Metabolismo e diversidade de microrganismos
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Metabolismo e diversidade de microrganismos
Metabolismo e diversidade metabólica dos microrganismos Microbiologia FFI 0751 Profa. Nelma R. S. Bossolan 27/04/2016 Foto: bactéria púrpura fototrófica Chromatium okenii (Madigan et al., 2004) 1 O QUE É METABOLISMO? Conjunto de reações químicas que envolvem a liberação de energia (catabólicas) e o consumo de energia (anabólicas). O QUE É ENERGIA? Em microbiologia, interessa a energia livre (G): energia liberada nas reações, disponível para realização de trabalho (medida em kJ, quilojoule). Metabolismo Microrganismos Grande diversidade de estratégias bioenergéticas Podem utilizar como fonte de energia Compostos orgânicos (glicose, lactato, piruvato, etc.) Compostos inorgânicos (H2S, H2, Fe2+, NH3) Luz 4 COMO A CÉLULA ARMAZENA ENERGIA? Sistema de armazenamento e transferência de energia (ATP) Energia livre de hidrólise de alguns dos principais ésteres e anidros fosfatos. 6 O papel do ATP no acoplamento das reações anabólicas e catabólicas Reserva de energia de longo prazo - Inclusões celulares • Função de armazenamento de energia ou como reservatório de constituintes estruturais. • Polímeros de armazenamento de carbono – Glicogênio (polímero de glicose) – PHB (ácido poli-b-hidroxibutírico): natureza lipídica Estrutura química do PHB. Micrografia eletrônica de uma seção da célula de Rhodovibrio sodomensis. (Fonte: Madigan et al., 2004) Reserva de energia de longo prazo - Inclusões celulares • Grânulos de enxofre • Grânulos de polifosfato (volutina): reserva de fosfato inorgânico para ser usado na síntese de ATP (tb encontrados em algas, fungos e protozoários). Grânulos de volutina em Pseudomonas (http://microbioblogia.wordpress.com/p olifosfatos/) COMO A CÉLULA OBTÉM ENERGIA PARA ARMAZENAR NA FORMA DE ATP? Microrganismos ao degradarem Compostos químicos orgânicos “geram” ? elétrons livres que percorrem uma Cadeia transportadora de ea partir da qual a energia é estocada na forma de ATP 11 Reações de oxidação-redução Um elétron é transferido da molécula A para a molécula B. No processo, a molécula A é oxidada e a molécula B é reduzida. Reações de oxidação-redução Exemplo de uma reação de oxidação-redução – a formação da água. E0 = - 0,42 V Ocorrem sempre aos pares E0 = + 0,82 V Potencial de redução Torre redox Tendência a doar e- Tendência a receber e- Reações de oxidação-redução Exemplo de uma reação de oxidação-redução – a formação da água. Como é feito esta transferência de e- nas células microbianas? Aceptor de e- = subst. reduzida Doador de e- = subst. oxidada Reações de oxidação-redução Por meio de carreadores de elétrons! nicotinamida adenina dinucleotídeo Livres e difusos – NAD+ e NAD-P+ Podem estar Unidos à membrana plasmática – FMN, FAD, citocromos, proteínas de Fe-S, quinonas (veremos depois!) flavina mononucleotídeo flavina adenina dinucleotídeo Coenzima Grupo prostético Carreadores de elétrons NAD - NADP NAD+ (nicotinamida adenina dinucleotídeo) Participam de reações que geram energia (catabólicas). NAD-P+ = nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato Participam de reações biossintéticas (anabólicas). Ciclo NAD+/NADH Carreadores de elétrons FMN (flavina mononucleotídeo) = flavina Porção Riboflavina (vit. B2) FAD (flavina adenina ribonucleotídeo) Carreadores de elétrons Citocromo Carreadores de elétrons Proteína de Fe-S Arranjo dos centros de Fe-S em proteínas Fe-S (não heme). a) centro Fe2S2. b) centro Fe4S4. Carreadores de elétrons Quinona Quimiorganotrofia ou quimioheterotrofia GERAÇÃO DE ENERGIA A PARTIR DE COMPOSTOS QUÍMICOS ORGÂNICOS Processos de produção de energia nos microrganismos a partir de composto orgânico Processos de produção de energia Respiração aeróbica Respiração anaeróbica Fermentação Moléculas de ATP Aceptor final de H produzidas por (e-) molécula de glicose Oxigênio 38 (procariotos) molecular (O2) Geralmente subst. Variável (menor que 2inorg. (NO3 , SO4 , 38 e maior que 2) 2CO3 ) Molécula orgânica 2 24 Respiração aeróbica em procariotos 1 1 - Glicólise (via Embden-Meyerhof): oxidação da glicose. 