ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO
Transcrição
ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO
ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO NO NÍVEL LATO SENSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATIVIDADES EQUESTRES O CAVALO COMO INSTRUMENTO DE RELAÇÕES PÚBLICAS NA PMDF Cap QOPM Wendel Oliveira Andrade Silva - PMDF Rio de Janeiro 2011 ii Cap QOPM Wendel Oliveira Andrade Silva - PMDF O CAVALO COMO INSTRUMENTO DE RELAÇÕES PÚBLICAS NA PMDF Monografia apresentada à Escola de Equitação do Exército como requisito para a obtenção do Grau de Especialista em Atividade Eqüestre. Orientador: Maj Cav Augusto Dourado Ribeiro da Cunha. Rio de Janeiro 2011 iii Cap QOPM Wendel Oliveira Andrade Silva - PMDF O CAVALO COMO INSTRUMENTO DE RELAÇÕES PÚBLICAS NA PMDF Monografia apresentada à Escola de Equitação do Exército como requisito para a obtenção do Grau de Especialista em Atividade Eqüestre. Orientador: Maj Cav Augusto Dourado Ribeiro da Cunha. Aprovada em de de 2011. BANCA EXAMINADORA ________________________________________________ Maj Cav Augusto Dourado Ribeiro da Cunha _________________________________________________ Cap QOPM Genilson Figueiredo de Oliveira _________________________________________________ Cap Cav Rodrigo Camões Diógenes de Carvalho iv À minha esposa que tanto me incentivou, apoiou, compreendeu, que sorriu junto e sofreu junto ao longo desses 9 meses de curso. E a todos os amigos e conhecidos que de alguma forma contribuíram para o fim desse trabalho. v Agradecimento A Deus que tudo sabe e pode. À minha família e esposa, minha eterna amada, obrigado. Ao Regimento Coronel Rabelo, nas pessoas do TC Caravellas, CEL RR Dornelles, CEL Annunciação, CEL Moretto, Maj Marcus Rogério, enfim, a todos os Oficiais e Praças que me ajudaram ao longo de minha trajetória profissional. Aos amigos e padrinhos Cap Abadio e esposa, Cap Heberton e esposa, Maj Fábio Augusto e esposa, Maj Edvã e esposa, Cap Bezerra e esposa que me apoiaram e incentivaram para a realização deste sonho. Aos Amigos Cap Oliveira e Sgt Dierson, Instrutor e Monitor da EsEqEx, respectivamente, por toda a paciência e motivação passada ao longo desse ano, e sem a qual, talvez, não seria possível seguir em frente principalmente nos momentos difíceis, extensivos à amiga Camila e seu filho Junhinho. Ao meu Orientador Maj Ribeiro da Cunha e a meus Instrutores e Monitores por todo conhecimento e experiência repassados, seja em sala de aula, seja debaixo de sol, chuva, frio e calor nos picadeiros do parque eqüestre e cross, o meu reconhecimento. A meus companheiros de curso que ao meu lado passaram e compartilharam momentos difíceis, alegres, dolorosos e gratificantes, a vocês meu muito obrigado: Cap Adeir, Cap Evangelho, Ten G.Guarienti, Ten Mello, Ten Borges, Ten Silas Rabelo, Ten Ivo, Ten Christian, Ten Ocanha, Ten Matta, Ten Leonardo Gomes, Ten Antunes, Ten Bernard, Ten Nicodemos, Sra Karin Mendes e Sra Bruna Rosa. A meus cavalos, parceiros de curso, que se doaram, foram exigidos em seu máximo potencial, que me passaram toda sua força, velocidade, destreza e coragem, pedindo em troca somente a alimentação, um afago, uma boa cama, e algumas cenouras. Missão cumprida meus amigos: Niágara, Brother, Monarca e o guerreiro Urucubaca, que apesar de seu tamanho diminuto e idade avançada se superava em cada salto, conquistando a admiração e apreço de quem quer que lhe observe em ação. A minha eterna gratidão... vi “Se a imaginação do cavalo coloca, às vezes, o homem em perigo, ela é para o cavaleiro um instrumento precioso. Ele pode empregá-la para esconder do animal sua própria força e seu poder, de tal forma que ele jamais os porá a prova. Se ele aceita o homem em deu dorso é porque ele imagina não poder agir de outra forma”. HONTANG vii RESUMO Este trabalho constitui-se numa reflexão acerca a contribuição do cavalo enquanto instrumento de relações sociais, mais especificamente, no Regimento de Polícia Montada do Distrito Federal. Para tanto foi realizado um estudo sobre o histórico da Polícia Militar do Distrito Federal seguido da análise do Regimento de Polícia Montada do Distrito Federal. Realizou-se ainda uma incursão sobre a história do cavalo com destaque na sua contribuição social através do Policiamento Montado, da Escola de Equitação e da Equoterapia. Palavras Chaves: cavalo, relações públicas e polícia. viii ABSTRACT This work constitutes a reflection on the contribution of the horse as instrument of social relations, more specifically, in the Regiment of Mounted Police Federal District. For this was a studyabout the history of the Federal District Military Police followed the analysis of the Regiment of Mounted Police Federal District. We carried out a further incursion into the history of the horse with emphasis on its social contribution through the Mounted Police, Riding School and Equotherapy. Keywords: horse, public relations and police. ix SUMÁRIO DEDICATÓRIA ...................................................................................................iv AGRADECIMENTOS ……………………...………………….……………..........…v EPÍGRAFE .........................................................................................................vi RESUMO ………………………………………………………...………...…....……vii ABSTACT …………………………………………………………......…...…….…..viii SUMÁRIO ……………………………………………………………...…..………...ix LISTA DE ABREVIATURAS............………………………………...…..