Divina Supernova
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Divina Supernova
17 O DIA ALAGOAS l 28 de julho a 3 de agosto I 2013 CULTURA redação 82 3023.2092 e-mail [email protected] A DUPLA Divina Supernova, formada por Ana Galganni e Júnior Bocão, fala sobre o seu primeiro álbum, intitulado Pulsares Francisco Ribeiro Repórter É Felipe Brasil impossível negar que o universo sempre conspirou a favor do casal Ana Galganni e Júnior Bocão. Assim como ignorar o papel da música na vida de ambos. Foi há sete anos, numa tarde fria na capital paulista, que eles se conheceram enquanto vasculhavam as prateleiras da loja de discos Baratos Afins, reduto da turma independente na cidade. “Ana já conhecia o meu trabalho como músico e eu o dela, e dali em diante demos início a uma amizade. A gente foi se envolvendo cada vez mais, produzimos alguns shows na Casa Flutuante – num especial em homenagem ao maestro Rogério Duprat – e começamos a namorar”, conta Jr. Bocão. O namoro também deu origem ao embrião do que viria a ser o Divina Supernova – uma banda que alia, com competência, talento e bom gosto musical. Três anos depois de engatarem o relacionamento, em 2009, Júnior convidou a paulista Ana para visitar sua terra natal. “A gente veio só para conhecer, mas ela se apaixonou por Maceió e decidimos vir morar aqui”, lembra o músico, que foi integrante da banda alagoana Mopho, antes de se aventurar em São Paulo. Álbum foi masterizado na Abbey Road Studios Fazendo releituras de clássicos do pop-rock e da MPB, a dupla Divina Supernova – que tem Ana na voz e flauta e Júnior no violão e voz – passou a se destacar na noite alagoana. De lá pra cá, foram quatro anos de estrada e uma “longa gestação” para que o disco Pulsares finalmente ficasse pronto. Mas a demora valeu a pena. Os músicos tiveram a oportunidade de masterizar o material nos lendários estúdios londrinos de Abbey Road Studios – famoso em todo o planeta por ter lançado álbuns de grandes bandas, como, por exemplo, The Beatles, Pink Floyd, Duran Duran e Oasis. Outra grata surpresa foi trabalharem ao lado do masterizador inglês Frank Arkwright. “A experiência foi fantástica, porque o resultado ficou incrível”, avalia Jr. Bocão. As faixas que compõem Pulsares continuam a transitar pelo estilo pop, e incorporam também samplers e beats eletrônicos. “Nós temos uma influência da música pop muito grande, mas tem uma particularidade que eu trouxe para minha voz nesse trabalho que consiste em deixá-la o mais natural possível, sem os efeitos técnicos que os cantores costumam usar nos vocais, os quais nos fazem pensar que não é uma pessoa que está cantando, mas sim um robô”, observa Ana. O disco contou com várias participações especiais, como a de Alvinho Cabral (Fino Coletivo), do tecladista Leonardo Luiz (Mopho e Messias Elétrico), de Félix Baigon (contrabaixo), do Sonic Jr. e do acordeonista francês Mathieu Lebreton. De volta a Maceió após realizar sua segunda turnê pela Europa – com quase 20 apresentações, em três países –, a dupla toca, pela primeira vez, as canções do álbum Pulsares neste domingo (28), a partir das 16h, no encerramento do Festival de Inverno da Cuscuzeria Café, na Jatiúca. Encabeçado por Ana (voz e flauta) e Jr. Bocão (voz e violão), o show de estreia também contará com a participação dos músicos Leandro Amorim (bateria), Bruno Ribeiro (contrabaixo), Marco Túlio Souza (baixo e violões) e Igor Lopez (teclado). Em entrevista a O DIA ALAGOAS, o casal falou sobre o novo trabalho, revisitou a sua trajetória e antecipou: “O disco físico vai chegar. Ele está em vias de sair da fábrica.” Confira. Alexis Limousin Música no destino A parceria de Anna Galganni e Júnior Bocão rendeu álbum que está à venda pela internet na Itunes Store e na Amazon Vocês se tornaram conhecidos por fazerem releituras de clássicos do pop-rock e da MPB. Como foi esse começo? Júnior Bocão – A gente deu início ao projeto do Divina Supernova lá em São Paulo, com o intuito de tocar as nossas músicas. Mas com a vinda a Maceió e a necessidade de que nos estabelecêssemos aqui, decidimos trabalhar na noite tocando canções que