III.7. Eixo Interoceânico Central
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III.7. Eixo Interoceânico Central
III.7. Eixo Interoceânico Central III.7.1. Localização e Área de Influência do Eixo O Eixo Interoceânico Central foi definido por meio da delimitação de uma área de influência que atravessa transversalmente a América do Sul entre aproximadamente 10 e 22 graus da latitude sul e incorpora a ligação dos principais portos no Pacífico e no Atlântico desse território e os nodos de articulação correspondentes entre Peru, Chile, Bolívia, Paraguai e Brasil nessa região. Esta área de influência é relativamente dinâmica, já que está relacionada também com a localização física dos projetos que estão incorporados aos distintos grupos em que se dividiu o eixo. A área atual do Eixo Interoceânico Central está detalhada no mapa a seguir: O território delimitado incorpora os departamentos de Arequipa, Moquegua, Puno e Tacna do Peru, as Regiões XV, I (Arica e Tarapacá, respectivamente), Puno e a Província Loa da Região II (Antofagasta) do Chile, os departamentos de Beni, La Paz, Oruro, Potosí, Tarija, Cochabamba, Chuquisaca e Santa Cruz da Bolívia, o Paraguai e os Estados brasileiros de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Em relação à área de influência original foram somados os territórios do departamento peruano de Puno e da Província Loa da II Região Antofagasta do Chile, em função da localização dos projetos dos grupos do eixo. A área de influência definida para o Eixo Interoceânico Central alcança uma superfície de 3.461.461 km2, equivalente a 29,35% da soma da superfície total dos cinco países que formam o eixo, sendo suas principais cidades, portos e passagens de fronteira os que são listados no quadro a seguir: 181 INTEROCEÂNICO CENTRAL Mapa nº 48 - Localização e área de influência do Eixo Interoceânico Central Quadro nº 115 - Superfície, população, principais cidades, passagens de fronteira e portos marítimos do Eixo Interoceânico Central Países Unidades territoriais Superfície km2 População hab. 2008 Principais cidades Passagens de fronteira Portos marítimos BRASIL 8.514.877 189.612.814 903.358 2.957.732 Cuiabá Porto Limão Cáceres 357.125 2.336.058 Campo Grande Corumbá/ Ponta Porã Corumbá 43.696 15.872.362 Rio de Janeiro Itaguaí São Paulo 248.209 41.011.635 São Paulo Santos Paraná 199.315 10.590.169 Curitiba 1.751.703 72.767.956 1.098.581 10.027.643 Beni 213.564 430.049 La Paz 133.985 2.756.989 La Paz, El Alto Visviri Santa Cruz 370.621 2.626.697 Santa Cruz Puerto Suárez Oruro 53.588 444.093 Oruro Tambo Quemado Potosí 118.218 780.392 Potosí Est. Abaroa Cochabamba 55.631 1.786.040 Chuquisaca 51.524 631.062 Sucre Tarija 37.623 496.988 Tarija 1.034.754 9.952.310 1.285.234 28.214.000 Arequipa 63.345 1.186.009 Moquegua 15.734 166.258 Puno 71.999 1.305.545 Puno Desaguadero Tacna 16.076 297.228 Tacna La Concordia 167.154 2.955.040 406.752 6.230.000 Assunção Puerto Falcón 406.752 6.230.000 Ciudad del Este Ciudad del Este Mato Grosso Mato Grosso do Sul Rio de Janeiro Área de influência BOLÍVIA Área de influência PERU Área de influência PARAGUAI Área de influência 182 Foz do Iguaçu Paranaguá Trinidad Puerto Aguirre Cochabamba Yacuiba Arequipa Matarani Moquegua Ilo Assunção Superfície km2 População hab. 2008 756.102 16.763.470 XV Região Arica 16.873 187.300 Arica Visviri, Chungara Arica I Região Tarapacá 42.226 300.300 Iquique Colchane II Região Prov. Loa 41.999 155.814 Calama Ollagüe Área de influência 101.098 643.414 11.791.839 250.847.927 3.461.461 92.548.720 Países Unidades territoriais CHILE Total países do Eixo Total área de influência Principais cidades Passagens de fronteira Portos marítimos Chacalluta Iquique III.7.2. Caracterização Básica do Eixo Aspectos Demográficos