construção seca - Grandes Construções
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construção seca - Grandes Construções
especial construção, infraestrutura, concessões e sustentabilidade a Feira 05 3Edição e Congresso / 2016 Internacional de Edificações & Obras de Infraestrutura Serviços, Materiais e Equipamentos CONSTRUÇÃO SECA MÉTODO CONSTRUTIVO GANHA CREDIBILIDADE E CONQUISTA MERCADO NO BRASIL Pg 3 Pg 6 Pg 10 Pg 14 A MAIOR visibilidade do mercado da CONSTRUÇÃO e INFRAESTRUTURA. A SUA EMPRESA MERECE ESTAR AQUI! REVISTA NEWSLETTER TABLET/SMARTPHONE DISPONÍVEL PARA TABLETS E SMARTPHONES ANUNCIE NA REVISTA GC MAIS DE 60 EDIÇÕES DE SUCESSO E CREDIBILIDADE WWW.GRANDESCONSTRUCOES.COM.BR 55 11 3662-4159 [email protected] SUPLEMENTO - Construção Seca Limpa, rápida, econômica, sustentável... e seca Métodos construtivos sem uso de água no canteiro, como drywall e light steel frame, crescem mesmo diante do cenário econômico desfavorável WW Construção Seca cresceu 40% no biênio 2014/2015, aumentando sua produção em 20 milhões de m² e chegando a 70 milhões/m² produzidos só em 2015 Estamos no Brasil, e é início de 2016. Há poucos dias foi divulgada a queda do Produto Interno Bruto de 2015 em 3,8% e as projeções para este ano vão na mesma linha. A construção civil foi uma das mais afetadas, com PIB negativo de 7,6%, de acordo com o IBGE. Parece estranho, mas em meio a tudo isso, tem mercado crescendo. E é no seco, ou melhor, na chamada construção seca – onde se incluem os métodos construtivos que só precisam ser montados nas obras, sem uso de argamassas ou outros ligantes. O drywall é o mais conhecido nesse nicho e também é o que melhor explica o descolamento desse mercado da econômi- ca brasileira. No biênio 2014/2015, o setor cresceu 40%, aumentando sua produção em 20 milhões de m² e chegando a 70 milhões/m² produzidos só em 2015. “Para 2016, é difícil fazer projeções, mas acreditamos em crescimento mínimo de 5%”, diz Carlos Roberto de Luca, gerente técnico da Associação Brasileira do Drywall. Segundo ele, quando a economia está boa, o setor de drywall cresce a números surpreendentes. Quando não está, como agora, cresce também, pois essa tecnologia traz velocidade para as construções e racionaliza os recursos, o que a torna atrativa para as construtoras e incorporadoras que precisam cumprir seus cronogramas. Antes de mais detalhes sobre o mercado, ele lembra que o drywall surgiu nos EUA entre o final do século IXX e início do século XX para revestir internamente estruturas de madeira na construção de casas, o chamado wood frame. Desenvolvida na Alemanha e amplamente utilizada na Europa, Estados Unidos e Canadá, a tecnologia wood frame consiste em uma forma mais eficiente, industrializada, rápida e sustentável de construção. Através do wood frame todas as paredes, lajes e cobertura podem ser produzidas em fábrica, com controle industrial de produção. Com a chegada dos altos edifícios (anos 1930) passa a ser utilizado nessas construções como revestimento interno não estrutural, utilizando perfis de aço como estrutura. Depois da Segunda Guerra Mundial, ele se popularizou na Europa, como alternativa para reconstruir as cidades destruídas pelos conflitos. Estrutura em madeira No sistema construtivo wood frame, as paredes são formadas por materiais com altíssima tecnologia e garantia de durabilidade e qualidade. Dentro da parede fica a estrutura em madeira autoclavada para proteção total contra cupim e umidade. Esta estrutura recebe o preenchimento com isolamento térmico e acústico. Em ambas as faces são fixadas chapas estruturais de OSB. Na face externa são fixadas chapas de cimento e sobre elas Março 2016 / 3 SUPLEMENTO - Construção Seca sete vezes e hoje tem um consumo 0,25 m² por habitante ano. “O potencial de crescimento é enorme. Basta ver que nos EUA são 10 m² por habitante/ ano. Tudo bem que eles são os inventores da tecnologia, mas na França, por exemplo, esse índice é de 3,8 m²/hab e no Chile, mais próximos de nós, é de 1,2m² por habitante/ ano”, diz De Luca. Outro indicativo do potencial de mercado, segundo ele, é a maior presença de fábricas locais de drywall. Agora, são sete delas, sendo que somente em 2015 foram inauguradas duas e outra está em fase de testes e inauguração prevista para este ano. Essa última, da Gypsum – antiga Lafarge e hoje controlada pelo grupo multinacional belgo Etex – será a maior fábrica de drywall da América do Sul, com capacidade de produzir 30 milhões de m² de chapas