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Shape Revista do Grupo Sapa • # 2 2006 › ESQUIS DE RODAS DÃO A SENSAÇÃO CORRECTA › CHINA, A NOVA GRANDE POTÊNCIA EM ALTA TECNOLOGIA › INVESTIGAÇÃO EM FOCO EM FINSPÅNG, NA SUÉCIA TRABALHO ÁRDUO COM CARRO “DURO” BARRA DE ALUMÍNIO CUMPRIU OS ALTOS REQUISITOS DE SEGURANÇA DA VOLVO CONTEÚDO O conceito vencedor da Sapa N a Sapa, a actividade é febril. O ano 2006 começou com uma grande procura por parte do mercado de moldagem por extrusão, tendência que se manteve o ano inteiro. Vemos uma tendência positiva na maioria dos nossos mercados e todas as nossas áreas de negócio apresentam um bom crescimento e desenvolvimento. Após seis meses na Sapa, ainda me espanta a complexa geometria e as numerosas funções que podem ser integradas num perfil de alumínio, bem como as inúmeras possibilidades que os nossos perfis, sistemas de construção e alhetas permutadoras de calor oferecem. A Sapa tem um conceito garantido. A proximidade ao mercado e aos clientes é um importante factor de êxito e que, entre outras coisas, resultou num determinado número de interessantes colaborações tanto com novos clientes como com antigos clientes. Em Setembro foi inaugurada a ampliação das instalações de produção de aletas permutadoras de calor em Xangai, e a empresa aproveitou a ocasião para festejar o seu décimo aniversário. Prevemos que o mercado de transferência térmica continuará a crescer fortemente, especialmente na China. O aperfeiçoamento contínuo e a gestão de pessoal foram importantes pontos de discussão quando os 98 responsáveis da Sapa se encontraram para avaliar o ano que passou e planear estratégias para o ano 2007. A partilha de aplicações constava na agenda para difundir “best practise” dentro do Grupo. A Sapa é um dos principais actores em todas as áreas de negócio onde actua, e é nosso propósito fortalecer ainda mais essa posição. E vamos consegui-lo mediante concentração no cliente e oferecendo alta competência em todas as partes da nossa actividade. Trabalhamos segundo o Sistema Genesis – um método baseado em aperfeiçoamento contínuo. Com a ajuda deste sistema e de um sistema eficaz de análise de avaliação comparativa, com partilha de aplicações pelo Grupo inteiro e uma forte concentração nas questões de pessoal, formaremos em conjunto o nosso futuro. 06 Onda inovadora na China Crescimento económico ao rubro, favorece a investigação e o desenvolvimento. 04 10 Barra hidroformada resolveu problemas Esquiagem com esquis de rodas em alumínio. de segurança no automóvel de desporto Volvo C70. 14 Lennart Evrell, CEO e Presidente do Grupo Nós moldamos o futuro 2 SHAPE • # 2 2006 A corrosão nos radiadores incentiva Marja Melander. A Sapa é um grupo industrial internacional que desenvolve, fabrica e comercializa perfis de alumínio processados, componentes e sistemas à base de perfis e aletas permutadoras de calor em alumínio. A Sapa factura aprox. 1,5 biliões de Euros e emprega cerca de 8.200 colaboradores na Europa, EUA e China. 20 Velhos estádios de hóquei no gelo transformados em templos de lazer. A Shape é a revista dos clientes do Grupo Sapa, editada em dez línguas, duas vezes por ano. A Shape também está disponível em www.sapagroup.com Director editorial: Eva Ekselius Redactor: Anna-Lena Ahlberg Jansen Layout: Karin Löwencrantz Produção: OTW Publishing Tipografia: Davidsons Tryckeri, Växjö, Suécia Imagem da capa: Magnus Glans Alteração de endereços: Os clientes informam os seus contactos na Sapa, os empregados os seus departamentos salariais e os demais dirigem-se ao departamento de informação: tel. +46 (0) 8 459 59 00. FOTOGRAFIA CHRISTER OLOFSSON CURTAS & BOAS Mais fácil conseguir táxi É mais fácil e mais simples chamar um táxi e melhorar a ordem nas filas de táxis. Este é o objectivo das máquinas “Táxi Automático” que foram instaladas na Estação Central de Gotemburgo no Verão passado e que serão instaladas na Estação Central de Estocolmo no Outono. “Com isto vai terminar o caos nas grandes estações de táxis”, afirma Arne Lagerholm da Lagerholm & Co, que em parceria com Megatech fabrica estas máquinas automáticas. Usando as máquinas “Táxi Automático”, os viajantes terão a possibilidade de reservar e pagar as viagens de táxi, levantar os bilhetes através da Internet e obter informação sobre o local exacto onde o táxi reservado se encontra na Estação Central. “Este sistema será disponibilizado em toda a Suécia”, explica Arne Lagerholm. As máquinas “Táxi Automático” são fabricadas usando perfis de alumínio extrudido da Sapa, e vai ser lançado um modelo com vidro colado frontalmente, dobradiças embutidas e arestas boleadas. A Lagerholm & Co fabrica terminais de Internet, letreiros, armários iluminados e molduras. A empresa produz construções à base de perfis de alumínio há mais de 30 anos. Actualmente, são usados na produção 140 tipos diferentes de perfis. “Para nós, os engenheiros da Sapa são um recurso valioso. Relativamente a este projecto, por exemplo, aconselharam-nos sobre como proteger os circuitos electrónicos da chuva”, comenta Arne Lagerholm. Caixas móveis com perfis Prémio para candeeiro de suspensão Em Abril, o candeeiro Orosso foi premiado com um “Óscar” da indústria, o prémio Red Dot, que premeia internacionalmente o design de produtos que se destacam pela inovação. Orosso foi desenhado pelo designer industrial sueco Olle Lundberg, para a Fagerhults Belysning. O candeeiro foi incluído no conceito “Art of Light” da empresa, onde vários designers tiveram rédea livre para criar. Em Orosso, Lundberg combinou uma fonte de luz redonda com tubos fluorescentes rectilíneos, criando uma forma não convencional, sem arestas vivas nem cantos que consomem luz. O corpo central foi feito com alumínio extrudido da Sapa Profiles e os topos são de alumínio fundido. Os perfis de alumínio foram ainda cromados de forma a obter-se o acabamento polido ideal. “Temos desde à muito uma colaboração bem estruturada com a Sapa”, diz-nos Anders Löfvenhamn, gestor de compras da Fagerhults Belysning. O Orosso foi concebido para uso em edifícios de escritórios e salas de conferência. # 2 2006 • SHAPE 3 TEXTOS ULRIKA LOKRANTZ Em Março foi introduzido no mercado sueco um novo veículo da Peugeot, a pickup Peugeot Boxline. Ydre Skåp é a empresa que fabrica a caixa da pickup, utilizando perfis de alumínio da Sapa. “Demos assistência ao desenho da cobertura dianteira adaptada à carroçaria. A caixa inteira é uma combinação de painel sanduíche e perfis de alumínio com uma tampa traseira totalmente em alumínio”, diz Thomas Blom, gestor de produto do Sistema de Transportes na Sapa Building System. A maioria dos perfis de alumínio entregues à Ydre Skåp são de modelo padrão, mas são adaptados à pickup. “Durante os próximos anos faremos entregas numa base contínua. É interessante e divertido porque nunca existiu uma pickup deste tipo no mercado. Pode causar uma reacção em cadeia e esperamos que mais fabricantes mostrem interesse”, diz Thomas Blom. Desde à alguns anos, a Sapa fornece à Ydre Skåp, produtos para o mercado dos veículos de transporte. “Temos uma relação muito satisfatória com a Sapa e com o Departamento de Suporte. Uma vez que somos vanguardistas em ideias inovadoras, precisamos de um fornecedor que seja igualmente vanguardista. A Sapa é esse fornecedor”, afirma Peter Carlsson, o dono da Ydre Skåp. PÅ CAMINHO VÄG A Uma missão à prova de impacto A barra da porta do novo modelo desportivo C70 da Volvo era demasiado pesada e não satisfazia os requisitos de segurança. Quando o fabricante de automóveis contactou a Sapa Automotive, o caso era urgente. Em pouco mais de seis meses, tinha de ser produzida uma barra de alumínio hidroformado. ma barra de aço, normalmente usada em outros modelos da Volvo, não satisfazia os altos requisitos de segurança em caso de embate, entre outras coisas, devido ao facto de, por razões óbvias, o cabriolet não ter um tecto para ajudar a absorver a força durante a colisão. Além disso, a barra de aço era demasiado pesada e não satisfazia os requisitos em termos de resistência. Quando a Volvo e a Pininfarina (a empresa que concebeu o automóvel, e que além disso é sócia maioritária na fábrica onde ele é montado) iniciaram discussões sobre uma solução que usasse alumínio hidroformado, a Sapa foi escolhida como fornecedora. “Nós sabíamos que eles eram altamente especializados, mas tratava-se de uma barra com características muito específicas que ainda não tinha sido desenhada e para a qual não havia quaisquer referências disponíveis. Além disso, era necessário um trabalho rápido e intenso”, diz Bo Einarsson, responsável de compras da Volvo Car Corporation. O problema foi apresentado à Sapa em Abril de U 4 SHAPE • # 2 2006 e, no final de Setembro do mesmo ano, as primeiras barras foram entregues na fábrica da Volvo em Olofström, na Suécia, onde as portas eram montadas. Simultaneamente, estava em curso um intenso trabalho de desenvolvimento que durou alguns