……….....x 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................1 2. REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................2 2.2. POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL (PMDF) ......................2 2.3. REGIMENTO DE POLÍCIA MONTADA (RPMon) .............................5 2.4. O CAVALO ........................................................................................7 2.5. SOCIEDADE ...................................................................................11 2.6. ATIVIDADES SOCIAIS ...................................................................12 2.6.1. Policiamento Montado .......................................................12 2.6.2. Escola de Equitação ..........................................................13 2.6.3. Equoterapia .......................................................................14 3. METODOLOGIA ...........................................................................................16 4. CONCLUSÃO ...............................................................................................19 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................21 ANEXOS ..........................................................................................................23 Anexo I ...................................................................................................24 Anexo II ..................................................................................................25 x LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS Art. – artigo; ANDE – Associação Nacional de Equoterapia; CAP – Capitão; CAV – Cavalaria CB – Cabo; CDC – Controle de Distúrbios Civis; CFN – Corpo de Fuzileiros Navais; CF 88 – Constituição da República Federativa do Brasil de 1988; DF - Distrito Federal; E – Esquadra; EB – Exército Brasileiro; EsEqEx – Escola de equitação do Exército; nº - número; p. – Página; PM – Polícia Militar; PMDF – Polícia Militar do Distrito Federal; PMERJ – Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro; RCR – Regimento Coronel Rabelo; Res. – Reserva; RPMon – Regimento de Polícia Montada; SD – Soldado; SGT – Sargento; TEN – Tenente. xi 1. INTRODUÇÃO Como oficial da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), há mais de 11 anos, refletimos, cotidianamente, sobre a importância do cavalo na sociedade do Distrito Federal, fato este nos leva a estudar um pouco mais de perto esse tema, mais especificamente no Regimento de Polícia Montada do Distrito Federal. Hoje na sociedade como um todo, um dos temas que mais afligem os brasileiros, em geral, é a segurança pública, a insegurança paira por sobre todos diariamente, trazendo à baila os papéis que as policias militares desempenham dentro do sistema de segurança pública. A desconfiança e descrédito da sociedade vêm em parte da época dos regimes autoritários, quando as polícias contavam com certa antipatia por conta de sua atuação naquele período, resquícios de incredulidade perduram até hoje, mesmo passados mais de 25 anos. Após esse tempo a sociedade evoluiu em um ritmo não sendo acompanhada na mesma velocidade pelas polícias, de uma maneira geral, contudo, inúmeras são as demonstrações de que este quadro tende a se reverter, a exigência de nível superior para ingresso nas carreiras policiais, o conceito de polícia comunitária se espalhando rapidamente pelos rincões do Brasil, a mudança no perfil dos policiais, são provas do interesse de se bem servir a sociedade brasileira. Infelizmente um dos maiores entraves para a mudança de visão da população com relação às polícias talvez seja a imprensa, não a boa imprensa, aquela que aponta as falhas, os desvios de conduta e visa a correta apuração dos fatos, mas sim a imprensa oportunista, sem ética que busca apenas a manchete, o sensacionalismo, a vendagem e o ibope, jogando na “vala comum” a esmagadora maioria de trabalhadores. Maioria esta que diuturnamente desafia os mais variados riscos em prol de sua missão constitucional que é a de bem servir e proteger o cidadão. Por conta de erros de alguns poucos, as críticas negativas ultrapassam os limites dos praticantes e atingem em cheio as instituições, muitas delas seculares, sem o mínimo de responsabilidade, criando com isso um pré conceito por parte do leitor, ouvinte ou expectador menos instruído. Cabe às corporações a tarefa de mudar esse cenário, com o uso e abuso dos meios disponíveis para a sua propaganda positiva, diminuindo a distância xii entre o policial fardado e o povo, incutindo na mentalidade do cidadão o verdadeiro papel da polícia militar. E nada mais prático e promissor do que a utilização do cavalo como essa “ponte” entre as partes seja pelo carisma típico desse animal ou simplesmente por sua presença, que atiça a curiosidade de crianças e adultos acerca do como é trabalhar com o nobre amigo. As reflexões sobre o tema e a vasta experiência com o trabalho prático envolvendo os cavalos motivaram a razão do presente estudo que tem como objetivo principal descrever as alternativas de ações dentro do Regimento de Polícia Montada do Distrito Federal - RPMon, que visem a aproximação da sociedade com a Polícia Militar, destacando a importância e os valores da corporação para o público externo. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.2. POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL - PMDF Conforme previsto no Plano Estratégico 2011-2022 da PMDF, a história da PMDF começa no século XIX, com a vinda da corte portuguesa para o Brasil, por causa do bloqueio continental e da invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão Bonaparte. Dom João VI, o príncipe regente, e sua corte necessitariam de uma grande estrutura no Brasil-Colônia e, com isso, promoveu-se um grande desenvolvimento no país com a abertura de portos, a criação da Biblioteca Pública, do Arquivo Militar, da Academia de Belas Artes, do Jardim Botânico e de outras instituições que estruturam o país. Aos moldes da já existente Guarda Real de Polícia, uma instituição militar, em 13 de maio de 1809, Dom João VI cria a Divisão Militar da Guarda Real de Polícia, primeiro núcleo da PMDF, que tinha a missão de guardar e vigiar a cidade do Rio de Janeiro. Essa divisão também foi chamada de Corpo de Quadrilheiros. Após ser rebatizada algumas vezes, a PMDF foi transferida do Rio de Janeiro para a nova capital da república, Brasília. Em agosto de 1965, o diretor do então Departamento Federal de Segurança Pública baixou normas para que o comandante geral da corporação, naquela época sediada no Estado da Guanabara, instalasse na nova capital uma unidade administrativa com efetivo xiii orgânico de uma Companhia de Polícia Militar. A finalidade dessa companhia era executar o serviço de trânsito do Distrito Federal (DF). A PMDF foi instalada na atual capital somente em 1966, com profissionais vindos da Polícia Militar do Rio de Janeiro, oficiais do Exército Brasileiro e mais alguns remanejados de outras instituições de Segurança Pública, em virtude da reorganização do DF em Brasília. Nesses mais de 200 anos