ecret - Arquivo Nacional
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ECRETO ,; : h .••I ;- :,:•>•.;<:•, \ , i< '"' -,«0 - eleições, a revisão das cassaçoes,a reforma do Legislativo, das estruturas sociais, agrárias, educacionais e econômicas e a criação de novos Partidos. - Disse que "cri. ses semelhantes a do confinamento do ex-Presidente Jânio Quadros continuarão a se repetir,indefinidamente, enquanto o Governo nao se decidir a promover reformas au tênticas". Em Ago 68 - Por ocasião da rejeição do Projeto n9 1346 de Mar 68 ( anis tia), votou a favor da proposição, desobedecendo comando do Partido do Governo. Em Out 68 - Apontou o Governo como um dos principais responsáveis pelo desprestigio do Poder Legislativo. - Propôs a transformação do Congresso Nacional em Constituin te, sem encontrar, porém, receptividade por parte dos parlamentares. - Quando da eleição da Mesa da Assembléia Legislativa do Ceara, em 1968, o deputado Edilson Ta_ vora teve atuação decisiva na vitoria da Oposição, que obteve alguns postos-chaves. 0 referido deputado havia rompido com o Governo do Estado, por nao ter sido atendi em sua pretensão de manter o Secretario da Agricultura, pasta grandemente explorada na politica local e cujo titular obedecia a sua orientação politica. Em represa lia ao governador Virgílio Tavora, provocou uma confusão na ARENA, formando com Senador Waldemar de Alcântara uma facção composta pelo MDB e alguns dos seus lados, egressos do o tute ex-PSD. Apoiando,publicamente, a chapa apresentada pelo MDB e, contrariando,frontalmente, a orientação do Governo Revolucionário, conseguiu ele ger a chapa oposicionista. (Informação n9 021-SG/l, de 16 Abr 69). - No dia 21 Mai 68, votou pela aprovação do projeto n° 3/68, de emenda à Constituição, apresentado! pelo MDB, contrariando a orientação do Partido governista e os interesses da Revo luçao. - No dia 22 Mai 68, ao se aproximar a data limite para aprovação automática do projeto do Executivo sobre municipios que interessam a Segurança Nacional, o ex-deputado Mario Covas requereu uma prorrogação da Sessão do Congresso,para tentar derrubar o projeto. 0 deputado Edilson Tavora, contrariando a orientação e os in teresses do Governo Revolucionário, votou a favor da proposta do MDB. - No dia 20 Ago 68, votou contra os interesses do Governo e da Revolução, no projeto apresenta do pelo MDB, concedendo anistia a estudantes e trabalhadores,envolvidos em passe a tas e agitações de rua contra o Governo. Na ocasião, ainda ocupou a tribuna expli cando o seu voto contra os interesses da Revolução, tecendo considerações desairosas ao Governo e fazendo ataques pessoais ao Chefe do Gabinete Militar da Presiden cia da Republica, como esta transcrito linhas atras. - No dia 12 Dez 68, quando da votação da licença para processar o ex-deputado Mareio Moreira Alves, o deputado Edilson Tavora teve atuação destacada, juntamente com os deputados da Oposição os esquerdistas defensores do acusado, no sentido de que fosse negada a e licença, solicitada pelo Governo. Além de comentários e pronunciamentos contra o Governofei tos em plenário e nos corredores da Câmara, o deputado Edilson Tavora trabalhou,in_ tensamente, para convencer outros deputados da ARENA a votarem contra o Governo Re volucionario. Sua atuação negativa foi apontada, com destaque, pelos Assessores Par_ lamentares dos três Ministérios Militares, presentes a Câmara. CRETO Senhor Presidente, dos contatos que tive com o deputado Tavora, eu tenho a impres_ sao de que ele e do nosso time. A impressão que ele me dá, não é a de ser membro do grupo que estamos visando. MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES - Senhor Presidente, eu sou obrigado a dar um depoimento porque fui Presidente de Partido a que ele pertenceu. Ele foi sempre um rebelde, como aliás quase toda a gente da UDN era... Portanto, eu nao o considero um subversivo, um inimigo da Re_ voluçao. MINISTRO DO INTERIOR - Senhor Presidente, o deputado Edilson Ta_ vora é meu inimigo gratuito, mas eu nao o considero absolutamente envolvido em corrupção. Ele nao suporta, de uma maneira geral, todos os revolucionários. É um homem meio desequilibrado, parecendo ter si_ do atingido por um tiro em um atentado Ia no Ceara. Ele e meu inimigo gratuito,co_ mo disse, nao me suporta. Assim o que eu posso realmente dizer e que nao vejo ne le razoes para classifica-lo na chave de subversivo e anti-revolucionario. MINISTRO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA Senhor Presidente, se tivermos que julgar SOCIAL - os homens que desobedeceram o comando par_ tidário, então ele entrara nessa lista.