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Conexões implante/pilar em implantodontia Implant/abutmentjoints in oral implantology REZENDE, Carlos Eduardo Edwards1; ALBARRACÍN, Max Laurent1; RUBO, José Henrique2; PEGORARO, Luiz Fernando3 1. Doutorando em Reabilitação Oral, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil. 2. Professor Associado do Departamento de Prótese, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil. 3. Professor Titular do Departamento de Prótese, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil. Endereço para correspondência: Carlos Eduardo Edwards Rezende Faculdade de Odontologia de Bauru – USP Departamento de Prótese Alameda Octávio Pinheiro Brisola, 9-75 Vila Universitária 17012-901 – Bauru – São Paulo – Brasil E-mail: [email protected] Recebido: 18/02/2015 Aceito: 30/04/2015 RESUMO O sucesso das reabilitações implanto-suportadas depende, entre outros fatores, da conguração da conexão entre o pilar e a plataforma do implante, uma vez que esta exerce inuência na estabilidade da prótese, na resistência mecânica do implante e dos componentes e, na manutenção dos tecidos peri-implantares. Diante de tais considerações, este trabalho de revisão da literatura cientíca tem como proposta apresentar e discutir as características e aplicações das diferentes conexões entre implante e pilar. Como considerações nais,não há um consenso claro na literatura cientíca sobre a conexão protética ideal, cabendo ao clínico conhecer os diferentes sistemas disponíveis e, avaliando as vantagens e limitações de cada tipo de conexão implante/pilar, deve basear-se em evidências cientícas e experiências clínicas, visando a indicação do implante adequado para cada caso. Palavras-chave: Implantes dentários. Prótese dentária xada por implante. Falha de restauração dentária. ABSTRACT The success of implant supported rehabilitation depends, among other factors, on the configuration of the implant/abutment joint, since this influences the stability of the prosthesis, the mechanical strength of the implant system and the maintenance of peri-implant tissues. Given these considerations, this literature review has the purpose to present and discuss the characteristics and applications of different connections between implant and abutment. As conclusion, there is no clear consensus in the literature on optimal prosthetic connection, leaving the clinician to know the different systems available and evaluating the advantages and limitations of each type of implant/abutment joint, which must be based on scientific evidence and clinical experience, aiming the indication of the proper implant for each case. Keywords: Dental implants. Dental prosthesis, implant-supported. Dental restorationfailure. 58 Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;9(2/3):58-64. ARTIGO DE REVISÃO Rezende CEE, Albarracín ML, Rubo JH, Pegoraro LF INTRODUÇÃO O sucesso clínico das próteses totais xas implantosuportadas, conhecidas como Protocolo de Brånemark, impulsionou o uso dos implantes osseointegráveis nas reabilitações orais, abrangendo outros tipos de prótese, como asPPFs, coroas unitárias e as overdentures sobre implantes3. Com a utilização desses tipos de próteses sobre os implantes ad modum Brånemark, algumas complicações clínicas passaram a ser percebidas, sendo as principais delas relacionadas com o afrouxamento do parafuso do pilar e do parafuso de ouro, a fratura do parafuso do pilar e a inamação dos tecidos peri-implantares14,29,50. O afrouxamento do parafuso do pilar é o problema mais frequente entre estes, com incidência que varia de 5.7% a 27% em coroas unitárias implanto-suportadas19. Essa alta incidência deste problema mecânico é atribuída, principalmente, a falta de estabilidade da junção implante/pilar, que por sua vez, depende da geometria da conexão protética dos implantes29,50. Inicialmente, os implantes de hexágono externo, desenvolvidos por Brånemark foram e ainda são utilizados na resolução de casos de edentulismo total, nos quais os implantes sãoesplintados por uma estrutura metálica que suporta a prótese. Dessa maneira, não há a necessidade de o hexágono presente na plataforma do implante ser utilizado como um dispositivo anti-rotacional, tendo apenas a função de estabilizar o montador no momento da aplicação do torque de instalação do implante no sítio ósseo3. Conforme os implantes passaram a ser utilizados como suporte para restaurações unitárias, houve o surgimento de complicações mecânicas que levaram os clínicos a dar maior atenção à ação