Marconi destaca força econômica do Centro-Oeste
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Marconi destaca força econômica do Centro-Oeste
ANO 29 - Nº 1.531 FUNDADOR E DIRETOR-PRESIDENTE: SEBASTIÃO BARBOSA DA SILVA GO I Â NIA, 24 A 30 DE ABRIL DE 2016 tribunadoplanalto.com.br "Goiânia não tem nenhum planejamento " R$ 2,00 ENTREVISTA / VANDERLAN CARDOSO Pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo PSB, Vanderlan Cardoso diz, em entrevista à Tribuna do Planalto, que está pensando Goiânia 24 horas por dia. Página 5 BALANÇA COMERCIAL Marconi destaca força econômica do Centro-Oeste n O governador Marconi Perillo enfatizou que a região Central do Brasil tem Workshop ensina a sair da crise financeira mostrado resultados positivos na economia e um deles se refere à Balança Comercial, que gerou, em 2015, R$ 20 bilhões em superávit. Ele comandou nova reunião do Fórum de Governadores do Brasil Central, em Cuiabá (MT). Página 6 Francisco Oliveira mira presidência da Alego Deputado estadual Francisco Oliveira (PSDB) é um dos principais nomes da base do governador Marconi Perillo para suceder o atual presidente, Helio de Sousa (PSDB). Ele e o deputado José Vitti (PSDB) vão travar queda de braço para ter a preferência de maioria da Casa. Página 4 Fotos: Paulo José Nesta terça-feira, dia 26, a partir das 18 horas, tem palestra com Bel Pesce, um dos grandes nomes do empreendedorismo e inovação, sobre o tema Oportunidades na Crise. A palestra faz parte do workshop promovido pelo Sebrae, no Centro de Convenções de Goiânia. Página 8 Povo saberá impedir o retrocesso, afirma Dilma A presidenta Dilma Rousseff discursou na abertura da cerimônia de assinatura do Acordo de Paris, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Presidente surpeendeu e não se colocou como vítima de um "golpe parlamentar" no Brasil. Página 7 Vecci quer governo de alianças Pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo PSDB, Giuseppe Vecci afirma que é preciso parcerias para governar bem a cidade. “Ninguém consegue governar sozinho”, diz. Linha Direta, página 3 Elas dão o tempero às noites goianas Negócios tradicionalmente liderados por homens, muitos bares da Capital já são comandados por mulheres. De coadjuvantes na cozinha, elas passaram aos postos de donas. A organização do Comida di Buteco enxerga muito bem essa mudança no perfil desses comerciantes. Página 7 Evasão escolar chega a 42% no ensino médio O ensino médio é uma etapa decisiva na vida escolar para o estudante que pretende continuar os estudos numa instituição de ensino superior. Mas os três últimos anos da educação básica precisam passar por mudanças. O Ministério da Educação (MEC) aponta que 42% dos alunos brasileiros deixam a escola em algum período do ensino médio, principalmente por falta de motivação para estudar. Excesso de matérias obrigatórias também provoca evasão de alunos. Redação: [email protected] - Departamento Comercial: [email protected] – Telefone: (62) 3226-4600 Opinião GOIÂNIA, 24 A 30 DE ABRIL DE 2016 X 2 CENA URBANA CARTA AO LEITOR FLAGRANTE DO DIA A DIA DA CAPITAL, ESTADO, BRASIL E MUNDO PAULO JOSÉ Economia estagnada Saímos de um mundo cor de rosa durante a campanha presidencial de 2014, criativamente desenhado pela equipe de marketing da presidente Dilma Rousseff, e caímos no inferno das contas a pagar, impostos elevados, desemprego, juros ainda mais alto... Esse é talvez o ponto de inflexão que impede a permanência da presidente Dilma no cargo máximo da República. É inegável a incompetência administrativa da presidente em matéria de política econômica e fiscal. Os números da economia são estarrecedores. Falando à BBC Brasil, as três maiores agências de risco do mundo, Moody’s, Fitch e Standard & Poor’s, indicaram que as profundas dificuldades amargadas pela economia brasileira não devem sofrer grande melhora tanto se o poder ficar com Dilma Rousseff como se for repassado ao vice, Michel Temer. As três agências acreditam que as perspectivas serão negativas no mínimo até 2018. Mais do que um governo Dilma ou Temer, na visão dos analistas, é necessário que o país empreenda reformas, sobretudo fiscais, para sanar o déficit e retomar qualquer chance de crescimento, do consumo, e do retorno dos investidores estrangeiros. Diante das dificuldades de empreender tais mudanças num cenário complexo, a previsão das três maiores agências de risco é de manutenção da crise econômica no mínimo pelos próximos dois anos. O cenário é desolador para onde quer que se olhe. O desemprego ficou em 10,2% no trimestre encerrado em fevereiro, segundo dados divulgados na quartafeira da semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o maior índice da série, iniciada em 2012. Pela primeira vez, a taxa da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (Pnad Contínua) atinge dois dígitos. O índice ficou bem acima do registrado no mesmo período de 2015, quando chegou a 7,4%. A população desocupada somou 10,4 milhões de pessoas e também atingiu o maior patamar desde o início da Pnad. Esse indicador mostrou forte alta, principalmente na comparação com o mesmo período de 2015, quando o contingente subiu 40%. Diante do trimestre de setembro a novembro, o avanço foi menor, de 13,8%. No mesmo viés, a arrecadação de impostos e contribuições federais pelo governo registrou em março uma queda real de 6,96% (somou R$ 95,77 bilhões) frente ao mesmo mês de 2015. Foi o pior março desde 2010. No acumulado do primeiro trimestre, a queda na arrecadação atingiu 8,19%, frente ao mesmo período do ano passado, totalizando R$ 313 bilhões. O resultado do primeiro trimestre também é o pior para o período desde 2010. Os números divulgados na terça-feira passada pela Receita Federal mostram que a forte queda da arrecadação acontece em um momento de fraco nível de atividade econômica, com o país em meio à maior recessão de sua história. No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 3,8% e a previsão de analistas é de uma retração semelhante neste ano. Com a economia fraca, cresce o desemprego e a inadimplência e recuam as vendas de produtos e serviços, o que leva à redução no pagamento de impostos. Em outras palavras, os principais setores responsáveis pela geração de emprego e renda estão sofrendo com o cenário econômico. Com menos renda disponível na economia, há uma redução da demanda agregada e isso vai diminuir a arrecadação dos impostos que incidem sobre o consumo e, em um segundo momento, sobre a produção também. A queda dos postos de trabalho traz também uma forte redução na arrecadação previdenciária. Ou seja, a estagnação econômica contamina a todos. Portanto, é fundamental resolver logo o impasse político por que passa a nação, sob pena de entrarmos em um buraco ainda mais fundo, o que levaria à deterioração de todo o tecido social. MANOEL MESSIAS – EDITOR EXECUTIVO Registro feito na véspera do feriado de Tiradentes. Em meio ao tumultuado trânsito do final de tarde, a serenidade deste casal de idosos pede passagem, na volta para casa de bicicleta, pelas ruas do tradicional bairro de Campinas. ESFERA PÚBLICA ESPAÇO PARA FOMENTAR O DEBATE, OS ARTIGOS PUBLICADOS NESTA SEÇÃO NÃO TRADUZEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO JORNAL Cuidados para investir na crise Reinaldo Domingos Não é novidade para ninguém o cenário atual da economia no país. As inconstâncias levam muitas pessoas a sérios problemas financeiros, não só pela falta de educação financeira – que é cultural da população –, mas também pela realização de investimentos errados. A Caderneta de Poupança não vem sendo considerada ótima escolha desde que começou a render menos que a inflação. Segundo o IBGE, em 2015, a poupança teve valorização de 8,15%, enquanto que a inflação oficial foi de 10,67%. Paralelo a isso, o Tesouro Direto começou a se destacar; passou por algumas mudanças, se tornou mais atraente e ganhou muitos adeptos. Mas o que antes era considerado uma garantia de baixo risco, hoje, é motivo de cautela: o governo. A modalidade funciona como se o investidor emprestasse dinheiro para o Governo Federal, e em troca, depois de um período, recebesse o valor de volta corrigido. Os investidores estão sujeitos a pagamento de duas taxas na aquisição: uma cobrada pela BM&FBovespa e outra cobrada pela instituição ou intermediário financeiro com quem operará. Aí é que vem o impasse: se a situação do Governo é uma incógnita