boletim 3 outubro de 2006
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boletim 3 outubro de 2006
REDE PÓLVORA OBJETIVOS DA REDE PÓLVORA Boletim Informativo N Ú M E R O 3 , A N O 1 O U T U B R O D E 2 0 0 6 • Implementar uma Rede de microscopia eletrônica para apoio dos serviços periciais no Brasil. • Implantar a realização de exames de GSR por MEV/EDS no Brasil. • Prover programas de treinamento para peritos nas diversas metodologias que envolvam microscopia. • Organizar eventos para fomentar o intercâmbio científico entre peritos e pesquisadores. O II Simpósio Brasileiro de Microscopia Aplicada às Ciências Forenses coordenado pela Dra. Andrea Martiny do IME, foi realizado em Florianópolis, SC, durante o MICROMAT 2006, nos dias 11 e 12 de outubro. No dia 11, o Dr. Horst Katterwe (BKA Forensic Science Institute, Alemanha; Fig. 1) fez uma fascinante apresentação sobre o mundo criminal e a ciência por trás da restauração de números de série adulterados em armas DESTAQUES I SBMACF 1 1 Ata da Assem- 2 bléia Anual da Rede Pólvora I Workshop Brasileiro de Metodologias Forenses foram discutidas. O lado curioso de sua apresentação se deu quando ele relatou o uso de cravo em pó para restauração em materiais poliméricos. Quem poderia imaginar que uma especiaria é mais nova arma contra o crime. Em investigações forenses, a análise de armas e projeteis é crucial. A perita civil Andrea Porto (DPTC e UEZO, RJ; Fig. 3) apresentou as técnicas utilizadas para microcomparação balística e dos sistemas automáticos de banco de imagens, como o IBIS e o Con- 2 5 de fogo e chassis de automóveis. Ensaios de dureza permitem localizar as regiões afetadas do metal, mesmo que a numeração não esteja mais visível (Fig. 2). A microscopia eletrônica de varredura é utilizada nos casos em que a visualização da numeração restaurada é mais sutil. Técnicas utilizadas para restauração em polímeros também 3 dor. Logo após, o Dr. Frank Bauer (Oxford Instruments; Fig. 5) cuja participação foi financiado pela Altmann Instrumentos Científicos, falou sobre a problemática dos limites de resolução para detecção de partículas de resíduos de tiro em sistemas automatizados. Foram ressaltadas as diferenças obtidas utilizando diferentes fontes (W e FEG), voltagens, spotsize, contraste e tempo de busca. Foi também apresentado um panorama sobre os diferentes tipos de detectores de elétrons retro- 4 espalhados e como pode ser feita a validação de partículas submicroscópicas. Ainda pela manhã, as apresentações continuaram com o Dr. Horst Katterwe (Fig. 1), que mais uma vez dividiu seus conhecimentos com um interessadíssimo público, e falou sobre análise de marcas e ranhuras por MEV. O Dr. Ladário da Silva (Escola Naval, Marinha do Brasil; Fig. 4) descreveu em sua apresentação uma metodologia simples para recuperação de números de série gravados a laser. A maior parte das armas brasileiras são atualmente marcadas utilizando laser. Esse método é rápido e barato, mas a gravação é superficial e não gera deformação no material, o que praticamente inviabiliza a recuperação utilizando métodos tradicionais. Vários exemplos de numeração restaurada foram mostrados, inclusive em ligas de alumínio. Em seguida, o Dr. André Tschiptschin (USP) relatou uma análise falha realizada em um revolver Taurus .454 Casull que falou em serviço. Foram descritas detalhadamente as metodologias de avaliação utilizadas para a análise. A A PÁGINA 2 8 5 Fig. 5 mostra a presença de uma inclusão não-metálica no aço vista por MEV. Concentrações elevadas nessas inclusões na região próxima a fratura provavelmente contribuíram para a formação de trincas internas. 