Conhecimiento dos paises hispano-americanos no Brasil, abr. 1956
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Conhecimiento dos paises hispano-americanos no Brasil, abr. 1956
T ,. ,. / Reuni6n de Mesa Redonda Para Discutir los Medios de Intensificar Él Conocimiento Mutuo entre los Pa1ses de Am~rica (San Juan, Puerto Rico, · 23-28 de abril de 1956) - - CONHECIMENTO DOS PAISES l{[SPANO-AMERICANOS NO BRASIL A ' Rio de Janeiro 1956 .. __ ___ ARIO SU M _ ..,. 1. Introdu~ao. 2. Relà~Ões ~olamente Motivos do do Brasil na Améri ca Espanhola. e conhec imento m~tuo entre os pa1ses hispano-america nos e 13 o Brasil. a) ':b) 2 As Bibliot e cas ~ As l i vrarias e os livros hispano-americanos. 3. O que se est á fazendo no Brasil: Curso b) Curso secundário. c) Ensino Superior. Histõria da...América. L1ngua e literatura espanhola . L1ngua e l iteratura hispano-america nas. d) I nstituto Nacional do Livro. e) Bi blioteca Nacional. f) Rádio Mi nistério da g) Mi nistério das Rela~Ões Exteriorese Conv&nios cultuais. Revis~o dos textos de hist6ria e geografia. Cursos no exter i or. h) Senai . 4. Conclus'6 es. 5. Sugestões Anexo. Pr~rio. a) ,.,; Forma~ao e ' Recomenda~Ões. Hist6ri a da América. de Doaióes na Espanhol. Am~rica Latina. Permuta com a América Espanhola. Edu~Ção. t~cnicos Pr ogramas panamericanos. industriais e a Am~rica Espanhola. 26 28 31 - 2 - 1. Intro~ao. Motivos do isolamento do Brasil na América Espanhola. Na fixa~áo final entre o mundo portugues e o espanhol da América do Sul, a parte espanhola abrange 8.700.000 kJn2 2 " e a portuguesa 8.500e000km , pouco ou nada influindo as colonias europ~ias da Guiana. A parte espanhola da América do Sul fragmentouse numa variedade de Estados, ao processar-se a luta pela Indepéhdencia, enquanto o Brasil mantinha íntegros os limites da América Portuguêsa, caracterizando-s~ pela sua unidade. Qualquer que seja a explica~o sobre as causas da unidade e da variedade do mundo português e espanhol na América do Sul, o certo é que ao fim do .process.. colonial, antes da expansao da fronteira norte-americana o _B rasil j4 era, em área territorial continua, o maior Estado de tSdas as Américas. Acentuou Lafitau, relembrado ainda recentemente por Sérgio Buarque de Holanda, as dessemelhanças entre os sistemas portugu~s e espanhol de colanisa~áo. A obra realizada pela Espanha lhe parecia comparável a um poema .épico, onde.tudo é dominado por uma ação ~ica, embelezada por diversos epis6cli.os •. Os portugu~es procedem por intervenço'es dispares, numa grande quantidade de regi5es· diversas (América do Sul, Africa, Asia), com chefep distintos, que frequentemente t~ idéias opostas, sem coe~cia e sem esp:írito de sequencia; uma espécie de -caos, donde nao pode resultar unidade sin~o de fato de que essas aç~es, essas idéias e ~sses chefes procedem de uma mesma nação. O contraste caracterisa a diversidade do comportamento dos dois: povos ibéricos que colonizaram a América do Sul. A diversidade surge pelas diferenças de carater que separam os dois A ~ povos, condicionadas pelas circunstancias distintas que acompaharan a formaçao nacional. O caráter ~ - sempre um produto hist6rico. - 3 - t' \ . A organiza~ao centralisadora que anima Espanha vem de uma desunida, que deve vencer as impediu a ~J forma~ao amea~as desagrega~ao. de aspira~ao conduziu, na •América, ao esfacelamento de seu Império colonial. nan~as interiormente O particularismo espanhol A ambivalencia da de um todo coerente. na~ao e da pr~tica O gesto pelas orde- precisas, a casuistica complicada dos regulamentos meticulosos, que tudo pretendem prever e prevenir, como ~ o caso da Recopilacion ~ Ley~ ~ Indias, a pa~e pela uniformidade e pela simetria, denunciada, ainda _hoje, pelo plano regular de quase tóaas as cidades hispano-america nas, tao diversas, ni st ~ , das do Brasil ~ ~ portugues, onde tude parece se acomodar aos caprichos da natureza e a ley do menos " refletem uma ventade enérgica de superar as divisoes internas da esfor7e, Em Portugal, ao espanhola. contr~ri e , na~ao a mais tranquila facilidade, o aspecto difuso contradit6rio, algumas v~zes descuidado da atividade colonial, nao se quadra melhor com as condi~oes de um pais que tende se reunido desde o sêculo XIII numa unidade perfeita, deveria superar dêste lado qualquer tensáo tr~gica, cualquer problema urgente?(l) Como mostreu Bosch-Gimpera, a falta de espanhol numa sintese coerente, a febril ossifica~ao, em guerra integra~o combina~ao dos elementos do mundo de uma desuniao espiritual e a de ortodoxia e ceticismo, o poder crescente e desequilibrado de Castela, perp~tua em suas fronteiras eu dentro delas, ao contr~rio de Portugal, estabilisado, dividiu a Espanha e transplantou para a América, apesar da unidade 2 '' . das co 1 on1as, . . 1 a t 1va -~ . a f ragment a~ao.. ( ) t ~r1ca e 1 eg1s (1) Sergio Buarque de Holanda, "Le Brêsil dans la vie Américainevv, in Le· Neuveau (2) Monde et l?Europe. Rencontres Internationales de Geneve, 1955, p~gs . 65-67. P. Bosch Gimpera, vtSpanish problems· through the ages", in Inter-relations of Cultures. Unesco, 1953, P• 300-315. - 4O Brasil foi o ~ico pais do Novo Mundo que fez a Indepenru9ncia com a instide um regime monárquico, idêntico ao da Metr6pole . tui~ao Nâo se recorreu ã dinastia estrangeira e a e~ncipa~ao politica toma, no Br~sil, a aparéncia de um desenvolvim ento natural, feiando as tend;ncias ~ anarquia civil, e contribuind o para conservar intactq o. patrimonio ,territorial da América Portuguesa. De outro modo, pergunta Sérgio Buarque do Holanda, como se poderia explicar que uma na~ao tao vasta quanto um conti- nente, saida de uma experiencia colonial frequenteme nte tao disparatada e por vezes heteregonea , pudesse resistir tao eficazmente as for~as que tinham conduzido ao esfacelamen to? A consequenci a imediata é o gigantismo do Brasil, em unidade territorial continua e em popula~àcr. a primeira e a segunda das Arr~ricas. Sua área é mais de três vezes maior que a da Argentina e Peru, na América do Sul, e mais de quatro vezes o México. Sua popula~ão atual, de 60.000.000 de habitantes segunda das Américas. ~ente (dados de 1956), é a Quando se proclameu a I ndependenci a, possuíamos aproximada- 3.600.000 habitantes, e apesar disto conseguimos manter a unidade nacional neste vasto território. Crescemos demograficamen te de 3.600.000 em 1800 para 55.772.000 em 1953, quando representava mos, na América do Sul (119 miiPoes) quase 50%. Pois apesar disso, com seus quase 6o milhoes , o Brasil é fracamente povoado, com uma densidade média de .mais ou menos 7 habitantes per km2, a parte que a imigra ~ào tem representado nesse desenvolvim ento é miníma . Basta considerar que de 1850 a 1950 os imigran- tes do exterior para o Brasil ascenderam apenas a 4.800.000, dos quais 1.540.000 italianos, 1.480.000 portugueses , 600.000 espanh6is, 230.000 alemáes , 190.000 