Análise da Documentação - USAID School Dropout Prevention Pilot
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Análise da Documentação - USAID School Dropout Prevention Pilot
Análise da Documentação Apresentado a: United States Agency for International Development (Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional) (USAID) Washington, DC Apresentado por: Creative Associates International Washington, DC 18 de Maio de 2011 Este relatório foi elaborado graças ao Povo Americano através da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). O conteúdo deste relatório é da inteira responsabilidade da Creative Associates International e não reflecte forçosamente a perspectiva da USAID ou do Governo dos Estados Unidos da América. Critérios de Apresentação da DEC a. Número de Contrato nº EDH-I-00-05-00029-00 Adjudicação da USAID Pedido de Tarefa AID-OAA-TO-10-00010 b. Título e Número do Investir nas Pessoas (INP) Objectivo da USAID c. Título e Número do Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar (PCAE) Projecto da USAID para a Ásia e o Médio Oriente da USAID d. Área e Elementos do Educação (área 3.2 do programa) Programa da USAID Ensino Básico (elemento 3.2.1 do programa) e. Título Descritivo Análise da Documentação - Combate ao Abandono Escolar f. Nome(s) do(s) autor(es) Lorie Brush, Jennifer Shin, Rajani Shrestha, Karen Tietjen g. Nome do Adjudicatário Creative Associates International 5301 Wisconsin Avenue, NW, Suite 700 Washington, DC 20015 Telefone: 202 966-5804 Fax: 202 363-4771 Contacto: [email protected] Unidade Operacional h. da USAID e do COTR que patrocinam AME/ME/TS i. Data de Publicação 18 de Maio de 2011 j. Idioma do Documento Inglês, traduzido para o Português Rebecca Adams, COTR Índice Lista das Tabelas ........................................................................................................................... ii Lista dos Acrónimos .................................................................................................................... iii Sumário ......................................................................................................................................... iv 1.0 Introdução ....................................................................................................................... 1 1.1 Objectivo da análise .................................................................................................................. 1 1.2 Definição de “jovem que abandona precocemente a escola” .................................................... 2 1.3 Metodologia para análise e escolha das intervenções ............................................................... 2 1.4 Organização do relatório ........................................................................................................... 4 2.0 Perfil e Características das Crianças e Jovens em Risco de Abandonar a Escola......................................................................................................................... 5 2.1 O âmbito do problema do abandono escolar ............................................................................. 5 2.2 Factores relacionados com o abandono escolar das crianças .................................................... 6 3.0 Intervençoes no Combate ao Abandono Escolar ....................................................... 12 3.1 Uma tipologia das intervenções............................................................................................... 12 3.2 Resultados de avaliações rigorosas sobre programas de combate ao abandono escolar ......... 14 3.2.1 Selecção das intervenções ................................................................................................. 14 3.2.2 Descrição de intervneções avaliadas rigorosamente ......................................................... 16 3.2.3 Avaliação da eficácia do programas ................................................................................. 20 3.3 4.0 Descrição dos programas de combate ao abandono escolar que não satisfazem os critérios do PCAE.. ................................................................................................................................ 26 3.3.1 Selecção das intervenções ................................................................................................. 26 3.3.2 Descrição das intervenções que não satisfazem os critérios do PACE ............................. 28 3.3.3 Avaliação da eficácia do programa ................................................................................... 30 Conclusões e Recomendações ...................................................................................... 33 Bibliografia .................................................................................................................................. 36 Anexo A: Estatísticas da Educação para os Países do PCAE ....................................................... 43 Anexo B: Factores de risco para o Abandono Escolar ................................................................. 47 Anexo C: Resumo dos Estudos sobre Combate ao Abandono Escolar que Satisfazem todos os Critérios do PCAE ......................................................................................................... 59 Apexo D: Resumo dos Estudos de Combate ao Abandono Escolar que não Satisfizeram os critérios Rigorosos do PCAE ....................................................................................... 142 Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página i Lista das Tabelas Tabela 1: Dados sobre o Abandono Escolar Tabela 2: Número (percentual) de Estudos sobre cada um dos Factores de Risco que Contribui Significativamente para o Abandono Escolar Tabela 3: Factores de Risco Significativos por Nível Escolar (apenas para os Estados Unidos) Tabela 4: Relação entre os Factores de Risco e os Tipos de Intervenção Tabela 5: Lista dos Programas de Intervenção Rigorosamente Avaliados Tabela 6: Classificação de Intervenções no Combate ao Abandono Escolar Rigorosamente Avaliadas Tabela 7: Sugestões para Intervenções provenientes de Investigação em Países em Desenvolvimento Tabela 8: Variáveis dos Desfechos Afectados pelos Serviços de Cada Intervenção Internacional Rigorosamente Avaliada Tabela 9: Lista dos Programas de Intervenção no Abandono Escolar Avaliados que não Satisfazem todos os Critérios de Avaliação do PCAE Tabela 10: Classificação dos Programas de Intervenção no Abandono Escolar que não Satisfizeram os Critérios do PCAE Baseados em Evidências Tabela 11: Variáveis dos Desfechos Afectadas pelos Serviços de Cada Intervenção que Não Satisfez dos Critérios de Avaliação do PCAE Tabela A-1: Estatísticas de Educação para os países do PCAE Tabela B-1: Factores de Risco para o Abandono Escolar nos EUA e nos países da OCDE Tabela B-2: Factores de Risco para o Abandono Escolar nos Países em Desenvolvimento Tabela C-1: Programas de Intervenção no Combate ao Abandono Escolar que Satisfazem todos os Critérios do PCAE Tabela D-1: Programas de Intervenção no Combate Abandono Escolar que Não Satisfizeram todos os Critérios do PCAE Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página ii Lista de Acrónimos AETE Alimentar para Educar, um programa de combate ao abandono escolar no Bangladesh ALAS Realização dos Latinos através do Sucesso Académico, um programa de combate ao abandono escolar nos Estados Unidos da América BRIGHT Resposta do Burkina-Faso para melhorar as hipóteses das raparigas terem êxito, um programa de melhoria educativa no Burkina-Faso CNCAE Centro Nacional de Combate ao Abandono Escolar CREATE Consórcio para a Investigação sobre o acesso à Educação, University of Sussex EdStats Estatísticas sobre a Educação EUA Estados Unidos da América HIV/SIDA Vírus da Imunodeficiência Humana/Síndroma de Imunodeficiência Adquirida OCDE Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económicos PAC Projecto aleatório de controlo/intervenção PACES Programa de Ampliação da Cobertura do Ensino Secundário, um programa de combate ao abandono escolar na Colômbia PATH Programa de Progressão Escolar através da Saúde e da Educação, um programa de combate ao abandono escolar na Jamaica PCAE Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar PQE Projecto quase-experimental PRAF Programa de Transferências Bancárias para as Famílias, um programa de combate ao abandono escolar nas Honduras PROGRESA Programa de Educação, Saúde e Alimentação, um programa de combate ao abandono escolar no México SEAMEO Organização dos Ministros da Educação do Sudeste Asiático SIGE Sistema de Informação sobre Gestão da Educação UIS Instituto de Estatística da UNESCO UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura USAID Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página iii Sumário O Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar (PCAE) tem como objectivo orientar e verificar a eficácia dos programas de combate ao abandono escolar em quatro países da região do Médio Oriente Asiático abrangidos pela USAID, Camboja, Índia, Tajiquistão e Timor-Leste. No primeiro ano do projecto, o PCAE deve planear estas intervenções e, nos dois anos seguintes, implementá-las e avaliar se contiveram com êxito a torrente de crianças que abandona a escola. O PCAE define como jovens que abandonam precocemente a escola os alunos que não concluem a escolaridade obrigatória de um país e a função do projecto é planear as intervenções para os alunos quer do ensino primário quer secundário, dependendo das necessidades de cada país e das características do respectivo abandono escolar. As estatísticas da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) sobre os quatro países em causa revela padrões de participação escolar diferentes. Por um lado, as crianças do Tajiquistão raramente abandonam a escola durante o 1º ciclo, cuja taxa de matrícula líquida é de 97%. Naquele país, a preocupação é com as crianças que abandonam a escola no segundo ciclo. Camboja, Índia e Timor-Leste, por outro lado, têm taxas de matrícula líquidas na escola primária inferiores às do Tajiquistão - de cerca de 76 a 90% sugerindo haver alguns grupos de crianças mais jovens que têm maior dificuldade em aceder ou permanecer na escola primária e que as taxas de matrícula no ensino secundário são muito inferiores. A documentação revela claramente as características das crianças que abandonam a escola. Nos Estados Unidos da América (EUA) e nos países da OCDE, estas crianças têm frequentemente resultados fracos, ficaram retidas no nível escolar, frequentam a escola mais esporadicamente e não revelam qualquer interesse ou empenho na escola e muitas têm problemas disciplinares. São frequentemente oriundas de famílias pobres. No mundo em desenvolvimento, prevalecem as variáveis económicas, expressas consoante o estatuto económico da família ou a necessidade da criança ganhar dinheiro ou de ajudar a sustentar a família trabalhando em casa. Num segundo lugar bem distante das preocupações financeiras, encontram-se quatro dos mesmos descritores considerados fulcrais nos EUA e nos países da OCDE: fraco desempenho, retenção no nível escolar ou grupo etário superior, baixa assiduidade e falta de interesse pela escola. Além do mais, nos países em desenvolvimento os jovens que abandonam precocemente a escola são frequentemente do género feminino, detentores de necessidades educativas especiais ou de problemas de saúde, frequentam escolas relativamente distantes de casa e habitam em zonas rurais. A pesquisa de documentação revelou 26 programas de combate ao abandono escolar que satisfaziam critérios rigorosos quanto à relevância do tópico (incluindo um parâmetro de assiduidade escolar, de permanência na escola ou de progressão lectiva), à relevância dos prazos (o programa e a avaliação deveriam decorrer entre 1990 e 2010), à relevância da amostra (centrada nos alunos a frequentar a escola em risco de a abandonar) e à relevância da concepção do projecto de avaliação (uma concepção de controlo/intervenção aleatório ou uma sólida concepção quase-experimental). Seis dos 26 desenrolavam-se nos EUA e 20 em países em desenvolvimento. Os programas de combate ao abandono escolar nos EUA são diferentes dos dos países estrangeiros no tocante aos grupos-alvo, no caso das intervenções e do tipo de serviços proporcionados, embora semelhantes na metodologia das avaliações. Ou seja, os programas Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página iv dos EUA destinavam-se maioritariamente a alunos dos 2º e 3º ciclos, enquanto a maioria dos programas implementados no estrangeiros tinham como alvo os alunos do 1º ciclo. A maioria dos estudos sobre ambos os grupos que satisfizeram os nossos rigorosos critérios de relevância da concepção eram projectos de controlo aleatório, dada a sua robusta capacidade para diferenciar os efeitos transversalmente a grupos essencialmente equivalentes de alunos. Os serviços proporcionados pelos programas de combate ao abandono escolar nos EUA distinguiam-se dos dos países em desenvolvimento quer na escolha específica dos serviços proporcionados quer na combinação de serviços. Nos EUA, existe uma acentuada preferência pela atribuição quer de qualquer tipo de apoio académico quer de serviços pessoais/sociais, de modo a que os alunos de alto risco consigam recuperar o conhecimento das disciplinas e receber apoio eficaz que os ajude a resolver quaisquer outros problemas de cariz pessoal ou social que enfrentem. Cinco dos seis programas dos EUA incluíam algum tipo de componente académica e tinham todos uma componente pessoal/social. Além do mais, metade dos programas dos EUA continha um elemento estrutural, que alterava o ambiente lectivo, através da criação de pequenas turmas, ou o currículo, de modo a torná-lo mais relevante para os alunos. Nenhum destes programas proporcionava incentivos financeiros ou serviços de saúde. Todavia, nos países em desenvolvimento, os incentivos financeiros para enviar as crianças à escola constituíam os serviços mais relevantes. Treze dos 20 programas avaliados rigorosamente (65%) disponibilizavam transferências bancárias, bolsas de estudo, cheques, alimentos para as famílias, material escolar ou fardas escolares quando as crianças tinham uma assiduidade regular e, em 11 destes casos, proporcionava-se apenas uma intervenção financeira. Menos de um terço dos programas internacionais incluía componentes académicas, sanitárias ou estruturais; apenas um proporcionava apoio pessoal/social. Em termos de eficácia no aumento da assiduidade, na redução da taxa de abandono escolar ou na garantia de que os alunos progrediam na escolaridade, os resultados dos diversos tipos de intervenção são variados. As intervenções financeiras avaliados rigorosamente revelaram alterações positivas significativas em 12 dos 13 casos (92%), as alterações estruturais tiverem êxito em três dos quatro casos (75%), o apoio pedagógico foi eficaz em duas de quatro circunstâncias (50%) e as intervenções sanitárias afectaram os resultados escolares em dois dos cinco estudos (40%). A única intervenção pessoal/social teve êxito, mas como englobava igualmente todos os outros tipos de intervenção é excessivo afirmar que este tipo é 100% eficaz. Desta análise dos programas de combate ao abandono escolar brotaram três lições essenciais para o PCAE. Em primeiro lugar, a documentação revela que certos factores que caracterizam o comportamento das crianças na escola estão relacionados com o abandono escolar, nomeadamente, o fraco desempenho, a retenção no nível escolar ou pertencer a um grupo etário superior, uma assiduidade esporádica e falta de interesse pela escola. Os programas de intervenção podem ser concebidos para atenuar estes problemas específicos das crianças em relação à escolaridade. Em segundo lugar, os programas de intervenção definem muitas vezes grupos-alvo de crianças segundo características como o género (raparigas), necessidades educativas especiais ou problemas de saúde ou se vivem numa zona rural ou longe da escola, dado que estas características identificam igualmente as crianças com maior probabilidade de abandonar a escola. Um programa concebido para qualquer local específico deve abordar os factores importantes para as crianças e as famílias daquele local. Por fim, cada intervenção requer uma avaliação metodológica forte, planeada em simultâneo com a concepção da intervenção e implementada tão cedo e rigorosamente quanto possível. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página v 1.0 Introdução 1.1 Objectivo da análise O objectivo do Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar (PCAE) é fornecer orientação devidamente fundamentada às missões da USAID e aos países da Ásia e do Médio Oriente sobre combate ao abandono escolar, através da orientação e da verificação da eficácia das intervenções de combate ao abandono escolar em quatro países-alvo: Camboja, Índia, Tajiquistão e Timor-Leste. No primeiro ano do projecto, o pessoal do PCAE nos EUA e em cada um destes países deve rever a documentação, identificar os programas de intervenção avaliados rigorosamente, destinados a reduzir o número de jovens que abandonam precocemente a escola, e planear intervenções com maior probabilidade de êxito em cada um dos países-alvo. Nos dois anos seguintes do projecto, o pessoal deve implementar estes projectos e avaliar se conseguiram deter a onda de crianças que abandonam a escola antes de concluir o ciclo do ensino básico. Efectuar uma análise da documentação sobre jovens que abandonam precocemente a escola no início do projecto do PCAE satisfaz diversos objectivos. Em primeiro lugar, antes de se conceber uma nova iniciativa é crucial compreender cabalmente o problema que se enfrenta e as intervenções experimentadas anteriormente. Nas diversas tentativas de reduzir o fluxo de jovens que abandonam precocemente a escola, realizadas em todo o mundo, os investigadores examinaram minuciosamente as características das crianças que abandonam a escola, bem como o contexto das respectivas famílias, comunidades e escolas. De seguida, experimentaram uma ampla variedade de programas de intervenção, alguns dos quais tiveram mais êxito do que outros. O conhecimento profundo desta investigação norteará todas as futuras tarefas do PCAE. Em segundo lugar, os responsáveis pelo programa estão cada vez mais conscientes da importância de tomar decisões sobre a concepção dos programas fundamentadas em resultados de investigação sólidos quanto à eficácia de abordagens semelhantes. Uma análise dos resultados da avaliação das intervenções que recorrem a técnicas de avaliação rigorosas pode contribuir para ajudar a fundamentar as escolhas dos responsáveis quanto aos factores contextuais que pesam na concepção do projecto, aos tipos de actividade que fazem mais sentido e mesmo ao tipo de formação de que os executantes necessitam para tornar um projecto eficaz. Em terceiro lugar, é importante para o êxito de qualquer projecto que os executantes comuniquem os seus fundamentos e congreguem um apoio alargado nos países em que se encontram a trabalhar. Divulgar a outros o conhecimento sobre os serviços proporcionados por uma série de intervenções, os custos e o impacto pode convencer um grupo significativo de pessoas a apoiar o esforço do país e, espera-se, a sustentá-lo quando o financiamento inicial terminar. Em quarto lugar, uma análise da documentação pode ajudar os legisladores, os criadores de outros projectos e os investigadores de muitos países que se debatem com o mesmo tipo de problemas relativos às crianças que abandonam a escola sem completar um ciclo. Fornecer resumos dos estudos efectuados, organizar ideias em quadros de fácil utilização e disponibilizar informação sobre as principais descobertas, pode ajudar outros que procuram a melhor maneira de ajudar as crianças no ponto do mundo em que habitam. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 1 1.2 Definição de “jovem que abandona precocemente a escola” Antes de tentar analisar as intervenções, é importante chegar a um entendimento comum sobre o termo "jovens que abandonam precocemente a escola", segundo o PCAE. Não existe, com certeza, uma definição universal do termo. A UNESCO (2005), considera como jovens que abandonam precocemente a escola as crianças que se inscreveram na escola e depois a abandonaram. Para compreender com exactidão quem são estas crianças, é importante definir cuidadosamente (a) os níveis de educação que constituem a "escola" e (b) o que significa "estar na escola". A solicitação de propostas de pedidos de tarefa ao PCAE, define jovens que abandonam precocemente a escola como “alunos que não completam o ciclo de ensino obrigatório de determinado país" (página 20) e especificava que o PCAE devia ocupar-se dos 1º e 2º ciclos do ensino, fornecendo, deste modo, uma definição clara dos anos de escolaridade em causa. Com o objectivo de decidir se se deve incluir programas não formais na definição de escola, o PCAE reger-se-á pela definição da UNESCO, a qual especifica que as crianças incluídas no ensino não formal são apenas consideradas como estando na "escola" quando o programa não formal específico for reconhecido como integralmente equivalente ao ensino básico formal. A fim de compreender quem “não está na escola" e quem “esta na escola", a UNESCO define o primeiro grupo como aqueles que "não estiveram expostos à escola durante o ano lectivo em questão" e o segundo como crianças que frequentaram a escola pelo menos um dia. Deste modo, uma criança é considera como tendo abandonado precocemente a escola se a frequentou pelo menos um dia e numa altura posterior do ano deixou de frequentar. O Consortium for Research on Educational Access (CREATE, 2010) explica o fenómeno do seguinte modo: (1) Uma criança pode deixar de frequentar a escola devido a necessidades económicas temporárias. Esta criança pode estar ocupada a plantar ou a ceifar durante um mês seguido, ter sido enviada para casa de um parente ou enviada para trabalhar para ganhar dinheiro, sempre na esperança de regressar à escola ainda naquele ano, assim que cumprir as suas tarefas. (2) Uma criança pode deixar de frequentar a escola após um acontecimento crítico, como a morte de um parente ou migração da família, embora haja esperança de que a criança regresse. (3) Uma criança que não frequente a escola durante um período prolongado pode querer regressar mas já ter "idade a mais", o que pode ser humilhante e, em alguns países, pode não ser permitido, consoante as políticas. Graças ao entendimento dos caminhos que podem levar uma criança a abandonar a escola e ao aceitar a definição da UNESCO - baseada na assiduidade da criança durante o ano lectivo - o PCAE pode conceber intervenções que alterem o rumo das crianças e as devolvam à escola. 1.3 Metodologia para a análise e escolha das intervenções Quando procurava documentação para análise, o pessoal do PCAE investigou referências a projectos relacionados com o "jovens que abandonam precocemente a escola", "falta de assiduidade" e "retenção no nível escolar". A escolha da "falta de assiduidade" prende-se com a definição da UNESCO, que se apoia nitidamente na presença ou ausência Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 2 física da criança na escola para determinar o seu estatuto. O absentismo crónico é por vezes semelhante ao abandono escolar e, conforme se debaterá mais à frente neste relatório, é muitas vezes precursor do abandono escolar definitivo. Dado que a retenção no nível escolar é frequentemente uma resposta da escola às crianças que têm pouca ou nenhuma assiduidade, sendo igualmente um precursor do abandono escolar, o PCAE utilizou igualmente a frase "retenção no nível escolar" nas suas pesquisas. O pessoal procurou estudos de avaliação (a) na Internet, (b) em catálogos de bibliotecas ligadas à educação e à economia e (c) em sítios Web de organizações dos EUA relacionadas com jovens que abandonam precocemente a escola (por exemplo, What Works Clearinghouse, o National Dropout Prevention Center, o High School Center), organizações estrangeiras semelhantes (por exemplo, OCDE, CREATE, UNESCO, o Fundo das Nações Unidas para a Infância) e as que implementam e avaliam projectos educativos internacionais (por exemplo, Academy for Educational Development, American Institutes for Research, Management Systems International, Education Quality Improvement Program, World Bank). De seguida, investigaram qualquer referência destes documentos e relatórios. Grande parte do que encontrámos descreve as características de alunos que abandonaram a escola, por isso, de modo a localizar mais avaliações de programas de combate ao abandono escolar, contactámos igualmente com investigadores conhecidos por efectuá-las, a fim de garantir que estávamos na posse dos relatórios mais recentes e completos sobre todos os projectos. Além do mais, incumbimos o nosso pessoal residente no país a procurar dados sobre jovens que abandonam precocemente a escola e artigos de investigação desses países. A fim de seleccionar abordagens eficazes sobre intervenção, o pessoal do PCAE reuniu-se durante praticamente um dia inteiro para analisar cada potencial avaliação. As intervenções "eficazes" seleccionadas deviam visar influenciar a permanência da criança na escola e terem sido avaliadas rigorosamente. Cada uma tinha de satisfazer os seguintes critérios: Relevância do tópico/resultado. A avaliação deve incluir um parâmetro sobre as crianças em idade escolar que permanecem na escola (ou seja, ainda na escola no final do ano ou matriculadas para o próximo ano), que progridem na escolaridade (ou seja, que passaram para o ano seguinte ou concluíram o grau mais elevado do ciclo) ou que frequentam a escola (ou seja, com assiduidade regular), indicadores de que as crianças não estão a abandonar a escola. Muitas das intervenções destinadas a promover a qualidade da escola podem igualmente reduzir a taxa de abandono escolar, mas os estudos desses programas serão apenas incluídos na análise desta documentação se medirem um dos três resultados especificados. Relevância dos prazos. Cada um dos programas de intervenção deve ser suficientemente recente para ser aplicável em 2011 e, por conseguinte, avaliado entre 1990 e 2010. Relevância da amostra. Seguindo instruções da USAID para o PCAE, a intervenção deve centrar-se nos alunos que estão na escola em risco de a abandonar e deve descrever o ambiente, a duração das actividades, os serviços prestados, a formação exigida ao pessoal e, idealmente, o custo. Relevância da concepção do estudo. Utilizando os critérios desenvolvidos pela What Works Clearinghouse, uma parte do Departamento de Educação dos EUA que determinou padrões rigorosos para a avaliação da eficácia dos esforços da reforma escolar, a avaliação das intervenções deve ter quer (a) uma concepção de controlo/intervenção aleatório quer (b) concepções quase-experimentais, recorrendo a Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 3 grupos intervencionados e de comparação com equivalências de referência e revelar baixo atrito ou a utilização de regressão descontínua com baixo atrito. As 26 avaliações que satisfizeram todos os critérios são consideradas "intervenções avaliadas rigorosamente" e são profundamente debatidas no relatório e resumidas no Anexo C; as oito avaliações que não satisfizeram estes critérios são igualmente apresentadas, embora não com a mesma profundidade (ver Anexo D). Concepções Rigorosas de Avaliação Num projecto aleatório de controlo/intervenção (PAC) as crianças elegíveis são colocadas no grupo intervencionado ou de controlo, por meio de uma tabela numérica aleatória ou ordenando as crianças por ordem alfabética e colocando-as alternadamente no grupo intervencionado. Num projecto quase-experimental (PQE), os investigadores equiparam escolas e crianças através de um conjunto de características relevantes; podem, por exemplo, implementar uma intervenção numa escola e seleccionar uma escola vizinha para comparação, garantindo que todas as crianças têm características básicas e experiência escolar tão semelhantes quanto possível (uma abordagem de "pares equiparados"). Utilizase geralmente um projecto de regressão descontínua (PRD) quando todas as crianças elegíveis para uma intervenção são alvo dessa intervenção. A fim de definir os grupos intervencionados e de comparação, os investigadores consideram as crianças/famílias com pontuação inferior, mas próxima da linha de elegibilidade e que são intervencionadas como “intervencionadas” e as que têm pontuação superior, mas próxima da linha, e não são intervencionadas, como as de "comparação". 1.4 Organização do relatório O resto deste relatório está dividido em quatro secções. A secção 2 apresenta um perfil ou descrição das características das crianças e jovens em risco de abandonar a escola. Inicia-se com um debate sobre o âmbito do problema do abandono escolar, descrevendo, de seguida, os factores de risco que constantemente surgem na documentação, a fim de definir o grupo de crianças com maior probabilidade de abandonar a escola antes de concluírem os estudos. Alguns destes factores de risco podem ser medidos no início do 1º ciclo, outros parecem ganhar importância à medida que as crianças ingressam no 2º ou 3º ciclos. Na Secção 3 debatem-se os fundamentos relacionados com os programas de intervenção, sugerindo uma tipologia dos programas de intervenção destinados a combater o abandono escolar, relacionando essa tipologia com os factores de risco debatidos na primeira secção, examinando demoradamente os programas de intervenção eficaz e avaliando os que não satisfizeram todos os critérios de avaliação. Na Secção 4 referem-se as recomendações para a concepção das intervenções no abandono escolar, resultantes da investigação sobre as características das crianças que abandonam a escola e as intervenções que ajudam a combater essa acção. Este relatório inclui quatro anexos com (a) uma tabela contendo estatísticas sobre educação, fundamentais para cada um dos quatro países do PCAE, (b) uma tabela dos documentos de investigação onde se debatem diferentes factores de risco que contribuem para o abandono escolar, (c) uma tabela que descreve as 26 intervenções de combate ao abandono escolar avaliadas rigorosamente, seguidas de resumos com 1 a 2 páginas e (d) uma tabela descritiva das oito intervenções que não satisfizeram os rigorosos critérios de avaliação do PCAE. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 4 2.0 Perfil e Características das Crianças e Jovens em Risco de Abandonar a Escola 2.1 O âmbito do problema do abandono escolar Ao longo das duas últimas décadas, houve muitas iniciativas internacionais que se centraram no acesso universal à escolaridade obrigatória e tem havido progressos notáveis. Segundo a UNESCO (2010), o número total de crianças que abandonaram a escola diminuiu cerca de 38% ao longo de um período de seis anos - de 115 milhões em 2001/02 para 71 milhões em 2007. Calcula-se que 44% das crianças nunca frequentaram a escola. Dos 56% de crianças que ingressam na escola, uma percentagem elevada está em risco de a abandonar antes de completar um ciclo de ensino ou de não transitar para o ciclo seguinte. A magnitude do problema difere entre regiões e até dentro da mesma região. Na África Subsaariana, é provável que 64% da população infantil que não frequenta o 1º ciclo do ensino básico nunca chegue a inscrever-se, enquanto no Ásia Oriental, Meridional e Ocidental e no Pacífico é provável que apenas 20 a 30% das crianças que não frequentam a escola nunca chegue a inscrever-se, mas uma percentagem tão elevada quanto 60% abandona a escola. As perspectivas de permanência na escola são particularmente baixas na Índia, Paquistão, Bangladesh e Nepal. Na Índia, 70% das crianças que não frequentam a escola abandonaram-na, 50% no Paquistão e 40% no Bangladesh e no Nepal. Na Ásia Central, a percentagem da população de crianças com idade de frequentar o ensino básico que não frequenta a escola e a abandonou (38%) é superior à das que nunca se matricularam (35%) ou ingressaram mais tarde (27%). Relativamente aos países incluídos neste pedido de tarefa, a Tabela 1 mostra os dados mais recentes sobre taxas de matrícula líquidas (TML), provenientes da base de dados dos Institutos de Estatísticas da UNESCO, e sobre taxas de abandono escolar, oriundos da base de dados do EdStats do Banco Mundial. É de realçar que os dados são os do último ano disponível, que diferem entre países e bases de dados. O grupo de países revela dois padrões de matrícula diferentes. As crianças do Tajiquistão, por um lado, matriculam-se quase todas na escola, a qual raramente abandonam durante o ensino obrigatório (do 1º ao 9º ano). As TML em 2008 foram de 95% para as raparigas e de 99% para os rapazes nesta faixa etária. Embora não estivessem disponíveis estatísticas sobre a taxa de abandono escolar na base de dados da EdStats, o Sistema de Informação da Gestão da Educação (SIGE) do Tajiquistão, para 2009-10, revelou uma baixa taxa de abandono escolar nos primeiros ciclos, inferior a 1% para o 1ª ao 4º ano e de 4% do 5ª ao 9º. As TML para o ensino secundário (10º e 11º) foram de 77% para as raparigas e de 88% para os rapazes e os dados nacionais referiram uma taxa de abandono escolar do secundário de 5%1 Embora estas taxas de matrícula sejam relativamente elevadas para o ensino secundário nos países em desenvolvimento, é importante realçar que a taxa para as raparigas foi consideravelmente mais baixa do que a dos rapazes. Deste modo, no Tajiquistão, a maioria das crianças matricula-se e existe algum abandono escolar, o qual ocorre principalmente no ensino secundário, durante o qual as raparigas têm maior probabilidade de abandonar a escola do que os rapazes. 1 O abandono escolar é calculado com base nas taxas de matrícula para todos os anos, excepto o 9º. Para o 9º ano, o abandono escolar dos alunos com idade certa para o ano que frequentam é calculada com base no número de alunos que completaram o 9º ano. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 5 Tabela 1: Dados sobre o Abandono Escolar2 País Camboja 2007 Índia, (2005) Tajiquistão 2008 Timor-Leste (2008) Taxa de Matrícula Taxa de Abandono Líquida no Ensino Escolar no Ensino Básico Básico Raparigas Rapazes Raparigas Rapazes Taxa de Matrícula Líquida no Ensino Secundário Raparigas Rapazes 88% 92% 43% 48% 32% 36% 87% 91% 35% 34% Não há Não há 95% 99% Não há Não há 77% 88% 74% 77% 32% 22% 33% (2007) 30% (2007) Camboja, Índia e Timor-Leste, por outro lado, têm taxas de matrícula líquidas globais no ensino básico um pouco inferiores (entre 74% para as raparigas em Timor-Leste e 92% para os rapazes no Camboja), e taxas de abandono escolar no ensino básico muito mais elevadas (entre 22% para os rapazes em Timor-Leste e 48% para os rapazes no Camboja), sugerindo que, para determinados grupos de crianças pequenas, há maior dificuldade de acesso ou de permanência no ensino básico. Assim, o Camboja e Timor-Leste revelam taxas de matrícula líquidas significativamente mais baixas no ensino secundário do que as do Tajiquistão, com apenas um terço das crianças matriculadas, sugerindo que relativamente poucas crianças atingem o final daquele ciclo. O abandono escolar é um problema importante nestes países, que se inicia na escola primária e se intensifica exponencialmente com a idade das crianças. (No Anexo A estes dados estão mais completos). 2.2 Factores relacionados com o abandono escolar das crianças Ao examinar as características das crianças que abandonam a escola é vantajoso examinar o extenso trabalho desenvolvido com crianças e jovens nos EUA, dado que a investigação é exaustiva e intensiva e, em muitos casos, satisfaz padrões rigorosos de concepção e análise da investigação. É de realçar que a maioria dos jovens que abandonam precocemente a escola nos EUA é constituída por alunos do ensino secundário, já que as leis do país obrigam todas as crianças a permanecer na escola pelo menos até aos 16 anos e os estados empregam funcionários para localizar os alunos que faltam à escola com regularidade. Esta informação pode ser útil em países nos quais o problema do abandono escolar tem maior ênfase nos alunos mais velhos. A Tabela 2 resume os factores de risco mais importantes que contribuem para o abandono escolar das crianças, revelados quer na documentação dos EUA quer na do estrangeiro. Geralmente, os factores especificam o rumo ou a qualidade de cada característica relacionada com o abandono escolar. Em quase todos os casos, a relação negativa entre o factor e o abandono escolar é a mesma, tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. A única excepção é o género: tanto nos EUA como nos países da OCDE são os rapazes quem abandona a escola com mais frequência, enquanto no mundo em 2 As taxas de matrícula líquidas são da base de dados do Instituto de Estatística da UNESCO, as taxas de abandono escolar da base de dados do EdStats do Banco Mundial. Todas representam estatísticas relativas aos últimos anos disponíveis. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 6 desenvolvimento são as raparigas. Os estudos específicos que contribuem para esta tabela estão enumerados num gráfico no Anexo B, para que se possa identificar com exactidão quais os factores de risco debatidos em cada estudo. Para facilitar a interpretação, os factores de risco incluídos nos gráficos estão divididos em quatro "áreas": individual, familiar, escolar e características comunitárias, dependendo da fonte do factor. Dentro de cada área os factores estão agrupados segundo características aparentemente comuns.3 A área "individual" inclui características de enquadramento como idade de matrícula e género, responsabilidades no início da adultez no trabalho e em casa, atitudes, valores e comportamento sociais (ou seja, com que amigos e de que modo o aluno socializa), desempenho escolar (ou seja, tipo de sucesso), compromisso com a escola (ou seja, a energia e motivação que a criança revela pela escola) e comportamento na escola (ou seja, problemas disciplinares). A área "familiar" inclui características de enquadramento da unidade familiar (por exemplo, estatuto socioeconómico e nível de educação dos pais baixos) e parâmetros do compromisso familiar para com a escola e empenho na educação dos seus filhos (por exemplo, fraco contacto com a escola, pouca importância atribuída à escolaridade). A área "escolar" inclui parâmetros estruturais (por exemplo, escola muito distante da casa da criança, falta de instalações adequadas) e parâmetros funcionais (por exemplo, docência de fraca qualidade, falta de relevância do currículo). Por fim, a área "comunitária" inclui descritores da área de onde provêm os alunos daquela escola (por exemplo, urbana ou rural, existência de conflitos, emergência ou estado politicamente frágil). Os artigos a negrito, nas duas colunas à direita, representam os factores citados por mais de um terço dos artigos analisados. Tabela 2: Número (percentual) de Estudos sobre a Contribuição de cada um dos Factores de Risco para o Abandono Escolar Factor Área Individual Características de Enquadramento Individual Idade superior aquando da matrícula (grupo etário superior ao do ano) Género4 Presença de necessidades educativas especiais/doença frequente Responsabilidades no início da adultez Custos económicos/oportunidade/emprego Casamento/Paternidade ou Maternidade Atitudes, Valores e Comportamento Sociais Grupo de pares/comportamento social de alto risco Admiração pelos que abandonaram a escola Desempenho Escolar Baixo desempenho EUA e países da OCDE (N=16) Em Desenvolvimento Países (N=26) -- 5 (19%) 3 (19%) - género masculino 5 (31%) 9 (35%) - género feminino 12 (46%) 5 (31%) 5 (31%) 19 (73%) 7 (27%) 4 (25%) -- -3 (12%) 13 (81%) 9 (35%) 3 É de realçar que diferentes investigadores utilizam definições um pouco diferentes, pelo que a linguagem da tabela não coincide exactamente com a linguagem dos seus textos. 