6 tarde O Dr. Abel Persiano (UFMG; Fig. 6) falou sobre os cuidados que se deve ter para evitar interpretações errôneas durante a microanálise de raios-X. Foram mostrados vários exemplos em que as linhas espectrais dos elementos Pb, Ba e Sb podem ser confundidas com as de outros elementos, gerando resultados falsos. Seguiu-se uma sessão de apresentações orais de trabalhos selecionados. O perito de Alagoas Adenaule Melo (Fig. 7) apresentou os resultados realizados em Pernambuco em conjunto com a UFPE/ITEP, sobre comparação de GSR de munição original CBC e de recarga. O Dr. Daniel Razzo (Fig. 8) apresentou dados sobre a persistência de GSR em tecidos naturais e sintéticos após lavagem. Esses resultados foram obtidos em uma parceria do Setor de Perí- lo. a perita civil Miriam Garavelli (Fig. 11) apresentou alguns casos onde o MEV de São Paulo foi utilizado para auxiliar na resolução de crimes. O evento foi encerrado com uma solenidade no salão Nobre. 9 cia de Campinas e da UNICAMP. A perita Liege Abel (Fig. 9) do IGP/RS apresentou mapeamento de GSR após disparo com submetralhadora e fuzil FAL. A sessão de posters, realizada no fim da tarde desse dia contou com 15 trabalhos e revelou-se muito proveitosa em termos de estabelecimento de colaborações. A noite foi realizado um Os peritos Adenaule Melo, Marcelo grande banquete seguido por uma Mastroiane e Giovanni Rolim. festa com uma banda de Santa Catarina que tocou clássicos do Rock & Roll. O dia 12 começou com a Assembléia Anual da Rede Pólvora (Fig. 10), presidida pelo Dr. André Luiz Pinto e secretariada pela Dr. Andrea Martiny, ambos do IME. Durante a Assembléia, foram discutidos os rumos do projeto em 2007. A transcrição integral da ata encontra-se nesse número do Boletim. Após a reunião, que contou com a presença de secretário da SENASP, Paulo Roberto Fagundes, do Secretário de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro, Dr. Wanderley de Souza , da perita civil Andrea Porto Carreiro Campos, representante do Departamento de Policia Técnico-Científica do Estado do Rio de Janeiro e do perito civil Adilson Pereira, representante do Vista do Costão do Santinho, onde foi Instituto de Criminalística de São Pau- realizado o II SBMACF. 10 7 REDE PÓLVORA 11 NÚMERO3, ANO1 PÁGINA Ata da Assembléia Anual da Rede Pólvora Aos doze dias do mês de outubro de dois mil e seis, com início às nove horas e quarenta minutos, no salão FEESC do Centro de Convenções do Hotel Costão do Santinho, sito à estrada Vereador Onildo Lemos, número dois mil, quinhentos e cinco, Praia do Santinho, Florianópolis, Santa Catarina, realizou-se a terceira reunião administrativa da Rede Pólvora, com o objetivo de discutir o andamento dos trabalhos ao longo do período que compreende os meses de agosto de dois mil e cinco a outubro de dois mil e seis e discutir os novos rumos da Rede. A reunião foi presidida pelo coordenador nacional da Rede, o Dr. André Luiz Pinto do Instituto Militar de Engenharia, tendo como secretária a Dra. Andrea Martiny. Contou com a participação para compor a mesa do Dr. Paulo Roberto Fagundes, da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), do Dr. Wanderley de Souza, Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro, da perita civil Andrea Porto Carreiro Campos, representante do Departamento de Polícia Técnico-Científica do Estado do Rio de Janeiro e do perito civil Adilson Pereira, representante do Instituto de Criminalística de São Paulo. Estavam presentes representantes de 10 membros da Rede, entre peritos civis, federais e pesquisadores. A pauta da reunião apresentava os seguintes itens: (1) Atividades dos laboratórios da Rede desde o encontro de 2005; (2) Problemas que inviabilizaram os trabalhos de alguns grupos da Rede; (3) Continuidade da Rede em 