Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de
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Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de
ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD Objetivo e Métodos: Esta análise examina evidências epidemiológicas relacionadas ao câncer na indústria do alumínio primário, onde a maioria do que se sabe está relacionado com as operações Söderberg ou operações combinadas de Söderberg/prebake. Resultados e Conclusões: riscos crescentes de câncer de pulmão e de bexiga têm sido relatados em trabalhadores do sistema Söderberg de diversos países, mas não em todos. Após o ajuste para o tabagismo, esses riscos de câncer ainda aumentam com a exposição acumulada a Benzo(a)pireno, utilizada como um índice de exposição a voláteis de piche de alcatrão. Tem sido reunida evidência limitada em várias coortes com respeito ao aumento do risco de tumores em outros órgãos, incluindo estômago, pâncreas, reto/junção retossigmóide, laringe, cavidade bucal/faringe, rim, cérebro/sistema nervoso, próstata e tecidos linfáticos/hematopoiéticos (em particular, linfoma não-Hodgkin, doença de Hodgkin, e leucemia). No entanto, para a maioria dessas áreas de tumor, a relação com exposições específicas não foi demonstrada de forma clara e um maior acompanhamento dos trabalhadores se justifica. A alumina é extraída do minério de bauxita e o metal alumínio é produzido pela eletrólise da alumina dissolvida num banho principalmente de fluoreto de alumínio fundido e criolita. A eletrólise ocorre em "cubas", as quais existem basicamente de dois tipos (Fig. 1). Essas cubas são alojadas em uma sala de cubas. As variações do "tipo de anodo prebake" são de quebra central e quebra lateral (VS) e as variações do "tipo de anodo Söderberg são em pinos verticais e horizontais (HSS). Nas plantas do tipo pre-bake, vários blocos de anodos prebake são alinhados em duas alas. Estes anodos de carbono são fabricados fora da sala de cubas na "planta de anodos". Os anodos são feitos de carbono puro, que geralmente é o coque de petróleo finamente moído, aquecido e misturado com um material ligante de piche quente sob pressão, moldados em blocos e "cozidos" num forno a cerca de 1100◦ C. Esses blocos são, em seguida, fixados em "cabides condutores" ("pendurados") de modo que possam ser colocados no interior das cubas. Os anodos consumidos durante o processo eletrolítico são substituídos quando estão quase queimados. No anodo do tipo quebra central, a alumina é adicionada à criolita fundida no centro, entre as duas linhas de anodos, depois de romper uma massa de resíduo que flutua no banho fundido. A alumina é alimentada continuamente ou em intervalos, o que pode ser feito sem se abrir a tampa colocada sobre a cuba. Na célula de quebra lateral, a quebra de crosta é feita entre os anodos e a parede da célula; e as tampas devem ser abertas para este fim, o que reduz a eficiência do recolhimento de fumos. As tampas nos dois tipos são projetadas para extrair os gases e vapores liberados durante a eletrólise. Nas cubas Söderberg, a pasta de piche e coque de petróleo é derramada em uma peça fundida de aço pendurada acima da cuba. Os anodos são, assim, produzidos continuamente a partir dessa pasta de anodo, que é "cozida", in-situ, pelo calor do Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 1 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD processo eletrolítico. Na cuba do tipo pino vertical, a corrente entra na célula por meio de pinos de aço verticais (studs) que prendem o anodo no lugar. Os vapores são recolhidos nas laterais da cuba a partir da parte inferior da estrutura de ferro fundido em torno do anodo (a saia). Ravier estimou que nos anos 1970s, entre 5% e 40% de vapor escapava na atmosfera das salas de cubas. Com esse tipo de célula, há apenas um grande anodo. No tipo pino horizontal, os pinos penetram no anodo pela parte lateral, para que a cuba inteira seja coberta por uma tampa para coleta dos gases e vapores liberados. Em todos os tipos de cubas, o catodo é feito de aço isolado revestido com carbono. Com o tipo de anodo prebake, a principal exposição a hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs) ocorre durante a fabricação do anodo, ao passo que numa planta Söderberg, todos os trabalhadores podem ser expostos a HAPs durante a operação da célula. Como os anodos usados em células prebake são "cozidos" antes de serem colocados nas cubas são passíveis de liberar níveis baixos de HAPs, se for o caso, durante o processo eletrolítico. Trabalhadores de ambos os tipos de salas de cubas estão sujeitos a exposição ao calor, alumina, carvão e poeira de criolita, monóxido e dióxido de carbono, voláteis de piche de alcatrão (CTPVs), fluoreto de hidrogênio e outros fluoretos, dióxido de enxofre e aos campos magnéticos altamente estáticos. Dependendo das operações auxiliares da planta, os trabalhadores podem se expor a uma grande variedade de outros agentes, incluindo cloretos, metais (por exemplo, berílio, cádmio, cromo, cobre, mercúrio, níquel e vanádio), soda cáustica e sílica cristalina. Os trabalhadores envolvidos na operação de revestimento de cuba também podem ser expostos a alcatrão e fluoretos e, em alguns casos, ao amianto usado para o isolamento da cuba. As cubas e a melhoria das condições de trabalho nas salas de cubas foram descritos por vários autores1-4. Contaminantes típicos do ar e estresses físicos encontrados na indústria do alumínio também foram previamente analisados com algum detalhe5. CTPVs e HAPs Os voláteis de piche de alcatrão (CTPVs) têm merecido atenção na investigação em salas de cubas e plantas de anodos. Mais de 100 HAPs foram identificados em plantas de redução do alumínio primário e a maioria se origina do piche de alcatrão utilizado como aglutinante em anodos de carbono6. A composição dos anodos varia, entre 25% a 30% de piche misturado com o coque calcinado de Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 2 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD petróleo, com proporções que dependem das propriedades da matéria-prima. O piche contém até 20% de HAPs, sendo que 19 HAPs são comumente encontrados na atmosfera das plantas de fundição do alumínio, que inclui um cancerígeno humano comprovado, uma substância cancerígena provavelmente cancerígena e sete HAPs classificados como possivelmente carcinogênicos para humanos (em abril de 2013, de acordo com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC, International Agency for Research on Cancer). Verificou-se que a concentração de Benzo(a)pireno não se correlacionava bem com as concentrações de certos HAPs mais voláteis, mas se correlacionava extremamente bem com a fasede particulados de substâncias carcinogênicas conhecidas. Os autores desse estudo concluíram que o Benzo(a)pireno era um excelente índice de exposição aos HAPs totais e também aos 18 outros HAPs emitidos na planta de fundição estudada do sistema Söderberg6. Também descobriram que as proporções das concentrações de vários HAPs em relação à concentração de Benzo(a)pireno mostrou estabilidade notável, com o local de trabalho, dia e época, considerando que nenhuma grande mudança foi feita nas condições do processo eletrolítico ou no piche de alcatrão usado para fabricar os eletrodos do processo6. As concentrações típicas de Benzo(a)pireno medidas na indústria de alumínio variam de acordo com o processo, com as concentrações mais baixas medidas nas plantas prebake (0,02-0,05 μg / m3 em uma planta prebake da Noruega em meados dos anos 1970s) e os mais altos em volta dos trabalhadores que manuseiam eletrodos (médias geométricas perto de 37 μg / m 3 na década de 1990 mostrds em um país) (ver Tabela 1). Kreyberg13 parece ser o primeiro a sugerir que a exposição a Benzo(a)pireno a partir do piche de alcatrão em eletrodos usados na indústria do alumínio pode representar um risco de câncer de pulmão a seus trabalhadores. Desde então, tem havido várias análises sobre os riscos associados à exposição a HAPs na indústria de produção do alumínio primário 2,3,14 e em uma ampla gama de indústrias, onde HAPs são encontrados15,16. O risco de câncer de pulmão por exposição residencial a HAP foi examinado usando-se Benzo(a)pireno como um índice de exposição 17-19. Essas estimativas foram baseadas em estudos ocupacionais envolvendo exposições a CTPV que incluíram a indústria de redução do alumínio primário. Armstrong et al 19 traduziram os riscos de câncer de pulmão ao longo da vida calculados por Gibbs 17, com base em estudos de oito indústrias envolvendo exposições ao HAP, nas mesmas unidades de proporções de risco que aplicaram em uma meta-análise de cerca de Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 3 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD 39 estudos. FIGURA 1. Vários tipos de células de redução de alumínio (cubas). 39 estudos. As proporções de risco resultantes para tais indústrias variaram de 1,02 a 1,58, que foram semelhantes à sua própria meta-estimativa de 1,20 (1,11 a 1,29). As médias estimadas para o forno de coque e plantas de fundição de alumínio na análise de Armstrong et al19 também foram muito semelhantes (1,17 e 1,16),e que na análise de Gibbs, teria sido de 1,2717. Uma análise mais recente envolvendo 677 óbitos por câncer de pulmão e usando um modelo linear baseado no estudo de acompanhamento de plantas de fundição de alumínio de Quebec até Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 4 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD 1999, apontou um risco relativo (RR) de 1,35 (Intervalo de confiança [IC] 95% = 1,22-1,51) a 100 μg/m3 B (a)P-anos, o que foi um pouco maior do que o da metaanálise e os valores anteriores de Gibbs20. Os melhores modelos de adequação foram uma ranhura cúbica de dois nós (two-knot cubic spline)e uma curva de potência (RR = (1 = bx)p), tendo a última um RR de 2,68 a 100 μg/m3 Benzo(a)pireno-anos. Com base em 147 óbitos por câncer de pulmão em trabalhadores do alumínio na British Columbia, verificou-se que um modelo de dose-resposta log-log melhor descreveu o risco de câncer de pulmão e um modelo Benzo(a)pireno log-linear ofereceu o melhor ajuste para o câncer de bexiga. Nenhum outro risco de câncer associado ao Benzo(a)pireno parece ter sido modelado com a exposição a CTPVs na indústria do alumínio. Outras exposições Ambas as exposições, CTPVs e HAPs, derivam principalmente de eletrodos, mas as emissões das salas de cubas também derivam dos banhos de criolita (que contêm sais de alumínio com fluoretos), a partir da alumina (óxido de alumínio e vários elementos) e de outras operações durante o processo de fundição. As exposições relatadas são variadas: fluoretos de alumínio, partículas fibrosas de tetrafluoreto de alumínio sódico, fluoreto de cálcio, dióxido de enxofre, monóxido e dióxido de carbono, gás de cloro, oligometais (por exemplo, berílio, cádmio, cromo, cobre, vanádio, mercúrio e níquel), sílica e fenóis5,22. Partículas respiráveis e torácicas medidas em uma planta de fundição de alumínio norueguesa revelaram maior abundância de partículas grandes (diâmetro de ≥500 nm) na atmosfera da sala de cubas Söderberg, em comparação com as da salas de cubas prebake. A maior proporção de partículas encontradas em ambos os tipos de salas de cubas foi a mistura óxido de alumínio-criolita (65% das partículas na sala de cubas prebake e 45% no tipo Söderberg). A proporção de todas as partículas de óxidos de alumínio, fuligem e silicatos na sala de cubas Söderberg era pelo menos o dobro da sala de cubas prebake. Óxidos de bronze e ferro/ titânio também foram encontrados em pequenas quantidades 23. Concentrações de berílio (em torno de um centésimo a um décimo do valor limite de 2 μg/m3) também foram medidos em plantas de fundição de alumínio na Noruega24 e nos Estados Unidos25. As concentrações mais elevadas foram em uma sala de cubas prebake, onde foi utilizada alumina da Jamaica24. Duas outras exposições são relatadas regularmente, mas são raramente estudadas no tocante a câncer na indústria do alumínio: calor e campos magnéticos estáticos e alternados5,26. O calor extremo é um risco bem conhecido Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 5 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD no processo de fundição de metais e não é considerado cancerígeno como tal. No entanto, pode causar desidratação, o que evita a diluição e a eliminação de substâncias cancerígenas, podendo aumentar a sua retenção e o desequilíbrio de mioglobina em órgãos tais como a bexiga27 e o cólon28. A desidratação também predispõe a prisão de ventre e infecções das vias urinárias, assim como o câncer de bexiga e talvez do cólon. Campos magnéticos estáticos de extremabaixa frequência, entre 0,1 e 10 mT, também têm sido relatados em salas de cubas29. Estudos anteriores Desde os meados dos anos 1970s, tem havido vários estudos sobre riscos de câncer, como parte de publicações sobre a indústria de produção do alumínio primário, porém o número de estudos sistemáticos é pequeno. Em 1981, Simonato30 elaborou uma revisão epidemiológica geral bastante minuciosa dos riscos de câncer nessa indústria e relatou estudos na Rússia, nos Estados Unidos, no Canadá e na Itália conduzidos antes daquela época. Ele concluiu que os dados eram consistentes com uma associação entre a produção de alumínio em plantas Söderberg e câncer de pulmão, mas