Metalworking World 3/2007
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A TODA VELOCIDADE RUMO AO SUCESSO: TECNOLOGIA ESPORTIVA – A FÓRMULA CAMPEÃ UMA REVISTA DE NEGÓCIOS E TECNOLOGIA DA SANDVIK COROMANT COROMANT Alexander Peters, diretor executivo da Neuman & Esser. N.º3 2007 COMO A VOLKSWAGEN CONQUISTOU O MUNDO RESULTADOS POSITIVOS NA ALFA LAVAL ASSUMA O CONTROLE DA TROCA DE FERRAMENTAS NEUMAN & ESSER NA ALEMANHA: FLEXIBILIDADE É O SEGREDO AVANCEMOS JUNTOS NO INÍCIO DOS ANOS 90, quando os jogadores profissionais de golfe adotaram tacos com cabeças superdimensionadas, ocas, feitas de titânio, o jogo melhorou muito, simplesmente porque a bola ia mais longe. Graças ao titânio, elas ganharam muita distância – mais do que haviam ganhado antes por meio da prática e da técnica. A tecnologia esportiva tem ajudado vários atletas a lançar bolas mais longe e com mais força, correr e nadar mais rápido e saltar mais alto e mais distante. Provavelmente veremos alguns desses resultados nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, evento para o qual milhares de atletas estão se preparando atualmente. À primeira vista, atletas de ponta e engenheiros de fabricação podem parecer duas espécies totalmente diferentes, mas eles têm algo em comum: a percepção de que desafiar limites é algo necessário para melhorar o desempenho. automotiva oficial da Olimpíada de 2008, a Volkswagen China iniciou um programa Olímpico de melhoria com vistas a aumentar as vendas, baixar os FOTO: MATS JONHOLT AO SER NOMEADA PARCEIRA 2 METALWORKING WORLD custos e reforçar a marca. O programa Olímpico desafiou os fornecedores a apresentar soluções ainda mais eficientes. Para a Sandvik Coromant, fornecedora da Volkswagen China desde 1989, isso levou à introdução de novas classes de pastilhas mais duráveis para ferramentas de corte de blocos de cilindros. exige, ao mesmo tempo, conhecimento e presença. Exige ultrapassar fronteiras para ver o que é possível fazer. “Problemas acontecem e precisamos estar preparados para lidar com eles de forma rápida e eficiente”, diz Mario Salinas, supervisor de ferramentas da unidade Volkswagen Centro Industrial Córdoba na Argentina, que fabrica caixas de câmbio para a indústria automobilística. Diferentes desafios exigem diferentes soluções e, em Córdoba, a Sandvik Coromant tem seu próprio escritório dentro da fábrica. A cooperação estreita entre a Volkswagen e a Sandvik Coromant produziu uma relação dinâmica e frutífera. Nos esportes, o vencedor leva o título, mas na Sandvik Coromant queremos que todos sejam vencedores. Nesta edição você poderá ler sobre a nossa presença em três continentes – América do Sul, Europa e Ásia – e como essa presença tem ajudado as empresas a atingirem suas metas. Como afirma o futurologista profissional Patrick Dixon: “Os maiores vencedores no futuro combinarão a excelência da engenharia com as reais necessidades das pessoas.” E é isso que faz a Sandvik Coromant. Espero que a leitura desta edição da Metalworking World seja agradável e produtiva. MELHORAR O DESEMPENHO KENNETH V SUNDH PRESIDENTE DA SANDVIK COROMANT ÍNDICE METALWORKING WORLD N.º3 2007 TECNOLOGIA 28 34 “Plug and play” é a melhor descrição para o Coromant Capto, como sistema de troca rápida para centros de torneamento. Ele se adapta a todos os tipos de máquinas, tornando possível converter uma torre com ferramentas convencionais para o Coromant Capto. Depois disso, bastam alguns minutos para instalar ferramentas em uma máquina. MENOS DIFÍCIL E MAIS EFICIENTE Enquanto processo, o torneamento de peças duras (HPT) evoluiu bastante. Mesmo assim, ele não deve ser visto como alternativa para todas as operações de retificação, mas um complemento. Com novas e aprimoradas pastilhas de CBN e estratégias de percurso das ferramentas, o HPT alcança níveis mais elevados de competitividade. OPERAÇÃO SILENCIOSA Em operações de fresamento que envolvam ferramentas longas, as vibrações nunca são desejáveis. Uma solução é incorporar uma tecnologia antivibratória na ferramenta, que reduz não apenas as vibrações e o ruído associado como também influencia o resultado: operações de fresamento mais seguras, taxas de remoção de metal mais altas, melhor acabamento superficial e, portanto, maior produtividade. VENCENDO A INSTABILIDADE Como garantir que uma pastilha permaneça fixa na sua posição exata? Evitar micromovimentações é vantajoso para o desempenho e para a qualidade. iLock, um conceito amplo de interface, desenvolvido para atacar a instabilidade da pastilha na raiz, tem sido aplicado às ferramentas cujas aplicações sejam sensíveis a micromovimentações da pastilha; por exemplo, usinagem com altas velocidades (HSM) e onde a qualidade do processo seja um pré-requisito. Boom de produtividade na Volkswagen Shanghai, China. 13 4 8 NOTÍCIAS DE USINAGEM FLEXIBILIDADE GERA RECEITA 13 MELHORANDO O QUE JÁ ERA ÓTIMO 18 SHANGHAI VOLKSWAGEN – EXEMPLO BRILHANTE 22 26 27 30 USINAGEM UNIFORME 30 20 NOTÍCIAS DE USINAGEM ENCARE O FUTURO O VENCEDOR LEVA TUDO Correção: Na edição N.o2 2007 da Metalworking World, Ivan Spolaor foi identificado de maneira incorreta. O cargo dele é gerente regional de vendas na Sandvik Coromant do Brasil. FOTO: CHRISTOPH PAPSCH 20 GANHE TEMPO, ACELERANDO A TROCA DE FERRAMENTAS FOTO: GERHARD JOHRÉN 6 METALWORKING WORLD é uma revista de negócios e tecnologia da AB Sandvik Coromant, 811 81 Sandviken, Suécia. Telefone: +46 (26) 26 60 00. A Metalworking World é publicada três vezes por ano em alemão, chinês, coreano, dinamarquês, espanhol, finlandês, francês, holandês, húngaro, inglês americano, inglês britânico, italiano, japonês, polonês, português do Brasil, russo, sueco e tcheco. A distribuição é gratuita para clientes da Sandvik Coromant mundialmente. Publicada pela Spoon Publishing em Estocolmo, Suécia. ISSN 1652-5825. Editora-chefe e responsável legal na Suécia: Pernilla Eriksson. Executiva de conta: Christina Hoffmann. Gerente editorial: Lisa Lundqvist. Diretor de arte: Erik Westin. Editor de imagens: Christer Jansson. Editor técnico: Christer Richt. Subeditora: Valerie Mindel. Coordenadora: Monica Åslund. Coordenador de idiomas: Sergio Tenconi. Editora de português: Miriam Moraes Bengtsson. Tradutor: Carlos Teixeira. Pré-impressão: Markus Dahlstedt. Foto da capa: Christoph Papsch. Favor observar que não aceitamos originais não-solicitados. O conteúdo desta publicação só poderá ser reproduzido com permissão, que deve ser solicitada ao gerente editorial da Metalworking World. As matérias e opiniões expressas na Metalworking World não refletem necessariamente os pontos de vista da Sandvik Coromant ou da editora. Correspondências e pedidos de informação sobre a revista são bem-vindos. Contato: Metalworking World, Spoon Publishing AB, Kungstensgatan 21B, 113 57 Estocolmo, Suécia. Telefone: +46 (8) 442 96 20. E-mail: [email protected]. Informações sobre distribuição: Monica Åslund, Sandvik Coromant. Telefone: +46 (26) 26 60 14. E-mail: [email protected] Impressa na Suécia por Sandvikens Tryckeri, em papel MultiArt Matt 115 gramas e MultiArt Gloss 200 gramas da Papyrus AB, com certificação ISO 14001 e registro EMAS. Coromant Capto, CoroMill, CoroCut, CoroPlex, CoroTurn, CoroDrill, CoroBore, CoroGrip, AutoTAS, GC e iLock são marcas registradas da Sandvik Coromant. 8 A Metalworking World é publicada com objetivo meramente informativo. As informações fornecidas são de natureza genérica e não devem ser tratadas como recomendação ou como base para tomadas de decisão em casos específicos. Qualquer uso dessas informações é de total responsabilidade do usuário. A Sandvik Coromant não se responsabiliza por qualquer dano direto, acidental, conseqüencial ou indireto, resultante do uso das informações disponíveis na Metalworking World. METALWORKING WORLD 3 NOTÍCIAS TALENTO LOCAL PREMIADO COM BOLSA DE MATERIAIS Com o AutoTAS, software de gerenciamento de ferramentas, o usuário tem controle total sobre as ferramentas. SOLUÇÃO DE VENDAS RECOLOCA A UNIVEL NOS TRILHOS Os negócios iam de vento em popa para a Univel Transmissions (Pty) Ltd, fabricante de eixos de transmissão na África do Sul, até que a falta de ferramentas resultou em perda de produtividade e posteriores transtornos. O aumento dos volumes de produção exigia maior controle dos custos de ferramentas e estoques, mas o sistema da empresa naquele momento não conseguiu corresponder. A perda de produtividade, combinada às limitações de tempo, forçaram a Univel a buscar uma solução automatizada de vendas que garantisse as ferramentas certas na hora certa. A Sandvik Coromant da África do Sul propôs a solução adequada, que foi instalada em janeiro de 2006 e já estava em pleno funcionamento um mês depois. A nova ‘vending solution’ contém 67 itens de linha e possui um sistema de segurança em três níveis que permite à Univel contro- 4 METALWORKING WORLD lar totalmente seu ferramental. Com base nas exigências do cliente, a Sandvik Coromant desenvolveu relatórios no AutoTAS, software para gerenciamento de ferramentas, simples e fácil de usar. O AutoTAS, que oferece ao usuário total controle sobre as ferramentas, também se comunica com o BAAN (software de gestão empresarial) para garantir que todas as informações estejam sempre ativas e disponíveis. Ao longo dos seis primeiros meses, a nova solução gerou uma redução de custos de aproximadamente US$ 264.000 para a Univel em termos de ferramental. Esperase uma economia ainda maior, conforme esses custos continuem a diminuir, independente da previsão de 7% de aumento na produção. Com base nos bons resultados iniciais, as duas empresas pretendem continuar trabalhando juntas para garantir maiores economias no futuro. Formada em 1984, a Univel Transmissions (Pty) Ltd é uma joint venture entre a GKN Driveline, líder global em eixos de acionamento, e a Dorbyl Ltd. Os principais produtos da empresa são eixos de transmissão de junta homocinética dianteiros e traseiros e peças correlatas, fornecidas para grandes fabricantes de automóveis, como BMW, Toyota, GM, Ford e Volkswagen. Johan Bratberg, PhD em engenharia, foi posta em uso com resultados ganhou o Prêmio de Materiais valiosos em nosso desenvolvimento Sandvik Coromant 2007 por sua de produtos.” pesquisa teórica e experimental sobre O Prêmio de Materiais Sandvik fenômenos termodinâmicos e Coromant foi instituído em 1989 para cinéticos complexos em sistemas promover a pesquisa na área de contendo metal duro. O prêmio foi entregue a Bratberg por Magnus Ekbäck, vice-presidente de P&D da Sandvik Coromant, em uma cerimônia no Instituto Real de Tecnologia, em Estocolmo. “O trabalho de Johan é da mais alta qualidade científica”, elogia Magnus Ekbäck Ekbäck. “Ele conseguiu (esq.) com criar uma correspondênJohan Bratberg. cia mais ampla entre os modelos e a realidade, aumentando o conhecimento nesse tecnologia de materiais. Ele é campo. Seu trabalho está fechando a entregue todos os anos, em um valor lacuna entre a pesquisa acadêmica e de 35.000 coroas suecas. as aplicações industriais, com resultaBratberg tem uma relação especial dos de interesse da Sandvik com a Sandvik Coromant. “Johan veio Coromant e de outras empresas de Sandviken, berço da nossa envolvidas no desenvolvimento de empresa”, conta Ekbäck. “Que eu novos materiais, aí incluídos os saiba, é a primeira vez que isso metais duros. A pesquisa de Johan já acontece.” HORA DE RECICLAR PASTILHAS USADAS Hoje é fácil reciclar pastilhas de metal duro já usadas. O enfoque nas questões ambientais vem se intensificando ultimamente. Com isso, as indústrias de manufatura devem provar que seus negócios causam o menor impacto possível no meio ambiente. A Sandvik Coromant pode ajudá-lo a alcançar esse objetivo. O conceito de reciclagem da Sandvik Coromant foi introduzido há 10 anos e obteve certificação em todos os níveis, de acordo com o padrão internacional de gestão ambiental ISO 14001. “Isso significa que recolhemos as pastilhas de metal duro usadas, independente da marca”, explica o gerente de projeto Lars Hallberg. Esse sistema é bem útil para os fabricantes do setor metal-mecânico, uma vez que têm a chance de descartar, de maneira prática, as pastilhas usadas e de contribuir com o meioambiente, usando um conceito reconhecido internacionalmente. “Esse serviço é fácil de usar e está disponível para os nossos clientes no mundo todo, onde quer que eles atuem”, enfatiza Hallberg. FOTO: SANDVIK COROMANT Caminhada consciente: equipe que trabalhou com a Associação Humanitária Habitat na região de Nova Orleans, seguindo uma banda da cidade. QUE VOLTE A MÚSICA! A Sandvik Coromant não está apenas empenhada em garantir maior competitividade aos seus clientes, ela se preocupa igualmente com as questões humanitárias, razão pela qual escolheu Nova Orleans como local para realizar um evento com seus distribuidores da região. Ao chegarem à “Big Easy” (como é conhecida a cidade), funcionários e distribuidores da Sandvik Coromant foram recebidos com a apresentação de uma banda ao vivo, um jantar no famoso restaurante Antoine’s e uma palestra motivacional de Rocky Bleier – formado em Notre Dame, veterano do Vietnã e quatro vezes campeão do Super Bowl, o campeonato nacional de futebol americano. Mas o maior impacto da estada em Nova Orleans só foi sentido durante um tour de duas horas pelas áreas mais devastadas da cidade. A constatação das difíceis condições inspirou muitos deles a se interessarem ativamente pela resgate da vida da cidade. A equipe da Sandvik Coromant e seus distribuidores parceiros se uniram à Associação Humanitária Habitat na região de Nova Orleans (NOAHH) para ajudar a Vila dos Músicos, uma comunidade florescen- te criada pelas lendas do jazz Branford Marsalis e Harry Connick Jr. Depois de ajudarem em serviços de reformas de residências, a Sandvik Coromant e seus distribuidores fizeram uma doação de US$10.000 à NOAHH para a compra de ferramentas.