de ensino privada, ingestão de mais uma porção de alimentos gordurosos ao dia e adiposidade foram associadas a SM em crianças brasileiras de seis a10 anos de idade. Palavras-Chave: síndrome metabólica; crianças; regressão Poisson; Prémio Melhor Comunicação Obesidade Infantil CO37 Socio-ecological intervention impact in preschool children to prevent obesity Teresa Sancho, Ezequiel Pinto, Elisabete Pinto, Carla Rêgo, José Carlos Ribeiro, Jorge Mota, Susana Vale, Pedro Moreira Administração Regional de Saúde do Algarve, IP Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve CBQF – Laboratório Associado, Escola Superior de Biotecnologia, Universidade Católica Porto Faculdade de Medicina da Universidade do Porto CIAFEL - Faculdade de Desporto da Universidade do Porto Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto [email protected] Introduction: Rapid changes in diets, physical activity and sedentary lifestyles led to a major public health challenge, because prevalence of obesity is rising rapidly and the trend is especially alarming at younger ages. Thus, early prevention is universally regarded as the best approach, and schools are considered a potential environment to intervene, namely preschools. Objective: To assess the impact of a socioecological intervention on dietary intake (DI) and physical activity (PA) to prevent obesity in Portuguese preschool children. Methods: Two hundred eleven preschool children, aged 5.3 (±0.5) years, 108 females (51.2%), were allocated into experimental group (EG) and control group (CG). A six-month socioecological intervention on DI and PA was developed with a school-family based framework. Anthropometric, DI, PA and socioeconomic status (SES) assessments were performed at baseline and post-intervention. ody mass index ( MI) was categorized using the World ealth Organization’s (W O) growth reference. Adjustments for confounder factors were made. Results: After intervention a significant reduction of BMI z-score (p=0.04) in the EG and increase thereof in the CG were observed. Positive changes were obtained in the intake of dietary fiber (p=0.041), vegetable soup (p=0.034), fruit (p=0.038), vegetables/fruit (p=0.042) and water (p=0.034). However, significant differences were not found regarding PA. Conclusion: This six-month socio-ecological intervention, based on the preschoolfamily binomial provided a BMI outcome that supports this model to tackle childhood obesity. Palavras-Chave: Obesity, preschool children, dietary intake, physical activity, socio-ecologic intervention CO38 Aptidão motora e obesidade em crianças pré-escolares Sandra Silva Santos, Armanda Santos, Jorge Mota, Susana Vale Faculdade de Desporto da Universidade do Porto [email protected] Introdução: Adiposidade, baixa aptidão física e baixos níveis de atividade física estão associados ao risco de doença cardiovascular em crianças e a sua alta prevalência representa um importante problema de saúde pública. Aptidão motora consiste nas componentes da aptidão física que estão relacionadas com o melhor desempenho desportivo e com as habilidades motoras. O objetivo deste estudo foi examinar a associação entre aptidão motora e obesidade em crianças pré-escolares. Métodos: A amostra foi composta por 466 crianças (51,8% meninas) de 3-6 anos, com média de idade de 4,59 ± 0,79 anos, recrutadas em escolas localizadas na área metropolitana do Porto, Portugal. O índice de massa corporal (IMC) foi classificado de acordo com a International Obesity Task Force (IOTF) em três níveis, peso normal, excesso de peso e obesidade. A atividade física total foi avaliada através da acelerometria. Foram realizados dois testes de aptidão motora: shuttle run (SRT) 10x5m e saltar uma distância de 7m em 2 pés (J2F). Cada teste de aptidão motora foi standardizado e acima de um desvio padrão foi considerado com risco para baixa aptidão motora, Foi criada uma única variável com 3 categorias: sem risco; com 1 risco e com 2 riscos. Resultados: A prevalência de peso normal, excesso de peso e obesidade foi de 67,6%, 21,6% e 9,7%, respetivamente. Ao realizarmos a regressão logística multinominal, averiguamos que existe uma relação significativa entre a obesidade e aptidão motora, Assim sendo, as crianças com obesidade têm cerca de 6 vezes maior probabilidade de possuir pior aptidão motora comparativamente com as crianças com peso normal (OR: 6,4; IC: 1,3-36,6), ajustando para a idade e para a atividade física diária. Conclusão: Este estudo mostrou uma alta associação entre a obesidade e a baixa aptidão motora. Estudos longitudinais são imprescindíveis para confirmar estes resultados Palavras-Chave: aptidão física aptidão motora pré-escolares índice de massa corporal CO39 IMC e bouts de comportamento sedentário em crianças Amanda Santos, Sandra Santos, Alynne Andaki, Edmar Mendes, Susana Vale, Jorge Mota Faculdade de Desporto da Faculdade do Porto Universidade Federal do Triângulo Mineiro [email protected] Introdução: Comportamento sedentário (CS) vem sendo amplamente associado com resultados negativos à saúde. Contudo, este construto apresenta diferentes dimensões e formas de quantificação. Poucos estudos consideraram o efeito de diferentes bouts sedentários distribuídos ao longo do tempo total dedicado a este comportamento e indicadores de saúde em crianças. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar associação entre índice de massa corporal (IMC) e bouts de CS. Métodos: A amostra foi composta de 103 crianças (53,4% meninas), com média de 9,42±0,37 anos de idade, recrutados em escolas localizadas na área metropolitana do Porto, Portugal. A média dos valores de IMC foi 19,53±3,34 kg/m2, sendo 58,3% (n=60) classificados em peso normal, 25,2% (n=26), excesso de peso e 16,5% (n=17) e obesidade, pela International Obesity Task Force. O CS (609,95±67,60 min/semana) foi medido por acelerômetro Actigraph, modelo GTM1 e considerado ponto de corte <100 cpm (Evenson et al., 2008). Para análise, o dispositivo foi utilizado durante todas as horas de vigília, exceto em atividades aquáticas, durante sete dias consecutivos, pelo menos 10 horas/dia. Os bouts de CS acumulados em 5, 10, 15, 20 e 30 minutos foram calculados. Foi utilizado o software estatístico SPSS, versão 22.0. Resultados: Foi realizada regressão linear múltipla, com base em método sequencial (Stepwise). O modelo significativo de regressão gerado para as categorias do IMC foi: Peso normal F(1, 58)=20,368, p=0.001, para bouts de 5 minutos como preditor (B=0.093, β=0.510, IC 5%=0.05 ;0.134). Excesso de peso (1, 4)=17, , p=0.001, também para bouts de 5 minutos ( =0.10 , β=0. 55, IC 5%=0.055;0.15 ). Obesidade (1, 15)=7, 7, p=0.013, para bouts de 10 minutos ( =0. , β=0.5 7, IC 5%=0.07 ;0.5 5). Conclusões: Crianças com obesidade parecem dedicar mais do seu tempo sedentário em bouts de CS mais longos. Investigar o possível padrão de períodos gastos em CS parece ser importante para melhor entendimento deste comportamento e elaboração de possíveis estratégias de intervenção. Palavras-Chave: Crianças Obesidade Comportamento sedentário CO40 Actividade física familiar e obesidade da criança: influência do género Emília Duarte, Isabel do Carmo, Abel Paiva e Silva Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias. Instituto Politécnico de Castelo Branco Faculdade de Medicina de Lisboa Escola Supeior de Enfermagem do Porto [email protected] Introdução: A adopção pela família de estilo de vida sedentário pode influenciar a criança na adopção de comportamentos favorecedores do desenvolvimento da obesidade. Pretendeu-se determinar a prevalência da obesidade em crianças em idade pré-escolar, caracterizar a atividade física habitual da mãe e do pai das crianças e verificar a relação com a obesidade na criança. Métodos: Estudo quantitativo, observacional, descritivo, transversal. Avaliação da prevalência da obesidade das crianças segundo critérios do CDC (2000) e da atividade física habitual da mãe e do pai das crianças através do Baecke Physical Activity Questionnaire. Os dados foram submetidos a análise descritiva, teste de correlação de Pearson e de comparação de médias (ANOVA; Post Hoc de Scheffé) considerando-se significância estatística para p<0,01. Resultados: Avaliadas 1111 crianças, entre 3-6 anos. Verificou-se prevalência da obesidade de 12,06% (12,93% meninos, 11,28% meninas). Da atividade física habitual dos pais constatouse: superior no contexto de trabalho e mais baixo no desporto; pais com prática mais intensa do que as mães; correlação positiva entre pai e mãe particularmente no desporto e lazer; associação entre níveis de escolaridade mais baixos e níveis mais baixos de prática desportiva e atividades profissionais de atividade física mais intensa. Constatou-se diferença significativa entre os índices de desporto dos pais das crianças com obesidade e com peso normal; obesidade associada a uma prática de atividade física do pai menos intensa no desporto. Conclusões: Prevalência elevada de obesidade nas crianças. Os pais das crianças com obesidade têm uma prática habitual de atividade física no desporto menos intensa. Podemos considerar uma influência de género, marcado pela figura parental masculina, no desenvolvimento da obesidade infantil. Necessidade de intervenção familiar, visando o assumir de responsabilidade integrando mudanças de estilos de vida com hábitos de atividade física mais intensos, particularmente no desporto, ajudando a construir ambientes protetores do desenvolvimento da obesidade. Palavras-Chave: Obesidade, influência, actividade física, família, criança pré-escolar CO41 Função tiroideia e perfil lipidico em doentes eutiroideus obesos diabéticos Francisco Sousa Santos, Catarina Roque, Ricardo Capitão, Carlos Bello, Ricardo Fonseca, João Sequeira Duarte, Clotilde Limbert, Jorge Azinheira, Carlos Vasconcelos Centro Hospitalar Lisboa Ocidental [email protected] Introdução: A disfunção tiroideia pode alterar vários factores de risco cardiovascular, incluindo o perfil lipídico. A relação entre valores mais elevados de TSH e perfil lipídico alterado tem sido encontrada em estudos populacionais, ainda que inconsistentemente. Neste trabalho pretendeu-se verificar esta possível associação em doentes eutiroideus diabéticos e obesos. Métodos: Estudo retrospetivo, baseado em registos da consulta de Endocrinologia de doentes obesos (IMC > 30 kg/m2) e Diabetes Mellitus tipo 2 entre 2008 e 2015. Foram excluídos doentes com disfunção tiroideia, com creatininemia superior a 1.2 mg/dL ou sob terapêutica com levotiroxina, fibratos ou estatinas. A amostra foi dividida em dois grupos por TSH (superior ou inferior a 2 uIU/mL) e por sexos. Aplicaram-se métodos estatísticos descritivos, correlações de Pearson e teste t de Student em variáveis contínuas para avaliar diferenças entre grupos. Resultados: Avaliaram-se 207 doentes (369 observações), 70% do sexo feminino, com idade média de 56 anos e IMC de 36 kg/m2 (45.8% superior a 35 kg/m2). 92,8% tinham o diagnóstico de dislipidemia. No grupo com TSH superior verificou-se trigliceridos mais elevados (p = 0.038), mas não foi atingida significância estatística na diferença dos restantes parâmetros lipídicos. Esta diferença estatisticamente significativa só foi confirmada no sexo feminino (p = 0.008). O valor de TSH foi associado à glicemia de jejum na correlação de Pearson (p = 0.028) mas não com o perfil lipídico. Conclusões: Nesta amostra de doentes eutiroideus obesos e diabéticos confirmámos unicamente triglicéridos mais elevados em doentes com valores de TSH superiores. Nesta população parece, pois, que a fisiopatologia associada ao perfil lipídico menos favorável estará pouco relacionada com o eixo hipófise-tiroideia. No entanto, a interferência farmacológica, o desenho retrospectivo e a dimensão da amostra são importantes limitações deste trabalho, podendo contribuir para as diferenças encontradas face às relações verificadas em estudos de população não-diabética não-obesa. Palavras-Chave: Obesidade Tiróide Diabetes Dislipidemia CO42 Prevalência da obesidade na cirurgia cardíaca no Brasil. Márcia Pinheiro, Vitor Azevedo, Cristina Kuschnir, Regina Xavier, Arn Migowski, Othon Pinheiro Filho Ministério da Saúde Brasil Universidade Estadual do Rio de Janeiro Secretaria Municipal de Saúde Rio de Janeiro [email protected] Introdução: A obesidade - importante problema de saúde pública - está associada à dislipidemia, diabetes, hipertensão e hipertrofia ventricular esquerda, fatores de risco coronariano. Permanecem dúvidas sobre a prevalência da obesidade nos pacientes que necessitam de cirurgia cardíaca. Objetivo: escrever a prevalência da obesidade (IMC≥30) e as características destes pacientes no rasil ( 004 a 2013). Métodos: Os dados descritivos são expressos por percentual e contínuos por média e desvio padrão ou mediana e interquartiles. Foi empregado o qui-quadrado de Pearson, testes t de Student e Mann-Whitney. Regressão logística para revelar a associação de marcadores independentes com a obesidade, calculada a razão de chance (odds ratio – OR) e seu intervalo de confiança de 95% (IC95%). Utilizado o programa STATA 13. O nível de significância foi 0,05 e todos os testes bicaudais. Resultados: Realizadas 2621 cirurgias cardíacas no período. Médias: IMC=26,02±4,62 e colesterol=171,0±46,9. Medianas: idade 58 (48-67) e creatinina sérica 1,0 (0,90-1,2). Obesidade (18,24%), sexo masculino (57,08%), pele de cor branca (66,65%), fumadores atuais (12,04%), diabetes mellitus (21,79%), dos quais 11,50% insulina dependentes, dislipidemia (48,85%), insuficiência renal (7,03%), hipertensão arterial sistêmica (71,67%), febre reumática (18,28%) e etilismo (8,05%). Não houve diferença entre grupos de IMC para idade (p=0,2656), sexo feminino (18,93% versus 17,71% - p=0,424), creatinina (p=0,7569), cor de pele branca (18,92% versus 16,82% - p=0,192), fumadores atuais (17,82% versus 18,37% - p=0,847) e insuficiência renal (14,84% versus 18,49% - p=0, 1 ). ouve diferença entre IMC≥30 e IMC<30 no colesterol (177,7±48,7 versus 169,5±46,4 – p=0,0008), diabetes mellitus (26,86% versus 15,85% p<0,0001) e dislipidemia (22,47% versus 14,67% - p<0,0001). Foram marcadores independentes da obesidade a diabetes mellitus (OR=1,87; IC95%=1,49-2,35; p<0,0001) e o nível do colesterol (10mg%) (OR=1,038; IC95%=1,016-1,060; p=0,0001). Conclusão: A obesidade esteve associada à diabetes mellitus e ao colesterol sérico de forma independente e esforços devem ser empregados no controle destes pacientes. Palavras-Chave: Obesidade Cirurgia Cardiaca Prevalência CO43 Impacto na glicemia em jejum de uma intervenção nutricional direccionada a candidatos à cirurgia bariátrica: resultados do estudo INDIVIDUO José Camolas, Osvaldo Santos, Alexandra Dinis, Pedro Moreira, Mário Mascarenhas, Isabel do Carmo Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Hospital Santa Maria – CHLN Instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública/Instituto de Saúde Ambiental da Universidade de Lisboa, Portugal Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, Portugal Universidade de Lisboa, Portugal [email protected] INTRODUÇÃO: a adiposidade excessiva, particularmente de deposição centrípeta, associa-se a alterações da glicemia de jejum e da tolerância à glicose, constituindo factor de risco para a DM2. A terapêutica nutricional é fundamental na prevenção e terapêutica da DM2, sendo recomendada na abordagem dos candidatos à cirurgia da obesidade. No entanto, existem poucos estudos que fundamentem a relevância da abordagem prévia à cirurgia, especificamente ao nível do controlo metabólico. Apresentam-se resultados relativos ao impacto do método INDIVIDUO no controlo glicémico em jejum. MATERIAL E MÉTODOS: ensaio clínico, prospectivo (a 6 meses), aleatorizado, com dois braços: grupo intervenção (GI) e controlo (GC). Amostragem sequencial, estratificada por sexo e idade (n=94;GI=45 e GC=49). Ensaio aprovado pela Comissão de Ética do CAML e precedido de Consentimento Informado. Dados (sociodemográficos, antropométricos e clínicos) recolhidos por elementos treinados. Avaliação