por ano. A construção dessa fábrica recebe investimentos de R$ 200 milhões. Estruturas de aço O drywall, em suma, é uma vedação, um sistema de fechamento interno de Rio de Janeiro tem a maior fábrica de drywall da América do Sul SS O Brasil hoje tem um consumo 0,25 m² por habitante ano qualquer tipo de revestimento: tijolinhos, pintura, texturas, cerâmicas, etc. As paredes internas recebem gesso sobre as chapas de OSB, dando um acabamento muito fino e oferecendo uma grande resistência e solidez às paredes. As lajes e coberturas também são produzidas em fábrica na tecnologia wood frame. Todos estes elementos recebem isolamento térmico e acústico integral. Após as lajes serem montadas na obra, ainda recebem uma camada de concreto, eliminando todo e qualquer efeito de piso de madeira. Além da rapidez e da industrialização garantida pelo wood frame, a tecnologia também traz benefícios para o meio-ambiente. Durante o processo de construção, é emitido 80% menos CO2 no processo e produzido 85% menos resíduos. No Brasil, o drywall surgiu nos anos 1970, sendo utilizado principalmente como forro substituindo as plaquetas de gesso. Com o tempo passou a ser aplicado como parede e revestimento. A partir dos anos 2000 o setor cresceu mais de XX O steel frame é um sistema construtivo a seco para construção da edificação como um todo e cuja estrutura de aço galvanizado utiliza perfis estruturais mais robustos 4 / Grandes Construções A Gypsum – antiga Lafarge e que agora pertence ao grupo belga Etex – inaugurou no início do ano uma fábrica de drywall com capacidade produtiva de 30 milhões de m² de chapas por ano. A unidade fica no polo industrial de Santa Cruz, zona Oeste do Rio de Janeiro, com o objetivo de atender principalmente as regiões Sul e Sudeste do país. “Essa é a maior fábrica de drywall da América do Sul e seguramente um dos maiores investimentos do Grupo Etex no período”, disse Philippe Rainero, presidente da Gypsum Drywall no Brasil. A fábrica deve gerar 100 empregos diretos e cerca de 450 indiretos e produzir, inicialmente, as chapas standard – resistentes à umidade e resistentes ao fogo – em diversas espessuras e dimensões. A unidade de Santa Cruz se une a outras duas fábricas do grupo já existentes no Estado de Pernambuco e que produzem chapas de gesso, massas e colas para drywall e gesso em pó. obras. Ele é formado por gesso, que reveste uma estrutura fina (de 0,50 mm de espessura) de aço galvanizado. Por isso, não tem função estrutural, como explicam os especialistas do setor. Já o ligth steel frame é um sistema construtivo a seco para construção da edificação como um todo e cuja estrutura de aço galvanizado utiliza perfis estruturais mais robustos (a partir de 0,80 mm de espessura). Foi desenvolvido a partir dos anos 1990 nos EUA, como alternativa para a construção de casas com wood frame. “Hoje ele é utilizado também para fechamento de fachadas em edifícios e a sua produção é medida e acompanhada pela cadeia do aço, como outro indicativo interessante de mercado para a construção seca”, diz De Luca. Carolina Fonseca, gerente executiva do Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA), lembra que o mercado de perfis para drywall cresceu 40% de 2013 para 2014, quando chegou a produzir 97,8 mil toneladas, como mostra a pesquisa “Cenário dos Fabricantes de Perfis Galvanizados para Light Steel Frame & Drywall”, realizada pelo CBCA. Essa pesquisa colheu dados de 26 empresas produtoras de perfis para drywall, com SS Dentro das paredes, no sistema wood frame, fica a estrutura em madeira autoclavada para proteção total contra cupim e umidade. capacidade produtiva total instalada de 148 mil toneladas. A produção de light stell frame (LSF), segundo ela, cresceu 23,5% em 2014, chegando a 45,3 mil toneladas. Para 2016, a especialista não arrisca projeções, devido ao cenário econômico, mas crê que nos próximos anos a tecnologia vai se popularizar, principalmente se uma normatização for aprovada para ela. “Temos trabalhado num núcleo específico para isso”, diz Carolina. As estruturas de perfil de aço leve, explica a executiva, podem ter alguns tipos de revestimentos/fechamentos. Começando com os revestimentos de aço mesmo, mercado que o CBCA também acompanha, as chapas obtidas através da galvanização por imersão a quente são as mais utilizadas. Nesse universo, os materiais compostos por zinco puro (275 gr/m²) são aplicados em 62% dos casos. “Mas o light stell frame pode ter diversos tipos de