“Dezoito meses depois do Katrina, Nova Orleans ainda parece um país devastado pela guerra”, conta John Jacobsen, da Sandvik Coromant dos EUA. “Trazer os músicos de volta para casa é o primeiro passo, e estamos comprometidos com isso, seja por meio de ajuda física ou financeira.” Para a Sandvik Coromant, o even- to, chamado de Dias de Informação ao Distribuidor, foi mais do que uma chance de demonstrar novos planos e iniciativas para 2007 à rede de distribuição local; foi também uma oportunidade de fazer algo mais por uma cidade que tanto necessita de boa vontade. Ao tornar esse projeto uma questão de consciência e ação, a equipe da Sandvik Coromant ajudou não só a oferecer novas casas aos músicos e suas famílias como também contribuiu nos esforços de trazer a música de volta a Nova Orleans, um componente fundamental para o renascimento da cidade. CHERY AUTOMOBILE NOMEIA MELHOR FORNECEDOR A Chery Automobile lidera as marcas nacionais de automóveis no mercado chinês. A Chery Automobile, um dos maiores fabricantes de automóveis da China e o maior fabricante independente do país nesse segmento, nomeou a Sandvik Coromant como “melhor fornecedor” no setor de cortes em 2006. A Chery mencionou a alta qualidade dos produtos e a excelência das soluções como motivos para o prêmio, entregue na Conferência de Fornecedores de Materiais Comuns na cidade de Wuhu, em janeiro de 2007. Um de seus fornecedores estratégicos mais próximos, a Sandvik Coromant ganha o prêmio por quarto ano consecutivo. A Chery Automobile, famosa por inovações independentes na fabricação de carros, tornou-se o principal fabricante de automóveis da China com direitos intelectuais independentes. Ela lidera as marcas nacionais de automóveis no mercado chinês. Desde sua inauguração em 1997, a chave do seu sucesso tem sido o enfoque na inovação independente e na eficiência de produção. FOTO: MARK RALSTON/SCANPIX METALWORKING WORLD 5 TECNOLOGIA POR ELAINE MCCLARENCE GANHE TEMPO, ACELERANDO A TROCA DE FERRAMENTAS Um sistema de troca rápida pode acrescentar horas de produtividade às operações de torneamento. DESAFIO: COMO GANHAR UM TEMPO PRECIOSO NA TROCA DE FERRAMENTAS? SOLUÇÃO: SUBSTITUINDO SET-UPS DE FERRAMENTAL CONVENCIONAIS POR UM SISTEMA DE TROCA RÁPIDA. PARA A MAIORIA dos fabricantes de peças, a produtividade é uma obsessão. O tempo efetivo médio de processamento em uma máquina pode chegar a apenas 36% do tempo total de produção em uma operação típica de torneamento; portanto, é um grande desafio obter a máxima utilização de uma máquina-ferramenta cara. As empresas que usam set-ups convencionais de ferramentas em centros de torneamento perdem tempo de diversas formas: na troca das peças de trabalho, no set-up e calibração do lote, na indexação das pastilhas e na troca de ferramentas e tarefas de serviço. Uma das maneiras de ganhar tempo (até 25%) é investir em um sistema de troca rápida, aumentando assim o tempo total de processamento para 45% e reduzindo o tempo total de máquina parada. Com o conceito de ferramenta de troca rápida Coromant Capto, o tempo para substituição de ferramentas cai de uma média de mais de oito minutos para menos de um minuto. Para cada ferramenta de uma torre, é possível adicionar até 50 horas A troca de ferramentas torna-se mais rápida e eficiente com o sistema de troca rápida Coromant Capto. Basta uma volta de menos de 180° para fixação e liberação. 6 METALWORKING WORLD de produção, resultando em um tempo de retorno do investimento de apenas alguns meses. Isso é possível devido à modularidade e à simplicidade do sistema de fixação de ferramentas, quando comparado a um setup com fixação convencional. O conceito de ferramenta de troca rápida Coromant Capto pode ser aplicado à maioria das máquinas de torneamento, graças a várias soluções para diferentes conceitos e designs da torre. Há diversas alternativas de fixação disponíveis, desde soluções de fixação complementar até configurações de torres integradas. Nas máquinas conven- cionais, a conversão é feita facilmente, por meio da utilização de unidades de fixação padronizadas, sem qualquer modificação na torre. Além disso, o Coromant Capto possui um design de torre integrada, que oferece economia de espaço, quando comparado com fixações externas. o sistema de troca rápida permite trocar ferramentas com maior rapidez e eficiência, possibilitando a troca de pastilhas fora das máquinas. O uso de ferramentas gêmeas é mais ágil, já que é mais rápido trocar um porta-ferramentas completo do que uma única pastilha. Além disso, esse sistema permite pré-ajustes, já que as medições também podem ser feitas longe da máquina. Por ter alta precisão de posicionamento, reduz ou elimina a necessidade de cortes de referência. A fixação e a liberação da ferramenta podem ser feitas com uma volta de menos de 180° para os dois procedimentos. Um sistema de troca rápida é particularmente vantajoso para fabricantes que possuam operações que exigem trocas freqüentes de pastilhas ou para aqueles que produzam pequenos lotes, em que é possível tirar proveito do tempo de set-up mais curto. EM ESSÊNCIA, ❯❯ PARA MAIS INFORMAÇÕES: Contate seu representante local da Sandvik Coromant. ASPECTOS TÉCNICOS Máquinas aceitas: qualquer tipo de máquina de torneamento. Opções de fixação: é possível usar unidades de fixação para adaptação à maioria das máquinas. Repetibilidade: +/– 2 mícrons. Desempenho: o tempo de troca de ferramentas pode ser reduzido para menos de 60 segundos. Padronização: pode ser usada para toda a gama de ferramentas. Com o Coromant Capto na torre, bastam alguns minutos para instalar ferramentas em uma máquina. É fácil converter uma torre com ferramentas convencionais para o Coromant Capto. Torre para disco de interface Coromant. BENEFÍCIOS ESTUDO DE CASO • 25% a mais de tempo de corte • Maior lucratividade • Maior disponibilidade da máquina • Menos tempo de máquina parada • Set-ups simples • Repetibilidade. No mundo da terceirização, as mudanças de tarefas precisam ser rápidas para garantir que a maior parte do tempo seja produtiva. Diante de uma enorme variação na fabricação de peças, com lotes variando de pequenos a médios, uma fábrica terceirizada optou por um sistema de troca rápida Coromant Capto para seus tornos CNC. A natureza flexível dos negócios da empresa exigiu que ela minimizasse o tempo de set-up e, conseqüentemente, o tempo não produtivo. A empresa escolheu o Coromant Capto devido à facilidade com 8,5 MIN. 0,5 MIN. Tempo de set-up curto. A fixação por segmentos possibilita trocar as ferramentas cinco vezes mais rápido do que com ferramentas convencionais. As possibilidades de pré-ajustes e posicionamentos exatos significam redução ou eliminação dos cortes de referência. que era possível modificar a torre de ferramentas por meio das unidades de fixação. Outro elemento a favor do Coromant Capto foi a rigidez do acoplamento, em comparação com outros sistemas modulares, e a facilidade com que as cabeças de corte podiam ser trocadas. No geral, a introdução do conceito de troca rápida foi vantajosa, graças à velocidade de mudança do set-up das máquinas, à disponibilidade de uma extensa gama de ferramentas de corte convencionais e especiais, além da simplicidade e limpeza no momento da troca de ferramentas. RESUMO “Plug and play” é a melhor descrição para o Coromant Capto, como sistema de troca rápida para centros de torneamento. Ele reduz o tempo de máquinas paradas, aumenta a disponibilidade produtiva global e ajuda a aumentar os tempos de processamento. Os sistemas de troca rápida oferecem melhor economia para produções em pequenos lotes, em que set-ups mais rápidos são importantes, ou para operações que requeiram trocas freqüentes de pastilhas. Como o Coromant Capto é um conceito de troca rápida que pode ser aplicado por meio de um conjunto versátil de opções de fixação, o tipo de máquina ou torre não é impedimento para sua implementação. O resultado prático é uma economia em tempo real, que pode ser transformada na usinagem produtiva de peças. Isso é particularmente importante para os fabricantes e fornecedores que precisam oferecer um serviço rápido, flexível e ágil a seus clientes. METALWORKING WORLD 7 FOTO: CHRISTOPH PAPSCH Alexander Peters, diretor executivo da Neuman & Esser. FLEXIBILIDADE GERA RECEITA A terceirização de tarefas de serviço e produção é uma tendência acentuada entre os fabricantes. Entretanto, o fabricante de compressores Neuman & Esser foi na direção oposta, assumindo o controle de todo o processo de produção na usinagem de compressores de grande porte. perto de Aachen, no oeste da Alemanha, fica em meio a uma paisagem moldada pela mineração de carvão. Colinas de contornos acentuados, cobertas de grama, criam uma estranha silhueta no horizonte, como que lembrando constantemente que a cidade fica na ponta da região de extração do antracito, ou carvão duro. Os habitantes locais conhecem bem os detalhes da produção de energia. Alguns quilômetros adiante, na região de extração do carvão betuminoso, ou macio, as pessoas estão acostumadas com a idéia de que a expansão das minas a céu aberto pode forçar a mudança de acessos da rodovia, ou até de cidades inteiras. Übach-Palenberg é onde fica a sede da NeuA CIDADE DE ÜBACH-PALENBERG, 8 METALWORKING WORLD man & Esser (NEA), produtora de compressores de grande porte. Dentre outras coisas, os compressores são usados para comprimir gases de hidrogênio em refinarias e, cada vez mais, para comprimir gás natural. “Acabamos de fechar um grande contrato com uma empresa de energia da Alemanha para armazenar gás natural em cavernas subterrâneas”, exemplifica Norbert Winands, diretor de tecnologia da NEA. Os compressores também são usados na produção de garrafas PET para a indústria alimentícia, que exigem máquinas de sopro de grande porte, e em processos que utilizam gases industriais (oxigênio, hidrogênio e nitrogênio, por exemplo). O mercado mundial de compressores é estimado em 1,5 a 1,6 bilhão de euros. Com 800 funcionários, a NEA detém a terceira (ou talvez a segunda) posição nesse mercado. “Nossos principais mercados são os Estados Unidos e a Ásia, sobretudo a China, além do Oriente Médio, naturalmente – onde quer que as indústrias petroquímicas e refinarias estejam instaladas perto dos poços de petróleo”, assinala Winands. A lógica por trás do plano de vendas dos compressores de pistão é incrivelmente simples. A NEA vende a seus clientes sistemas prontos para usar. O cerne dessas instalações, o próprio compressor, que normalmente responde por cerca de um quarto a um terço do valor do contrato, é fabricado na Alemanha. As maiores dessas máquinas, que podem pesar FOTO: CHRISTOPH PAPSCH Peças de um compressor de movimento alternado. METALWORKING WORLD 9 FOTO: CHRISTOPH PAPSCH Rene Schlotterhose no processo de resfriamento de metal com nitrato. “Os prazos de entrega são cruciais para esse setor. Se o compressor não estiver pronto, grande parte do trabalho da refinaria fica parado.” até 160 toneladas, são fabricadas na unidade principal de Übach-Palenberg. Os compressores menores são fabricados em uma segunda unidade, em Wurzen, perto de Leipzig, Alemanha. Subsidiárias independentes na Alemanha, Itália, Índia, Tailândia, Brasil, nos Estados Unidos e em outros países providenciam componentes adicionais para “completar” os compressores e criar sistemas sob medida. Tudo que for necessário para o processo que mantém o compressor, desde amortecedores de trepidação até tubos e sistemas de óleo, é comprado no país onde a instalação será montada definitivamente. “A vantagem é que o sistema atende automaticamente as normas do país”, explica Winands. “Ao mesmo tempo, solucionamos o problema de que alguns países exigem certo percentual de conteúdo local – peças que tenham sido fabricadas no próprio país.” É um bom sistema, mas depende de uma oferta confiável de virabrequins ou blanks forjados para virabrequim, que a empresa estava comprando já prontos e processando para compor os compressores. Porém, há alguns anos, segundo Winands, a NEA percebeu que a oferta poderia ser um problema, particularmente no caso de virabrequins maiores. 10 METALWORKING WORLD “Naquele momento, dois grandes fabricantes de virabrequins da Inglaterra tinham encerrado suas atividades”, relembra Winands. “Na Europa toda, dava para contar nos dedos de uma mão o número de empresas que fabricavam essas peças grandes.” temendo depender excessivamente de poucos fornecedores, a NEA decidiu investir em seu próprio centro de usinagem CNC, onde poderia fabricar os virabrequins do início ao fim, a partir de barras cilíndricas forjadas, caso necessário. Como a necessidade de virabrequins por parte da fábrica era limitada, então o centro de usinagem devia ser capaz de fabricar outras peças. Achim Hoch, diretor de produção da unidade de Übach-Palenberg, e Willi Tetz, técnico em mecânica, iniciaram uma busca. “Queríamos uma máquina que fabricasse o virabrequim completamente, com um mínimo de fixações”, conta Hoch. “Além disso, ela devia ser capaz de produzir pelo menos outras três peças.” Fornecedor regional de serviços de ferramentas e distribuidor da Sandvik Coromant, a KFW Team (Kornel Fohn-Werkzeuge-Team) foi envolvida desde o início no planejamento. DESSA FORMA, Willi Scheuvens com as ferramentas de corte montadas. A KFW já havia introduzido o sistema modular Coromant Capto da Sandvik Coromant em todo o processo de produção da NEA. Agora ela tinha a incumbência de garantir que o novo investimento refletisse as oportunidades e exigências inerentes às ferramentas convencionais. Três fabricantes foram pré-selecionados, e a máquina Integrex e-650-H da Mazak venceu por fim. sido considerada inicialmente, porque em geral a Integrex não estava disponível com uma bancada no comprimento necessário de seis metros. Porém, ressalta Hoch, “conversamos com algumas pessoas da Mazak, descrevemos nosso projeto e a empresa nos ofereceu uma máquina que atendia nossas exigências. A Integrex com bancada de seis metros desenvolvida para a NEA é a primeira desse tamanho a ser instalada na Europa.” Um fator decisivo para o sucesso de uma máquina multitarefas desse tipo é o conjunto de ferramentas que a acompanha. Neste quesito a NEA também levou em conta três fornecedores. Eles receberam a tarefa de desenvolver planos para ferramentas e operações de fabricação não apenas para o virabrequim A MAZAK NÃO HAVIA como também para uma cruzeta, uma biela e um cilindro. A Sandvik Coromant ganhou o trabalho, porque, dentre outras coisas, era a empresa com mais experiência no torno-fresamento de virabrequins. Após seis meses de testes e ensaios, a máquina iniciou suas operações oficialmente. Ela está em operação há mais de um ano, sem qualquer tipo de defeito, relata Winands. “Até agora, não precisamos alterar nem modificar uma única ferramenta”, observa. A cada ano são fabricados entre 50 e 60 virabrequins. “São eixos com duas, quatro, às vezes seis munhões, pesando entre 500 e 600 kg nos modelos menores até 3,5 a 4 toneladas nos modelos maiores”, explica. “Os comprimentos variam de 2,3 a 4,3 metros.” entre 80 e 90 horas para fabricar um dos menores virabrequins, usando os equipamentos convencionais. “Hoje em dia, um eixo desses sai da máquina em 25 a 30 