- PRESIDENTE DA REPUBLICA - Eu também tenho a mesma impressão do Edil_ son Tavora. Em sua ficha nao existe peca_ do maior, existem pecadilhos que sao frutos de sua instabilidade emocional. Vamos então riscar, o deputado Edilson Tavora da lista de cassação. Passemos a José Ma_ ria Magalhães, Deputado Federal pelo MDB, Seção de Minas Gerais, entrou na rela_ ção na última hora. Vamos ouvir a ficha. : SECRETARIO-GERAL DO CONSELHO DE SEGURANÇA NACIONAL - PRONUNCIAMENTOS NA CÂMARA FEDERAL -Em 23 Set 67 - Atacou o Governo dizendo que os sindicatos têm ã sua frente "testas de ferro" do Governo e do SNI. Em 3 Abr 68 - Disse que "agrava-se a situação nacional em face do esquema militarista a que es± tamos condicionados". Em 20 Jul 68 - Disse, "vive o País uma crise criada pelo pró prio Governo" 0 País está sob regime de exceção,com a marginalização das Forças Políticas,representativas da opinião pública pelo poder militar". Em 4 Set Departamento de Imprensa Nacional — |gWi r - SECRETO : k.. ,r is:;y;':' ' \ - 122 - 68 - Falando sobre a invasão da Universidade de Brasília: "nenhum Governo se cr<í dencia a simpatia popular alicerçando sua ação na arbitrariedade, na violência e , sobretudo na mistificação Nao e possível que um Pais grandioso tenha um Governo tão incapaz, tao arbitrário e violento, que compromete nao so o povo brasileiro, mas, sobretudo, as nossas Forças Armadas". Em 7 Set 68 - Comentando depoimentos de militares na CPI,que investigava os acontecimentos na Universida- de de Brasilia: "ouvimos ontem o depoimento dos militares nao sei como ho_ mens que deveriam dar exemplo de fidelidade a palavra, possam, num depoimento,con tradizer-se com tamanha freqüência ". "Esse episódio de Brasilia, que afron ta não só a juventude do Distrito Federal, mas toda a juventude brasileira,nao fi cará impune como disse muito bem o nobre deputado Raul Brunini, jovens chegam sãos para um depoimento e saem com manifestações psicopaticas que ". " Um Governo que deve ser condenado pela prepotência, pela violência e sobretudo, por negar ao povo brasileiro a liberdade que ele preza...". Em 3 Out 68 - Referindo-se à greve ilegal, em Minas Gerais, disse: "manifestamos a nossa inteira solidarieda de ao justo movimento grevista,que eclodiu ontem em Minas Gerais, principalmente no parque industrial e nas industrias metalúrgicas. Ha muito»a situação do rio brasileiro se tornou insustentável opera A Força Militar do meu Esta do, ocupou hoje, o Parque Industrial e o fez mediante esta explicação simplista : Com a finalidade de garantir a ordem. Mas quem esta provocando a desordem? 0 povo, passando fome e ainda resignado, ou o Governo, insensível as aflições, as apreensões deste mesmo povo?" DA IMPRENSA - Em 2 Nov 66 - Pelo Jornal do Brasil - not_í cia de que o deputado José Maria Magalhães vem trabalhando junto a outros compa nheiros do MDB,visando a evitar que a Frente Ampla seja hostilizada pelo Partido. Em 5 Dez 67 - pelo Jornal do Brasil - noticia de que o deputado José Maria Maga_ lhaes anunciará que a Frente Ampla se organizaria em colegiados, que a dirigiriam em todos os Estados. Revelou que os colegiados teriam representantes lacerdistas, juscelinistas e janguistas Em 9 Dez 67- Conforme publicado no Jor^ nal do Brasil, aparece como principal articulador da Frente Ampla em Minas Gerais, em ligação constante com Juscelino Kubitscheck, Carlos Lacerda e Renato Archer.Em 14 Fev 68 - Conforme declarações publicadas no Jornal do Brasil, reaparece como elemento ativo da Frente Ampla, em Minas Gerais, em ligação com Juscelino Kubitscheck, Carlos Lacerda, deputado Simao da Cunha e o Coronel José Geraldo, ex-Comandante da Polícia Militar de Minas Gerais. Em 15 Fev 68 - Conforme publicado no"Es^ tado de Sao Paulo", participou do encontro na residência da deputada Ligia de Andrade e articulações Doutel com os deputados Matta Machado e Celso Passos e os Se_ nhores Juscelino Kubitscheck e Carlos Lacerda, onde ficou decidido que a Frente Am pia teria um bloco independente na Câmara Federal. INFORMAÇÕES EXISTENTES - Informação 031/68 do SNI: Em Mar 66 - Apoiou a tese de que é "preferível a renúncia co letiva dos Deputados Federais a aceitação passiva de novas cassações". Em Mar 66 • Em discurso na Câmara Estadual de Minas Gerais, atacou violentamente o Governo e apoiou os estudantes. Em Dez 66 - como líder do MDB na Assembléia Legislativa de —• ECRETO *-—~-,«?w*ç|k SECRETO 1 - 123 - Minas Gerais, criticou e lamentou a eleição do Presidente Costa e Silva.Em Jan 67 Destacou-se, no XXVIII Congresso da UNE, como um dos políticos mais atuantes geral da causa estudantil. Em Jul 67 - Considerou o confinamento de Hélio des como inconstitucional e arbitrário. Em Dez 67 - Acusou o Governo de em Fernan fomentar