do jornal em Pdf
Transcrição
do jornal em Pdf
Nº 66 - jan./fev./mar. de 2014 - ANO XVI Associação de Deficientes Visuais e Amigos ADEVA e PUC-SP no caminho da inclusão Parceiros pág. 7 Sobre as ondas do Havaí pág. 8 Profissão: Dos baby boomers à Geração C pág. 10 Convivaware OPINIÃO Editorial Enfim, chegou 2014! Boas novas para o ano!? Não, não é só o ano da Copa. Em outubro, poderemos exercer o direito de escolher o Presidente do Brasil, seus governadores, deputados estaduais, federais e senadores. Muito (para o bem ou para o mal) pode acontecer como resultado desses eventos. Nós da ADEVA, como todos os brasileiros, aguardamos que a Copa 2014 seja um sucesso. E que as eleições sejam um momento de reflexão e de manifestação democrática em favor da diversidade. Aguardamos, conforme estabelece a Lei, que haja maior oferta de programas televisivos com audiodescrição, sem lobby da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert) para se eximir de sua responsabilidade social. Aguardamos que o Projeto de Lei 1694/99, já aprovado pela Câmara e pelo Senado, seja finalmente sancionado pela Presidente Dilma Rousseff. Seu texto dispõe sobre a obrigatoriedade dos restaurantes, bares e lanchonetes de todo o País disponibilizarem pelo menos um cardápio em braille para pessoas com deficiência visual. Aguardamos que as Secretarias de Educação, assim como fez a do estado de São Paulo, ofereçam aos docentes cursos de especialização em educação especial e inclusiva, condição necessária para que a inclusão se efetive satisfatoriamente e as salas de recursos permaneçam dando o suporte indispensável aos alunos com deficiência. Esperamos que as cidades se tornem “para todos”, ou seja, com calçadas, transporte e equipamentos públicos acessíveis, semáforos sonoros, e bibliotecas com muitos e diversos livros em formatos acessíveis. Esperamos que os agentes públicos façam valer os nossos direitos básicos garantidos na Constituição e nas Convenções Internacionais ratificadas pelo Brasil. Por sua vez, a ADEVA continuará abrindo portas para a cidadania, por meio do nosso projeto “Acesso para Todos”, de construção de websites acessíveis; dos nossos cursos de orientação e mobilidade, braille e de complementação escolar (alfabetização, telecurso fundamental e médio); da nossa gráfica braille; dos nossos eventos de cultura e lazer; e do nosso programa de capacitação profissional e inserção no mercado de trabalho. Sim, como nos anos passados, não ficaremos de braços cruzados. Trabalharemos com entusiasmo para fazer o que já fazemos e ainda mais. Participe! Venha conosco! O trabalho é intenso, mas os resultados são sempre gratificantes. Sidney Tobias de Souza é diretor-secretário da ADEVA Como colaborar com a ADEVA Você pode colaborar com a ADEVA de duas maneiras: ou fazendo uma doação em dinheiro pelo site da entidade http://www.adeva.org.br/comocolaborar/doacoes.php, por meio do sistema PagSeguro, ou doando a sua Nota Fiscal Paulista. Para participar desta Campanha, basta solicitar seu cupom fiscal sem CPF ou CNPJ (no caso de empresas) no ato de qualquer compra e doá-lo para a ADEVA. Mas, atenção! As notas (cupons) têm de ser cadastradas no sistema do site da Secretaria da Fazenda no máximo até o vigésimo dia do mês seguinte ao da compra, senão perdem a validade. Colabore com a gente. A ADEVA agradece! Expediente: Jornalista responsável: Liane Constantino (MTb 15 185). Colaboradores: Ivan de Oliveira Freitas, Laercio Sant’Anna, Lothar Bazanella, Lucia Maria, Lúcia Nascimento, Markiano Charan Filho, Miguel Leça (fotos), Sandra Maciel, Sidney Tobias de Souza. Correspondência: rua São Samuel, 174, Vila Mariana, CEP 04120-030 - São Paulo (SP) - telefones: 11 5084-6693/6695 - fax: 11 5084-6298 - e-mail: [email protected] - site: www. adeva.org.br. Diagramação: Fernanda Lorenzo. Revisão: Célia Aparecida Ferreira. Fotolitos e impressão: cortesia Garilli Artes 2 Gráficas Ltda. - tel.: 11 2696-3288 - e-mail: [email protected]. Tiragem: 1.000 exemplares. DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. Índice: Opinião|Editorial............................p. 2 Lazer|Estive lá e gostei..............p. 3 Adeva|Em foco............................p. 4 Talentos...........................p. 6 Parceiros..........................p. 7 Mercado de Trabalho|Profissão:.........................p. 8 Esporte|Um direito de todos.........p. 9 Tecnologia|Convivaware....................p. 10 