horas”, compara Winands. Assim, com essa máquina, a NEA eliminou a possibilidade de atrasos na fabricação dos virabrequins e consegue realizar seus negócios de forma segura, garantindo os prazos de entrega e assim evitando pagamento de multas por atraso, que podem atingir até 1% de um contrato de 4 a 6 milhões de euros. “Os prazos de entrega são cruciais para esse COSTUMÁVAMOS LEVAR Rainer Dietzel, operador de máquina da NEA, inspeciona uma operação de torno-fresamento. setor”, explica Winands. “Se o compressor não estiver pronto, grande parte do trabalho da refinaria fica parado. Portanto, é importante sermos flexíveis e podermos, por exemplo, produzir um virabrequim para atender um prazo de entrega, mesmo que o fornecedor de blanks forjados para virabrequim esteja atrasado.” A nova máquina oferece exatamente essa flexibilidade, além da possibilidade de fabricar outras peças quando necessário. “Com essa máquina, nos tornamos mais fortes em relação à concorrência”, diz Winands. “Essa vantagem é decisiva”, conclui. LUISE STEINBERGER PARA VENCER, É PRECISO ENCARAR O DESAFIO O fabricante de máquinas Neuman & Esser Aachen está em atividade há mais de 175 anos. A empresa foi fundada em Aachen, na Alemanha, em 1830, com o nome de JL Neuman & Cie Maschinenfabrik. Inicialmente, produzia prensas hidráulicas e máquinas têxteis e, posteriormente, passou a fabricar motores a vapor e tesouras mecânicas. “As máquinas eram usadas na indústria têxtil local”, explica Norbert Winands, diretor de tecnologia da NEA. Em 1840, a empresa foi rebatizada de Neuman & Esser Aachen, que é como ela é conhecida. Em 1891, Oskar Peters, antepassado dos atuais proprietários, assumiu a empresa. Em 1900, Peters expandiu a oferta de produtos e incluiu compressores de pistão, que na época eram usados para produzir ar comprimido em minas subterrâneas. Em 1972, sob comando do atual CEO, Klaus Peters, a NEA mudou-se para novas e espaçosas instalações em Übach-Palenberg. Desde então, cresceu e tornou-se a empresa global que é hoje. Dentro da estrutura da Neuman & Esser Verwaltungs- und Beteiligungsgesellschaft, existem duas holdings. O grupo emprega cerca de 800 pessoas, metade das quais trabalha na Alemanha. As operações de fabricação são realizadas em três localidades na Alemanha: Übach-Palenberg, Wurzen e Stassfurt, na empresa recémadquirida Stasskol Kolbenstangendichtungen. A comercialização é feita por dez empresas Norbert Winands, comerciais independentes na da NEA, diante Alemanha, Itália, Índia, Tailândas peças de dia, no Brasil, nos Estados Unium compressor de movimento dos e em outros países. Além alternado. disso, existe a empresa global de serviços NEAC e a divisão de tecnologia de retificação e de craqueamento em refinarias, instaclassificação. lações de dessulfurização e na indúsA linha mais importante de protria química. Os modelos menores dutos da empresa é a de compressão usados em cervejarias ou para sores, com vazão volumétrica de até moldar garrafas PET em máquinas de 100.000 m3/h, potência de 12.000 estiramento e sopro. kW e pressão final de 700 bar. Os Apesar do seu alcance global, a modelos grandes são utilizados em NEA é uma típica empresa familiar, instalações de armazenamento subcom raízes profundas na região em terrâneo de gás natural, instalações que sua sede está situada. Isso pode ser visto no envolvimento da empresa no treinamento de jovens. “Empregamos um percentual de trainees acima da média”, aponta Winands. “Dos cerca de 330 funcionários aqui em Übach-Palenberg, 50 são trainees. Para os proprietários, da família Peters, é muito importante que a Neuman & Esser demonstre responsabilidade aqui na região e empregue um grande número de jovens.” O fato de ser uma empresa familiar também fica evidente na maneira como a NEA faz seus negócios, complementa Winands, especialmente quando se trata de decisões sobre investimentos, como a nova máquina Integrex da Mazak. “Na NEA, poucas pessoas precisam aprovar as decisões, portanto a decisão de investir em uma máquina dessas pode ser tomada em pouquíssimo tempo”, esclarece. “Ao mesmo tempo, o proprietário [de uma empresa familiar] assume um risco empresarial de maneira muito diferente da de uma corporação. O resultado nem sempre é garantido. Mas, como diz o ditado: ‘Quem não arrisca não petisca.” METALWORKING WORLD 11 PLANEJAMENTO CORRETO DESDE O INÍCIO Com a decisão de comprar uma máquina, a Neuman & Esser (NEA) queria implementar um processo de fabricação totalmente novo. Assim, começou a planejar as ferramentas e os processos operacionais em um momento em que ainda não sabia quem iria fornecer a máquina. Os especialistas da Sandvik Coromant fizeram parte do processo, concentrando-se nos conjuntos de ferramentas e planos de fabricação para as complexas operações de torneamento, retificação e furação. “Só é possível comprar uma máquina dessas se ela vier com a tecnologia certa”, afirma Norbert Winands, diretor de tecnologia da NEA. Assim, a equipe de tecnologia da NEA começou a pensar nas ferramentas logo no início. Walter Rehahn, representante de campo do distribuidor local da Sandvik Coromant, a KFW Team, explica: “A escolha do ferramental não é geralmente considerada na fase inicial de um planejamento de investimento em máquinas, podendo acarretar, posteriormente, altos custos com ferramentas especiais. Nesse caso, conseguimos evitar esse problema por meio de uma cooperação prévia entre o investidor, o vendedor da máquina e os especialistas em ferramentas.” Três fornecedores foram convidados a apresentar propostas. Quando a NEA solicitou propostas para os equipamentos da nova máquina multitarefas, Rehahn pediu conselho ao escritório da Sandvik Coromant em Düsseldorf. “Na época, essa área era desconhecida para nós”, relembra Rehahn, que cuida da conta da NEA há 28 anos. ”A NEA queria que equipássemos um tipo de ’máquina milagrosa’ que pudesse fabricar pelo menos quatro tipos diferentes de peças: virabrequins, cruzetas, bielas e cilindros.” Achim Hoch (esq.), Walter Rehahn, Günter Wermeister e Norbert Winands próximos da máquina Integrex da Mazak. 12 METALWORKING WORLD Günter Wermeister, diretor do Centro de Competência da Sandvik Coromant para fabricação de eixos de comando de válvulas e virabrequins em Düsseldorf e um dos poucos especialistas no processo de torno-fresamento, assumiu, ele próprio, o projeto. Junto com sua equipe, desenvolveu um plano impressionante. “A Sandvik Coromant ofereceu o pacote mais vantajoso”, conta Achim Hoch, diretor de produção da NEA e encarregado da solicitação de propostas. Como seria necessário uma porcentagem relativamente alta de ferramentas com finalidades especiais (cerca de 40%) e a NEA já estava usando o sistema modular Coromant Capto da Sandvik Coromant, fazia sentido partir do que já tínhamos para alcançar a flexibilidade em meio a toda essa complexidade. “Nesse projeto, como em qualquer projeto, os fundamentos eram muito importantes”, ensina Wermeister. Concentrando-se nas peças a serem fabricadas e trabalhando com computadores, os membros da equipe projetaram, desenharam, examinaram, rejeitaram, desenharam novamente, testaram e, finalmente, concluíram uma lista de ferramentas e percursos de ferramentas. “Fizemos as coisas com calma para evitar erros, pois tínhamos clareza de que qualquer erro durante o processo de planejamento poderia acarretar altos custos depois”, assinala Wermeister. Esse método valeu a pena. Não houve qualquer necessidade de modificação ou alteração de ferramentas. Porém, mesmo com o planejamento detalhado, não foi possível montar a máquina simplesmente e apertar um botão para iniciar as operações. “Esse tipo de máquina exige certa adaptação e um alto nível de complexidade”, esclarece Wermeister. O operador Rainer Dietzel junto à máquina Integrex da Mazak. “Isso influencia a programação dos percursos das ferramentas.” A NEA não tem nenhum funcionário na área de CAD-CAM, então uma condição da apresentação das propostas era que a programação fosse feita na máquina, com a ajuda de módulos que seriam entregues pelo fabricante. Porém, a Mazak, fabricante da máquina, não tinha experiência significativa em torno-fresamento, o que obrigou a Mazak, a Sandvik Coromant e três dos mais experientes operadores de máquinas da NEA a trabalharem juntos intensamente para concluir o projeto. O desenvolvimento, os ajustes e o treinamento ocorreram todos ao mesmo tempo. O operador de máquina Rainer Dietzel relembra: “Em uma equipe de três operadores, levamos cerca de seis meses para atingir uma habilidade razoável na utilização da máquina e conseguir 100% de êxito nas operações.” “Percorremos todas as etapas, das mais fáceis às mais difíceis. Fabricamos um virabrequim de amostra a partir de metal sólido, para praticar as habilidades necessárias para realizar o torno-fresamento ortogonal e o processo de fabricação com um eixo B inclinado, que é necessário quando se deseja realizar uma saída para retífica sem danificar uma superfície já usinada”, conta Winands. Hoje, a máquina funciona sem qualquer problema e os três operadores conseguem manuseá-la sozinhos. Ou melhor, corrige Dietzel, em equipe. “Trabalhamos até 100 horas em um eixo grande, em três turnos”, afirma. “O trabalho preparatório e o trabalho conjunto precisam funcionar bem.” Dietzel, que trabalha na NEA há quase 30 anos, enxerga suas novas tarefas como um desafio, mas dos bons. “O trabalho ficou mais abrangente, porém mais interessante também”, diz. O GRUPO VOLKSWAGEN ESTÁ PRESENTE EM MAIS DE 100 PAÍSES NO MUNDO TODO. A METALWORKING WORLD FEZ UMA VISITA À VOLKSWAGEN DE CÓRDOBA, NA ARGENTINA, E DE XANGAI, NA CHINA. MELHORANDO O QUE JÁ ERA ÓTIMO FOTOS: GABRIEL ORGE A Volkswagen Centro Industrial Córdoba, na Argentina, acredita que sempre é possível melhorar. Essa filosofia rendeu à empresa investimentos e prêmios. METALWORKING WORLD FOTOS: GABRIEL ORGE A fábrica da Volkswagen em Córdoba fabrica caixas de câmbio para carros e veículos utilitários. da Volkswagen Centro Industrial Córdoba são extremamente diplomáticos ao explicar a posição da fábrica de caixas de câmbio de Córdoba dentro da organização mundial Volkswagen. Afinal, eles estão competindo contra colegas de outras fábricas onde a Volkswagen também fabrica caixas de câmbio para sua ampla linha de carros e veículos utilitários. A empresa possui fábricas semelhantes na Alemanha, China, Eslováquia, África do Sul e Espanha. O “Prêmio de Excelência Volkswagen”, concedido recentemente ao Centro Industrial Córdoba, indica a empresa como melhor fabricante de autopeças dentro do grupo. “Vemos esse prêmio como um reconhecimento por um trabalho longo e contínuo”, pondera Juan Cantarelli, gerente de produção da fábrica de caixas de câmbio MQ250. “Trabalhamos há vários anos para obter qualidade e eficiência em nossos processos e estamos felizes por considerarem que alcançamos os resultados máximos. Sempre buscamos melhorar e sabíamos que estávamos no caminho certo, mas não acompanhamos outras fábricas do grupo, então não contávamos com o prêmio.” “Trabalho nesta fábrica há 20 anos”, conta Carlos Testa, gerente de produção da fábrica de caixas de câmbio MQ200. “Quando comeOS DOIS GERENTES SENIORES 14 METALWORKING WORLD A partir da esquerda: Juan Monzó, Sandvik Coromant, Jorge Calderón, Volkswagen, e Juan Cantarelli, Volkswagen. cei, produzíamos cerca de 300 caixas de câmbio por dia. Agora produzimos 2.500 e, no próximo ano, esperamos alcançar a marca de 3.500. Produzimos uma caixa de câmbio moderna e de alta qualidade a cada 20 segundos, durante o dia todo, todos os dias da semana. Tenho orgulho de fazer parte dessa trajetória.” CNC, visando o mercado global. Desde então, não paramos mais de crescer e temos trabalhado sempre a plena capacidade.” Chegar ao topo é uma coisa; permanecer lá é outra. Redução de custos, melhoria da qualidade e aumento da confiabilidade são metas constantes de qualquer medida tomada pela gerência da fábrica. Por isso, a Sandvik Carlos Testa, gerente de O CENTRO INDUSTRIAL Córdoba Coromant foi escolhida para conprodução, Volkswagen. fabrica dois modelos de caixas tribuir na área de ferramentas, e de câmbio manuais, o MQ250 e ela tem tido um papel fundameno MQ200, que equipam vários carros de métal nos últimos cinco anos. Em 2002, a Sandvik dio porte da Volkswagen, Seat, Skoda e Audi. Coromant foi selecionada para fornecer todas as Somente uma pequena parcela da produção pastilhas e acessórios para usinagem exigidos fica na Argentina, em uma fábrica de automópela fábrica, além de suporte técnico e serviços. veis da Volkswagen em Pacheco, na região de O acordo de gerenciamento de ferramentas inBuenos Aires. Cerca de 95% do que a fábrica cluiu a avaliação e o fornecimento de ferramenproduz é enviado para outras fábricas de tas também de outros fabricantes. automóveis do Grupo Volkswagen no Brasil, “Tínhamos diversas razões para decidir Alemanha, México, Eslováquia, África do Sul por um único fornecedor para gerenciar as e Espanha. nossas necessidades de ferramentas”, relem“Nossa grande revolução industrial, nosso bra Cantarelli. “Uma razão importante é que ato transformador, já aconteceu”, explica Carlos queríamos que nossos recursos de engenharia Testa. “A grande mudança se deu em 1991, se concentrassem em nossa atividade principal quando construímos a fábrica de caixas de câme que o gerenciamento de ferramentas ficasse bio MQ250 e passamos de 4 para 150 máquinas por conta de um especialista da área.” a Sandvik Coromant comprometeu-se a obter redução nos custos gerais de ferramentas ao longo de um período de três anos, meta que foi superada. “Temos dois engenheiros trabalhando na fábrica em tempo integral, oferecendo assistência diária à equipe da Volkswagen, supervisionando processos e tentando otimizálos permanentemente”, explica Juan Monzó, gerente da Sandvik Coromant em Córdoba e responsável pela operação de gerenciamento de ferramentas. “Ao longo dos anos – e este já é o nosso quinto ano na fábrica – temos visto como essa estreita cooperação tem resultado em melhorias e economia. Esse tipo de acordo nos permite usar toda a força de engenharia da nossa organização. Não se trata apenas dos nossos produtos, mas também do know-how, do suporte técnico e recursos que conseguimos mobilizar e oferecer. As ferramentas podem ser uma preocupação secundária para a Volkswagen, mas é nosso trabalho e nos esforçamos ao máximo nisso.” “O conceito é simples”, explica Jorge FOTOS: GABRIEL ORGE “Queríamos que nossos recursos de engenharia se concentrassem em nossa atividade principal e que o