Boletim julho - Cibai Migrações | Centro Ítalo
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Boletim julho - Cibai Migrações | Centro Ítalo
Informativo do CIBAI - Migrações Rua Dr. Barros Cassal, 220 - 90035-030 - Porto Alegre/RS Fone/Fax(51) 3226.8800 - 3286.6028 E-mail: [email protected] / [email protected] Site: www.cibaimigracoes.com.br Nº 435 - Julho/2015 INTEGRAÇÃO, CAMINHO DA PAZ A família da Pompeia nasceu para promover a integração de todas as correntes migratória na riqueza cultural da sociedade brasileira. Desde a década de 1950 os sacerdotes Scalabrinianos pelo Secretariado Católico de Imigração acolheram e orientaram os imigrantes de todas as nacionalidades, que abandonavam o velho continente destruído pela guerra. Com o apoio dos imigrantes italianos foram levantadas as estruturas de acolhida, nos terrenos onde atualmente está a Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, que a partir de 1980 tornou-se ponto de confluência para todas as migrações. Eram tempos difíceis. A nova legislação migratória era muito restritiva. Conseguir a documentação se tornava cada dia mais complicado. E a Pompeia persistia em acolher migrantes e a considerar a migração como o caminho irresistível da humanidade. E em todos os debates promovidos, no mesmo tempo em que se insistia na necessidade de mudar o Estatuto do Estrangeiro, procurava-se esclarecer como a convivência entre culturas, línguas, etnias, religiões e organizações diferentes promove o verdadeiro desenvolvimento da humanidade. A diversidade não é problema e sim riqueza. Desta necessidade de criar laços nasceu a FESTA DA I N T EG R AÇ ÃO . G e s t o s i m p l e s q u e p e r m i t i a o congraçamento das pessoas que normalmente participavam da comunidade e dos imigrantes que recebiam apoio jurídico, econômico e social. A Pompeia tinha consciência clara que a ajuda seria verdadeira somente na medida em que se implementasse a participação entre todos. E, para isso, era necessário dar passos concretos para superar as desconfianças e os fechamentos que cada cultura normalmente carrega consigo. Na Pompeia, onde no começo se encontravam especialmente os italianos, começaram a chegar árabes e gregos, bolivianos e argentinos, chilenos e colombianos, uruguaios e paraguaios, palestinos e africanos, coreanos e japoneses, norte-americanos e haitianos, africanos e eslavos, católicos, evangélicos, espiritasbudista, islâmicos... como também crentes e descrentes. A ninguém se perguntava pelo seu credo ou pelasua posição e sim pela necessidade que estava enfrentando e pelos sonhos que queria cultivar. E para desenvolver esses sonhos era indispensável CRIAR SENTIMENTO DE PERTENÇA, PARTILHA, VALORIZAÇÃO, passo indispensável para acolher e sentir-se acolhido! Quantos desesperos se tornaram esperanças e quantos corações partidos encontraram consolo! Mais: quantos imigrantes se tornaram amigos de outros migrantes, abrindo caminhos para encontrar casa e trabalho! E quantos estudantes das universidades beberam desta fonte de integração para elaborar suas teses, muitas vezes tornado-se colaboradores! Com a festa anual a Pompeia apresentava a mística e o objetivo de todas suas atividades. A integração é uma prática que nos deve acompanhar ao longo de toda a vida. É o melhor caminho para realizar a paz, porque nos exige constante e inteligente acolhida, acompanhada de superação de egoísmos e cegueiras. É a Palavra do Senhor que ilumina essa prática: “Eu vim para que todos tenham vida...”, disse Jesus. Todos. Inclusão total. Ninguém está excluído. Nem o inimigo. Nem o perseguidor. “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”. Para Jesus não há barreiras. E Paulo, na carta aos Efésios escreverá: “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação” (4,4). A Pompeia procura exercer esta vocação, que é o verdadeiro caminho da paz. Muitos povos, muitas nações, muitas línguas e religiões, uma ÚNICA HUMANIDADE . Precisamos querer uma única humanidade porque os egoísmos são infinitos. Praticando a integração, queremos uma única humanidade, fruto da paz. FELIZ XXV FESTA DA PAZ! Patrocinadores: Comunidade Coreana/POA Famílias: FLORIANI, BALTAR, SCORZA, VONTOBEL e BANNURA “Laudato si” (Louvado seja) Com este título foi apresentado no dia 18 de junho passado, em Roma, a segunda encíclica do Papa Francisco, que tem como tema central a ECOLOGIA. Com seis capítulos o texto da Encíclica é atravessado por vários eixos temáticos e analisados por uma variedade de perspectivas diferentes, mas