anti-rotacional do hexágono externo do implante, bem como à estabilidade da junção pilar/implante4,20,50. Tal fato induziu os pesquisadores a desenvolverem novas conexões protéticas, bem como novos materiais e técnicas aplicados às próteses sobre implantes, visando não só a melhoria do desempenho mecânico, mas também considerando os aspectos biológicos e estéticos que envolvem as reabilitações com implantes. Assim surgiram as conexões internas, com diferentes tamanhos e conformações das plataformas protéticas, bem como o conceito da platform switch3. Uma conexão protética eciente deve manter-se estável, evitando o afrouxamento ou fratura dos parafusos dos pilares3, além de permitir uma distribuição de cargas compatível com a siologia dos tecidos de suporte, preservando-os8. A mecânica das conexões deve reduzir o estresse nos componentes protéticos, evitando a fadiga dos mesmos e permitindo maior estabilidade da prótese21. A estabilidade da conexão protética depende da adaptação entre pilar e implante, a qual pode ser considerada no plano vertical, em que uma desadaptação é responsável pela formação de um gap; no plano horizontalpode haver um alívio muito acentuado entre o encaixe macho e fêmea ou uma falta do alívioque diculta o assentamento do pilar. Outro fator que deve ser considerado para a estabilidade das juntas é a liberdade rotacional do pilar sobre o implante4,20. A principal responsável pela estabilidade da junção pilar/implante é uma força denominada de pré-carga, que é a força de união entre as duas partes, decorrente do torque aplicado no parafuso do pilar17,21. Quando o torque é aplicado no parafuso, este se alonga e, devido à elasticidade do material do qual é confeccionado, tende a voltar a sua dimensão original, aplicando uma força de união entre as partes que compõe a junta17. A estabilidade da junta parafusada, por sua vez, pode ser inuenciada pela geometria da plataforma do implante e da conexão protética18. Um gap entre o pilar e o implante decorrente da perda de pré-carga ou de uma adaptação deciente entre as duas partes, permite o acúmulo de placa bacteriana no local e possibilita a entrada de material microbiano para o interior do implante. Tal fato pode causar a inamação dos tecidos peri-implantares que pode favorecer a reabsorção da crista óssea marginal5, além de favorecer a ocorrência de gosto ruim e mau odor26. Outro fator que pode favorecer a perda óssea marginal é a concentração deestresse no terço cervical do implante quando submetido às forças oblíquas. As cargas mastigatórias concentradas na região cervical podem induzir o tecido ósseo asofrer micro trincas devido à sua localização próxima ao fulcro nesta região, podendo causar a remodelação óssea30. Buscando minimizar as limitações clínicas relacionadas às próteses sobre implantes, os fabricantes de implantes vêm promovendo alterações nas conexões implante/pilar. Dessa maneira, nos últimos anos, diferentes desenhos de conexões foram desenvolvidos, sendo que atualmente existe uma grande variedade disponível no mercado3. Diante de tantas possibilidades, é importante que o clínico conheça os princípios fundamentais que regem a seleção dessas conexões. Assim, este trabalho de revisão da literatura cientíca tem como proposta apresentar as características das diferentes conexões entre implante e pilar, suas vantagens e desvantagens, nos aspectos mecânicos, biológicos e estéticos. REVISÃO DE LITERATURA CLASSIFICAÇÃO DAS CONEXÕES IMPLANTE/PILAR As conexões entre implante/pilar podem ser classicadas em externas ou internas. A diferença entre essas duas conexões é a presença ou ausência de uma estrutura geométrica que se estende na porção coronal do implante1 (Binon 2000). Basicamente, nas conexões externas, a porção “macho” está na plataforma do implante, enquanto Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;9(2/3):58-64. 