bioquímica em jejum, seguindo os procedimentos do centro de colheitas/laboratório do HSM–CHLN. Índice QUICKI utilizado para estimar a sensibilidade à insulina. GI sujeito a intervenção nutricional protocolada (INDIVIDUO) e GC a intervenção promotora de literacia em saúde/obesidade. Análise estatística (SPSS v22): nível de significância 95%; comparação de variações (avaliações inicial–final) entre grupos; avaliação do efeito da intervenção por regressão linear e logística binária. RESULTADOS: a variação da glicemia foi significativamente diferente entre grupos (GI:-4,43 vs. GC:0,04mg/d; p=.03). O GI obteve uma melhoria significativa da sensibilidade à insulina (QUICKIvar: .014 .026, p<.05), que se correlacionou com a redução ponderal (r=.546; p=.003). As variações médias foram significativamente diferentes entre os dois grupos (t(51)=; p=.02; d=0,67). Os indivíduos alocados ao GI tinham uma probabilidade oito vezes superior (ORintervenção=8.66; p=.007) de ter as glicemias controladas na avaliação final, controlando para a idade, glicemia inicial e a variação do peso. CONCLUSÕES: mesmo na obesidade severa, uma intervenção nutricional estruturada pode contribuir para melhoria do controlo metabólico, previamente à cirurgia. Palavras-Chave: Obesidade severa, glicemia de jejum, terapêutica nutricional CO44 Insulinorresistência em obesos não-diabéticos – Relevância do HOMA-IR Carlos Tavares Bello, Rute Ferreira, Catarina Moniz, Ricardo Fonseca, Clotilde Limbert, Sequeira Duarte, Jorge Azinheira, Manuela Oliveira, Carlos Vasconcelos Hospital de Egas Moniz [email protected] Introdução – A Sindrome metabólica consiste na constelação de factores de risco cardiovascular e considera-se que na sua base está a insulinoresistência. Diferentes métodos para avaliar a resistência à insulina foram desenvolvidos, sendo o HOMA-IR o que mais facilmente se aplica na practica clinica. Os autores avaliam a relação do HOMA-IR com parâmetros clinico-laboratoriais nos doentes com seguimento em consulta multidisciplinar de Obesidade. Métodos – Estudo retrospectivo, longitudinal com base em registos de doentes seguidos na consulta multidisciplinar de obesidade de um Hospital central com um seguimento minimo de 2 anos. Dados clinico-laboratoriais foram colhidos com base nos registos informáticos e software laboratorial. Doentes com Diabetes Mellitus tipo 2 foram excluidos. Foram utilizados metodos estatisticos descritivos, correlações de Pearson para variaveis contínuas e os resultados são apresentados em média e desvio padrão. Resultados –Avaliados 579 doentes, 84.5% do genero feminino, com idade média de 39.13 +- 11.4 anos com um follow up médio de 8.37 anos e 5492 determinações analíticas registadas. O IMC inicial era 46.93kg/m2, 69.9% sofriam de Hipertensão arterial, Dislipidemia 61.8% e 7.7% de Hiperuricemia. 34% dos doentes encontravam-se sob Metformina. As intervenções incluíram: Banda Gástrica (51.1%), Bypass Gástrico (21.7%), Sleeve Gástrico (13.8%) e Balão Intragástrico (13.4%). Verificou-se uma correlação estatisticamente significativa entre o HOMA-IR e uma maior variação de peso e IMC pós-intervenção (p <0.001), Hemoglobina A1c (0.034), Uricemia (p 0.007) e Fatty Liver Index (p 0.033). O decréscimo de insulinemia, HOMA-IR e glucose foi significativamente maior com métodos malabsorptivos (p 0.001). Conclusões – Na população não diabetica obesa o HOMA-IR parece estar associado a uma maior variação de peso com a cirurgia bariátrica, niveis mais elevados de hemoglobina A1c, uricemia e índices de adiposidade visceral. A natureza retrospectiva da análise com as suas inerentes limitações requer confirmação em estudos prospectivos. Palavras – Chave: HOMA-IR Insulinoresistência Obesidade Metformina FLI CO45 Massa Gorda Corporal e Densidade Mineral Óssea numa População Feminina Ana Coelho Gomes1, Ana Paula Barbosa1, Nuno Duarte3, Catarina Silvestre1, Ana Wessling1, Carolina Faria1, David Barbosa1, Raquel Paixão1, Ema Nobre1, Florbela Ferreira1, Maria Raquel Carvalho1, Jacinto Monteiro2, Francisco Sampaio3, Mário Mascarenhas1 Consulta de Osteoporose Fracturária dos: 1 Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE 2 Serviço de Ortopedia, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE 3 Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE [email protected] Introdução: Apesar da obesidade e da osteoporose serem comunmente consideradas doenças independentes, estudos recentes revelaram que partilham diversos factores genéticos e ambientais. A massa gorda corporal (MG) é um dos índices mais importantes da obesidade. Os efeitos da obesidade no tecido ósseo são controversos, havendo estudos que substanciam um efeito benéfico e outros que evidenciam que a MG em excesso não protege da osteoporose nem da fractura osteoporótica. Objectivo: Avaliar o efeito da MG na densidade mineral óssea (DMO) da coluna lombar (L1-L4), colo do fémur, fémur total e terço distal do rádio em 223 mulheres de uma consulta de Osteoporose Fracturária. Material e Métodos: Estudo prospectivo, não comparativo. Incluídas 223 mulheres da consulta de Osteoporose. DMO avaliada por absorção de raios X de dupla energia (DXA). Testes estatísticos adequados. Resultados: Média das idades±Desvio Padrão(DP)=62,7±8,3anos (variação 37-86anos); peso médio±DP=67,8±11,4Kg (variação 43-109Kg); índice de massa corporal médio±DP=28,4±4,7Kg/m2 (variação 19,5-43,6Kg/m2); MG média±DP=26,8±7,5Kg (variação 11,7-54,7Kg). DMO média±DP de L1-L4 = 0,9±0,1g/cm2 (variação 0,51,5g/cm2); DMO média±DP do colo do fémur = 0,7±0,1g/cm2 (variação 0,4-1,2g/cm2); DMO média±DP do fémur total = 0,9±0,1g/cm2 (variação 0,6-1,3g/cm2); DMO média±DP do terço distal do rádio = 0,6±0,1g/cm2 (variação 0,4-0,8g/cm2). Correlação da MG com a DMO L1-L4 = +0,1926 (p=0,0039), com a DMO do colo do fémur = +0,3317 (p=0,0000), com a DMO do fémur total = +0,3624 (p=0,0000) e com a DMO do terço distal do rádio = +0,1199 (p=0,0746, n=222). Discussão: O estudo realizado evidencia que a MG tem uma correlação positiva fraca com a DMO de L1-L4 e uma correlação positiva moderada com a DMO do colo do fémur e do fémur total; estes dados sugerem uma influência da MG na DMO nessas regiões do esqueleto, parecendo ter um efeito ósseo benéfico nestes locais. No terço distal do rádio a correlação não é estatisticamente significativa. Palavras-Chave: MG, Obesidade, DMO, Osteoporose, Mulheres POSTERS C1 Autoestima e relações familiares e sociais de crianças obesas brasileiras Alexina Ribeiro, Heron Flores, Vladimir Albuquerque Melo, Marcelo Porto, Aldenira Barbosa, Ilckmans Mugarte Universidade Católica de Brasília [email protected] Autoestima e relações familiares e sociais de crianças obesas brasileiras O presente trabalho tem como objetivo relatar os dados de um estudo que visa construir uma metodologia de atendimento psicossocial a crianças e adolescentes com obesidade e suas famílias. Trata-se de um recorte sobre o tema da obesidade infantil que visa abordar e discutir os dados levantados junto a um grupo de crianças participantes da pesquisa. Participaram desse grupo 8 crianças obesas, sendo uma menina e sete meninos com idade entre 9 e 11 anos, residentes em Brasília/Distrito Federal – Brasil. Foram realizados 4 encontros, com duração de duas horas, em sala apropriada para atividades de grupo na Universidade Católica de Brasília. Cada encontro teve objetivos específicos e atividades programadas visando esses objetivos. Os temas trabalhados nos encontros foram: relações familiares; diagnóstico de obesidade e tratamento; relações sociais; motivação e disposição para mudança e auto-imagem. Foram utilizadas técnicas e atividades lúdicas, sob coordenação de um Psicólogo e alunos de Iniciação Científica. A análise qualitativa dos dados levou à construção de 5 zonas de sentido onde as crianças expressaram seus sentimentos e opiniões sobre a forma como são tratadas na família e na escola; o bulling sofrido por parte de familiares e colegas; a visão que têm da dinâmica familiar, os papeis, hierarquia e comunicação entre os membros da família; o que sabem sobre alimentos saudáveis e não saudáveis e as fontes de informação que possuem sobre esse tema; a percepção da autoimagem corporal. Foi possível conhecer o padrão alimentar da família das crianças obesas e a dificuldade dos genitores em colocar regras em geral e também referentes à alimentação dos filhos e a adesão ao tratamento e reeducação alimentar. Palavras-chave: obesidade infantil; dinâmica familiar; autoestima; abordagem sistêmica. C2 Obesidade hipotalâmica: a propósito de um caso clínico Francisco Sousa Santos, Clotilde Limbert, Carlos Vasconcelos, Paulo Sousa Centro Hospitalar Lisboa Ocidental - Egas Moniz [email protected] INTRODUÇÃO: A lesão estrutural hipotalâmica associada a tumores (ou outros estímulos) é frequentemente associada a quadros de obesidade de difícil resolução. Para a sua patogénese contribui a disfunção ao nível da recepção/transdução hipotalâmica do sinal aferente hormonal habitualmente associado a saciedade, culminando num predomínio do tónus eferente parassimpático com hiperinsulinismo. MÉTODOS: Descrição do caso clinico de doente com história da obesidade mórbida associada a tumor hipotalâmico e a sua evolução clinica entre os seus 14-21 anos mediante abordagem terapêutica farmacológicas e bariátrica. RESULTADOS: Doente do sexo feminino com diagnóstico de glioma hipotalamo-quiasmático aos 14 anos, associado a obesidade grau I e panhipopituitarismo. A massa foi considerada inoperável, tendo realizado quimioterapia inicialmente com vinblastina e posteriormente com carboplatina, no entanto sem resposta clinica ou imagiológica, embora também sem progressão. Do ponto de vista endocrinológico, foi iniciada terapêutica de reposição hormonal com levotiroxina, estradiol e prednisona. Em termos ponderais, assistiu se no primeiro ano após diagnóstico a franco aumento de peso – além de desenvolvimento de síndrome de apneia obstrutiva do sono e síndrome depressivo - pelo que iniciou sibutramina e posteriormente octreótido, no entanto mantendo sempre ganho ponderal. Assim, aos 18 anos, foi realizado bypass gástrico com diminuição de 6kg (139 para 133kg) ao fim do primeiro ano pós-operatório, no entanto posteriormente retomou ganho ponderal para um máximo de 141kg aos 21 anos. CONCLUSÃO: A obesidade hipotalâmica constitui um grande desafio terapêutico dado a sua fisiopatologia particular. Apesar de o defeito ser primariamente ao nível da transdução do sinal hipotalâmico aferente, as terapêuticas farmacológicas disponíveis são limitadas e dirigidas ao sinal eferente – diminuição de tónus parassimpático e produção de insulina ou aumento de tónus simpático. As opções cirúrgicas são a vagotomia e a cirurgia bariátrica, no entanto, mesmo com estas intervenções mais invasivas, a resposta a longo prazo nem sempre é positiva. Palavras-Chave: Obesidade; Obesidade Hipotalâmica; Obesidade Infantil C3 Vitamina D em consulta de obesidade pediátrica (estudo preliminar) Nuno Félix, Oleh Vydoynik, Filipa Vilarinho, Margarida Marujo, Aldina Lopes Hospital Distrital de Santarém [email protected] Introdução: O excesso de peso corporal e os níveis de vitamina D (Vit-D) estão associados1,2. Não está esclarecido o potencial papel da deficiência de vitamina D no aparecimento das comorbilidades da obesidade. Avaliámos a associação da deficiência em Vit-D com a insulino-resistência e a dislipidémia. Métodos: Estudo observacional descritivo em doentes de primeira consulta de Obesidade Pediátrica entre Fevereiro-Agosto 2015.Variáveis: idade, sexo, percentil de IMC (PeIMC), pressão arterial sistólica e diastólica, insulina e glucose em jejum, Homeostatic Model Assessment (HOMA), HbA1c, colesterol total (CT), colesterol-LDL (C-LDL), colesterol-HDL (C-HDL), triglicéridos (Tg), Vit-D, paratorhormona, cálcio e fósforo. Nível de Vit-D classificado3 com a escala (Esc-Vit ): suficiente (≥30 ng ml), insuficiente (≥ 0 e <30 ng/ml) e deficiente (<20 ng/ml). Análise estatística com SPSS (IBM, v23). Nível de significância: p <0,05. Resultados: 39 doentes, idade média de 10,5 anos, 59% do sexo feminino. PeIMC médio de 96,4. 84,6% obesos. Valores médios de Vit-D, glucose, insulina, HOMA e HbA1c de 27,65 ng/ml, 90,5 mg/dl, 19 µUI/ml, 4,68 e 5,24% respectivamente. Os níveis de Vit-D eram deficientes em 12,8% e insuficientes em 59% dos doentes. 20.5% apresentavam insulinorresistência e 12.8% pré-diabetes. 7,7% apresentavam CT>P95 e 17,9% no P75-P95. 15,4% tinham colesterol LDL no P75-P95. 20,5% tinham colesterol HDL P95. Apenas se verificou correlação significativa entre Esc-VitD com Tg [r -0,396; p <0,006]. Considerando apenas os doentes obesos, a Vit-D só teve correlação significativa com o CT [r -0,319; p <0,035] e a Esc-VitD com Tg [r -0,576; p <0,00]. Conclusão: No nosso estudo o défice de Vit-D associou-se a dislipidémia mas não a insulino-resistência. São necessários estudos com maior amostra para confirmar estes resultados e posteriormente ponderar a utilização da suplementação com Vit-D como terapêutica adjuvante da dislipidémia nestes doentes. Palavras-Chave: vitamina-D deficiência insulino-resistência dislipidémia obesidade C4 Tratamento da obesidade e transtornos alimentares envolvendo a família Alexina Ribeiro, Heron Flores, Vladimir Albuquerque Melo, Aldenira Barbosa, Marcelo Porto, Ilckmans Mugarte, Ana Duarte Vasconcelos, Cláudia Fakuda Universidade Católica de Brasília [email protected] Tratamento da obesidade e transtornos alimentares envolvendo a família Os transtornos alimentares e a obesidade em crianças e adolescentes têm chamado a atenção de pesquisadores e órgãos de saúde pública devido à gravidade e aumento da incidência nas últimas décadas. Estudos sobre os fatores envolvidos na etiologia das doenças relacionados à alimentação são importantes para fundamentar metodologias mais eficazes de tratamento. A participação da família tem sido sugerida por autores sistêmicos, o que nos motivou a estudar o tema sob o ponto de vista tanto individual, quanto familiar e sociocultural. Este artigo visa apresentar dados de pesquisa para construção de uma metodologia de atendimento psicossocial a crianças e adolescentes com transtornos alimentares e obesidade e suas famílias. O método utilizado é qualitativo e inclui a realização de entrevista do ciclo de vida familiar, grupo multifamiliar, grupo de crianças e adolescentes, aplicação do teste de Rorschach em adolescentes. Dados parciais mostram que a história de vida dos pais tem influência no padrão alimentar da família; os genitores não compreendem a obesidade como síndrome multifatorial e não reconhecem que os filhos estão obesos; dificuldade em estabelecer limites em relação à alimentação; conflitos conjugais e parentais e interferência de avós influenciam negativamente na alimentação da criança e tratamento da obesidade; o teste de Rorschach identificou baixa autoestima, sentimentos de angústia e percepções distorcidas sobre si e sobre o corpo, distorções de autoconceito e autoimagem em adolescentes com transtornos alimentares e pensamentos depressivos, dependência e medo de abandono e distorção entre as imagens ideal e real em adolescentes obesos. Esses dados estão coerentes com a revisão bibliográfica no tocante à influência da família no desenvolvimento saudável de seus membros e no padrão de alimentação familiar. Os pais e adultos da família têm um papel fundamental tanto na orientação e educação, quanto na apresentação de modelos adequados em termos de alimentação. Palavras-chave: obesidade; transtornos alimentares; família; abordagem sistêmica; atendimento psicossocial C5 Desmistificar ideias feitas. A verdade está nos rótulos! RETIRADO C6 VLCD normoproteica no tratamento do excesso de peso e obesidade Monica Cristina Pon Nunes Chin H. CUF Descobertas [email protected] Introdução A obesidade é um estado inflamatório crónico tendo sido declarada como doença recentemente, passível de ser prevenida. O tratamento da obesidade é difícil. A dieta e o exercício físico por si só, associados ou não a farmacoterapia, são insuficientes para perder peso. Sendo assim, é necessário encontrar estratégias para redução de peso. Objetivos Estudo retrospectivo observacional duma população de doentes com excesso de peso e obesidade submetidos a um tratamento para perda de peso, quanto ao sexo, idade, peso e perímetro abdominal atingidos, co-morbilidades associadas e duração do tratamento. Material e Métodos Avaliação de doentes em Consulta de Medicina Interna com apoio de nutricionista, submetidos a uma dieta cetogénica, de muito baixo valor calórico normoproteica – Método PronoKal® – seguidos de uma reeducação alimentar. Resultados Dos 33 casos observados, 4 (73%) eram do sexo feminino vs 9 (27%) do sexo masculino; idade média de 42 anos ± 9 anos (mínimo 18 anos e máximo 62 anos). O peso médio inicial foi de 93 ± 13 Kgs (mínimo 57,7 Kgs e máximo 124,5 Kg), IMC médio de 34 + 4 Kg/m2 (mínimo 25, máximo 49,5 Kg/m2), perímetro abdominal médio inicial 105 ± 11 cm, perda média de 16 ± 7 cm, perda média de peso de 19 Kg ± 8 Kg. Destes doentes 24% tinham excesso de peso; 27% obesidade grau I, 37% obesidade grau II e 12% obesidade mórbida. 