gostamos de ouvir. Unimos ao nosso repertório os meus gostos e os da Ana. Ela estudou música brasileira na Escola de Música do Estado de São Paulo (Emesp) e eu tenho uma história um pouco longa no rock e tal, além de ser mais velho, trouxe o repertório do pop-rock dos anos 1980. Como é o processo de composição das suas músicas? Vocês compõem sempre juntos, sozinhos... Ana Galganni – Algumas músicas que estão nesse primeiro disco, e outras que não entraram nele, foram escritas por nós dois. Júnior traz uma parte da letra, e eu completo. Ou então já aconteceu de ele trazer a melodia, e depois eu compor a letra. E também compomos sozinhos. Temos músicas no disco que são só dele e outras que são somente minhas. É muito livre. Júnior Bocão – Na verdade, não existe um padrão. É muito livre. É uma coisa mesmo de a inspiração chegar e a gente se sentir bem de compartilhar. Não há opressão para compor ou a necessidade de fazermos algo sempre juntos. Ana Galganni – Têm músicas que a gente quer compartilhar e têm outras que queremos dissertar sozinhos. Quais reflexões vocês buscam provocar em Pulsares? Júnior Bocão – No disco não há um tema central. Na verdade, a gente o emoldurou com esse título porque usamos muitas batidas eletrônicas e adicionamos em algumas faixas alguns sons de Pulsares (estrelas de nêutrons), que encontramos na internet. Nós achamos interessante fazer essa ilustração visual. De certo modo, o álbum conta a história de nossa relação. Durante o processo de criação, a gente não pensou num tema central, mas esse tema recorrente surgiu de forma natural, porque acabamos falando um pouco um do outro nas músicas. Canções de Liberdade compus pensando na Ana, e Saliva Lágrima, Ana escreveu pensando em mim. Não é uma intenção nossa que haja uma pauta para que as pessoas analisem a obra, porque não foi com essa intenção que a gente montou o álbum. Como se deu a opção por masterizar o disco nos lendários estúdios londrinos da Abbey Road? Contem um pouco sobre essa experiência. Júnior Bocão – Bom, foi uma obra do acaso. Como vinha buscando certas sonoridades, eu acabei chegando ao nome do Frank Arkwright, que foi quem masterizou o álbum Vegetal, da cantora francesa Émilie Simon. Eu sou fascinado pela sonoridade do disco, escuto muito o trabalho dela, e posso dizer até que é uma grande influência para o nosso trabalho. Então, através de uma rede social, entrei em contato com ele, que ouviu as nossas músicas, gostou, e decidiu se envolver no projeto. E, por acaso, descobri que o Frank estava trabalhando justamente nos estúdios da Abbey Road. Depois descobri que ele já tinha trabalhado com Duran Duran, Coldplay, Belle & Sebastian, enfim, uma infinidade de grandes bandas do pop mundial. A experiência foi fantástica, porque o resultado ficou incrível. Por que a opção de lançar o disco, primeiramente, na plataforma digital? Júnior Bocão – Como a gente está há quatro anos gestando esse disco, esperar três meses que fossem para o formato físico sair estava sendo demais. Além disso, nós já tínhamos anunciado o lançamento do álbum desde o ano passado. Mas como não conseguimos lançá-lo na época, por uma questão ou outra, decidimos que, após masterizado, colocaríamos na internet, o que também é uma forma de alcançamos certas distâncias que o disco físico demoraria mais. Acho que essa foi uma boa escolha. Apesar de muita gente no Brasil e principalmente em Alagoas, não estar acostumada a comprar esse tipo de mídia, ela só cresce pelo mundo. O consumo no país bateu recorde em 2012. E eu acho que é uma maneira muito bacana de divulgar, principalmente, de vender. Mas o disco físico vai chegar, ele está em vias de sair da fábrica, creio que dentro de um mês. Para isso, nós contamos com o apoio do Estúdio Norcal, da Secult e do restaurante Lopana. Colocamos logo na internet para saciar a nossa sede, para vê-lo na praça. E mesmo que não tenha sido algo tão planejado assim, a gente está tendo um retorno bacana. O disco está em todas as plataformas digitais, sendo distribuído pela Sony, Nokia, Itunes, Amazon.com.
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