59 Conexões implante/pilar em implantodontia que nas conexões internas tal porção está localizada no pilar protético. O principal exemplo de conexão externa é o implante de hexágono externo, o qual é o pioneiro e o mais utilizado até os dias atuais. Já entre as conexões internas mais conhecidas, estão os implantes de hexágono interno e os de cone Morse3,38(Figuras 1 e 2). Figura 1 - Implante de hexágono externo. Aspecto clínico do implante pela vista oclusal (A); conexão do pilar com a porção “macho” presente no implante (B) e; aspecto radiográco (C). Figura 2 - Implante de hexágono interno. Aspecto clínico do implante pela vista oclusal (A); conexão do pilar com a porção “macho” presente no pilar aspecto clínico do implante pela vista oclusal (B) e; aspecto radiográco (C). A busca pelo aprimoramento das conexões protéticas levou o surgimento do conceito da platform switch, o qual se caracteriza pela utilização de um pilar protético com plataforma de assentamento mais estreita que a plataforma do implante. Dessa maneira, a interface entre implante e pilar ca mais afastada da crista óssea marginal, reduzindo a reabsorção óssea nesta área, conhecida como “saucerização”31(Figuras 3 e 4). Figura 3 - Corte coronal da conexão de hexágono externo; uma pequena concavidade do tecido ósseo ao redor da plataforma caracteriza a perda óssea conhecida como “saucerização”. 60 Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;9(2/3):58-64. Figura 4 - Corte coronal de conexão interna do tipo cone Morse; a plataforma de assentamento do pilar, menor que a do implante, caracteriza o conceito de platform swicth que pode reduzir a perda óssea ao redor do implante. As conexões entre implante e pilar também podem ser classicadas quanto ao sistema de encaixe dos componentes, podendo ser denominada junta deslizante ou junta friccional.Na primeira, o pilar é assentado passivamente sobre a plataforma do implante, de modo que haja um pequeno “alívio” entre tais componentes da junta. Já na segunda,asduas superfícies anguladas ou biseladas (superfície interna da plataforma do implante e a superfície externa do encaixe presente no pilar) entram em contato entre si, permanecendo estável por meio da fricção entre tais partes3. As diferentes conexões protéticas existentes podem interferir de diferentes formas nos fatores mecânicos e biológicos que regem o sucesso clínico das próteses sobre implantes38, como será visto a seguir. FATORES MECÂNICOS O comportamento mecânico das próteses sobre implantes sofre inuência das diferentes geometrias das conexões protéticas e, desta maneira, pode inuir na incidência de complicações relacionadas aos sistemas de próteses sobre implantes41. Do ponto de vista mecânico, as principais complicações existentes nas próteses sobre implantes, associadas às conexões protéticas,são o afrouxamento do parafuso do pilar, a fratura do parafuso do pilar e a fratura do implante14. A geometria da conexão protéticaexerce inuência direta no afrouxamento do parafuso do pilar, o qual é considerado a complicação de maior incidência nas próteses PPF sobre implantes20-21. Quando as forças mastigatórias incididas sobre a prótese são maiores do que a força de précarga que mantém a junta parafusada estável, há uma tendência de a junta se abrir e o torque do parafuso ser reduzido51. Nas conexões externas o parafuso do pilar sofre maior deformação decorrente de cargas oblíquas, enquanto que nas conexões internas, as paredes do implante protegem o parafuso do pilar de tal deformação, possibilitando maior ARTIGO DE REVISÃO Rezende CEE, Albarracín ML, Rubo JH, Pegoraro LF manutenção da pré-carga e, consequentemente, menor risco de afrouxamento do parafuso31. Em um estudo clínico retrospectivo multicêntrico relatouuma taxa de incidência do parafuso do pilar de 5.3%em implantes de conexão interna Cone Morse, após dois anos de acompanhamento25.Por outro lado, implantes de hexágono externo apresentam incidência de até 27% para o afrouxamento de parafuso. Devido à redução das cargas oblíquas nos parafusos e a menor tendência ao afrouxamento dos mesmos, as conexões internas apresentam menor risco a fratura do parafuso do pilar9,38. Apesar de muitos autores concordarem que existe uma correlação entre a geometria das juntas parafusadas e a incidência de afrouxamento do parafuso do pilar10,18,43, existem trabalhos demonstrando o contrário37,49. Por exemplo, em um ensaio laboratorial em que aplicava cargas cíclicas em próteses unitárias parafusadas, não encontraram inuência do design das conexões no afrouxamento do parafuso37. Tal fato pode ser devido à ausência de cargas oblíquas durante os ensaios cíclicos, uma vez que apenas cargas axiais foram aplicadas aos espécimes. Cabe ressaltar, que a geometria da conexão protética é apenas um dos vários fatores que exercem inuência na estabilidade da junta parafusada, entre eles: o design da prótese, o design e o material do parafuso do pilar, a adaptação entre pilar e implante, adaptação da prótese, sobrecarga oclusal, intensidade do torque e pré-carga4,21. Considerando a resistência estrutural das conexões protéticas, ainda não há um consenso na literatura cientíca. Buscando avaliar a resistência estrutural em