15% eram hipertensos. Duração média do tratamento médio foi de de 5 ± 2 meses. Houve um abandono de 18% (6). Conclusões As dietas cetogénicas de muito baixo valor calórico normoproteicas podem ser uma ferramenta últil e segura na abordagem dos doentes com excesso de peso e obesidade desde que acompanhados por uma equipa multidisciplinar e rigoroso controlo médico. Palavras-Chave: dieta cetogénica, obesidade, excesso de peso, Método PronoKal, VLCD C7 Estado Nutricional VS Estado Imunitário Laura Faria, Débora Franco, Ricardo Nóbrega, Tânia Teixeira Centro de Saúde da Ribeira Brava Centro de Saúde de Machico [email protected] Introdução: A dieta ocidental e a obesidade contribuem para o aumento das doenças mediadas pelo sistema imunitário. A obesidade é uma das doenças mais prevalentes e uma grande preocupação para a saúde pública, apresenta alterações na inflamação e na função das células imunitárias. Objetivo: Compreender se a dieta ocidental e obesidade influenciam negativamente o estado imunitário. Métodos: Realizou-se uma pesquisa bibliográfica na base de dados Pubmed usando os termos Mesh “obesity”, “immune system”, os filtros idade superior 1 anos, humanos e inglês. Obteve-se um total de 70 artigos, destes selecionaram-se 19, dos quais obtiveram-se 12 artigos completos. Resultados: A obesidade é um estado de desnutrição por excesso, relaciona-se com disfunção imunitária, nomeadamente elevação dos leucócitos, neutrófilos, linfócitos e monócitos, e redução da proliferação de células T e B. Várias explicações têm sido propostas: (1) produção aumentada de leptina (pró-inflamatório), redução da adiponectina (anti-inflamatório) parecem afetar a ativação de células imunitárias; (2) indução da inflamação pelos ácidos gordos não-essenciais; (3) o stress celular e (4) hipóxia do tecido adiposo hipertrofiado estimula a expressão de genes inflamatórios e ativa células imunitárias. Discussão/Conclusões: O excesso de adiposidade afeta negativamente a função imunitária, consequentemente a resistência à insulina e diabetes, aterosclerose, hipertensão, deficiente cicatrização, aumento do risco de infeção, doenças autoimunes e algumas neoplasias (mama, útero, colón, esófago e rins). O tecido adiposo visceral e obesidade central têm maior impacto no processo inflamatório. São necessários mais estudos para compreender os aspetos da imunidade afetados e que fatores reduzem a imunocompetência Palavras-Chave: obesidade, doença, inflamação, imunidade Menção Honrosa Cirurgia C8 Cirurgia bariátrica em doentes com infeção VIH: controlo metabólico e marcadores de infeção pósprocedimento Daniela Magalhães, Joana Oliveira, Rita Bettencourt-Silva, Eva Lau, Ana Cristina Santos, Ana Varela, Joana Queirós, Flora Correia, Davide Carvalho, Paula Freitas Centro Hospitalar de São João Faculdade de Medicina da Universidade do Porto [email protected] INTRODUÇÃO|Obesidade e infeção VIH associam-se a um estado inflamatório crónico, favorecendo o desenvolvimento de doença cardiovascular. A evolução da terapêutica antirretrovírica (TARV) diminuiu a mortalidade associada ao VIH, aumentou a esperança média de vida, mas predispôs a alterações cardiometabólicas, nomeadamente à obesidade. A realização de cirurgia bariátrica nesta população tem sido, contudo, escassamente estudada. MÉTODOS|Estudo retrospetivo dos doentes com infeção VIH submetidos a cirurgia bariátrica entre Janeiro/2010-Junho/2014 no Centro Hospitalar de São João, com avaliação do controlo metabólico e infeção aos 12 meses pós-cirurgia. RESULTADOS|Incluídos 5 doentes, 4 mulheres e 1 homem, com idade mediana de 41,0 anos (AIQ 16,50), peso e IMC medianos de 107,0 kg (AIQ 28,10) e 39,33 kg/m2 (AIQ 11,17), respetivamente. A duração mediana do diagnóstico VIH e início da TARV aquando a cirurgia era de 3 (AIQ 5,00) e de 1,5 (AIQ 4,00) anos, respetivamente. Um colocou banda gástrica, 3 efetuaram bypass gástrico, e 1 realizou gastrectomia vertical. A carga viral pré-cirurgia era indetetável (n=3) e permaneceu inalterada aos 12 meses pós-operatório (n=2). Verificou-se um aumento mediano na contagem de células CD4 de 577 cél/mm3 (n=3) para 770 cél/mm3 (n=2). Constatou-se melhoria global dos marcadores de risco cardiovascular. A variação mediana nos triglicerídeos, colesterol total, HDL e LDL foi de -49,0 mg/dL (AIQ 83), -3,0 mg/dL (AIQ 57,5), +4,0 mg/dL (AIQ 25,5), e -3,0 mg/dL (AIQ 51,0), respetivamente. A glicemia em jejum variou -21 mg/dL (AIQ 22,5). A diferença mediana nas tensões arteriais sistólica e diastólica foi de -22,50 (AIQ 35,75) e -10,0 (AIQ 32,5), respetivamente. Um doente suspendeu a terapêutica antidiabética oral. Um doente com SAOS suspendeu a ventilação não invasiva aos 9 meses pós-operatório. Não foram registadas complicações pós-cirúrgicas. CONCLUSÃO|Na nossa amostra de doentes a cirurgia bariátrica mostrou ser um procedimento eficaz e seguro, devendo considerar-se como opção terapêutica da obesidade nesta população. C9 Deficiência de vitamina D e obesidade: avaliação retrospectiva da perda ponderal de acordo com a classe de vitamina D Daniela Magalhães, Rita Bettencourt-Silva, Maria Manuel Costa, Ana Saavedra, Sérgio Neves, Pedro Souteiro, Sofia Oliveira, Joana Oliveira, Filipe Cunha, Eva Lau, Ana Cristina Santos, Paula Freitas, Ana Varela, Joana Queirós, Flora Correia, Davide Carvalho, Grupo AMTCO Centro Hospitalar de São João Faculdade de Medicina da Universidade do Porto [email protected] INTRODUÇÃO Parece existir uma relação causal entre a deficiência de vitamina D (vitD) e a obesidade mas a natureza dessa relação permanece por esclarecer. OBJETIVOS Avaliar se a perda ponderal aos 12 meses pós-cirurgia bariátrica difere entre classes de vitD. MÉTODOS Estudo retrospetivo de 1184 doentes submetidos a cirurgia bariátrica entre Janeiro/2010 e Junho/2014 no Centro Hospitalar de São João. Incluídos no estudo aqueles com doseamento basal e aos 12 meses pós-cirurgia de vitD. Estes foram divididos em três classes de acordo com o nível pré-cirúrgico de vitD: (1) normal se vit ≥30ng mL; ( ) insuficiente se vitD 20-29ng/mL; e (3) deficiente se vitD<20ng/mL. RESULTADOS Avaliados 474 indivíduos, 14,8% homens e 85,2% mulheres. 5,3% apresentavam valores basais normais de vitD, 18,8% insuficiência e 75,9% deficiência desta vitamina. Os três grupos eram semelhantes, sem diferenças estatisticamente significativas no que diz respeito ao sexo (p=0,635) e idade (p=0,963), ao peso (p=0,912), perímetro da cintura (p=0,240), perímetro de anca (p=0,256) e índice de massa corporal (p=0,341). Os doentes foram propostos a um de três tipos de cirurgias bariátrica - gastroplastia com banda ajustável (GBA), bypass gástrico (BG) ou gastrectomia vertical (GV) -, com distribuição semelhante entre as três classes de vitD (p=0,169). A perda ponderal aos 12 meses pós-operatórios foi estatisticamente significativo nos três grupos, com uma variação média entre o peso inicial e o peso aos 12 meses de 112,88±18,105kg para 79,15±11,179 no grupo com vitD normal, de 117,30±21,957kg para 79,71±15,064kg no grupo com insuficiência de vitD, e de 116,36±17,899kg para 80,81±15,165kg no grupo com deficiência de vitD (p<0,001). Dentro de cada tipo de cirurgia, a perda ponderal foi significativa e independente da classe inicial de vitD. CONCLUSÃO Verificou-se uma perda ponderal significativa com os três tipos de cirurgia aos 12 meses de seguimento independentemente do status basal de vitD. Palavras-Chave: Obesidade, vitamina D, cirurgia bariátrica P10 Evolução da esteatose hepática e inflamação subclínica após cirurgia bariátrica Catarina Roque Barreiros, Ricardo Capitão, Rute Ferreira, Catarina Moniz, Filipa Serra, João Sequeira Duarte, Manuela Oliveira, José Cardoso, Carlos Vasconcelos Hospital de Egas Moniz - Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental E.P.E. [email protected] INTRODUÇÃO: A inflamação subclínica crónica e a insulinorresistência correlacionam-se com obesidade, em graus variáveis. A esteatose hepática (EH), frequente na obesidade, associa-se a insulinorresistência. OBJETIVO: Avaliar numa amostra de doentes obesos, a correlação entre estado inflamatório crónico e EH, e a sua evolução após cirurgia bariátrica. MÉTODOS: Estudo retrospetivo longitudinal, baseado nos registos laboratoriais, clínicos e antropométricos referentes a 755 seguidos em consulta multidisciplinar de TCO (tratamento cirúrgico da obesidade). Foi utilizado o rácio neutrófilos/linfócitos (RNL) para aferir inflamação subclínica crónica e o índice logarítmico proposto por Bedogni et al (IEH) para a EH. Foram incluídos aqueles com mais de 2 anos de seguimento (n=619) com registo de EH (19.5%) e excluídos aqueles com DHC e/ou etanolismo conhecido. Foi calculada para cada doente a média anual de cada uma das variáveis. Utilizaram-se métodos estatísticos descritivos e correlações de Pearson para as variáveis contínuas, sendo os resultados apresentados em mediana e erro padrão. RESULTADOS: Tempo médio de seguimento da amostra 7.6 anos. 81% dos doentes do género feminino. Idade mediana 45.8±1 anos, IMC inicial 46.4±0.6Kg/m2. Todos sofriam de complicações associadas à obesidade: 85.9% HTA, 100% dislipidemia, 100% DM, 23.9% hiperuricemia. Verificou-se uma correlação estatisticamente significativa entre o RNL e o IEH no período pós-operatório. A partir do segundo ano de seguimento assistiu-se a uma menor redução do IEH, não acompanhando a mantida redução ponderal, no grupo submetido a banda gástrica. CONCLUSÕES: Após TCO assistimos a redução dos níveis de inflamação crónica e de EH, representados pelos índices utilizados nesta análise. Existe uma correlação forte sobretudo nos primeiros 2 anos de seguimento entre a magnitude da redução destas variáveis. Tal variação associa-se ao procedimento cirúrgico utilizado e correlaciona-se com as diferentes evoluções no perfil metabólico e risco cardiovascular observadas na prática clínica. Palavras-Chave: Esteatose Inflamação-subclínica C11 Dinâmicas conjugal e parental em uma família com criança obesa Alexina Ribeiro, Vladimir Albuquerque Melo, Heron Flores Universidade Católica de Brasília [email protected] Dinâmicas conjugal e parental em uma família com criança obesa A obesidade tornou-se uma pandemia, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), e já atinge 17,5% dos brasileiros, de acordo com o sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. As mudanças na dieta, especialmente a adição de açúcar aos alimentos processados, além das transformações familiares e sociais levaram a uma profunda alteração nos hábitos alimentares ao longo do tempo. Entre os fatores que contribuem para o surgimento e a manutenção da obesidade, a família ocupa um lugar de destaque e está presente em grande parte dos estudos recentes, principalmente quando os pacientes são crianças e adolescentes. Ainda são poucos os estudos que compreendem e sugerem metodologias sistêmicas para o atendimento de famílias com obesidade. O presente trabalho teve como objetivo conhecer as dinâmicas conjugal e parental em famílias com crianças obesas. O estudo está inserido em um projeto de pesquisa que objetiva a construção de uma metodologia de atendimento psicossocial famílias de crianças e adolescentes obesos na Universidade Católica de Brasília-Brasil. Foi realizado um estudo de caso com uma família formada pela genitora, um filho de 12 anos, obeso, e a avó materna. Os dados foram levantados por meio de uma entrevista do ciclo de vida familiar, feita por um Psicólogo e dois alunos de iniciação científica, gravada e transcrita. Os dados da entrevista foram submetidos a uma análise de conteúdo e discutidos à luz da teoria sistêmica da família. Foram identificadas as seguintes características da dinâmica conjugal e familiar: avós maternos assumindo os cuidados da criança; incoerência entre as regras presentes na residência da mãe e dos avós; infantilização e desqualificação da criança por parte da mãe e avó; fronteiras internas do sistema difusas deixando pouco espaço para a individualidade dos membros da família; fronteiras externas rígidas, restringindo a vida social da família. Palavras-Chave: obesidade infantil; terapia familiar; dinâmica familiar; dinâmica conjugal; teoria sistêmica C12 Association between eating behavior and perception of body image in Sport University Students of Porto Carina Lourenço, Diana Oliveira, Rosario López, Sandra Abreu Escola Superior de Saúde de Leiria Universidad Internacional de La Rioja, España Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer (FADEUP); Faculdade de Psicologia, Educação e Desporto (ULP) [email protected] Introduction: Body image is built according to different aspects such as the concern and satisfaction with physical appearance, body weight and muscle structure. The objective was to determine the eating behavior and the perception of body image in students of degrees in Sport Science and Physical Education and Sport, in Porto. Methods: Cross-sectional study was done among 90 university students, aged 18-24 years. Perception of body image was evaluated by the silhouette scale purposed by Stunkard et al. (1983) and adapted by Marsh e Roche (1996) and eating disorder by the Eating Disorder Inventory 2 (EDI-2). Data was analyzed separately for girls and boys, and linear regression analysis was used to estimate the association between eating behavior and perception of body image adjusting for age and body mass index. Results: Linear regression, associating the EDI-2 subscales with silhouettes, show that there are a positive association between the tendency to lose weight and silhouette in girls (β=1. 