Relatório anual 2011/2012

Transcrição

Relatório anual 2011/2012
Sociedade Antroposófica Geral
Relatório anual 2011/2012
ó S O C I EDA D E A NTRO PO SÓ FI CA
Editorial
A alma de uma iniciativa antroposófica
Relatório anual 2011/12
Sociedade Antroposófica
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A alma de uma iniciativa
antroposófica
Relatório financeiro
Direcciones
Antroposofia no mundo
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Mundo: Retrospectiva do ano 2011
Hungria: Zsuzsa Mesterházi, representante nacional
Escola Superior Livre para a
Ciência do Espírito
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Seção Antroposófica Geral
Seção Médica
Seção Pedagógica
Seção de Ciências Naturais
Seção de Ciências Sociais
Seção de Artes da Fala e
Musicais
Seção de Jovens
Seção de Matemática e
Astronomia
Seção de Ciências Humanas
Seção de Artes Plásticas
Seção de Agricultura
Goetheanum
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En el año del 150 aniversario 2011
Caros membros,
o ano passado tornou-se visível, pelo
menos na Europa, uma consonância:
Por ocasião do seu 150º aniversário, Rudolf
Steiner, com a força de suas idéias, e o trabalho antroposófico com seu humanismo
atraíram muito a atenção pública. Concomitantemente, as crises, os conflitos e as catástrofes ambientais mostram como é difícil assumir a responsabilidade pelo que nós mesmos produzimos. Aparentemente, o interesse pela Antroposofia e seu fundador necessitam de crises. Basta imaginarmos qual seria
o eco desse jubileu em tempos de renascimento cultural e prosperidade econômica.
Presumivelmente ele seria muito fraco.
Quem não tem perguntas e está satisfeito
consigo mesmo e com o mundo provavelmente não irá interessar-se seriamente por
Rudolf Steiner ou pela Antroposofia. Ela pressupõe a inquietação, a aspiração ou a procura de desenvolvimento social e pessoal.
A consciência de que é necessária uma
outra postura fundamentalmente diferente da atual perante o ser humano e a
natureza cresce rapidamente, e surge pelo
mundo todo como aspiração, protesto ou
engajamento. Será que essa consciência
encontra uma relação viva e aberta com a
obra de Rudolf Steiner, com uma Sociedade e uma Escola Superior que correspondem às expectativas? Em todo caso, é certo que uma Sociedade e uma Escola Superior como essas são necessárias urgentemente. Um segundo fenômeno é que a
Antroposofia, apesar da sua popularidade,
como compreensão do ser humano e do
universo é estranha ao pensamento e à
opinião usuais. Algumas publicações demonstram isso nitidamente; não adianta
muito qualificá-las de hostis. Não é a nível
argumentativo que surgirá a abertura
para com a perspectiva da Antroposofia.
Nos campos da atividade humana isso é
N
diferente. A realidade inspirada pela Antroposofia na pedagogia, na agricultura e na
medicina é apreciada, mesmo que a fonte a
partir da qual esse trabalho só é possível
continua não sendo entendida. Como é
possível tornar compreensível a relação entre uma prática de sucesso e um caminho
de conhecimento que visa unir o espiritual
do ser humano com o espiritual do universo? Para as instituições antroposóficas e a
Sociedade Antroposófica essa é uma questão futura decisiva. Trata-se de identidade.
O fato de essas questões de identidade
serem colocadas é encorajador. Sente-se a
procura pela origem, a esperança de uma
compreensão profunda e atual. A cientificidade da Antroposofia ou seu caráter cristão são consultados; cultura interior e meditação tornaram-se temas centrais. A
pergunta de como a Antroposofia, de
como a alma de uma iniciativa antroposófica pode viver vigorosamente é premente
em todo o mundo.
Somos gratos pelo fato de que essa disposição de entender a Antroposofia – e é
principalmente no atuar que é possível
compreendê-la –, sempre renovada por
muitas pessoas, continuará tendo no
Goetheanum um ponto de encontro importante. Hoje podemos ver que nossa dolorosa decisão de trabalhar em 2011 com
um orçamento bastante reduzido teve
conseqüências positivas.
Termino com o cordial agradecimento
pelo seu apoio, pelo trabalho antroposófico do seu grupo e do seu país, e por tornar
possível nosso empenho no Goetheanum.
Sem o seu fiel apoio, não teria sido possível tudo o que neste relatório anual só
pode ser esboçado vagamente, além de
tudo aquilo que se desenvolve ao redor do
mundo como vida antroposófica. Com
cordiais saudações, em nome da Diretoria
no Goetheanum | Bodo von Plato
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| Relatório anual 2011/2012
ó Antroposofia no mundo
Ao mesmo tempo em que ocorria o eclipse lunar em 15 de junho de 2011, escalavam os protestos em Atenas. Essa mulher tenta manter o espaço entre as
duas frentes que haviam se formado durante as manifestações pacíficas ocorridas ao longo de vários meses na praça Syntagama
Mundo: Retrospectiva do ano 2011
«Nós vivemos eternamente, um mundo está em chamas ...»
“Mir lebn eibig, ess Brent a Velt” (Nós vivemos eternamente, um mundo está em chamas, em ídiche). Assim soa uma canção judaica
escrita em 1943, em oposição à sua época, no gueto de Wilna. A esperança de uma vida eterna nos leva hoje, como naquela ocasião,
através das noites de uma atualidade em chamas – isso também se mostra ao lançarmos um olhar nas publicações ‹Das Goetheanum› e ‹Anthroposophie weltweit› (Antroposofia ao redor do mundo).
o folhearmos as publicações de Anthroposophie weltweit do último ano,
fica claro que dominam os temas internos
de Dornach. Variadas moções para a Assembléia Geral, relatórios sobre os debates
relativos à Weleda, mudanças nas Seções,
remodelação do semanário, festividades
em torno do 150º aniversário de Rudolf
Steiner, a passagem pelo limiar de Heinz
Zimmermann e muito mais. O Goetheanum parece estar refletindo a si mesmo,
trabalha vigorosamente no próprio corpo,
no próprio organismo. Mas, mesmo assim,
ele também é mais amplo do que o que
ocorre dentro de suas paredes. Se considerarmos o movimento antroposófico como
sendo uma redação, e todos os membros
como correspondentes, é construída uma
rede mundial de testemunhas, curiosas a
respeito do nosso tempo. E, de fato: em
quase todos os grandes acontecimentos
mundiais, geralmente um de ‘nós’ está lá.
A
Muitos olhos veem mais fundo
Por exemplo, no Japão, Yuji Agematsu,
pouco depois do grande tsunami descreve
suas primeiras impressões das ruas oscilantes de Tóquio: “De repente a rua moveuse ondulando de cá para lá. Eu sentia que
estava vendo o dragão.” Meio ano mais tarde lemos como Emi Yoshida, junto com so-
breviventes, quer plantar uma cerejeira
para cada falecido – serão 23.000 de acordo com os números atuais. Talvez o acontecimento mais perturbador do ano ocorreu
na ilha norueguesa Utoya. Num acampamento de jovens, um serial killer sai à caça
de seres humanos; a ilha torna-se uma cela
da morte. Elizabeth Wirsching descreve por
e-mail de Oslo como a atmosfera de uma
cidade pavimentada de rosas se transforma pela dor comum. Frode Barkved descreve “a forte incandescência” que um sobrevivente percebeu na ilha da morte, como
ele sentiu a força dos amigos mortos e quer
conduzi-la para o engajamento político.
Barkved elabora o trauma de seu país com
as palavras: “[...] percebo uma energia mais
forte do que aquela que pressenti no coração de Oslo, mais forte do que aquela que
impeliu as balas para em Utoya”.
Ruínas de pedra e templos humanos
Na primavera eu mesmo fui conduzido
a um dos lugares mais abalados no decorrer do ano. Durante uma viagem de estudos para Delfos, na qual também visitamos
a comunidade de terapia social Estia Agios
Nikolaos, fiquei sabendo das demonstrações na praça Sytagama que aumentavam
diariamente e, pegando carona, fui até lá. A
praça em frente ao edifício do governo pa-
rece uma cidade de tendas, um oásis de resistência criativa. Lá, em redes, com piscinas
infantis e estação de rádio ao vivo, instalaram-se os descontentes do povo. À noite o
parlamento popular reunia-se em plena
rua, convidava especialistas em economia
a subirem ao pódio. Naquela época, antes
de os protestos ocorridos durante o eclipse
lunar em junho se tornarem violentos, eu vi
como em Atenas brilhava o gênio do helenismo democrático. O que jaz em Delfos
nas antigas ruínas dos oráculos deita-se
qual uma imagem dupla sobre as jovens
massas humanas que aqui se reúnem para
deliberar, para sentir o futuro, para, das ruínas sociais, construir novos templos.
Pouco antes da Época de Micael, e também sem ter planejado encontro-me em
New York no ponto cardeal oposto. Após
um encontro com Arthur Zajonc, a caminho da colônia de antropósofos em Spring
Valley, paro no coração de Manhattan. Os
pioneiros do movimento Occupy estão justamente montando seu acampamento.
Ainda eram apenas cem cidadãos tocando
tambor com raiva; nas semanas seguintes
seriam milhares em todo o país. Amigos da
Seção de Jovens mudam-se especialmente
para perto dos protestos em Wallstreet, disseminando ideias da trimembração social
nos grupos de discussão na Liberty Plaza.
Relatório anual 2011/2012 |
ó Antroposofia no mundo
Seguir os pés amplia a proximidade
Essas experiências feitas nas viagens
confirmam-me que a própria procura espiritual, como também a descoberta dos
meus círculos de destino antroposóficos,
não têm que me isolar dos grandes acontecimentos mundiais. Seguindo esse rastro,
meus pés levam-me diretamente aos lugares decisivos, aos momentos mais significativos. Um exemplo dessa engrenagem (talvez mencionado com demasiada freqüência), quando indivíduo, atividade antroposófica e acontecimento mundial coincidem,
é Sekem, no Egito. Nesse caso, a revolução
egípcia pôde ser seguida, em paralelo, a partir da visão de uma iniciativa antroposófica
e, no destino de Helmy Abouleish e sua prisão de cem dias, as conseqüências tornaram-se realmente perceptíveis.
Quando os olhos passam por cima do
globo, anualmente surgem novos pontos.
Como ouço no Social-Lab, que no outono
do ano passado reuniu na colina do Goetheanum um grupo heterogêneo de pessoas ligadas a projetos, na China viceja a
simpatia pelo movimento Waldorf – centenas de jardins de infância estariam no ponto de partida; no Vietnam nasceu o primeiro Camphill; na Índia sente-se grande satisfação pela recém fundada Sociedade local. Com o sucesso obtido por todas essas
exportações, é de se esperar que o colonialismo Waldorf amplamente difundido não
prevaleça: das reproduções das madonas
que já perderam seu impacto e suplantam
os tesouros folclóricos, até uma ‘Antroposofia do terceiro mundo’ que se introduz
principalmente nas classes elitistas.