meses. “Nunca antes tínhamos produzido um componente tão complexo. Para além dos requisitos de resistência ao impacto e de peso, a barra tinha também de se encaixar num espaço restrito”, diz o coordenador de projecto Jonas Bjuhr da Sapa Automotive, em Vetlanda, na Suécia. OS DESENHOS E cálculos foram implementados em paralelo com o processo de desenvolvimento. Os cálculos técnicos foram realizados pela Sapa Technology, em Finspång, na Suécia, bem como as simulações de embate nas portas. “Avaliámos aproximadamente tipos diferentes antes de encontrarmos o adequado. O desenho final foi aprovado por cálculos de embate num automóvel completo na Pininfarina, em Itália”, afirma Jonas Bjuhr. Em Agosto de , o trabalho tinha chegado a um estado tão avançado de desenvolvimento que era tempo de adquirir as ferramentas necessárias à produção. “Tentar cumprir todos os requisitos foi um grande desafio. Os cálculos implementados digitalmente devem corresponder à realidade, e antes de encomendarmos equipamento de produção e instrumentos que custam vários milhões de coroas, temos de ter a certeza que o trabalho de desenvolvimento foi implementado correctamente”, explica Bjuhr. Uma barra de porta em alumínio tem várias vantagens evidentes: o material é leve, tem uma resistência excelente e, não menos importante, uma grande capacidade de absorção de energia. Mas também existem riscos associados à mistura de materiais. O uso de vários metais pode resultar num elemento galvânico e em corrosão, apesar de os engenheiros da Sapa saberem evitar este problema. “De facto, tudo correu na perfeição e, no fim, Antes de se tornar uma barra de porta, o perfil é transformado em várias fases, tais como lavagem, maturação e processamento automatizado. Finalmente, os rebites cegos são montados manualmente (ver a fotografia acima). obtivemos exactamente o que esperávamos”, diz Bjuhr. Ele está também satisfeito com o processo de cooperação entre a Volvo e a Pininfarina. “Tivemos uma discussão aberta e satisfatória com a Volvo em termos de tecnologia, entregas, pré-requisitos comerciais, etc. A Pininfarina tem sido muito cooperante e temos um excelente relacionamento.” Também Bo Einarsson, da Volvo, mencionou o diálogo aberto, que considera ser um pré-requisito para os bons resultados. Ele estava também muito impressionado pelo facto da Sapa ter conseguido cumprir o prazo de entrega apertado. “Desde o início, a Sapa teve uma atitude positiva e produziu rapidamente um conceito, e quando as ferramentas de hidroformação estavam prestes a ser encomendadas, tudo decorreu com bastante rapidez. A empresa satisfez todos as nossas exigências”, afirma Einarsson. O novo c foi apresentado no passado Outono e as vendas na Suécia tiveram início na Primavera. Até à data, as vendas têm aumentado conforme previsto, o que significa pelo menos mil automóveis por ano. O tempo de vida do desenho de um modelo de automóvel é normalmente cerca de anos e a Sapa fornecerá componentes para o modelo c enquanto o mesmo for produzido. Einarsson não pôde comentar sobre o tipo de barra de porta que a Volvo usará em modelos futuros. As construções de aço ainda funcionam satisfatoriamente em automóveis com estrutura de tejadilho. Para a Sapa, o trabalho constituiu uma experiência vital para o futuro. “Sim, os componentes de carroçaria são uma área interessante para nós. Este foi um projecto complicado e de grande envergadura, que provámos ser capazes de conduzir”, conclui Bjuhr. Como é feita a barra da porta Célula automatizada de hidroformação 1. O perfil de alumínio é moldado numa prensa de compressão. 2. Um robot move o componente para a estação de processamento, onde outro robot o corta no comprimento correcto, e um terceiro robot realiza o processamento inicial. 3. O componente segue depois para a lavagem e maturação (tratamento térmico para aumentar a resistência). T E XTO T H O M AS Ö ST B E R G F OTO G R A F I A M AG N U S G L A N S , VO LVO ” Nunca antes tínhamos produzido um componente tão complexo Célula de processamento automatizada 4. Na estação seguinte, um quarto robot implementa o processamento principal. 5. O passo final consiste na montagem de 11 rebites cegos, que são usados posteriormente para fixar a barra na porta. # 2 2006 • SHAPE 5 EM FOCO: CHINA Quantidade transforma-se em QUALIDADE NA CHINA “Made in China” foi considerado durante muito tempo como sinónimo de produção em massa. Mas a China está a mudar de rumo e a focar-se em alcançar a liderança mundial em pesquisa e desenvolvimento. Na Sapa Heat Transfer, em Xanghai, todos estão bem preparados. todo o gás, a China ocupou a posição dianteira no Investimento Directo Estrangeiro (fdi) que, a par de uma taxa de crescimento fortíssima de quase por cento, impulsionou uma economia a uma velocidade estonteante por quase uma década. Segundo o ministério do comércio chinês, o número de centros de investigação e desenvolvimento (i&d) com investimento estrangeiro na China aumentou de em para quase em . Durante a conferência das Nações Unidas sobre comércio e desenvolvimento, em Setembro, foi feita uma sondagem sobre empresas multinacionais, segundo a qual a China ficou em primeiro lugar, entre países normalmente associados a i&d – muito à frente dos maiores concorrentes Estados Unidos e Índia. Três décadas de investimento estrangeiro transformaram a China numa superpotência de produção. Depois de muito servir de fábrica para a produção de outros países, planeia suplantar a concorrência reforçando a competência inovadora doméstica. O objectivo é catapultar o país para nichos mais avançados da economia mundial e criar uma avalanche de produtos de alta tecnologia a baixo custo, como o mundo nunca viu. A planeia seguir nesta onda inovadora. O Grupo estabeleceu a Sapa Heat Transfer (Shanghai) Ltd em e, durante os últimos sete anos, o Director Geral Torbjörn Sternsjö fez todos os dias a viagem de uma hora entre a sua residência no centro da cidade e Jiading nos subúrbios de Xanghai. “A Sapa Heat Transfer Shanghai é, jun- O GRUPO SAPA 6 SHAPE • # 2 2006 tamente com a nossa filial na Suécia, fornecedora global de permutadores de calor soldados para automóveis”, elucida Torbjörn Sternsjö. “Em outras palavras, fornecemos produtos de alumínio desenhados especialmente para todos os tipos de permutadores de calor utilizados na indústria automóvel, tais como aquecedores, radiadores, evaporadores, condensadores, intercoolers e radiadores de óleo.” Questionado sobre o potencial crescimento de i&d na China, Torbjörn Sternsjö diz sorrindo: “Definitivamente, a ambição existe e no espaço de uma geração, o mercado estará mais maduro. Os chineses são muito receptivos e curiosos, e extremamente orientados para o negócio. Na China, muitos gestores estrangeiros recorrem à micro-gestão para resolver os problemas. Eu resisto a essa tentação e prefiro concentrar-me no desenvolvimento de competências do pessoal. O futuro é agora, e pessoal bem formado é uma condição imprescindível para criar uma empresa estável”, diz-nos. competitivo que se vive na China, a retenção de empregados é muito importante para as empresas. Mas Sternsjö acredita que os empregados da Sapa (com uma média etária de apenas anos) apreciam a cultura organizacional da empresa. O portão da empresa abre-se para revelar um complexo em tons de creme e azul, com uma manutenção impecável. O parque de estacionamento encontra-se repleto de automóveis novos, acabados de comprar. Há dez anos, veríamos uma enorme quantidade de bicicletas; há cinco anos, camionetas de transporte de trabalhadores. Mas hoje ... é o automóvel. A Sapa acredita que o enfoque nas vendas e no marketing COM O AMBIENTE promove a capacidade de inovação. Os clientes japoneses da Sapa passam por longos períodos de teste antes de aprovarem novos produtos. Essa é a base do conceito i&d, o que leva ao uso adequado do equipamento e, quando necessário, à resolução de problemas. A Sapa acredita que isto a preparou e posicionou melhor, e pode portanto disponibilizar uma melhor oferta aos clientes. i&d para produzir novas ligas metálicas que cumpram os requisitos na redução da espessura de materiais. A indústria começou a substituir o bronze por alumínio há anos, principalmente porque o material era mais leve e proporcionava maior rendibilidade. Actualmente, caminha-se para produtos menores e mais leves, de maior durabilidade, com a aposta em materiais como o alumínio, que proporcionam menor espessura e maior resistência à corrosão (factor muito importante no ambiente extremamente húmido de Xanghai). “Nos últimos sete anos, a concorrência cresceu e desenvolveu-se rapidamente. O governo incentiva a revitalização da zona nordeste e Guangdong, no sul, foi sempre uma zona forte”, explica Sternsjö. “No entanto, ainda não atingiram o nosso volume de vendas e planeamos usar i&d para nos distanciarmos ainda mais.” O volume de vendas da Sapa aumentou de toneladas em para um volume estimado de mil toneladas