4 Nos EUA e nos países da OCDE os rapazes abandonam a escola com mais frequência, nos países em desenvolvimento as raparigas. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 7 Factor Retenção/grupo etário superior para o ano Compromisso com a escola Assiduidade baixa Expectativas educativas baixas Baixo compromisso com a escola/falta de interesse Comportamento escolar Mau comportamento/delinquência Área Familiar Características do Enquadramento Familiar Estatuto socioeconómico pobre/baixo Minoria étnica/casta/de falantes Baixo nível de educação dos pais Não viver com ambos os progenitores biológicos Pais desempregados Grande número de irmãos, principalmente com menos de 5 anos Problemas familiares (por exemplo, divórcio, morte) Grande mobilidade familiar Compromisso familiar/Empenho na Educação Irmão que tenha abandonado a escola Pouco contacto com a escola Pouca importância atribuída à escolaridade Área Escolar Estrutura Matrículas elevadas Concentração mais elevada de fracos rendimentos e minorias Escola longe de casa/muito poucas escolas Falta de instalações (por exemplo, latrinas) e materiais Falta de escolas do ensino pós-primário Funcionamento Escola com baixa "qualidade" Insegura (por exemplo, gangues, castigos corporais) Docentes de má qualidade/com absentismo elevado Falta de relacionamento com adultos na escola Instruções dadas numa língua diferente da língua materna da criança Falta de relevância do currículo Falta de rigor no ensino Área Comunitária Área urbana/bairro degradado 8 (50%) Em Desenvolvimento Países (N=26) 10 (38%) 11 (69%) 3 (19%) 9 (56%) 8 (31%) -10 (38%) 8 (50%) 2 (8%) 8 (50%) 4 (25%) 4 (25%) 6 (38%) 2 (13%) 3 (19%) 19 (73%) 7 (27%) 12 (46%) 7 (27%) 4 (15%) 5 (19%) 4 (25%) 6 (38%) 5 (19%) 7 (27%) 3 (19%) 6 (38%) 4 (25%) -2 (8%) 5 (19%) 3 (19%) 3 (19%) -- 1 (6%) --- 11 (42%) 4 (15%) 2 (8%) 1 (6%) 3 (19%) -4 (25%) 6 (23%) 6 (23%) 5 (19%) -- 1 (6%) 3 (12%) 4 (25%) 6 (38%) 3 (12%) -- -- 1 (4%) EUA e países da OCDE (N=16) -- Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 8 Factor Rural Elevado número de pobres, minorias, nascidos no estrangeiro, famílias monoparentais, pais com pouca educação Existência de conflitos, emergência, fragilidade política Noções culturais de ritos de passagem que excluem a escola -- Em Desenvolvimento Países (N=26) 8 (31%) 3 (19%) 1 (4%) -- 4 (15%) -- 2 (8%) EUA e países da OCDE (N=16) Nos EUA e nos países da OCDE existe um grupo distinto de factores que identificam as crianças em risco de abandonar a escola. Estas crianças têm resultados fracos, ficam frequentemente retidas no nível escolar, frequentam a escola mais esporadicamente e não revelam qualquer interesse ou empenho na escola e muitas têm problemas disciplinares. Provêm frequentemente de famílias pobres e com grande mobilidade, não vivem com ambos os progenitores biológicos e os pais têm pouco contacto com a escola.. Se questionadas, afirmam haver falta de rigor no ensino da sua escola. Assim, quando os agentes de desenvolvimento ponderam os modelos de intervenção, parece-lhes acertado dar ênfase ao acréscimo da assiduidade e do desempenho e à melhoria do comportamento. No mundo em desenvolvimento, o panorama é um pouco diferente. Os dois factores predominantes, verdadeiros em 73% dos estudos, são as variáveis económicas. Uma, na Área Familiar, é a pobreza da família e a outra, na Área Individual, é a necessidade de a criança ganhar dinheiro ou desempenhar tarefas em casa. A importância das preocupações financeiras e o facto de muitas vezes se interporem na possibilidade de a criança frequentar a escola é específica dos países em desenvolvimento e parece sensato que quem desenha as intervenções prefira abordar directamente as necessidades financeiras. Bastante distante das preocupações financeiras, existe uma série de outros assuntos igualmente citados com frequência. Tal como acontece nos países desenvolvidos, as crianças dos países em desenvolvimento com maior probabilidade de abandonar a escola demonstraram fraco desempenho na escola e ficaram retidas no nível escolar ou pertenciam a um grupo etário superior ao do seu ano; revelavam igualmente baixo empenho na escola e falta de interesse. Além do mais, os jovens que abandonam precocemente a escola nos países em desenvolvimento são frequentemente do género feminino, têm necessidades educativas especiais ou estão frequentemente doentes, têm pais com pouca educação e frequentam escolas relativamente distantes de casa. É preciso realçar, todavia, que a documentação sobre jovens que abandonam precocemente a escola em países em desenvolvimento não refere os problemas de comportamento observados nos alunos de risco existentes nos EUA e nos países da OCDE.5 A documentação oriunda de todo o mundo coincide na ideia de que o abandono escolar é um processo e não um acontecimento isolado, um processo que pode iniciar-se logo no 1º ciclo mas só posteriormente ter como consequência o abandono escolar (Hunt, 2008). Nos EUA, o National Dropout Prevention Center (Hammond, 2007), identificou os factores que incidem sobre as crianças do 1º, 2º e 3º ciclos. As suas conclusões são apresentadas na 5 Os problemas de comportamento podem muito bem existir nos países em desenvolvimento. Os professores de muitos países recorrem a castigos corporais para punir infracções e algumas das suas dificuldades com os alunos podem ser semelhantes às citadas relativamente aos EUA. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 9 Tabela 3. Uma célula em branco em determinado grupo etário significa que o factor não teve relevância estatística em qualquer dos estudos, um "1" significa que houve um estudo que lhe atribuiu relevância estatística e um "* " significa que, pelo menos dois estudos, consideraram o factor relevante. Nesta tabela é possível apercebermo-nos de que os motivos do abandono escolar são diferentes para as crianças em anos diferentes. Houve pelo menos dois estudos que revelaram que os alunos do 1º ciclo com fraco desempenho que ficam retidos ou estão num grupo etário superior ao do seu ano, têm uma taxa de absentismo relativamente elevada e provêm de famílias pobres têm maior probabilidade de abandonar a escola, embora outras características, tal como a influência dos seus pares ou do compromisso familiar com a educação, ainda não estejam contabilizadas. Responsabilidades no início da adultez, a influência dos pares e o empenho da criança e da família na educação tornam-se mais relevantes à medida que a criança cresce. Assim, é importante para quem concebe as intervenções abordar os factores de risco que são relevantes para a idade dos alunos envolvidos. Tabela 3: Factores de Risco Significativos por Nível Escolar (apenas para os Estados Unidos)6 Factor de Risco Características de Enquadramento Individual Possui dificuldade de aprendizagem ou perturbação emocional Responsabilidades no início da adultez Elevado número de horas de trabalho Paternidade ou Maternidade Atitudes, Valores e Comportamento Sociais Grupo de pares de alto risco Comportamento social de alto risco Socialmente muito activo fora da escola Desempenho Escolar Baixo desempenho Retenção/grupo etário superior por ano Compromisso com a escola Assiduidade baixa Expectativas educativas baixas Falta de esforço Baixo compromisso com a escola Sem participação extracurricular Comportamento escolar Mau comportamento Agressões anteriores Nível escolar K-5 Nível Nível escolar escolar 6-8 9-12 1 1 1 * * * * 1 1 1 * * * * * * * * * 1 1 1 * * 1 * * 1 1 1 1 * 6 National Dropout Prevention Center, página 6. É de realçar que a sua lista de factores de risco contém apenas características individuais e familiares e, mesmo nessas áreas, difere ligeiramente da lista da Tabela 1. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 10 Factor de Risco Características de Enquadramento Familiar Estatuto socioeconómico baixo Grande mobilidade familiar Baixo nível de educação dos pais Elevado número de irmãos Não viver com ambos os progenitores biológicos Problemas familiares Compromisso familiar/Empenho na Educação Expectativas educativas baixas Irmão que tenha abandonado a escola Pouco contacto com a escola Falta de conversa sobre a escola Nível escolar K-5 * 1 1 1 1 Nível Nível escolar escolar 6-8 9-12 * * 1 1 * 1 * * * * 1 * 1 1 Chave: "1" indica que num dos estudos se considerou o factor de risco significativamente relacionado com o abandono escolar neste nível escolar, * indica que em dois ou mais estudos o factor de risco foi considerado significativamente relacionado com o abandono escolar neste nível escolar. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 11 3.0 Intervenções no Combate ao Abandono Escolar 3.1 Uma tipologia das intervenções Paralelamente à pletora de potenciais motivos para as crianças abandonarem a escola, existem inumeráveis programas destinados a combater o abandono escolar. As intervenções abrangem acções relativamente simples como o fornecimento de ajuda financeira às famílias pobres através de bolsas de estudo ou de transferências bancárias, até programas muito elaborados, com múltiplas intervenções, que envolvem alterações académicas, sociais/pessoais e estruturais. Um dos exemplos deste último tipo de programa complexo são as Escolas Pré-Secundárias de Ensino Acelerado implementado nos EUA que estimula as crianças que estão atrasadas, colocando-as em turmas pequenas, onde são abrangidos dois anos curriculares num ano lectivo, prestando-lhes tutoria após o horário lectivo para ajudá-las a familiarizarem-se com o material, aconselhando-as sobre problemas sociais e pessoais e implicando as famílias. Geralmente, as intervenções podem caracterizar-se por cinco tipos de actividade, nos quais é abordado um assunto: Académico - intervenções directamente dirigidas ao desempenho dos alunos, melhorando o currículo de modo a satisfazer melhor as necessidades dos alunos, fornecendo tutoria académica após o horário lectivo ou integrando-os em turmas especiais (por exemplo, aprendizagem com recurso às TIC, aprendizagem da autonomia). Financeiro - intervenções tendentes a aliviar o fardo dos custos da escola ou a compensar pela permanência do aluno na escola em vez de estar a trabalhar em casa ou de ter um emprego remunerado. Saúde - intervenções baseadas na suposição de que as crianças não podem aprender da melhor maneira se tiverem problemas de saúde, que reduzam a sua capacidade de se concentrar ou provoquem absentismo, e possam fornecer vacinas, desparasitação ou simplesmente alimentar as crianças. Pessoal/social - intervenções que abordam atitudes, valores ou situações pessoais que dificultam a aprendizagem, através de técnicas como a gestão intensiva de casos, aconselhamento, grupos de debate com pares, aproximação à família, programas de estágio ou tutoria pelo pessoal docente. Estrutural - intervenções que alteram as políticas que parecem interferir com a assiduidade, progresso ou conclusão dos alunos, instituindo horários escolares flexíveis que levem em linha de conta a distância da casa à escola ou o período vegetativo, a promoção automática, exigindo a utilização da língua materna da criança como língua utilizada no 1º ciclo ou capacitando e autonomizando um grupo de paisprofessores para controlar a assiduidade e a qualidade da escola. A Tabela 4 apresenta uma tentativa de alinhar os factores de risco com potenciais intervenções. As áreas dos factores de risco são colunas de denominações, junto das quais se encontram os tipos de intervenção que abordam a área de factores de risco e as actividades conceptuais. É de salientar que, em muitos casos, o assunto pode ser abordado por múltiplos tipos de intervenção. Por exemplo, quando se pede às crianças que aceitem responsabilidades de adultos, uma intervenção pode aliviar essas responsabilidades, fornecendo meios para satisfazer os fundos perdidos porque a criança não exerce o emprego (uma intervenção financeira) ou fundando na escola uma creche (uma intervenção estrutural). Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 12 Tabela 4: Relação entre os factores de risco e os tipos de intervenção Área do Factor de Risco Individual Características de Enquadramento Individual Responsabilidades no início da adultez Atitudes, Valores e Comportamento Social Desempenho Escolar Compromisso com a escola Comportamento social Familiar Características de Enquadramento Familiar Tipo de Intervenção Académica Saúde Pessoal/Social Exemplos Financeira Estrutural Pessoal/Social Tutoria para raparigas Desparasitação Provedoria para crianças portadoras de necessidades educativas especiais Bolsas de Estudo Creches nas escolas Tutoria Académica Financeira Pessoal/Social Pessoal/Social Dois anos curriculares num ano lectivo Transferências bancárias Orientação escolar Gestão intensiva dos casos Académica Financeira Pessoal/Social Pessoal/Social Programa de literacia para adultos Alimentação para as famílias Encaminhamento para os serviços Fortalecimento das associações de pais Compromisso familiar com a educação Escolar Estrutura Estrutural Melhoria das instalações escolares Funcionamento Estrutural Ensinar na língua materna da criança Comunitária: Não há intervenções semelhantes; os factores devem ser aceites como o contexto de qualquer intervenção. A tabela enumera as intervenções dos cinco tipos visados nos factores de risco na área individual, o que faz todo o sentido, já que se demonstrou universalmente serem estes factores previsores importantes do abandono escolar, e são as crianças, os "indivíduos", que as escolas servem directamente e sobre quem têm maior controlo. Por exemplo: Uma intervenção académica pode conseguir com êxito melhorar o nível de desempenho da criança; Uma intervenção sanitária pode significar que a criança pode frequentar a escola regularmente e ter êxito mais rapidamente; Uma intervenção financeira pode permitir que a família renuncie ao salário de uma criança; Uma intervenção pessoal/social por parte de um adulto pode aliviar dificuldades domésticas Uma mudança estrutural, como terminar com uma política de insucesso automático por absentismo durante a colheita, pode ajudar a criança a manter-se no ano correcto para a sua idade. Há três tipos de intervenção que abordam os factores de risco familiares, mas os exemplos sugerem que este tipo de intervenções pode contribuir indirectamente para combater o abandono escolar. A intervenção académica, de proporcionar um programa de Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 13 literacia para adultos, pode beneficiar um progenitor mas talvez não afecte significativamente a criança. A intervenção financeira, de enviar alimentos para casa, não vai, por si só, aliviar a pobreza da família e a criança que "ganhou" os alimentos pode não ter oportunidade de comêlos. A intervenção pessoal/social de referenciar a criança aos serviços pode funcionar ou não, dado que os pais podem optar por usá-los ou não. Apenas as intervenções estruturais visam modificar a escola, incluindo a respectiva organização ou funcionamento. Acções como a de dividir os alunos em pequenas comunidades de aprendizagem, de centrar o currículo na componente específica, de melhorar as instalações ou de resolver o absentismo dos professores podem aumentar o interesse e o desempenho dos alunos e impedi-lhos de abandonar a escola. Geralmente, as intervenções não tentam alterar os descritores comunitários (por exemplo, urbana/rural, baixo rendimento, elevada mobilidade) mas consideram-nos como adquiridos, como parte do contexto e garantem que a intervenção se adequa convenientemente. 3.2 Resultados de avaliações rigorosas sobre programas de combate ao abandono escolar 3.2.1 Selecção das intervenções Enquanto muitas intervenções abordam o problema do abandono escolar, a análise da documentação do PCAE encontrou apenas 26 que foram avaliadas rigorosamente, a fim de garantir que a sua eficácia pode ser atribuída à intervenção. Conforme explicámos anteriormente, os critérios de eficácia do PCAE incluem o seguinte: Relevância do tema – avalia os alunos que frequentam a escola, que permanecem na escola ou progridem na escolaridade Relevância do prazo – implementada e avaliada entre 1990 e 2011 Relevância da amostra – centrada nos alunos que estão na escola em risco de abandonar a escola Relevância da concepção do estudo – utilizou uma concepção aleatória de controlo/intervenção, uma concepção quase experimental com grupos intervencionados e de comparação, com uma referência equivalente, ou a regressão descontínua. Todos tinham baixo atrito. É de realçar que, embora estes critérios garantam que uma intervenção foi rigorosamente avaliada, não garantem que o programa seja eficaz. É mesmo possível que os resultados desta avaliação concluam que uma intervenção não melhora a assiduidade, reduz o número de jovens que abandonam precocemente a escola ou ajuda as crianças a progredir na escolaridade. As conclusões infra debatidas distinguem as que se consideraram eficazes das que não o são. A Tabela 5 indica os nomes e descrições sumárias das 26 intervenções que satisfizeram todos os critérios. As implementadas nos Estados Unidos da América estão enumeradas por ordem alfabética do título do programa de intervenção; as dos países em desenvolvimento estão enumeradas alfabeticamente pelo nome do país. Uma tabela com descrições mais extensas e um sumário com 1 ou 2 páginas para cada intervenção é apresentada no Anexo B. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 14 Tabela 5: Lista de Intervenções Rigorosamente Avaliadas Estados Unidos da América Países em Desenvolvimento Escolas Pré-Secundárias de Ensino Acelerado: Estabelecimentos de ensino intensivo com turmas pequenas, aconselhamento (Dynarski et al., 1998) Brasil, Bolsa Família Transferências bancárias (Glewwe & Kassouf, 2010) Burkina-Faso, BRIGHT: Construir e equipar escolas novas, mobilizar as comunidades, fornecer cereais às famílias e fornecer à escola material escolar, almoços diários e tutoria para os alunos (Levy et al. 2009) Camboja: Bolsas de estudo (Filmer & Schady, 2009) Realização dos Latinos através do Colômbia: Transferências bancárias condicionais (Barrera-Osorio et al., 2008) Sucesso Académico (ALAS) Colômbia, PACES: Cheques escolares para escolas privadas, condicionados pela progressão Aprendizagem da autonomia, lectiva (Angrist et al., 2002) gestão de casos (Larson & Honduras, PRAF: Transferências bancárias condicionais (Glewwe e Olinto, 2004) Rumberger, 2005) Índia: Aumento da assiduidade dos professores (Duflo et al., 2010) Cursos Profissionais: Ciclo escolar Índia: Tutoria ou aprendizagem com recurso às TIC (Banerjee et al., 2007) organizado em torno da Jamaica, PATH: Transferências bancárias condicionais (Levy e Ohls, 2007) componente específica, "uma escola Quénia: Pagamento de fardas escolares, intervenção sobre o HIV/SIDA (Duflo et al., 2006) dentro da escola", estágios (Kemple Quénia: Prémios aos professores pelos bons resultados dos alunos (Glewwe et al., 2003) & Snipes, 2000; Kemple, 2004) Quénia: Fornecimentos de manuais às escolas (Glewwe et al., 2007) Verificar e Ligar: Tutoria, gestão de Quénia: Acompanhamento do programa de bolsas de estudo para raparigas (Friedman et al., processos (Sinclair et al., 1998, 2011) 2005) Quénia: Desparasitação (Miguel & Kremer, 2004) Ensino Secundário de Madagáscar: Ferramentas operacionais e formação para administradores, professores e pais Desenvolvimento Criativo: (Duflo et al.) 2008 Currículos de preparação para o Malawi: Transferências bancárias condicionais para raparigas (Baird et al., 2010) ensino superior, turmas pequenas, México, PROGRESA: Transferências bancárias condicionais (Schultz, 2000) serviços de apoio (Kemple et al., Paquistão: Transferências bancárias condicionais para raparigas (Chaudhury & Parajuli, 2006) 2005) Grupo dos Doze: Auxílio nos República das Filipinas: Material didáctico ou alimentação na escola, com ou sem parcerias trabalhos de casa, grupos de debate entre pais e professores (Tan et al., 1999) (Dynarski et al., 1998) Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 15 3.2.2 Descrição de intervenções avaliadas rigorosamente A Tabela 6 fornece uma classificação de 26 programas avaliados rigorosamente, revelando informação sobre os grupos-alvo, a metodologia e tipos de serviços incluídos7. Os programas de combate ao abandono escolar nos EUA são diferentes dos dos grupos-alvo nos países estrangeiros, no caso das intervenções e dos tipos de serviços proporcionados, embora semelhantes na metodologia das avaliações. Ou seja, os programas dos EUA destinavam-se maioritariamente a alunos dos 2º e 3º ciclos enquanto a maioria dos programas implementados no estrangeiro tinham como alvo os alunos do 1º e 2º ciclos. Isto pode ficar a dever-se ao facto de, nos EUA, as crianças serem obrigadas a ir à escola até aos 16 anos, pelo que não podem abandonar a escola durante o 1º ciclo. Mas nos países em desenvolvimento não existe esta obrigatoriedade etária. O método de avaliação preferido em todos os locais é o das concepções de controlo aleatório, dada a sua capacidade robusta de distinguir os efeitos transversalmente a grupos essencialmente equivalentes de alunos. Tabela 6: Classificação dos Programas de Combate ao Abandono Escolar Rigorosamente Avaliados Características Grupo-alvo8 1º ciclo (1º ao 5º anos) 2 e 3º ciclos (6º ao 8º anos) 3º ciclo/Ensino secundário (9º ao 12º anos) Metodologia Concepção do controlo aleatório Concepção quase experimental Outros Tipo de Serviços9 Académicos (por exemplo, tutoria, literacia dos pais, manuais) Financeiros (por exemplo, transferências bancárias, alimentos para as famílias, bolsas de estudo) Saúde (por exemplo, desparasitação, alimentação na Número de Programas de Combate ao Abandono Escolar EUA (N=6) Int’l (N=20) 0 (0%) 4 (66%) 3 (50%) 13 (65%) 13 (65%) 5 (25%) 5 (83%) 1 (17%) 0 (0%) 14 (70%) 6 (30%) 0 (0%) 5 (83%) 4 (20%) 0 (0%) 13 (65%) 0 (0%) 5 (25%) 7 O Anexo C inclui igualmente informação sobre os custos das intervenções; todavia, os dados fornecidos tendem a resumir apenas os custos directos de um produto ou serviço, (por exemplo, o montante de uma bolsa de estudo ou de uma transferência bancária para uma família, o custo de medicamentos ou de fardas escolares) que constituem uma pequena parte dos custos totais de um programa. Ou seja, não contabilizam o conjunto de custos administrativos e operacionais para itens detalhados como os salários do pessoal, a gestão das transferências bancárias, a localização de famílias deslocadas, a formação de professores, a construção de comissões de gestão da escola ou os custos com deslocações de técnicos de saúde para administrar tratamentos. A informação sobre os custos não é de modo algum comparável entre os projectos ou especialmente significativo na orçamentação de custos do futuros projectos. 8 Numa intervenção pode ser visado mais do que um grupo etário. 9 Numa intervenção pode ser proporcionado mais do que um tipo de serviço. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 16 Características escola, vacinas) Pessoal/social (por exemplo, tutoria, aconselhamento, gestão de casos) Estruturais (por exemplo, pequenas comunidades de aprendizagem, monitorização da presença dos professores, ferramentas e formação administrativa) Número de Programas de Combate ao Abandono Escolar 6 (100%) 1 (5%) 3 (50%) 4 (20%) Os serviços proporcionados pelos programas de combate ao abandono escolar nos EUA distinguiam-se dos dos países em desenvolvimento quer na escolha específica dos serviços proporcionados quer na combinação de serviços. Nos EUA, existe uma forte preferência pela atribuição quer de qualquer tipo de apoio académico quer de serviços pessoais/sociais, de modo a que os alunos de alto risco consigam recuperar o conhecimento das disciplinas e receber apoio eficaz que os ajude a resolver quaisquer outros problemas de cariz pessoal ou social que enfrentem. De facto, a What Works Clearinghouse (Dynarski et al., 2008) recomenda exactamente este tipo de serviços para o desenvolvimento de programas de combate ao abandono escolar nos EUA: Disponibilizar apoio e enriquecimento curricular para melhorar o desempenho académico. Personalizar o ambiente de aprendizagem e o processo pedagógico. Disponibilizar instruções rigorosas e relevantes para interessar mais os alunos na aprendizagem e dotá-los das capacidades necessárias para completarem a formação e serem-lhes útil quando saírem da escola. Destacar provedores adultos para junto dos alunos em risco de abandonar a escola. Implementar programas que melhorem o comportamento e as competências sociais dos alunos na sala de aula. As primeiras três descrevem o que temos denominado como serviços "académicos", já que melhoram o processo de aprendizagem , as duas derradeiras são "pessoais/sociais", já que descrevem os esforços para apoiar um comportamento adequado por parte do aluno. A utilização quer dos serviços académicos quer dos pessoais/sociais é igualmente recomendada num resumo sobre Política Educativa do Center for Evaluation & Education Policy dos EUA (Stanley & Plucker, 2008), onde se afirma que as chaves para qualquer programa de combate ao abandono escolar são os relacionamentos, a relevância e o rigor: "... os alunos devem sentir-se parte da comunidade escolar e ter uma relação forte com um ou mais adultos da escola. Em segundo lugar, os alunos devem compreender que o que estão a aprender está relacionado, ou seja, é relevante para algo muito para além do presente e do local onde se encontram. E em terceiro lugar, os alunos devem ser desafiados a nível intelectual por um currículo rigoroso". (página 2) Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 17 Ao longo destas recomendações, cinco dos seis programas avaliados rigorosamente nos EUA incluíram algumas componentes académicas, todos incluíram uma componente pessoal/social. Além do mais, metade dos programas dos EUA continha um elemento estrutural, que alterava o ambiente lectivo através da criação de pequenas turmas ou currículo, de modo a torná-lo mais relevante para os alunos. Nenhum dos programas dos EUA proporcionava incentivos financeiros ou serviços de saúde. É de realçar que a What Works Clearinghouse avaliou programas de combate ao abandono escolar nas escolas do 2º e 3º ciclos do ensino básico e secundário dos EUA, num contexto em que (a) as crianças em risco de abandonar a escola revelavam problemas de aprendizagem e comportamento, (b) as crianças deviam frequentar a escola pelo menos até aos 16 anos e (c) havia não-docentes e docentes disponíveis para serem destacados para programas académicos especiais e para serviços de apoio. Não é este o contexto da maioria dos países em desenvolvimento e, como seria de esperar, é melhor aplicar um conjunto diferente de ideias e intervenções em contextos diferentes. Nos países em desenvolvimento, os serviços preferidos são os incentivos financeiros destinados a encorajar as famílias a enviar os filhos à escola, geralmente sob a forma de numerário atribuído à família e, por vezes, à escola. Treze dos 20 programas citados (65%) atribuíam transferências bancárias condicionais, bolsas de estudo, cheques escolares, alimentos para as famílias, material escolar, fardas escolares ou incentivos aos professores, geralmente estipulando que as crianças frequentem a escola regularmente e/ou se matriculem no próximo ano. Em 10 destes casos, o único tipo de oferta foi uma intervenção financeira, o que é perfeitamente aceitável, já que os factores de risco que contribuem para o abandono escolar dos alunos dos países em desenvolvimento são de natureza financeira. Menos de um terço dos programas internacionais incluíam serviços académicos e de saúde, ou alterações estruturais, apenas um (Levy et al., 2009, o programa BRIGHT no Burkina-Faso) proporcionava apoio pessoal/social. Na sua profunda análise da documentação sobre jovens que abandonam precocemente a escola nos países em desenvolvimento, Hunt (2008, páginas 47-50) enumera ideias para intervenções nesses países, apresentadas na Tabela 7. Hunt recolheu ideias de uma série de tentativas de investigação mais ou menos extensas, sem estipular que a investigação satisfizesse directrizes de qualidade específicas ou mesmo uma avaliação de acompanhamento.10 As ideias dela podem dividir-se entre três das categorias que o PCAE está a utilizar (ou seja, académicas, financeiras e estruturais). É de realçar que ela não sugere a utilização de intervenções sanitárias ou pessoais/sociais. O contexto do mundo em desenvolvimento é apenas diferente do dos EUA; Hunt coloca a ênfase nas intervenções educativas (não na saúde) e nos problemas específicos existentes nos país em desenvolvimento - nos quais o mau comportamento não é considerado relevante. 10 O PCAE utilizou profusamente a bibliografia de Hunt ao seleccionar as avaliações deste relatório. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 18 Tabela 7: Sugestões para Intervenções provenientes de Investigação nos Países em Desenvolvimento11 Países em Desenvolvimento Factores Académicos 1. Fundar escolas de ensino pré-primário 2. Disponibilizar programas de literacia para mães analfabetas. 3. Disponibilizar formas alternativas de educação (por exemplo, a School on Wheels). Apoio Financeiro 4. Em tempos de baixos rendimentos, facilitar o acesso ao crédito. 5. Disponibilizar apoios condicionais (por exemplo, monetário, alimentação) se as crianças se matricularem e permanecerem na escola. 6. Disponibilizar apoios incondicionais (por exemplo, monetário, alimentação). 7. Disponibilizar bolsas de estudo. Intervenções Estruturais 8. Planear horários flexíveis nas escolas, que respeitem os horários de trabalho das crianças. 9. Adoptar uma política de promoção automática em vez de repetição. 10. Utilizar a primeira língua/língua materna como o idioma de instrução durante os primeiros anos. 11. Garantir que as comunidades têm segundas oportunidades de educação. 12. Melhorar a monitorização e a responsabilidade através de órgãos directivos. 13. Envolver a comunidade em todos os aspectos educativos. Quatro das 26 intervenções avaliadas rigorosamente abordavam um dos factores académicos incluídos na lista de Hunt: o programa BRIGHT no Burkina-Faso analisado por Levy et al. (2009) incluiu um programa de literacia para os pais (nº 2 da Tabela 7) e construiu escolas comunitárias para crianças (nº 3); o programa da Índia, analisado por Duflo et al. (2010) incluiu tutoria de crianças por um professor auxiliar ou aprendizagem com recurso às TIC (nº 3) e o programa da República das Filipinas avaliado por Tan et al. (1999) proporcionou aos professores material didáctico multinível (uma melhoria da forma de educação habitual, consoante sugerido no nº 3). O programa do Quénia avaliado por Glewwe et al. (2007) acrescentou uma opção à lista de Hunt, ao fornecer manuais escolares às escolas que tinham muito poucos. Os manuais destinavam-se a melhorar o desempenho académico das crianças sendo, por isso, incluídos como uma intervenção "académica", embora possam igualmente pertencer à categoria seguinte de apoios financeiros. Treze dos 26 programas adoptaram um dos apoios financeiros sugeridos por Hunt. 11 No Burkina-Faso, foram proporcionados apoios condicionais (Levy et al., 2009) sob a forma de cereais gratuitos; Recorreu-se a transferências bancárias condicionais no Brasil (Glewwe & Kassouf, 2010), Colômbia (Barrera-Osorio et al., 2008), Colômbia (Angrist et al., 2002), Honduras (Glewwe & Olinto, 2004), Jamaica (Levy & Ohls, 2007), Malawi (Baird et al., F. Hunt, páginas 47-50. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 19 2010), México (Schultz, 2000) e Paquistão (Chaudhury & Parajuli, 2006); e no Quénia (Glewwe et al., 2003), onde os professores recebiam bónus se os alunos tivessem melhores resultados nas provas; Eram oferecidas bolsas de estudo no Camboja (Filmer & Schady, 2009) e no Quénia (Friedman et al., 2011). O serviço financeiro proporcionado no 13º dos programas avaliados rigorosamente era uma recompensa incondicional. Ou seja, a intervenção no Quénia, avaliada por Duflo et al. (2006), forneceu fardas escolares a todos os alunos inscritos no início do ano. Além do seu apoio condicional, o programa BRIGHT do Burkina-Faso proporcionou um apoio incondicional ao oferecer às crianças material escolar. Por fim, três dos quatro programas avaliados rigorosamente com componentes estruturais seguiram a sugestão de Hunt para mobilizar os pais ou as comunidades no apoio à educação. Burkina-Faso (Levy et al., 2009), Madagáscar (Nguyen & Lassibille, 2008) e República das Filipinas (Tan et al., 1999). De facto, o programa BRIGHT do Burkina-Faso ultrapassou as recomendações de Hunt ao construir instalações e formar parceiros locais para apoiar a escola. A ideia de aumentar a assiduidade dos professores, pedindo aos alunos que lhes tirassem uma fotografia todos os dias de manhã e à tarde, introduzida na Índia e avaliada por Duflo et al. (2010), é outra opção estrutural, embora não fosse sugerida por Hunt. 3.2.3 Avaliação da eficácia do programa Vinte e um dos 26 programas avaliados rigorosamente foram considerados eficazes na abordagem de, pelo menos, um dos assuntos relacionados com assiduidade, permanência na escola ou progressão na aprendizagem. Os seis programas dos EUA foram escolhidos entre os examinados por What Works Clearinghouse porque se tinham revelado eficazes no combate à taxa de abandono escolar, por isso não os incluímos na tabela. Todavia, a procura de intervenções internacionais descobriu eficácias diferentes. Na Tabela 8 mostram-se em negrito as variáveis dependentes que foram positivamente influenciadas por cada uma das intervenções internacionais. As variáveis que não estão em negrito foram igualmente medidas, mas não se descobriram diferenças entre os grupos intervencionados e de comparação. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 20 Tabela 8: Variáveis dos Desfechos Afectados pelos Serviços de cada Intervenção Internacional Rigorosamente Avaliada Eficácia de cada Tipo de Serviço Intervenção Académica Brasil, Bolsa Família Transferências bancárias (Glewwe & Kassouf, 2010) Burkina-Faso, BRIGHT Frequentar Construir e equipar a escola escolas novas, mobilizar as comunidades, fornecer cereais às famílias e fornecer à escola material escolar, almoços diários e tutoria para os alunos (Levy et al. 2009) Camboja: Bolsas de estudo (Filmer & Schady, 2009) Colômbia, PACES: Cheques para escolas privadas (Angrist et al., 2002) Colômbia: Transferências bancárias (Barrera-Osorio et al., 2008) Honduras, PRAF: Transferências bancárias (Glewwe & Olinto, 2004) Índia: Tutoria e aprendizagem com recurso às TIC (Banerjee et al., 2007) Financeira Sanitária Pessoal/ Social Estrutural Permanecer na escola; progredir na escola Frequentar a escola Frequentar a escola Frequentar a escola Frequentar a escola Permanecer na escola Progredir na escola; permanecer na escola Progredir na escola; permanecer na escola Frequentar a escola; permanecer na escola; progredir na escola Progredir na escola; permanecer na escola Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 21 Eficácia de cada Tipo de Serviço Intervenção Índia: Aumento da assiduidade dos professores (Duflo et al., 2010) Jamaica, PATH: Transferências bancárias (Levy & Ohls, 2007) Quénia: Pagamento de fardas escolares, intervenção sobre o HIV/SIDA (Duflo et al., 2006) Quénia: Bónus para os professores Quénia: Fornecimentos de manuais escolares (Glewwe et al., 2007) Quénia: Programa de bolsas de estudo para raparigas (Friedman et al., 2011) Quénia: Desparasitação (Miguel & Kremer, 2004) Madagáscar: Ferramentas e formação administrativa (Duflo et al., 2008) Malawi: Transferências bancárias para raparigas (Baird et al., 2010) México, PROGRESA: Transferências bancárias (Schultz, 2000) Nepal: Produtos sanitários para a menstruação (Oster & Thornton, 2009) Académica Financeira Sanitária Pessoal/ Social Estrutural Progredir na escola; permanecer na escola Frequentar a escola Permanecer na escola Permanecer na escola Permanecer na escola Frequentar a escola; permanecer na escola; progredir na escola Permanecer na escola; progredir na escola Frequentar a escola Frequentar a escola Permanecer na escola Permanece r na escola Frequentar a escola Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 22 Eficácia de cada Tipo de Serviço Intervenção Paquistão: Transferências bancárias para raparigas (Chaudhury & Parajuli, 2006) República das Filipinas: Material didáctico ou alimentação na escola, com ou sem parcerias entre pais e professores (Tan et al., 1999) Número (percentual) de intervenções de um tipo considerado eficaz Académica Financeira Sanitária Pessoal/ Social Estrutural Frequentar a escola Permanecer na escola Permanecer na escola 2/4 50% 12/13 92% 2/5 40% 1/1 100% Permanecer na escola (com serviços académicos ) 3/4 75% Intervenções académicas. Duas das quatro intervenções académicas no mundo em desenvolvimento foram eficazes na redução do número de jovens que abandonam precocemente a escola. Ambas conjugaram uma componente académica com, no mínimo, mais uma componente do programa. Levy et al. (2009) analisaram o programa BRIGHT, no Burkina-Faso, financiado pela USAID, que levou escolas para aldeias que nunca tinham tido nenhuma. O projecto inspeccionou os cinco tipos de serviços, a seguir enunciados: Académico - uma escola do ensino básico inaugurada numa aldeia onde nunca existira uma e onde foi proporcionada aos adultos formação em literacia; Financeiro - com 90% de presenças, as raparigas receberam 8 kgs de cereais secos para levar para casa e todos os alunos receberam manuais e material escolar; Saúde - foram fornecidos almoços diários na escola a todos os alunos; Pessoal/social - foi disponibilizada tutoria a todas as raparigas; Estrutural - construção de instalações escolares, incluindo alojamento para três professores, latrinas separadas para rapazes e raparigas e uma bomba de água; as comunidades foram mobilizadas para apoiar a escola e foi proporcionada formação aos parceiros locais, de modo a que também pudessem apoiar a escola. A avaliação demonstrou que esta conjugação de componentes melhorou a assiduidade em cerca de 16% sobre a das escolas comparadas. A segunda intervenção académica com êxito foi a analisada por Tan et al. (1999), uma experiência na República das Filipinas que proporcionava às escolas uma destas quatro opções: (1) Materiais didácticos multinível para os professores utilizarem, (2) Almoços na escola, Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 23 (3) Uma conjugação de materiais didácticos multinível com o estímulo de parcerias paisprofessores, ou (4) Uma conjugação de almoços na escola com parcerias pais-professores. Os materiais didácticos multinível, principalmente quando conjugados com as parcerias pais-professores, baixaram a taxa de abandono escolar em pelo menos 10%. As intervenções académicas que não revelaram resultados positivos são a da Índia, avaliada por Banerjee et al. (2007), e a do Quénia, avaliada por Glewwe et al. (2007). Banerjee et al. avaliaram duas abordagens académicas em duas zonas vizinhas de baixo rendimento numa zona urbana da Índia: (1) disponibilização de duas horas diárias de apoio pedagógico acrescido aos alunos ou (2) disponibilização de duas horas semanais de apoio informático para melhorar as capacidades matemáticas. Nenhuma destas medidas melhorou a assiduidade ou baixou a taxa de abandono escolar. Glewwe et al. avaliaram o fornecimento de manuais às escolas que tinham poucos e não verificaram qualquer aumento da assiduidade ou redução da repetição ou do abandono escolar Assim, há indicações internacionais de que os serviços académicos têm alguma contribuição mas com apenas quatro avaliados rigorosamente os resultados são definitivamente ambíguos. Continua a haver uma profusão de abordagens que ainda não foram experimentadas ou avaliadas rigorosamente. Intervenções financeiras. Doze das 13 intervenções financeiras aumentaram a taxa de assiduidade, diminuíram a taxa de abandono escolar e/ou garantiram a progressão dos alunos na escola. Oferecer numerário ou cheques aos alunos e respectivas famílias, condicionados pela assiduidade escolar ou pela matrícula no próximo ano lectivo, demonstrou ser uma forma eficaz de manter na escola as crianças dos países em desenvolvimento. A única intervenção financeira que não foi eficaz foi o programa do Quénia que conferia bónus aos professores cujos alunos tivessem melhores classificações nos testes padrão (Glewwe et al., 2003), um tipo de programa totalmente diferente do outro de amplas transferências bancárias. O programa PROGRESA, do México, oferecia transferências bancárias às famílias com filhos no 3º ao 9º ano, de 495 comunidades rurais pobres, desde que a criança frequentasse a escola, no mínimo, 85% do tempo. A taxa de matrícula no 7º ano, um ano de transição fulcral, aumentou 11,1 pontos percentuais devido ao programa (Schultz, 2000). Intervenções sanitárias. Das cinco intervenções sanitárias dos programas internacionais duas aumentaram a assiduidade ou diminuíram a taxa de abandono escolar e três não. O programa BRIGHT no Burkina-Faso (Levy et al., 2009) foi considerado eficaz, já que incluía o fornecimento de almoços na escola na profusão de serviços oferecidos. Mas não é líquido que os almoços, por si só, tenham tido um impacto positivo. Tan et al. (1999), ao analisar um programa na República das Filipinas concluíram que a alimentação na escola não tivera um impacto determinante na taxa de abandono escolar. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 24 A abordagem da desparasitação, analisada por Miguel e Kremer (2004), no Quénia, foi a segunda abordagem sanitária eficaz, já que o fornecimento de medicamentos de desparasitação diminuiu o nível de infecção dos alunos, o que teve como resultado a diminuição do absentismo. Todavia, a outra intervenção destinada a diminuir a doença, a intervenção sobre o HIV/SIDA, na qual os professores recebiam formação sobre este problema e eram encorajados a organizar debates com os alunos do Quénia (analisado por Duflo et al., 2006), teve um efeito insignificante na taxa de abandono escolar, tal como a intervenção no Nepal de distribuição de copos menstruais a raparigas adolescentes. Estes resultados parecem sugerir que as intervenções sanitárias têm maior probabilidade de afectar o estado de saúde do que os desempenhos escolares. Intervenções pessoais/sociais. Apenas o programa BRIGHT, do Burkina-Faso, tentou uma abordagem pessoal/social, a qual incluía um programa de tutoria para raparigas na sua lata intervenção destinada a melhorar o ensino básico. Embora o programa, no seu conjunto, conseguisse, com êxito, aumentar a assiduidade, não é líquido que o programa de tutoria fizesse diferença em comparação com a construção de instalações escolares e o fornecimento de material escolar, de cereais para levar para casa e de almoços diários. Poderá ter feito, mas os investigadores precisariam de avaliar a intervenção pessoal/social sem as outras componentes para terem a certeza dos seus efeitos. Intervenções Estruturais. As quatro intervenções estruturais tiveram alguns resultados positivos. Sobre as duas que foram unicamente estruturais, a avaliação de Duflo et al. (2010), sobre a tentativa de diminuir o absentismo dos professores na Índia, e a avaliação de Duflo et al. (2008) do fornecimento de ferramentas e formação a administradores, professores e pais em Madagáscar, tiveram resultados ambíguos. O projecto da Índia conseguiu, com êxito, estimular os professores a serem assíduos à escola mas não conseguiu aumentar a assiduidade dos alunos ou diminuir a taxa de abandono escolar. O projecto de Madagáscar aumentou a assiduidade dos alunos apenas e só se o pessoal escolar recebesse formação sobre ferramentas administrativas juntamente com os pais. Fornecer apenas as ferramentas a nível distrital e subdistrital não teve efeito determinante na assiduidade. Para aumentar a assiduidade dos professores, foram oferecidas máquinas fotográficas a metade das 113 escolas não-formais do 1º ciclo, na Índia, geridas por uma ONG. Cada uma das máquinas fotográficas gravava na fotografia a data e a hora, uma função codificada por hardware que não podia ser alterada. Estava combinado que um dos alunos tirasse uma fotografia do professor e do grupo de alunos no início e no final de cada dia. Os professores eram pagos consoante a sua assiduidade, confirmada pelas fotografias (Duflo et al., 2010).. As duas outras intervenções que empregaram uma mudança estrutural conjugaram-na com outros tipos de serviços e o conjunto teve êxito no aumento da assiduidade ou na redução do abandono escolar. Especificamente, o programa BRIGHT do Burkina-Faso (avaliado por Levy et al., 2009), criou um ambiente inteiramente diferente para a aprendizagem, através da construção de escolas, de alojamento para os professores, de latrinas e de uma cantina, além de mobilizar a Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 25 comunidade para apoiar a escola, disponibilizando, deste modo, serviços académicos, financeiros, sanitários e pessoais/sociais além das melhorias estruturais. As crianças que frequentavam as escolas BRIGHT revelaram uma melhoria de cerca de 16 pontos percentuais na assiduidade. A experiência na República das Filipinas (avaliada por Tan et al., 1999), incluía a criação de parcerias pais-professores em duas das suas quatro opções e estas parcerias pareceram aumentar a eficácia dos serviços académicos disponibilizados. Infelizmente, o conjunto das 20 intervenções nos países em desenvolvimento avaliadas rigorosamente inclui poucas alterações estruturais relativamente às muitas possíveis, pelo que é difícil generalizar relativamente ao êxito destas abordagens. É preciso fazer mais experiências. 3.3 Descrição dos programas de combate ao abandono escolar que não satisfazem os critérios do PCAE 3.3.1 Selecção das intervenções Houve outas oito intervenções recentes em países em desenvolvimento que satisfizeram os critérios do PCAE quanto à relevância dos tópicos, dos prazos e da amostra.12 Ou seja, todas incluíram o seguinte: Parâmetros de assiduidade escolar, de permanência na escola e/ou de progressão lectiva; Implementação e avaliação entre 1990 e 2010; Ênfase nos alunos que frequentam a escola e estão em risco de abandoná-la. Todavia, estas intervenções não satisfizeram os critérios de relevância da concepção do estudo, quer porque a concepção foi a de controlo/intervenção aleatório, mas com atrito significativo, quer devido a uma concepção quase-experimental, sem grupos de referência de equivalência, ou nenhuma das duas. A Tabela 9 fornece descrições sumárias destas intervenções; um gráfico com informação adicional faz parte do Anexo C. 12 Dado que houve centenas de programas de combate ao abandono escolar experimentados nos EUA que não foram avaliados rigorosamente, o PCAE decidiu centrar-se, nesta secção, apenas nos programas do mundo em desenvolvimento. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 26 Tabela 9: Lista dos Programas de Combate ao Abandono Escolar Avaliados que não Satisfazem os Critérios de Avaliação do PCAE País Avaliador(es) Bangladesh Programa Alimentar para Educar Bangladesh Programa de Bolsas de Estudo para o Género Feminino Brasil Ahmed & del Ninno (2002); Meng & Ryan (2007) Khandker et al. 2003 Financeiro: Ração mensal de cereais, trigo ou arroz, condicionada pela assiduidade escolar Graeff-Martins et al. (2006) Índia: Experiência de Shankarpalle Reddy & Sinha (2010) Indonésia Cameron (2009) Peru Santiago & Chinen (2008) SEAMEO (1995) Académico: Workshops para professores Pessoal//social: Interacções com as famílias; concurso de música sobre o abandono escolar; linha de apoio; programa sobre as vantagens de permanecer na escola; avaliação da saúde mental dos ausentes Académico: Cursos de Verão para crianças de um grupo etário superior Estrutural: Campanha para matricular todas as crianças; alterações políticas para a promoção automática, para a matrícula se efectuar ao longo do ano e permitir que as escolas do 1º ciclo se prolonguem até ao 7º ano. Financeiro: Bolsas de estudo condicionadas pela matrícula contínua Sanitário: Pequeno-almoço na escola Projecto NODROPS da República das Filipinas Tipo de Serviços Financeiro: Transferências bancárias condicionais Académico: Sistema de aprendizagem alargada, com grupos de estudo e tutoria, formação de professores, opção de ensino doméstico; programas para jovens que abandonaram precocemente a escola; educação para os pais Financeiro: Material escolar gratuito e assistência médica para alunos em risco de abandonar a escola Sanitário: Jardinagem para apoiar refeições ligeiras na escola Pessoal//social: Informação precoce sobre jovens que possam vir a abandonar precocemente a escola, monitorização parental apertada Estrutural: Captura de alunos que faltam às aulas, campanhas sobre a importância da educação Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 27 Zâmbia Chatterji et al. (2010) Académico: Escola comunitária Financeiro: Pagamento das propinas escolares; fornecimento de alimentos Sanitário: Alimentação na escola, serviços clínicos 3.3.2 Descrição de intervenções que não satisfazem os critérios do PCAE Na tabela 10 apresenta-se um resumo de oito intervenções destinadas a manter as crianças na escola, na qual surge o grupo-alvo, a metodologia da avaliação e o tipo de serviços prestados. Tal como aconteceu com o grupo de intervenções anteriores, que satisfizeram critérios rigorosos, a maioria destas intervenções visa os alunos do 1º ciclo (88%) e há mais implicando intervenções financeiras (62%) do que de qualquer outro tipo. Todavia, existem duas diferenças entre este grupo de estudo e os do grupo caracterizado por avaliações rigorosas. Em primeiro lugar, conforme esperado, dado terem sido considerados como não satisfazendo os critérios metodológicos criados para as avaliações rigorosas, estes estudos utilizaram quase sempre concepções quase-experimentais em lugar de exposições aleatórias, muitas vezes sem equivalência ou referência aos grupos intervencionados e de controlo. Em segundo lugar, estes estudos envolvem com mais frequência serviços académicos e pessoais/sociais: 50% dos programas que não satisfizeram os critérios de avaliação do PCAE tinham componentes académicas, ao contrário de 21% dos avaliados rigorosamente; 38% incluíam serviços pessoais/sociais, ao contrário de 7% das intervenções avaliadas rigorosamente. Tabela 10: Classificação dos Programas de Intervenção no Abandono Escolar que não Satisfizeram os Critérios Devidamente Fundamentados do PCAE Características Grupo-alvo13 Ensino Básico (1º ciclo) Ensino Básico (2º ciclo) Ensino Básico (3º ciclo) Metodologia Concepção do controlo aleatório Concepção quase experimental Outros Tipo de Serviços e respectiva Eficácia14 Académicos (por exemplo, tutoria, literacia dos pais) Financeiros (por exemplo, transferências bancárias, 13 14 Número (percentual) de Programas de Abandono Escolar (N=8) 7 (88%) 3 (38%) 3 (38%) -7 (88%) 1 (12%) 4 (44%) 5 (62%) Numa intervenção pode ser visado mais de um grupo etário. Numa intervenção pode ser proporcionado mais do que um tipo de serviço. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 28 Características alimentos para as famílias, bolsas de estudo) Sanitários (por exemplo, desparasitação, alimentação na escola, vacinas) Pessoais/sociais (por exemplo, tutoria, aconselhamento, gestão de casos) Estruturais (por exemplo, pequenas comunidades de aprendizagem, monitorização da presença dos professores) Número (percentual) de Programas de Abandono Escolar (N=8) 3 (38%) 3 (38%) 2 (25%) Intervenções académicas Os quatro programas com componentes académicas introduziram serviços algo diferentes dos das intervenções avaliadas rigorosamente. Chatterji et al. (2010) exploraram o êxito das escolas comunitárias para órfãos e crianças vulneráreis na Zâmbia. Graeff-Martins et al. (2006) examinaram uma intervenção multifacetada no Brasil, que incluía workshops para professores, sobre desenvolvimento infantil e gestão de perturbações emocionais e comportamentais. Reddy e Sinha (2010) analisaram a Experiência de Shankarpalle, na Índia, que incluía cursos de Verão para crianças de um grupo etário superior ao normal, juntamente com várias alterações estruturais. SEAMEO, (1995) descreveu o projecto NODROPS, da República das Filipinas, que implementou, no âmbito de uma reforma bastante lata, um sistema de aprendizagem alargado para crianças, formação de professores durante o horário de trabalho e ensino não formal para pais. Intervenções pessoais/sociais. Três dos quatro programas com componentes académicas continham igualmente componentes pessoais/sociais. Todas contribuíram com formas de intervenção adicionais às recolhidas das intervenções avaliadas rigorosamente: aconselhamento (além de educação sobre prevenção do HIV/SIDA), na Zâmbia (Chatterji et al., 2010), reciprocidade intensa com pais e alunos sobre abandono escolar e avaliações sobre a saúde mental de alunos cronicamente ausentes, no Brasil (Graeff-Martins et al., 2006), e um sistema de identificação precoce dos alunos em risco de abandonar a escola e monitorização parental próxima, na República das Filipinas (SEAMEO, 1995). Intervenções Estruturais. Ambos os programas que incluíram intervenções estruturais acrescentaram campanhas públicas à combinação de actividades. Na Experiência de Shankarpalle na Índia, avaliada por Reddy e Sinha (2010), o projecto lançou uma campanha para abolir o trabalho infantil e matricular todas as crianças na escola.. O programa NODROPS da República das Filipinas, avaliado pela SEAMEO (1995), era uma campanha sobre a importância da educação e o problema que surge a seguir ao abandono escolar. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 29 Outras actividades estruturais incluíam alterações nas políticas da escola que eram consideradas como directamente implicadas no problema do abandono escolar. Na Experiência de Shankarpalle foram adoptadas três políticas novas: Promoção automática do 1º para o 2º ano para desobstruir o grande engarrafamento de crianças que repetiam por diversas vezes o 1º ano; Matrículas flexíveis na escola durante todo o ano, em vez da política de admitir apenas crianças no início do ano; Autorização para que as escolas primárias pudessem incluir igualmente o 7º ano, de modo a que as crianças pudessem frequentar mais facilmente umas escola local. No projecto NODROPS, as escolas alteraram a sua política relativamente aos alunos ausentes, deixando de registar unicamente as ausências e passando a uma busca activa dos alunos que faltam às aulas. Por fim, a Experiência de Shankarpalle implementou um novo programa, denominado "Clear class one" (libertar-se do 1º ano) durante três verões consecutivos, destinado a preparar as crianças mais velhas, que ainda frequentavam o 1º ano, para passar para um ano mais avançado, condizente com a sua idade e para ter no 1º ano apenas crianças com 5-6 anos de idade. Intervenções sanitárias. Proporcionavam-se programas de alimentação na escola alvo das três intervenções sanitárias: no Peru, era o pequeno-almoço na escola (Santiago e Chinen, 2008); na República das Filipinas, era o projecto de jardinagem intensiva que disponibilizava refeições ligeiras gratuitas às crianças (SEAMEO, 1995) e, na Zâmbia, eram os almoços na escola (Chatterji et al., 2010). A Zâmbia acrescentou serviços clínicos aos almoços na escola. No Peru, o programa de pequeno-almoço foi a única intervenção do projecto; nos outros dois países a intervenção sanitária foi conjugada com outros tipos de serviços. Intervenções financeiras. Os cinco serviços financeiros destas oito intervenções espelham os disponibilizados pelos programas avaliados rigorosamente: No programa do Bangladesh “Alimentar para Educar” disponibilizavam-se apoios condicionais, sob a forma de arroz e trigo gratuitos para as crianças que frequentavam a escola pelo menos 85% do tempo (Ahmed e del Ninno, 2002; Meng e Ryan, 2007); No programa do Bangladesh de Bolsas de Estudo para o género Feminino recorreu-se a transferências bancárias condicionais (Khandker et al., 2003). Na Indonésia, foram oferecidas bolsas de estudo, condicionadas pela matrícula contínua da criança na escola (Cameron et al., 2009); e Na República das Filipinas, foram oferecidas recompensas incondicionais de material escolar aos alunos (SEAMEO, 1995) e, na Zâmbia, material escolar e propinas escolares (Chatterji et al., 2010). 3.3.3 Avaliação da eficácia do programa Na Tabela 11, na página seguinte, resumem-se os resultados destas intervenções, especificando as variáveis dependentes, consideradas significativamente afectadas pelo Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 30 programa. É interessante verificar que todas se reclamaram eficazes no aumento da assiduidade ou na redução da taxa de abandono escolar, embora devamos aceitar com prudência estas conclusões, dadas as concepções limitadas das suas avaliações. Existem pelo menos três motivos para os executantes não recorrerem à designação aleatória quando concebem as avaliações dos seus programas. O primeiro, é porque o programa pode ter sido concebido por políticos, profissionais de saúde ou agentes educativos, que desejam fornecer um serviço, cuja avaliação não consideram importante. Deste modo, podem iniciar uma intervenção sem um plano de avaliação e, um investigador que integre o projecto posteriormente, terá de trabalhar da melhor maneira com uma concepção quase experimental que define os grupos de comparação após o facto. Corre-se, por conseguinte, o risco de não haver equivalência entre grupos. O segundo motivo é que a designação aleatória pode ser dispendiosa, já que os investigadores devem acompanhar os alunos alvo dos serviços do programa e os que não o são. Por fim, a designação aleatória pode ser politicamente difícil, dado que algumas crianças não serão alvo do que se crê ser uma intervenção útil. Felizmente, os doadores apreciam cada vez mais as avaliações rigorosas e, por isso, estão mais disponíveis para financiá-las, e a comunidade de avaliação define abordagens cada vez mais sofisticadas, tal como a regressão descontínua, que permite análises rigorosas das intervenções que fornecem serviços a todos os alunos e famílias elegíveis. Tabela 11: Variáveis dos Desfechos Afectadas pelos Serviços de Cada Intervenção que Não Satisfez dos Critérios de Avaliação do PCAE Eficácia de cada Tipo de Serviço Intervenção Académica Financeira Programa de Bolsas de Estudo para o Género Feminino no Bangladesh (Khandker et al., 2003) Programa Alimentar para Educar do Bangladesh (Ahmed e del Ninno, 2002; Meng e Ryan, 2007) Brasil (Graeff-Martins et Progredir al. 2006) na escola; permane-cer na escola Índia: Experiência de PermaneShankarpalle (Reddy & cer na Sinha, 2010) escola Frequentar a escola Saúde Pessoal/ Social Estrutural Progredir na escola; permanecer na escola Progredir na escola; permanecer na escola Permanecer na escola Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 31 Eficácia de cada Tipo de Serviço Intervenção Académica Indonésia (Cameron, 209) Financeira Número (percentual) de intervenções de um tipo considerado eficaz Pessoal/ Social Estrutural Permanecer na escola Peru (Santiago & Chinen (2008) Projecto NODROPS da República das Filipinas (SEAMEO, 1995) Zâmbia (Chatterji et al., 2010) Saúde Permanecer na escola Permanecer na escola 4/4 100% Permanecer na escola Permanecer na escola 6/6 (100%) Frequentar a escola; Permanecer na escola Permanecer na escola Permanecer na escola 3/3 100% Permanecer na escola Permanecer na escola 3/3 100% Permanecer na escola 2/2 100% Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 32 4.0 Conclusões e Recomendações Apesar dos benefícios impressionantes granjeados no decorrer da última década no tocante ao aumento do acesso universal das crianças à escolaridade, a grandeza de crianças que abandona a escola é decepcionante. Embora a magnitude do problema se altere de região para região, e até dentro do mesmo país, dados recentes sobre educação sublinham que uma percentagem significativa de crianças que ingressa na escola nem chega a concluir o ciclo de ensino básico. Esta não-conclusão constitui um desperdício de recursos significativo para as próprias crianças, bem como para o sistema educativo e para as sociedades em que vivem. Embora haja um consenso generalizado sobre o valor dos investimentos para combater o abandono escolar, existe menor consonância sobre quais devem ser os investimentos. Os motivos que levam os alunos a abandonar a escola são complexos. Em última análise, não existe um factor de risco que preveja ou impeça com precisão o abandono escolar. De facto, as investigações demonstram claramente que o abandono escolar parece ocorrer em função de uma conjugação de factores de risco (por exemplo, género, obrigações laborais, baixo desempenho, pobreza familiar, pouco contacto familiar com a escola, viver longe da escola) transversal a múltiplas áreas (individual, familiar, escolar e comunitária). Por conseguinte, embora possa haver um acontecimento específico que funcione como catalisador do abandono escolar de um aluno (por exemplo, uma redução de rendimentos provocada pela morte de um membro da família), o abandono escolar é geralmente um processo que decorre durante um largo período de tempo. Na nossa análise sobre a documentação de programas de combate ao abandono escolar, verificámos haver 26 que satisfaziam todos os quatro critérios de inclusão no relatório (relevância dos tópicos, dos prazos, da amostra e da concepção da avaliação). Demonstram o seguinte: Os apoios financeiros, estruturais e académicos (por esta ordem) parecem ser os mais eficazes na abordagem do abandono escolar dos países em desenvolvimento. Os apoios estruturais têm mais êxito quando se centram na área local, ou seja, quando incluem professores e pais dos alunos. Os apoios académicos devem implicar mais do que o simples fornecimento de materiais (por exemplo, manuais). Colocar o acento tónico numa única acção ou actividade ajuda a defini-la como o motivo para reduzir a taxa de abandono escolar, mas acções conjugadas podem ter igual ou maior poder de efectuar a mudança. Por fim, a nossa análise sublinha com clareza a necessidade de intervenções bem concebidas, que incluam processos rigorosos de monitorização e avaliação, desde o início da implementação do programa, que possam fornecer orientações fundamentadas às políticas, programas e práticas que contribuem para que as crianças permaneçam na escola. A análise da documentação conduz às seguintes recomendações, enquanto o PCAE planeia os projectos seguintes: Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 33 1. O PCAE deve conceber cada intervenção de forma a adaptar-se ao contexto da área na qual será implementada. Nem todos os factores de risco são verdadeiros para cada aluno; os factores de risco existentes em determinado local podem ser bem diferentes dos de outro local. Antes de se conceber qualquer intervenção, é crucial que o pessoal do PCAE compreenda a situação do país em causa. Dentro do mesmo país pode até haver diversas forças a trabalhar em diversas comunidades, pelo que a concepção deve incluir debates sobre os grupos-alvo adequados, as localizações e, posteriormente, uma análise das características do abandono escolar desses grupos e localizações. 2. Ao desenhar as intervenções, o PCAE deve ponderar as implicações de vastas necessidades financeiras em cada um dos países em causa: as famílias talvez possam contribuir com serviços em espécie, mas não em numerário, e as crianças talvez não possam participar em nenhuma actividade após o horário lectivo. As duas características do abandono escolar citadas com maior frequência na documentação, relativamente aos países em desenvolvimento, são (a) o nível de pobreza da família e (b) a necessidade de as crianças ajudarem em casa ou de ganharem dinheiro. Todavia, não é intenção do PCAE disponibilizar um programa de incentivos financeiros. O PCAE reconhece, mais exactamente, que (a) as famílias intervencionadas só podem contribuir em espécie para um projecto escolar e (b) as crianças continuarão a ser necessárias em casa e não podem estar ocupadas com actividades lectivas muito mais horas por dia do que as exigidas pelo horário lectivo. 3. Os projectos do PCAE podem centrar-se com êxito nas raparigas, em crianças com necessidades educativas especiais ou problemas de saúde e nas crianças que vivem longe da escola, já que estes grupos têm maior probabilidade de abandonar a escola do que outros. Entre as características que descrevem os jovens que abandonam precocemente a escola existe uma série de factores que sugerem critérios para a localização de um programa de intervenção ou de um grupo específico de crianças-alvo. Neles se incluem raparigas, crianças com necessidades educativas especiais ou problemas de saúde e as que vivem longe da escola. Se algum ou todos estes factores se revelarem especialmente importantes em algum dos países focais do PCAE, as intervenções podem ser estruturadas em torno de características específicas. 4. As intervenções do PCAE podem centrar-se numa única actividade ou envolver múltiplas actividades. Esta análise dos programas de combate ao abandono escolar inclui uma série de intervenções que colocam a ênfase no fornecimento de um único serviço ou produto, como a tutoria, o fornecimentos de fardas escolares, a desparasitação ou a dotação de comissões de professores e de gestão escolar com formas de avaliar a escola. Dezoito dos 20 programas internacionais eram deste tipo. Um das boas razões pode ser o facto de a avaliação de uma única actividade poder demonstrar com clareza que essa actividade marcou a diferença. Todavia, Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 34 observámos igualmente que o programa conjunto no Burkina-Faso, que disponibilizava serviços de cada um dos cinco tipos, teve resultados imensamente positivos, pelo que o PCAE deve ponderar igualmente esta opção. 5. O PCAE deve ponderar seriamente intervenções estruturais, académicas e pessoais/sociais, já que as avaliações demonstraram ser mais eficazes do que as intervenções sanitárias, em termos de resultados educativos Ao reflectir sobre actividades específicas, o pessoal do PCAE deve fundamentar-se nas seguintes conclusões: As três intervenções estruturais que tiveram um impacto significativo na assiduidade dos alunos e no abandono escolar incluíam todas trabalho com os pais e as comunidades; a única que não teve qualquer efeito não tinha componente parental. Foi experimentado um número muito limitado de intervenções académicas, a mais eficaz das quais implicou tanto o fornecimento de materiais como assistência prática ou tutoria sobre a utilização dos materiais. É insuficiente entregar simplesmente um manual escolar, fornecer um computador ou envolver-se numa tutoria que repete o ensino memorizado pelo professor. As intervenções pessoais/sociais são raras no mundo em desenvolvimento mas revelaram ter êxito nos EUA. Contribuiriam para aumentar as possibilidades de os doadores ponderarem a possibilidade de demonstrar que intervenções como clubes ou aconselhamento podem fazer a diferença. 6. Qualquer intervenção requer uma avaliação implementada juntamente com o projecto. metodologicamente forte e Uma das lições aprendidas com a análise das avaliações dos programas foi a de que essas avaliações concebidas após o programa ter sido implementado raramente satisfizeram os critérios de inclusão das intervenções avaliadas rigorosamente. Não se pode efectuar a designação aleatória após o início da intervenção; as concepções quase-experimentais desenvolvidas após o início do programa encontram, muitas vezes, não-equivalência entre grupos intervencionados e de comparação e corre-se o risco de haver atrito significativo. Ao conceber e implementar a avaliação antes do início de uma intervenção, o PCAE tem todas as probabilidades de saber com certeza se o seu programa é eficaz. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 35 Bibliografia Abbott, R., Hill, K., Catalano, R. & Hawkins, D. (2000). Predictors of early high school dropout: A test of five theories. Journal of Educational Psychology, 92 (3), 568-582. Ahmed, A. & del Ninno, C. (2002). The Food for Education program in Bangladesh: An evaluation of its impact on educational attainment and food security. International Food Policy Research Institute. Ampiah, J. & Adu-Yeboah, C. (2009). Mapping the incidence of school dropouts: A case study of communities in Northern Ghana. Comparative Education, 45 (2), 219-232. Angrist, J., Bettinger, E., Bloom, E., King, E., & Kremer, M. ((2002). Voucher for private schooling in Colombia: Evidence from a randomize natural experiment. 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Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 42 Anexo A Estatísticas da Educação para os Países do PCAE Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 43 Tabela A-1: Estatísticas de Educação para os Países do PCAE País Camboja Índia Dados15 Taxa de matrícula líquida. 1º ciclo, género feminino Taxa de matrícula líquida. 1º ciclo, género masculino Taxa de matrícula líquida. 1º ciclo, total Taxa de matrícula líquida. Secundário, género feminino Taxa de matrícula líquida. Secundário, género masculino Taxa de matrícula líquida. Secundário. Total Proporção bruta de matrículas 1º ciclo, género feminino Proporção bruta de matrículas 1º Ciclo, género masculino Proporção bruta de matrículas 1º ciclo, total Proporção bruta de matrículas Secundário, género feminino Proporção bruta de matrículas Secundário, género masculino Proporção bruta de matrículas Secundário, total Taxa de sobrevivência no último ano do 1º ciclo, género feminino Taxa de sobrevivência no último ano do 1º ciclo, género masculino Taxa de sobrevivência no último ano do 1º ciclo, total Taxa de abandono escolar 1º ciclo, género feminino Taxa de abandono escolar 1º ciclo, género masculino 2005 2006 89 91 90 Ano 2007 88 92 90 UIS 22 28 32 UIS UIS 26 34 33 31 36 34 UIS 120 118 115 112 UIS UIS 130 125 126 122 124 120 120 116 UIS 33 36 UIS UIS 42 38 44 40 Fonte UIS UIS UIS UIS 57 56 57 UIS UIS EdStats EdStats 54 55 43 46 53 54 44 47 52 54 43 48 Taxa de matrícula líquida. 1º ciclo, género feminino UIS 87 87 88 Taxa de matrícula líquida. 1º ciclo, género masculino Taxa de matrícula líquida. 1º ciclo, total Proporção bruta de matrículas, género feminino no 1º Ciclo UIS UIS 91 89 91 89 91 90 UIS 110 110 111 15 2008 87 90 89 2009 91 Taxa de matrícula líquida (TML): as matrículas do grupo etário oficial para determinado nível de educação, expresso como percentagem da população correspondente. Taxa de matrícula bruta (TMB): total de matrículas num nível de educação específico, independentemente da idade, expresso como percentagem da população escolar oficial elegível correspondente ao mesmo nível de educação de terminado ano lectivo. Taxa de sobrevivência: percentagem da classe etária de alunos (ou estudantes) matriculados no 1º ano de determinado nível ou ciclo de educação de determinado ano lectivo que se perspectiva transitarem para o ano seguinte. Taxa de abandono escolar: percentagem de uma classe etária de alunos matriculados no primeiro ano do 1º ciclo que não se perspectivava concluir o último ano do 1º ciclo, calculada como 100% menos a taxa de sobrevivência no último ano do 1º ciclo. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 44 País Tajiquistão Dados15 Proporção bruta de matrículas, género masculino no 1º Ciclo Proporção bruta de matrículas, 1º ciclo, total Proporção bruta de matrículas. Secundário, género feminino Proporção bruta de matrículas. Secundário, género masculino Proporção bruta de matrículas. Secundário, total Taxa de sobrevivência no último ano do 1º ciclo do género feminino Taxa de sobrevivência no último ano do 1º Ciclo do género masculino Taxa de sobrevivência no último ano do 1º Ciclo, total Taxa de abandono escolar, 1º ciclo, género feminino Taxa de abandono escolar, 1º ciclo, género masculino Taxa de matrícula líquida, 1º ciclo, género feminino Taxa de matrícula líquida, 1º ciclo, género masculino Taxa de matrícula líquida, 1º ciclo, total Taxa de matrícula líquida. Secundário, género feminino Taxa de matrícula líquida. Secundário, género masculino Taxa de matrícula líquida. Secundário, total Proporção bruta de matrículas do género feminino no 1º ciclo Proporção bruta de matrículas do género masculino no 1º Ciclo Proporção bruta de matrículas 1º ciclo Total Proporção bruta de matrículas. Secundário, género feminino Proporção bruta de matrículas. Secundário, género masculino Proporção bruta de matrículas. Secundário, total Taxa de sobrevivência no último ano do 1º ciclo do género feminino Taxa de sobrevivência no último ano do 1º ciclo do género masculino Taxa de sobrevivência no último ano do 1º ciclo, total Taxa de abandono escolar 1º ciclo (1º-4º), total Taxa de abandono escolar 2º e 3º ciclos (5º-9º), total 2005 2006 Ano 2007 2008 UIS UIS 114 112 115 112 115 113 117 UIS 49 50 52 56 UIS UIS 59 54 60 55 61 57 64 60 UIS 65 UIS UIS EdStats EdStats UIS UIS UIS 66 66 35 34 96 99 97 95 99 97 95 99 97 95 99 97 UIS 73 74 75 77 UIS UIS 87 80 87 81 88 81 88 83 UIS 98 98 98 100 UIS UIS 102 100 103 100 102 100 104 102 UIS 75 75 76 78 UIS UIS 90 82 90 83 91 84 90 84 UIS 97 UIS UIS SIGE SIGE 100 99 99 99 Fonte Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 45 0 3 2009 País Dados15 Taxa de abandono escolar Nível secundário completo (10º-11º), total TimorLeste16 Taxa de matrícula líquida. 1º ciclo, género feminino Taxa de matrícula líquida. 1º ciclo, género masculino Taxa de matrícula líquida. 1º ciclo, total Taxa de matrícula líquida. Secundário, género feminino Taxa de matrícula líquida. Secundário, género masculino Taxa de matrícula líquida. Secundário, total Proporção bruta de matrículas, 1º ciclo, género feminino Proporção bruta de matrículas, 1º ciclo, género masculino Proporção bruta de matrículas 1º ciclo, total Proporção bruta de matrículas Secundário, género feminino Proporção bruta de matrículas Secundário, género masculino Proporção bruta de matrículas Secundário, total Taxa de sobrevivência no último ano do 1º ciclo do género feminino Taxa de sobrevivência no último ano do 1º ciclo do género masculino Taxa de sobrevivência no último ano do 1º ciclo, total Taxa de abandono escolar, 1º ciclo, género feminino Taxa de abandono escolar, 1º ciclo, género masculino Fonte 2005 2006 Ano 2007 SIGE UIS UIS UIS 2008 2009 9 67 70 69 63 66 65 UIS 33 UIS UIS 30 31 74 77 76 81 83 82 UIS 96 90 103 109 UIS UIS 104 100 96 93 110 107 116 UIS 55 UIS UIS 55 55 51 UIS 78 UIS UIS EdStats EdStats 68 72 32 22 16 Os dados de 2005-2007 podem não ser inteiramente fiáveis - as escolas sofreram graves rupturas durante 2006-2007, devido à agitação social, que teve como consequência padrões anormais e recolha irregular de dados. Embora o sistema tema melhorado imenso, os dados anteriores a 2008 devem ser avaliados com prudência. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 46 Anexo B Factores de Risco para o Abandono Escolar Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 47 17 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Um "x" numa célula significa que este factor de risco foi considerado significativamente relacionado com o abandono escolar dos alunos. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 48 x Stanley & Plucker (2008) Nauer et al. 2008 National High School Center (2007) Lyche, C. (2010). Kennelly & Monrad (2007) Heppen & Therriault (2008) Hammond et al. 2007 Garnier et al., 1997 Dynarski et al. 2008 Dynarski & Gleason (2002) Christenson & Thurlow (2004) Brideland et al. 2006 Balfanz et al. 2008 x17 Rumberger & Lim (2008) Área Individual Características de Enquadramento Individual - Ingressar na escola com idade superior ao normal - Do sexo masculino - Existência de necessidades educativas especiais/doença frequente Responsabilidades no início da adultez - Custos económicos/oportunidade/emprego - Casamento/Paternidade ou Maternidade Atitudes, Valores e Comportamento Sociais - Grupo de pares/comportamento social de alto risco - Admiração pelos que abandonaram a escola Desempenho Escolar - Baixo desempenho - Retenção/grupo etário superior para o ano Compromisso com a escola - Assiduidade baixa Amonov et al. 2007 Factores de Risco para o Abandono Escolar EUA e países da OCDE Abbott et al. 2000 Tabela B-1: Factores de Risco para o Abandono Escolar nos EUA e nos países da OCDE x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 49 x x x x x x x x x Stanley & Plucker (2008) x Rumberger & Lim (2008) x Nauer et al. 2008 x x x National High School Center (2007) x x x x x Heppen & Therriault (2008) x Hammond et al. 2007 Dynarski et al. 2008 Dynarski & Gleason (2002) x Lyche, C. (2010). x Christenson & Thurlow (2004) Balfanz et al. 2008 Brideland et al. 2006 x Kennelly & Monrad (2007) Área Família Características de Enquadramento Familiar - Estatuto socioeconómico baixo - Minoria étnica/casta/de falantes - Baixo nível de educação dos pais - Não viver com ambos os progenitores biológicos - Pais desempregados - Grande número de irmãos, principalmente com idade inferior a 5 anos - Problemas familiares (por exemplo, divórcio, morte) - Grande mobilidade familiar Compromisso familiar/Empenho na Educação - Um dos irmãos abandonou a escola - Pouco contacto com a escola - Pouca importância atribuída à escolaridade x x x Garnier et al., 1997 - Expectativas educativas baixas - Baixo compromisso com a escola/falta de interesse Comportamento escolar - Mau comportamento/delinquência x Amonov et al. 2007 Abbott et al. 2000 Factores de Risco para o Abandono Escolar EUA e países da OCDE x x x x x x x x x Stanley & Plucker (2008) Nauer et al. 2008 National High School Center (2007) Lyche, C. (2010). Kennelly & Monrad (2007) Heppen & Therriault (2008) Hammond et al. 2007 Garnier et al., 1997 Dynarski et al. 2008 Dynarski & Gleason (2002) Christenson & Thurlow (2004) Brideland et al. 2006 Balfanz et al. 2008 x Rumberger & Lim (2008) Área Escola Estrutura - Matrículas elevadas - Elevada concentração de baixos rendimentos - Escola longe de casa/muito poucas escolas - Falta de instalações e de material - Falta de escolas do ensino pós-primário Funcionamento - Escola com baixa "qualidade" - Insegurança (por exemplo, gangues, castigos corporais) - Docentes de má qualidade/com absentismo elevado - Falta de relacionamento com adultos na escola - Idioma de ensino diferente da língua materna - Falta de relevância do currículo - Falta de rigor no ensino Amonov et al. 2007 Abbott et al. 2000 Factores de Risco para o Abandono Escolar EUA e países da OCDE x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Área Comunitária - Urbana - Rural - Elevado número de pobres, minorias, nascidos no estrangeiro, famílias monoparentais, pais Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 50 x x x x x com pouca educação - Existência de conflitos, emergência, fragilidade política - Noções culturais e ritos de passagem que excluem a escola Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 51 Stanley & Plucker (2008) Rumberger & Lim (2008) Nauer et al. 2008 National High School Center (2007) Lyche, C. (2010). Kennelly & Monrad (2007) Heppen & Therriault (2008) Hammond et al. 2007 Garnier et al., 1997 Dynarski et al. 2008 Dynarski & Gleason (2002) Christenson & Thurlow (2004) Brideland et al. 2006 Balfanz et al. 2008 Amonov et al. 2007 Abbott et al. 2000 Factores de Risco para o Abandono Escolar EUA e países da OCDE x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 52 x x x Kasente, D. (2003). Kampuchean Action (2008) Kampuchean Action (2003) Hunt, F. (2008). Hanushek et al. (2006) Govinda & Bandyopadhyay (2008) Filmer (2009) Das, P. (2010). Crighton, J. (2005). CREATE (2010) CARE (2010) Bredenberg & Sovann (2003) x Lloyd & Mensch (2006) x x Laughan (2007) Área Individual Características de Enquadramento Individual - Ingressar na escola com idade superior à normal - Do género feminino - Presença de necessidades educativas especiais/doença frequente Responsabilidades no início da adultez - Custos económicos/oportunidade/emprego - Casamento/Paternidade ou Maternidade Atitudes, Valores e Comportamento Sociais - Grupo de pares/comportamento social de alto risco - Admiração pelos que abandonaram a escola Desempenho Escolar - Baixo desempenho - Retenção/grupo etário superior para o ano Compromisso com a escola - Assiduidade baixa - Expectativas educativas baixas Baschieri & Falkingham (2007) Factores de Risco para o Abandono Escolar: Países em Desenvolvimento Ampiah et al. 2009 Tabela B-2: Factores de Risco para o Abandono Escolar nos Países em Desenvolvimento x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 53 x x x x x x x x x x x x x x Lloyd & Mensch (2006) x Laughan (2007) Kampuchean Action (2003) x x x x x x x Hunt, F. (2008). x x x x Hanushek et al. (2006) x Govinda & Bandyopadhyay (2008) Das, P. (2010). x Filmer (2009) Crighton, J. (2005). x Kasente, D. (2003). x x Kampuchean Action (2008) Área Família Características de Enquadramento Familiar - Estatuto socioeconómico baixo - Minoria étnica/casta/de falantes - Baixo nível de educação dos pais - Não viver com ambos os progenitores biológicos - Pais desempregados - Grande número de irmãos, principalmente com idade inferior a 5 anos - Problemas familiares (por exemplo, divórcio, morte) - Grande mobilidade familiar/migração Compromisso Familiar/Empenho na Educação - Um dos irmãos abandonou a escola - Pouco contacto com a escola - Pouca importância atribuída à escolaridade CREATE (2010) - Baixo compromisso com a escola/falta de interesse Comportamento escolar - Mau comportamento/delinquência CARE (2010) Bredenberg & Sovann (2003) Baschieri & Falkingham (2007) Ampiah et al. 2009 Factores de Risco para o Abandono Escolar: Países em Desenvolvimento Área Comunitária - Área urbana/bairro degradado - Rural x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 54 x x x x x x Lloyd & Mensch (2006) Laughan (2007) Kasente, D. (2003). Kampuchean Action (2008) Kampuchean Action (2003) Hunt, F. (2008). Hanushek et al. (2006) Govinda & Bandyopadhyay (2008) Filmer (2009) Das, P. (2010). x Crighton, J. (2005). x CREATE (2010) CARE (2010) Baschieri & Falkingham (2007) Bredenberg & Sovann (2003) Área Escola Estrutura - Matrículas elevadas - Elevada concentração de baixos rendimentos - Escola longe de casa/muito poucas escolas - Falta de instalações e de material - Falta de escolas do ensino pós-primário Funcionamento - Escola com "qualidade" inferior - Insegurança (por exemplo, gangues, castigos corporais) - Docentes de má qualidade/com absentismo elevado - Falta de relacionamento com adultos na escola - Idioma de ensino diferente da língua materna - Falta de relevância do currículo - Falta de rigor no ensino Ampiah et al. 2009 Factores de Risco para o Abandono Escolar: Países em Desenvolvimento Factores de Risco para o Abandono Escolar Países em desenvolvimento (cont.) Área Individual Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 55 x Projecto do Milénio da ONU (2005) Sarker & Davey (2009) Instituto da UNESCO For Statistics (2005) Roberts, K. (2006). x Open Society Institute.(2007) Open Society Institute.(2005) Open Society Institute.(2002) Okumu et al. 2008 Manacorda, M. (2006). Lloyd et al. 2009 - Elevado número de pobres, minorias, nascidos no estrangeiro, famílias monoparentais, pais com pouca educação - Existência de conflitos, emergência, fragilidade política - Noções culturais e ritos de passagem que excluem a escola Lloyd & Mensch (2006) Laughan (2007) Kasente, D. (2003). Kampuchean Action (2008) Kampuchean Action (2003) Hunt, F. (2008). Hanushek et al. (2006) Govinda & Bandyopadhyay (2008) Filmer (2009) Das, P. (2010). Crighton, J. (2005). CREATE (2010) CARE (2010) Bredenberg & Sovann (2003) Baschieri & Falkingham (2007) Ampiah et al. 2009 Factores de Risco para o Abandono Escolar: Países em Desenvolvimento x x x Características de Enquadramento Individual - Ingressar na escola com idade superior ao normal - Do género feminino - Presença de necessidades educativas especiais/doença frequente Responsabilidades no início da adultez - Custos económicos/oportunidade/emprego - Casamento/Paternidade ou Maternidade Atitudes, Valores e Comportamento Sociais - Grupo de pares/comportamento social de alto risco - Admiração pelos que abandonaram a escola Desempenho Escolar - Baixo desempenho - Retenção/grupo etário superior para o ano Compromisso com a escola - Assiduidade baixa - Expectativas educativas baixas - Baixo compromisso com a escola/falta de interesse Comportamento escolar - Mau comportamento/delinquência x x x x x x x x x x x x x x x x Área Família Características de Enquadramento Familiar Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 56 x x x x x x Projecto do Milénio da ONU (2005) Sarker & Davey (2009) Instituto da UNESCO For Statistics (2005) Roberts, K. (2006). Open Society Institute.(2007) Open Society Institute.(2005) Open Society Institute.(2002) Okumu et al. 2008 Manacorda, M. (2006). Lloyd et al. 2009 Factores de Risco para o Abandono Escolar Países em desenvolvimento (cont.) x x Área Escola Estrutura - Matrículas elevadas - Elevada concentração de baixos rendimentos - Escola longe de casa/muito poucas escolas - Falta de instalações e de material - Falta de escolas do ensino pós-primário Funcionamento x x x x x x x x x x x x x x Projecto do Milénio da ONU (2005) x Sarker & Davey (2009) Instituto da UNESCO For Statistics (2005) Open Society Institute.(2007) x Roberts, K. (2006). Open Society Institute.(2005) x Open Society Institute.(2002) x Okumu et al. 2008 Manacorda, M. (2006). - Estatuto socioeconómico baixo - Minoria étnica/casta/de falantes - Baixo nível de educação dos pais - Não viver com ambos os progenitores biológicos - Pais desempregados - Grande número de irmãos, principalmente com idade inferior a 5 anos - Problemas familiares (por exemplo, divórcio, morte) - Grande mobilidade familiar/migração Compromisso Familiar/Empenho na Educação - Um dos irmãos abandonou a escola - Pouco contacto com a escola - Pouca importância atribuída à escolaridade Lloyd et al. 2009 Factores de Risco para o Abandono Escolar Países em desenvolvimento (cont.) x x x x x x x x x x x Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 57 x x x x Área Comunitária Área urbana/bairro degradado Rural Elevado número de pobres, minorias, nascidos no estrangeiro, famílias monoparentais, pais com pouca educação x Existência de conflitos, emergência, fragilidade política Noções culturais e ritos de passagem que excluem a escola Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Maio de 2011, Página 58 x x Projecto do Milénio da ONU (2005) x Sarker & Davey (2009) Instituto da UNESCO For Statistics (2005) Roberts, K. (2006). Open Society Institute.(2005) x Open Society Institute.(2007) - Escola com "qualidade" inferior - Insegurança (por exemplo, gangues, castigos corporais) - Docentes de má qualidade/com ausências elevadas - Falta de relacionamento com adultos na escola - Idioma de ensino diferente da língua materna - Falta de relevância do currículo - Falta de rigor no ensino Open Society Institute.(2002) Okumu et al. 2008 Manacorda, M. (2006). Lloyd et al. 2009 Factores de Risco para o Abandono Escolar Países em desenvolvimento (cont.) x x x x x x x x Anexo C: Resumo dos Estudos sobre Combate ao Abandono Escolar que Satisfazem todos os Critérios do PCAE Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 59 Tabela C-1: Programas de Combate ao Abandono Escolar que Satisfazem todos os Critérios do PCAE Autores Resultado(s) Relevante(s) Grupo-alvo Serviços Metodologia Custos Efeitos Intervenções nos países em desenvolvimento (por ordem alfabética do nome da intervenção) 1) Cursos Profissionais (Kemple & Snipes, 2000; Kemple, 2004) Permanecer na escola Progredir na escola 2) Escolas do Progredir Ensino na escola Secundário de Desenvolvimento Criativo (Kemple et al., 2005) Alunos do ensino secundário em risco de abandonar a escola em 8 áreas urbanas de 6 Estados Alunos do ensino secundário de 11 escolas urbanas do ensino secundário de Filadélfia (urbanas) Académicos: Ciclo escolar organizado em torno da componente específica Pessoais/sociais: Estágios junto de empregadores locais Tutoria por parte dos empregadores locais Estruturais: Uma escola dentro da escola Académicos: Currículo com ênfase na preparação para o ensino superior, ensino da leitura e matemática Aulas após o horário normal para alunos com problemas de assiduidade ou disciplinares Pessoais/sociais: PAC 474 alunos; 79% com 15 anos ou mais novos, 57% do género feminino; 52% hispânicos, 38% afroamericanos 600 USD/aluno/ano acima do custo distrital médio por aluno (2004) Efeitos positivos na permanência na escola (melhoria média de 13 pontos percentuais Efeitos positivos na permanência na escola (melhoria média de 13 pontos percentuais) PQE; Séries cronológicas interrompidas comparadas, amostra nacional não referida 350 USD/aluno/ano acima da média distrital por aluno (2005) Efeitos positivos de permanência na escola (melhoria média de 7 pontos percentuais) Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 60 Autores Resultado(s) Relevante(s) Grupo-alvo 3) Escolas PréSecundárias de Ensino Acelerado (Dynarski et al., 1998) Permanecer na escola Progredir na escola 4) Grupo dos Doze (Dynarski et al., 1998) Permanecer Alunos do 6º ao 9º anos de Chula na escola Vista, Califórnia (urbanos) 5) Realização Permanecer Alunos do 7º e Alunos do 6º ao 8º anos de 3 áreas urbanas, todos 1 a 2 anos atrasados Serviços Serviços de apoio após o horário normal Estruturais: Escola reestruturada em pequenas comunidades de aprendizagem Académicos: Dois anos curriculares num ano lectivo Tutoria Pessoais//sociais: Orientação escolar Aproximação à família Estruturais: Turmas de pequena dimensão Académicos: Auxílio nos trabalhos de casa Pessoais/sociais: Grupos de debate semanal após o horário lectivo com adultos treinados Viagens a campus universitários Fim-de-semana anual de retiro Pessoais/sociais: Metodologia Custos Efeitos PAC: 847 alunos: GA: 60% de afroamericanos, mais de 70% dos quais do género masculino NJ: 75% de afroamericanos, 25% hispânicos; 50% do género masculino MI: 60% de afroamericanos, 60% do género masculino PAC: 219 alunos de 9 escolas do ensino pré-secundário; 50% hispânicos, 25% asiáticos, 10% afro-americanos, 15% brancos; sem classificação por género 7000 USD/aluno/ano na GA; 13 000 USD/ano em NJ; 11 000 USD/ano no MI; (Valores de 2007, em dólares norteamericanos) Efeitos positivos na permanência na escola (melhoria média de 18 pontos percentuais) Efeitos positivos na progressão escolar (melhoria média de 35 pontos percentuais) 307 USD/aluno/mês durante 9 meses ou 2763 USD/ano (2008) Efeitos positivos na permanência na escola (melhoria média de 13 pontos percentuais PAC: 94 alunos, 1185 Efeitos positivos Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 61 Autores dos Latinos através do Sucesso Académico (ALAS) (Larson & Rumberger, 2005) 6) Verificar e Ligar (Sinclair et al., 1998, 2005) Resultado(s) Relevante(s) Grupo-alvo Serviços 8º anos de Los Aulas especiais de Angeles, aprendizagem da Califórnia autonomia (urbanos) em Gestão de casos risco de Monitorização abandonar a apertada da escola devido ao assiduidade baixo Aproximação à desempenho família académico ou a problemas de comportamento Permanecer Alunos do 6º ao Académicos: 12º anos em Tutoria na escola Mineápolis Pessoais/sociais: Progredir (urbanos) com Gestão de casos na escola necessidades Monitorização cognitivas, próxima da emocionais e assiduidade comportamentais Tutoria especiais Aproximação à família na escola Progredir na escola Metodologia Custos Efeitos 96% latinos, 65% do género masculino USD/aluno/ano (2005) na permanência na escola (melhoria média de 42 pontos percentuais Efeitos positivos na permanência na escola (melhoria média de 19 pontos percentuais) PAC: 238 alunos: 62% afroamericanos, 78% do género masculino 1400 USD/aluno/ano (2001-2002) Efeitos positivos na permanência na escola (melhoria média de 25 pontos percentuais) Efeitos positivos na permanência na escola (melhoria média de 30 pontos percentuais) Intervenções nos Países em Desenvolvimento (por ordem alfabética do país) 7) Brasil, Bolsa Família (Glewwe & Kassouf, 2010) Permanecer na escola Progredir na escola Famílias pobres com filhos com idades compreendidas entre 6 e 15 anos (1º ao 8º anos) na província (rurais e urbanas) Financeiros: Transferências bancárias condicionais para as famílias com base na matrícula escolar e numa assiduidade mínima de 85% do tempo PQE; 1998-2005, dados do censo escolar, tendo sido seleccionadas as escolas que possuíam dados para todos os anos Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 62 7,50 USD/filho/mês até ao máximo de 3 filhos (2005) As matrículas aumentaram 5,5% do 1º ao 4º anos e 6,5% do 5º ao 8º anos. As taxas de abandono escolar diminuíram 5 pontos percentuais do 1º ao 4º anos e 4 pontos percentuais do 5º ao 8º As taxas de Autores 8) BurkinaFaso, BRIGHT (Levy et al., 2009) Resultado(s) Relevante(s) Frequentar a escola Grupo-alvo Alunos do 1º ciclo (principalmente raparigas) de 132 aldeias rurais das 10 províncias com as taxas mais baixas de conclusão do 1º ciclo por parte das raparigas Serviços Académicos: Abrir uma escola numa aldeia onde nunca tinha existido nenhuma Disponibilizar formação em literacia para adultos Financeiros: Com 90% de assiduidade, as raparigas recebiam 8 kgs de cereais para levar para casa Fornecimento de manuais escolares e material escolar a todas as crianças Sanitários: Fornecimento de almoços diários Pessoais/sociais: Raparigas tutoras Estruturais: Construção de uma escola com 3 salas de aula, alojamento para 3 professores e latrinas Metodologia PQE; Regressão descontínua: Crianças das 132 aldeias do projecto BRIGHT comparadas com crianças de 161 aldeias semelhantes que se tinham candidatado ao BRIGHT mas que não foram seleccionadas. 8790 agregados familiares inquiridos, com 21 730 crianças a efectuar testes de matemática e francês. Dados sobre assiduidade e matrícula recolhidos nas escolas Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 63 Custos Sem informação sobre o custo por escola Efeitos promoção para o ano seguinte aumentaram 0,9 pontos percentuais do 1º ao 4º anos e 0,3 pontos percentuais do 5º ao 8º As crianças das escolas BRIGHT revelaram: Uma melhoria de cerca de 20 pontos percentuais na matrícula, com base nos dados do inquérito demográfico e de 16 pontos percentuais com base nos dados da escola Uma melhoria da assiduidade de cerca de 16 pontos percentuais Resultados dos testes de matemática e francês cerca de 0,4 acima do desviopadrão (se uma criança começasse no percentil 50, teria progredido para o percentil 80 numa escola BRIGHT) Houve maior impacto na Autores 9) Camboja (Filmer & Schady, 2009) Resultado(s) Relevante(s) Grupo-alvo Permanecer Famílias pobres com filhos no 3º na escola ciclo (7º ao 9º anos) Serviços separadas para rapazes e raparigas, uma bomba de água Construção de uma cantina escolar Mobilização das comunidades Formação dos parceiros locais Financeiros: Bolsas de estudo para alunos pobres em risco de abandonar a escola Metodologia Custos Efeitos matrícula das raparigas do que na dos rapazes (cerca de 5%) embora as notas dos testes não tenham revelado qualquer diferença por género. PQE; Regressão descontínua, incluindo 3225 candidatos a bolsas de estudo e respectivas famílias Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 64 Escolas com número de matrículas superior a 200; 60 dólares a 25 alunos com o menor risco de abandonar a escola, 45 a 25 dólares para cada aluno do nível de risco imediatamente a seguir Escolas com número de matrículas superior a 200; 60 dólares a 15 alunos com o menor risco de abandonar a escola, 45 a 15 dólares para alunos do nível de risco imediatamente a Crianças com bolsas de estudo: Tinham uma probabilidade 20 pontos percentuais superior de se inscreverem no ensino secundário Tinham uma probabilidade 20 a 25 pontos percentuais superior de serem assíduas Não divergiam do grupo de comparação nas notas dos testes em matemática e vocabulário Autores Resultado(s) Relevante(s) Grupo-alvo Serviços Metodologia 10) Colômbia, PACES (Angrist et al., 2002) Progredir na escola Alunos do 6º ao 11º anos das imediações de Bogotá e Jamundi (urbanos) dos dois estratos socioeconómicos mais baixos (de 6) Financeiros: Cheques para escolas privadas, renováveis apenas se o aluno transitasse para o ano seguinte PQE; 1618 candidatos para o sorteio dos cheques, metade constituída por vencedores e metade por vencidos; 807 do género masculino, com idade média de 12,6 anos. 11) Colômbia Frequentar Alunos do 6º ao Financeiros: 3 tipos PAC: 13 433 alunos Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 65 Custos seguir 190 USD; cerca de metade do custo de uma escola privada (1998) 15 USD/aluno/mês Efeitos Três anos depois, os que recebiam cheques: Não revelavam qualquer alteração na taxa de permanência na escola Tinham uma probabilidade 5 a 6 pontos percentuais inferior de repetir o ano e uma probabilidade 10 pontos percentuais superior de terem concluído o 8º ano (repetiam menos anos) Tinham notas marginalmente superiores nas provas de aptidão Tinham menor probabilidade de estar casados Trabalhavam menos 1,2 horas/semana Tinham uma probabilidade 15% superior de frequentar uma escola privada Os que estão no Autores Resultado(s) Relevante(s) Grupo-alvo Serviços Metodologia Custos (Barrera-Osorio et al., 2008) a escola 11º anos de Permanecer Bogotá (urbanos) na escola Completar a formação escolar de transferências bancárias condicionais: 1) Com base em, pelo menos, 80% de assiduidade (intervenção básica) 2) 2/3 baseados na assiduidade, 1/3 na matrícula no ano seguinte (intervenção de poupança) 3) 2/3 baseados na assiduidade, 1/3 na matrícula no programa terciário (intervenção terciária) colocados aleatoriamente nos grupos intervencionados ou de controlo (2005) 12) Honduras, PRAF (Glewwe & Olinto, 2004) Frequentar a escola Permanecer na escola Financeiros: Transferências bancárias condicionais para PAC: Municípios colocados aleatoriamente em 4 grupos Transferências bancárias de 5 USD/aluno/mês; 1600 a 23 000 Crianças do 1º ciclo, com idade entre 6 e 13 anos, de 70 Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 66 Efeitos grupos de tratamento: Tinham uma probabilidade 2,9 a 5,0 pontos percentuais maior de frequentar a escola , dependendo da opção de intervenção Tinham uma probabilidade cerca de 4 pontos percentuais superior de se matricularem de novo (apenas intervenções de poupança e terciário) Tinham uma probabilidade 4,0 pontos percentuais superior de concluir o ciclo de ensino Tinham uma probabilidade cerca de 9,4 pontos percentuais superior de se matricular numa instituição terciária (intervenção básica) e de 48,9% (intervenção terciária) As transferências bancárias aumentaram as taxas de matrícula em 1 a Autores 13) Índia (Banerjee et al., 2007) Resultado(s) Relevante(s) Grupo-alvo Serviços Metodologia Custos Efeitos 1) Apenas lado da procura da intervenção (20) 2) Lados da procura e da oferta das intervenções (20) 3) Apenas lado da oferta da intervenção (10) 4) Grupo de controlo sem intervenção (20). A amostra incluiu 5748 agregados familiares e 7678 crianças PAC: 14 972 alunos de 165 escolas participaram no estudo acompanhado em 2001 (2002 não satisfez os critérios metodológicos para inclusão) 5 945 alunos de 111 escolas participaram na aprendizagem com recurso às TIC em 2002 e o mesmo número em 2003. USD por associação de pais por escola (2000) 2 pontos percentuais, aumentaram a assiduidade escolar em 0,8 dias por mês, reduziram as taxas de abandono escolar em 2 a 3 pontos percentuais e aumentaram as taxas de promoção anual em 2 a 4 pontos percentuais. Os pagamentos às associações de pais não tiveram qualquer efeito Nenhum dos programas teve qualquer efeito na assiduidade ou na taxa de abandono escolar As classificações aumentaram no caso dos alunos alvo com apoio pedagógico acrescido, principalmente os que estavam mais atrasados As classificações dos testes de matemática aumentaram no caso dos alunos que utilizavam um Progredir na escola municípios rurais das Honduras famílias devido a assiduidade ou pagamentos a associações de pais para melhorar a qualidade da escola, proporcionalmente divididas pelo nº de matrículas na escola Nenhum Alunos do 3º e 4º anos em arredores com baixo rendimento das cidades de Vadodara e Mumbai (urbanos) Académicos: Apoio pedagógico acrescido. prestado por uma mulher jovem local, em literacia e numeracia básicas, 2 horas por dia (metade das 4 horas lectivas diárias) ou Utilização de aprendizagem da matemática com recurso às TIC 2 horas por semana Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 67 Os tutores ganhavam 10-15 USD por mês; Os programas informáticos custaram 15,18 USD/aluno/ano (2004) Autores 14) Índia (Duflo et al., 2010) Resultado(s) Relevante(s) Completar a formação escolar Grupo-alvo Professores auxiliares em 113 escolas nãoformais do 1º ciclo na Índia rural. Serviços Estruturais: A fim de aumentar a assiduidade dos professores, ofereceram-se máquinas fotográficas a metade das escolas, de modo a poder tirar uma fotografia do professor com os alunos no início e no final de cada dia; os professores eram pagos consoante a assiduidade Metodologia PAC: 57 escolas às quais foram entregues máquinas fotográficas e instruções; 56 escolas serviram de comparação Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 68 Custos Efeitos computador Os efeitos sobre as classificações dos testes diminuíram ao longo do tempo A contratação de tutores foi mais rentável Cerca de 23 O absentismo dos USD/professor/mês professores caiu 21 (2003) pontos percentuais Um aluno de uma escola intervencionada recebeu mais 9 pontos percentuais (ou 30%) de dias lectivos A assiduidade das crianças não revelou diferenças significativas As classificações dos testes das crianças em língua e matemática subiram 0,17 relativamente ao desvio-padrão A taxa de abandono escolar foi ligeiramente inferior nas escolas intervencionadas, embora sem significado estatístico Autores Resultado(s) Relevante(s) Grupo-alvo Serviços 15) Jamaica, PATH (Levy & Ohls, 2007) Frequentar a escola Crianças pobres do nascimento até aos 17 anos, de todo o país Financeiros: Transferências bancárias condicionais para aumentar as visitas aos centros de saúde (dos 0 aos 5 anos) e a assiduidade escolar (dos 6 aos 17 anos) Abandono da tutoria escolar e do custo da visita ao centro de saúde 16) Madagáscar (Nguyen & Lassibille, 2008) Frequentar a escola Alunos do 1º ciclo Estruturais: Ferramentas operacionais e formação, que incluíam formulários apenas para supervisores distritais, para pessoal distrital e subdistrital, ou distrital e subdistrital mais professores e pais Metodologia PQE; Regressão descontínua. Uma amostra de 2500 agregados familiares mesmo abaixo da linha de elegibilidade do PATH, em comparação com 2500 agregados familiares mesmo acima da linha e considerados não elegíveis PAC: 15 distritos intervencionados e de controlo, selecção aleatória de subdistritos e escolas Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 69 Custos 6,50 USD/criança/mês (2005) Efeitos 26% dos alunos das escolas intervencionadas concluíram o ciclo de ensino nas escolas públicas, mais 10% do que nas escolas de comparação O PATH: Aumentou a assiduidade escolar 0,5 dias por mês Aumentou em 38% as visitas ao centro de saúde por criança dos 0 aos 6 anos Não foi fornecida Onde os professores e os pais também informação receberam formação: A assiduidade dos alunos aumentou 4,3 pontos percentuais As classificações subiram 0,1 relativamente ao desvio-padrão Autores Resultado(s) Relevante(s) Grupo-alvo Serviços Metodologia Custos 17) Malawi (Baird et al., 2010) Permanecer Raparigas de 13 a 22 anos de na escola Zomba (urbanas e rurais) elegíveis para ingressar no 7º ano Financeiros: Transferências bancárias para os pais, raparigas e escolas. As raparigas podiam receber o dinheiro condicionalmente à assiduidade, incondicionalmente, ou podiam não receber dinheiro nenhum. PAC: 176 "Áreas de Enumeração"; 3805 raparigas foram colocadas aleatoriamente Pagamento aos agregados familiares 4-10 USD/mês Pagamento às raparigas: 0-5 USD/mês Pagamento à escola: montante da propina (2008) 18) México, PROGRESA (Schultz, 2000) Permanecer Alunos do 3º ao 9º anos de na escola comunidades rurais pobres Financeiros: Transferências bancárias condicionadas por uma assiduidade das crianças à escola de, pelo menos,. 85% do tempo PAC 495 comunidades nos 7 estados mais pobres, 314 dos quais no programa, 181 de controlo Variavam por ano e género entre o 3º ano (7,74 USD/2 meses para os rapazes e raparigas) e o 9º ano (24,86 USD/2 meses para os rapazes e 28,18 USD/2 meses para as raparigas) (1998) Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 70 Efeitos As raparigas da escola de referência que recebiam transferências bancárias: Tinham um taxa de abandono escolar inferior (5% contra 11%) A assiduidade não diferia entre as que recebiam transferências condicionais e incondicionais Não havia diferença na conclusão da escolaridade Melhor literacia em Inglês nos níveis 5e6 As taxas de matrícula aumentaram quer no nível básico quer no secundário No caso dos alunos do 7º ano, a taxa de matrícula subiu 11,1 pontos percentuais, desde a taxa de 58% antes do programa para 69%, uma grande conquista no Autores Resultado(s) Relevante(s) Grupo-alvo Serviços Metodologia Custos 19) Nepal (Oster Frequentar & Thornton, 2009 a escola Alunos do 7º e 8º anos de e dos arredores de Bharatpur City, no distrito de Chitwan Saúde: Distribuição de produtos sanitários modernos para a menstruação PAC 198 raparigas adolescentes, metade colocadas aleatoriamente no grupo intervencionado Pagamento a mães/tutoras (1,45 USD) Frequentar a escola Alunos do 6º ao 8º anos de distritos da província do Punjab, com taxas de literacia de 40% ou inferiores Financeiros: Transferências bancárias condicionais a que as raparigas que frequentavam a escola pública mantivessem uma taxa de assiduidade mínima de 80% PQE; Regressão descontínua 1779 escolas para raparigas em distritos que recebiam bolsas monetárias 3.156 escolas para raparigas em distritos que não recebiam bolsas monetárias/controlo 1 2.247 escolas para rapazes em distritos que recebiam bolsas monetárias/controlo 2 3.265 escolas para rapazes em distritos que não recebiam Cerca de 3 USD/aluno/mês (2005) 20) Paquistão (Chaudhury & Parajuli, 2006) Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 71 Efeitos combate ao abandono escolar Não houve diferenças significativas na assiduidade à escola Não houve diferença nas classificações, nos parâmetros comunicados pela própria relativamente à auto-estima ou à saúde ginecológica. Crescimento líquido das matrículas do género feminino, de 6 alunas por escola (9%), do 6º ao 8º anos, em distritos que recebiam bolsas monetárias Aumento de 12 pontos percentuais na assiduidade de raparigas de 10 a 14 anos que recebiam bolsas monetárias Autores 21) Quénia (Duflo et al., 2006) 22) Quénia (Glewwe et al., 2003) Resultado(s) Relevante(s) Grupo-alvo Serviços Permanecer Alunos do 1º na escola ciclo de 2 distritos da zona ocidental do Quénia, Bungoma e Butere-Mumias Financeiros: Pagamento de fardas escolares para o 6º ano Sanitários: Formar professores no currículo oficial sobre HIV/SIDA Estimular os alunos a debater o uso de preservativos e a escrever composições sobre a forma de se protegerem do HIV/SIDA Permanecer Alunos do 4º ao 8º anos na escola Financeiros: Os professores receberam bónus com base no desempenho global das escolas nos exames distritais anuais Metodologia bolsas monetárias/controlo 3 PAC: 328 escolas do 1º ciclo: 82 escolas de controlo 41 apenas com formação de professores 42 com formação de professores e debate sobre preservativos 82 apenas com fardas escolares 40 de formação de professores e fardas escolares 40 com as 3 intervenções PAC: 50 escolas intervencionadas e 50 escolas de comparação Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 72 Custos Efeitos Formação de professores 550 USD/escola Debate sobre preservativos: sem custos Fardas escolares 6 USD/aluno (2003) Fornecer uma farda escolar reduziu 15% a taxa de abandono escolar dos rapazes e das raparigas O programa pouco mais impacto teve no conhecimento, atitudes e comportamento dos alunos ou na incidência de gravidez em adolescentes Os bónus variavam entre 21 e 43% de um salário mensal normal Não houve diferença nas taxas de abandono escolar ou de retenção entre as escolas intervencionadas e as de comparação Os alunos das escolas intervencionadas tiveram uma média mais alta nas classificações dos testes Autores Resultado(s) Relevante(s) Grupo-alvo Serviços Metodologia Custos 23) Quénia (Glewwe et al., 2007) Frequentar Alunos do 3º ao 8º anos a escola Permanecer na escola Progredir na escola Académicos: Foram fornecidos manuais na proporção de 60% por aluno em Inglês e ciências e de 50% em matemática PAC: Compararamse os quatro grupos de 25 escolas que receberam manuais escolares nos anos seguintes, comparando escolas que tinham livros com as que não tinham 2,65 USD por aluno 24) Quénia (Friedman et al., 2011) Permanecer Raparigas do 6º ano na escola Progredir na escola Financeiros: Disponibilizar bolsas de estudo a raparigas cujo desempenho na prova de aferição oficial padrão do final do ano as colocasse entre as 15% melhores PAC: 69 escolas (34 escolas intervencionadas) (1640 alunos) e 35 de controlo (1652 alunos) 6,40 USD por ano para a escola para cobrir as propinas 12,80 USD por ano para os pais, para despesas escolares Um total de 38 USD ao longo de dois anos Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 73 Efeitos Não há provas de que o fornecimento de manuais escolares tenha aumentado a assiduidade, reduzido a repetição do ano ou a taxa de abandono escolar Não há provas de que o fornecimento de manuais escolares tenha aumentado a média das classificações O fornecimento de manuais beneficiou alunos academicamente fortes mas não os fracos; houve mais alunos do 8º ano a transitar para escolas do ensino secundário 4 a 5 anos após receberem as bolsas de estudo as raparigas: Tinham uma probabilidade 7,8 pontos percentuais superior de continuarem matriculadas na escola Tinham uma Autores 25) Quénia (Miguel & Kremer, 2004) 26) República das Filipinas (Tan et al., 1999) Resultado(s) Relevante(s) Frequentar a escola Grupo-alvo Alunos de 6 a 18 anos de escolas rurais do 1º ciclo em Busia (zona ocidental do Quénia) Permanecer Alunos do 1º ao 6º ano de na escola comunidades pobres Serviços Metodologia Sanitários: Administração de medicação de desparasitação uma ou duas vezes por ano, dependendo da frequência local de infecção por helmintos PAC: 75 escolas (cerca de 30 000 crianças) divididas em 3 grupos de 25 escolas Académicos: PAC 2 distritos com fracos rendimentos em cada uma das 5 regiões; 3 escolas de um distrito colocada aleatoriamente como MDM, MDM+PPP, controlo; 3 escolas no outro distrito colocadas Materiais didácticos multinível (MDM) Saúde: Alimentação na escola (AE) ou Estrutural: Parcerias paisprofessores Custos 3,50 USD por criança (1999) 1) Desparasitação gratuita em 1998 e 1999 2) Desparasitação gratuita em 1999 3) Desparasitação gratuita em 2001 Centros de estudo em 1998 e 1999. As escolas que não receberam desparasitação servem de "controlo" Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 74 Não foi fornecida informação Efeitos probabilidade de 8,6 pontos percentuais de ter frequentado pelo menos um parte do ensino secundário Redução significativa das taxas de infecção Absentismo 5,1 pontos percentuais inferior no grupo intervencionado Não houve qualquer diferença nas classificações Nas escolas que utilizavam MDM ou MDM-PPP a taxa de abandono escolar diminuiu pelo menos 10% Nas escolas que utilizavam MDMPPP as crianças do 1º ciclo obtiveram notas Autores Resultado(s) Relevante(s) Grupo-alvo Serviços Metodologia aleatoriamente como AE, AE+PPP, controlo Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 75 Custos Efeitos consideravelmente mais altas nos testes de Filipino e Inglês Programas de Intervenção no Âmbito do Abandono Escolar nos Estados Unidos da América 1a. Escolas pré-secundárias de Aprendizagem Acelerada: Geórgia Elemento Descrição Citação Dynarski, M., Gleason, P., Rangarajan, A., & Wood, R. (1998a). Impacts of dropout prevention programs: Final report. A research report from the School Dropout Demonstration Assistance Program evaluation. Princeton, NJ: Mathematica Policy Research, Inc. Georgia study. Poderá um programa de aprendizagem acelerada, que condense dois anos escolares num só e inclua apoios sociais, levar os alunos a permanecer na escola e a progredir na escolaridade? O estudo incluiu um grupo de 160 alunos que iniciaram os 7º ou 8º anos numa escola da área educativa de Griffin-Spalding (Geórgia) no ano lectivo de 1993/94. Todos os alunos tinham ficado retidos pelo menos uma vez no ano escolar. Os participantes tinham, em média, 14 anos quando ingressaram no programa. Cerca de 60% dos alunos eram afro-americanos e a restante maioria branca. Mais de 70% eram do género masculino. Cerca de três quartos dos participantes tinham tido problemas disciplinares no ano lectivo anterior. O estudo da Geórgia decorreu na área educativa de Griffin-Spalding, a sul de Atlanta, Geórgia. Aprendizagem acelerada: durante o período de avaliação, a Griffin-Spalding Middle School Academy esteve ao serviço dos alunos dos 7º e 8º anos que tinham ficado retidos pelo menos uma vez. A escola tem estado encerrada desde então. O objectivo do programa era o de condensar num ano dois anos de conteúdos curriculares essenciais, de modo a que os alunos pudessem “saltar” para o 9º ano, frequentado pelos colegas da mesma idade, se passassem a todas as disciplinas exigidas. Os alunos deste estabelecimento de ensino, por exemplo, aprendiam ciências da vida e da Terra no mesmo ano, enquanto, nas escolas présecundárias de outra área educativa, se dedicava um ano inteiro a cada uma destas disciplinas. O programa aceitou cerca de 25 alunos por ano de cada uma das três escolas secundárias da área educativa. O estabelecimento de ensino situava-se num edifício paroquial, que albergava igualmente um programa similar para alunos que não tinham acompanhado o seu nível escolar. Os programas do ensino pré-secundário e secundário partilhavam os mesmos professores, administradores e demais pessoal não docente. Questão investigada Participantes Localização Intervenção Auto-estima e capacidade de decisão: a escola utilizou o currículo “SUCCESS”, o qual coloca a ênfase na auto-estima e na capacidade de decisão e integrou-o nas disciplinas curriculares específicas. Métodos de Ensino não-tradicionais: a escola centrou-se num ensino prático e reduziu os métodos de ensino tradicionais. Foi concedida aos professores maior flexibilidade para decidir qual o material específico a utilizar nas aulas do que a concedida a outros professores da mesma área educativa. O estabelecimento de ensino não passava trabalhos de casa e não permitia que os alunos levassem os livros para casa porque os docentes temiam que os alunos não devolvessem os materiais. O Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 76 Elemento Descrição estabelecimento de ensino pré-secundário propunha poucas disciplinas facultativas – não leccionava arte, música ou línguas estrangeiras – para complementar as disciplinas académicas específicas. Os alunos podiam usufruir das actividades extracurriculares nas escolas de onde provinham. Orientação escolar: a escola empregou um/a psicólogo/a a tempo parcial a fim de trabalhar com os alunos e respectivas famílias. As informações constantes do inquérito de acompanhamento ao aluno sugerem que o pessoal da comunidade escolar encaminhara um número considerável de alunos para os serviços de apoio fora da escola. Segundo relatórios sobre os alunos, 42% dos do grupo intervencionado foram encaminhados para uma agência de serviços sociais para orientação, assistência médica ou outra, em comparação com apenas 15% dos alunos do grupo de controlo. Comparação Os alunos do grupo de controlo costumavam permanecer numa das três escolas pré-secundárias regulares da área educativa de Griffin-Spalding. Metodologia O estudo da Geórgia utilizou um modelo de investigação experimental aleatório controlado: 80 alunos foram aleatoriamente colocados no grupo de aprendizagem acelerada da escola pré-secundária, tendo sido admitidos na escola pré-secundária Griffin-Spalding Middle School Academy; os restantes 80 alunos foram aleatoriamente colocados no grupo de controlo e, de modo geral, frequentaram uma das três outras escolas pré-secundárias tradicionais da área educativa. Os resultados foram retirados de um inquérito de acompanhamento realizado dois anos após a colocação aleatória: responderam 67 alunos do grupo intervencionado (84%) e 73 alunos do grupo de controlo (91%). Dado que as taxas de resposta apresentam um atrito diferencial de mais de 5 pontos percentuais, este estudo “apresenta com reserva os resultados da investigação”. Os investigadores compararam as características básicas dos inquiridos do inquérito de acompanhamento dos dois grupos investigados segundo 13 padrões demográficos, socioeconómicos e de desempenho escolar. Um teste estatístico à diferença global entre os grupos, relativamente ao conjunto das 13 características fundamentais, concluiu que existia uma diferença básica com significado estatístico entre o grupo sob investigação (ao nível de significância de 0,10): os alunos do grupo intervencionado tinham maior probabilidade de provir de uma família com ambos os pais, menor probabilidade de beneficiarem de assistência social e menor probabilidade de faltarem à escola com frequência. Os investigadores utilizaram modelos de regressão para harmonizar estas diferenças ao calcular as consequências do programa. Permanecer na escola: consequências positivas. O estudo da Geórgia concluiu haver uma taxa inferior de abandono escolar Primeiros resultados e entre os alunos da escola pré-secundária de aprendizagem acelerada: 6% em comparação com os 14% do grupo de controlo – uma diferença que não era estatisticamente relevante mas substantivamente importante (um tamanho de efeito superior a 0,25). números Custo Progressão na escolaridade: consequências positivas. A média dos anos de escolaridade concluídos no 2º ano de acompanhamento foi de 8,6 para os alunos da escola pré-secundária de aprendizagem acelerada e de 7,9 para os alunos do grupo de controlo, uma diferença com significado estatístico. Um total de 7000 USD/aluno/ano (valores de 2007) Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 77 Elemento Descrição Formação do O pessoal docente da Griffin-Spalding Middle School Academy era constituído por professores titulares da área educativa de Griffin-Spalding. Segundo os investigadores da equipa de avaliação, estes docentes não receberam qualquer formação pessoal adicional ao serem colocados no estabelecimento de ensino. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 78 1b. Escolas pré-secundárias de Aprendizagem Acelerada: Michigan Elemento Descrição Citação Dynarski, M., Gleason, P., Rangarajan, A., & Wood, R. (1998b). Impacts of dropout prevention programs: Final report. A research report from a school Dropout Demonstration Assistance Program evaluation. Princeton, NJ: Mathematica Policy Research, Inc. Michigan Study. Poderá um programa de aprendizagem acelerada, que condense dois anos escolares num só e inclua apoios sociais, levar os alunos a permanecer na escola e a progredir na escolaridade? A amostra estudada incluiu 198 alunos que iniciaram o 6º ano de escolaridade na área educativa das Escolas Comunitárias de Flint nos anos lectivos de 1992/93 e 1993/94. Todos os alunos estavam um ou dois anos atrasados em relação á escolaridade normal e tinham 13 ou 14 anos quando iniciaram o programa. Na Primavera, o pessoal escolar da área educativa costumava identificar novos alunos para o programa de intervenção entre os que frequentavam o 5º ano e eram um ou dois anos mais velhos do que os colegas que nunca tinham reprovado. Deste grupo, seleccionavam alunos que consideravam com maior probabilidade de beneficiar do programa acelerado. Cerca de 60% dos alunos eram afro-americanos e a restante maioria branca. Cerca de 60% eram do género masculino. Cerca de metade dos participantes vivia em lares que beneficiavam de assistência social. Mais de dois terços tinham tido problemas disciplinares no ano lectivo anterior. O estudo do Michigan decorreu nas Escolas Comunitárias de Flint, da área educativa de Flint, Michigan. Aprendizagem acelerada: durante o período de avaliação a Accelerated Academics Academy (AAA) esteve ao serviço de alunos da escola pré-secundária que estavam dois ou mais anos atrasados na escolaridade. (A escola continua a funcionar, mas esta descrição centra-se no seu funcionamento durante o período de avaliação.) O programa tinha como objectivo geral acelerar o ensino, de modo a que os alunos que estavam atrasados pudessem ingressar no ensino secundário ao mesmo tempo que os colegas da mesma idade. Questão investigada Participantes Localização Intervenção Estabelecimento de ensino autónomo: o AAA era um programa autónomo que ocupava um andar inteiro de uma antiga escola pré-secundária. Os outros dois andares estavam ocupados por uma escola particular. A matrícula na escola estava limitada a 100 alunos. O programa disponibilizava turmas mais pequenas do que as das restantes escolas pré-secundárias de Flint e dava maior ênfase ao ensino por temas e à integração do currículo em todas as disciplinas específicas. Métodos de ensino não tradicionais: os professores recorriam muitas vezes a abordagens inovadoras, tais como grupos de aprendizagem cooperativa, tecnologia didáctica, docência coadjuvada e orientação pedagógica interpares. O programa era flexível e não dependia do conteúdo dos manuais. De forma a tornar o currículo mais relevante e interessante, o ensino centrava-se, com frequência, em assuntos e acontecimentos contemporâneos. O AAA ministrava cinco disciplinas fundamentais: línguas e literaturas, matemática, ciências, estudos sociais e arte. Além disso, o horário habitual era condensado à quarta-feira de modo a incluir uma aula denominada “Quarta-feira Maravilhosa”, a qual incorporava um conjunto de tópicos Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 79 Elemento Descrição rotativo escolhido com base nos interesses dos alunos, tais como álgebra, Espanhol, fabrico de tecidos acolchoados e clube de ciências. Grupos de debate: Os dias lectivos começavam com um “período familiar” de 30 minutos, durante o qual um grupo de 10 alunos se reunia com um membro do pessoal. Estas sessões podiam incluir diversas actividades, como ensino coadjuvado, orientação pedagógica, leitura em silêncio ou debates em grupo. Durante as sessões, os alunos tinham oportunidade de debater assuntos do seu interesse, como a violência na comunidade, a utilização de drogas e relações familiares. A escola empregava um/a psicólogo/a e um/a assistente social a tempo inteiro dedicados aos alunos. Este considerável apoio prestado aos alunos na escola poderá explicar a razão pela qual menos alunos do grupo intervencionado do que do grupo de controlo referiram ter sido encaminhados para agências de assistência social no exterior, 5% em comparação com 18%. A escola tinha igualmente contratado dois “provedores dos alunos” paraprofissionais que prestavam aos alunos orientação pedagógica e outros apoios no ambiente da aula. Comparação Alunos do grupo de controlo que costumavam frequentar uma das quatro escolas pré-secundárias tradicionais de Flint. Metodologia O estudo do Michigan utilizou um modelo de investigação experimental aleatório: 112 alunos foram aleatoriamente transferidos para o grupo da escola pré-secundária de aprendizagem acelerada, tendo-lhes sido proporcionada a admissão na Accelerated Academics Academy; os restantes 86 alunos foram aleatoriamente transferidos para o grupo de controlo e provinham habitualmente de uma das quatro escolas pré-secundárias tradicionais da área educativa. Os resultados aqui resumidamente apresentados foram obtidos num inquérito de acompanhamento realizado dois anos após a colocação aleatória: responderam 100 alunos do grupo intervencionado (89,3%) e 72 alunos do grupo de controlo (83,7%). Dado que as taxas de resposta apresentam um atrito diferencial de mais de 5 pontos percentuais, este estudo “apresenta com reserva os resultados da investigação”.Os investigadores compararam as características básicas dos inquiridos do inquérito de acompanhamento dos dois grupos investigados segundo 13 padrões demográficos, socioeconómicos e de desempenho escolar. Um teste estatístico à diferença global do conjunto das 13 características fundamentais entre os grupos sob investigação concluiu que a diferença ao nível de 0,10 de significância existente entre os grupos não era significativa. Ainda assim, ao calcular as consequências do programa, os investigadores utilizaram modelos de regressão para harmonizar pequenas diferenças nas características iniciais e nos alunos do grupo de controlo. Permanecer na escola: consequências positivas. 2% dos alunos da escola pré-secundária de aprendizagem acelerada tinham Primeiros resultados e abandonado a escola dois anos depois de entrar no programa, em comparação com 9% dos alunos do grupo de controlo, uma diferença estatística considerável. números Custo Progressão na escolaridade: consequências positivas. A média de anos de escolaridade concluídos no 2º ano de acompanhamento foi de 7,3 para os alunos da escola pré-secundária de aprendizagem acelerada e de 6,8 para os alunos do grupo de controlo, uma diferença com significado estatístico igualmente considerável. Um total de 11 000 USD/aluno/ano (valores de 2007) Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 80 Elemento Descrição Formação do pessoal O corpo docente do AAA era constituído por professores titulares de escolas comunitárias da área educativa de Flint e não foi disponibilizada qualquer informação adicional sobre a sua formação. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 81 1c. Escolas pré-secundárias de Aprendizagem Acelerada: Nova Jérsia Elemento Descrição Citação Dynarski, M., Gleason, P., Rangarajan, A., & Wood, R. (1998c). Impacts of dropout prevention programs: Final report. A research report from the School Dropout Demonstration Assistance Program evaluation. Princeton, NJ: Mathematica Policy Research, Inc. New Jersey study. Poderá um programa de aprendizagem acelerada, que condense dois anos escolares num só e inclua apoios sociais, levar os alunos a permanecer na escola e a progredir na escolaridade? A amostra estudada incluía 620 alunos que iniciaram o 6º ou 7º anos em escolas públicas de Newark nos anos lectivos de 1992/93 e 1993/94 e que já tinham ficado retidos pelo menos uma vez. Os alunos do programa tinham cerca de 13 anos. Três quartos eram afro-americanos e a restante maioria hispânica. Cerca de metade era do género masculino. Cerca de metade era oriunda de famílias que beneficiavam de assistência social e cerca de metade tinha tido problemas disciplinares no ano lectivo anterior. O estudo de Nova Jérsia realizou-se em escolas públicas da área educativa de Newark, na zona urbana de Newark, Nova Jérsia. Aprendizagem acelerada: durante o período em estudo, foi utilizado o método ACCEL (Projecto de Aulas Curriculares de Aprendizagem Acelerada com Ênfase na Aprendizagem) nas turmas de alunos dos 6º e 7º anos que tinham ficado retidos pelo menos uma vez (o programa já terminou). O programa tinha como objectivo principal permitir aos alunos da escola présecundária que estavam atrasados acelerar os seus estudos e “apanhar” os colegas da mesma idade. Os alunos do sexto ano costumavam manter-se no programa durante dois anos, abrangendo três anos de matéria curricular. Os do 7º ano permaneciam no programa durante um ano, no qual aprendiam os currículos dos 7º e 8º anos. O Projecto ACCEL funcionava em cinco escolas distritais de Newark, algumas delas escolas K-8 do ensino básico (escolas que incluem o ensino pré-escolar, básico e pré-secundário) e outras escolas pré-secundárias do 5º ao 8º ano. Questão investigada Participantes Localização Intervenção Uma escola dentro da escola: o Projecto ACCEL utilizou uma abordagem tipo “escola dentro da escola” e funcionou a partir de um grupo de turmas destas escolas. Cada um dos cinco programas trabalhou com cerca de 50 alunos, leccionados por uma equipa de quatro professores, sendo cada um responsável por uma das seguintes disciplinas: Inglês, matemática, competências básicas e estudos científicos/sociais. (Naquela altura, os professores dos alunos das outras turmas do ensino pré-secundário de Newark costumavam praticar a monodocência e trabalhar apenas com um grupo de alunos durante o todo o dia). O pessoal docente do Projecto ACCEL recorreu a estratégias de ensino coadjuvado e trabalhou em equipa de modo a interligar as temáticas curriculares de todas as disciplinas. As turmas eram pequenas, geralmente de 12 ou 13 alunos. Ênfase na disciplina: O programa enfatizava a disciplina e a monitorização da assiduidade. Os alunos que faltassem mais de nove dias à escola sujeitavam-se a ser excluídos do programa. Os professores passavam mais trabalho de casa do que era Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 82 Elemento Descrição costume noutras escolas a fim de facilitar a aprendizagem de um currículo acelerado. Orientação escolar: O programa dispunha de um/a psicólogo/a a tempo inteiro e trabalhava em estreita colaboração com os alunos e professores do ACCEL. De acordo com a ênfase do programa na orientação escolar e na gestão dos casos, durante o inquérito de acompanhamento houve mais alunos do grupo intervencionado do que do grupo de controlo a referir terem recebido orientação escolar durante o primeiro ano de acompanhamento — 74% em comparação com 59%. Mais alunos do grupo intervencionado referiram igualmente terem sido encaminhados para uma agência de assistência social exterior durante o período em causa — 27% em comparação com 15%. O corpo docente do Projecto ACCEL era supervisionado pelo director da escola. Todavia, cada uma das equipas do Projecto ACCEL organizava o respectivo programa com uma autonomia considerável. Comparação Os alunos do grupo de controlo costumavam frequentar uma escola da área educativa e seguiam o currículo padrão ministrado nessa área educativa. Metodologia O estudo de Nova Jérsia utilizou um modelo de investigação experimental aleatório. 329 dos 620 alunos da amostra em estudo foram aleatoriamente colocados no grupo da escola pré-secundária de aprendizagem acelerada e admitidos no Projecto ACCEL; os restantes 228 alunos foram aleatoriamente colocados no grupo de controlo e não participaram no programa acelerado. Os resultados aqui apresentados resumidamente foram retirados de um inquérito de acompanhamento realizado dois anos após a admissão aleatória: responderam 341 alunos do grupo intervencionado (87%) e 194 alunos do grupo de controlo (85%). Os investigadores compararam as características básicas dos inquiridos do inquérito de acompanhamento dos dois grupos investigados segundo 13 medidas demográficas, socioeconómicas e de desempenho escolar. Um teste estatístico à diferença global do conjunto das 13 características fundamentais entre os grupos sob investigação concluiu que a diferença ao nível de 0,10 de significância existente entre os grupos não era significativa. Ainda assim, ao avaliar as consequências do programa, os investigadores utilizaram modelos de regressão para harmonizar pequenas diferenças nas características iniciais e nos alunos do grupo de controlo. Permanecer na escola: sem consequências. As escolas pré-secundárias de aprendizagem acelerada não revelaram qualquer Primeiros resultados e consequência com significado estatístico ou substantivo no abandono escolar. números Progressão na escolaridade: consequências positivas. Os alunos das escolas pré-secundárias de aprendizagem acelerada tinham concluído 7,8 anos de escolaridade no final do estudo relativamente aos 7,5 anos do grupo de controlo, uma diferença com relevância estatística. Um total de 13 000 USD/aluno/ano (valores de 2007) Custo Formação do Todo o corpo docente do Projecto ACCEL participou, em Agosto, numa formação de 1 a 2 semanas, de modo a preparar-se para o ano lectivo seguinte. Esta formação tinha como objectivo planear o programa e garantir que todo o pessoal docente pessoal seguia a mesma abordagem. Além do mais, todo o pessoal docente do Projecto ACCEL teve cinco ou seis reuniões de grupo Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 83 Elemento Descrição durante o ano lectivo a fim de debater assuntos relacionados com o programa. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 84 2. Realização dos Latinos através do Sucesso Académico (ALAS) Elemento Descrição Citação Larson, K. A., & Rumberger, R. W. (1995). ALAS: Achievement for Latinos through Academic Success. In H. Thornton (Ed.), Staying in school. A technical report of three dropout prevention projects for junior high school students with learning and emotional disabilities. Minneapolis, MN: University of Minnesota, Institute on Community Integration. Questão investigada Participantes Localização Intervenção Análise suplementar: Gándara, P., Larson, K. A., Mehan, H., & Rumberger, R. W. (1998). Capturing Latino Students in the Academic Pipeline. Berkeley, CA: Chicano/Latino Policy Project. Poderá a formação na aprendizagem da autonomia (resolução de problemas) e na gestão intensiva de casos permitir aos alunos latinos da escola pré-secundária ter uma taxa de permanência na escola e de progressão na escolaridade superior à dos alunos comparados? O estudo centra-se num grupo de 94 alunos de alto risco que ingressaram no sétimo ano em 1990. Os alunos eram identificados como sendo de alto risco quando o professor do sexto ano os classificava abaixo da média da turma, segundo uma escala de avaliação. Quase todos os alunos de alto risco que participaram no estudo eram latinos (96%), a maioria era do género masculino (65%) e quase todos participaram no programa de almoço gratuito ou a preço reduzido (91%). Cerca de 23% tinham conhecimentos limitados de Inglês, cerca de 33% tinham conhecimentos competentes e fluentes de Inglês e os restantes eram apenas alunos de Inglês. Os alunos tinham uma idade média de 12 anos e 7 meses quando ingressaram no sétimo ano. Os alunos que não falavam Inglês foram excluídos, dado que a intervenção não estava concebida para os receber. O programa incluiu igualmente uma amostra de alunos com necessidades educativas especiais ou classificados como emocionalmente instáveis, mas o estudo desta amostra não está incluído porque essa análise não satisfez os critérios de avaliação. Análise suplementar: esta análise centra-se numa subamostragem de 81 dos 94 alunos que ingressaram no sétimo ano em 1990 e permaneceram na escola-alvo (grupo intervencionado) ou foram transferidos para uma escola pré-secundária da mesma área educativa (grupo de controlo). O estudo foi realizado numa grande escola pré-secundária da área educativa unificada de Los Angeles. Formação em aprendizagem da autonomia: os alunos ALAS receberam uma formação de 10 semanas em aprendizagem da autonomia, seguida de um período de acompanhamento de dois anos de incitamento à aprendizagem da autonomia e de orientação escolar. A escola proporcionou aos pais formação na aprendizagem da autonomia e de participação na escola. Gestão de processos; apoio familiar: cada aluno passou a ter um/a psicólogo/a que o monitorizava continuamente, desempenhava a função de gestor de processos e garantia a presença de todas as componentes da intervenção. Monitorizou-se a assiduidade do aluno por período e foi-lhe exigido que compensasse o tempo em falta. Os pais foram contactados quanto à falta de assiduidade do aluno ou à sua ausência prolongada. O ALAS disponibilizava relatórios semanais e, se fosse preciso, Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 85 Elemento Descrição diários aos alunos e pais relativamente ao comportamento na sala de aula e às tarefas não desempenhadas. Utilização dos serviços comunitários: o pessoal do ALAS ajudou os jovens e os seus pais a utilizar directamente esse tipo de serviços comunitários, tais como serviços de saúde mental e de assistência social. Comparação Análise suplementar: o grupo intervencionado incluiu apenas alunos que permaneceram na escola pré-secundária do ALAS durante os três anos completos (36 alunos). Quarenta e oito alunos foram aleatoriamente colocados no grupo de comparação, tendo-lhes sido leccionado o programa escolar regular oferecido pela escola-alvo. Análise suplementar: O grupo de comparação para este estudo (45 alunos) incluiu alunos que foram aleatoriamente referenciados como alunos de controlo no início do sétimo ano e que não foram transferidos da escola ou foram transferidos para uma escola da mesma área educativa. Metodologia Dos 94 alunos de alto risco do sétimo ano, 46 foram aleatoriamente colocados no grupo intervencionado e os restantes 48 no grupo de comparação. Os alunos do grupo intervencionado foram alvo do programa ALAS durante os três anos do 3º ciclo (do sétimo ao nono anos) ou até o abandonarem. Permanecer na escola: consequências positivas. No final do nono ano, era nitidamente mais provável que os alunos ALAS se Primeiros resultados e matriculassem na escola do que os alunos do grupo de controlo (98% em comparação com 83%). Dois anos após conclusão da intervenção (no final do 11º ano), havia uma fracção de alunos ALAS matriculada na escola superior à dos do grupo de números controlo (75% em comparação com 67%), mas a diferença não tinha significado estatístico. No subgrupo analisado em Gándara, Larson, Mehan e Rumberger (1998), era mais provável que os alunos ALAS estivessem matriculados numa escola no final do 10º ano do que os do grupo de controlo (86% em comparação com 69%), mas a diferença não tinha significado estatístico. Custo Progressão na escolaridade: no caso de alunos que permanecessem numa escola da área educativa (que não tivessem abandonado a escola nem sido transferidos para fora do distrito), era mais provável que os alunos ALAS viessem a completar o nono ano de escolaridade na idade certa do que os do grupo de controlo (72% em comparação com 53%). A diferença tinha significado estatístico. Dois anos após a conclusão da intervenção, e no caso de alunos que permanecessem numa escola da área educativa, havia mais alunos ALAS do que do grupo de controlo a terminar o 11º ano a tempo (33% em comparação com 26%), mas a diferença não tinha significado estatístico. No caso do subgrupo analisado por Gándara et al. (1998), uma proporção estatisticamente superior de alunos ALAS conquistara créditos suficientes para completar a tempo o ensino secundário, avaliados no final do nono ano (75% em comparação com 44%) e no final do décimo ano (44% em comparação com 22%). 1185 USD/aluno/ano (valores de 2005) Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 86 Elemento Descrição Formação do O ALAS foi ministrado por um supervisor, psicólogos e pessoal não docente que vivam permanentemente no campus da escola. O supervisor, um professor experiente, o/a psicólogo/a ou assistente social ministraram formação contínua aos pessoal consultores ALAS e esforçaram-se por coordenar os serviços entre a escola, a família e a comunidade. O pessoal não docente e docente do ALAS recebeu formação que lhe permitisse ensinar a disciplina de aprendizagem social da autonomia. O supervisor poderá ter ou não recebido formação, dependendo da sua experiência anterior. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 87 3. Cursos Profissionais Elemento Descrição Citação Kemple, J. J., & Snipes, J. C. (2000). Career Academies: Impacts on students’ engagement and performance in high school. New York: MDRC (Manpower Demonstration Research Corporation). Questão investigada Participantes Localização Intervenção Kemple: J. J. (2004). Career Academies: Impacts on labor market outcomes and educational attainment. New York: MDRC (Manpower Demonstration Research Corporation). Será que a ênfase na educação para uma carreira específica contribui para que mais alunos de alto risco permaneçam na escola, progridam na escolaridade e terminem a escolaridade? Esta análise centra-se no subgrupo de 474 jovens da amostra estudada, considerados em maior risco de abandonar a escola antes de se iniciar a intervenção. Estes jovens representam 27% de uma amostra total de 1764. Destes jovens de alto risco, 79% tinham 15 anos ou eram mais novos, a maioria era do género feminino (57%) e muitos eram hispânicos (52%) ou afroamericanos (38%), viviam numa família monoparental (50%) e eram beneficiários da assistência social ou recebiam subsídio de almoço (32%). No ano anterior à selecção aleatória, 33% dos jovens de alto risco faltaram pelo menos 15% do ano lectivo. No ano da selecção aleatória, 62% dos jovens de alto risco tiveram uma classificação média de 2,0 ou inferior e 43% estavam num grupo etário superior ao dos colegas. As nove escolas incluídas na avaliação situavam-se em oito áreas urbanas de cinco estados: Pittsburgh, Pensilvânia; Baltimore e Maryland, Washington, DC; Miami Beach, Florida; Socorro, Texas; Santa Ana, Watsonville e San José, Califórnia. Os Cursos Profissionais que integravam a avaliação envolviam três componentes principais: a organização de uma escola dentro da escola com uma componente específica, currículos académicos com uma componente vocacional relacionada com a componente específica e parcerias com empregadores. • A organização de uma escola dentro da escola com uma componente específica: os Cursos Profissionais incluídos neste estudo estavam organizados segundo seis componentes específicas: negócios e finanças, electrónica e tecnologia aeroespacial, saúde, administração pública, viagens e turismo e tecnologia de vídeo. Dois dos cursos admitiram alunos no nono ano e sete no 10º. A maioria dos Cursos Profissionais matriculou 50 a 75 alunos por ano de escolaridade (a dimensão média das turmas de cada curso era semelhante à das outras turmas da escola anfitriã). Em cada curso havia um grupo de dois a nove professores que leccionava exclusivamente a estas turmas e os alunos podiam ter o mesmo professor durante vários anos. • Currículos académicos com uma componente vocacional relacionada com a componente específica: os cursos proporcionavam uma sequência de aulas relacionadas com a componente específica; os alunos tiravam dois a quatro cursos por ano no seu estabelecimento de ensino. Os restantes cursos, incluindo disciplinas específicas para a conclusão do ciclo de ensino, eram geralmente leccionados na escola anfitriã. Os investigadores observaram que os currículos académicos e as Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 88 Elemento Descrição práticas didácticas eram semelhantes nas condições intervencionadas e nas de comparação. • Parcerias com empregadores: os programas dos cursos profissionais apoiavam-se em relações formais com empregadores da comunidade, que facultavam aos alunos actividades relacionadas com a sua profissão. Cada curso estabeleceu de 3 a 54 parcerias com empregadores. Todos os cursos facultaram oportunidades de estágio aos alunos por meio dessas parcerias com empregadores, muitos dos quais decorreram no Verão entre o 11º e 12º anos. Muitos cursos estabeleceram critérios mínimos, a maioria relacionada com a evolução académica, para os alunos que pretendiam estagiar. Além do mais, as parcerias com os empregadores contribuíram com fundos e outros recursos, ajudaram os estabelecimentos de ensino a identificar actividades relevantes para os alunos, permitiram aos empregadores participar como oradores e tutores e exercer cargos no conselho consultivo de alguns estabelecimentos de ensino. Comparação Os jovens que não foram aleatoriamente admitidos num curso profissional constituíam o grupo de comparação. A maioria dos jovens dos grupos de comparação inscreveu-se num programa de ensino geral na escola de ensino secundário anfitriã. Alguns inscreveram-se em programas “Magnet” (escolas públicas “íman”, com cursos ou currículos especiais, mais atraentes) existentes em toda a cidade ou em escolas especializadas. Cerca de 3% inscreveram-se num curso profissional incluído na avaliação, embora pertencessem ao grupo de comparação. Metodologia O grupo intervencionado foi colocado aleatoriamente no curso profissional no qual se tinha matriculado e 86% dos jovens de alto risco colocados aleatoriamente num grupo profissional foram matriculado num estabelecimento de ensino. O grupo intervencionado podia frequentar o estabelecimento de ensino até concluir o ciclo de ensino. Permanecer na escola: consequências positivas. No final do 12º ano projectado para os alunos, 21% dos do grupo profissional Primeiros resultados e e 32% dos do grupo de comparação tinham abandonado o ensino secundário. números Progressão na escolaridade: consequências positivas. No final do 12º ano projectado para os alunos, os jovens do curso profissional tinham conquistado, em média, 19 créditos e os alunos do grupo de comparação uma média de 17 créditos e 40% dos jovens do curso profissional e 26% dos do grupo de comparação tinham conquistado créditos suficientes para concluir ao ciclo de ensino. Concluir a escolaridade obrigatória: sem consequências. Quatro anos após a planeada conclusão do 12º ano, não existia diferença estatística relevante entre a percentagem de jovens de alto risco a frequentar um curso profissional e a dos do grupo de comparação que tinham conquistado um diploma ou certificado GED (diploma de conclusão do ensino secundário nos EUA e Canadá); 83% dos jovens de ambos os grupos tinham obtido um diploma de conclusão da sua formação ou recebido um GED. 600 USD/aluno/ano além dos gastos médios por aluno na área educativa (valores de 2004) Custo Formação do Os professores do curso profissional eram oriundos de diversas disciplinas académicas e vocacionais tendo, em geral, uma Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 89 Elemento Descrição pessoal formação semelhante à dos outros professores das escolas secundárias anfitriãs. Algumas das oportunidades de desenvolvimento profissional oferecidas aos docentes do curso profissional incluíam aprender a apoiar melhor os alunos num ambiente lectivo modesto, a coordenar estratégias de coordenação do desenvolvimento profissional e actividades relacionadas com o empregador. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 90 4. Verificar e Ligar Elemento Descrição Citação Sinclair, M. F., Christenson, S. L., Evelo, D. L., & Hurley, C. M. (1998). Dropout prevention for youth with disabilities: Efficacy of a sustained school engagement procedure. Exceptional Children, 65(1), 7–21. Questão investigada Participantes Localização Intervenção Sinclair, M. F., Christenson, S. L., & Thurlow, M. L. (2005). Promoting school completion of urban secondary youth with emotional or behavioral disabilities. Exceptional Children, 71(4), 465–482. Terá a monitorização próxima de alunos com necessidades especiais como consequência a sua permanência na escola, a progressão na escolaridade e a conclusão da escolaridade obrigatória? Os participantes no estudo de 1998 eram alunos da educação especial matriculados no nono ano durante o ano lectivo de 1994–95, classificados com uma incapacidade cognitiva, emocional ou comportamental. As incapacidades cognitivas eram as mais comuns, diagnosticadas a 75% dos participantes. Um pouco mais de 40% dos participantes tinham sido classificados como portadores de uma incapacidade grave. A maioria dos participantes era afro-americana (59%), a maioria do género masculino (68%) e a maioria participava no programa de almoço gratuito ou a preço reduzido (71%). Os alunos tinham 15 anos, em média, quando iniciaram o nono ano. O estudo de 2005 incluiu alunos da educação especial que iniciaram o nono ano em 1996 e 1997. Para poderem participar no estudo, os participantes tinham de ser classificados como portadores de uma incapacidade emocional ou comportamental. A maioria dos alunos era afro-americana (64%), a maioria era do género masculino (84%) e a maioria participava no programa de almoço gratuito ou a preço reduzido (70%). Os alunos tinham, em média, 14,5 anos quando iniciaram o nono ano. Os estudos decorreram em escolas secundárias públicas de Mineápolis. Monitorização: Verificar e Ligar depende da monitorização próxima do desempenho escolar, bem como da tutoria, da gestão de processos e de outros apoios. O programa tem duas vertentes principais: “Verificar” e “Ligar”. A componente Verificar foi concebida para avaliar continuamente o compromisso do aluno através da monitorização apertada do desempenho e dos indicadores de progresso do aluno. A componente Ligar implica a atenção individualizada do pessoal associado ao programa prestada aos alunos, em parceria com a comunidade escolar, com os membros da família e com os prestadores de serviços comunitários. É designado um “monitor” para os alunos matriculados em Verificar e Ligar o qual revê periodicamente o seu desempenho (nomeadamente, a assiduidade, comportamento ou eventuais problemas académicos dos alunos) e intervém uma vez identificados os problemas. O monitor defende igualmente os alunos, coordena serviços, manifesta continuamente respostas, reacções e estímulo e realça a importância de permanecer na escola. O processo Verificar e Ligar prolongou-se no estudo de 2005. O monitor acompanhava o aluno durante todo o secundário, mesmo se ele fosse transferido para outra escola da mesma área educativa. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 91 Elemento Descrição Comparação No estudo de 1998, os alunos do grupo de controlo receberam Verificar e Ligar nos sétimo e oitavo anos mas, após serem transferidos para o grupo de controlo, deixaram de receber estes serviços ao transitarem para o ensino secundário. Os alunos do grupo de controlo frequentavam o mesmo conjunto de escolas do ensino secundário dos alunos do grupo intervencionado. Metodologia No estudo de 2005, os alunos do grupo de controlo frequentaram as mesmas escolas do que os alunos do grupo intervencionado mas não receberam Verificar e Ligar. O estudo de 1998 efectuou a sua investigação a partir de um modelo de colocação aleatória e incluiu 94 alunos do ensino secundário - 47 do grupo intervencionado e 47 do grupo de controlo. Os alunos eram colocados aleatoriamente mesmo antes de iniciarem o nono ano. Para o estudo de 2005, o grupo intervencionado participou em Verificar e Ligar durante quatro anos, tendo-se a sua colocação aleatória no programa iniciado no nono ano. A amostra pós-atrito incluiu 144 alunos do ensino secundário — 71 do grupo intervencionado e 73 do grupo de controlo. Permanecer na escola: consequências positivas. O estudo de 1998 referia que os alunos do nono ano inscritos em Verificar e Primeiros resultados e Ligar tinham significativamente menor probabilidade que os alunos análogos do grupo de controlo de abandonar a escola no final do primeiro ano de acompanhamento (correspondendo ao primeiro ano do ensino secundário) — 9% em comparação com números 30%. O estudo de 2005 referiu que os alunos de Verificar e Ligar tinham claramente menor probabilidade de abandonar a escola no final do quarto ano de acompanhamento (correspondendo ao último para os alunos com uma progressão normal) — 39% em comparação com 58%. Progressão na escolaridade: consequências positivas. O estudo de 1998 referiu que, durante o nono ano, os alunos de Verificar e Ligar conquistaram claramente mais créditos que contavam para a conclusão do ensino secundário do que os alunos do grupo de controlo. O estudo de 2005 não referiu os resultados dos créditos no ensino secundário. Custo Concluir a escolaridade obrigatória: sem consequências. O estudo de 2005 examinou os efeitos de Verificar e Ligar na conclusão da escolaridade obrigatória “em devido tempo” (quatro anos após iniciarem o nono ano). O estudo indicava não existir qualquer efeito com relevância estatística ou substantiva na conclusão atempada do ensino secundário. No final do período de acompanhamento de quatro anos, incluindo a recepção de diplomas de ensino secundário e de certificados GED, as taxas de conclusão atempada dos alunos de Verificar e Ligar eram bastante semelhantes às dos do grupo de controlo — 30% em comparação com 29%. (Nessa altura, 31% dos alunos intervencionados e 14% dos alunos do grupo de controlo ainda estavam matriculados na escola mas ainda não tinham concluído o ciclo de ensino). Devido a este curto período de acompanhamento, o estudo de 1998 não examinou os impactos da conclusão da escolaridade obrigatória. 1400 USD/aluno/ano (valores de 2001-2002) Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 92 Elemento Descrição Formação do Os monitores começaram por participar num workshop de orientação . Também participaram periodicamente em reuniões de pessoal semanais ou bissemanais e em sessões de formação do pessoal. Cada monitor recebeu instruções sobre o pessoal preenchimento da folha de monitorização, a fim de garantir consistência entre todos. Para efeito de verificação, os monitores apresentaram folhas impressas dos registos de assiduidade juntamente com as suas folhas de monitorização. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 93 5. Escolas do Ensino Secundário de Desenvolvimento Criativo Elemento Descrição Citação Kemple, J. J., Herlihy, C. M., & Smith, T.J. (2005). Making progress toward graduation: Evidence from the Talent Development High School model. New York: MDRC. Será que as comunidades de aprendizagem mais pequenas existentes nas Escolas do Ensino Secundário de Desenvolvimento Criativo contribuem para que os alunos progridam mais rapidamente do que em escolas comparáveis? Muitos dos alunos escolhidos para as Escolas do Ensino Secundário de Desenvolvimento Criativo tinham classificações baixas nos testes e já tinham ultrapassado a idade habitual. Mais de três quartos eram afro-americanos e cerca de um em seis eram hispânicos. A baixa assiduidade era comum, com dois terços a faltar pelo menos a 20% dos dias lectivos durante o nono ano. Além do mais, muitos não se esforçavam por concluir aquele ano lectivo com sucesso, havendo apenas metade a transitar para o décimo ano no final do nono ano. Os alunos das escolas correspondentes comparadas tinham geralmente características semelhantes aos do programa das Escolas de Ensino Secundário de Desenvolvimento Criativo. O estudo de impacto foi realizado em 11 escolas públicas do ensino secundário não selectivas de Filadélfia. Estabelecimentos de ensino autónomos: a área educativa do ensino público de Filadélfia implementou o programa de Escolas do Ensino Secundário de Desenvolvimento Criativo em sete escolas do ensino secundário. A área educativa começou a implantar o programa em 1998, com uma ou duas escolas do ensino secundário a lançar anualmente o programa de Escolas do Ensino Secundário de Desenvolvimento Criativo durante um período de cinco anos. Todas as Escolas do Ensino Secundário de Desenvolvimento Criativo de Filadélfia criaram cursos do nono ano em andares ou alas independentes do edifício, cujo corpo docente era constituído por equipas de quatro a cinco professores. Cada escola introduziu blocos lectivos com aulas de 80 a 90 minutos, introduzindo cursos de matemática e inglês em “dose dupla” para os alunos do nono e décimo anos. Estas aulas duplas de inglês e matemática permitiam aos alunos prepararem-se e receber formação específica para o ensino superior durante o ano lectivo. Seis das setes escolas facultavam programas após o horário normal para os alunos novos ou repetentes do nono ano com problemas graves de assiduidade ou disciplina. Questão investigada Participantes Localização Intervenção Estabelecimentos de ensino profissional: o programa para os alunos do 10º ao 12º ano centrava-se nos cursos profissionais, nos quais os alunos eram divididos em “comunidades de aprendizagem” mais pequenas, em torno de um interesse profissional mais abrangente, e o currículo organizava-se em torno de uma componente específica. Comparação Escola com horários alargados: a escola funcionava horas adicionais para os alunos com problemas de assiduidade ou disciplina, a fim de lhes fornecer serviços adicionais de acompanhamento e apoio. As escolas equivalentes comparadas eram escolas do ensino secundário não selectivas de Filadélfia que não tinham implementado o Ensino Secundário de Desenvolvimento Criativo. Os autores compararam grupos de intervenção quer com Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 94 Elemento Descrição alunos a frequentar as escolas comparadas quer com alunos que frequentavam as escolas de intervenção antes da implementação do Ensino Secundário de Desenvolvimento Criativo. Metodologia A principal amostra analisada incluiu alunos que frequentavam pela primeira vez o nono ano, provenientes de cinco escolas do ensino secundário que iniciaram a implementação do programa de Escolas do Ensino Secundário de Desenvolvimento Criativo entre 1999 e 2001 e de seis escolas do ensino secundário similares comparadas. Entre duas e quatro escolas semelhantes foram comparadas com cinco escolas intervencionadas, com base na composição racial/étnica e nas taxas de progressão dos respectivos alunos do nono ano. Uma escola semelhante podia ser comparada com múltiplas escolas do Ensino Secundário de Desenvolvimento Criativo. O estudo comparou os resultados de alunos do nono ano que iniciaram a sua aprendizagem em Escolas do Ensino Secundário de Desenvolvimento Criativo, nos três anos imediatamente após implementação do programa, com alunos do nono ano que frequentaram estas escolas nos três anos imediatamente anteriores à implementação do programa e com os diversos resultados obtidos durante o mesmo período de tempo nas escolas semelhantes comparadas. O estudo examinou três grupos de alunos. O Grupo 1 incluía alunos das escolas intervencionadas e das escolas semelhantes comparadas, que se inscreveram no nono ano durante o primeiro ano de implementação das Escolas do Ensino Secundário de Desenvolvimento Criativo nas escolas intervencionadas. De modo análogo, os Grupos 2 e 3 incluíam alunos inscritos no nono ano durante o segundo e terceiro anos de implementação, respectivamente. Visando garantir a ambas um acompanhamento e uma amostra de dimensão adequada para avaliação da eficácia do programa, a avaliação utilizou os resultados do segundo ano dos Grupos 1 e 2. Progressão na escolaridade: consequências positivas. Os alunos que utilizaram Escolas do Ensino Secundário de Primeiros resultados e Desenvolvimento Criativo conquistaram, em média, 9,5 créditos lectivos durante os dois primeiros anos no ensino secundário, ao passo que os alunos do grupo de comparação conquistaram 8,6 créditos lectivos. Além do mais, era mais provável que os números alunos das Escolas do Ensino Secundário de Desenvolvimento Criativo transitassem para o décimo ano do que os alunos do grupo de comparação (68% vs. 60%). Ambas as diferenças tinham significado estatístico. 