constatou que os dados sugerindo associações com câncer de pele e linfomas eram inconclusivos e requeriam uma investigação mais aprofundada. Logo após esse estudo veio a revisão da em 1984 sobre os riscos de câncer relacionados com o processo do alumínio2. Consideraram que os dados ofereciam evidências limitadas de que certas exposições na indústria do alumínio eram cancerígenas para seres humanos, dando origem ao câncer de pulmão e bexiga2, apontando "vapores de piche" como um possível agente causador. Também concluíram que, à época, não havia evidências suficientes de câncer hematopoiético e pancreático, mas mencionaram a leucemia e o linfossarcoma/reticulosarcoma como ocorrências em estudos isolados. Em 1987, essa análise foi atualizada para "exposições ocupacionais durante a produção de alumínio são cancerígenas para seres humanos" (grupo 1)31. Em 2010, o grupo de trabalho da IARC sobre HAPs classificou as "exposições ocupacionais durante a fabricação do eletrodo de carbono", como provavelmente cancerígenas para seres humanos (grupo 2A)32. A evidência disponível foi analisada, a partir de 1991, por autores noruegueses, cuja conclusão foi a de que o processo Söderberg estava associado ao câncer de bexiga e que a exposição ao alcatrão na indústria do alumínio estava vinculada ao Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 6 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD câncer de pulmão. Também indicaram que pode haver um aumento do risco de leucemia e câncer de pâncreas entre os trabalhadores de sala de cubas e de câncer renal e cerebral na produção do alumínio em geral3. Uma outra revisão de estudos da mortalidade em plantas de redução de alumínio publicado em 1993 concluiu que não havia “... no momento, provas convincentes de respaldo aos efeitos cancerígenos em trabalhadores em atuação na produção industrial de alumínio"33. Uma crítica válida naquela época era a de que os estudos não tinham considerado o efeito do tabagismo no estudo do câncer de pulmão. No entanto, isso agora tem sido contemplado em vários estudos. Em 1997, como parte de um estudo sobre a exposição ocupacional e ambiental aos HAPs, os riscos foram examinados em várias indústrias, incluindo a indústria de redução do alumínio34. Neste último, fez-se um esforço para distinguir entre plantas Söderberg e prebake. Eles fizeram uma lista dos seguintes tipos de câncer com ocorrência ligada a operações prebake: respiratório, bexiga, rim e pulmão e, em plantas Söderberg: câncer de pulmão, laringe, bexiga e rim. Em 1998, outra revisão sobre os riscos de câncer especificamente na indústria do alumínio primário foi realizada14. Os cânceres de pulmão, traquéia, brônquios e bexiga foram apontados como estando associados à atividade na indústria, merecendo investigação mais apurada, os cânceres de pâncreas, rim, estômago, cérebro, doença de Hodgkin, linfomas não-Hodgkin (NHL) e leucemia. Dez anos depois, os estudos disponíveis em 2005 foram revistos16 e uma meta-análise foi produzida sobre os cânceres respiratório e do trato urinário. Essa análise examinou 15 publicações sobre a indústria do alumínio, em que estavam incluídos nove estudos de coorte, mas combinava os resultados de oito. Os autores, porém, não diferenciaram os resultados entre os processos Söderberg e prebake e agruparam resultados de mortalidade e incidência. Por exemplo, eles trataram o estudo americano35 como uma coorte em vez de várias coortes de diferentes tipos de plantas, como descrito pelos autores originais, e só interpretaram parcialmente os estudos noruegueses36, não mencionando que havia plantas Söderberg com ocorrência elevada de câncer de pulmão, em comparação com as incidências locais para a mesma doença. Concluíram que não havia risco excessivo de câncer de pulmão/respiratório em trabalhadores da indústria do alumínio, com base em 688 casos de nove estudos (meta-RR = 1,03; 95% IC = 0,96-1,11); o teste para a heterogeneidade entre esses estudos foi, entretanto, estatisticamente significativo. Os autores observaram um excesso considerável de câncer de bexiga na produção do alumínio primário (meta-RR = 1,29; 95% IC = 1,12 a 1,49), a partir de oito estudos não heterogêneos. Além disso, reconhece-se bem que, em grandes populações, o excesso pode ser pequeno de uma forma geral, mas em subconjuntos podem mostrar um risco significativo. As categorias de alta Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 7 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD exposição dos trabalhadores nesses vários estudos não foram combinadas para determinar se eles mostraram qualquer excesso, de forma que muito pouco, ou nenhum peso, pode ser dado a esses resultados combinados. Experiência mundial Embora os processos usados em vários países sejam essencialmente os mesmos, as fontes de matérias-primas e as condições operacionais das várias plantas podem ser diferentes. Em vista disso, considerou-se útil examinar o que se sabe sobre os riscos de câncer em vários países e, em seguida, combinar a experiência para entender melhor quais riscos existem de uma forma geral na indústria de produção do alumínio primário. A Tabela 2 resume os estudos publicados e disponíveis com as coortes, por país ou continente de origem do estudo, e a Tabela 3 apresenta um resumo das associações encontradas para os tipos selecionados de câncer. Austrália Fritschi e colegas62,63 mostrram a mortalidade e a incidência de câncer em mineradores de bauxita e trabalhadores de uma refinaria de alumina na Austrália, que tem 40% das reservas de bauxita do mundo. O grupo incluiu 5.828 homens empregados por mais de três meses desde 1983 e foi acompanhado até 2000. Houve um aumento significativo de mortalidade por mesotelioma maligno da pleura e um maior risco de melanoma, mas o último não estava relacionado à duração do trabalho na produção ou na manutenção. Embora o período de acompanhamento do estudo seja relativamente curto (menos de 20 anos), ele é importante porque examinou uma das matérias-primas utilizadas no processo de produção do alumínio. O grupo apresentou menor risco de câncer linfohematopoiético incidental. Um estudo realizado por Sim e colegas 37 em duas plantas de fundição prebake na Austrália mostrou o mesotelioma como a única forma significativa de causa crescente de óbitos. As mortes por câncer de próstata foram significativamente elevadas naqueles que tinham trabalhado por mais de 20 anos na produção (razão de mortalidade padronizada [SMR] = 239) ou na manutenção (SMR = 367). Houve uma incidência superior estatisticamente significativa de câncer de estômago (razão de incidência padronizada [SIR] = 195) entre todos os trabalhadores da fundição e trabalhadores 100% de escritório (NT: sempre foram de escritório), de mesotelioma em geral (SIR = 241) e em trabalhadores Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 8 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD exclusivamente de produção (SIR = 298); de câncer de rim em geral (SIR = 199) e em trabalhadores específicos de produção (SIR = 239) e de escritório (SIR = 287) e câncer urinário em trabalhadores em geral (SIR = 145) e nos da produção (SIR = 168). Eles não encontraram nenhuma tendência de relação com a duração da atividade, para o câncer de estômago ou câncer urinário e nenhum caso de câncer de pâncreas. Esta coorte era jovem, com quase 25% de pessoas-anos de observação, desde 1998. Ambas as plantas prebake tinham áreas de produção de anodos, mas não está claro se os trabalhadores dessas plantas foram incluídos na população de estudo37. A relação entre a mortalidade e a incidência de câncer ajustada ao tabagismo nessas mesmas duas plantas prebake e de fração solúvel em benzeno (chamada de materiais solúveis em benzeno [BSM] em outros estudos), Benzo(a)pireno, flúor e poeira inalável mostrou relações monótonas entre câncer respiratório e poeira inalável acumulada, exposição acumulada ao flúor e exposição acumulada a Benzo(a)pireno, nenhuma delas estatisticamente significativa. Eles também relataram uma tendência monotônica não estatisticamente significativa para o câncer de estômago, câncer de bexiga, mas não foi associada nem com a fração Benzo(a)pireno ou a fração solúvel em benzeno. Nenhum outro resultado foi associado às exposições. Os valores de tendência encontrados nesse estudo não são muito convincentes com respeito a nenhuma forte relação. Como a coorte ainda é jovem, as informações de acompanhamento, sumarizadas e úteis, precisarão aguardar um novo estudo. A coorte australiana é interessante porque representa uma das poucas operações puramente prebake no mundo, que foi estudada epidemiologicamente. Canadá Gibbs e colegas publicaram vários estudos de algumas coortes de trabalhadores de plantas de fundição de alumínio em Quebec41,46. A sua primeira publicação mostrou que a mortalidade por câncer de pulmão aumentou de 101,5 em homens com nenhum ano de exposição ao alcatrão para 271,2 para aqueles com 21 anos ou mais de exposição ao alcatrão, sem ajuste para o tabagismo. No entanto, em um estudo posterior, Armstrong e colegas 65 mostraram que o excesso não foi devido ao tabagismo, e as relações relação exposição-resposta foram demonstradas utilizando BSM (NT: v. pg 7 - Material Solúvel em Benzeno) e Benzo(a)pireno como índices de exposição a CTPVs (NT: Voláteis de Piche de Alcatrão). Esse estudo de caso-coorte ( case-cohort study) resultou em uma taxa de razão de 1,25 e um risco ao longo da vida de 2,2%, após 40 anos de exposição a 2 mg /m3 de BSM, embora os riscos previstos (taxa de razão e ao longo da vida) Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 9 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD tenham sido de 1,4% e 3,8%, utilizando um modelo curvilíneo. Esse estudo serviu de base para a eventual aplicação do modelo da probabilidade de causalidade para indenizar trabalhadores expostos a CTPVs na indústria do alumínio 66. Em mais um estudo de acompanhamento de 1977 42,67, Gibbs e colegas descobriram que todos os tipos de câncer, câncer de estômago e esôfago, pulmão e outros tumores malignos combinados estavam aumentados de forma estatisiticamente significativa em trabalhadores já expostos ao alcatrão e que os cânceres de esôfago e estômago, órgãos urinários e bexiga pareciam aumentar com a elevação do número de anos de exposição ao alcatrão. No final de 1970 e início de 1980, outros pesquisadores canadenses suspeitaram do crescente risco de incidência de câncer de bexiga68,69, e, em 1984, Theriault e colegas70 relataram um estudo caso-controle com 488 casos de câncer de bexiga ocorridos entre 1970 e 1979, em hospitais nos arredores de plantas de fundição de alumínio em Quebec. Dos 96 casos de câncer de bexiga identificados como empregados, 85 foram selecionados para o estudo, pois haviam trabalhado por mais de 12 meses. O tempo médio de latência entre o primeiro emprego e o diagnóstico foi de 23,9 anos. Uma proporção maior de casos do que de controles eram fumantes e a razão de probabilidade (OR) para trabalhadores em salas de cubas Söderberg estava significativamente aumentada com OR não ajustada de 2,7 (IC 95% = 1,64 a 4,43). A OR para trabalhadores expostos a 20 BSM-anos ou mais foi de 7,22 e para 20 Benzo(a)pireno-anos ou mais foi de 12,3870. Numa análise quantitativa posterior da exposição71, foi mostrado que o RR para o câncer de bexiga aumentava com a exposição acumulada a BSM e Benzo(a)pireno e foi significativo para Benzo(a)pireno (P < 0,001). O RR foi estimado em 3,3 para uma exposição acumulada de 100 μg/m3 Benzo(a)pireno-anos. Os mesmos pesquisadores descobriram que as ORs para câncer de bexiga seriam mais altas para homens empregados por mais de um ano na planta de anodo, mas sem nenhuma tendência relação exposição-resposta, após ajuste para o tabagismo e o trabalho em plantas Söderberg. O mesmo resultado foi observado para o período de trabalho em operações prebake72. Gibbs e colegas43,44,60 publicaram estudos mais recentes sobre as coortes de Quebec, abrangendo os anos de 1950 a 1999 para a mortalidade, e de 1980 a 1999 para a incidência de câncer. Entre os trabalhadores contratados antes de 1950/1951, observou-se um excesso estatisticamente bastante significativo de todos os cânceres, câncer do sistema digestivo, câncer de bexiga, câncer de pulmão e câncer de estômago, e o número de mortes por câncer de reto e junção retossigmóide, pâncreas e laringe, foi maior que o esperado de forma estatisticamente significativa em uma planta. Houve uma tendência altamente significativa da razão de mortalidade padronizada (SMR com um índice de Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 10 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD exposição a Benzo(a)pireno para câncer de pulmão (P < 0,001) e câncer de bexiga (P < 0,001). A tendência para o câncer de reto e junção retossigmóide foi quase significativa (P = 0,06). As coortes mais recentes, são compostas por 9.158 homens e 686 mulheres, contratados em plantas Söderberg, e 588 homens e 42 mulheres em uma planta prebake com mais de um ano de tempo no emprego. Entre os trabalhadores contratados após 1950/1951 em plantas Söderberg, havia aumentos não estatisticamente significativos na mortalidade por câncer de esôfago, reto e junção retossigmóide, pâncreas (em uma planta apenas), câncer respiratório, câncer de laringe, pulmão, traquéia e brônquios, cérebro, e linfomas não-Hodgkin (NHL), mas não de estômago. O risco de câncer de pâncreas relativamente alto em uma planta não pareceu estar relacionado com níveis de exposição a Benzo(a)pireno. O número de mortes de mulheres e homens da planta prebake era baixo demais para se chegar a qualquer conclusão60. A incidência de câncer até 1999 para os trabalhadores nas coortes selecionadas de plantas Söderberg (coortes contratadas antes de 1950/1951 e depois de 1950/1951 descritas anteriormente) mostrou que o número de casos ficou acima das expectativas para câncer de estômago (SIR = 122,8), cavidade bucal e câncer de faringe (SIR = 116,5), câncer do intestino delgado (SIR = 125,0) e câncer de reto e junção retossigmóide (SIR = 121,6), vesícula biliar (SIR = 112.2), pâncreas (SIR = 115,8), peritônio (SIR = 206,9), laringe (SIR = 132,2), o brônquio do pulmão e traqueia (SIR = 120,0), pleura (SIR = 137,0), bexiga (SIR = 181,7), cérebro e sistema nervoso (SIR = 123,2), ossos (SIR = 136,4) e doença de Hodgkin (SIR = 110,1). Os cânceres de pulmão e bexiga aumentavam com a maior exposição acumulada ao Benzo(a)pireno e o mesmo ocorreu com o câncer de laringe e de cavidade bucal. As razões de incidência padronizadas (SIRs) dos sistemas linfático e hematopoiético, incluindo os linfomas não-Hodgkin, foram elevadas para todos as coortes pós-1950, mas não para os homens contratados antes de 1950. Isto sugere que, ou esse tipo de câncer surgiu por causa de riscos concorrentes, ou é um "câncer novo" que merece atenção. A leucemia linfática e mieloide, que ficou abaixo dos níveis esperados nas coortes pré-1950, agora estavam acima dos níveis esperados nas coortes pós-1950 (SIR = 115)44. Houve apenas uma planta prebake de anodos com um número muito baixo de casos, mas se registrou mais casos de câncer de cérebro do que o esperado (SIR = 419.7, com base em dois casos apenas). Foi feito um acompanhamento das mesmas coortes e outras coortes até 2004, mas os resultados ainda não foram publicados. No entanto, este último acompanhamento não revelou cânceres cerebrais adicionais nessa coorte. Spinelli e colegas39 estudaram a mortalidade e a incidência de câncer em trabalhadores do sexo masculino com mais de cinco anos de trabalho em uma planta vertical de fundição de alumínio do tipo Söderberg em British Columbia. Esse estudo identificou 338 óbitos e a incidência de 158 cânceres. Houve taxas Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 11 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD significativamente elevadas de incidência de câncer de bexiga e de mortalidade por câncer de cérebro. O risco de câncer de bexiga estava associado à exposição acumulada a voláteis de piche de alcatrão (CTPV), assim como para o risco de câncer do pulmão (com uma tendência para uma significância limítrofe), embora a taxa de câncer de pulmão fosse semelhante à da população de British Columbia. Os riscos de câncer de pulmão e câncer de bexiga não se alteraram, quando o tabagismo foi levado em conta. O risco de linfoma não-Hodgkin e de câncer de rim também aumentou com a exposição aos voláteis de piche de alcatrão, embora as taxas globais fossem as mesmas da população em geral, porém com valores baixos. Em 2006, Spinelli e colegas40 publicaram uma atualização histórica de 14 anos da sua coorte inicial (Tabela 2). A mortalidade e a incidência de câncer foram comparadas com os dados da população da British Columbia, e foi aplicada a regressão de Poisson para analisar o risco de exposição acumulada utilizando como índices a exposição a materiais solúveis em benzeno (BSMs) e o Benzo(a)pireno. A mortalidade geral por todas as causas foi menor do que a da província e a mortalidade por todos os tipos de câncer foi semelhante à da população geral da British Columbia. Não foi observado aumento significativo de mortalidade por nenhuma causa. Para os cânceres com mais de uma morte observada, não foi relatado um aumento significativo de mortalidade para os cânceres de orofaringe (SMR = 2,38), pâncreas (SMR = 1.22), pleura (SMR = 1,98), cérebro (SMR = 1,54), estômago (SMR = 1.4) e bexiga (SMR = 1,39) e NHL (SMR = 1.1). Para a incidência de câncer, houve um aumento estatisticamente significativo de câncer de bexiga (SIR = 1.8) e estômago (SIR = 1,46). A elevação não significativa de câncer foi relatada para as seguintes localizações: lábio (SIR = 1,58), nasofaringe (SIR = 1,80), pâncreas (SIR = 1,25), pleura (SIR = 2.22), mama masculina (SIR = 2.11), testículo (SIR = 1.12), cérebro (SMR = 1,48) e pulmão (1,10). Spinelli e colegas73 também relataram que os cânceres de estômago, pulmão, bexiga, rim e linfoma não-Hodgkin mostraram uma tendência de aumento estatisticamente significativa com a elevação cumulativa de exposições a Benzo(a)pireno e BSM. Estimativas validadas de BSM e Benzo(a)pireno foram usadas para examinar as relações entre câncer de pulmão e bexiga e BSM e Benzo(a)pireno. Como esperado, BSM e Benzo(a)pireno estavam altamente correlacionados (r = 0,94), mas o aumento da precisão usando Benzo(a)pireno em oposição a BSM foi de 14% para o câncer de bexiga e de 5% para o câncer de pulmão21. Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 12 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD China Em 1997, Liu e colaboradores45 relataram a mortalidade de homens empregados por mais de 15 anos em planta de anodos e sala de cubas em uma planta de redução de alumínio na China. As causas de morte foram obtidas com o departamento de aposentadoria e o diagnóstico foi verificado no hospital. Utilizouse uma população de referência de 11.470 homens atuando em plantas de laminação de aço e considerados não expostos. O período de acompanhamento foi de 1971 a 1985, embora alguns trabalhadores tivessem sido observados por mais de 30 anos desde a primeira contratação. Os trabalhadores foram classificados como tendo alta, moderada, baixa e nenhuma exposição a compostos de carbono. De uma forma geral, foi observado um excesso de mortalidade estatisticamente significativo para todos os tipos de cânceres, cânceres de esôfago e de pulmões. Além dessescânceres, os autores relataram aumentos estatisticamente significativos de mortes por câncer digestivo (SMR = 197) e hepático (SMR = 225), na categoria de alta exposição. A SMR (Razão de mortalidade padronizado) para câncer de esôfago foi de 546 em trabalhadores expostos moderadamente e de 141 naqueles não expostos. A SMR para o câncer de pulmão aumentou de 149 em trabalhadores não expostos para 430 nos trabalhadores altamente expostos. Os coeficientes de mortalidade padronizados também aumentaram de forma não significativa para o câncer de estômago (SMR = 180) e outros tipos de câncer (SMR = 182), na categoria "alta exposição". A SMR para o câncer de esôfago foi estatisticamente significativo para o grupo com mais de 10 anos após a admissão ao emprego, e da mesma forma para o câncer de pulmão, para o grupo com mais de 20 anos após a admissão. Embora a escolha do grupo de referência possa ser criticada por causa de sua provável exposição a agentes cancerígenos ocupacionais, as conclusões estão bastante em linha com aquelas de outros estudos. Pode ser relevante o fato do câncer de bexiga não ter sido mencionado, embora houvesse 17 tipos de câncer listados como "outros tipos de câncer”. França Na França, Mur e colegas46 realizaram um estudo com 6.455 homens empregados por mais de um ano em 11 plantas de alumínio. Em razão da dificuldade na obtenção de informações de certidões de óbito naquele país, conheciam-se as causas de morte de apenas 71% dos trabalhadores. Pressupondo-se os mesmos padrões de mortalidade para os trabalhadores com e sem causas da morte apuradas, , encontraram-se mais mortes do que o esperado por câncer de pulmão (SMR = 114), bexiga (SMR = 209), pâncreas (SMR = 145), fígado, dutos hepáticos Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 13 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD e vesícula biliar (SMR = 245), cérebro (SMR = 213), e leucemia (SMR 156). Para o câncer de pulmão, a SMR foi maior para os trabalhadores do processo Söderberg (SMR = 136), mas também para os trabalhadores com menos de 10 anos trabalho (SMR 194). Houve apenas 144 mortes e dois terços dos trabalhadores havia trabalhado menos de 20 anos. No ano 2000, um estudo de acompanhamento de mortalidade em uma das plantas Söderberg acima mencionadas foi conduzido por Moulin e colegas47. A duração média de acompanhamento até 1994 foi de 16,5 anos. O efeito evidente de trabalhador saudável foi observado. Além disso, nenhum aumento no risco de morte por câncer de pulmão e uma elevação não estatisticamente significativa de ocorrência de câncer de bexiga (SMR = 177) e um aumento que foi maior entre os homens mais expostos a HAPs, por mais de 10 anos (SMR = 2,54) foi observado. Itália Giovanazzi e D'Andrea48 mostraram a mortalidade de trabalhadores em uma planta com operação iniciada em 1929, que empregava principalmente o processo Söderberg. Houve um aumento estatisticamente significativo de mortes por câncer (SMR = 1,8) e apenas quatro mortes por câncer de pulmão para 1,9 esperadas. Outro grupo de pesquisadores, liderado por Carta et al49, em 1992, mostroua ocorrência estatisticamente significativa de câncer pancreático (três mortes, 0,8 esperado; SMR = 388) em um pequeno estudo com 1.148 trabalhadores contratados entre 1971 e 1980, numa planta prebake de produção de alumínio primário , na Sardenha, acompanhados até 31 de dezembro de 1990. Na planta de anodos, ocorreram dois óbitos para 0,1 morte esperada. Houve um total de apenas 48 mortes e tendo em vista a coorte jovem, os autores não ficaram convencidos de que o aumento podia estar associado à atividade na indústria. Em 2004, Carta e seus colegas50 publicaram um estudo de acompanhamento dos mesmos trabalhadores, até o final de 2001, e ainda encontraram um aumento estatisticamente significativo de câncer de pâncreas (seis mortes; SMR = 2.4), bem como de linfomas e leucemias (oito mortes; SMR = 2,03). Os autores separaram os trabalhadores em três grupos de exposição crescente a HAPs, com base em dados do departamento, e mostraram que o risco era ainda maior entre os trabalhadores da planta de anodos, com respeito aos dois tipos de câncer, sendo estatisticamente significativo para o câncer de pâncreas (SMR = 5.0) e quase significativo para leucemias/ linfomas (SMR = 2,88; IC 95% = 0,98 a 8,50). A análise caso-controle de casos de câncer de pâncreas apontou que as atividades em planta de anodos, atividade pregressa como fazendeiro e Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 14 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD hiperglicemia foram os três fatores independentemente associados com aumento do risco. Não houve aumento de mortes por câncer de pulmão ou por câncer de bexiga50. Noruega O primeiro estudo de câncer na indústria norueguesa do alumínio foi relatado em 1982 por Andersen e seus colegas51. Casos de câncer foram obtidos a partir do Norwegian Cancer Registry [Cadastro Norueguês do Câncer, em tradução livre] e as taxas esperadas foram baseadas em taxas municipais. As duas plantas antigas costumavam utilizar células prebake sem cobertura desde 1915, mas foi convertido para o modelo Söderberg em 1953. As novas plantas entraram em operação em 1950, usando células Söderberg em sete das oito salas de cubas até 19683. Não foi possível distinguir trabalhadores que haviam atuado no sistema Söderberg e prebake, embora uma planta tivesse utilizado apenas operações prebake. Ambas as coortes das antigas plantas e da única planta prebake apontavam um aumento na incidência de câncer de pulmão. De um modo geral, esse excesso era estatisticamente significativo (observados = 57; esperados = 35,9) e parecia ser maior nos departamentos de processos. O número observado de casos de leucemia, cânceres de bexiga, rim, laringe superaram o esperado, mas não registraram excesso de forma estatisticamente significativa51. No entanto, observou-se que utilizar toda a população norueguesa como referência não fez diferença para as antigas plantas, mas para a nova planta observou-se um déficit de câncer de pulmão e de bexiga, quando as taxas nacionais foram aplicadas no lugar de taxas municipais3. Em 1995, Ronneberg e Andersen52 publicaram um relatório sobre uma planta de alumínio com o sistema prebake, que havia sido anteriormente incluída no estudo original de Andersen. Os autores relataram um aumento estatisticamente significativo na incidência de câncer de bexiga com exposição a CTPVs por 40 anos ou mais antes do diagnóstico, e na incidência de câncer de pulmão para a exposição de 35 a 50 anos antes do diagnóstico. Também mencionaram uma associação entre a incidência de câncer renal e a exposição ao calor durante 20 a 35 anos antes do diagnóstico52. Em 1999, o mesmo grupo de autores descreveu a experiência em uma planta de fundição de alumínio, no oeste da Noruega. Esta planta iniciara a produção com células HS Söderberg, entre 1948 e 1950, e depois introduziu, em 1949, uma planta de anodos, produzindo a pasta de anodo a partir de coque de petróleo e piche de alcatrão, salas de cubas Söderberg VS, entre 1959 e 1962, e células Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 15 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD prebake, entre 1959 e 1970. A incidência de câncer, entre 1953 e 1993 foi calculada, usando-se os dados do Norwegian Cancer