em . A capacidade actual da fábrica da Sapa é de mil toneladas por ano, com espessuras entre , e , milímetros e largura desde os milímetros. A fábrica ganhou a certificação ts em . Desde , a Sapa fez investimentos que totalizaram milhões de coro- É NECESSÁRIO MAIS Yan Xiaohua da Sapa Heat Transfer em Xanghai controla o material em armazém. > ” Definitivamente, a ambição existe e, no espaço de uma geração, o mercado estará mais maduro > as em equipamentos de produção, que incluem uma nova fundição, uma nova laminadora a frio, uma nova estiradora e novas instalações para acabamentos finais. No princípio do próximo ano, planeamos modernizar a antiga fundição, e mais tarde, durante , adquirir um novo equipamento de corte. Jimmy Jiang, director de i&d na Sapa Heat Transfer (Shanghai), mostrou-nos uma fábrica em perfeitas condições de limpeza; há pistas verdes ladeadas de linhas amarelas de advertência, que guiam os visitantes através do departamento de matérias primas, continuando pela fundição, pela laminação a quente e a frio e, por último, para o tratamento final, onde os produtos se encontram cuidadosamente embalados e empilhados em pale8 SHAPE • # 2 2006 ” O novo centro de Investigação e Desenvolvimento da Sapa foi inaugurado em Setembro. Aqui trabalha-se, entre outras coisas, no desenvolvimento de produtos e teste de materiais. Jimmy Jiang (acima) é o responsável pelo centro. tes de carga, a aguardar a expedição. Jiang mostranos um saco com gel de sílica e diz-nos: “Necessitamos disto devido ao clima húmido de Xanghai e é importante não embalar os produtos enquanto ainda estão quentes.” Durante a nossa visita, estavam a ser dados os últimos retoques para a inauguração do novo centro de i&d. Visitantes do mundo inteiro vêm ver a Sapa lançar as bases da inovação. Este novo centro de i&d vai mostrar aos clientes da Sapa, tais como a Delphi norte-americana e a Behr russa, que já não necessitam de procurar especialização inovadora fora da China. O novo centro vai trabalhar com o desenvolvimento de produtos, teste de materiais, serviços técnicos etc. A Sapa poderá aqui efectuar investigações e pesquisa no novo laboratório de química, trabalhar com microscópio metalográfico, investigar propriedades mecânicas e efectuar detecção de fugas em câmara de atmosfera marinha (swaat – Sea Water Acetic Acid Test) incluindo o teste oy de corrosão interna. No centro encontra-se ainda um forno (cab) na categoria de milhões, que permite uma soldadura perfeita. O centro não é especialmente grande; tem apenas metros quadrados, mas no mundo da Sapa não é o tamanho que conta. Importa sim ser flexível e maleável ... à semelhança dos produtos de alumínio que a empresa produz. T E XTO K U R T B R AY B R O O K F OTO G R A F I A Q I L A I S H E N EM FOCO: CHINA Um domínio mais vasto Quando a Ericsson necessitou de dissipadores maiores para as suas estações-base emissorasreceptoras na Ásia, a Sapa tinha a solução. A soldadura por fricção permite à Sapa Profiles em Xanghai produzir virtualmente qualquer largura concebível. ˇ a China, o alumínio é chamado de “lü” (um homónimo em Chinês para a palavra “verde”). O que é irónico porque, ambientalmente falando, o alumínio é conhecido como “o metal verde”. Seja qual for o seu nome, o alumínio representa uma grande oportunidade num país onde a riqueza de inovação começou a proliferar. Em Pequim, investe-se no reforço da inovação doméstica, o que pode catapultar o desenvolvimento da China para o século xxi. A chave desta campanha são soluções inovadoras de baixo custo, numa economia global. N NA SAPA PROFILES Shanghai, utiliza-se o método de Soldadura por fricção (fsw) na produção de dissipadores de calor para a indústria das telecomunicações. Como grande fornecedor de dissipadores de calor extrudidos, maquinados e com tratamento de superfície, a Sapa respondeu à chamada da Ericsson e de outras empresas de telecomunicações para colmatar a necessidade de dissipadores de calor mais largos e com alhetas de configurações mais sofisticadas. Há três anos, milímetros era uma largura aceitável para dissipadores de calor (dissipadores aka), e podiam ser facilmente produzidos usando maquinaria de prensagem simples. A Ericsson aumentou fortemente a sua venda de Estações-base emissoras-receptoras na China e o sector de i&d da empresa em Beijing desenvolveu soluções mais baratas que requerem dissipadores de calor mais largos e eficientes, com mais de milímetros de largura, uma altura de alheta de milímetros e uma espessura de , milímetros. Apesar de os fornecedores de dissipadores deste tipo poderem produzi-los na Europa, as realidades do mercado exigem soluções locais, ou seja, produzidas na China. A pouca distância da sua filial Sapa Heat Transfer (Shanghai), encontra-se a Sapa Profiles (Shanghai). O de chama-se David Littler. A primeira vez que chegou à China foi em , para trabalhar como fornecedor de maquinaria. Em cima da sua secretária encontra-se um grosso manual sobre direcção de empresas. “Eu formei-me em engenharia, por isso esta função de director é uma novidade para mim”, confidencia Littler. No decorrer da nossa conversa, torna-se bastante evidente que ele necessita de muito pouca formação em gestão. “Pode-se comparar o processo de extrusão de alumínio às máquinas de plasticina das crianças; empurra-se o material de um lado e ele sai pelo outro lado numa única peça”, explica. Qualquer pessoa que tenha passado um longo período de tempo na China aprende que o fundamental na inovação é a imaginação. “A nossa estratégia foi desenvolver uma solução barata para soldar duas extrusões de alumínio menores recorrendo à soldadura fsw, uma tecnologia inventada no Reino Unido e desenvolvida extensivamente pela Sapa”, diz-nos Littler e posiciona duas extrusões lado a lado, passando depois o dedo sobre a junta. “Isto permitiu à Sapa obter perfis de pequenas prensas locais, tornando o processo de extrusão mais barato e mais simples”, afirma. David Littler acentua que a soldadura por fricção não tem quaisquer efeitos negativos na dissipação de calor e nenhum aumento significativo em sucata, comparativamente à extrusão directa. “E depois de maquinar o produto obtido pela soldadura de fricção, não se consegue ver a linha de junção e não existe relevo”, acrescenta. Ericsson e os demais clientes de telecomunicações da Sapa são beneficiados com o facto de os dissipadores de calor produzidos na China manterem o standard europeu e, serem fabricados no próprio país. Os tempos de produção reduzem-se significativamente quando comparados com perfis importados e a Sapa consegue disponibilizar dissipadores com grandes larguras. Isto cria a possibilidade de desenvolver novos dissipadores, mais largos, utilizando a tecnologia da soldadura por fricção e permite à Sapa competir com produtos injectados em moldes. Os clientes podem obter uma grande quantidade de produtos na China, que por sua vez irão fornecer os crescentes mercados asiático e norte-americano. Para a Sapa, este desenvolvimento significa um aumento de procura, o que a força agora a expandir. Dentro de pouco tempo, a Sapa Profiles, assim como a Sapa Heat, transferem-se para instalações maiores. “Já tenho a minha equipa a trabalhar sete dias por semana, em três turnos”, constata Littler. Na fábri- OS CLIENTES DA DE David Littler. ca, pudemos ver como atecnologia de soldadura por fricção funciona na prática: uma ferramenta (a rodar a . rpm) passa sobre as duas extrusões, colocadas paralelamente. É como passar uma colher por um tabuleiro de mercúrio; não deixa qualquer rasto da sua passagem. Littler compara-o a um fecho de correr. T E XTO K U R T B R AY B R O O K F OTO G R A F I A Q I L A I S H E N VINJETT NA DIANTEIRA Esquis de rodas pa Na realidade, os esquis de alumínio não são nenhuma inovação. Mas graças ao novo desenho desenvolvido pela Sapa e pela Combisport, a produção foi simplificada. Além disso, a sensação é quase igual a usar esquis de fundo. alf Corin tem em vista a corrida de quilómetros, “Vasaloppet”, em Março do próximo ano. Será a quinta vez que participa na longa pista que liga Mora a Sälen, na Suécia. O seu objectivo é superar o recorde pessoal de : horas e minutos. Antes disso, irá esquiar na corrida de quilómetros em Marcilonga, que é o equivalente italiano a Vasaloppet. Já começou a preparar-se. “Durante o Verão, tento treinar em esquis de rodas uma vez por semana, para além de nadar, correr e R O esquiador de longa distância Ralf Corin percorre muitas milhas em esquis de rodas. 