gerenciamento de ferramentas ficasse por conta de um especialista da área.” POR CONTRATO, Mario Salinas, supervisor de ferramentas, Centro Industrial Córdoba. Calderón, gerente de engenharia do Centro Industrial Córdoba. “Damos ao fornecedor, neste caso a Sandvik Coromant, o status de fornecedor preferencial, o que implica que ele tem o direito de solucionar problemas e oferecer seus próprios produtos, sempre que atenderem as especificações e os preços. Ao garantir isso, ganhamos também a assistência técnica – permanente e no próprio local – algo que sairia muito caro para nós.” tem um escritório dentro da fábrica do Centro Industrial Córdoba, a partir do qual gerencia um pequeno estoque de ferramentas e acessórios. Os casacos amarelos dos engenheiros da Sandvik Coromant A SANDVIK COROMANT passaram a fazer parte do dia-a-dia do chão da fábrica, onde eles trabalham em contato com engenheiros e operadores de máquinas da VW. “Eu sinto que a natureza da nossa contribuição mudou ao longo dos anos”, observa Monzó, da Sandvik Coromant. “No início, agíamos mais como solucionadores de problemas, resolvendo as questões que surgiam no trabalho diário. Agora, além disso, prevemos os problemas e trabalhamos no longo prazo.” Mario Salinas, supervisor de ferramentas do Centro Industrial Córdoba, trabalha em contato com a Sandvik Coromant e também percebeu a evolução da cooperação. “Meu chefe costumava dizer que uma fábrica sem problemas é uma fábrica parada”, COM A REPUTAÇÃO DE UM VENCEDOR A Volkswagen Centro Industrial Córdoba fica situada nos arredores de Córdoba, na Argentina, cerca de 700 km a noroeste de Buenos Aires. Suas origens remontam ao início da década de 1960, quando o fabricante de carros norte-americano Kaiser fundou uma fábrica na Argentina. A Kaiser Argentina construiu sua fábrica de peças em 1963. Em seguida, a Ford comprou a fábrica, que durante quase uma década, sob o nome de “Transax”, atendeu os principais fabricantes de carros da Argentina. Em meados dos anos 1980, numa tentativa de superar um período muito turbulento para a indústria automobilística regional, a Volkswagen e a Ford fundiram suas operações na América do Sul, criando a Autolatina. Porém, em 1995 a parceria foi desfeita e a fábrica ficou com a Volkswagen. A unidade de produção da caixa de câmbio MQ250, inaugurada em 1991, trouxe uma grande mudança em termos de qualidade e aumentou a produção de 300 para 1.300 unidades diárias. Até então, a fábrica era uma espécie de faz-de-tudo, produzindo peças para freios, caixas de câmbio, linhas de transmissão, diferenciais e até pequenos motores diesel. Mas a nova fábrica de caixas de câmbio significou uma guinada em direção à principal divisão da indústria. Desde que iniciou suas operações, sete anos depois, em uma segunda fábrica da caixa de câmbio MQ200, o Centro Industrial Córdoba pertence ao grupo de elite das fábricas de autopeças mais modernas do mundo. José Correa Rebelo é o diretor geral do Centro Industrial Córdoba, que possui unidades de produção e de serviços em uma área de 80.000 m2. A produção é mantida ininterruptamente por cerca de 1.500 pessoas, em três e quatro turnos diários. Recentemente, o Centro Industrial Córdoba recebeu o prêmio de melhor fabricante de autopeças do Grupo Volkswagen. Além disso, recebeu o Prêmio Industrial Nacional 2006 da Argentina. A empresa possui ainda as certificações ISO 9000 e 14000. Ela atende também os padrões VDA 6.1 e 6.3 da indústria automobilística alemã e os padrões OHSAS 18001 relativos a saúde e segurança. Cerca de 95% da produção é exportada, para equipar carros de médio porte da Volkswagen, Skoda, Seat e Audi. METALWORKING WORLD FOTO: GABRIEL ORGE Cerca de 1.500 funcionários trabalham na fábrica da Volkswagen em Córdoba. COMPROMISSO COM O SUCESSO O Centro Industrial Córdoba, da Volkswagen Argentina SA, é o principal cliente da Sandvik Coromant Argentina. Além disso, a parceria estabelecida com a empresa é a segunda assinada pela Sandvik Coromant com um grande fabricante argentino. As instalações do Centro Industrial Córdoba são de última geração, baseadas no conceito de linha celular com transporte e manuseio de materiais totalmente automatizados. Todas as máquinas da fábrica MQ200 são equipadas com sistemas de ferramentas Coromant Capto, que estão sendo substituídos gradualmente pelo cliente, passando da classe GC4025 para a classe de nova geração GC4225 em todas as aplicações de torneamento. “Os desafios enfrentados pelo Centro Industrial Córdoba não estão nos materiais utilizados nem na geometria das peças, mas no volume das séries, nas exigências de qualidade e nas demandas sempre crescentes de produtividade e confiabilidade”, ressalta Juan Monzó, gerente da Sandvik Coromant Argentina em Córdoba. “Desde o início, consegui- 16 METALWORKING WORLD mos mostrar à Volkswagen que eles podiam confiar na nossa experiência, tanto no plano local como global, em termos de economia de fabricação. “A otimização de ferramentas, a padronização de sistemas e a redução de estoques proporcionaram uma economia de cerca de 1,4 milhão de dólares à Volkswagen Argentina SA em um período de cinco anos”, prossegue. “É como se disséssemos: ‘Assine um contrato de quatro anos e ganhe o quinto ano de ferramentas de graça.’” O acordo assinado em 2002 estabelecia metas de economia de 11% nos três primeiros anos. Descrevia as equipes que seriam criadas pela Sandvik Coromant e pela Volkswagen e a maneira como a implementação seria avaliada e os novos objetivos seriam estabelecidos. “Ganhos rápidos não são a principal meta de um acordo sobre ferramentas, ainda que eles ocorram”, destaca Horacio Bisi, diretor da Sandvik Coromant Argentina. “Este tipo de acordo é um conceito que exige confiança mútua e uma meta de longo prazo. Cooperação é o fator principal. Nossos clientes precisam sentir que estamos trabalhando juntos por melhores resultados. Sentimos que podemos ajudar nossos clientes a aumentarem a eficiência e a competitividade. “Às vezes ouço algumas pessoas questionarem a validade de se deixar um único fornecedor a cargo de todas as necessidades de ferramentas de uma empresa”, continua Bisi. “Mas posso mostrar os ótimos resultados da nossa cooperação com a Volkswagen em Córdoba. Acreditamos que uma empresa aumenta suas chances de otimizar seus processos de usinagem se deixar a Sandvik Coromant gerenciar todas as ferramentas. “Nos concentramos 100% naquilo que muitas pessoas consideram uma questão secundária no processo de fabricação e esse é justamente um dos fatores do sucesso desse tipo de acordo. Outro fator é a confiança entre as gerências do cliente e do fornecedor, executando planos de ações trimestrais e um acompanhamento cuidadoso.” FOTOS: GABRIEL ORGE O escritório da Sandvik Coromant na fábrica de Córdoba gerencia o estoque de ferramentas e acessórios. A partir da esquerda: Juan Taborda, Volkswagen, com Jorge Andurno, Sandvik Coromant. conta. “Problemas acontecem e precisamos lidar com eles de forma eficiente. Mas um enfoque excessivo no trabalho do dia-a-dia pode comprometer o longo prazo. Essa cooperação sobre ferramentas ampliou nossa perspectiva.” Na opinião de Salinas, o gerenciamento de ferramentas tem inúmeras vantagens. “Há um tipo de know-how que não está impresso em nenhum contrato nem nas especificações técnicas”, assinala. “Trata-se de cooperação e presença constante no chão de fábrica.” Calderón acrescenta: “Com o fornecedor no próprio local, podemos ter respostas melhores e mais rápidas. Eles conseguem reagir imediatamente quando surge um problema e também podem agir proativamente, para que possamos alcançar nossa meta de minimizar o tempo de máquinas paradas e otimizar a produtividade.” de caixas de câmbio de Córdoba está em uma situação privilegiada, pois conta com uma demanda sempre crescente. Um aumento de produção é imediatamente absorvido pelas fábricas de automóveis do Grupo Volkswagen ao redor do mundo. Mas isso também cria bastante pressão. Quando é necessário testar novas pastilhas, soluções de ferramentas ou sistemas de fixação, não há espaço para improvisação. Qualquer mudança no processo é rigorosamente A FÁBRICA “Com o fornecedor no próprio local, podemos ter respostas melhores e mais rápidas. Eles reagem imediatamente quando surge um problema.” avaliada, planejada e executada, sempre em condições autênticas de produção. São necessários dois meses de modelagem e simulação por computador antes que uma nova pastilha ou acessório receba a luz verde para um teste na fábrica. Uma vez no chão da fábrica, são exigidos testes industriais documentados em todas as posições e máquinas relevantes para que uma nova ferramenta seja considerada. Isso significava um fardo pesado para os especialistas em ferramentas da Volkswagen antes que a Sandvik Coromant passasse a oferecer uma maneira de lidar com a oferta de novas tecnologias. “Antes, precisávamos lidar com vários fornecedores e dedicávamos muito tempo e recursos para avaliar os novos produtos e soluções oferecidos”, relembra Calderón. “Agora centralizamos esses esforços e conta- mos com o auxílio da Sandvik Coromant para avaliar as novas soluções e planejar todas as atividades de teste com a nossa equipe. Voltar àquela situação em que lidávamos com todos os fornecedores e coordenávamos os testes por conta própria é algo indesejável para nós.” CARLOS TESTA COMENTA: “Na indústria não existem soluções universais e o gerenciamento de suprimentos pode não funcionar sempre. A idéia dessa cooperação não foi simplesmente de colocar as ferramentas do fornecedor nas máquinas, mas trabalhar em conjunto para melhorar a produtividade. Não há mistério nisso. Nosso negócio são caixas de câmbio e não ferramentas. Um especialista pode otimizar o desempenho das ferramentas e tirar o máximo das nossas máquinas.” Cantarelli, gerente de produção da MQ250, resume a questão: “Consideramos que o gerenciamento de ferramentas é o caminho certo a seguir. Ele produziu melhoras significativas em termos da quantidade de peças por ferramenta, de peças por máquina e de economia global. Percebemos que não estamos apagando incêndios e que podemos agir no longo prazo, algo que não era possível antes. Claro que acho que ainda há muito a ser feito, mas contamos com o nosso fornecedor para isso.” ERICO OLLER WESTERBERG METALWORKING WORLD 17 VOLKSWAGEN EM XANGAI – EXEMPLO BRILHANTE Uma nova solução de pastilhas na fábrica de motores da Shanghai Volkswagen trouxe aumento de produtividade e redução de custos. pujante por sua indústria automobilística, localizada no distrito de Jiading, a noroeste de Xangai, e considerada por muitos a Detroit chinesa. Fabricantes, fornecedores e terceirizados da indústria automobilística concentraram-se em Anting e arredores, fazendo surgir centros de P&D, áreas de exposições e zonas de comércio, além do primeiro circuito de Fórmula 1 da China. Toda essa atividade teve início há mais de 20 anos, quando a Volkswagen – pioneira FOTO: GERHARD JOHRÉN ANTING É UMA CIDADE dentre os fabricantes estrangeiros de automóveis na China – decidiu começar a produzir no país por meio de uma joint venture com a Shanghai Automotive Industry Corporation (SAIC). Fruto dessa joint venture, a Shanghai Volkswagen (SVW) tornou-se um dos dois pilares da estratégia da Volkswagen na China. O outro foi uma joint venture em Changchun, na província de Jilin, no nordeste chinês, com a First Automobile Works, chamada de FAWVolkswagen. Além dos investimentos nas duas joint ventures para fabricação, a Volkswagen e suas parceiras construíram fábricas de motores, uma fábrica de transmissões e a maior rede de vendas e serviços da China. automotivo que mais cresce no mundo. Em 2006, ultrapassou o Japão, tornando-se o segundo mercado mundial de automóveis depois dos EUA. Para o Grupo Volkswagen, o desenvolvimento foi tão A CHINA É O MERCADO Mais de 1.000 diferentes tipos de ferramentas de corte, incluindo cerca de 200 pastilhas, estão sendo usados na fábrica de motores da Shanghai Volkswagen. 18 METALWORKING WORLD FOTO: GERHARD JOHRÉN À esquerda: Hu ZhengGuo, engenheiro da fábrica da Shanghai Volkswagen, com seu colega, o engenheiro Tang Jianguo. rápido que a China é hoje seu mercado mais importante fora da Alemanha. Para a marca Volkswagen, a China já é o maior mercado. Em 2005, o CEO da Volkswagen China, Winfried Vahland, lançou o Programa Olímpico, um plano de reestruturação para aumentar as vendas, reduzir custos e fortalecer a posição da Volkswagen nesse país. A Volkswagen é o único parceiro automotivo oficial dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008. Como resultado, todas as unidades do Grupo Volkswagen iniciaram programas de economia. Para os fornecedores, esse tipo de programa pode ser decisivo, pois pode pressionar os preços. Mas também pode ser benéfico. “Ainda temos muito trabalho a fazer, mas estamos em vias de alcançar a medalha de ouro dentre os fabricantes de automóveis na China.” “A Shanghai Volkswagen nos forneceu dados detalhados e solicitou uma solução que fosse melhor que a existente”, relembra David Zhu, engenheiro de vendas da Sandvik Coromant na China. “Depois de algumas conversas, sugerimos que o nosso cliente mudasse para duas novas classes”, conta Zhu. “Elas foram testadas, comparadas com produtos de outros fornecedores e avaliadas.” é uma dos muitos fornecedores da Volkswagen. Sua cooperação EM POUCO TEMPO, a SVW percebeu que a com a SVW data de 1989, quando a empresa qualidade e a durabilidade das novas classes construiu sua primeira fábrica de motores. de pastilhas permitiriam à empresa obter uma A Sandvik Coromant começou fornecendo economia substancial e aumentar a produtiferramentas de corte e pastilhas para blocos de vidade. “Uma das novas classes aumentou a cilindros, cabeçotes e virabreexpectativa de vida da ferramenta quins para motores projetados em 80%, enquanto a outra produpela Audi (que faz parte do Gruziu um aumento de 25%”, explica po Volkswagen). “Ao longo dos Hu Zhengguo, engenheiro da anos, a Sandvik Coromant tem SVW. “Os produtos atualizados sido um importante fornecedor do antigo fornecedor não consepara a Shanghai Volkswagen”, guiram atingir esses números de conta Tang Jianguo, gerente de maneira nenhuma.” tecnologia e qualidade da segunSegundo Tang: “Ferramentas da fábrica de motores da SVW, de corte e pastilhas são responque foi inaugurada 1996 e produz sáveis por apenas 3% do custo motores para os modelos Santatotal da nossa produção, mas a David Zhu, engenheiro na, Passat e Polo da Volkswagen. de vendas da Sandvik produtividade e a qualidade