Registry. O estudo constatou uma incidência aumentada, estatisticamente significativa, de câncer de pulmão em trabalhadores temporários (SIR = 152) e da área de manutenção (SIR = 211), além de um aumento não significativo de câncer labial (SIR = 204; IC 95% = 93 a 387) e do reto (SIR = 141; IC 95% = 92 a 209), entre os trabalhadores da área da produção e de cânceres linfático e hematopoiético entre os trabalhadores da manutenção (SIR = 239; IC 95% = 96 a 492). A análise dose-resposta com a exposição acumulada a HAP mostrou uma tendência estatisticamente significativa com o câncer de bexiga e labial, entre os trabalhadores da área da produção, 30 anos ou mais após a primeira exposição. Não houve associação entre a exposição acumulada a HAPs e câncer de pulmão, câncer renal e calor, ou campos magnéticos e câncer linfático e câncer do sistema hematopoiético. Uma observação potencialmente importante foi a ocorrência estatisticamente significativa de excesso de câncer linfático e hematopoiético em eletricistas de manutenção, sugerindo os autores, que as descargas elétricas podem ser um caminho útil para futuras investigações53. No ano 2000, o mesmo grupo de autores publicou um estudo sobre a incidência de câncer em outra planta de alumínio no oeste da Noruega55, cuja produção fora iniciada em 1920, com anodos prebake sem cobertura, o qual foi alterado em 1939, para a tecnologia Söderberg horizontal, empregada até 1978. Em 1958, a planta introduziu salas de cubas VS, e, em 1981, uma linha usando cubas cobertas centrais prebake cobertas no centro (hooded center prebake pots). Não houve aumento significativo de SIR de câncer em nenhuma localização. No entanto, houve incidência acima da esperada de câncer de várias localizações com um limite IC inferior acima de 90, ou seja, câncer de cólon (SIR = 140), retal (SIR = 140), da próstata (SIR = 110) e da tiróide (SIR = 310). O SIR para o câncer de pulmão foi inferior a 100 e o SIR para câncer de bexiga foi de 130 (95% CI = 80 e 190), e não houve nenhuma relação entreo câncer de pulmão ou r de bexiga e o aumento da exposição acumulada a HAPs. Não houve ocorrência de câncer de bexiga ou de pulmão em não fumantes. Os autores registraram a pequena dimensão de seu estudo55. No mesmo ano, o mesmo grupo de autores, liderado por Romundstad 54,publicou um relato sobre a incidência de câncer na indústria do alumínio. Essas seis plantas tinham sido previamente estudadas51-55. Três delas iniciaram a atividade antes de 1920 e as demais, entre 1948 e 1958, e a população envolvida mesclava trabalhadores de cubas Söderberg e prebake. Esse estudo mostrou um aumento geral estatisticamente significativo de câncer de bexiga (SIR = 130), que subiu Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 16 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD com a exposição crescente e cumulativa ao HAP, atingindo uma proporção de cerca de 2 para o nível superior de exposição depois de uma latência de 20 anos ou mais. Não houve associação com o câncer de pulmão ou entre o câncer de pulmão e a exposição cumulativa aos HAPs. Embora tenha sido observado um aumento significativo de ocorrência de câncer de pulmão quando aplicadas as taxas locais (SIR = 140), as taxas nacionais foram preferidas como referência, por serem mais robustas do que as taxas locais. Houve uma tendência limítrofe significativa de risco crescente de câncer renal, oriunda do aumento da exposição acumulada aos HAPs. Encontrou-se também taxas mais altas de câncer de pâncreas, em trabalhadores expostos ao HAP, mais do que naqueles não expostos, porém sem a clara relação relação exposição-resposta. Neste estudo, os tipos de câncer para os quais o SIR passou de 110, com um limite inferior de IC de 90 ou mais correspondiam ao do cólon (110), reto (110), da próstata (110) e mieloma múltiplo (140), todos não significativos54. Os mesmos autores também produziram uma análise de duas dessas plantas, que entraram em operação em meados de 1950 36. Eles relataram achados semelhantes aos do estudo das seis plantas – um aumento considerável de risco de câncer de bexiga entre os trabalhadores expostos ao HAP, mas sem a clara relação dose-resposta. Os dados também sugeriam uma associação entre a exposição ao HAP e câncer pancreático, mas nenhuma associação com o câncer de pulmão. Um risco elevado de mieloma múltiplo foi observado também entre os trabalhadores empregados por mais de três anos (SIR = 197; 95% CI = 98-352). Rússia Conforme mostrado por Simonato30 e mais tarde por Enterline74, foram realizados estudos por Konstantinov e colegas em duas plantas Söderberg de fundição de alumínio e uma prebake, na então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, em 1971 e 197456,57. Esses revisores observaram que não havia nenhuma informação sobre o tamanho das populações de estudo 30,74. O primeiro estudo relatou um aumento estatisticamente significativo de mortalidade para os cânceres de pulmão e de pele entre os trabalhadores de 18 a 39 anos de idade, em uma planta Söderberg, ao passo que não observaram mortes por câncer na planta prebake. O segundo estudo não relatou nenhum aumento de câncer de um modo geral em operações prebake, mas SMRs de 360 e 170 por câncer respiratório em plantas Söderberg e um RR total de 2,3 por câncer de estômago numa das plantas Söderberg, mas não na outra. Um aumento quase 40 vezes maior na morbidade por câncer de pele também foi relatada em pessoas com idade entre 18 a 39 anos, em uma das plantas Söderberg, mas não nas operações prebake. Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 17 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD Não parece haver estudos mais recentes sobre a Rússia apresentados em Inglês. Suécia Em 2008, Bjor e colaboradores publicaram um estudo de coorte, de incidência realizado em uma planta de redução de alumínio58. Foram utilizados quatro populações de referência, com taxas da Suécia, norte da Suécia, do estado e de sete municípios que tiveram socioeconomias semelhantes às de Sundsvall, onde a planta estava situada. Em comparação com as taxas do norte da Suécia, houve aumento estatisticamente significativo de incidência de câncer de pulmão (SIR = 162), do sistema nervoso central (SIR = 183), e do esôfago (SIR = 258), e as taxas por essas mesmas causas estavam elevaas em comparação às da Suécia e dos sete municípios. Trabalhadores com mais de 10 anos de trabalho tiveram um SIR para o câncer de pulmão de 199 (IC 95% = 121 a 307), que tinha aumentado de 139 (IC 95% = 67 a 256) entre os trabalhadores empregados por menos de dois anos, sem tendência significativa. Entretanto, os autores notaram a ausência de dados sobre o tabagismo. Também não houve tendência significativa para o aumento dos anos de trabalho para os cânceres do sistema nervoso central ou de órgãos urinários, mas os SIRs, para este último, estavam elevados em comparação à Suécia (SIR = 129) e ao Norte da Suécia (SIR = 111), e não, quando foram utilizadas os índices dos sete municípios (SIR = 102) para a comparação e não houve progressão do risco com o aumento do número de anos de trabalho. A falta do excesso de câncer de bexiga é notável, considerando-se que esse estudo tem um período muito longo de acompanhamento58. Estados Unidos Em 1974, Milham concluiu um estudo sobre a mortalidade ocupacional em mais de 300 mil homens que morreram entre 1950 e 1971 no estado de Washington75. Usando uma análise de razão de mortalidade proporcional, o excesso de mortalidade por câncer de pulmão, pâncreas e linfoma maligno foi constatado na indústria de alumínio do estado. Embora as análises da taxa de mortalidade proporcional tenham algumas limitações sérias, esses resultados foram confirmados em algum outro conteúdo da literatura desde aquela época. Cinco anos depois, Milham59 investigou a mortalidade dos trabalhadores de uma planta prebake no estado de Washington. Ele definiu a exposição como a atividade em planta de anodos, barramento, revestimento de cubas, salas de cubas e controle de qualidade, descobrindo uma mortalidade crescente estatisticamente significativa de câncer linfocítico e hematopoiético (SMR = 184), Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 18 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD incluindo o linfossarcoma e o reticulossarcoma com uma SMR estatisticamente significativo de 316 em todos os trabalhadores (643 na categoria trabalhadores "expostos”). Os cânceres de váriaslocalizações apresentaram aumentos gerais não significativos, que fossem mais elevados entre os trabalhadores expostos: leucemia (SMR = 109 e 131), e cânceres do sistema respiratório (SMR = 117 e 129), da próstata (SMR = 162 e 211) e hepático (SMR = 164 e 273). A ocorrência de câncer de pâncreas (SMR = 238), a doença de Hodgkin (SMR = 397) e tumores benignos (SMR = 679) foi significativamente maior em trabalhadores não expostos e a mortalidade por cânceres respiratório, linfático e hematopoiético subiu um pouco com o tempo de latência. O autor concluiu que alguns dos tipos de câncer linfático e hematopoiético e pulmonar podem ter origem ocupacional. Também se referiu a um aumento estatisticamente significativo de tumores cerebrais benignos (SMR = 391; cinco mortes) 59. Alguns anos mais tarde, Rockette e Arena35 realizaram um grande estudo em 14 plantas, que incluiu Söderberg horizontal, sistema VS prebake (P), e operações mescladas prebake e Söderberg (M). A mortalidade por causa específica foi comparada com a da população americana. Foi observado um aumento estatisticamente significativo de SMR para tumores benignos e não específicos nas plantas prebake (SMR = 200). Houve elevação de SMRs não estatisticamente significativa de câncer de estômago (SMR-P = 113,3), pâncreas (SMR-P = 132,9; SMR-M = 125,5), rim (SMR-P = 151,3), bexiga (SMR-S = 161,8), linfossarcoma e reticulosarcoma (SMR-P = 132,2; SMR-S = 116,7) e leucemia e aleucemia (SMRP = 127,6; SMR-S = 130,8; SMR-M = 123,5). Estranhamente, o aumento estatisticamente significativo de leucemia e aleucemia (aleukemia) em trabalhadores de plantas Söderberg foi constatado entre os trabalhadores empregados por menos de 15 anos, enquanto o aumento em trabalhadores do sistema prebake foi verificado em trabalhadores empregados por mais de 15 anos. Não houve elevação de óbitos causados por câncer de bexiga nos trabalhadores que sempre trabalharam em salas de cubas ou planta de anodos, segundo os estudos americanos35. Quando as SMRs por câncer de pâncreas foram examinadas em relação ao tempo acumulado no emprego, pareceu haver um risco crescente para o aumento do tempo no emprego para os trabalhadores de plantas prebake e de sala de cubas Söderberg, mas não para aqueles atuando em plantas de anodo. O padrão de SMRs para o câncer de pulmão não ficou muito claro: para os trabalhadores prebake, as SMRs subiram com o tempo acumulado de emprego de menos de 10 anos e entre 20 e 25 anos, ao passo que para os trabalhadores da planta Söderberg, esse coeficiente aumentou entre 10 a 15 anos e com mais de 25 anos Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 19 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD de trabalho35. Um conjunto de quatro casos de adenomas pituitários foi relatado entre trabalhadores do segmento do alumínio, entre 1990 e 1994 61. A investigação epidemiológica em 25 casos de adenomas pituitários diagnosticados em 17 plantas nos Estados Unidos relatou uma OR de 1,12 para aqueles que sempre trabalharam em plantas de redução, porém a OR diminuiu quando a análise foi restrita para cinco anos e mais de atuação em plantas de redução. Os autores concluíram que não havia "fortes evidências" que sugerissem uma origem ocupacional para os adenomas. Fabricação de eletrodo de grafite Sete artigos apresentaram estudos sobre a incidência ou mortalidade de câncer entre trabalhadores de plantas de manufatura de eletrodos de carbono. Um dos artigos também incluiu trabalhadores de plantas de redução de alumínio45. A maioria dos estudos foi bem pequena, com menos de 50 mortes ou casos de câncer de pulmão e um número menor de outros tipos de câncer, o que na maioria dos estudos impediu análises satisfatórias da relação exposição-resposta. A maioria dos estudos mostrou plantas individuais com efetivo variando entre 33276 e 2.219 trabalhadores, com acompanhamento abaixo de 10 ou de 10 anos77,78, variando até 47 anos79. Foi estudada a mortalidade de 2.219 trabalhadores brancos em plantas americanas de eletrodos de carbono e de especialidades em carbono, no período entre 1974 e 198377. As plantas haviam iniciado a operação em 1937, ou antes, e a população estudada estava empregada em uma das 11 localidades ativas em 1º de janeiro de 1974, tendo, no mínimo, 10 anos de trabalho anterior. O número total de mortes por câncer não era grande (n = 78). Houve um excesso estatisticamente significativo de câncer de pulmão em uma planta, que não envolveu exposições a CPTV, mas utilizou “amianto.” O único aumento (não estatisticamente significativo) foi o de mortes por câncer no sistema linfopoiético que ocorreu principalmente entre trabalhadores assalariados. Este estudo é relativamente pequeno, a definição da coorte é transversal e o acompanhamento é de apenas 10 anos. Uma vez que os tipos de câncer como os de pulmão e de bexiga têm período de latência de 20 e 30 anos ou mais, esse estudo talvez não tenha detectado um excesso, mesmo que isso