de existência, a PMDF tem se dedicado à Segurança Pública da Capital Federal, atuando em todas as regiões do DF e trabalhando dia e noite para o seu bem-estar. Na atualidade, a Corporação empreende iniciativas para readequar suas estruturas organizacionais, modelos de gestão, recursos humanos e materiais em prol da sociedade. Algumas destas iniciativas merecem destaque, tais como: • Os projetos de implantação do Sistema de Gestão Estratégica e Programa de Melhoria da Gestão; • A reestruturação administrativa e de cargos e salários; • A implementação das doutrinas, diretrizes e políticas de segurança de proximidade, através da filosofia de polícia comunitária e policiamento orientado para o problema; • Ênfase na capacitação profissional direcionada à garantia dos direitos humanos; • O desenvolvimento de diversos projetos sociais e de assistência ao público interno; • A implementação de novas tecnologias de informação, inteligência e telecomunicações; e • A elaboração de procedimentos operacionais padrão. As atribuições da PMDF são definidas pelo art. 144, § 5º da Constituição Federal e pela lei nº 6.450, de 14 de outubro de 1977. Art. 1º - A Polícia Militar do Distrito Federal, instituição permanente, fundamentada nos princípios da hierarquia e disciplina, essencial à segurança pública do Distrito Federal e ainda força auxiliar e reserva do Exército nos casos de convocação ou mobilização, organizada e mantida pela União nos termos do inciso XIV do art. 21 e dos §§ 5 º e 6 º do art. 144 da Constituição xiv Federal, subordinada ao Governador do Distrito Federal, destina-se à polícia ostensiva e à preservação da ordem pública no Distrito Federal. (Redação dada pela Lei nº 12.086, de 2009). Art. 2º - Compete à Polícia Militar do Distrito Federal: (Redação dada pela Lei nº 7.457, de 1986). I - executar com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares das Forças Armadas, o policiamento ostensivo, fardado, planejado pela autoridade competente, a fim de assegurar o cumprimento da Lei, a manutenção da ordem pública e o exercício dos poderes constituídos; (Redação dada pela Lei nº 7.457, de 1986). II - atuar de maneira preventiva, como força de dissuasão, em locais ou áreas específicas, onde se presuma ser possível a perturbação da ordem; III - atuar de maneira repressiva, em caso de perturbação da ordem, precedendo o eventual emprego das Forças Armadas; e IV - atender à convocação, inclusive mobilização, do Governo Federal em caso de guerra externa, ou para prevenir ou reprimir grave perturbação da ordem ou ameaça de sua irrupção nos casos previstos na legislação em vigor, subordinando-se à Força Terrestre para emprego em suas atribuições específicas de polícia militar e como participante da Defesa Interna e da Defesa Territorial. (Redação dada pela Lei nº 7.457, de 1986). A missão da PMDF é “promover a segurança e o bem-estar social por meio da prevenção e repressão imediata da criminalidade e da violência, baseando-se nos direitos humanos e na participação comunitária”. A visão da PMDF é a de “ser reconhecida como instituição policial moderna e de referência nacional na prevenção e na repressão imediata da criminalidade e da violência, pautada na defesa e respeito aos direitos humanos, na filosofia de policiamento comunitário, na análise criminal, no policiamento orientado para o problema e na qualidade profissional de seus integrantes”. Os valores da força policial militar do Distrito Federal são: honestidade, ética profissional, cientificismo, o respeito aos direitos humanos. xv 2.3. REGIMENTO DE POLÍCIA MONTADA (RPMon) Conforme boletim comemorativo dos 200 anos da PMDF sua história pode ser assim resumida: Em março de 1980 partiram para o 1º RCGd um grupo de oficiais e praças que iniciaram, naquela Unidade, um estágio de equitação dando assim o primeiro passo para a criação de uma Unidade Hipo na PMDF. A Portaria PMDF de 10 de junho de 1980, assinada pelo então Comandante-Geral, Coronel Cav QEMA Êgeo Corrêa de Oliveira Freitas, cria o NÚCLEO DO REGIMENTO DE CAVALARIA CORONEL FRANCISCO RABELO LEITE NETO, composto inicialmente por um esquadrão Hipo, sediada na cidade satélite de Taguatinga, subordinada administrativa e operacionalmente ao 2º Batalhão de Polícia Militar. Em 23 de agosto de 1980 chegava à cidade de Brasília 80 (oitenta) cavalos vindos do Rio Grande do Sul, os quais formavam o primeiro plantel hipo da Corporação. Com apoio da Secretaria de Agricultura e da Fundação Zoobotânica do Distrito Federal, cedendo campos, instalações e assistência veterinária, foi possível estabelecer, provisoriamente, a sede do Esquadrão na Granja Modelo Riacho Fundo. Para organização do primeiro quadro orgânico, os oficiais e praças foram retirados dos efetivos das diversas Unidades Policiais Militares. Para suprir a necessidade de logo iniciar os treinamentos de homens e animais, para a execução, 80 (oitenta) recrutas, voluntários, da 27ª turma de soldados. Em 12 de dezembro de 1980 iniciava-se oficialmente, o Policiamento Ostensivo Montado do Distrito Federal, atividade esta que, incansavelmente, vem sendo desempenhada diurnamente. Com o Decreto nº 6.828, de 23 de junho de 1982, assinado pelo Excelentíssimo senhor Governador do Distrito Federal, Aimé Alcebíades Silveira Lamaison, era criado na PMDF, o REGIMENTO DE POLÍCIA MONTADA, ficando subordinado ao Comando-Geral, com autonomia administrativa, com atribuição de executar o Policiamento Ostensivo Montado em todo o Distrito Federal e cumprir missões determinadas pelo ComandanteGeral da Corporação. xvi Através do Decreto nº 20.468 de 30 de junho de 1999, assinado pelo Excelentíssimo senhor Governador do Distrito Federal, Joaquim Domingos Roriz, foi dada a denominação histórica de “REGIMENTO CORONEL RABELO” ao Regimento de Polícia Montada da PMDF. O nome da Unidade foi escolhido em homenagem ao Coronel Cav QEMA Francisco Rabelo Leite Neto, falecido em 01 de novembro de 1979, quando no cargo Comandante-Geral da PMDF. Além de suas atividades operacionais por força de dispositivo legal, vem a unidade, como representante da Corporação, dedicando-se, também, às lides esportivas, principalmente nas atividades hípicas, participando ativamente de programação levada a efeito no Distrito Federal. O Regimento tem