350 USD/aluno/ano acima da despesa média por aluno da área educativa (valores de 2005) Custo Formação do Os professores das Escolas do Ensino Secundário de Desenvolvimento Criativo eram professores titulares contratados pelas escolas públicas de Filadélfia. Os “Professores Tutores”, que tinham sido formados pelo promotor da intervenção, prestaram pessoal assistência técnica in situ durante a implementação do modelo do programa de Ensino Secundário de Desenvolvimento Criativo. O promotor facultou igualmente formação estival para o pessoal, em estabelecimentos de ensino. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 95 6. Grupo dos Doze Elemento Descrição Citação Dynarski, M., Gleason, P., Rangarajan, A., & Wood, R. (1998d). Impacts of dropout prevention programs: Final report. A research report from a school Dropout Demonstration Assistance Program evaluation. Princeton, NJ: Mathematica Policy Research, Inc. Será que o programa de apoio e tutoria dos pares, denominado Grupo dos Doze, conseguiu, com sucesso, manter os alunos do oitavo ano na escola e fazê-los progredir na escolaridade? A amostra estudada de 500 alunos era constituída por dois grupos. O Grupo 1 incluía 130 alunos do grupo intervencionado e 116 alunos do grupo de controlo que frequentaram o oitavo ano durante o ano lectivo de 1992–93. O Grupo 2 incluía 133 alunos do grupo intervencionado e 121 alunos do grupo de controlo que frequentaram o oitavo ano durante o ano lectivo de 1993–94. Os participantes tinham, em média, quase 14 anos na altura da colocação aleatória. Cerca de metade da amostra era constituída por hispânicos, cerca de um quarto era asiática ou de outras etnias, cerca de um em sete eram brancos e cerca de um em 10 eram afro-americanos. Um pouco mais de um quarto dos participantes provinha de famílias monoparentais ou não viva com a família. Cerca de um aluno em sete vivia numa família beneficiária da assistência social e cerca de um em cinco não falava Inglês em casa. Um pouco mais de um terço dos participantes tinha tido problemas disciplinares durante o ano lectivo anterior. O estudo do Grupo dos Doze foi realizado em nove escolas pré-secundárias da área educativa de Sweetwater Union High localizada em Chula Vista, Califórnia (perto de San Diego). Apoio e tutoria dos pares: o programa denominado Grupo dos Doze era um programa de apoio e tutoria dos pares para alunos do oitavo ano. O programa de voluntariado, com a duração de um ano, promovia grupos de debate semanais após o horário lectivo. Cada grupo de cerca de 12 alunos incluía igual número de alunos provenientes de cada um dos três grupos académicos de risco (elevado, médio e baixo) segundo classificação da própria escola. Os grupos eram presididos por dois adultos treinados e voluntários, que moderavam os debates. Os tópicos, escolhidos consoante o interesse dos alunos, centravam-se em assuntos de âmbito pessoal, familiar e social. Além de participar nas sessões de debate, os participantes concordaram estudar com regularidade, não faltar às aulas e trabalhar para melhorar as notas. Os moderadores, geralmente alunos do ensino superior, também os ajudavam a fazer os trabalhos de casa. Questão investigada Participantes Localização Intervenção Comparação Actividades extracurriculares: a fim de promover a coesão do grupo e desenvolver capacidades de trabalho em equipa, o programa iniciou-se com um acampamento durante um fim-de-semana. Proporcionou igualmente outras actividades, tais como visitas a campus universitários e actividades sociais. Os alunos do grupo de controlo não participaram no Grupo dos Doze e frequentaram as mesmas escolas pré-secundárias do que os alunos do grupo intervencionado. Era mais provável que os alunos do grupo de controlo participassem nas aulas de apoio pedagógico acrescido à leitura, matemática e outras disciplinas do que os alunos do grupo intervencionado (41% em Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 96 Elemento Metodologia Descrição comparação com 32%). O estudo do Grupo dos Doze utilizou um modelo de investigação experimental aleatório. A colocação aleatória ocorreu no início do oitavo ano. A fim de garantir a inclusão no programa de uma série de competências académicas, as escolas dividiram os candidatos nas categorias de risco elevado, médio e baixo. Dentro da mesma categoria, as escolas agruparam alunos similares e classificaram-nos em termos de prioridade de entrada no programa. Independentemente do número de candidatos incluído em cada categoria de risco, ao definir um grupo para o Grupo de Doze, seleccionou-se igual número de pares de alunos de cada categoria, começando pelo par com prioridade mais elevada de cada categoria. Um aluno de cada par foi posterior e aleatoriamente seleccionado para participar no grupo e o outro foi colocado no grupo de controlo. Assim, cada grupo incluía o mesmo número de alunos provenientes das três categorias de risco. No acompanhamento adequado da avaliação relativamente à permanência na escola e à progressão na escolaridade, utilizaramse os resultados do terceiro ano de acompanhamento. Estes resultados foram extraídos de um inquérito de acompanhamento efectuado aos alunos do Grupo 1 em 1995, cerca de três anos após a colocação aleatória; responderam 119 alunos do grupo intervencionado e 100 do grupo de controlo – uma taxa de resposta de 92% e 86%, respectivamente. Dado que estas taxas de resposta representam um diferencial de atrição superior a cinco pontos percentuais, este estudo é considerado como “satisfazendo com reserva os critérios probatórios”. Os investigadores compararam as características básicas dos inquiridos do terceiro ano de acompanhamento dos dois grupos sob investigação segundo 13 parâmetros demográficos, socioeconómicos e de desempenho escolar. Um teste estatístico realizado ao grupo de investigação, relativo à diferença total entre o conjunto global destas 13 características básicas, concluiu que os grupos não eram significativamente diferentes. Permanecer na escola: uma consequência substantivamente relevante. No final do período de acompanhamento de três anos, Primeiros resultados e 8% dos alunos do Grupo dos Doze abandonara a escola, em comparação com 13% dos alunos do grupo de controlo. Embora esta diferença não tivesse relevância estatística tinha uma dimensão suficiente para ser considerada substantivamente números relevante. Progressão na escolaridade: sem consequências. No final do período de acompanhamento de três anos, o Grupo dos Doze não revelava quaisquer diferenças na progressão na escolaridade, avaliada segundo o mais elevado grau de escolaridade concluído. 307 USD/aluno/mês num período de 9 meses ou 2763 USD/aluno/ano (valores de 2004) Custo Formação do A maioria dos mediadores do Grupo dos Doze era constituída por alunos do ensino superior ou recém-licenciados da San Diego State University. No decurso do programa, a universidade disponibilizou um curso, com direito a créditos, para formar pessoal alunos para serem mediadores do Grupo dos Doze. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 97 Programas de Combate ao Abandono Escolar em Países em Desenvolvimento 7. Brasil: O Programa Bolsa Família de Transferências Bancárias Condicionais Elemento Descrição Citação Glewwe, P. & Kassouf, L. (2010). The Impact of the Bolsa Escola/Família Conditional Cash Transfer Program on Enrollment, Grade Promotion, and Dropout Rates in Brazil. http://www.apec.umn.edu/faculty/pglewwe/documents/BrBolsa6.pdf Qual o impacto deste programa de transferências bancárias condicionais nos resultados escolares dos alunos das escolas do ensino básico e pré-secundário? Questão investigada Participantes Localização Intervenção Comparação Metodologia Primeiros Famílias pobres com filhos entre 6-15 (1º ao 8º anos) anos de idade Brasil (abrangendo todo o país) Transferências bancárias condicionais. Para se habilitar à Bolsa Família, o rendimento familiar mensal per capita deveria ser inferior a cerca de 60 USD, ou seja, inferior à metade do ordenado mínimo do Brasil. As famílias com rendimento familiar entre 30 e 60 dólares por mês podiam habilitar-se se tivessem filhos com idade inferior a 16 anos ou uma lactante ou grávida. As famílias com rendimento per capita mensal inferior a 30 dólares eram classificadas como muito pobres e recebiam um pagamento de 25 dólares por mês mesmo se não tivessem filhos, se a mulher não fosse lactante ou estivesse grávida nem recebessem qualquer contribuição por filho/mulher. Para poder receber o pagamento por filho/mulher cada um dos filhos com idades compreendidas entre os 6 e os 15 anos tinha de estar inscrito numa escola e ter uma assiduidade de pelo menos 85%, cada lactante ou grávida devia recorrer aos cuidados de saúde pré ou pós-natal e os filhos com idade entre os 0 e os 7 anos tinham de ter as vacinas em dia. Para se habilitarem à Bolsa, as famílias preenchiam uma candidatura, disponível nos seus municípios, que solicitava informações sobre os seus rendimentos e composição do agregado familiar. Esta informação determinava a elegibilidade, sujeita ao orçamento de que o município dispunha para a Bolsa. Os fundos da Bolsa eram directamente transferidos do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome para os agregados familiares, através de cartões bancários, e os gestores municipais limitavam-se a identificar os beneficiários. Os alunos com ou sem Bolsa foram comparados através de dados do censo escolar. O método de estimativa do estudo comparou alterações nas taxas de matrícula, de abandono escolar e de progressão escolar, recorrendo a oito anos de dados do censo escolar (de 1998 a 2005) transversais a escolas que adoptaram o programa Bolsa em épocas diversas. O estudo calculou regressões que controlavam os efeitos anuais fixos, os efeitos escolares fixos, as tendências cronológicas governamentais nas escolas que adoptaram o Bolsa em 2001 com tendências análogas para as escolas que adoptaram o Bolsa em 2002 ou posteriormente e tendências cronológicas baseadas nas matrículas em 1998. Matrículas na escola: consequências positivas. O programa fez subir o número de matrículas no Brasil em cerca de 5,5 % no 1º Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 98 Elemento Descrição resultados e ao 4º ano e em cerca de 6,5% no 5º ao 8º ano. Permanecer na escola: consequências positivas. O programa fez decrescer as taxas de abandono escolar em cerca de 0,5% por números criança do 1º ao 4º ano e em 0,4% por criança do 5º ao 8º. Progressão na escolaridade: consequências positivas. O programa fez subir as taxas de progressão escolar em cerca de 0,9% por criança do 1º ao 4º ano e em cerca de 0,3% por criança do 5º ao 8º. As famílias com rendimentos mensais entre 30 e 60 dólares norte-americanos recebiam 7,50 USD por mês por beneficiário Custo (quer fosse um filho com 0 a 15 anos quer uma grávida ou lactante), até ao máximo de três (para evitar incentivos à natalidade). As famílias com rendimentos inferiores a 30 dólares por mês recebiam 25 USD por mês mais 7,50 USD por beneficiário (até três), (valores de 2005). Formação do O pessoal não recebeu formação. pessoal Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 99 8. Burkina-Faso: Melhorar a Educação com o Programa BRIGHT Elemento Descrição Citação Levy, D., Sloan, M., Linden, L., & Kazianga, H. (2009). Impact Evaluation of Burkina-Faso's BRIGHT Program. Final Report. Mathematica Policy Research, Inc. (1) Qual foi o impacto do programa BRIGHT (resposta do Burkina-Faso para melhorar as hipóteses das raparigas terem êxito) nas matrículas escolares? (2) Qual o impacto do programa nas classificações dos testes? (3) Os impactos forem diferentes entre raparigas e rapazes? Alunos do ensino básico de 132 aldeias rurais Burkina-Faso. Foram incluídas as 10 províncias do país que possuem as taxas femininas mais baixas de conclusão do ensino básico da escolaridade (Banwa, Gnagana, Komandjari, Namentenga, Oudalan, Sanmentenga, Seno, Soum, Tapoa e Yagha) Construção: O programa construiu 132 escolas do ensino básico nas aldeias rurais em que as matrículas das raparigas eram inferiores. Cada escola foi concebida segundo um protótipo que incluía três salas de aula, alojamento para três professores, uma bomba de água e latrinas separadas para rapazes e raparigas. Questões investigadas Participantes Localização Intervenção Cantinas escolares (refeições diárias para todos): eram oferecidas refeições diárias a todos os alunos da escola, quer aos rapazes quer às raparigas. Rações para levar para casa: as raparigas com uma taxa de assiduidade de 90% recebiam 8 quilos de cereais secos por mês para levar para casa. Estojos e manuais escolares: os manuais e material escolar eram fornecidos a todos os alunos. Campanha de mobilização. A campanha de mobilização aproximou as comunidades dos agentes educativos, visando discutir os assuntos envolvidos e os obstáculos à educação das raparigas. A campanha incluía reuniões informais, contactos ao domicílio, formação da sensibilidade às questões de género para os funcionários ministeriais, inspectores pedagógicos, professores e membros da comunidade, um dia da educação para as raparigas, programas radiofónicos, cartazes e recompensas para as professoras. Literacia: o programa de literacia incluía quer alfabetização de adultos quer tutoria para raparigas. Reforço da capacidade e autonomia dos parceiros locais: a formação incluía funcionários do Ministério da Educação, monitores de creches e professores. Havia formação específica para o preenchimento dos registos escolares. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 100 Elemento Descrição Comparação O projecto de avaliação implicava comparar as crianças das 132 aldeias do projecto BRIGHT (grupo participante) com as crianças de 161 aldeias similares que se tinham candidatado para participar no BRIGHT mas não tinham sido escolhidas (grupo de comparação). Inquérito demográfico: foi realizado um inquérito personalizado, o qual incluía questões acerca da demografia do agregado familiar, do percurso educacional dos filhos (tais como matrículas e assiduidade) e sobre a percepção dos pais relativamente á educação. A amostra-alvo era uma amostra aleatória de 30 agregados familiares com filhas em idade escolar, de cada uma das 293 aldeias que se candidataram ao programa BRIGHT — 8790 agregados familiares no total. Este inquérito incluía provas de matemática e francês, preenchidas por todas as crianças com idade entre os 5 e os 12 anos incluídas no agregado familiar, quer estivessem matriculadas na escola quer não. A prova foi realizada por 21 730 crianças. A taxa de resposta foi de cerca de 97%. Metodologia Inquérito escolar: realizou-se um inquérito escolar em duas etapas. Na primeira, os funcionários do ministério recolheram informação sobre as características da escola. Na segunda, foram recolhidos dados sobre matrículas e assiduidade relativamente às crianças matriculadas na escola (com base nas referências dos pais durante o inquérito demográfico). A amostra-alvo para o inquérito compunha-se das três escolas do ensino básico mais próximas das aldeias que concorreram ao programa BRIGHT (num raio de 10 quilómetros), as quais as crianças dessas aldeias frequentavam regularmente. A amostra incluía 360 escolas. A taxa de resposta ao inquérito escolar foi de cerca de 99%. A técnica estatística utilizada para calcular os impactos do programa é a regressão descontínua, que beneficia do facto de ter sido atribuído a cada uma das 293 aldeias que se candidataram ao programa um índice de elegibilidade pelo Ministério da Educação do Burkina-Faso, com base no seu potencial para melhorar o desempenho escolar das raparigas. Matricular-se na escola: consequências positivas. As escolas BRIGHT revelaram um aumento de cerca de 20 pontos Primeiros resultados e percentuais na taxa de matrícula, com base nos dados do inquérito demográfico, e de 16 pontos percentuais com base nos dados da escola. Por conseguinte, o BRIGHT foi responsável pelo aumento das taxas de matrícula de cerca de 35 para 55 números pontos percentuais (resultados relatados pelo agregado familiar) ou de cerca de 31 para 47 pontos percentuais (resultados relatados pela escola). Assiduidade à escola: consequências positivas. O impacto de a criança estar presente no dia da visita à escola foi de cerca de 16 pontos percentuais. Pontuação no teste: consequências positivas. O impacto nas classificações de matemática e francês teve um desvio-padrão de aproximadamente 0,4. Esta melhoria na classificação das provas é superior a muitas outras políticas educativas de sucesso no mundo em desenvolvimento, que costumam ter efeitos com grandezas do desvio-padrão entre 0,1 e 0,3. Um impacto desta grandeza implica ser previsível que um aluno ou aluna que começou no percentil 50 do nosso inquérito eleve a sua classificação nas provas para perto do percentil 80. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 101 Elemento Descrição Raparigas contra rapazes: por vezes as raparigas ganham. Os impactos do BRIGHT foram positivos tanto para os rapazes como para as raparigas. Em termos de matrícula, os impactos para as raparigas foram cerca de 5 pontos percentuais mais altos do que para os rapazes. Em termos de classificações, os impactos para as raparigas e rapazes foram estaticamente imperceptíveis. Não há informação sobre o custo por escola. Custo Formação do Os funcionários do Ministério da Educação e das creches receberam formação. Houve formação específica sobre o preenchimento das folhas de assiduidade das escolas. pessoal Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 102 9. Camboja: o Projecto de Apoio ao Sector Educativo do Camboja através do Programa de Bolsas de Estudo (PBE) Elemento Descrição Citação Filmer, D., & Schady, N. (2009). School enrollment, Selection and Test Scores. Development Research Group. The World Bank. Será que os programas que proporcionam bolsas de estudo aos alunos pobres têm efeitos mais profundos nas matrículas escolares, na assiduidade e nas notas dos testes? Questão investigada Participantes Localização 3800 alunos. Nas grandes escolas do programa PBE, com mais de 200 alunos matriculados, foi oferecida uma bolsa de estudo a 50 alunos com as notas mais baixas, que se encontravam a frequentar o 7º, 8º e 9º anos; nas “pequenas” escolas do programa PBE, com menos de 200 alunos matriculados, foi oferecida uma bolsa de estudo aos 30 alunos com as notas mais baixas. Camboja (por todo o país) Foram oferecidas bolsas de estudo de três anos às crianças pobres que frequentavam o ensino pré-secundário. O governo começou por seleccionar 100 escolas do ensino pré-secundário de todo o país para participar no programa. As escolas elegíveis para o programa PBE foram escolhidas por servirem áreas pobres, segundo informações de um mapa de pobreza, e por parecer haver níveis mais elevados de não-inscrição na escola e de abandono escolar, segundo informação da área administrativa. De seguida, fez-se o levantamento de todas as escolas “fonte” do ensino básico (eram consideradas “fonte” todas as escolas que, nos últimos anos, tivessem enviado para o ensino secundário alunos que completassem o ciclo de ensino anterior), o qual foi entregue a todas as escolas do ensino secundário elegíveis para o PBE. Em todas as escolas “fonte” do ensino básico, todos os alunos do 6º ano, o último do ensino básico, preencheram um formulário de candidatura para o programa de bolsas de estudo. As respostas foram de seguida reunidas num “índice de risco de abandono escolar” composto, sendo os parâmetros calculados consoante a probabilidade de uma criança não se inscrever no 7º ano após concluir o 6º, de acordo com o cômputo geral das características individuais. Comparação Compararam-se os que beneficiavam do PBE com os que não beneficiavam. Metodologia Recorreu-se a três fontes de dados — (i) o índice de risco de abandono escolar composto, (ii) as características individuais que constituíam o índice de todos os candidatos a bolsa de estudo (26 537) e (iii) o agregado familiar (3225 candidatos escolhidos de forma aleatória e respectivas famílias), bem como dados sobre as escolas. O estudo efectuou igualmente quatro visitas inesperadas a 100 escolas do PBE para verificar in loco a assiduidade. Além do mais, foram efectuadas provas de matemática e vocabulário para se compreender o efeito da intervenção nas classificações. A estratégia de identificação básica usada no estudo foi a da regressão descontínua. Permanecer na escola: consequências positivas. As bolsas de estudo do PBE tiveram um efeito considerável na assiduidade Primeiros resultados e escolar, de cerca de 20 a 25 pontos percentuais. Intervenção Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 103 Elemento Descrição números Matrículas: consequências positivas. As crianças a quem tinham sido atribuídas bolsas de estudo tinham uma probabilidade cerca de 20% superior de se matricular do que se não existisse este programa. Classificações dos testes: Sem consequências. 18 meses após o início do programa, as crianças que tinham recebido bolsas de estudo não obtiveram melhores resultados nos testes de matemática e vocabulário do que as crianças do grupo de comparação. Em cada uma das escolas maiores, ofereceu-se uma bolsa de estudo de 60 dólares a 25 alunos com o menor índice de risco de Custo abandono escolar e aos 25 alunos com o seguinte menor risco de abandono uma bolsa de 45 dólares; nas escolas pequenas, os números equivalentes foram de 15 alunos com bolsa de estudo de 60 dólares e 15 com bolsa de estudo de 45 dólares. Formação do Não houve formação. pessoal Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 104 10. Colômbia: o Programa de Cheques Escolares PACES Elemento Descrição Citação Angrist, J., Bettinger, E., Bloom, E., King, E., & Kremer, M. (2002). Vouchers for private schooling in Colombia: Evidence from a randomized natural experiment. The American Economic Review, 92(5), 1535-1558. Será que o vencedor de um sorteio de cheques escolares progride mais nos estudos, obtém melhores notas e tem menor probabilidade de viver em união de facto na adolescência ou de se empregar? Famílias que viviam nos bairros urbanos vizinhos, classificadas dentro dos dois (de seis) estratos socioeconómicos mais baixos e com direito a participar no sorteio, caso a família tivesse um filho a iniciar o sexto ano (início do ensino secundário) e tivesse 15 anos de idade ou menos. Questão investigada Participantes Foram intentadas entrevistas a cerca de 3000 candidatos ao sorteio, tendo-se concluído 1618, correspondentes a uma taxa de resposta de 54%. Dos 1618 entrevistados por telefone, 830 receberam cheques escolares (51,3%), 807 eram do género masculino (49,9%) com uma idade média de 12,6 anos. Colômbia: os alunos foram seleccionados entre três grupos: o grupo de 1993 de Jamundi, um subúrbio da cidade de Cali, e os Localização de 1995 e 1997, da cidade de Bogotá. Cheques escolares: o programa PACES (Ampliação da Cobertura do Ensino Secundário), o mais vasto programa de cheques Intervenção escolares até hoje implantado na Colômbia, forneceu a mais de 125 000 alunos cheques escolares que supriam um pouco mais de metade dos gastos com o ensino secundário privado, desde que o aluno transitasse para o ano seguinte a tempo. Comparação Compararam-se os vencedores e os vencidos do sorteio. Metodologia Foi utilizado um modelo de investigação quase experimental para comparar os resultados educacionais e outros dos vencedores e dos vencidos do sorteio. Provou-se que os resultados do programa foram semelhantes aos dos alunos escolhidos aleatoriamente. Permanecer na escola: sem consequências. “Um inquérito a três grupos de candidatos não revela diferenças significativas entre Primeiros resultados e os vencedores e os vencidos do sorteio, no tocante a matrículas, três anos após a aplicação, com a maioria dos alunos quer do grupo dos vencedores quer dos vencidos ainda a frequentar a escola. Mas os vencedores do sorteio tinham uma probabilidade números 15% superior de frequentar uma escola privada do que uma escola pública”. Progressão na escolaridade: consequências positivas. Os vencedores do sorteio tinham uma probabilidade 5 a 6 pontos percentuais inferior de repetir o ano. Concluiu-se que as raparigas eram afectadas de forma ligeiramente mais favorável do que os rapazes, já que o estudo concluiu não apenas que elas repetiam menos os anos lectivos como também passavam na escola mais 0,14 anos. Concluir a escolaridade: consequências positivas. “…os vencedores do sorteio tinham concluído mais 0,1 anos de escolaridade Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 105 Elemento Descrição e tinham uma probabilidade cerca de 10 pontos percentuais superior à dos vencidos de concluir o oitavo ano, em primeiro lugar porque repetiram menos anos”. Classificações dos testes: consequências positivas mínimas. “Fizeram-se testes a um subconjunto dos alunos investigados. Os resultados do teste sugerem que, em média, os vencedores do sorteio registaram um desvio-padrão cerca de 0,2 superior ao dos vencidos, uma diferença considerável mas apenas com significado marginal. As consequências nas raparigas são superiores e calculadas com maior precisão do que nos rapazes”. Resultados não educativos: consequências positivas. “…o programa de cheques escolares afectou os resultados não educativos. Entre os vencedores do sorteio, havia, nomeadamente, menor probabilidade de casar ou viver em união de facto e de trabalhar cerca de menos 1,2 horas por semana (uma vez mais, uma diferença mais notória nas raparigas). Ambos os resultados sugerem maior ênfase na escolaridade entre os vencedores do sorteio”. Utilização: consequências positivas. Os vencedores do sorteio tinham uma probabilidade 15 pontos percentuais superior de frequentar escolas privadas em lugar de escolas públicas. “…apenas cerca de 90% dos vencedores do sorteio já tinham utilizado anteriormente cheques escolares ou qualquer outro tipo de bolsa de estudo, ao passo que 24% dos vencidos recebiam bolsas de estudo de outras fontes”. “A maioria dos vencedores do sorteio teriam, de qualquer forma, frequentado uma escola privada, pelo menos durante alguns anos, tendo, por conseguinte, reduzido os seus gastos com educação devido ao programa. Por outro lado, os vencedores que foram persuadidos a passar da escola pública para a privada aumentaram consideravelmente os seus gastos com educação, dado que os cheques escolares cobriam apenas cerca de metade dos custos da escola privada. No cômputo geral, as propinas brutas dos vencedores excediam as dos vencidos em cerca de 70 pontos percentuais o montante que recebiam dos cheques escolares. Por fim, os beneficiários do cheque escolar poderão ter tido maiores incentivos para dar maior ênfase à escola dado que os cheques escolares só podiam ser renovados aos alunos que não repetissem o ano”. 190 USD por aluno, cerca de metade do custo de uma escola privada (valores de 1998). O governo pagava cerca de 24 USD a Custo mais por cada vencedor do sorteio do que pagaria habitualmente por um aluno que frequentasse o ensino público. Formação do O pessoal não recebeu formação. pessoal Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 106 11. Colômbia: Transferências Bancárias Condicionais Elemento Descrição Citação Barrera-Osorio, F., Bertrand, M., Linden, L., & Perez-Calle, F. (a ser publicado). Improving the design of conditional transfer programs: Evidence from a randomized experiment in Colombia. Applied Economic Journal: Applied Economics. Será que os programas de integração de transferências bancárias condicionais (CCT) melhoram a participação na escola? Questão investigada Participantes Localização No estudo, participaram 13 433 crianças no total, 7984 das quais receberam transferências bancárias: 3427 participaram num processo “básico”, 3424 num processo “de poupança”e 1133 num processo “terciário”. No caso dos processos básico e de poupança, todos os alunos tinham concluído pelo menos o 5º ano, no processo terciário todos tinham concluído pelo menos o 8º ano. Todas as crianças tinham de estar matriculadas e não ter ainda completado o 11º ano e as suas famílias tinham de ter sido classificadas nas duas categorias inferiores do índice de pobreza colombiano. Colômbia: San Cristobal e Suba, áreas da cidade de Bogotá Intervenção Foram implementadas três intervenções simultâneas, envolvendo subsídios educacionais: Processo básico: transferências bancárias normais condicionais bimensais, baseadas numa assiduidade escolar de pelo menos 80%. Processo poupança: transferências normais bimensais mas distribuição de 2/3 dos fundos baseada numa boa assiduidade escolar e o restante terço por altura da renovação da matrícula para o ano seguinte. Comparação Metodologia Processo terciário: transferências normais bimensais, desde que 2/3 dos fundos tivessem por base uma boa assiduidade. Ao concluir o ciclo de ensino, os alunos recebiam o terço adicional, incentivando-os, deste modo, a matricular-se e a concluir o ciclo de ensino seguinte. Compararam-se os quatro grupos — básico, de poupança, terciário e grupo de controlo. O grupo de controlo para o processo básico/de poupança abarcava 4056 alunos, o grupo de controlo para o processo terciário 1393 alunos. O estudo garantiu uma vasta base de recrutamento, originando 13 433 alunos considerados elegíveis para as transferências bancárias, 7984 dos quais foram colocados aleatoriamente nos grupos estudados. Os registantes elegíveis de San Cristobal foram colocados aleatoriamente nos grupos de controlo, de processo básico e de poupança. O grupo do processo terciário foi avaliado em separado durante uma experiência em Suba, no decorrer da qual os alunos foram colocados aleatoriamente quer no grupo de processo terciário quer no grupo de controlo. Foi utilizado um modelo diferencial para comparar os diferentes subconjuntos da amostra sem terem sido controladas quaisquer covariedades. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 107 Elemento Descrição No cômputo geral, os incentivos monetários geraram alterações significativas: Primeiros resultados e Assiduidade escolar: consequências positivas. O processo básico aumentou a assiduidade em 3,3 pontos percentuais enquanto números o processo de poupança aumentou a assiduidade em 2,9 pontos percentuais. Ambas as intervenções são eficazes e não há provas de que o processo de poupança seja menos eficaz do que o processo básico no reforço da assiduidade, apesar dos pagamentos mensais serem inferiores. Na experiência terciária, as potenciais consequências do processo são um aumento das matrículas ligeiramente acima dos 5 pontos percentuais. Os processos tiverem efeitos adicionais, quer nas famílias quer nas redes de pares. Para as famílias, os efeitos adicionais foram negativos no caso das crianças que não integraram o programa. Houve, por exemplo, evidências de decréscimo da assiduidade e de aumento de emprego no mercado de trabalho para uma criança não intervencionada com um irmão intervencionado em comparação com uma criança não intervencionada com um irmão igualmente não intervencionado. As consequências foram particularmente vincadas no caso das raparigas. Permanecer na escola: consequências positivas. O processo básico quase não teve consequências na renovação da matrícula, todavia, o processo de poupança fez subir significativamente a renovação da matrícula em cerca de 4 pontos percentuais. O processo de poupança foi particularmente eficaz na matrícula dos alunos com menores rendimentos e nos alunos com taxas de participação inferiores. O processo terciário aumentou a renovação da matrícula em 3,7 pontos percentuais e foi, igualmente, muito eficaz junto dos alunos com menor probabilidade de renovar a matrícula. Matrícula numa instituição terciária: consequências positivas. Os tratamentos de poupança e terciário fizeram subir as taxas de matrícula em estabelecimento de ensino terciário: o de poupança aumentou a matrícula em 9,4 pontos percentuais enquanto o processo terciário se revelou particularmente eficaz, aumentando as matrículas em 48,9 pontos percentuais Custo Concluir a escolaridade: consequências positivas. As consequências globais do processo ascendem a 4,0 pontos percentuais. Processo básico: cerca de 15 USD por mês. Os pagamentos eram bimensais. Processo de poupança: cerca de 10 USD/mês pagos de dois em dois meses, enquanto o terço restante ficava depositado numa conta bancária. Os fundos acumulados eram posteriormente disponibilizados às famílias dos alunos no período durante o qual estes se preparavam para se matricular no ano lectivo seguinte. Processo terciário: cerca de 10 USD por boa assiduidade, pagos mensalmente. Quando o aluno concluía o ciclo de ensino conquistava o direito de receber uma transferência de 300 USD (valores de 2005) Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 108 Elemento Descrição Formação do O pessoal não recebeu formação. pessoal Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 109 12. Honduras: O Programa de Transferências Bancárias Condicionais do PRAF e de Pagamentos às Associações de Pais Elemento Descrição Citação Glewwe, P. & Olinto, P. (2004). Evaluating the Impact of Conditional Cash Transfers (CCT) on Schooling: An Experimental Analysis of Honduras PRAF Program. Final Report submitted to USAID by the International Food Policy Research Institute. Será que os programas de transferências bancárias condicionais do Abono de Família (PRAF) melhoram os resultados educativos? Crianças com idades compreendidas entre 6 e 13 anos a frequentar o ensino básico Honduras. 70 dos municípios rurais mais pobres do país. Transferências bancárias para as famílias: o incentivo procura da Educação adveio da utilização de pagamentos às famílias por cada filho com idade entre os 6 e 12 anos que estivesse matriculado nos primeiros quatro anos do ensino básico e fosse assíduo. Podiam receber os filhos destas idades, até um máximo de três por família (este pagamento acrescia a quaisquer outros efectuados por incentivos da intervenção sanitária). Para ter direito ao pagamento, a criança precisava matricular-se até final de Março e manter uma taxa de assiduidade de 85%. Questão investigada Participantes Localização Intervenção Transferências bancárias para as Associação de Pais-Professores: o lado oferta desta intervenção educacional consistia no pagamento às respectivas associações de pais de cada escola do ensino básico. Estas associações deviam ter estatuto legal e preparar planos, incluindo orçamentos, para melhorar a qualidade da educação disponibilizada pelas respectivas escolas. Transferências bancárias para grávidas: o lado procura da intervenção sanitária consistia em transferências monetárias para grávidas e mães de crianças com idade inferior a três anos. Os cheques escolares eram fornecidos apenas a mulheres que tinham ido às consultas mensais dos centros de saúde. Comparação Metodologia Transferências bancárias para equipas de cuidados primários: o lado oferta da intervenção sanitária era constituído por transferências monetárias para as equipas de cuidados de saúde primários, formadas por membros da comunidade e por profissionais de saúde locais (enfermeiros e, quando possível, médicos). Para poder receber a transferência, cada equipa preparava um plano com tarefas específicas e um orçamento, especificando qual o equipamento e medicação que o centro de saúde adquiriria. Os quatro grupos foram comparados: 1. Apenas o lado procura da intervenção (20 municípios); 2. O lado oferta das intervenções (20 municípios); 3. Apenas o lado procura da intervenção (10 municípios); 4. Grupo de controlo sem intervenção (20 municípios). Os 70 municípios foram distribuídos aleatoriamente pelos quatro grupos; os primeiros três receberam intervenções educativas Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 110 Elemento Descrição e sanitárias. Os dados de referência foram recolhidos antes da implementação do programa nos municípios dos grupos 1, 2, e 3. Os inquéritos de acompanhamento foram recolhidos dois anos depois. Em cada um dos 70 municípios, foram escolhidas aleatoriamente oito comunidades (“nichos”), tendo em cada uma sido escolhidos aleatoriamente dez agregados familiares para se proceder á recolha de dados. A informação recolhida em cada um dos 560 nichos incluía: a) se a comunidade tinha uma escola do ensino básico, um hospital público ou transportes públicos; b) taxas salariais diárias praticadas na agricultura e no trabalho não agrícola locais; c) a existência de postos de trabalho fora da comunidade; d) alguns dados sobre a criminalidade local e e) preços de uma série de produtos alimentares e das taxas de salário diário locais. Foram igualmente entregues questionários a três escolas do ensino básico escolhidas aleatoriamente em cada um dos municípios, a fim de recolher os seguintes dados: a) informação geral sobre a escola (dias de funcionamento, graus de escolaridade, etc.); b) características dos professores; c) apoios pedagógicos (bibliotecas, dicionários, papel, etc.); e d) organizações da escola (associação de pais, associação de professores, etc.). Matrícula na escola: consequências positivas. O lado procura do programa de intervenção aumentou as taxas de matrícula 1 a 2 Primeiros resultados e pontos percentuais. números Assiduidade escolar: consequências positivas. O lado procura do programa de intervenção fez subir a assiduidade (condicionada à matrícula) em cerca de 0,8 dias por mês. Permanecer na escola: consequências positivas. O lado procura do programa de intervenção reduziu a taxa de abandono escolar em 2 a 3 pontos percentuais. Progressão na escolaridade: consequências positivas. O lado procura da intervenção aumentou as taxas anuais de transição para o ano seguinte em 2 a 4 pontos percentuais. Resultados não educativos: sem consequências. Não houve quaisquer consequências da participação das crianças no mercado de trabalho. Além do mais, o lado oferta da intervenção não teve consequências em quaisquer resultados. A transferência bancária para a educação foi de 5 USD por aluno por mês. Cada família podia receber uma remuneração até ao Custo máximo de três filhos. As associações de pais e professores podiam receber entre 1600 e 23 000 USD; estas associações recebiam, em média, 4000 USD por ano. Cada um dos cheques escolares de saúde valia cerca de 4 USD; cada família podia receber até três por mês. Cada uma das equipas de profissionais de saúde recebia, em média, 6000 USD por ano, mas o montante variava entre 3000 e 15 000 USD, dependendo da dimensão da população servida pelo centro de saúde (valores de 2000). Formação do A inconsequência do lado oferta ficou, principalmente, a dever-se ao facto de a intervenção nunca ter sido verdadeiramente implementada. Embora, em algumas comunidades, os professores recebessem formação no âmbito dessa intervenção, os pessoal Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 111 Elemento Descrição fundos que deveriam ter sido atribuídos a essas comunidades para melhorar as suas escolas nunca foram libertados devido a disputas legais sobre quem devia atribuí-los. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 112 13. Índia: Orientação Pedagógica ou Aprendizagem com recurso às TIC Elemento Descrição Citação Banerjee, A., Cole, S., Duflo, E., & Linden, L. (2007). Remedying education: Evidence from two randomized experiments in India. Quarterly Journal of Economics, 122(3), 1235-1264. Será que os programas de orientação pedagógica ou de aprendizagem com recurso às TIC melhoram os resultados do aluno e reduzem a taxa de abandono escolar? 14 972 alunos de 165 escolas participaram no estudo de apoio pedagógico acrescido de 2001 (o ano em que os critérios metodológicos para a inclusão se tornam num programa eficaz); 5945 alunos de 111 escolas participaram num programa de aprendizagem com recurso às TIC em 2002 e 2003 (ambos os anos satisfizeram os critérios metodológicos). Índia: o programa de apoio pedagógico acrescido (denominado Programa Balsakhi) decorreu em áreas urbanas pobres de Mumbai e Vadodara, na zona ocidental da Índia. O programa de aprendizagem com recurso às TIC decorreu apenas em Vadodara. Ensino com recurso a apoio pedagógico acrescido: o programa de aprendizagem com apoio pedagógico acrescido serviu-se de mulheres jovens da comunidade como professoras auxiliares. Estas mulheres trabalhavam as competências básicas com as crianças dos 3º e 4º anos que ainda não dominavam a literacia e a numeracia. As crianças deslocavam-se para outra sala, onde trabalhavam com estas professoras tutoras durante 2 das 4 horas lectivas diárias. Questão investigada Participantes Localização Intervenção Comparação Metodologia Aprendizagem com recurso às TIC: esta segunda intervenção centrou-se na matemática. As crianças do 4º ano tinham, por semana, duas horas (uma hora durante o horário lectivo e a outra quer antes quer após o mesmo) de aulas de informática partilhada, durante as quais jogavam jogos que implicavam a resolução de problemas de matemática cujo nível de dificuldade correspondia à capacidade da criança. Havia uma professora na aula, que não ensinava os alunos. As 24 escolas que não foram incluídas no programa de Vadodara serviram como controlo (não foi disponibilizado o número de crianças). As escolas do grupo intervencionado foram aleatoriamente destacadas para este processo. Algumas escolas tinham uma professora auxiliar no 3º ano, outras no 4º ano. Assiduidade à escola: sem consequências. Nenhuma das intervenções fez subir a assiduidade. Primeiros resultados e Permanecer na escola: sem consequências. Nenhuma das intervenções teve qualquer efeito na taxa de abandono escolar. números Classificações: consequências positivas. No primeiro ano, o programa de ensino com apoio pedagógico acrescido fez subir 0,14 o desvio-padrão das classificações; a maioria destes benefícios ficou largamente a dever-se a progressos consideráveis dos alunos que estavam mais atrasados. O programa de aprendizagem com recurso às TIC aumentou o desvio-padrão das classificações de matemática em 0,35 durante o primeiro ano e em 0,47 durante o segundo ano. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 113 Elemento Descrição Relação custo-eficácia: o ensino com recurso a apoio pedagógico acrescido tem custos-eficácia superiores. Observando os custos por ganho nas unidades de desvio-padrão, os autores concluíram que contratar uma professora auxiliar foi de longe o menos dispendioso de ambos os programas. Teve igualmente maior custo-eficácia do que contratar mais professores, com um salário mais elevado. Uma professora auxiliar ganhava 10-15 USD/mês e custava 2,25 USD/aluno/ano. Os programas informáticos custaram 15,18 Custo USD/aluno/ano (valores de 2004) Formação do As professoras auxiliares recebiam duas semanas de formação no início de cada ano lectivo, que era reforçada sempre que necessário. Os professores envolvidos no programa de ensino com recurso às TIC recebiam cinco dias de formação em pessoal informática antes de serem colocados nos laboratórios de informática. Os professores das escolas de controlo não recebiam formação. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 114 14. Índia: Monitorização da Assiduidade dos Professores e Recurso a Incentivos Financeiros Elemento Descrição Citação Duflo, E., Hanna, R. &. Ryan, S. (2010). Incentives work: Getting teachers to come to school. MIT mimeo. http://econ-www.mit.edu/files/5995 Poderão a monitorização e os recursos financeiros reduzir o absentismo dos professores e melhorar a aprendizagem das crianças? Questão investigada Participantes Localização Intervenção Comparação Metodologia Foram escolhidas aleatoriamente 113 escolas comunitárias rurais: 57 para o grupo intervencionado e 56 para o grupo de controlo. Rajastão, Índia. Udaipur é uma região escassamente povoada e de difícil acesso no Rajastão. As 57 escolas comunitárias da amostra estudada estavam abertas 6 horas por dia e eram frequentadas por cerca de 20 alunos cada. O professor, recrutado na comunidade local e com uma formação média ao nível do 10º ano, leccionava todos os alunos na mesma sala. Quando o professor faltava a escola encerrava. Assiduidade do professor: dada a localização remota das escolas comunitárias incluídas no estudo, era difícil monitorizá-las periodicamente e o absentismo dos professores era elevado. A ONG local, que geria as escolas, ofereceu aos 57 professores do grupo intervencionado uma máquina fotográfica, acompanhada de instruções, para que um dos alunos fotografasse o professor e os alunos no início e final de cada dia lectivo. As máquinas fotográficas incluíam um mecanismo inviolável de data e hora, permitindo a recolha de dados exactos sobre a assiduidade do professor, posteriormente utilizados para calcular o seu salário. Cada professor era pago em conformidade, com uma função não linear do número de dias lectivos válidos em que esteve de facto presente, em que um dia “válido" era definido como aquele em que as fotografias do início e final do dia tinham, pelo menos, cinco horas de intervalo e incluíam pelo menos oito alunos. Os salários variavam entre 500 e 1300 rupias (ou 11,50 e 29,50 USD). Os professores recebiam 500 rupias se tivessem leccionado menos de 10 dias em determinado mês e 50 rupias por qualquer dia adicional (até ao máximo de 25 ou 26 dias, consoante o mês). Compararam-se os dados com os de 56 escolas rurais semelhantes. Nestas escolas comparadas, os professores recebiam uma taxa mensal fixa (1000 rupias). Eram avisados de que o trabalho deles exigia uma presença regular e de que podiam ser demitidos por baixa assiduidade. Foram recolhidos dados de assiduidade a partir de duas fontes. Primeira, dados sobre a assiduidade do professor recolhidos durante uma visita inesperada e aleatória mensal a todas as escolas. Segunda, a máquina fotográfica fornecia um testemunho “ocular” das escolas estudadas. Ao comparar as taxas de ausência obtidas a partir das verificações aleatórias aos dois tipos de escola, o estudo calculou quais as consequências do programa no absentismo. No caso das escolas que estavam a funcionar durante a visita, o entrevistador apontava o número de crianças que estavam Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 115 Elemento Descrição sentadas na sala, quer houvesse alguma coisa escrita no quadro quer o professor estivesse a falar com as crianças. O entrevistador procedia igualmente à chamada e verificava se alguma das crianças ausentes abandonara a escola ou se inscrevera numa escola oficial, actualizando, de seguida, a lista de avaliação com os novos alunos. Para determinar se a aprendizagem dos alunos melhorou devido ao programa, todos foram submetidos a testes anteriores e posteriores referentes a três competências básicas. Os que sabiam escrever fizeram uma prova escrita, os outros uma prova oral. A prova oral analisava competências matemáticas básicas (contar, somas com um dígito, divisões simples) e conhecimentos básicos de vocabulário em Hindi, ao passo que a prova escrita analisava competências matemáticas bem mais complexas (somas, subtracções, multiplicações e divisões com dois dígitos), a capacidade de construir frases e compreender o que lê. Deste modo, a prova escrita verificou quer a capacidade de redacção do aluno quer a capacidade de lidar com material que requer competências de nível superior às do exame oral. Permanecer na escola: sem consequências significativas. O estudo revelou que a assiduidade do aluno era semelhante em Primeiros resultados e situações em que o professor comparecia frequentemente e em situações em que o professor se ausentava frequentemente. Do mesmo modo, a taxa de abandono escolar era ligeiramente inferior nas escolas referenciadas mas com significado estatístico números insignificante. Classificações: consequências positivas. As classificações dos alunos em língua e matemática melhoraram 0,17 relativamente ao desvio-padrão. Concluir a escolaridade: consequências positivas. Houve 26% dos alunos das escolas intervencionadas que concluíram o ciclo de ensino e transitaram para escolas oficiais, comparados com apenas 16% dos das escolas comparadas. Esta diferença de 10% implicou um aumento de 62 pontos percentuais na taxa de conclusão do ciclo de ensino e é significativa. Absentismo dos professores: consequências positivas. Durante os 30 meses em que se controlou a assiduidade, os professores das escolas intervencionadas tiveram taxas de absentismo de 21%, comparadas com os 44% de referência e os 42% das escolas comparadas. Tempo lectivo: consequências positivas. Um aluno da escola referenciada recebia mais 9 pontos percentuais (ou 30%) de dias lectivos do que um aluno da escola comparada. Cerca de 23 USD por professor por mês (valores de 2003) Custo Formação do O pessoal não recebeu formação. pessoal Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 116 15. Jamaica: O Programa PATH de Transferências Bancárias Condicionais Elemento Descrição Citação Questões investigadas Levy D. & Ohls, J. (2007). Evaluation of Jamaica’s PATH Program. Final Report. Mathematica Policy Research, Inc. (1) Qual o impacto do PATH (Programa de Progressão Escolar através da Saúde e da Educação) nas matrículas escolares? (2) Qual o impacto do programa nas classificações? (3) O impacto foi diferente nas raparigas e nos rapazes? Crianças pobres, desde o nascimento aos 17 anos Jamaica Os subsídios de auxílio às crianças proporcionavam às crianças pobres qualificadas auxílio monetário para saúde e educação, até aos 17 anos. A concessão destes subsídios para a saúde a crianças até aos 6 anos (não matriculadas na escola) estava condicionada a que elas visitassem um centro da saúde de dois em dois meses, durante o primeiro ano de vida, e duas vezes por ano nos seguintes. A concessão de subsídios de saúde às crianças com idade entre os 6 e os 17 anos estava condicionada pela assiduidade escolar (pelo menos 85% durante o ano lectivo). Participantes Localização Intervenção Comparação Metodologia Prestações sociais eram igualmente fornecidas a adultos necessitados, embora não sejam analisadas neste relatório. Compararam-se os 2500 agregados familiares da amostra, qualificados para o PATH (grupo participante) com outro grupo de agregados familiares análogos aos do grupo participante mas não qualificados para o PATH (grupo de comparação). Obtiveram-se dados para avaliação a partir de: 1. Entrevistas qualitativas conduzidas pelo pessoal do programa PATH, bem como por pessoal das escolas e das instalações sanitárias ao serviço dos clientes do PATH e por funcionários das estações de correio, 2. Realizaram-se debates com os clientes do PATH centrados nas suas experiências no âmbito do programa, 3. Extraíram-se dados do sistema de gestão de informação utilizado para gerir o programa, e 4. Realizaram-se inquéritos aos agregados familiares em épocas distintas, incluindo um inquérito de referência aos agregados familiares dos grupos participantes e de comparação e um inquérito de acompanhamento aos mesmos agregados familiares após o grupo participante ter recebido diversos benefícios financeiros. Estruturou-se a avaliação em torno de um modelo quase experimental, que utilizava dados de inquéritos demográficos, para definir se o PATH estava a atingir a população visada e a desenvolver o capital humano dos agregados familiares pobres, avaliados através da assiduidade escolar e da utilização dos cuidados de saúde. A avaliação incluía igualmente uma análise qualitativa baseada nos grupos visados e em entrevistas executivas, a fim de avaliar qual fora a implantação do programa. Assiduidade à escola: consequências positivas. A análise de regressão múltipla indicou que o PATH fez subir a assiduidade Primeiros resultados e escolar em cerca de 0,5 dias por mês. O aumento estimado foi cerca de 3% acima do nível de referência e teve relevância Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 117 Elemento Descrição números estatística. Progressão na escolaridade: sem consequências. Não houve provas de que o PATH afectasse os resultados a longo prazo, como as classificações ou a progressão para o ano seguinte. Resultados não educativos: consequências positivas. O PATH conseguiu atingir com sucesso os seus objectivos de aumentar a utilização de cuidados de saúde preventiva para as crianças das famílias incluídas no PATH. Os resultados sugeriram que as consultas nos centros de saúde de crianças com idade entre os 0 e 6 anos subiram aproximadamente 38% em consequência do programa. A prestação mensal média por criança beneficiária do vale saúde e educação foi de 6,50 USD (valores de 2005) Custo Formação do O pessoal não recebeu formação. pessoal Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 118 16. Quénia: Pagamento de Fardas Escolares Elemento Descrição Citação Duflo, E., Dupas, P., Kremer, M., & Sinei, S. (2006). Education and HIV/SIDA prevention: Evidence from a randomized evaluation in Western Kenya. World Bank Policy Research Working Paper 4024. Será que as intervenções educativas sobre a prevenção do HIV/SIDA reduzem a gravidez em adolescentes? Questão investigada Participantes Localização Intervenção 70 000 alunos matriculados nos 5º ao 8º anos em 328 escolas do ensino básico; 246 escolas foram alvo de uma de cinco formas de “tratamento.” O estudo envolveu igualmente cerca de 3000 professores do ensino pré-secundário de algumas das escolas referenciadas, 445 dos quais participaram no programa de formação sobre o HIV. Quénia. Dois distritos rurais, Bungoma e Butere-Mumias na zona ocidental do país. Formação de professores: A Unidade de Controlo da SIDA do Ministério da Educação deu aos professores formação sobre uma ampla gama de assuntos, incluindo factos básicos sobre o HIV/SIDA, demonstração sobre utilização de preservativos, informação sobre orientação e análises voluntários e sobre metodologia educativa sobre a SIDA. Os participantes analisarem material sobre HIV/SIDA incluído no Manual do Formador, aprenderam a debater assuntos relacionados com o HIV/SIDA em aulas dedicadas a outros tópicos e de que modo dedicar blocos lectivos integrais a actividades relacionadas com o HIV/SIDA bem como a planificar aulas sob supervisão dos formadores. No final da formação, foi pedido aos professores que preparassem um “plano de acção” sobre formação sobre o HIV/SIDA para a sua escola, incluindo a forma como atrairiam outros professores dessa escola a integrar o HIV/SIDA no horário lectivo. Além de apresentar actividades dentro da sala de aula, aconselhavam-se os professores formados a fundar clubes de saúde, visando educar para impedir a contaminação por HIV através de actividades didácticas activas, como a animação teatral. Consciencialização: metade das escolas que receberam formação de professores foi desafiada a organizar um debate em 2005, dirigido aos alunos dos 7º e 8º anos. O assunto em debate era “As crianças em idade escolar devem ser ensinadas a usar preservativos?”. Ao debate sucedia-se um concurso de redacções, cujo tema era “Debate ideias sobre a forma como podes proteger-te da infecção por HIV agora e quando fores mais velho”. Os alunos receberam igualmente informação acerca da prevalência do HIV por idade e género. Comparação Fardas da Escola: a fim de reduzir o custo com a educação, uma ONG local distribuiu gratuitamente fardas a cada aluno matriculado no 6º ano (com uma idade média de 14 anos). Foram distribuídas cerca de 10 000 fardas. Os alunos que continuassem matriculados no ano seguinte recebiam mais uma farda. As escolas intervencionadas foram comparadas com 82 que não receberam qualquer intervenção. Especificamente, 41 escolas receberam apenas formação de professores, 42 receberam formação de professores e debates sobre preservativos, 83 receberam apenas fardas escolares, 40 receberam formação de professores e fardas escolares e 40 escolas receberam as três Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 119 Elemento Metodologia Descrição intervenções. A aleatorização da formação dos professores foi efectuada após estratificação da área educativa da escola, média de desempenho da escola nas provas de aferição para o Certificado do Ensino Básico do Quénia, efectuadas em 2001, e a proporção entre os géneros no ensino pré-primário. A aleatorização das fardas foi efectuada após a estratificação de haver ou não na escola reforço da formação sobre o HIV, da localização geográfica, do desempenho da escola e da proporção entre os géneros. Visando obter dados sobre as matrículas e a assiduidade, os técnicos de campo da ONG visitaram cada escola 6 vezes, durante a qual efectuaram a chamada com base na lista de referência de alunos inscritos e se informaram sobre o paradeiro dos alunos ausentes. Para calcular as consequências, utilizou-se um enquadramento regressivo simples. Permanecer na escola: consequências positivas. Oferecer as fardas escolares contribuiu para manter os alunos na escola Primeiros resultados e durante mais tempo. Diminuíram as taxas de abandono escolar, as taxas de casamentos entre adolescentes e as de gravidez e maternidade na adolescência. As raparigas de escolas onde fossem distribuídas fardas gratuitas tinham uma probabilidade números 2,5% inferior de abandonar a escola, o que corresponde a um decréscimo de 15%. No caso dos rapazes, houve igualmente um decréscimo de 15%. Resultados não educativos: Consequências indistintas. Dois anos mais tarde, o programa de formação de professores teve pouco impacto no conhecimento, na admissão voluntária de uma vida sexual activa e na utilização de preservativos por parte dos alunos ou nos partos de mães adolescentes. Todavia, a formação dos professores estimulou a tolerância dos alunos para com os portadores de HIV/SIDA e as raparigas que participaram no programa tinham maior probabilidade de casar com os pais dos seus filhos. O impacto global sobre o risco de exposição ao HIV foi indefinido. A formação de professores e o acompanhamento nos clubes de saúde custou 550 USD por escola. O debate sobre preservativos Custo não teve custos. As fardas custaram cerca de 6 USD por aluno (valores de 2003) Formação do Houve formação de professores sobre o programa de HIV/SIDA. pessoal Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 120 17. Quénia: Incentivos aos Professores Elemento Descrição Citação Questão investigada Participantes Localização Intervenção Glewwe, P., Ilias N., & Kremer, M. (2003). Teacher incentives. Abdul Latif Jameel Poverty Action Lab. Paper No. 11 Quais as consequências do programa de incentivos aos professores nos resultados de aprendizagem dos alunos e no comportamento do professor? 50 escolas do ensino básico e pré-secundário (4º ao 8º anos) Distritos de Busia e Teso, no Quénia O programa proporcionava às escolas a oportunidade de oferecer bónus monetários aos professores, caso os seus alunos tivessem um bom desempenho. Premiava os professores do 4º ao 8º ano com base no desempenho da escola, na sua globalidade, e nos exames anuais da área educativa. Todos os professores destes anos se encontravam em condições de obter este prémio. Os professores dos anos inferiores não tomavam parte no desafio por não haver exames da área educativa nesses anos. Recebiam lanternas como prémio simbólico, quer pertencessem ou não a uma escola vencedora. Havia duas categorias de prémios: “Escola mais bem classificada” e “Escola que melhorou mais”. No total, os prémios foram atribuídos a 24 das 50 escolas participantes. Dado que os exames da área educativa dos distritos de Busia e Teso eram distintos, os prémios eram oferecidos a cada uma das áreas educativas, proporcionalmente ao número de escolas do distrito. De modo a desencorajar as escolas de obrigar os alunos mais fracos a repetir o ano, a abandonar a escola ou a não realizar o exame, aos alunos que não realizassem o exame eram atribuídas classificações baixas. Para desencorajar ainda mais as escolas de recrutar os melhores alunos para realizar os exames, só eram incluídos na média classificativa de cada escola os alunos matriculados nessa escola até Fevereiro de 1998. Foram comparadas as 50 escolas intervencionadas com as 50 não intervencionadas. Das 100 escolas que o Ministério da Educação considerou particularmente necessitadas de auxílio, foram aleatoriamente escolhidas 50, enquanto as restantes 50 formaram o grupo de comparação. Comparação Metodologia Foram recolhidos dados sobre inúmeros tipos de esforços dos docentes – assiduidade, atribuição de trabalho de casa, técnicas pedagógicas e disponibilidade para leccionar aulas adicionais de preparação para o exame – além de dados sobre as classificações do aluno após o final do programa. O programa decorreu durante dois anos, desde o início de 1998, e os progressos foram medidos tendo por base as classificações dos exames de 1996. Assiduidade à escola: sem consequências. As taxas de abandono escolar não foram inferiores nas escolas intervencionadas, Primeiros resultados e mas como estavam condicionados pela matrícula na escola havia maior probabilidade e mais incentivo para os alunos realizarem os exames. números Repetência: sem consequências. A taxa de repetência foi insignificantemente inferior nas escolas intervencionadas. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 121 Elemento Descrição Classificações: consequências positivas. Os alunos das escolas com um programa de incentivo aos professores tinham maior probabilidade de, a curto prazo, realizar os exames e obter classificações mais altas. Assiduidade do professor: sem consequências. Os professores incluídos nas escolas intervencionadas não tiveram taxas superiores de assiduidade ou de atribuição de trabalhos de casa. Todavia, os professores das escolas intervencionadas aumentaram as actividades de preparação para os testes e estimularam os seus alunos matriculados na escola a realizar o teste. Resultados não educativos: o comportamento dos professores (pedagogia) não revelou diferença significativa entre as escolas intervencionadas e as de comparação. O programa de incentivos oferecia prémios que variavam entre 21 e 43% do salário mensal habitual de um professor, Custo comparáveis aos programas de mérito realizados nos Estados Unidos da América. Formação do O pessoal não recebeu formação. pessoal Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 122 18. Quénia: Fornecimento de manuais escolares Elemento Descrição Citação Glewwe, P., Kremer, M., & Moulin, S. (2007) Many Children Left Behind? Textbooks and Test scores in Kenya. Cambridge, MA: The Abdul Latif Jameel Poverty Action Lab. Será que o fornecimento de manuais escolares oficiais faz subir substancialmente os resultados educacionais avaliados consoante as classificações do aluno? 100 escolas do ensino básico com fraco desempenho Quénia. Distritos de Busia e Teso, na zona ocidental do Quénia Fornecimento de manuais escolares oficiais: dado que, no Quénia, é prática comum a partilha de manuais escolares, foram fornecidos cerca de 60% dos manuais escolares de inglês e ciências e 50% dos de matemática, por aluno, dando praticamente a todos os alunos acesso partilhado a um manual escolar. Foram comparados quatro grupos de 25 escolas: o Grupo 1 foi intervencionado em 1996, o Grupo 2 em 1997, o Grupo 3 em 1998 e o Grupo 4 em 2000. Compararam-se, anualmente, as escolas intervencionadas com as que ainda não tinham sido intervencionadas. No final de 1995, o gabinete da área educativa do Ministério da Educação seleccionou 100 escolas do ensino básico dos distritos de Busia e Teso para participarem no Programa de Auxílio Escolar (SAP). Estas escolas foram escolhidas porque foram consideradas como carecendo de auxílio e (com uma excepção) nunca tinham participado num programa de distribuição de manuais escolares. Em 1995, a média das classificações dos testes nas escolas do SAP era relativamente mais baixa do que a média das 333 escolas de Busia e Teso. Questão investigada Participantes Localização Intervenção Comparação Metodologia As 100 escolas foram aleatoriamente divididas em quatro grupos de 25. Um dos grupos foi escolhido para receber os manuais escolares oficiais no início de 1996. Em 1997, outro grupo foi escolhido para receber subsídios no valor de 2,65 USD por aluno para adquirir material didáctico (incluindo manuais escolares). As escolas dos Grupos 3 e 4 receberam subsídios semelhantes no início de 1998 e 2000, respectivamente. Antes de serem distribuídos os manuais escolares, foi realizado, em todas as escolas, um pré-teste, tipo exame da área educativa, e as classificações dos exames foram recolhidas no final dos anos subsequentes ao programa para comparação de dados. Foram igualmente monitorizadas as actividades da turma e a taxa de abandono escolar. Permanecer na escola: sem consequências. Não houve provas de que o fornecimento de manuais escolares reduzisse quer a Primeiros resultados e repetência quer a taxa de abandono escolar. números Progressão na escolaridade: consequências positivas. Os manuais escolares aumentaram a progressão para o ensino secundário dos alunos do oitavo ano, o que torna evidente a hipótese de o programa beneficiar mais os melhores alunos, dado que apenas Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 123 Elemento Descrição estes alcançam o 9º ano e têm esperança de frequentar o ensino secundário, enquanto muitos alunos dos anos inferiores foram, de facto, incapazes de ler os manuais escolares. Os alunos do oitavo ano, um grupo seleccionado e academicamente forte, tinham uma probabilidade 5 pontos percentuais superior de ingressar numa escola do ensino secundário no segundo ano de implantação do programa à dos alunos das escolas de comparação. Classificações: sem consequências. No final do ano lectivo não houve provas de que o fornecimento de manuais escolares aumentasse a média das classificações. Os Grupos 2, 3, e 4 receberam um subsídio no valor de 2,65 USD por aluno, ou, em média, de 727 USD por escola, 43% do Custo qual serviu para adquirir manuais escolares. Não foi divulgada informação relativamente aos gastos do Grupo 1. Formação do Cada ano de escolaridade e disciplina que recebeu manuais escolares recebeu igualmente um exemplar do respectivo guia do professor. pessoal Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 124 19. Quénia: Programa de Bolsas de Estudo para Raparigas Elemento Descrição Citação Questão investigada Participantes Kremer, M., Miguel, E., Thornton, R. (2011). Incentives to Learn: A Merit Based Girls’ Scholarship Program in Kenya Será que o programa de bolsas de estudo por mérito aumenta a assiduidade do aluno e do professor? Raparigas do 6º ano de 69 escolas do ensino básico, acompanhadas 4 a 5 anos após a concessão das bolsas de estudo. Distritos de Busia e Teso, Quénia. As raparigas destas localidades são socialmente marginalizadas e não são politicamente emancipadas ou autónomas. São do género feminino e jovens, numa sociedade em que os homens mais velhos detêm uma autoridade esmagadora e são oriundas dos politicamente fracos grupos étnicos dos Luhya e dos Teso. Cerca de 85% das crianças em idade de frequentar o ensino básico na zona ocidental do Quénia estão matriculadas na escola, mas apenas cerca de um terço conclui este ciclo escolar. As taxas de abandono escolar costumam ser mais altas para as raparigas; em 2001, a taxa de abandono escolar do 6º ano era de 10% para as raparigas e de 7% para os rapazes. O GSP (Programa de Bolsas de Estudo para as Raparigas) foi desenvolvido pela International Child Support (ICS) Africa. O Intervenção programa de bolsas de estudo recompensava raparigas do 6º ano de escolaridade das escolas intervencionadas, cujo desempenho no exame oficial no final do ano lectivo, as colocasse entre os primeiros 15%. Comparação Foram comparadas 34 escolas do ensino básico (1640 alunos) que receberam bolsas de estudo com 35 escolas (1652 alunos) que não receberam bolsas de estudo. As escolas-alvo do GSP e as de controlo, situadas em Busia, são semelhantes em termos de características de referência visíveis, indiciando que a aleatorização produz grupos semelhantes. Metodologia A aleatorização de escolas-alvo e de controlo decorreu utilizando um gerador aleatório de números, após uma primeira estratificação por divisão administrativa e participação anterior num programa de uma ONG. Foram aleatoriamente convidadas para participar no programa 64 escolas de um conjunto de 127. A fim de se avaliar a persistência dos benefícios escolares e de outros impactos do programa, a longo prazo, foi realizado um inquérito de acompanhamento cerca de quatro a cinco anos após o desafio GSP. A análise da amostra final, com dados do inquérito de referência, classificações dos testes de 2001 ou 2002 e dados do inquérito de acompanhamento, incluiu 1385 raparigas, oriunda, praticamente na mesma proporção, de escolas-alvo e de controlo. Permanecer na escola: consequências positivas. As raparigas das escolas intervencionadas tinham uma probabilidade 7,8% Primeiros resultados e superior de continuar matriculadas na escola 4 anos após a atribuição inicial de uma bolsa de estudo. números Progredir na escolaridade: consequências positivas. As raparigas que receberam bolsa de estudo tinham uma probabilidade 8,6% superior de ter frequentado pelo menos uma parte do ensino secundário. Localização Consequências nas classificações: consequências positivas. O programa fez subir as classificações dos testes 0,19 sobre o Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 125 Elemento Descrição desvio-padrão das raparigas matriculadas nas escolas aptas a receber bolsas de estudo. Estas consequências foram mais relevantes nos alunos de Busia, onde o programa elevou 0,27 os desvios-padrão das classificações. Não houve consequências em Teso. Verificaram-se igualmente aumentos significativos das classificações das raparigas de Busia com fracas probabilidades de conquistar uma bolsa de estudo, sugerindo ter havido efeitos exógenos positivos na aprendizagem. As consequências médias do programa para as raparigas correspondem a um aumento de 0,2 das classificações nas aprendizagens do ensino básico e estes benefícios mantiveram-se durante todo o ano seguinte à competição. Existem igualmente provas de efeitos exógenos positivos do programa em toda a turma; os rapazes (que não podiam ser escolhidos para estas bolsas de estudo) viram as suas classificações subir em média 0,08 relativamente ao desvio-padrão. O prémio incluía uma bolsa de 500 xelins quenianos (6,40 USD naquela altura) paga à escola para cobrir as propinas escolares e uma bolsa de 1000 xelins quenianos (12,80 USD) paga em numerário á família da rapariga para cobrir outras despesas com educação, durante os dois anos a seguir à cooperação, correspondentes aos dois primeiros anos de escolaridade. Nestas condições, o total da bolsa atribuída às vencedoras ascendia a cerca de 38 dólares norte-americanos atribuídos ao longo de dois anos. Formação do O pessoal não recebeu formação. pessoal Custo Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 126 20. Quénia: Desparasitação Elemento Descrição Citação Miguel, E. & Kremer, M. (2004). Worms: Identifying impacts on education and health in the presence of treatment externalities. Econometrica, 72(1), 159-217. Será que a desparasitação faz subir assiduidade escolar e os resultados? Questão investigada Participantes Localização Intervenção Comparação Metodologia 30 000 crianças entre os 6 e os 18 anos de 75 escolas rurais do ensino básico. Quénia. O distrito meridional de Busia é uma região agrícola pobre e densamente povoada, com a taxa de parasitoses intestinais mais elevada do país. Tratar as crianças: de acordo com as indicações da Organização Mundial de Saúde, as escolas com prevalência de geohlemintas superior a 50% eram objecto de um tratamento em massa com albendazol, de seis em seis meses, e as escolas com prevalência de bilharzíase superior a 30 pontos percentuais eram objecto de tratamento anual em massa com praziquantel. Todas as escolas intervencionadas satisfizeram os objectivos de redução de geohlemintas, tanto em 1998 como em 1999. Seis das 25 escolas intervencionadas satisfizeram os objectivos de redução da bilharzíase em 1998 e 16 das 50 escolas intervencionadas satisfizeram os objectivos de redução em 1999. Segundo uma prática padronizada, os protocolos médicos não receitaram medicamentos a raparigas com 13 anos de idade ou mais velhas dado o receio da potencial teratrogenicidade dos medicamentos. Educação sobre a prevenção de parasitas intestinais: as escolas objecto dos tratamentos receberam igualmente campanhas de prevenção contra parasitas intestinais através de conferências periódicas sobre saúde pública, da afixação de cartazes e da formação de professores. A educação sanitária realçou a importância da lavagem das mãos para evitar ingerir larvas de lombrigas e tricocéfalos, de calçar sapatos para evitar infecções por ancilostomas e de não nadar em água doce contaminada para evitar a bilharzíase. Compararam-se três grupos de 25 escolas: o Grupo 1 recebeu tratamento em 1998 e 1999, o Grupo 2 em 1999 e o Grupo 3 em 2001. Deste modo, em 1998, as escolas do Grupo 1 constituíam o grupo intervencionado, enquanto os Grupos 2 e 3 constituíam os grupos de comparação; em 1999, as escolas dos Grupos 1 e 2 constituíam o grupo “tratado” enquanto o Grupo 3 era o de “comparação”. As escolas começaram por ser estratificadas por subunidade administrativa (zona) e através da sua participação noutros programas de ajuda não-governamental sendo, posteriormente, elaborada uma lista por ordem alfabética, contava-se de três em três e essas escolas iam formando um determinado grupo de projecto. No início de 1998, e de novo no início de 1999, redigiram-se questionários destinados às escolas e aos alunos. Antes do tratamento, os grupos apresentavam semelhanças na maioria das características demográficas, nutricionais e socioeconómicas, Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 127 Elemento Descrição mas, apesar da selecção aleatória — que gerou grupos com características similares — os alunos do Grupo 1 pareciam estar em pior situação do que os alunos dos Grupos 2 e 3, relativamente a certas grandezas, criando uma potencial distorção das conclusões significativas do programa. Não houve diferenças estatisticamente relevantes entre as escolas dos Grupos 1, 2, e 3 quanto a matrículas, distância do Lago Vitória, instalações sanitárias da escola, peso do aluno por idade, posse de 10 bens, malária comunicada voluntariamente ou à densidade de outros alunos do ensino básico localizados num raio de três quilómetros ou de três a seis quilómetros. As taxas de parasitoses intestinais na zona geográfica limítrofe eram igualmente idênticas nos três grupos. As taxas de assiduidade escolar não diferiam significativamente no início de 1998, antes da primeira ronda de tratamento médico, embora esta informação de referência sobre a assiduidade provenha dos registos da escola, que não foram considerados fiáveis. A aleatorização de uma desparasitação transversal às escolas permitiu calcular as consequências globais do programa ao relacionar as escolas tratadas com as escolas comparadas, mesmo existindo aspectos extrínsecos à escola. O estudo calculou os aspectos extrínsecos a todas as escolas estudadas, partindo da variação da densidade local das escolas intervencionadas induzida pela aleatorização. Embora a aleatorização transversal às escolas tenha permitido identificar experimentalmente as consequências globais do programa e os aspectos extrínsecos transversais, o estudo baseou-se em métodos não experimentais para decompor os efeitos nas escolas intervencionadas num efeito directo e num efeito extrínseco inerente à escola. Assiduidade à escola: consequências positivas. O benefício médio de assiduidade à escola, no caso da relação entre escolas Primeiros resultados e intervencionadas e escolas comparadas no decorrer dos dois anos de duração do projecto, é de 5,1 pontos percentuais, reduzindo o absentismo geral em pelo menos um quarto, com benefícios particularmente relevantes nas crianças mais novas. números As consequências mais significativas para as crianças mais novas poderão ter ficado a dever-se parcialmente a taxas mais elevadas de infecções moderadas e intensas. Houve igualmente uma redução mais elevada do absentismo dos rapazes e das raparigas jovens, ao contrário das raparigas mais velhas, consistente com as diferenças de tratamento. Todavia, também houve consequências significativas nas raparigas mais velhas, que