2007; (5) Divulgação dos resultados da Rede e treinamento; (7) assuntos gerais. Inicialmente, o Dr. André Luiz Pinto saudou os presentes e fez um breve histórico sobre a criação da Rede Pólvora, idealizada pelo Dr. Wanderley de Souza, então secretário do Ministério da Ciência e Tecnologia, visando à articulação de uma política nacional de cooperação entre a comunidade forense e universitária. Discorreu sobre suas atividades prévias na área forense, relacionadas às necessidades do Exército Brasileiro e enfatizou a perda de cultura na utilização da microscopia eletrônica pela Policia do Rio de Janeiro, que recebeu um dos primeiros microscópios que chegaram ao Brasil no fim da década de 40. Mais uma vez citou a importância da Rede Pólvora evoluir para a aquisição de equipamentos próprios para as Perícias Brasileiras, a exemplo de São Paulo, Distrito Federal e Bahia. Concluídas as formalidades, deuse início ao cumprimento da pauta: O Dr. André Luiz Pinto discorreu sobre as metas realizadas pelo Instituto Militar de Engenharia, citando todos os eventos realizados desde 2004, cursos oferecidos, palestras ministradas e publicações no período. Citou ainda as análises de casos solicitadas pelo Exército Brasileiro em diversas áreas do conhecimento envolvendo microscopia óptica e eletrônica. O Dr. Wanderley de Souza falou que a Rede Pólvora está em pleno funcionamento, mas que falta certa publicidade para manter o financiamento a nível de MCT. Citou que a fonte de recursos em 2004 e 2005 foi proveniente do CTInfra. Lembrou que o Programa de Ciência e Tecnologia na Área de Segurança Pública (envolvendo microscopia, DNA e entomologia) não está oficialmente registrado no MCT e enfatizou a importância de uma postura oficial do MCT em relação ao Programa. Também incentivou a participação de outros tipos de microscopia além de MEV, como microscopia confocal e de luz polarizada. Sugeriu a criação de um folder de divulgação da Rede Pólvora e de um relatório de atividades. O Dr. André Luiz Pinto se comprometeu a entregar o relatório até o fim do mês de outubro. O Dr. Wanderley de Souza explicou a importância de entregar esse relatório à equipe atual do MCT, para que possa ser incluído no Relatório de Transição do Governo, que indica os programas que devem ter continuidade. Também lembrou que seria importante convidar um representante do CNPq com antecedência para o próximo evento. Com isso ficaria mais evidente ao CNPq o retorno do investimento no Programa. Sugeriu que a Rede seja ampliada no Estado do Rio de Janeiro e disse que isso poderia ser feito via apoio da FAPERJ. Projetos novos na área de segurança pública podem dar entrada até o dia 20 de outubro, para garantir auxilio ainda no ano corrente. Citou a possível participação da FIOCRUZ e do CTEx. O Dr. André Luiz Pinto enfatizou a importância de que cada res- ponsável por laboratório da Rede envie para a Dra. Andrea Martiny uma descrição de suas atividades, para ser incluído no Relatório 2006. O Dr. Paulo Roberto Fagundes pediu a palavra e discorreu sobre a interessante característica da Rede Pólvora de fazer uma parceria entre microscopistas e peritos. Perguntou se o Dr. André Luiz Pinto, coordenador da Rede, conseguia controlar todas as atividades dos participantes e falou sobre sua dificuldade em controlar o cronograma de trabalho dos peritos. Discorreu brevemente sobre os projetos de DNA, entomologia e microscopia, que foram concebidos juntos. No entanto, a fonte de recursos dos dois últimos é oriunda apenas do CNPq e por isso fluiu independente do controle da SENASP. Já o projeto de DNA, que recebeu recursos da FINEP, é inteiramente controlado pela SENASP. Citou a reunião realizada no IME em setembro de 