Se nós nos considerarmos os correspondentes de um mundo, naquela entidade
que se anuncia como Antroposofia despertam cada vez mais olhos para enxergar os
inúmeros incêndios em todo o mundo. Vistos dessa maneira, os temas melindrosos
tratados dentro das próprias quatro paredes tornam-se mais fáceis de serem discutidos na própria colina do Goetheanum. O
olhar para a distância solta a língua na proximidade. | Jonas von der Gathen
Para o Japão após a catástrofe veja-se Goetheanum Nº 11/2011 e Anthroposophie weltweit Nº 12/2011. Reações ao ato do serial killer
na Noruega, no Goetheanum Nº 30/2011 e Nº
37/2011. Sobre a Comunidade Estia Agios Nikolaos, em Anthroposophie weltweit nº
9/2011. Sobre os protestos na Wallstreet, no
Goetheanum Nº 1/2012. Relatório sobre o Social Lab em Goetheanum Nº 49/2011.
Hungria: A nova representante nacional, Zsuzsa Mesterházi
«As forças de iniciativa são vivas»
Desde maio 2010 a professora aposentada de Educação Terapêutica, Zsuzsa Mesterházi,
é a representante nacional da Sociedade Antroposófica na Hungria. Ela representa um
país cujo governo atualmente é julgado criticamente. Em nosso diálogo escrito ela trata
de forma humorística o cenário de uma gradual aproximação à Hungria.
Sebastian Jüngel: Encontramo-nos dentro
de um balão de ar quente e aproximamonos da Hungria pelo céu. O que vemos?
Zsuzsa Mesterházi: Por causa do inverno o
senhor vê campos e aldeias cobertos de
neve. A melhor linha de orientação é o Danúbio: primeiro de oeste para leste e depois, repentinamente, para o sul até Budapest.
Jüngel: Impressionante. Por favor, introduza-nos na Hungria com três conceitos,
duas sentenças e um provérbio.
Mesterházi: Três conceitos: fontes de água
quente, o lago Platten, reservas naturais.
Duas sentenças: 1. A língua húngara pertence a uma família lingüística própria,
tem um milênio de história e apesar disso
manteve-se viva e em desenvolvimento. 2.
Muitas vezes temos que lidar com uma polaridade, inclusive concomitantemente
com uma força vital dinâmica e, dependendo da situação, uma conduta de vida
depressiva; criatividade espiritual com a
falta quase generalizada de bens materiais
quando as pessoas querem tomar iniciativas; uma fachada elegante e um quintal
desleixado, também no comportamento
cotidiano; solidariedade e concorrência na
economia. Ainda falta o provérbio: “Ajudese a si mesmo, então Deus o ajudará!”
Após a cortina de ferro, a ‘cortina espiritual’
Jüngel: Aterrissamos numa praça do mercado. O que lhe causa alegria, o que a aflige na Hungria?
Mesterhàzi: Quando ouço a palavra ‘mercado’, penso menos nas hortaliças e frutas
coloridas, nos saborosos laticínios e carnes
ou nas flores alegres, mas no mercado de
trabalho. Numa praça do mercado tradicional daqui encontra-se de tudo, porém
muitas pessoas não encontram trabalho,
principalmente em certas regiões do país.
Para essas pessoas, a praça do mercado
não faz muito sentido... Ainda assim, 2011
apresentou uma pequena melhora e se
empreendem muitas coisas para criar empregos. Isso me alegra.
Jüngel: Devido à abertura da cortina de ferro, a Hungria inscreveu-se, o mais tardar
em 1989, no coração dos alemães. Hoje os
acontecimentos políticos na Hungria são
surpreendentes. O que aconteceu?
Mesterházi: A política do governo húngaro com o presidente do conselho Viktor Orbán é extraordinária. Os intensos
ataques da oposição do país e do estrangeiro dirigem-se à economia e à democracia. Na situação de crise global, o governo procura soluções específicas para
a Hungria aplicando métodos ‘não ortodoxos’. Isso atinge interesses existentes
até agora, por exemplo na área bancária,
e apoia grupos sociais que na atual crise
econômica mundial não conseguem defender os seus interesses. Atrás das declarações sobre o governo, sonoras e
muitas vezes também falsas, de que ele
estaria ameaçando o estado de direito,
também vamos encontrar interesses
pessoais dos críticos. Não compartilho
essa crítica.
É claro que estruturas têm de ser mudadas diante dos muitos problemas sociais
não resolvidos, como pobreza, desemprego, alto índice de doenças e dívidas particulares, poluição ambiental, corrupção
herdada, e isso por meio de novas estruturas, como por exemplo nas áreas da saúde
e impostos, na proteção à natureza, por
meio de medidas contra a corrupção, regulamentação do transporte coletivo e venda de terras de cultivo.
As novas leis ressaltam valores até agora
menos aceitos. Nos últimos dias o presidente do conselho citou um conhecido jogador de hockey no gelo: “Você não deve
correr para onde o disco está agora, mas
para onde ele vai estar.” Eu espero de todos
aqueles que hoje apenas fazem críticas,
que olhem para o futuro de modo realista.
Quem tem uma certa formação antroposófica vê que nós, naquela época, estávamos diante da cortina de ferro e que hoje
estamos diante da ‘cortina espiritual’ – e
que somente com dores poderemos abrir
o portão.
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ó Anthroposophie dans le monde
Zsuzsa Mesterházi: Ativa na pesquisa, ensino e formação de professores
Humor em todas as situações de vida
Jüngel: Onde a senhora vê a força espiritual da Hungria?
Mesterházi: A força espiritual da Hungria
está nas pessoas. As tradições religiosas,
principalmente as cristãs não desapareceram do país. Também se evidencia uma
certa relação com a natureza. Além disso
há aptidões artísticas acentuadas e variadas na música, literatura, arquitetura, pintura e dança. O pensar matemático e a pesquisa em muitos ramos científicos são intensos e se baseiam num profundo senso
de qualidade, numa orientação dirigida ao
sentido da vida.
A consciência de liberdade une-se cada vez
mais ao amor à ação. A sociedade civil organiza-se numa incrível multiplicidade de
formas na qual as pessoas, numa relação
mútua livre, querem empreender algo juntas. As forças de ação são intensas. O humor também pode ser vislumbrado em situações de vida difíceis. Essas qualidades,
em parte ainda em estado de germinação,
naturalmente estão divididas de maneiras
bem diversas entre a população.
Solo espiritual real
Jüngel: Qual a importância da Sociedade
Antroposófica e do movimento antroposófico nesse contexto?
Mesterházi: Como seres humanos, os antropósofos têm perguntas e interesses semelhantes e se encontram dentro da mesma vida como os outros. A grande diferença deve-se ao fato de que nós, por intermédio da Antroposofia, podemos ver a entidade do ser humano numa conexão espiri-
tual muito mais ampla, como a história natural e cultural, as questões do destino, as
questões sociais morais, e o papel da arte e
da ciência. Por isso, o sentido da vida humana mostra- se numa perspectiva maior
e nós nos sentimos comprometidos a não
apenas contemplar a vida e dela participar,
mas também de dar forma, ajudar os outros e procurar conhecer e fortalecer a nós
mesmos. A Sociedade Antroposófica oferece o tesouro espiritual do legado de Rudolf Steiner e indica as múltiplas experiências nas diversas áreas da vida do movimento antroposófico àquelas pessoas que
almejam um conhecimento espiritual e
fortalecimento interior, e querem colocar o
futuro num solo realmente espiritual. As
pessoas que vêm para a Sociedade Antroposófica na Hungria representam uma
parte bastante grande da sociedade húngara – a Sociedade Antroposófica às vezes
parece ser uma espécie de biota social na
qual nós tentamos, de alguma forma, compensar, as tensões.
inicialmente, a partir de uma profunda
convicção, a fundação de Ramos e escolas
como também as primeiras traduções de
obras de Rudolf Steiner; em seguida, o assim chamado trabalho nas catacumbas
em pequenos grupos particulares secretos
e o desenvolvimento de uma terminologia
antroposófica húngara própria e muitas
traduções particulares, mais tarde uma
lenta abertura e a formação de grupos de
discussão com um olhar interrogador
rumo ao futuro, visitas ocasionais ao Goetheanum e o anseio por uma prática de vida
antroposófica. Hoje já não é mais possível
ter uma visão completa de quem se ocupa
com a Antroposofia na Hungria; para jovens está claro o desejo de agir ativa e formativamente no campo da vida.
Jüngel: Quando o balão de ar quente subir
novamente: Qual a mensagem da Hungria
ao movimento antroposófico global ele
poderia levar para o mundo?
Mesterházi: “Em tudo o que o ser humano
pode criar, os poderes criadores deixaram a
natureza inacabada” (Rudolf Steiner). Portanto nossa tarefa é a continuidade da
criação. E mais uma coisa: Por favor, procurem e achem em si a alegria de viver, sempre que encontrarem pessoas que pedem
justamente aos senhores ajuda e apoio
para receberem um amor amistoso ou um
conselho terapêutico. Não tenham receio
nem quando os senhores notarem que
para tanto ainda têm que dar alguns passos em seu autodesenvolvimento. Talvez
algum dia os senhores se encontrarão comigo – será que nessa ocasião eu precisarei da sua ajuda? Adeus, até lá! ó
Esclarecer o destino por intermédio da
Antroposofia
Continuação da página 5
Jüngel: Quais as forças da geração de antróposofos mais antigos, quais as esperanças que nos dá a geração jovem?
Mesterházi: As gerações vão desde aqueles que ainda participaram pessoalmente
de palestras de Rudolf Steiner e falaram
com ele, até às pessoas jovens de hoje que
querem esclarecer, com a ajuda da Antroposofia, suas perguntas quanto ao destino, e respondê-las por meio de sua conduta de vida. Cada geração descobriu para si
que formas de trabalho lhe são possíveis:
nhos pudessem se complementar e iluminar mutuamente, de modo que o que Rudolf Steiner deu experimente uma frutificação e possivelmente uma ampliação.
Não espero que a continuação do desenvolvimento da Antroposofia venha exclusivamente dos responsáveis pela Escola
Superior.” Para depois ainda acrescentar:
“Eu tenho a preocupação de que os antropósofos poderiam deixar escapar a realidade dos atuais acontecimentos espirituais.” | Sebastian Jüngel
Relatório anual 2011/2012 |
ó Escola Superior Livre para a Ciência do Espírito
Seção Antroposófica Geral
Preocupações com a presença de espírito
Os sinais que vêm da Escola Superior são diversos: aqui um trabalho ativo numa Seção,
acolá concluir a história da Primeira Classe. Franz Ackermann, membro do círculo suíço
de leitores da Classe e da diretoria da Sociedade Antroposófica na Suíça, responde perguntas sobre o relacionamento com as aulas da Classe a partir de sua visão pessoal.
ranz Ackermann considera fundamentalmente bom que as bases históricas
das aulas da Classe sejam concluídas, para
assim tornar acessível a direção do desenvolvimento ocorrido até agora e com isso
dar uma orientação. Ackermann também
não considera inconveniente que na prática das aulas da Classe não apenas as formas mas também os processos de pensamento transmitidos por Rudolf Steiner sejam cultivados repetidamente: “Depende
mesmo é da atualização. O caminho da
Primeira Classe conduz de degrau em degrau, e em cada um tem-se uma vista específica; nesses conteúdos meditativos
sempre se podem fazer novas descobertas.” Eu insisto: trata-se da apresentação
comparativa dos caminhos de pensamento, não dos degraus em si. Ackermann retoma o assunto com relação à observação
de Rudolf Steiner “Os textos não existem”
– eles com certeza não seriam diretrizes
no sentido de conteúdos de ensino. Porém, pela sua experiência como leitor, ele
sabe que os textos de Rudolf Steiner lhe
são de uma grande ajuda “porque ele dá
muitas indicações e descrições concretas
das situações que se gosta de esquecer
após ouvir a Aula”. Depois ele acentua:
“Não podemos esquecer: Rudolf Steiner
não ‘inventou’ as Aulas, ele as lia no mundo espiritual.”