frequentaram a escola com mais regularidade, provavelmente porque os irmãos mais novos também participaram mais. Classificações: sem consequências. Não houve provas de que a desparasitação aumentasse as classificações. Resultados não educativos: consequências positivas. Após o tratamento, as taxas de infecção decresceram. As taxas de infecção no final do primeiro ano eram de 27% no Grupo 1 (intervenção) e de 52% no Grupo 2 (comparação). Houve outros resultados sanitários (doenças detectadas, anemias) superiores no grupo intervencionado. O custo anual do tratamento foi de 3,50 USD (valores de 1999) Custo Formação do Os professores das escolas intervencionadas receberam formação na prevenção de parasitoses intestinais. pessoal Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 128 21. Madagáscar: Gestão do Ensino Básico Elemento Descrição Citação Duflo, E., Lassibille, G., e Nguyen, T. V. (2008). Improving Management in Education: Evidence from a Randomized Experiment in Madagascar. Cambridge, MA: The Abdul Latif Jameel Poverty Action Lab. Será que a promoção da monitorização local e por objectivos melhora a qualidade da educação e os resultados? Questão investigada Participantes Localização Intervenção Os administradores e professores dos distritos e subdistritos de 3774 escolas do ensino básico de 30 áreas educativas com ênfase em escolas com taxas superiores de repetência. Madagáscar: todas as áreas geográficas do país. Intervenção ao nível distrital: os administradores dos 15 distritos intervencionados foram dotados de ferramentas operacionais e de formação, que incluía formulários para visitas de supervisão a escolas e folhas de aprovisionamento para material e subsídios escolares. Intervenção ao nível subdistrital: em subdistritos escolhidos aleatoriamente, o pessoal recebeu igualmente ferramentas e formação. Intervenção ao nível de escola: nos subdistritos, os professores de escolas aleatoriamente seleccionadas receberam ferramentas pedagógicas e administrativas (por exemplo planeamento das aulas, assiduidade, progressão dos alunos) e os pais foram incluídos na monitorização das actividades escolares, o que implicava reuniões na escola, nas quais se fornecia aos pais relatórios escolares e se lhes permitia trabalhar em conjunto sobre a educação na aldeia. Comparação Foram comparadas 1721 escolas de 207 subdistritos de 15 distritos que não foram de modo algum intervencionadas. Foi ainda comparado o impacto das intervenções por objectivos face à conjugação das mesmas com a responsabilização local. Metodologia No decorrer de visitas imprevistas, foram recolhidos dados sobre a assiduidade dos alunos, bem como classificações, por meio de uma prova de aptidão efectuada autonomamente. Além da verificação local do absentismo dos professores e alunos, os directores e professores das escolas foram entrevistados sobre a forma como utilizavam as ferramentas e sobre as suas práticas administrativas e pedagógicas. Assiduidade à escola (intervenção ao nível de escola): consequências positivas. A assiduidade média subiu 4,3 pontos Primeiros resultados e percentuais. números Classificações (intervenção ao nível de escola): consequências positivas. As classificações dos alunos deste grupo são 0,1 superiores ao desvio-padrão das do grupo de comparação. Comportamento dos administradores distritais e subdistritais: efeito mínimo. Embora cada uma das ferramentas seja utilizada Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 129 Elemento Descrição por 90% dos responsáveis subdistritais e por mais de metade, em média, dos responsáveis distritais, estes não envolveram activamente os pais nem a comunidade local na monitorização da escola. Planeamento das aulas por parte do professor (intervenção ao nível de escola): consequências positivas. Os professores preparam planos das aulas e avaliaram os seus alunos com maior frequência. O planeamento dos professores melhorou, em média, 0,26 relativamente ao desvio-padrão e as práticas de avaliação dos alunos 0,14 relativamente ao desvio-padrão. Outros comportamento dos professores (intervenção ao nível de escola): sem consequências. A assiduidade dos professores e a comunicação da escola com os pais não melhoraram. Não há informação sobre o custo. Custo Formação do Os funcionários das áreas e subáreas educativas receberam formação sobre ferramentas operacionais. Os professores receberam formação sobre as ferramentas administrativas e pedagógicas. pessoal Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 130 22. Malawi: Transferências bancárias condicionais Elemento Descrição Citação Baird, S., McIntosh, C., & Özler, B. (2009). Designing cost-effective cash transfer programs to boost schooling among young women in sub-Saharan Africa. Policy Research Working Paper 5090, The World Bank, Development Research Group, Poverty and Inequality Team. Será que as raparigas em idade escolar que recebem transferências bancárias condicionais permanecem na escola? Será que as raparigas que abandonaram a escola regressam quando recebem transferências bancárias? O estudo iniciou-se com uma amostra de 3805 raparigas com idades compreendidas entre os 13 e os 22 anos (solteiras), tendo 1225 sido colocadas no grupo intervencionado. No final de um ano, foram localizadas 3545 raparigas que responderam a um inquérito de acompanhamento, sendo 1141 do grupo intervencionado. As raparigas intervencionadas eram as que já tinham abandonado a escola (abandonos de referência) e as que frequentavam a escola inicialmente (raparigas em idade escolar no início da intervenção). Para o projecto de SDPP interessam apenas os resultados relativos às raparigas em idade escolar no início da intervenção. Malawi: Zomba foi escolhida como o local de estudo por diversas razões: Tem uma dimensão populacional suficiente numa área geográfica reduzida o que facilita a logística do trabalho e reduz os custos com transportes É um distrito com elevada densidade populacional mas situa-se relativamente perto da capital do distrito (cidade de Zomba) Zomba detém uma elevada taxa de abandono escolar e frequência escolar baixa. Segundo o IHS-2 (2004), a maior causa de abandono escolar é financeira Em Zomba, as taxas de HIV/SIDA das mulheres com idade compreendida entre os 15 e 49 anos são as mais elevadas do país, atingindo os 24,6% (MDHS, 2004) Questões investigadas Participantes Localização Intervenção Comparação A amostra foi retirada de três estratos: urbano, áreas rurais perto da cidade de Zomba e áreas rurais afastadas da cidade de Zomba. Transferências bancárias condicionais: foram concedidos incentivos (sob a forma de propinas escolares e de transferências bancárias) a raparigas que se encontravam a frequentar a escola e a mulheres jovens que tinham abandonado recentemente a escola, visando mantê-las ou fazê-las regressar à escola. O pagamento incluía transferências bancárias para os pais, dinheiro entregue directamente à rapariga e pagamento directo das propinas escolares, no caso das raparigas do grupo intervencionado de forma condicional a frequentar o ensino secundário. Fazia parte do programa verificar mensalmente a assiduidade escolar de todas as beneficiárias das transferências bancárias condicionais e o pagamento seguinte ficava suspenso caso a assiduidade da aluna no mês anterior fosse inferior a 75%. Não foi verificada a assiduidade das beneficiárias da intervenção incondicional. Comparou-se o grupo intervencionado, alvo das transferências bancárias condicionais, com outro a receber transferências Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 131 Elemento Metodologia Descrição incondicionais e com o grupo de controlo que não recebia quaisquer transferências. Retirou-se aleatoriamente uma amostra de 176 Áreas de Enumeração (AEs) de um total de 550 AEs, em Zomba, e o estatuo de intervencionada foi atribuído ao nível de AE. As 176 AEs seleccionadas foram divididas em dois grupos de dimensão equivalente: intervencionado e de controlo. Além do mais, as raparigas em idade escolar no início da intervenção em cada AE foram designadas aleatoriamente para receber transferências condicionais ou incondicionais. Nas AEs intervencionadas, foram oferecidas transferências bancárias a todas as alunas protagonistas dos abandonos de referência. A amostra de 88 AEs intervencionadas foi posteriormente dividida em três grupos, com base no estatuto de intervenção junto das raparigas em idade escolar no início da intervenção: em 46 AEs, uma parcela aleatoriamente definida de raparigas em idade escolar recebia transferências condicionadas, em 27 AEs, uma parcela aleatoriamente definida de raparigas em idade escolar recebia transferências incondicionais e nas restantes 15 AEs apenas as raparigas protagonistas dos abandonos escolares de referência eram alvo de intervenção, enquanto as raparigas em idade escolar no início da intervenção não recebiam transferências. Em cada uma das AEs seleccionadas todas as raparigas que tinham abandonado a escola elegíveis e 75 a 100% de todas as raparigas em idade escolar elegíveis eram incluídas na amostra, onde as percentagens dependiam da idade das raparigas em idade escolar no início da intervenção. Visando calcular os impactos causais do programa, o estudo calculou uma regressão das diferenças nas diferenças recorrendo a efeitos fixos individuais. As regressões são tratadas de modo a serem representativas das AEs estudadas. Os resultados para as raparigas em idade escolar no início da intervenção são os seguintes: Primeiros resultados e Assiduidade relacionada com o valor da transferência bancária: sem consequências. “Não existem provas de que o aumento do números valor global das transferências tenha um impacto marginal forte na assiduidade escolar relacionada com a recepção da transferência de valor mínimo”. Permanecer na escola: consequências positivas mínimas. A consequência da intervenção no abandono escolar ao fim de um ano, de 4,6 pontos percentuais, representou um decréscimo de mais de 40% da taxa de referência de controlo do abandono de 10.9%.” Literacia em Inglês: algumas consequências positivas. “Entre os efeitos na escola de referência, …os únicos impactos observam-se nos primeiros níveis de ensino (5º e 6º normais) e, consequentemente, a literacia atingiu níveis suficientemente elevados para que não sejam detectadas quaisquer consequências da intervenção”. Custo Concluir a escolaridade: sem consequências. “Não existe … qualquer impacto com significado estatístico nas raparigas em idade escolar no início da intervenção.” O montante concedido aos pais foi escolhido aleatoriamente, variando entre 4 e 10 USD/mês, mas todos os beneficiários de Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 132 Elemento Descrição determinada AE recebiam o mesmo montante. O montante da transferência individual foi definido por sorteio, retirando as raparigas um número de um envelope para ganhar um montante entre 1 e 5 USD/mês. As transferências bancárias eram mensais (valores de 2008) Formação do O pessoal não recebeu formação. pessoal Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 133 23. México: o Programa PROGRESA de Transferências Bancárias Condicionais Elemento Descrição Citação Schultz, T. (2000). School subsidies for the poor: Evaluating a Mexican strategy for reducing poverty. Washington, DC: International Food Policy Research Institute. Qual o impacto dos subsídios escolares nas matrículas? Questão investigada Participantes Localização Intervenção Comparação Metodologia Parte deste estudo foi constituída por alunos do 3º ao 9º ano de 495 comunidades rurais pobres do México, 314 das quais integravam o programa de Educatión, Salud y Alimentación (PROGRESA) e 181 não. México. Os sete estados mais pobres — Hidalgo, Michoacan, Puebla, Queretaro, San Luis Potosi, Veracruz e Guerrero — foram escolhidos para a intervenção. Transferências bancárias condicionais. O PROGRESA atribuía às mães das comunidades rurais pobres subsídios para educação, caso os seus filhos frequentassem a escola entre o 3º e o 9º ano, com uma assiduidade de pelo menos 85%. Para se habilitar, o aluno tinha de estar matriculado e de ter concluído a ano anterior. Compararam-se os alunos de comunidades pobres seleccionadas aleatoriamente cujas mães recebiam o subsídio com aqueles cujas mães se tinham candidatado aos subsídios mas não os recebiam. Tanto as populações intervencionadas quanto as de controlo foram inquiridas duas vezes no ano anterior ao anúncio do programa e acompanhadas nos dois anos subsequentes ao início do programa, constituindo um total de cinco ciclos de inquirição. O estudo centrou-se nas taxas de matrícula de grupos de crianças estratificados pelo número de anos de escolaridade concluídos. Esta fragmentação da amostra facilitou o cálculo das consequências do programa. Para que uma criança se pudesse habilitar ao subsídio escolar do PROGRESA devia ter concluído a escolaridade do 2º ao 8º ano e estar, naquele momento, inscrita no ano seguinte. Foram analisadas duas amostras do censo de referência e dos inquéritos de acompanhamento: um painel ponderado e uma amostra colectiva. A amostra rotativa incluía todas as crianças entre os 5 e os 16 anos identificadas no censo demográfico de Outubro de 1997, que preencheram as perguntas sobre idade, escolaridade e matrícula, cuja escolaridade dos progenitores coresidentes foi referida e cuja localidade coincidia com as informações de outros ficheiros informativos da comunidade. A amostra rotativa foi posteriormente reduzida, de modo a incluir apenas as crianças que podiam ser seguidas e comparadas com os dados do inquérito anterior ao programa, realizado por volta de Março de 1998, e dos três inquéritos realizados posteriormente, em Outubro de 1998 e Maio e Novembro de 1999. A segunda maior amostra colectiva incluía todas as crianças com idade compreendida entre 5 e 18 anos, observadas pelo menos uma vez, e que pudessem ser relacionadas com dados suficientes sobre o agregado familiar a fim de se calcular o modelo de matrícula de referência. Matrícula na escola: consequências positivas. Ao nível do ensino básico, a taxa de matrícula subiu 0,96 pontos percentuais Primeiros resultados e para as raparigas e 0,74 pontos percentuais para os rapazes (as taxas para ambos os géneros começaram em 94%). No ensino Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 134 Elemento Descrição secundário, as taxas de matrícula aumentaram 9,3 pontos percentuais para as raparigas e 5,8 pontos percentuais para os rapazes (as taxas dos rapazes eram de 73% e das raparigas de 67%). Permanecer na escola: consequências positivas. A diferença mais significativa dizia respeito às crianças que tinham concluído o 6º ano estando, por conseguinte, qualificadas para se matricular no ensino pré-secundário; neste grupo, a taxa de matrícula subiu 11,1 pontos percentuais, a partir da taxa do pré-programa de 58% a 69%. No caso das raparigas, as taxas de matrícula subiram 14,8 pontos percentuais, em comparação com as dos rapazes, cujas matrículas subiram 6,5 pontos percentuais. A diferença nas diferenças média foi de 3,6 pontos percentuais em todos os anos de escolaridade, para o conjunto de ambos os géneros. Este número é cerca de dois terços de ano superior para os participantes no PROGRESA. O valor do subsídio aumentava para o quádruplo do 3º para o 9º ano. Os subsídios variavam entre 7,74 USD/2 meses no 3º ano Custo (ambos os géneros) e 24,86 USD/2 meses no 9º ano, para os rapazes, e 28,18 USD/2 meses para as raparigas do 9º ano. Os subsídios das raparigas eram ligeiramente superiores aos dos rapazes, ao nível do pré-secundário, dado que, neste nível, as raparigas tinham uma taxa de matrícula cerca de 6 pontos percentuais inferior à dos rapazes. O montante auferido por uma rapariga do 9º ano correspondia a cerca de 44% do salário diário habitual de um trabalhador de uma comunidade agrícola (valores de 1998). Formação do O pessoal não recebeu formação. pessoal números Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 135 24. Nepal: Menstruação e Educação no Nepal Elemento Descrição Citação Questão investigada Participantes Localização Oster, E., Thorton R. (2009) Menstruation and Education in Nepal. National Bureau of Economic Research. Massachusetts. Qual o impacto de fornecer produtos sanitários modernos para a menstruação na escolaridade das raparigas? Intervenção Comparação Metodologia Alunas do 7º e 8º anos (198 raparigas). Metade das raparigas foi alvo da intervenção. Nepal. Quatro escolas (duas urbanas e duas periurbanas) da cidade e dos arredores de Bharatpur, no distrito de Chitwan, foram escolhidas para a intervenção. Foram distribuídos aleatoriamente copos menstruais, às raparigas incluídas no estudo, durante o seu período menstrual, tendo sido seguidas durante quinze meses, a fim de se medirem as consequências da intervenção. Um copo menstrual é um dispositivo pequeno, em silicone, com o formato de uma campainha, utilizado internamente durante a menstruação; o copo enche-se e deve ser esvaziado e lavado aproximadamente duas vezes por dia. Usado cuidadosamente, pode ser reutilizado durante 10 anos. Compararam-se as alunas que receberam o copo menstrual com as que não receberam. Na primeira reunião, realizou-se um inquérito de referência quer às raparigas quer às mães. O inquérito incluía perguntas básicas sobre demografia, escolaridade, menstruação e auto-estima. No final da reunião inicial, procedeu-se à aleatorização. As raparigas tinham sido identificadas por números e a aleatorização foi efectuada através de sorteio público, durante o qual foram retirados 25 números de um saco. As raparigas que tinham os números sorteados foram escolhidas para o grupo intervencionado, juntamente com a mãe ou tutora. Pediu-se às raparigas do grupo intervencionado que permanecessem na reunião e foi entregue a cada uma, e à sua tutora, um copo menstrual. Após o encontro inicial, as raparigas foram seguidas durante cerca de quinze meses (desde Janeiro de 2008). Em Fevereiro de 2008, foi realizada uma segunda reunião em cada escola. Nesta reunião, foi preenchido um inquérito de acompanhamento semelhante ao de referência. Compareceram à reunião de acompanhamento 183 raparigas incluídas no estudo. As perguntas dos inquéritos de referência e de acompanhamento permitiram apurar alterações nos comportamentos e atitudes em resposta à posse de um copo menstrual. Ambos os inquéritos colocavam às raparigas questões sobre a sua assiduidade e resultados escolares, bem como sobre parâmetros de auto-estima, emancipação, capacitação e saúde. A atribuição aleatória do copo permitiu estimativas sem desvios sistemáticos da diferença entre as raparigas dos grupos intervencionados e de controlo. O estudo recorreu a dois modos para calcular com maior exactidão os cálculos de diferença nas diferenças — (1) usando dados anteriores à intervenção para controlo e (2) dados dos dias da menstruação e dos do restante ciclo. Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 136 Elemento Descrição Frequentar a escola: sem consequências. Embora as raparigas tivessem menos 3% de probabilidade de frequentar a escola nos Primeiros resultados e dias do período, não houve consequências significativas da atribuição de um copo menstrual na assiduidade escolar. Classificações: sem consequências. Não houve consequências nas classificações, no reconhecimento voluntário do aumento da números auto-estima ou na saúde ginecológica. O reduzido impacto dos produtos sanitários modernos para a menstruação pode dever-se, em parte, ao facto de estes facilitarem apenas a gestão do fluxo menstrual e não os espasmos ou a fadiga. As raparigas estudadas referiram serem os espasmos a principal razão pela qual faltavam à escola durante o período menstrual. Outras consequências: apesar da ausência de consequências na escola, este estudo atribui, de certo modo, algum valor a estes produtos. Das raparigas estudadas, 61% utilizaram alguma vez o copo entre as reuniões de referência e de acompanhamento e a utilização entre as raparigas do grupo de controlo, a quem foi dado um copo menstrual posteriormente, foi igualmente elevada. Além de referirem a facilidade, a comodidade de utilização e da gestão do fluxo menstrual, as raparigas incluídas no grupo intervencionado passaram menos 20 minutos por dia a lavar roupa nos dias em que tinham o período. Os resultados sugerem que existem de facto barreiras para as raparigas relacionadas com a menstruação. Todavia, o mero fornecimento de produtos higiénicos modernos às raparigas poderá não ser a solução para retirar ou reduzir essas barreiras. A participação no estudo dependia da presença na primeira reunião do estudo, altura em que as raparigas receberam canetas e Custo autocolantes e as mães receberam 100 rupias nepalesas (1,45 USD). Formação do O pessoal não recebeu formação. pessoal Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 137 25. Paquistão: Programa de Bolsas de Estudo para as Raparigas Elemento Descrição Citação Chaudhury, N. & Parajuli, D. (2006). Conditional Cash Transfers and Female Schooling: The Impact of the Female School Stipend Program on Public School Enrollments in Punjab, Pakistan. Impact Evaluation Series No. 9, The World Bank. Será que os programas de transferências bancárias condicionais para raparigas aumentam as suas matrículas nas escolas públicas? Questão investigada Eram elegíveis para a bolsa exclusivamente alunas dos 6º ao 8º anos de uma das 15 áreas educativas da província do Punjab, com taxas de literacia de 40% ou inferiores. Punjab, Paquistão. O Punjab é a mais vasta e mais rica província do Paquistão, com as mais elevadas taxas de literacia e de Localização matrícula e as diferenças entre os géneros são mais baixas, quando comparadas com as restantes províncias. Apesar de ser a província mais importante do Paquistão em termos de resultados educativos, existia uma série de problemas — afectação insuficiente de recursos ao sector da Educação, debilidade sistemática do funcionamento do sector público devido a uma excessiva centralização, gestão inadequada e fraco rendimento do sistema escolar em termos de qualidade, acesso e governação. Transferências bancárias condicionais. No âmbito do programa, cada uma das raparigas recebia uma bolsa caso estivesse Intervenção inscrita do 6º ao 8º ano numa escola pública feminina de uma das áreas educativas alvo e caso a sua assiduidade às aulas fosse, no mínimo, de 80 pontos percentuais. Os fundos eram enviados directamente para o agregado familiar da aluna por vale postal emitido pelo gabinete da área educativa. Comparação Compararam-se quatro grupos: 1. Escolas femininas das áreas educativas (intervencionadas: 1779 escolas femininas de 15 áreas educativas intervencionadas), 2. Escolas femininas em áreas educativas não intervencionadas (controlo 1: 3156 escolas femininas de 19 áreas educativas não intervencionadas), 3. Escolas masculinas em áreas educativas intervencionadas (controlo 2: 2247 escolas masculinas de 15 áreas educativas intervencionadas), e 4. Escolas masculinas em áreas educativas não intervencionadas (controlo 3: 3265 escolas masculinas de 19 áreas educativas não intervencionadas). O estudo debruçou-se sobre uma base de dados rotativa de escolas pertencente ao Sistema de Gestão de Informação Escolar Metodologia provincial, resultante dos censos de 2003 (antes do início do programa) e 2005 (após o programa). O estudo analisou as estimativas obtidas através de abordagens empíricas, incluindo diferenciação dupla e tripla, em conjunto com um desenho de regressão descontínua e de controlo das covariedades. Assiduidade à escola: consequências positivas. O estudo verificou consequências medianas na proporcionalidade da Primeiros resultados e assiduidade escolar das raparigas com idades entre os 10 e os 14 anos de cerca de 12 pontos percentuais. O avaliador Participantes Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 138 Elemento Descrição preferencial resultante de uma conjugação de estratégias empíricas de diferenciação dupla e tripla sugeriu que o impacto médio do programa era um acréscimo de 6 alunas matriculadas por escola em termos de alteração absoluta e um acréscimo de 9 pontos percentuais em termos de alteração relativa. Cerca de 3 USD por aluna por mês (valores de 2005). Custo Formação do O pessoal não recebeu formação. pessoal números Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 139 26. República das Filipinas: Materiais Didácticos Multinível, Almoços Escolares e Parcerias entre Pais e Professores Elemento Descrição Citação Tan, J. P., J. Lane, & Lassibille, G. (1999). Schooling Outcomes in Philippine Elementary Schools: Evaluation of the Impact of Four Experiments. World Bank Economic Review, 13 (3), 493-508. Será que o fornecimento de material didáctico multinível ou de almoços escolares, com ou sem parcerias entre pais e professores, reduz a taxa de abandono escolar e beneficia a aprendizagem do aluno? Questão investigada Participantes Localização Intervenção Comparação Metodologia 3953 alunos e 180 professores de 29 escolas do ensino básico (foi preciso rejeitar uma das escolas escolhida para ser de controlo). República das Filipinas: o projecto foi implementado em duas áreas educativas com baixos rendimentos de cada uma das cinco regiões do país. Cada uma das áreas educativas seleccionadas devia reunir pelo menos três dos cinco critérios de pobreza relativos a educação, saúde, habitação, desemprego e consumo do agregado familiar. Efectuaram-se quatro intervenções: 1. Fornecimento de materiais didácticos multinível (MDM), constituídos por materiais pedagógicos para os professores, visando ajudá-los a ministrar um ensino consoante a capacidade dos alunos, 2. Fornecimento de almoços escolares (AE), uma refeição gratuita nos dias em que a escola funcionava, 3. Materiais didácticos multinível conjugados com uma parceria entre pais e professores (PPP), que englobava uma série de reuniões de grupo periódicas (geralmente mensais) e 4. Almoços escolares conjugados com uma parceria entre pais e professores. A primeira abordagem permitiu aos professores ministrar um ensino adaptado às necessidades de cada aluno e foi muito menos dispendiosa do que os almoços escolares. As parcerias pais-professores não tiveram praticamente custos mas contribuíram para a aprendizagem dos alunos tanto em casa como na escola. Escolas semelhantes de cada área educativa foram aleatoriamente colocadas em grupos intervencionados com (a) MDM, MDM-PPP e controlo e (b) AE, AE-PPP e controlo. Foram seleccionadas três escolas de cada área educativa, de acordo com os seguintes critérios, em que cada uma: Disponibilizava todos os anos de escolaridade do ensino básico, com uma turma por ano; Tinha uma taxa de abandono escolar elevada, baseada nos registos administrativos; Não se localizava numa área que apresentasse riscos de segurança; e Não fornecia qualquer tipo de alimentação aos alunos. As três escolas de uma das áreas educativas de cada região foram aleatoriamente intervencionadas com materiais didácticos Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 140 Elemento Descrição multinível (MDM), com MDM com parcerias pais-professores (PPP) ou com controlo; no outro, as três escolas foram intervencionadas com almoços escolares (AE), com AE-PPP ou com controlo. O programa desenrolou-se ao longo de um ano lectivo completo. Os dados foram recolhidos no ano anterior às intervenções e no ano em que a intervenção decorreu. Permanecer na escola: Efeitos positivos. Nas escolas que utilizaram material didáctico multinível, com ou sem parcerias paisPrimeiros resultados e professores, houve decréscimo de 10% ou superior da taxa de abandono escolar. números Classificações: Consequências consistentes em Filipino e Inglês. As análises regressivas revelam que, controlando as variantes de referência e as classificações, os alunos das escolas que utilizaram material didáctico multinível com uma parceria paisprofessores tiveram resultados significativamente melhores em Filipino e Inglês no 1º ciclo. Estes alunos progrediram igualmente em matemática, embora a diferença não seja estatisticamente relevante. Os autores concluíram que a conjugação da utilização de material didáctico multinível com as parcerias pais-professores parecia ser a intervenção com melhor relação custo-eficácia. Não foram fornecidos dados sobre os custos de cada intervenção. Custo Formação do Os professores que estivessem a utilizar materiais didácticos multinível recebiam um curso de formação, com a duração de uma semana, antes da implementação. pessoal Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 141 Anexo D: Resumo dos Estudos de Combate ao Abandono Escolar que não Satisfizeram os Critérios Rigorosos do PCAE Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 142 Tabela D-1: Programas Internacionais de Combate ao Abandono Escolar que Não Satisfizeram todos os Critérios do PCAE (por ordem alfabética dos países) Autores Resultado(s) Relevante(s) Grupo-alvo Serviços Financeiros: Transferências bancárias condicionadas por uma assiduidade mínima de 75% das raparigas à escola, por terem obtido pelo menos 45% na prova de aferição anual e por se manterem solteiras até obterem o diploma do ensino secundário ou completarem 18 anos As escolas frequentadas pelas beneficiárias recebiam um subsídio de educação Financeiros: Rações mensais gratuitas de 12-16 kgs de arroz ou de 15-20 kgs de trigo, dependendo do número de filhos a frequentar a escola, no mínimo, 85% do tempo 27) Bangladesh, Programa de Bolsas de Estudo para o Género Feminino (Khandker et al., 2003; e Fuwa, 2001) Frequentar a escola Alunas do 6º ao 10º anos de áreas rurais 28) Bangladesh, Programa Alimentar para Educar (Ahmed & del Ninno, 2002 and Meng & Ryan, 2007) Frequentar a escola Permanecer na escola Famílias rurais pobres com filhos no 1º ciclo Metodologia Custos Efeitos PQE; Inquéritos demográficos e escolares antes e depois da implementação; sem equivalência de referência Os montantes variavam entre 0,37 USD/mês para uma rapariga do 6º ano e 0,88 USD/mês para uma rapariga do 10º ano A taxa de matrícula do género feminino aumentou cerca de 2% acima da taxa tendencial de aumento observada antes do encerramento do programa de bolsas monetárias, destinado a reduzir o fosso entre os géneros As taxas de abandono escolar mantiveram-se elevadas: estimadas para as raparigas em cerca de 18% para os 6º e 7º anos, aumentando para 24% no 9º e 10º anos, muito mais elevadas que a taxa de abandono escolar do género masculino de 15 e 18%, respectivamente PQE, 2002; Os inquéritos demográficos a 600 agregados familiares de 60 aldeias de 30 uniões e os questionários apresentados a 110 escolas das mesmas 30 uniões, recolhidos em Setembro-Outubro de 2000; sem dados sobre as equivalências de referência PQE, 2007; Modelo de regressão do probit e compatibilidade do índice 3 USD/aluno/mês (valores de 1998) 2002. As matrícula nas escolas com AETE aumentaram 35% nos primeiros dois anos; as matrículas em escolas sem AETE aumentaram cerca de 2,5% A assiduidade foi de 70% nas escolas com AETE e de 58% nas escolas sem AETE As taxas de abandono escolar foram de cerca de 6% no caso das crianças abrangidas pelo Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 143 Autores Resultado(s) Relevante(s) Grupo-alvo Serviços Metodologia Custos tendencial com a diferença nas diferenças nas taxas de participação escolar; faltou demonstrar a equivalência dos grupos de referência 29) Brasil (Graeff-Martins et al. 2006) Frequentar a escola Permanecer na escola Crianças do 1º ciclo de duas escolas com taxas de abandono escolar elevadas de Porto Alegre (urbanas) Académicos: Dois workshops para professores sobre desenvolvimento infantil e gestão de deficiências emocionais e comportamentais Pessoais//sociais: Cartas dirigidas às famílias sobre abandono escolar Três reuniões com pais sobre abandono escolar Concursos musicais sobre abandono escolar Linha telefónica de apoio para os pais para debater problemas Programa de 1 dia para alunos do 7º ano sobre as vantagens de permanecer na escola PQE; Foram escolhidas aleatoriamente duas escolas entre as 10 da cidade com as taxas de abandono escolar mais elevadas; 561 alunos foram colocados na escola intervencionada; 707 na de comparação; uma escola é insuficiente Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 144 Não foi fornecida qualquer informação sobre os custos Efeitos AETE em comparação com os 15% para as crianças que não beneficiavam do AETE As classificações foram mais baixas nas escolas com AETE (45% do valor máximo) versus escolas sem AETE (53%) 2007: AETE Aumentou a assiduidade escolar de 15 para 27% Aumentou a duração da escolaridade de 0,7 para 1,05 anos As crianças das escolas intervencionadas tinham em média 8 dias de ausência, significativamente menos do que os 11 dias dos alunos da escola de comparação Cerca de 4% das crianças da escola intervencionada abandonaram a escola, significativamente menos do que os 10% de crianças da escola de comparação. Esta diferença deveu-se a um aumento da taxa de abandono escolar na escola. de comparação. 18 dos 38 jovens que abandonam precocemente a escola e cuja saúde mental foi alvo de uma avaliação (45%) regressaram à escola Autores Resultado(s) Relevante(s) Grupo-alvo 30) Índia, A Experiência de Shankarpalle (Reddy & Sinha, 2010) Permanecer na escola Crianças da escola do 1º ciclo de Shankarpall e Mandal, Andhra Pradesh (sem descrição de urbanidade ou ruralidade) 31) Indonésia (Cameron, 209) Permanecer na escola Alunos do 1º, 2º e 3º ciclos de aldeias rurais pobres Serviços Avaliações da saúde mental para alunos ausentes 10 ou mais dias consecutivos, seguidas de referenciação aos serviços Académicos: Cursos de Verão visando preparar as crianças de um grupo etário superior ao dos colegas para ingressar nas turmas adequadas à sua idade Estruturais: Campanha para abolir o trabalho infantil e matricular cada criança na escola Política de promoção automática do 1º para o 2º ano Política de matricular as crianças ao longo do ano Política que permita às escolas do 1º ciclo prolongar o ensino até ao 7º ano Financeiros: Beneficiários da bolsa de estudo identificados por uma comissão escolar; recompensas condicionadas pela continuidade da Metodologia Custos Efeitos Dados recolhidos dos registos oficiais; sem grupo de comparação Sem informação sobre dados relativos aos custos As crianças transitaram do 1º ano; a diferença entre o número de crianças entre o 1º e o 10º ano foi significativamente reduzida O número total de crianças que frequenta a escola aumentou de 9063 em 1995-96 para 12 206 em 2005-06 A taxa de abandono escolar entre o 1º e o 2º anos decaiu de 28,5% em 1996-97 para 10,1% em 2004-05 A taxa de abandono escolar entre o 7º e o 8º anos decaiu de 21,3% em 1996-97 para 12,6% em 2004-05 PQE; "Inquérito das 100 Aldeias" a 120 agregados familiares de cada aldeia, recolhidos em Agosto e Dezembro de 1998; grupos intervencionados e de comparação não 10 USD/ano/aluno do 1º ciclo 20 USA/ano/aluno do 2º ciclo 30 A taxa de abandono escolar do 2º ciclo decresceu 3 pontos percentuais ou 38% relativamente ao nível anterior As taxas relativas ao 1º ciclo não foram afectadas pelo programa Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 145 Autores 32) Peru (Santiago & Chinen (2008) Resultado(s) Relevante(s) Frequentar a escola Permanecer na escola 33) República das PermaneFilipinas, cer na Projecto escola NODROPS (SEAMEO, 1995) Grupo-alvo Serviços Metodologia Custos Efeitos Não foi possível efectuar estimativas sobre o abandono escolar no 3º ciclo devido à reduzida dimensão da amostra As crianças do 1º ao 6º anos do grupo intervencionado apresentavam uma assiduidade mensal média de 90-95%, comparada com os 80-87% do grupo de comparação As crianças do 1º ao 6º anos do grupo intervencionado revelaram um decréscimo da taxa de abandono escolar entre 1995 e 1998 (não foi disponibilizada a diferença nas escolas de comparação) Os resultados das provas de aptidão do 4º ano foram ambíguos, tendo as escolas mais pequenas, com classes com vários anos de escolaridade, beneficiado da intervenção e as escolas com turmas com um único ano não Não se realizaram estatísticas; todavia, a taxa de abandono escolar diminuiu em todas as 6 escolas intervencionadas (em 4 escolas para 0), enquanto decresceu em 3 escolas de comparação (numa escola para 0) e aumentou nas outras 3 As crianças atingiram com maior frequência níveis de literacia funcional nas escolas matrícula comparáveis USA/ano/aluno do 3º ciclo (valores de 1998) Crianças da escola préprimária e primária matriculadas em escolas públicas dos distritos de Ayacucho, Apurimac e Huancavelica (rurais) Sanitários: Fornecimento de pequeno-almoço na escola PQE; Crianças de escolas de dois distritos vizinhos (Apurimac e Cusco) serviram de grupo de comparação; não foi verificada qualquer equivalência de referência 16,40 USD/criança/ano Alunos do 1º ciclo em risco de abandonar a escola (rurais e urbanas) Académicos: Sistema de aprendizagem alargada para crianças na escola (por exemplo, grupos de estudo, tutoria pelos pares, aprender com os colegas, tutoria doméstica Ampla formação de professores durante o PQE; Foram escolhidas 6 escolas de comparação pelo pessoal não-docente, 1 por cada escola intervencionada; sem dados sobre equivalência de referência Não foram fornecidos dados relativos aos custos Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 146 Autores Resultado(s) Relevante(s) Grupo-alvo Serviços Metodologia horário de trabalho Conjugação de aulas na escola e em casa para crianças que abandonam temporária ou sazonalmente a escola Aprendizagem condensada e acelerada para alunos que abandonam permanentemente a escola Educação não-formal para os pais Financeiros: Material escolar e assistência médica gratuitos para crianças que podem abandonar a escola Sanitários: Jardinagem biointensiva para apoiar refeições ligeiras e gratuitas na escola Pessoais//sociais: Sistema de informação precoce para que o professor consiga identificar os alunos em risco de abandonar a escola Monitorização parental próxima Estruturais: Detenção dos alunos Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 147 Custos Efeitos intervencionadas do que nas de comparação Autores 34) Zâmbia (Chatterji et al., 2010) Resultado(s) Relevante(s) Permanecer na escola Grupo-alvo Órfãos e crianças vulneráveis com idades entre os 8 e 19 anos em Lusaca (urbanas) Serviços que faltam às aulas Campanhas sobre a importância da educação Académicos: Escola comunitária Financeiros: Pagamento de propinas escolares Fornecimento de material escolar Sanitários: Alimentação na escola Assistência médica Pessoais//sociais: Orientação escolar Educação sobre prevenção do HIV/SIDA Metodologia PQE; 2922 crianças de grupos etários superiores, 1242 intervencionadas e 1689 crianças comparadas semelhantes às anteriores; ideia do "vizinho mais próximo" utilizada para criar um grupo de comparação; inquéritos sobre o estatuto efectuados em 2003 e 2006; sem dados de equivalência de referência Análise da Documentação sobre o Programa Piloto de Combate ao Abandono Escolar, Página 148 Custos Sem informação sobre dados relativos aos custos Efeitos As crianças intervencionadas tinham probabilidades significativamente mais elevadas de ainda frequentar a escola quando se procedesse ao acompanhamento As crianças intervencionadas tinham maior probabilidade de frequentar o ano adequado à sua idade