revestimentos/fechamentos, incluindo o próprio drywall na parte interna das edificações e as placas cimentícias nas partes externas”, diz ela. A Vetor Steel absorveu o LSF com o fechamento de placas cimentícias externamente em suas obras, por entender que a tecnologia se adequa aos outros tipos de materiais que utiliza habitualmente para construção seca, inclusive o drywall. “O light stell frame, além de possuir um perfilado mais robusto, é excelente na formação da estrutura, podendo ser utilizado em vários tipos de projetos”, diz Antônio Alberto Maria, diretor comercial da Vetor Steel. “Nos EUA, na Europa e Ásia, há edificações com mais de cinco pavimentos feitos com a tecnologia, incluindo shopping centers e galpões industrias”, completa. Ele destaca outras vantagens da tecnologia, como fundações mais econômicas, já que o peso da edificação chega a ser dez vezes menor do que o de alvenaria convencional. “Por permitir montagem rápida e construção em um terço do tempo da alvenaria, o STF confere melhor prazo de retorno de investimento. Além disso, é possível construir ambientes maiores com a mesma metragem quadrada, pois as paredes são mais finas e apresentam o mesmo desempenho térmico e acústico das paredes dos métodos convencionais”, diz Alberto Maria. Segundo ele, mesmo o light stell frame sendo uma oferta relativamente nova no país e com pouca divulgação, ele vem se popularizando e a prova disso é que em apenas uma semana a Vetor Ambientes teria recebido mais de 300 solicitações de orçamento em seguimentos de construção habitacional, comercial e de obras públicas, como hospitais e escolas. Drywall em números A) Os consumidores mundiais - Consumo por habitante nos Estados Unidos: 10 m² - Consumo por habitante na Austrália: 6,4 m² - Consumo por habitante na França: 3,8 m² - Consumo por habitante no Chile: 1,2 m² - Consumo por habitante no Brasil: 0,25 m² B) Evolução do consumo anual de chapas para drywall no Brasil 2015: 70 milhões de m² 2013: 50 milhões/m² 2010: 33 milhões/m² 2005: 13 milhões/m² 2000: 10 milhões/m² 1995: 1,7 milhão/m² Fonte: Associação Brasileira de Drywall Março 2016 / 5 SUPLEMENTO - Construção Seca Drywall é bom e é “legal” Construção Seca deve atender às normas em vigor no Brasil, em maio de 2013, que estabelecem um nível de desempenho mínimo, ao longo de sua vida útil SS O drywall atende às exigências da Norma Brasileira de Desempenho de Edifícios da ABNT NBR, principalmente no que diz respeito à resistência mecânica, isolamento acústico e resistência ao fogo O sistema construtivo drywall, utilizado nas vedações internas (paredes, forros e revestimentos) de qualquer tipo de edificação, atende plenamente as exigências da Norma Brasileira de Desempenho de Edifícios (ABNT NBR 15.5757:2013), principalmente no que diz respeito à resistência mecânica, isolamento acústico e resistência ao fogo. A norma, que entrou em vigor em maio de 2013, estabelece que terão de atender obrigatoriamente a um nível de desempenho mínimo, ao longo de uma vida útil, todos os sistemas que compõem os edifícios, como as instalações hidrossanitárias, estruturas, pisos, fachadas e coberturas, dentre outros. Essa adequação aos requisitos da norma passa, portanto, a contar como mais uma vantagem proporcionada por essa tecnologia construtiva, que ainda se destaca por 6 / Grandes Construções benefícios como leveza, rapidez de execução, precisão geométrica e dimensional, e redução na geração de resíduos, que por sua vez são 100% recicláveis. Verificando a qualidade Para assegurar ao mercado da construção civil e ao consumidor final a conformidade dos componentes dessa tecnologia construtiva às normas técnicas brasileiras, a Associação Brasileira do Drywall criou o PSQ-Drywall (Programa Setorial da Qualidade do Drywall), subordinado ao Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Hábitat (PBQP-H). Esse programa, lançado pelo governo federal, representa hoje o principal sistema de qualificação de materiais e sistemas construtivos utilizados no Brasil, juntamente com o Qualihab, em São Paulo. Será, por extensão, uma garantia adicional aos incorporadores e construtores de que os materiais utilizados nos sistemas drywall em suas obras estão de acordo com os padrões de qualidade essenciais para o seu correto desempenho e a sua segurança. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, a produção, comercialização ou utilização de produtos fora das especificações das normas técnicas é crime. As sanções previstas vão desde uma multa até a interdição total do estabelecimento ou obra, passando por infrações criminais e penais, apreensão do produto, cassação de registro, proibição de fabricação, cassação de licença e intervenção administrativa. O PBQP-H exige que todos os materiais de construção sejam submetidos a ensaios de verificação de conformidade em instituições neutras e idôneas. A Associação Drywall não só aderiu ao programa, por intermédio de suas três empresas fundadoras – Knauf Drywall, Lafarge Gypsum e Placo do Brasil – como também está liderando uma campanha, junto a todos os produtores de componentes para drywall, para que se filiem ao PSQ-Drywall e assim demonstrem ao mercado a qualidade de seus produtos. Ao cuidar da qualidade de cada um dos componentes utilizados nos sistemas em drywall, o Programa Setorial da Qualidade contribui para o crescimento sustentável e seguro do setor e valoriza os fabricantes comprometidos com a qualidade dos seus produtos. Até o momento 12 empresas aderiram ao programa. Os componentes e os respectivos fabricantes que estão sendo submetidos a ensaios são os seguintes: • Acessórios para forro - Ananda; Asfor; Knauf Drywall; Gypsum Drywall; Multiperfil; Placo; Trevo;Walsant • Chapas para Drywall - Knauf Drywall; Gypsum Drywall; Placo; Trevo • Fitas para juntas - Knauf Drywall; Gypsum Drywall; Placo • Massas para juntas - Knauf Drywall; Gypsum Drywall; Placo ; Trevo • Parafusos - Knauf Drywall; Gypsum Drywall; Placo • Perfis de aço Ananda; Barbieri; Gypsteel; KnaufDrywall; Gypsum Drywall; Multiperfil; Roll-For; Placo; Pizzinatto; Trevo. destacam: avaliação da conformidade de empresas de serviços e obras, melhoria da qualidade de materiais, formação e requalificação de mão-de-obra, normalização técnica, capacitação de laboratórios, avaliação de tecnologias inovadoras, informação ao consumidor e promoção da comunicação entre os setores envolvidos. Dessa forma, espera-se o aumento da competitividade no setor, a melhoria da qualidade de produtos e serviços, a redução de custos e a otimização do uso dos recursos públicos. O objetivo, a longo prazo, é criar um ambiente de isonomia competitiva, que propicie soluções mais baratas e de melhor qualidade para a redução do déficit habitacional no país, atendendo, em especial, a produção habitacional de interesse social. Respeito às normas Segundo especialistas, os cuidados a serem tomados na instalação de produtos da Construção Seca não diferem muito daqueles demandados pela construção convencional, embora alguns produtos exijam um conhecimento mais técnico. Recomenda-se o uso correto de equipamentos de seguranças (EPI´s), ferramentais apropriados, limpeza no ambiente de trabalho e sustentabilidade, elementos que são comuns em ambos os sistemas construtivos. Além desses precauções, exige-se, na Construção Seca, cuidados especiais que vão desde a correta especificação do pro- duto, quanto a desempenhos térmico e acústico, passando pela rígida obediência às normas técnicas vigentes para cada tipo de sistema ou produto. Apesar da superfície perfeitamente lisa proporcionar excelente acabamento de paredes e tetos e serem capazes de receber os mais variados acabamentos, é preciso sempre contratar profissionais e empresas idôneas e verificar se os materiais, como perfis e placas usados na obra, atendem à certificação do PSQ PBQP-H. Já existem diversas normas técnicas, de acordo com o tipo de produto ou sistema construtivo, tais como as normas NBR 15.758 (dividida em 3 itens: paredes, forros e revestimentos), NBR 15.217, para os perfis estruturais, e a NBR 14.715, para as chapas de drywall. Já para a questão acústica entrou em vigor recentemente a norma NBR 10.151, que fixa as condições exigíveis de ruídos em edificações. Além disso, existem outras normas que avaliam as performances dos produtos em várias situações, como resistência ao fogo, chamabilidade, resistência técnica e outros critérios que asseguram a qualidade do produto e a sua segurança. Também existem algumas resoluções que determinam o uso de produtos em alguns segmentos de mercado, como é o caso da RDC-50 que estabelece critérios para obras em estabelecimentos de saúde. Uma agenda mundial O PBQP-H, Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, é um instrumento do Governo Federal para cumprimento dos compromissos firmados pelo Brasil quando da assinatura da Carta de Istambul (Conferência do Habitat II/1996). A sua meta é organizar o setor da construção civil em torno