F
Formas livres e formas tradicionais
A maneira de lidar com os conteúdos
da Classe neste caso é múltipla. “Há pessoas”, diz Ackermann, “que apresentam as
atmosferas ou o conteúdo em gestos eurítmicos; há pintores que se relacionam
com as atmosferas por meio de imagens;
outros que transferem o que lhes vem ao
encontro em imagens sociais. São inícios
de investigações que ampliam a base e
vão ao encontro de algumas pessoas. É
preciso ter coragem para essa forma de relacionamento criativo.”
No que consiste a diferença entre o trabalho com os mantras em ‘formas livres’ e
no contexto da Escola Superior Livre para
a Ciência do Espírito? Se o trabalho ocorre
como estudo individual, isso de forma alguma seria “sem sentido”. No entanto,
“quando isso é feito em grupo, não só não
estamos a sós com o nosso anjo, mas ligados a outros seres”. Mas se o trabalho livre
ocorre seriamente em um grupo, num primeiro momento não haveria muitas diferenças, na medida em que as bases elementares sejam respeitadas: Pela entrada
em um ambiente em que ocorrem as Aulas da Classe, realiza-se uma primeira travessia do limiar, que é conscientizada pelo
porteiro. Os conteúdos são recebidos da
boca para os ouvidos e em uma comunidade. É importante que haja um empenho
– tanto quando se está livre como também quando há a relação com a Escola Superior – pela presença de espírito. Nesta situação são criados fatos essenciais dos
quais não apenas participam seres humanos. O espaço espiritual criado dessa maneira pode ser vigoroso, mas ele sempre
também está ameaçado. Condições externas não seriam uma garantia automática
para qualidade e segurança.
Unir-se a determinada corrente de vida
A entrada para a Escola Superior está
relacionada com o fato de que se assume
a responsabilidade pelo que acontece na
Terra e nas esferas. “Isso significa tomar
iniciativa, tornar-se ativo, unir-se a outros,
sendo que a ação interior como ouvinte
pode ser tão eficiente como a ação exterior da pessoa que fala.” Onde isso ocorre
em formas de trabalho livres, a diferença
com a adesão à Escola Superior na verdade só reside na conexão com uma determinada corrente de vida da atividade esotérica.
Com isso, encontramo-nos numa terceira fase de desenvolvimento? Na primeira, a partir de 1904, Rudolf Steiner, em ligação com a grande corrente universal de
mistérios, procurava formas atuais (o que
foi interrompido pela eclosão da Primeira
Guerra Mundial em 1914). Na segunda
fase, com o Congresso de Natal de 1923/24
ele configurou o trabalho esotérico inteiramente a partir da época, com alto grau
O leitor suíço Franz Ackermann
de liberdade e responsabilidade própria
do indivíduo. Então as formas de trabalho
fora da conexão com a Escola Superior Livre são uma terceira fase da mesma linha
de desenvolvimento? Sem um julgamento conclusivo, Ackermann está “convicto
de que é possível chegar longe se houver
boa vontade e anseio por veracidade interior. Afinal, a realidade mostra-se na fertilidade do trabalho esotérico”.
Para além do círculo da Escola Superior
As 19 aulas de 1924 representam apenas um fragmento da Escola Superior Livre para a Ciência do Espírito a ser criada.
Como em diversas seções dessa Escola ultimamente elaboram-se formas de trabalho em conjunto, coloca-se a pergunta sobre uma continuação do desenvolvimento
dos conteúdos da Classe nessa direção. Porém, no que diz respeito ao círculo de leitores suíços, Ackermann não concorda.
Aqui os movimentos de procura já abordados são percebidos e, por meio de convites
a seus representantes para o círculo de leitores, também são conhecidos mais pormenorizadamente. Ele não percebe uma
iniciativa própria nesse sentido. Humildade? Ackermann leva em consideração que
já a conscientização dos degraus das 19
Aulas transmitidas fornece material suficiente e que, para obter uma determinada
eficácia, é necessário um grande número
de pessoas que se empenham. Seu olhar
vai muito além do círculo da Escola Superior: “Tenho a impressão de que a realidade da passagem do limiar manifesta-se
hoje poderosamente a toda a humanidade. Pressinto que as formas de configuração talvez se aproximem da Escola Superior de fora, o que faria com que os camiContinua na página 4
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ó Escola Superior Livre para a Ciência do Espírito
Seção Médica
Desmembrar e ligar
Possivelmente nenhuma Seção no Goetheanum possui tantas ‘subseções’ diferenciadas e com direção autônoma para seus grupos profissionais e campos de trabalhos como a Seção Médica. Em 2011 os impulsos para tornar a medicina antroposófica mais acadêmica, bem como impulsos para a formação de comunidades terapêuticas constituíram o aspecto central de seu trabalho.
Foro de discusión en el congreso médico de 2011: Broder von Laue, Wolfgang Riβmann y Ludger Simon.
O
ano de 2011 esteve sob o signo de
três grandes jubileus. Já em 4 de novembro de 2010 Michaela Glöckler, em colaboração com Vera Koppehel do Rudolf
Steiner Archiv [Arquivo Rudolf Steiner],
abriu o ano de comemorações dos 150
anos de Rudolf Steiner, no Goetheanum,
com um encontro para os meios de comunicação. Mais especificamente vinculados
à Seção, houve os jubileus de 90 anos da
Ita-Wegman-Klinik em Arlesheim, Suíça, e
da Weleda. Ambas representam duas tarefas atuais: a formação de uma comunidade espiritual (tema do congresso anual de
2011, a pedido das clínicas antroposóficas)
e a manutenção do sortimento de medicamentos produzidos de forma industrial
(tema que preocupa as agremiações de
médicos e da Weleda responsáveis por
isso).
‘Academização’
Em 2011 teve continuidade o estabelecimento da medicina antroposófica no
âmbito universitário e no sistema de saúde. Quatro médicos antroposóficos, Dirk
Cysarz, David Martin, Harald Matthes e Ur-
sula Wolf fizeram sua livre-docência em
2011. O método de documentação desenvolvido por Helmut Kiene e Gunver Kienle
para casos individuais representativos
(‘cognition based medicine’) deverá ser reforçado para poder ser ensinado e aplicado também em contexto internacional.
Mal apareceu a segunda edição do ‘Vademecum de medicamentos antroposóficos’ em 2011, já se começou a preparar a
terceira – uma base importante para a
aplicação e a documentação das experiências com medicamentos antroposóficos. A
colaboração intensa entre os profissionais
da saúde levou à fundação da International Association for Anthroposophic Bodytherapy (IAABT), da Federação das Associações de Euritmia Terapêutica e Terapias
Artísticas (IFAAET, sigla em inglês) e da Associação Alemã de Psicoterapia Antroposófica (DtGAP, sigla em alemão).
Proteção jurídica
Ao lado desse desenvolvimento promissor, ocorre a preocupação quanto a
uma nova geração de médicos, e principalmente à situação, ainda crítica, dos medi-
camentos antroposóficos, especialmente
quanto à sua disponibilidade, possibilidade de circulação e proteção jurídica. Em diferentes níveis os produtores [dos remédios] e médicos procuram enfrentar isso
por meio de um trabalho de lobby bem direcionado (detalhes no relatório das atividades da Seção Médica), bem como, de
maneira geral, por meio do novo instrumento Eliant, a aliança para Antroposofia
aplicada na Europa, que pretende estabelecer-se como uma força da sociedade civil
na Europa. Um apogeu desse trabalho foi
a entrega de um milhão de assinaturas (e
de um memorando com 15 solicitações) ao
comissário da União Europeia, John Dalli,
em 13 de maio de 2011.
Para a proteção de qualidade contamos
com a utilização do selo de qualidade
AnthroMed, também no âmbito das farmácias. Além disso foi possível conseguir
que a comissão da Farmacopeia Europeia
– uma coletânea de critérios de qualidade
para a produção de medicamentos, com
comprometimento legal – confirmasse
em 2011 a aceitação dos procedimentos de
produção antroposóficos segundo técnicas de procedimentos homeopáticos.
Diálogo com sistemas de saúde
espirituais
O ano de 2011 marcou também o décimo jubileu do International Postgraduate
Medical Training (IPTM) iniciado pela Seção Médica, em colaboração com grupos
locais de preparação. Ao lado de uma percepção pública mais intensa da Antroposofia na área médica e no âmbito público
em geral, ocorreu um encontro espiritual
frutífero e um debate com correntes e métodos de cura espirituais tradicionais. Nesse contexto, a Antroposofia tem-se mostrado como o instrumento ideal para a comunicação, bem como para estabelecer
pontes com a medicina acadêmica.
Além disso, em 2011 a Seção Médica
introduziu com maior força as ferramentas de comunicação da Internet (reestruturação do site da Seção) e da mídia social
(presença no Facebook e utilização do
Twitter). | Sebastian Jüngel
www.medsektion-goetheanum.org
Nosso relatório anual pode ser encontrado
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Relatório anual 2011/2012 |
ó Escola Superior Livre para a Ciência do Espírito
Seção Pedagógica
Educação é relacionamento
Com seu princípio específico – ser uma
formadora de seres humanos –, toda Escola Waldorf vem de encontro às expectativas e [às diversas] correntes da sociedade. Assim, os colegiados das escolas e dos jardins de infância experimentam as ondas de padronização decorrentes dos estudos PISA – e como ressonância surge a necessidade de compreender de modo renovado a fonte da
pedagogia antroposófica, e rearticulála.
U
ma distância maior é quase impossível. A globalização sob forma de padrões de ensino válidos para o mundo inteiro chegou à sala de aula. Ao mesmo
tempo, cada aluno, com suas condições específicas de aprendizagem, requer uma
relação cada vez mais individualizada com
a professora, com o professor. Para o corpo
docente a situação é semelhante. Provavelmente não existe um colegiado, uma
equipe pedagógica, em que a colaboração
e a formação de comunidade não estejam
em pauta. Por esse motivo a atividade da
Seção se dedica às questões da colaboração (trabalho conjunto) apropriadas à
época atual.