e já estamos sentido alguns desses efeitos colaterais na microeconomia, como podemos ter total segurança do pagamento dessa dívida? As perspectivas realmente não são boas. Recentemente, o fundador do antigo Pactual, Luiz Cezar Fernandes, deu uma entrevista ao site O Fi- nancista, na qual diz que, até 2018, a dívida pública deverá crescer substancialmente, impossibilitando que o Governo a honre. Ele diz que “nem mesmo a inflação alta será capaz de corroê-la”. O que podemos entender é que o calote será tão expressivo que quebrará as instituições bancárias. O resultado disso, se a situação se confirmar, é que os investidores do Tesouro Direto serão afetados e sofrerão prejuízos. Por isso, a recomendação agora, sem dúvida nenhuma, é de cautela. Não é para se desesperar, tirar todo o dinheiro dessa modalidade – caso já tenha aplicado – ou qualquer atitude extremista. O interessante é analisar o todo, buscar se informar o máximo possível e, para quem tem dinheiro para investir, espalhar seus recursos, ou seja, fazer uma carteira de investimentos. Procurar destinar no máximo 20% para o Tesouro Direto, como uma tentativa de proteger as finanças do que há por vir. E para finalizar, buscar por conhecimento sobre educação financeira. Diversos livros, palestras e cursos abordam o assunto de maneira descomplicada e eficaz. Não há saída melhor do que essa para agir corretamente em relação ao uso e à administração do dinheiro, em qualquer situação. Reinaldo Domingos,é mestre em Educação Financeira e terapeuta financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira, Abefin e Editora DSOP, autor do best-seller Terapia Financeira, dos lançamentos Papo Empreendedor e Sabedoria Financeira, entre outras obras. Dificuldades à vista Luiz Gonzaga Bertelli* Editado e impresso por Rede de Notícia Planalto Ltda-ME Fundado em 7 de julho de 1986 Fundador e Diretor-Presidente Editor-Chefe Sebastião Barbosa da Silva Ronaldo Coelho [email protected] [email protected] [email protected] Diretor de Produção Editor-Executivo Cleyton Ataídes Barbosa Manoel Messias [email protected] [email protected] Diretor Administrativo e Financeiro Francisco Carlos Júlio Ramos [email protected] Departamento Comercial [email protected] Paulo José (Fotografia) [email protected] Diagramação José Deusmar Rodrigues Repórteres Daniela Martins [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] Paulo Roberto Oliveira Fabiola Rodrigues tri bu na do pla nal to.com.br Redação [email protected] Rua Antônio de Morais Neto, 330, Setor Castelo Branco, Goiânia - Goiás CEP: 74.403-070 Fone: (62) 3226-4600 A crise política e econômica que atingiu o país em praticamente todos os setores ainda parece longe de acabar. Na educação, área estratégica para o desenvolvimento, um dos campos mais afetados foi o ensino superior privado. Estimativas realizadas pela consultoria Hoper Educação mostram que as faculdades particulares vão amargar, pelo menos, dois anos de queda bruta no número de novos alunos. Será uma baixa de quase 500 mil calouros, equivalente a 20% do número de matriculas. Os maiores fatores para essa diminuição são as reduções de incentivos do governo federal – como o Prouni e o Fies –, o aumento do desemprego e a consequente queda de renda de boa parte da população. Em 2015, segundo a consultoria, que pesquisou 30 instituições superiores, houve uma redução de 12% no número de matrículas de calouros, em relação a 2014, o que significa 284 mil estudantes a menos. A previsão é que, neste ano, a diminuição chegue a 10% em relação ao ano passado, o que representaria 207 mil calouros. Não é difícil encontrar jovens que tiveram dificuldades em conseguir os benefícios governamentais pelos programas de financiamentos estudantis. Da mesma forma, muitos, ao entrar na universidade, não conseguiram cumprir com as obrigações de pagamento e desistiram dos cursos. Em 2014, o Ministério da Educação ofereceu 750 mil vagas no Fies. No ano seguinte, foram 311 mil. E para este ano, sobraram apenas 250 mil vagas para os estudantes. A mudança na política afetou mais os cursos de administração, engenharia, ciências contábeis e comunicação. Agora as universidades estão atraindo os alunos para cursos à distância, que devem crescer 15% neste ano. Bolsas e descontos nas mensalidades mantêm as instituições de ensino competitivas para atrair os alunos. Com mais de 52 anos de atuação na inserção de jovens no mercado de trabalho, o CIEE entende que o estágio e a aprendizagem são dois modalidades importantes que auxiliam o estudante mais necessitado a manter-se na universidade, já que, pela capacitação prática, eles vão se qualificar em determinadas áreas e, ao mesmo tempo, receberão uma remuneração que os ajudará no pagamento das mensalidades escolares. Dessa forma, podem garantir formação para o desenvolvimento de uma carreira de sucesso. Luiz Gonzaga Bertelli é presidente do Conselho de Administração do CIEE, do Conselho Diretor do CIEE Nacional e da Academia Paulista de História (APH) L POLÍTICA 3 X GOIÂNIA, 24 A 30 DE ABRIL DE 2016 LINHA DIRETA Ronaldo Coelho [email protected] Foco na gestão Expulsão do PDT A deputada federal Flávia Morais já sabia antes de votar a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) que poderia ser punida com a expulsão do PDT, o que inviabilizaria sua candidatura a prefeita de Trindade este ano já que o prazo para filiação partidária para quem pretende concorrer nestas eleições terminou no dia 2 de abril. Vecci fala em profissionalizar a gestão com governo de alianças Pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo PSDB, o deputado federal Giuseppe Vecci percorre os bairros de Goiânia em reuniões com a comunidade, oportunidade que aproveita para tratar de assuntos de interesse coletivo e para ouvir sugestões do goianiense na elaboração do plano de governo que será apresentado na campanha eleitoral. “É fundamental termos políticas públicas para segmentos sociais da população: mulheres, idosos, pessoas com deficiência, e outros”, afirmou durante encontro com membros do PSDB Mulher. “Precisamos criar políticas mais profissionalizadas, que possam exigir zelo, responsabilidade para com a sociedade”, acrescentou. Nos frequentes encontros com a comunidade, Vecci tem insistido na proposta de manter a gestão próxima da população, de forma a atender as necessidades do povo, e de que é preciso parcerias para governar bem a cidade. “Ninguém consegue governar sozinho. É preciso ter alianças com o governo federal, estadual, ter parcerias com os segmentos organizados da sociedade, com sindicatos, associações comunitárias e a população em geral para que, em conjunto, possamos resolver gradativamente os problemas que nos afligem”, destaca. Tranquila Flávia Morais, no entanto, preferiu correr o risco e, por isso, demonstra estar com a consciência tranquila. “Reconheço que houve avanços importantes nos últimos anos. Mas chegou o momento da mudança, chegou a hora de ouvirmos o desejo da vontade da maioria dos brasileiros. Estou preparada para as consequências desta minha decisão”, afirmou em sua conta no Facebook. Pois é! Tem muita gente acreditando que se o processo caminhar no Senado e Dilma Rousseff (PT) for impedida, a deputada Flávia Morais e seus cinco colegas ameaçados de expulsão podem ser perdoados pela “rebeldia” já que eles fariam falta numa provável negociação por cargos no Planalto em eventual governo de Michel Temer (PMDB), que beneficiaria, como sempre, Carlos Lupi, o chefão do PDT no Brasil. Exemplo ao mundo Governador Marconi Perillo (PSDB) reconhece que o Brasil vive crise política grave e que precisa de liderança com compromisso de tirá-lo do buraco. "O Brasil vai precisar muito de nós governadores e dos prefeitos. E nós vamos dizer 'sim' a esse País que nasce a partir de agora para superar as crises, para dar exemplo ao mundo, porque potencial e povo trabalhador nós temos”. Venda da Celg O secretário de Desenvolvimento Econômico, Thiago Peixoto, acompanhou o governador Marconi Perillo à 2ª Edição da Brazil Conference, realizada em Cambridge (Massachusetts, EUA). Os dois já estão de volta à Goiânia. A meritocracia para os servidores públicos estaduais, efetivos ou comissionados, será retomada e a estimativa é que, até o fim do ano, os novos selecionados tomem posse nos cargos. A informação é do secretário de Gestão e Planejamento, Joaquim Mesquita. X Além de familiares e