Celebrar o Amor em Família

Transcrição

Celebrar o Amor em Família
Celebrar o Amor em Família
Dinâmica intergeracional
para a catequese e para a comunidade
proposta para dia17 de fevereiro de 2013
A família fundada no amor revela, de forma peculiar, o amor trinitário quando, cimentada na fé
do «Deus que é amor», permanece nesse amor com a consciência de que quando ama «permanece
em Deus e Deus nela.» (conf:1 Jo 4,16) O Evangelista João deixa-nos estupefactos quando afirma que
o amor é a condição para nascer de Deus e conhecer a Deus: «todo aquele que ama nasceu de
Deus e chega ao conhecimento de Deus. Aquele que não ama não chegou a conhecer a Deus,
pois Deus é amor.» (1 Jo 4,7-8) A densidade do Amor, revelado em Jesus Cristo, dá um sentido
“poderoso e transcendente” ao amor humano.
O dia dos namorados, celebrado nas sociedades ocidentais, pode tornar-se uma oportunidade para
as comunidades cristãs recordarem o sentido do amor em Jesus Cristo e renovarem a aliança de
fidelidade em família. A sugestão chegou ao SDEC a partir da Paróquia de Paço de Sousa que,
como testemunho, nos enviou a dinâmica que realizaram em fevereiro de 2012. Agradecemos a
sua criatividade, a oportunidade e a ousadia da ideia.
Neste ano da fé, ouvindo os apelos à Nova Evangelização, propõese aos leitores que:

desejam que o ser humano se deixe tocar pelo Deus Amor, descubram a
presença dELE na vida e acolham a salvação;

acreditam que Jesus é o rosto de Deus e de quem se pode dizer: tal Pai, tal Filho!;

experimentam na sua vida que em Jesus, pelo Espírito, Deus salva todas as suas horas e os
abençoa;

têm a certeza que a comunidade cristã é o corpo de Cristo, o Povo de Deus reunido no
amor à volta da mesa, como irmãos partindo, repartindo o Pão Eucarístico; Jesus
entregue a todos, cada dia;

se implicam, “metem as mãos na massa” para que muitos sejam felizes na fidelidade ao
apelo do Mestre: “amai-vos como eu vos amei”;

vivem e por isso anunciam que “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome eu
estarei no meio deles”;
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
sabem que a família é o lugar visível do amor de Deus e que neste momento da história
precisam, urgentemente, de serem amparadas, acompanhadas, acarinhadas e ajudadas;

não duvidam de que a catequese pode ser um espaço em que os catequizandos e
suas famílias têm a possibilidade de receberem convites capazes de alimentar o
amor do lar e o apreço de uns pelos outros a partir do “Amor do Deus que é
Trindade/família”. Esse amor que quer os seres humanos unidos por laços
familiares e re/unidos em comunidades fraternas;

que têm a certeza de que, a partir da catequese, se podem propor gestos criativos que
reforcem os laços familiares e aproximem os seus membros;

que experimentam que é na família que se educa e constroem os homens novos do
futuro sonhados e criados pelo Deus todo poderoso no amor…
… o desafio de recriarem uma dinâmica que celebre o Amor em Família.
Qual a natureza da dinâmica?
A dinâmica proposta é de natureza intergeracional. Nela, crianças, adolescentes, jovens e adultos
terão a possibilidade de viverem juntos uma experiência de fé. A sua concretização fará parte do
“itinerário intergeracional” para todos os grupos que já implementaram o projeto. Para quem não
iniciou o percurso, não deverá deixar de a realizar. Quem sabe se esta não será uma oportunidade
para que surja o desejo de integrar, sistematicamente, a família na catequese, na educação para
a vida na fé!
A sua planificação e organização terá de ser do conhecimento prévio do pároco e requer a sua
aprovação. Segundo a dinâmica paroquial, a proposta poderá destinar-se:


aos grupos do 1º ao 10º anos de catequese e às suas famílias (pais, avós, padrinhos…)
ou a toda a comunidade cristã, alargando o convite a todas as famílias.
IMPORTANTE
Atendendo a que são muitos os que vivem na solidão, um grupo de voluntários terá
de convidar todos eles, de forma personalizada, para os integrar na dinâmica (são
os que mais precisam!).
Sugere-se que esta tarefa tenha a colaboração dos 9º e 10º anos, o que lhes
permitirá viver uma experiência de missão comunitária e de lhes permitir criar
laços com a comunidade. Estas iniciativas são geradoras de redes sociais. Importa
não ser uma atividade pontual, mas que dela surjam projetos de continuidade
comunitária.
Quando celebrar?
No domingo após o dia dos namorados: 17 de fevereiro, após a eucaristia.
Quando e como preparar?
Com a devida antecedência (dela depende o êxito):
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a-Caixa do correio criativa
(terá a responsabilidade de recolher as cartas de amor familiares):
Convidar os catequizandos a fazerem com as suas famílias uma caixa do correio, criativa, com o
nome da família (esta será entregue, na semana anterior, aos catequistas, ou antes da celebração
no próprio dia);
A caixa será o local em que cada família receberá as cartas que lhe forem dirigidas.
b-Carta criativa e amor familiar
Convidar os catequizandos, assim como todos os membros da família (pais, avós, padrinhos…), a
escreverem uma carta a cada membro da família. Nela será importante que cada um registe o seu
amor, admiração, gratidão, uma mensagem de esperança a quem a dirige.
Exemplo: a mãe escreve aos filhos, ao esposo e aos próprios pais; o pai dedica-a aos filhos, à
esposa e aos próprios pais; os filhos ao pai, à mãe, aos avós…
Atenção:
Se optar por uma dinâmica de toda a comunidade, deverá dar-se, também, as indicações nas
eucaristias dominicais:
c- Grupo de trabalho
Convidar um grupo de famílias (pais, filhos, avós) para integrarem a equipa organizadora com os
catequistas.
Esquema da dinâmica
Quinze dias antes ou na semana anterior- Entregar uma carta às famílias (sugestão):
Caríssima família
Na próxima semana teremos a oportunidade de nos reunirmos para, na
comunidade, celebrar o amor em família.
Nós, cristãos, temos a certeza de que o amor da família tem a sua origem,
fonte e alimento permanente num amor maior. Também não duvidamos que,
quem está ligado a essa fonte, vive com mais intensidade e com um sentido
transcendente esse amor e se torna capaz de fazer o outro feliz para além das
diferenças e das dificuldades.
Por isso propõe-se que visitemos a FONTE DO AMOR. Pode ser?
Se sim, aqui vai o desafio para responderem aos seguintes convites, que
poderão realizar-se num momento especial em família:
UM CONVITE PARA SER VIVIDO EM FAMÍLIA
Os quatro evangelistas apresentam Jesus a falar com o Pai e do Pai ao longo de
todo o Evangelho. Uma forma de Jesus revelar o jeito de ser de seu pai/Deus e
de falar do Reino é dizê-lo por parábolas. Será possível descrever com
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palavras humanas um Criador que tem por nome AMOR? Ora aqui seguem alguns
convites/desafios à família:
Convite a ler e a partilhar em família:
Propomos que leia, muito atentamente, em família, a parábola de Lucas
(Lc 10,29-7) substituindo a palavra “samaritano” por “Deus Pai”.
Pensem e respondam às seguintes perguntas (as respostas serão partilhadas
no dia do “Amor em Família”):

Porque está o homem meio morto por terra? (De que males sofre –
pensemos na nossa sociedade. O que nos deita por terra?)

O que faz este Deus, como trata o homem caído? (Reparem nos
pormenores e comparem a sua postura e as suas ações com um dos nossos reis
ou governantes- podem procurar o significado do vinho e do azeite para melhor
ver que cura oferece o samaritano.)