Tendo em vista as elevadas exigências
feitas hoje em dia ao educador, torna-se
mais forte o clamor por um trabalho interior, a partir do qual nascem novos recursos. Por isso a Seção Pedagógica no Goetheanum oferece eventos para a prática da
meditação e, no contexto de mais de 60 visitas a escolas durante o ano passado, as
duas questões – formação de comunidade
e cultivo espiritual íntimo – desempenharam importante papel.
A crescente padronização e quantificação do sistema educacional pressiona
as escolas Waldorf a se adequarem às recomendações. Nesse sentido, segundo
Florian Osswald que, junto com Claus-Peter Röh, é responsável pela Seção, conhecer as fontes da pedagogia Waldorf, a potência específica da imagem antroposófica do ser humano, concede a força interior
para enfrentar o diálogo com as instituições estatais de ensino.
Neste ano o trabalho da Seção culminou no Congresso Mundial de Pedagogia
Waldorf, que acontece a cada quatro anos,
com a questão antropológica básica de
como no ser humano em crescimento o
corpo e o Eu podem se ligar. Este encontro
máximo das mais de 1.000 escolas Waldorf no mundo é precedido pelo Congresso Mundial de Jardins de Infância, que
teve o mesmo tema. Assim, os responsáveis pela Seção e seu conselho consultor,
junto com a Federação Internacional de
Jardins de Infância, pretendem abarcar a
infância e a juventude como um organismo total.
Escolas Waldorf com especificidade
cultural
Um outro ponto fundamental do Congresso Mundial focalizou a individualização da pedagogia Waldorf em círculos culturais distintos. São muito concorridos os
grupos de trabalho que se dedicam à
questão, por exemplo como escolas Waldorf na China, na Nigéria ou no Egito desenvolvem uma fisionomia diferenciada.
Depois de um ano de direção colegiada
da Seção, coloca-se a questão sobre as experiências com uma direção exercida por
duas pessoas. “Com Christof Wiechert no
papel de ‘parceiro senior’ somos um colegiado de três. Desse modo espelhamos a
prática pedagógica, pois educação e formação também ocorrem de forma colegiada, embora com total responsabilidade
individual”, de acordo com Claus-Peter
Röh. | Wolfgang Held
Seção de Ciências Naturais
Pesquisa de base tendo
em vista a realidade
Os projetos de pesquisa da Seção abrangem desde a força vital das abelhas,
passando pela influência da Lua, até
questões de física quântica. Trata-se de
temas intimamente vinculados com as
questões existenciais da atualidade.
ara celebrar os 200 anos da Teoria das
Cores de Goethe (2010) o instituto de
pesquisas desenvolveu uma exposição
que atingiu um grande público, primeiramente no Goetheanum, e agora em Järna,
Suécia. Além do catálogo da exposição, foi
publicado o livro Höfe, Regenbogen, Dämmerung [Auréola, arco-íris, crepúsculo].
P
Nele, Johannes Kühl dedica-se às cores atmosféricas usando a metodologia de Johann Wolfgang Goethe. Um ponto central
de ensino é a Universidade de Verão. Vinte
participantes familiarizam-se com o método de pesquisa goethiano no Lötschental (vale do Lötsch) e no Goetheanum, sendo que pela primeira vez o curso também
foi oferecido em língua francesa. Na Seção
também fizeram parte do ensino as viagens de conferências de Johannes Kühl,
entre outras, para Kiev, para o evento comemorativo dos ‘25 anos de Tchernobil’ e
para Tóquio, por ocasião da passagem de
um ano da catástrofe de Fukushima.
A situação das colmeias de abelhas,
ameaçadas no mundo inteiro, é outro motivo para um projeto de pesquisa: junto
com o Institut für Krebsforschung Hiscia
[Instituto para a pesquisa do câncer Hiscia] e a Weleda, entre outros, Johannes
Wirz investiga até que ponto a complementação nutricional com extratos de determinadas plantas, e equinacea, pode
melhorar a vitalidade e resistência das colmeias. Contando com o suporte de apicultores, 120 colmeias em estado jovem são
alimentadas com os medicamentos quando estão fazendo o armazenamento para
o inverno.
O biólogo Renatus Derbidge está elaborando uma tese junto à Universidade
Witten-Herdecke sobre as alternâncias
rítmicas na forma das bagas do Viscum
em relação com a posição da Lua. Baseando-se nos estudos de Laurence Edwards e
Stefan Baumgarten, ele procura entender
melhor como a forma da baga se relaciona
com a posição da Lua diante do zodíaco.
Estudos feitos até o momento conseguiram mostrar pela primeira vez uma relação durante o crescimento, com a posição
em trígono da Lua, um aspecto fundamental no calendário de Thun.
O projeto de pesquisa sobre fenômenos prismáticos e complementaridade de
Matthias Rang, iniciado no verão de 2007,
encontra-se em fase de finalização, e deve
concluir com a apresentação da tese na
próxima primavera. Em diversos experimentos Rang conseguiu juntar numa imagem global processos cromáticos opostos,
como misturas de cores aditivas e subtrativas. Este ano foi dedicado à aplicação e
apresentação de tais resultados.
A física quântica constitui a revolução
científica mais excitante do século 20.
Apesar de ter desembocado com tanta na-
7
8
| Relatório anual 2011/2012
ó Escola Superior Livre para a Ciência do Espírito
turalidade em aplicações tecnológicas, até
hoje seus fenômenos limítrofes, representações e demais consequências filosóficas
parecem incompreensíveis. Sob o título
‘Quantenphysik verstehen’ [Compreendendo a física quântica] Johannes Kühl
iniciou um projeto para se dedicar à interpretação dessas modernas formas de concepção da matéria, usando os meios de conhecimento fornecidos pela Antroposofia. Além da publicação de Jost Verhulst e
trabalhos de Georg Unger, até o momento
não há reflexões antroposóficas nessa
área. O estudo pretende encontrar formas
para se lidar pedagogicamente com a física moderna. Nesse projeto ele conta com
o apoio de um grupo de especialistas. |
Wolfgang Held
Seção de Ciências Sociais
Diversas retomadas
M
ediante múltiplos passos Paul Mackay, dirigente da Seção de Ciências
Sociais, criou condições para uma vida
nova na Seção. O pontapé inicial foi o encontro da Seção em março de 2011, para o
qual foram convidados muitos membros
novos e jovens, no intuito de desenvolverem ideias para uma retomada. Paul Mackay aceitou a recomendação de formar
um colegiado da Seção, que foi constituído em outubro de 2011 com a participação
de Christine Blanke, Monika Clément, Friedrich Glasl, Anita Grandjean, Ingo Krampen, Franziska Schmidt-von Nell, Alexandra Traun, Justus Wittich e Joachim Ziegler.
Além disso, executado por um grupo de
trabalho ativo desde fevereiro de 2012, ao
redor de Monika Clément e Hannes Bohne, está se concretizando no momento a
sugestão de dar suporte à vida da Seção
mediante a ferramenta da Internet. Duas
vezes por ano, durante um período de dez
semanas a cada vez, Hannes Bohne dá
apoio à Seção na função de estudante colaborador, uma novidade na Seção.
Com a saída de Päivi Lappalainen, formou-se novamente, em maio de 2011 o
grupo de trabalho ‘Terceira idade’ (antes
denominado ‘Trabalho com idosos’). Ele
está planejando um congresso sobre a
vida antes da morte, dirigido especialmente para membros idosos da Sociedade
Antroposófica. Também está se pensando
em retomar o impulso iniciado por Manfred Schmidt-Brabant, antes chamado
‘cultivo das mães de família’ e hoje ‘cultivo
da família’.
Em janeiro de 2012 a série de congressos terminou com a conclusão do ciclo das
aulas da Classe, e Clara Steinemann renunciou à responsabilidade por esse encontro. Estabeleceu-se o Forum Econômico iniciado por Christine Blanke, que em
setembro de 2011 se dedicou à ‘Espiritualidade na empresa’, e a cada ano congrega
entre 60 e 80 pessoas que têm atividade
responsável na área econômica. Além disso, sob responsabilidade de Christopher
Houghton Budd, tem continuidade o ‘Economics Conference’, que se dedica a questões de finanças e economia.
Duas iniciativas apontam para o futuro. Em primeiro lugar, a intenção de realizar um Forum Social Mundial, incentivada
principalmente por Ute Craemer, que traz
em si uma boa possibilidade de colaboração entre as Seções Pedagógica e de Ciências Sociais, uma vez que muitos professores atuam em projetos sociais. Em segundo lugar, está se estruturando uma formação continuada no âmbito social, pela iniciativa de Ingo Krampen. | Sebastian
Jüngel
uma arte teosóficos. Este ano significou
também a preparação para os 100 anos da
euritmia, em 2012. O congresso público de
encenadores de marionetes [Figurenspiele’] ocupou-se do tema ‘Medo e coragem’,
com muitas apresentações em diferentes
estilos.
Um congresso de músicos, bem como
diversas jornadas, representaram o trabalho musical da Seção. Uma série de concertos dedicou-se a compositores isolados; a temática dos concertos foi apresentada todas as vezes por Michael Kurtz.
Seção de Jovens
Pausa criativa
E
m 2011 três outras Seções estavam em
processo de transformação. Depois de
dez anos, Elizabeth Wirsching passou a
responsabilidade pela Seção de Jovens a
Constanza Kaliks. Particularmente para
esta Seção o ano de 2011 significou uma
pausa criativa, por que Constanza Kaliks,
professora de matemática em São Paulo,
assumiu somente na passagem de ano
2011/2012, contando com o apoio de Che
Wagner e Lisa Seidel.
Seção de Artes da Fala e Musicais
Seção de Matemática e Astronomia
Antes do grande Jubileu
Fim do mundo?
D
P
a forma como se deu, foi o primeiro
encontro de todos os grupos profissionais de euritmia. Na Páscoa de 2011, 500
euritmistas vieram para o congresso da
especialidade, [cujo título foi] ‘O conceito
de arte de Rudolf Steiner’. Dias temáticos
sobre a arte no palco, a pedagogia, aspectos sociais e terapêuticos foram elaborados em 26 grupos. Desse modo, os temas
dos dias permitiram a compreensão da
multiplicidade e da unidade da euritmia.
O grande arco internacional estendeu-se
desde ‘euritmia terapêutica em holandês’
até ‘euritmia no âmbito social em árabe’.
Margrethe Solstad, dirigente da Seção, entendeu que esse congresso dos profissionais da área era, ao mesmo tempo, o prelúdio do Congresso de Natal de 2011 no
Goetheanum, que se ocupou com a instituição por Rudolf Steiner de um gênero e
ara a Seção de Matemática e Astronomia o início do ano de 2011 significou
um apogeu. Seu dirigente, Oliver Conradt,
retomou a tradição de seu antecessor
Georg Glöckler e organizou um congresso
de estudos cosmológicos. Cerca de 200
pessoas reuniram-se em torno do tema
“Calendário maia – Impulso para um calendário antroposófico – Apocalipse”. A
meta do encontro foi esclarecer as conjeturas de destruição (‘fim de mundo’) derivadas do calendário maia. Um outro congresso para estudos ocorreu no outono e
ocupou-se do estudo matemático do ‘Representante da humanidade’, bem como à
questão de como os membros constituintes do ser humano se espelham na matemática.