que lhe conferem uma forte unidade. Dentre as principais preocupações, destacadas pelo Papa, uma delas é a Migração no número 25, conforme segue: “As mudanças climáticas são um problema global com graves implicações ambientais, sociais, económicas, distributivas e políticas, constituindo actualmente um dos principais desafios para a humanidade. Provavelmente os impactos mais sérios recairão, nas próximas décadas, sobre os países em vias de desenvolvimento. Muitos pobres vivem em lugares particularmente afetados por fenómenos relacionados com o aquecimento, e os seus meios de subsistência dependem fortemente das reservas naturais e dos chamados serviços do ecossistema como a agricultura, a pesca e os recursos florestais. Não possuem outras disponibilidades económicas nem outros recursos que lhes permitam adaptar-se aos impactos climáticos ou enfrentar situações catastróficas, e gozam de reduzido acesso a serviços sociais e de protecção. Por exemplo, as mudanças climáticas dão origem a migrações de animais e vegetais que nem sempre conseguem adaptar-se; e isto, por sua vez, afecta os recursos produtivos dos mais pobres, que são forçados também a emigrar com grande incerteza quanto ao futuro da sua vida e dos seus filhos. É trágico o aumento de emigrantes em fuga da miséria agravada pela degradação ambiental, que, não sendo reconhecidos como refugiados nas convenções internacionais, carregam o peso da sua vida abandonada sem qualquer tutela normativa. Infelizmente, verifica-se uma indiferença geral perante estas tragédias, que estão acontecendo agora mesmo em diferentes partes do mundo. A falta de reacções diante destes dramas dos nossos irmãos e irmãs é um sinal da perda do sentido de responsabilidade pelos nossos semelhantes, sobre o qual se funda toda a sociedade civil”. EDUCARE IL CUORE La Festa della Madonna del Carmine ci ricorda come la vita può crescere bene solo nella misura in cui troviamo protezione e fiducia. La fiducia è la forza interiore che ci fa capaci di vincere gli ostacoli e la protezione è l´appoggio che troviamo nelle persone e nell´ambiente per vincere. Noi con gli altri. Ma tutto questo è possibile solo educando il cuore. E vi presento un fatto proprio per sentire come oggi abbiamo SPECIALMENTE BISOGNO DELLA MADONNA DEL CARMINE per cambiare testa e cuore. Il 19 maggio scorso ho trovato sul giornale LA REPUBBLICA questo titolo: “UMA STUDENTESSA NERA NON MERITA 10. Offese alla studentessa modello”. E raccontava commo in una scuola superiore di Pisa una studentessa senegalese di 14 anni trovasse 6 lettere offensive per essere la prima della classe e essere nera. Il papà, un operario de 58 anni, che vive in Italia da 15, dovette andare dai carabinieri per informarli dell´accaduto e chiese al preside di parlare con la scolaresca (dove nessuno si è scomposto con la sua esposizione). Siamo davanti a un fatto di invidia e di razzismo: si nega a una persona la sua capacità e dedicazione per il colore della pelle! È un fatto che rivela come il progresso tecnico non significa migliore umanità. Possiamo studiare, avere titoli e essere insensibili e egoisti. Educare il cuore è un esercizio indispensabile nel nostro mondo, dove si spreca tanto cibo e si usa troppa intelligenza per produrre armi che ci distruggono. Oggi, i movimenti migratori ci chiedono cambiamento nel cuore per essere accoglienti davanti a “nuovi cittadini”. I nostri antepassati con le feste religiose proponevano valori che motivavano una vita di qualità. La Madonna del Carmine continua per tutti noi la mamma che ci invita a vivere nella fiducia e nel rispetto di tutto e di tutti. Auguri a tutti i cari amici e amiche che portano il nome di CARMINE, CARMELA, CARMELO. E molta benedizione per tutte le famiglie. Camminiamo nel bene. P. Giovanni Corso Collaboratori: Adelina Donadio Gallo, Albino Sopelssa Giongo, Angelina Anele, Angelo Gerace, Anunziata Laitano Aronna, Annunziato Di Lorenzo, Carmine e Zelia Gugliotta, Domenica Scorza, Francesco Bruno, Helena Kim, Hilda Schifino Sellito, Humberto Scorza, Ida Anele Guaragna, Leonardo Scorza, Mônica Kim, Mercedes Bolognesi, Pasqualino e Concettina Morelli, Rosa Rosito Bruno, Santa Laitano Marrone. FÓRUM PERMANENTE, COMITÊ E REDE DE SERVIÇOS uma nova realidade de atenção aos novos imigrantes Os desafios ao imigrante ontem, século XIX, e hoje, século XXI Quando os imigrantes, no século XIX, começaram a chegar ao RS para construir uma nova vida, não encontraram infraestrutura que pudesse ajudá-los, como