crises para implantar uma ditadura da direita. Em Fev 68 - Encontrou-se com Jus_ celino Kubitscheck e Carlos Lacerda,para constituição de um núcleo da Frente An pia,em Belo Horizonte, na qual participava ativamente. Em Abr 68 - verberou na Ca^ mara a repressão policial aos estudatnes e criticou o Governo com respeito as me_ didas que tomou sobre a crise estudantil. Em Jul 68 - Entrou em entendimentos cem estudantes e sindicatos, em Belo Horizonte, a fim de dar-lhes apoio na luta contra o Governo. Em Set 68 - Subscreveu documento, apoiando a ação de Dom Helder Câmara no Nordeste. - Informação s/n9 do Gabinete Militar da Presidência da República:Em 19 Mar 68, se verifica que o senhor José Maria Magalhães foi destinatário, para posterior distribuição em Minas Gerais, de folhetos da Frente Ampla. - Informação 204-CIE/ADF: Em 12 Mar 68, reuniu-se com oposicionistas da Frente Ampla, na resi_ dencia do deputado Martins Rodrigues,para tratarem da viagem de Carlos Lacerda ã Governador Valadares, tendo apresentado um plano de segurança. - Informação 245/ CIE/ADF: Em 5 Abr 68, reuniu-se na residência do Padre Godinho em Brasília, com outros frentistas,notórios por suas atividades subversivas e violentos ataques ao Governo. Na ocasião,foram tomadas decisões com respeito a portaria do Ministro da Justiça,que extinguiu a Frente Ampla. - Informação 271/68-CIE/ADF: Em 19 Abr 68 , comentava com outros deputados frentistas do MDB, que as atividades da Frente An_ pia teriam continuidade,amparadas pelo MDB ate,que surgisse outro movimento com si gla diferente. - Informação 357/CH/68 da 2a Seç do I Exército: Em 31 Mai 68, este ve em Belo Horizonte,juntamente com Mareio Moreira Alves, Hermano Alves, Mata Ma chado e João Herculino, tendo se entendido com líderes estudantis e sindicais a fim de manifestar-lhes apoio em relação aos movimentos grevistas e agitações de rua. Na ocasião, em entrevista a imprensa,declarou que a Comissão de deputados que visitara os estudantes presos pelo encarregado do IPM, fora coagida pela ID/4, no sentido de que não contasse em seu relatório as "sevícias e maus tratos" verifica dos. Com isso procurou desmoralizar e desacreditar a Comissão de deputados, que na realidade nada constatou de errado. MINISTRO DA JUSTIÇA - Senhor Presidente, eu insisto no problema da Frente Ampla, se o Governo declarou o^ ficialmente aquele movimento como sendo subversivo e de agitação, e tendo sido ele um dos mais atuantes naquela organização, considero a cassação do seu mandato como uma necessidade.... PRESIDENTE DA REPUBLICA - (interrompendo) Depois de fechada a Frente Ampla ele continuou a agitar, como con Departamento de Imprensa Nacional Í8E C R E T O ECRET M ••.','v tinuaram Martins Rodrigues, Renato Archer, MINISTRO DA JUSTIÇA - (continuando) Apoiando aquele movimento , a Juscelino Kubitscheck e a João Goulart , creio que pelo menos seu mandato deve ser cassado. PRESIDENTE DA REPUBLICA - (interrompendo) Então temos duas opiniões MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES - (interrompendo) Senhor Presidente, apenas um depoimento. Ele foi medico em Belo Ito rizonte, muito humanitário. Foi vereador por varias legislaturas. Ele sempre pejr tenceu aos quadros da UDN, daquela UDN mais agitada. De inicio ficou comigo, quan do no Governo,e mais tarde passou para o MDB. 0 tenho como um homem de caráter,nao tendo visto nele qualquer procedimento subversivo. Ele e um pouco destemperado,is_ so sim. Foi sempre um lacerdista exaltado... Tendo em vista uma atitude tomada por ele com relação a minha pessoa, eu nao poderei me manifestar pela sua cassação. PRESIDENTE DA REPUBLICA - Vamos ouvir esse documento. SECRETARIO-GERAL DO CONSELHO DE SEGURANÇA NACIONAL - Em 19 Mar 68 - 0 Senhor José Maria Maga lhaes foi destinatário, para posterior dis_ tribuiçao em Minas Gerais, de numerosos folhetos de propaganda da Frente Ampla Em 12 Mar 68 - Reuniu-se com políticos da Frente Ampla,na residência do Deputado Martins Rodrigues, para tratar da viagem de Carlos Lacerda a Governador Valadares, tendo sido apresentado um plano de segurança. Em 5 Abr 68 - Reuniu-se,na residen cia de Paulo Gondim em Brasília, com outros frentistas, onde se tratou do desencadeamento de ações de violência para fazer frente a Portaria do Ministro da Justiça que fechou a Frente Ampla. Em 19 Abr 68 - Comentava com outro deputado frentista , que as atividades da Frente Ampla teriam continuidade no MDB,ate que surgisse ou tro movimento com sigla diferente. Em 31 Mar 68 - Esteve em Belo Horizonte,junta mente com Mareio Moreira Alves, Hermano Alves, Mata Machado, João Herculino, tendo se reunido com líderes estudantis e sindicais ,a fim de manifestar apoio em relação aos movimentos grevistas, agitação de rua. Na ocasião, em entrevista, declarou so bre a Comissão de Deputados,que visitara os estudantes presos pelo encarregado do IPM, que a mesma fora coagida, pelos militares, no sentido de que nao contassem,em seus relatórios ,as sevicias e maus tratos verificados, procurando com isso desmora lizar a Comissão de Deputados ,que nada constatou de errado. ECRETO : SECRETO! - 125 - PRESIDENTE DA REPUBLICA 0 Presidente da República deseja saber se mais alguma objeção quanto a cassação ou ha não do mandato do Deputado José Maria Magalhães. Aqueles que são contrários e que ain da nao se manifestaram, peço que levantem o braço... 