representado a Corporação nas competições hípicas em várias capitais da Federação, gozando de carinhosa atenção por parte daqueles que comungam dos sentimentos hípicos. O Regimento atua como tropa de choque, reserva do Comando Geral, no policiamento de trânsito em grandes estacionamentos; no policiamento ostensivo em terrenos variados impraticáveis a outras modalidades, em demonstração e Relações Públicas; e no policiamento ostensivo normal; cobrindo áreas de até 40 Km por patrulhas. Os cursos de formação que são ministrados no Regimento são: Curso de Policiamento Montado – Nível Oficiais: duração de 06 meses; Curso de Policiamento Montado – Nível Praças: duração de 02 meses; Curso de Operações de Choque Montado – Oficiais e Praças: duração de 02 meses; Cursos para Oficiais e Praças do RPMon em outras Corporações: Escola de Equitação do Exército (EsEqEx), Carabineros de Chile; Guarda Nacional Republicana de Portugal; além de instruções diárias e/ou semanais. Atualmente o RPMon conta com uma tropa de 229 policiais. Possui 271 cavalos (distribuídos entre os 3 esquadrões). O RPMon encontra-se dividido em três esquadrões: 1º Esquadrão: ESQUADRÃO ESCOLA Esse é o esquadrão responsável pela parte de instrução e cursos do RPMon (coordenação e execução dos Cursos de Policiamento Montado e Operações de Choque Montado, ministrados na própria corporação), pelo Centro de Equoterapia e a Escolinha de Equitação. xvii 2º Esquadrão: ROMon Este esquadrão tem a responsabilidade de cuidar de todo o policiamento Ostensivo Montado em todo o Distrito Federal. O Regimento de Polícia Montada executa uma forma de policiamento moderno e versátil que se enquadra bem aos moldes da Capital da República. As Rondas Ostensivas Montadas (ROMon) atendem a todo o Distrito Federal, sendo empregado no policiamento tático, diário, e em locais que apresentam maiores números de ocorrência delituosas, podendo ser deslocado imediatamente a qualquer parte do Distrito Federal, conforme determinação do Comando de Policiamento Especializado (CPEsp). 3º Esquadrão: CHOQUE MONTADO A capacitação e o aprimoramento de técnicas de controle de distúrbios civis fazem parte da rotina diária do efetivo do 3º Esquadrão, que encontra-se localizado, estrategicamente, no interior do Parque da Cidade, no coração da Capital. Composto por policiais que possuem o Curso de Operação de Choque Montado, fato este que demonstra a perfeita e constante preparação do homem e do cavalo para uma maior eficiência e eficácia no cumprimento das diversas missões e eles impostas, executam treinamentos como o objetivo de buscar excelência em suas ações, simulando os mais variados tipos de terrenos e obstáculos. 2.4. O CAVALO O cavalo consta que apareceu há cinqüenta milhões de anos. Era um animal de pequeno porte, do tamanho de uma raposa, que evoluindo muito lentamente, sofreu várias mudanças, até atingir a conformação atual. Na história da humanidade teve importante participação. Ao longo dos séculos o homem se aproximou do cavalo, inicialmente servindo de caça, para alimentar a fome. Mais tarde, o homem percebeu que o cavalo poderia dar uma colaboração maior, suprindo suas necessidades de deslocamento, quer sendo montado, tracionando carros, arados etc. xviii Segundo Ribeiro (1998), desde sua domesticação, “o cavalo participa da história da humanidade, como meio de transporte ou força motriz, assim como em batalhas, na exploração e colonização de novas terras e no estabelecimento de rotas comerciais”. O cavalo é um mamífero perissodáctilo (com membros alongados, estômago simples e dedos em número ímpar, revestidos de casco córneo) e solípede (um só casco em cada pé), da família dos eqüídeos. Apresenta grandes variações em sua forma externa, quer características da raça que pertencem, quer meramente individual. Algumas raças de cavalo são destacadas neste estudo: - ÁRABE: é a raça mais pura e uma das mais antigas. Para muitos, este é um dos cavalos mais belo. Existem referencias artísticas deste animal de pelo menos 2.500 anos antes de Cristo e o local mais relacionado com ele é o deserto. Essa raça caracteriza-se pela sua boa saúde, inteligência, beleza, cabeça curta e fina, corpo largo, extremidades largas e muito fortes, com tendões definidos, nariz e as orelhas são pequenas e os seus olhos grandes. A sua grande mobilidade é graças ao arco que se forma ao unir a cabeça e o pescoço, chamado “mitbah”, o que facilita mudar de direção com agilidade e rapidez. O seu andar é característico de forma que consegue salta algo com a cabeça erguida. Na pista, a elegância a galopar faz com que seja maravilhoso contemplar-lhe. Este animal tem sido bastante importante na evolução de muitas outras raças de eqüídeos. O árabe foi escolhido pelos Europeus para melhorar as raças continentais, utilizando garanhões árabes com éguas Européias. O trote e o galope deste animal são rasteiro, amplos e cadenciados, com muito garbo, tendo temperamento muito vivo e de grande resistência. As pelagens básicas são alazã, castanha, tordilha e preta. Pelas suas características são aptos aos esportes hípicos de salto e adestramento em categorias intermediárias, hipismo, enduro e trabalhos agropecuários. - QUARTO DE MILHA: é o primeiro de todos os cavalos americanos de raça. É tido como o mais popular do mundo. Mais de três milhões estão registrados na American Quarter Horse Association, fundada em Fort Worth em 1941. Harmoniosamente troncudo, porém esmo quando especializado em corridas, a cabeça ampla e com orelhas pequenas, com focinho estreito, ganachas bastantes largas, com uma altura média de 1,52 metro, dorso e xix lombo curto, garupa levemente inclinada, peito profundo, membros fortes e providos de excelente musculatura. São animais extremamente dóceis, muito musculosos e capazes de percorrerem pequenas distâncias com mais rapidez que quaisquer outras raças, sua seleção foi direcionada para produzir animais de trabalho e lida com o gado, tornando-o imbatível para a condução do gado e captura de reses desgarradas dos rebanhos, graças a sua velocidade em curtas distâncias. - CRIOULO: é um animal harmonioso, nativo da República Argentina. Pode ser encontrado, sob formas ligeiramente diferentes e uma grande variedade de nomes. Foi a primeira raça sul-americana