estradas, moradias, escolas, hospitais, postos de atendimento, redes de comércio, segurança pública... Tiveram que construi-la com o esforço próprio. Os imigrantes que hoje chegam encontram uma infraestrutura pronta: sistema de saúde, rede de escolas, comunicação, estradas. De diferente, desses novos imigrantes, são as suas culturas, crenças e concepções do mundo em relação as nossas. Defrontam-se com grandes obstáculos: a comunicação (língua), falta de habitação digna, inexistência de articulação da rede de serviços públicos e de instituições civis para prestar também seus serviços a essas categorias de migrantes. A construção de níveis de organizações voltadas aos imigrantes Em Porto Alegre, desde o início da atual década, acumulouse uma experiência de trabalho com migrantes, com objetivo central de unir vontades políticas de governos, órgãos públicos e da sociedade civil organizada num esforço conjunto, para efetivar a inclusão cidadã de pessoas em mobilidade, especialmente, as que se encontram em situação de vulnerabilidade pessoal ou social. Esse trabalho vem ocorrendo em três níveis organizativos: Fórum, Comitê e Rede de Serviço. I - Criação do Fórum Permanente de Mobilidade Humana do Rio Grande do Sul Com a chegada de haitianos, em 2012, criou-se o Fórum, como espaço de articulação (dialogal, democrático, fraterno, de intercâmbio e troca de experiências) de instituições e lideranças da sociedade civil, do governo e de outros órgãos públicos, em torno da defesa dos direitos de pessoas em mobilidade e que se encontram em situação de vulnerabilidade pessoal ou social. Hoje mais de 30 instituições participam do Fórum de Mobilidade Humana que teve um papel significativo no processo de criação do Comitê Estadual de Atenção às Pessoas em Mobilidade e de Municípios, além de estimular e sugerir práticas às Instituições e órgãos de governos que tem ações diretas com os migrantes. II - Criação do COMIRAT - Comitê Estadual de Atenção às Pessoas em Mobilidade: imigrantes, refugiados, apátridas, vítimas de tráfico de pessoas, estudantes internacionais. O COMIRAT é um órgão público, de caráter consultivo, composto por instituições da Sociedade Civil Organizada e Poderes Públicos, criado por Decreto do Poder Executivo em defesa dos direitos de pessoas que se encontram em mobilidade e em situação de vulnerabilidade pessoal e social. Além do Comitê Estadual, criado em 2012, o Municipal de Porto Alegre, 2014/15, há outros em fase de construção em diversos municípios que acolhem imigrantes. III – Construção da Rede de Atendimento Direto às Pessoas em Mobilidade Humana no Município Frente às necessidades detectadas dos migrantes presentes no Município, o Fórum e o Comitê do Município (em conjunto com Estadual) avançou na construção de uma Rede de Serviços, sem necessidade de sobrepor uma estrutura específica. Rede de Serviços é o conjunto de instituições governamentais, da sociedade civil e de outros órgãos públicos que, através de seus serviços, atendem (ou devem atender) diretamente os migrantes, em suas necessidades. Algumas atividades do Fórum, do Comitê e da Rede a) O Comitê Estadual EQUACIONOU, junto ao CNIg, a permanência de mais de 650 senegaleses, após o CONARE negar o status de refúgio. b) O Fórum Permanente e o Comitê Estadual, juntamente com inúmeros órgãos públicos (DPU. MPF, CCDH/AL, Delegacia Min.Trabalho), retiraram imigrantes submetidos a condições de trabalho que infringiam os direitos trabalhistas. c) Foram realizadas pesquisas e geração de informações sobre a questão migratória atual no RS. d) Foi promovida uma série de conferencias do COMIGRAR Nacional, envolvendo municípios, instituições Estaduais, Universidades e Movimentos Sociais, cujos debates tinham como foco a produção de subsídios para uma nova lei migratória e programação de políticas públicas. e) Foram realizados Seminários cujos objetivos foram a sensibilização da sociedade, da mídia, dos governos e de órgãos públicos; o aprofundamento das políticas sociais públicas existentes e as necessárias para os imigrantes; a caracterização do perfil dos novos imigrantes e consequentes desafios para sua inserção na sociedade gaúcha. f) Deu-se apoio aos Núcleos Municipais que têm feito ações emergenciais com os novos imigrantes, como aulas de língua portuguesa, distribuição de agasalhos, encaminhamento para moradias e para atendimento à saúde, visitas às famílias, promoção de audiências públicas e criação de Comitês. g) O Comitê Municipal de Porto Alegre avançou na organização da Rede de Serviço