tivesseocorrido. Dois estudos asiáticos relataram um aumento estatisticamente significativo na Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 20 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD mortalidade por câncer de pulmão45,76 e um estudo sueco mostrou um aumento não significativo com base em duas mortes79. Os demais estudos não encontraram um risco aumentado de câncer de pulmão. A mortalidade por câncer de bexiga estava elevada em uma planta francesa, com um acompanhamento de 25 anos, e com base em três mortes78 e numa planta italiana com um acompanhamento de 40 anos, baseado em sete mortes80. Um estudo italiano mostrou um aumento de quatro vezes na mortalidade por câncer de fígado e os autores mencionaram exposições específicas a resinas fenólicas e furfurílicas utilizadas na planta, mencionando também que não puderam ajustar para fatores de estilo de vida e infecções virais hepáticas81. Assim, a evidência disponível a partir de trabalhadores de eletrodo de grafite é limitada em sua utilidade para a interpretação dos riscos para os trabalhadores de plantas de redução de alumínio. Evidências disponíveis por localização do câncer As decisões relativas a causalidade são geralmente baseadas em critérios como os descritos a seguir, que incluem os propostos por Sir Bradford-Hill82: peso da associação (RR e OR), consistência (de resultados entre os diferentes estudos), especificidade (associação limitada a trabalhadores específicos e tipos de doença), a relação temporal (a causa precedendo a consequência), gradiente biológica (relações de dose-resposta ou relação exposição-resposta), plausibilidade biológica (de acordo com o conhecimento real), a coerência (considerando a história natural da doença), a evidência experimental (se as ações preventivas reduzem a associação) e analogia (ponderação de provas a partir de exposições semelhantes). Obviamente, os estudos considerados também devem oferecer alguma evidência de que o aumento do risco não seja causado por viés ou confusão. Com base na maioria desses critérios, a IARC classificou as exposições ocupacionais durante a produção do alumínio como um fator causal, com provas suficientes em seres humanos, para os cânceres de pulmão e bexiga83. Os tipos de câncer relatados em vários estudos estão resumidos na Tabela 4, com uma avaliação utilizando os vários critérios de Bradford-Hill. Deve-se notar que vários indicadores foram aplicados nos diferentes estudos, desde cargos e departamentos até a exposição acumulada a Benzo(a)pireno, tendo este último sido um índice útil de exposição, mas que provavelmente está altamente correlacionado com todos os contaminantes e agentes físicos nas salas de cubas Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 21 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD e plantas de anodo. Assim, as associações não significam que um agente específico seja o fator causal exceto se houver evidência mecanicista ou experimental adicional para se esperar que o agente provoque a doença. Quando o câncer não parece estar relacionado com o índice de exposição a Benzo(a)pireno ou BSM, só é possível, com raras exceções (por exemplo, de calor e de campo eletromagnético), analisar a força da associação com o emprego na indústria. No tópico seguinte, os produtos químicos potencialmente encontrados na planta de fundição foram levantados a partir da revisão histórica realizada por Benke e colegas em 19985. A IARC foi considerada como uma fonte de referência para a classificação de cancerígenos. Não se deve interpretar que os autores atuais ratificam inteiramente a classificação para todas as substâncias. A interpretação dos autores sobre a evidência disponível atualmente é apresentada em seguida sob as categorias "nenhuma evidência convincente", "pouca evidência", "alguns indícios", "evidências consistentes" e "evidências razoavelmente fortes”. Essas interpretações foram baseadas nos seguintes critérios, também mostrados como notas de rodapé na tabela 4: Dados insuficientes: Houve poucos relatos sobre estas localizações de câncer que também foram raros. Sem evidência convincente: a maioria dos estudos não mostrou um risco maior ou menor; eram estudos com um pequeno aumento de risco, que não era estatisticamente significativo, estavam sem o ajuste para os principais e potenciais fatores de confusão e/ou eram estudos com alguma evidência de que não houve uma relação relação exposição-resposta. Pouca evidência: a evidência foi considerada insuficiente para concluir que houve uma possível associação (por exemplo, não mais do que um estudo) com um aumento estatisticamente significativo no risco ou com um risco de mais de 1,5, e algumas evidências-limitrofes inconsistentes de relação exposição-resposta. Alguma evidência: houve alguns estudos positivos apontando uma possível associação com mais de um estudo, com um aumento estatisticamente significativo no risco e mais de um estudo com um risco acima de 1.5, e, ao menos, evidências-limitrofes na relação exposiçãoresposta em dois estudos ou mais. Evidência consistente: a evidência sugeriu uma associação provável uma vez que a maioria dos estudos tivesse demonstrado riscos aumentados, com alguma evidência na relação exposição-resposta e, pelo menos, um estudo com um risco acima de 2,0. Evidência razoavelmente forte: A maioria dos estudos demonstrou um aumento do risco com evidência na relação exposição-resposta em vários Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 22 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD estudos e mais do que um estudo com um risco maior do que 2,0. Cavidade bucal e faringe: Nenhuma evidência convincente (exposição obscura). Estudos em Quebec têm indicado um aumento da incidência ligeiramente elevada, mas não significativa, desse tipo de câncer em quatro das seis coortes observadas. Além disso, existe uma relação exposição-resposta entre a incidência desse tipo de câncer e exposição acumulada a Benzo(a)pireno para os trabalhadores contratados antes de 1950, mas não para os trabalhadores contratados após 195044. A mortalidade por essa causa ficou abaixo da expectativa nas coortes de Quebec, mas foi alto para o câncer de faringe na British Columbia, Canadá. No entanto, na Austrália (somente prebake), na França e nos Estados Unidos (prebake e Söderberg) não houve excesso na incidência e na mortalidade para este tipo de localização de câncer, que não foi mencionado nos estudos noruegueses. A inconsistência das conclusões deve ser investigada antes desse tipo de câncer poder ser considerado como estando associado a uma exposição ocupacional nessa indústria. De acordo com a IARC, o câncer de faringe está relacionado, à exposição ao amianto, com evidência limitada para humanos84. Câncer de esôfago: nenhuma evidência convincente (exposição obscura). O câncer de esôfago foi relatado como estatística e significativamente aumentado em dois estudos: um estudo chinês de mortalidade46 e um estudo de incidência sueco75. Aumento de mortalidade e incidência também foram relatados em Quebec, mas principalmente em uma planta44,60. No entanto, quando um período de latência de 20 anos foi aplicado, houve um aumento não significativo na mortalidade por essa causa nos membros da coorte, em todas as categorias separados pelo ano de admissão. Os principais fatores de risco associados ao câncer de esôfago são o consumo de álcool, o tabagismo, a doença de refluxo gastroesofágico e a ingestão de líquidos muito quentes, fatores esses para os quais não foram ajustados nos estudos disponíveis. A exposição ao tetracloroetileno, que pode ser encontrado em algumas plantas de fundição de metal, foi classificada pela IARC como cancerígena para o esôfago, mas com evidência limitada para humanos85. Câncer de estômago: alguma evidência (exposição obscura). O câncer de estômago continua a ser um enigma. Tem sido relatado em vários estudos de coorte, mas não tem uma relação clara com o aumento de exposição usando o índice de exposição a Benzo(a)pireno. O câncer de estômago tem sido mostrado em operações prebrake australianas com uma tendência monotônica com a Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 23 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD exposição a B(a)P, mas também houve aumento do risco entre os trabalhadores de escritório. Esse dado não foi encontrado nos estudos de Quebec com trabalhadores de plantas Söderberg onde não houve relação com a exposição Benzo(a)pireno, enquanto que em British Columbia houve uma tendência estatisticamente significativa com a exposição, quando foi incluído um intervalo de 20 anos e foi feito um ajuste para o tabagismo. Em suma, o risco de câncer de estômago parece estar associado, de alguma forma, com o trabalho na indústria de fundição de alumínio, mas a etiologia é desconhecida. Dentre os agentes relatados como presentes em algumas salas de cubas, o chumbo e o amianto foram classificados pela IARC como cancerígenos para o estômago, mas com evidência limitada para humanos85. Reto e junção retossigmóide: nenhuma evidência convincente (exposição obscura). O câncer de reto e o câncer do reto e da junção retossigmóide (NT: tradução conforme está no original) foram constatados com excesso estatisticamente significativo apenas nas coortes de Quebec e ligeiramente acima do esperado na Noruega. Existe também uma indicação de que o risco possa estar relacionado à exposição, embora a base para a associação seja fraca. Entre as exposições em salas de cubas, apenas o amianto tem sido classificado pelacomo cancerígeno para o cólon e reto, mas com evidência limitada para o ser humano85. Na Austrália, onde o aumento da incidência e da mortalidade por mesotelioma foram encontrados entre os trabalhadores de plantaplantas prebake, não foi relatado nenhum aumento do câncer colorretal37. Câncer de pâncreas: evidência consistente (exposição obscrua). Embora o câncer de pâncreas esteja agora relatado em coortes de diversos países, não há coerência clara nos resultados. É interessante notar que, no estudo realizado nos Estados Unidos, houve um nítido excesso de mortalidade por câncer de pâncreas em trabalhadores que sempre trabalharam em salas de cubas (SMR = 138) e em plantas de anodos de carbono (SMR = 142,1)35. O exesso foi significativo para trabalhadores que passaram mais de cinco anos em salas de cubas e o maior risco corresponderam às operações prebake. Na Itália também, o excesso foi maior para trabalhadores de plantas de anodos, além de da constatação de que o trabalho anterior como fazendeiros e hiperglicemia estavam associados ao aumento de risco51. Na Noruega, foi constado aumento de risco em plantas que mesclavam os sistemas prebake e Söderberg (com riscos mais elevados com uma demora de 20 anos), ao passo que, em Quebec, o maior risco foi encontrado em uma pequena planta, sendo que os riscos estão essencialmente presentes no histórico de grandes plantas. Esse tipo de câncer precisa ser mais Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 24 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD bem investigado em vários países e também em operações prebake, especialmente com o controle adequado de fatores de risco conhecidos. Até o momento, para esta localização do câncer não há evidências suficientes para se concluir que ela esteja relacionada com uma exposição específica encontrada em salas de cubas. Laringe: nenhuma evidência convincente (exposição obscura). Riscos maiores de câncer de laringe têm sido relatados em Quebec (especialmente em uma planta, sem uma tendência do tipo relação exposição-resposta), na França e na Noruega. Onúmero de casos geralmente é baixo (de 7 a 60) e o ajuste para possíveis fatores de confusão, em particular tabagismo e consumo de álcool, não foi feito adequadamente em nenhum dos estudos. Dentre as exposições em salas de cubas, concentrações altas de névoas de ácidos inorgânicos e amianto foram classificadas pela IARC como cancerígenas para a laringe, com suficiente evidência nos seres humanos85. Câncer de pulmão: provas razoavelmente fortes (HAPs e possivelmente outras exposições). O câncer de pulmão, tal como referido anteriormente, atende à maior parte dos critérios, no que diz respeito a operações Söderberg., O tabagismo tem sido considerado e eliminado, como uma variável de confusão. Nos estudos canadenses, são fortes as associações e há relações claras na relação exposição-resposta. Os resultados também são compatíveis com os achados sobre forno de coque e outras populações expostas a HAP, sendo os HAPs conhecidos por induzir tumores. Há hipóteses de que, como o nível de exposição a CTPVs diminuiu, da mesma forma diminuiu o risco de câncer de pulmão. É preciso reconhecer que as taxas de tabagismo também diminuíram e os dados correspondentes em todos os estudos são imperfeitos. Com base nos níveis de exposição associados ao aumento dos riscos em operações Söderberg, não se conseguiria prever riscos elevados em operações prebake. O fato de que alguns riscos terem sido relatados em operações prebake requer que continuem a ser monitorados e os potenciais fatores de confusão sejam plenamente considerados. A ausência de câncer de pulmão em algumas operações Söderberg está provavelmente relacionada aos níveis de exposição, tamanhos dos grupos, e/ou o período de acompanhamento, embora as diferenças em condições operacionais, misturas de HAP não possam ser totalmente excluídas. Deve-se também observar que os aumentos de casos de câncer de pulmão têm sido bem descritos em outras indústrias envolvendo exposições a HAP. Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 25 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD Outros agentes além de PAH, que têm sido associados com a evidência suficiente em humanos para o câncer de pulmão, encontrados na indústria de redução de alumínio são fuligem, amianto, berílio, cádmio, cromo, níquel e sílica, por exemplo. No entanto, os agentes etiológicos mais prováveis são os HAPs. O piche de alcatrão, do qual derivam os HAPs, são classificados pela IARC como sendo provas suficientes de carcinogenicidade em seres humanos. Câncer de pele: nenhuma evidência convincente (piche de alcatrão, arsênico). Apenas três estudos relataram um aumento do risco de câncer de pele: um estudo norueguês relatou maior incidência de melanoma maligno entre trabalhadores com três anos ou menos de trabalho acumulado em uma planta prebake (trabalhadores com mais de três anos tinham um déficit não significativo); um estudo russo relatou aumentos estatisticamente significativos de mortes por câncer de pele não especificadas, que variaram de 6,6, entre trabalhadores com 40 anos ou mais, até 38,8 entre trabalhadores mais jovens; e, finalmente, um estudo francês registrou um aumento em duas vezes de morte por câncer de pele e outras áreas (mama, ossos e tecido conjuntivo). Todos os outros estudos citaram déficits ou não relataram um resultado para câncer de pele. Nenhum desses estudos foi ajustado para a exposição ao sol. Compostos de piche de alcatrão, arsênico e arsênico inorgânico (uma possível exposição em sala de cubas) foram classificados pela IARC como cancerígenos para o câncer de pele não melanótico, com suficientes evidências nos seres humanos. Câncer de próstata e testicular: nenhuma evidência convincente (exposição obscura). O câncer de próstata foi relatado como aumentado após 20 anos de trabalho em uma fundição de alumínio na Austrália e o aumento era estatisticamente significativo para a mortalidade, mas não para a incidência. Também foram relatados aumentos não significativos em Quebec e Noruega, mas sem constatação de nenhuma tendência na relação exposição-resposta, e quatro outros estudos não tendo relatado aumento dos riscos. A proporção da população mapeada para o câncer de próstata varia muito entre os países, o que torna difícil a comparação de incidência de um estudo para outro, e a longa sobrevivência associada àquele tipo de câncer torna a mortalidade uma estimativa de risco menosadequada para se adotar. Três estudos apresentaram dados quantitativos sobre o câncer de testículo, dois dos quais com um aumento não significativo e um sem aumento54. Entre exposições potenciais em sala de cubas, o arsênico e o cádmio foram Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 26 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD classificados pela IARC como cancerígenos para a próstata, mas com evidência limitada para os seres humanos. Nenhuma exposição ocupacional foi até agora associada ao câncer de testículo85. Câncer de bexiga: provas razoavelmente fortes (produção de alumínio) e evidência limitada (CTPVs). Parece haver pouca dúvida de que quando estudos sobre plantas Söderberg permitem um tempo adequado de acompanhamento e os trabalhadores tiveram exposição apropriada nas salas de cubas, eles estão sob risco maior de câncer de bexiga. De fato, há evidências de que o câncer de bexiga está fortemente associado com salas de cubas Söderberg, no Canadá e na Noruega, detectado em níveis estatisticamente não significativo nos Estados Unidos e na França. Estudos têm mostrado que este risco cresce com o aumento da exposição usando-se os índices Benzo(a)pireno ou BSM de exposição. Em Quebec, os estudos também têm demonstrado, que em paralelo com a redução da exposição a Benzo(a)pireno, a mortalidade e a incidência deste tipo de câncer têm caído. Essas quedas podem estar relacionadas com a detecção precoce, tratamento melhor e redução na exposição a Benzo(a)pireno ou agentes correlacionados com este índice, embora o fator etiológico específico permaneça desconhecido. Foi mostrado que os trabalhadores de plantas de anodo não têm um risco maior de câncer de bexiga 71, e, que apesar do longo período de acompanhamento, não houve um claro aumento na incidência de câncer de bexiga entre os trabalhadores de planta Söderberg, na Suécia. A comparação de matérias-primas e condições operacionais pode ser útil. Como o câncer de bexiga está frequentemente associado a aminas ou compostos nitrosos, esses elementos são propostos como fatores etiológicos, embora os estudos apontem que o potencial de exposição a qualquer quantidade significativa, ainda seja pequeno, embora plausível86. Outra explicação possível é um efeito desidratante indireto do calor sobre a concentração da urina. Há indícios de que pessoas que bebem grandes quantidades de líquido estão sob risco menor de câncer de bexiga87, o que tem sido vinculado a frequência da micção88. No passado, a atividade em sala de cubas envolvia considerável exposição ao calor, um perigo que foi minimizado em paralelo com concentrações de Benzo(a)pireno. O tabagismo também tem sido associado ao risco de câncer de bexiga, mas, ao mesmo tempo em que contribui para o risco, não explica totalmente o aumento dele em trabalhadores expostos ao CTPV. Ainda não foi tomada nenhuma decisão sobre o fator etiológico específico do câncer de bexiga. A fuligem e o piche de alcatrão estão associados ao câncer de bexiga, com limitadas evidências em humanos. Tal evidência provém em grande parte dos estudos da indústria do alumínio. Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 27 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD Câncer renal: alguma evidência (exposição obscura). Embora a evidência seja mais insípida do que para o câncer de bexiga, há relatórios sobre o risco maior de câncer renal em trabalhadores de plantas de produção do alumínio, em muitos países. Vários dos aumentos relatados referem-se a instalações prebake, com excessos significativos relatados na Austrália37. Pode-se acreditar numa possível associação porque uma exposição passível de elevar o risco de câncer de bexiga pode ter aumentado o risco em outros órgãos urinários. No entanto, vale notar que não foi relatado aumento de câncer de bexiga em operações ' prebake australianas. Conquanto algumas relações de relação exposição-resposta analisadas não sejam convincentes, a incidência de câncer em plantas Söderberg de Quebec44 e British Columbia40 sugere a possibilidade de uma associação. O calor tem sido apontado como um fator para o câncer renal em fundições de alumínio55, mas os estudos recentes não encontraram associações entre a ingestão total de líquidos e o câncer renal7,89. Dentre as exposições em salas de cubas, apenas o cádmio tem sido classificado pela IARC como cancerígeno para o rim, mas com restrita evidência em humanos. Câncer cerebral e do sistema nervoso central: pouca evidência (exposição obscura). Riscos de aumento não estatisticamente significativo de tumores malignos no cérebro e no sistema nervoso central foram relatados nas coortes canadenses, em um estudo francês, de uma planta na Noruega e outra dos Estados Unidos, enquanto foi mostrado um aumento estatisticamente significativo na coorte sueca de plantas Söderberg. Todavia, nenhuma tendência na relação exposição-resposta foi relatada, e o aumento não parece estar associado com um processo em especial. Depois de investigar um grupo de quatro casos em uma planta americana de alumínio prebake, "nenhuma forte evidência... de que a taxa de adenomas pituitários esteja aumentado em trabalhadores de alumínio em geral” foi encontrada76. Não parece ter havido outros relatos sobre os referidos adenomas. Um estudo mencionou uma elevação do risco de tumores cerebrais benignos numa unidade de redução de alumínio americana, mas nenhum outro autor relatou esse mesmo aumento de riscos. Câncer linfático e hematopoiético: não convincente nem para pequena evidência (exposição obscura). Não há nenhuma evidência consistente de que leucemias, linfomas ou quaisquer outros tipos de câncer hematopoiéticos estejam associados à atividade em salas de cubas. Entretanto, vários estudos de diferentes países relataram aumentos de mortalidade ou incidência, para apenas uma doença (por exemplo, linfossarcoma, nos Estados Unidos, a doença de Hodgkin na Noruega, ou linfoma não-Hodgkin no Canadá) ou para todas as Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 28 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD doenças hematopoiéticas agrupadas (na Itália). Foi mostrado que linfomas nãoHodgkin ocorreram com mais frquência do que a esperada em Quebec, porém sem nenhuma tendência a exposições acumuladas a Benzo(a)pireno. Foi, porém, percebida uma tendência significativa à exposição a Benzo(a)pireno em British Columbia, apesar das taxas observadas ficarem abaixo das taxas daquela cidade. Até o momento, nenhuma exposição química em salas de cubas foi classificada pela IARC como sendo cancerígena para o sistema hematopoiético. Todavia, campos magnéticos de frequências extremamente baixas têm sido associados à leucemia infantil com evidência restrita em humanos85. Conclusão Fica agora claro que os cânceres de pulmão e bexiga estão associados ao trabalho na maioria das salas de cubas Söderberg, havendo indícios de que as plantas prebake devem passar por investigação mais apurada acerca desses tipos de câncer, levando-se em conta o tabagismo e excluindo-se as plantas de anodos. Os estudos de incidência de câncer são preferíveis, uma vez que algumas causas tais como o câncer de bexiga (NT: está traduzido conforme o texto original. Talvz os AA tenham querido dizer: " . . . uma vez que alguns tipos de câncer, tais como os de bexiga . . .") nem sempre resultam em óbito e outros resultados não podem ser detectados usando-se apenas os estudos de mortalidade. Além disso, é preferível constatar algum aumento do câncer, com a maior precocidade possível, para que ações preventivas possam reduzir os riscos futuros. O risco e a capacidade de se detectar os riscos nos diferentes estudos são provavelmente limitados por longas latências, erros de classificação de níveis de exposição e controle abaixo do adequado do tabagismo. Diferenças nas fontes de piche e outras fontes de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs) também podem ser fatores explicativos. Os avanços nos métodos de determinação da exposição devem ser uma parte integrante do acompanhamento epidemiológico com o fim de aprimorar as estimativas de exposição e, consequentemente, de riscos. Certos tipos de câncer, como o de estômago, rins e pâncreas, cujos riscos não parecem aumentar em relação à exposição ao Benzo(a)pireno nas grandes coortes de Quebec, no entanto, parecem ocorrer de forma consistente, com mais frequência, em certas coortes, inclusive em operações Söderberg e prebake. É possível que tais doenças estejam mais relacionadas com outras exposições ocupacionais do que com CTPVs, e também é possível que não tenham origem ocupacional. O fato delas serem hoje mostradas em vários países, tanto em processosprebake quanto em processos Söderberg, e parecerem ser mais frequentes em coortes mais recentes, sugere que precisam ser avaliadas com maior profundidade. O câncer Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 29 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD cerebral e certos tipos de câncer linfático e hematopoiético também requerem mais estudos, por parecerem seguir uma distribuição na relação exposiçãoresposta com CTPVs, embora o aumento de seu risco não tenha sido comumente relatado. Deve-se observar que, em estudos epidemiológicos, como os aqui mostrados, o número de testes estatísticos foi grande e muitas das observações podem muito bem ter ocorrido ao acaso. É esse também o caso de muitos testes realizados em outros estudos de mortalidade e de incidência de câncer. Além disso, apenas em poucos casos os estudos de fato testaram uma hipótese específica de que um determinado agente estava relacionado com um câncer específico. No entanto, são anotadas as causas de modo que se possa observar se as mesmas causas aparecem em estudos independentes, uma vez que a consistência nos resultados possa indicar um problema. Embora a evidência de causalidade seja limitada por informações inadequadas sobre exposições específicas para se examinar o fator exposição-respostaou a plausibilidade biológica, aqueles tipos de câncer que preenchem os vários critérios de potencial causa de cânceres devem certamente continuar a ser monitorados neste tipo de indústria. Estudos longitudinais também devem prosseguir especialmente em processos mais recentes, porém incorporando melhores avaliações da exposição e índices múltiplos de exposição a agentes físicos e químicos, bem como o índice de exposição a Benzo(a)pireno, a fim de se explorar a etiologia dos casos de câncer identificados em excesso plantanas plantas Söderberg e plantas de anodo. Isso pode ser pertinente na prevenção dos riscos de futuras exposições em plantas que fazem uso de tecnologia mais avançada, em que a informação precisa sobre os riscos pode não existir por muitos anos, por causa de considerações de latência. A mortalidade é claramente uma medida final (NT: demorada, atrasada) do resultado e deve haver preferência por estudos de incidência, sempre que possível. À medida que caem os níveis de exposição, também diminuem a incidência e os riscos de câncer. Nesse sentido, deve-se dedicar atenção em ampliar as populações para investigação, planejando-se criteriosamente os estudos cooperativos interindustriais com metas e metodologias bem definidas, possivelmente aplicando alguns estudos para identificar hipóteses e outros para testá-las. Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 30 ANÁLISE Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD Tabelas Tabela 1. Níveis típicos de exposição a Benzo(a)pireno medidos em plantas de redução de alumínio Referências Bjørseth et al7 País da planta (província/estado) Noruega Departamento/ Cargo/Tarefa PlantaPlanta de anodos PlantaPlanta prebake Sala de cubas Söderberg PlantaPlanta Söderberg Lindstedt e Sollenberg Suécia Tjoe Ny et al Suriname Petry et al Suíça PlantaPlanta Söderberg Operadores de cubas Operadores de eletrodos PlantaPlanta de anodos Carstensen et al Suécia Sala de cubas Söderberg Sanderson et al Lavoué et al Canadá (Quebec e British Columbia) Canadá (Quebec) PlantaPlanta Söderberg Manutenção de pino, quebra-crosta Operador de anodos, levantador de cremalheira Operador de controle de Sala de Cubas Salas de cubas Söderberg Concentrações ND-0,3 µg/m3 ND-0,05 µg/m3 ND-9,0 µg/m3 1,8-5,3 µg/m3 Média geométrica 2,2 µg/m3 37 µg/m3 8h tempo-média ponderada: 0,16-4,88 µg/m3 Tempoconcentrações medians de média ponderada de particulados: 0 ,97 µg/m3 (margem: 0,02-23,5) Concentrações de média geométrica: 1998: 1,68 µg/m3 2002: 1,14 µg/m3 1998: 5,72 µg/m3 2002: 1,80 µg/m3 1998: 1,15 µg/m3 2002: 0,26 µg/m3 Média geométrica mediana: 0,46 µg/m3 Média geométrica máxima:134,28µg/m3 Comentários Amostras estacionárias (n = 21) Meados anos 1970s Amostras estacionárias (n = não especificado) 1968-1978 Amostras pessoais (n = 16) Julho a agosto de 1990 Amostras pessoais, 5 dias completos-amostras de turno (n = 6) Meados anos 1990s Amostras pessoais, completas de turno (n = 93) Final dos anos 1990s Amostras pessoais (n = 19) Pino horizontal Uma plantaplanta com o maior número de medições (n = 2937) realizadas entre 1975 e 1999 (86% entre 1975 e 1989) ND, não detectado. Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 31 ANÁLISE RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD Tabela 2. Descrição sucinta de estudos de coorte publicados, de trabalhadores de plantaplantas de redução de alumínio Referências, país (província/estado) Austrália Sim et al37, Friesen et al38 Departamento/Cargo/Tarefa 2 plantas de redução de alumínio, abertas de 1962 a 1986 (processo prebake) Grupo de comparação População geral australiana Período de acompanhamento 1983-2002 4396 homens (565 mulheres não descritas) Gibbs et al41-44 Coorte de mortalidade e incidência de cânce do Canadá (QC) Coorte “jovem” e curto período de acompanhamento (31% de pessoa-ano antes de 1991 e 24% após 1998) Pessoa-anos de observação (total de óbitos ou casos por câncer) 68,752 pessoas-ano (78 óbitos por câncer/233 novos casos) Alguns dados de tabagismo Total perdido para acompanhamento não especificado > 88% de causa determinada de morte Coorte de mortalidade e de incidência de câncer da Austrália Canadá Spinelli et al39,40 Grupo de mortalidade e de incidência de câncer do Canadá (BC) Comentários 1 planta de redução de alumínio (processo Söderberg) 6423 trabalhadores com ≥3 anos de trabalho entre 1954 e 1997 British Columbia em geral Mortalidade: 1957-1999 Incidência: 1970-1999 Poucos dados de tabagismo 13,6% perdidos para acompanhamento .98% de causa determinada de morte 151,057 pessoas-ano (336 óbitos por câncer/662 novos casos) 4 plantas de redução de alumínio (A: antiga prebake + Söderberg; B e C: Söderberg; D: prebake) Planta A – antes 1950 (iniciada em 1920): 5285 homens trabalhando em 1.janeiro.1950 Planta B – antes 1951 (iniciada em 1916): 529 homens trabalhando em 1.janeiro.1951 Planta C – antes 1950 (iniciada em 1937): 163 homens trabalhando em 1.janeiro.1950 Planta A – após 1950: 6697 homens contratados após 1.janeiro.1950 Planta B – após 1951: 1082 homens contratados após 1.janeiro.1951 Planta C – após 1950: 1379 homens contratados após 1.janeiro.1950 Planta D (iniciada em 1978): 568 homens contratados desde 1978 População geral de Quebec Mortalidade: A: 1950-1999 B: 1951-1999 C: 1950-1999 D: 1978-1999 Incidência: 1980-1999 Amplo estudo com vários grupos Alguns dados de tabagismo Total perdido para acompanhamento não especificado, mas citado que a situação vital foi verificada para praticamente todos os trabalhadores 97% - 100% de causa de morte determinada Pessoa-ano A antes: 188.263,4 B antes: 19.980,1 C antes: 5779,8 A após: 172.798,5 B após: 24.324,6 C após: 41.552,6 D: 8476 (5474 óbitos por câncer/>1878 novos casos) Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- ANÁLISE RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD Tabela 2. Continuação Referências, país (província/estado) China Liu et al45 Coorte de mortalidade da China França Mur et al46 Coorte de mortalidade da França Moulin et al47 Coorte de mortalidade da França Itália Giovanazzi e D’Andrea48 Coorte de mortalidade d Itália Departamento/Cargo/Tarefa Grupo de comparação Período de acompanhamento Comentários Pessoa-Anos de observação (total de óbitos ou casos por câncer) 6 plantas de anodos e 1 sala de cubas e departamento de anodos de uma planta de redução de alumínio (processo não definido) 6635 homens trabalhando desde 1.janeiro.1971 (número não definido de trabalhadores na planta de redução de alumínio) 11.470 homens em planta de laminação de aço 1971-1985 Maioria dos trabalhadores de plantas de anodos Dados individuais sobre tabagismo 1,34% perdidos para acompanhamento 100% de causa de morte definida 95.847 p-a (149 óbitos por câncer) 11 plantas de redução de alumínio (3 prebake, 2 Söderberg, outros processos combinados) 6455 homens empregados por ≥1 ano entre 1950 e 1976 População geral da França 1950-1976 113,671 p-a (199 óbitos por câncer) 1 planta de redução de alumínio (ambas com processo prebake e Söderberg) (originalmente avaliadas em Mur et al) 2133 homens empregados por ≥1 ano entre 1950 e 1994 População regional 1968-1994 Amplo estudo com vários coortes Alguns dados de tabagismo Cerca de 2% perdidos para acompanhamento Apenas 71,3% de causa de morte definida Alguns dados de tabagismo Exclusão de trabalhadores nascidos fora da França 9,5% perdidos para acompanhamento 94% de causa de morte determinada 1 planta de redução de alumínio (principalmente Söderberg) 494 homens empregados (212 trabalhadores de sala de cubas e uma coorte “controle” de 282 trabalhadores de outros departamentos) População geral da Itália e população da província de Trento 1965-1979 Aumento estatisticamente significativo de óbitos por cirrose hepática entre trabalhadores de sala de cubas Números baixos Nenhum dado de tabagismo Número perdido para acompanhamento não definido Percentual não definido de causa de morte determinada Todas as plantas: 5306 p-a (56 óbitos por câncer) Salas de cubas: 2115 (40 óbitos por câncer) 35.145 p-a (101 óbitos por câncer) Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- ANÁLISE RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD Tabela 2. Continuação Referências, país (província/estado) Itália Carta et al49-50 Coorte de mortalidade da Itália (Sardenha) Estudo aninhado de caso-controle de câncer de pâncreas Noruega Andersen et al Noruega Coorte de mortalidade e incidência de câncer Rönnerberg et al51 Coorte de mortalidade e incidência de câncer da Noruega Rönnerberg et al52 Coorte de incidência de câncer da Noruega Departamento/Cargo/Tarefa Grupo de comparação Período de acompanhamento Comentários Pessoa-Anos de observação (total de óbitos ou casos por câncer) 1 planta de redução de alumínio (prebake) 1152 homens empregados por ≥1 ano entre 1972 e 1980 Estudo aninhado de caso-controle: 6 casos, 72 controles População regional 1972-2001 Alguns dados de tabagismo Nenhuma perda para acompanhamento 100% de causa de morte determinada 29.080,8 p-a (51 óbitos por câncer; 6 óbitos de câncer de pâncreas) 4 plantas de redução de alumínio (ambos processos prebake e Söderberg) 7410 homens vivos em 1953 e empregados antes de 1970 por ≥18 meses População específica de condado Mortalidade e incidência: 1953-1979 P-a de observação não definida (número não definido de óbitos por câncer, 428 novos casos) 1 planta de redução de alumínio (processo prebake) (original avaliado em Andersen et al) 1137 homens empregados por ≥6 meses entre 1922 e 1975 (fechamento de planta) 1 planta de redução de alumínio (processo Söderberg) (originalmente avaliado em Andersen et al) Homens empregados por ≥6 meses 2647 trabalhadores temporários (empregados por <4 anos) 2888 trabalhadores de área de produção (≥4 anos) 373 trabalhadores de área de manutenção (≥4 anos) População geral da Noruega 1953-1991 Amplo estudo com várias coortes Nenhum dado de tabagismo Número perdido para acompanhamento não definido Nenhuma análise sobre mortalidade por câncer Poucos dados de tabagismo 3,9% perdidos para acompanhamento Nenhuma análise sobre mortalidade por câncer População geral da Noruega 1953-1993 Nenhum dado sobre tabagismo 0,8% perdido para acompanhamento Curto prazo: 65.976 p-a (226 novos casos) Produção: 71.219 p-a (339 novos casos) Manutenção: 9950 p-a (41 novos casos) 32,816 p-a 552 óbitos por câncer, 210 novos casos) Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- ANÁLISE RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD Tabela 2. Continuação Referências, país (província/estado) Noruega Romundstad et al54 Coorte de incidência de câncer da Noruega Departamento/Cargo/Tarefa Grupo de comparação Período de acompanhamento 6 plantas de redução de alumínio (ambas com processo prebake e Söderberg) (5 das quais foram originalmente avaliadas em Andersen et al) 11,103 homens empregados por >3 anos 2 plantaplantas de redução de alumínio (principalmente processo Söderberg) (1 deles originalmente avaliados em Andersen et al e em Romundstad et al) 5627 homens empregados por >6 meses População geral da Noruega 1953-1996 População geral da Noruega Mortalidade: 19621995 Incidência: início de emprego - 1995 Romundstad et al55 Noruega Coorte de incidência de câncer da Noruega 1 planta de redução de alumínio (originalmente prebake, modificada para processo Söderberg em 1939) (também relatado em Romundstad et al) População geral da Noruega 1953-1995 Rússia Konstantinov56,57 Coorte de mortalidade da Rússia 1790 homens empregados por >5 anos Conforme relatado em Simonato Nenhuma informação sobre tamanho da coorte, duração do acompanhamento ou processo Não definido Três de mortalidade: Suécia em geral Norte da Suécia e populações do condado Incidência: a quarta: sete maiores municípios do norte da Suécia Romundstad et al36 Coorte de mortalidade e incidência de câncer da Noruega Suécia Björ et al58 Suécia (Västernorrland) Coorte de incidência de câncer 1 planta de redução de alumínio (iniciada em 1942, processo Söderberg) 2264 homens (excluindo trabalhadores de escritório) empregados por > 6 meses entre 1942 e 2000 Comentários Pessoa-Anos de observação (total de óbitos ou casos por câncer) Amplo estudo com várias coortes Dados de tabagismo disponíveis para três plantas/seis Número perdido para acompanhamento não definido Dados de tabagismo disponíveis para 80% dos trabalhadores por >3 anos Número perdido para acompanhamento não definido Percentual não definido de causa de morte determinada Alguns dados de tabagismo disponíveis para 75% dos trabalhadores por >5 anos Cerca de 2% perdidos para acompanhamento 272.554 p-a (1503 novos casos) 1956-1966 Nenhuma informação sobre tamanho da coorte, duração do acompanhamento ou perdas de acompanhamento, dados de tabagismo Não definido Mortalidade: 19522004 Incidência: 19582005 Nenhum dado sobre tabagismo Número perdido para acompanhamento não definido, mas provavelmente muito baixo 70.856 p-a (170 óbitos por câncer, 323 novos casos) Mortalidade: 128.020 p-a (226 óbitos por câncer) Incidência: 139.554 p-a (425 novos casos) 36.587 p-a (286 novos casos) Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- ANÁLISE RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD Tabela 2. Continuação Referências, país (província/estado) Departamento/Cargo/Tarefa Grupo de comparação Período de acompanhamento Estados Unidos Milham59 Coorte de mortalidade dos EUA (WA) 1 planta de redução de alumínio (iniciada em 1946, processo prebake) 2103 homens que trabalharam por ≥3 anos na planta e pelo menos 1 ano entre 1946 e 1962 e ainda estavam vivos em 1962 População geral americana 1962-1976 Rockette e Arena35 Coorte de mortalidade dos EUA 14 plantas de redução de alumínio (ambos com processos prebake e Söderberg) 21.829 homens que trabalharam por ≥5 anos em uma das plantas entre 1946 e 1977 População geral americana 1946-1977 Comentários Nenhum dado sobre tabagismo Número perdido para acompanhamento não definido 95,5% de causa de morte determinada Nenhuma informação sobre trabalhadores que saíram ou faleceram antes de 1962 Amplo estudo com várias coortes Nenhum dado sobre tabagismo 1,2% perdidos para acompanhamento, exceto por duas plantas com seis e 16% de arquivos em falta 97,6% de causa de morte determinada Pessoa-Anos de observação (total de óbitos ou casos por câncer) 44.307 p-a P-a de observação não definida (796 óbitos por câncer) BC, British Columbia; p-a, pessoa-ano de observação; QC, Quebec; WA, Estado de Washington. Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- ANÁLISE RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD Tabela 3. Estudos de Coorte* que relataram aumentos significativos e não significativos (estimativa de risco de 110 ou acima) de tumores malignos em trabalhadores da indústria do alumínio de vários países Mortalidade Localização do tumor maligno Excesso estatisticamente significativo Cavidade bucal e faringe Lábios Excesso estatisticamente não significativo Incidência Excesso estatisticamente significativo Spinelli et al40 [S] (orofaringe) Gibbs et al43 [S] Spinelli et al40 [S] Esôfago Liu et al45 [U] Gibbs e Sévigny [S] Björ et al58 [S+P] Estômago Konstantinov et al57 [S] Gibbs et al43 [S] Giovanazzi e D’Andrea48 [S] † Rockette e Arena35 [P] Liu et al45 [U] Spinelli et al40 [S] Gibbs e Sévigny60 [S] Spinell et al40 Gibbs e Sévigny44 [S] Sim et al37 [P] Intestino delgado Cólon Reto e junção retossigmóide ou reto Peritônio Fígado Pâncreas Nariz e seios paranasais Laringe Pulmão/brônquios traqueia e pulmão Pleura Mesotelioma de pleura Trato respiratório Osso Pele Mama masculina Gibbs et al [S] Gibbs e Sévigny ´[S] Liu et al [U] Milham59 [P] Mur et al46 [S+P] (fígado e vesícula biliar) Milham59 [P]; Rockette e Arena35 [P+S]; Carta et al50 [P]; Gibbs et al [S] Gibbs et all43 Gibbs et al43 [S] Konstantinov et al56,57 [S] Liu et al45 [U] Gibbs et al43 [S] Gibbs e Sévigny60 [S] Rockette e Arena35 [S e P]; Gibbs e Sévigny44 [S] Romundstad et a54l [P+S] Spinelli et al40 Gibbs e Sévigny44 [S] Romundstad et al36 [S] Gibbs e Sévigny44 [S] Romundstad et al36,54,55 [P + S] Romundstad et al54,55 [P + S] (reto) Gibbs e Sévigny44 [S] Gibbs e Sévigny44 [S] Romundstad et al55 [S+P] Gibbs and Sévigny44 [S] Romundstadt et al36,54 [S+P]; Gibbs e Sévigny44 [S] Mur et al46 [S+P]; Moulin et al47 [S+P]; Spinelli et al40 [S]; Gibbs e Sévigny60 [S]; Spinelli et al40 [S] Spinelli et al40 [S] Romundstad et al55 [S+P] Gibbs e Sévigny60 [S] Moulin et al47 [S+P] Giovanazzi e D’Andrea48 [S] † Gibbs e Sévigny44 [S] Gibbs e Sévigny44 [S] Romundstad et a36,54l [S+P] Sim et al37 [P] † Romundstad et al36 [S] Rockette e Aren35a [S e P+S] (≥25 anos) Mur et al46 [S+P] † Sim et al37 [P]‡ Björ et al58 [S+P] Spinelli et al40 [S] Sim et al37 [P] Spinelli et al [S] Sim et al37 [P] Konstantinov et al56,57 [S] Excesso estatisticamente não significativo Spinelli et al [S] Sim et al37 [P] Milham59 [P] Mur et al46 [S+P] (osso, tecido conjuntivo, pele e mama) Mur et al46 [S+P] (osso, tecido conjuntivo, pele, e mama) Mur et al46 [S+P] (osso, tecido conjuntivo, pele e mama) Sim et a37 [P] Gibbs e Sévigny44 [S] Spinelli et al40 [S] Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 37 ANÁLISE RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD Tabela 3. Continuação Testículos Mortalidade Excesso Excesso estatisticamente estatisticamente não significativo significativo Sim et al37 [P]† Milham59 [P] Gibbs et al43 [S] Gibbs e Sévigny60 [S] Milham59 [P] Pênis Bexiga Gibbs et al43 [S] Localizção do tumor maligno Próstata Rim Trato urinário Cérebro/sistema nervoso central (tumores malignos) Adenomas pituitários Tireoide Cabeça e pescoço Linfossarcoma e reticulossarcoma Doença de Hodgkin Linfoma nãoHodgkin Mieloma múltiplo Outros cânceres linfáticos Rockette e Arena35 [S] Mur et al46 [S+P] Moulin et al47 [S+P] Spínelli et al40 [S] Gibbs e Sévigny60 [S] Sim et al37 [P] Milham59 [P] Rockette e Arena35 [P e P+S]; Gibbs et al43 [S]; Sim et al37 [P] Milham58 [S+P] Mur et al46 [S+P] Spinelli et al40 [S] Incidência Excesso estatisticamente significativo Excesso estatisticamente não significativo Romundstad et al54,55 [P+S] Gibbs e Sévigny44 [S] Romundstad et al36,54 [S +P]; Spinelli et al40 [S]; Gibbs e Sévigny44 [S] Romundstad et al36,54 [S] Spinelli et al40 [S] Sim et al37 [P] Romundstad et al55 [S +P] Romundstad et al55 [P+S] Sim et al37 [P] Romundstad et al54 [S +P]; Sim et al37 [P] Romundstad et al [P+S] Gibbs e Sévigny Sim et al37 [P] Björ et al58 [P+S] Björ et al58 [S +P] (sistema nervoso central) Spinelli et al40 [S] Gibbs e Sévigny [S] Cullen et al61 [P] Milham59 [P] Rockette e Arena35 [P e S] Mur et al46 [S+P] (linfossarcoma, reticulosarcoma, mieloma múltiplo e outros tecidos linfoides) Milham 59[P] Gibbs et al43 [S] Spinelli et al40 [S] Gibbs et al43 [S] Gibbs e Sévigny60 [S] Mur et al46 [S+P] (linfossarcoma, reticulosarcoma, mieloma múltiplo e outros tecidos linfoides) Gibbs et al43 [S] Gibbs e Sévigny 60[S] Rockette e Arena59 [S] Gibbs et al43 [S] Romundstad et al54,55 [S +P] Björ et al58 [P+S] Romundstad et al36,54 [S +P] Gibbs e Sévigny44 [S] Gibbs e Sévigny44 [S] Romundstad et al36,54 [P + S] Gibbs e Sévigny44 [S] Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 38 ANÁLISE RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD Tabela 3. Continuação Mortalidade Incidência Excesso Excesso Excesso Área de tumor Excesso estatisticamente não estatisticamente estatisticamente não estatisticamente maligno significativo significativo significativo significativo Leucemia Milham59 [P] Romundstad et al [S +P] Rockette e Arena35 [P e S Gibbs e Sévigny [P+S] (linfático e P+S]; e mieloide) Mur et al46 [S+P]; Gibbs et al43 [S]; Gibbs e Sévigny60 [S] Cânceres linfático Milham59 [P] Rockette e Arena35 [S] Gibbs e Sévigny44 [S] e hemopoiético Carta et al50 [S+P] (linfomas e leucemias) *Nem todos os autores estão aqui citados com os artigos mais recentes incorporados às mesmas coortes. Alguns dos excessos desta tabela não mostram relações com a duração do trabalho ou níveis de exposição. †Trabalhares de produção, sala de cubas ou manutenção. ‡Manutenção apenas, não produção. [P], prebake; [S] processo Söderberg; [S+P], processos Söderberg e prebake; [U], processo não definido de redução. Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 39 ANÁLISE RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD Tabela 4. Resumo da evidência* disponível de relação de causa entre o trabalho em produção de alumínio e as loca Localizações de câncer Força da associação Força (mais de 100 mil pessoas-anos) Algum aumento SS † Consistência Gradiente de exposição Cavidade bucal e faringe M:0,13 – 2,38; I: 0,79 – 3,16 M: 0,66 – 2,38 I: 0,79 – 3,16 Não Risco diminuído constatado em vários estudos Pouca evidência (em um estudo entre fumantes) Esôfago M: 0,54-5,46; I: 0,6-2,58 M: 0,54-1,32 I: 0,6-2,56 Sim: I (1); M(1) Não (maior na China e Suécia) Nenhuma evidência (não: um estudo) Estômago M: 0,74 – 2,3 I: 0,65-4,04 M: 1,0-1,48 I: 1,0-4,04 Sim: I(3), M(2); EG com B(a)P(2) Não (resultados variáveis) Alguma evidência(sim: duas mortalidades; uma incidência; não: uma mortalidade, uma incidência) Reto e junção retossigmóide ou reto M: 0,46-1,30 I: 0,65-1,452 M: 0,74-1,304 I: 0,97-1,452 Não Sem risco elevado na maioria dos estudos Pouca evidência (sim: um estudo) Pâncreas M: 0,92-1,49 I: 0,9-2,59 M: 1,08-1,49 I: 0,9-2,59 Sim: I(2), M(2): EG com HAPs (2) risco elevado na maioria dos estudos Alguma evidência (sim: três a quatro estudos; não: um estudo) Laringe M:0,907-1,57 I: 0,79-5,67 M: 0,907-1,57 I: 0,79-5,67 Sim: I(1) Sem aumento de risco na maioria dos estudos Nenhuma evidência (não: um estudo) G e r f e G e r p p R r e r t p p G r e p p A r e e p p p A r s r f e Tabela 4. Continuação Localizações do câncer Força da associação Força (mais de 100 mil pessoas-anos) Algum aumento SS † Consistência Gradiente de exposição Pulmão/brônquios, traquéia e pulmão M:0,63-4,3 I: 1,0-2,65 M: 1,07-1,36 I: 1,0-2,12 Sim: I(2), M(2); EG com B(a)P(2) Risco elevado, constatado em todos os estudos, exceto em dois Evidência muito forte (sim, em vários estudos; também para riscos com ajustes no tabagismo) Pleura, incluindo mesotelioma M: 1,98-4,36 I: 1,37-3,02 M: 1,98 I: 1,37-3,02 Sim: I(1), M(1) Risco não relatado na maioria dos estudos Evidência insuficiente Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 40 R e e e n C p d ANÁLISE RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD Ossos M: 2,04; I: 1,36 M: ND; I: 1,36 Não Relatórios insuficientes Evidência insuficiente Melanoma de pele M: ND; I:0,35-1,66 M:ND; I: 0,5-0,80 Não Risco reduzido constatado na maioria dos estudos Nenhuma evidência Câncer de pele não melanoma M:ND; I:0,8-1,05 M: ND; I:0,8 Não Risco reduzido, constatado na maioria dos estudos Nenhuma evidência Próstata M: 0,63-2,11 I: 0,48-1,55 M: 0,70-0,93 I: 0,96-1,45 Sim: I(1), M (1) Pouca evidência (sim: um estudo de mortalidade; não: dois estudos de incidência Testículo M: 0,76-7,07 I: 0,74-1,57 M: ND; I: 0,8-1,12 Não Risco menor constatado na maioria dos estudos de mortalidade. risco elevado em muitos estudos de incidência. Não (resultados variáveis) Nenhuma evidência (não: um estudo) C a r p G e r p G e r p A e r d d P e r p M Tabela 4. Continuação Localizações do câncer Força da associação Força (mais de 100 mil pessoas-anos Algum aumento SS † Consistência Gradiente de exposição Bexiga M:0,65-2,24 I: 0,78-4,9 M: 0,85-2,24 I: 1,3-4,9 Sim: I(3, M(1; EG com B(a)P(4) Risco elevado na maioria dos estudos Evidência muito forte (sim: três a quatro estudos; não: dois estudos) Rim M: 0,49-2,09 I: 0,74-1,99 M: 0,49-1,06 I: 0,96-1,96 Sim: I(2): EG com B(a)P(2) Risco elevado em vários estudos Alguma evidência (sim: três estudos; não: dois estudos) Cérebro/sistema nervoso central M: 0,54-2,13 I: 0,62-1,90 M: 0,967-2,13 I: 0,90-1,48 Sim: I(1) Risco elevado em vários estudos Pouca evidência (limitesim: um estudo; não: um estudo) Linfossarcoma e reticulosarcoma M: 1,16-1,75 I: NA M: NA; I: NA Sim: M(1) Evidência insuficiente Linfomas não-Hodgkin M: 0,24-1,42 I: 0,36-1,96 M: 0,24-1,42 I: 0,90-1,55 Sim: I(1): EG com B(a)P(1) Relatos insuficientes (dois estudos de mortalidade) Risco elevado em alguns estudos Mieloma múltiplo M: 0,84; I: 0,841,97 M: 0,84; I: 1,50 Não Aumento de risco em alguns estudos Evidência insuficiente Pouca evidência (sim no estudo); limite (não em um estudo) Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 41 A r p d a A d e e r A r p e R m R e d s d R e r p ANÁLISE RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD Leucemia M: 0,57-1,56 I: 0,28-2,00 M: 0,84-1,56; I: 0,89-2,00 Sim: M(1) Aumento de risco em alguns estudos Evidência insuficiente R e r a c Tabela 4. Continuação Áreas de câncer Cânceres linfático e hemopoiético Força de associação M: 0,84-2,30 I: 0,85-1,14 Força (mais de 100 mil pessoas-anos M: 1,01-1,16 I: 0,85-1,13 Algum aumento SS † Sim: M(2) Consistência Aumento de risco em alguns estudos Gradiente de exposição Evidência insuficiente P e r p * Critérios de Bradford-Hill de especificidade e analogia não foram acolhidos aqui. † Estudos que acumularam 100 mil pessoas-anos de observação ou mais são os de Mur et al (Mortalidade); Romundstad et al (Incidência Gibbs et al (Incidência e Mortalidade). ‡ Número de estudos entre parênteses. § Qualificação de risco: menor, menos do que 1,0; pequeno de 1,1 a 1,5; moderado, 1,6 a 2,0; alto, 2,1 ou mais. ||Força de categorias de evidências e critérios: ? (dados insuficientes), houve poucos relatórios sobre tais áreas de câncer que também eram r − (nenhuma evidência convincente), a maioria dos estudos não mostrou um aumento ou uma redução de risco ou foram estudos com u estatisticamente significativo ou estava sem ajuste para as principais variáveis em potencial de confusão e/ou foram estudos com alguma exposição-resposta; ± (pouca evidência), a evidência foi considerada insuficiente para se concluir que houve possível associação; por exemplo, não mais do que u significativo do risco ou com um risco acima de 1,5 e alguma evidência-limite inconsistente de relação de relação exposição-resposta; + (alguma evidência), houve poucos estudos positivos que mostraram uma possível associação com mais de um estudo com aumento estatist estudo com risco acima de 1.5 e pelo menos evidência-limite de relação exposição-resposta em dois estudos ou mais; ++ (evidência consistente), a evidência sugere uma associação provável de que a maioria dos estudos mostrou um aumento dos riscos c resposta e, pelo menos, um estudo com o risco de mais do que 2,0; +++ (evidência razoavelmente forte), a maioria dos estudos mostrou um aumento de risco, evidências de relação exposição-resposta em v risco de mais de 2.0. ¶ Evidência classificada como suficiente para os seres humanos, de acordo com a IARC, para essa área de câncer. B(a)P, benzo(a)pireno; EG, gradiente de exposição; I, incidência; M, mortalidade; ND, não disponível; HAPs, hidrocarbonetos aromáticos po Copyright © 2014 Lippincott Williams & Wilkins. É proibida a reprodução não autorizada deste artigo. - Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM), Número 5S, em maio de 2014.- 42 ANÁLISE RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO Uma análise Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD Referências 1. Ravier EF. Technology of alumina reduction. In: Hughes JP, ed. Health Protection in Primary Aluminium Production, Proceedings of a Seminar, Copenhagen 28–30 June 1977. London, UK: International Primary Aluminum Institute; 1977:17–21. 2. IARC. IARC Monographs on the Evaluation of Carcinogenic Risk of Chemicals to Humans. Polynuclear Aromatic Compounds. 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