5, CI 5%: 0.155.415, p=0.0 7) and boys (β=0.4 1, CI 5%: 0.0 -0.879, p=0.019); a positive association between interceptive awareness and silhouettes (β=0.37 , CI 5%: 0.045-0.713, p=0.027) and between asceticism and silhouettes (β=0.340, CI 5%: 0.0 -0.879, p=0.049), only in males. Conclusions: Based on these results, it was concluded that there are significant associations between the perception of body image in university students and some subscales of EDI-2, raising the propensity to develop representative attitudes of eating disorders. Palavras-Chave: Eating Behavior Body Image University Students P13 A systematic review and meta-analysis of alexithymia in obesity Joana Fernandes, Fernando Santos, Sandra Torres Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] Introduction: Alexithymia comprises difficulties in identifying (DIF) and describing feelings (DDF) accompanied by an external oriented thinking style (EOT). The role alexithymia plays in the onset and maintenance of obesity is not yet clear. Although several studies showed higher levels of alexithymia in individuals with obesity others point out that only a subgroup of these individuals and binge eating disorder (BED) display higher prevalence rates. However, this last finding does not seem to be consistent, as a recent study reported no differences between participants with obesity, with or without BED. To integrate previous findings and clarify these relationships, a systematic review and meta-analysis was performed. Method: A systematic search was performed for studies on alexithymia in obesity. This review proceeded separately for the two dyads in comparison: a) participants with a diagnosis of obesity and a control group (OB vs. CTRL); and b) participants with obesity with BED and without BED (OB-BED vs. OBN/BED). Results: Twenty-seven studies were included in the review. Thirteen of these were included in the meta-analysis. Results showed that OB had higher total alexithymia scores (TAS; d = 0.53), DIF (d = 0.34), and EOT (d = 0.31). Increased scores on TAS and DIF were associated with the presence of BED, contrary to EOT. The reviewed studies showed that alexithymia is present before and after surgery or other treatments for losing weight. Moderator effects were only found for gender. Conclusions: OB both with and without BED presented an increased tendency to distract attention from internal thoughts and feelings to external environment, suggesting that this feature can be a way to deal with the adversities of the disease. However, the modest effect sizes reported suggest caution in the generalization of these findings and the need to further explore the role of BED and comorbid psychopathology in alexithymia. Palavras-Chave: alexithymia obesity binge-eating meta-analysis systematic-review C14 A vivência da parentalidade com uma criança com obesidade Emília Bengala Duarte, Abel Paiva e Silva, Isabel do Carmo Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias, Instituto Politécnico de Castelo Branco Escola Superior de Enfermagem do Porto Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa [email protected] Introdução: Viver a experiência da parentalidade na idade pré-escolar da criança com obesidade é viver um tempo de transição desenvolvimental e de saúde-doença. É um processo de tornar-se pais em que é necessário assumir os papéis parentais e considerar a necessidade de compreender e controlar a obesidade da criança, através da mudança comportamental e a (re)definição desses papéis, no sentido de uma transição saudável Pretendeu-se, neste estudo, compreender a vivência do processo de transição parental pelos pais das crianças em idade pré-escolar com obesidade. Métodos: Abordagem qualitativa com estudos de caso. Foram participantes famílias de crianças em idade pré-escolar com obesidade. Realizaram-se entrevistas semi-estruturadas. A organização e análise dos dados foi feita através da análise temática de conteúdo na perspectiva de Bardin subsidiada pelos pressupostos teóricos de Meleis et al (2000). Resultados: A percepção inadequada dos pais do estado nutricional e a não-aceitação da obesidade na criança, podem constituir-se condicionantes ao processo de mudança. A consciencialização sobre o problema obesidade (percepção em relação ao ser obeso, ao problema de saúde e ao reconhecimento dos determinantes) e a atitude adoptada pelos pais condicionam a vivência da parentalidade, o assumir a responsabilidade parental, percebendo-se como modelos comportamentais, e ainda na percepção da necessidade de mudar estilos de vida, na disponibilidade para mudar e nos factores facilitadores/inibidores da mudança, num processo de transição saudável. Conclusão: A compreensão da experiência vivida pelos pais das crianças em idade pré-escolar com obesidade pode (re)construir o conhecimento para ajudar as famílias a vivenciarem processos de transição saudáveis e a construir ambientes favorecedores do crescimento e desenvolvimento saudável da criança. Palavras-Chave: transição criança parentalidade pré-escolar obesidade P15 Prevalência de obesidade e competência motora de crianças e idosos que partilham a mesma instituição Maria Isabel Martins Mourão Carvalhal, Catarina Vasques Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro, CIDESD Instituo Politécnico de Bragança-Escola Superior de Educação, CIDESD [email protected] Introdução: A maioria das instituições que acolhem idosos apresentam um ambiente empobrecido, proporcionando um estilo de vida sedentário. Este não é um problema exclusivo dos idosos, na infância, as crianças apresentam um estilo de vida sedentário, uma elevada prevalência de obesidade, e uma baixa competência motora. Neste contexto, foi desenvolvido um projeto, denominado “Projeto Intergeracional Avós e Netos: Contributo da Atividade ísica na Melhoria da Qualidade de Vida”. Nesta comunicação, os autores têm como objetivo apresentar a baseline relativa à prevalência de obesidade e à competência motora dos idosos e crianças que coabitam na mesma instituição. Método: A amostra integrou 83 sujeitos, 42 idosos (80,71±5,95anos); e 41 crianças (43,15±15,21meses). Foi recolhido o peso, a estatura, % de massa gorda e o perímetro da cintura. Para avaliar a prevalência de obesidade das crianças foi calculado o IMC e determinado o excesso de peso e a obesidade de acordo com os valores de corte de Cole et. al. (2000). Para os idosos foram utilizados os valores de corte da OMS. O equilíbrio estático dos idosos foi avaliado através do teste de Bohannon. Às crianças foram aplicadas: Peabody Developmental Motor Scales-2. Resultados: A maioria dos idosos evidenciou: uma elevada prevalência de sobrepeso (50,7%) e obesidade (45,9%), elevada % massa gorda (38,22%±6,85), perímetro da cintura (106,8±10,2cm) e alterações no equilíbrio (≤ 0 segundos). A prevalência de sobrepeso e obesidade das crianças foi de 21,9%; perímetro da cintura (55,84±4,39cm), % massa gorda (23,84±3,47) e somente 41,5% obtiveram uma proficiência motora ótima, na componente da locomoção. Conclusões: As crianças e os idosos que partilham a mesma instituição apresentam problemas comuns com repercussões na saúde, pelo que deverão ser desenvolvidas estratégias que promovam hábitos de vida saudáveis desde a infância e se prolonguem pela vida, promovendo a interação criança-idoso. Palavras-Chave: Projeto Intergeracional; Avós; Netos; Competência Motora; Obesidade. P16 Obesidade infantil em contextos desfavorecidos Efeito de um Programa Multidisciplinar Maria Isabel Martins Mourão Carvalhal, Sandra Fonseca Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro, CIDESD [email protected] Introdução: Com base nas parcerias estabelecidas entre a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (instituição promotora), a Câmara Municipal de Vila Real e a Fundação Vodafone Portugal, foi implementado um Gabinete de Promoção de Desenvolvimento Infantil, de combate à obesidade, para crianças dos centros escolares de bairros carenciados da cidade de Vila Real. Este estudo tem como objetivo apresentar os resultados de um programa de aconselhamento alimentar e de atividade física desenhado para crianças com excesso de peso, e obesas. Métodos: Ao longo de 6 meses foram acompanhadas 50 crianças obesas, e/ou com excesso de peso (32 raparigas e 22 rapazes, com 8,41 ± 1,12 anos). Foi implementado um programa de intervenção que constou de atividades de aconselhamento alimentar no 1ºe 2ºtrimestres, e da prática de atividade física, no 2º trimestre. As sessões tiveram uma frequência de duas vezes/semana, e uma duração de 50 minutos cada. Foi recolhido o peso e a estatura, calculado o IMC e utilizados os valores de corte de Cole et al. (2000) para estimar a prevalência de obesidade. A percentagem de massa gorda foi calculada através de uma balança Tanita BC-418MA. As avaliações foram realizadas em três momentos (Outubro, Fevereiro e Junho). Resultados: Os testes comparativos revelaram diferenças significativas entre o 1º e o 3º momento relativamente à prevalência de obesidade (44,4%-35,2%) e ao excesso de peso (55,6%-51,9%). A percentagem de massa gorda diminui somente da segunda para a terceira avaliação (29,53%-28,37%). Estes resultados evidenciam que o programa de intervenção foi eficaz na redução da percentagem de massa gorda (p=0,06) e da prevalência de obesidade (p=0,001). Conclusões: Para combater a obesidade infantil não é suficiente a redução da ingestão calórica, esta deve ser complementada com a prática de atividade física e de um estilo de vida ativa que implique o aumento do gasto energético. Palavras-Chave: Obesidade, Aconselhamento alimentar, Atividade Física, Criança P17 Relationship between physical activity and eating disorders in students of sport sciences Diana Oliveira, Carina Lourenço, Rosario López, Sandra Abreu Escola Superior de Saúde de Leiria Universidad Internacional de La Rioja, España Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer (FADEUP); Faculdade de Psicologia, Educação e Desporto (ULP) [email protected] Introduction: The social pressure to keep a lean body is a principal reason for the young people develop eating disorders. Some studies indicate that students of science sport have more risk to develop eating disorders. Objective: Evaluate the relationship between physical activity and eating disorders in students of Sport Sciences. Material and Methods: Data was collected from 90 students of the Sport Sciences in three Oporto Universities aged 20 years (male=56), in 2015. A socio-demographic questionnaire, Scale of Corporal Image, International Physical Activity Questionnaire (to evaluate the physical activity) and Eating Disorders Inventory 2 (EDI-2) (to evaluate eating disorders) were applied. It was collected anthropometrics data (height and weight) and Body Mass Index (BMI) was calculated. Data was analyzed separately for girls and boys, and linear regression analysis was used to estimate the association between eating behavior and physical activity adjusting for age and BMI. Results: The mean score of the EDI-2 was 43.69. It was in females who achieved the higher values (44.97) compared with boys (43.69). Linear regression was performed, were detected positive associations between sitting time and asceticism (β=0.002; ρ=0.043), impulse regulation (β=0.004; ρ=0.007), interpersonal distrust (β=0.003; ρ=0.021), interoceptive conscience (β=0.003; ρ=0.015) and bulimia (β=0.003; ρ=0.011). In females, were detected negative associations between sitting time and asceticism (β=-0.005; ρ=0.01), social scares (β=-0.005; ρ=0.045), interoceptive conscience (β=-0.006; ρ=0.019) and between interoceptive conscience and active lifestyle (β=-0.002; ρ=0.042). Conclusion: This study showed that how much more sedentary men are, more insecurity feel towards others, more deny their physiological desires in order to improve body image; more regulate their eating impulses and more they feel difficulty in controlling hunger/satiety sensations and more bulimic behaviours have, compared with females. Palavras-Chave: Physical Activity; Eating Disorders; Sport Sciences; Students P18 Influência da composição corporal na atividade física de mulheres pós-menopáusicas Helena Moreira, Catarina Abrantes, Ana Oliveira, Ronaldo Gabriel, Aurélio Faria Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD) Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Centro de Investigação e de Tecnologias Agro-Ambientais e Biológicas (CITAB) Universidade da Beira Interior, Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD) [email protected] INTRODUÇÃO: A análise da relação da composição corporal com a atividade física (AF) de mulheres pósmenopáusicas fornece pistas importantes para o desenvolvimento de programas de exercício orientados para as suas necessidades. O objetivo do estudo foi examinar a associação de várias componentes da massa corporal com os níveis de AF nesta população, observando a influência das características da menopausa. MÉTODOS: O estudo incluiu 25 mulheres (62,21±4,89 anos) com menopausa natural. A composição corporal foi avaliada com a bioimpedância InBody 720 e com o sonómetro Sahara. O índice de massa muscular esquelética foi estimada e os níveis de AF foram avaliados com o acelerómetro GT1M, da ActiGraph. As associações entre as variáveis foram testadas através do coeficiente de correlação Ró de Spearman e foram desenvolvidos modelos de regressão stepwise. RESULTADOS: A amostra revelou a presença de elevados níveis de massa gorda (MG, 37,96±5,99%) e de área de gordura visceral (AGV, 133,03± 25,08 cm2). Os valores médios de massa muscular esquelética e da densidade mineral óssea do calcâneo (DMOC) foram, respetivamente, 21,91 kg and 0,59 g/cm2. A AF total variou entre 589,25 e 2755,75 minutos/semana. Não foram identificadas associações significativas da idade, do tempo de menopausa, da AGV e da DMOC com os níveis de AF. Independentemente da terapia hormonal e da MG, as mulheres com melhor condição muscular evidenciaram (p≤ 0,05) níveis mais elevados de A ( = 0,4 1) e menor tempo em atividade sedentária. A %MG revelou-se um preditor independente (p≤ 0,05) da A moderada-vigorosa (B= -0,524; R2×100=24,3%) e do número de passos realizados por dia (B=-0,464). CONCLUSÕES: Os resultados sugerem que o excesso de MG na pós-menopausa restringe a atividade física das mulheres, comprometendo a execução dos níveis mínimos de intensidade moderada-vigorosa requeridos para a saúde. A melhoria da condição muscular revela-se importante na redução do tempo de atividade sedentária. Palavras-Chave: Massa gorda massa muscular atividade física menopausa P19 Benefícios do exercício verde em mulheres pós-menopáusicas Helena Moreira, Ronaldo Gabriel, Artur Sá, Ana Alencoão, Edna Cabecinha, Aurélio Faria, Elizabeth Silva Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD) Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Centro de Investigação e de Tecnologias Agro-Ambientais e Biológicas (CITAB) Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Centro de Geociências da Universidade de Coimbra Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Centro de Geofísica da Universidade de Coimbra Comissão Nacional da UNESCO, Ministério dos Negócios Estrangeiros [email protected] INTRODUÇÃO: A obesidade constitui um dos mais importantes fatores de risco de doenças na pósmenopausa, como a hipertensão, a diabetes, o tromboembolismo venoso e a osteoporose. Está também associada a alguns tipos de cancro e à maior expressão da sintomatologia do climatério. Afetando um número crescente de mulheres nesta fase do climatério, a promoção do exercício e da saúde revela-se essencial na prevenção das doenças não comunicáveis. MÉTODOS: Revisão bibliográfica RESULTADOS: A prática de atividade física (AF) com exposição à natureza melhora o humor e o bem-estar, sobretudo nos primeiros minutos e na presença de ambientes aquáticos, contribuindo também para o incremento da vitalidade. Os níveis de biodiversidade dos espaços naturais influenciam os benefícios psicológicos decorrentes da prática de AF, aumentando os mesmos com o tempo de exposição e com a prática de níveis de intensidade vigorosa. A relação com a natureza promove também a cooperação e a sociabilidade, resultando num menor risco de doença cardiovascular e de depressão. Os aromas de óleos essenciais derivados da madeira e das plantas e a redução da produção de catecolaminas e de cortisol melhoram a função imunitária. A prática de AF no ambiente natural minimiza a perceção do esforço, permitindo o desenvolvimento de níveis de intensidade, duração e frequência mais adequados ao controlo dos níveis de adiposidade em excesso. A exposição à luminosidade solar reduz a manifestação de alguns tipos de cancro e de outras condições crónicas como a diabetes do tipo 2 e a osteoporose, melhorando a resistência dos tecidos à insulina, promovendo a absorção intestinal do cálcio e o aumento da síntese proteica. CONCLUSÕES: O ambiente natural parece fornecer um maior incentivo para a prática regular de AF na pós-menopausa, ampliando os benefícios da mesma na saúde cardiometabólica, na sintomatologia do climatério e no risco de desenvolvimento de alguns carcinomas. Palavras-Chave: Envolvimento natural atividade física menopausa P20 Deficiência em Zinco nos doentes submetidos a Bypass Gástrico e Gastrobandoplastia Cláudia Botelho, Carla Silva, Maria Helena Cardoso, Fernando Pichel Centro Hospitalar do Porto [email protected] Introdução. A prevalência da