10 SHAPE • # 2 2006 jogar ténis de mesa. Faço isso para não perder o gosto em esquiar, ou perder os músculos que desenvolvi. Para competir em corridas longas, é preciso treinar com vista no futuro”, afirma. CORIN TRABALHA COMO engenheiro de automação na Sapa Profiles em Vetlanda, na Suécia Ele comprou os seus primeiros esquis de rodas antes de competir na primeira Vasaloppet. Apesar de viver perto das montanhas de Småland, não há garantias de haver neve, logo, as oportunidades de treinar são reduzidas. Corin substituiu recentemente os antigos esquis em fibra de carbono-madeira pelos esquis de rodas “Freeskate classic bronze”, de alumínio. “Esquiar com esquis de rodas requer uma técnica diferente dos esquis normais, porque as rodas bloqueiam ao tentar andar para trás. Com os esquis convencionais, é necessário fazer força com o pé no chão, mas os esquis de rodas ainda são a forma de treino mais parecida”, comenta. A marca de artigos desportivos Combisport desenvolveu esquis de rodas de alumínio, uma ideia que a empresa tinha desde há muito tempo. “Já vendemos esquis de rodas de madeira, mas eles são difíceis e dispendiosos de produzir. Por Os novos esquis são mais “ leves, proporcionam um excelente equilíbrio, são robustos e duradouros ” Arranque rápido para os esquis de rodas Os esquis de rodas “Free-skate classic bronze” de Corin, são desenhados para o estilo clássico, o que significa que bloqueiam ao tentar andar para trás. ra todo o ano isso contactámos a Sapa para que nos ajudassem a desenvolver um perfil de alumínio adequado”, relata Greger Cornelius, presidente da Combisport. A Sapa foi responsável pelo desenvolvimento da ferramenta de perfil, baseada no desenho da Combisport para os esquis de rodas. Os esquis de rodas em alumínio não são uma novidade no mercado, mas a solução que a Sapa e a Combisport desenvolveram é um desenho completamente novo. “Os esquis de rodas são produzidos a partir de um único perfil de alumínio, em de terem os suportes das rodas noutro material”, revela Cornelius. Isto comporta uma série de vantagens. Com menos componentes, é mais fácil obter a precisão necessária aos componentes que serão montados. O processo de produção é também mais curto, uma vez que algumas fases de montagem podem ser eliminadas. “O alumínio é ainda um material competitivo, de excelente resistência; é leve e facilmente moldado. O desenvolvimento de materiais de alumínio atingiu um estado avançado, o que significa que os perfis de alumínio oferecem muitas possibilidades”, acrescenta. Outros materiais usados nos esquis de rodas são a fibra de vidro, a madeira e materiais compósitos de fibra de carbono e fibra de vidro. CORNELIUS RELATA QUE os esquis de alumínio são produzidos numa única base, de forma a serem o mais parecidos possível aos esquis convencionais. A base é a parte do esqui que não assenta no chão quando o esquiador desliza, mas que é pressionada contra o chão a cada passada. “Isto cria a sensação correcta quando se pressiona os esquis de rodas”, diz Cornelius. Ralf Corin, que comprou os seus novos esquis de rodas na Primavera, está satisfeito: “Os novos esquis são mais leves, proporcionam um excelente equilíbrio, são robustos e duradouros. Os esquis de rodas de alumínio também são mais baratos. No entanto, a capacidade de absorção de choque é menor.” Os esquis de rodas “Free-skate classic bronze” de Corin são desenhados para o estilo clássico, razão pela qual as rodas bloqueiam ao tentar andar para trás. “Para treinar em estilo livre, é necessário um esqui com rodas ligeiramente mais estreitas, que não bloqueiam ao tentar andar para trás”, esclarece. À medida que o Outono passa, Corin aumenta O desenvolvimento dos esquis de rodas levou à Sapa apenas alguns meses, apesar de terem sido testados vários protótipos antes de chegarem a uma solução final para produzirem o perfil. O processo de produção dos esquis de rodas é constituído por várias fases: Primeiro, corta-se o material do perfil de alumínio para colocar verticalmente as rodas. São então feitos cortes para os suportes das rodas, as forquilhas e os buracos onde as rodas encaixam. Para garantir espaço às rodas largas, as forquilhas são dobradas. Depois, todo o perfil é dobrado para criar uma base flexível, criando assim uma sensação semelhante ao esqui de todo-o-terreno. O perfil é então temperado para lhe dar resistência suficiente. O processo é finalizado com a anodização colorida, antes de a Sapa montar as rodas, colar os decalques e embalar os esquis. a distância e a frequência das suas sessões de treino. Antes das primeiras quedas de neve, ele quer fazer sessões de mais de duas horas. “Quando a neve cai e nós temos os músculos correctos treinados, é mais fácil começar e fazer mais milhas nos esquis de todo-o-terreno”, afirma. Nessa altura ele esquia o mais possível, muitas vezes usando uma lanterna de cabeça à noite. À medida que a corrida de Vasaloppet se aproxima, ele tem o cuidado de evitar apanhar constipações. “É isso que me preocupa até ao último minuto. Se não estiver completamente saudável, não posso competir, porque a corrida é muito exigente”, conclui Corin. T E XTO U LR I K A LO K R A N T Z F OTO G R A F I A M AG N U S G L A N S # 2 2006 • SHAPE 11 PERFIL O Rock’n’Roll e um Ford Galaxy descapotável de 1967 são as duas paixões de Lars Axelhed. A Sapa já não é a mesma companhia de há 50 anos. Uma testemunha desse facto é Lars Axelhed, que assistiu a aquisições, alterações de nome e espantosos desenvolvimentos técnicos. ars Axelhed tinha apenas anos quando passou, pela primeira vez, pelos portões da Svenska Metallverken, em Finspång. Ele tinha completado sete anos de escola primária e tinha iniciado a escola ocupacional que a empresa dirigia naquela altura. O seu pai já trabalhava na empresa, por isso foi uma escolha fácil. E Axelhed nunca se arrependeu. Pelo contrário, ele acredita que teve sorte em não ter aceite outro emprego. “Aprendi tudo sobre engenharia mecânica: tornear, maquinar, planear, soldar, furar, limar ...” recorda Axelhed. As instalações da escola ocupacional ainda existem, mas já não estão em funcionamento. Hoje, as actividades são completamente diferentes, e Axelhed acompanhou todo o desenvolvimento da empresa, passando por aquisições, alterações de nome e espantosos desenvolvimentos técnicos. “Um dos momentos mais memoráveis foi em , quando a então Gränges foi lançada na bolsa de valores”, relembra. L APÓS UMA PAUSA aos anos para cumprir o serviço militar, Axelhed regressou com maiores ambições. Ele começou a estudar à noite para se tornar engenheiro, noites por semana durante anos, em simultâneo com o emprego que tinha durante o dia. Além disso, casou e construiu uma casa de campo no tempo livre ... “Ainda estou a construir a casa de campo. O mais recente acrescento é uma varanda envidraçada. E ainda estou casado”, revela Axelhed. Quando concluiu os estudos, tornou-se engenheiro mecânico, emprego que detém desde então. Hoje trabalha com adaptação e melhoramento de equipamentos de produção na Sapa Industriservice. No entanto, dedica metade do tempo de trabalho ao sindicato. Desde , é representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Sapa. “Nas negociações locais do sindicato, temos de apoiar os mais fracos que não se podem defender pelos seus próprios meios. Nem todos os trabalhadores têm o mesmo nível de resistência, mas todos são competentes para o seu trabalho.” acentua Axelhed. Como representante do sindicato, tem estado igualmente activo no Conselho de Empresa Europeu (ewc), European Works Council, que ajudou a formar. Ele lamenta que vá ser fechado mas, simultaneamente, acha que as condições e ambiente de trabalho na Sapa são muito boas. “Nunca há conflitos, nem mesmo entre as diferentes empresas da Sapa na Suécia. Tenho ainda de acrescentar que a Sapa sempre foi bem gerida.” APÓS TRABALHAR 50 anos para uma empresa, é impossível não ter opinião sobre a forma como esta é gerida. Quais são então as recomendações de Axelhed para a gestão da empresa? “Pode parecer óbvio, mas o mais importante é ser-se por cento claro sobre o que a empresa faz. Temos delegações em muitos países, e os gestores de cada delegação devem estar bem informados sobre o que se passa“, diz Axelhed. Os desenvolvimentos técnicos, ao longo destes anos, têm sido tantos que a empresa dificilmente se manteve inalterada. “Tudo está muito mais avançado. As peças com que trabalhávamos pesavam quilos, hoje pesam toneladas. Por outro lado, naquele tempo havia muito mais levantamento de peso manual. Hoje o trabalho não é tão exigente do ponto de vista físico, e existem ferramentas e aparelhos ascensores. No entanto, existe uma pressão mental no local de trabalho que não existia antes. As máquinas têm de estar sempre a funcionar, o que aumenta o stress”, observa Axelhed. Uma das muitas inovações que Axelhed considera importantes é a soldadura por fricção (Friction stir welding – fsw), que permite produzir grandes superfícies, tais como pavimentos para navios refrigerados ou as laterais das carruagens de metropolitano. Segundo Axelhed, o desenvolvimento técnico deve continuar e a Sapa deve inovar de forma a produzir produtos cada vez mais avançados do ponto de vista tecnológico. “A produção mais simples de perfis é como enfeitar bolos com uma seringa de pasteleiro; qualquer pessoa o pode fazer. A Sapa deve desenvolver-se rumo à especialização”, diz