aos migrantes. h) O COMIRAT/RS disponibilizou o Centro Vida, para acolhimento e hospedagem de trânsito aos novos imigrantes, especialmente procedentes do ACRE, com capacidade para 250 pessoas i) O COMIRAT/RS e COMIRAT/POA têm acolhido, na rodoviária local, imigrantes encaminhando-os ao destino solicitado por eles. Ambos têm estabelecido uma interlocução com o Ministério da Justiça para apoio financeiro aos municípios que acolhem os novos imigrantes. Fóruns e Comitês têm um desafio fundamental junto aos municípios que acolhem imigrantes: orientar a Comunidade, os órgãos públicos e a governança municipal para a constituição efetiva do COMIRAT Municipal e da Rede de Serviços a fim de serem contemplados em futuros Programas Financeiros. Cibai Migrações, CNBB e Forúm Permanente de Mobilidade Humana trabalham na criação do Comitê Municipal de Atenção aos Migrantes em Bento Gonçalves/RS No dia 20 de junho passado aconteceu na cidade de Bento Gonçalves mais um encontro com l í d e r e s d a sociedade civil e entidades públicas do município com o objetivo de se dar continuidade ao processo de constituição do Comitê Municipal de Atenção ao Migrante. Os migrantes haitianos chegaram na cidade de Bento Gonçalves no ano de 2012, quando várias empresas, com falta de mão de obra, foram buscá-los no estado do Acre. A partir deste primeiro passo outros imigrantes (atualmente fala-se em mais de cinco mil) começaram a ver na serra gaúcha uma oportunidade de trabalho e vida nova. Porém a imigração carrega consigo alguns desafios. A partir dos próprios imigrantes identificou-se: a) falta de moradia adequada; b) série de entraves pelo não entendimento das respectivas culturas; c) desarticulação das instituições civis e órgãos públicos no esforço em apoiar o imigrante; d) muitos haitianos querem retornar ao ensino médio e superior, mas necessitam de tradução juramentada; e) dificuldade de comunicação especialmente nos postos de atendimento de saúde. Após essa primeira análise, representante dos órgãos públicos apresentaram alguns encaminhamentos feitos e propostas a serem realizadas. O representante da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado, Sérgio Luís de Oliveira Nunes expôs as negociações que estão sendo realizadas junto ao Ministério da Justiça para planejar e acolher os novos imigrantes, inclusive buscando recursos financeiros para os municípios que os acolhem. Concluindo, ficou decido que a Prefeitura municipal finalizará a proposta do Decreto de criação do Comitê; será realizado um encontro de capacitação para médicos e enfermeiros com a presença da Associação dos haitianos abordando aspectos da cultura haitiana; a Secretaria de Saúde enviará aos voluntários que ministram aulas de português aos haitianos orientações na prevenção da saúde; agilização do aluguel social e o comprometimento da Associação de haitianos a motivarem seus compatriotas a fazerem o CAD único. O próximo encontro será dia 18 de julho de 2015 tendo como pauta o Decreto de Criação do Comitê Municipal. IMPRESSÃO CENTRO VIDA a casa para os migrantes A partir de uma articulação do governo do Estado do RS e da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, foi estabelecido o Centro Humanístico Vida, vinculado à Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), como local de acolhida provisória para os imigrantes que chegarem ao nosso estado, em particular Haitianos, Senegaleses, Dominicanos... que estão deixando o Acre, (porta de entrada para o Brasil) e partindo para novas regiões do país na busca de trabalho e de uma vida melhor. O local conta com uma área de 120 mil metros quadrados destinados a projetos que visam a inclusão social através de ações nas áreas da saúde, educação, esporte, defesa de direitos, lazer e cultura. Mesmo se provisório e emergencial é uma boa proposta. Uma boa acolhida promove a convivência entre povos, culturas, religiões e pessoas, favorecendo a PAZ e o DESENVOLVIMENTO. Horário das Missas De Terça a Sábado: 18h30 - Domingo: 9h30 e 18h30 1º Domingo - 18h30 - Missa em Italiano 3º Domingo: 11h – Missa em Coreano GRÁFICA E EDITORA SOLIDUS LTDA Fone: 3334.0040 MISSA DO MIGRANTE NA CATEDRAL Último domingo do mês: 18h30 Ajude-nos a ajudar. Colabore com nossas atividades: Banco do Brasil Agência: 1276-9 Conta Corrente: 15884-4 O frio Dói! em nome de CIBAI Migrações Atendimento aos imigrantes na Paróquia Segunda (Lunes) a Sexta (Viernes) das 9h - 11h45 e 13h - 18h Secretaria: Seg. a Sex.:das 8h30 - 11h45 e 13h - 18h Sábado: das 8h - 12h