Aula de Bioquímica II – SQM04242015201 Glicólise
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Aula de Bioquímica II – SQM04242015201 Glicólise
Aula de Bioquímica II – SQM04242015201 Bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares Tema: Glicólise Prof. Dr. Júlio César Borges Depto. de Química e Física Molecular – DQFM Instituto de Química de São Carlos – IQSC Universidade de São Paulo – USP E-mail: [email protected] Metabolismo de carboidratos Mastigação: fracionamento do alimento e mistura com a saliva; Ação da amilase salivar: quebra do amido em maltoses e dextrinas. Estômago: a digestão de carboidratos cessa temporariamente no estômago devido a inativação da amilase salivar (pH); Intestino: a amilase pancreática continua o processo digestivo no intestino; A digestão final ocorre pela ação de enzimas da mucosa intestinal; Finalmente, ocorre a absorção de monossacarídeos (glicose, frutose e galactose) no intestino. Metabolismo da Glicose A Glicose tem papel central no metabolismo energético e de carboidratos Metabolismo da Glicose A Glicose tem papel central no metabolismo energético e de carboidratos Principal substrato oxidável Fonte de energia universal Única fonte de energia para as hemácias e cérebro (no curto prazo)* Oxidação total da glicose ΔG0 = - 2.840 kJ/mol Glicólise Via de degradação de 1 molécula de Glicose em 2 de Piruvato Piruvato pode seguir 3 caminhos: 1) Ser reduzido a Etanol Fermentação alcoólica 2) 1 2 3 Ser reduzido a Lactato Fermentação Lática 3) Ser completamente oxidado a CO2 e H2O Ciclo do ácido Cítrico Glicólise Envolve 10 reações enzimáticos Citoplasma 11 metabólitos Dividida em 3 Estágios 1) Investimento - Aprisionamento e desestabilização da glicose 2) Rendimento - Conversão de DHAP em G3P 3) Extração - Pagamento - Produção de 2 moléculas de ATP e 2 moléculas de NADH Glicólise: Estágio 1 Formação de Frutose-1,6-Bisfosfato O aprisionamento de Glicose dentro da Célula e a sua desestabilização envolve o investimento de: 2 moléculas de ATP Glicólise: Estágio 1 Aprisionamento de Glicose HEXOQUINASE (n1) no músculo e GLICOQUINASE (n1) no fígado O grupo Pi desloca o equilíbrio para seqüestro celular da glicose a partir do plasma - A G-6P não se difunde pela Membrana plasmática - Não existem transportadores para G6P - O Grupo Pi aumenta a reatividade da Glicose Glicólise: Estágio 1 Aprisionamento de Glicose HEXOQUINASE (n1) no músculo e GLICOQUINASE (n1) no fígado A MUDANÇA CONFORMACIONAL NA ENZIMA INDUCED FIT Glicólise: Estágio 1 Formação de Frutose-1,6-Bisfosfato 2 Passos reacionais 1) Isomerização da G-6P em F-6P: Aldose Cetose: FOSFOHEXOSE ISOMERASE (n2) - Reação próximo ao equilíbrio químico Reversível Controlada pelo concentração de substrato/produtos Glicólise: Estágio 1 Formação de Frutose-1,6-Bisfosfato 1º Passo: 1) Isomerização da G-6P em F-6P: Aldose para Cetose - Envolve a abertura do ciclo hexagonal - Isomerização - Fechamento do Ciclo pentagonal Glicólise: Estágio 1 Formação de Frutose-1,6-Bisfosfato 2º Passo: Fosforilação: FOSFOFRUTOQUINASE-1 (PFK-1) (n3) - A PFK-1 é uma enzima alostérica e catalisa uma reação exergônica Importante ponto de Regulação da Glicólise Controla a velocidade da Glicólise Irreversível em condições fisiológicas Glicólise: Estágio 2 Quebra de 1 carboidrato de 6 Carbonos em 2 de 3 Carbonos ALDOLASE (n4) - Reação reversível - Somente o GAP entra na rota do Estágio 3 da Glicólise Glicólise: Estágio 2 Quebra de 1 carboidrato de 6 Carbonos em 2 de 3 Carbonos ALDOLASE (n4) Reação reversível em condições fisiológicas apesar do ΔG >>> 0 - Somente o GAP entra na rota do Estágio 3 da Glicólise - O consumo do GAP desloca o equilíbrio no sentido direto da reação - O consumo de DAHP também