Axelhed. Axelhed está prestes a reformar-se e terá então tempo para se dedicar aos seus interesses pessoais. No topo da sua lista estão as viagens, carros e o rock’n’roll. O automóvel, um Ford Galaxy descapotável de que cuida com carinho, só é usado no Verão. No Inverno, fica estacionado na sua casa de campo. Por vezes ele e a mulher, Birgitta, partilham interesses, tal como quando alugaram um carro nos Estados Unidos e andaram a passear, a comprar peças sobresselentes e a visitar Memphis. “Graceland é espantosa”, nota Axelhed. “Elvis pode ser o rei, mas Fats Domino e Chuck Berry são os seus favoritos.” Claro que ambos estão representados na sua colecção de discos em vinil. TEXTO EWA THIBAUD FOTOGRAFIA SUSANNE KRONHOLM Dados breves sobre Lars Axelhed Idade: 65. Residência: Moradia em Finspång. Família: A esposa Birgitta (também nascida e criada em Finspång), os filhos Peter e Sonny e quadro netos, todos a viver em Finspång ou nas proximidades. Profissão: Engenheiro mecânico na Sapa Industriservice. Funções no sindicato: Tesoureiro e negociador salarial na Federação de sindicatos da indústria sueca. Representante dos empregados no Conselho de Administração da Sapa. Viagens: Seis viagens aos Estados Unidos, mais visitas ao Egipto, China, Índia e outros países. Colecciona: Discos em vinil, dos quais tem cerca de 400. Automóveis: Volvo S70 para as viagens diárias e Ford Galaxy de 1967 descapotável, durante o Verão. Programas de televisão favoritos: Noticias, séries policiais britânicas e programas de comédia. Leitura: Principalmente biografias sobre Elvis e outras lendas do rock. Planos para o futuro: Dividir o seu tempo entre a casa de campo e viagens. # 2 2006 • SHAPE 13 CURTAS & BOAS Uma casa para desalojados Sapa investe em GRANDE em França A Sapa está a investir cerca de 7,5 milhões de euros numa nova fábrica de lacagem vertical, em Puget, na França. “Com este investimento, estamos a satisfazer uma procura crescente do mercado no que diz respeito a quantidade, qualidade e prazos de entrega”, diz Fernand Venturi, DE da Sapa Profiles em França. Nesta nova fábrica, os perfis de alumínio serão pintados a pó enquanto suspensos na vertical, em vez do método tradicional em que são pintados horizontalmente. Esta técnica resulta não só numa maior produtividade, mas também numa superfície com muito bons acabamentos. “Estamos a aumentar significativamente a capacidade para benefício dos nossos clientes de perfis e dos clientes de sistemas de construção, que é um segmento em crescimento”, diz Venturi. Segundo Lennart Evrell, Presidente do Grupo e Director Executivo da Sapa, França é o maior mercado da Sapa. “Temos uma posição de liderança em França. Este investimento contribuirá para garantir a continuação desse sucesso”, diz Evrell. As casas flutuantes podem ser a solução no caso de desastres naturais, como enchentes, quando se necessita de novos edifícios rapidamente. O mesmo se aplica a áreas onde existe mais água que chão firme, tal como na Holanda. A companhia holandesa Aqua-life está a desenvolver o conceito das casas flutuantes. A empresa construiu uma casa pré-fabricada numa plataforma de alumínio, com módulos de alumínio desenhados e produzidos pela Sapa, na Benelux. Todo o projecto, desde o início até à montagem dos primeiros protótipos, levou três meses. “A Aqua-life estava à procura de um fornecedor de alumínio que pudesse oferecer suporte técnico ao projecto e que quisesse igualmente participar no desenvolvimento de um novo produto”, diz Rikwijn Boon, Director de Projectos na Sapa. Uma vez que os módulos de alumínio podem ser montados no tamanho desejado, não existe limite à superfície que as plataformas podem ter. Os módulos consistem numa estrutura aberta de alumínio e contêm material plástico EPS para fazê-los flutuar. Na água doce, as plataformas de alumínio podem ser usadas sem protecção adicional contra corro- Com a casa da Aqua-life tem-se uma vista garantida sobre a água. são e têm uma vida útil prevista de 60 a 80 anos. O potencial de mercado é substancial, tendo em conta que uma larga proporção das áreas mais povoadas do mundo estão localizadas em deltas de rio. Nesses locais, a terra é relativamente barata, uma vez que não é possível usar métodos de construção convencionais”, conclui Boon. Esforço conjunto para um novo cliente A Sapa Profiles Ltd, na Inglaterra, recebeu uma das maiores encomendas de sempre esta Primavera. Um total de 1.650 toneladas de perfis de alumínio foram entregues à Trax Portable Access. Os perfis vão ser usados como pavimento móvel e passadeiras em eventos desportivos e lúdicos ou para construções temporárias de estradas e pontes. “A encomenda estava avaliada em cerca de 5,8 milhões de euros”, nota Dave Humphries, director de vendas na Sapa Profiles Ltd. A Trax Portable Access é um cliente muito recente da Sapa Profiles Ltd. A Sapa ganhou a encomenda devido à sua capacidade de satisfazer os pedidos de grandes quantidades num curto espaço de tempo. A Sapa Profiles Ltd recebeu a encomenda em Fevereiro e em Maio já estava tudo entregue. Para satisfazer o pedido, foi necessário que o departamento de exportações da Sapa Profiles na Suécia ajudasse. No total, foram entregues 200 toneladas de perfis pela Sapa da Suécia. Este tipo de cooperação de capacidades entre duas empresas da Sapa é chamada “cross-border trading”, um conceito que a Sapa gostaria de refinar. Segundo Humphries, a Sapa Profiles Ltd vai continuar a trabalhar com a Trax Portable Access. “Estamos neste momento a desenvolver um produto novo em conjunto. Se os ensaios correrem bem, vamos entregar-lhes grandes volumes de material durante 2007.” Na Noruega, os salmões estão a desovar felizes, como não o faziam há muito tempo. A razão prende-se com uma solução de alumínio que foi usada com bastante sucesso nos rios, para prevenir o desenvolvimento de um parasita do salmão, o gyrobactilus, que mata os peixes. “O primeiro tratamento a um rio foi realizado há dois anos atrás, e o parasita não reincidiu. Tal como não encontrámos o parasita em nenhum outro rio que tenhamos tratado”, diz Espen Lydersen, investigador no Instituto Norueguês para a Pesquisa da Água (NIVA), que acredita que a solução de alumínio é o futuro. A solução ácida de alumínio é, em grandes doses, tóxica para o salmão, mas ao adaptar-se a dosagem ao estado e às propriedades químicas da água, morre apenas o parasita. Antes era usado o insecticida Rotenon, que matava o parasita mas também os peixes. 14 SHAPE • # 2 2006 TEXTOS ULRIKA LOKRANTZ Um salmão mais feliz Com a ajuda de um microscópio, o material em alumínio pode ser estudado ao pormenor. Solucionadores de problemas em Finspång O trabalho de pesquisa e desenvolvimento deve ter como resultado mais do que meros relatórios; deve resolver problemas e acelerar o desenvolvimento empresarial. “É por isso que é importante para nós compreender a forma como são aplicados os produtos da Sapa”, diz Jan Strid, director da Sapa Technology. › TECNOLOGIA ACTUAL “A pesquisa e o desenvolvimento são particularmente estimulantes quando conseguimos resolver os problemas dos nossos clientes”, diz Jan Strid. Sapa Technology, o centro de pesquisa e desenvolvimento do Grupo, situa-se em Finspång, na Suécia. Tendo começado c o m o laboratório tradicional de desenvolvimento de materiais, compreende actualmente uma vasta A Dados breves sobre a Sapa Technology actividade que envolve projectos de desenvolvimento de produtos. “Estamos a integrar-nos cada vez mais em actividades propícias ao negócio da Sapa. Por vezes, isto incide directamente no cliente final, o que é particularmente estimulante. Creio que temos um bom equilíbrio entre as recompensas industriais e as científicas”, diz Jan Strid, que tem ele próprio antecedentes na área da investigação. Depois de muitos anos na Norsk Hydro, veio para a Sapa Technology em e foi nomeado director dois anos mais tarde. entre os encargos requeridos pela Sapa Heat Transfer e as actividades da Sapa relacionadas com os perfis, que incluem Building System e os segmentos de negócio Mass Transportation, Automotive e TeleCom, complementarmente a todas as instalações de prensagem. O trabalho é conduzido no âmbito de várias áreas tecnológicas; análise e ambiente, projecto e engenharia mecânica, corrosão, tecnologia de soldadura, propriedades mecânicas, metalografia, metalurgia e química de superfícies. O equipamento inclui avançados programas informáticos para simulação e modelagem, além de laboratórios bem equipados com instrumentos para análise química, testes mecânicos, análises estruturais e de corrosão, microscópios ópticos e um microscópio electrónico de varrimento. Este último revela elementos abaixo de umas dezenas de nanómetros (um nanómetro corresponde a , de um milímetro), o que significa que a pesquisa pode ser levada a cabo quase ao nível do átomo. Além disso, há os equipamentos especiais. Entre eles, encontram-se um forno de vácuo e um forno cab, usados para desenvolver técnicas de soldadura, e um amplo túnel para estudar a OS RECURSOS DIVIDEM-SE • Funciona como centro de pesquisa e desenvolvimento do Grupo. • Tem 45 empregados, 60 por cento dos quais possuem grau académico e 20 por cento mestrado. Entre os empregados, contam-se técnicos de metalurgia, engenheiros físicos, engenheiros químicos, técnicos de metalografia, projectistas, engenheiros mecânicos e engenheiros técnicos, todos especialistas em alumínio. • É igualmente responsável pela movimentação de patentes, documentação técnica, conferências e cursos. • Coopera com universidades suecas e estrangeiras e escolas de ensino superior. • Participa em projectos de pesquisa nacionais e internacionais. 