conexões externas e internas,estudou-se a resistência mecânica da interface pilar/implante em conexões externas e internas, após ensaios de fadiga29. Os autores encontraram maior deformação e maior índice de fratura para os implantes de hexágono interno e isso pode ser atribuído às paredes mais delgadas na região cervical dos implantes de conexão interna28. No entanto, outros estudos armam haver maior resistência estrutural nos sistemas de conexão interna1,13. Em estudos avaliando a conabilidade de diferentes conexões protéticas após ensaios de fadiga, foi percebido que a carga necessária para a falha das conexões externas era menor do que a apresentada pelas conexões internas. Entretanto, o modo de falha das conexões diferiu, sendo que no hexágono externo houvea predominância do afrouxamento, deformação e fratura do parafuso do pilar, enquanto nas conexões internas havia a deformação ou fratura do pilar ou do implante. Os autores ressaltaram que as fraturas dos implantes ocorreram devido àmaior estabilidade das conexões internas, as quais dicultam a ocorrência de sobrecarga nos parafusos, sendo necessária a ocorrência de cargas consideravelmente altas para que ocorram falhas desse tipo1,13. Considerando a distribuição de cargas ao redor do implante, muitos autores armam que este quesito depende da geometria do implante, incluindo a conexão protética8. A forma como o estresse é dissipado no tecido ósseo peri- implantar é um dos fatores que ditam a perda óssea ao redor do terço cervical dos implantes. Sendo assim, a redução das cargas no terço cervical do implante pode minimizar a reabsorção do tecido ósseo45. Alguns estudos que utilizaram análise de elementos nitos (AEF)8,28,48 e análise fotoelástica2 têm demonstrado melhor distribuição de estresse para os implantes de conexão interna, uma vez que estes reduzem a carga dissipada na região cervical, quando comparado aos de hexágono externo. Tal achado pode ser atribuído à redução do efeito de alavanca decorrente de forças oblíquas, uma vez que as conexões internas distribuem tais forças para o interior do implante8.Esta menor concentração de estresse leva a um menor risco de saucerização, uma vez que evita as microfraturas no osso peri-implantar na região cervical, amenizando a reabsorção óssea52. Entretanto, em um estudo laboratorial utilizando o método da extensometria, demonstraram que a concentração de estresse no tecido ósseo ao redor da região cervical dos implantes é semelhante para os diferentes tipos de conexão protética32. Já um trabalho avaliou o estresse ao redor de implantes de conexão interna e externa por análise com elemento nito (AEF)16. Os autores encontraram menor distribuição de estresse para os implantes de hexágono externo. Neste mesmo trabalho, foi encontrada menor concentração de estresseno tecido ósseo peri-implantar em conexões de platform switch, para todas as conexões testadas, no caso hexágono externo, hexágono interno e cone Morse; concordando com outros estudos que avaliaram pilares em platform switch com elemento nito27,41. Tal achado pode ser atribuído a maior distância entre a junção pilar/implante e a crista óssea para os casos de platform switch24,27. Entretanto, há maior concentração de estresses no parafuso do pilar27.Quando consideradas apenas as conexões internas, há uma tendência das conexões tipo cone Morse apresentarem melhor dissipação das forças quando comparado com hexágono interno41,48. FATORES BIOLÓGICOS A inltração bacteriana na interface pilar/implante pode causar mucosite eperi-implantite bacteriana, podendo favorecer a perda óssea peri-implantar34. Dessa maneira, uma perfeita vedação entre o pilar e o implante pode evitar a perda óssea decorrente do acúmulo de material microbiano. Por apresentarem maior instabilidade da junção implante/pilar, as conexões de hexágono externo apresentam maior tendência à abertura do gap na interface, causando assim maior inltração bacteriana15,42. As conexões internas por apresentarem maior estabilidade demonstram menor inltração. Há menor tendência por parte das conexões cone Morse em sofrer inltração, uma vez que por ser uma junta friccional, apresenta redução do espaçamento entreo pilar e o implante47. A análise clínica da perda óssea ao redor de implantes com diferentes tipos de conexão protética tem sido alvo de vários estudos nos últimos anos7,11-12,23,36,44. A maioria dos estudos arma haver maior tendência de perda óssea ao Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;9(2/3):58-64. 