0 Presidente da Republica re solve cassar o mandato eletivo federal do deputado José Maria Magalhães. Passemos a Yukishigue Tamura, Roberto Cardoso Alves e Antônio Sylvio da Cunha Bueno, todos deputados federais pela ARENA, Seção de Sao Paulo. Estas cassaçoes são propostas em razão de um manifesto, lançado em Sao Paulo, a respeito da edição do Ato Insti^ tucional n9 5. Seis homens lançaram esse manifesto de protesto em São Paulo. Fo^ ram Cunha Bueno, Israel Novais, Marcos Kertzmann, Hary Normanton, Tamura e Cardq so Alves. De maneira que, os três que estão propostos, homens da ARENA sao Yuki_ shigue Tamura, Sylvio Cunha Bueno e Roberto Cardoso Alves... Os dossiês homens os apresentam como sempre contra o Governo e contra o regime, desses culminando com esse manifesto publico em Sao Paulo. Sobre Tamura, tenho a declarar que ele, um dia, me apareceu no Palácio, com um álbum muito bonito,dentro de uma caixinha, uma obra de arte. 0 álbum continha assinatura de todos os Senadores,pedindo a sua nomeação para embaixador no Japão. Quer dizer, ele praticou uma inversão,pois já trazia o voto do plenário, o voto de todos os Senadores. Então decidi que ele não seria embaixador, o que alias eu disse ao Ministro Magalhães Pinto. 0 álbum está guardado Ia no Palácio. Dai em diante,ele ficou inimigo do Governo. Quando eu ja estava eleito e nao empossado, ele esteve no meu escritório, na Guanabara, pedin do para integrar minha comitiva, na viagem ao Japão. Disse-lhe que não poderia in clui-lo,pois nao havia dinheiro para isso, ao que ele declarou: "que iria por con ta própria". Disse-lhe também que nao, pois "como nao levaria outros deputados nao poderia leva-lo". "Nao Senhor, eu agradeço a sua boa vontade". Nessa , ocasião ele deixou-me como presente, um relógio. Deixou um pacote. Eu nao sabia o que era e como ele nao foi aberto logo, so depois vim a saber que era um relógio. 0 fatoe que, como eu neguei a sua ida ao Japão, ele pediu para ser embaixador naquele Pais. "Mas eu nao posso, o senhor sabe que nao se pede para ser embaixador. Fora da caj: reira^o são nomeados para essas pastas, homens notáveis, na vida brasileira. 0 senhor deve estar lembrado de João Mangabeira, Oswaldo Aranha, Joaquim Nabuco".Ci tei ainda Raul Fernandes, homens que foram embaixadores, por terem sido brasileiros notáveis. - 0 senhor se considera notável? Eu me esqueci que outros foram em baixadores sem serem notáveis, mas em todo o caso o meu argumento serviu. De modo que, desde aquela época,ele ficou inimigo do Governo. Eu acho que essa manifestação, além do que nós temos aqui, é suficiente. Se alguém quizer ouvir algumas das fichas desses homens... SECRETÃRIO-GERAL DO CONSELHO DE SEGURANÇA NACIONAL - DISCURSOS PRONUNCIADOS NO CONGRESSO NACIONAL Em 15 ARO 68 - Defendendo a aprovação do proj£ to de anistia aos estudantes e trabalhadores, declarou: "quem nao sabe perdoar ái Departamento de Imprensa Nacional — jjlíllilWffT ~ " ~ " " 1 ÍSECRETO ' - - • • - • S 3 # SECRET ,/• ,..;r -iv» ••' :.''!.,:;•• - 126 °I - ficilmente saberá governar". Em Dez 68 - Durante uma discussão em plenário,manifes tou-se contra a licença para que o Deputado Mareio Moreira Alves fosse processado, declarando: "a inviolabilidade do mandato parlamentar constitui a essência do Le gislativo". ENTREVISTAS Ã IMPRENSA - Em Dez 68 - Comentando, em São Paulo,sua subs tituição na Comissão de Justiça da Câmara, antes da votação da licença para proces sar o Deputado Mareio Moreira Alves, declarou: "Nunca vi um Ministro tao infeliz em suas manifestações quanto o Senhor Gama e Silva. Sua influencia, na substituição dos Membros da Comissão de Justiça,constituiu fato deprimente, pois preencheu as vagas com vários parlamentares,sem nenhuma formação jurídica". INFORMES E INFORMA ÇÕES - Em julho de 1952, como deputado estadual em são Paulo, apoiou a III Conven •n; í ção Nacional do Petróleo, a instalar-se na Capital Federal, e assinou uma conclama! ção ao povo de são Paulo, solicitando apoio para a citada Convenção.