16 SHAPE • # 2 2006 Bosse Bengtsson e Johanna Elverson examinam um corte transversal num perfil. transferência de calor. Na casa do pátio, existe uma pequena laminadora a frio, equipamentos de anodização e uma máquina usada para tecnologia de Soldadura por fricção (fsw). o centro contribuiu para a posição de ponta da Sapa no que diz respeito à tecnologia fsw. “Nós não inventámos a tecnologia, mas fomos um parceiro importante no projecto e desenvolvimento desta tecnologia na Sapa. Estamos a desenvolver as ferramentas para refinar o processo e melhorar a produtividade e os custos.” Pretende-se que a Sapa melhore o serviço a clientes externos e, neste sentido, a Sapa Technology pode ter um contributo considerável no desenvolvimento de materiais e de produtos propriamente ditos. Graças à sua capacidade para modelar sistemas mecânicos e termais, é possível conceber componentes estruturais para comboios, e de arrefecimento para aplicações electrónicas. Os encargos simples podem também ser bem sucedidos. Strid descreve um caso numa das empresas estrangeiras da Sapa, com um cliente relativamente pequeno que necessitava de assistência imediata. Isto tornou-se uma tarefa de serviço técnico para a Sapa Technology, e que foi resolvida como costume – uma das centenas com que o centro lida todos os anos. Mas o resultado foi tão bom que aquela empresa viria a tornar-se o terceiro maior cliente da Sapa. “Certamente houve outros factores por trás deste sucesso, mas nestes casos, é muito estimulante ser um agente de desenvolvimento”, diz Strid. STRID EXPLICA QUE T E XTO A N N A - LE N A R Ö N N F OTO M AG N U S G L A N S “ Creio que temos um bom equilíbrio entre as recompensas industriais e as científicas ” Experiências de passivação podem envolver equipamento muito simples. Radiadores de automóveis em foco Os radiadores de automóveis em alumínio são altamente resistentes à corrosão, segundo um estudo novo ímpar levado a cabo pela Sapa Technology, em Finspång, na Suécia. Para analisar a forma como o alumínio é corroído, a Sapa Technology recorre a um teste de ácido acético e água salgada (SWAAT). O material é testado numa câmara de atmosfera marinha, onde é exposto à humidade, ao calor e a um pulverizador de sal com um baixo pH aspergido intermitentemente. Vinte e quatro horas neste Engenheira de investigação científica Marja Melander. ambiente é o equivalente a um ano de serviço real dos permutadores de calor em estradas com sal. Os radiadores em alumínio agüentam geralmente 30 a 40 dias na câmara. Marja Melander, engenheira de investigação da Sapa Technology, estuda de que forma estes testes reflectem a realidade. É o primeiro estudo publicado na Europa. “Estudei a corrosão nos radiadores e nos componentes de alumínio dispostos nos sistemas de ar condicionado de automóveis com idade entre os quatro e os dez anos”, diz Melander. Os componentes em estado de funcionamento foram recolhidos de dez automóveis diferentes, com quilometragens entre 65.000 e 380.000 milhas. Alguns radiadores encontram-se dispostos numa bancada de trabalho do laboratório de corrosão. Os radiadores estão bastante negros e sujos após terem sido expostos aos elementos, às estradas com sal e aos muitos quilómetros de condução. É difícil vislumbrar a olho nu qualquer tipo de corrosão interna ou externa. Só quando Melander estudou o material com um microscópio óptico com luz, pôde encontrar vários tipos de corrosão mas de uma extensão muito limitada. “Fico surpreendida por ver que há tão pouca corrosão no interior dos tubos”, diz. Quando o material foi compilado, os resultados mais notáveis incidiram no automóvel mais antigo. No entanto, estas ligas não são actualmente utilizadas. “As ligas são fundamentais. É importante encontrar a combinação certa de camadas e tubos. As camadas de 0,1 milímetros, que dão aos tubos uma protecção galvânica, são constituídas por uma liga mais básica do que a dos tubos, enquanto estes, com uma espessura de aproximadamente 0,3 milímetros, são geralmente de um material extremamente resistente.” O estudo de Melander compreende quatro secções, a primeira das quais diz respeito a radiadores. Os condensadores serão examinados no outono, ao que se seguirão os vaporizadores e os intercoolers. Os resultados do primeiro estudo parcial* atraíram já a atenção internacional. Melander apresentou o seu material na Aluminium Brazing Conference em Düsseldorf, na primavera, e no International Invitational Aluminium Brazing Seminar em Detroit, em outubro. “Quando o estudo estiver concluído, espero poder examinar os permutadores de calor de automóveis conduzidos na Ásia, de forma a observar como o clima afecta a corrosão externa e o estado de corrosão no interior dos tubos”, diz Melander. * Corrosion Study of Brazed Heat Exchangers in Cars after Real Service Life # 2 2006 • SHAPE 17 CURTAS & BOAS Novas formas para a Sapa Anéis de guardanapos em alumínio. Este foi um dos resultados quando a Iittala atribuiu a jovens projectistas finlandeses a tarefa de criar novos objectos inspirados no projectista Alvar Aalto. “Faz este ano 70 anos que Alvar Aalto lançou o seu famoso design. Para comemorar, desenvolvemos uma colecção especial inspirada nele”, diz Tuija Aalto-Setälä, director de comunicações da Iittala. Foram convidados três grupos de projectistas: a agência gráfica de design Dog design, os designers industriais Pentagon Design e a designer de moda Hanna Sarén. “Pedimos-lhes que baseassem os projectos na forma em curva característica de Alvar Aalto e que usassem outro material que não o vidro.” A Pentagon Design desenvolveu o anel para guardanapos em alumínio. Outros produtos que resultaram da cooperação incluíam uma base de assento para caçarolas em madeira, uma forma para bolachas de gengibre, uma taça, uma bandeja e um bloco para cubos de gelo. O projecto Alvar Aalto foi lançado na exposição mundial de Paris, em 1937. A forma irregular é típica da linguagem de Alvar Aalto e influencia tanto a sua arquitectura como o design de mobiliário. “Alvar Aalto inspirou-se principalmente na natureza, e nesta forma podem visualizar-se os contornos de um lago,” explica Aalto-Setälä. Uma solução brilhante 18 SHAPE • # 2 2006 Paragens de autocarro suecas na Rússia A Sapa fez uma entrega de perfis de alumínio em conseqüência de uma encomenda historicamente grande. Os perfis serão usados em 200 paragens de autocarro, que o fabricante sueco de mobiliário de rua, Team Tejbrant, exportou para São Petersburgo, na Rússia. “É o nosso produto padrão, inteiramente em alumínio e vidro, e com quadros de publicidade. São iguais aos usados em toda a Suécia e que vendemos em todo o mundo. Há cerca de mil em Estocolmo”, diz Johan Isaksson, director de design da Team Tejbrant. É uma das maiores encomendas feitas à Team Tejbrant e a empresa espera receber outras grandes encomendas da Rússia. “Acreditamos que isso vai acontecer. Conseguimos um ponto de apoio firme com esta entrega”, diz Isaksson. TEXTO ULRIKA LOKRANTZ e minação e rua, ilu d o o da ri ã á ç ili mo mob e ilumina uturas d jectos co tr lveu b s o o e v n e s e b a s e ado que Sapa de nia conc D a tó r. s r, o E ri lo a e a c n s e de or e ext Invention uantidad ara interi A Roller grande q inação p a m m ilu u e ntro. No m d ra s LE Ds de s que ge estrutura m D o c E , L o d m inclue trário, o o redon lumínio. empresa caso con o em tub ada em a r; d u lo ra q a u e c g d apa, na fi o a ção reduzir ido, con das da S uma solu ico para io extrud o de ven ín ir rm e m té h lu r n a o e d g s issipa en, en “Usámo os um d avi Saks bo, fixám s”, diz Ta to u in m s próprio tu ouco cial. hum eria em p preferen isso, nen LE D ard lumínio é s. Além d a o o m .” d a v ra o s já tu o dese a estru ção, o u Estónia. o LE D e ente com de aplica e m o tr ta p n c ti e r xa te e erfil de calo Para es . eber o p permuta etembro os conc cionar a lu o s ues em s “Pudem g iu e u tr g n e e s n m o ra c l teria mínio fo outro ma rfis de alu eiros pe Os prim Cooperação a alta velocidade A fabricante finlandesa de motores Wärtsilä, cliente da Sapa há 18 anos, tem os livros de encomendas repletos e podese ver uma tendência positiva em todos os gráficos da empresa. empresa finlandesa Wärtsilä é a principal