Na rede............................p. 11 Literatura|Outros olhares.................p. 11 Espaço poético................p. 12 Mais|Para seu lazer..................p. 12 LAZER Estive lá e gostei! Pelos bairros de São Paulo A Liberdade é o maior reduto da comunidade japonesa na cidade Por Sidney Tobias de Souza | [email protected] Bem, quem acompanha esta coluna observou que falamos sobre várias cidades próximas à capital paulista que nos proporcionam um bom passeio de um dia. Desejando conhecer outras culturas, decidi ir um pouco além. Dar uma voltinha pelo mundo. Vamos? Calma, não sairemos de São Paulo. Sim, esta metrópole cosmopolita nos permite conhecer um pouquinho de muitos lugares do mundo. Podemos começar pelo Japão, o país do Sol Nascente. E o reduto mais nipônico que eu conheço é o bairro da Liberdade. Pois bem. Meu passeio teve início na praça da Liberdade onde, em todos os finais de semana, há uma feirinha. Andando entre as barraquinhas, como um bom gaijin (estrangeiro, não japonês), curiosamente fui perguntando: “O que é isto? Para que serve?” Bem, encontrei bijuterias feitas de origami (dobradura), vareta para coçar as costas, hashi (palitinhos) dobráveis, zabutom (almofadinhas para se sentar no chão), kokeshi (bonequinhas de madeira que possuem uma grande cabeça e o rostinho pintado com finas linhas), biombos de bambu e outros tipos de artesanato. Comida boa e variada ARQUIVO PESSOAL Nas barracas de comida, encontrei temakis, sushis, o yakitori (espetinhos de frango grelhados) e até aquela marmitinha fria chamada bentô! Eu provei e aprovei um tempurá de camarão. Aliás, para quem gosta de gastronomia, a comida japonesa é uma ótima opção com restaurantes e temakerias espalhadas por toda a cidade. Mas na Liberdade é bem comum as lamen houses, onde é possível saborear deliciosos macarrões lamen com molhos de carne suína e vegetais. Essa foi minha escolha para o almoço. Uma dica: esse prato fica melhor em dias mais frios, caso contrário, você vai passar um calorão, como eu passei. O peixe é muito apreciado na culinária japonesa e é o ingrediente fundamental no preparo de pratos típicos como o sashimi (peixe cru) e o sushi (pequenos bocados de arroz temperados com vinagre cobertos com fatias de peixe cru). Se você não abre mão da carne, experimente o sukiyaki que consiste em finas fatias de carne preparadas junto com verduras e tofu (queijo de soja). Os temperos mais comuns na cozinha japonesa são o shoyu (molho de soja), o wasabi (raiz forte e põe forte nisso, pois, dependendo da quantidade, faz cair lágrimas), o misso (pasta de soja), o karashi (mostarda) e o dashi (caldo de peixe ou carne). Uma pequena dose de saquê (vinho de arroz) é uma boa pedida para acompanhar esses pratos. Se você evita bebidas alcoólicas, peça a bebida predileta dos japoneses, o chá verde. Tem lazer e cultura também Quem curte fazer belas fotos, na rua Galvão Bueno, ao lado do Portal, há um jardim japonês que pertence a Associação dos Lojistas da Liberdade. Vale a visitação. Aliás, nessa mesma rua, existem vários mercadinhos e lojas especializadas em produtos do Oriente. Uma forma japonesa de entretenimento que caiu no gosto de todos é o karaokê. Há os karaokês box onde, numa salinha com isolamento acústico, você e sua turma podem se divertir cantando ou, se desejar, testar sua popularidade; há karaokê com palco, telões e um público de centenas de pessoas. Então, vai encarar? Terminando o passeio, dei uma chegadinha à Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa (Bunkyo), localizada na rua São Joaquim, 381. Sempre há algum evento cultural interessante por lá: festival de música e dança folclórica, concerto de koto, cursos, palestras, exposições, arte e mangá. Vale a pena conhecer! Enfim, reserve um dia para passear no Japão sem sair de São Paulo. Vai ser divertido! Arigatô, Sayonara! Outras sugestões “do Japão” em São Paulo: Pavilhão Japonês e Instituto Tomie Ohtake. Informações na seção Mais! Para seu lazer pág. 12 3 ADEVA Em Foco 35 anos com Ângela Maria Baile da Primavera Ao som e no embalo de boleros, rocks, forrós, sertanejos etc. etc. etc., com muita alegria e descontração, aconteceu o 1º Baile da Primavera da ADEVA no último dia 30 de novembro. 