têm Coromant na China. “A empresa mostrou que seus grande importância para as nossas produtos têm um desempenho muito bom.” fábricas. Por exemplo, uma das pastilhas da Por exemplo, a Sandvik Coromant ganhou os Sandvik Coromant ajudou a melhorar a proprêmios Ouro e Prata da SVW na categoria dutividade e reduzir nosso custo em 300.000 fornecedores de materiais gerais. renminbi (29.000 euros) por ano.” Em 2006, a fim de reduzir custos e aumenAs novas pastilhas entraram em produção tar a produtividade, a SVW decidiu substituir no início deste ano, e tanto o cliente como o algumas das pastilhas usadas nas ferramentas fornecedor estão satisfeitos com o aumento de cortes para os blocos de cilindros. dos níveis de desempenho. FOTO: GERHARD JOHRÉN A SANDVIK COROMANT Para a SVW, isso significa outra contribuição da fábrica de motores para o Programa Olímpico. E a Sandvik Coromant está satisfeita em saber que auxiliou seu cliente em uma nova solução. “A Shanghai Volkswagen é um cliente fundamental, que vem expandindo sua produção continuamente”, ressalta Zhu. “Queremos fazer parte da expansão deles na China.” E essa expansão parece estar no caminho certo, segundo o presidente da Volkswagen China, Winfried Vahland. Ele disse recentemente ao China Daily: “Ainda temos muito trabalho a fazer, mas estamos em vias de alcançar a medalha de ouro dentre os fabricantes de automóveis na China.” JAN HÖKERBERG O SUCESSO DO SANTANA A Volkswagen conquistou a China ao se tornar um dos primeiros fabricantes de automóveis a estabelecer-se no país e ao construir relações de longo prazo com seus parceiros locais. O primeiro modelo de carro da empresa na China foi o Santana, desenvolvido e comercializado exclusivamente ali. Esse foi também o primeiro carro produzido em massa na China. Mais de 90% de suas peças são fabricadas no país, o que significa que as peças de reposição podem ser encontradas facilmente e eventuais consertos são relativamente baratos. Em Xangai, o Santana domina o mercado de táxis. Em Pequim, tanto o Santana como o Jetta são freqüentes nesse mercado. METALWORKING WORLD 19 TECNOLOGIA TECNOLOGIA POR CHRISTER RICHT MENOS DIFÍCIL E MAIS EFICIENTE Enquanto processo, o torneamento de peças duras evoluiu bastante e agora consegue acomodar antigas e novas exigências. DESAFIO: COMO REOTIMIZAR O TORNEAMENTO DE PEÇAS DURAS? SOLUÇÃO: APLICANDO CORRETAMENTE AS CLASSES E GEOMETRIAS DE PASTILHAS MAIS RECENTES, COM BASE NOS FATORES OPERACIONAIS DISPONÍVEIS. Desde sua introdução em maior escala na década de 1980, o torneamento de peças duras (HPT) evoluiu consideravelmente como processo de usinagem. O desenvolvimento das máquinas, dos materiais, dos processos de tratamento térmico, das ferramentas de corte e o set-up completo do HPT tornaram-no um processo eficiente, acessível a qualquer fábrica. O HPT possui várias vantagens que justificam uma análise da maioria das aplicações que envolvem a usinagem de peças duras redondas. Embora o HPT não deva ser visto como alternativa para todas as operações de retificação, existem As pastilhas de CBN reduzem os tempos de ciclo, aumentam a qualidade e ampliam a produtividade. aplicações em que os dois processos se complementam. PRINCIPAIS VANTAGENS DO HPT: • Facilidade de adaptação no contorno de peças complexas; • Trocas rápidas entre os tipos de peças; • Capacidade de realizar várias operações em um único set-up; • Alta taxa de remoção de metal; • Capacidade de usar o mesmo torno CNC empregado para torneamento em verde; • Baixo investimento em máquinasferramenta; • Cavacos ecologicamente corretos; • Em geral, dispensa refrigeração; • Minimização do estoque de ferramentas e do espaço ocupado na fábrica; • Acabamento superficial vantajoso na maioria das vezes. (CBN) é o material mais usado em ferramentas para HPT, já que atende os requisitos da maioria das aplicações. É muito duro – ficando atrás apenas do diamante – e compõe classes de pastilhas com graus variáveis de tenacidade. Recentemente, foram desenvolvidas várias classes de pastilhas de CBN para atender diferentes demandas operacionais, como velocidade de corte, avanço, cortes contínuos e interrompidos, acabamento superficial e várias condições. Nas ferramentas para HPT, o desgaste ocorre predominantemente na forma de crateras na aresta de corte, como resultado da alta pressão proveniente das grandes O NITRETO CÚBICO DE BORO 20 METALWORKING WORLD forças de corte, combinada às altas temperaturas na zona de usinagem concentrada. O CBN é o único material para ferramentas que suporta essas exigências e oferece um grau de tenacidade razoável. A recente evolução das classes de CBN possibilitou limitar ainda mais o desgaste, e melhorou a segurança da aresta, ampliando a área de aplicação e permitindo um aumento das velocidades de corte em cerca de 20%. Produtividade, consistência da qualidade e confiabilidade do processo são os critérios essenciais do HPT hoje em dia. A ampla utilização deste processo, com a vantagem do acabamento das peças após o tratamento térmico, tem gerado demandas sobre a eficiência da usinagem. é um fator cada vez mais importante para o HPT, o desenvolvimento de ferramentas tem um papel crucial. Dentre as tendências, estão o aumento das velocidades de corte (para muito além de 200 m/min com algumas classes) e ferramentas com vida útil mais longa e previsível. As faixas de avanço também foram elevadas, a fim de atingir tempos de corte mais curtos por meio da evolução da resistência e da geometria das pastilhas. As classes de pastilhas têm atendido satisfatoriamente as atuais demandas operacionais de corte. Geralmente, as classes de CBN são a primeira opção, acompanhadas das classes de cerâmica, otimizando diferentes exigências de aplicação: • CB7015 para cortes intermitentes leves, de contínuos a ocasionais, com condições COMO A PRODUTIVIDADE Solda Safe-Lok. Solda convencional. Tecnologia multi-aresta Safe-Lok. Cantos de CBN mecanicamente intertravados – soldados longe da zona de corte quente – proporcionam excelente resistência e segurança para pastilhas com design convencional. As pastilhas Xcel da classe CB7015 devem ser usadas no torneamento HPT de peças endurecidas por cementação, ao usinar em paralelo ou perpendicular à linha de centro da peça. de usinagem estáveis, usada principalmenDurante alguns anos, a tecnologia de te para aços endurecidos por cementação. pastilhas Wiper revolucionou o tornea• CB7025 para cortes desde contínuos mento de acabamento em geral. Ela mais longos até interrompidos mais também aprimorou o HPT. Agora existem pesados, geralmente caracterizados por pastilhas Wiper especialmente desenvolcondições ruins de entrada no corte, como vidas para o HPT, tanto para operações de rebarbas e cantos não chanfrados, princiacabamento como de semi-acabamento. A palmente para aços endurecidos. faixa de avanço disponível é consideravel• CB7050 para condições severas, em que mente mais alta do que a das pastilhas com o formato da peça varia consideravelmenraio de ponta convencional. te e onde possam prevalecer distorções ou A geometria de pastilhas Xcel otimiza onde haja interrupções não chanfradas, ainda mais a faixa de avanço e o acabaprincipalmente para aços endumento superficial proporciorecidos. nados pelo HPT. Ela apresenta • GC6050, uma classe de uma combinação balanceada cerâmica que complementa as de aresta de corte reta com ânclasses de CBN em algumas gulo de posição muito pequeno operações, para acabamento e tecnologia Wiper. O pequeno contínuo leve sob boas condiângulo de posição resulta do ções, principalmente para aços Pastilha de torneamen- ângulo de posição da pastilha to da classe CB7015 endurecidos por cementação principal, logo acima do valor com geometria Xcel. em que a qualidade da superfída profundidade de corte da cie seja menos crítica. pastilha. Ele proporciona um efeito de afiQuanto à geometria, as pastilhas para HPT namento dos cavacos, permitindo aplicar têm arestas de corte relativamente cegas, faixas de avanço mais altas. Isso é vantajopois é necessária uma resistência muito so em termos de produtividade e ajuda a alta da aresta. Porém, isso não significa reduzir o desgaste da pastilha no limite da que as questões de geometria sejam menos profundidade de corte. O conceito Xcel importantes. Embora os chanfros da aresta proporciona diminuição das temperaturas da pastilha não contenham quebra-cavade corte e um aumento considerável da cos, as combinações de roneamento, raio produtividade. de ponta, arestas Wiper e ângulo de posição são fundamentais para o desempenho ❯❯ PARA MAIS INFORMAÇÕES: Contate seu e os resultados. representante local da Sandvik Coromant. O QUE É O TORNEAMENTO DE PEÇAS DURAS? O torneamento de peças duras (HPT – Hard Part Turning) é o torneamento de peças de alta dureza. Geralmente, o processo abrange durezas de 58 a 68 HRc. Os materiais das peças podem ser ligas de aço endurecidas, aços-ferramenta, aços endurecidos por cementação e peças da metalurgia do pó tratadas termicamente. Trata-se sobretudo de um processo de acabamento, mas também pode ser uma operação de semi-acabamento em que seja necessário alcançar alta precisão na forma dimensional e no acabamento superficial. Anteriormente, essas superfícies costumavam ser retificadas. RESUMO Atualmente, o torneamento de peças duras (HPT) pode ser otimizado de maneira muito mais ampla. O processo evoluiu e agora consegue atender antigas e novas exigências. Isso tornou-se possível graças a novas opções que permitem alcançar maior desempenho e a uma nova geração de ferramentas de corte. Com novas e aprimoradas classes de CBN, geometrias de pastilhas e estratégias de percurso das ferramentas, o HPT alcança novos e elevados patamares de competitividade. METALWORKING WORLD 21 ALEXANDER FARNSWORTH À esquerda: Kim Bjørnstad, gerente de engenharia de produção, Alfa Laval, com Jørgen H. Henrichsen, engenheiro de produção, Alfa Laval. USINAGEM UNIFORME Uma fábrica de centrífugas de decantação da Alfa Laval na Dinamarca instalou uma máquina-ferramenta exclusiva, que promete aumentar a produtividade para atender a crescente demanda por seus produtos. Mais dois centros de usinagem completos da WFL, cada um do tamanho de uma carreta, estão a caminho. 22 METALWORKING WORLD ALEXANDER FARNSWORTH A fábrica da Alfa Laval em Søborg, na Dinamarca, emprega 170 trabalhadores. Vista dianteira de uma centrífuga de decantação. “O MERCADO ESTÁ EM PLENA ASCENSÃO no momento e os produtores de álcool precisam de decantadores como os nossos”, anima-se Jørgen H. Henrichsen, engenheiro de produção da fábrica de decantadores da Alfa Laval em Søborg, ao norte de Copenhague. “Nossos clientes querem decantadores cada vez maiores e em maior quantidade, o que representa um problema de capacidade para nós.” Os números falam por si sós. Em 2005, a fábrica de decantadores da Alfa Laval, que emprega 170 trabalhadores, fabricou cerca de 85 centrífugas de decantação para a indústria do álcool. O volume de decantadores para esse setor aumentou três vezes de 2005 a 2006. No início de 2006, a mesma fábrica instalou um gigantesco centro de usinagem CNC multifuncional, da empresa austríaca WFL, para trabalhar com as grandes peças cilíndricas de um decantador, como o grande cilindro externo. Essa máquina totalmente automática e programável acrescentou uma importante capacidade e economizou tempo para a fábrica. Anteriormente, a maioria das etapas de usinagem eram feitas em um torno manual, que ainda funciona mas está longe de ser ideal. A VANTAGEM DESSA MÁQUINA é a barra de mandrilar integrada, programável e antivibratória, fixada com uma unidade de fixação hidráulica Coromant Capto C8 na extremidade dianteira, com a mesma interface que o fuso do eixo B, o que a torna capaz de trabalhar com um balanço de 1.980 mm. Além disso, é possível trocar automaticamente 72 ferramentas de corte diferentes, economizando tempo. A máquina oferece basicamente um serviço com torneamento, mandrilamento, fresamento, furação e produção de roscas. A solução de freso-torneamento para a Alfa Laval surgiu de uma cooperação entre a WFL, a Sandvik Coromant e a utilização de Silent Tools, que resultou na barra de mandrilar de 2 metros de comprimento. (Ver box na pág. 20.) A fábrica de decantadores da Alfa Laval instalará mais duas dessas máquinas até meados de 2008, para absorver o aumento de produção esperado e transferir cerca de 8.000 horas de usinagem de fornecedores terceirizados para a fábrica de Søborg. “O resultado do aumento do interesse pelos combustíveis alternativos pode ser sentido bem aqui no chão da fábrica”, aponta Kim Bjørnstad, gerente de engenharia de produção da fábrica de decantadores da Alfa Laval. Atualmente, Bjørnstad e sua equipe estão ❯❯ SOBRE A ALFA LAVAL Nos círculos de engenharia, a empresa sueca Alfa Laval dispensa apresentações. Suas operações estão consolidadas em três tecnologias principais: troca de calor, separação e tratamento de fluidos. A Alfa Laval é líder de mercado nessas três áreas, com 30% de participação em produtos para troca de calor (trocadores de calor com placas), 30% de participação em separação (separadores e decantadores) e 12% de participação em tratamento de fluidos (bombas, válvulas, equipamentos para limpeza de tanques). Essas tecnologias vêm sendo continuamente desenvolvidas pela empresa desde 1883, quando ela lançou o famoso separador mecânico de leite e creme. Foi nesse ano que Gustaf de Laval e Oscar Lamm fundaram a empresa com o nome de AB Separator. Hoje, os produtos e o know-how da Alfa Laval têm papel decisivo em muitos processos industriais dos mais diversos setores. Dentre eles, energia, alimentação e bebidas, químico, petroquímico, farmacêutico, amido, açúcar, álcool, marítimo, tratamento de efluentes e aplicações de refrigeração. A Alfa Laval tem um faturamento líquido anual equivalente a 2,1 bilhões de euros, atuando em mais de 100 países do mundo todo, com cerca de 10.000 funcionários. A Alfa Laval tem como meta crescer a uma taxa de 5% ao ano. Aproximadamente 3% do faturamento é reinvestido em P&D, resultando em cerca de 30 novos produtos por ano. Uma centrífuga de decantação baseia-se no conceito de um tanque de sedimentação, em que partículas, sedimentos e outros sólidos precipitam-se gradualmente para o fundo, atraídos pela gravidade. Mas a gravidade é lenta e a maioria das indústrias quer resultados rápidos e controláveis. Em uma centrífuga de decantação, o tanque de sedimentação gira a altas velocidades, usando a força centrífuga para separar os líquidos dos sólidos com forças 3.000 vezes