formada nos campos úmidos da bacia do prata, descendendo em linha direta dos cavalos ibéricos trazidos pelos espanhóis e portugueses ao longo do século XVI para as regiões que formariam a Argentina, Paraguai e Brasil. Suas características apresentam um cavalo de pequeno porte, com altura de 1,45m a 1,50m, muito forte e musculado, cabeça de perfil reto ou convexo, orelhas pequenas, olhos expressivos, pescoço de comprimento médio ligeiramente convexo na linha superior, provido de crinas grossas, peito amplo, cernelha pouco destacada, dorso curto, lombo curto com garupa sem-obliqua, membros fortes e bem musculados e providos de cascos muito rígidos, orelhas afastadas e bem inseridas. É um animal ideal na lida com o gado, para passeio e enduro, podendo ser utilizado para cobrir grandes distâncias, muito ágil e rápido em seus movimentos. Nos dias atuais, está sendo descoberto pelos praticantes do hipismo rural, com crescente sucesso esportivo. É educado num galope especial. No Brasil, atualmente a raça está sendo difundida em todo território nacional. Apresenta a pelagem, castanho, tordilho, rosilho, baio, moura, dentre outras. - APPALOOSA: foi introduzido no Continente Americano pelos conquistadores espanhóis, o gene que faz o cavalo malhado é tão antigo quanto o próprio eqüídeo, mas o crédito pela criação de uma raça distinta de pelagem mosqueada cabe moderadamente aos índios, que viviam no noroeste da America do Norte. Suas terras incluíam o vale do rio Palouse (ou Palousy), e foi o rio que deu o nome aos cavalos. Geneticamente, os animais tinham sangue Árabe, Berbere e a fusão destes com os autóctones, ibéricos, o andaluz. Os animais que traziam na sua carga genética esta peculiaridade de xx pelagem, provavelmente eram descendentes de Árabes de origem persa. A raça desenvolveu-se no século XVIII, com base nos cavalos trazidos pelos espanhóis. Neste lote havia exemplares de pelagem salpicada descendentes remotos de cavalos da África. Finalmente obtiveram um cavalo capacitado para qualquer trabalho, de aspecto inconfundível, além de essencialmente prático. Em 1877, a tribo e a manada quase foram exterminadas quando o governo da União ocupou as reservas. Todavia, em 1938, com a fundação do Appaloosa Horse Club, em Moscow, Idaho, a raça começou a renascer das cinzas. Seu registro é hoje o terceiro mais numeroso do mundo. - BRASILEIRO DE HIPISMO (BH): Segundo a Associação Brasileira de Criadores do cavalo de hipismo, este animal tem sua origem formada no Brasil, fruto da firme determinação de um grupo de amantes do hipismo que se uniram em torno de um ideal comum; criar e desenvolver uma raça de cavalos com aptidão para os esportes hípicos. Esses animais eram rigorosamente selecionados, já existentes no país, os fundadores definiram como raças formadoras, nacionais e estrangeiros, aquelas que comprovadamente eram reconhecidas como altamente dotadas para os esportes eqüestres, com as mais importantes linhagens européias de cavalos de salto e adestramento, tais como hanoverano, hosteiner, oldenburger, trakehner, westfalen e sela francesa, através de cruzamentos entre si ou com magníficos exemplares puros sangue inglês na America do sul. As características da raça mostram um cavalo leve, ágil e de grande porte, com altura superior a 1,62, perímetro torácico de 1,90, e perímetro da canela de 21 cm, a cabeça média de perfil reto ou subconvexo, pescoço médio bem destacado do peito e espáduas, cernelha destacada, dorso bem ligado ao lombo e a garupa, membros fortes e andamentos briosos, relativamente elevados e extensos. Possuem excelente mecânica de salto, coragem, inteligência e elegância nos movimentos. São admitidas todas as pelagens. Suas características o tornam apto para quaisquer modalidades de salto, adestramento, concurso completo de equitação, enduro, hipismo rural ou até mesmo atrelagem. xxi 2.5. SOCIEDADE Na bibliografia brasileira o termo comunidade sempre esteve atrelado ao termo sociedade como partes complementares e interdependentes. “As perspectivas teóricas de abordagem variaram bastante, mas sempre tiveram como denominador comum a ligação conceitual como uma forma de entender a parte - a comunidade, no todo - a sociedade”. (Fernandes, 1975). A dificuldade em estabelecer um significado preciso para esta palavra fez com que ela fosse usada quase sempre como sinônimo de sociedade, aldeia, organização social, associação de bairro, conjunto habitacional ou clube esportivo. Todas essas significações, porém, corroboram a ideia de que, para existir, uma comunidade deve ocupar um locus, um território específico, um espaço geograficamente determinado onde as pessoas estejam ligadas pelos mesmos interesses. Acredita-se que as pessoas que vivem em comunidade possuem um senso de interdependência e integração. Entretanto, não é apenas o fato de um grupo viver num determinado território que irá caracterizá-lo como uma comunidade. Para que ela exista, seus integrantes necessitam ter um "sentimento" de comunidade, algo que, segundo Tönnies apud Bauman (2003), é um entendimento compartilhado por todos os membros. Não um consenso. Isso porque consenso se refere a uma escolha de opinião feita pela maioria. Para haver consenso, é preciso que haja alternativas de escolha que possam ser analisadas e votadas. Já o entendimento compartilhado a que Tönnies faz referência é tácito e flui de maneira natural entre os integrantes do grupo. Bauman (2003), baseado nas ideias de Tönnies, diz que “comunidade” significa entendimento compartilhado do tipo “natural” e “tácito”, ela não pode sobreviver ao momento em que o entendimento se torna autoconsciente, estridente e “vociferante”. Por isso, o autor mostra as dificuldades enfrentadas com o surgimento das comunicações entre as pessoas da comunidade e o mundo exterior. 2.6. ATIVIDADES SOCIAIS Conjunto de ações realizadas de forma organizada em benefício de uma comunidade, com clareza de objetivos, público alvo, investimento e resultados. xxii Projeto social tem como principal objetivo fomentar e estimular os conceitos de responsabilidade civil e social na sociedade organizada, ou seja, na sociedade civil, porém vale destacar que o imediatismo não funciona quando se trata de um projeto social, mas sim de planejamento e estratégias para que sua execução seja eficaz e atinja as expectativas esperadas. No RPMon são desenvolvidas diversas atividades que funcionam como fator de aproximação entre polícia e comunidade. Destaca-se as que seguem por serem as mais utilizadas pelas frações que utilizam o cavalo no seu dia a dia, ou por suas características que englobam a direta participação e o envolvimento da sociedade. 