4 ARQUIVO ADEVA ARQUIVO ADEVA Ângela Maria, a “Rainha do Rádio”, cantou e encantou todos os presentes no jantar de comemoração dos 35 anos da ADEVA, no Bar Brahma Centro, em São Paulo (SP), dia 13 de novembro passado. ADEVA Corrida de Revezamento ARQUIVO PESSOAL Apesar da chuva intermitente, a 1ª Corrida de Revezamento para Pessoas com Deficiência Visual foi uma “Corrida entre Amigos”. Dia 23 de novembro passado, a pista que circunda o lago do Parque da Aclimação foi ocupada por atletas cegos e com baixa visão, numa competição sem vencedores e sem vencidos. Em Foco BalançO PATRIMONIAL ASSOCIAÇÃO DE DEFICIENTES VISUAIS E AMIGOS CNPJ – 50.599.638/0001-69 31 de dezembro de 2013 (em reais) RELATÓRIO DA DIRETORIA ATIVO 2013 Ativos 569.395,46 Ativo Circulante 317.452,70 Caixa e Bancos 152.300,99 Aplicação Liquidez Imediata 165.151,71 Ativo Permanente 251.942,76 PASSIVO + PATRIMÔNIO SOCIAL 2013 Passivo + Patrimônio Social 569.395,46 Patrimônio Social 569.395,46 Nota Explicativa: A entidade ADEVA – Associação de Deficientes Visuais e Amigos possui folga financeira através da demonstração do resultado patrimonial a fim de resgatar os seus compromissos, sem ter necessidade de recorrer a empréstimos ou desmobilizações de capitais fixos. Markiano Charan Filho –Diretor-Presidente. Maria das Graças Gallego Telles Ferri TC.CRC.1SP110251/O Programa Via Rápida Emprego Matrículas abertas para os cursos de informática básica, auxiliar de escritório, assistente administrativo, montagem e manutenção de computadores para pessoas com deficiência visual e baixa visão. Para mais informações e inscrição, entre em contato pelo telefone: 11 3824-0560, com Sandra Maciel. RECEITA 630.722,22 Associação Congregação de Santa Catarina 42.000,00 Doação Cesp 72.000,00 Doações Diversas 237.429,54 Parceria Mondial 23.200,00 Parceria Via Rápida Emprego (Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, 220.400,00 Tecnologia e Inovação) Centro Cultural São Paulo 330,00 Instituto El Dorado 9.550,00 Associação Paulista dos Amigos da Arte 11.820,00 Mensalidades / Anuidades 9.078,75 Receitas Financeiras 4.913,93 DESPESA 625.611,01 Despesas Administrativas 27.606,20 Despesas Bancárias 602,27 Despesas – Assistência Social 335.312,82 Desp. Associação Congregação de Santa 42.000,00 Catarina - Assistência Social Desp. Projeto Centro Cultural São Paulo 8.840,60 Desp. Via Rápida Emprego (Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, 195.217,80 Tecnologia e Inovação) Proj. Associação Paulista dos Amigos da Arte 6.211,30 Proj. Instituto El Dorado 9.550,00 Impostos Taxas e Contribuições 270,02 Superávit / Déficit líquido 5.111,21 Demonstração das Origens de aplicação de recursos em 31 de dezembro de 2013 (em reais) Origens dos Recursos 5.111,21 Superávit / Déficit do Exercício 5.111,21 Aplicações dos Recursos 5.111,21 Saldo Disponível Assembleia 5.111,21 ATIVO No inicio do Exercício 564.284,25 No final do Exercício 569.395,46 PASSIVO + PATRIMÔNIO SOCIAL No início do Exercício 564.284,25 No final do Exercício 569.395,46 5 ADEVA Talentos Renovação e luta por seus direitos com a ADEVA Francisco, de aluno de informática a dedicado voluntário Por Lúcia Nascimento | [email protected] A frase popular “antes tarde do que nunca” pode ser aplicada à história do nosso Talento, Francisco Ibraim de Oliveira (59) que, antes de chegar à ADEVA, não tinha feito nenhum curso voltado para deficientes visuais, não conhecia os softwares leitores de tela e nem aprendera o braille. “Eu nem sabia o que era braille”, ele confessa. Em 2008, conheceu a ADEVA por indicação da amiga da entidade e funcionária da biblioteca braille do Centro Cultural São Paulo, a Maria Helena Chenque. A partir de então, Francisco voltou a estudar, fez os cursos de Windows, Word, Virtual Vision, Jaws, telemarketing, de orientação e mobilidade e de braille na ADEVA e a ADEVA ganhou um excelente voluntário. Com simplicidade, fala mansa e demonstrando dedicação e competência, ele foi conquistando a confiança da diretoria e dos demais colaboradores. “No início, eu ajudava na recepção, atendia telefone; depois passei a auxiliar na gráfica braille. Atualmente, faço serviços externos e dou aula de orientação e mobilidade, uma das minhas atividades preferidas”, revela o ex-metalúrgico aposentado. Sua história Nascido em Inconfidentes (sul de Minas Gerais), Francisco tem baixa visão (22% no olho esquerdo e quase zero no direito) devido à catarata e uma atrofia no nervo óptico congênitas, além de um elevado grau de miopia que foi reduzido com duas cirurgias, estabilizando o problema. Filho do senhor Geraldo e de dona Geralda (já