Calculou-se, para o ano 2008, uma população total aproximada de 92.548.720 habitantes para a área de influência definida para o Eixo Interoceânico Central, o que representa 36,89% da soma da população total dos cinco países que o integram. Além disso, a área do eixo alcançou uma densidade habitacional média de 26,74 habitantes/km2. Este indicador varia de um máximo de 363,25 habitantes/km2 para o Estado do Rio de Janeiro, a um mínimo de 2,01 habitantes/km2 correspondente ao departamento do Beni, na Bolívia. Aspectos Econômicos O PIB resultante da soma dos PIBs dos cinco países que integram o eixo em valores correntes de 2000 variou positivamente entre 2000 e 2007 em 28,09%, o que implicou uma taxa de crescimento média anual de 3,6% para o mesmo período. Em relação à dinâmica das diversas atividades econômicas nos países da região, constata-se que os setores de estabelecimentos financeiros, seguros, bens, etc.; agricultura, caça, silvicultura e pesca; minas e pedreiras e comércio, restaurantes e hotéis, nesta ordem, são os que cresceram em maior proporção nos últimos sete anos. Da área de influência do Eixo Interoceânico Central realizaram-se exportações no valor anual aproximado de US$ 137,8119 bilhões em 2008, que, comparado com o valor anual da soma das exportações totais dos países do eixo, revela que as primeiras alcançam 44,53% das segundas (US$ 309,4707 bilhões). Para 2008, 92,00% das exportações em valor pelos cinco países que integram o Eixo Interoceânico Central são extrazona, enquanto 8% (US$ 24,7517 bilhões) correspondem a exportações entre os países do eixo (intrarregionais). Esta última porcentagem alcançava 6,88% do total das exportações de 2000 (US$ 5,6745 bilhões/US$ 82,5101 bilhões). 183 INTEROCEÂNICO CENTRAL Determinou-se para a área de influência do Eixo Interoceânico Central um PIB de US$ 470,0544 bilhões a preços correntes de mercado de 2000 sobre a base dos valores das estatísticas da Cepal para cada país em 2007 e considerando as porcentagens da participação no PIB calculado por cada instituto estatístico nacional para as unidades territoriais de cada país integrante do eixo. Este montante representa 46,52% da soma dos PIBs totais, para o mesmo ano, dos países que compõem o eixo. Entre os cinco principais produtos exportados pelos países do Eixo Interoceânico Central, o cobre refinado (incluído o refundido) é o mais importante, representando aproximadamente 7,65% do valor total exportado pelos cinco países em 2008, seguido em importância pelas exportações do minério de cobre e seus concentrados (com 5,79% do total exportado). O terceiro, o quarto e o quinto lugares são ocupados, respectivamente, pelos óleos crus de petróleo, os grãos de soja e os minérios de ferro não aglomerados e seus concentrados. Somados, os cinco principais produtos exportados a partir de cada país alcançam 37,04% em valor do total exportado pelos cinco países que integram o Eixo Interoceânico Central em 2008. Em relação aos modos de transporte dos movimentos de cargas internacionais (exportações e importações) em volume dos países do Eixo Interoceânico Central (Chile, Peru, Bolívia, Brasil e Paraguai) em 2007, o modo marítimo alcançou 88,57% do total exportado, o modo ferroviário 1,44%, o modo rodoviário 3,63%, o modo fluvial 2,19%, o modo aéreo 0,28%, e o modo “outros meios” 3,89%. Os movimentos de cargas internacionais em volume destes mesmos países em 2000 se realizaram da seguinte maneira: o modo marítimo alcançou 88,08% do total, o modo ferroviário 2,14%, o modo rodoviário 3,95%, o modo fluvial 2,61%, o modo aéreo 0,33%, e o modo “outros meios”, 2,89%. É interessante constatar o movimento de cargas de exportação em toneladas do Peru para os outros países do eixo. Os volumes de exportação à Bolívia passaram de 143.088,7 toneladas em 2000 a 183.886,0 toneladas em 2007, enquanto que ao Brasil passaram de 379.544,8 toneladas em 2000 a 333.064,7 em 2007. Para o Chile as exportações alcançaram 1.013.607,3 toneladas em 2000 e em 2007 chegaram a 2.122.639,4 toneladas; e, por último, ao Paraguai foram enviadas 354,0 toneladas em 2000 e 231,2 toneladas em 2007. Em 2000 as exportações em volume do Peru para os demais países do eixo representavam 11,08% do total exportado, ao passo que em 2007 o volume exportado alcançou 10,84% do total. Além disso, destaca-se que as exportações em volume que passaram pela passagem de fronteira de Desaguadero em 2000 alcançaram 40.100,0 toneladas e em 2007 chegaram a 50.146,0 toneladas. As atividades dominantes das distintas unidades territoriais que integram o Eixo Interoceânico Central demonstram os perfis produtivos indicados a seguir: • Brasil - Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Mato Grosso: produção de grãos, óleo e farinha de soja; pecuária bovina e suína; indústrias do couro e têxteis; algodão, milho e arroz; madeiras e avicultura. Mato Grosso do Sul: produção de grãos, óleo e farinha de soja; pecuária bovina e suína; indústrias do couro e têxteis; madeiras; avicultura; cimento e minério de ferro. Rio de Janeiro: produção de petróleo e derivados; turismo; indústrias siderúrgicas, automotivas, metalúrgicas, metalmecânica; agricultura (milho, arroz, cana-de-açúcar e café) fruticultura e horticultura; pecuária bovina e lácteos; madeiras. São Paulo: indústrias de veículos e material de transporte; indústria aeronáutica; indústria do açúcar e do álcool; pecuária bovina e lácteos; agricultura (soja e milho); avicultura, fruticultura e horticultura. Paraná: indústrias de veículos e material de transporte; agricultura (soja, milho, trigo e cana-de-açúcar); indústrias metalúrgicas e mecânicas; avicultura; suinocultura; gado bovino. • Paraguai: produção de soja, óleo e farinha de soja; indústria do couro, pecuária bovina; madeiras; algodão, trigo, milho, cana-de-açúcar; indústria de têxteis de algodão. • Peru - Departamentos de Arequipa, Moquegua, Tacna e Puno: Arequipa: exploração mineira de cobre, ouro e prata; pesca e farinha de pescado; agricultura (alfafa, batata, arroz, cebola e alho); pecuária bovina e lácteos. Moquegua: exploração mineira de cobre e prata; pesca, farinha e óleo de pescado; agricultura (alfafa, cebola, batata, milho e azeitonas); camelídeos. Tacna: mineração de cobre e prata; pesca (enlatados, congelados e mariscos); agricultura (alfafa, cebola, batata e azeitonas); avicultura, suinocultura e camelídeos. Puno: mineração de estanho, ouro e prata; agricultura (batata, aveia forrageira, alfafa), banana-de-sãotomé e laranja; pecuária bovina e lácteos; camelídeos, indústria têxtil de alpaca. 184 • Bolívia - Departamentos de Beni, La Paz, Oruro, Potosí, Tarija, Cochabamba, Chuquisaca e Santa Cruz: Beni: pecuária bovina, couros; madeiras e agricultura. La Paz: exploração de minérios de zinco, estanho, antimônio, ouro e chumbo; indústria têxtil, de couros e madeiras; pecuária bovina e camelídeos; agricultura. Oruro: exploração de minérios de zinco, cobre, prata e estanho; camelídeos; batatas, cevada e alfafa. Potosí: exploração de minérios de zinco, cobre, prata e estanho; batata, quinua, lhamas e alpacas. Tarija: produção de gás, petróleo e derivados; indústria vitivinícola, produção agropecuária (soja, gado bovino, milho, amendoim). Cochabamba: produção de derivados de petróleo; exploração de minérios de tungstênio, chumbo e zinco; madeiras e lácteos; gado bovino e camelídeos. Chuquisaca: produção de petróleo e derivados; produção de têxteis (chapéus), soja, amendoim e gado bovino. Santa Cruz: produção de gás, petróleo e derivados; produção agropecuária (soja, gergelim, girassol, cana-de-açúcar, milho; gado bovino); indústrias azeiteiras; produtos têxteis e florestais. • Chile - Regiões XV de Arica, I de Tarapacá e a Província de Loa da Região III: XV Região de Arica: turismo, logística portuária e pesca. I Região de Tarapacá: a produção minerometálica com explorações de cobre e molibdênio, e a produção mineira não metálica com explorações de iodo, salitre e cloreto de sódio; o setor de turismo consolidouse na região. Província de Loa, II Região de Antofagasta: produção mineira de cobre, ouro, prata e molibdênio; e produção mineira não metálica de salitre, iodo e carbonato de lítio. Infraestrutura Atual A infraestrutura de integração do eixo é, em geral, limitada e seu estado é ainda deficiente, embora, para superar essas circunstâncias, exista capacidade potencial para seu desenvolvimento e recomposição. É importante destacar que nos últimos anos se completou a execução de obras viárias importantes que melhoraram a conexão internacional no eixo (rodovia entre Infante Rivarola e Marechal Estigarribia que liga o Paraguai à Bolívia) e outras importantes estão em execução (rodovia Pailón - San José - Puerto Suárez). • A rede viária do Eixo Interoceânico Central alcança um total de 549.026 km, o que representa 29,78% do • A rede ferroviária na área de influência do Eixo Interoceânico Central alcança um total de 43.405 km, dos quais 91,40% se encontram em operação com distintos graus de qualidade do serviço. Há ligação ferroviária entre o Peru e o Chile, o Chile e a Bolívia e entre a Bolívia e o Brasil na área do eixo. É importante destacar que na área de influência do Eixo Interoceânico Central a rede ferroviária não conecta os dois oceanos, existindo na Bolívia uma descontinuidade entre as duas redes ferroviárias leste e oeste. Entre os projetos do eixo encontra-se o projeto “Ferrovia Aiquile - Santa Cruz” que completaria essa ligação. • Na infraestrutura portuária marítima do eixo destacam-se os seguintes portos principais, segundo seus movimentos de cargas: Arica, Iquique, Patillos e Punta Patache localizados nas Regiões XV e I do Chile no Oceano Pacífico; Matarani e Ilo nos departamentos peruanos de Arequipa e Moquegua, respectivamente, também no Pacífico; Assunção no rio Paraguai no Paraguai; Central Aguirre no canal Tamengo perto do rio Paraguai na Bolívia; Paranaguá no Estado do Paraná; Santos e São Sebastião no Estado de São Paulo; Itaguaí, Angra dos Reis e Rio de Janeiro no Estado do Rio de Janeiro; Corumbá/Ladário no Estado do Mato Grosso do Sul, e Cáceres no Estado do Mato Grosso. Todos possuem instalações adequadas para o trânsito, movimento e acondicionamento de mercadorias de importação e exportação. Entre 2001 e 2007 o movimento de cargas total dos portos brasileiros assinalados cresceu 59,97%, (de 197.825.607 toneladas para 316.467.472 toneladas). 185 INTEROCEÂNICO CENTRAL total da soma das redes viárias nacionais dos cinco países que integram o eixo. Além disso, o eixo conta com 14,96% das redes viárias nacionais de sua área de influência pavimentadas. A infraestrutura viária caracteriza-se por sua maior densidade nas áreas consolidadas próximas aos dois litorais marítimos, no eixo boliviano (La Paz, Cochabamba, Santa Cruz) e no departamento Central do Paraguai. Na maioria das fronteiras entre os países existem barreiras naturais de importância como a Cordilheira dos Andes, os rios Paraguai e Paraná e a região desértica do Chaco. • Há uma infraestrutura aeroportuária adequada no eixo, que possibilita a conexão por transporte aéreo em toda a sua extensão. A IIRSA prevê para este eixo a intervenção com projetos em cinco aeroportos da região (dois no Chile, dois no Peru e um no Paraguai). • No Eixo Interoceânico estão situadas as grandes represas hidrelétricas na região do rio Paraná, existe conexão de energia entre o Brasil e o Paraguai, mas o restante dos sistemas elétricos dos demais países encontra-se isolado. Na área de influência do Eixo existem dois gasodutos da Bolívia para o Brasil: (i) Gasoduto Rio Grande (Santa Cruz, Bolívia) -São Paulo - Porto Alegre. (ii) Gasoduto desde Rio San Miguel - San Matias - Cuiabá (o segundo é uma derivação do primeiro). Há dois projetos relativos a energia no eixo, um de geração termelétrica de localização nacional na Bolívia, mas com possibilidades de exportação de energia ao Chile. O outro é um gasoduto da Bolívia ao Paraguai com sua correspondente termelétrica em território paraguaio. III.7.3. Potencial de Desenvolvimento do Eixo A área de influência do Eixo Interoceânico Central representa um mercado de mais de 92,5 milhões de habitantes em uma área de influência estendida de 3,46 milhões de km2, com um valor agregado de aproximadamente US$ 470,0544 bilhões (92,97% concentrados no Brasil). É importante destacar que na área de influência do Eixo Interoceânico Central os principais produtos gerados coincidem quase exatamente com os cinco produtos principais que cada um dos cinco países que o integram exporta. Além disso, os cinco principais produtos da região (cobre, ferro, petróleo e gás, e soja) são os que conseguiram um aumento de preços muito significativo nos últimos anos e nesta recente crise econômica não perderam rentabilidade e competitividade. Além disso, as possibilidades de desenvolvimento da região, particularmente das zonas ainda não consolidadas, são muito promissoras, e os esforços para melhorar a infraestrutura de transportes, energia e comunicações serão parte do alavancamento necessário para atingir este objetivo. O crescimento alcançado pela produção dos principais bens que são gerados na área de influência do Eixo Interoceânico Central mostra importantes sinais positivos. O crescimento das áreas plantadas, as melhoras tecnológicas incorporadas que redundam em importantes aumentos da produtividade, em combinação com a abertura de novos mercados caracterizados por grandes e crescentes mercados de consumo, e os preços ainda relativamente baixos da terra nas regiões menos desenvolvidas colocam a área do Eixo em uma situação vantajosa para o desenvolvimento de investimentos nos setores agropecuário e mineiro. Neste sentido é possível identificar sete grandes grupos de atividades que continuarão crescendo: • Atividades vinculadas à expansão da produção agrícola, em especial soja, milho e cana-de-açúcar. • Atividades vinculadas à industrialização de produtos do campo, em particular derivados da soja, milho e cana-de-açúcar entre outros. • Atividades vinculadas à produção mineira especialmente de cobre, ouro e molibdênio. • Atividades vinculadas ao transporte da produção até e nos portos de embarque, em particular a exploração por concessão de ramais ferroviários, e a operação de terminais multimodais. • Atividades vinculadas à ampliação da capacidade operacional do sistema de transporte e sua manutenção. • Atividades integradas de produção e transporte. • Atividades vinculadas à mitigação de impactos ambientais derivados da necessidade de o desenvolvimento desta região ser concebido de um modo sustentável. 186 III.7.4. Agrupamentos do Eixo As delegações dos cinco países concordaram com a incorporação dos projetos aos cinco agrupamentos do eixo: Quadro nº 116 - Agrupamentos identificados no Eixo Interoceânico Central Agrupamentos Países envolvidos Grupo 1: Conexão Chile - Bolívia - Paraguai - Brasil Chile - Bolívia - Paraguai - Brasil Grupo 2: Otimização do corredor Corumbá - Santos - São Paulo - Rio de Janeiro Brasil Grupo 3: Conexão Santa Cruz - Puerto Suárez - Corumbá Bolívia - Brasil Grupo 4: Conexão Santa Cruz - Cuiabá Bolívia - Brasil Grupo 5: Conexões Ilo/Matarani - Desaguadero - La Paz + Arica - La Paz + Iquique Oruro - Cochabamba - Santa Cruz Peru - Bolívia - Chile A localização geográfica e área de influência de cada um deles é ilustrada no mapa a seguir: INTEROCEÂNICO CENTRAL Mapa nº 49 - Agrupamentos do Eixo Interoceânico Central 187 III.7.5. Agrupamento de Projetos e Funções Estratégicas Grupo 1: Conexão Chile - Bolívia - Paraguai - Brasil FUNÇÃO ESTRATÉGICA • Interconexão de zonas produtivas regionais (transporte, energia e comunicações). • Novo acesso do hinterland ao Pacífico, articulando territórios isolados. Mapa nº 50 - Eixo Interoceânico Central - Grupo1 188 Quadro nº 117 - Eixo Interoceânico Central – Grupo 1: Investimentos associados Investimento estimado (US$ milhões) Pavimentação Carmelo Peralta - Loma Prata e construção ponte Carmelo Peralta - Porto Murtinho 127,0 Construção rodovia Cañada Oruro - Villamontes - Tarija - Estação Abaroa 366,0 Passagem de fronteira Ollagüe - Estação Abaroa 1,6 Pavimentação Potosi - Tupiza - Villazón 132,0 Construção rodovia Ollagüe - Collahuasi 40,0 Conexão fibra ótica Porto Murtinho - Loma Prata (a) 2,0 Melhoria aeroporto Marechal Estigarribia 30,0 Passagem de fronteira Carmelo Peralta - Porto Murtinho 1,2 Passagem de fronteira Infante Rivarola - Cañada Oruro 1,7 Projeto gasífero-termelétrico Bolívia - Paraguai 161,0 Projeto geotérmico Laguna Colorada 321,8 Melhoria rodovia Santa Cruz - Villamontes 104,0 Melhoria da rodovia 9 Transchaco (Infante Rivarola - Assunção) (b) 0,0 Recuperação do trecho Pozo Colorado - Concepción (b) 0,0 Melhoria do trecho Concepción - Pedro Juan Caballero b) 0,0 Construção do trecho viário rodovia 5 Bella Vista - conexão à ponte sobre o rio Apa (b) 0,0 TOTAL 1.288,3 INTEROCEÂNICO CENTRAL Eixo Interoceânico Central: Grupo 1 Notas: (a) Está em avaliação pelos países proposta de modificação deste projeto apresentada pelo Brasil. (b) A inclusão definitiva do projeto depende de o Paraguai apresentar informação sobre o alcance do mesmo. 189 Grupo 2: Otimização do corredor Corumbá São Paulo - Santos - Rio de Janeiro FUNÇÃO ESTRATÉGICA • Redução significativa dos custos de transporte para cargas brasileiras, bolivianas e paraguaias até o Atlântico e entre os países correspondentes. • Aumento de complementaridade econômica entre os países. • Aumento do componente ferroviário na matriz de transporte regional. • Apoio ao setor turismo na região: Pantanal. Mapa nº 51 - Eixo Interoceânico Central - Grupo 2 190 Quadro nº 118 - Eixo Interoceânico Central - Grupo 2: Investimentos associados Eixo Interoceânico Central: Grupo 2 Investimento estimado (US$ milhões) Anel ferroviário de São Paulo (trechos Norte e Sul) (a) 300,0 Contorno ferroviário Campo Grande 31,0 Circunvalação viária de Campo Grande 22,0 Circunvalação viária de Corumbá Arco viário do Rio de Janeiro e acesso viário ao porto Itaguaí Melhoria do trecho ferroviário Bauru - Santos (SP) Melhoria do trecho ferroviário Campo Grande (MS) - Bauru (SP) Construção das avenidas perimetrais do porto de Santos e dragagem Melhoria do trecho ferroviário Corumbá - Campo Grande (ferrovia do Pantanal) TOTAL 6,5 550,0 41,4 0,0 178,0 0,0 1.128,9 INTEROCEÂNICO CENTRAL Nota: (a) Está em avaliação pelos países proposta de modificação deste projeto apresentada pelo Brasil. 191 Grupo 3: Conexão Santa Cruz - Puerto Suárez - Corumbá FUNÇÃO ESTRATÉGICA • Complementação da conexão viária e ferroviária ao longo do eixo. • Redução significativa dos custos de transporte para cargas brasileiras, bolivianas e paraguaias até o Atlântico, o Pacífico e entre os mesmos países. • Aumento de complementaridade econômica entre os países. • Apoio ao setor turismo na região: Pantanal. Mapa nº 52 - Eixo Interoceânico Central - Grupo 3 Quadro nº 119 - Eixo Interoceânico Central - Grupo 3: Investimentos associados Eixo Interoceânico Central: Grupo 3 Construção rodovia Pailón - San José - Puerto Suárez Investimento estimado (US$ milhões) 417,0 Instalação de fibra ótica ao longo da rodovia Pailón - Puerto Suárez 2,5 Passagem de fronteira Puerto Suárez - Corumbá (lado boliviano) 2,0 TOTAL 192 421,5 Grupo 4: Conexão Santa Cruz - Cuiabá FUNÇÃO ESTRATÉGICA • Conectar a região leste da Bolívia com o Mato Grosso, facilitando o acesso das duas regiões aos portos do Atlântico e do Pacífico. • Apoiar o desenvolvimento do potencial agrícola da região centro-leste da Bolívia. Quadro nº 120 - Eixo Interoceânico Central - Grupo 4: Investimentos associados Eixo Interoceânico Central: Grupo 4 Investimento estimado (US$ milhões) Rodovia Concepción - San Matias Ponte Banegas 0,0 25,0 Pavimentação ponte Banegas - Okinawa 0,0 Passagem de fronteira San Matias - Porto Limão (a) 2,0 Pavimentação Porto Limão - San Matias (a) 14,3 TOTAL 41,3 Nota: (a) Está sendo avaliada pelos países proposta de modificação deste projeto apresentada pelo Brasil. 193 INTEROCEÂNICO CENTRAL Mapa nº 53 - Eixo Interoceânico Central - Grupo 4 Grupo 5: Conexões Ilo/Matarani - Desaguadero - La Paz + Arica - La Paz + Iquique - Oruro - Cochabamba - Santa Cruz FUNÇÃO ESTRATÉGICA • Aumentar o intercâmbio comercial entre os países e com os mercados internacionais. • Reduzir custos de transporte do eixo ao Pacífico. • Reduzir custos de importação do Pacífico. • Aumentar a sinergia entre os grupos de projetos. • Aumentar a confiabilidade e elevar os padrões de transporte do grupo. • Estimular o desenvolvimento e a consolidação do comércio fronteiriço. • Prover uma conexão física ao Mercosul. Mapa nº 54 - Eixo Interoceânico Central - Grupo 5 194 Quadro nº 121 - Eixo Interoceânico Central - Grupo 5: Investimentos associados Recuperação do trecho El Sillar Rodovia Toledo - Pisiga Passagem de fronteira Pisiga - Colchane Investimento estimado (US$ milhões) 120,0 92,0 2,0 Concessão do aeroporto de Arica 10,0 Melhoria do porto de Arica 50,0 Recuperação rodovia Iquique - Colchane 29,0 Ferrovia Aiquile - Santa Cruz 700,0 Recuperação antiga rodovia Santa Cruz - Cochabamba 0,0 Recuperação Ponte da Amizade (ponte Eisenhower) 3,0 Ampliação e melhoria da rodovia Arica - Tambo Quemado 50,0 Pavimentação Tacna - Tarata - Candarabe - Desvío Humajalzo/Tarata - Capazo - Mazocruz 80,0 Recuperação e melhoria da rodovia Camaná - Matarani - Ilo 97,0 Melhoria do aeroporto de Ilo 4,3 Modernização do porto de Ilo 100,0 Melhoria do porto de Matarani 35,0 Melhoria do porto de Iquique 25,0 Recuperação e concessão ferrovia Arica - La Paz (trecho chileno) 26,0 Melhoria do aeroporto de Tacna 51,5 Concessão do aeroporto de Iquique Plataforma logística em Arequipa (zona de distribuição) Construção de pista dupla sob concessão Aeroporto Diego Aracena - Iquique TOTAL INTEROCEÂNICO CENTRAL Eixo Interoceânico Central: Grupo 5 4,6 33,5 183,0 1.695,9 195 III.7.6. Carteira de Projetos do Eixo Interoceânico Central Aspectos Gerais Os países concordaram em incluir no Eixo Interoceânico Central 54 projetos, em um investimento estimado de US$ 4,5759 bilhões, tal como se resume a seguir: Quadro n° 122 - Aspectos gerais da Carteira do Eixo Interoceânico Central Eixo Interoceânico Central Nome Quantidade de projetos Grupo 1 Conexão Chile - Bolívia - Paraguai - Brasil Grupo 2 Investimento estimado (US$ milhões) 16 1.288,3 Otimização do corredor Corumbá - São Paulo Santos - Rio de Janeiro 9 1.128,9 Grupo 3 Conexão Santa Cruz - Puerto Suárez - Corumbá 3 421,5 Grupo 4 Conexão Santa Cruz - Cuiabá 5 41,3 Grupo 5 Conexões Ilo/Matarani - Desaguadero - La Paz + Arica - La Paz + Iquique - Oruro - Cochabamba - Santa Cruz 21 1.695,9 TOTAL 54 4.575,9 Composição Setorial A composição setorial dos projetos do eixo é detalhada a seguir: Quadro nº 123 - Composição setorial da Carteira do Eixo Interoceânico Central Transporte Comunicações No de projetos Investimento estimado (US$ milhões) Geração energética 1 321,8 Interconexão energética 1 161,0 2 482,8 Setor / Subsetor No de projetos Investimento estimado (US$ milhões) Rodoviário 26 2.457,8 Ferroviário 7 1.098,4 Marítimo 5 388,0 Passagens de fronteira 6 10,5 Aéreo 5 100,4 Multimodal 1 33,5 Interconexão de comunicações TOTAL 196 50 4.088,6 No de projetos Investimento estimado (US$ milhões) Energia 2 4,5 2 4,5 Tipologia de Projetos A tipologia de projetos do Eixo é resumida nos quadros a seguir: Quadro nº 124 - Tipologia de projetos de transporte rodoviário do Eixo Interoceânico Central No de projetos Investimento estimado (US$ milhões) 1 183,0 11 1.292,3 Recuperação de pistas e estruturas 9 376,0 Circunvalação viária (bypass) e acesso a cidades 3 578,5 Pontes (novas e recuperação) 2 28,0 26 2.457,8 Tipologia de projetos Ampliação de capacidade da rodovia Pavimentação (obra nova) TOTAL Quadro nº 125 - Tipologia de projetos de transporte ferroviário do Eixo Interoceânico Central Tipologia de projetos No de projetos Investimento estimado (US$ milhões) Circunvalação ferroviária 2 331,0 Construção de ferrovias 1 700,0 Recuperação de ferrovias 4 67,4 TOTAL 7 1.098,4 Quadro nº 126 - Tipologia de projetos de transporte marítimo do Eixo Interoceânico Central Investimento estimado (US$ milhões) Ampliação da infraestrutura terrestre de portos marítimos 5 388,0 TOTAL 5 388,0 INTEROCEÂNICO CENTRAL No de projetos Tipologia de projetos Quadro nº 127 - Tipologia de projetos energéticos do Eixo Interoceânico Central No de projetos Investimento estimado (US$ milhões) Geração energética 1 321,8 Interconexão energética 1 161,0 TOTAL 2 482,8 Tipologia de projetos 197 Quadro nº 128 - Tipologia dos projetos de passagem de fronteira do Eixo Interoceânico Central Tipologia de projetos No de projetos Investimento estimado (US$ milhões) Infraestrutura para implantação de centros de fronteira 4 6,5 Ampliação da infraestrutura para centros de fronteira 2 4,0 TOTAL 6 10,5 Quadro nº 129 - Tipologia dos projetos de transporte aéreo do Eixo Interoceânico Central Tipologia de projetos No de projetos Investimento estimado (US$ milhões) Adequação de aeroportos 2 34,6 Ampliação de aeroportos 3 65,8 TOTAL 5 100,4 Quadro nº 130 - Tipologia dos projetos de transporte multimodal do Eixo Interoceânico Central Tipologia de projetos No de projetos Investimento estimado (US$ milhões) Estações de transferência 1 33,5 TOTAL 1 33,5 Quadro nº 131 - Tipologia dos projetos de comunicação do Eixo Interoceânico Central Tipologia de projetos No de projetos Investimento estimado (US$ milhões) Interconexão de comunicações (fibra ótica) 2 4,5 TOTAL 2 4,5 198 Projetos-Âncora Os países identificaram no eixo cinco projetos-âncora, que totalizam um investimento estimado de US$ 964,0 milhões, de acordo com o detalhamento a seguir: Quadro n° 132 - Projetos-âncora do Eixo Interoceânico Central Investimento Tipo de estimado Âmbito financiamento (US$ milhões) Projetos-âncora Fase 1 Pavimentação Carmelo Peralta - Loma Prata e construção ponte Carmelo Peralta - Porto Murtinho 127,0 Público Nacional Pré-execução 2 Anel ferroviário de São Paulo (Trechos Norte e Sul) 300,0 Público Nacional Pré-execução 3 Construção rodovia Pailón - San José Puerto Suárez 417,0 Público Nacional Execução 4 Rodovia Concepción-San Matias 0,0 Público Nacional Pré-execução 5 Recuperação do trecho El Sillar 120,0 Público Nacional Pré-execução TOTAL 964,0 INTEROCEÂNICO CENTRAL Grupo 199 200
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