desloca o equilíbrio no sentido direto da reação Glicólise: Estágio 2 Reaproveitamento da DAHP em GAP A TRIOSE FOSFATO ISOMERASE – TIM (n5) Converte DAHP em GAP Reação Rápida e Reversível - No Equilíbrio: 96% da Triose fosfato está na forma de DHAP - A remoção da GAP pelas reações subsequentes desloca o equilíbrio no sentido direto. Glicólise: Estágio 2 Reaproveitamento da DAHP em GAP A TRIOSE FOSFATO ISOMERASE – TIM (n5) Converte DAHP em GAP Envolve Catálise ácido-base TIM Barrel Glicólise: Estágio 3 Entrou uma molécula de Glicose -6C Consumo de 2 ATPs para a fosforilação da Glicose Saíram 2 moléculas de GAP - 3C fosforilado Glicólise: Estágio 3 Fase 1 do PAGAMENTO 2 Moléculas de GAP entram nesta fase GLICERALDEÍDO 3-FOSFATO DESIDROGENASE (n6) Oxidação da GAP em 1,3-Bisfosfoglicerato (1,3-BPG) - Etapa de preparação da GAP – baixo potencial fosforila – em um produto com alto potencial fosforila - Formação do primeiro intermediário de alta energia - Reação exergônica em condições fisiológicas ↑ [GAP] e consumo do 1,3-BPG Glicólise: Estágio 3 Fase 1 do PAGAMENTO GLICERALDEÍDO 3-FOSFATO DESIDROGENASE (n6) Reação ocorre em duas etapas 1) A GAP é oxidado pelo NAD+ 2) Fosforilação Glicólise: Estágio 3 Fase 1 do PAGAMENTO FOSFOGLICERATO QUINASE (n7) 1,3-Bisfosfoglicerato: Anidrito misto de ácido fosfórico - Possui alto potencial doador de Pi - Fosforilação de ATP ao nível do substrato Glicólise: Estágio 3 Fase 1 do PAGAMENTO 2 GAP 2 moléculas de 3-Fosfoglicerato Aldeído Ácido carboxílico 2 moléculas de ATP formadas 2 Moléculas de NADH formadas Acoplamento das reações n6 e n7 Intermediário comum 1,3-BPG x2 Glicólise: Estágio 3 Fase 2 do PAGAMENTO 2 Moléculas de 3-Fosfoglicerato entram nesta fase 3-fosfoglicerato é convertido a Piruvato com ‘formação’ de mais 2 ATP Envolve 3 reações: - Rearranjo do grupo Pi: preparação - Desidratação: preparação - Fosforilação de ADP ao nível do Substrato Glicólise: Estágio 3 Fase 2 do PAGAMENTO FOSFOGLICERATO MUTASE (n8) - Rearranjo do grupo Pi Isomerização Essa reação é uma preparação para a próxima etapa da via O efetor da hemoglobina! Glicólise: Estágio 3 Fase 2 do PAGAMENTO ENOLASE (n9) - Reação de rearranjo molecular: Desidratação - A desidratação aumenta o potencial doador de fosforila Formação do 2º intermediário de alta energia: Fosfoenolpiruvato - PEP Catálise por íons metálicos Mecanismo da Enolase Participação de Mg2+ Glicólise: Estágio 3 Fase 2 do PAGAMENTO PIRUVATO QUINASE (n10) - Fosforilação - PEP doa 1 Pi para o ADP: Fosforilação ao nível do substrato - Piruvato Quinase é importante ponto de regulação O Piruvato é mais estável do que o PEP Apresenta Ressonância Glicólise BALANÇO GERAL DA GLICÓLISE Cancelando os termos comuns ATP utilizado como moeda energética NADH em condições aeróbicas sofre oxidação pelo O2 produção de ATP e H2O na mitocôndria NADH em condições anaeróbicas Glicólise cessa devido à ausência de NAD+ NADH Carreador temporário de elétrons: precisa haver a reoxidação a NAD+ para ocorrer a glicólise Quantidade limitada de NAD+ nas células (derivado da vitamina niacina) Regeneração de NAD+ O metabolismo de Piruvato permite manter a glicólise em condições anaeróbicas O Balanço Redox no citoplasma deve ser mantido - A fermentação do piruvato permite regenerar NAD+ Fermentação do Piruvato - Fermentação Alcoólica - Fermentação Lática Pouca energia é extraída da Glicose pela Fermentação O 3º destino do piruvato permite extrair 20 x mais energia do que na Glicólise Fermentação do Piruvato - Fermentação Alcoólica Tiamina pirofosfato (TPP) - coenzima da enzima piruvato descarboxilase Ausente no tecido de vertebrados Presente em muitos organismos que metabolizam álcool, e em humanos (no fígado: oxidação do