japoneses. Cerca de tr~s quartos dêsses imigrados, eu seja 3.400.000, ficaram no pais, enquanto os demais voltaram para os paises de origem ou se transferiram para outros 'paises de imigra~ao. - 5A unidade que tanto bendizemos criou o gigantismo e êste ~ pr oblGmas de nossa vida antiga e at ual. Mesmo porque um doa f atores que cont ribuiram para dar à popula9ão rural do Brasil seus tra~os particulares deve ser buscado na dispersão muitoprecoce do povoamente . Enquanto em 1776, os àolonos anglo- saxóes não se tinham estabelecido numa superficie da América do Norte maior de que a Fran~a , es portugueses desbravaran o Br asil cedo demais e o ocuparam depressa Assim, desde demais . ced~ o Brasil 6 t1n~ário que une.""em ""'s eti 'inense '"territ6rio uma. met r6pols-e -colonia.s _e '- a ..met:r6pol~ vive no meio de suas col onias e mal se distingue delas (2a ). Temos , assim, a forma~ão de áreas metropolitanas (Rio de Janeiro, ~ào Paulo, Minas Gerais , Rio Grande do Sul) , áreas satélites e áreas coloniais r epercutindo na coesao nacional . integra~ão Aos aspectos positiv6s da diversidade regional , como fator de nacional, epoem os perigas do desquilibrio econômico regional. Basta lembrar que em 1950 notavam- se amplos desniveis da renda per caEit~ nas várias regiÕes do Brasil, uns com renda alta, média e baixa, s endo que esta Última concentra 40 %da popula9ão nacional. Além de relativamente eGcassa e da irregular idade de sua distribuição e dos desniveis econõmicos ' mai s da ;netade da popula~âo do Brasil está em idade de O a 19 anos (51.85%), fen·:!n.en:J também ocorre na Col ômbia (52 . 27 (51. 36%) . que %), Peru (51 . 58 %) , Venezuela (51.42 %) e México A cada ano que passa, a alta taxa de mortalidade . ~s·C. e popula~ão aumenta em cer ca de 2 , 5%, malgrado a Mas com ~ase crescimento de efeti vo demográfico, resultante am grande porte de elevadas taxas de natalidad o ,crescem também as necessidades de bem est~r de quase 60 milhÔes de brasileiros, ao mesmo tempo que se impÕe a expansào do progresso as áreas retardadas de vasto t erri- (2a) Jacques Lambert, Le Brasil. Structure socials et institution politiques . Paris, Ar.mand Celin, 1953, pág. 71• - 6 - • E s6 cem essa expansao demográfica se pode promover o apreveitamento das t6rio. reservas naturais· dos espa9os interiores e das áreas retardadas do Brasil. Mas, para isso, mp3e-se o crescimento da renda real ~ cap.H~ da popula9ão do Brasil, o que se vinha verificando de 1950-54 na perper9áo de 5e6% e de 5% em 1955. Todos ~ssos problemas aumentam diante do gigantismo das tarefas, que desafiam as atuais gera9oes brasileiras. Mas sociol6gica e polfticamente outros pr~blemas se se alinham para concentrar nosso esf8r5o em n6s mesmoso Historicamente, a sociedade colonial e imperial brasileira baseou-se na aristocracia rural - o que é um priviPor isso, na América, comparado com eutros paises, l;gio de sociedades envelhecidas. especialmente a Argentina e os Estados Unidos, o Brasil não é um pais jovem, no sentido de que o passado ·e as tradi9Ões não agem fortemente na sua configura~ão politica -.- · Observava Pierre Denis, por volta de 1908( 3 ), que os brasileiros gostam de atual. dizer que seu pais é jovem, mas que o europeu que tenha percorrido outres paises europeu-americanos, como a Argentina e os Estados Unidos, estará menos expatriado ...., no Brasil, pois nao experimentará a ,.J sensa~ao de surpreza ou de susto que lhe davam aqueles dois paises, com sua sociedade mal estabelecida, sem hierarquia e sem raizes, e conduzidas exclusivamente pelo g~sto da indep~ndencia independencia individual e pelo inter~sse da fortunao cheio de tradi~Ões Consequentemente, neste sentido, o ·Brasil é um pais velho, e, pode-se acrescentar, constitu!do em sua maior parte de brasi- leiros de wais de tr~s gera~Ões. A pequena massa imigrat6ria que recebemos, já referida, e o novo contingente apertado de 1951 a 1953, iste ~~ 270o000, des quais 100.000 portugueses, 41.000 (3) Pierre Denis, Le Brésil au xxe siecle, Paris, 1921, 6a. ed. - 7copanhô is e 40.qoo italiano s, peuquiss imo terá feito para alterar a persona lidade bâsica predomi nante do carater brasile iro. q~e Grande do Sul) imposi9~o das EV somente no Sul se notam brasilei ros de primeira e segunda tradi~Ões (Sad Paulo ao Rio geraç~es e menor hist6ric as, mas ainda ali predomina a persona lidade ]uso-br asileira e uma cultura e, por iss~a ~sica sociedad e no Sul, mesmo a pioneir a, procura ligar-se a uma tradi~~o e criar uma hist6ria . Mas na sua totalida de o pais ê conscien te de seu passado e o brasilei ro está sempre pronto a informa r que é filho d.e uma velha civiliza~ão .própria - Portuga l. Urna forte tradi~ão naciona l torna ocioso da integrid ade do pais. Exist'em, assim, no Brasil uma cultura e naciona lidade 11nicas, de que .os brasile iros se orgulham, mas que apresent am duas faces bem diferen tes, segundo obse:;.~vou ti·ac~ues T~nc ie.d:J. s Lambert C4Y. Os brasilei ros estão dividido s em duas sociedad es dife- pelos nfveis e modos de vida: CJ,Jadt'os tradicio nais uma é particul armente wral e conserva seus (Nordes te, especial mente), e outra particul armente urbana Jo Paul o e o Sul urbano e rural, e urbana no resto do pais). sociedad e arcaica e a segunda um Brasil novo. Ambas, apesar da A primeira é uma diferen~a socia~ . e~tão estreitam ente entrela~adas e s·ão unidas pelo mesmo sentimen to naciona l e por outros valores comuns, não formando culturas diferen tes, mas épocas de uma mesma 0vltura, atrazada de séculos . Os elemento s positivo s e negativo s, a f6r~a e a iraqueza da cultura básica brasile ira estão presente s nas duas sociedad es. Foi a dispersâ o precoce do povoamento do Unidos come~ou b~ sica braoilei ra, sem B~asil no século XVII depois de 1830 cqm as estradas de ferro), que fez tra~os predom~ar a cultur~ particu lares e tradicio nais, ainda hoje existen tes, ~p esar das varia9~es provocad as pelas mudanç~s técnicas urbanas . (4) vucque s lambert , 22• cit. (nos Estados O Brasil novo ofrecp - 8 - uma estrutura social-hie rarquizad a e uma espantosa mobilidad e social. Dêste modo, as tradicÕes da sociedade colonial e arcaica encontram -se hoje bruscamen te em contacto com traços culturais novos, introduzi dos pela rápida importaçã o de novas N nicas de produçao, novos modos de vida e ideologia s novas. t~c- Porque a sociedade está dividida em parte arcaica e parte nova, a vida 'politica tornase inevitàve lmente uma luta entre duas concep~Ões da natureza das instituiç~es politicas . Há, assim, grandes alteraçõe s dos meios tradicion ais da vida brasileir a. A luta entre as formas estacioná rias e as mutáveis, represent adas no seu extremo pelo homem do interior e pelo pioneiro de ~o Paulo, terá de ser resolvida pela vit6ria dos elementos positivos de carater pioneiro, promovendo a mudança técnica e cultural, sem deixar de