Manipulação da fertilidade
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Manipulação da fertilidade
Manipulação da fertilidade Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Controlo da fertilidade Possível graças ao conhecimento dos mecanismos hormonais e celulares que regulam a reprodução e ao progresso da biotecnologia Métodos contraceptivos eficazes – (controlo da natalidade); Processos de reprodução assistida. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Contracepção Consiste na prevenção voluntária da gravidez com recurso a métodos que permitem evitar a fecundação. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Métodos contraceptivos São processos que permitem aos casais planear o nascimento dos filhos. Existem vários métodos contraceptivos: – Os que modificam o funcionamento normal das gónadas, evitando a gametogénese; – Os que impossibilitam o encontro do espermatozóide com o oócito II e consequente fecundação; – Os que impedem a nidação do embrião. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Métodos contraceptivos Os métodos contraceptivos mais comuns são: – – – – – – – – A abstinência periódica; O preservativo (masculino/feminino); O diafragma (não comercializado em Portugal); O dispositivo intra-uterino (DIU); O espermicida; A contracepção hormonal (oral, injectável, implante); A contracepção cirúrgica; A contracepção de emergência. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Abstinência periódica Método contraceptivo natural; Abstinência de relações sexuais durante o período fértil (elevada probabilidade de ocorrer fecundação) do ciclo da mulher. Há diferentes formas de determinar este período: – Método do calendário; – Método das temperaturas; – Método do muco cervical. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Método do muco cervical Considera a elasticidade do muco cervical, exigindo a sua observação diária. – Fora do período de ovulação, as fibras formam uma rede de malha apertada, impedindo a progressão dos espermatozóides; – No período de ovulação, o muco é mais fluido e a rede de fibras menos apertadas, permitindo a passagem dos espermatozóides mais activos. No período fértil a elasticidade do muco aumenta chegando a atingir 15 a 20 cm quando distendido entre dois dedos. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Método da temperatura Considera a variação da temperatura basal do corpo ao longo do ciclo sexual feminino, sendo mais elevada após a ovulação. Exige a medição diária da temperatura, ao acordar e sempre no mesmo local do corpo, e registo num gráfico. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 A subida da temperatura basal do corpo, a meio do ciclo, é precedida de uma ligeira descida, que corresponde à ovulação. Nalguns casos, a subida é abrupta; noutros casos leva 4 ou 5 dias a estabilizar. Após 2, 3 dias de manutenção da temperatura elevada, é ultrapassado o período fértil. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Método do calendário Também designado Ogino-Knauss. Considera o tempo de sobrevivência dos gâmetas (24 horas para o oócito e 72 horas para o espermatozóide). Para ciclos regulares de 28 dias o período fértil será entre o 10º e o 17º dia do ciclo, inclusivé. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Métodos contraceptivos não naturais Exercício 12 pág. 43 Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Preservativo feminino Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Diafragma Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Diversidade de diafragmas e afins Isabel Dias | CEI | Biologia 12 DIU Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Preservativo masculino Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Contraceptivos hormonais Aplicação: – – – – Por adesivo cutâneo; Implantação subcutânea; Anel vaginal; Via oral. Diferença: – Composição; – Dosagem dos derivados hormonais que as constituem. Categoria: – Pílula combinada (estrogénios+progesterona); – Minipílula (progesterona). Exercício 13 pág. 44 Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Pílulas combinadas Actuam sobre o complexo hipotálamo-hipófise e sobre o útero. Os estrogénios que contêm inibem a produção de LH e FSH, não havendo, portanto, desenvolvimento folicular nem ovulação. Os estrogénios e a progesterona vão estimular o desenvolvimento do endométrio durante 21 dias (enquanto a mulher toma a pílula). Nos dias em que a mulher pára a toma da pílula, baixam os níveis de estrogénios e progesterona e, como tal, o endométrio deixa de ser estimulado, começando a desintegrar-se (menstruação). No colo do útero, o muco cervical mantém-se espesso. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Algumas marcas de pílulas contém 28 comprimidos (sendo que 7 desses não contêm hormonas e servem apenas para que a mulher não se esqueça de tomar. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Minipílula Contém apenas progesterona; Não bloqueia a ovulação pelo que a sua eficácia é menor que a das pílulas estroprogestativas; Mantém ao longo do ciclo o muco cervical mais impermeabilizante aos espermatozóides. Está indicado a mulheres que apresentam efeitos secundários à pílula combinada (devido à presença de estrogénios) e ainda às mulheres que estejam a amamentar pois não provoca a diminuição da quantidade/qualidade do leite. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Adesivo transdérmico Actua como uma pílula combinada, aplica-se uma vez por semana, durante 3 semanas seguidas, com uma semana de descanso Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Anel vaginal Apresenta uma baixa dosagem hormonal; é aplicado pela própria mulher apenas uma vez em cada ciclo (mantém-se por 3 semanas e deve ser retirado na 4ª semana Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Implante subcutâneo É implantado pelo médico, sob a pele do antebraço, com recurso a anestesia local. Foi desenvolvido para manter uma boa eficácia durante 3 anos Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Processos hormonais de contracepção Vantagens Desvantagens Boa tolerância pela maioria das mulheres; Impedem a ovulação ou a fecundação; Os ciclos menstruais passam a ser mais regulares e, geralmente, sem dores. Problemas de hipertensão; Problemas de diabetes; Insuficiências de circulação sanguínea; Os riscos podem ser agravados por interacção com outros factores, como o tabaco, o álcool e outras drogas. Pílula do dia seguinte Contracepção de emergência; Único método utilizado após a relação sexual como recurso em caso de acidente contraceptivo ou violação; Não é, nem deve ser, um contraceptivo de uso regular; Se a mulher estiver grávida, ou seja, se a nidação já tiver acontecido, num período superior a 72 horas, não interrompe a gravidez em curso. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 É composta, comprimidos: normalmente, por dois – Um deve ser tomado o mais rapidamente possível a seguir à relação sexual, até às 72 horas. – O outro deverá ser tomado 12 a 24h após a toma do primeiro. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Bloqueia a ovulação (caso esta ainda não tenha ocorrido); Opõe-se ao deslocamento dos espermatozóides e à nidação; Pode ter mais efeitos secundários devido às doses elevadas de hormonas que contêm. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Aborto O aborto é a interrupção da gravidez. O aborto pode ser gradual ou voluntário. Em qualquer dos casos, o aborto não é um método contraceptivo. Em Portugal, desde o referendo de 2007, tornou-se possível interromper a gravidez por opção da mulher e nas condições referendadas. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Contracepção cirúrgica A contracepção cirúrgica (esterilização) resulta num impedimento permanente da libertação de gâmetas e pode ser efectuada no homem (vasectomia) ou mulher (laqueação das trompas). Nem os níveis hormonais nem a resposta sexual são afectados. – Vasectomia: corte e sutura dos canais deferentes, impedindo a passagem dos espermatozóides para a uretra. – Laqueação: corte e sutura das trompas de Falópio, interrompendo o percurso do oócito e impedindo a chegada dos espermatozóide. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Infertilidade Incapacidade temporária ou permanente em conceber um filho e em levar uma gravidez até ao seu termo natural, após um ano de relações sexuais sem contraceptivos. Segundo a OMS, a infertilidade é uma doença que atinge 15% dos casais europeus em idade reprodutiva. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Factores de sucesso na procriação Produção e libertação de espermatozóides normais e em número suficiente; Produção e libertação de oócitos II viáveis; Capacidade dos espermatozóides fecundarem os oócitos II; Existência de ovidutos onde possa ocorrer a fecundação; Existência de um endométrio normal onde possa ocorrer a nidação. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Reprodução assistida Conjunto de técnicas que visam obter uma gestação substituindo ou facilitando uma etapa deficiente no processo reprodutivo. Existem várias técnicas para o tratamento da infertilidade. As técnicas mais comuns de reprodução assistida incluem: – A inseminação artificial; – A fertilização in vitro (FIV); – A injecção intracitoplasmática (microinjecção). de espermatozóides Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Inseminação artificial ou IUI (intra-Uterine Insemination) Transferência mecânica de espermatozóides, previamente recolhidos, tratados e seleccionados, para o interior do aparelho genital feminino, na altura da ovulação. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Este método foi introduzido em Portugal em 1985, no Porto. Pode recorrer a esperma de um dador, se o homem for estéril ou portador de uma doença hereditária, potencialmente grave para o filho. Os espermatozóides podem ser crioconservados. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Fecundação in vitro 25/06/1978: 1º bebé proveta – Louise Joy Brown (Oldham, Inglaterra); – A mãe tinha as trompas de falópio obstruídas. 1986: 1º bebé proveta em Lisboa Exercício 14 pág. 50 Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Fecundação in vitro Recolha de oócitos e de espermatozóides e sua junção em laboratório. 1. Estimulação da produção de oócitos pelos ovários; 2. Recolha dos oócitos; 3. Mistura, em laboratório, de gâmetas masculinos e femininos; 4. Incubação, in vitro, do zigoto até à sua divisão (2 a 8 células); 5. Transferência do embrião ou embriões para o útero, para que se possam implantar e desenvolver. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Estimulação ovárica Utiliza-se quando ocorrem anomalias no funcionamento ovárico (devido, por exemplo, a uma lesão hipofisária): – 1ª fase: tratamento hormonal (a partir do 3º ou 5º dia do ciclo sexual) com um derivado próximo da FSH, o qual vai estimular o amadurecimento folicular. Por ecografia irão observar-se os folículos até se concluir que estes estão com o desenvolvimento necessário. – 2º fase: injecção de uma hormona sintética idêntica à LH, o que provoca a ovulação. Um pouco antes desse momento faz-se a aspiração dos folículos. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Desvantagens da estimulação ovárica Gestações múltiplas – libertação de vários oócitos; Efeitos secundários – Aplicação de hormonas sintéticas. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Injecção intracitoplasmática de espermatozóides ICSI (Intracytoplasmatic Sperm Injection) Designada normalmente por microinjecção; Bélgica: 1991; Porto: 1994; Mais de 2000 bebés; Utilizada quando os espermatozóides apresentam anomalias que os tornam inaptos para a fecundação ou quando o homem tem algum canal obstruído, seja por uma patologia congénita ou adquirida por vasectomia. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Microinjecção de um único espermatozóide directamente no citoplasma de um oócito. Seguidamente, o embrião é implantado segundo a mesma técnica utilizada na FIV. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Crioconservação de gâmetas e de embriões A conservação de espermatozóides e embriões excedentários por congelação a baixas temperaturas (geralmente recorrendo a azoto líquido, obtendo-se temperaturas abaixo dos -196ºC) é muito útil, sobretudo em situações de declínio de fertilidade. Em relação aos oócitos, a crioconservação é mais complexa visto estarem em metáfase II e ter que se garantir a integridade do fuso acromático. Isabel Dias | CEI | Biologia 12 Novas técnicas... Novos problemas... Obtenção de gâmetas fora do casal; Mães de substituição (casos de mulheres com ausência ou com anomalias congénitas do útero, casos de mulheres que sofreram histerectomia – remoção do útero); Situações de monoparentalidade; Situações de casais homossexuais; Produção de um filho de acordo com determinado padrão genético; Intervenção da clonagem na reprodução; Futuro dos embriões excedentários. Isabel Dias | CEI | Biologia 12
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