Quando expressamos uma preferência por férias na
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Quando expressamos uma preferência por férias na
ÍNDICE DE MARCAS DAS NAÇÕES ANHOLT COMO O MUNDO VÊ O MUNDO Por Simon Anholt Quando expressamos uma preferência por férias na França, carros alemães ou opera italiana, quando instintivamente confiamos nas políticas do governo sueco, comentamos sobre a ambição dos japoneses, a falta de tato dos americanos ou a cortesia dos britânicos, quando evitamos investir na Rússia, favorecemos a entrada da Turquia na Comunidade Européia ou admiramos a herança da China e Índia, estamos respondendo a imagens de marca, exatamente da mesma maneira que quando compramos roupas ou comida. Mas essas marcas são muito maiores que as da Nike ou Nestlé. São as marcas das nações. A marca de uma nação é um conceito importante no mundo de hoje. A globalização significa que os países competem entre si pela atenção, respeito, e confiança dos investidores, turistas, consumidores, doadores, imigrantes, mídia, e governos de outras nações. Assim, uma marca de nação poderosa e positiva fornece uma vantagem crucial e competitiva. É essencial que os países entendam como são vistos pelos públicos em todo o mundo; como suas conquistas e fracassos, seus ativos e seus passivos, seu povo e seus produtos se refletem na imagem de sua marca. O Índice de Marcas das Nações Anholt é a primeira classificação analítica das marcas das nações do mundo. Em cada trimestre, sondamos nosso painel internacional de clientes sobre suas percepções dos ativos culturais, políticos, comerciais e humanos, po- THE BRANDER 61 ÍNDICE DE MARCAS DAS NAÇÕES ANHOLT tencial de investimento e apelo turístico de 35 países desenvolvidos e em desenvolvimento. Isso resulta em um índice claro de poder da marca nacional, um barômetro único da opinião global. COMO FUNCIONA O Índice de Marcas das Nações Anholt mede o poder e apelo da imagem da marca de uma nação e nos diz como os clientes em todo o mundo vêem o caráter e personalidade da marca. A marca de nação é a soma das percepções do povo de um país nas seis áreas de competência nacional. Juntas, essas áreas formam o Hexágno de Marcas das Nações (Fig.1): TURISMO Freqüentemente, o turismo é o aspecto promovido mais visível da marca nação, pois a maioria dos departamentos de turismo gasta dinheiro “vendendo” o país em todo mundo. Céus azuis e areias douradas ou montanhas cobertas de neve são apenas uma pequena parte da realidade de um país, mas como essas imagens são freqüentemente promovidas com agressividade, apresentam um efeito desproporcional sobre as percepções do povo do país como um todo. EXPORTAÇÕES Neste ponto do hexágono, perguntamos aos consumidores a respeito do nível de satisfação com os produtos e serviços produzidos em cada país, e também sobre suas percepções da contribuição de cada país para o progresso da ciência e tecnologia. Gostemos ou não, as marcas comerciais estão cada vez mais desempenhando o papel de transmitir a cultura nacional: tornaram-se um dos principais vetores da imagem nacional, e cada vez com mais freqüência, o meio pelo qual as pessoas formam suas visões sobre a identidade nacional. GOVERNANÇA Aqui, pedimos a nossos consultados para classificar os países segundo a competência e 62 THE BRANDER Fig. 1 Hexágono de Marcas das Nações © Simon Anholt 2002 justiça com as quais são governados, quanto respeitam os direitos humanos de seus próprios cidadãos, até onde confiam neles para a tomada de decisões responsáveis que apóiem a paz e segurança internacional, e qual sua contribuição internacional para o meio ambiente e redução da pobreza. Também pedimos um adjetivo que melhor descreva o governo em cada país. INVESTIMENTO E IMIGRAÇÃO Este ponto do hexágono examina o aspecto do “capital humano” da marca nação, perguntando aos consultados a respeito de sua disposição de viver e trabalhar em cada país por um período substancial, e suas impressões sobre qual país seria o mais adequado para se obter uma qualificação em educação superior. Também pedimos um adjetivo que melhor descreva a condição atual social e econômica do país. CULTURA E HERANÇA Neste ponto do hexágono, fazemos perguntas projetadas para medir as percepções da herança cultural do país; sua apreciação ou a intenção de consumir seus produtos e atividades culturais populares mais