lado os valores positivos da velha cultura brasileir a. O complexo arcaico é tão vigoroso e sua resist~cia tão forte que ainda há pouco era o Brasil novo que temia ser vencido o eliminado . Em face da interfer~cia e da ignorânci a politica das massas rurais e da grande autoridad e dos senhores que dominam as comunidades do interior , a participa ção na vida politica nacional está limitada a um pequeno grupo de individue s. essa minoria as questões politicas . As massas, na maioria das v@zes, entregam a A vida politica fica, assim, confinada aos chefes politicas e a classe média, irritada, não suportand o o dominio d~sse grupo, procura, fora da legalidad e, subtrair- se à lei da maioria , que joga, quase sempre pelo passado. As massas do campo (69.2%) pertencem , em grande parte (excluind o, evidentem ente, a zona pioneira de São Paulo e parte de Leste o do Sul de pais), à sociedade aroaiea. cesarismo . A inércia que opera nos costumes desta sociedade leva-a ao As massas rurais ou são cle6nicas (demag6g icas) ou cesarista s, ou as duas conjuntam ente , enquanto a elite das cidades é ciceronia na. A hist6ria parece - 9 segui r quase sempre entre as duas tendê ncias : Isócr ates e Demóstenes, ou Cesar e Cicer o. Mas as class es médias e popul ares da socied ade nova rural e das cidad es nao são nem cessr istas nem cicer onian as. EV finíss ima a camad a que tem uma conce pgao da vida e uma ideol ogia polít ica. A ascen9ao da class e média é que torne u o Brasi l novo difer ente de antig o e é ela que rompeu com o Brasi l rural . Um des fator es mais forte s que se deve, talve z, notar em outra s parte s da América no sentid o de uma r~cidentaliza9ão, não é mais eurep éu, mas norte -amer icano . A americaniza~ão r come~a a ter influ ência marca nte no Brasi l a parti r da Segunda Guerr a Mundial, de 1939 em diant e, embora algun s sinai s já se fizess em senti r desde a Prime ira Guerr a Mundial, como obser veu Clayt on Cooper ( 5 ). Já não se trata mais da civili za9ão ocide ntal europ éiai que de 1875 em diant e modi ficara muito s tra9o s de sua cultu ra, pelo impac to da democracia e da indus triali za9ão , conforme obser vare Toynbee, e cujos efeito s já se haviam feito notar no Brasi l; mas, sim, daque la que a parti r de 1914 sofre ra, segundo mesmo Toynbee, mudan9a radic al, e que agora , repre senta da pelos Estad os Unidos, trans mite ao mundo e ao nosso mundo valor es novos e uma nova concep9ão da vida, a saber : a racio naliza 9ão de traba lho, a valor iza9ã o da vida ecón~ca e espec ialme nte da ativid ade mer~antil e indus trial, o estim ulo ao capita lismo e a super 9ão de histó rico., c, eu seja do passa do. N~o se deve confu ndir, para os resul tados a que se desej a chega r, entre ameri caniz a9ão polít ica, forma de prepo nderâ ncia politi ?o-ec ondm ica, e a americaniza~ão cultu ral. As cultu ras do mundo tem sido afeta das pela tecno logia , pela guerr a e pelas mudan9ae scult urais . As altera~Ões dos meios tradi ciona is de vida, prátic os e de teóri cos, devem ser acompanhados de execu9ad4jprogramas de melho ria técni ca e educa ciona l, a fim de asseg urar a estab ilidad e cultu ral dos povos , de outro modo levad os a" desor ganiz a9aoo •\ ) EY de lembr ar-se o exemplo do desmoronamento cultu ral (5) Clayt on Cooper, The Brazi lians and their count ry, New York, 1917. - 10 - dos povos indigenas o africanos diante da europeiza~ao. Todos êsso~ problemas geogr~ficos, demográficos, econSmicos, politico-socia is o culturais se reunem para desafiar o brasileiro no conhecimento do pr6prib Brasil, antes de tudo o sobre tudo. bastante atrazada. A tudo isso sema-se ainda o problema da instru~ão p~blica, Metade da popula~ão do Brasil em idade de 10 anos e mais ~ cons- tituida de analfabetos. Se, de um lado, a alfabetiza~~o j~ atingiu um nivel mais elevado, ainda que insatisfat6rio, nas zonas urbanas ainda extremamente deficiente nas zonas rurais. (70%), de outro lado ela ~ Ai, ende se encontra a maior parte da popula~ão -- 69.2%--há menos de 30% de alfabetizados. Assim, o pr6prio Poder Nacional se ressente dêsse atraze cultural, como um dos fatores mais importantes da desorganiza~~o social. O rápido crescimento dos problemas e o mais rápido envel- hecimento das solugÕes burocráticas revela e justifica, de certo modo, a introversão brasileira. Temos tido mais minorias dominadoras que minorias dirigentes, capazes, pela ~ideran~a """ da resposta, de enfrentar qualquer desafio que a pr6pria superior e decisao civiliza~ão no Brasil ofere~a. lismo das solu9Ões. Ao gigantismo dos problemas se contrapÕe o infanti- O Brasil é ·um pais em curso prim~rio, pois 80% dos professores ensinam no pr~rio, e 93% das nossas unidades educacionais são escolas primtriase Das 5.387.597 matriculas de 1955, assim se colocavam os cursos: primário, 573.764; ginásio, 495.832; cientifico, 66.985; clássico, 11.947; comercial, 112.347; normal, 66.210; industrial, 15.938; agricola? 1.156, e superior, 72.652. Pais de contrastes, o Brasil, com 69.2% de popula~ão rural, tem apenas 1.156 entre as 400e000 pessoas que exercem "' unidades escolares agrico1as e 352 agronomos prof~ssÕes intelectuais. Destas, 200.000 dedicam-se ao magist~rio. - 11 e De tudo isso, do giganti smo dos problem as, da insufici~ncia das solu~Ões da debilid ade das preocupa~ão à ~lites dirigen tes ou domina doras, resulta uma perman ente e ativa com o pr6prio Brasil e seus imensos problem as. Am~rica do Sul e à O isolame nto em rela~ão Am~rica Espanh ola em geral resulta da comple xidade do Brasil , ' que contem dentro de si mesmo v~rios paises sul-am ericano s, com seus problem as O Estado do Amazonas, com seus 1.586.4 73 km2 e suas dificul tades geográ ' ~ de 2.808.4 92 ficas, econom icas e humanas s6 ~ inferio r a Argent ina, com uma superf ície 2 seus km2. O pr6prio Estado do Pará, com seus 1.210.1 10 km , ou o Mato Grosso , com urgent es. 1•254.8 21 km2 , s6 são iQferio res em área e ao Per~. à Argent ina O Paragu ai é menor o e são que a Bahia, Minas Gerais e Goiás, enquan to o Equador ~ menor que o Maranhã l no Paulo, sendo o Urugua i menor que o Paraná . O Brasil é, assim, uma ilha cultura ericano s. contine nte sul-am ericano , contend o em si mesmo quase todos os paises sul-am Na hist6r ia das nossas rela9ôe s interna cionai s, cultura is ou politic as, temos passado por periodo s de introve rsão e extrove rsão. A princip io, até 1838, com a rial, expeIndepend~ncia do Urugua i, fomos extrov ertidos , com a expansã o territo di9Ões armada s ao exterio r oppres sões diplom~ticas. De 1828 a 1951, passamos para "" interna s, que se extende ram uma fase introv ertida, do pertuba goes Tratado s de Alian~a at~ 1848. Os de 1851 com o Urugua i, Entre Rios e Corrie ntes, que assegur aram a vit6ria dos libera is nas rep~blicas platina s, a liberda de de "'' navega~ao nos afluen tes fase do Rio da