etanol) - derivada da vitamina B1 - levedo de cerveja: fonte de vitamina B1! - piruvato descarboxilase: em levedura (pão: bolhas de CO2, cerveja, champagne) Fermentação do Piruvato - Fermentação Lática - eritrócitos - músculo em contração vigorosa - microrganismos: Catalisa a oxidação do NADH e redução do piruvato a lactato Lactobacilos (abaixamento de pH: iogurte) Esta reação é reversível O lactato pode ser exportado da célula ou convertido (novamente) a piruvato Grande parte do lactato é transportado pelo sangue até o fígado, onde é usado na síntese de glicose Outras Hexoses na Glicose A glicose não é a única Hexose que entra na Glicólise - Frutose e Galactose são substrato para a Glicólise Outras Hexoses na Glicose Galactose é convertida em Glicose por 4 passos enzimáticos Outras Hexoses na Glicose Intolerância à Lactose - Alguns adultos não produzem a Lactase Lactose Metabolizada lactato liberando a CH4 e H2 por bactérias intestinais anaeróbicas Flatulência Lactato provoca diarréia por questão osmótica Galactosemia Doença metabólica devido à incapacidade de metabolizar galactose Deficiência da Galactose 1-Fosfato Uridil Transferase mais comum - Provoca retardo mental, hepatomegalia, icterícia, cirrose, atraso no crescimento e catarata formação do Galctitol - Tratamento evitar produtos lácteos Regulação da Glicólise A via glicolítica tem papel duplo no metabolismo Degradar Glicose para gerar ATP Fornecer blocos de construção para nucleotídeos e ácidos graxos A via glicolítica é rigidamente controlada Metabolismo energético primário Três reações da glicólise são virtualmente irreversíveis - Fosfofrutoquinase-1 n3 - Hexoquinase ou Glicoquinase n1 - Piruvato Quinase n10 Pontos potenciais de controle: 1) Alostérica milissegundos 2) Modificação covalente (hormonal) minutos 3) Controle da expressão de proteínas Horas Regulação diferencial para o Músculo e Fígado Regulação da Glicólise: Músculo FOSFOFRUTOQUINASE principal Ponto de Controle - Enzima comprometida com a via glicolítica - HEXOQUINASE e PIRUVATO QUINASE atuam sobre metabólitos de outras vias FOSFOFRUTUQUINASE-1: Sensível à Carga Energética Alta [ATP] Inibida alto teor energético Alta [AMP] Ativada baixo teor energético Alta [H+] Inibida presença de Lactato proteção Regulação da Glicólise: Músculo [Alanina] - Sintetizada a partir do Piruvato Regulação da Glicólise: Músculo Carga energética baixa Estimulação Anterógrada Regulação da Glicólise: Fígado Função de “tamponar” glicose para o Cérebro e Rins Também fornece blocos para construção diversos a partir de Carboidratos FOSFOFRUTOQUINASE-1 Regulada por [ATP] e [AMP] de maneira similar à enzima muscular [H+] não tem efeito fígado não produz lactato [Citrato] indica a presença de blocos de construção inibe Frutose 2,6-Bisfosfato ATIVADOR formada pela FOSFOFRUTOQUINASE-2 Se existe alta [Frutose 6fosfato], a síntese de Frutose 2,6-Bisfosfato será favorecida Regulação da Glicólise: Fígado Função de “tamponar” glicose para o Cérebro e Rins Também fornece blocos para construção diversos a partir de Carboidratos GLICOQUINASE Isoenzima da hexoquinase hepática Menos ativa sobre a glicose Afinidade 50 x menor do que a Hexoquinase - Fosforila glicose somente quando esta é farta no fígado - Não é inibida pela Glicose 6-fosfato – Sem retroalimentação negativa - Fornece Glicose 6-fosfato para síntese de glicogênio. Regulação da Glicólise: Fígado Função de “tamponar” glicose para o Cérebro e Rins Também fornece blocos para construção diversos a partir de Carboidratos PIRUVATO QUINASE Sujeita à regulação hormonal via modificação covalente. Também sofre regulação alostérica anterógrada por F1,6-BP e inibição por ATP
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