de duas questões principais: a melhoria da qualidade do habitat e a modernização produtiva. A busca por esses objetivos envolve um conjunto de ações, entre as quais se XX Ambiente construído com drywall: versatilidade, leveza e excelente acabamento final Março 2016 / 7 3a Feira e Congresso Internacional de Edificações & Obras de Infraestrutura. Serviços, Materiais e Equipamentos CIDADES EM MOVIMENTO: SOLUÇÕES CONSTRUTIVAS PARA OS MUNICÍPIOS BRASILEIROS. co m PAVILION A CONSTRUCTION EXPO 2016 nasce do apoio direto de 135 entidades do Construbusiness e das principais construtoras do País. A feira reunirá toda a cadeia de serviços, materiais e equipamentos voltados aos segmentos da construção brasileira, afim de estimular e apoiar os municípios na realização dos projetos de infraestrutura que irão potencializar os negócios e alimentar o mercado com novas oportunidades. As empresas e municípios poderão participar da Construction Expo 2016 de 4 modos distintos: SALÕES TEMÁTICOS: um modelo inovador de demonstração de novas tecnologias, serviços, equipamentos e sistemas construtivos; FEIRAS SETORIAIS: espaços para que as entidades realizem seus eventos em um ambiente de compartilhamento de oportunidades; CONGRESSO: foco no desenvolvimento urbano, abordando temas de grande importância para os gestores e técnicos dos setores público e privado; ESTANDES EMPRESARIAIS: áreas disponíveis para que as empresas do setor da construção possam apresentar materiais, equipamentos, serviços e sistemas construtivos. Escolha o modo de participação mais adequado e participe da integração do setor da construção e dos municípios brasileiros. DE 15 A 17 DE JUNHO DE 2016 | SÃO PAULO EXPO | SÃO PAULO / SP INFORMAÇÕES E RESERVAS DE ÁREA: 11 3662-4159 | [email protected] | www.constructionexpo.com.br REALIZAÇÃO: LOCAL: SUPLEMENTO - Construção Seca SS Arenas Cariocas, no Complexo Olímpico da Barra: construção em drywall assegurou cumprimento de prazos e atendimento às exigências do COI Drywall sobe o pódio Olímpico Além de assegurar rapidez na execução das obras e cumprimento das normas exigidas pelo COI, método construtivo evitou a criação de elefantes brancos Grande parte dos equipamentos para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, foi construída com a utilização de métodos conhecidos como Construção Seca, ou drywall. O conceito e as suas diversas aplicações foram fundamentais no cumprimento dos cronogramas apertados, para evitar a criação de estruturas pesadas, com pouca utilidade e de manutenção cara – os famosos elefantes brancos. Em relação às instalações esportivas, era necessário 10 / Grandes Construções que fossem atendidos os requisitos estabelecidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e que, ao mesmo tempo, fossem respeitados os princípios de economicidade, simplicidade, sustentabilidade e respeito ao meio ambiente. O método construtivo foi usado largamente em diferentes obras do Parque Olímpico da Barra da Tijuca e em Deodoro, ao lado de outros recursos como estruturas metálicas e de concreto pré-fabricado em arquibancadas e coberturas, de forma a se obter estruturas desmontáveis. Isso permitirá o aproveitamento racional dos equipamentos ao fim das competições, como Legados para a cidade. Para empregar de forma eficiente os recursos investidos, assegurando a utilização das estruturas depois das competições, foram adotados os princípios da arquitetura nômade, inédita na esfera dos Jogos. A ideia é que instalações que não terão uso após os eventos desportivos sejam inteiramen- te desmontadas e reutilizadas na construção de equipamentos permanentes para a cidade. Um bom exemplo disso é a Arena do Futuro. Ocupando uma área de cerca de 35 mil m², as instalações, onde serão disputadas as competições de Handebol (Olímpíada) e Goalball (Paralimpíada), serão desmontadas, depois das competições e transformada em quatro escolas. A arena começou a ser construída em abril de 2014 e foi concluída em janeiro de 2015, ao custo de aproximadamente R$ 146,8 milhões. Sua capacidade é de 12 mil pessoas. Na sua construção foram utilizados perfis metálicos nas estruturas laterais, pilares principais, vigas principais da cobertura e treliças. Essas estruturas metálicas, foram inteiramente aparafusada durante a execução, dispensando-se soldagem na obra. Para as arquibancadas, lajes das áreas de circulação e degraus foram empregadas estruturas pré-moldadas de concreto, e no fechamento lateral e revestimento da