Relatório anual 2011/2012 | 9
ó Escola Superior Livre para a Ciência do Espírito
Seção de Ciências Humanas
Seção de Agricultura
Doze anos
Entre marketing e meditação
I
gualmente na Seção de Ciências Humanas fechou-se um ciclo. Na passagem de
ano 2011/2012 Martina Maria Sam, que
nos últimos doze anos dirigiu a Seção, renunciou a essa função, depois de inaugurar uma rede internacional de grupos de
trabalho, e organizar séries de grandes
congressos culturais no Goetheanum.
Pontos culminantes da conclusão de seu
trabalho foram a publicação do terceiro
anuário que, mais uma vez, apontou para
a plenitude dos temas elaborados pela Seção; e o mesmo vale para o Congresso de
Pentecostes sobre o ‘Calendário da alma’
de Rudolf Steiner, sob responsabilidade
dela, no qual, em conferências, grupos de
diálogo e apresentações de euritmia, se
ampliou o horizonte desta obra.
Seção de Artes Plásticas
Reinício holandês
epois das incertezas referentes ao futuro da Seção formou-se um grupo de
cinco membros da Seção (Christiane
Schwarz-Wellwe, Gottfried Caspar, Martin
Zweifel, Michael Howard e Rik ten Cate),
sendo este último seu iniciador, que, desde a primavera de 2011 abre o caminho
para um reinício do trabalho da Seção.
Tendo em vista essa reestruturação, aconteceu no outono um encontro com mais
de 80 participantes Ficou evidente, então,
que a futura forma de trabalho terá uma
orientação próxima da atual. Além disso
constatou-se que há mais de um ano já
existem atividades de Seção, de formato
semelhante, em diversos países como
Austrália, Hungria, e EUA. De acordo com
Rik ten Cate, o atual coordenador do trabalho da Seção, a nova forma de trabalho
da Seção deverá ser decidida em 2012, na
época de Ascensão.
D
Depois de se iniciar a oficina do futuro,
em grande estilo durante o congresso
anual de 2011, seguiram-se durante o
ano passos isolados e renovações com o
intuito de criar um solo no qual as ideias
formuladas pudessem tornar-se realidade.
A
Seção de Agricultura abriu o ano de
2011 com um passo incomum: foi possível conquistar os ‘especialistas do futuro’, Nicanor Perlas e Claus Otto Scharmer,
para o congresso anual para, num complicado processo de diálogos, tornarem atual
o futuro da agricultura biodinâmica. Ao
lado de um incrível impulso de energia havia, ao final do congresso, 60 iniciativas e
perspectivas mais ou menos realistas.
Principalmente pessoas mais jovens
pediam um contato melhor com o mundo
e com outras fazendas. Disso nasceu o
projeto “biodynamic ambassadors”. Ueli
Hurter e Reto Ingold, consultor internacional, conduzem o projeto no qual jovens,
depois de concluírem sua formação em
agronomia, podem trabalhar por tempo
limitado em fazendas em fase de implantação. Os primeiros passos evidenciam a
necessidade de ambos os lados.
Formação continuada condensada
Precedendo o congresso de agricultura
de fevereiro, há muitos anos ocorre um
curso de agricultura e goethianismo. Este
ano, sob o título “Como posso tornar-me
capacitado para o futuro?” o curso, que antes tinha duração de três semanas, foi reduzido para uma semana, para dar possibilidade às pessoas ocupadas com seu trabalho. Em compensação, ele é ministrado
pelos dirigentes da Seção. Foram convidadas pessoas responsáveis pelo movimento biodinâmico de 14 países. A nova forma
da semana de aprofundamento deve permitir às pessoas inseridas no trabalho de
se certificarem sobre o sentido de sua própria atuação.
Algo semelhante vale para o seminário
de culinária que, pela primeira vez, aconteceu em língua francesa. A meta é obter
multiplicadores que, em diversas línguas,
possam conduzir o grande congresso de
culinária.
Um outro foco importante são as formações, cursos e palestras que Ueli Hurter, Thomas Lüthi e Jean-Michel Florin ministram em numerosas fazendas, por
exemplo, na Espanha, Itália, Grã-Bretanha,
Eslovênia, China e Índia.
No centro do trabalho conjunto estava
cada vez mais o método de trabalho do
‘processo do U’, de Claus-Otto Scharmer.
Cada participante cria um espaço de atenção no qual possam penetrar imagens e
ideias do futuro. “Não se espera que a Seção diga o que é verdadeiro ou falso, mas
que possamos contribuir para que cada
um consiga destravar suas próprias fontes”, diz Ueli Hurter, o dirigente da Seção.
Dar um sentido espiritual ao trabalho
Muitas questões estão relacionadas
com a distância entre certificação e marketing, de um lado, e necessidades e expectativas espirituais de cada um, do outro. Assim, de acordo com Jean-Michel Florin, as perguntas focam principalmente o
sentido espiritual do trabalho. Para aumentar a proximidade com a prática, o
grupo de representantes está sendo rejuvenescido, e conduzido de forma tal, que
seja possível dedicar-se às questões em
cada um dos países. No futuro o círculo de
conselheiros internacionais também deve
ficar mais conectado pela rede, para possibilitar uma troca sobre as questões atuais
da agricultura biodinâmica no mundo inteiro. | Wolfgang Held
Helmy Abouleish (SEKEM) no Congresso de Agricultura de 2012
10 | Relatório anual 2011/2012
ó Goetheanum
No ano do jubileu
Festa exterior e transformação interior
Por ocasião do jubileu dos 150 anos de Rudolf Steiner, o Goetheanum viu-se retratado em revistas, exposições e reportagens televisivas numa plenitude antes desconhecida. Por mais monolítico e atemporal que o edifício possa parecer, atualmente
múltiplas transformações estão desempenhando importante papel.
O
s pontos altos do ano de jubileu foram o ato festivo comemorando o
aniversário de 150 anos de Rudolf Steiner,
cujos oradores principais foram Ha Vinh
Tho e Otto Schily, o congresso subsequente, bem como os ciclos de palestras de Sergei Prokofieff, além das reuniões anuais
das Seções.
Foi muito gratificante que mesmo o
sexto e o sétimo ciclo da nova encenação
dos Dramas de Mistérios de Rudolf Steiner
tiveram bastante público. Isso deu coragem para se levar ao palco, também no verão e inverno de 2012, um oitavo e um
nono ciclos. Uma experiência agradável é
que numerosos espectadores assistem
uma segunda vez às apresentações dos
Dramas de Mistérios. Além das apresentações no grande Salão do Goetheanum
houve, sob o título “Os Dramas de Mistérios muito próximos”, apresentações menores, emolduradas por palestras, em numerosos lugares, tais como, Munique, Berlim, Leipzig ou na região do Lago de Constança.
Conjunto teatral autônomo
Diante desse sucesso é tanto mais lamentável não ter sido possível manter um
conjunto de teatro estável. As atrizes e os
atores só podem ser contratados para um
tempo limitado de ensaios e apresentações. No entanto, para dar continuidade
ao trabalho promissor, algumas atrizes e
atores decidiram levar apresentações cênicas e temáticas dos Dramas de Mistérios nos moldes de “Os Dramas de Mistérios muito próximos” a um círculo de público mais amplo. Angelina Gazquez e Jens
Bodo Meier, participantes do conjunto, assumiram a organização desse conjunto
autônomo.
Em setembro Margrethe Solstad, a
nova dirigente do conjunto de euritmia,
assumiu o trabalho de palco. Em novembro de 2011 os primeiros resultados de um
novo repertório chegaram ao palco. Um
ponto culminante foi o concerto duplo
para dois violinos de Johann Sebastian
Bach.
O Despertar das Almas, cena 15: Benedictus e Árimã
No outono de 2011 teve início a exposição “Goetheanum um a um”. Tendo em
vista os 100 anos do Goetheanum, a exposição e o programa ao seu redor tinham
como meta apresentar de modo renovado
o edifício como escultura, e toda a obra artística de Rudolf Steiner. Johannes Nilo foi
o responsável pela exposição. Na primavera de 2011 ele assumiu a responsabilidade
pelo arquivo e documentação do Goetheanum.
Aclaramento da vida social
As reduções de quase 20% do orçamento no final de 2010 acabaram por evidenciar suas consequências. Depois desses
cortes, em parte bem dolorosos, seguiram-se em 2011 passos que devem levar a
um aclaramento da vida social. O colegiado da Escola Superior começou a conversar com Friedrich Glasl, o investigador de
conflitos e assessor de desenvolvimento,
sobre as concepções divergentes relativas
à Sociedade Antroposófica, Goetheanum
e Escola Superior. Paralelamente, dirigentes de diversas atribuições no Goethea-
num, em conjunto com representantes da
Diretoria e alguns dirigentes de Seções, representantes do Círculo de confiança e da
dirigente da Seção de Pessoal, com o apoio
de Joachim Ziegler da consultoria de empresas antroposóficas ‘Mira Entwicklungsbegleiter’ [Assessoria de desenvolvimento Mira] reorganizaram as múltiplas
evoluções de trabalho na vida do Goetheanum. Nesse contexto os colaboradores
foram interrogados detalhadamente,
para também trazer à consciência questões e problemas ocultos do conjunto. Três
pontos principais dessas entrevistas: existe um elevado grau de engajamento de
cada um pelo Goetheanum; muitos colaboradores têm a preocupação de que
ideias frutíferas não são colocadas suficientemente em prática; e finalmente,
houve a frequente formulação do desejo
de que a Diretoria formule metas de trabalho para o desenvolvimento do Goetheanum e, ao mesmo tempo, seja aliviada
de sua enorme quantidade de trabalho.
Desde o verão de 2011 os Secretários Gerais da Holanda (Ron Dunselman), da Suíça (Marc Desaules) e da Alemanha (Hartwig Schiller) participam mensalmente
das reuniões da Diretoria. Desse modo, a
forma de trabalho da Diretoria, até então
fechada, passa a ser uma forma internacional, federal. Para essa abertura foi
igualmente necessária a nova forma de
confirmação dos membros da Diretoria na
Assembleia Geral: a cada sete anos eles se
candidatam novamente à eleição pela Assembleia.
A morte de Heinz Zimmermann significou uma grande incisão no trabalho antroposófico do Goetheanum. Mesmo tendo
se afastado já em 2008 de sua atividade
junto à Diretoria, seu conselho, seu engajamento no campo do estudo e da formação
continuada, e sua mera presença, constituíam um pilar da vida antroposófica. É
uma grande sorte que nos últimos anos,
devido à íntima colaboração de Heinz Zimmermann e Robin Schmidt, puderam surgir duas publicações sobre o estudo e a
prática meditativa antroposóficos.