amigos, políticos de vários partidos compareceram ao velório e enterro da juíza Maria Aparecida Siqueira Garcia, mãe do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), que faleceu na madrugada de sexta-feira, dia 22, de infarto. D. Maria Aparecida cursou Pedagogia e foi professora. Virou juíza e exerceu a magistratura por 35 anos em cidades do interior. Casou-se com Altamiro Garcia e teve quatro filhos. Paulo Garcia é o mais velho. Condolências da Tribuna do Planalto à família. X Para o deputado estadual Adib Elias (PMDB), com o trabalho do senador Ronaldo Caiado (DEM), em Brasília, e com o PMDB no poder, eles terão como desenvolver trabalho mais forte contra a venda da Celg aqui em Goiás. RÁPIDAS X Trabalho forte Presidenta Dilma Rousseff ao discursar perante chefes de Estado mundiais na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. X Mesmo tendo sido responsável pela venda da Usina de Cachoeira Dourada, o PMDB de Goiás sempre lutou para impedir a venda da Celg durante os dois últimos governos de Marconi Perillo (PSDB). Agora, com a possibilidade de Michel Temer (PMDB) assumir a Presidência da República, a bancada peemedebista na Assembleia Legislativa acredita no impedimento da privatização da Celg, dada como certa no governo Dilma Rousseff (PT). “Nosso povo é trabalhador e com grande apreço pela liberdade. Saberá, não tenho dúvidas, impedir quaisquer retrocessos” Francisco Oliveira mira presidência da Alego Manoel Messias e Marcione Barreira De olho na presidência da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Francisco Oliveira (PSDB) é um dos principais nomes da base do governador Marconi Perillo (PSDB) para suceder o atual presidente, Helio Coisas da política Prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB) sempre esteve ao lado e defendeu a presidenta Dilma Rousseff (PT), mas depois que seu filho, o deputado federal Daniel Vilela, presidente regional do PMDB, votou a favor do impeachment, ele mantém silêncio sobre o assunto Atritados Não convide para a mesma mesa de almoço num restaurante qualquer o deputado estadual Carlos Antônio, o presidente do SDD em Goiás, Armando Vergílio, e o deputado federal Lucas Vergílio. Carlos Antônio é acusado pelos dois de “traição” por ter trocado o SDD pelo PSDB para ser candidato da base do governador Marconi Perillo a prefeito de Anápolis. Que coisa! A Associação Nacional do MP de Contas, o Conselho Nacional de Procuradores Gerais de Contas, o Instituto de Fiscalização e Controle e a Associação Contas Abertas querem o afastamento do conselheiro do TCE, Edson Ferrari, do processo de julgamento das contas do governo de Goiás do ano de 2015 por considerarem que ele tem íntima relação de amizade e de gratidão com o governador Marconi Perillo. Essa relação dos dois já é conhecida há muitos anos, mas achar que o fato pode interferir na atuação do conselheiro é algo comprometedor. Xadrez político Iris Rezende (PMDB) só aguarda definição do Senado sobre o impedimento da presidenta Dilma Rousseff (PT) para lançar sua pré-candidatura a prefeito de Goiânia. Saindo PT e entrando o PMDB no comando da nação, o arranjo político muda e ele quer aproveitar bem essa situação para definir sua chapa, longe dos petistas. Definição Professor Alcides Ribeiro Filho vai cobrar do governador Marconi Perillo esta semana definição sobre os rumos do PSDB em Aparecida de Goiânia. O Professor Alcides disputa a indicação do partido para concorrer a prefeito com atual vice-prefeito Ozair José. Ele acha que a indefinição prejudica a pré-campanha. PAULO JOSÉ NOVO PROJETO Parlamentar do PSDB já articula seu nome e, além de almejar presidir a Casa, deputado quer reeleição em 2018 Secretário de Governo da Prefeitura de Aparecida, Euler Morais, que foi preterido na escolha do pré-candidato a prefeito pelo PMDB, prega a unidade da base de Maguito Vilela como fator preponderante para que o vereador Gustavo Mendanha vença as eleições. Mas ele, no entanto, não dá sinais de que vá participar da campanha. “A partir de agora o propósito é continuar colaborando com a administração do Maguito em diversas atividades e projetos que estão sob a minha coordenação na Secretaria de Governo”, diz. de Sousa (PSDB). Dentro da base, ele e o deputado José Vitti (PSDB) travam queda de braço para ter a preferência de maioria da Casa. A eleição deve ocorrer no dia 10 de outubro e vai eleger o próximo mandatário para os dois anos seguintes. De olho na principal cadeira da Alego, Francisco Oliveira não refutou ao convite do governador Marconi Perillo para se filiar ao PSDB no início do ano. Antes no PHS, Francisco admite que com os peessedebistas suas chances aumentam. No bloco governista desde 1998, ano da primeira eleição de Marconi, Oliveira disputou em 2006 a eleição pelo PSDB, mas foi na ala humanista que conquistou uma cadeira na Assembleia, em 2014. Natural de Morrinhos e vereador por Goiânia por três mandatos, Francisco Oliveira visitou a Tribuna do Planalto essa semana e discorreu sobre diversos temas. Alego O parlamentar foi um dos primeiros a mudar de partido na primeira janela de troca partidária no início do ano. Segundo ele, estão entre os motivos que o fez optar pelo PSDB alguns fatores. Entre os quais, o convite do governador; a abertura de espaço para colegas dentro do PHS e a possibilidade de presidir a Assembleia Deputado Francisco Oliveira, de olho na presidência da AL Ainda segundo Francisco Oliveira, sua saída do PHS foi amplamente discutida com o deputado estadual e presidente do partido, Dr. Jean Carlos, por quem tem muito apreço. “Estava bem no partido, eu saí de comum acordo com o deputado Jean, bem como com o presidente nacional Eduardo Machado (PHS), são meus amigos”, disse. Francisco Oliveira destacou ainda que no PHS há um projeto de disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados em 2018 e, com sua saída, abrirá espaço para que outros nomes do partido possam ter igualdade de condições. “Normalmente quando o partido tem um depu- tado dificilmente você tem précandidatos. Acham que quem está lá tem preferência”, disse. Na Assembleia Legislativa tem sido um dos maiores aliados do governo com quem é unido há quase 20 anos. Segundo Francisco, seu projeto em médio e longo prazos está centrado em dois eixos: “Meu projeto é tentar a presidência da Alego e, por conseguinte, a minha reeleição a deputado estadual”. Mirando apoio para comandar a Assembleia, Francisco Oliveira destaca que a Casa passou por um processo difícil, mas que atualmente vem sendo muito bem conduzida pela atual presidência. “Dr. Helio tem tido autonomia, independência junto ao Legislativo. São conquistas que a Casa tem tido”, afirma. Ainda segundo ele, a Assembleia precisa estar aberta para discutir com os diversos segmentos da sociedade. Ainda na visão do deputado, apesar disso, precisar ser independente. “A Casa tem que estar aberta, entretanto, tem que ser independente, tanto que nós temos o Poder Executivo, o Legislativo e o Poder Judiciário. Eu prego que ela seja um poder independente”, declara. Eliton De volta para a política regional Francisco Oliveira fez questão de destacar o trabalho do vice-governador José Eliton a frente da Secretária de Segurança Pública. Segundo ele, na época em que assumiu a pasta, a análise geral era de que Eliton havia feito uma escolha errada. Entretanto, Oliveira afirmou que os fatos mostram o acerto. Para ele, o discurso de José Eliton é claro e permeia a valorização dos policiais. Com isso, os resultados começam a aparecer. “Ele tem dado uma demonstração clara que os índices estão caindo. Os policiais estão nas ruas e o sentimento de segurança está mudando”, disse. Ainda segundo o deputado, a população, em breve, vai tomar conhecimento de que o vice-governador foi o responsável por ampliar o sentimento de segurança do cidadão de goianiense. “O remédio que o governador entendeu ser o certo para aplicar na segurança pública foi o José Eliton”, afirma. NA ONU GOIÂNIA, 24 A 30 DE ABRIL DE 2016 X 4 POLÍTICA CONTRA-ATAQUE Povo brasileiro saberá impedir retrocesso, diz Dilma peito disso, quero dizer que o Brasil é um grande país com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia. Nosso povo é um povo trabalhador e com grande apreço pela liberdade. Saberá, não tenho dúvidas, impedir qualquer retrocesso. Sou grata a todos os líderes que expressaram a mim sua solidariedade”, disse no encerramento do