(SNI) - Do ex trato do seu prontuário,fornecido pelo Serviço Nacional de Informações, constam as seguintes anotações, relativas aos anos de 1952 e 1953: - Como deputado estadual,era São Paulo, fez parte de vários movimentos do PCB, notadamente do Congresso dos Di reitos dos Jovens. - Como um dos elementos cripto-comunistas,de maior prestigio na colônia japonesa paulista, serviu como ponto de apoio para a infiltração do PCB nessa colônia. - Foi convidado a participar da Presidência de Honra da juventude Co munista, em reconhecimento aos serviços prestados ao PCB. - Membro da Shindo Remei Em 1959, compareceu como parlamentar à Conferência de Turismo em Istambul, sendo ei tado no jornal "Novos Rumos" (CENIMAR). Em setembro de 1959, é apontado pelo CENI MAR como apoiador das iniciativas de Juscelino Kubitscheck. Em 1968, como deputado federal, votou a favor do restabelecimento das eleições diretas para Presidente da República, contrariando orientação do partido governista. (SNI). Em julho de 1968, assinou um projeto de emenda a Constituição, apresentado pelo Deputado Brito Velho, instituindo o sistema parlamentarista de governo. Em Agosto de 1968,por oca siao da votação do projeto de anistia a estudantes e trabalhadores, votou a favor do projeto, desobedecendo ao comando do Partido Governista. Em novembro de 1968 , foi afastado e substituído na Comissaode Constituição e Justiça,da Câmara, porque prometeu votar contra a licença para processar o Deputado Mareio Moreira Alves. Em dezembro de 1968, manifestou-se}no plenário da Câmara dos Deputadosjcontra a cassa çao do Deputado Márcio Moreira Alves, votando contra a orientação do Partido Govejr nista. (Deputado Antônio Sylvio da Cunha Bueno) PRONUNCIAMENTOS EFETUADOS NA CÂMARA DEPUTADOS - DOS Diário do Congresso. Em 21 Fev 68 - "Por essa razão,Senhor Presidente; ainda antes que Sua Excelência ,0 Senhor Presidente da Republica, encaminhe mensagem a esta Casa, instituindo o sistema de sublegenda, desejamos desde logo, manifestar a nossa contrariedade. E, de nossa parte, embora modestamente, tudo faremos para impedir que se cometa, através desse artificialismo, mais um crime contra o bom funcionamento do regime democrático do País". Diário do Congresso - Em 15 Mar 68 "Declaro-me frontalmente contrário às anunciadas modificações do nosso Código leitoral e, em abono de minha tese, aponto o exemplo de Sao Paulo, onde a ECRETO _E adoção SECRETO fe———— •in.i iim i 'Ti i i i p ij - 127 - das sublegendas nao permitirá, a meu ver, à Oposição eleger sequer 15% do total da Assembléia Legislativa e da Bancada Federal". Diário do Congresso - Em 31 Out 68 "Declaro-me, porem, Senhor Presidente, em frontal oposição às tentativas que se processam no sentido de que esta Casa conceda licença para processar qualquer dos seus membros, pertença ele à ARENA ou ao MDB". "Entre a quebra do principio da in violabilidade,que repito - considero fundamental ao exercício do mandato e a even tual ameaça de cassação das atividades do Congresso Nacional, novamente alardeada, fico com a autentica tradição que sempre marcou minha atuação de homem público " . DECLARAÇÕES À IMPRENSA - "Jornal do Brasil" - 09 Ago 67. A propósito do projeto de seguro de acidentes de trabalho: "a presente tentativa de estatização dos seguros infelizmente,comprova que se insiste em tornar letra morta o principio salutar,que a própria Constituição consagra". "0 Globo" - 19 Abr 68. A propósito do projeto do Governo considerando municipios de interesse para a Segurança Nacional. "Isto pos to, registro que a mensagem governamental começa por ferir uma das tradições mais respeitáveis da vida comunal brasileira". "A aprovação dessa proposição será mais um passo no plano de execução de uma política unitária, de há muito preconizada,co mo o propósito de liquidar o regime federativo no Brasil". Do Prontuário do Servi ço Nacional de Informações - Deputado Federal por Sao Paulo, eleito pelo ex-PSD,em várias legislatiras; foi reeleito Deputado Federal, em 15 Nov 66, pela ARENA.