2.6.1. Policiamento Montado O policiamento comunitário é um modelo que não é indissociável do modelo de policiamento, antes é um complemento. A atividade policial centrase em torno do cidadão. Sendo uma atuação essencialmente pró ativa, permite aumentar o sentimento de segurança do cidadão, devido à maior visibilidade e intensidade de patrulhamento. Em diversos países do mundo, o policiamento montado é empregado com eficácia nas atividades de controle de tumulto e distúrbios civis, impostas pelas necessidades de restauração da Ordem pública, por ser dotado de grande capacidade operativa nestas situações. A ação de choque montado é, essencialmente, uma ação de força só admissível a serviço do direito e deve ser feito de modo eficaz para produzir resultados. O Processo Montado se constitui num excelente elemento de policiamento ostensivo, haja vista ser elemento inibidor de delitos, seja pela presença imposta pelo cavalo, seja pela facilidade e velocidade de locomoverse em terrenos inadequados para o acesso de outras tropas e cobrir uma área extensa. Dentre as mais diversas formas de emprego do Policiamento Montado, destaca-se: - Tropa de choque, reserva do Comando-Geral; - Tropa de policiamento de transito em grandes estacionamentos; xxiii - Tropa de policiamento ostensivo em terrenos variados impraticáveis a outras modalidades; - Tropa de demonstração e Relações Públicas; - Tropa de policiamento ostensivo na organização de afluxo de grandes massas humanas, entre outros. 2.6.2. Escola de Equitação A equitação é a arte de montar a cavalo, adestrá-lo e prepará-lo para as diversas atividades em que pode ser utilizado e é baseada em doutrina consagrada em todo o mundo. A arte eqüestre é encarada como discriminatória quando se observa a dificuldade da grande parte da população em dispor dos meios necessários a sua prática. O acesso restrito a cavalos, o equipamento exigido, normalmente de valor bastante elevado comparado aos padrões de vida do brasileiro de um modo geral, as roupas específicas para a atividade, colocam a equitação como um esporte seleto e sua prática limitada a poucos. Porém a presença de Unidades militares e/ou policiais militares de cavalaria democratizam a equitação, especialmente por permitirem àqueles que gostam do esporte e por razões sociais, econômicas ou financeiras não podem praticar, que o façam, pois facilitam o acesso destes justamente por minimizar os custos advindos das exigências atinentes ao esporte. O RPMon como outras cavalarias utiliza o cavalo não somente como elo de ligação com a comunidade, não somente como divulgação e perpetuação da arte eqüestre, mas, sobretudo como formação do ser humano, de seu caráter, pois equitação é antes de tudo educar, e educar é a transformação do ser humano. A Escolinha de Equitação é destinada ao público infanto-juvenil, a partir dos oito anos de idade. Tem por finalidade ensinar aos novos cavaleiros e amazonas os primeiros passos no que se refere ao trato do cavalo e iniciá-lo na prática do hipismo desportivo. Atualmente possui 208 alunos, conta com 8 instrutores policiais militares e uma tem uma lista de espera com 230 nomes. xxiv 2.6.3. Equoterapia Surgida em nível nacional em 1989, mais precisamente em Brasília, através da Associação Nacional de Equoterapia (ANDE-BRASIL), referindo-se ao tratamento complementar da recuperação e reeducação motora e mental, com uso do cavalo como auxiliar terapêutico. Baseado na afetividade do paciente pelo animal que promove, principalmente nas crianças, o interesse na reabilitação – e nos movimentos realizados pelo cavalo - que auxilia no tratamento fisioterápico, além de proporcionar a auto-estima e autoconfiança. Carente de uma divulgação maior de suas atividades, a equoterapia merece especial atenção, quer pelo trabalho em si que desenvolve, quer decorrente do grau de representatividade que exerce e o retorno positivo de sua imagem para a Corporação e em particular o esquadrão, observando o campo de atuação que se estende indistintamente a todas as classes sociais e econômicas (SEVERO, 1997). A Associação Nacional de Equoterapia - ANDE-BRASIL define Equoterapia como um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais. O praticante de equoterapia é toda pessoa que pratica essa atividade, o sujeito do processo participa da reabilitação, na medida que interage com o cavalo. Segundo Campos (2008), a equoterapia proporciona a oportunidade de interação dos meios físico e social, trabalhando a relação entre a consciência do sujeito e o mundo que o cerca. Complementa o processo ensinoaprendizagem por ser uma metodologia terapêutica e educacional, que utiliza o cavalo numa abordagem interdisciplinar, buscando o desenvolvimento biopsicossocial da pessoa com deficiência. Segundo a ANDE-Brasil, a característica mais importante da equoterapia é o que a andadura (mais especificamente, o passo) produz no cavalo e transmite ao cavaleiro, um série de movimentos seqüenciais e simultâneos, que tem como resultante um movimento tridimensional, que se traduz, no plano xxv vertical, em um movimento para cima e para baixo; no plano horizontal, em um movimento para a direita e para a esquerda, segundo o eixo transversal do cavalo; e um movimento para frente e para trás, segundo o eixo longitudinal. Este movimento é completado com pequena torção da bacia do cavaleiro que é provocada pelas inflexões laterais do dorso do animal. Não existe uma raça própria de cavalo para ser escolhida na equoterapia, e muito menos o cavalo ideal. O binômio cavalo-cavaleiro é um conjunto dinâmico, de maneira que nenhum princípio pode ser definido com precisão, porque obedece um número incalculável de forças, efeitos de gestos e reações. Para a ANDE-Brasil a composição mínima da equipe básica de um centro deve ser de três profissionais: um fisioterapeuta, um psicólogo e um profissional de equitação. O