Qual é o jeito de amar do nosso Deus? (recordemos Jesus)
Que sinal da chegada do Reino nos dá Jesus neste texto?
O que vos chama a atenção na parábola? Quem é o nosso Deus? O
Pai de Jesus?
Que desafio sugere este texto ao jeito de ser e amar em família?
Leiam o texto: 1Jo 4,7-21 (1ª carta de S. João).
Sugere-se que dialoguem sobre o texto. Proposta de perguntas:
 Qual é a fonte do amor?
 Quais as características do amor de Deus?
 Como nos sentimos ao saber-nos assim amados?
 Como pode a família crescer no amor a partir do Amor de Deus?
A comunidade de….(nome da paróquia) … deseja que este tempo “especial”, dedicado
a estarem juntos à volta da Palavra de Deus, lhes proporcione um momento
feliz e lhes permita experimentar a força do Amor de Deus que os une e os quer
felizes no lar.
UM CONVITE PARA FAZER UMA PRENDA
Sugere-se que cada família faça de forma criativa uma caixa de correio com o
seu nome inscrito. A mesma será entregue antes da celebração do “amor em
família”. Para que servirá? Pedimos que cada membro da família escreva uma
mensagem ou uma carta a cada membro. Assim, no dia do encontro, todos
colocarão as suas cartas na caixa de correio!
O desafio será de nos surpreendermos uns aos outros dizendo-nos o quanto
somos IMPORTANTES E O QUANTO NOS AMAMOS!!!!
Pedimos que tragam a vossa caixa de correio no dia….. e a entreguem a…. no
salão paroquial….. Não podem deixar de escrever as vossas cartas! Sejamos
criativos para nos surpreendermos!
UM CONVITE A CELEBRAR O AMOR
No dia 17 de fevereiro, pelas 15h, celebraremos o amor, em comunidade, no
salão paroquial. Será o momento em que partilharemos as descobertas feitas
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em família a partir dos textos bíblicos e em que receberemos, das nossas
caixas de correio, as cartas dos entes queridos!
Até dia 17 de fevereiro, às 15h, a sua presença é imprescindível!
Um abraço fraterno no Senhor Jesus.
A comunidade….
O desafio a ler em família uma leitura bíblica é uma oportunidade para que os catequizandos
treinem a procura de citações e provoquem nos adultos o desejo de saberem manusear a Bíblia.
Não se pode perder a oportunidade!
Quanto à interpretação da parábola propomos alguns elementos para os catequistas:
Donde é que vinha o homem que foi assaltado? Um homem que desce de Jerusalém para Jericó;
Jerusalém etimologicamente significa “lugar da paz”, cidade de onde vem a luz da verdade e Jericó
significa “lua” com a sua mutabilidade própria (as várias fases da lua – ligação à noite - à ausência
de Deus). Descer de Jerusalém a Jericó é corromper-se, subir de Jericó a Jerusalém significa
converter-se;
Quem é o homem caído no chão? (Para Jesus este homem é o símbolo de todas as vítimas das
violências físicas e morais);
Porque é que o samaritano utilizou ele o azeite e o vinho? (azeite cicatriza – o vinho símbolo da
alegria e da liberdade, o vinho novo partilhado na mesa da eucaristia);
O samaritano é o sinal do Reino que acontece curando, libertando, salvando, tornando-nos
próximos, dando ao ser humano a possibilidade de se deixar amar por Deus e de responder com um
mesmo amor.
Percurso da dinâmica intergeracional
Acolhimento
Personalizado – prever uma equipa de acolhimento
Cada membro da família coloca as suas cartas na caixa do correio
Divisão por grupos
De acordo com o número de participantes repartir as famílias em vários grupos (cada grupo poderá
ter um lenço de uma cor, ou uma bandeira…).
Esquema a realizar pelos grupos
Momento de apresentação: jogo (material: um saco de rebuçados)
Acolhimento no
grupo
Os participantes sentam-se em círculo. O animador com um saco de rebuçados em sua mão vira-se
para a pessoa que está à sua esquerda e diz: o senhor... (diz o nome da pessoa da sua esquerda), pediu-me
que desse um rebuçado ao.. senhor.(diz o nome da pessoa da direita – que pega no rebuçado) ...
Tempo de partilha
Momento de oração
Lanche