Infelizmente, desde a última Assembleia Geral, a Diretoria teve de renunciar à
colaboração de Sergei Prokofieff, por motivo de saúde, tendo ficado combinado que
ele terá uma licença até a primavera de
2013, para poder restabelecer-se e poder
dar continuidade à sua atividade de escritor. | Wolfgang Held
Relatório anual 2011/2012 | 11
ó S O C I EDA D E A NTRO PO SÓ FI CA
Relatório financeiro da
Sociedade Antroposófica Geral
Queridos membros
Na Assembleia Geral de 16 de abril de
2011 assumi a tarefa de gerenciar as finanças da Sociedade Antroposófica Geral, antes sob a responsabilidade de Cornelius
Pietzner. Por já estar claro no ano de 2010
que ele se retiraria na Assembléia de 2011,
eu já respondia naquela ocasião pelo orçamento. Devido aos déficits estruturais dos
últimos anos, vimo-nos obrigados a optar
por um corte no orçamento da ordem de
21%. Isso acarretou uma economia penosa
e substancial. Pela primeira vez, ainda, o
orçamento não contou com nenhuma
doação. A grande questão era se o Goetheanum sobreviveria com um orçamento
tão reduzido. A experiência demostrou ser
isso possível, sobretudo pelo grande engajamento de nossos colaboradores, pelo
que gostaria de exprimir aqui minha
maior gratidão.
Contabilidade de sucesso
A primeira boa nova é que o orçamento, independente das contribuições dos
membros e doações espontâneas, foi
mantido. Este foi um grande feito, tendo
em vista o orçamento consideravelmente
reduzido. Por outro lado, recebemos doações de 475 mil francos suíços a menos em
contribuições de membros e 618 mil francos suíços a menos em doações espontâneas do que constava no orçamento, o que
em parte se deveu à valorização de nossa
moeda frente a outras, principalmente ao
Euro. Por sorte uma iniciativa especial em
prol da equalização das moedas na Suíça,
na Holanda e na Alemanha, aliada a uma
doação recebida no montante de 405 mil
francos suíços, com destinação prévia, proporcionou um equilíbrio parcial do orçamento. Totalmente inesperado, porém, foi
o fato feliz de recebermos no ano de 2011
um legado no valor de 5 milhões e 100 mil
francos suíços. Somos gratos aos amigos
que legaram seus bens em testamento ao
Goetheanum; eles tornaram possível a
realização de nossa tarefa com mais propriedade. Dos legados, utilizamos uma
parte (12 milhões de francos) para cobrir os
gastos, o restante (3 milhões e 810 mil) serviram para ajustar o orçamento (1milhão e
120 mil, vide observação 6 do saldo positi-
O tesoureiro e seu assistente: Paul Mackay e Hans Hasler
vo), aplicações em fundos e provisões (2
milhões e 530 mil francos, vide observação
7 do saldo positivo) e aumento do patrimônio líquido (16 milhões).
Como os senhores veem, dividimos o
saldo positivo em duas partes, isto é, uma
parte com um resultado dentro das expectativas e outro com um resultado inesperado. Para nós era importante visualizarmos uma administração saudável, visando uma meta de longo prazo de se chegar
a um resultado equilibrado. Com isso será
possível liberar o superávit para investimentos, reformas e projetos, como por
exemplo, a próxima encenação do Fausto,
assim como a obra artística e escrita de
Rudolf Steiner.
Balanço
O balanço de 31 de dezembro de 2011 foi
elaborado da forma mais simples possível.
Entre os investimentos financeiros encontra-se, entre outros, a participação na Weleda AG. Tivemos retorno tanto das ações
como dos títulos de participação de valor
nominal. Essa participação é de importância essencial para nós. A participação na
Vital AG, que administra o refeitório, reduzimos a 1 franco suíço, por considerarmos
esta participação parte integrante da in-
fraestrutura do Goetheanum. Finalmente
reduzimos em 50% o valor de um empréstimo à Hestia Genossenschaft, proprietária do refeitório e do imóvel que abriga o
centro de vivência Haus Friedwart.
No item ativo imobilizado, conferimos
a todas as instalações do Goetheanum o
valor de 1 franco para sinalizar que essas
instalações não possuem valor financeiro.
No lado do passivo encontram-se, no
item exigível no longo prazo, entre outras,
as doações com direito de reversão. Esta é
uma forma de financiamento cuja prática
pretendemos cultivar com ênfase renovado. Isso se processa da seguinte forma: o
Goetheanum recebe a doação com a condição de que a quantia doada possa ser
resgatada. Desta forma, o doador tem a
segurança de que, caso encontre-se em dificuldade, poderá receber a doação de volta. Com a morte, a doação passa a ser definitiva.
Contribuições dos membros
As contribuições dos membros nos trazem certa preocupação. Parece-nos que a
forma como são encaminhadas as contribuições que vão direto para o Goetheanum ou dos grupos e sociedades territoriais não correspondem totalmente ao es-
12 | Relatório anual 2011/2012
ó Sociedade Antroposófica
pírito da adesão de um membro. Salta aos
olhos que a forma de encarar esse tema
varia muito de um país para outro. Antes
de tudo, o membro ingressa na Sociedade
Antroposófica Geral. Adicionalmente ele
pode ingressar em um grupo, em uma sociedade territorial ou em um ramo. Em
muitos lugares não existe a devida consciência desse fato. Notamos que a contribuição desses membros à Sociedade Antroposófica Geral, isto é, ao Goetheanum,
não é encarada como uma prioridade, mas
como contribuição secundária. Com isso, a
contribuição média anual por membro é
de 85 francos suíços, apesar de oficialmente haver um acordo de que a contribuição
seria de 125 francos suíços. Felizmente isso
não acontece em países como a Suíça e a
Alemanha. Juntamente com os membros,
gostaríamos de encontrar um caminho
que permita o despertar da consciência
para este tipo de engajamento na Sociedade Antroposófica Geral. Somente em
conjunto podemos dar conta das tarefas
na Sociedade Antroposófica e na Escola
Superior.
Observações:
1. Vide relatório financeiro
2.Desse valor, cerca de 41.000 francos suíços de
rendimento provenientes da venda de ações
e cerca de 80.000 de receita advinda de juros
relativos ao direito de construção e ajuste de
contas de aluguel de um imóvel herdado.
3. Desse valor, 53 mil francos suíços de juros de
empréstimo e juro bancário a descoberto.
4. Vide observação 4 relativa ao balanço. O valor
constante no item despesa é suficiente para
a manutenção das moradias, no entanto não
houve dedução desta quantia no momento.
5. Com esta quantia, o Goetheanum ajuda antigos colaboradores que prestaram serviços
em tempos passados e ainda não possuem
uma aposentadoria suficiente para seu sustento. O montante é menor a cada ano, uma
vez que são feitas provisões suficientes para
a aposentadoria durante o período ativo de
trabalho para colaboradores que ingressaram mais tarde.
6. Dentre as despesas excepcionais encontramse especialmente ajustes de balanço no valor
de 1 milhão e 120 mil francos suíços, citadas
no relatório financeiro: no total, 320 mil francos suíços de correção de empréstimo Hestia,
667 mil de redução do valor do balanço da
Weleda AG em forma de ações e títulos de
participação de valor nominal, 100 mil francos suíços de dedução da participação da Vital Speisehaus AG, assim como algumas pequenas correções.
7. Nos saques de fundos e provisões, trata-se de
doações de anos anteriores, utilizadas agora;
nos depósitos estão incluídas doações com
destinação prévia e receitas provenientes do
ano de 2011, que só serão utilizadas nos próximos anos. Da mesma forma, aqui se incluem os 2 milhões e 530 mil francos suíços
Sociedade Antroposófica Geral
Resultado positivo da contabilidade de 2011
2010
2 011
!"#$%$&!'()$*+&!+,!-*(./$&!&012$&3
RECEITA
Contribuições dos membros
Contribuições de instituições, sem destinação
específica
Doações espontâneas
Doações com destinação específica
Contribuições e Doações
Eventos, Estudos e Aperfeiçoamento
Publicações, Semanário
Serviços
Receita financeira
Receita própria
45&
4'100'069
1
4'217'483
1'949'868
1'432'348
2'672'178
10'154'463
1
2'759'957
1'835'912
2'355'072
11'168'423
2'423'729
1'189'114
995'886
227'858
4'836'587
RECEITA TOTAL
2
3'329'642
1'353'086
1'062'611
600'280
6'345'618
14'991'050
17'514'042
Despesas com Eventos e Estudos
Despesas com serviços
Manutenção Prédio, Terreno, Mobiliário
Despesas financeiras
-2'090'286
-2'426'323
-1'046'047
-80'601
-2'766'552
-3'112'459
-1'322'240
-530'270
TOTAL DE DESPESAS
-5'643'257
DESPESAS
Resultado Bruto
Salário dos colaboradores inclusive benefícios
Resultado esperado
3
-7'731'520
9'347'793
9'782'522
-10'540'100
-12'800'673
-1'192'307
-3'018'151
1'317'547
-719'000
1'289'040
-592'494
Moradias dos colaboradores
Receita
Despesa
Resultado
Gastos com antigos colaboradores
598'548
4
696'547
-309'600
5
-328'016
Ocorrências excepcionais e não usuais para o período
Receita
Despesa
Resultado
106'724
-1'243'262
-1'136'537
35'412
-315'865
6
-280'453
Fundos e provisões
Saques
Depósitos
Resultado
141'514
-2'958'053
-2'816'539
2'254'694
-153'872
7
2'100'822
Legados
Doação voluntária
Legados sem destinação prévia
4'922'398
92'000
643'443
-
Resultado
5'014'398
Resultado excepcional
1'350'270
2'832'343
-1'192'307
1'350'270
-3'018'151
2'832'343
157'963
-185'808
Resultado esperado
Resultado excepcional
Resultado
que, provindos dos legados deste ano, devem-se aos fundos e provisões mencionados:
63 mil francos suíços para Estudos e Aperfeiçoamento, 20 mil francos para apresentações
de euritmia, 150 mil para participações na Vital Speisehaus AG, 100 mil francos para os
trabalhos de preparação de uma nova encenação do Fausto, 100 mil francos para o fundo da obra artística e escrita de Rudolf Stei-
8
643'443
ner, 95 mil francos para a reforma da casa de
um dos colaboradores, assim como 2 milhões
de francos para trabalhos de reforma do
Goetheanum.
8. Os legados vieram dos seguintes países: Suíça, Alemanha, Holanda, Grã-Bretanha, USA,
Canadá, Austrália, em forma de dinheiro, ouro, joias, imóveis e a venda de um violino
Guarneri.
Relatório anual 2011/2012 | 13
ó Sociedade Antroposófica
A preocupação em torno das contribuições dos membros levou-nos também a
rever as contribuições das instituições.
Após 100 anos de existência da Antroposofia, em que muitas pessoas se ocupam a
partir da Antroposofia, surgiram muitas
instituições antroposóficas. Entre outras
instituições, a firma Weleda contribui com
uma parcela significativa. A pergunta é se
outras instituições antroposóficas podem
e querem fazer tal contribuição.
O Goetheanum como unidade
diferenciada
É importante para mim que o Goetheanum seja encarado como sede da Escola
Superior Livre para a Ciência do Espírito e
da Sociedade Antroposófica. Tudo aquilo
que acontece no Gotheanum deve ser visto à luz da Escola Superior e da Sociedade.