Centro de Equoterapia da PMDF foi criado em 1992, com o objetivo de oferecer, aos portadores de necessidades especiais, do público interno da PMDF e também a comunidade carente, o atendimento terapêutico que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde e educação. Atualmente, o Centro de Equoterapia da PMDF funciona através de uma parceria entre: PMDF, Secretaria de Educação, Associação do Planalto de Equoterapia “Amigos do Cavalo” (APEAC), Caixa Beneficente da PMDF (CABE) e Nutrina. O Centro atende, hoje, 144 praticantes (crianças, jovens e adultos) com uma equipe de 17 profissionais, dentre eles: Fisioterapeuta, Educador Físico, Pedagogo, Psicólogo, Alfabetizador, Fonoaudiólogo e Auxiliar Guia. Conta, ainda com 11 cavalos destinados a equoterapia. Existe, ainda, uma lista de espera com 239 nomes. O período de atendimento de cada praticante é estipulado de 2 anos, para que sempre surja oportunidade para novos praticantes. xxvi 3. METODOLOGIA Este trabalho foi realizado a partir de um Estudo de Caso. O estudo de caso para Severino (2007) é uma pesquisa que se concentra no estudo de um caso particular, considerado representativo de um conjunto de casos análogos, por ele significativamente representativo. A coleta de dados e sua análise se dão da mesma forma que nas pesquisas de campo, em geral. A pesquisa realizada nesse estudo é qualitativa. Segundo o Manual de Metodologia da pesquisa científica, organizado por Neves e Domingues (2007), pesquisa qualitativa: “Requer uma maior aproximação do pesquisador ao campo de trabalho, particularmente nos momentos que antecedem a elaboração do projeto de pesquisa. Essa orientação se justifica, pois a observação, e muitas vezes a participação do pesquisador no campo, é que permitirá um melhor delineamento das questões, dos instrumentos de coleta e do grupo a ser pesquisado. Podemos dizer que a construção do projeto de pesquisa está incluída na fase exploratória do estudo”. Os dados foram coletados através de entrevista, com questionários (em anexo). Questionário segundo Quivy e Campenhoudt (1992) É um instrumento de observação não participante, baseado numa sequência de questões escritas, que são dirigidas a um conjunto de indivíduos, envolvendo as suas opiniões, representações, crenças e informações factuais, sobre eles próprios e o seu meio. Os questionários compostos de questões abertas foram aplicados a comandantes do RPMon. Foram acolhidos, ainda, depoimentos de profissionais do RPMon. “Trabalhar no RPmon é uma realização pessoal além de profissional. Descrever o que é servir em uma unidade de cavalaria é muito difícil, muitos não vão entender. Comandar esta Unidade de Polícia Montada, além de uma honra sempre foi um dos sonhos da minha vida profissional. Conviver com este ser, o cavalo, me ensinou muito e me fez entender que podemos ser melhores xxvii a cada dia. Me ensinou a humildade e a determinação; a simplicidade e a força; o amor ao próximo.” (F.A.C.F. - TC 22 anos de PM e 10 anos no RPMon) “Servir no RPMon além de uma honra é um prazer estar trabalhando ao lado do cavalo, animal nobre e amigo. Além de ser minha segunda casa.” (M.R. - Maj 20 anos de PM e 10 anos de RPMon) “O RPMon tem um valor imenso, tanto na vida profissional como pessoal, pois nos dois campos a contribuição foi e é inestimável, aqui descobri valores, conheci e conheço nobres pessoas, adquiro a cada momento maturidade e principalmente tornei-me escravo da magia do cavalo.” (E.O.S. – Maj 18 anos de PM e 14 anos de RPMon) “O RPMon para mim significa um local onde trabalho com prazer. Onde é possível tornar a vida de muitos um pouco melhor. Onde um olhar muitas vezes fala mais que mil palavras. Onde pequenas conquistas refletem no bem estar e na qualidade de vida de quem pratica a equoterapia.Onde conheci um grande recurso cinesioterapêutico: O CAVALO!!! Ser vivo capaz de transformar vidas!!!” (A.G.M. - Professora da Equoterapia, no RPMON há 05 anos) “Significa um local de conforto. Consciência de missão cumprida. É uma força diferenciada e especializada. Sei que a cavalaria resolve problemas. Trabalhar no RPMon é trabalhar com o animal que amo! Tenho prazer por esse trabalho.” (R.P. - PM, no RPMon há 3 anos) “Trabalhar no RPMon é muito mais que um serviço, é uma opção. É um serviço diferenciado na PMDF, é lidar com cavalo!” (E.F. - PM, no RPMon há 3 anos) “Dentre os muitos tipos de policiamento, já exercidos, o policiamento montado, além de transmitir mais segurança é uma forma de aproximação, pois o animal bem tratado e adestrado chama a atenção por onde passa, e as pessoas se aproximam. Há interação entre polícia e sociedade. As crianças de modo geral gostam e se aproximam. Temos a chance de mostrar que a polícia, não apenas corre atrás de bandidos, mas faz um serviço social através da xxviii prevenção (policiamento montado), equoterapia e a escolinha de equitação.” (C.S.N. - PM, no RPMon há 4,5 anos) “O RPMon é o ideal da minha vida! Um dia eu imaginei ser comandante do RPMon e não da PMDF, e esse dia veio. Diversas foram as propostas, mas o que queria era o comando. Fui comandante por 1 ano e meio.” (Cel. F., PM reformado, mais de 24 anos como PM) “Sinto-me um privilegiado por ter a oportunidade de trabalhar com cavalos. Tenho uma grande afinidade com a lida com esses animais, que no dia a dia se revelam muito inteligentes e fiéis. No cotidiano do serviço policial militar do regimento os cavalos desempenham suas funções satisfatoriamente quando tem em seu dorso um cavaleiro preparado e consciente de seus atributos e limitações.” (A.C.V. - 12 anos de PM e 11 no RPMon) “RPMon significa, primeiramente, a superação: dos medos, dificuldades e obstáculos. Realização de sonhos, projetos e conquistas. Tudo isso com muita humildade e respeito, observando e trabalhando com os melhores mestres da natureza: os cavalos.” (R.A.R. - 13 anos de PM e 10 anos no RPMon) 4. CONCLUSÃO A presente reflexão acerca do cavalo como fator de aproximação social constitui-se numa oportunidade para reforçar nossas convicções. Desde os mais remotos tempos o cavalo vem sendo utilizado como o mais apropriado suporte para diferentes ações humanas. Ainda hoje, em pleno século XXI, quando a sociedade apresenta um elevado grau de avanço tecnológico, o cavalo