E entrega o saco à pessoa da sua direita. Esta repete o mesmo gesto… todos sucessivamente.
Quanto mais rápido se faz a entrega do rebuçado, mais divertido fica o jogo.
1-Momento de interação, festa e reflexão – Anexo 1
2-Momento de partilha a partir dos textos lidos e rezados em família: Lc 10,29-7 e 1Jo 4, 7-21. O
diálogo pode ser estabelecido a partir das perguntas que foram enviadas à famílias.
3-Entrega do coração a cada família (com a mensagem e as palavras da dinâmica)
Em comunidade, reunindo todos os grupos
 Leitura da carta de S. João
 Momento de silêncio
 Uma palavra do Presidente da assembleia
 Oração de um salmo
 Preces
 Renovação do compromisso das famílias – Anexo 2
 Bênçãos das famílias
 Canto de louvor
Partilha do lanche
Jogos tradicionais
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Anexo 1:
Viver ao jeito de Jesus Cristo
Destinatários: grupos de famílias
Material: oito corações de papel. Em cada um deles estará escrito uma característica de viver ao jeito de Jesus Cristo.
Desenvolvimento:
1- O animador convida os presentes a formarem, espontaneamente, equipas de 2 a 3 famílias.
As famílias agrupadas por equipas (2 a 3 famílias), juntam-se em semicírculo à volta do animador.
Antes de iniciar o jogo, cada equipa recebe o seguinte material: Bíblia + caneta + um tubo de cola + fita de
papel (uma para cada pessoa do grupo) + uma cartolina + um marcador.
Após cada prova, o grupo mais rápido ou o que melhor realizar o que lhe é pedido, recebe um coração. Cada
coração terá uma palavra escrita: FÉ/ORAÇÃO, FIDELIDADE, PERDÃO, FELICIDADE, UNIÃO, AMOR, RESPEITO,
INTERAJUDA.
2 - O animador vai propondo às várias equipas algumas provas:
a) O grupo de famílias que mais rapidamente escrever o nome de cada membro num elo e os unir todos uns aos
outros recebe o coração da UNIÃO.
b) O grupo de famílias que melhor representar uma cena familiar que revele a capacidade de surpreender
agradavelmente a família, recebe o coração do RESPEITO. Os grupos dispõem de quatro minutos para a
preparação da prova.
c) O grupo de famílias que, em primeiro, conseguir formar uma roda e entoar um aleluia dinâmico ou uma
canção de amizade recebe o coração da FELICIDADE.
d) O grupo de famílias que primeiro conseguir juntar todas as suas mãos recebe o coração da INTERAJUDA.
f) O grupo de famílias que contar a melhor história de reconciliação recebe o coração do PERDÃO (3 minutos
para a preparação).
g) O grupo de famílias que mais rapidamente apresentar um cartaz com a palavra “fidelidade” rodeada de
palavras que descrevam os benefícios da fidelidade vivida em família recebe o coração da FIDELIDADE. A
primeira equipa a terminar apresenta às outras as palavras escritas e todas as restantes equipas poderão
partilhar o seu trabalho.
e) O grupo de famílias que melhor representar, através de mímica, uma frase de Jesus, recebe o coração da
FÉ/ORAÇÂO. Os outros grupos deverão reconhecer a frase representada (3 minutos para a preparação).
h) O grupo de famílias que em primeiro lugar encontrar a citação 1Jo 4,7-21 recebe o coração do AMOR e lê o
texto para todo o grupo.
2 - No fim do momento de reflexão o animador entregará:
a cada família um coração com todas as palavras e uma mensagem.
Anexo 2
Antes de se iniciar a celebração entrega-se às famílias uma pequena pagela com o compromisso. No momento de o
rezar, cada família será convidada a fazê-lo de mãos dadas:
Pai Santo, que na família nos deixastes a imagem do vosso amor, olhai com benevolência para a
nossa família (tempo de silêncio orante).
Diante de Vós, hoje, mão nas mãos, suplicamos que Vos digneis renovar o nosso amor no vosso
Amor, para vivermos, em fidelidade, a entrega generosa de uns aos outros. Que a vossa graça nos
acompanhe todos os dias e a vida que no nosso lar se tece transborde para os irmãos.
Acolhei a nossa oração Vós que sois um Deus de misericórdia. Amen
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