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Dia do Motociclista – 27/07 Dez características que normalmente se encontra no pessoal considerado motociclista: 1 – Companheirismo: O motociclista é muito companheiro e solidário, gosta e têm prazer em ajudar outras pessoas, em especial seus amigos motociclistas. 2 – Pilotagem: O motociclista tem um prazer insano em pilotar sua motocicleta, dificilmente alguma outra atividade supera essa agradável sensação, mesmo com o passar dos anos esse prazer sempre permanece. 3 – Cuidados com a moto: O motociclista adora cuidar de sua motocicleta, procura mantê-la limpa e conservada, e preocupa-se muito com sua manutenção mecânica. 4 – Utilização da Motocicleta: O motociclista prefere sempre ao sair utilizar sua moto, considera o automóvel um meio de transporte trivial e necessário. 5 – Amigos motociclistas: O motociclista tem muitos amigos motociclistas, com os quais se relaciona com freqüência, mantendo essa amizade por muitos anos. 6 – Interesse pelo assunto: O motociclista gosta de saber tudo sobre o motociclismo, compra revistas, entra em sites e fóruns especializados, adora ir a lojas de motocicletas e sempre que pode vai a encontros, feiras e exposições. 7 – Espírito aventureiro: O motociclista tem um grande espírito aventureiro, adora fazer viagens com sua moto, normalmente não tem medo de adversidades como frio, chuva, poluição, etc 8 – Natureza: O motociclista é um ecologista nato, é um amante das plantas e dos animais, prefere sempre estar em locais abertos em contato direto com a natureza. 9 – Liberdade: O motociclista tem o espírito totalmente livre, é sem duvida um grande representante da humanidade em defesa dos ideais de liberdade. 10 – Emoção: O motociclista acredita que a vida não deve ser vivida somente por viver, considera vital buscar a emoção em todas as coisas que faz. O motociclista foi agraciado por Deus, recebeu uma grande dádiva, pois consegue encontrar felicidade em coisas simples, corretas e verdadeiras. Um grande abraço a todos os motociclistas Adilson Bonatto IFMR-SA Chapter Chairman South America 2007/10 www.ifmr-sa.org Gente esquisita Difícil crer que seja possível preferir o desconforto de uma motocicleta, onde se fica instavelmente instalado sobre um banquinho minúsculo, tendo que fazer peripécias para manter o equilíbrio e torcendo para que não haja areia na estrada. Como podem achar bom transportar o passageiro, dito garupa, sem nenhum conforto ou segurança, forçando o coitado a agarrar-se à pança do motociclista, sujeitando ambos a toda sorte de desconfortos, como chuva, ou mesmo aquela "ducha" de água suja jogada pelo carro que passa sobre a poça ao lado, ou de ficarem inalando aquele malcheiroso escapamento dos caminhões em uma avenida movimentada como a marginal Tietê, por exemplo, sem falar da necessidade de se utilizar capas, casacos e capacetes, mesmo naqueles dias de calor intenso. Isso tudo enquanto convivemos numa época em que os automóveis nos oferecem toda sorte de confortos e itens de segurança. Ar-condicionado, que permite que você chegue ao trabalho sem estar fedendo e suado; "air bags", barras laterais, cintos de três pontos, etc., que conferem ao passageiro uma segurança mais do que necessária; som ambiente; possibilidade de conversar com os passageiros (OS passageiros...) sem ter que gritar e assim por diante. Intrigante personagem, esse tal de motociclista. Apesar de tudo o que disse acima, vejo sempre em seus rostos um estranho e particular sorriso, que não me lembro de haver esboçado quando em meu carro, mesmo gozando de todas as facilidades de que ele dispõe. Passei, então, a prestar um pouco mais de atenção e percebi que, durante minhas viagens, motociclistas, independente de que máquinas possuíssem, cumprimentavam-se uns aos outros, apesar de aparentemente jamais terem se visto antes daquele fugaz momento, quando se cruzaram em uma dessas estradas da vida. Esquisito... Prestei mais atenção e descobri que eles frequentemente se uniam e reuniam, como se fossem amigos de longa data, daqueles que temos tão poucos e de quem gostamos tanto. Senti a solidariedade que os une. Vi também que, por baixo de muitas daquelas roupas de couro pesadas, faixas na cabeça, luvas, botas, correntes e caveiras, havia pessoas de todos os tipos, incluindo médicos, juízes, advogados, militares, etc. que, naquele momento, em nada faziam lembrar os sisudos, formais e irrepreensíveis profissionais que eram no seu dia a dia. Descobri até alguns colegas, a quem jamais imaginei ver paramentados tão estranhamente. Muito esquisito... Ao conversar com alguns deles, ouvi dos indizíveis prazeres de se "ganhar a estrada" sobre duas rodas; sobre a sensação deliciosa de se fazer novos amigos por onde se passa; da alegria da redescoberta do prazer da aventura, independente da idade; e da possibilidade de se ser livre e alegre, rompendo barreiras que existem apenas e tão somente em nossas mentes tão acostumadas à mediocridade. Vi, ouvi e meditei sobre o assunto. Mudei a minha vida... Maravilhoso personagem, esse tal de motociclista. Muitas motos eu tive, mas jamais fui um verdadeiro motociclista, erro que, em tempo, trato agora de desfazer. Mais que uma nova moto, a moto dos meus sonhos. Mais que apenas uma moto, o rompimento dos grilhões que a mim impunham o medo e o preconceito e que por tanto tempo me impediram de desfrutar de tantas aventuras e amizades. Quem sabe o tempo que perdi e as experiências que deixei de vivenciar. Se antes olhava-os com estranheza, mesmo sendo proprietário de uma moto (mas não um motociclista), vejoos agora com profunda admiração e, quando não estou junto, com uma deliciosa pontinha de inveja. O interessante, é que conheço pessoas que jamais possuíram moto, mas que estão em perfeita sintonia com o ideal motociclista. Algumas chegam até mesmo a participar de encontros e listas de discussão, não que isto seja imprescindível ou importante. O que importa é a filosofia envolvida. Hoje, minha garupa e eu, montados em nossos sonhos, planejamos, ainda timidamente, lances cada vez maiores, sempre dispostos a encontrar novos velhos amigos, que certamente nos acolherão de braços abertos. Talvez, com um pouco de sorte, encontremos algum motorista que, em seu automóvel, note e ache estranho aquele personagem que, passando em uma motocicleta, com o vento no rosto, ainda que sob chuva ou frio, mostre-se alheio a tudo e feliz, exibindo um largo e incompreensível sorriso estampado no rosto. Quem sabe ganharemos, então, mais um irmão motociclista para o nosso grupo. Fernando Drummond