falecidos), Francisco lembra que teve uma infância normal. “Eu gostava de andar a cavalo, nadar, jogar futebol e apanhava bastante! Como enxergava pouco, não entendia as minhas necessidades e, então, eu era bem irritado e encrenqueiro”, recorda. A deficiência não o impediu de trabalhar, durante 28 anos, em uma metalúrgica fabricante de moldes e peças de alumínio para cadeiras. Mas Francisco lembra que foi vítima de preconceito em diversas empresas. “Naquele tempo, eu achava isso normal; nos anos 80, eu fiz duas provas no Senai para um curso de torneiro mecânico e passei, mas não me deixaram fazer a matrícula por causa da baixa visão; eu nem reclamei e parti pra outra.” Solteiro, atualmente ele mora com três dos seus sete irmãos, no bairro do Jabaquara, zona sul de São Paulo. Uma nova vida Na ADEVA, ele entendeu que podia fazer bem mais do que criar moldes para cadeiras. Até voltou a estudar. Prestou vestibulinho para a Escola Técnica Estadual (Etec) de Campos Elísios, centro de São Paulo, passou e, em 2013, completou o curso de serviços jurídicos. “Foi uma feliz ideia e um grande momento na minha vida”, comemora. Agora, Francisco se prepara para cursar a faculdade de Logística. Sua atuação como voluntário na ADEVA lhe dá a certeza de que o trabalho da entidade é fundamental, pois conscientiza a sociedade quanto às necessidades das pessoas com deficiência visual e motiva os deficientes a se posicionarem melhor diante das adversidades. “Para mim, que sempre fui ‘fechado’, tímido e nunca tive facilidade em fazer amigos, a ADEVA abriu um novo mundo – ajudou no meu relacionamento e no convívio com as pessoas”, conclui. 6 ARQUIVO PESSOAL Jogo rápido com Francisco Ibraim de Oliveira Signo: Virgem. | Cor preferida: Azul e cinza. | Hobby: Assistir filmes. | Um filme: O Diabo veste Prada (2006). | Um livro: “Como fazer amigos e influenciar as pessoas”, do norte-americano Dale Carnegie. | Estilo de música: MPB. | Uma música: “O que é, o que é”, do Gonzaguinha. | Cantor preferido: Gonzaguinha. | Cantora: Rita Lee. | Sobre os deficientes: Deveriam se conscientizar mais da necessidade de se prepararem para a vida. | Religião: Católica. | Deus: Imagem e semelhança do homem. | Amigos: Poucos, porém verdadeiros. | Amor: Ter a consciência da presença do outro. | Esporte preferido: Futebol. | Time do coração: Santos Futebol Clube. | Família: É o que move a sociedade. | Um sonho: Fazer uma faculdade. | O que fazer para viver melhor? Fazer pelo próximo o que gostaríamos de fazer para nós. | Uma frase: Na batalha da vida, só vence quem estuda. ADEVA Parceiros ADEVA e PUC-SP no caminho da inclusão Onze pessoas com deficiência visual estão sendo capacitadas para trabalhar na Universidade A ADEVA encerrou 2013 com mais uma Parceria chancelada pela meta da inclusão: a Fundação São Paulo, Mantenedora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, assinou um contrato de prestação de serviço com a entidade para a capacitação de deficientes visuais que irão trabalhar na PUC-SP. Os contatos ficaram por conta da Divisão de Recursos Humanos da PUC-SP. A primeira visita aconteceu em agosto de 2013 e seu resultado, positivo, tem início este ano. “Já temos, em nosso quadro de colaboradores, algumas pessoas com deficiência visual, mas acreditamos que a ADEVA poderá nos auxiliar na capacitação profissional dos novos funcionários, ajudando-nos a conhecer melhor esse tipo de deficiência e, assim, a procurar maneiras adequadas e efetivas de inclusão”, afirma Arlete Venites Sanchez, do Departamento de Desenvolvimento de Pessoas da PUC-SP. Onze pessoas com deficiência visual, previamente selecionadas, terão aulas teóricas e práticas de informática: digitação, Windows 7, NVDA (software leitor de telas), Word, Internet/Outlook e Excel; preparação para o trabalho: relacionamento interpessoal, liderança, marketing pessoal, postura profissional, direitos e deveres do trabalhador, qualidade no atendimento, técnicas de atendimento telefônico; e português com redação empresarial, durante seis meses. As vagas serão preenchidas provavelmente na linha de atendimento telefônico ao aluno (graduação, pós-graduação e educação continuada) e na transcrição de reuniões (gravadas em áudio) dos vários Conselhos existentes na Universidade. “Embora tenhamos alguns professores universitários admitidos por meio da Lei de Cotas, pela dificuldade de encontrar professores com deficiência – de disciplinas ou áreas