fornecedora de sistemas de propulsão de navios e instalações offshore. É igualmente uma importante fornecedora de centrais eléctricas para produção descentralizada de energia. Existe actualmente uma procura considerável pelos produtos da empresa. “Actualmente, as nossas actividades estão a desenvolver-se extremamente bem e esperamos um crescimento acentuado durante os próximos anos”, diz Lasse Rintala, responsável pelo departamento de compras estratégicas. A cooperação com a Sapa Profiilit em Espoo remonta a , quando a Sapa teve uma encomenda de nove ferramentas de perfil. Muito aconteceu desde então. Actualmente, são usadas cerca de ferramentas de perfil para processar diferentes componentes de motores, e a Wärtsilä é a principal cliente da Sapa Profiilit. As entregas aumentaram para aproximadamente toneladas por ano. “A Sapa é o nosso principal fornecedor e, como usamos uma quantidade cada vez maior de alumínio nos nossos produtos, os próximos anos serão um desafio, até mesmo para a Sapa”, diz Rintala. A em alumínio é cada vez mais avançado. “Quando uma viga requer buracos, torna-se complicado. Durante a prensagem, é apenas possível fazer buracos numa direcção. O resto tem que ser feito por processamento posteriormente. Uma vez que as vigas podem pesar acima de quilos, necessitamos de máquinas grandes”, explica Henrik Lindén, que trabalha com o apoio técnico da Sapa. As tampas do motor são um exemplo do que a Sapa produz para a Wärtsilä. Um motor de navio O PROCESSAMENTO DOS PERFIS O gigantesco cruzeiro Queen Mary 2 é propulsionado por quatro motores com um total de 157.000 cavalos. O navio pode atingir uma velocidade máxima de 30 nós. pode ter até dez metros de comprimento e estar coberto com até dez tampas de alumínio que podem ser abertas. As tampas do motor estão divididas em duas partes; tanto a parte superior como a inferior são produzidas pela Sapa. Um terceiro produto da Sapa é o bloco de ar, que tem uma função vital. “É usado para dar o arranque ao motor. O ar comprimido força os pistões a subir e descer. Cada motor tem entre e cilindros”, esclarece Lindén. Um exemplo da tendência para o aumento da quantidade de alumínio (uma média de quilos por motor) é o facto de a tubulação estar a ser substituída por perfis. “É fácil fixar componentes, cabos e outras peças aos perfis, o que os torna mais versáteis do que a tubagem”, diz Lindén. O pessoal da Wärtsilä está satisfeito com a cooperação e descreve-a como eficiente e de primeira classe. A Sapa atribui o sucesso à competente equipa de vendas, a uma excelente rede de sub-fornecedores e ao facto de ser um parceiro fiável. “Somos quase infalíveis no que se refere à entrega da qualidade certa no prazo certo, uma exigência fundamental quando lidamos com clientes como a Wärtsilä”, diz Lindén. T E XTO T H O M AS Ö ST B E R G F OTO G R A F I A WÄ R TS I L Ä Dados informativos sobre a Sapa Profiilit Oy • A empresa está em funcionamento desde os anos 70 e a organização actual remonta a 1991. • O escritório de vendas da Sapa Profiilit em Espoo, na Finlândia, é responsável pela actividade de perfis da Sapa na Finlândia. • O refinamento dos perfis é levado a cabo por vários subcontratantes na Finlândia e pela Fima, propriedade da Sapa em Finspång, na Suécia. • A empresa tem 12 empregados (três dos quais trabalham em sistemas de construção). • As vendas totalizaram cerca de 9,5 milhões de euros em 2005. # 2 2006 • SHAPE 19 O estádio Läkerol em Gävle, na Suécia, foi VINJETT PROFILEN totalmente remodelado no espaço de um ano. Depois da remodelação o estádio ficou com uma capacidade para pouco mais de 8,000 espectadores. Renovação Na Suécia, os pavilhões de hóquei no gelo têm sido transformados de estádios delapidados em modernos templos de entretenimento para toda a família. A inspiração veio dos enormes estádios do NHL no Canadá. “Tivemos de reduzir tudo à escala das condições suecas”, explica o arquitecto Ulf Bergfjord. 20 SHAPE •# 2 2006 nos estádios m dos desportos nacionais da Suécia, o hóquei no gelo, foi jogado durante muitos anos em velhos estádios delapidados com um conforto mínimo. Os espectadores eram quase exclusivamente homens, que pouco se interessavam por comodidades. Os patrocinadores eram senhores resignados da comunidade empresarial local que ficavam satisfeitos com um café de graça ao intervalo. Contudo, existe actualmente uma onda de modernização que está a elevar os estádios de hóquei no gelo a um novo nível, adaptado à moderna indústria de entretenimento. “Os velhos pavilhões tinham basicamente um buraco na parede onde eram vendidos cachorros-quentes. Os novos estádios têm restaurantes amplos, bares de desporto, camarotes e espaços vip de grandes dimensões”, diz Ulf Bergfjord, do escritório de arquitectura Bergfjord & Ivarson. Bergfjord e Ivarson foram os arquitectos do estádio Löfbergs Lila em Karlstad, na Suécia. O estádio Löfbergs Lila foi inaugurado em e tornou-se o modelo para muitas das novas áreas, que surgiram em toda a Suécia. “Deslocámo-nos ao nhl em e observámos os estádios novos. Entre os estádios que nos influenciaram, contam-se o estádio de Ottawa U Senators, o centro Corel e o estádio Molson center dos Montreal Canadians. São todos maiores do que os estádios suecos, pelo que tivemos de reduzir tudo à escala das condições suecas”, explica Bergfjord. Os clubes suecos de hóquei no gelo compreenderam que os seus estádios têm de ser capazes de atrair uma audiência mais vasta. Além disso, os estádios têm de servir para mais do que o hóquei no gelo, como por exemplo concertos, conferências e outros desportos. Em ligação directa com o estádio, devem também existir outras actividades comerciais, como por exemplo lojas. “Em Karlstad, na Suécia, a tarefa era conceber um estádio de hóquei no gelo que servisse para outros eventos. O centro Cloetta em Linköping é quase o oposto; é um estádio de eventos onde o hóquei no gelo também pode ser jogado”, diz Bergfjord. O estádio concebido para dar as boas vindas aos adeptos do hóquei, num dia, e a espectadores de concertos, no dia seguinte, tem de ser por definição significativamente mais confortável e flexível do que os velhos pavilhões de hóquei no gelo. “Os novos estádios são quase como a nova praça da cidade – um local onde as pessoas vão para ver e ser vistas”, diz Bergfjord. Mesmo vistos do exterior, os Arquitecto Ulf Bergfjord novos estádios são esteticamente mais agradáveis e têm um aspecto mais moderno do que antes. As grandes fachadas de vidro nas entradas e outras partes do exterior dão uma visão ampla do ambiente envolvente. Para construir as entradas, janelas e fachadas de vidro foram usados perfis de alumínio. Håkan Furukrantz, agente promocional da Sapa Building System, explica: “O alumínio é ideal em fachadas de vidro tão grandes como estas. O resultado são fachadas esteticamente agradáveis, além de que o alumínio também não exige grande manutenção. É eficiente a nível dos custos a longo prazo.” Até à data, foram usados perfis de alumínio da Sapa em seis dos novos estádios da Suécia: o estádio Swedbank em Örnsköldsvik, o estádio Läkerol em Gävle, o estádio Ejendals em Leksand, o estádio Kinnarps em Jönköping, o estádio Löfbergs Lila em Karlstad e o centro Cloetta em Linköping. T E XTO JA N N E P E T T E R S S O N F OTO G R A F I A H A N S B O N N E V I E R Os novos estádios dos clubes de hóquei no gelo suecos O estádio Läkerol Cidade: Gävle. Inauguração: 2006. Custo: 17,4 milhões de euros. Arquitecto: Arquitectos Bergfjord & Ivarson. Feito de alumínio: Fachadas, portas, janelas, partes das fachadas pintadas a pó, portas e folhas de portas. Löfbergs Lila Cidade: Karlstad. Inauguração: 2001. Custo: 19,6 milhões de euros. Arquitecto: Arquitectos Bergfjord & Ivarson. Feito de alumínio: Fachadas e portas. O estádio Kinnarps Cidade: Jönköping. Inauguração: 2001. Custo: 14,7 milhões de euros. Arquitecto: Escritório de arquitectura Flensborns. Feito de alumínio: Fachadas e portas. O estádio Ejendals Cidade: Leksand. Inauguração: 2005. Custo: 14 milhões de euros. Arquitecto: Sweco FFNS Falun. Feito de alumínio: Fachadas, portas, janelas fixas, portas de incêndio, partes das fachadas pintadas a pó, partes internas e janelas anodizadas natural. O centro Cloetta Cidade: Linköping. Inauguração: 2004. Custo: 27,2 milhões de euros. Arquitecto: Arquitectos Bergfjord & Ivarson. Feito de alumínio: Fachadas, perfis decorativos, janelas e portas. O estádio Swedbank Cidade: Örnsköldsvik. Inauguração: 2006. Custo: 21,2 milhões de euros. Arquitecto: Arquitectos Bergfjord & Ivarson. Feito de alumínio: Fachadas, portas, perfis decorativos, partes das fachadas pintadas a pó, janelas e perfis decorativos. O estádio O estádio Läkerol O estádio Kinnarps O estádio Swedbank # 2 2006 • SHAPE 21 A CAMINHO Soldadura por fricção originaram nova encomenda Foram os conhecimentos sobre soldadura por fricção, FSW, que levaram a Bombardier a recorrer à Sapa. Em conjunto, desenvolveram o radiador mais