2 – Ciclo do ácido cítrico (Ciclo de Krebs). 2 3 – Cadeia transportadora de elétrons (na membrana). Equação geral: C6H1206 + 6O2 + 38 ADP + 38 Pi 3 6CO2 + 6H2O + 38 ATP 25 1 - GLICÓLISE Sem O2 2 - CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO 3 – CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS Geração da força próton motiva pelo transporte de e- e produção de ATP na respiração aeróbia. Catabolismo de várias moléculas orgânicas de alimentos. Proteínas, carboidratos e lipídeos podem ser fontes de elétrons e prótons para a respiração. Essas moléculas entram na glicólise ou no ciclo do ácido cítrico (ciclo de Krebs) em vários pontos. Respiração anaeróbica - tipo de metabolismo comum entre os procariotos. - aceptor de e- é geralmente uma substância inorgânica: nitrato (NO3-), sulfato (SO42-), carbonato (CO32-), ferro férrico (Fe3+). -rendimento de ATP varia entre os microrganismos, e é menor que na respiração aeróbica ( = crescimento mais lento). - sistema de transporte de e- análogo ao encontrado em aeróbios convencionais. 30 Principais forma de respiração anaeróbias. Os pares estão apresentados em ordem, de E0’ mais eletronegativo (no topo) para aqueles de E0’ mais eletropositivo (base) (Madigan et al., 2010). 31 Exemplo – Redução de nitrato e denitrificação Exemplo – Redução de nitrato e denitrificação Expressão das enzimas envolvidas é ativada pela ausência de O2 e presença de nitrato. Nitrato, p.e., como aceptor final de e- Quimiolitotrofia ou quimioautotrofia GERAÇÃO DE ENERGIA A PARTIR DE COMPOSTOS QUÍMICOS INORGÂNICOS Quimiolitotrofia ou quimioautotrofia - Utilizam compostos químicos inorgânicos (H2S, H2, Fe2+, NH3) como doadores de e-, geralmente com o O2 como aceptor de e -. - CO2 como fonte de C. - Exemplos: Beggiatoa (H2S), Acidithiobacillus ferrooxidans (Fe2+), Nitrosomonas (NH3), Hydrogenomonas (H2). - Doadores inorgânicos: natureza geológica (atividades vulcânicas – H2S), antropogênica (atividades agrícolas e de mineração – compostos de N e Fe) Quimiolitotrofia – Oxidação do ferro ferroso (Fe2+) Biolixiviação do Cobre: oxidação/redução de compostos de ferro e enxofre com a consequente solubilização do cobre preso no minério. Acidithiobacillus ferrooxidans. http://www.hindawi.com/journals/jac/2013/424253/fig2/ Rio Tinto (Sevilha , Espanha). Este rio ácido (± pH 2,3) é vermelho devido a altas concentrações de ferro férrico dissolvido resultante da decomposição mineral mediada por microrganismos. Mineiros descobriram que a irrigação de minérios de cobre com esta água promovia a lixiviação de cobre do minério. http://www.annualreviews.org/doi/full/10.1146/annurev.micro. 56.012302.161052 Quimiolitotrofia – Oxidação do ferro ferroso (Fe2+) Biolixiviação do Cobre Quimiolitotrofia – Oxidação do ferro ferroso (Fe2+) Fluxo de elétrons durante a oxidação do Fe2+ por Acidithiobacillus ferrooxidans. Fototrofia GERAÇÃO DE ENERGIA A PARTIR DE LUZ Classes de organismos quanto às fontes de energia 41 AULA PRÁTICA Aula prática: Testes bioquímicos e atividade enzimática - testes para classificar os microrganismos quanto às suas capacidades de utilização de substratos como fonte doadora de energia. Alguns testes usuais: - teste de oxidação/fermentação (O/F) - teste de hidrólise de amido - teste da catalase -fermentação de fontes de carbono (glicose, ramnose, citrato) - tipos de ácidos produzidos na fermentação. -produção de H2S (gás sulfídrico ou sulfeto de hidrogênio). 43 Bibliografia - Madigan et al., Microbiologia de Brock. São Paulo:Prentice-Hall, 10ª ed., 2010. Capítulos 5 e 20. -Tortora et al., Microbiologia. Porto Alegre: ArtMed, edições de 2005 e 2012. Capítulo 5. 44
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