O palco não deve ser visto como teatro,
mas sim como local onde vive o impulso
artístico antroposófico. Também o prédio
do Gotheanum é expressão desse impulso
artístico. A Sociedade Antroposófica compõe a mantenedora que sustenta a Escola
Superior Livre. Os orçamentos para as seções que lhes apresentamos devem ser
encarados como simples orçamentos de
valor relativo, uma vez que despesas como, por
exemplo, o valor destinado a empréstimo de espaços, a eventos, ao teatro, bem como aos serviços administrativos não são debitados nas despesas das
seções. O todo deve ser visto como uma unidade diferenciada.
No final de meu relatório gostaria de chamar a
atenção para o fato de havermos proposto o nome
de Justus Wittich para aprovação na Assembleia
Geral como novo membro da Diretoria. Ele ocupará
o cargo de tesoureiro responsável pelas finanças.
Quando me pediram que assumisse por um tempo
as finanças, pedi a Hans Hasler que me desse suporte nessa tarefa. Gostaria, aqui, de expressar minha
maior gratidão por seu apoio. Sem ele, não estaríamos agora no ponto onde nos encontramos. Também ele passará sua tarefa a um sucessor.
Finalmente gostaria de agradecer-lhes, queridos
membros, pelo seu apoio ativo através de suas contribuições, doações e mais que isso, de sua confiança. | Paul Mackay
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Observações:
1 O montante de recursos líquidos foi influenciado por uma herança recebida
pouco antes do final do ano.
2 Deste montante (em mil francos suíços)
1.000 Aplicação de dinheiro por um ano
e meio até o início dos projetos de
construção
320 Empréstimo à Hestia Genossenschaft, valor corrigido
10 Obrigações
3.079 Ações da Weleda (5670) e títulos de
participação (3444) de valor nominal
assim como títulos de participação
simbólicos correspondentes a um
franco.
3 Desde a época da construção do Salão,
1996-1998, este montante não foi
amortizado. No balanço, entre os passivos, encontra-se no item “Relatórios de
construção e empréstimo para o salão”.
4 Este item contém 42 prédios, assim como 23 casas próprias, totalizando cerca
de 95 contratos de locação para colaboradores e 50 quartos de estudantes.
O valor do seguro desses imóveis está
bem acima do valor constante no balanço.
5 Em anos anteriores, as doações com direito de reversão contribuíram significativamente para o financiamento de
planos de construção e projetos. Dessas doações, no ano de 2011, só foi reivindicada a devolução de 40 mil francos suíços. Neste mesmo tempo 848
6
7
8
9
mil francos suíços tornaram-se doações definitivas em decorrência da
morte dos doadores e foram contabilizados como doações ou legados.
Neste item trata-se de empréstimos
disponibilizados para o Goetheanum,
totalmente sem juros ou a juro muito
baixo para pagamento a longo prazo.
1 milhão e 650 mil relatórios de construção, 207 mil francos de empréstimos sem juros. No decorrer do ano
houve uma redução de 63 mil francos
suíços devido à morte do doador ou
transformação em doação definitiva.
Esse montante foi utilizado na amortização do salão. Vide observação 3.
Hipotecas de bancos e fundos de pensão assim como empréstimos de colaboradores para compra de imóvel.
Fundos e provisões (em mil francos
suíços)
2’564 fundo de reforma do Goetheanum: telhado, concreto, terraço, palco
610 fundos diversos das seções
305 fundos diversos para projetos
100 fundo para os trabalhos de preparação do Fausto
100 fundo Obra de Rudolf Steiner
142 fundo Estudos e Aperfeiçoamento
32 fundo Documentação e Biblioteca
95 provisão para reforma da casa
de colaboradores
338 outros fundos
14 | Relatório anual 2011/2012
ó Sociedade Antroposófica
Sociedade Antroposófica Geral
011, resultado 2011 e orçamento 2012, classificados por setores
Orçamento 2011
Em 1.000 francos suíços
Doações
Doações e contribuições de Instituições
Contribuições de membros
Congressos anuais
Receita
Despesa
Resultado 2011
Receita
Despesa
Orçamento 2012
Receita
Despesa
2'050
1'900
4'575
415
-361
1'432
1'950
4'100
181
-220
2'000
2'100
4'300
41
-41
Seção Antroposófica Geral
546
-654
825
-974
584
-582
(incluso Estudos e Aperfeiçoamento)
(incluso Impulso cultural)
316
128
-448
-128
348
144
-498
-145
437
128
-437
-128
Seção de Jovens
Seção Matemática e Astronomia
Seção de Medicina
Seção de Ciências Naturais
Seção Pedagógica
Seção de Belas Artes
Seção de Agronomia
Seção de Arte da Fala e Música
Seção de Belas Artes
Seção de Ciências Sociais
95
27
1'265
496
477
322
409
147
-
-233
-120
-1'340
-732
-526
-10
-461
-563
-285
-10
60
86
1'394
502
683
7
346
286
125
92
-200
-178
-1'484
-829
-786
-66
-486
-407
-243
-91
89
78
1'464
512
1'136
350
391
29
40
-257
-274
-1'539
-750
-1'207
-75
-490
-543
-74
-67
Diretoria e Secretaria
Comunicação e documentação
1'123
-1'280
-1'675
-1'323
-1'788
-124
-322
-1'230
5
990
-
-1'252
-1'546
2
11
1'110
47
1'308
-
Palco do Goetheanum
540
- para Dramas de Mistérios
530
Administração de obras no Goetheanum
Recepção e gerenciamento de eventos
Funcionários
Finanças
Computação
Receita não gasta e despesas
- para publicações
- para documentação
- para semanários
Moradia de colaboradores
Despesas com aposentadoria
Legados
Ajustes de balanço, resgate de fundos e provisões
provenientes de legados.
Ao patrimonio
109
1'199
-126
-420
-1'242
-2'630
1'428
-540
811
857
48
73
-
-2'965
-869
-331
-340
-304
-43
1'311
-
-640
-303
-
-
-122
-332
-1'092
-3'318
690
-2'472
-930
600
-600
1'088
115
10
12
1
321
-3'186
-1'045
-237
-380
-293
-302
1'035
50
5
-3'121
-916
-268
-375
-313
-51
1'318
4'922
-719
-311
-
1'330
-
-730
-275
-
17'217
-17'217
-3'615
-
-158
16'676
Essa tabela demonstra aquilo a que nos
propusemos para o ano de 2011 (orçamento de 2011), o que resultou disso, ou seja, a
prestação de contas de 2011, assim como
as metas de trabalho para o ano que se inicia (orçamento de 2012). A diferença entre
orçamento e resultado 2011 deve-se, em
primeira linha, aos legados. O aumento do
orçamento de 2012 em relação ao ano de
2011 tem a ver com o grande congresso
que acontecerá na seção pedagógica, o
que demandou grandes ajustes.
20
970
-16'676
22'638
Aquilo que foi apresentado como receita/despesa, refere-se, apenas e tão somente, aos recursos destinados diretamente, atrelados à respectiva seção ou
área administrativa. O Goetheanum, com
todas as seções e áreas administrativas
constitui um organismo coeso, no qual cada parte depende de muitas formas do todo. Custos que recaem sobre o palco, sobre
a administração do prédio ou em outra
parte qualquer, referentes às atividades de
outros setores, não são computados e
-22'638
nem descontados. Cada doação recebida
pelo Goetheanum, sem finalidade imediata, ajuda a pagar o todo. Neste sentido, as
tarefas da Sociedade Antroposófica Geral
e da Escola Superior Livre para a Ciência do
Espírito encontra-se em íntima relação
com suas seções.
© 2011 Sociedade Antroposófica Geral, representada por Bodo von Plato. Editores: Wolfgang Held (conteúdo e produção). Tradução: Karin Glass, Sonia Setzer e Maria do Carmo
Revisão: Valdemar Setzer. Utilize o seguinte endereço para contactar os editores:
Wochenschrift Das Goetheanum, Postfach, CH–4143 Dornach, Switzerland; fax +41 61 706 44 65; [email protected]
Relatório anual 2011/2012 | 15
ó Endereços
Sociedade Antroposófica
Geral
Postfach, CH-4143 Dornach 1
www.goetheanum.org
Diretoria do Goetheanum
Virginia Sease
Andrea Jeserich, Tel. +41 61 706 43 12
[email protected]
Paul Mackay
Monika Clément, Tel. +41 61 706 43 09
[email protected]
Bodo von Plato
Renate Braun, Tel. +41 61 706 43 07
[email protected]
Sergej Prokofieff
Ute Fischer, +41 61 706 43 11
[email protected]
Seija Zimmermann
Tanja Hietsch. Tel.+41 61 706 43 64
[email protected]
Secretário geral: Michael Mösch
Bulgária
Sociedade Antroposófica na Bulgária
Tel. +359 2 980 84 86
[email protected]
Representante territorial: Traytcho Frangov
Canadá
Anthroposophical Society in Canada
[email protected]
Secretário geral: Arie van Ameringen
Chile
Rama Christophorus
[email protected]
Rama Santiago
[email protected]
Rama Sophia
Tel. +562 2250056
[email protected]
Colômbia
Rama Micael
Tel. +57 4 266 53 61
[email protected]
Secretariado de membros
Dirigente: Angelika Pauletto
Tel. +41 61 706 42 72
Fax +41 61 706 43 14
[email protected]
Rama Santiago Apóstol
Tel. +57 2 513 34 22
[email protected]
África do Sul
Croácia
Anthroposophical Society in Southern
Africa
Tel. +27 21 788 1022
[email protected]
Antropozofsko društvo
‘Marija Sofija’, Zagreb
Tel. +385 1 468 02 70
[email protected]
Alemanha
Dinamarca
Anthropos. Gesellschaft in Deutschland
Tel. +49 711 164 31 21
[email protected]
Secretário geral: Hartwig Schiller
Antroposofisk Selskab Danmark
Tel. +45 86 27 60 60
[email protected]
Secretário geral: Troels Ussing
Argentina
Egito
Sociedad Antroposófica
en la Argentina
Tel. +54 11 4702 98 72
[email protected]
Representante territorial: Rosa Körte
Ramo Sekem da Sociedade Antroposófica
Tel. +20 2 2656 41 24
[email protected]
Ásia
Sociedad Antroposófica Rama Micael
Tel. +593 2 240 76 21
[email protected]
Representação da Sociedade Antroposófica Geral na Ásia
Tel. +64 6 855 55 99
[email protected]
Australia
Anthroposophical Society in Australia
Tel. +61 2 9417 6046
[email protected]
[email protected]
www.anthroposophy.org.au
Secretário geral: Peter Glasby, Ian Baker-Finch
Áustria
Sociedade Antroposófica Geral na Áustria