obesidade tem vindo a aumentar sendo considerada a epidemia do século XXI. A acompanhar este aumento exponencial da obesidade, verifica-se um crescimento do número de cirurgias bariátricas realizadas em todo mundo. Dado tratar-se de um procedimento invasivo pode acarretar diversas complicações, nomeadamente ao nível da digestão e absorção dos nutrientes. Objectivo. Determinar com que frequência ocorre deficiência de zinco nos doentes submetidos a cirurgia bariátrica. Material e Métodos. Foram analisados, aleatoriamente, os processos clínicos eletrónicos de 100 doentes, observados na consulta de endocrinologia durante, pelo menos, 3 anos. Desses doentes 50 foram submetidos a Bypass Gástrico e 50 a Gastrobandoplastia, entre 2005 e 2012.Tendo por base as normas de orientação clínica, os doentes fizeram suplementação em zinco de acordo com os resultados analíticos. Contudo, não foram analisadas doses nem tempos de suplementação devido à dificuldade de confirmação da adesão à terapêutica. Resultados Dos 100 doentes analisados verificou-se que, no período pré-operatório, apenas 48 tinham análises referentes ao zinco. Desses 16% apresentava deficiência neste mineral, enquanto os restantes tinham o valor dentro do intervalo normal. Na tabela seguinte, encontram-se os resultados referentes aos doentes abaixo do limite inferior do normal/doentes com deficiência de zinco BYPASS GÁSTRICO Pré-cirurgia Após 1 ano Após 2 anos Após 3 anos n % n % n % n % 9 15,52 26 52 24 48 22 44 GASTROBANDOPLASTIA Pré-cirurgia Após 1 ano Após 2 anos Após 3 anos n % n % n % n % 7 14 23 46 21 42 17 34 Conclusão De acordo com os dados analisados observa-se que antes da cirurgia já há deficiência em zinco em cerca de um terço dos doentes, sendo que, essa deficiência se agravou com ambas as cirurgias. No fim do primeiro ano, a prevalência atingiu o seu pico, verificando-se uma prevalência máxima próxima dos 50%, ocorrendo uma redução nos anos seguintes. Palavras-Chave: Bypass Gástrico Cirurgia bariátrica Deficiência em zinco Gastrobandoplastia Obesidade P21 Síndrome Metabólica em Doentes Obesos Submetidos a Cirurgia Bariátrica - Evolução durante 2 anos Sofia Castro Oliveira, João Sérgio Neves, Pedro Souteiro, Daniela Magalhães, Rita Bettencourt-Silva, Maria Manuel Costa, Ana Cristina Santos, Paula Freitas, Ana Varela, Joana Queirós, Flora Correia, Davide Carvalho, Grupo de Avaliação Multidisciplinar de Tratamento Cirúrgico de Obesidade Mórbida (AMTCO) [email protected] Introdução: A Obesidade cons tui um factor de risco para diversas comorbilidades, nomeadamente síndrome metabólica ( M), doença cardiovascular e diabetes mellitus po . A cirurgia bariátrica (C ) é a estratégia terapêu ca mais e caz em promover perda de peso signi ca va e sustentada, reduzindo as comorbilidades associadas. Objectivo: Avaliar o impacto da CB na remissão da SM, e comparar as 3 técnicas cirúrgicas: banda gástrica (BG), bypass gástrico em Y-de-Roux (BYR), sleeve gástrico (SG). Métodos: Estudo longitudinal retrospectivo de doentes submetidos a CB no Centro Hospitalar São João entre Janeiro/2010 e Julho/2014. Foram excluídos os que não apresentavam registo dos critérios de SM ou da terapêutica. Foram usados os critérios de SM recomendados pela Federação Internacional de Diabetes 2009. Resultados: Foram incluídos 723 doentes, 629 mulheres (87,0%) e 94 homens (13,0%). A frequência pré-operatória de SM foi de 67,8%. Destes, 26,7% apresentavam os cinco critérios. Dos doentes com SM efectuaram: 27,1% BG; 56,1% BYR e 16,7% SG. Aos 12 meses de pós-operatório apenas 32,2% dos doentes apresentavam SM, 22,8% com os cinco critérios, observando-se uma remissão estatisticamente significativa de 55,8% (p<0,001). Verificou-se uma maior regressão nos doentes submetidos a SG (63,6%) e BYR (63,5%), comparativamente a BG (38,1%) (p<0,001). Aos 24 meses de pósoperatório a SM estava presente em 29,2% dos doentes, aumentando assim a remissão relativamente ao período pré-operatório para 60,5% (p<0,001). Ao longo dos 24 meses o parâmetro que mais regrediu (6,6%) foi a glicose em jejum, seguida do perímetro da cintura (6,1%). Dos doentes que mantiveram SM, 42,9% tinham colocado BG, 34,7% tinham sido submetidos a BYR e 22,4% a SG (p<0,001). Conclusões: A CB resulta numa reversão significativa e sustentada da SM nos doentes obesos, ao longo dos 24 meses. Observa-se uma diferença estatisticamente significativa entre os 3 procedimentos, com menor eficácia da BG relativamente ao BYR e SG. Palavras-Chave: síndrome metabólica; obesidade; cirurgia bariátrica P22 Hipomagnesemia e Síndrome Metabólica em Doentes Obesos Submetidos a Cirurgia Bariátrica Sofia Castro Oliveira, Joao Sérgio Neves, Pedro Souteiro, Daniela Magalhães, Rita Bettencourt-Silva, Maria Manuel Costa, Ana Cristina Santos, Paula Freitas, Ana Varela, Joana Queirós, Flora Correia, Davide Carvalho, Grupo de Avaliação Multidisciplinar de Tratamento Cirúrgico de Obesidade Mórbida (AMTCO) [email protected] Introdução: O magnésio é um co-factor enzimá co com importante papel nas funções celulares, inclusive na síntese de proteínas e NA, metabolismo da glicose e lípidos, na excitabilidade neuromuscular, termogénese e manutenção do sistema imune e hormonal. Várias evidências mostram relação entre hipomagnesemia e resistência insulina, particularmente em doentes obesos. No entanto, a sua associação com a síndrome metabólica (SM) tem sido controversa. Objectivo: Avaliar a associação entre hipomagnesemia e M em doentes obesos e a sua evolução ao longo de anos após cirurgia bariátrica (C ). Métodos: Estudo longitudinal retrospectivo de doentes submetidos a CB no Centro Hospitalar São João entre Janeiro/2010 e Julho/2014. Foram excluídos os que não apresentavam registo dos critérios de SM ou da terapêutica. Foram usados os critérios de SM recomendados pela Federação Internacional de Diabetes 2009. Definiu-se hipomagnesemia considerando valores séricos de magnésio < 1,55 mEq/L. Resultados: Foram incluídos 723 doentes, 629 mulheres (87,0%) e 94 homens (13,0%). Destes, 490 (67,8%) apresentavam SM, com uma frequência de hipomagnesemia de 28,5% comparativamente a 21,2% nos doentes sem SM (p=0,06). Aos 12 meses de pós-operatório foi observada uma diferença estatisticamente significativa entre a frequência de hipomagnesemia nos doentes com SM (41,1%) e sem SM (18,9%) (p<0,01). Aos 24 meses de pós-operatório 31,3% dos doentes com SM apresentavam hipomagnesemia, contrastando com apenas 22,1% dos doentes sem SM (p=0,305). Conclusões: Cerca de 30% da população de obesos analisada apresentava hipomagnesemia. Foi observada uma frequência superior de hipomagnesemia nos doentes com SM, estatisticamente significativa aos 12 meses após a cirurgia. Dada a deficiência de magnésio ser um forte preditor do desenvolvimento de insulinoresistência, são necessários mais estudos para avaliar o seu impacto no impedimento da regressão da SM após CB. Palavras-Chave: hipomagnesemia; síndrome metabólica; obesidade; cirurgia bariátrica; insulinoresistência P23 Pode a Clínica das Perturbações de Comportamento Alimentar informar o tratamento da Obesidade? Eva Conceição, Dulce Bouça, Paulo Machado, Ana Vaz Universidade do Minho Hospital CUF Descobertas Universidade do Minho - Escola de Psicologia [email protected] A presente apresentação tem como principal objetivo apresentar aspetos da investigação e tratamento das Perturbações Alimentares e em como estes têm importância e influência nos resultados terapêuticos do tratamento da Obesidade para a perda de peso. A investigação tem vindo a mostrar ao longo dos últimos anos a elevada prevalência de Perturbação de Comportamento Alimentar (PCA), mais especificamente, Perturbação de Ingestão Alimentar Compulsiva (30%) ou de comportamentos alimentares desajustados (ex. petisco contínuo, ingestão alimentar noturna) em pacientes obesos. Os pacientes obesos com PCA apresentam piores resultados para a perda de peso e a reemergência de perturbação alimentar e reganho de peso a médio prazo após o tratamento de perda de peso. A presente comunicação pretende informar os clínicos sobre a co-ocorrência de quadros de perturbação alimentar na obesidade e informar os técnicos envolvidos no tratamento para a perda de peso da necessidade de saber identificar a presença de Perturbação Alimentar Compulsiva e comportamentos alimentares desajustados, bem como fornecer ferramentas e estratégias de intervenção úteis para aqueles que permitam melhorar a eficácia do tratamento de perda de peso. Como objetivos Específicos pretende-se informar sobre as características clínicas das perturbações alimentares, especificamente da perturbação de ingestão alimentar compulsiva e a sua presença nos quadros clínicos de obesidade; sensibilizar para a necessidade de identificar a presença de PCA e comportamentos alimentares desajustados, aquando do tratamento para a perda de peso na obesidade, como forma de melhorar os resultados; Fornecer estratégias de intervenção empiricamente validadas e apresentar um modelo de intervenção que potencie a melhoria dos resultados de perda de peso na obesidade. Os dados da investigação serão discutidos à luz da sua aplicação na prática clínica. Palavras-Chave: Ingestão Compulsiva Tratamento Obesidade P24 Reflexo da dinâmica familiar e da experiência budista como referenciais no tratamento da obesidade Retirado P25 Obesidade na realidade interacional – Estudo sistêmico de um adolescente obeso Retirado P26 Evolução Ponderal de Doentes com Hipogonadismo de Uma Consulta de Obesidade Ana Gomes, Raquel Carvalho, Mário Mascarenhas Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Hospital de Santa Maria, CHLN, EPE [email protected] Introdução: O hipogonadismo aumenta o risco de obesidade visceral e a sua prevalência está aumentada na obesidade. A correcção do hipogonadismo poderá ser eficaz na perda de peso e redução do índice de massa corporal (IMC). Objectivo: Avaliar os resultados da evolução ponderal em seis doentes com hipogonadismo (etiologias diversas) de uma consulta de Obesidade. Material e Métodos: Estudo retrospectivo, não comparativo. Extracção de dados a partir dos processos clínicos digitais. Incluídos seis doentes do sexo masculino da consulta hospitalar de Obesidade de um médico, a quem foi solicitada avaliação do eixo hipófise-gónadas por suspeita clínica de hipogonadismo. Resultados: A mediana de idade na primeira consulta era de 39,5±19,1anos (mínimo 22anos, máximo 62anos), o IMC médio 46,8±12,6Kg/m2 (mínimo 35Kg/m2, máximo 70Kg/m2) e o peso médio 141,3±43,1Kg (mínimo 105Kg, máximo 221Kg). O valor médio de testosterona total basal era 109,9±52,5ng/dL (mínimo 22,3ng/dL, máximo 168ng/dL, VR:240-820ng/dL) e o de testosterona livre 1,8±1,4pg/mL (mínimo 0,28pg/mL, máximo 3,6pg/mL, n=4, VR:8,8-27pg/mL). Um doente apresentava obesidade associada a hipogonadismo hipogonadotrófico congénito, um a síndrome de Klinefelter e um a macroprolactinoma. Três doentes tinham obesidade sem etiologia estabelecida. Quatro realizaram terapêutica com enantato de testosterona (dose mediana 250±40mg/mês), um testosterona e cirurgia bariátrica e um cabergolina. Um ano após terapêutica, o valor médio de testosterona total era 277,3±73,4ng/dL (mínimo 209ng/dL, máximo 355ng/dL, n=3), o valor médio de testosterona livre 5,7±2,3pg/mL (mínimo 4,1pg/mL, máximo 7,3pg/mL, n=3), o IMC médio 33,2±1,4Kg/m2 (mínimo 32Kg/m2, máximo 35Kg/m2, n=3) e o peso médio 98,9Kg (mínimo 95Kg, máximo 105Kg, n=3). A perda média de peso foi 23,7Kg. Discussão: O estudo realizado sugere que o tratamento do hipogonadismo contribui para a perda de peso e diminuição do IMC nos doentes obesos. Este facto alvitra a avaliação do eixo hipófise-gónadas na obesidade, já que a detecção de um hipogonadismo pode eventualmente alterar a atitude terapêutica. Palavras-Chave: Hipogonadismo IMC Obesidade Peso Terapêutica P27 Prevalência de Síndrome Metabólico em doentes da Consulta de Obesidade Adriana Lages, Mara Ventura, Patrícia Oliveira, Dírcea Rodrigues, Diana Martins, Diana Oliveira, Francisco Carrilho Serviço de Endocrinologia Diabetes e Metabolismo – CHUC [email protected] Introdução: A obesidade associa-se a um risco aumentado de Síndrome Metabólica (SM). Contudo, parece haver um subgrupo de doentes que, apesar de fenotipicamente obesos, apresentam risco cardiometabólico inferior. Material/Métodos: Estudo retrospetivo, de coorte, com 300 doentes da Consulta de Obesidade do SEDM-HUC selecionados aleatoriamente no período entre Fevereiro e Agosto de 2015. Procedeu-se à análise do processo clínico com análise descritiva e estatística de parâmetros demográficos, bioimpedância, analíticos, ecográficos e comorbilidades conhecidas. Foi adotada a definição de SM de acordo com NCEP-ATP III. Resultados: Dos 300 doentes avaliados, 76,3% eram do sexo feminino e a idade média foi de 43,9 ±13,1 anos. O peso médio foi de 106,9±20,8 Kg, IMC médio de 40,6±6,4 Kg/m2, perímetro de cintura médio de 114,1±12,1cm e percentagem de massa gorda média foi de 44,4%±6,9. Segundo a classificação da OMS de obesidade, 2,4% dos indivíduos foram classificados na classe de excesso de peso, 15,9% na classe I, 27,9% na classe II e 53,8% na classe III. Relativamente às comorbilidades: 71,9% apresentavam hipertensão arterial; 59,7% dislipidémia; 52,1% esteatose hepática; 46,7% patologia osteoarticular; 43% patologia psiquiátrica; 26,3% diabetes mellitus; 21,9% esteatohepatite; 18,6% litíase vesicular e 11,5% SAOS. Dos parâmetros analisados, apenas se verificaram diferenças estatisticamente significativas no que diz respeito ao diagnóstico de esteatohepatite (p=0.041) entre as diferentes classes de obesidade. Dos doentes estudados, 30,7% apresentavam critérios de SM. Apesar de haver um maior número de doentes com SM na classe III (55,2%, n=48), as diferenças encontradas entre as várias classes não foram estatisticamente significativas (p=0,420). Conclusões: Podemos concluir que na amostra estudada mais de 50% dos doentes tinham obesidade classe III. Cerca de 30% dos doentes apresentavam diagnóstico de SM. A diferença de prevalência de SM entre as diferentes classes não teve significado estatístico. Apenas para o diagnóstico de esteatohepatite as diferenças encontradas foram estatisticamente significativas entre classes. Palavras-Chave: obesidade; síndrome metabólico; risco cardiometabólico P28 Obesidade no idoso: mais complicado do que se pensa Retirado P29 Diferenças na Utilização de Substratos Energéticos entre Sexos durante o Exercício Aeróbio Rui Vilarinho, Andreia Noites, Miriam Couto, Pedro Monteiro, Cristina Melo, Rubim Santos Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto [email protected] Introdução: A contribuição de substratos energéticos para a produção de energia, durante o exercício físico aeróbio, pode ser diferente entre os sexos, sendo que estas diferenças metabólicas podem estar associadas a diferentes fatores como hormonais e adrenérgicos. O objectivo deste foi avaliar as diferenças no consumo (ácidos gordos e glucose) e proporção do consumo (quociente respiratório) dos substratos energéticos no sexo masculino e feminino. Métodos: Vinte participantes (20,7±1,8 anos), onze mulheres e nove homens, foram avaliados através das medidas antropométricas e foram sujeitos a uma sessão de exercício aeróbio a 45-55% da frequência cardíaca de reserva. Para a obtenção dos valores dos ácidos gordos, glucose e quociente respiratório utilizou-se a calorimetria indireta. Resultados: Os participantes do sexo masculino apresentaram um maior consumo de ácidos gordos ao longo do exercício aeróbio (p<0,05). Também se verificou um maior consumo de glucose no sexo masculino em todo o protocolo de exercício (p<0,05). Não foram verificadas diferenças significativas no quociente respiratório entre os sexos, durante o protocolo de exercício físico. Conclusão: Os resultados deste estudo indicam que uma sessão de exercício aeróbio acarreta diferentes padrões de consumo, mas não de proporção, dos substratos energéticos entre os sexos, numa amostra de indivíduos jovens. Palavras-Chave: Exercício Aeróbio, Calorimetria Indireta, Substratos Energéticos, Quociente Respiratório, Sexos P30 Efeito agudo de uma sessão de exercício físico no perfil lipídico Andreia Noites, Miriam Couto, Rui Vilarinho, Cristina Melo, Pedro Monteiro, Paulo Carvalho, Anabela Moreira, Manuela Moreira, Rubim Santos ESTSP-IPP [email protected] Introdução: O exercício físico regular pode promover benefícios no perfil lipídico, reduzindo os fatores de risco para obesidade. Os efeitos imediatos do exercício físico no perfil lipídico são ainda alvo de estudo. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar o impacto de uma sessão de exercício físico no perfil lipídico imediato. Métodos: A amostra foi constituída por 41 indivíduos com médias de idades de 20 anos (±1,5), 15 do sexo masculino e 26 do sexo feminino. O protocolo de exercício aeróbio foi realizado em cicloergómetro a 45 a 55% da frequência cardíaca de reserva, durante 50 minutos. Foram avaliados através dos níveis de triglicerídeos, colesterol total, lipoproteína de baixa densidade (LDL) e lipoproteína de alta densidade (HDL), obtidos no plasma antes (M0) e imediatamente após a intervenção (M1). De forma a caracterizar a amostra foi avaliado o índice de massa corporal (IMC), os níveis de atividade física (questionário internacional de atividade física) e hábitos alimentares (questionário semi-quantitativo de frequência alimentar). Resultados: O índice de massa corporal foi em média 22,5 (±2,6) Kg/m2, com 88% dos participantes com IMC normal e 12% com excesso de peso. A maioria dos participantes, 66%, apresenta um nível moderado de atividade física, 17% nível baixo e 17% elevado. Relativamente aos hábitos alimentares verificou-se que os participantes tem um consumo em média de calorias de 2699,19 (±812,49) Kcal, de Hidratos de Carbono 324,22 (±101,26) g, de Proteínas 120,58 (±32,58) g, de gordura total 89,88 (±36,78) e de colesterol 364,63 (±108,06) mg. Observou-se um aumento significativo do colesterol total, dos triglicerídeos e colesterol LDL (p= 0,001; p=0,023 e p=0,005, respetivamente) de M0 para M1. Não se verifica diferenças significativas no colesterol HDL (p= 0,418). Conclusão: Uma sessão de exercício físico pode aumentar imediatamente os níveis de triglicerídeos, do colesterol total e das lipoproteínas LDL no plasma. Palavras-Chave: perfil lipídico; Exercício Físico; P31 Composição corporal e parâmetros espácio-temporais do caminhar em mulheres pós-menopáusicas Andreia Filipa Barbosa Gomes, Helena Moreira, Ronaldo Gabriel, Florbela Aragão, Patrícia Soares, Aurélio Faria Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, CIDESD, CITAB [email protected] A depleção estrogénica na menopausa aumenta os níveis de adiposidade e afeta de forma adversa a condição muscular e óssea da mulher, gerando distúrbios na locomoção e no equilíbrio. O presente estudo analisou a relação da composição corporal com os parâmetros espácio-temporais do caminhar em mulheres pós-menopáusicas. A amostra incluiu 31 mulheres (média 61,20 anos) fisicamente ativas, a sua maioria com menopausa natural e sem terapia hormonal (TH,58,1%). A composição corporal (MG, massa gorda; AAV, área de adiposidade visceral; massa muscular esquelética; MIGO, massa isenta de gordura e de osso; DMOc, densidade mineral óssea do calcâneo) foi avaliada com a bioimpedância InBody 720 e o sonómetro Sahara. Os parâmetros espácio-temporais do caminhar foram obtidos com o BTS G-Walk. Todas as mulheres revelaram uma condição muscular normal e 90,3% um baixo risco de osteoporose. Os elevados níveis de adiposidade total e central foram documentados, respetivamente, por 61,3% e 90,3% das mulheres. Os valores médios da variabilidade do comprimento da passada (VCP) e da variabilidade da taxa de incremento da aceleração (VTIA) foram 21,06 % e 14,44%, respetivamente, sendo a primeira influenciada pela MIGO do tronco (beta= 0,371, p<0,05), independentemente da terapia hormonal (R2 Ajustado, 10,8%). A DMOc (beta =-0,563) e a TH (beta= 0,387) explicaram em 41,9% a variação da VTIA, existindo uma associação inversa da DMOc com a variabilidade da duração da fase de apoio bipedal normalizada (VDFABN). A variabilidade da duração do ciclo do caminhar não revelou associação com a composição corporal. Os resultados sugerem que os níveis de adiposidade não influenciam os parâmetros espácio-temporais do caminhar de mulheres pós-menopáusicas fisicamente ativas e com uma condição muscular normal. Maiores níveis de MIGO do tronco estão associados a uma menor VCP. Uma melhor condição óssea ao nível do calcâneo está relacionada com menores valores de VDFABN e VTIA. Palavras-Chave: Adiposidade, músculo, densidade mineral óssea, caminhada, menopausa P32 Hipoglicemia pós-bypass gástrico – um alerta para a necessidade de diagnóstico Rita Bettencourt-Silva1,2, Joana Queirós1,3, Ana Saavedra1,2, Maria Manuel Costa1,2, César Esteves1,2, Ana Varela1,2,3, John Preto3,4, José Costa Maia4, Paula Freitas1,2,3, Davide Carvalho1,2,3,5, Grupo AMTCO3 1 Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar de São João, EPE, Porto 2 Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto 3 Consulta de Avaliação Multidisciplinar de Tratamento Cirúrgico de Obesidade do Centro Hospitalar de São João, EPE, Porto 4 Serviço de Cirurgia Geral do Centro Hospitalar de São João, EPE, 5 Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto, Porto Email: [email protected] Contexto: As cirurgias bariátricas e o seu aumento exponencial nos últimos anos conduziram ao reconhecimento recente de hipoglicemias pós-bypass gástrico, uma entidade diagnóstica rara provavelmente subdiagnosticada. Caso clínico: Sexo feminino, 45 anos, com obesidade mórbida, síndrome de apneia obstrutiva do sono, insuficiência venosa e síndrome depressivo, submetida a bypass gástrico em Y de Roux em 2012 (índice de massa corporal [IMC] 43,75 kg/m2). Dezasseis meses após cirurgia iniciou hipoglicemias pós-prandiais (2-3 horas após refeições), de agravamento progressivo, com sintomas adrenérgicos e neuroglicopénicos (dois episódios associados a crise convulsiva com necessidade de internamento) e reversão do quadro após ingestão de glícidos. Estudo analítico durante sintomas revelou glicemia 33 mg/dL, insulina 10,5 µU/mL e peptídeo C 5,11 ng/mL. Efectuou prova de tolerância à glicose oral com hipoglicemia sintomática de 32 mg/dL após 2 horas precedida por elevação da insulina (215,9 µU/mL) e peptídeo C (21,06 ng/mL) aos 60min. Realizou prova de refeição mista com elevação da insulina (291,8 µUI/mL) e peptídeo C (21,40 ng/mL) aos 60min seguido de hipoglicemia sintomática de 49 mg/dL aos 120min. A ecografia abdominal e RM pancreática não revelaram lesões pancreáticas. Sem melhoria das hipoglicemias após modificação dietética, suplementos com fibra e acarbose. Atualmente com IMC 26,68 kg/m 2, mantem hipoglicemias pós-prandiais 1-2 vezes por semana, com interferência na qualidade de vida sendo incapaz de conduzir ou exercer actividade profissional. O caso foi discutido na consulta de AMTCO e Cirurgia Hepato-Biliar; foi proposta pancreatectomia com realização intraoperatória de cateterismo de estimulação arterial selectiva com cálcio para decisão da extensão da pancreatectomia. Efetuada revisão da literatura; pretende-se discutir diagnósticos diferenciais, realçar abordagem diagnóstica e apresentar várias opções terapêuticas. Conclusão: Este caso alerta para a importância de suspeitar e diagnosticar a hipoglicemia pós-bypass, uma vez que pode ser uma complicação grave da cirurgia e um diagnóstico pouco consensual. Palavras-passe: Obesidade, bypass gástrico, hipoglicemias. Menção Honrosa Obesidade e Comorbilidades P33 Impacto da cirurgia bariátrica no controlo tensional de doentes com obesidade mórbida e hipertensão arterial João Sérgio Neves, Sofia Castro Oliveira, Pedro Souteiro, Daniela Magalhães, Rita Bettencourt-Silva, Maria Manuel Costa, Ana Cristina Santos, Paula Freitas, Ana Varela, Joana Queirós, Flora Correia, Davide Carvalho, Grupo – AMTCO Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar de São João EPE. Faculdade de Medicina da UP Departamento de Epidemiologia Clínica, Medicina Preditiva e Saúde Pública. Faculdade de Medicina da UP [email protected] Introdução: A hipertensão arterial (HTA) é uma comorbilidade frequente em doentes com obesidade mórbida. O impacto no controlo tensional da cirurgia bariátrica não está totalmente esclarecido. Objetivo: Avaliar o impacto da cirurgia bariátrica no controlo tensional de doentes obesos hipertensos e os determinantes da melhoria do controlo tensional. Métodos: Foi analisada retrospetivamente uma coorte de 342 doentes obesos com HTA medicada (85,7% sexo feminino), submetidos a cirurgia bariátrica. Avaliamos o impacto dos parâmetros pré-operatórios idade, sexo, índice de massa corporal (IMC), relação perímetro da cintura/perímetro da anca (PC/PA), tensão arterial sistólica (TAS), tensão arterial diastólica (TAD), diabetes, dislipidemia, tabagismo, taxa de filtração glomerular (T G ≥ 0 vs <60mL/min/1,73 m2), proteína C-reativa (PCR) e tipo de cirurgia bariátrica [gastroplastia com banda (GB), bypass gástrico (BG) ou sleeve gástrico (SG)] na melhoria do controlo tensional (definida por redução do número de anti-hipertensores com manutenção de TAS <140mmHg e TAD <90mmHg) 12 meses após a intervenção. O teste de Mann-Whitney foi usado para comparar grupos de doentes com e sem melhoria da HTA. Foi utilizado um modelo de regressão logística para análise multivariada. Resultados: A realização de cirurgia bariátrica associou-se a melhoria significativa do controlo tensional (47,4% com melhoria do controlo tensional, 45,9% sem alterações, 6,7% com agravamento, P<0,001). O grupo de doentes que demonstrou melhoria do controlo tensional apresentava idade inferior [49,5(41,8- 57,0) anos vs 55,0(48,0-61,0) anos, P<0,001] e IMC inferior [42,78(40,42-46,64)kg/m2 vs 44,36(40,8948,11)kg/m2, P=0,037]. O BG associou-se mais frequentemente a melhoria do controlo tensional que a GB e o SG (56,9% vs 28,0% vs 41,1%, P<0,001). O sexo, PC/PA, TAS, TAD, tabagismo, dislipidemia, diabetes, TFG e PCR não alteraram significativamente o impacto da cirurgia bariátrica no controlo tensional. Conclusão: A cirurgia bariátrica, particularmente o BG, contribui significativamente para a melhoria do controlo da HTA em doentes obesos. Palavras-Chave: Obesidade Hipertensão Cirurgia Bariátrica P34 New Technology in the Assessment and Treatment of Obesity Sofia Ramalho, Cátia Silva, Ana Pinto-Bastos, Eva Conceição Universidade do Minho [email protected] Introduction: In this literature review, current research on obesity assessment, prevention and intervention based on new-technologies will be explored. Specifically, we will discuss the use of mobile electronic devices, web-based tools, virtual reality and gaming, as well as other technological tools and methodologies such as Ecological Momentary Assessment (EMA) and Ecological Momentary Interventions (EMI) devices, that can be used to endorse and intervene on health behaviors related to weight loss and weight control. The growing use of digital technology to search for health information and track health indicators and symptoms is propelling a new approach to prevention and intervention in obesity. The advancement in technology has created the opportunity to use internet, mobile phones and other digital devices to promote healthy lifestyles and change behaviors associated with obesity, as well improvement in physical activities and unhealthy diets. Technology and increasing connectivity are changing the way of people consume, communicate and share information. There is a need to adapt and evaluate the applicability of current scientific knowledge on obesity to the new worldwide reality. Behavioral treatments are recommended as first line interventions for overweight and obesity, resulting in weight loss and its maintenance. However, the traditional behavioral treatments have a propensity to be especially complex, time demanding and expensive for provider and patient. Thus, programs delivered by digital platforms represent great potentialities since they combine the growing accessibility to digital technology and devices with the need of more effective treatments to overweight and obesity, capable of reaching a wide number of individuals at a low cost (Butryn, Webb, & Wadden, 2011). Conclusion: Despite the meaningful weight changes associated with these interventions and their efficacy on behavioral modification, the effectiveness of these interventions in inducing weight loss is not comparable to face-toface group or individual interventions (Neve, Morgan, Jones, & Collins, 2010; Thomas & Bond, 2014). Thus, we believe that new technologies-based interventions may be optimized when used as supplementary strategies to ongoing face-to-face treatments or group programs, bridging the gap between clinical setting and patients. Palavras-Chave: Obesity; Digital Health; Mobile Electronic Devices; Web-based Tools; Gaming and Virtual Reality; P35 A obesidade e os Transtornos Alimentares na adolescência: a percepção do próprio corpo RETIRADO P36 Insulinorresistência e Massa Óssea: Casuística de uma Consulta de Osteoporose Ana Coelho Gomes1, Ana Paula Barbosa1, Nuno Duarte3, Catarina Silvestre1, Ana Wessling1, Carolina Faria1, David Barbosa1, Raquel Paixão1, Ema Nobre1, Florbela Ferreira1, Maria Raquel Carvalho1, Jacinto Monteiro2, Francisco Sampaio3, Mário Rui Mascarenhas1 Consulta de Osteoporose Fracturária dos: 1 Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE 2 Serviço de Ortopedia, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE 3 Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE [email protected] Introdução: A hiperinsulinémia é um factor de risco para a diminuição da massa óssea, provavelmente consequência do efeito lipotóxico do tecido adiposo visceral e/ou intramuscular no osso. Objectivo: Estudar o efeito da insulinorresistência na densidade mineral óssea (DMO) da coluna lombar (L1-L4), colo do fémur, fémur total e terço distal do rádio em 87 homens de uma consulta de Osteoporose Fracturária. Material e Métodos: Estudo prospectivo, não comparativo. Incluídos 87 homens da consulta de Osteoporose. Insulinorresistência avaliada pelo homeostatic model assessment for insulin resistance (HOMA-IR). DMO avaliada por absorção de raios X de dupla energia (DXA). Testes estatísticos adequados. Resultados: Média das idades±Desvio Padrão(DP)=54,6±13,6anos (variação 29-83anos); peso médio±DP=81,7±13,6Kg (variação 54-133Kg); índice de massa corporal médio±DP=27,9±4,5Kg/m2 (variação 18,5-42,4Kg/m2); HOMA-IR médio±DP=2,3±2,1 (variação 0,1-15,9). DMO média±DP de L1-L4 = 1,0±0,2g/cm2 (variação 0,7-1,4g/cm2); DMO média±DP do colo do fémur = 0,9±0,1g/cm2 (variação 0,61,2g/cm2); DMO média±DP do fémur total = 1,0±0,1g/cm2 (variação 0,7-1,4g/cm2); DMO média±DP do terço distal do rádio = 0,8±0,1g/cm2 (variação 0,6-0,9g/cm2). Correlação do HOMA-IR com o peso = +0,2692 (p=0,0117) e com o IMC = +0,3580 (p=0,0007). Correlação do HOMA-IR com a DMO L1-L4 = 0,0009 (p=0,9935, n=86), com a DMO do colo do fémur = -0,1179 (p=0,2767), com a DMO do fémur total = +0,0074 (p=0,9460) e com a DMO do terço distal do rádio = +0,0535 (p=0,6226). Discussão: O estudo realizado revela que o HOMA-IR numa população masculina está correlacionado de forma positiva moderada com o IMC e de forma positiva fraca com o peso, o que evidencia a maior insulinorresistência nos doentes obesos (com maior IMC). A correlação entre o HOMA-IR e as DMO dos vários locais não foi significativa, sugerindo que a insulinorresistência parece não influenciar de forma importante a DMO. Palavras-Chave: Insulinorresistência IMC DMO Osteoporose Homens P37 Prevalência de Excesso de peso/obesidade e relação com índices de desenvolvimento regional Augusta Gama, Vítor Rosado-Marques, Helena Nogueira, Isabel I Mourão, Cristina Padez Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa; CIAS,Universidade de Coimbra Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa; CIAS,Universidade de Coimbra Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território, Universidade