Prata e a indepen dé'ncia de Urugua i o do Paragu ai dão inicio à segunda extrov ertida. Esta termina em 1872, quando a paz com o Paragu ai e o tratado de ""' sucedid os por graves problem as interno s: limites sao """tJ N • ,..J questoe s dos blspos , questao milita r, proclam a9ao da fase introv ertida, até 1902. com a morte de Rio Branco . Dai at~ o da escrav atura, a aboli~ ) Rep~blica, que nos levam a outra 1912, nova fase extrov ertida, que se encerra A Primei ra Guerra Mundial nos veio tirar dela e com a - 12 - ingerencia nos negÓcios do mundo iniciamos a quarta fase de extroversão. Per volta de 1930, novamente nos isolamos, apesar de corta participa~ão nos negócios sul-amerí- canos e assim permanecemos até 1939, quando, com a Segunda Guerra Mundial, nova fase de extroversão se caracteriza. A alternância das fases introvertidas e · extrovertidas explica, em parte, os momentos de isolamento e de preocupa9ão interna que nos afastam ou nos despreocupam dos visinhos o dos amigos americ~os. Os períodos de introversão respondem à necessidade d~ acumula~ao de Poder, consciente ou inconscientemente recon~ hecidos como indispensáveis à afirma~o de nossos objetivos nacionais. Mas nào é o gigantismo dos nossos problemas que nos leva ao isolacionismo e à introversão. País de baixa densidade demográfica' o Brasil vê seus problemas de efetiva ocupa~ao do solo agrãvados pelo adensamento da populaÇão na orla litor~ea, ficando desertas ou quase despovaadas as vastas regiões mediterrâneas bem come as fronteiri~as, ao norte e ao oeste, das tr~s col3nias e sete países estrangeiros. As fronteiras desertas, de centro e oeste (1.09 habitantes por (0.58 habitantes per os Estados vizinhos. popula~ão 2 ) e do Norte km 2 ) dificultam e impedem as rela~oes continuas e intimas com km Tendo em vista o quadro geral da distribui~~o territorial da do Brasil, verifica-se que sua grande maioria se encontra numa faixa estreita literâhea, de 500 e menos quilometres de largura, na qual a densidade demográfica se apresenta, em geral, cada vez menor a partir da orla marítima para o interior. Ao contrário dos portugueses, que visavam sobretudo a comodidade das comunica9Ões marítimas, onde os g~neros locais seriam exportados mais fàcilmente e a frete (6) baixo, os Esp~h6is, como observou Sérgio Buarque de Holanda , procuraram também a maior comodidade para os prÓprios colonos• Assim, os estabelecimentos urbanos (6) Sérgio Buarque de Holanda, ob. cit., pág. 65. - 13 ~ s onde a altitu de que edifíc aram nas suas posses soes tropic ais se situam nas regioe desigu al daquel e possa permí tir a~ eurepe u gozar de um clima que não seja extremamente orte não parece do pa!s de orígem . o problema do maior ou menor facilid ade de transp ~ mesmo se a presen tar aos seus legisl adore s. do isolam ento Essas são as razões geogr áficas , econâm icas, politi cas e sociai s do Brasi l no mundo sul o hispan o-ame ricano . 2. e o Brasi l. Relaro es o conhec imento m~tuo ~ ~ paises hispan o-ame ricano s e o movimento Libert ado o Brasi l da tutela portug uêsa, o exaspe ro nacio nalist a logo, uma esp~cie. de roma:ntico se dirigi ram contra os antígo s coloni zadore s . Houve, ~J rejoi~ao patern a, como o rompimento dos a PortUg al por uma heran~a impor tante: la~os intele ctuais , embora ficasse mos ligado s a lingu istica . Logo nos voltam os para outros e e quase exclumodel os, para a cultur a france sa, que conseg uiu absorv er imedia tament supere struct ura, sivame nte nossa aten~âo. A Fran~a domin .r certos aspect os de nossa derou econom icavenden do-nos livros , perfum es, artigo s de luxe. A Inglat erra prepon o politi ca. Se mente e dela imítam os tamb~m as formas super estrut urais da dire~ã a consci ência de vencemos em 1822, como afirma va, ja" em 1875, Capist rane de Abreu, nossa inferi oridad e em rela).a o a Portug al, não modifi camos a nossa riorid ade em rela·~·ão à emo~ao d.e infe- Europa e, dêste modo, não rompemos totalm ente como o Pai, o hist6r ico do com o passad o, pois não rejeita mos a Europa , conser vando o sentid indepe ndênci a procupassad o. Os povos hispan o-ame ricano s quando de sua liberta~ao e ser correg ida, at~ raram também outros guias intele ctuais , mas esta tend~ncia pôde e gozando de um certo ponto, pela pr6pri a heran~a cultur al espanh ola, mais s6lida um desape go pela presti gio mais unive rsal que a portug uesa. Não parece ter havido ao vida intele ctual da antiga metr6 pole, como no caso brasil eiro, mas, contr~rio, a - 14 7 aspereza da rutura politica se apaga quando se penet ra no mundo da cultura ( )·. Parece que por isso mesmo, pelas afinidades cult urais e literárias com a Espanha, herdou o mundo hispano-ame ricano certos r essent iment os espanhóis contra & afinidades entre axc ~ ema s . Como se explicar, per exemple, que apesar da s ~ortugal • lmgua portuguêsa e a espanhola entendamos e l ei amos ." nós bra ;:d.l eiros, e os portu- ~u~ses também, sem necessidade de aprendizagem~ a l f ng;;.ã cs:::J::n~a-La .? e de regra; ve- jamos, com excegões, é claro, dos homens cultos ~ que o port~guê s ê inaccessíve l ao espanhol e ao hispano-ame ricano? separa~ão e estabiliza~ão Será isso conseqúenci a de r e:::sent imentos ·contra a de uma antiga provínci a do mundo ibê::·ico? O fate é que as afinidades não conseguem impedir que os a.utores de língua ...... s e jam, em geral, muito pouco conhecidos no Br a Gi l , e que este se conserve ~spanhola afastado, no que respeita a atividade cultural de seus vizinl:o.s ô.o língua e cult ura. · ~ spanhola. ~eográfica A facilidade puramente ideal dos cont a cto s~ favorecida pel a proximidade e o sentimento da solidarieda de continental nao parecem modif icar em nada 7sta situa~ão. Não se pode pretender que o interê sse muito vi-vo, mas relativa:rnen te recente, que desperta em numerosos circules brasilei ros a ati vidade int electual do s ~stados ., Unidos seja devida a fatores similares, dB proJJUni dade e solidarieda de • :Este interêsse se explica, de preferencia , como Uill 't a::: ·.:·Jctc l ue'ncia cada vez r;,:, ilr ~ais sensível dos Estados Unidos da América do Norte s:'~:,;,.-:. ~'- .· ·. o mw.1C:.o c-.mt emporâneo . '8 ~y :~ está longo de constituir um fenômeno tipicament e bJ.' é: -:_:j_:.0i.r,. o ( " Na realidade, é nenhum eu quase nenhum o conl'lt..:::...o:-:::-r:._. "o:ra sileiro da geografia, pa história, da economia, da arte, da etnografia, ;r icano~ '{ 7) (8) Poucos foram os brasileiros , como ~a litc~~ cura Olive i::.~J. Lima ~ Sergio Buarque de Holanda, ob. cit·., pág. 73'. S~rgio Buarque de Holanda, õb. Cit'., pág. 72 n do mundo hispano-ame- - E:!:1.