específicas do conhecimento – as contratações têm se pautado quase que exclusivamente para as áreas administrativas”, esclarece Arlete. A Universidade e a inclusão A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo tem aproximadamente 2.900 colaboradores, entre professores universitários e funcionários administrativos. Mantém uma forte parceria com a Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação, a Derdic, que faz parte da PUC-SP e, “mesmo antes da Lei de Cotas, já tínhamos em nosso quadro funcional pessoas com deficiência”, explica Arlete. “Trabalhamos também, já há algum tempo, com sensibilização de lideranças e de equipes que têm pessoas com deficiência em seu quadro de funcionários, para o esclarecimento de dúvidas e a promoção da integração entre todos; e, em nosso calendário de eventos, consta a promoção da Semana da Acessibilidade, com atividades, desenvolvidas por profissionais da PUC-SP e de outras instituições, para tratar da inclusão, entre outros temas pertinentes”, ela complementa. 7 MERCADO de TRABALHO Profissão: surfista Sobre as ondas do Havaí Derek Rabelo é cego, skatista e surfista profissional Por Lúcia Nascimento | [email protected] Bruno lemos “Corajoso, destemido, uma fera do surf.” É assim que muitos especialistas e campeões desse esporte definem Derek Rabelo Souza, o surfista de 21 anos, nascido em Guarapari (ES), que perdeu a visão por causa de glaucoma congênito. Derek, que terá sua história contada no cinema, é mais um exemplo de superação e de que a deficiência visual não é desculpa para ninguém deixar de lutar pelos seus sonhos e vencer naquilo que gosta de fazer. “Eu nasci dentro do surf. Meus tios e meu pai são surfistas e eu ganhei minha primeira prancha aos dois anos. Na época, meu pai já brincava de me colocar nas ondas e eu também gostava muito de nadar com ele quando o mar ficava ‘grande’”, recorda. Recebeu o nome em homenagem ao havaiano Derek Ho, campeão mundial em 1993, devido à paixão de seus pais, Ernesto Rabelo e Lia Nascimento, pelo esporte. Mas tudo começou realmente na adolescência. Depois de ficar em pé em uma prancha de long 8 board (para surfistas iniciantes), Derek decidiu, de fato, ter aulas de surf, o que não exigiu adaptações nas pranchas. “Só mesmo uma linguagem para me direcionarem durante a prática”, esclarece. Provada a sua capacidade de enfrentar altas ondas, ele conquistou vários patrocinadores: a Billabong, a Cobian Sandálias, a Akiwas Surfboard, a Souls 4 Jesus Hawaii e a Heijhow Board Shop. Hoje, apesar de ser técnico em meio ambiente, formado pelo Senai, Derek tem o surf como sua profissão. “Na minha vida, o surf é praticamente tudo; um resultado do ótimo trabalho que meu professor Fábio Maru fez comigo ao longo desses anos”, conta. Reconhecimento O que fez com que o atleta aparecesse para o mundo foi a coragem de surfar a temida onda de Pipeline, na Ilha de Oahu, Havaí, onde uma opção errada pode ser fatal e tem média de uma morte por ano. “Pipeline realmente é perigosa, mas não tenho medo; respeito o mar e as condições e sei que há limite pra tudo e pra todos”, afirma. Na aventura, ele ganhou a admiração de famosos surfistas, como Kelly Slater, os gêmeos CJ e Damien Hobgood, e da família havaiana Rothman. No Brasil, Derek também teve o prazer de conhecer o mestre Carlos Burle, com quem fez tow-in surfing (um jetsky reboca o surfista para ele entrar na onda), durante uma aparição no programa Caldeirão do Huck. “Foi outro sonho realizado; no tow-in, peguei a maior onda da minha vida! Tive dificuldades para aprender, mas o Burle me deu muita força e acreditou que eu conseguiria.” Como todo surfista, Derek já tomou alguns sustos nas ondas. “Uma vez, surfando na minha cidade, no pico chamado Além, que é fundo de coral e quebra a uns trezentos metros da areia, tomei uma ‘vaca’ (queda); parecia que não iria conseguir chegar à superfície”, relembra. Por serem realizados no Rio de Janeiro e em São Paulo, Derek nunca participou de campeonatos de surf para cegos. “Participo de competições de down hill skate (modalidade em que o skatista desce de ladeiras a 70 ou 80 km por hora); sou free surf”, explica. No cinema A vida do surfista Derek Rabelo vai virar filme. O documentário “Além da Visão”, dos cineastas Bruno Lemos e Luiz Werneck, reúne depoimentos feitos no Brasil e nos Estados Unidos, além de todas as imagens feitas em Pipeline. “É um longa, já em fase final, que mostra