discurso. Presidente recua e não se diz vítima de um "golpe parlamentar" no Brasil ao discursar perante chefes de Estado A presidenta Dilma Rousseff discursou na manhã de sextafeira, dia 22, na sessão de abertura da cerimônia de assinatura do Acordo de Paris, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Em seu discurso para a comunidade internacional, que durou cerca de nove minutos, Dilma Rousseff afirmou que as metas do Brasil até 2030 são: reduzir em 43% a emissão de gases do efeito estufa; zerar o desmatamento na Amazônia; reflorestar 12 milhões de hectares de florestas e 15 milhões de hectares de pastagens degradadas; integrar 5 milhões de hectares na relação lavoura-pecuária-florestas; e adotar 45% de energias renováveis na matriz energética. "Países em desenvolvimento, como o Brasil, têm apresentado resultados expressivos na redução das emissões [de gases] e se comprometido com metas ambiciosas. O desafio é enfrentar as mudanças climáticas. [...] E isso exige, de forma continuada, a mo- Presidente Dilma Rousseff discursa a líderes mundiais na ONU bilização e a implementação dos meios adequados para que os países em desenvolvimento tenham o suporte necessário e contribuam para os esforços globais", declarou a presidente na solenidade da ONU. Impeachment Alvo de um processo de impechment no Congresso Nacional, a presidente chegou a cogitar nos últimos dias, segundo assessores do Palácio do Planalto, denunciar durante seu discurso na ONU que é vítima de um "golpe parlamentar" no Brasil. Mas a presidente Dilma Rousseff recuou e não se disse vítima de um "golpe parlamentar" no Brasil ao discursar perante chefes de Estado. Praticamente todo o seu discurso foi sobre clima. Apenas nas cinco frases finais, Dilma disse que o Brasil vive atualmente um "grave momento", com uma sociedade que construiu uma "pujante democracia" e que o povo saberá "impedir quaisquer retrocessos". A presidente, no entanto, mencionou a crise política que vive o Brasil no final do seu discurso. Ela disse que a sociedade brasileira soube vencer o autoritarismo, construir a democracia e saberá impedir retrocessos. “Não posso terminar minhas palavras sem mencionar o grave momento que vive o Brasil. A des- Acordo de Paris O presidente da França, François Hollande, foi o primeiro chefe de Estado a discursar na sessão. Representantes de cerca de 160 países assinam o acordo de Paris, que visa a combater os efeitos das mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A cerimônia de assinatura do documento, fechado em dezembro de 2015, depois de difíceis negociações entre 195 países e a União Europeia, ocorre na sede da ONU, no Dia Mundial da Terra. Para entrar em vigor em 2020, o acordo, no entanto, só se concretizará quando for ratificado por 55 nações responsáveis por, pelo menos, 55% das emissões de gases de efeito de estufa. Depois da adoção do texto em Paris, ainda é necessária a assinatura do acordo, até fim de abril de 2017, seguida da ratificação nacional, conforme as regras de cada país, podendo ser por meio de votação no parlamento ou de decreto-lei, por exemplo. Temer condena desqualificação e agressões à Vice-Presidência O vice-presidente da República, Michel Temer, disse na sexta-feira, dia 22, quando estava na condição de presidente em exercício, que o Brasil não merece ser desqualificado com agressões à Vice-Presidência e que decidiu dar entrevistas à imprensa estrangeira após se sentir atacado por declarações da presidenta Dilma Rousseff “Fui provocado para aquelas entrevistas, achei que deveria dizer alguma coisa à imprensa internacional, já que houve manifestações [de Dilma] em relação à imprensa internacional, especialmente pretendendo desqualificar a minha posição. Aí não é a coisa do vicepresidente, é uma coisa do Brasil, acho que o Brasil não merece desqualificação por meio de eventuais agressões à Vice-Presidência”, disse Temer em entrevista na saída de seu gabinete, no anexo do Palácio do Planalto. Nos últimos dias, Dilma endureceu as críticas sobre o impeachment contra ela que tramita no Senado, classificando o processo de golpe. Dilma está em Nova York para a cerimônia de assinatura do Acordo de Paris sobre mudança do clima ma Organização das Nações Unidas (ONU). Antes de embarcar de volta ao Brasil, a presidenta concedeu entrevista a jornais estrangeiros em que disse que há uma “gravíssima aventura golpista” em curso no país. Na quinta-feira, dia 21, Temer deu entrevistas ao The New York Times, ao Financial Times e ao Wall Street Journal em que negou que esteja conspirando contra Dilma, disse que está preocupado com as declarações da presidenta sobre o Brasil no exte- Michel Temer: entrevistas após ser atacado por Dilma rior, como se o país fosse uma “república menor” onde “ocorrem golpes”. Ao The New York Times, Temer disse ainda que passou quatro anos no “ostracismo absoluto”. Equipe de governo Sobre o eventual afastamento de Dilma, o vice-presidente voltou a dizer que vai aguardar “silenciosa e respeitosamente” a decisão do Senado. Perguntado sobre as conversas que têm tido para montar a equipe de seu possível governo, Temer respondeu que está “apenas ouvindo”. “Naturalmente, estou sendo procurado por muita gente, estou ouvindo muita gente, mas apenas ouvindo, nada mais do que ouvindo.” Michel Temer disse ter considerado “adequado” o discurso de Dilma na ONU, em que a presidente afirmou que a sociedade brasileira saberá impedir retrocessos, mas sem mencionar a palavra golpe. Manoel Messias e Marcione Barreira Como está esse momento de pré-campanha já que as atenções estão voltadas para o cenário nacional? Nosso nome foi o primeiro a ser colocado e desde que fomos colocados nós nunca deixamos de estar pensando Goiânia 24 horas. No momento atual as atenções realmente estão voltadas para Brasília na questão do impeachment. Mesmo tendo esse momento aí, nós continuamos tendo nossas reuniões, visitas aos bairros, principalmente nas regiões mais distantes de Goiânia já ouvindo a população para estarmos apresentado um plano de governo bem consistente. O senhor tem feito o uso das redes sociais? Nós temos usado As redes sociais e todas as ferramentas que estão ao nosso alcance. Redes sociais, entrevistas, tanto de rádio quanto de jornais, como essa agora, as reuniões nas regiões, ou seja, conversando com os partidos. Nós estamos trabalhando em várias frentes. Como tem sido a receptividade nas regiões, apesar do desgaste que vem tendo a classe política? Todos os lugares que nós vamos aqui em Goiânia, independentemente da região, nós somos todos bem recebidos. A visão que o leitor tem de nós, não é de um político de carteirinha, um político tradicional que vive simplesmente da política. Vivemos como um político independente que tem a vida resolvida. Isso tem facilitado num momento em que os políticos estão desacreditados. O que o senhor oferece para o eleitorado, além de ser um empresário e já ter administrado Senador Canedo? Tem alguma característica especifica que o candidato oferece para cativar o eleitor? Falar com propriedade, com experiência que nós já tivemos, saber trabalhar com planejamento, trabalhar em todas as áreas. Eu sou daquele que quando tive oportunidade de dirigir a cidade não trabalhei dando prioridade para uma ou para outra área. Nós trabalhamos em todas as frentes. Então, nós falamos com propriedade e o eleitor hoje está sabendo diferenciar isso. Quando a gente vai para as reuniões para falar com a comunidade é falar com propriedade. O eleitor quer isso, quer um gestor que saiba o que ele está falando para que ele sinta firmeza até mesmo para que possa tomar a sua decisão. Recentemente o senhor declarou que o transporte coletivo de Goiânia está um caos. Já tivemos prefeito que prometeu resolver em seis meses, mas que na verdade foi só uma estratégia para, de alguma forma, justificar alguma coisa ou ganhar voto. O senhor tem projeto para resolver a questão do transporte de uma vez por todas? Eu não prometo que vou resolver o problema em seis meses, mas eu digo que vamos resolver o problema. Enquanto o prefeito de Goiânia não assumir que a responsabilidade é dele, se você for observar aí, quem indica o presidente da CMTC é o prefeito, o presidente da Câmara Deliberativa é o próprio prefeito, então ele tem que assumir a responsabilidade e buscar a solução para o transporte coletivo e não ficar nesse jogo de empurra e ficar fazendo