comerciais; e Fig. 2 Avaliação financeira da Brand Finance suas percepções das proezas esportivas. Além disso, pedimos aos consultados que indiquem qual tipo de atividade cultural mais esperam encontrar em cada país para assim entendermos como percebem as principais forças culturais do país. POVO Para entender como é visto o “capital humano” de cada país, fazemos uma pergunta do tipo “relacionamento empresarial” (“Imagine que você seja o gerente e precise fazer uma contratação importante. Favor classificar os seguintes países na ordem de sua preferência quanto à nacionalidade de seu candidato”) e alguns perguntas “não relacionadas com a empresa” para sondar como são consideradas bem-vindas as pessoas do país, e se são o tipo de pessoa que os consultados escolheriam para ter como amigo pessoal mais chegado. Pedimos também aos consultados para selecionar o adjetivo que melhor descreva o povo de cada país. THE BRANDER 63 ÍNDICE DE MARCAS DAS NAÇÕES ANHOLT AS AVALIAÇÕES DE MARCA Com a ajuda da Brand Finance (Fig. 2 - ver página 47), incluímos também uma dimensão nova e bastante excitante no Índice de Marcas das Nações: uma avaliação financeira de 32 das marcas na lista. Pela primeira vez, agora é possível definir um valor para as reputações dos países do NBI (Fig. 3), dando um sentido da contribuição real da marca para a economia da nação. Para realizar a avaliação de cada marca de país, a Brand Finance usou o método do “alívio de royalty”. Este método presume que um país não possua sua própria marca e calcule quanto precisaria pagar para licenciá-la de um terceiro. O valor atual dessa corrente de pagamentos (hipotéticos) de contribuição para a marca representa o valor da marca. A metodologia de “alívio de royalty” é usada por dois motivos - primeiro, é a metodologia preferida das autoridades tributárias e tribunais de justiça em muitos países, porque calcula os ativos de marca com referência a transações documentadas de terceiros; e, segundo, porque pode ser realizada com base em informações financeiras publicamente disponíveis. Este método de avaliar as principais marcas de país também assegura que os resultados sejam diretamente comparáveis, ano após ano. Muitos desses números representam um valor para a economia de seus países que excedem em muito o do PIB, da mesma forma que os valores de marca das empresas freqüentemente excedem o de seus ativos tangíveis. As avaliações variam de um número notável de quase $18 trilhões para a “Marca América” (Fig. 5) a $43 bilhões para a “Marca Polônia”. Isso certamente agrega uma nova dimensão à observação que fiz na primeira edição do Índice de Marcas das Nações Anholt de que “proteger e fortalecer a marca nação, este valiosíssimo ativo, é seguramente uma das principais responsabilidades de governos no século 21”. AS NOVAS CLASSIFICAÇÕES Nas primeiras edições do Índice de Marcas das Nações, começou a surgir um quadro claro 64 THE BRANDER Ordem geral de classificação (resultados da 3a edição em parênteses) Fig. 3 Classificações do 4o Trimestre do Índice de Marcas das Nações Anholt do tipo de país que apresenta uma boa pontuação como marca. O perfil-núcleo foi o de um país rico, saudável, ocidentalizado, membro da OCDE, com tradições liberais democráticas e um alto nível de benefícios de bem-estar social promovidos pelo estado. Não eram necessariamente as maiores potências econômicas. Austrália, Canadá, Suíça, Reino Unido e Suécia foram os primeiros cinco países na ordem de classificação da segunda edição. CONSISTÊNCIA EM TORNO DO HEXÁGONO Se for verdade - e nossa pesquisa sugere que sim - que as pessoas tendem a pensar em países como uma entidade completa quando estiverem considerando se os visitam, com- pram seus produtos, ou se relacionam com eles de alguma outra forma, então é obviamente uma boa coisa os países terem imagens de marca bem-modeladas e com força sobre tantos pontos do hexágono quanto possíveis. Uma marca de nação que seja forte em cultura, negócios, política, pessoas, e atraente em geral, tem mais probabilidade de apoiar turismo, investimento, exportações e relações culturais e políticas internacionais. A consistência é, portanto, um dos principais ativos da marca nação (Fig. 4). Muitas nações e regiões têm imagens de marca que estão longe de ser consistentes. No caso dos países em desenvolvimento, muitos deles têm imagens de marca que são bastante ou mesmo exclusivamente voltadas para o turismo; freqüentemente, isso é porque o turismo se mostrou ser a única fonte de receita que tem o potencial de levantar tais lugares acima dos níveis de subsistência. No final, mesmo se um país não tiver nada a vender às pessoas, elas sempre podem vir visitá-lo. Tais marcas de nação ficam seriamente desequilibradas: se a principal relevância do país para a maioria das pessoas for um único setor, então a forma daquele produto ou setor particular ser comercializado - ou deixar de ser comercializado - torna-se a forma de toda a imagem de marca do país ser construída. Tais países são considerados pela maioria das pessoas de fora simplesmente como um destino de turismo ou laser; elas só chegaram a cruzar com eles neste contexto; as informações sobre turismo é sua única informação sobre o local; e, com esta base, formam todas suas opiniões sobre ele. Este fato torna tais países muito vulneráveis. Se a marca do turismo sofrer um declínio, é improvável que alguém de fora do país esteja propenso a acreditar que seja um bom local para viver e trabalhar, investir, ou comprar produtos. Presumem que deixou de ser um bom lugar. Se um evento catastrófico, com o tsunami do Oceano Índico em 2004, causar sérios danos ao “produto” turismo, a imagem da marca do local pouco pode fazer para ajudar a fornecer renda de outras fontes Fig. 4 Força e Consistência Gerais da Marca Fig. 5 Marca América THE BRANDER 65 ÍNDICE DE MARCAS DAS NAÇÕES ANHOLT além da caridade. Como esta questão de poder e consistência total é muito importante, analisamos o fator de desvio de todos os países desta edição do NBI, e chegamos a algumas conclusões surpreendentes sobre a consistência, como mostrado no gráfico Fig5: Apenas a Itália e a Suécia se destacam entre as 10 principais na classificação geral e entre as 10 para o desvio - em outras palavras, são as únicas que são poderosas e consistentes em geral. Vários outros países de alta pontuação apresentam desempenho bem menos consistentes: o Reino Unido, França e Japão estão todos entre os 10 de baixo quanto à consistência, e os Estados Unidos é o mais inconsistente de todo o índice, na 35a posição. Este é realmente um país que polariza a opinião global, e a maioria de nossos consultados o classificam próximo do topo em categorias como marcas, cultura popular, investimento, tecnologia, educação e esportes, e próxima do fundo em herança cultural e governança. cricket e a Nova Zelândia no rugby, mas este reconhecimento não é suficiente para eles entrarem no grupo dos 10 principais. Indique até onde você concorda com a seguinte sentença: “Este pais se destaca no esporte”. ESPORTE O esporte é um componente cada vez mais importante da marca nação, porque as pessoas presumem tanto sobre um país quanto sobre sua população e suas capacidades e valores a partir da forma como suas equipes nacionais participam de competições internacionais. O esporte pode ajudar a levantar o perfil positivo de um país que tenha poucos outros pontos fortes convencionais no mercado global (pense nos corredores etíopes, tenistas croatas e na equipe de futebol de Camarões). Os competidores esportivos podem criar “enredos” globais sobre países que podem construir suas imagens de marca quase da noite para o dia - especialmente desconhecidos corajosos derrotando equipes maiores e com mais recursos financeiros - mas desaparecem com igual rapidez se não houver nenhum seguimento. Os Jogos Olímpicos, em particular, tem um poder sem paralelo de transformar em marca cidades e mesmo nações, como o caso CIÊNCIA E TECNOLOGIA Pesquisa realizada pelo British Council demonstrou que a força percebida com relação a um país na área de ciência e tecnologia é uma determinante importante das percepções gerais de tal país. Países com força neste setor são considerados modernos e competitivos, especialmente pelas pessoas mais jovens e bem educadas. Pode ser um fator reforçador na atração geral de um lugar - de sua condição de altamente recomendado. (Fig.7) 66 THE BRANDER EDUCAÇÃO Atrair estudantes estrangeiros para educação avançada é atualmente algo reconhecido como importante para a prosperidade futura de um país, tanto quanto atrair investimento estrangeiro. Não é surpreendente que a maioria das nações avançadas de língua inglesa se destaque bastante nesta classificação; o que é mais imprevisto e digno de nota é a presença da Alemanha em terceiro lugar nesta classificação, um país não particularmente notado como sociedade multilíngüe (diferentemente, digamos, da Holanda ou Suécia). O sexto lugar da França, dada sua quase lendária antipatia com relação à língua inglesa, é uma conquista no mínimo surpreendente. Fig. 6 Principais nações esportivas da Austrália demonstrou de forma clara. No final, os países com resultados melhores em proezas esportivas são os grandes conquistadores normais. (Fig. 6) O investimento a longo prazo no esporte jovem dos Estados Unidos, Rússia e China gera enormes benefícios de marca para eles atualmente. A Rússia, em particular, deve muito a seu investimento de longo prazo no esporte pela força relativa de marca e as qualidades de calor humano e positividade que existem em sua imagem de marca internacional. Deve-se observar também que a excelência em um único esporte não parece ser suficiente para garantir uma alta classificação nesta área. México, Brasil e Argentina, por exemplo, são bem conhecidos por sua excelência em futebol, tal como o Paquistão e a Índia no Indique até onde você concorda com a seguinte sentença: “Este país realiza uma contribuição importante para a inovação na ciência” Fig. 10: Resultados individuais dos países: alguns destaques. Pela primeira vez, o painel dos Estados Unidos não coloca seu próprio país no topo de todos os pontos do hexágono: agora se considerou em segundo lugar em governan- ça, e passou o primeiro lugar nesta categoria para o Canadá. O quadro detalhado aqui mostra que a autoestima americana parece ter caído em todos os aspectos das classificações de governança desde que foi realizado o último NBI: o painel dos Estados Unidos atribuiu aos Estados Unidos uma pontuação ligeiramente mais baixa na questão de política ambiental internacional e ética, e substancialmente mais em questões de política nacional, justiça e direitos humanos internos, e contribuição da América para a paz e segurança internacionais. As pontuações mais baixas resultaram em uma queda considerável, do segundo lugar em paz e segurança internacionais para sexto lugar. Em termos de justiça e direitos humanos internos, os Estados Unidos perdeu seu primeiro lugar para o Canadá. O painel dos Estados Unidos também rebaixou a própria classificação do 8o para o 18o lugar em “herança cultural rica”, do 2o para o 6o lugar em “este país é rico em herança histórica/construída” e de 1o para 2o lugar em “o povo deste país me faria sentir bem-vindo se eu fosse visitante”. Na área da qual os americanos freqüentemente têm mais orgulho e na qual têm mais confiança - sua superioridade industrial, exportação e tecnologia - eles ainda se classificam no topo, mas a margem entre os Estados Unidos e seus rivais aparentes se estreitou: as percepções de que os Estados Unidos é um país “que realiza a maior contribuição em inovação para a ciência e tecnologia” caiu 1,8%, enquanto as percepções da contribuição japonesa aumentou em 0,26% e a da China em 3,03%. A sensação fica clara que, mesmo nesta área, os rivais da América estão ganhando terreno. Esta autoconfiança em queda até parece estar fazendo o cenário americano parecer menos atraente aos americanos: a pontuação do painel dos Estados Unidos sobre a questão “este país é rico em belezas naturais” caiu quase três quartos de um por cento nos últimos três meses. A projeção do Japão no Índice de Marcas THE BRANDER 67 ÍNDICE DE MARCAS DAS NAÇÕES ANHOLT normais (aqueles que decidem expressar sua desaprovação de países estrangeiros de formas não violentas) tendem a votar com suas carteiras, exercendo neste caso imediatas “sanções do consumidor” com relação a produtos dinamarqueses e outros escandinavos. Como o “Arab News” informou em 28 de janeiro de 2006: Muitas marcas internacionais se tornaram alvo do recente boicote de produtos dinamarqueses, graças à confusão de consumidores causada, em parte, pela desinformação distribuída pelos defensores da proibição. “O e-mail que recebi dizia que a NIDO é um dos produtos dinamarqueses, assim parei de comprá-lo”, disse o professor saudita Khaled Al-Harthi, que não sabia que NIDO é um produto da suíça Nestlé. Um folheto obtido pelo Arab News chama para o boicote a produtos dinamarqueses e noruegueses ... O folheto relacionava muitos itens que não são produtos da Dinamarca, incluindo