também o lado social dos cegos no seu dia a dia, as dificuldades de locomoção, trabalho etc. Ainda não conseguimos patrocinadores nem apoio do governo”, lamenta o surfista. Evangélico, Derek também dá palestras para falar do surf e da sua fé religiosa. Recentemente, esteve na Austrália, por intermédio do amigo e surfista Bryan Jennings, a convite de uma organização evangélica do país. Passou treze dias compartilhando sua história e suas experiências com mais de três mil estudantes. Para ele, não há limites para os deficientes praticarem esportes. “Hoje, tem skatistas, surfistas, ciclistas... Eu ando de bicicleta, de skate, nado e levo a vida como qualquer jovem da minha idade.” Para aqueles que desejam surfar, ele sugere que procurem uma escola ou um amigo que possa ensinar. “Com dedicação e determinação, geralmente se colhe bons frutos”, completa. ESPORTE Um direito de todos Eles prometem conquistas nos Jogos Paralímpicos 2016 Atletas paralímpicos contam sua história e suas vitórias Neste ano de 2014, vamos oferecer aos leitores do Conviva uma série de entrevistas com atletas que têm grande chance de compor as seleções brasileiras nos próximos jogos mundiais de 2014, com vistas à Paralimpíada de 2016, que acontece em setembro na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Nesta primeira edição, conversamos com o paratleta Fabrício Medeiros da Cunha, de 28 anos, que participa pela Associação de Pais, Amigos e Deficientes Visuais (Apadv) de São Bernardo do Campo e é um fenômeno em todos os esportes que pratica. Durante o dia, ele trabalha na Companhia Ultragaz S.A. À noite, todas as noites, treina regularmente para competir no certame de competições paradesportivas nacionais. Conviva – Qual a causa da sua deficiência visual e quantos anos você tinha quando ficou cego? Fabrício – Eu nasci com glaucoma congênito; enxerguei até os 6 anos de idade. C – Como conheceu os esportes para pessoas cegas? F – Um amigo me encontrou no ponto de ônibus, fez o convite para eu conhecer o futebol de cegos e eu aceitei. C – Há quanto tempo você pratica esporte? F – Desde os 18 anos; comecei jogando futebol. C – Você pratica ou já praticou outras modalidades? F – Atualmente, pratico também goalball e, durante um ano e meio, pratiquei atletismo. C – Quais os destaques paradesportivos importantes na sua vida esportiva? F – O vice-campeonato brasileiro de goalball de 2013. Dentre todas as outras conquistas, eu destaco esta. C – Quais são suas metas para 2014? F – Lutar por títulos com a minha equipe e, mais pra frente, vestir a camisa da seleção brasileira. C – Você foi um dos jogadores que se destacou em 2013, tanto no futebol, sendo artilheiro do Campeonato Paulista e pentacampeão da competição, como também foi um dos destaques da equipe da Apadv na conquista do vice- campeonato brasileiro. A que você atribui tudo isso, qual é a chave do sucesso? F – O comprometimento das equipes, a vontade de ganhar que tivemos. Para uma equipe ir bem, ela tem que ser unida, senão, não vai. C – Você tem apoio financeiro ou patrocínio? F – Recebo a Bolsa Talento Esportivo, que ajuda bastante na compra de materiais esportivos. C – Participar de duas modalidades poderia prejudicar uma possível convocação para a seleção brasileira? F – Eu acho que sim, porque tanto o técnico do futebol quanto o do goalball podem achar que eu não me dedico. Mas as minhas boas participações nas duas modalidades comprovam que eu levo a sério os treinamentos. C – Se você for convocado por uma das duas modalidades, você abre mão da outra? F – Sim, vai ser preciso, porque os treinamentos da seleção são mais estruturados do que os dos clubes. C – Deixe seu recado para os leitores do Conviva que nunca participaram de uma modalidade paradesportiva. F – O esporte é muito bom para a saúde e é de grande ajuda em nossa vida, tanto pessoal quanto profissional. ARQUIVO PESSOAL Por Ivan de Oliveira | [email protected] Copa Pelotas de Futebol de 5, na cidade de Pelotas (RS), em 2013. A equipe do Fabrício foi vice-campeã e ele conquistou o troféu de melhor atleta da competição. 