~!l.'i...s§.E} smo, Mon ~~' - 15 - Boliv~, 3oosevelt, Rio de Janeiro~ 1907; ~volutáo Histórica da Am~rica Latina comparada ~ ~ da ~ Jgg~sa, Paris, l9lh; 1918-)919, São Paulo, 1919; como Manuel Bonfim : Q ~asi! 1905; ~ ~' Latina, análise de livr0 de Rio de Janeiro, 1929; i.gt~al ~ Argentina, Impress'o es ~ ~América Latina, Rio de Janeiro, e como Sílvio Romero: A América título de Manuel Bonfim, Porte, 1906; que revelaram inter~se pelo assunto, embora demonst rass em conheciment o muito relativo. Não se podem negar , como demonstrou o Prof . Silvio Júlio, as influências do gongorismo e do quevedismo seiscentista no Brasil portugu~s ( 9 ), nem a presen~a intelectual de padre Benito JerÔnimo Feijóo, que apa.rece nos Discursos .Político-Morais de Feliciano Joaquim Francisco Adolfo de Varnhagen, o primeiro historiador do Brasil , de Sousa Nune s (lO ). no primeiro Ensaio Histórico sÔbre as Letras no Brasil (ll), já notara que a Espanha n~o tinha Africas, nem Asias, as suas í ndias eram s~ as ocidentais e por isso o estro espanhol se manifestou logo na América Espanhola, ao contrário de Portugal. de Matos (1633-1696 ) irniteu Quevedo; Manoel Botelho de Oliveira meiro poeta brasileiro, t omou por modelo Gongora ; El Conde várias e §1 ~- ~:r!l2 ~ pe~as os Affect~ de Ca.lderon e Moreto Gregório (1636- 1711), pri- em 1717 se representou na Bahia de 9dio y Amor : ~e Calderón ; (Fineza contra Fineza, em 1729 representaram g menstruo ~ ~ .iardine s, Também António Vieira, Antonio de Sá, Rocha Pita, Eusebio ~esj§Q c o~~ ~ · de Matos, autores de século XVII, imitam Gôngora, Quevedo, Montalván , Gracián , Peravecine . Em compensa~ào, exceto o Padre AntÔnio Vieira, não parece, segundo afirma o prof . Sílvio Júlio , te r e~ sido conhecidos e lides escritores brasil eiros dos séculos XVI , XVII e XVIII no México, Perú~ Guatemala ~ Cuba , Santo Domingo, Nova Granada, Quito (9) Cf . Sil vio Julio, Reaz:oes ~ lit e ratura brasil ei.!:.ê:., Rio de Janeiro, 1945. (10) Silvio Jul io , Revista ~ ~lolo gi~, mar ~o de 1955. (11) Francisco Adolfo de Varnhagen , Florilégio ~ Poesia Brasileira, Rio de Janeiro, 2a . ed. compl eta, 1946. - 16 - e Venezuela. O primeiro inter·êsse politico-cultu ral pela Aml!.erica Espanhola se inicia com a gera9ao da Independência, com Natividade Saldanha, poeta e revolucionário de 1817, com A~reu e Lima, filho da revolu).ão de 1817p ambos exilados na Venezuela e ColÔmbia. Os dois foram os primeiros a gerar o primeiro inter~sse pelo Brasil na América Espanhola, enquanto esta nos voltava as costas. Natividade Saldanha foi o primeiro brasileiro traduzido na América Espanhola, em Bogotá o Abreu e Lima participeu das lutas de Simão Bolivar e, Eml 1832, com o Titulo de General de Brigada e Libertador de Nova Granada seguiu para os Estados Unidos e a Europa, de onde regressou ao Brasil. Escreveu várias obras históricas sÔbre o Brasil e o Res~~ histor~ de la ultima ditadura del Libertador Simon Bolivar (Caracas, 1925). Concorreram também para as rela9Ões culturais brasileiro-amer icanas: Varnhagenf nas suas missoes diplomáticas em Nova Granada, Equador, Venezuela, Santiago e Lima; Mucio Teixeira, que viveu na Venezuela; o conselheiro José Marques Lisboa, que publicou em Bruxelas (1866) a Rela~ão ~ ~ viagem ~ Venezuela, Nova Granada ~ Equador; Joaquim Serra que traduziu algumas composi~õ es hispanoamerican as,. Os livros de viagens e as tradu9Ões abrangiam uma boa bibliografia e nesta: se destacariam os poetat? Castro Alves, Alberto de Oliveira, Joaquim Nabuco, Osorio Duque de Estrada e Silva Lobato, que traduziu poesias de Rubem Dario, Santos Chocam, Amado Nervo, Leopoldo Lugones, Guilhermo Valencia e as publicou entre 1916 e 1922 ~ em revistas brasileiras. Modernamente ê Silvio Julio quem mais tem trabalhado pela divulga~ão da culturª ' hispano-america na no Brasil, com seus trabalhos: Es~<2_~r hj;.~.§lEO-americanos Cerebro ~ Corarão ~ Bolivar ~ Escritores antilhanos (1944); (1931) ; Escritores Q21gp_l:Jia ~ ~zuela Historia, literatura e (1945); e Literatura comparada das línguas portuguesa e folcl~_da ~ rica cast~ (1946). (1924) ;. (1942); Espanhola Também - 17 - tem trabalhado no mesmo sentido Manuel Bandeira, divulgando a literatura hispanoamericana (Rio de Janeiro, 1949). A bibliografi a hist6rica sôbre a politica brasileira no Rio da Prata e a Guerrf do Paraguai ~ extremamente rica, interessada e polémica. Depois do interêsse manifestado em 1817 e 1824, s6 com a propaganda e o positivismo nova aproxima~ao 6 sentida. Seria falso n~duzir das republicaq~ diferen~as que nos isolam dos outros povos do continente e por vêzes mesmo de certa ventade de suprimir essas diferen~as, que elas sirvam para enfraquecer nos brasileiros os mentos que sugere a dependéncia ao mundo americano e notadamente ao sent~~ latino-americano~ ~ :.z. A nossa ignorância e mesmo a nossa aparente indiferen~a para a vida cultural de Arn6rica Espanhola, que nos paga na mesma moeda, nao ~urna prova de suficiência ou vaidade. Naverdade, o "sentimento americano 11 representa hoje, corno representou no passado, um papel muito ativo na vida nacional. Sabe-~e que antes de 1889 -- ano da instauraçao da Rep'6.blica no Brasil -- o argumento mais eficaz e tamb6rn mais deci• sivo na propda dos republicano s consistia em apresentar a monarquia corno um regime em desuso e estranho ao continente (l 2 )'. Foi s6 recentement e, na ~ltirna ·correntes determinou, no Brasil, com a européia, a procura mais consider~vel guerra, que a falta de publicagões européias erno~ao de sua libertação da tutela intelectual de livros americanos e, na verdade, nao s~mente norte-ameri canos. Todavia, tal pedido se dirigia em parte às inumeráveis traduéoe::l ' que se imprimem no M~xico e em Buenos Aires, corno em Espanha, de obras redigidas Friginalrnen te nas 11nguas menos access!veis à maioria dos leitores brasileiros . A: afluência improvisada dessas publicas~es não conseguiu, em geral, provocar sinão ~ conhecimento muito espor~dico da vida cultural hispano-ame ricana. (12) Sergio Buarque de Holanda, ~· ~., pág. 74. Êste conhecimento - 18 A litera tura franc esa contin ua um assun to priva tivo de espec ialist as e curio sos. s edito res franc eses que sofre u nesse momento um certo abale , apesa r da obra de certo public aram livrns no Brasi l, montando edito ras. momento foi' norte -amer icana , e d@ste momento A influ ência decis iva a parti r dêste~ tamb~m se pode dizer que o p~blico ledo~ . antes de 1939. brasi leiro passo u a conhe cer melhor os autor es espan h6is que a) ~ tecas . Biblioteca s. s das bibli oPode- se avali ar gsse jôgo de influ@ ncias pelas estad istica lta plllili ca. Na Bibli oteca Nacio nal de Rio de Janei ro, os dados da consu estabe lecem : 1. Franc ês 1953-1954 457 416 2. Inglê s 339 349 3. Espan hol 30 50 guês Na Bibli oteca Muni cipal de Rio de Janei ro, desco ntand o o portu (54.39 0 obras consu ltadas ), os dados sâo os segui ntes: 1953-1954 1. Franc ês 446 499 2. Inglê s 318 285 3. Espanhol 218 336 enta 55.569 livre s (Esta Bibli oteca. possu i um acerv o de 60.000 volumes e movim anualment eo) do Livre , no Na Biblio teca Castr o Alves , manti da pelo Insti tuto Nacio nal ntagem de 50% em centr o da cidad e, com um acerv o de 23.000 obras e uma porce o movimento de portu guês , 20% em inglê s , 15% em franc ês e lO% em espan hol, empré stimo é •: segU.inte, desco ntand o o portu guês (22.0 75): ~ - 19 - Adultos Juvenis J:. Inglês 1049 81 2. Francês 844 41 3. Espanhol 592 16 Nào pudemos colher os dados em outras biblioteca;:: <:l6 grande movimento popular no Rio de Janeiro, nem pudemos inquerir o que se passa nas bibliotec as de Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco!- et c. ~o Sé um inquérito rigorosam ente executado poderia revelar o grau de interêsse pela cultura hispano o norte-am ericana no Brasil, mas ~ facil avaliar o interesse especialm ente se consideram os que o Instituto Nacional dO Livre mantem, com d.:>a 9õ'e s apropriad as, 7.342 bibliotec as, entre as b) especiais e privativa s a As Livrarias e o Livro hispano-a mericano (l3) De regra, o que os p~blicas, t~cnicos, cedido de francês francês (3). p~blico ledor brasileir o compra mais livros de ciências sociais sendo que o espanhol ocupa o terceiro lugar nas primeiras , pre(l) e inglgs (2); e o segundo lugar nesses: inglês (l) e Os livros espanhois são quase sempre tradu9Õe s de originais alemães ou ingleses; dos livros em espanhol, a proced~ncia ê de 50% para a Espanha, 40% para a Argentina e lO% para o M~xico. Esses 40% vindo s da Argentina são em sua grande maioria livros de Medicina , que constituem a base dos textos didáticos dos estudante s brasileir os. Nao se pode medir a capacidad e de absor~ào de livr:. hi::;pano-a mericano pelo p~blico brasileir o porque ignoram totalment e os prép ri~ ~ livr eiros a produ9ao bibliogr~fica sulameric ana, com as exce9Ões acima referi das" · As necessida des dos estudante s das Faculdade s de Letras, no setor de Histôri<.. da América, Língua e (l3) Infonr.aco es colhidas na Livraria VILer" e na 11El L'J1eneuv1 , duas das maiores livrarias dedicadas ao livro hispano-a mericano no Rio de Janeiro. E curiosq a informaca o estatisti ca que confirma a preferenc ia do publico brasileir o pelas ciencias sociais, 50% no quadro editorial brasileir o. - 2) - .,. Literatura Espanhola e Literatura hispano-americana sao relativamente supridas com os livros espanh6is, argentinos e de Fundo de Cultura Econ6mica. De qualquer modo, parece ser dominante em lingua espanhola no Brasil a importa~ão do livro argentino. , - 21 3 . O gue se está fazendo no Brasil. Qualquer inquérito objetivo de que se está fazendo no Brasil pelo conhecime nto mútuo da América · Espanhola deve come~ar pelo exame des programas de ensino, pois devem repeusar no preparo de jovens e futuras gera9ões as esperan~as de uma acentuada melhoria, especialm ente quando se considera que a popula9ão do Brasil apresenta elevada de crian9as e adolescen tes (1955, 51.85 %e propor~ào O a 19 anos). Curso Primário Já no Curso Primário (crian9as de 7 a 12 anos), ministrad o em dois cursos sucessivo s (elementa r e complementar), ens ina-se, neste segundo, no9ões de História da América. Curso secundári o . Historia da América. Espanhol . No curso secundári o, desde a reforma Leoncio Carvalho (1878-79) se determina va que no 5° ano a história a moderna e contempor ânea se ensinasse tendo em vista "es acontecim entos políticos dos principai s Estados de antigo continent e o mais desenvolv idamente dos da América". As reformas posterior es englobaram a História . da América na Hi~tória da Civiliza9 ão, sem dar -lhe ênfase especial. Foi a reforma Francisco Campos (1931) que establece u a disciplin a única de História da Civiliza~áo, na qual se incluia a História da América ligada à do Brasil, desde a 3a . série até a 5a. A reforma Gustavo Capanema (1942) restablec eu a História Geral e do Brasil e baniu a designa9â o do História da Civiliza~ao. A História da América passeu a ser ministrad a na segunda série (História Moderna e continent al) do programa de Historia Geral do curso ginasial e na - 22 primeira o segunda séries de programa de História Geral do curso ·colegial. Todo o curso secundário foi distribuído em dois ciclos: o ginasial (4séries) o e colegial, com duas subdivisões clássico o cientifico (Jséries) . Em 1951, a 4 de julho, a Hist ória da América passeu a constituir e programa da 2a. série ginasial e de parte da 4a . série ginasial e da segunda e Ja . séries do colegial. O programa atualmente em vigor establec e ( 2 de outubre de 1951) a História da Amért ca na 2aG e 4a. séries do ginasial e na Ja. série do Colegial. No ensine normal, comercial e industrial, e programa básico é o secundário, o que abriga seus alunos a e studarem a pistória da América na 2a . e 4a. séries. Havia , em 1955, 579 .781 alunos dD curso secundaria geral, 59 . 804 do curso bás ico comercial, 9. 775 do curso básico normal e 15·. 544 do curso básico industrial. (664.904 alunos ao todo . Além disse é o espanhol obrigatório na la . série dos cursos clássico e cient{fico do segundo ciclo do curso secundário, iste é, o colegi al. c) Ensino s~r~ · His~~ia da América. Lin~ e Literatura Espanhola . ricanas. e literatura hispano-ame Língua . ......... _ --~ ----~ No ensino superi·.)r é o estudante das Fa culdades de Filosofia (ao todo 37 cursos , em 1955 , havendo 1 . 693 est udantes no curso de História e Geografia e 1.803 no curso de línguas neo-latinas ) obri gado a estudar Historia da América na 3a . série do curso de Geografia e História; Literatura hispano-ame ricana na 3a . série do curso de Linguas NebLatinas; Literatura norte-ameri cana na 4a . série do curso de Letras ·AngloGe~nicas (menes de 1.000 alunos em todo o Brasil), sem contar a língua e literatura espanhola mi nistradas na 2a. série do curso de Letras NeoLatinas. , - 23 Instituto Nacional de Livro. d) Deaçoos na América Latina. Fera do seter didático, primário-secundário-superior, há que assinalar eutras atividades em prol do conhecimento mútuo das Americas. EV assim o servi~o de dea~Ões feito pelo Instituto Nacional de Livro a institui~oes estrangeiras, visando a divulgaçao da cultura nacional. ' Embera sem ebriga9ão legal, e Instituto Nacional de Livro remeto, quando solicitado, suas para as institui9Ões interenaadas e desde 1938, edi)~es data de sua funda~~o, até 1956, já distribuiu pelos seguintes paisea hispano-americanos obras brasileiras: Volumes distribuidos Volumes distribuidos Argentina 8.(174 Honduras Bolivia 1.976 México Canadá 365 105 1.953 Nicaragua 908 Chile 2.612 Panamá 483 Colômbia 1.696 Paraguai 906 Costa Rica Cuba 157 lo328 El Salvador 77 Equador 971 Guatemala 1. 