avançado fabricado pela Sapa. O combóio de alta velocidade espanhol, S 130, com radiador de líquido da Sapa. coloca grandes exigências relativamente aos radiadores de líquido usados nos seus comboios, nomeadamente a boa capacidade de arrefecimento, a alta resistência e o acabamento de superfície, aspectos que impõem consideráveis exigências durante o processamento. Além disso, os componentes devem ser leves. O problema que os radiadores do anterior fornecedor colocava, residia no facto destes não se comportarem como a Bombardier queria. “Queríamos um fornecedor que pudesse assumir a responsabilidade por todo o processo. A Sapa Mass Transportation em Finspång, na Suécia, tinha o equipamento, o conhecimento e as competências necessários. Juntos, conseguimos resolver rapidamente o problema”, diz Tobias Zimmermann, director de projectos da Bombardier em Turgi, na Suíça. O trabalho de desenvolvimento começou na Primavera de . Em setembro deste ano, a Bombardier e a Sapa apresentaram o produto final na feira industrial InnoTrans em Berlim, na Alemanha. “Até à data, é o radiador mais avançado e A BOMBARDIER TRANSPORTATION 22 SHAPE • # 2 2006 complexo em que a Sapa esteve envolvida”, diz o director de projectos Henrik Nyström. Havia dois problemas a resolver. Primeiro era necessário, mediante simulação, arranjar um fluxo que resultasse em variações de temperatura tão pequenas quanto possível na superfície do radiador, de forma a que o calor não danificasse o equipamento electrónico daquele. “O antigo radiador tinha um fluxo de líquido vertical. Chegámos à conclusão de que o fluxo horizontal era a melhor do ponto de vista da temperatura”, diz Nyström. de montar os componentes do radiador de modo a conseguir maior resistência e melhor acabamento de superfície. Foi aqui que os conhecimentos da Sapa sobre soldadura por fricção, fsw, entraram em acção. Nos antigos radiadores era usada a soldadura mig, que expunha o material a uma temperatura elevada. Daí resultava uma diminuição da resistência e uma maior deformação do metal na fase de arrefecimento. “O desafio residia em combinar num produto final a capacidade de arrefecimento e a montagem. EM PARTE, TRATAVA-SE Não havia nada semelhante em que nos pudéssemos basear”, explica Nyström. O alumínio foi o material óbvio, dado que o radiador deve ser leve (dependendo do modelo, são usados três a seis por locomotiva). É barato e fácil de configurar já na fase de perfil. A equipa foi bem sucedida ao reduzir o peso para quilos, removendo todo o material desnecessário. “Uma vez que num comboio moderno é utilizado cada vez mais equipamento, trabalhámos no sentido de reduzir o peso de várias maneiras”, explica Zimmermann. No início a Bombardier mostrou-se interessada em adquirir – radiadores por ano. Contudo a procura aumentou e no próximo ano serão produzidos . Até à data, a Sapa já entregou cerca de radiadores à Bombardier. Ambas as companhias mostram-se bastante abertas a futuros projectos de cooperação. “Ficaria muito feliz por voltar a trabalhar com a Sapa”, conclui Zimmermann satisfeito. T E XTO T H O M AS Ö ST B E R G F OTO G R A F I A B O M B A R D I E R CADEIRA INOVADORA A empresa dinamarquesa Vela representa inovação – também no que se refere a cadeiras destinadas a pessoas com deficiência ambulatória. O mais recente modelo da empresa adapta-se especificamente à criança, e não o inverso. Vela é uma fabricante dinamarquesa de mobiliário, que fabrica produtos como cadeiras de escritório, cadeiras para crianças e cadeiras para pessoas com deficiência ambulatória. Anteriormente, a companhia usava uma estrutura tradicional de aço no apoio das costas e na armação, mas depois de contactar a Sapa Profiles em Grenå, na Dinamarca, decidiu desenvolver uma coluna em alumínio. A solução foi usada na Hip Hop – uma cadeira concebida ergonomicamente para crianças com deficiência ambulatória. “A coluna em alumínio dá à cadeira um aspecto estimulante e exclusivo, ao mesmo tempo que a torna significativamente mais fácil de usar”, afirma Helle Lennø Weesgaard, coordenadora de mercado da Vela. Por exemplo, anteriormente a criança não conseguia inclinar-se para trás, mas agora a almofada do assento pode ser colocada numa posição de descanso confortável. Além disso, a coluna permite o posicionamento mais baixo e mais alto do assento, facilitando a participação da crianColuna de alumínio. ça em várias activida- A des. Mas não é apenas no departamento de marketing da Vela que a transição do aço para o alumínio é vista com bons olhos. O departamento de desenvolvimento e produção vê igualmente inúmeras vantagens. No passado, era necessário encomendar especialmente alguns componentes da cadeira, como rodas e motores eléctricos; caso contrário, estes não se adaptariam ao perfil do aço. Hoje, é possível adquirir componentes padronizados e formar os perfis de alumínio com base nos mesmos. Isto proporciona uma produção muito mais flexível e económica. “A Sapa tem sido extremamente flexível e colaborou muito durante todo o processo de cooperação”, explica Michael Vestergaard, director de desenvolvimento da Vela. “Vamos certamente seguir o mesmo trilho nos próximos modelos.” Os principais factores que levaram à escolha da Sapa foram a dimensão, a estabilidade e a boa reputação da empresa no mercado. Além da fiabilidade nas entregas, as competências técnicas da Sapa foram igualmente muito valorizadas. “A cooperação com a Sapa teve como resultado um produto com vantagens únicas, tanto em ter- Um perfil de alumínio CNC processado proporcionou uma elevação suplementar na concepção e funcionalidade da Hip Hop 300. mos de aplicação como de concepção. A cadeira Hip Hop é já alvo de grande interesse a nível mundial. Toda a gente fala dela, o que em termos de produção torna difícil acompanhar a procura”, conclui Weesgaard. T E XTO J I M H A N S E N Aço substituído por alumínio “Com o recurso aos perfis de alumínio, foi-nos possível conceber um sistema estruturalmente estável e que satisfaz todas as exigências. A Sapa ajudou-nos com um trabalho magnífico na resolução dos problemas técnicos”. A Gustafs Inredningar decidiu desenvolver seus próprios sistemas de montagem de painéis, uma vez que os sistemas existentes em aço apresentavam várias desvantagens. “Principalmente do ponto de vista da estabilidade e, consequentemente, em termos de segurança, funcionalidade e estética. Ponderámos o aço, mas concluímos que o alumínio era preferível. Para uma pequena gama de produtos, o alumínio é mais económico e também mais flexível”, conclui Markoff. TEXTO ULRIKA LOKRANTZ A Gustafs Inredningar na Suécia, é uma das principais produtoras européias de painéis de madeira destinados ao revestimento de paredes e tectos. No entanto, a empresa tem-se deparado com dificuldades na obtenção de um sistema de montagem suficientemente estável no que se refere aos painéis de tecto. “Disponibilizamos actualmente o único sistema de montagem de tectos suspensos em alumínio do mercado. Em cooperação com os engenheiros da Sapa Profiles, concebemos e dimensionámos o sistema Capax, disponível no mercado desde há dois anos”, diz Peter Markoff, director de desenvolvimento de produtos da Gustafs Inredningar. # 2 2006 • SHAPE 23 PARA CONCLUIR Preso no gelo no Pólo Norte O navio da expedição francesa Tara está neste momento preso no gelo no paralelo 82. Não existe o risco do Tara ser esmagado pelo gelo uma vez que o seu casco foi especialmente desenvolvido em alumínio. 4 SHAPE • Nr 2 2006 de dois mastros que navega os oceanos há quase anos, sendo que nos últimos anos tem servido como plataforma de pesquisa de estudos ambientais. A expedição deste ano teve início em Setembro, em cooperação com a unep, o programa ambiental das Nações Unidas. A missão é estudar as alterações climáticas durante dois anos, presa nas garras traiçoeiras do gelo polar. É esta a razão pela qual o Tara foi especificamente construído para lidar com pressões extremas. Os engenheiros, Bovet-Petit, conceberam um casco de metros de comprimento que, quando sujeito a uma certa pressão nos lados, “desliza para cima” quase como um caroço de uma cereja quando pressionado entre dois dedos. A escolha do material foi tão importante como o projecto O TARA É UMA ESCUNA do casco. Tem de suportar pressões extremas e ser leve ao mesmo tempo. Mas apesar de o navio ser feito em alumínio, pesa toneladas e, em certas zonas, o casco tem uma espessura de mais de quatro centímetros. Durante o Inverno sete membros da tripulação levarão a cabo vários estudos que envolvem áreas como meteorologia, radiação solar e glaciologia. A rendição da tripulação ocorrerá no início da Primavera, mas o gelo polar não libertará o Tara antes do Verão de . A massa de gelo à deriva terá na altura desviado o navio . quilómetros para lá da sua localização actual. Siga a expedição em www.taraexpeditions.org T E XTO DAG E N A N D E R F OTO G R A F I A F R A N C I S L AT R E I LLE / A D O DA M O C LE S