de conta que o problema não é com ele. A autoridade maior no município é o prefeito, então se as empresas não estão resolvendo, se estão tendo problemas no transporte coletivo, então ele tem que ir lá, encabeçar e resolver o problema. Eu procurei resolver o problema em Senador Canedo e resolvi, eu não aceitei que as empresas viessem a fazer Pré-candidato a ENTREVISTA/VANDERLAN CARDOSO prefeito de Goiânia pelo PSB, Vanderlan Cardoso diz, em entrevista exclusiva à Tribuna do Planalto, que está pensando Goiânia 24 horas por dia. Fala de projetos para o transporte coletivo e a mobilidade urbana, critica a falta de planejamento da atual gestão e diz que o eleitor quer um gestor que saiba o que está falando para que ele sinta firmeza na hora de decidir sobre quem deve ser o seu prefeito. Sobre adversários, Vanderlan afirma que não faz escolha, que respeita a todos. Declara ainda que pretende entrar para a história de Goiânia, assim entrou na história de Senador Canedo. “Goiânia não tem nenhum planejamento” um investimento nem em terminal de passageiros e nem em ponto de ônibus. Nós fizemos isso por conta do próprio município. Só que nós, quando terminamos, nós exigimos as linhas que a população precisava e não de acordo com que as companhias queriam fazer. Nós vamos fazer da mesma maneira aqui, vamos assumir como um problema que o prefeito tem que resolver e buscar as parcerias, aí que entra as empresas, o Estado, recursos do governo federal como está sendo feito agora com a construção do BRT. O senhor acha que é possível equacionar esse modelo de transporte de Goiânia, que envolve também outras prefeituras? É possível? Falta vontade política? Falta vontade política de resolver o problema. O modelo não é ruim. Por isso, foi criado a Câmara Deliberativa, tem a CMTC. Só que esses órgãos estão se reunindo muito para discutir tarifas, aí não adianta. Tem que ser reuniões exaustivas até para que se resolva o problema. Mas são uma série de medidas que têm que ser tomadas. Nós temos que manter as faixas exclusivas, fazer mais viadutos, trincheiras, nós temos que dar trafegabilidade para esses veículos porque não adianta você falar que vai resolver o problema do transporte coletivo colocando mais mil ônibus. Os ônibus já estão rodando a uma velocidade de 10, 12, 15 km por hora, nós temos que fazer com que eles andem numa velocidade maior e com isso vai passar até a sobrar ônibus. A situação financeira não é fácil, o candidato acha que a máquina pública municipal tem alguma condição de investir em grandes obras assim? Quando eu falo em buscar parcerias nós temos aí, através da iniciativa privada, várias compensações que podem ser feitas. Por exemplo, tem um determinado empreendimento que pode trazer lucros para os empresários, eles podem trazer uma compensação construindo trincheiras, construindo viadutos, abrindo avenidas. Tudo isso é possível. Agora, depende de uma boa vontade e de uma boa negociação. Nós olhamos para a cidade de Aparecida e a gente vê o prefeito lá com uma política de atração de empresas e geração de empregos. Em Goiânia você não vê movimentação do prefeito no “ Eu não escolho adversário. Eu disputei a eleição para governador com os dois maiores nomes da política do Estado, que são Iris e Marconi” sentido. O senhor considera que isso é possível fazer ou é aquela história que Goiânia só tem vocação para prestação de serviço e que vai continuar desse jeito? Vamos voltar 20, 25 anos atrás. De cada R$ 100 que era arrecadado do ICMS do Estado de Goiás, na faixa de R$ 32 eram de Goiânia. Naquela é poça, estabeleceu-se uma política de que Goiânia não poderia ter pólos de desenvolvimento e nem indústrias, era simplesmente serviço, conforme você falou. Hoje, de cada R$ 100 somente R$ 17 ficam para Goiânia. Nosso projeto que está sendo apresentado é de Goiânia ter seus distritos industriais, seus pólos de desenvolvimento, atrair esses investimentos para as regiões, principalmente as mais distantes, com isso, vamos ajudar a resolver o problema do transporte coletivo porque a partir do momento que a pessoa está trabalhando próximo da sua casa não precisa pegar ônibus. Então, são medidas simples, não são medidas complicadas. Como é que nós vamos fazer esses pólos? Serão parcerias feitas com as empresas, essas que querem fazer esses investimentos. Elas terão que fazer a sua doação, a sua contrapartida em áreas para desenvolver Goiânia. Da mesma forma nós estamos trabalhando para colocar quarto regionais. Quatro pólos administrativos em Goiânia para resolver o problema da região. Facilitar a manutenção das escolas, da saúde, equipe que vai trabalhar na iluminação pública, capina, poda de arvores, pintura de meio fio. Isso tudo vai ser ali daquela região e também para aquelas pessoas não terem que ficar pegando ônibus ou se deslocando a longa distância para poder trabalhar. Estive pesquisando as idéias sobre o plano de governo que o senhor está pensando em elaborar e vi áreas com segurança pública, transporte coletivo, educação, saúde e geração de emprego. A mobilidade urbana também deve entrar? Inclusive já até citamos né. Sobre transporte coletivo, faixas exclusivas para ônibus que hoje já começou. Se você perguntar pra mim o que o prefeito atual está fazendo que tenha contribuído com a cidade e, principalmente com o transporte coletivo e a trafegabilidade, são as faixas exclusivas. Isso é um ponto positivo. Então, quando eu digo que nós vamos construir, vamos dar ênfase na construção de viadutos que serão feitos de uma maneira bem planejada e hoje se constrói fácil. Constrói fora e monta no local né, as trincheiras também, então tudo isso você vai melhorando a condição nossa de ir e vir. Hoje o senhor tem conhecimento da real situação da prefeitura, por exemplo, quantidade de pessoal, valor gasto com servidores? Nós temos sim, algumas informações, mas o que eu posso garantir para você é que está se gastando dinheiro sem qualidade. Você gastar o dinheiro sem qualidade o dinheiro não vai render. Nós temos condições de gastar bem menos com a qualidade bem maior desses serviços que são executados hoje. Troca de lâmpadas, por exemplo, é o básico do básico. PAULO JOSÉ Nós chagamos aí ao absurdo de o Ministério Público ter que entrar na Justiça até com um pedido de improbidade administrativa por um pacto não cumprido pelo prefeito que o obrigava a trocar lâmpada ,que é o básico do básico ter uma cidade clara que, inclusive, pode melhorar na questão da segurança pública. O que o senhor tem em mente que poderia ser feito para melhorar a segurança pública? Da mesma forma do transporte coletivo, o problema está no município e tem que ser resolvido e a autoridade máxima é o prefeito, a questão da segurança é a mesma coisa. Nós temos que parar com esse discurso de dizer que a segurança é problema do Estado. É obrigação do estado sim, mas o problema está no município e autoridade máxima do município, sendo o prefeito, ele tem que encabeçar e liderar o movimento para que possa resolver essa questão e buscar parcerias. A parceria é com a Polícia Militar, com a Polícia Civil, com a prefeitura entrando com a Guarda Municipal, chamando o Judiciário para fazer parte, chamando os conselhos de segurança, que é onde entra a população. Se o prefeito encabeçar isso, você pode ter certeza, essas forças unidas nós vamos ter o objetivo sendo alcançado, que é diminuir e muito a criminalidade. As finanças de Senador Canedo, comparando com as de Goiânia, são muito menores? Não são. Se você pegar o orçamento proporcional de Senador Canedo ao de Goiânia, Goiânia é maior proporcionalmente. Se você pegar a renda per capita de Goiânia em relação a Senador Canedo, Goiânia tem 30% a mais. Então o que falta? Aconteceu lá porque as prioridades eram outras. Nós planejamos uma cidade 30 anos para frente. Goiânia não tem planejamento algum. Tanto é que a cidade até pouco tempo atrás só trabalhava até meio dia. A capital do nosso estado trabalha apenas POLÍTICA 5 X GOIÂNIA, 24 A 30 DE ABRIL DE 2016 meio período. E os serviços? O balanço que foi dado aí é que não chegou a R$ 6milhõess durante os meses. E quanto se gastou para pagamento de pessoas para economizar R$ 6 milhões? Então, as prioridades estão sendo diferentes em relação a Senador Canedo. O dinheiro não está sendo aplicado como deveria ser pra trazer os benefícios que a população tanto espera. Que nota o senhor daria para o prefeito