2004, quando houve o primeiro aporte de recursos pelo CNPq e o relatório entregue ao Sr. Aldo Pinheiro em 2005. Depois lembrou da importância de criar uma portaria/recomendação técnica da SENASP para coleta de resíduos de tiro. Sugeriu a publicação no site da SENASP, um portal de consulta que envolve experiências bem sucedidas. Por último, disse que está disposto a colaborar no controle dos peritos. O Prof. Wanderley de Souza sugeriu que fosse realizada uma reunião em Brasília com os Ministros do MCT e MJ, respectivos Secretários e o Presidente do CNPq para expor o que é a Rede Pólvora. O Dr. Paulo Roberto Fagundes falou sobre a posição dos projetos nos ministérios e disse que o acordo de cooperação técnica ainda não foi assinado. Disse que o Ministro do MJ sugeriu que o acordo só fosse assinado na inauguração do primeiro laboratório. No entanto, os laboratórios só poderiam sair do papel após a assinatura do acordo. Disse que o ministro Sérgio Resende sabe do programa de DNA forense, mas não conhece a Rede Pólvora. Por último, sugeriu que fossem criados mecanismo de gestão dos projetos em conjunto com o CNPq e uma cooperação mais eficiente entre o MCT e MJ. O Dr. André Luiz Pinto falou que tem pouco controle sobre os membros da Rede (pesquisadores e peritos) e depende da boa vontade de todos para obter informações sobre o andamento dos trabalhos. Disse que seu contro- 3 PÁGINA 4 le efetivo se dá apenas na organização dos eventos. O Dr. Paulo Roberto Fagundes sugeriu a criação de uma comissão de aconselhamento. O Dr. Wanderley de Souza apoiou a criação de um comitê gestor das instituições envolvidas e disse que quando o Programa foi criado, a idéia era liberar recursos iguais para todos os participantes no primeiro ano. A partir do segundo ano, os recursos seriam proporcionais às análises realizadas. A perita Andrea Porto Carreiro Campos pediu a palavra e enumerou as dificuldades encontradas no Rio de Janeiro, inclusive para liberação dos peritos. Disse que os participantes trabalham fora do expediente, pois há uma cobrança grande por laudos. O Dr. Paulo Roberto Fagundes disse que o acordo de Cooperação Técnica poderia dar respaldo à liberação dos peritos para as atividades da Rede Pólvora. O perito Adilson Pereira disse que a situação em São Paulo é a mesma e que o Programa de DNA obtém grande apoio, devido a sua exposição na imprensa. Com isso, torna-se mais fácil encaminhar peritos para eventos de DNA do que para qualquer outro tipo de evento de criminalística. Falou sobre a importância de uma melhor comunicação interna e citou como exemplo o fato de que, dos três peritos de São Paulo presentes, nenhum deles tinha conhecimento de que o outro trabalhava na Rede. Enfatizou a importância de mostrar que a microscopia pode resolver crimes. A perita Andrea Porto Carreiro Campos citou que sete peritos do ICCE foram transferidos de suas seções para o DNA. O Dr. Wanderley de Souza lembrou que no documento inicial do Programa de Ciência e Tecnologia na Área de Segurança Pública consta como objetivo colocar a disposição de área pericial metodologias disponíveis apenas nas instituições públicas de ensino. Enfatizou que o papel da Universidade não é oferecer serviços de rotina e sim fazer pesquisa e o que se espera é que em três ou quatro anos a Rede Pólvora capacite pessoal na área de microscopia para que os governos comprem os equipamentos para os Institutos de Criminalística. No caso do DNA, o Dr. Rodrigo Moura Neto, professor da UFRJ, se interessou em montar a infra-estrutura dentro da ACADEPOL. A perita Andrea Porto Carreiro Campos ressaltou a importância da liberação oficial do perito para a Rede Pólvora (metade do expedi- REDE PÓLVORA ente). O Dr. Paulo