de Coimbra, CIAS, Universidade de Coimbra Universidade de Trás‐os‐Montes e Alto ouro Departamento de Ciências da Vida, Universidade de Coimbra; CIAS, Universidade de Coimbra [email protected] Introdução. Nas crianças e jovens portugueses as prevalências de excesso de peso e obesidade são muito elevadas comparando com os países europeus (Padez et al. 2005, Sardinha et al. 2010, Valente et al. 2010). Os objetivos deste trabalho foram comparar as prevalências de excesso de peso/obesidade utilizando as classificações OMS e IOTF e conhecer a relação entre excesso de peso/obesidade com os índices parciais do índice global de desenvolvimento regional – competitividade, coesão e qualidade ambiental Métodos. Estudaram-se17277 crianças, de 3-10 anos de idade, observadas em 2009-2010, em escolas do continente de Portugal, no âmbito do Estudo de Prevalência de Obesidade em Crianças Portuguesas. As categorias de estado nutricional foram classificadas segundo OMS (2007) e IOTF (Cole et al.,2000). Os índices de desenvolvimento regional foram os índices parciais do índice sintético de desenvolvimento regional 2009. Usaram-se o teste de Qui-quadrado e a análise de regressão logística. Resultados. As prevalências, de acordo com as classificações OMS e IOTF, são significativamente diferentes, observaram-se, respetivamente, 20.7% e 19.8% para excesso de peso e 16.1% e 8.2% para obesidade. A prevalência de excesso de peso/obesidade-OMS tem variabilidade regional (p<0,001), aumenta do Alentejo (32.3%), para a Região Metropolitana de Lisboa (33.7%), Algarve (36.8%) Centro (37.4%) e Norte (42.2%). As crianças têm maior probabilidade de terem excesso de peso/obesidade quando originárias de regiões com maior índice de competitividade e menor índice de qualidade ambiental (p<0.001). Conclusões. A prevalência de excesso de peso, e particularmente de obesidade, varia de acordo com a metodologia utilizada. A probabilidade das crianças portuguesas terem excesso de peso e obesidade varia com os índices parciais de desenvolvimento regional. Palavras-Chave: Classificação do excesso de peso/obesidade infantil; Índices parciais de desenvolvimento regional P38 Body mass index and visceral fat: correlation with serum lipid profile in healthy young adults Anabela Moreira, Andreia Noites, Miriam Couto, Rui Vilarinho, Manuela Sousa, Cristina Melo, Pedro Monteiro, Paulo Carvalho, Nuno Adubeiro, Luísa Nogueira, Rubim Santos Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Instituto Politécnico do Porto [email protected] Introduction: Metabolic and cardiovascular complications and obesity association is well described. Body mass index (BMI) is commonly used to assess obesity, but does not reflect body fat distribution. Abdominal obesity, namely visceral adipose tissue (VAT), is associated with greater risk for those metabolic impairments, including dyslipidemia, than adiposity in other regions of the body. Objective: To determine the correlation between serum lipid profile and anthropometric measures (BMI and VAT) in young healthy adults. Methods: We conducted a cross sectional study on healthy young students aged between 18 and 30 years old, with normal to pre-obese BMI (18,50 – 29,99 kg/m2) who volunteered to participate in the study, between January 2013 and March 2014. Smoking habits, clinical history of cancer, metabolic, renal, digestive, cardiovascular, respiratory or orthopaedic dysfunctions were exclusion criteria. Participants’ body mass (kg) and VAT (mm) were measured by biompedance and ultrasonography, respectively. Body mass index (BMI) was calculated according to WHO guidelines. Blood samples from all participants were collected through standard antecubital forearm venepuncture and serum triglyceride, total cholesterol, LDL cholesterol and HDL cholesterol concentrations were determined using standard enzymatic colorimetric automatic techniques. pearman’s correlation coefficient was applied to assess correlation between serum lipids and anthropometric measures (BMI and VAT) at significance level of 5% (p<0,05). Results: We assessed the eligibility of 40 participants (females n=20, males n=20), with mean age of 22,55±4,37 years old, mean BMI of 25,34±4,00 kg/m2 and mean VAT of 17,81±3,27 mm). LDL cholesterol and triglyceride levels increased significantly with BMI (p=0,006, R=0,426; p=0,036, R=0,332; respectively), but total and HDL cholesterol were not significantly correlated to BMI. Triglyceride levels were significantly correlated to VAT (p=0,046; R=0,317). Conclusion: There was a positive correlation between serum triglycerides level and both BMI and VAT in normal weight to pre-obese young adults. Also, BMI was correlated with LDL cholesterol. Palavras-Chave: dyslipidemia BMI VAT P39 A actividade do sistema redox transmembranar eritrocitária na obesidade Alda Pereira da Silva, Andreia Matos, Ângela Gil, Cristina Monteiro, Pilar Levy, Luís Sardinha, António Guerra, Manuel Bicho Laboratório de Genética, Instituto de Saúde Ambiental, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa Laboratório de Genética, Instituto de Saúde Ambiental, Universidade de Lisboa; Instituto Rocha Cabral, Lisboa Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa Laboratório de Exercício e Saúde, Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa Faculdade de Medicina da Universidade do Porto [email protected] Introdução: A redutase transmembranar (RTM) do eritrócito está envolvida no controlo de stresse oxidativo, apoptose e envelhecimento celular. A baixa atividade desta está associada com hipertensão e diabetes tipo 2. Por outro lado, a restrição calórica aumenta a sua atividade. Métodos: Foram estudados 232 indivíduos, de ambos os sexos, com idades entre 13 a 79 anos (40,79 ± 18,28), classificados de acordo com o IMC (kg/m2) em peso normal, excesso peso e obesidade e no caso de adolescentes, Cole Zscore: IMC ≤ 5 ou Zscore ≤ 1,5 (N = 5 ); < 5 IMC ≤30 ou 1,5 30 ou Zscore> (N = 105). A atividade RTM foi determinada (mmol/Lcel./h), por espectrofotometria. Os testes estatísticos utilizados foram: ANOVA, teste t de Student, correlação de Pearson e regressão logística multinominal. Resultados: Observaram-se diferenças significativas para atividade da RTM entre os três grupos de IMC (p <0,001), com níveis mais elevados nos indivíduos com peso normal (5,42 ± 1,74) diferindo do excesso de peso (3,53 ± 2,63 p <0,001) e estes dos indivíduos obesos (2,77 ± 2,08 p = 0,03). RTM não esteve correlacionada com a idade. A atividade RTM ajustada para a idade e sexo, foi um fator protetor no excesso peso (OR = 0,74, IC 95% 0,62-0,89, p <0,001) e obesidade (OR = 0,68 IC 95% 0,55-0,82, P <0,001). Conclusões: A menor atividade transmembranar do sistema redox do eritrócito esteve associado ao excesso de peso e obesidade, independentemente da idade e sexo, e pode refletir uma fraca capacidade antioxidante possivelmente relacionada a uma menor reciclagem da ubiquinona, sendo um de seus vários componentes. Palavras-Chave: Redutase Transmembranar do eritrócito, stress oxidativo, obesidade P40 Influência da adiposidade na aptidão física funcional de mulheres pós-menopáusicas Helena Moreira, Andreia Teixeira, Ronaldo Gabriel Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, CIDESD, CITAB Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro [email protected] A menopausa está associada ao aumento da adiposidade total e central e ao comprometimento da condição muscular e óssea. Estas alterações influenciam de forma adversa a aptidão física functional (AFF) e aumentam o risco de queda. O objetivo do estudo foi analisar a influência da adiposidade total e central na AFF de mulheres pós-menopáusicas,controlando para as características da menopausa. A amostra incluiu 76 mulheres (60–77 anos), a maioria documentando um tempo de menopausa igual ou superior a 10 anos (TM, 73,7%), uma menopausa natural (78,9%) e a ausência de terapia hormonal (TH, 59,2%). A bateria de Fullerton foi utilizada na avaliação da AFF e as variáveis antropométricas incluiram o índice de massa corporal (IMC) e o perímetro da cintura (PC). A obesidade total e central foi considerada de acordo com os critérios de Sardinha & Teixeira (2000) e Alberti et al. (2005). Foram desenvolvidos modelos de regressão stepwise e considerado um grau de significância estatística de 5%. Uma elevada percentagem da amostra evidenciou obesidade (77,6%), sobretudo central (78,9%). A presença de um maior PC comprometeu o desempenho no teste Levantar e Sentar da Cadeira (beta= -0, 7, p≤0,05) e entado e Alcançar (beta=-0,3 0, p≤0,01), independentemente da idade e das características da menopausa. Esta variável antropométrica explicou, conjuntamente com o TM e a TH, 37,9% da variação do teste de equilíbrio dinâmico, com um erro de estimação de 0,02 s. Um menor PC e TM facilitaram o desempenho no Step Test 2 Minutos. O IMC influenciou a variação do teste Alcançar Atrás das Costas (beta = -0,4 , p≤ 0,01), independentemente da idade e do PC. Os resultados sugerem que o PC tem maior influência que o IMC na AFF das mulheres pós-menopáusicas, independentemente da idade. Para alguns testes, essa influência não é isolada das características da menopausa. Palavras-Chave: Índice de massa corporal, perímetro da cintura, aptidão física, menopausa. P41 Prescrição de Exercício físico no idoso Débora Franco, Helena Conceição, Laura Faria, Tânia Teixeira, Marina Gouveia Centro de Saúde de Machico Centro de Saúde do Caniço Centro de Saúde da Ribeira Brava [email protected] Introdução – O envelhecimento da população é um fenómeno mundial e um desafio crescente para os profissionais de saúde. À luz da evidência científica atual, o declínio físico e funcional inerente ao envelhecimento, pode ser revertido através de uma atividade física regular e adaptada. Para promover a atividade física neste escalão etário, é necessário criar atividades, que não só, lhes proporcionem bemestar, mas que também estejam adequadas à sua condição. Objetivos – Rever a prescrição da atividade física no idoso. Material e métodos – Foi realizada pesquisa bibliográfica nas bases de dados: Medline e Uptodate e em revistas médicas: Postgraduate, American Family Physician, Patiente care e Geriatrics, com os termos Me “motor activity” e “aged”. Resultados – Foram encontradas inúmeras atividades que variam desde jogos ou danças, até programas de exercício dirigidos, nomeadamente, exercício aeróbio, de equilíbrio, coordenação, flexibilidade, alongamentos, resistência, força e relaxamento. Discussão/conclusão – Um dos objetivos fulcrais na saúde do doente idoso é a instituição de medidas de manutenção da sua capacidade funcional, preservando a sua independência e autonomia. O exercício é um adjuvante essencial neste processo de promoção da saúde, proporcionando benefícios a vários níveis, nomeadamente físicos, mentais e sociais. Palavras-Chave: idoso, exercício, função, prescrição, treino P42 Composição corporal e atividade física em mulheres pós-menopáusicas com DT2 Carla Alexandra Sequeira Pinto, Helena Moreira, António Almeida, Claúdio Rosa, Nelson Sousa, Romeu Mendes Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, CIDESD, CITAB Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, ESEnfVR, CIDESD Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, CIDESD Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, ACES Douro I - Marão e Douro Norte, CIDESD [email protected] A depleção da função ovárica causa a ampliação dos níveis de adiposidade na mulher e a redução da massa muscular (MM) e óssea, sobretudo na presença de reduzidos níveis de atividade física (AF). Refletese também no desenvolvimento/agravamento de distúrbios no metabolismo da glicose, constituíndo a diabetes do tipo 2 (DT2) uma das doenças crónicas mais comuns nesta fase do climatério. O presente estudo procurou examinar a relação da composição corporal e da AF com a glicemia em jejum (FPG) em mulheres pós-menopáusicas. O estudo foi desenvolvido no âmbito do projeto Diabetes em Movimento®, envolvendo 37 mulheres (55-79 anos), com DT2, sem menopausa precoce e, a sua maioria, com menopausa natural (73%) e sem terapia hormonal. O tempo médio de duração da diabetes foi de 8,70 anos. A composição corporal foi avaliada com a bioimpedância Tanita BC-418MA e com o sonómetro Sahara. O questionário IPAQ foi utilizado na apreciação da AF. A análise estatística incluiu o coeficiente de correlação de Pearson e modelos de regressão stepwise, sendo considerado um grau de significância estatística de 5%. A FPG variou entre 96 e 239 mg/dL e os valores médios MM, massa gorda (MG) e densidade mineral óssea do calcâneo (DMOc) foram, respetivamente 37,65 kg, 32,04 kg e 0,48 g/cm2.O tempo de menopausa variou entre 2 e 36 anos e a maioria das mulheres documentou níveis de AF moderada (75,7%) e baixo risco de osteoporose (83,8%). Foram identificadas correlações moderadas (p≤0,01) entre a PG e o peso, MG e A , não existindo associações com significado estatístico em relação às características da menopausa, MM e DMOc. A MG (beta= 0,420) e a AF (beta=0,415), explicaram (p≤0,01) em 34% a variação da PG. Os nossos resultados sugerem que elevados níveis de MG agravam a FPG na pós-menopausa, não sendo essa relação independente dos níveis de AF. Palavras-Chave: Massa gorda, massa muscular, atividade física, glicemia, menopausa P43 Prevalência do excesso de peso e obesidade em países em desenvolvimento. O caso dos PALOP. Vitor Rosado-Marques Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa; Centro de Investigação em Antropologia e Saúde, Universidade de Coimbra [email protected] A prevalência de excesso de peso/obesidade começa a ser preocupante nalguns Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), não só nos adultos, mas também nas crianças e jovens, com as consequências que daí podem advir, como seja diabetes, doenças cardiovasculares e síndrome metabólica. A Organização Mundial de Saúde reconhece a falta de dados representativos em muitos dos países em desenvolvimento, no que respeita à obesidade, e alerta para a importância da atualização da informação sobre frequências e tendências do excesso de peso/obesidade, de modo a quantificar os efeitos sobre a saúde e alertar os profissionais de saúde. O presente estudo, que tem como objetivos analisar a prevalência e a tendência do excesso de peso e obesidade nos PALOP, foi elaborado a partir de dados recolhidos na Guiné-Bissau, de relatórios e dos dados disponíveis na literatura científica. A nível global, a prevalência de excesso de peso/obesidade aumentou 27,5% nos adultos e 47,1% nas crianças entre 1980 e 2013. Os aumentos verificaram-se quer nos países industrializados (PI), quer nos em desenvolvimento (PED). Nos PI esse aumento parece estar a abrandar, pelo contrário, nos PED, onde vivem cerca de dois em cada três dos obesos, o aumento continua. De acordo com uma análise feita com base em 1769 estudos, referentes a 188 países de 21 regiões, a Guiné-Bissau e Cabo Verde são os PALOP com maiores frequências de excesso de peso/obesidade, com frequências que rondam, nos homens, os 15% nos jovens < 0 anos e de 43% nos≥ 0 anos, sendo os valores nas mulheres superiores, 0% e 4 %, respetivamente, situação que se verifica em todos os PALOP. Como potenciais responsáveis pelos grandes aumentos de obesidade nos últimos anos têm sido apontados vários fatores, incluindo aumentos na ingestão de calorias, alterações nas dietas e no microbioma intestinal e aumento do sedentarismo. Para contrariar os efeitos na saúde das populações, especialmente nas dos PED, é necessária a ajuda das autoridades mundiais de saúde, de modo a que estes países possam intervir de forma mais eficaz contra os principais determinantes do excesso de peso/obesidade. Palavras-Chave: Excesso de peso/obesidade PALOP Países-em-desenvolvimento, doenças-nãotransmissíveis P44 Do excesso de peso à obesidade na USF Vitasaurium Ana Sara Rodrigues USF Vitasaurium [email protected] INTRODUÇÃO O aumento da prevalência da obesidade representa atualmente um importante problema