Paulo Garcia? Eu não gosto de dar nota para ninguém. O que eu posso dizer para você é que hoje a cidade está suja para todos os lados, praças abandonadas, uma cidade escura, esburacada e a população está de cabeça baixa, desanimada com a nossa capital. Então, você pode ter certeza que as pesquisas que a gente está vendo mostram a realidade do prefeito, que numa escala de zero a 10 está na faixa de um. Então, eu não gosto de dar nota porque parece que eu estou, como précandidato, querendo colocar mais abaixo do que já está. Qual é o raio de aliança que o senhor pretende fazer com outras legendas, outros grupos políticos, mesmo pessoas nesse período de primeiro de turno? Eu trabalho com uma aliança que nos dê tranqüilidade na eleição. Não trabalho para ter uma aliança muito grande, muito ampla porque Goiânia precisa mudanças profundas. Essas alianças muito grandes é que e levaram o Brasil a esse buraco que está. Se nós pegarmos em nível nacional a aliança PT/PMDB fez chegar a esse caos que está o País. Trazendo para Goiânia, o caos que está em Goiânia foi devido a aliança que foi feita, uma aliança ampla, inclusive, a mesma aliança. A aliança nacional se repetindo em Goiânia e está esse caos que está aí hoje. Já tem conversado já com alguns partidos? Posso dizer a você que já está adiantado com alguns partidos já. Quem é o adversário que de alguma forma é o adversário a ser enfrentado, na sua opinião? Eu não menosprezo nenhuma candidatura. Eu não escolho adversário. Eu disputei a eleição para governador com os dois maiores nomes da política do Estado, que são Iris e Marconi. Então, eu não escolho. Eu tenho respeito por todos. O senhor acha que essa campanha vai ter um fator preponderante? Essas eleições vão ser muito diferentes das outras. Por tudo isso que tem acontecendo, as pessoas estão de olho nas campanhas volumosas. Vai ser uma campanha mais de proposta. O eleitor está muito atento a isso. Ele não vai mais ficar tão desatendo como houve em outras ligações. Ele está prestando muita atenção e eu tenho visto isso nas andanças por Goiânia. Em relação a eleição municipal, já tem uma chapa de vereadores em andamento? O PSB está com uma chapa muito boa. Os partidos que já manifestaram apoio ao PSB também têm suas chapaa e eu creio que nós vamos ter uma chapa com bons candidatos a vereador. Alguma questão que o senhor queira colocar? Só dizer que nós estamos preparados para esse desafio que é Goiânia. Goiânia passa por muita dificuldade, é um desafio para ficar na história e eu pretendo ficar para a história de Goiânia como nós ficamos na história de Senador Canedo. Goiânia que hoje está passando por várias dificuldades, mas que nós estamos preparados para resgatar a cidade e fazê-la voltar a sorrir em pouco tempo. GOIÂNIA, 24 A 30 DE ABRIL DE 2016 X 6 ECONOMIA SUPERÁVIT DA ECONOMIA Marconi destaca força do Centro-Oeste HUMBERTO SILVA Governador enfatiza que a região tem dado resultados positivos na economia que gerou, em 2015, R$ 20 bilhões em superávit O governador Marconi Perillo enfatizou que a região Central do Brasil é muito importante economicamente, tem dado resultados positivos na economia e um deles se refere à Balança Comercial, que gerou, em 2015, R$ 20 bilhões em superávit. A afirmação do governador surgiu no seu discurso, na quarta-feira, dia 20, na abertura da primeira edição da Feira Internacional de Turismo do Pantanal (FIT Pantanal) e da Zona de Integração do Centro Oeste Sul-Americano (Zicosur), bloco que reúne seis países da América do Sul (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai e Peru) e que traça estratégias de fortalecimento econômico e ambiental dos estados e das províncias que participam do grupo. Os dois eventos aconteceram no Centro de Eventos Pantanal, em Cuiabá, Mato Grosso. Na qualidade de presidente Governador Marconi Perillo discursa na Feira Internacional de Turismo, em Cuiabá (MT) do Fórum de Governadores do Brasil Central, Marconi Perillo comandou as reuniões do grupo e disse que o Brasil Central abriga os estados que dão certo, que comandam os melhores índices da economia brasileira, citando a geração de empregos e o superávit de 20 bilhões de dólares na Balança Comercial do Brasil. Marconi elogiou os dois eventos que, simultaneamente, foram realizados na capital mato-grossense até domingo, dia 24, reunindo representantes de vários países da América Latina e da China. “Nos associamos ao Mato Grosso para divulgar nossos destinos turísticos. Este, sem dúvida, é um dos mais belos estados brasileiros”, observou. Política e economia Ele aproveitou a oportunidade para destacar o momento político e econômico brasileiro. Disse que o Brasil vai precisar muito dos governadores e dos prefeitos para atravessar este período. “E nós – salientou – temos que dizer sim ao Brasil, dar a nossa parcela de contribuição para vencermos os desafios que virão”. A primeira edição da FIT Pantanal, sob o tema Turismo: um grande negócio, teve como objetivo promover os destinos de Mato Grosso, bem como estimular a comercialização de pacotes para a região. A feira contou com a participação de empresários, representantes do setor público e consumidores finais, e contou com um festival gastronômico com pratos típicos da culinária mato-grossense, além de um espaço dedicado à exposição de artesanato com destaque para o trabalho desenvolvido pelas associações de artesãos e artes indígenas. A reunião da Zicosur teve por objetivo reunir em um mesmo período autoridades governamentais e líderes empresariais para estreitar as relações e também criar formas de alavancar o turismo e a economia dos seis países pertencentes ao bloco. ANÁLISE Altair Tavares Rádio 730 Eleição no escuro Diferente de outras eleições, a disputa para prefeito de Goiânia, e outras cidades, em 2016, está no escuro por causa da não divulgação das pesquisas eleitorais. Anteriormente, com antecedência de um ano, eram corriqueiras as sondagens que apresentavam o cenário eleitoral em cada município. Os veículos, que costumeiramente realizavam pesquisas, abandonaram a ação que informava aos seus leitores e, de certa forma, interferiam no debate eleitoral. Agora, as pesquisas estão rodando nas mãos dos integrantes dos comitês dos pré-candidatos, tanto quantitativas quanto qualitativas. Somente os políticos sabem qual é a opinião do eleitor goianiense, hoje, e traçam suas estratégias para o enfrentamento eleitoral. No geral, hoje, os cenários das pesquisas apontam a liderança de Iris Rezende na estimulada, apesar de ele não assumir, efetivamente, a candidatura. Os candidatos Waldir Soares (PR), Vanderlan Cardoso (PSB) e Adriana Accorsi (PT) aparecem num grupo. Luiz Bittencourt (PTB), Francisco Júnior (PSD) e Giuseppe Vecci (PSDB) em outro. (A divulgação de dados percentuais dos candidatos é proibida pela legislação, sem o devido registro das pesquisas). Iris Rezende é visto como um candidato que tem uma idade elevada, mas que sabe cuidar do asfalto, do lixo e da manutenção da cidade. Ele é o fator determinante de todos os cenários da disputa eleitoral. Sem ele, a disputa ganha outra configuração. Ao final de 2015, Rezende reuniu vereadores e líderes do PMDB e afirmou que todos deveriam se preparar para uma surpresa e que a candida- tura do partido talvez não tivesse o nome dele. Ele assustou os candidatos a vereador e alguns saíram do partido enlembravam dessa quanto história. A presença do nome de Iris Rezende mexe com o quadro eleitoral, mas não significaria que o processo tem um favorito, como eram feitas outras avaliações há alguns meses. Os peecontinuam medebistas confiando na idéia de que, quando anunciar a candidatura oficial, o ex-prefeito ganhará pontos junto ao eleitorado suficientes para o crescimento. No segundo time, dois nomes são fatores garantidores do segundo turno para uma análise do quadro, hoje. E é exatamente neste grupo que a disputa deve ficar mais acirrada, pois Iris Rezende não alcançou, ainda, índices para uma vitória no primeiro turno. Aliás, a maior chance do peemedebista estaria na performance para o primeiro tempo da disputa, pois no atual quadro os apoios de segundo turno seriam limitados. Diferentemente da última que disputou em Goiânia, Iris pode ter uma quantidade menor de partidos. Quando surgir a primeira pesquisa com dados submetidos à divulgação, será possível perceber onde cada candidato tem melhor credibilidade junto ao eleitorado. Não há dúvida de que na região Noroeste de Goiânia, a disputa é forte entre Iris Rezende e Waldir Soares. Na região Leste, conforme os últimos resultados eleitorais, Vanderlan Cardoso tem vantagem por causa da proximidade de Senador Canedo. No restante, há dúvidas. Afinal, a eleição carece de luz. Entre em contato com esta coluna também pelo email: [email protected] ou carta - Rua Antônio de Morais Neto, 330, St. Castelo Branco, Goiânia-Goiás - CEP: 74.403-070 VIDA NOTURNA COMUNIDADES 7 X GOIÂNIA, 24 A 30 ABRIL DE 2016 Elas estão no comando Negócios tradicionalmente liderados por homens, muitos bares da Capital já são comandados por mulheres. De coadjuvantes na cozinha, elas passaram aos postos de donas Daniela Martins Há dois anos, quando o marido avisou que ia vender o bar que mantinha em sociedade com uma irmã dele “porque estava cansado”, Pricila não pestanejou. Convocou sua irmã para sócia e adquiriu o negócio, ingressando em um mundo totalmente novo e dando início a um ritmo de trabalho frenético. “Pensei: 'Mas gente, por quê?'