61 Conexões implante/pilar em implantodontia redor da região cervical em implantes de hexágono externo23. Tal fato é atribuído ao maior acúmulo de material microbiano na interface implante/pilar47 e, à maneira como as forças são dissipadas, uma vez que este tipo de implanteapresenta maior concentração deestresse ao redor da região cervical do implante8,48. Estudos clínicos têm demonstrado melhor desempenho das conexões protéticas tipo platform switch na manutenção do nível ósseo peri-implantar1,12.Em um ensaio clínico randomizado, avaliaram radiogracamente a perda óssea ao redor de implantes, utilizando platform switch por um período de 1 ano, após a instalação da prótese, e concluíram que tal conguração limitou a reabsorção óssea ao redor dos implantes12. Tal resultado está em concordância com outros estudos clínicos 23,36 .No entanto, há estudos clínicos armando que a conexão de platform switch apresenta remodelação óssea semelhante à utilização de plataformas regulares7,11. crista óssea que apresenta menor reabsorção ao redor dos implantes, e pelamigração do epitélio gengival em direção ao implante. Assim, o tecido gengival mais volumoso possibilita o condicionamento do tecido mole para obter um adequado perl de emergência, oque é importante em casos de implantes adjacentes, onde a formação do contorno das papilas gengivais é crítica6,40. Analisando as taxas de sobrevivência e sucesso dos diferentes sistemas de conexão, pode-se concluir baseado em estudos clínicos que variam de 1 a 8 anos de avaliação, que todos os principais tipos utilizados apresentam conabilidade clínica, uma vez que apresentam índices de sobrevivência acima de 95%, além de apresentarem baixas taxas de complicações22,35,39. CONCLUSÃO CONSIDERANDO A APLICAÇÃO CLÍNICA Alguns aspectos relacionados à aplicação clínica das diferentes conexões devem ser considerados para a seleção do implante mais adequado para cada situação clínica. Em casos de PPFs múltiplas, nas quais os implantes serão esplintados, uma ligeira divergência entre os mesmos pode impossibilitar o correto assentamento da estrutura metálica da prótese quando é apoiado diretamente sobre a plataforma de implantes de conexão interna, o que pode causar maior tensão nos componentes do sistema, ou seja, no osso periimplantar, no pilar, no parafuso do pilar e no implante38,46. Assim,quando implantes de conexão interna são utilizados para casos de próteses múltiplas, quase que obrigatoriamente será necessário utilizar pilares intermediários, oque pode aumentar o custo da prótese e é crítico em casos onde a altura do espaço protético é restrita. Os implantes de hexágono externo, normalmente, apresentam menor custo, tanto do implante como dos componentes protéticos. Outra vantagem deste tipo de implantes é a compatibilidade entre os diferentes sistemas para a plataforma regular (4.1 mm). Isso signica que ao utilizar um implante com esta plataforma, o clínico pode optar por diferentes marcas comerciais na seleçãodos componentes protéticos, não se restringindo apenas ao fabricante do implante, como ocorre com a maioria dos sistemas de conexão interna38. Os implantes de hexágono interno apresentam maior facilidade de assentamento do pilar sobre o implante38. Além disso, apresentam altura vertical reduzida da plataforma, ou seja, não apresentam uma porção que se estende superiormente em relação à plataforma de assentamento, como ocorre nas conexões externas. Este fato permite ligeira vantagem do ponto de vista estético, pois permite a redução da altura mínima da cinta do pilar3. Ainda considerando a estética, implantes de conexão cone Morse utlilizando platform switch, têm demonstrado ótimos resultados, provavelmente, devido à estabilidade da 62 Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;9(2/3):58-64. Uma grande variedade de conexões protéticas vem sendo disponibilizada na área de implantodontia. Para muitos quesitos avaliados nos diferentes estudos não há um consenso, estando ainda em aberto a questão sobre qual seria a conexão protética ideal. A seleção entre um sistema ou outro depende das limitações de cada caso e da familiaridade do clínico com tais sistemas. Assim, cabe ao clínico conhecer os diferentes sistemas disponíveis e, baseando-se em evidências cientícas e experiências clínicas, saber indicar o implante certo para cada caso. REFERÊNCIAS 1. Almeida EO, Freitas AC JR, Bonfante EA, Marotta L, Silva NR, Coelho PG. Mechanical testing of implant-supported anterior crowns with different implant/abutment connections. 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