334 8 Haiti e) Peru 2,779 Porto Rico 170 Republica Dominicana 540 Uruguai Venezuela Estados Unidos 1.872 433 .11.401 Biblioteca Nacional,_permuta com a Hispano-America. Mantem a Biblioteca Nacional serviço de permuta com es seguintes paises da América Latina : Cuba, Equador ~ Argentina, Bolivia, Chile, Colombia, Costa Ric~, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paragu ai, Per ú, Repúbl ica Dominicana, Urugua i, Venezu ela. cões Pelo decreto ~· lei n.20.52 9, de 1931, t~as as publica l I eficia is prasil eiras, e náQ se as impres sas pela Biblio teca Nacion al, São oferec idas, em lista organiz ada pela Biblio teca Nacion al, segundo inform asões des váries Ministé rios, às institu i9ões estrang eiras. Peucas t€m se interes sado, exceto a Library of Congre ss, do Washington, e a Bibliotec a das Nagoes Unidas , de Genebr a. f) Radio Minist ério da Educa9ao. Programas paname ricanoa . O Rádio Minist ério da Educa~ão vem contrib uindo também para o ~) conhecimento da América espanh ola no Brasil . Os programas de aproxim a.ao interna cional comesaram a ser transm itidos desde es primei ros momentos da Segunda Guerra Mundial e se. mantive ram, até hoje, procura ndo contrib uir para a melhor compreensão dos povos, dentro do esp~ito precon izado pela Unesco para es trg~os de difusao e cultura . Coube tambén ao panamericanismo parte destaca da nessa linha de ~ . program as. es intitul adas AQUI FALA A AMERICA, Inicial mente com as audiço / s e, posteri orment e TODA A AMÉRICA - em que eram transm itidos es mais diverso aspecto s cultura is à _8 países seus costumes, seu folcl ~re nort~ ce.ntro e sul-am ericano s, sua histór ia, e sua música popula r. Eram programas de uma hora de dura9a'o , fecaliz ando, em suas sec~·óes, diverso s países . Com o desenv olvime nto, porém, do programa AO REDOR DO MUNDO, de caráte r mais amplo, reserve u-se, nessa série diária , uma audi~ão integr al para cada país paname ricano, permiti ndo a irradi9 ão de um programa mais comple to. Vem a Rádio Minist ério da Educa9ão comemorando, também regular mente, as datas nacion ais das nag.o es americ anas, sempre com a palavra oficia l dos Senhor es Embaixadores, saudando, por intermé dio dessa povo brasile iro. -'.) esta~ao rádio- transm issera, o - 25 g) Ministéri o das Relacaes Exteriore s. textos de história e geografia . Conv~nios culturais . Revis·ao dos Cursos no exterior. O Ministéri o das Rela9aes Exteriore s tem procurado incentiva r as relaqoes culturais , através de acôrdos de coopera9a o. Na verdade, perém, deles pouco ou quase nada tem resultado , pois apesar da dominadora intervenç ao oficial em todos os setores da vida na Améri ca Latina, o conhecimento mútuo / efetivo das Américas há de se fazer atraves de simples medidas oficiais, quase sempre pretetora s de amigos ligados aos Ministros no Poder, e sim pelos interêsse s e afinidade s que de povo a povo se possa au criar e consolidar. Além disso, esses acÔrdos de coopera~a o repitem-s e nos seus textos, sem considera r as diversida des mútuas dos interêsse s culturais de cada pais. Passar das conven9oes para os ates, multiplic ando as exposi9óe s, as reunioes e congresse s, as permutas de professor es, estudioso s, pesquisad ores, das belsas de estudo, das bibliogra fias e tradu9ões seria a grande aiao a realizar. O Ministéri o das Rela9oes Exteriore s do Brasil assinou cerca de A -" trinta convenios e acordos intelectu ais e artístico s ainda vigentes com es vários países hispano-a mericanos . (Cf. Lis~a anexa). Mais important e parece-no s ser o Convênio entre o Brasil e a . República Argentina , e entre o Brasil e o México,_ para a revisao dos textos de ensino da História e Geografia , nos quais se estabelec e que es signatári os farao proceder a umà revisao dos textos adotados para e ensino da história nacional em seus respectiv os países, expurgand ees daqueles tópicos que sirvan para excitar no ânimo despr·Nen ido da juventude adversao a qualquer povo americano (artigo 1° ). A inaugurac, ao de cursos brasileir os de iniciativ a do Ministerio das Relagôes Exteriore s apresente u alguns resultado s práticos. , estudant ~ .. " - 26 O Brasil mantem os seguintes cursos: 1. Centro de Estudos Brasileiros , em Buenos Aires. 2. Cursos Livros de Português e Estudos Brasileiros , de Instituto de Cultura Argentino-B rasileira, em Rosário, Argentina. Dois professores ., 3. Instituto de Cultura Uruguai-Bra sil. Montevideu . 4. Cadeira de Cultura e Literat~ra 5 professores . Brasileira na Universidad e de Buenos Aireso Um professor. 5. Instituto de Cultura Paraguai-B rasil. 5 professores . 6. Curso de Estudos Brasileiros . ~ánteve, Universidad e de Nova York. até há pouco, uma cadeira de Estudos Brasileiros no México e uma cadeira de Estudos Brasileiros no Perú. h) Senai. Forma~ao de técnicos industriais e a América Espanhola. De iniciativa partiqular, convem registar a obra empreendida pelo Senai, mantido pelos industriais brasileiros (Servi~o Nacional de Aprendizagem Industrial) , que entre 1952 e 1956 forneceu bolsas para cursos· de técnicos textis e instrutores a 226 estudantes da Argentina, Chile, Equador, Perú, Bolivia, Venezuela, Costa Rica, Uruguai, Panamá, Paraguai, Honduras, Salvador, Uruguai, México, Colómbia, Guatemala, Haiti, Repúblicana Dominicana, Nicaragua . Concluso'e s. 1. Gigantismo e as dificuldade s, eu melhor, a complexidade do Brasil o conduziram à interioriza9 ão e ae isolamente . ; . O Brasil possui varlos países da América de Sul, com seus problemas e dificuldade s no seu próprio território. - 27 2. As fronteiras semidesertas dificultam a aproxima9ão. 3. A América Hispânica parece apresentar certo ressentimento em rela9áo á lingua portuguêsa, heran9a de Espanha para com Portugal. Dai a dificuldade da leitura do português polos hispano-americanos , o que nãe se nota no brasileiro em relacao ao espanhol, que é a terceira lingua estrangeira mais lida nas Bibliotecas Públicas. Os livros em espanhol merecem a preferehcia do público brasileiro em segundo o terceiro lugar entre os de línguas estrangeiras. 4. As. relasôes culturais e o conhecimento mútuo são nulos eu práticamente nulos, com raras exce9Õeso Êste conhecimento ainda é um campo privativo de eruditos o especialistas . 5. Ensinamos obrigatoriamente História da América desde e curso primário e especialmente desde o secundário e o colegial, e o espanhol desde o colegial. ' Obrigatóriamente, nas Faculdades de Filosofia e Letras, ensina-se Lingua e Literatura Espanhola, Literatura Hispano-Americana, História de América e Literatura Norte-Americana. 6. O Instituto Nacional do Livro faz razo áveis deacoes de livros brasileiros ? aes países hispano-americanos, sem correspondência. ?. O Brasil, com 60 milhões de habitantes, ocupa no Novo Mundo um lugar á parte, entre, aproximadamente, 166 milhÔes de americanos, 16 milhões de canadenses, falando inglês, e 120 milhoes de hispano-americanos das tr~s / Ampericas, eu entre 60 milhoes de hispano-americanos da América do _ Sul. Tanto nas suas relaçoes culturais como políticas e diplomáticas com ~ êsses conjuntes diversos e, ~s vêzes, divergentes, o Brasil, como ~ ~ assinaleu Sérgio Buarque de Holanda, se ve condenado a uma posilao de equilíbrio, que não é isenta de perigos e que lhe vale, frequentemente, a censura de pender para um lado eu para o outro. . - 28 - 4;, Sugestõ es e Recomendacoes. · 1.