. Eu era cliente aqui, o movimento era muito bom, o bar bombava... Por que vão abrir mão do bar?”, se questionava Pricila. Sem respostas, ela com- Pricila Machado (em pé) comanda sozinha, há dois anos, a Toca do Dino, bar noturno e restaurante durante o dia: “mulher tem mais garra, a sociedade exigiu isso” prou o Toca do Dino, bar que fica no Setor Goiânia 2. “Foi muito difícil tudo, porque trabalhar com alguma coisa que você nunca trabalhou é um desafio. No começo, você apanha muito, mas vai se adaptando, um dia após o outro”, resume. De lá pra cá, muita coisa mudou. A hoje empresária Pricila Alves Machado, de 41 anos, separou-se. Sua irmã logo deixou a sociedade e ela, sozinha, tocou o barco. Da sacoleira que comprava mercadorias no exterior para vender pelo Brasil afora, passou a dona de bar, responsável por gerenciar absolutamente tudo, desde as compras diárias de alimentos, consertos inesperados, contratação de funcionários, receber com um sorriso no rosto a clientela e até cuidar do caixa. Não satisfeita em ter um bar, Pricila transformou o Toca do Dino em restaurante por quilo durante o dia. Assim, sua rotina começa diariamente às 8 horas da manhã, de segunda a segunda. É quando ela sai de casa para ir às compras, parando de supermercado em supermercado, açougues, Ceasa, atacados, na corrida em busca de promoções. Chega ao Toca do Dino por volta das 10h da manhã, acompanha tudo, conversa com fornecedores, espera finalizar o atendimento do almoço ali, por volta das 3 da tarde, e corre pra rua de novo. “Vou em casa tomar banho para depois retornar, e aí tenho de passar em um monte de lugares... de novo”. E sempre tem uma questão inesperada pra resolver, um freezer que estraga, a balança que quebra. “Todo dia surge alguma coisa”. E Pricila vai tirando de letra. Inclusive, aprendeu a lidar com “uns probleminhas de mão de obra” quando precisa consertar algum eletrodoméstico ou fazer pequenas reformas. “Nesse tipo de mão de obra, sinto dificuldade. Eles pensam que você não entende, e que podem cobrar o que preço que querem. E aí você tem que fazer pesquisa com um monte de gente pra ver que aquele valor não é real”, presume. O trabalho no Toca só termina por volta de 1h da manhã. E, com tudo isso, como fica a vida pessoal? “Eu dou um jeito”, conta aos risos. “Tenho um pique muito bom, meus amigos ficam até encabulados. Consigo sair daqui e ir para um barzinho, me divertir, depois ir pra casa, dormir duas ou três horas e no outro dia trabalhar cedo”, revela. Descanso mesmo só nas noites de domingo e de segunda, após as 5h da tarde, que é quando o Toca não abre. “Aí eu tô de boa, só pra curtir e lavar forro (de mesa, do bar)”. É quando Pricila cuida, também sozinha, da sua casa. Foram dois casamentos, dois divórcios, e ela optou, já na primeira união, por não ter filhos. “Criança vai tomar muito meu tempo e eu prefiro viajar, trabalhar, cuidar da minha vida, do que cuidar de outra vida”, diz. Toda essa rotina extenuante não tira de Pricila nem a alegria nem a vaidade. A todo momento, ela é só sorrisos para qualquer um que chega mais perto, seja um cliente, amigo, funcionário... Simpática e muito bem arrumada, conta que não abre mão de se cuidar. Mesmo cansada faz questão de escovar o cabelo e de se maquiar, todo dia, antes de partir para as noites no Toca do Dino. Para finalizar, uma perguntar: mulher tem mais garra, Pricila? “Eu acho, a gente precisa ter. A sociedade exigiu isso”. Adriana Junqueira e Kamylla Moreira, companheiras e sócias na Cervejaria Mandala Maria, Edna, Jéssica, Irani e Helia: luta, companheirismo e simpatia no Wisquinão Bar Casal de empreendedoras O quinteto fantástico Mais que vender cervejas e petiscos, as sócias Adriana Junqueira, 28 anos, e Kamylla Moreira, 27, “valorizam a experiência das pessoas” que frequentam o Mandala Cervejaria, o charmoso bar rodeado por árvores, próximo ao Campus II da Universidade Federal, no Setor Itatiaia. Além de sócias, as duas são companheiras. “Somos casadas, pode colocar aí”, deixa claro Kamylla. As duas se conheceram trabalhando em outros bares. Adriana já tinha mais experiência na área, muitas ideias na cabeça, só que sempre se via limitada na hora de colocar seus projetos em prática nas empresas em que era apenas funcionária. Resolveu trocar de lado. Sem dinheiro, e cheias de coragem e companheirismo, as duas decidiram arriscar. Há um ano e três meses, Adriana e Kamylla abriram as portas do Mandala. “Quando o primeiro cliente entrou, a gente estava chegando com as compras de comida, limpando aqui, e ele nos ajudou a terminar de limpar, colocou a mesa e disse que queria tomar uma cerveja”, recordam. Foram elas que cuidaram de tudo. Desde a reforma e decoração do local, escolha do cardápio, da comida e bebidas, até a definição da montagem dos pratos. Tudo feito com muita atenção a cada detalhe e capricho, facilmente percebido no resultado final. O lugar é um charme. “Na época da reforma, as pessoas passavam, viam a gente com lixadeira na mão, e arregalavam os olhos...”, lembra Kamylla. Jovens e mulheres, elas avalaiam que houve, sim, um certo preconceito. Muitos fornecedores não deram tanto crédito às duas, não facilitaram as coisas, tanto quanto teriam feito caso fossem homens empreendendo. Elas contam que ainda hoje observam alguns olhares preconceitusos. “Se chegam lá dentro e atrás do balcão estamos nós duas e tem um homem, o cliente se reporta a ele, como se ele fosse o dono. Aliás, sempre perguntam pelo 'dono'", observa Adriana. Em Goiânia, 60% da clientela é formada por mulheres E ela complementa que há também toda a simplicidade das duas, o que contribuiu, de certa forma, para o preconceito. “Fazemos o que é preciso, estamos na cozinha, lavando o banheiro. Nas multinacionais, é comum isso, o dono tem que passar em todas as etapas do negócio para saber administrar”, explica. “Meu sonho é viver num mundo onde ninguém se assuste com a mulher no comando, num mundo igualitário”, salienta Kamylla. No começo da Mandala Cervejaria havia somente mulheres trabalhando. Hoje, dos 11 funcionários, seis são homens. “Meu sonho era que todos fossem mulheres, mas tem certos serviços que são mais complicados, pegar peso, por exemplo”, completa Adriana. “Nós nos tornamos empresárias da noite para o dia, sem capital, e a gente soube tirar tudo de letra. É preciso ter força de vontade, garra e criatividade”, resumem as duas, que finalizam: “Estamos prontas pra qualquer coisa”. A história da origem dos bares, ou a história da cerveja que nos leva aos bares, remonta ao Egito Antigo, quando surgiram as tabernas, locais onde se produzia cerveja. Segundo historiadores, eram nas tabernas que as pessoas se reuniam para tomar bebidas alcoólicas e provar comidas locais. O mais interessante é que, à época de seu surgimento, as responsáveis pelas tabernas eram as mulheres. Quando os pais das irmãs Maria Teodoro, 67, Helia Teodoro, 64, Edna das Graças, 57, e Irani Maria, 53, deixaram a cidade de Nova Veneza para se instalar em Goiânia, não imaginavam a história de cumplicidade que suas filhas construíriam por aqui. Com as economias, o pai comprou um lote no setor Marechal Rondon e, para agradar as filhas, construiu uma mercearia de tábuas com intuito de vender frutas, verduras e alguma bebida. O cômodo era pequeno e o comércio, tímido. Não deu muito certo. Cada filha tomou seu rumo. Maria