fachada da arena, grandes painéis de drywall ocos, pois as instalações elétricas e hidráulicas passam por dentro deles. Arenas Cariocas Muitas vezes, a busca pela eficiência e velocidade na execução dos projetos levou seus executores a buscar soluções que combinaram tecnologias inovadoras, como o emprego de mastros de pinheiro silvestre para suportar a fachada - no caso das Arenas Cariocas - e de steel deck forrado com placas de madeira, no Centro Aquático. Esse tipo de inovação surgiu para contemplar necessidades técnicas específicas ou para possibilitar que projetos arquitetônicos diferenciados pudessem se concretizar. Projetadas para sediara as modalidades olímpicas e paraolímpicas de basquete, judô, luta estilo livre, luta greco-romana, esgrima, taekwondô (olímpicas) e basquete em cadeira de rodas, judô, bocha, rúgbi em cadeira de rodas (paralímpicas), as Arenas Cariocas possuem, juntas, capacidade de público de 25 mil pessoas. As três arenas são contíguas, porém foram previstas para trabalharem com estrutura independente. De acordo com o projetista João Luis Casagrande, o projeto estrutural seguiu a ideia do ponto único de falha para colapso progressivo. "As Arenas têm estrutura mista: em parte pré-moldada, em parte concreto moldado in loco e, na cobertura, estrutura metálica", descreve Glauco Campos Costa, da RioUrbe. As fachadas, com desenho ondulado e mais de 1 km de comprimento e 8 mil m² de superfície, têm estrutura mista: foram utilizados 285 mastros de madeira (pinheiro silvestre), com peças metálicas de aço inoxidável instaladas entre eles para garantir a estabilidade. "Os mastros de madeira variam de 7 m a 18 m de altura e são suportados por apoios de aço inoxidável, aparafusados a lajes de concreto", detalha Pedro Cavia, diretor técnico da Lanik, empresa espanhola responsável pelo projeto e execução das fachadas. As Arenas têm um fechamento anterior e uma área de circulação com 4 m de largura, limitada pelo fechamento TT Na Arena do Futuro foram utilizados perfis metálicos nas estruturas laterais, pilares principais, vigas principais da cobertura e treliças, além de grandes painéis de drywall ocos, nos fechamentos das laterais e fachadas, para receber as instalações elétricas e hidráulicas Março 2016 / 11 SUPLEMENTO - UNIVERSO Construção CONCRETO Seca externo, em chapas de alumínio anodizado e revestido com uma camada de tinta em pó, resistente à corrosão e todas as paredes internas são construídas com grandes painéis de drywall. Esses elementos asseguraram economia de energia e água em operação, gestão de resíduos durante a obra, reduzido impacto ambiental e melhoria nas condições de conforto ambiental interno. Estádio Aquático Olímpico O Estádio Aquático Olímpico é mais uma instalação temporária cujo projeto prevê sua completa desmontagem posterior. Com estrutura metálica totalmente aparafusada, o reaproveitamento dos elementos será total. Nas arquibancadas e áreas de circulação, os projetistas optaram pela combinação de estrutura em steel deck com forração de painéis impermeáveis de madeira de 30 mm de espessura - o somadeck. A inspiração veio do centro aquático de Londres, mas a solução foi inteiramente desenvolvida no Brasil. A estrutura foi dimensionada de modo a dar conta da sobrecarga na arquibancada, que trabalhará com lotação total. A cobertura, independente das arquibancadas, tem beneficiamento em fábrica e é apenas montada e aparafusada na obra. As duas piscinas principais e a piscina de aquecimento, instaladas em seção escavada no terreno, têm estrutura de suporte metálica, com revestimento em material plástico, uma espécie de manta, aprovada pelos órgãos internacionais de esportes aquáticos. O estádio abrigará 16 mil pessoas e poderá ser reaproveitado para o estabelecimento de uma arena idêntica em outro lugar ou para instalações como pavilhões de exposição Centro Internacional de Transmissões (IBC) O centro de radiodifusão centralizará o atendimento às operadoras de televisão, durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Os princípios do projeto atendem às exigências do Olympic Broadcasting Services 12 / Grandes Construções (OBS), órgão do COI responsável pelas transmissões. As fundações da instalação compreendem predominantemente estacas metálicas que formataram as estruturas de sustentação do prédio. As estruturas foram cravadas no solo por bate-estacas hidráulicos e atingiram até 40 metros de profundidade. Ao todo, foram utilizadas nas fundações 5 mil