Kinder (de propriedade da italiana FerreroRocher) e da Anchor da Nova Zelândia. Fig. 7 Principais nações em ciência e tecnologia das Nações não pode ser ignorada. Atualmente, é a marca de nação de maior valor para no mínimo oito países em desenvolvimento: Hungria, Polônia, Rússia, Malásia, Indonésia, Turquia, Cingapura e México. Nenhum outro país atinge algo assim nas primeiras colocações: mesmo o Reino Unido, apesar de sua alta posição geral, só está no topo das listas de dois países (África do Sul e Portugal). Também tem a segunda mais valiosa marca de nação em termos financeiros após os Estados Unidos, com um valor de mais de $6 trilhões, mais de 133% de seu PIB. O motivo do Japão não se sair melhor nas classificações gerais e o motivo do Reino Unido não se sair tão bem é devido à consistência: o 68 THE BRANDER Reino Unido está entre os 5 primeiros de 25 da classificação geral de 35 países, e nunca abaixo do 15o, ao passo que o Japão recebe a punição de uma 33o lugar por parte do painel chinês e 18o do sul-coreano. Se esses dois painéis fossem excluídos da pesquisa, o Japão certamente ficaria classificado entre as 5 principais marcas de nação. CONCLUSÃO A questão das marcas de nação ficou mais em destaque que o normal na mídia recentemente, devido ao furor quanto aos desenhos alegadamente antiislâmicos publicados pelo jornal dinamarquês Jyllands-Posten. O episódio claramente ilustra como os consumidores ... Zakaria Ismail, gerente do supermercado Al-Malki, disse que eles começariam a pendurar avisos indicando os produtos dinamarqueses. Tiveram de proceder dessa forma para reduzir sua perda de vendas de produtos erroneamente considerados dinamarqueses... Ele disse que todos os clientes criaram o hábito de ler a origem de cada produto para certificar-se de sua origem. “Mesmo os velhos que não podem ler estão perguntando: ‘Onde isso foi feito?’”, disse. começam a ficar abalados. Alguém pesa nos pés de alguém mais; alguns dizem por acidente e alguns dizem de propósito; insultos são trocados, rompe-se uma luta. As implicações para as marcas de nações são profundas: cultura interna e reputação externa são simplesmente dois lados da mesma moeda. Todos os pontos do hexágono estão ligados de forma insolúvel: no que diz respeito a um mulçumano distante e furioso, não é um jornal dinamarquês que ofendeu sua religião, mas o estado da Dinamarca. Assim, as ações da mídia impactam diretamente os exportadores, o governo é considerado responsável, e o povo sofre. O negócio é simplesmente pego no fogo cruzado, e nenhuma parte interessada está isenta. Isso ocorre porque o poder do consumidor está no centro do sistema do mercado global; quer gostemos quer não, isso é seu poder democrático inerente. A única coisa que distingue a democracia da multidão desorganizada é a ignorância e a educação - se cada lado conhecesse mais sobre a cultura, valores, formas de vida dos outros, então talvez tais incidentes seriam menos comuns e menos explosivos. E este é um argumento a mais também para o papel da construção deliberada das marcas de nação: apresenta, e declara, da forma mais verdadeira possível, os valores de cada nação para com outras, de forma que possam entender melhor umas às outras, viverem juntas no mesmo espaço, e escolher perdoar. Sobre Simon Anholt Anholt desenvolveu o conceito do Índice das Marcas Este episódio é uma boa ilustração do real significado da globalização: quase toda nação e cultura da terra agora compartilha espaço suficiente em uma única informação. Nenhuma conversação é mais privada, nenhuma mídia é nacional, e a audiência é sempre global. E todos sabem o que acontece quando um grupo de seres humanos com história, hábitos, valores e ambições diferentes são lançados juntos no mesmo espaço abarrotado: mais cedo ou mais tarde, os nervos das Nações em 2005. O primeiro índice foi publicado em maio de 2005. É reconhecido como uma das principais autoridades mundiais sobre a construção de marcas dos países, regiões e cidades. Anholt assessora vários governos nacionais e agências das Nações Unidas sobre a estratégia de marcas, diplomacia pública, relações culturais, investimento e promoção de exportações, turismo e desenvolvimento econômico. Ele é o editor do jornal trimestral Place Branding and Public Diplomacy, e autor do Brand New Justice, Brand America e vários outros livros. THE BRANDER 69