Teodoro por mais de duas décadas trabalhou na área de cobrança. “Ela era brava”, recorda a irmã Helia. Lá pelos idos de 1991, a idade já estava preocupando, e Maria decidiu dar uma reviravolta na vida. Pediu as contas e pretendia montar uma lanchonete. “Só que fiquei longe da avenida e lanchonete não ia pegar, passei pra bar”, sintetiza. Para tocar o negócio, vendeu um apartamento que tinha em Aparecida de Goiânia, pegou me- tade do dinheiro e investiu. Nascia ali o Wisquinão Bar. “Sobrou um pouco do dinheiro e eu guardei, depois construímos um sobrado, e todo mundo mora aí (as quatro irmãs). Tudo tirado daqui”. Na sequência, Helia Teodora, que era funcionária pública, se aposentou e foi trabalhar com a irmã. A mais nova, Irani Maria, depois de se casar, ter a filha Jéssica, se separou, e se juntou às duas na labuta do bar. Por último, Edna, que trabalhava num escritório, seguiu o mesmo caminho, hoje é a responsável pela cozinha. A partir daí se passaram 24 anos. Jéssica cresceu, formou-se em arquitetura e, agora, trabalha durante o dia fora e, à noite, ajuda na empresa da família. “Todo mundo admira a nossa coragem, porque o único homem que nós temos é esse”, revela Maria, apotando para o garçom, que chega à casa, por volta das 6 da tarde. A essa hora, tudo já tem de estar pronto. E é Maria Teodoro quem sai para as compras. Ela e Jéssica são as únicas motoristas da turma, e como a sobrinha fica fora durante o dia, é Maria quem enfrenta o vai-e-vem. Enquanto isso, as outras três irmãs preparam o bar, tem a arrumação do espaço, e a confecção dos temperos, no tradicional pilão de madeira. “É o dia todo batendo tempero no pilão”, aponta Helia, a menorzinha da turma. Na vizinhança, todos gostam das irmãs. “Somos muito respeitadas”, adianta Maria. “Fazemos nosso trabalho, e aos domingos vamos cuidar das nossas obrigações em casa, descansar ou não... E continuamos a vida assim”. “Tem pessoas que vimos nascer, vimos a mãe grávida, e hoje estão casadas. Elas chegam aqui e a gente vê, pensa, 'uau, não pode, já passou isso tudo?'”, conta Helia. As três irmãs mais velhas não se casaram nem tiveram filhos. A caçula presenteou a todas com a sobrinha Jéssica. E é quem deve receber, futuramente, a tarefa de tocar o negócio da família e perpetuar essa história. Uma história de tamanho companheirismo que, certamente, encheria de orgulho os pais dessas lindas senhoras detrás do balcão. Tantos anos se passaram. A taberna virou bar, boteco, bar do copo sujo, pubs... e elas continuam por lá. Levantamento promovido pelos organizadores do concurso Comida di Buteco, com base no público que visitou os bares brasileiros em 2015, aponta que 53% dos frequentadores de botecos são mulheres. “No caso de Goiânia, é mais de 60% e isso se reflete atrás do balcão. Elas começam a ter uma voz mais ativa no negócio. Em Goiânia, a gente tem bastante botecos que são tocados por mulheres”, avalia o coordenador regional do Comida di Buteco 2016, Elmo Santos. “Enxergamos muito bem essa mudança no rumo dos negócios dos botecos, que são tocados por mulheres. É muito gratificante porque elas acabam tendo uma preocupação muito alta em todos os quesitos. A mu- lher por si só é mais zelosa e isso reflete nos negócios”, explica. CONCURSO Concurso nacional, com participação de 20 cidades brasileiras, o Comida di Buteco 2016 vai até 15 de maio. Em Goiânia, 31 bares disputam o título de melhor boteco, entre eles o Toca do Dino, com o petisco “Tilápia da Toca”, e o Wisquinão Bar, com o petisco “Kibitos”. 8 ECONOMIA Bazar X GOIÂNIA, 24 A 30 DE ABRIL DE 2016 Workshop para empreendedores: “Oportunidades na Crise” Nesta terça-feira, 26, a partir das 18h, tem palestra com Bel Pesce (foto), um dos grandes nomes do empreendedorismo e inovação sobre o tema Oportunidades na Crise. A palestra faz parte do workshop promovido pelo Sebrae, no Centro de Convenções, e traz ainda o administrador e mestre em Inteligência Competitiva, Omar Hennemann (ele é superitendente do Sebrae Tocantins), e o diretor de Negócios da MarketUP Brasil, Luís Fernando Gracioli. No encontro, Luís Fernando apresentará o único sistema de gestão gratuito para micro e pequenas empresas. Inscrições 0800 570 0800. Evento gratuito. Daniela Martins - [email protected] Festival de Bets Sesc Universitário O Sesc Universitário realiza, dia 7 de maio, o 1º Festival de Bets Sesc Universitário, um esporte que marcou a infância de muita gente. Para participar, basta inscrever sua equipe nas categorias mistas: infantil (de 12 a 15 anos), juvenil (de 15 a 17 anos) e livre (acima de 18 anos). A inscrição é gratuita e deve ser feita antecipadamente, mas será feita a arrecadação de agasalhos para serem doados às instituições sociais cadastradas no Programa Mesa Brasil Sesc Goiás. O Sesc realiza o 1º Festival de Bets com o objetivo de estimular e valorizar a prática deste tradicional jogo. Informações: 62 3522 6199. Uso poético da fotografia Para quem curte fotografia, dia 29, às 20h, tem palestra com Pio Figueiroa, fechando o ciclo de palestras gratuitas promovidas WA Imagem, dentro do Projeto F/5. Será na Escola de Artes e Arquitetura da PUC e a participação está sujeita à lotação do auditório. O fotógrafo Pio Figueiroa iniciou carreira no fotojornaismo, é fundador do coletivo Cia de Foto e já integrou mostras importantes em São Paulo, Ohio (EUA) e Lisboa. Sua atuação na última década serviu de parâmetro para uma revisão feita na fotografia brasileira. Sorriso perfeito O cirurgião dentista Francis Lima acaba de inaugurar sua nova sede, a Primordialle Oral Clinic, no elegante edifício New Times Square. O projeto da sua filha, a arquiteta Natália Lima, contempla o que há de mais moderno e sofisticado quando o assunto é construir o sorriso perfeito. Aparelhos com tecnologia de ponta e mobiliário que preza pelo conforto dos pacientes são itens indispensáveis no novo espaço, projetado na medida certa para atendimentos personalizados. Feira de livros O Shopping Estação Goiânia, em parceria com a Feira de Livros Emergir, do Rio de Janeiro, realiza até 22 de maio a feira Mundo Fantástico da Leitura e Fantoches, que disponibiliza 5 mil exemplares com preços a partir de R$ 3. O evento traz livros para todas as idades, mas tem dedicação especial às crianças, e conta com o Espaço Kids, com mesas, cadeiras e até tapetes em tamanhos menores, para que os pequenos possam ler, desenhar e pintar. A entrada é gratuita. Cidade Negra no Buriti Shopping Com Toni Garrido de volta aos vocais, a banda Cidade Negra se apresenta, dia 29, às 19h30, no Buriti Shopping, em Aparecida de Goiânia. É a comemoração dos 20 anos do Shopping, dentro do projeto Buriti Life, e marca ainda os 30 anos do lançamento do primeiro trabalho da banda, que tem Bino Farias no baixo e Lazão na bateria.O show é gratuito. Homenagem a Cazuza no Flamboyant Dando sequência à progração 2016 do Flamboyant In Concert, os irmão Rogério Flausino (Jota Quest) e Wilson Sideral fazem show em homenagem a Cazuza, dia 26, às 19h30, no Deck Parking Sul. Os ingressos podem ser adquiridos mediante troca de notas fiscais de lojas do Flamboyant, inclusive das áreas de alimentação. Informações: 3546-2016. Huapa promove concurso de paródias para conscientizar sobre higienização Em em tempos de H1N1, uma iniciativa interessante chama a atenção. O Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa) realiza, dia 10 de maio, às 14 horas, um concurso de paródias entre os colaboradores da unidade com o tema higienização das mãos, em alusão ao Dia Mundial de Higienização das Mãos, comemorado em 5 de maio. O Canta Huapa faz parte da VI Campanha de Higienização das Mãos do hospital e visa informar os profissionais de saúde de forma lúdica sobre a importância de higienizar as mãos, como forma de prevenção e controle das Infecções Relacionadas à Saúde. Em palestra, Oscar Schmidt ensina a vencer obstáculos com obstinação Ex-jogador de basquete da Seleção Brasileira, Oscar Schmidt (foto) estará em Goiânia, dia 28, para a palestra Como usar a obstinação para vencer obstáculos, às 7h30, dentro da Conveção Olímpica Tropical Urbanismo e Incorporação, que será realizada no Goiânia Arena. Voltado para parceiros do mercado imobiliários, o evento marca os 40 anos da Tropical. Entre em contato com esta coluna também pelo email: [email protected] ou carta - Rua Antônio de Morais Neto, 330, St. Castelo Branco, Goiânia-Goiás - CEP: 74.403-070