superiores à da gravidade. Dependendo da configuração específica e do equipamento, uma centrífuga de decantação pode ser usada para separar, de forma contínua, diversos tipos de sólidos de líquidos. METALWORKING WORLD 23 ❯❯ estudando a planta dos 10.000 m2 de instala- ções para encontrar lugar para as duas novas máquinas, cada uma do tamanho de um caminhão grande, maiores do que qualquer outro objeto da fábrica. da Alfa Laval em Copenhague está buscando maneiras de otimizar a tecnologia do decantador convencional para produzir álcool. Afinal, é possível produzir álcool não só a partir da cana-de-açúcar, mas também do milho, como é feito nos EUA, e do trigo, como é feito na Europa. Separar o líquido do grão, tarefa do decantador, antes que ele seja destilado para virar combustível é um processo complicado que pode ser ajustado tanto para o trigo como para o milho. Os decantadores da Alfa Laval têm um tamanho considerável. Um leigo poderia confundilos com um foguete, medindo até seis metros de comprimento com todos os seus acessórios. No topo, uma seção cônica e, na parte de trás, um O DEPARTAMENTO DE P&D “As partes móveis dentro de um decantador podem girar a velocidades de até 2.800 rpm, portanto nossas medições têm de ser muito precisas.” eixo onde é montada a engrenagem. A fábrica de decantadores da Alfa Laval na Dinamarca recebe cilindros de aço inoxidável previamente fundidos, seções cônicas e diferentes tamanhos de eixos de vários fornecedores terceirizados do mundo todo. Os transportadores, que ajudam a mover o líquido dentro dos decantadores, são recebidos na forma de kits. Essas grandes peças de aço inoxidável semi-acabadas são testadas quanto à existência de trincas antes de passar pelo meticuloso processo de usinagem. “Basicamente, o que fazemos é um trabalho de acabamento”, ressalta Henrichsen. Removemos cerca de 2,5 mm tanto do lado interno como do lado externo dessas peças para atingir as características necessárias de tolerância e uniformidade. As partes móveis dentro de um decantador podem girar a velocidades de até 2.800 rpm, portanto nossas medições têm de ser muito precisas.” Por meio da usinagem suave de peças brutas de aço inoxidável, a Alfa Laval está facilitando o processo de transição para os combustíveis alternativos, a fim de vencer a dependência mundial em relação aos combustíveis fósseis e desenvolver novos combustíveis para substituir o diesel e a gasolina. E os números da produção na fábrica de decantadores da Alfa Laval comprovam que isso é exatamente o que está acontecendo. ALEXANDER FARNSWORTH ALEXANDER FARNSWORTH A fábrica recebeu o centro de usinagem M150 da WFL equipado com Silent Tools, que é uma marca registrada da Teeness para porta-ferramentas que reduzem as vibrações graças a um mecanismo antivibratório presente no corpo da ferramenta. Erik Bøg-Jensen, especialista em produtividade, Sandvik Coromant. USINAGEM COMPLETA EM UMA ÚNICA MÁQUINA-FERRAMENTA A combinação de todas as operações de fabricação e medição sem intervenção manual em uma única máquina-ferramenta oferece muitas vantagens significativas de desempenho. A WFL é um fabricante mundial que se concentra exclusivamente nessas máquinas multitarefas especiais. Tais máquinas são uma combinação perfeita de um centro de torneamento de 2 a 4 eixos com um centro de usinagem de 5 eixos. A máquina pode realizar todas as 24 METALWORKING WORLD operações de usinagem e medição em peças complexas de mandris e eixos em uma única etapa, o que a torna a máquina multitarefas mais potente e flexível já fabricada. A linha de produtos da WFL é composta de máquinas com diâmetros de torneamento que vão desde 420 mm (torno-fresadora M35) até 1.500 mm (torno-fresadora M150) e comprimentos de torneamento de 1.000 mm a 6.500 mm. Cada modelo está disponível em diferentes comprimentos e pode ser equipado com módulos individuais, como luneta fixa, contraponta, torre inferior, medição de ferramentas, carga/descarga automática e inúmeras opções de software. A maior máquina da WFL é a M150. Seu impressionante motor principal de 90kW (10,248 Nm) e seu inigualável fuso de fresamento de 55kW (730 Nm) definem novos padrões de usinagem para peças grandes. Combinando-se a isso um deslocamento de 650 mm no eixo Y, é possível usinar peças de até 15 tone-ladas. “Usamos nossa flexibilidade e experiência em usinagem para oferecer à Alfa Laval uma solução muito econômica”, alegra-se Dieter Schatzl, gerente de marketing da WFL. “Estamos orgulhosos de que a líder global em centrífugas de decantação tenha escolhido a WFL como seu fornecedor de centros de usinagem completos.” ALEXANDER FARNSWORTH POR DENTRO DAS SILENT TOOLS As vibrações não são apenas fonte de ruído, mas também provocam superfícies irregulares, baixa qualidade e redução da produtividade. No final da década de 60, um estudante teve a idéia de implementar um sistema antivibratório na barra de mandrilar, a fim de absorver as vibrações e evitar os danos causados por elas. O primeiro protótipo não funcionou, mas a idéia era boa e, após muita persistência com uma abordagem mais prática para o problema, encontrou-se uma solução que gerou a primeira barra de mandrilar antivibratória, sob o nome de Silent Tools. “Desde então, o projeto técnico mudou muito, mas continua usando o mesmo princípio inventado em 1971”, explica Nils Ruud, responsável pela linha Silent Tools. A vibração surge de variações da força de corte no assento da pastilha. Estas podem ser causadas por irregularidades no material e provocar deflexão da ferramenta e da peça. A pastilha é forçada para fora e, enquanto isso ocorre, a força de corte é reduzida, a barra se endireita e a pastilha volta para o engate inicial. A força de corte aumenta novamente e ocorre outra deflexão. Isso pode fazer com que a vibração inicial se perpetue e, quanto maior a barra de mandrilar, pior a situação. “O sistema antivibratório da barra de mandrilar cria uma fase contrária à oscilação da barra, que faz com que a vibração vá sumindo”, explica Ruud. O sistema consiste em um corpo antivibratório pesado com certa massa inercial, que fica A barra de mandrilar antivibratória integrada e a centrífuga de decantação em uma máquina-ferramenta da WFL. A unidade de fixação hidráulica Coromant Capto C8 na extremidade dianteira permite trabalhar com um balanço de 1.980 mm. suspenso em borracha e envolto em um líquido oleoso especial. As vibrações dependem do comprimento da barra; portanto, o corpo antivibratório é adaptado aos diferentes comprimentos. “Antigamente, as barras antivibratórias eram cercadas de certo mistério e costumavam ser usadas sobretudo para resolver problemas, mas hoje elas também são usadas para obter maior produtividade”, enfatiza Ruud. Uma ampla variedade de produtos com a denominação “Silent Tools” está disponível para torneamento, fresamento e mandrilamento. Este produto abrange aplicações desde os menores diâmetros até grandes diâmetros. ❯❯ Leia mais sobre a linha Silent Tools na página 29. FÁBRICA COM SERVIÇO COMPLETO A grande barra de mandrilar antivibratória da linha Silent Tools, integrada na M150 da WFL e usada na fábrica de decantadores da Alfa Laval na Dinamarca, é uma ferramenta sofisticada. Ao ampliar o limite aceitável para o balanço, a Alfa Laval consegue utilizar a filosofia da usinagem completa em um único set-up. ALEXANDER FARNSWORTH Vendo um enorme potencial de crescimento para suas centrífugas de decantação, a fábrica da Alfa Laval em Søborg, subúrbio ao norte de Copenhague, decidiu que era hora de modernizar seus recursos de produção. E produtividade era a palavra-chave quando a fábrica escolheu o centro de usinagem completo M150 da empresa austríaca WFL, equipado com ferramentas Sandvik Coromant. A primeira máquina foi instalada no início de 2006, a segunda começará a operar em novembro de 2007 e a terceira em março de 2008. Essas máquinas serão usadas para mandrilar, fresar, furar e rosquear todas as peças cilíndricas do decantador, desde o corpo do cilindro até as seções cônicas e os eixos. Anteriormente, diferentes etapas de usinagem exigiam diferentes máquinas-ferramentas, demandando tempo para set-up e movimentação das peças. “Chamamos essa filosofia de ‘fixação única’”, explica Dieter Schatzl, da WFL, referindo-se ao fato de ser possível usinar uma peça em um único local, sem precisar movê-la de uma estação de trabalho para outra. Além disso, o tempo para produzir um furo caiu de 136 para 70 minutos com a nova máquina. Tommy Kristensen, operador de máquina da Alfa Laval na Dinamarca. “Percebemos um grande aumento do interesse de vários fabricantes de máquinas-ferramenta por barras de mandrilar antivibratórias maiores e mais avançadas”, acrescenta Nils Ruud, responsável pela Silent Tools. “Além disso, há ainda uma enorme demanda por ferramentas antivibratórias convencionais. Os porta-ferramentas modulares são um ponto fundamental para ganhar produtividade com as máquinas-ferramenta multitarefas. Uma ampla variedade de porta-ferramentas antivibratórios com diferentes tamanhos de acoplamentos Coromant Capto estão disponíveis no estoque. A barra de mandrilar com 2 m de comprimento tem um diâmetro de 220 mm, o que significa que ela é capaz de trabalhar com um balanço de 1.980 mm. A unidade de fixação hidráulica Coromant Capto C8 na frente da barra de mandrilar permite trocar as ferramentas automaticamente, usando o mesmo trocador de ferramentas do fuso principal do eixo B, que também tem uma interface Coromant Capto C8. “Você não encontra muitas dessas máquinas”, observa Erik Bøg-Jensen, especialista em produtividade da Sandvik Coromant em Copenhague. “Somente a WFL possui esse tipo de tecnologia.” METALWORKING WORLD 25 FOTO: JOE GIBBS RACING NOTÍCIAS FEIRAS DE NEGÓCIOS 2007 • EMO, 17–22 setembro, Hannover, Alemanha • Construção de máquinas, 24–29 setembro, Plovdiv, Bulgária • South-Tec, 2–4 outubro, Charlotte, NC, EUA • TIB-Bucareste, 3–7 outubro, Bucareste, Romênia HISTÓRIA DE SUCESSO Proprietário da Joe Gibbs Racing e treinador principal da equipe de futebol americano Washington Redskins, da NFL (National Football League), Joe Gibbs já passou pelos dois esportes mais importantes dos Estados Unidos. Competir na NASCAR (associação de stock car dos EUA) exige pilotos campeões e carros precisos. A Joe Gibbs Racing (JGR) é um grupo de equipes de corrida da NASCAR de propriedade de Joe Gibbs. A primeira corrida de Gibbs no circuito da NASCAR foi em 1991. Hoje a sede da empresa fica em Huntersville, Carolina do Norte, EUA. A equipe foi formada, em parte, para que Gibbs pudesse passar mais tempo com seus filhos, JD e Coy. Desde a volta do pai à NFL, JD é presidente da JGR. A JGR venceu três títulos de série: a Daytona 500 de 1993, com o piloto Dale Jarrett; a Brickyard 400 de 2000, com Bobby Labonte; e a Brickyard 400 de 2005, com Tony Stewart, piloto campeão da NASCAR; além de mais de 50 corridas da Copa NEXTEL. A JGR está sempre buscando for- • Eurotool, 10–12 outubro, Cracóvia, Polônia Pit stop da equipe n.º 20 da Home Depot no Texas Motor Speedway em abril de 2007. Tony Stewart é o piloto do carro Monte Carlo SS. Nesta foto, a equipe está trocando os pneus traseiros e dianteiro direito, ao mesmo tempo em que abastece o tanque. mas de preservar sua posição de liderança, mantendo uma vantagem em relação aos concorrentes sempre que possível. Uma forma de fazer isso tem sido trabalhar em conjunto com a Sandvik Coromant como principal patrocinadora de ferramentas de corte. A Sandvik Coromant e a JGR vêm trabalhando juntas para melhorar a usinagem de peças, com o objetivo de criar carros com desempenho cada vez melhor que permitam que pilotos e equipes alcancem vitórias ainda maiores. • CMTS, 15–18 outubro, Toronto, Canadá • MD&M Minneapolis, 25–26 outubro, Minneapolis, MN, EUA • Metalex, 15–18 novembro, Bancoc, Tailândia • Corrida de desempenho, 6–8 dezembro, Orlando, FL, EUA SABIA …a Sandvik QUE… fundada em Coromant foi o Grupo San 1942 e que dvik origem, foi fu, que lhe deu nda em 1862 do PASSE DE MÁGICA EM EXPOSIÇÃO INDIANA Amit Lele, gerente de vendas da Sandvik Coromant, Índia. 26 METALWORKING WORLD A IMTEX 2007 – exposição indiana de máquinas-ferramenta com participação internacional – foi realizada em Bangalore, Índia, entre 18 e 24 de janeiro, atraindo 130.000 visitantes de todo o país. A exposição contou com uma ampla variedade de máquinasferramenta para usinagem, ferramentas de corte, sistemas de ferramental, acessórios para máquinas-ferramenta, metrologia e CAD/CAM. Dentre as novas tecnologias em exibição, estavam a usinagem sem refrigeração, usinagem com altas velocidades, máquinas versáteis e multifuncionais, máquinas compactas e máquinas de menor dimensão. O estande da Sandvik Coromant ficou na “pole position”, bem na frente da entrada principal do pavilhão. Com o slogan “Have you got your share?” (“Você já pegou a sua parte?”), o estande trouxe estações que enfocavam treinamento, o programa de melhoria da qualidade, serviço de atendimento aos fabricantes de máquinas, ferramentas Silent Tools, além de casos de sucesso e depoimentos. Os visitantes tiveram ampla oportunidade de examinar as novas ferramentas e conversar sobre usinagem com os especialistas da Sandvik Coromant. Além disso, “Sandip, o mágico” marcou presença para explicar a mágica dos novos produtos da Sandvik Coromant e encantar os visitantes com seus truques. A IMTEX é organizada pela Associação Indiana de Fabricantes de Máquinas-Ferramenta (IMTMA) a cada três anos. A IMTEX 2007 foi a 13.