Tel. +43 1 505 34 54
[email protected]
Secretário geral: Helmut Goldmann
Bélgica
Antroposofische Vereniging in België
Tel. +32 9 233 54 58
[email protected]
Secretário geral: Mario Damen
Brasil
Sociedade Antroposófica no Brasil
Tel. +55 11 568 742 52
[email protected]
Equador
Eslováquia
Slovenská antropozofická spoločnost'
Tel. +421 2 4445 36 90
[email protected]
Representante territorial: Erich Šašinka
Espanha
Sociedad Antroposófica en España
Tel. +34 91 115 34 78
[email protected]
Representante territorial: Leonor Montes
Estônia
Tel. +33 1 43 26 09 94
www.anthroposophie.fr
Secretário Geral: René Becker
Georgia
Sociedade Antroposófica na
Georgia
Tel. +995 32 99 95 76
[email protected]
Representante territorial: Nodar Belkania
Grã-Bretanha
Anthroposophical Society in Great Britain
Tel. +44 207 723 44 00
[email protected]
Secretário geral: Ann Druit, Philip
Martyn
Michael Branch
[email protected]
México
Rama Juan de la Cruz
Tel. +52 5 617 68 54
[email protected]
Namíbia
Grupo de estudos antr. na Namibia
Tel. +264 61 234 702
[email protected]
Noruega
Antroposofisk Selskap i Norge
Tel. +47 22 60 00 67
[email protected]
Secretário geral: Frode Barkved
Holanda
Nova Zelândia
Antroposofische Vereniging in Nederland
Tel. +31 30 691 82 16
[email protected]
Secretário geral: Ron Dunselman
Anthroposophical Society in
New Zealand
Tel. +64 6 877 66 56
[email protected]
Secretário geral: Sue Simpson
Hungria
Magyar Antropozófiai Társaság
Tel. +36 1 336 04 26
[email protected]
Representante territorial: Zsuzsa Mesterházi
Peru
Índia
Anthroposophical Society in India
[email protected]
www.anthroposophyindia.org
Representante territorial: Aban Bana
Towarzystwo Antropozoficzne w Polsce
Tel. +48 22 666 88 32
[email protected]
Representante territorial:
Ewa Wasniewska
Irlanda
Portugal
Anthroposophical Society in Ireland
Tel. +353 505 42830
[email protected]
Representante territorial: Martin Henry
Sociedade Antroposófica em Portugal
Tel. +351 967 239 920
[email protected]
Representante territorial: Fritz Wessling
Islândia
República Tcheca
Antróposófiska félagiđ á Íslandi
Tel. +354 4 86 60 22
[email protected]
Representante territorial: Gudfinnur
Ellert Jakobsson
Anthroposofická společnost
v Ceské rebublice
Tel. +420 246 030 358
[email protected]
www.anthroposof.org
Representante territorial:
Anezka Janátová
Israel
Elija Branch
[email protected]
Sophia Branch
[email protected]
Hillel-Zweig
Tel. +972 4 983 20 67
[email protected]
Itália
Filipinas
Japão
Grupo antroposófico no Japão
Tel. +81 44 954 2156
[email protected]
Suomen Antroposofinen Liitto
Tel. +358 9 696 25 20
[email protected]
Secretário geral: Leena Westergrén
Grupo antroposófico no Japão
Tel. +81 3 69 08 82 56
[email protected]
França
Círculo antroposófico Shikoku
[email protected] www.anthro-4.jp
Société Anthroposophique en France
Lituânia
Anthroposophical Society in Hawaii
Tel. +1 808 988 45 55
[email protected]
Representante territorial: Van James
Eesti Antroposoofiline Selts
[email protected]
Representante territorial: Jaanus Möldre
Finlândia
Anthroposophischer Zweig in Lettland
Tel. +371 2 9 16 50 00
[email protected]
Hawai
Società Antroposofica in Italia
Tel. +39 02 659 55 58
[email protected]
Secretário geral: Stefano Gasperi
Anthropos. Group in the Philippines
[email protected]
Letônia
Sociedad Antroposófica en el Perú
Tel. +51 1 471 12 33
[email protected]
Polônia
Romênia
Societatea Antroposofica din România
Tel. +40 21 323 20 57
[email protected]
Representante territorial: Gheorghe Paxino
Rússia
Anthroposophische Gesellschaft
in Russland
Tel. +7 495 695 09 64
[email protected]
Representante territorial: Alexey Zhukov
Sérvia
Antroposofski Kulturni Centar Beograd
Tel. +381 11 15 81 35
[email protected]
Suécia
Antroposofiska Sällskapet i Sverige
Tel. +46 8 55 43 02 20
[email protected]
Secretario General: Mats-Ola Ohlsson
16 | Relatório anual 2011/2012
ó Endereços
Suíça
Anthroposophische Gesellschaft
in der Schweiz
Tel. +41 61 706 84 40
[email protected]
Secretário geral: Marc Desaules
Tailândia
Estudos e Aperfeiçoamento
n0 Goetheanum
Secretaria: Ursula Schönholzer
Tel. +41 61 706 42 20
[email protected]
Seção de Jovens
Seção de Belas Ciências
Acervo de Arte do Goetheanum
Direção: Bodo von Plato
Tel. +41 61 706 43 82
[email protected]
Tel. +41 61 706 42 85
[email protected]
Seção de Ciências Sociais
Publicação semanal
‹Das Goetheanum›
Direção: Paul Mackay
Tel. +41 61 706 43 09
sektion.sozialwissenschaften
@goetheanum.ch
Tel. +41 61 706 44 64
Fax +41 61 706 44 65
[email protected]
www.dasgoetheanum.ch
Antrhoposophical Group in Thailand
Tel. +66 2 792 0670
[email protected]
Representante: Porn Panosot
(Seção para a Busca espiritual dos jovens)
Direção: Constanza Kaliks
Tel. +41 61 706 43 91
[email protected]
www.youthsection.org
Ucrânia
Seção de Matemática e Astronomia
Sociedade Antroposófica Ramo Kiew
Tel. +380 44 572 89 93
[email protected]
Direção: Dr. Oliver Conradt
Tel. +41 61 706 42 26
[email protected]
www.mas.goetheanum.org
Goetheanum
Seção de Medicina
Virginia Sease, Paul Mackay, Bodo
von Plato, Sergej Prokofieff,
Seija Zimmermann
[email protected]
Uruguai
Sociedad Antroposófica
Rama Novalis
Tel. +5982 619 33 70
USA
Anthroposophical Society in America
Tel. +1 734 662 93 55
[email protected]
Secretário geral: Torin Finser
Direção: Dr. med. Michaela Glöckler
Tel. +41 61 706 42 90
[email protected]
www.medsektion-goetheanum.ch
Coordenação Internacional
de Medicina Antroposófica/IKAM
michaela.gloeckler
@medsektion-goetheanum.ch
Seção de Ciências Naturais
Escola Superior Livre para
a Ciência do Espírito
Postfach, CH-4143 Dornach 1
Tel. +41 61 706 43 12
Fax +41 61 706 43 14
[email protected]
www.goetheanum.org
Colegiado da Escola Superior no
Goetheanum
Oliver Conradt, Jean-Michel Florin, Michaela Glöckler, Ueli Hurter, Johannes
Kühl, Thomas Lüthi, Paul Mackay, Florian Osswald, Bodo von Plato, Sergej
Prokofieff, Claus-Peter Röh, Martina
Maria Sam, Virginia Sease, Margrethe
Solstad, Christof Wiechert, Elizabeth
Wirsching, Seija Zimmermann
Seção antroposófica geral
Direção: Paul Mackay, Cornelius Pietzner, Bodo v. Plato, Sergej Prokofieff,
Virginia Sease, Seija Zimmermann
[email protected]
Direção: Johannes Kühl
Tel. +41 61 706 42 10
[email protected]
Seção Pedagógica
Livraria do Goetheanum
Postfach, CH-4143 Dornach 1
Diretoria do Goetheanum
Recepçao e Eventos
Direção: Katharina Hofmann
Informação
Tel. +41 61 706 42 42
Fax +41 61 706 44 46
[email protected]
www.goetheanum.org
Visitas guiadas
Tel. +41 61 706 44 38
[email protected]
Direção: Claus-Peter Röh,
Florian Osswald
Tel. +41 61 706 43 15
[email protected]
www.paedagogik-goetheanum.ch
Comunicação e contato com
o público
Seção de Belas Artes
Palco do Goetheanum
Contatos: Seija Zimmermann, Christof
Wiechert
Tel. +41 61 706 42 65
[email protected]
www.internationalartsection.com
Seção de Agronomia
Direção: Jean-Michel Florin, Ueli
Hurter, Thomas Lüthi
Tel. +41 61 706 42 12
[email protected]
Wolfgang Held
Tel. +41 61 706 42 61
[email protected]
Gerente: Nils Frischknecht
Tel. +41 61 706 42 50
[email protected]
www.goetheanum-buehne.ch
Tel. +41 61 706 42 75
Fax +41 61 706 42 76
[email protected]
Horário:
De segunda a sexta-feira: 9-18h30
Sábado: 9-17h
Editora do Goetheanum
Direção: Christiane Haid
Hügelweg 59, Postfach 131
CH-4143 Dornach 1
Tel. +41 61 706 42 00
[email protected]
www.vamg.ch
Refeitório Vital Speisehaus AG
Cafeteria-Restaurante Loja de produtos
naturais
Dorneckstrasse 2
CH-4143 Dornach
Restaurante Tel. +41 61 706 85 10
Loja de produtos naturais
Tel. +41 61 706 85 14
Boutique Persephone: +41 61 706 85 12
Cafeteria do Goetheanum
Tel.+41 61 706 42 88
www.speisehaus.ch
Pousadas no Goetheanum (Haus
Friedwart e Begegnungszentrum)
Locação de quartos
Gerente: Waltraud Frischknecht
Tel. +41 61 706 44 45
[email protected]
Documentação
Direção: Johannes Nilo
Arquivo
Tel. +41 61 706 42 63
[email protected]
Seção de Arte da Fala e Música
Biblioteca
Direção: Margrethe Solstad
Tel. +41 61 706 43 59
[email protected]
Tel. +41 61 706 42 60
Sexta-feira das 11–18h
[email protected]
Endereços atuais sempre podem ser encontrados em nosso site: www.goetheanum.org/adressen.html
Relatório anual
Queridos membros,
Neste ano, como já aconteceu em 2011, os senhores estão recebendo o relatório anual junto com a publicação Anthroposophie welteit” (Antroposofia no mundo).
“Anthroposophie weltweit” tem tiragem de aproximadamente 23.000 exemplares em alemão e inglês (Alemanha: 18.500
exemplares; Inglaterra 4.500). Neste ano, o relatório anual tem
também uma versão em Espanhol, Português, Francês e Italiano.
Caso os senhores desejarem receber o relatório em outra língua
ainda, escrevam-nos um e-mail ou um cartão postal.
Opções para membros da SAG:
• grátis, anexado à publicação semanal Das Goetheanum
(somente em alemão);
• grátis, através de sua sociedade territorial (nem todas as
sociedades territoriais oferecem tal possibilidade) ou ainda
simplesmente como membro;
• grátis, em forma de assinatura por e-mail;
• por 30 francos suíços / 25 Euros, diretamente da Abo-Service
(caso os senhores não tiverem nenhuma outra possibilidade).
Contato: Abo-Service, “Das Goetheanum”, Postfach, CH-4143
Dornach, Tel. +41-61-706-4464, Fax +41-61-706-4465,
[email protected]
Online: www.goetheanum.org/aw.html
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