~ O Convenio firmado entre o Brasil e a Argentin a e entre o Brasil e o México para reviaáo dos textos do ensino da história poderia ser adotado para as demais Américas, em acÔrdos bilatera is eu panamer icanos, de modo a acentua r a america nidade, o ~espeito pelas rela9Ões interamerican as deve destacar as atitude s, iniciati vas e fates que forman a conscieb cia america nista da nosa civiliza yáo e constitu em uma seguran9 a dos destinos pacífico s do nosso mundo, assim o vem fazendo a Unesco ao proper que es Manuais do História ajudem a compreensao internac ional. 2. Incentiv ar, pelos meios adequad os, a realizac,. 'ão de assembl éias, reuniÕe s, visitas mútuas, cursos do professo res yisitan tes, de modo a facilita r e conhecimento de fato dos paises do Novo Mundo o de suas persona lidades represe ntativas . 3· Incentiv ar, nas universi dades das Américas, o curso de Estudos Americanos, com um programa interdis ciplina r que abarque a realidad e e a cultura das Américas nas suas semelhan~as e diversid ades, nas suas experiên cias e tragedia s, integran do as materia s, conceito s e métodos das ciências sociais e das humanidades na América. 4. Incentiv ar, na América, a tese de igualar- se e empr~go do portugu ês ao do espanho l e ingles, a fim de es american os em geral se familiar izem com o seu uso. 5. Incentiv ar a cria~ão de institui i6es cultura is, a exemplo de que fazem no Brasil o Institut o Brasil-E stados Unidos, a Cultu.r a Inglesa e a Alian~a Frances a, enviando estudan tes brasilei ros.par a seus países, ensinand o suas próprias línguas , organiza ndo bibliote cas, trazendo professo res especia listas. sua O Institut o Brasil-E stados Unidos, por exemplo, já envieu, desde cria~ao, há 19 anos, 800 estudan tes brasile iros para Univers idades norte-am ericanas ; ensinou inglês a milhare s de brasilei ros ; organizo u uma das maieres bibliote cas de empréstimo de livros no Rio de Janeiro , etc. - 29 Os Institutos culturais da maieria dos países hispano-america nos no Brasil s'áo instituis:ó.es quase acadêmicas, que se destinam a condecorar certas !iguras do cortesãos de seus embaixadores. Nada fazem de prático e eficiente pelo conhecimento cultural interamericano. Um pequeno exemplo louvável, sem recursos maieres, de iniciativa privada, é a Biblioteca Veneluelana, fundada no Rio de Janeiro em 1950, pelo sr. dr. Antonio Rebello de Almeida e a sra. Josefina R. P. de Almeida, jornalista e poetisa venezuelana .. 6. No Brasil, o delar para es país~s importa~ões de livros é de Cr$ 45 1 00, enquanto hispano-america nos, como, por exemplo, e Uruguai e a Argentina, riao protegem a entrada de livro bra sileiro. Por que rião se recomendar o establecimento de normas protetoras da introdu~ao de livros americanos em todos os países da América? ?. Nao há divulga9ã o. bibliográfica para conhecimento da produção da cada país sul-americano e sua possivel aquisi~ao e criação àocg€sto pelo livro hispano-america no. Queixam-se es livreiros brasileiros da falta de informa9áo bibliográfica. As revistas que se consagram à bibliografia sao por demais eruditas eu nã o alcançam os livreiros, como,ldeve ser o caso da Revista Interamericana de Bibliografia. Talv~s fosse o caso de sugerir uma Bolsa eu cupóes para a compra de livros panamericanos, como faz a Unesco internacionalm ente. 8. Seria também recomendável a cria9a o de um S~rviço de InformaÇoes, Referênci~ e Consulta Interamericana, que pudesse responder às indaga9Ões de institui~ó~s. . {." e professores necessitados de saber e que se faz eu se está fazendo em cualquer setor de qualquer pais da América. O Servi~o poderia agir como uma agência de informaçÕes, pondo em contacto as instituiçÕes eu pessoas interessadas com aqueles que lhos pudessem informar no respectivo país. í .. .. - 30Recomendar que o Conselho Cultural Interamericano eu e Departamento de Assistência Cultural da Uniao Panamericana promova um inquérito sÓbre ,. . ;, .:. estereotipes nacionais, a fim de favorecer nao so a compreensao americana como a coopera~ao entre os povos. inter~ O método a seguir seria o já adotado pelo Departamento de Ciencias Sociais da Unesco. 10. Recomandar a elabora~à.'o de um estudo sobre "Como as na~·oes americanas se vé'm umas às outrasvv , a exemplo de que fez William Buchanan e Hardley Cantrill ("How nations see each other, a stup.y in publ:i,ç fop:i,nion", Urbana, University of Illinois Press, 1953)o · Trata-se de uma pesquisa sabre as concep;ô.e s que o povo de uma na~Toe mantem só'bre si mesmo o de eutras na9oes, incluido no projete autorisado na reuniâo de 1947 da Assembléia Geral da Unesco sÔbre as tens.~es que acingem a compreensão internacional. Neste caso, n'ã:o se trata de tensÕes, como na Europa, mas de determinarse a permeabilidade eu impermeabilidade comparativa dos povos panamericanos, esbo~ando as imagens que cada um faz de si e dos outros povos. Seria um grande passo para e melhor conhecimento mútuo das Américas. 11. Recomandar o estudo do carater nacional, á exemplo do que promove Unesco com sua cole~ao Styles de vie. - 31ANEXO 1. Convênio de intercâmbio intelectual entre o Brasil e a Argentina. Rio de Janeiro, 10 de outubre de 1933. 2. Convênio entre o Brasil e a Argentina para revisâo de textos de ensino da história e geografia com a Argentina . 3. Aco·r do para a permuta de 10 de outubre de 1933. publica~Ões com a Argentina. 10 de outubre de 1933. 4. Tratado para a prote9ao das institui9ôes artísticas, científicas e dos Washington, 15 de abril de 1935. monumentos históricos. 5. Con~nio de intercâmbio artístico entre o Brasil e o Uruguai. 20 de dezembre de 1933. · 6. AcÔrdo para a permuta de publica~·Ões entre o Brasil e o Uruguai. 20 de dezembre de 1933. 7. Convenio para a revisao dos textos de ensino de história e geografia entre o Brasil e o México. 8. 28 de dezembre de 1933. Conven"'ão s~bre facilidades dos filmes educativos eu de propaganda (Conferencia Interamericana de consolida~ão da paz). 23 de dezembre de 1936. 9. Conven)ã o sÔbre orienta"ao pacifica de ensino. de consolida9ao da paz. Conferencia interamericana Buenos Aires, 23 de dezembre de 1936. 10. Conven~ao sÔbre as facilidades para e.xposi~Ões artisticas, Idew, idem. 11. Conven"ão sÔbre interc"~mbio da publica~ô'es. 12. Conven~ão Idem, idem. para o fomento das rela9Ões culturais interamericanas. Idem, idem. 13. AcÔrdo entre o Brasil e a Bolívia para gratuidade de nvistos" em passaportes de estudantes brasileiros e bolivianos. 29 de junho de 1939. . ,. . , Conven~ao para facilitar a c1rcula~ao de filmes de caráter educativo. -.) Genebra, 11 de dezembre de 1933 e Ata, 13 de setembre de 1938.