ª edição do evento. ENCARE O FUTURO FOTO: JONAS BERGGREN “Assuma o controle do futuro ou ele controlará você.” PATRICK DIXON, futurólogo, consultor e escritor, está acostumado a desferir ataques verbais. “A sua empresa pode ter uma brilhante reputação de liderança, se destacar pela inovação, ter uma marca forte e ser eficiente na gestão de mudanças, mas ela pode sucumbir se o mundo mudar e você estiver despreparado”, anunciou Dixon em um recente artigo no Financial Times. Com formação em Medicina, atualmente Dixon é um profissional dos prognósticos. Já foi chamado de “principal futurólogo da Europa” e “um dos 50 pensadores empresariais mais influentes da atualidade”. O Wall Street Journal o chamou de “guru das mudanças globais”. Em uma importante palestra, intitulada “Assuma o controle do seu futuro: como as indústrias de alto desempenho manterão a dianteira”, proferida para a Microsoft em Londres (veja o link), Dixon falou sobre o encurtamento dos ciclos dos produtos, sobre como as empresas devem explorar as tendências demográficas e como devem usar a tecnologia para manter uma certa relação pessoal. A visão de Dixon para o futuro contém bilhões de computadores microscópicos embutidos em cada item fabricado, distribuído e vendido ao redor do mundo. Ele enxerga a tecnologia RFID (identificação de radiofreqüência) como parte inevitável do sucesso de todas as cadeias de suprimento do futuro e defende a rápida redução de custos que pode ser gerada pela RFID, com baixíssimo investimento. Mas Dixon alerta também para o fato de que a reação emocional a uma nova tecnologia é o que define efetivamente o seu sucesso ou fracasso. “Esta é a lição”, adverte. “Não se afaste das emoções das pessoas, escute o que elas estão sentindo e crie sistemas que melhorem suas vidas, não que sejam convenientes apenas para a empresa. As maiores vencedoras no futuro serão as empresas que combinarem a excelência da engenharia e da inovação digital com as reais necessidades das pessoas.” ❯❯ LEIA MAIS: http://www.globalchange.com/ ppt4/microsoft/index.htm METALWORKING WORLD TECNOLOGIA POR ELAINE MCCLARENCE OPERAÇÃO SILENCIOSA QUALIDADE DE ACABAMENTO GARANTIDA SEM VIBRAÇÕES É possível obter baixa vibração no fresamento com ferramentas longas e delgadas, por meio de fresas de topo CoroMill 390 antivibratórias. CoroMill 390D. Fresas Silent Tools exclusivas com tecnologia antivibratória integrada e canal para refrigeração. DESAFIO: AO USAR FERRAMENTAS MAIS LONGAS EM APLICAÇÕES DE FRESAMENTO, COMO REDUZIR OS PROBLEMAS ASSOCIADOS ÀS VIBRAÇÕES? SOLUÇÃO: USANDO FERRAMENTAS COROMILL PARA FRESAMENTO ANTIVIBRATÓRIAS . crescente de utilização de tecnologias de usinagem mais sofisticadas, com máquinas multitarefas e de 5 eixos, as operações de fresamento com ferramentas mais longas estão se tornando mais comuns. Embora isso aumente a flexibilidade no ambiente de usinagem, o comprimento maior da ferramenta traz consigo o risco de vibrações, o que prejudica a produtividade e a qualidade COM UMA TENDÊNCIA Ferramentas antivibratórias eliminam os problemas de usinagem quando há necessidade de longos balanços. 28 METALWORKING WORLD final das peças. A necessidade de redução das vibrações surge em várias aplicações, mas também predomina no fresamento de aços-ferramenta e de materiais mais incomuns, como as superligas resistentes ao calor e as ligas de titânio, que exigem forças de corte mais altas e impõem seus próprios desafios para a usinagem. Ferramentas de fresamento com sistemas antivibratórios integrados, como a CoroMill 390D, superam a maioria desses problemas. O conceito antivibratório mostra sua força quando a produtividade é uma questão importante. Geralmente, fabricantes que usam máquinas e tecnologias mais recentes para otimizar sua produção estão buscando soluções para aumentar ainda mais sua produtividade. Com suas ferramentas antivibratórias, a Sandvik Coromant buscou solucionar problemas especificamente relacionados ao aumento da taxa de remoção de metal, à melhora do acabamento superficial das peças e à redução significativa dos ruídos e das vibrações. Ao criar um processo mais seguro, o resultado foi uma vida útil mais longa e consistente da ferramenta. A solução de ferramental é ideal para usinagem multitarefas com exigências de fresamento para aplicações de faceamento ou cantos a 90°, mas pode ser aplicada com igual sucesso em máquinas de 3 e 5 eixos. As operações típicas são usinagem em rampa, usinagem de bolsões e interpolação helicoidal e cilíndrica. Os fabricantes de moldes e matrizes que tenham aplicações com longos balanços também podem usar ferramentas antivibratórias. Outras aplicações com longos balanços estão relacionadas aos setores de mecânica geral que usam centros de usinagem. Assim, o uso de ferramentas antivibratórias pode eliminar os problemas de usinagem, tornando previsível a vida útil da ferramenta e aumentando significativamente a produtividade. Silent Tools é uma marca registrada da empresa parceira da Sandvik Coromant para ferramentas com tecnologia antivibratória. ❯❯ PARA MAIS INFORMAÇÕES: Contate seu representante local da Sandvik Coromant. ESTUDO DE CASO Uma área em que as ferramentas antivibratórias podem ser vantajosas é o fresamento de peças aeroespaciais. Por exemplo, na usinagem de um braço de suporte de uma peça para aeronave S144 (aço inoxidável martensítico) a partir de um blank sólido, foram encontrados diversos problemas com uma ferramenta convencional sem tecnologia antivibratória em uma máquina vertical de 5 eixos. A vida útil das ferramentas durante o fresamento nessa máquina era muito curta, cerca de 15 minutos no máximo. As vibrações danificavam as pastilhas. Além disso, o processo exigia a presença constante de um operador para monitorar a operação, devido à forte inconsistência dos resultados. Isso significava que a peça precisava passar por muitos reposicionamentos e medições, afetando a produtividade. As vibrações eram particularmente acentuadas nas áreas em que havia necessidade de contornar os cantos, exigindo a redução das taxas de corte nessas áreas. Também havia a necessidade de realizar um repasse para remover marcas de trepidação e resíduos de material. A solução foi introduzir uma ferramenta antivibratória (R390D-020A20-11L), que permitiu aumentar a profundidade axial dos cortes, reduzindo o número de passes, e evitou a necessidade de realizar o repasse, economizando seis horas de tempo de usinagem a mais. Houve um aumento de 60% na taxa de remoção de metal, ao mesmo tempo em que a necessidade de monitoramento constante foi atenuada. Durante o período de avaliação dessa peça, usou-se a mesma ferramenta durante mais de três meses, sendo que outras peças foram processadas com a mesma ferramenta. Ela foi usada sem qualquer falha por um período de seis meses. Obteve-se um total de 12 horas de usinagem ininterrupta, uma melhora considerável sobre o set-up convencional, sem ferramentas antivibratórias. BENEFÍCIOS O DESIGN • Altas taxas de corte de metal; • Aumento da produtividade; • Eliminação dos problemas de usinagem; • Eliminação da necessidade de repasse; • Aumento da durabilidade e da previsibilidade da ferramenta; • Eliminação de vibrações; • Processos seguros e garantidos. Ao desenvolver as ferramentas antivibratórias, a Sandvik Coromant queria garantir que o desempenho geral de uma fresa antivibratória mais longa correspondesse ao das ferramentas mais curtas, sem tecnologia antivibratória, e superasse o das ferramentas de comprimento comparável sem essa tecnologia. A patente do design do módulo antivibratório já foi requerida. Esse módulo incorpora um mecanismo antivibratório que consiste em um corpo antivibratório pesado, buchas de borracha e um meio líquido altamente viscoso. Além do aumento das taxas de remoção de metal, a vida útil da ferramenta se amplia, graças à diminuição do nível de vibração e à eliminação de problemas de usinagem, já que a probabilidade de quebra repentina provocada por vibrações é drasticamente reduzida. O sistema antivibratório melhorou a capacidade do sistema de ferramental de fresar com segurança bolsões profundos, paredes íngremes e quando houver necessidade de alcance mais longo. Como o sistema contribui para evitar fraturas na aresta, é possível estabelecer uma vida útil segura e previsível para a ferramenta. RESUMO ASPECTOS TÉCNICOS • Indicada para todas as fresadoras, centros de usinagem e máquinas multitarefas; • Desempenho comparável ao de fresas convencionais; • Fácil de identificar (um sistema de codificação simples distingue uma fresa antivibratória de uma fresa comum); • Capacidade de refrigeração por canal; • Indicada para aplicações de alcance longo, com acesso livre ou limitado; • Permite usar dentes mais efetivos, proporcionando maior produtividade. Braço de suporte para uma peça de avião. A unidade antivibratória fica encapsulada no corpo. Em operações de fresamento que envolvam ferramentas longas, as vibrações nunca são desejáveis, pois podem comprometer o acabamento superficial, reduzir a produtividade e encurtar a vida útil da ferramenta, gerando processos inconsistentes. Uma solução é incorporar uma tecnologia antivibratória na ferramenta, reduzindo não apenas as vibrações e o ruído associado a elas, como também influenciando muitos aspectos da operação. Isso inclui o aumento da produtividade e das taxas de remoção de metal, além de um fresamento mais confiável e previsível, com melhor acabamento superficial. As ferramentas antivibratórias mostram sua força sobretudo na usinagem multitarefas e de 5 eixos, em que é comum as ferramentas terem alcance mais longo, e na usinagem de materiais difíceis, como superligas resistentes ao calor e ligas de titânio. METALWORKING WORLD 29 O VENCEDOR LEVA TUDO O mais veloz, mais distante, mais alto – o mundo dos esportes é um mundo de superlativos. Mas será que força e destreza são suficientes numa era de tecnologias cada vez mais sofisticadas? e a elite do esporte mundial continuam a romper barreiras, não apenas em termos de desempenho físico, mas também no desenvolvimento criterioso de equipamentos, calçados e roupas. A indústria de equipamentos esportivos “inteligentes” movimenta bilhões de dólares, portanto suas marcas e pesquisas são vigiadas de perto. O vasto e complexo mundo da tecnologia esportiva muda rapidamente. Os designers precisam levar em conta não apenas os resultados sobre o desempenho, mas também o efeito de sua aparência para os espectadores dos eventos esportivos, sobretudo na TV. Como o número de atletas de elite é reduzido, o dinheiro investido no desenvolvimento deve ser recuperado com versões comerciais – geralmente simplificadas – para o comum dos mortais. A Federação Mundial da Indústria de Artigos Desportivos (WFSGI - World Federation of the Sporting Goods Industry) é uma associação independente, sem fins lucrativos, criada pelos fornecedores dessa indústria no PESQUISADORES, CIENTISTAS 30 METALWORKING WORLD mundo todo, organizações nacionais e empresas relacionadas à indústria de artigos desportivos, reconhecida como representante da indústria dentro do Comitê Olímpico Internacional (COI). “É nítido que os avanços da tecnologia esportiva ocorreram sobretudo na área de calçados e, mais recentemente, de vestuário”, afirma o Secretário Geral da WFSGI, André Gorgemans, apontando algumas marcas reconhecidas internacionalmente por suas contribuições: a Adidas e a Nike nos calçados, a ODLO no desenvolvimento de tecidos, a Speedo nos maiôs Fastskin e a Callaway nos tacos de golfe. “A tecnologia dos calçados certamente ajudou muitos atletas a treinarem melhor, terem menos lesões e aumentarem seu desempenho”, acredita. todas as inovações de perto. Quando questionado se seria justo tirar vantagem de avanços tecnológicos, Gorgemans responde: “Claro que as federações esportivas têm estado sempre alerta aos avanços A WFSGI OBSERVA I LU ST R : ÃO AÇ PET TER LÖN EG ÅR D “A combinação mais desejada no design é velocidade, precisão e redução de lesões, além de custo, durabilidade e repetibilidade do desempenho.” tecnológicos que podem beneficiar ou não os usuários, tais como o desenvolvimento de raquetes de tenis para melhor desempenho, ou de esquis que já causaram aumento de lesões nos joelhos. As bolas de golfe agora voam muito mais alto e mais longe, tornando os campos de golfe menores do que quando foram construídos. Não é desleal, já que as federações permitem, mas os avanços tecnológicos certamente precisam ser monitorados para que todo mundo possa competir em condição de igualdade.” Colin White, que se dedica à área de ciência do esporte e do exercício há sete anos, conta que seu grande sonho é um software que possa modelar o desempenho dos equipamentos esportivos com O TECNÓLOGO ESPORTIVO precisão suficiente para prever suas propriedades após a produção em massa. Além de câmeras dentro das bolas. O Reino Unido e os Estados Unidos lideram a pesquisa e a inovação em tecnologia esportiva, sendo que o Reino Unido está à frente no desenvolvimento de software. White trabalha na universidade de Portsmouth, RU, que em 2006 inaugurou instalações de pesquisa e ensino no valor de vários milhões de libras esterlinas para preparar atletas de elite para os Jogos Olímpicos de 2008 e 2012. O conhecimento desenvolvido ajudará não apenas o mundo dos esportes mas também os setores petrolífero, energético e militar. Em sua pesquisa, White estuda esquis, bicicletas, raquetes, equipamentos de mergulho, canoas, caiaques e roupas. “A combinação mais desejada no design é METALWORKING WORLD 31 velocidade, precisão e redução de lesões, além de custo, durabilidade e repetibilidade do desempenho”, explica. Ao longo do trabalho, White desenvolveu programas de computador para análise notacional, a fim de avaliar os atletas, seus equipamentos e desempenhos. Segundo ele, um computador pode criar teoricamente um equipamento perfeito, que será mais eficiente, porém menos complacente, como ficou provado com as raquetes e os esquis. “Durante muitos anos, o centro de percussão de uma raquete era considerado uma área teórica e abstrata, mas nos últimos dez anos ficou demonstrado que é possível calcular exatamente onde ele ficará localizado”, exemplifica. “Um bom jogador consegue bater sempre nesse ponto, mas um amador não. Então os fabricantes precisam modificar o design, fazendo um centro de percussão maior, para vender bem para a maioria dos atletas, que não são de elite, e recuperar o custo da pesquisa investido no design do equipamento de elite.” e peças são totalmente novos. “Até a década de 50, a maioria dos equipamentos esportivos usava madeira rígida”, conta White. “Em seguida surgiu o primeiro composto – o compensado. Este saiu de moda com o surgimento da fibra de carbono, das cerâmicas com titânio e outros compostos. Hoje, um único esqui pode ser formado por até 51 peças diferentes.