toneladas de perfis metálicos. O fechamento externo, por sua vez, foi todo estruturados em steel frame. As vedações, além disso, são associadas a materiais com funções acústicas. Já os fechamentos internos são estruturados em steel frame associados à madeira OSB. Arena da Juventude Projetada para receber as competições de Esgrima, Pentatlo Moderno, Basquete e Esgrima em Cadeira de Rodas, a arena tem capacidade de público de 5 mil pessoas, sua área construída é de 14.300 m² e o principal elemento construtivo utilizado são as estruturas metálicas tubulares. Para reduzir os custos de manutenção pós-Olímpiada, o projeto foi concebido para usufruir de ventilação e iluminação natural com a utilização de venezianas móveis e telas nas fachadas e lanternins com exaustão de ar na cobertura, além de grandes áreas sombreadas na fachada. Durante os Jogos, porém, será utilizado um sistema de ar-condicionado temporário (seguindo as exigências do COI). Sete treliças triangulares de 4,30 m de altura, ligadas estruturalmente a uma fachada formada por uma empena tramada em estrutura de aço, serão usadas para vencer os vãos que chegam a 66,50 m. A maior parte da fachada será composta por madeira plástica proveniente da reciclagem de resíduos plásticos e de madeira. O projeto contará com sete quadras esportivas em legado. SS MPC: obras contaram com várias alternativas e soluções, tais como estruturas em concreto armado, vedações em dry-wall e montagem das esquadrias de alumínio da fachada Centro Principal de Mídia (MPC) O MPC abrigará todos os profissionais de imprensa nacional e internacional credenciados para a cobertura da Olimpíada. O prédio terá 27 mil metros quadrados e também será explorado pela iniciativa privada depois de 2016. As obras estão em fase de conclusão, e contaram com várias alternativas e soluções, tais como estruturas em concreto armado, vedações em dry-wall, montagem das esquadrias de alumínio da fachada etc. O processo de execução consistiu na escavação do solo com uma perfuratriz hidráulica. Em seguida, foram realizados a introdução da ferragem e o preenchimento de concreto. Ao todo, foram construídos 410 metros lineares de paredes de contenção e executadas 200 estacas, que resultaram na utilização de 14 mil m³ de concreto e 415 mil quilos de aço. WW Estádio Aquático Olímpico: para as arquibancadas e áreas de circulação, os projetistas optaram pela combinação de estrutura em steel deck com forração de painéis impermeáveis de madeira Março 2016 / 13 entrevista Entrevista com Jorge Katchvartanian, diretor da Wall Tech Engenharia Um mundo de possibilidades Criada em 1999, a Wall Tech foi uma das primeiras a acreditar e apostar da expansão dos sistemas de construção a seco no Brasil, com ênfase na aplicação do steel frame Os engenheiros Jorge Katchvartanian e Everardo Ruiz Claudio, com vasta experiência no mercado de construção, perceberam, em 1999, a existência de uma lacuna: faltavam empresas especializadas na aplicação do steel frame e outros sistemas de construção a seco, mas começava a crescer o interesse e a demanda por parte das construtoras. Assim surgiu a Wall Tech, que cresceu em paralelo ao desenvolvimento do mercado brasileiro. Hoje, com um amplo portfólio de projetos, a empresa se tornou referência em construção, projetos e assessoria em steel frame (obras residenciais, comerciais e industriais), execução de fachadas cimentícias, paredes e forros de Drywall, paredes de alto desempenho, mezaninos, entre outras aplicações possíveis. Posteriormente, ela investiu em um departamento de projetos ampliando o portfólio de serviços, de novo percebendo a deficiência do mercado. O segredo da empresa, segundo Jorge Katchvartanian, especialista no uso do steel frame, está justamente nas equipes especializadas e dedicadas não somente na aplicação dos sistemas a seco, mas atenta a inovações e novas soluções que se integram dentro da construção civil, tema central da entrevista com Jorge Katchvartanian nesta edição. Como surgiu o conceito de Construção Seca, e que benefícios e vantagens construtivas oferece? A construção seca como conceito é a mais antiga do mundo pois as estruturas moldadas in loco com água são bem recentes. O Dry Wall como conhecemos hoje foi desenvolvido após o grande incêndio de Chicago, nos Estados Unidos, no século retrasado, que motivou o desenvolvimento de um sistema construtivo rápido e eficiente. Quais são as principais peculiaridades? O Steel Frame tem em sua concepção estrutural