de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, em 2014, 13% da população adulta era obesa, sendo que a prevalência mundial duplicou aproximadamente entre os anos de 1980 e 2014. OBJETIVO Avaliar a prevalência do excesso de peso e obesidade na USF Vitasaurium. MÉTODOS Estudo transversal. Foram analisados os valores de índice de massa corporal (IMC) registados em 2013 e 2014, de utentes com idade igual ou superior a 19 anos. Os grupos em estudo foram definidos de acordo com os critérios da OMS para os valores de IMC. Os dados foram obtidos do programa MIM@UF e analisados no Excel. RESULTADOS Verificou-se uma prevalência elevada de excesso de peso, com 54% em 2013 e 55% em 2014, com uma taxa de crescimento de 13%. Obesidade classe I demonstrou uma prevalência de 31% em 2013 e 2014, com uma taxa de crescimento de 4%. Valores menos significativos foram observados no grupo da obesidade classe II e III, com taxas de crescimento de 0.77% e 0.1 %. O IMC ≥ 5 foi mais evidente em mulheres e no grupo de estudo com idades compreendidas entre os 45 e 65 anos de idade. CONCLUSÃO A melhor forma de evitar a obesidade, e consequentemente uma panóplia de doenças crónicas, passa certamente pela prevenção da obesidade. Através do estudo realizado, verificamos que a maioria da amostra evidencia excesso de peso, sendo urgente a adoção de medidas preventivas para que não se tornem os obesos de amanhã. Palavras-Chave: Obesidade excesso peso índice massa corporal P45 PEN-3S: prevalência e vigilância do estado nutricional dos idosos Portugueses Teresa Madeira, Catarina Peixoto-Plácido, Nuno Santos, Beatriz Goulão, Nuno Mendonça, Osvaldo Santos, Violeta Alarcão, João Gorjão-Clara Instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Health Research Unit, University of Aberdeen; Instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública, FMUL Newcastle University Institute for Ageing; Instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública, FMUL [email protected] Introdução: A prevalência de excesso de peso em Portugueses com mais de 64 anos a residir em comunidade está estimada em 70% (homens) e 75% (mulheres). A informação sobre estado nutricional da população residente em lares de idosos é escassa e local/regional. Não existe, nos cuidados de saúde primários, um sistema electrónico de vigilância de risco nutricional que permita intervenção precoce e protetora da saúde. Objetivos: (a) caracterizar estado nutricional, incluindo prevalência de obesidade, da população Portuguesa com mais de 64 anos residente na comunidade ou em lares, (b) identificar variáveis associadas à malnutrição nesta população e (c) desenvolver sistema eletrónico de vigilância/alerta de risco nutricional em idosos. Métodos: O projeto inclui: (a) inquérito alimentar e do estado nutricional em idosos, com desenho transversal observacional e recolha de dados por entrevista estruturada face-a-face com medições antropométricas e (b) painel Delphi (método de consenso) para construção de sistema eletrónico de vigilância de risco nutricional em idosos. Este painel integrará peritos em nutrição/dietética, geriatria, demografia, sistemas de informação e gestão/administração de unidades de saúde. No inquérito, a amostra será representativa a nível nacional, para residentes em comunidade ou em lares: amostragem polietápica, com seleção aleatória de unidades de cuidados saúde primários e de lares de idosos. Tamanho amostral: 979 indivíduos a residir em comunidade e 1098 em lares. Serão recolhidos dados sobre: hábitos/padrões alimentares, estado nutricional, atividade física, funcionalidade, autoperceção estado geral saúde, solidão, função cognitiva, depressão, insegurança alimentar, caraterização sociodemográfica.Discussão: O PEN-3S tem apoio financeiro das EEA Grants (Programa Iniciativas em Saúde Pública). Ao caracterizar o estado nutricional dos idosos, o projeto contribuirá para a definição de políticas mais eficientes de promoção de alimentação saudável e atividade física. O sistema de vigilância de risco nutricional permitirá o rastreio e referenciação sistemáticos, bem como a monitorização epidemiológica deste fenómeno. Palavras-Chave: Risco-nutricional Obesidade Sistema-Vigilância Idosos Prevenção P46 Benefícios dos análogos do GLP-1 nos doentes diabéticos obesos Ricardo Capitão, Catarina Barreiros, Carlos Bello, Catarina Moniz, Ricardo Fonseca, Manuela Oliveira, João Sequeira Duarte, Catarina Saraiva, Carlos Vasconcelos CHLO - Hospital Egas Moniz [email protected] Introdução: Os análogos do GLP-1 foram recentemente introduzidos no tratamento da Diabetes Mellitus tipo 2 (DM-2) e apresentaram vantagens, não só a nível do controlo glicémico, como também na melhoria de determinados factores de risco cardiovasculares. O objectivo do presente trabalho é avaliar impacto dos análogos de GLP-1 no peso, controlo metabólico e Pressão Arterial (PA) na população obesa com DM2. Métodos: Seleccionados os doentes com obesidade (IMC>30 Kg/m2) e DM-2 insulinotratados (IT) e não-insulinotratados (NIT), seguidos em consulta de Endocrinologia que estavam a fazer análogos de GLP1 (liraglutide ou exenetide). Foram avaliados o peso, a PA, o perfil lipídico e A1c antes e depois da introdução do fármaco. Foi utilizado o software estatístico IBM SPSS-21 para análise estatística descritiva dos dados e aplicado o test-t-emparelhado para testar as variáveis contínuas, no qual foram considerados estatisticamente significativos valores p<0,05. Resultados: Foram identificados 60 doentes, dos quais 28 (47%) eram IT e 32 (53%) eram NIT. O tempo médio de seguimento foi de 9.9 ± 5.2 meses. Em média registou-se uma redução ponderal de 2.20 Kg, ou seja, 2,12 % do peso inicial, sendo este valor de 1.93 Kg para os IT e 2.49 Kg para os NIT. A A1c reduziu em média 0.86%, o colesterol total 7.8 mg/dL, o c-LDL 3.26, o c-HDL 3.32 mg/dL, os triglicéridos 11.2 mg/dL. A PA sistólica diminuiu em média cerca de 6.2 mmHg e a diastólica 3.39 mmHg. Foi aplicado o teste-t-emparelhado às várias variáveis em estudo, nas quais foi encontrada uma diferença estatisticamente significativa para o peso e para a A1c. Conclusões: A utilização dos análogos de GLP-1 teve um efeito positivo estatisticamente significativo na redução do peso e da A1c nos doentes analisados. Registou-se ainda um benefício no controlo tensional e no perfil lipídico com excepção do c-HDL. Palavras-Chave: GLP-1 obesidade diabetes P47 Therapeutic potential of recombinant forms of adiponectin in aggressive PCa Cátia Monteiro, Andreia Matos, Ângela Castela, Ana Oliveira, Diana Teixeira, Manuela Meireles, Maria Carmo Avides, Mariana Freitas, Anabela Mota-Pinto, Rosário Monteiro, Ricardo Dinis-Oliveira, Carla Costa, Manuel Bicho, Maria José Oliveira, Ricardo Ribeiro Molecular Oncology Group– CI, Portuguese Institute of Oncology, Porto; NEWTherapies Group, INEB, University of Porto, Porto Genetics Laboratory, Faculty of Medicine, University of Lisbon; Rocha Cabral Research Institute, Lisbon, Portugal Institute for Molecular and Cell Biology, University of Porto; Biochemistry Lab., Faculty of Medicine, University of Porto Molecular Oncology Group– CI, IPO Porto; REQUIMTE, Lab. of Toxicology, Dep. of Biolog. Sciences; Fac. of Pharmacy, Univ. Porto Biochemistry Laboratory, Faculty of Medicine, University of Porto, Porto, Portugal Department of Biological Engineering, School of Engineering, University of Minho, Braga, Portugal General Pathology Institute, Faculty of Medicine, University of Coimbra, Coimbra, Portugal REQUIMTE, Laboratory of Toxicology, Department of Biological Sciences, Faculty of Pharmacy, University of Porto, Porto, Portugal NEWTherapies Group, INEB, University of Porto, Porto, Portugal Molecular Oncology Group–CI, IPO Porto; Research Department, Portuguese League Against CancerNorth [email protected] Introduction: Adiponectin, an adipocyte-specific hormone, is thought to have anti-obesity, anti-insulinresistance and anti-cancer roles. Moreover, epidemiological data suggests circulating adiponectin protects from prostate cancer (PCa) development. Hence, we sought to analyze in vitro the potential therapeutic effect of human recombinant adiponectin in PCa cell lines aggressiveness phenotypes. Methods: PCa cell lines were validated using STR analyses. Human LNCaP and PC-3 prostate cancer cell lines were examined for proliferation, oxidative stress markers, epithelial-to-mesenchymal transition (E-M-T) and metastasis gene expression program, and invasiveness after treatment with globular and full-length forms of human recombinant adiponectin, produced in a baculovirus system. Cellular proliferation was evaluated through methyl-3H-thymidine incorporation into DNA, whereas matrigel-coated invasion assay was used to analyze invasion phenotypes. Expression of a metastasis/E-M-T gene panel was detected by real time qPCR and oxidative stress markers were measured through specific biochemical assays. Results: The expression of adiponectin receptors (both ADIPOR1 and 2) was demonstrated by RT-PCR, immunocytochemistry and immunofluorescence in both cell lines. Both full-length and globular forms of adiponectin exerted a suppressive growth effect in androgen-independent PC3 but not LNCaP tumor cells ranging from a concentration of 2nM to 50nM, albeit more prominent for the globular form. Prostate cancer cell’s invasive capacity was reduced by adiponectin, with a stronger effect of the globular adiponectin form in PC3 cells. Other adiponectin-induced modifications on the aggressive phenotype of PCa cells included the altered expression of E-M-T and metastatic genes and the favorable influence in cellular anti-oxidative defense mechanisms. Conclusions: Human recombinant adiponectin synthesized in a baculovirus system has anti-tumoral and anti-invasive effects in PCa cell lines, particularly the globular form and in androgen-independent PCa cells. Moreover, adiponectin altered PCa cellular aggressiveness program through an effect on E-M-T/metastases gene expression and in anti-oxidative capacity. Adiponectin has anti-tumor properties that harvest potential therapeutic utility in advanced PCa. Palavras-Chave: adiponectin prostate cancer C48 Síndrome Apneia Obstrutiva Sono – avaliação longitudinal e fatores de melhoria após cirurgia bariátrica Rita Bettencourt-Silva, Daniela Magalhães, Pedro Souteiro, João Sérgio Neves, Sofia Castro Oliveira, Maria Manuel Costa, Marília Bettencourt-Silva, Leonor Almeida, Marta Drummond, Joana Queirós, Ana Varela, Paula Freitas, Flora Correia, Davide Carvalho, Grupo AMTCO Serviço Endocrinologia,Diabetes e Metabolismo,Centro Hospitalar São João, EPE, Porto. Faculdade Medicina Universidade Porto Serviço Endocrinologia ,Diabetes e Metabolismo, Centro Hospitalar São João, EPE, Porto Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar de São João, EPE, Porto Serviço Pneumologia, Centro Hospitalar de São João, EPE, Porto. Faculdade Medicina Universidade Porto Serviço Endocrinologia,Diabetes e Metabolismo;Consulta Aval. Multidisciplinar Tratamento Cirúrgico Obesidade, CHSJ, EPE Serv Endocrino,Diab,Metab;Consulta Aval Multidiscip Trat Cirúrgico Obesidade,CHSJ.Inst Invest Inovação Saúde UP.FCNAUPv Serviço Endocrino,Diab e Metabolismo;Consulta Aval Multidiscip Trat Cirúrgico Obesidade,CHSJ.FMUP.Inst Invest Inovação Saude UP Consulta Aval. Multidisciplinar Tratamento Cirúrgico Obesidade, CHSJ [email protected] Introdução: A cirurgia bariátrica tem sido associada à redução de múltiplas comorbilidades relacionadas com a obesidade, incluindo a Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS). Foi avaliada a evolução da SAOS em obesos submetidos a cirurgia bariátrica. Métodos: Estudo longitudinal retrospetivo de obesos avaliados na consulta de AMTCO submetidos a cirurgia bariátrica entre Janeiro/2010 e Julho/2014. Foram incluídos doentes que efetuaram polissonografia antes e após cirurgia e avaliados parâmetros antropométricos, metabólicos e polissonográficos, Resultados: Dos 78 doentes, 56 (71,8%) eram do sexo feminino, com mediana de idades 51 anos (âmbito interquartil [AIQ] 46,25-51,00), índice de massa corporal (IMC) de 44,04 kg/m2 (AIQ 40,56-49,17) e índice de apneia-hipopneia (IAH) de 36,90 eventos/hora (AIQ 23,40-52,15). Na avaliação pré-cirúrgica 7,7% tinha SAOS ligeira, 33,3% moderada e 59% grave, a maioria tratados com pressão positiva contínua (74,4%) ou ventilação não invasiva binível (20,5%). Após cirurgia (reavaliação mediana 11 meses) verificou-se diminuição estatisticamente significativa do IAH (36,9;11,4;p<0,001), escala de sonolência de Epworth (8;5;p<0,001), tempo de saturação de O2 inferior a 90% (24,9;3,2;p<0,001) e índice de dessaturação (31,40;8,55;p<0,001) e aumento da saturação média de O2 (91;93,55;p<0,001) e mínima (71,50;83;p<0,001). Houve melhoria da gravidade do SAOS em 37 (47,4%) doentes e resolução em 13 (16,7%); apenas 43,6% mantiveram tratamento com pressão positiva. A variação do IAH apresentou correlação positiva com variação do IMC (r=0,296;p=0,009), variação do peso (r=0,289;p=0,010) e percentagem de peso perdido (r=0,249;p=0,028) e negativa com valores précirúrgicos de IAH (r=0,792;p<0,001), IMC (r=0,259;p=0,022) e peso (r=0,267;p=0,018). Na regressão linear múltipla, após ajuste para idade e sexo, a variação do IMC (β=1,217;p=0,014), variação do peso (β=0,418;p=0,035), IAH inicial (β=–0,840;p<0,001), IMC inicial (β=–1,093;p=0,017) foram preditivos de variação do IAH após cirurgia. Conclusão: A cirurgia bariátrica tem efeito benéfico no tratamento da SAOS. Este efeito parece dependente da perda ponderal e também do IAH e IMC pré-cirúrgicos. Palavras-Chave: Obesidade, cirurgia bariátrica, SAOS, índice apneia-hipopneia C49 Caracterização do dispêndio energético em sessões de exercício físico, com e sem recurso a vídeojogos interativos Catarina Vasques, Maria Paula Mota, Vítor Pires Lopes Instituto Politécnico de Bragança - Escola Superior de Educação Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro - Vila Real [email protected] Introdução: Os baixos níveis de atividade física (AF) habitual em crianças são referenciados por vários autores que monitorizaram a população infantojuvenil Portuguesa. Porém, os videojogos interativos são mencionados em alguns estudos como um meio propulsor dos níveis de AF das crianças. Neste sentido, foi objetivo deste estudo quantificar a intensidade das sessões de exercício físico (EXF), com duração de 90 minutos e com/sem recurso a videojogos interativos (Wii fit). Métodos: A amostra foi constituída por 15 crianças, com idades compreendidas entre os 6 e os 14 anos, sendo a idade média das meninas de 11,25±2,27 anos e dos meninos de 10,89±2,13 anos. Utilizou-se o acelerómetro MTI Actigraph modelo 7164 (Manufacturing Technology, Inc., Fort Walton Beach, FL, EUA). Os dados dos acelerómetros de cada sessão foram contabilizados em minutos despendidos em atividade física moderada (AFM) (3 a 5,9METs), atividade física vigorosa (AFV) (6 a 8,9METs) e atividade física muito vigorosa (AFMV) (≥9METs). O software converteu as contagens do MTI em unidades de dispêndio energético relativo (METs) usando a equação de regressão desenvolvida por Freedson et al. (1997) para crianças dos 6 aos 18 anos de idade. Resultados e conclusões: De acordo com as sessões de EXF consideradas na análise, verificou-se que o recurso aos videojogos interativos (Wii fit) apresentou uma estimativa de dispêndio energético mais elevada (3,12±0,02 METs) e maior número de minutos despendidos em AFV (25,00±10,21) e AFMV (10,00±9,07), comparativamente com as sessões de atividades de academia (2,63±0,02METs; 12,71±6,94minutos/AFV e 5,82±7,19minutos/AFMV) e com as sessões de jogos de equipa, estafetas e percursos (2,25±0,02 METs; 17,73±10,77minutos/AFV e 5,50±4,67minutos/AFMV). Consideramos por isso que as sessões de EXF com recurso a videojogos interativos, provavelmente pela sua forte componente lúdica e motivacional, poderão proporcionar um maior dispêndio energético diário em crianças, quando comparadas com outro tipo de EXF. Palavras-Chave: Exercício físico; videojogos interativos; dispêndio energético, crianças