efeito de óleos essenciais na germinação de sementes de feijão
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efeito de óleos essenciais na germinação de sementes de feijão
Área: Fitossanidade EFEITO DE ÓLEOS ESSENCIAIS NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE FEIJÃOCAUPI 1 Viviane Maria da Silva ; Rejane Rodrigues da Costa e Carvalho2; Tamiris Joana dos Santos Rêgo3; Maria Geane Fontes3; Arie Fitzgerald Blank 4; Delson Laranjeira5 1 Enga Agrônoma, Doutoranda, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Av. Dom Manuel de Medeiros S/N, Recife, PE, [email protected] 2 Enga Agrônoma, Pesquisadora, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Av. Dom Manuel de Medeiros S/N, Recife, PE, 3 Enga Agrônoma, Mestranda, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Av. Dom Manuel de Medeiros S/N, Recife, 4 5 Engº Agrônomo, Pesquisador, Universidade Federal de Sergipe, Aracaju, SE. Engº Agrônomo, Professor adjunto, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Av. Dom Manuel de Medeiros S/N, Recife, PE. Resumo – O gênero Lippia (Verbenaceae) inclui aproximadamente 200 espécies de ervas, arbustos e de árvores de pequeno porte, sendo caracterizado pela presença de óleos essenciais com atividade antimicrobiana. Algumas espécies do gênero Lippia têm sido caracterizadas pela presença de óleos essenciais com altos teores de monoterpenos tais como o timol e o carvacrol. O feijão-caupi constitui um dos principais componentes da dieta alimentar nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Esta leguminosa é considerada uma importante fonte de proteínas principalmente pelas populações de baixa renda. Devido a qualidade da semente ser um fator importante para a obtenção de uma boa produtividade da cultura, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito dos óleos essenciais de L. gracilis e L. sidoides em diferentes concentrações, na germinação de sementes de feijão-caupi. As sementes de caupi foram submetidas ao tratamento com óleos essenciais de L. gracilis e L. sidoides nas concentrações (0,1; 0,2; 0,3; 0,4 e 0,5 μL mL-1) através da imersão das mesmas nas soluções de cada óleo essencial por um, três e cinco minutos. A avaliação da porcentagem de germinação das sementes foi realizada após cinco dias do tratamento com os óleos essenciais. A germinação das sementes de feijão-caupi não foi afetada pelo tempo de tratamento das sementes, independente das concentrações utilizadas dos óleos de L. gracilis e L. sidoides. Palavras-chave: Lippia gracilis e L. sidoides, produtividade, Vigna unguiculata L. Introdução O gênero Lippia (Verbenaceae) inclui aproximadamente 200 espécies de ervas, arbustos e de árvores de pequeno porte, sendo caracterizado pela presença de óleos essenciais com atividade antimicrobiana (OLIVEIRA et al., 2008). Algumas espécies do gênero Lippia têm sido caracterizadas pela presença de óleos essenciais com altos teores de monoterpenos tais como o timol e o carvacrol (ALBUQUERQUE et al., 2006). A associação destes compostos promove ao óleo essencial ação antimicrobiana, bactericida, fungicida, moluscicida e larvicida (SOUZA, et al., 2011). Lippia sidoides Cham é uma planta arbustiva do Nordeste do Brasil, popularmente conhecida como alecrim-pimenta (NUNES et al., 2005). O óleo essencial obtido de suas folhas tem forte odor sendo considerada uma planta aromática (OLIVEIRA et al., 2008). Devido à presença de timol e carvacrol, seu óleo essencial possui elevado valor comercial (MATOS, 2000). Lippia gracilis Schauer também conhecida como alecrim da chapada é um subarbusto pouco ramificado com folhas aromáticas (OLIVEIRA et al., 2008). Nativa do Nordeste brasileiro, L. gracilis tem sido destacada devido a presença de altos teores de Timol e Carvacrol (MATOS et al., 1999). A atividade antimicrobiana de plantas medicinais utilizando-as como extratos e óleos 1 essenciais tem sido frequentemente citada na literatura. Os resultados alcançados nessa linha de pesquisa têm-se mostrado promissores para uma utilização prática no controle de fitopatógenos em diversas culturas (FRANCO; BETTIOL, 2000). O caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.], também conhecido como, feijão-de-corda ou feijão-macassar, constitui um dos principais componentes da dieta alimentar nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, especialmente na zona rural (EMBRAPA, 2003). Esta leguminosa é considerada uma importante fonte de proteínas (FREIRE FILHO et al., 2005). No estado de Pernambuco, o caupi apresenta grande importância sócio-econômica. É uma cultura adotada basicamente por pequenos produtores rurais que utilizam a mão-de-obra familiar e que contribui para a permanência do homem no setor rural (RODRIGUES; MENEZES, 2002). O feijã-caupi trata-se de uma espécie bem adaptada às condições ambientais brasileiras, dotada de grande rusticidade que lhe confere tolerância tanto à seca quanto à umidade excessiva e capacidade de se desenvolver em áreas de baixa fertilidade (PIO-RIBEIRO; ASSIS FILHO; ANDRADE, 2005). A qualidade da semente é um fator importante para que se tenha uma produtividade esperada (AZEVEDO et al., 2003). Apesar das características positivas da cultura do caupi, a baixa produtividade tem sido reduzida pelas doenças que atacam a cultura. Várias práticas efetivas no controle de doenças do caupi têm sido utilizadas (PIO-RIBEIRO; ASSIS FILHO; ANDRADE, 2005). No entanto, os óleos essenciais geralmente são utilizados como um método de controle eficaz, pois visa à redução dos custos, menor risco de contaminação do ambiente e dos alimentos causados pelos produtos químicos (XAVIER et al., 2012). O tratamento de sementes é uma das etapas mais importantes para se manter a qualidade fisiológica e o vigor das sementes e neste sentido, há uma busca por formas eficientes e econômicas de se controlar patógenos prejudiciais as sementes (MACHADO, 2000). O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito dos óleos essenciais de L. sidoides e L. gracilis em diferentes concentrações, na germinação de sementes de feijão-caupi. Material e Métodos O experimento foi realizado no Laboratório de Fungos de solo, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Primeiramente, as sementes de feijão caupi IPA-206 foram desinfestadas com uma solução de hipoclorito de sódio por um minuto, sendo posteriormente lavadas por duas vezes em água destilada e esterilizada (ADE), secas em pepel de filtro esterilizado. Em seguida, as sementes foram tratadas com óleos essenciais de L. sidoides e L. gracilis. Para realização do tratamento das sementes foi necessário tornar os óleos essenciais solúveis em (ADE) com adição de dimetilsulfóxido (DMSO), até alcançar as concentrações desejadas. Foram utilizadas as concentrações (0,1; 0,2; 0,3; 0,4 e 0,5 μL mL-1) dos óleos essenciais. As sementes foram submetidas ao tratamento de imersão nas soluções de cada óleo essencial por um, três e cinco minutos e, em seguida, secas ao ar sobre papel de filtro esterilizado. A testemunha foi representada por sementes imersas apenas em ADE. Posteriormente, as sementes foram colocadas em caixas gerbox previamente esterilizadas com solução de hipoclorito de sódio, nas quais foram colocadas duas folhas de papel germitest esterilizado em autoclave a 120° C por 40 min. As sementes tratadas com os óleos essenciais foram colocadas nas caixas gerbox. Em seguida, foram adicionados 10 mL de ADE para embeber o papel germitest de cada tratamento. Para cada tratamento foram empregadas três repetições com 12 sementes cada. As caixas foram incubadas em BOD à temperatura de 26ºC sob fotoperíodo de 12h. A avaliação foi realizada após cinco dias do tratamento das 2 sementes através da observação de sementes germinadas e não germinadas. A análise dos dados foi realizada pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Resultados e Discussão Os resultados deste trabalho indicam que a germinação de sementes de feijão caupi não é afetada pelo tempo de tratamento das sementes, independente das concentrações utilizadas dos óleos de L. gracilis e L. sidoides (Tabela 1). Resultados semelhantes foi encontrado por Lobato et al. (2007) quando utilizou o óleo essencial de pimenta-de-macaco (Piper aduncum L.), a germinação de sementes de feijão-caupi, não apresentaram respostas fitotóxicas mesmo em altas concentrações do óleo. Rodrigues et al. (2006) utilizaram sementes de trigo tratadas com extrato de alfavaca-cravo e constataram que a qualidade fisiológica das sementes não foi alterada em função do tratamento. Para Alves et al. (2004), o efeito de extratos voláteis de L. sidoides na germinação de sementes de alface foi de 95% nas concentrações de 0,001 e 0,01%. Quando a concentração do óleo foi aumentada para 0,1 e 1%, a germinação foi de 0%. De acordo com An et al. (1993), um dado aleloquímico possui dois atributos, inibitório e estimulatórios. Quando em baixa concentração os efeitos alelopáticos podem não ser inibitório para dada espécies receptora, podendo ocorrer efeitos estimulatórios em determinados casos. Tabela 1. Germinação de sementes de feijão caupi tratadas com óleo essencial de Lippia sidoides e L. gracilis sob diferentes concentrações. Óleos Essenciais Concentração (µL mL-1) Tempo % Germinação Lippia gracilis 0,1 1 min. 100 a Lippia gracilis 0,2 1 min. 100 a Lippia gracilis 0,3 1 min. 97,22 a Lippia gracilis 0,4 1 min. 97,22 a Lippia gracilis 0,5 1 min. 94,44 a Lippia gracilis 0,1 3 min. 97,22 a Lippia gracilis 0,2 3 min. 97,44 a Lippia gracilis 0,3 3 min. 97,22 a Lippia gracilis 0,4 3 min. 88,89 a Lippia gracilis 0,5 3 min. 97,22 a Lippia gracilis 0,1 5 min. 88,89 a Lippia gracilis 0,2 5 min. 100 a Lippia gracilis 0,3 5 min. 100 a Lippia gracilis 0,4 5 min. 97,22 a Lippia gracilis 0,5 5 min. 100 a Lippia sidoides 0,1 1 min. 100 a Lippia sidoides 0,2 1 min. 88,89 a Lippia sidoides 0,3 1 min. 88,89 a Lippia sidoides 0,4 1 min. 100 a Lippia sidoides 0,5 1 min. 100 a Lippia sidoides 0,1 3 min. 97,44 a 3 Lippia sidoides 0,2 3 min. 94,44 a Lippia sidoides 0,3 3 min. 100 a Lippia sidoides 0,4 3 min. 100 a Lippia sidoides 0,5 3 min. 100 a Lippia sidoides 0,1 5 min. 97,22 a Lippia sidoides 0,2 5 min. 88,89 a Lippia sidoides 0,3 5 min. 97,22 a Lippia sidoides 0,4 5 min. 83,33 a Lippia sidoides 0,5 5 min. 91,66 a Testemunha 0,0 1 min. 100 a C.V % 12,88 Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Conclusão O presente trabalho demonstrou que a germinação das sementes não foi afetada pelos óleos essenciais em todas as concentrações testadas. Agradecimentos Os autores agradecem a todos que colaboraram para a realização do trabalho. Referências ALBUQUERQUE, C.C.; CAMARA, T.R.; MARIANO, R.L.M.; WILLADINO, L.; MARCELINO JÚNIOR, C.; ULISSES, C. Antimicrobial action of the essential oil of Lippia gracilis Schauer. Brazilian Archives of Biology and Technology, v. 49, p. 527-535, 2006. ALVES, M.C.S.; MEDEIROS FILHO, S.; INNECCO, R.; TORRES, S.B. Alelopatia de extratos voláteis na germinação de sementes e no comprimento da raiz de alface. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 39, n.11, p.1083-1086, 2004. AN, M.; JOHNSON, I.R.; LOVETTE, J.V. Mathematical modeling of allelopathy: biological response to allelochemical and its interpretation. Journal of Chemical Ecology, v. 19, n.10, p. 2379-2389, 1993. AZEVEDO, M.R.Q.; GOUVEIA, J.P.G.; TROVÃO, D.M.M.; QUEIROGA, V.P. 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