9 TECNOLOGIA Convivaware Dos baby boomers à Geração C Gerações que se compõem e decompõem em progressão geométrica Por Laercio Sant’Anna | [email protected] Não importa em qual ambiente você esteja. Dê uma olhada nos jovens presentes... Perceberá que a grande maioria possui um smartphone nas mãos. Diferentemente de seus pais, eles “nasceram conectados”. Desde cedo, aprenderam a buscar respostas na internet, o que os tornou pessoas mais críticas. Estudiosos dizem se tratar das Gerações Y e Z, e já se fala em uma geração ainda mais recente, a C (letra que vem de Connected Collective). Segundo especialistas, as Gerações Y e Z originaram-se como sucessoras da Geração X, termo criado para designar os nascidos entre as décadas de 60 e 70. A Geração X, por sua vez, originou-se dos baby boomers, nascidos entre as décadas de 50 e 60, termo usado como referência aos “filhos” do baby boom, explosão demográfica pós-Segunda Guerra Mundial, que ocorreu em maior escala nos Estados Unidos, no Canadá e na Austrália. Mais do que uma explosão demográfica, a chegada da televisão influenciou profundamente o comportamento dos jovens daquela época, uma vez que ela servia como mensageira e mobilizadora. Retratava, ainda, a juventude como um grande acontecimento. Teve papel fundamental na revolução dos anos 60, que trouxe mudanças significativas do papel da mulher na sociedade e na criação de uma nova maneira dos jovens encararem a vida. No Brasil, essa Geração foi marcada pelos festivais de música – uma forma de expressão político-ideológica dos jovens diante da repressão e da censura da ditadura militar. Foi nesse contexto que, em 1964, um estudo sobre a juventude britânica revelou uma geração de adolescentes rebeldes, com preocupações e hábitos diferentes de seus pais. Foi a partir da Geração X que surgiram as preocupações com a destruição ambiental e as questões ecológicas. Essa Geração viveu o início da internet e o fim da Guerra Fria. Gerações Y, Z... Conhecidos por Geração Y, os jovens nascidos entre as décadas de 80 e 90 foram os únicos que 10 viveram a revolução tecnológica desde pequenos. Muito cedo, tiveram acesso ao mundo digital, aprendendo a incorporar cada inovação com naturalidade, conseguindo, assim, desenvolver competências diferentes das gerações antecessoras. Colunista da revista online Exame.com, consultor, autor e palestrante, expert em conflitos de gerações, Sidnei Oliveira, autor do livro “Geração Y: ser potencial ou ser talento”, é leitura indispensável para quem quer saber mais sobre o assunto, entendendo inclusive o comportamento e o perfil desses jovens no mercado de trabalho. A Geração Z, por sua vez, são os nascidos depois de 1995. Eles não conheceram o mundo sem internet e vivem numa acentuada interação social digital e marcantemente indoor. Posso lhes garantir que este tema tem conteúdo para vários Convivawares. Infelizmente, o assunto é extenso e o espaço é pequeno. É muito interessante perceber o quanto os jovens são influenciados pelo meio que os cerca e como este cenário dita os rumos para o futuro da Humanidade. Se hoje incomoda os nascidos da Geração X entrar em um restaurante e ver numa mesa três ou quatro jovens (Geração Y e Z) que, ao invés de conversarem, estão olhando para seus smartphones, imaginem os conflitos que poderão surgir com as próximas gerações! O mundo evolui cada vez mais rápido. Ainda estamos no início de 2014 e, se fizermos um balanço rápido de 2013, veremos que a quantidade de informações que chegou até nós é incrível. Talvez maior do que nos anos anteriores. As perguntas que não querem calar são: “O que estamos fazendo com tudo isso? O quanto estamos contribuindo para que as gerações futuras não deixem de levar o que entendemos ser o melhor da nossa geração?”. Neste primeiro Convivaware do ano, desejo que 2014 seja repleto de boas influências para todos. TECNOLOGIA Na rede LITERATURA Outros olhares O Violino Blogs do Além Famosos e já falecidos são lembrados nos Blogs do Além, um a cada semana. Descontentes com o que anda acontecendo por aqui, eles mandam seu recado para quem ainda está por aqui. http://www.blogsdoalem.com.br/pt Muito Além do Peso Documentário, lançado em 2012, sobre a obesidade infantil, doença epidêmica que atinge as crianças brasileiras de todas as classes socioeconômicas, fruto da difusão mercadológica de bebidas e alimentos industrializados. http://www.muitoalemdopeso.com.br Filmes que voam Neste site, é possível assistir ou baixar filmes gratuitamente. Os públicos em foco são as crianças e as pessoas com deficiência visual e/ou auditiva. Todos os curtas-metragens têm o recurso da audiodescrição ou de Libras. Estação de metrô na zona oeste de São Paulo. Vira e mexe tem alguns jovens tocando violino logo na entrada. Em