não perdeu a sua importância. Assim, nas três situações destacadas neste estudo pode-se constatar a sua contribuição social: na segurança pública através do policiamento montado; na formação de profissionais e esportistas com a escola de equitação; como importante recurso cinesioterapeutico através da equoterapia. A história do homem está há longos anos atrelada à vida do cavalo, que se bem tratado e bem adestrado prestará muitos serviços sociais e certamente será seu AMIGO. xxix Os depoimentos de policiais e de profissionais da área de equitação, colhidos especialmente para este trabalho, vem corroborar as constatações elaboradas após a reflexão empreendida. É inegável a “magia” exercida pelo cavalo enquanto um animal a serviço das relações humanas. A começar pelo seu porte físico o cavalo evidencia-se como dos mais elegantes do reino animal. Porém, é no convívio que sua grandeza e sua dignidade se impõem como um grande diferencial. As experiências de Monty Roberts (O Encantador de Cavalos), através da “doma gentil” tem comprovado a cumplicidade mútua que pode haver entre o homem e o cavalo. Homens preparados para lidar com os cavalos como os policiais ligados ao RPMon certamente farão um trabalho socialmente admirável. O preparo que ocorre através de um curso de especialização em atividades eqüestres, como o que agora se encerra tem o efeito de um atestado: o cavalo bem adestrado conduzido pelo policial especializado constitui-se em um eficiente instrumento de relações públicas. xxx 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADORNO, Sérgio et al. Estratégias de Intervenção Policial no Estado Contemporâneo. Revista Tempo Social - USP, Vol. 9, 1997. BALESTRERI, Ricardo. Treze reflexões sobre polícia e direitos humanos. Revista DIREITO MILITAR, n. 12, jul-ago. 1998. BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por uma segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2003. CAMPOS, Tatiana N. P. A equoterapia como recurso terapêutico aplicado ao processo ensino-aprendizagem de alunos deficientes mentais. Equoterapia, n. 17, p. 10-14, junho, 2008. FERNANDES, Florestan. Caracterização estrutural da sociedade de classes dependente. In: (Org.). Comunidade e sociedade no Brasil: leituras básicas de introdução ao estudo macrossociológico do Brasil. 2.ed. São Paulo: Nacional, 1975. p. 487-505. NEVES, Eduardo B. e DOMINGUES, Clayton A. (organizado). Manual de metodologia da pesquisa científica. Rio de Janeiro: EB/CEP, 2007 Plano Estratégico 2011-2022: Planejando a Segurança Cidadã do Distrito Federal no Século XXI / Polícia Militar do Distrito Federal - Estado-Maior/Seção de Inteligência Estratégica Ciência e Tecnologia. 1 ed. Brasília : PMDF/ Rio de Janeiro : Talagarça, 2011. Policiamento Comunitário: Experiências no Brasil 2000-2002. São Paulo. Página Viva, 2002. 175p. QUIVY, R; CAMPENHOUDT, L.. Manual de investigação em ciências sociais. Lisboa: Gradiva, 1992. xxxi RIBEIRO, Diogo Branco. O cavalo: raças, qualidades e defeitos. Rio de Janeiro: Globo, 1998. SEGURANÇA PÚBLICA INTELIGENTE (sistematização da Doutrina e das Técnicas da Atividade) Goiânia – GO, ed. Kelps, 2008. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2007 Sites: Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Quarto-de-Milha. Acesso no site: www.abqm.com. Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos. Acesso no site: www.abccc.com.br. Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Appaloosa. Acesso no site: www. appaloosa.com. br. Associação Brasileira de Criadores de Cavalos de Hipismo. xxxii ANEXOS xxxiii Anexo I -QuestionáriosQuestionário 1 Questionário aplicado ao atual Sub-Comandante do RPMon Major Marcus Rogério: 1) Quantos Policiais Militares tem atualmente no RPMon? 229 2) Quantos cavalos possui o RPMon (1º, 2º e 3º esquadrão)? 271 (56, 162 e 53 respectivamente em cada esquadrão). 3) Como está organizado o Policiamento Montado, atualmente, no Distrito Federal? Choque Montado (equipe sempre de prontidão para atender a qualquer chamado) e ROMon (voluntariado e policiamento ostensivo). 4) Qual o atual comando do RPMon? Comandante Ten. Cel. Caraveleas; SubComandante Maj Marcus Rogério; Chefe de Seção Maj Edvã. Questionário 2 Questionário aplicado ao atual Sub-Comandante do Departamento Hípico do RPMon - 1º Ten Rander Pereira: 1) 2) 3) 4) 5) Quantos alunos tem na Escolinha de Equitação em 2011? 208 Quantos instrutores tem na Escolinha? 08 Existe uma lista de espera? Se sim com quantos nomes? Sim. 230 nomes Quantos praticantes tem a equoterapia? 144 Atualmente, quantos profissionais estão na equoterapia? Quais são eles? 17 profissionais, dentre eles: Fisioterapeuta, Educador Físico, Pedagogo, Psicólogo, Alfabetizador, Fonoaudiólogo e Auxiliar Guia. 6) Existe uma lista de espera? Se sim com quantos nomes? Sim. 239 nomes. 7) Quantos cavalos estão disponíveis para a equoterapia? 11 Questionário 3 Questionário aplicado a colegas de trabalho do RPMon. 1) O que significa o RPMon na sua vida? (As respostas estão no próprio texto do trabalho). xxxiv Anexo II - Registro de Imagens - Imagem 1 - Símbolo da Polícia Militar do Distrito Federal FONTE: Arquivo PMDF Imagem 2 - Brasão da Polícia Militar do Distrito Federal FONTE: Arquivo PMDF Imagem 3 - Brasão Regimento de Polícia Montada do Distrito Federal FONTE: Arquivo PMDF xxxv Imagem 4- Regimento de Polícia Montada do Distrito Federal FONTE: Google Maps Imagem 5- Policiamento Montado (Congresso Nacional - Brasília/DF) FONTE: Arquivo pessoal xxxvi Imagem 6- Policiamento Montado (Esplanada dos Ministérios - Brasília/DF) FONTE: Arquivo pessoal Imagem 7- Policiamento Montado (Brasília/DF) FONTE: Arquivo pessoal Imagem 8- Policiamento Montado (Praça dos Três Poderes - Brasília/DF) FONTE: Arquivo pessoal xxxvii Imagem 9- Choque Montado (RPMon) FONTE: Arquivo pessoal Imagem 10- Choque Montado (RPMon) FONTE: Arquivo pessoal Imagem 11- Brasão do Choque Montado FONTE: Arquivo PMDF xxxviii Imagem 12- Alunos da Escolinha de Equitação RPMon FONTE: Arquivo pessoal Imagem 13- Alunos da Escola de Equitação RPMon FONTE: Arquivo pessoal xxxix Imagem 14- Equoterapia (Picadeiro coberto – RPMon) FONTE: Arquivo pessoal Imagem 15- Equoterapia (RPMon) FONTE: Arquivo pessoal Imagem 16- Equoterapia (RPMon) FONTE: Arquivo pessoal