“Também estamos usando cristais piezoelétricos”, continua. “Se colocarmos um material piezoelétrico dentro de algo sujeito a vibração, cria-se uma corrente que, quando amplificada e reintroduzida no cristal, elimina a vibração inicial. Isso está começando a ser usado nos cabos das raquetes de tênis.” Porém, nem todos os esportes recebem bem essas modernizações. No críquete, por exemplo, quando o exjogador australiano Dennis Lillee tentou usar um taco de alumínio em 1970, foi obrigado a voltar ao vestiário e pegar outro que fosse “apropriado”. Há poucos anos, o atual capitão da equipe australiana de críquete, Ricky Ponting, foi proibido de usar seu taco Kookaburra, que continha reforços de grafite ao longo da extremidade traseira, tanto pelo MCC como pelo Comitê Internacional NEM TODOS OS MATERIAIS P&D – EM SINTONIA COM OS CLIENTES Pesquisa e desenvolvimento de ponta são o cerne da inovação e da lucratividade dentro de todo o Grupo Sandvik. Assim, a Sandvik Coromant busca desenvolver constantemente knowhow e produtos, além de melhorar os processos e métodos internos. “As necessidades de ferramentas dos nossos clientes mudam o tempo todo”, explica Magnus Ekbäck, vice-presidente de P&D, “e enfocamos o desenvolvimento de produtos e know-how para atender suas novas exigências. Novos produtos são parte fundamental do crescimento dos nossos negócios.” No momento, a Sandvik Coromant está dando um passo adiante para desenvolver mais conhecimento em sua área, o qual será transformado em produtos que ofereçam soluções completas aos clientes. de Críquete. Entretanto, esse esporte tolera câmeras escondidas nas balizas e capacetes high-tech. Além disso, White acredita que dentro de poucos anos a bola de críquete conterá algum tipo de sensor. Quanto ao que ainda pode estar por vir, White sugere que mais esportes poderão ser monitorados por um “terceiro árbitro” e que talvez seja possível que os futuros jogos de computador consigam reproduzir a realidade dos esportes com tal precisão que os atletas de ponta poderão usá-los como simuladores. Porém, ressalta, por mais que os pesquisadores lutem para melhorar a tecnologia esportiva ainda por muitas décadas, o elemento humano sempre criará um limite, e a vantagem competitiva e o interesse do espectador devem ser preservados. MARTIN STRANGWOOD, do Departamento de Metalurgia e Materiais da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, pesquisa os efeitos dos materiais e dos processos de fabricação sobre o desempenho dos equipamentos esportivos há mais de dez anos. “A maioria dos esportes tomou materiais e tecnologias de outros setores, principalmente o aeroespa- NOVOS CAMINHOS PARA ESCALAR UMA MONTANHA Alan Hinkes, o único britânico a integrar um exclusivíssimo clube de 12 montanhistas vivos que conquistaram os 14 picos mais altos do mundo, diz que os avanços das roupas e dos equipamentos nas últimas duas décadas tornaram mais acessíveis os terrenos difíceis. Hinkes, que passa boa parte do seu tempo escalando rochas e gelo, diz que praticamente todo o equipamento necessário para uma expedição mudou. “Quando comecei, os itens impermeáveis não deixavam o 32 METALWORKING WORLD corpo respirar, então ficávamos com as roupas molhadas por dentro. Agora existem tecidos laminados totalmente impermeáveis e leves”, exemplifica. “Você transpira, mas continua seco. “Não usamos mais machadinhas de gelo, mas ferramentas”, prossegue. “Até a década de 70, as machadinhas não tinham mudado muito durante cem anos e os alpinistas continuavam a usar algumas muito antigas, com cabos retos de madeira e pontas retas. Elas evoluíram para ferramentas altamente técnicas, com eixos longos e curvos de metal com manoplas. E é possível trocar as pontas.” Botas, sapatos, ganchos, cordas e capacetes também se tornaram mais leves e resistentes. “Com isso pode-se fazer caminhos mais difíceis e ir aonde antes era impossível”, conclui Hinkes. Mas há um material que não mudou para os montanhistas que escalam os picos mais altos – os casacos de pluma. Eles ainda são essenciais para aquecer nas altas altitudes. “Nossa pesquisa e desenvolvimento está passando por um grande projeto de aperfeiçoamento, parte de uma iniciativa de toda a empresa”, ressalta Ekbäck. “Nossa meta para esse projeto de três anos é encurtar consideravelmente o tempo entre a concepção e o lançamento do produto. Estamos na metade do programa e já podemos ver resultados positivos das melhorias implementadas. IMAGES FOTO: GE TT Y cial, não desenvolveu algo específico”, aponta, acrescentando que os compostos de fibra de carbono foram os de maior impacto – criando bicicletas mais leves e eficientes, e raquetes de tênis com cabeças maiores e mais fortes. “No golfe, os efeitos podem ser observados nas distâncias das tacadas do Torneio US PGA, coletadas desde 1980”, observa Strangwood. “Os cerca de 32.000 dados coletados anualmente mostram um aumento gradual de 90 cm por ano até 1993, graças ao treinamento dos jogadores e à alimentação. Porém, a partir de 1993, esse aumento passa a ser três vezes maior, em grande parte graças à introdução de tacos com cabeça superdimensionada, oca, de liga de titânio. A introdução da bola lisa, sem sulcos, pela Titleist em 2000 produziu um aumento de 4,6 metros naquele ano.” Mas tais avanços podem ultrapassar a barreira desejável. As raquetes de tênis com cabeças maiores e mais fortes, explica Strangwood, “fizeram com que o tênis tivesse mais ‘serviço e voleio’, reduzindo o interesse dos espectadores e aumentando a incidência de lesões de curto e longo prazos. No beisebol e no softball, a introdução de tacos metálicos (e agora compostos) ocos em substituição aos de nogueira-americana maciça reduziu custos e incentivou a participação de estudantes. “Entretanto”, pondera, “a melhora do desempenho criou um risco muito alto para o arremessador nos jogos profissionais e os tacos de madeira maciça são os únicos oficiais atualmente. “Em geral, meu trabalho lida com os equipamentos enquanto sistemas mecânicos; por exemplo, transferência de impactos e energia. Mas no futuro, a interação entre os atletas e os equipamentos será melhor investigada”, anuncia Strangwood. “Isso acontecerá sobretudo por meio do ajuste dos equipamentos a atletas específicos, junto com um maior monitoramento, talvez com sensores presos ao corpo e sensores embutidos nos equipamentos, para otimizar os equipamentos conforme o atleta e monitorálos durante o evento.” JANE GARNER a pia antig ta da Olím 34. Atle 1. John M cEnroe VOCÊ SABIA? • John McEnroe foi o último campeão masculino de Wimbledon a jogar com uma raquete de madeira e o primeiro a vencer com uma versão de grafite. • Na Olímpia antiga, os atletas não tiravam nenhum proveito do vestuário, pois competiam nus. • A National Geographic anunciou no início do ano o lançamento da sua primeira coleção de relógios de alta tecnologia para exploradores e atletas, com funções como previsão do tempo, cronometragem de provas de esqui e cálculo de profundidades de mergulho e velocidade do vento. • A tecnologia esportiva aproveitou muito da tecnologia aeroespacial: por exemplo, fibras de carbono para bicicletas, tacos de beisebol e bastões de hóquei, tecidos termicamente adaptáveis para roupas e ligas metálicas inteligentes para raquetes de tênis. METALWORKING WORLD 33 FOTO: CORTESIA DA SPEEDO Michael Phelps, atleta dos EUA, usando o novo maiô FASTSKIN® FS-PRO lançado no início do ano. TECNOLOGIA POR CHRISTER RICHT VENCENDO A INSTABILIDADE Evitar micromovimentações é vantajoso para o desempenho e a qualidade. DESAFIO: COMO GARANTIR QUE AS PASTILHAS INTERCAMBIÁVEIS PERMANEÇAM TOTALMENTE FIXAS NA SUA POSIÇÃO? SOLUÇÃO: ADOTANDO UMA INTERFACE DE PRECISÃO ENTRE A PASTILHA E O PORTA-FERRAMENTAS. produz um efeito negativo no desempenho e nos resultados da usinagem. Até agora, as medidas contra a instabilidade enfocavam os grandes problemas, como as máquinas, os dispositivos de fixação, os porta-ferramentas, o design das ferramentas, a geometria das pastilhas, os percursos e os balanços das ferramentas. Hoje a usinagem está se tornando mais sofisticada e precisa atender novos padrões de qualidade e tempos de produção. Então, quando as fontes de instabilidade mais óbvias são reduzidas ao mínimo, as fontes secundárias aparecem, trazendo desafios para a usinagem em termos de desempenho e qualidade. QUALQUER TIPO DE INSTABILIDADE MICROMOVIMENTAÇÕES EM DESTAQUE As operações de torneamento costumam incluir vários percursos de ferramentas que exercem um esforço radial a mais sobre a pastilha, causando uma tendência de micromovimentações desta no respectivo assento. Geralmente, esses movimentos são apenas da ordem de mícrons, masquando se repetem continuamente e deslocam a aresta de corte da posição, podem provocar desempenho insatisfatório, sobretudo nas operações de acabamento. A precisão dimensional, a vida útil da ferramenta e o controle de cavacos são as vítimas das movimentações da pastilha. 34 METALWORKING WORLD O CoroTurn TR faz parte do conceito iLock e foi idealizado para otimizar o desempenho e os resultados do torneamento. As operações de perfilamento são particularmente propensas a micromovimentações, pois costumam usar pastilhas mais longas em formatos D e V. O design do trilho tipo T posiciona a pastilha com precisão no assento do portaferramentas e mantém a posição da aresta de corte com grande estabilidade. As pastilhas de perfilamento geralmente alteram a direção do percurso da ferramenta durante a usinagem e precisam suportar profundidades de corte variáveis durante o torneamento, faceamento, perfilamento e cortes de alívio. Pastilhas com a interface trilho tipo T garantem que não haja micromovimentações que afetem a precisão dimensional e o acabamento superficial nem mesmo de peças de usinagem de precisão. O trilho tipo T se encaixa na pastilha quase abaixo da aresta de corte. O único papel do parafuso de fixação é pressionar a pastilha para baixo e mantê-la encostada no trilho tipo T. FRESAMENTO – USINAGEM COM ALTAS VELOCIDADES O posicionamento e o travamento das pastilhas nas fresas são cada vez mais importantes, conforme aumentam as velocidades dos fusos na usinagem com altas velocidades (HSM) e conforme a consistência da qualidade se torna ainda mais vital para a produção. A segurança e a precisão da fixação da pastilha têm um papel crucial para se alcançar um desempenho satisfatório em relação a esses dois desafios. O batimento radial de uma fresa afeta o balanço da ferramenta, propriedade que ganha importância conforme as velocidades de corte/dos fusos atingem valores elevados. Uma ferramenta balanceada é um pré-requisito da HSM, já que até pequenos valores do batimento radial podem afetar o desempenho e a segurança. Uma exigência básica é que, por projeto, as ferramentas sejam balanceadas com um batimento mínimo, complementado por um posicionamento exato e uma fixação inflexível da pastilha. O travamento da pastilha de forma que ela fique completamente imóvel confere segurança a essas operações. ILOCK PARA FRESAS A CoroMill 790 tem uma interface iLock. A superfície de contato do assento da pastilha é serrilhada, proporcionando um posicionamento preciso e fortemente seguro para as pastilhas. A alta precisão é obtida por meio de pastilhas retificadas, e o serrilhado reduz o efeito da tolerância da pastilha quase pela metade. As forças de corte são absorvidas de todas as direções de EXEMPLOS DE APLICAÇÃO CoroMill 790 – com serrilhado para as pastilhas – projetada para desempenho em operações HSM de alumínio e outros materiais não-ferrosos. usinagem e as faixas de avanço não precisam ser comprometidas. Um espaço aberto acomoda as enormes quantidades de cavacos produzidas nessas operações e permite seu escoamento da zona de usinagem. A localização precisa e firme dessas pastilhas minimiza o batimento radial da ferramenta e compensa as altas forças centrífugas com as altas velocidades do Perfilamento com o CoroTurn TR. O design do trilho tipo T evita micromovimentações que podem afetar a precisão dimensional e o acabamento superficial. fuso. A interface iLock faz da CoroMill 790 uma fresa altamente produtiva para desempenho em operações HSM de alumínio e outros materiais não-ferrosos. A fresa de facear CoroMill Century para materiais não-ferrosos também foi projetada com uma interface iLock para altas velocidades do fuso (a fresa tem segurança HSM por projeto). Ela também iLOCK COROTURN TR. A interface exclusiva trilho tipo T proporciona uma fixação extremamente estável. iLock, a engenhosa interface de travamento, foi desenvolvida para atacar a instabilidade da pastilha na fonte. A interface convencional entre uma pastilha intercambiável e o assento de um porta-ferramentas pode ser propensa a micromovimentações e deformação dos pontos de apoio. No acabamento de precisão, sobretudo quando há mudanças na direção do percurso da ferramenta ou na tolerância desejada, esse fenômeno causa limitações de usinagem conhecidas, que em seguida são corrigidas de alguma maneira, ou limitações desconhecidas, que até agora eram consideradas inevitáveis. O iLock é um conceito amplo de interface que tem sido aplicado às ferramentas cujas aplicações sejam sensíveis a micromovimentações da pastilha. CoroMill Century, projetada com uma interface iLock para altas velocidades do fuso. A fresa possui segurança HSM por projeto. possui precisão integrada e um recurso de ajuste axial de microprecisão das pastilhas. A interface serrilhada iLock no corpo balanceado da fresa garante o desempenho e a qualidade oferecidos pela CoroMill Century. Além disso, o fluxo de cavacos e refrigerante se beneficia com a interface iLock, deixando o espaço para cavacos livre de obstáculos. Trata-se de uma fresa moderna para HSM, em cujo desenvolvimento foram levadas em consideração as demandas de altas velocidades do fuso. ❯❯ PARA MAIS INFORMAÇÕES: Contate seu representante local da Sandvik Coromant. RESUMO Posicionar uma pastilha com exatidão e garantir que ela fique no lugar sem qualquer micromovimentação é uma questão cada vez mais importante. A consistência da qualidade do processo e a usinagem com altas velocidades são apenas duas das áreas que dependem da maneira como isso é implementado em uma ferramenta de corte. A interface iLock elimina as causas de instabilidade da pastilha por meio de um design seguro e preciso para várias operações de usinagem. METALWORKING WORLD 35 Print n:o C-5000:520 POR © AB Sandvik Coromant 2007:3 Heróis da indústria. Imagine que você precise melhorar uma tecnologia que já é a melhor do mercado. Uma tarefa sem dúvida desafiadora. Mas é exatamente essa a tarefa dos designers no mundo todo: melhorar aquilo que já é ótimo. Podem ser carros, aviões, tocadores de mp3 ou... classes de pastilhas. No nosso caso, o desafio foi melhorar ainda mais o desempenho das nossas pastilhas para usinagem, já líderes de mercado. A nova geração de pastilhas devia ser mais rápida, mais segura e mais previsível. Além de mais durável. Aí está ela, à direita. E à esquerda está uma das pessoas que conseguiu melhorar ainda mais essa tecnologia. Uma heroína da indústria. Para mais informações sobre a nova geração de pastilhas, visite www.coromant.sandvik.com/br Sinônimo de Produtividade Máxima
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