geral a música é boa, o ritmo variado e muitas pessoas, se não param, passam bem devagar, olhando e sorrindo. O chapéu no chão em frente aos músicos tem sempre algumas notas e moedas. Eram seis e meia de uma tarde de sol e calor do começo do verão e o Paulo, cego, também passou e parou para escutar. De camisa branca, paletó, calça e sapatos pretos e mochila nas costas, as duas mãos sobre a ponta da bengala apoiada no chão, esperou uma pausa e então pediu: “Posso tocar um pouco?” Um dos músicos, cabelo rastafári, camiseta regata e bermuda, sorriu e respondeu: “Pode, cara. Manda bala aí.” O Paulo ficou animado, encaixou o instrumento no pescoço e começou. Foram músicas clássicas conhecidas de todo mundo e as pessoas iam parando e deixando dinheiro no chapéu. Uma senhora comentou com a outra: “Vou dar um dinheirinho, o moço é cego...” Quando o Paulo acabou, o chapéu estava cheio e pela primeira vez. O rapaz do violino falou: “Péraí que eu vou te dar seu dinheiro, tem bastante!” O Paulo parou, ficou mudo um tempo e respondeu sorrindo: “Quer dizer então que eu não perdi o jeito? Fica pra você, amigo, eu tenho meu trabalho e fiquei mesmo só pra matar a saudade!” Despediu-se, desdobrou sua bengala e foi saindo, acompanhado pelos olhares dos músicos até sumir no topo da escada. http://filmesquevoam.com.br ADEVA nas redes sociais: twitter.com/adeva1978 facebook.com/Adeva Lucia Maria é jornalista, audiodescritora e autora do blog Outros olhares (outrosolhares.blog.terra.com.br) 11 LITERATURA Espaço poético Um dedo de trova Tenho medo de mulher com marido e, mesmo sem... - da solteira, porque quer... - da casada, porque tem... Izo Goldman (SP) Nos teus caprichos de amor, teu maior crime, suponho, foi me fazer sonhador e depois matar meu sonho!... Aloísio Alves da Costa (CE) A tormenta, que atordoa, não distingue, em mar bravio, a humildade da canoa... da soberba do navio! João Freire Filho (RJ) Esconderijo Brincando de esconder, quando menino, meu preferido era um lugar que havia lá no celeiro, um nicho pequenino, esconderijo que só eu sabia. Mil labirintos no celeiro eu via em meu tenaz bisbilhotar ladino... Era um castelo que até o céu se erguia, nas fantasias de um guri franzino! Na brincadeira eu me sobressaía porque o pequeno vão que me escondia, jamais contei, ninguém sabia aonde. Sem meu celeiro, e a infância, e a fantasia, procuro o sonho que sonhei um dia e agora é o sonho que de mim se esconde! Pedro Ornelas Por Lothar Bazanella MAIS! Para seu lazer Passeio: Pavilhão Japonês Exposições: Instituto Tomie Ohtake Restaurado e reaberto ao público recentemente, foi construído no 4º Centenário da Cidade de São Paulo (1954). Possui um salão nobre, uma copa para preparo da cerimônia do chá e um salão de chá. Apresenta exposição permanente de cultura japonesa, com peças a partir do século 11. Em seu entorno, há um lago com carpas e jardins. Quartas, sábados, domingos e feriados, das 10h às 12h e das 13h às 17h. Ingresso: R$ 6,00 (adulto), R$ 3,00 (crianças de 5 a 12 anos, estudantes e idosos de 60 a 65 anos), acima de 65 anos, entrada gratuita. Parque Ibirapuera, av. Pedro Álvares Cabral s/n, portão 10, tel.: 5081-7296. O Instituto é um centro cultural com sete salas de exposições, um setor educativo, com quatro ateliês, espaço para seminários e área de documentação. No hall, estão instalados um restaurante, a livraria e uma loja. Possui obras de Tomie Ohtake, artista plástica que completou 100 anos de idade em 2013, além de trabalhos de outros artistas, refletindo novas tendências da arte nacional e internacional. Terça a domingo, das 11h às 20h, entrada gratuita. Rua dos Coropés, 88, Pinheiros, tel.: 2245-1900. Livro: Pântano de Sangue Um livro para jovens e adultos, obra da série Veredas do escritor brasileiro Pedro Bandeira. Para desvendar um crime, o grupo “Karas”, uma turma de cinco adolescentes que enfrentam problemas de todos os tipos, vive muita aventura na maior planície de inundação contínua do planeta, o Pantanal Mato-Grossense. Em braille (dois volumes), para empréstimo. Biblioteca Louis Braille do Centro Cultural São Paulo, aberta de 3ª a 6ª, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 18h. Rua Vergueiro, 1.000, tel.: 3397-4088. ADEVA - Associação de Deficientes Visuais e Amigos Correspondência: rua São Samuel, 174, Vila Mariana, CEP 04120-030 São Paulo (SP) | e-mail: [email protected] - site: www.adeva.org.br Nossos parceiros: