Análise do valor e da utilização do Índex para a Inclusão
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Análise do valor e da utilização do Índex para a Inclusão
Análise do valor e da utilização do Índex para a Inclusão (Booth & Ainscow 2011) e de outros instrumentos de avaliação para o desenvolvimento da prática de educação inclusiva nos países parceiros do projeto P2i MAio 2012 Projecto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita. Membros do grupo do projeto “pathways to inclusion” (P2i): Goedele Avau, Associação Europeia de Prestadores de Serviços para Pessoas com Deficiência -European Association of Service Providers for Persons with Disabilities (EASPD), Bélgica, Phil Madden, Associação Europeia de Prestadores de Serviços para Pessoas com Deficiência -European Association of Service Providers for Persons with Disabilities (EASPD), Bélgica, Franz Wolfmayr, Chance B / Die Steirische Behindertenhilfe, Áustria, Karel Caesar, Vlaams Verbond van het Katholiek Buitengewoon Onderwijs (VVKBuO), Bélgica, Annemie Jennes, Vlaams Verbond van het Katholiek Buitengewoon Onderwijs (VVKBuO), Bélgica, Sisko Rauhala, Associação Finlandesa para Deficiência e Atraso do Desenvolvimento -Finnish Association on Intellectual and Developmental Disabilities (FAIDD), Finlândia, Jenni Sipila, Associação Finlandesa para Deficiência e Atraso do Desenvolvimento -Finnish Association on Intellectual and Developmental Disabilities (FAIDD), Finlândia, Henna Kara, Associação Finlandesa para Deficiência e Atraso do Desenvolvimento -Finnish Association on Intellectual and Developmental Disabilities (FAIDD), Finlândia, Veli-Pekka Sinervuo, Associação Finlandesa para Deficiência e Atraso do Desenvolvimento -Finnish Association on Intellectual and Developmental Disabilities (FAIDD), Finlândia, Yannick Lucas, Institute d’Education Motrice Charlemagne -Mutualité Française Indre, França, Dr. Johannes Schädler, Zentrum für Planung und Evaluation Sozialer Dienste (ZPE), University of Siegen, Alemanha, Prof. Dr. Albrecht Rohrmann, Zentrum für Planung und Evaluation Sozialer Dienste (ZPE), University of Siegen, Alemanha, Beata Orosz, Associação para a Aprendizagem ao Longo da Vida -Association for Lifelong Learning (ALLL) Hungria, Zoltan Varkonyi, Associação para a Aprendizagem ao Longo da Vida -Association for Lifelong Learning (ALLL) Hungria, Brian ODonnell, Federação Nacional de Voluntariado -National Federation of Voluntary Bodies (NFVB) Irlanda, Miguel Valles, Centro de Educação para o Cidadão Deficiente (CECD), Portugal Marianne den Otter, Fontys Opleidingscentrum Speciale Onderwijszorg (Fontys OSO, Holanda), Ronald Haccou, Fontys Opleidingscentrum Speciale Onderwijszorg (Fontys OSO, Holanda), Valerija Bužan, Centro Ocupacional e de Prestação de Cuidados de Draga – Draga Training, Occupation and Care Center (CUDV), Eslovénia, Barbara Hegeduš, Centro Ocupacional e de Prestação de Cuidados de Draga – Draga Training, Occupation and Care Center (CUDV), Eslovénia, Citação Este documento deverá ser citado como EASPD (2012). Analysis of the use and value of the Index for Inclusion (Booth & Ainscow 2011) and other instruments to assess and develop inclusive education practice in P2i partner countries. Brussels/Tilburg, Fontys OSO. Todos os documentos do projeto P2i em: www.pathwaystoinclusion.eu 2 Conteúdos 1.Introdução.....................................................................................................................................................................................................................................4 2. Apoiar e Reforçar a Implementação da Educação Inclusiva na Prática – justificação para a investigação.........................................................................................................................................................................6 3. O Índex para a Inclusão ...........................................................................................................................................................................................7 4.Auto-Avaliação........................................................................................................................................................................................................................9 5. A investigação – metodologia..........................................................................................................................................................................10 5.1 Os questionários – o plano e o desenho........................................................................................................................................................................10 5.2 Os questionários – o desenho e o teste-piloto......................................................................................................................................................10 5.3 Teste-Piloto ao Nível das Escolas..............................................................................................................................................................................................10 5.4Implementação....................................................................................................................................................................................................................................................10 6. Conclusões – análise dos questionários................................................................................................................................................11 6.1Resultados ................................................................................................................................................................................................................................................................ 11 6.2 Recolha da informação – Problemas e restrições...............................................................................................................................................18 6.3Conclusões ............................................................................................................................................................................................................................................................18 6.4Recomendações .............................................................................................................................................................................................................................................19 7.Referências..............................................................................................................................................................................................................................22 3 Análise do valor e da utilização do Índex para a Inclusão (Booth & Ainscow 2011) e de outros instrumentos de avaliação para o desenvolvimento da prática de educação inclusiva nos países parceiros do projeto P2i Este relatório é o resultado do trabalho desenvolvido por Fontys OSO (Ronald Haccou e Marianne den Otter com suporte gráfico de Chris Lloyd) como elementos do projeto P2i. (ver listagem de todos os parceiros envolvidos) 1 1. Introdução organizações, prestadores de serviços e profissionais que desenvolvem o seu trabalho em várias disciplinas na área da educação inclusiva, em que todas elas são referência e que cooperam com uma grande variedade de intervenientes. Este relatório pretende fornecer uma visão abrangente e de análise das evidências encontradas numa segunda fase do projeto Europeu Pathways to Inclusion (P2i). O projeto P2i é financiado pela UE e coordenado pela Associação Europeia de Prestadores de Serviços para Pessoas com Deficiência –European Association of Service Providers for Persons with Disabilities (EASPD). Foi iniciado em 2009 e será concluído em 2012. A primeira fase do projeto, que se desenvolveu ao longo do primeiro ano, foi liderada pela Universidade de Siegen na Alemanha. Envolveu o consórcio na investigação sobre a educação inclusiva em cada um dos países que resultou na apresentação do Barómetro para a Educação Inclusiva em Países Europeus Selecionados da EASPD, EASPD Barometer of Inclusive Education in Selected European Countries (Schädler et al 2012). O objetivo principal do projeto P2i é dar um contributo para a facilitação do processo de implementação da educação inclusiva para pessoas com necessidades educativas especiais (NEE) a nível nacional e europeu. O projeto pretende desenvolver uma rede sustentável de parceiros, dedicados à implementação e desenvolvimento da educação inclusiva em que: Este instrumento foi utilizado para avaliação e comparação dos diferentes contextos nacionais de forma a apresentar uma visão macro das políticas, práticas, perspetivas e desafios destes países. O objetivo desta avaliação centrou-se na informação e promoção do desenvolvimento do processo inclusivo. Da primeira fase do projeto P2i resultaram as seguintes conclusões: se partilhe e se disseminem informações sobre a atual política e da prática no terreno se crie uma base de dados para profissionais e outros intervenientes interessados Existe um incremento na consciencialização legislativa, política, das organizações e do público em geral sobre a educação inclusiva. se avalie o progresso da implementação da educação inclusiva e se crie e se dissemine um centro de conhecimento virtual sobre educação inclusiva. Existe alguma disparidade sobre a perceção dos direitos dos alunos com NEE no acesso à educação em escolas de ensino regular e uma falha na disponibilização de processos facilitadores por falta de recursos necessários disponibilizados. Esta rede de dez estados-membro da UE, referidos em diante como consórcio, inclui duas universidades e oito instituições prestadoras de serviços. Este é um consórcio deliberadamente diversificado, representando diferentes 1 European Association of Service Providers for Persons with Disabilities (EASPD), Belgium; Die Steirische Behindertenhilfe, Austria; Vlaams Verbond van het Katholiek Buitengewoon Onderwijs (VVKBuO), Belgium; Finnish Association on Intellectual and Developmental Disabilities (FAIDD), Finland; Institute d’Education Motrice Charlemagne -Mutualité Française Indre et Loire (IEM Charlemagne, France); Zentrum für Planung und Evaluation Sozialer Dienste (ZPE), University of Siegen, Germany; Association for Lifelong Learning (ALLL) Hungary; National Federation of Voluntary Bodies (NFVB) Ireland; Centro de Educação para o Cidadão Deficiente (CECD) Portugal; Fontys Opleidingscentrum Speciale Onderwijszorg (Fontys OSO), The Netherlands; Draga Training, Occupation and Care Center (CUDV), Slovenia. 4 Enquanto que o Barómetro da EASPD regista um aumento da consciencialização sobre educação inclusiva sobre a legislação e política, é evidente que se mantêm algumas barreiras ao desenvolvimento da prática, uma evidência suportada por outros estudos na área (p.e. European Foundation Centre Report VC/2008.1214 2010). Existe uma continuidade dominante na necessidade de categorização, pelo modelo médico de identificação dos défices, na avaliação da criança para que lhe sejam atribuídos os recursos e apoios necessários. Foram identificadas alterações na avaliação e sinalização de crianças com NEE de um modelo mais tradicional, que resultava numa maior segregação, para um modelo de abordagem inclusiva mais centrado na pessoa. A segunda fase do projeto investigou a utilização de instrumentos de facilitação ao processo de mudança escolar ao encontro do modelo inclusivo. O sistema escolar caracteriza-se por ser restritivo, inflexível e dependente de categorização, o que impede o desenvolvimento de uma educação inclusiva ao contrário de a promover através de um sistema mais universal e de estruturas mais abrangentes. É este o objetivo do atual relatório. O relatório deverá ser visto como uma análise de qualidade (AQ). Em comum com outros sistemas de certificações de qualidade, os elementos chaves podem ser definidos como valores, resultados, análises, avaliação e planeamento. O aumento da educação inclusiva não foi acompanhado pela diminuição da educação mais segregadora. Ambas têm mais alunos. Os profissionais da Fontys OSO, parceiro responsável pela coordenação da segunda fase do projeto, investigaram os instrumentos e ferramentas disponíveis e também consideraram a hipótese de desenvolver uma nova checklist. Muitas barreiras na acessibilidade e na atribuição de recursos continuam a impedir o desenvolvimento da educação inclusiva. Existe um maior envolvimento dos pais na tomada de decisão, apesar de um genuíno envolvimento ser, por vezes, limitado pela falta de respostas no sistema regular de ensino. O enfoque foi direcionado para o Índex para a Inclusão (Booth & Ainscow, 2011) que é uma ferramenta já divulgada e disseminada, exatamente com este mesmo objetivo, traduzida em muitas línguas e adaptada à realidade de alguns países. Existe um desconhecimento na utilização das tecnologias de apoio como instrumentos criativos no desenvolvimento da educação inclusiva. Existe uma falta de ênfase sobre educação inclusiva na formação de docentes, passando os assuntos das NEE a serem dominados exclusivamente por escolas de educação especial/perspetivas de educação especial. O Índex é uma ferramenta de espetro amplo, envolvendo TODOS os alunos. Não é específica para a área da deficiência. A monitorização nacional sobre educação inclusiva é de baixa qualidade e é inconsistente. O Projeto Investigou como o Índex estava a ser aplicado nos países parceiros, Apesar de existir um claro movimento para a educação inclusiva, surgem algumas preocupações neste processo devido a pressões da atual crise económica Europeia que têm causado um atraso no seu desenvolvimento. Detetou dos seus pontos fortes e fracos, e Investigou se outros instrumentos similares estavam a ser aplicados. Os modelos de ensino têm-se atualizado para atingir a educação inclusiva, mas com baixa redução do número de alunos nas turmas, exceto nos países em que a população tem decrescido. 5 2. Apoiar e Reforçar a Implementação da Educação Inclusiva na Prática – justificação para a investigação Em linha com estes princípios, os objetivos do projeto P2i, de forma sumária, são; O projeto P2i tem por referência o Artigo 24 da Convenção dos Direitos para as Pessoas com Deficiência das Nações Unidas de 2006, que reforça de forma clara a educação inclusiva como um veículo-chave para a assegurar a todos o direito de igualdade de oportunidades na educação. Para que se torne realidade é necessário garantir um sistema em que todos poderão aceder a todos os níveis de educação, na sua comunidade e em igualdade de oportunidades. As pessoas com deficiência não deverão ser excluídas com base na sua deficiência e deverão ser disponibilizados os recursos necessários que venham a necessitar. A partilha, disseminação e criação de conhecimento sobre educação inclusiva de forma a melhorar a qualidade dos serviços e do apoio ao desenvolvimento deste processo; Desenvolver estratégias e ferramentas de facilitação deste processo; para que se apoie e facilite a inclusão de alunos com NEE em escolas de ensino regular de forma a que se melhorem as oportunidades na vida adulta; “Os Estados Membros reconhecem o direito das pessoas com deficiência à educação. Com vista ao exercício deste direito sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades, os Estados Membros asseguram um sistema de educação inclusiva a todos os níveis e uma aprendizagem ao longo da vida.” (Artigo 24º) e assegurar o direito, a todos os cidadãos, a uma educação de elevada qualidade em ambiente inclusivo e que respeite as necessidades individuais. Atualmente é possível identificar um hiato entre a retórica e a realidade na implementação da educação inclusiva. Esta é uma das grandes barreiras para a mudança e para o desenvolvimento (Slee, 2001; Booth, 2003; Lloyd, 2008). Os profissionais da educação encaram mudanças na política e nas orientações diariamente –para as quais se espera que as priorizem e que as implementem, por vezes sem recursos suficientes e sem formação e treino profissional, levando a situações de estresse e confusão. Esta forma de pressão também desencadeia sentimentos de resistência à mudança. Daí a importância na existência de ferramentas e instrumentos que elevem o estado de conhecimento sobre quais as mudanças prioritárias e necessárias que auxiliem a delineação de um plano de ação para a mudança. É importante referir que a Convenção é um instrumento em desenvolvimento. Admite que o estado atual de inclusão nos países seja imperfeito. No entanto, espera que os países que assinaram a Convenção desenvolvam planos de ação de melhoria do nível de inclusão. Existem importantes implicações para qualquer instrumento de avaliação, como o Índex, já que implica que a avaliação não seja um instrumento estático e que encoraja o desenvolvimento de um plano de ação. Os princípios para a educação inclusiva utilizados no projeto P2i são também consagrados na Declaração de Salamanca (1994) que afirma O processo de implementação de uma educação inclusiva requer mudança nas organizações, nos currículos, no ensino e aprendizagem, na monitorização e avaliação dos processos, funções e responsabilidades e um vasto leque de outras áreas fundamentais como a comunidade, o seu contexto e características. É por isso importante o envolvimento de todas as partes interessadas na definição do significado de educação inclusiva e que impacto terá para cada instituição, na identificação e definição de prioridades de intervenção e na avaliação dos procedimentos para que haja uma reflexão do processo de mudança. Art. 2º: “as escolas regulares, seguindo esta orientação inclusiva, constituem os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias … construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos “; E Art. 3º: “, adoptar como matéria de lei ou como política o princípio da educação inclusiva“. 6 3. O Índex para a Inclusão “Os materiais são projetados para construir a riqueza de conhecimento e experiência dos profissionais, crianças, jovens e suas famílias sobre a natureza do seu contexto e como pode ser melhorado. O processo de execução do Índex permite que a riqueza de recursos seja partilhada para a promoção da diferença. É um documento abrangente para todos que capacita a criação dos próprios próximos passos no desenvolvimento de uma configuração. Para a escola que se identifica como inclusiva, o Índex pode ser usado para apoiar os processos de melhoria contínua envolvidos no desenvolvimento de aprendizagem e participação de todos e reduzindo todas as pressões excludentes” (p. 19) O Índex para a Inclusão é um exemplo de uma ferramenta de desenvolvimento e auto-avaliação (Ainscow e Booth, 2011), que foi concebido especificamente para apoiar o processo de desenvolvimento da educação inclusiva. Este pode ser modificado para se adaptar aos diferentes contextos e adaptado para atender às necessidades de cada instituição e destina-se a apoiar a reflexão crítica e ação, através de um processo de avaliação e auto avaliação. “O Índex para a Inclusão: desenvolve a aprendizagem e a participação das escolas através de um conjunto de materiais para apoiar a revisão de todos os aspetos de uma escola, incluindo atividades em exterior, os profissionais, os espaços e salas de aula, as comunidades e o ambiente em torno da escola. Incentiva todos os funcionários, pais/encarregados de educação e crianças a contribuir para um plano de desenvolvimento inclusivo e colocá-lo em prática.” (p.9) Os materiais do Índex de ajuda e apoio na identificação dos caminhos para a educação inclusiva, exploram três dimensões interligadas: Culturas Inclusivas- refere-se ao incentivo das crenças e sistemas de valores que geram segurança, aceitação, colaboração e inspiração na comunidade para todos os participantes. Na organização poderá dizer-se que consiste na sua atmosfera agradável e acolhedora e a presença de valores inclusivos. As pessoas são encorajadas a entreajudar-se e a colaborar. Todos (ou seja, todas as partes interessadas) são tratados com respeito. Os materiais estão focados em processos e destinam-se a apoiar o desenvolvimento de um quadro de mudança e de ação através de uma abordagem de toda a escola/ instituição. O enfoque é dirigido para as questões da participação, que se encontram para lá da aprendizagem, sendo valorizado, reconhecido e aceite como membro da sociedade participativo. A valorização da diversidade e da diferença é vista como uma parte essencial no processo de remoção de barreiras à inclusão, o aumento da participação plena e redução do nível de exclusão são fundamentais ao desenvolvimento de mudança sustentável e educação verdadeiramente inclusiva. Políticas inclusivas - fornecem objetivos explícitos para a promoção de inclusão em planos de ação e outros documentos de política. Centra-se nas condições para a admissão e a acessibilidade da organização (e de edifícios), para o recrutamento de funcionários e das políticas que a organização desenvolve para organizar o apoio à diversidade e celebrar a diversidade Há um reconhecimento claro que a definição de inclusão e educação inclusiva é complexa, problemática e que há pouco consenso sobre o que significa, sendo necessário envolver toda a escola/instituição e comunidade para que se encontre um entendimento comum sobre o que é. Enquanto os materiais são projetados para suportar um processo de mudança e desenvolvimento, estes reconhecem que o ponto de partida deve ser um processo de auto-análise, reflexão crítica e de avaliação com o que já é conhecido no seio da instituição. Práticas inclusivas - incidem sobre o que realmente acontece na organização: as práticas que refletem culturas e políticas inclusivas, garantindo que as atividades incentivam a participação de todos os envolvidos. 7 Reduzir a exclusão, discriminação, barreiras à aprendizagem e à participação. Cada dimensão tem um conjunto de indicadores com perguntas que podem ser usadas para: Reestruturação de culturas, políticas e práticas para responder à diversidade de forma a valorizar todos de igual forma. analisar e avaliar as práticas atuais; estimular a reflexão crítica, discussão e debate e ajudar ao desenvolvimento de um referencial adequado para a ação. O ênfase é colocado sobre a importância para o desenvolvimento da educação inclusiva, na correlação entre as ações e os valores inclusivos no processo de desenvolvimento do plano. Vincular a educação às realidades locais e globais. Aprender com a redução de barreiras para algumas crianças para benefício de todas as crianças. Identificar as diferenças entre crianças e adultos como recursos de aprendizagem. Reconhecer o direito das crianças a uma educação de alta qualidade na sua comunidade. “Os valores são guias fundamentais e despoletam a ação. Estes impulsionam-nos para a frente, dão-nos um sentido e definem um destino. Não podemos saber que estamos a fazer, ou que fizemos o correto sem entender a relação entre as nossas ações e os nossos valores. Todas as ações que afetam outros são sustentadas por valores. Toda a ação torna-se um argumento moral quer estejamos cintes disso ou não. É uma maneira de dizer ‘isto é a coisa certa a fazer’. No desenvolvimento de um quadro de valores, podemos afirmar como queremos viver e educarmo-nos, agora e no futuro”. (p21) Melhorar as escolas para os profissionais e pais/ encarregados de educação, bem como para as crianças. Enfatizar o desenvolvimento das comunidades escolares e valores, bem como o que produzem. Promover relações mútuas entre escolas e comunidades de forma sustentável. Reconhecer que a inclusão na educação é um aspeto de inclusão na sociedade. (p.11) O Índex foi considerado um exemplo prático e útil de ferramenta pelo consórcio com potencial para: Os valores inclusivos identificados que sustentam o Índex, são os seguintes: consciencializar para a educação inclusiva; aumentar o conhecimento e entender os princípios que sustentam a educação inclusiva; Ver cada vida e cada morte como de igual valor. desempenhar um papel no apoio às escolas para implementar e desenvolver uma educação mais inclusiva. Apoiar todos com sentido de pertença. Aumentar a participação de crianças e adultos em atividades de ensino e aprendizagem. Desenvolver os relacionamentos e comunidades das escolas locais. Além disso, o Índex é amplamente conhecido e encontra-se traduzido e disponível em várias línguas, o que foi considerada como uma vantagem adicional. 8 4. Auto-Avaliação suporte e orientação para alunos, em comparação com o resto das escolas do nosso estudo.” (P.66) Talvez uma das características mais importantes do Índex é que ele está firmemente enraizado num processo de avaliação e auto-reflexão. O valor e a importância desta abordagem para gerar mudança e evolução está claramente descrita em Auto-Avaliação na Aprendizagem ao Longo da Vida Adulta Self Evaluation in Adult Life Long Learning (SEALLL; Alden Biesen, 2007)2 Um projeto Grundtvig 1, do programa educacional europeu SOCRATES. Este programa centrava-se na melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem e a qualidade da organização e gestão da aprendizagem ao longo da vida, promovendo e apoiando a auto-avaliação, descrito como Smith e Barr (2007), olhando criticamente para a implementação da educação inclusiva na Irlanda e mais além, identificaram uma variada gama de estratégias e ferramentas que poderiam ser utilizadas para tornar a educação inclusiva uma realidade prática, que incluem o uso de ferramentas de auto- -avaliação em toda a escola ou por departamentos, para orientar o planeamento do desenvolvimento. Apoiando esta vista SEALLL (2007) realça três importantes razões porque a auto-avaliação pode ter um papel crucial na mudança e desenvolvimento na área da educação inclusiva. “…….o processo de recolha sistemática, análise e intercâmbio de dados relativos aos processos educacionais dos indivíduos, grupos ou organizações (instituições, etc.) a fim de facilitar a aprendizagem entre todas as partes interessadas para que juízos e tomadas de decisão possam ser baseadas em evidências, em vez da intuição”. ( p.8) A auto-avaliação capacita. Os conhecimentos adquiridos a partir de uma reflexão partilhada sobre as suas próprias práticas proporcionam conhecimento necessário para uma maior efetividade na defesa do que deve ser mantido e do que deve ser melhorado e alterar sempre o que deve ser necessário. Esta perspetiva foi fortemente apoiada e promovida numa variedade de estudos e literatura (McBeath et al., 1996; Smith & Barr, 2007; Bubb & Early, 2008; Roelande et al 2009) bem como em políticas recentes dos governos para a melhoria da escola, como por exemplo em Inglaterra. Nestes estudos e nas políticas, a auto-avaliação é vista como um fator-chave para a alta qualidade profissional e o desenvolvimento da escola e também é identificado como indicador de alta qualidade. A auto-avaliação cria um sentimento de posse e compromisso. Professores, formadores ou educadores não são apenas funcionários, são profissionais. Profissionalismo implica autonomia para a tomada de decisões e de escolhas. A autonomia de fazer essas escolhas é acompanhada pela responsabilidade desses resultados. A auto-avaliação será crucial para o efeito. A auto-avaliação permite o diálogo entre todas as partes envolvidas no ensino e aprendizagem. Como tal, ela torna-as transparentes e permite uma melhor adequação entre o que é necessário do ponto de vista dos alunos e partes interessadas, e o que é oferecido pelos professores, formadores e educadores. (p.7) “Em termos de auto-avaliação das escolas e qualidade das escolas, a nossa pesquisa confirmou a hipótese de que escolas que implementaram muito poucas auto-avaliações (Cluster 1) pontuaram significativamente menos na área da matemática. Além disso, foi encontrada uma relação significativa entre a qualidade do processo ensino-aprendizagem e clusters de SSE. Escolas com uma avançada SSE pontuaram mais na escala de ensino e aprendizagem. Isso indica que as escolas com um avançado sistema de SSE são em média de melhor qualidade (de acordo com o serviço inspetivo) em relação ao currículo, ao uso do tempo de aprendizagens disponíveis, às performances pedagógicas e didáticas dos professores, ao ambiente de escola, à harmonização das necessidades educacionais dos alunos, ao papel ativo e independente dos alunos e finalmente, uma qualidade superior de O desenvolvimento da educação inclusiva, como discutido anteriormente, exige todos os três processos, se a sua implementação quiser ter sucesso. O consórcio, acreditou que um processo crítico de auto-avaliação de toda a escola, suportada por uma variedade de ferramentas de desenvolvimento destinadas a apoiar o processo, seria fundamental para a fase dois do projeto P2i. Para a investigação destas noções envolveram-se os profissionais da prática nos seus países para coletar informações que poderiam ser compartilhadas e disseminadas em toda a rede. 2http://www.sealll.eu/docs/manual/Sealll01_UK_web.pdf 9 5. A investigação – metodologia 5.1 Os questionários – o plano e o desenho profissional. Os principais temas abordados nos questionários são: escola, identidade e o contexto; educação inclusiva; uso do Índex para Inclusão e/ou outras ferramentas; desenvolvimento profissional; sugestões para melhoramento/adaptação/modificação o Índex para a Inclusão e/ou outras ferramentas usadas e outras observações. De início a Fontys produziu uma auto-avaliação, baseada no Índex para a Inclusão, mas não replicando os seus materiais, para identificar como as escolas estão a trabalhar no sentido da educação inclusiva. No entanto, num encontro com o Professor Tony Booth, um dos criadores do Índex, tornou-se claro que poderia haver problemas nesta articulação, e uma nova ferramenta foi utilizada. 5.3Teste-Piloto ao Nível das Escolas O questionário de teste a nível de escola foi realizado na Holanda antes de ser implementado, para garantir que era prático, útil e acessível para as escolas. O questionário de teste identificou que, em aproximadamente uma hora, seria suficiente para preencher o questionário. No entanto, deve notar-se que durante os testes, os colegas da Fontys OSO estavam presentes para apresentar e explicar o projeto e os seus objetivos, trocar informações e apresentar uma abordagem de diálogo para completá-lo. Embora essa abordagem fosse considerada importante e útil para a identificação da escola, foi percecionado também que era necessário evitar a discussão durante o processo de preenchimento do questionário, a fim de evitar respostas que poderiam influenciar o resultado. O questionário de teste também revelou a importância da criação de outra seção, a de Outros Comentários para permitir valor acrescentado nas informações a serem incluídas no seu retorno. As preocupações foram: que a checklist poderia ser percecionada como sendo estática, e que a utilização parcial e adaptação dos materiais do Índex poderia trazer algum desentendimento entre este e o Índex propriamente dito. Para além destas razões, a discussão coincidiu com o lançamento da terceira edição do Índex, e considerou-se útil saber se este lançamento foi acompanhado por aumento da sua utilização. Como resultado os parceiros do projeto P2i e a Fontys em particular, decidiu produzir dois questionários sobre o uso do Índex, sendo este o foco central da investigação. 5.2Os questionários – o desenho e o teste-piloto Dois questionários foram projetados, para uso nacional e para uso a nível de escola, para serem usados juntamente com o Índex para a Inclusão, ou para outras ferramentas (ver apêndice 1 e 2). A decisão de reunir informações a nível nacional e a nível de escola foi feita para contextualizar as respostas de escola individual dentro de um quadro nacional para que os problemas nacionais e restrições, sobre a implementação da educação inclusiva, possam ser analisados separadamente dos contextos locais. 5.4Implementação Aos países parceiros no consórcio foram dadas a responsabilidade de fornecer as respostas para as perguntas do questionário a nível nacional, reunindo informações localmente, usando peritos nacionais em caso de necessidade. Estes também foram responsáveis pela tradução, execução e análise dos questionários a nível de escola. Os questionários foram distribuídos para todos os contextos educativos: escolas básicas, secundárias, de educação especial, jardins-de-infância e foi acordado que um mínimo de 5 e máximo de 10 instituições locais seriam convidadas a participar no inquérito por cada país. Entre dezembro de 2011 e fevereiro de 2012 os questionários foram traduzidos para o idioma dos parceiros, distribuídos e submetidos. Após algum debate sobre a extensão dos questionários, em que o desejo de maximizar respostas, mantendo-o curto, foi avaliado em função da necessidade de produzir dados suficientes para garantir a sua confiabilidade. Foram acordadas as 23 perguntas relativas à educação inclusiva, sobre o Índex para a Inclusão e desenvolvimento 10 6. Conclusões – análise dos questionários 6.1 Resultados Antes da apresentação dos resultados, conclusões e recomendações, é importante salientar que este inquérito deverá ser analisado como informação provisória e indicativa sobre o quão bem a educação inclusiva é desenvolvida em 10 países e qual o papel do Índex para a Inclusão, e/ou de outras ferramentas ou instrumentos, desempenham neste processo. Dentro do orçamento limitado e restrições de tempo do projeto P2i só foi possível realizar uma investigação bastante superficial e o consórcio optou por uma investigação orientada praticamente para produzir dados qualitativos que poderiam ser usados para a identificação representante de padrões e tendências. O objetivo da pesquisa foi o de não tirar conclusões precipitadas e pragmáticas sobre o que exatamente está acontecendo em cada país mas sim o de fornecer informações práticas e úteis para estimular e contribuir para o debate, a nível local, nacional e por toda a Europa, sobre o desenvolvimento da educação inclusiva e, mais importante, sobre como fazê-la funcionar. Os Questionários a Nível Nacional A intenção do questionário a nível nacional foi adicionar as informações já coletadas durante a primeira fase do projeto P2i usando o barómetro de educação inclusivaEASPD. O foco no questionário foi especificamente sobre o uso do Índex para a Inclusão, e/ou outras ferramentas, na implementação da educação inclusiva. As informações foram coletadas a partir de uma variedade de fontes, incluindo publicações, relatórios de pesquisa de universidades, centros de formação de professores para NEE, organizações que promovem a educação inclusiva, que têm traduzido o Índex para a Inclusão ou estão promovendo o uso do Índex para a Inclusão ou outras ferramentas. Os parceiros também foram convidados a identificar exemplos concretos de boas práticas, de modo que possam ser adicionados ao centro de conhecimento virtual sobre educação inclusiva que está sendo criado como uma apresentação de resultados do projeto P2i. A taxa de resposta relativamente baixa também contribuiu para esta ponderação, embora os resultados em si poderão possivelmente significar a pressão de trabalho e/ ou limitada perceção sobre o Índex. Tabela 1: Conclusões relativas ao Índex para a Inclusão a nível nacional Total Hungria Sim6 Não4 S S 2 É usado outro Sim5 método Não3 ?2 3 Investigação Sim6 sobre o Índex Não3 ?1 4 Exemplos Sim10 específicos Não S S S S S 5 Organização em Educação Inclusiva 6 Índex usado por uma organização Sim8 Não2 S S S Sim4 Não5 ?1 S 1 O Índex é usado n Holanda Finlândia Alemanha S S Bélgica Áustria Irlanda Portugal França Eslovénia Flandres S S N N N N S N S S ? S N S S N N S S N ? S S S N S ? S S S S S S S S S N S S S N ? A amarelo encontram-se os países que utilizam o Índex para a Inclusão. 11 N N N N N siva. No entanto, apenas quatro utilizam o Índex para a Inclusão para esta finalidade. A Análise relativa ao Índex para a Inclusão e a sua utilização nos países parceiros, apresentadas na tabela 1, revela o seguinte: Todos os dez países parceiros possuem exemplos concretos de boas práticas sobre os métodos/instrumentos em matéria de educação inclusiva. O Índex encontra-se traduzido em todas as línguas de países parceiros à exceção da Eslovénia. É possível concluir, portanto, que o Índex para a Inclusão é relativamente bem conhecido em quatro países, a nível nacional e que é utilizado, pelas escolas, bem como por uma série de outras organizações que ativamente divulgam e promovem a inclusão. Deve-se notar, contudo, que todos os retornos para todos os países mostraram que o Índex para a Inclusão é apenas um de uma série de ferramentas, ou que apenas partes deste são usados. Nem todas as outras ferramentas se encontram traduzidas de uma forma tão generalizada. O Índex para a Inclusão é usado em seis países. Também em seis países (não idênticos) foi feita pesquisa sobre o Índex. Em quatro dos seis países que utilizam o Índex para a Inclusão (na sua forma integral ou parcial), outras ferramentas são usadas para desenvolver a educação inclusiva. Em oito países, foram identificadas as organizações que ativamente divulgam e/ou desenvolvem educação inclu- Tabela 2: Análise relativa à utilização do Índex para a Inclusão em relação ao nível de segregação encontrado pelo Barómetro de Educação Inclusiva da EASPD. % segregação em EE Hungria Holanda Finlândia Alemanha 2.6 2.7 1.2 4.8 A Base Legal Apoia Apoia principalment Apoia Apoia parcialmente principalm Não apoia n Áustria Irlanda Portugal França Eslovénia 1.5 0.8 0.1 0.6 1.7 Apoia principalm Apoia principalm Pricipalm Alcançado Apoia Apoia Apoia principalm B Educação Incl. = Alcançada Principalmente Alc. Parcialmente Alc. Parcialmente Parcialmente Não Alcançada Alcançado Alcançado C Progresso = Muito Significativo Sgnificativo Desenvolvim lento Nenhum Bélgica Flandres 5.3 Apoia parcialmente Apoia Apoia principalm Não apoia Pricipalm Alcançado Pricipalm Parcialmente Alcançado Alcançado Pricipalm Alcançado Pricipalm Alcançado Lento Lento Lento Lento Pricipalm Alcançado Parcialmente Alcançado Significat Lento Lento Lento Lento Lento A amarelo encontram-se os países que utilizam o Índex para a Inclusão. que usam o Índex para a Inclusão. Análise dos dados recolhidos nos questionários a nível nacional quando comparados com as conclusões d Barómetro de Educação Inclusiva-EASPD revelam o seguinte: Os Questionários ao Nível das Escolas (Uma visão geral das respostas a Outros Comentários está incluída no apêndice 2a) Para os seis países parceiros que indicaram que o Índex para a Inclusão é usado nas escolas (ver tabela 1) detetou-se uma maior percentagem de segregação de crianças e jovens com NEE em escolas de ensino especial (média 3,0% para os países que utilizam o Índex e uma média de 0,8% para aqueles que não utilizam o Índex). Os resultados de 50% ou mais das respostas totais estão marcados a azul. Se as respostas para uma pergunta são de 50% ou mais das respostas dentro dessa questão estarão assinaladas a verde. Esta decisão foi tomada porque as escolas nem sempre responderam a todas as perguntas. Por exemplo nem todas as escolas fizeram o preenchimento da parte E - a secção relativa às ideias para melhorar o Índex para a Inclusão, quando não o usavam. Nos países em que não se usa o Índex para a Inclusão observa-se uma maior base legal (A Apoia (principalmente)) e com melhores resultados (B Principalmente Alcançado) em comparação com os restantes países 12 Identificação das Escolas Tabela 3: Conclusões sobre a identidade das escolas e contextos a nível de escola Total Hungria Holanda 4 8 2 2 Bélgica Flandres 7 4 1 1 1 4 N Total 41 Respondido por DT GI Pessoal Direção Outros 20 1 7 3 3 4 Edu S E E B E S E V 11 33 4 5 2 4 1 7 <100 <200 <300 Major 5 7 12 17 1 3 1 1 2 4 A1 Idade A2a Número de alunos A2b Dimensão da escolar < Nív Natio 5 > Nat Natio 5 = Nív Natio 13 A3 Escola facilmente acessível Sim Não Médio 38 1 1 A4 Pertence a um consórcio Sim Não A5 Trabalha em conjunto com outros Sim Não 4 Finlândia Alemanha Áustria 5 Irlanda Portugal França 5 3 2 Eslovénia 5 4 3 3 2 1 2 2 6 6 1 1 2 2 4 3 1 3 1 1 3 2 3 2 2 1 2 3 1 1 2 5 1 1 4 2 1 1 1 3 3 3 1 4 8 2 1 1 22 19 2 2 8 2 28 6 2 7 1 7 3 5 4 5 2 5 5 5 2 1 1 4 5 5 3 1 7 2 2 1 1 3 4 (DT = Diretor de Turma; G I = Gestão Intermédia; Edu P E = Educação Pré-escolar; E B = Educação Básica; E S = Educação Secundária; E V = Educação Vocacional; Nív Nacio = Nível Nacional) n A amarelo encontram-se os países que utilizam o Índex para a Inclusão. Educação Inclusiva A análise dos dados recolhidos sobre a identidade da escola e o contexto revela o seguinte: A análise dos dados coletados sobre educação inclusiva revela o seguinte: A maioria das respostas relacionadas com a educação básica veio de escolas que pertencem a um consórcio e também são facilmente acessíveis. Definições sobre a visão dos entrevistados relativo à educação inclusiva referem que este é um processo que: Em geral, o tamanho da escola é dentro de níveis de tamanho médio nacional. abrange todas as crianças - elas são únicas; ninguém é deixado para trás e é benéfico para elas; A maioria das escolas trabalha em conjunto com outras serviços/agências sobre educação inclusiva. é um direito, havendo a necessidade de garantir um desenvolvimento ideal; As respostas à pergunta A5 sobre como trabalhar em conjunto com outras serviços/agências (para ser encontrado na íntegra no apêndice 2a) sete parceiros indicam que este trabalho conjunto geralmente assume a forma de orientação ou apoio por outros serviços ou organizações externas à escola. é um processo de aceitação mútuo – entre todos na escola e de todos aqueles que se relacionam com a escola; está preocupado com a valorização da diversidade; está preocupado com a cidadania e é uma oportunidade e um desafio. 13 Tabela 4: Conclusões a nível de escola relativamente a estruturas de apoio à implementação da educação inclusiva Total B2 início de diálogo formal B3 Quem iniciou a educação inclusiva B4 Quais os agentes que deram início à educação inclusiva Holanda 2 1 5 2 1 3 4 2 Finlândia Alemanha Sim Não ? Direção Gestão Equipa Pais Outros 19 9 8 10 12 6 4 12 4 1 4 Equipa Direção Particular Externo Outros 11 11 12 17 14 2 3 4 1 2 1 1 4 2 3 2 1 1 2 33 7 1 1 3 5 2 1 2 B5 Existência Sim de estruturas Não de apoio ? n Hungria 1 1 2 Bélgica Flandres 4 3 Áustria Irlanda Portugal França Eslovénia 2 1 1 5 2 1 2 2 2 1 5 1 3 4 2 1 2 3 1 1 2 5 2 6 1 1 1 2 2 5 3 1 5 2 1 5 5 2 1 2 2 5 A amarelo encontram-se os países que utilizam o Índex para a Inclusão. A maioria das escolas tem estruturas especiais para apoiar o processo de inclusão, que incluem, por exemplo, as formas de apoio adicionais, a utilização de métodos ou programas especiais. A análise dos resultados relacionados com as estruturas usadas para apoiar a implementação da educação inclusiva revela o seguinte: A maioria das escolas tem iniciado um diálogo formal sobre educação inclusiva. 14 O uso do Índex para a Inclusão / outras ferramentas Tabela 5: Conclusões a respeito do uso do Índex para a Inclusão e/ou de outras ferramentas de apoio à implementação da educação inclusiva Total C1 Existência de outras ferramentas 14 18 5 1 1 1 3 3 2 C2 Razão para Já conhecido 7 a escolha do Recomendado 10 Índex Escolha 1 6 2 5 3 6 4 7 5 4 6 8 1 3 1 1 1 1 1 1 1 3 C3 Índex usado Sim integralmente Não ? 9 18 2 2 2 1 6 1 C4 Facilidade da Seleção de indicadores Fácil Não Fácil ? 9 9 10 3 C6a Índex útil para promoção da discussão Sim Não ? 15 2 4 1 C6b Índex facilita a ação de todos os interessados Sim Não ? 10 5 2 2 C6c Outros Comentários Sim Não ? 2 1 C7 Adaptação Sim do Índex para a Não realidade das ? escolas 10 12 4 2 1 C8 Índex Sim fornece metas Não claras ? 22 4 4 4 Sim Não ? 17 2 8 4 Sim Coberto Familiar Facilidade Outro Não ? 2 3 7 2 1 4 1 C9 Índex cria diálogo C10 Outros métodos Sim Não ? Hungria Holanda Finlândia Alemanha 1 2 1 1 2 Bélgica Áustria Irlanda Portugal França Eslovénia Flandres 1 3 5 4 2 5 2 2 1 1 1 1 2 2 2 2 4 3 3 4 1 2 1 1 1 1 4 2 1 4 2 2 1 1 1 5 1 1 1 1 3 2 3 1 1 2 1 5 1 5 6 1 1 6 1 1 1 2 1 4 1 1 1 1 1 1 1 4 2 1 4 2 2 1 5 1 2 1 1 1 5 1 5 2 5 1 1 2 8 1 1 4 1 1 1 5 2 2 2 1 1 5 1 1 2 1 1 1 (C2: Escolha 1. Estrutura Coerente: dimensões - indicadores – questões; 2. Bom manual de orientção para a escolha dos processos; 3. A possibilidade de envolvver outros parceiros; 4. O facto de não se conseguir escolher parte de todo o Índex para a Inclusão; 5. Alguns indicadores estavam claramente relacionados com os desafios com que nos deparávamos; 6. Outras escolhas). n A amarelo encontram-se os países que utilizam o Índex para a Inclusão. 15 salientou o envolvimento dos pais, que foi positivo; A análise dos dados coletados sobre a utilização do Índex para a Inclusão e/ou outras ferramentas de apoio à implementação da educação inclusiva revela o seguinte: salientou o trabalho em equipe, que foi um desafio; Se as escolas utilizam o Índex para a Inclusão, este: forneceu insight de como a educação inclusiva se desenvolve; não foi usado na sua forma integral, mas partes dele foram usadas; foi útil para criar um melhor diálogo sobre educação inclusiva e estruturar o diálogo; foi útil no auxílio de definições claras, de metas relevantes e objetivos que, no entanto, são difíceis de pôr em ação; coloca um ênfase positivo na aprendizagem entre todos; ajudou no planeamento de aulas de concretas; foi útil na identificação de ações a desenvolver pelos diferentes intervenientes; incentivou a procura de possibilidades em vez das dificuldades; foi útil para realçar a colaboração com outras agências, com a comunidade etc. foi útil para definir uma agenda para debates na escola; Desenvolvimento Profissional Tabela 6: Conclusões relativas ao desenvolvimento profissional Total D1 Mudança Sim 1Mét do papel do 2Cur professor 3Outro Não ? D2 Análise do Índex motivou um novo plano de profissionalização Forma E Treino-M Treino I Hungria Holanda Finlândia Alemanha 27 20 12 3 4 3 2 2 6 5 3 8 6 8 1 2 2 2 1 1 1 2 1 1 4 Bélgica Áustria Irlanda Portugal França Eslovénia Flandres 2 3 5 1 5 2 1 3 4 1 2 3 2 1 3 1 1 4 3 2 (D1: 1 Métodos de ensinamento;; 2 Currículo; 3 Outros aspetos) (D2: Forma E = Formação da equipa; Treino M = Treino à medida; Treino I = Sessões de Treino Interno são melhoradas para abranger os diferentes aspetos da educação inclusiva). n A amarelo encontram-se os países que utilizam o Índex para a Inclusão. Há uma necessidade de mudar e desenvolver novas abordagens, incluindo; ensino e aprendizagem em equipa; aprendendo uns com os outros; como fornecer apoio (individual) adicional a (grupos de) alunos; diferenciação de (variedade de) metodologias, de instrução e de adaptação ao nível de cada aluno. Análise dos resultados relacionados com o desenvolvimento profissional e a implementação da educação inclusiva revelam o seguinte: A implementação da educação inclusiva mudou o papel do professor como profissional. 16 Melhoria, adaptação, modificação do Índex para a Inclusão Tabela 7: Conclusões relativas a sugestões de melhoria, adaptação, modificação do Índex para a Inclusão. Total E1a Organização Escolar Hungria Holanda Sim Não ? 9 1 10 3 1 1 6 Sim Não ? 14 4 4 Sim Não ? 13 Sim Não ? 12 1 7 4 E1e Circunstân- Sim cias Materiais Não ? 8 4 9 E1f Ambiente da escolar Sim Não ? 13 Sim Não ? 10 3 3 8 1 3 E1b Currículo E1c Competência do pessoal E1d Gestão Escolar E1g Outros elementos n 6 Finlândia Alemanha 2 1 Bélgica Flandres 3 1 1 1 3 1 1 1 3 1 1 1 3 1 1 1 2 2 2 1 1 1 3 1 1 1 1 1 2 2 3 4 7 3 2 4 2 1 4 2 1 1 2 3 1 3 2 4 3 2 7 4 2 Áustria Irlanda Portugal França Eslovénia 1 1 1 1 1 A amarelo encontram-se os países que utilizam o Índex para a Inclusão. Bélgica: O Índex oferece poucas respostas e estratégias para auxiliar na prática a escola e as turmas. Na sua forma atual também é muito complicado e demorado. Uma versão ‘mais leve’ do Índex pode ser mais atraente. As respostas de sugestões de melhoria, de desenvolvimento, de modificação do Índex para a Inclusão incluem: Elementos educativos de melhoria do currículo por aproximação às competências de alunos com NEE; Hungria: O Índex é um auxílio profissional, não só para a integração social das crianças com NEE, mas também para dar forma à abordagem inclusiva. Este material deve ser amplamente publicado ou deve ser usado na formação base de professores. Alguns professores jovens, ao deixar o ensino superior têm conhecimento desta abordagem. Jardins-de-infância e escola do ensino básico poderiam usá-lo na prática quotidiana, em cursos de formação acreditados. Competências do pessoal; Competências de gestão da escolar; Contexto ou o ambiente da escolar. Nota Os entrevistados apenas assinalaram as respostas acima, sem fornecer informações adicionais (ver apêndice 2a). Comentários Adicionais pelos parceiros do projeto P2i Holanda: O Índex é usado parcialmente, não na sua forma integral. Esta utilização é clara e útil. O Índex é um bom instrumento para iniciar o desenvolvimento da educação inclusiva; um ponto de partida para uma discussão sobre educação inclusiva, quando o que se tem de fazer é diferente do que se quer fazer. Comentários adicionais dos parceiros do consórcio no que diz respeito à melhoria, desenvolvimento, modificação, adaptação e uso do Índex para a Inclusão: Áustria: O uso do Índex precisaria de mais recursos nas escolas e uma diretiva ministerial clara. Sem isso estará nas mãos dos professores. Em geral, os professores de turma solicitam mais recursos para apoiar a inclusão. Ferramentas como o Índex são vistas como sendo úteis. Portugal: Num caso, mudou toda a escola. Trabalhando no sentido de uma escola inclusiva todos os alunos beneficiaram do leque de atividades criado inicialmente 17 É importante referir que no ponto anterior a intenção da pesquisa foi fornecer informações que possam contribuir para as discussões e debates em torno da implementação e desenvolvimento da educação inclusiva. Ainda há uma grande quantidade de informação para análise do que foi alcançado e coletado. Foram identificados problemas que podem contribuir para a discussão crítica e motivar a investigação sobre o desenvolvimento da compreensão sobre os processos envolvidos na implementação da educação inclusiva. para alunos com deficiências específicas. Permitiu que a escola realizasse importantes parcerias com outras organizações abrir-se à comunidade local. A principal razão para o atraso na implementação mais ampla do Índex para a Inclusão é devido à nova organização de territórios educativos e unidades orgânicas em Portugal. Escolas perderam autonomia. Alguns professores citam a quantidade de trabalho e relatam isso ao Ministério como a principal razão para não aceitarem o Índex para a Inclusão e sentem que ele irá adicionar ainda mais trabalho. A única maneira de começar a usar o Índex amplamente é através de uma decisão do Ministério. 6.3Conclusões É possível identificar as seguintes conclusões e realizar novas questões pelas respostas recebidas. Estas complementam as conclusões da análise do Barómetro. 6.2Recolha da informação – Problemas e restrições Apesar do facto do esforço dos parceiros em encontrar escolas dispostas a participar no inquérito, muitas vezes enviando solicitações de forma repetida e com alguma insistência, a experiência global em todos os países foi que era muito difícil encontrar escolas dispostas a participar no inquérito. Isso levou a um número limitado de respostas e a uma escassez de dados coletados. Em todos os países parceiros é possível identificar exemplos de boas práticas no desenvolvimento da educação inclusiva. Estes desenvolvimentos são mais frequentes no ensino básico e particularmente, onde as escolas estão ligadas a um consórcio, possuem turmas reduzidas (dentro de diretrizes nacionais sobre a dimensão das turmas) e situam-se na comunidade ao alcance dos alunos (ou seja, todos os alunos devem frequentar as escolas locais). Isto reflete a pressão considerável de trabalho nas escolas. Além disso, muitas escolas não utilizam o Índex para a Inclusão ou desconhece a sua existência. Em algumas situações. mesmo quando este era conhecido, não era usado ou tinham-se desenvolvido as suas próprias ferramentas e métodos. Outra reação foi que o Índex não refletia o contexto específico de um determinado país, por exemplo, na Irlanda e Finlândia. A maioria das escolas entrevistadas tinha iniciado discussões formais sobre a educação inclusiva nos últimos 10 anos. Também tinham desenvolvido estruturas especiais para apoiar o processo de educação inclusiva, como formas adicionais de apoio, o uso de currículos específicos ou de aprendizagem e métodos de ensino. Também se encontra uma gama de outros serviços ou organismos, especialmente nas áreas de orientação e de aconselhamento e apoio. Outro fator identificado que contribuiu para a taxa de respostas foi o lançamento recente de novas políticas, diretrizes ou estratégias em alguns países. Foi o caso da Irlanda, por exemplo, que lançou recentemente um novo guia do Conselho Nacional de Educação Especial para as escolas sobre a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais. A implementação de mudanças para a educação inclusiva modifica o papel do professor como profissional, particularmente na área das abordagens de ensino, como por exemplo na formação da sua equipa, aprendizagem mútua, suporte individual adicional a grupos de alunos e uma maior variedade de métodos para se adaptarem às necessidades de ensino e aprendizagem de níveis de cada aluno. O guia é chamado de “Enquadramento da Educação Inclusiva” -The Inclusive Education Framework. (mais informação em: www.ncse.ie). Ele define os critérios de boas práticas para a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais e fornece uma ferramenta interativa para auxiliar as escolas para planear, medir e melhorar o apoio desses alunos. Da mesma forma na Finlândia está a ser analisada a reorganização da educação inclusiva de crianças com deficiência e estão a desenrolar-se alguns estudos com novas abordagens. Conclusões sobre o Índex para a Inclusão: O Índex para a Inclusão é bastante conhecido na maioria dos países participantes a nível nacional mas não conhecido ou utilizado por organizações ou escolas. 18 É necessário um desenvolvimento técnico de profissionais da educação para um conhecimento e compreensão sobre a educação inclusiva como um problema para o educação do ensino regular– e, na verdade, para todas as crianças, não apenas as crianças identificadas como tendo NEE. Identificou-se uma relação entre o uso do Índex para a Inclusão e a percentagem de crianças e jovens com NEE integradas em ambientes segregadores, em escolas de educação especial, onde uma elevada percentagem de segregação estava ligada a um maior uso do Índex para Inclusão. Possivelmente porque ainda é considerado como uma questão das escolas de educação especial e não como um problema para escolas de ensino regular, ou talvez porque não foi reconhecida a necessidade de ferramentas de apoio para a implementação da educação inclusiva. Neste caso poderá ser um fator correlativo e não causal. Da mesma forma, o pequeno tamanho da amostra requer cautela na dedução de padrões. Ferramentas de auto-avaliação cuidadosamente concebidas, como o Índex para a Inclusão, podem desempenhar um papel crucial em escolas e instituições de ensino, orientadas para o apoio do processo de mudança em direção à inclusão. Claramente existem muitos caminhos para a educação inclusiva. Estas vias podem diferir de país para país em metodologia e conteúdo. Em cada país, existem escolas e organizações que estão a desenvolver métodos e ferramentas para implementar uma educação inclusiva. Para alguns, é útil usar ferramentas desenhadas especificamente para o efeito, tais como o Índex para a Inclusão, ou pelo menos partes deste, enquanto para outros foi preferível desenhar um instrumento próprio com as suas próprias ferramentas. Se as escolas usam o Índex para a Inclusão, na maior parte, utilizam-no parcialmente. Mas estas partes dão apoio claro e são úteis para definir a progressão e partilha da educação inclusiva, criando um melhor diálogo sobre educação inclusiva e em identificar ações a desenvolver pelos diferentes intervenientes. Recolheram-se sugestões dos entrevistados para a melhoria e modificação do Índex para a Inclusão relacionada com a segunda edição do Índex. Tendo em conta a introdução de uma nova terceira edição, seria útil realizar investigação adicional para reunir mais informações sobre este tópico. É evidente que, para garantir que a educação inclusiva seja implementada e continuada, as escolas e as organizações precisam de apoio. Precisam de estratégias, ferramentas e instrumentos de apoio para identificação das boas práticas e desenvolver planos progressivos de ação de incentivação à reflexão regular de auto-crítica e monitorização. 6.4Recomendações O que se reflete, a partir de análise dos dados limitados coletados por 10 parceiros da rede na fase dois do projeto P2i, confirma-se e suportam-se os resultados de outros estudos e pesquisas na área de educação inclusiva e da sua implementação. O objectivo global do projecto P2i é fornecer o conhecimento e a compreensão de forma a contribuir para a promoção de práticas inclusivas. As respostas dadas sobre a análise do Índex, mais fortaleceu a mensagem de que a educação inclusiva Esta análise fortalece as recomendações gerais do consórcio. Como por exemplo: Diz respeito a todas as crianças –cada uma é única e nenhuma será deixada para trás. Há uma crescente necessidade de mudança de paradigma para uma visão que reconhece que - educação inclusiva requer e exige o direito à plena participação de todas as crianças, juntamente com o pleno desenvolvimento dos profissionais da educação que trabalhem com eles, dentro de um contexto de aceitação mútua e de respeito. é um direito para atingir as capacidades máximas do seu desenvolvimento é sobre aceitação mútua –entre todos na escola e todos aqueles que se relacionam com a escola. está preocupada com a valorização da diversidade; com a cidadania e é uma oportunidade e um desafio. É necessário uma abordagem diferente para a organização escolar, caracterizada pelo diálogo entre todas as partes interessadas, incluindo os alunos e as agências de apoio e organizações. A mensagem de que a educação inclusiva significa inclusão para todas as crianças tem implicações importantes para as estratégias de educação na deficiência. 19 A experiência demonstra que se estes critérios não forem seguidos É essencial o conhecimento sobre as características particulares ou características comuns de alguma deficiência. Da mesma forma a integração na deficiência requer tempo de integração e uma abordagem mais ampla, abrangendo todos os grupos potencialmente desfavorecidos. Uma cultura geral de abertura é vital. as pessoas não saberão para onde se dirigem ou de como lá chegar o processo não se inicia ou sofre uma paragem precoce aplicam-se pessoas para satisfazer o sistema em vez de se aplicar um sistema para servir as pessoas Há uma crescente compreensão sobre o conceito em si e o que é necessário para alcançá-lo. No entanto também é possível identificar, pelas respostas dadas, preocupações sobre como é possível colocar a educação inclusiva em ação dentro das restrições atuais em matéria de recursos, de tempo e de experiência. A educação inclusiva não pode ser realizada sozinha pelas escolas e a cooperação e colaboração a um consórcio de outras escolas, pais e toda a gama de orientação e apoio de agências e organizações são fulcrais para este sucesso. As recomendações abaixo focadas encontram-se definidas em diferentes níveis. No entanto, os valores e responsabilidades aplicam-se a todos. O projeto P2i exaustivamente divulgará os resultados gerais obtidos e as mensagens nestes contidos. Recomendações a Nível Europeu Deverá ser promovida e adotada uma forte visão sobre educação inclusiva a fim de auxiliar a criação de uma mudança de paradigma no pensamento sobre educação inclusiva. Deverão refletir-se claramente os valores incorporados na Convenção das Nações Unidas, e medir os resultados específicos segundo o artigo 24º. Este tipo de cooperação pode e deve ser alargado a nível nacional e internacional através de uma divulgação eficaz do conhecimento, da compreensão, de ideias e de boas práticas, em redes como o consórcio do projeto P2i. Essas redes também têm o potencial de promover, divulgar e apoiar a utilização mais ampla de ferramentas úteis, tais como o Índex para a Inclusão e para fornecer uma plataforma de partilha de experiências práticas entre os diversos profissionais. Também deverá refletir a Estratégia Europeia para a Deficiência e o Plano de Ação do Conselho da Europa para a Deficiência. Redes europeias sustentáveis financiadas pela UE são necessárias, para permitir que profissionais da educação promovam, partilhem e divulguem as boas práticas em educação inclusiva, inspirados por esta visão. Finalmente, é vital para o desenvolvimento da educação inclusiva um desenvolvimento profissional global e eficaz voltado para a inclusão. Este desenvolvimento profissional deve incluir o uso de ferramentas de avaliação como o Índex para a Inclusão. Não existem sistema perfeitos. Isto aplica-se a todas as realidades do mundo-embora alguns sistemas são comercializados como respostas mágicas. Bancos e Centros de Conhecimento Europeus baseados na internet (como o centro de conhecimento P2i) devem ser desenvolvidos, com financiamento da União Europeia, para dar suporte a diferentes aspetos da educação inclusiva. Estes também poderiam ser usados como bancos de recursos de desenvolvimento profissional. A manutenção desses bancos de dados também deve ser financiada pela UE. Para se atingir o sucesso, qualquer sistema deve possuir valores claros medir de forma clara os resultados Recomendações a Nível Nacional não ser muito caro Para o reconhecimento que existem muitos caminhos que levam à implementação e desenvolvimento da educação inclusiva, as seguintes condições devem ser abordadas por todos os interessados, ainda que de formas diferentes em diferentes países: não ser demasiado longo ser flexível ser centrado na pessoa. 20 Recomendações ao Nível das Escolas Uma mudança de pensamento para todos os envolvidos no sentido de impedir situações de exclusão e reconhecendo que a educação inclusiva é um benefício para todos e não apenas uma questão de NEE. Devem ser criadas redes entre escolas para que haja partilha de instrumentos, métodos e ferramentas com exemplos de boas práticas para serem, partilhados e disseminados entre as escolas e organizações. Diálogo e discussões com todos os intervenientes, incluindo os alunos. Instrumentos e ferramentas de auto-avaliação devem ser usados como parte de uma estratégia para o desenvolvimento da prática crítica reflexiva nas escolas e para apoio aos processos de mudança, de desenvolvimento e de melhoria. Professores e outros profissionais envolvidos devem ser apoiados para modificarem as suas funções para enfrentar os desafios da implementação da educação inclusiva. Facilitação do processo através de orientação, de apoio e recursos. Centros de conhecimento nacionais com base na internet devem ser desenvolvidos para promover, divulgar e celebrar as boas práticas em educação inclusiva de cada país. Bases de dados devem ser mantidas na língua materna dos intervenientes locais para maximizar a participação e a compreensão. Deve ser reconhecido o papel fundamental de toda a variedade de serviços de apoio externo e também estes deverão ser apoiados. Deverão ser desenvolvidos programas nacionais de desenvolvimento profissional, que abordem a variedade de problemáticas e de questões controversas relacionadas com a implementação da educação inclusiva na prática. O uso de instrumentos de avaliação de auto desenvolvimento, tais como o Índex para a Inclusão, deve ser exigido e promovido pelas políticas nacionais para a educação inclusiva. Deve ser desenvolvida e apoiada uma estratégia para o desenvolvimento de um novo papel para as escolas de educação especial como centros de recursos para a inclusão. 21 7. Referências Booth, T. & Ainscow, M. (2002). Index for inclusion: Developing learning and participation in schools. Bristol: Centre for Studies on Inclusive Education Booth, T. (2003) Views from the institution: overcoming barriers to inclusive teacher education?, in: T. Booth, K. Nes & M. Stromstad (Eds) Developing inclusive teacher education . London, Routledge/Falmer. Booth, T. & Ainscow,M. (2009) Index voor inclusie (2e druk). 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