Roberto Fagundes disse que isso depende de negociações. Disse que de sua parte, haveria projetos para Microscopia e Toxicologia nos mesmos moldes do DNA. Mas lembrou que é preciso ter logística e peritos capacitados antes de receber os equipamentos, evitando sua subutilização por falta de conhecimento. O Dr. André Luiz Pinto disse que, em sua opinião, a fase 1 da Rede Pólvora, de formação de pessoal e demanda por microscopia nos serviços periciais do país, está próxima do fim em alguns estados. Sugeriu a situação ideal: criação de um centro regional de microscopia, com equipamentos adquiridos com recursos de FAPs, que atenderiam a regiões geográficas específicas e serviriam como pólos de treinamento e capacitação de pessoal. O Dr. Paulo Roberto Fagundes citou as complicações no Estado do Rio de Janeiro, onde tudo é mais difícil. A perita Andrea Porto Carreiro Campos lembrou que no Rio de Janeiro, a perícia quer viaturas e não pesquisa e que não basta adquirir os equipamentos, é preciso uma política de gestão para manutenção destes. O Dr. Wanderley de Souza expressou sua opinião sobre a passagem de subordinação da perícia para o MCT. O Dr. Paulo Roberto Fagundes comprometeu-se a trabalhar no sentido de conseguir o apoio das FAPs para a Rede Pólvora. O Dr. André Luiz Pinto demonstrou preocupação com as regiões Norte e Centro-Oeste e sugeriu que a Policia Federal atenda a região Centro-Oeste. O Dr. Wanderley de Souza lembrou que Belém tem Centros de Microscopia e que os equipamentos da Geologia podem ser úteis. O perito Adilson Pereira destacou a importância de eventos como o I e II Simpósios Brasileiros de Microscopia Aplicada às ciências Forenses na recuperação do equipamento do Instituto de Criminalística de São Paulo. Contou que seriam precisos cerca de US$180 mil para consertar o MEV e graças à ajuda prestada pelo grupo de ARAMAR, foram precisos apenas R$5 mil. O Dr. André Luiz Pinto agradeceu o apoio da Sociedade Brasileira de Microscopia e Microanálise (SBMM), cuja comunidade, apesar de pequena, é muito unida. Ressaltou também o esforço do estado da Bahia na aquisição de um MEV, que já se encontra em processo de licitação. Foi então passada a palavra a platéia. O perito civil Giovanni Rolim relatou a experiência de Pernambuco, que em 2005 enfrentou dificuldades para se inserir na Rede, mas que graças ao apoio integral da coordenação da Rede Pólvora agora tem uma boa parceria com a UFPE e vem desenvolvendo trabalhos de pesquisa em conjunto. Agradeceu ao empenho de peritos civis de Alagoas, Pernambuco e do 4º Batalhão de Polícia do Exército. O Dr. Wanderley de Souza sugeriu que a Perícia de Pernambuco também procure apoio do CETENE (Centro Tecnológico do Nordeste). O perito de Alagoas Adenaule James Geber de Melo perguntou sobre a divulgação dos trabalhos apresentados no Simpósio, solicitou uma cópia da Diretriz Guia de Coleta e Análise de GSR por MEV/EDS e contou como foi parte do treinamento dos peritos em Pernambuco, inclusive do curso dado pela Dra. Ingrid Weber do ITEP. Ressaltou que graças a esse contato proporcionado pela Rede Pólvora, conseguiu acesso ao Mestrado em Ciência dos Materiais da UFPE. O Dr. Paulo Roberto Fagundes sugeriu que fosse confeccionada uma lista dos peritos por estado para que fosse encaminhada aos Diretores de Policia Técnico-Científica. O Dr. André Luiz Pinto se comprometeu a elaborar a lista dos peritos participantes nos dois últimos anos. O perito civil Adenaule James Geber de Melo sugeriu uma maior integração dos participantes ao longo do ano para evitar a sobreposição de trabalhos. O Dr. Flávio Costa Miguens da UENF demonstrou preocupação com o destino da Rede Pólvora e sugeriu a criação de metas de curto