o aço galvanizado dobrado a frio com características estruturais. O wood frame usa perfis de madeira tratada em sua estrutura. Além do planejamento e racionalização do custo total da obra, o sistema steel frame possibilita uma economia de tempo na construção que pode chegar até 50%. Sua manutenção é outro diferencial, possibilitando o rápido retorno ao seu uso natural. Além da qualidade do sistema e excelente custo x benefício, a construção em steel frame é sustentável e ecologicamente correta, pois os produtos utilizados são na sua maioria recicláveis, não geram entulho e são industrializados com alta precisão em sua fabricação. E quais as peculiaridades do Drywall? O Drywall é um sistema industrializado de construção com estruturas de aço galvanizado e chapas de gesso acartonado, fixadas em ambos os lados. O sistema de construção a seco é empregado neste caso no interior das edificações, em forros, revestimentos, paredes não estruturais em ambientes secos e molhados. Dentre as vantagens destacam-se a agilidade de construção, versatilidade de layouts, versatilidade em desempenho térmico e acústico, menor carregamento na estrutura e fundações, fácil manutenção das instalações e etc. A tecnologia Drywall foi desenvolvida para atender as mais rígidas normas de desempenho, passando por um criterioso processo de qualidade. O método construtivo reduz o volume de material usado, mão de obra, aumentando a eficiência e produtividade da construção. Sobre o Steel Frame, o sistema é aplicado no País em toda a sua potencialidade? Sem dúvida. Os sistemas usam normas e métodos prescritivos internacionais. Os quesitos de desempenho, durabilidade, estanqueidade exigidos são os mesmos de uma construção 14 / Grandes Construções XX Prédio em dois pavimentos, em fase de montagem, usando sistemas de drywall... convencional, e apresenta o mesmo desempenho de qualquer método construtivo usado no País. Na sua opinião, há um controle de qualidade adequado do produto nacional? Não, infelizmente temos no mercado produtos não conformes. Porém temos associações trabalhando fortemente para tirar dos mercados estes produtos. Construtores e usuários já são familiarizados com os sistemas e suas características? Ainda há muito que se divulgar. O sistema traz uma série de vantagens que precisam estar inseridas no cotidiano das futuras construções do país. Ainda há alguma resistência, porém ano a ano as resistências vão sendo superadas. No entanto, ressalto que para ampliar o espectro da solução, em âmbito nacional, seria importante a criação de uma norma nacional para o steel frame, o que está em andamento. Arquitetos, projetistas, e construtoras brasileira já detém o conhecimento suficiente para utilizar o sistema de maneira natural? Existem várias possibilidades de aprendizado, no mercado, para estes profissionais. Além disso o sistema não tem restrições, em termos de especificações, e permite ao arquiteto criar livremente seu projeto. Creio que a construção seca já representa uma nova realidade caracterizando o conceito de construção industrializada, com todos os seus benefícios. E a meu ver, o Brasil hoje é um dos maiores incentivadores do sistema, e o seu crescimento é exponencial. O Brasil já possui um mercado de empresas fornecedoras de insumos e serviços que atendam ao crescimento da demanda? Sim, hoje a quase totalidade dos in- sumos são de fabricação nacional. Em termos de custo do sistema, se comparada com a construção formalizada, pode-se dizer que é muita competitiva em todos os aspectos. Para que obras são mais indicadas? O sistema está inserido em todos os seguimentos das construções. Permite executar desde uma construção de múltiplos pavimentos, lojas, lanchonetes, residências, galpões, fachadas, mezaninos, sempre com o conceito de rapidez, segurança, leveza e industrialização da construção. A Construction Expo dever ser uma oportunidade para difundir essa aplicação? Com certeza. A feira terá um pavilhão interativo e dinâmico onde os convidados poderão tomar contato com os aspectos teóricos e práticos do sistema, além de tirar todas as suas dúvidas. Será uma oportunidade singular para integrar usuários e as empresas do setor. Claro que existem já alguns cursos disponíveis e associações trabalhando por essa tecnologia. Mas uma feira como a Construction Expo é uma oportunidade única de interação com o público, que ninguém deve perder. WW ... e depois de construído com todos os acabamentos instalados Março 2016 / 15