prazo visando à formalização e continuidade. Ressaltou a vontade dos peritos de fazer pesquisa e disse que é preciso ter cuidado com a síndrome que ataca a comunidade científica: “tem MEV, mas não tem stub”, ou seja, de nada adianta comprar o equipamento, se não houver condições mínimas de trabalho. Nada mais havendo a tratar, foram encerrados os trabalhos as dez horas e trinta minutos, tendo o Presidente André Luiz Pinto solicitado à Secretária Andrea Martiny que lavrasse a ATA, a qual em conformidade com os itens discutidos vai assinada por mim e pelo Dr. André Luiz Pinto em 12 de outubro de 2006. PÁGINA 5 Curso de Restauro de Número de Série no Rio de Janeiro Nos dias 16 a 18 de outubro, foi realizado o I Workshop Brasileiro de Metodologias Forenses sobre Restauro de Número de Série. O curso ministrado pelo Dr. Horst Katterwe no Instituto Militar de Engenharia, no Rio de Janeiro, contou com a participação de 22 profissionais da área forense, dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Foram 3 dias de intensas atividades, entre aulas teóricas sobre deformação plástica, fenômenos metalúrgicos envolvido no forjamento, obliteração e restauro de marcas; técnicas de obliteração/adulteração de grava- ção, obtenção de moldes, uso de protocolos técnicos no restauro de número de série; restauro de número de série por ataque ácido, restauro de número de série pelos métodos eletrolítico, magnético e por aquecimento, técnicas alternativas de restauro e restauro em material polimérico. Os alunos tiveram ainda aulas práticas sobre técnicas para obtenção de moldes, lixamento, polimento, tipos de iluminação utilizados; Procedimentos de segurança no uso de reagentes ácidos, restauro de número de série adulterado utilizando ataque químico e método eletrolítico restauro de número de série 1 2 3 em material polimérico utilizando tratamento por calor e ataque com eugenol. As armações de aço inoxidável, aço carbono e alumínio gravadas foram gentilmente cedidas pela IMBEL, que também enviou um participante, o Ten Leonardo de Mello Barbosa. O curso contou com o apoio da SBMM, FAPERJ e CNPq. 4 Fig. 1: Dr. Katterwe e Joana Silvestre, a intérprete de alemão do curso. Fig. 2: Uma das restaurações em aço inox utilizando ataque químico. Fig. 3-4: A turma na entrada do IME e durante uma das aulas práticas no laboratório de metalografia. A Rede Pólvora é uma iniciativa apoiada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e pelo Ministério da Justiça. Os recursos são liberados via CNPq e FAPERJ (para o Rio de Janeiro). A Rede conta também com o apoio da Sociedade Brasileira de Microscopia e Microanálise (SBMM). Laboratórios participantes: Fale Conosco: Instituto Militar de Engenharia SE/4 - Laboratório de Microscopia Eletrônica Praça General Tibúrcio 80 - Praia Vermelha Rio de Janeiro - RJ - CEP 22.290-270 Tel:21-2546-7258 E-mail: [email protected] Instituto Militar de Engenharia - RJ (coordenação da Rede) Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, COPPE- UFRJ - RJ Departamento de Ciência dos Materiais e Metalurgia, PUC-Rio - RJ INMETRO - RJ Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ - RJ Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) - RJ Instituto de Química, UNICAMP - SP Departamento de Materiais e Engenharia, UFSCar - SP Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, USP - SP Centro Tecnológico da Marinha - ARAMAR - SP Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, UFMG - MG Centro Tecnológico de Fundição Marcelo Corradi - MG Departamento de Física - UFMG - MG LACTEC, UFPR - PR Instituto de Física, UFRGS - RS UFPE - PE Instituto de Química, UFBA - BA Laboratório de Mecânica das Rochas, Furnas Centrais Elétricas - GO