- Li gado a grupos econômicos (Diretor para o Estado de Sao Paulo, do Banco Comercial do Paraná e diretor das firmas Pancostura S/A Industria e Comercio e Hollmann Pancostura Máquinas S/A. Foi Diretor da Willys Overland do Brasil S/A e do Departamento de Interior da Deltec S/A. E sócio da firma Marques Pacini S/A - Encanamentos Ferragens, vice-presidente da Companhia Mercantil de Sao Paulo e consultor e jurídi co das firmas: Ibrica S/A e Caterpillar do Brasil S/A. É presidente da Panambra In dustrial e Técnica). - Caráter inidôneo. Em 1964 - Foi indiciado no IPM da DR/DCT/ SP, por uso de influência política junto a elemento subversivo. No referido inque rito, constou que transmitia graciosamente suas mensagens, através do telex, usan do a influência política junto a Ricardo Rodrigues de Moraes, elemento altamente comprometido por atos de subversão e sabotagem, atingido pelo Artigo 79 do Ato Ins titucional n9 1. Estava entre os políticos que mais atuaram na DR de Sao Paulo , tendo o encarregado do IPM relacionado nada menos de 307 pedidos politicos que di rigiu ao Delegado Regional. - Foi indiciado no IPM da Caixa Econômica Federal São Paulo, ficando apurado que exerceu tráfico de influência,com finalidades ticas eleitoreiras, que facilitaram a subversão através da anarquia. Inúmeros de poli sao os seus pedidos,em que o interesse eleitoral sobrepoe-se ao critério e a lei. -Cri ticou a cassação de mandatos e suspensão de direitos politicos,feitas com base no Ato Institucional n9 2. Em 1967 - Teceu severas críticas ao projeto da nova Lei de Imprensa, afirmando que votaria contra a matéria, mesmo que o seu Partido consi derasse questão fechada a sua aprovação. - Foi signatário de declaração de voto de 106 deputados da ARENA, em repulsa ao texto aprovado na Constituição Federal.- Cua lificou o projeto de seguros de acidentes do trabalho de estatizante e acusou Departamento de Imprensa Nacional — SECRET IM| o ECRETO ? KX \ . - T- 128 - Governo de violar a Constituição". Em 1968 - Considerou a sublegenda "uma medida frontalmente contrária ao regime democrático". - Protestou na Câmara contra o pro jeto governamental que considerou 68 municipios,como de interesse para a Segurança Nacional. - Colheu assinaturas para a formação de uma CPI,destinada a investigar os atentados terroristas ocorridos em Sao Paulo, admitiu que tais atos poderiam ser de iniciativa de grupos radicais, vinculados ao Governo, principalmente os da "linha dura". - Manifestou-se contrário ao ato do Governo, confinando o Senhor Jânio Quadros. - Manifestou-se contra o pedido de licença para processar o Deputado Mar_ cio Moreira Alves. INFORMES E INFORMAÇÕES - Informe n9 107-Gab Min Ex-D2/DF, de 18 Jun 64 - "Estão seriamente comprometidos com a corrupção na CEF SP (Caixa Econômica Federal de Sao Paulo), os deputados federais Amaral Furlan e Cunha Bueno, ambos do PSD de Sao Paulo. Esses dois parlamentares fizeram negociatas na Caixa, que mon tam a prejuízos de vários milhões de cruzeiros".. Informação n9 411 - I Exercito, de 21 Jun 68 - Os Deputados Cunha Bueno, Osmar Cunha e outros parlamentares munici palistas,estão entrosados com a oposição para votarem contra a mensagem do Governo que estabelece os municípios considerados de interesse para a Segurança Nacional . Os Deputados Hermano Alves e Ligia Doutel de Andrade estão incumbidosfpor Mario C<3 vas,para se ligarem aos "rebeldes" da ARENA. Informação n9 0046-CENIMAR, de 08 Jan 69 ~ Em 1961 - Como integrante de delegação brasileira a um Congresso Municipalista,realizado nos Estados Unidos, foi detido alcoolizado por desordem, em um hotel. Em Ago 67 - 0 Deputado Cunha Bueno,durante sua estada em Moçambique, no IX Congre£ so das Comunidades de Cultura Portuguesa, sob forte pressão alcoólica,usou as mais chulas expressões ao se dirigir ao Doutor Franco Nogueira, Ministro dos Negócios Es trangeiros, a quem chamou, inclusive, de invertido sexual. O referido parlamentar participou do mencionado conclave como representante da Câmara Federal, conforme consta na Informação do SNI. A propósito do episódio do pedido de licença para pro cessar o Deputado Márcio Moreira Alves, declarou-se frontalmente contra qualquer cassação de mandato de políticos, tendo posteriormente, votado contra o pedido de licença. — (Deputado Roberto Cardoso Alves) DISCURSOS PRONUNCIADOS - Discursos no Congresso Nacional. Em 23 Set 67- "Queremos uma Nação sem proscritos, uma Nação onde haja li berdade e um Poder Judiciário,que seja o único juiz dos direitos e das garantias grupais ou individuais, uma Nação que respeite a sua própria Constituição e deixe para trás os atos legislativos,forçados ou nao, e se disponha a aceitar que a sua validade,no instante em que o Parlamento votou bem ou mal, em pe ou de joelhos uma Constituição". "0 que ocorre, de fato, e a existência do Poder Legislativo ac£ vardado, nao pela situação pessoal de cada um dos seus membros, mas pela situação orgânica,imposta pelo bipartidarismo. 0 Poder Legislativo esta inoperante, inerte, nao digo inerme,porque tem em suas mãos todas as armas necessárias para fazer suj: gir no Pais uma democracia plena. De fato, vivemos num arremedo de vida democrática e e preciso que muitos tenham a coragem de dizer o que pensam,porque todos pen sam assim". Em 19 Jul 68 - "A Nação reclama liberdade e o apoio do clero e dos es^ tudantes aos operários,nao significa engajamento num movimento de oposição ao ECRETQf Go UECRETOj verno". "0 Senhor Jarbas Passarinho, em vez de preocupar-se com a legalidade ou i legalidade do movimento, devia apurar a justiça ou injustiça da greve". "Os movi^ mentos operario-estudantis tem cunho eminentemente reivindicatório,pois os primei ros reclamam a humanizaçao do trabalho e salários mais condizentes com a justiça social. Os segundos querem participar da vida universitária e da Reforma da Uni versidade Brasileira, a fim de que essa participação possa ser realmente efetiva" Em 20 Jul 68 - "Aos movimentos grevistas, tem o Governo respondido pura e simplesmente que se trata de movimentos ilegais. Foi essa a afirmação do Ministro Jarbas Passarinho, ao analisar os movimentos de Osasco e da Lapa, onde metalúrgicos para_ ram quatro fabricas. A afirmação de que uma greve e ilegal nada diz e apenas con duz a repressão. Neste instante, quando os trabalhadores do Brasil se vêem ator mentados pela miséria, acossados pela fome, pela impossibilidade de viverem uma vi da digna, todos os movimentos grevistas reivindlcatórios são justos. Desta forma, quero emprestar ao Clero Brasileiro, quando luta pelas liberdades democráticas p«a ra os estudantes e para os trabalhadores do meu Pais, a minha integral solidarieda de". - Discursos fora do Congresso Nacional. Em 19 Out 65 - Renovou,da tribuna da Assembléia Legislativa de Sao Paulo,o apelo feito por homens de imprensa, intelec tuais e estudantes de Belo Horizonte, através de memorial,no sentido de restabele cer os direitos politicos do ex-deputado Aparecido de Oliveira, bem como do ex-^pre sidente Juscelino Kubitscheck. Acrescentou que o mesmo deve ocorrer com todos a quêles que se acham na condição de reu sem culpa ou contra os quais nada foi apu_ radp. E acentuou: "A democracia e o regime em que os homens convivem e os adversa^ rios se encontram". ENTREVISTAS À IMPRENSA - Em 29 Ago 66 - (No programa "REBOLO", da TV/2, em São Paulo) - Confessou,a seguir,que havia entrado na ARENA por força das circunstancias, pois "sendo velho amigo e companheiro do pro_ fessor Carvalho Pinto, apenas se encontrava no Partido Revolucionário para ajudar a eleger o Professor a Senador"-^ Para Cardoso Alves, o pronuncia- mento de Dom Helder Câmara nao foi nenhuma surpresa, pois repetiu em seu manifesto o que tem feito reiteradamente: interpretar a doutrina social da Igreja.E clas_ sificou de reacionários os militares que acusaram o arcebispo de Olinda e Recife. A propósito da definição do Presidente Frei, do Chile, de que todos os movimentos revolucionários armados triunfam para depois cairem, disse o Deputado que a declji ração deve servir para todo o continente latino-americano. 0 problema do Brasil, assim como o da Argentina, Venezuela, Paraguai e outros, e um so: o problema do subdesenvolvimento. Finalizando disse Cardoso Alves: "Nao creio nas revoluções que nascem nas mãos salvadoras da Pátria .desprovidas de ideologia". "Toda Revolução de_ ve ser ideológica". INFORMES E INFORMAÇÕES - Do Serviço Nacional de Informações Extrato dos registros do DOPS-SP - Em 1960 - Escolhido para integrar o Conselho M retor da "Comissão de Solidariedade a Cuba", com a finalidade de fazer campanha em favor do regime de Fidel Castro. Em 1961 - Apontado como elemento que se opunha a ação policial,que visava evitar choques entre operários grevistas e nao grevistas. Em 28 Ago 62 - (Extrato de documento oficial) - Em virtude da carta anexa, na qual Departamento de Imprensa Nacional — : C RET ECRETO •••••>r -130 - • a Diretoria da Companhia Brasileira de Cimento Portland Perus, nos solicitou aprojt biçao do ingresso de qualquer pessoa estranha aos seus serviços, hoje, por volta das 7,15 horas, nao permitimos a entrada do Deputado Roberto Cardoso Alves, que a qui compareceu,sob o falso pretexto de visitar o corpo do empregado Ferdinando Fri ki, que faleceu no ultimo domingo, em conseqüência de ruptura do miocardio;- afir mamos que, realmente, o referido Deputado nao pretendia render homenagens ao fale cido, uma vez que esse operário,desde o reinicio das atividades desta companhia,nac [atendeu ã orientação do Sindicato de sua categoria, que proibia o retorno dos em pregados ao trabalho; - o que pretendia, na verdade, o Deputado, era ingressar no interior da fábrica, com o precipuo escopo de agitar e insuflar os operários que es pontaneamente estavam trabalhando, sem sofrer qualquer constrangimento por parte de policiamento montado naquela fabrica; - tanto e verdade,que no momento em que lhe era vedado o seu ingresso no interior das instalações da companhia, passava o cor_ tejo fúnebre rumo ao cemitério e, o mencionado Deputado achou de melhor alvitre con tinuar a sua polêmica com os policiais,que impediam a sua entrada ao invés de acom panhar os restos mortais do inditoso e exemplar empregado, que morreu em plena ati^ vidade,em seu local de trabalho. Em 30 Ago 62 - (Extrato de documento oficial)- Au toridades independentes e conscias dos seus deveres, sacrificam-se na defesa da paz coletiva, afastados dos seus lares ha semanas, permanecendo naquelas localidades e xatamente para desfazerem equívocos e sortidas menos sóbrias por parte de elemen tos que, com freqüência, põem em sobressalto a tranqüilidade dos paulistas e indis põem a opinião publica,até contra o Governo do Estado. Sempre os mesmos -Mario Ca£ valho de Jesus, Monteiro de Carvalho, Roverto Cardoso Alves e alguns mais, "soi di sant" democratas-cristaos, ao lado de conhecidos esquerdistas,como Luciano Lepera, Rocha Mendes,Germinal Feijó e outros. Basta dizer, Senhor Diretor, que as greves mais prolongadas,conhecidas pela historia dos movimentos sociais de Sao Paulo, fo ram provocadas, patrocinadas, alimentadas e orientadas pela Frente Nacional do Tra balho, do Senhor Mario Carvalho de Jesus. De 1961 a 1963 - Participou ativamente da Comissão de Solidariedade a Cuba, onde ocupou diversos postos de relevo. Em dez 63 Foi um dos deputados estaduais que receberam manifestantes, convocados pelo Pacto de Ação Conjunta e outras entidades sindicais,que foram a Assembléia Legislativa de Sao Paulo, para entregar memorial de protesto contra o aumento do Imposto sobre Ven das e Consignações. Extrato de outras origens. Em 1967 - Manifestou-se favorável"a formação de um bloco independente,dentro do partido governista,para lutar pela democratização plena". Em 1968 - Assinou emenda a Constituição, apresentada re pelo Deputado Brito Velho, instituindo o sistema parlamentar de governo. - Subscreveu do cumento, apoiando a ação apostolar que Dom Helder Câmara exerce, em todo o Nordeste do Brasil. - Por ocasião da rejeição do projeto de anistia aos cassados, votou a favor da anistia, desobedecendo ao comando do Partido Governista. - Foi contra o pedido de licença para processar o Deputado Mareio Moreira Alves. Do Ministério da Marinha - Informação n9 0029-CONFIDENCIAL, de 7 Jan 69, do CENIMAR. Em Mar 66 - Co mo Deputado Estadual pronunciou, logo após a promulgação do AI n° 2, violento dis curso atacando o Governo Federal e os Atos Revolucionários. Do Ministério do Exer CRETO «ECRETOI - 131 - cito - Informação n9 29/69-S-102-CIE-CONFIDENCIAL, de 7 Jan 69, do CIE. Em Jun 61 "Recém chegado de Cuba, onde assistiu aos festejos de 19 de maio, o desembargador Osni Pereira Duarte pronunciou uma conferência, na noite de ontem, no Salão do Cen tro do Professorado Paulista, recebendo calorosos e prolongados aplausos. Abordou aspectos da revolução cubana para uma assistência que superlotava aquela dependên cia, palestra ilustrada com slides, focalizando Cuba atual; foi apresentado pelo medico carioca Mario Lins e Silva. 0 ato foi promovido pela Comissão Paulista de Solidariedade à Cuba foi presidido pelo Juiz de Direito Dacio De Arruda Campos e, entre outros, tomaram assento ã mesa, os deputados Roberto Alves Cardoso Em Jul 64 - Marcada para 11 Jul,as 10,00 horas da manha, reunião no Centro Politéc_ nico da Avenida Afonso Pena, reunião anti-revolucionaria.Nesse 29 Congresso irão comparecer os maiores simpatizantes da linha anti 31 de março como to Cardoso Alves Rober_ e os elementos da esquerda, da classe universitária. Em Out 64 - 0 epigrafado compareceu ao ato publico de repudio ao projeto do Minis^ tro da Educação, Senhor Flavio Suplicy de Lacerda, que visa eliminar o Órgão de representação nacional de estudantes, ou seja, a União Nacional de Estudantes(UNE) Referido ato realizou-se a 27 daquele mês ,na sede do Grêmio Politécnico e contou com a presença de,aproximadamente,450 pessoas. Em Jun 66 - Em torno da solenidade de inauguração da Frente Nacional do Trabalho (FNT), em Perus: Roberto Alves Cardo^ so, do ex-PDC,foi um dos que fizeram uso da palavra - A Frente Nacional de Traba_ lho, fundada por Mario Carvalho de Jesus, revelou-se entidade de fundo subversivo. Na oportunidade, preconizou-se que "com a união de todas as categorias de trabalha dores e estudantes, talvez tivéssemos um castelo no chão e nao no ar". Aludia a queda de Marechal Castelo Branco, então Presidente da República, em face da união estudante-operãrio. Foi muito aplaudido. Outros dados. 0 meio estudantil, princi palmente de nível universitário, voltou a ficar agitado, após o termino da vigen cia dó Art. 79 do AI. vários são os motivos e pretextos para a manutenção desse clima, tais como: combate ao "terrorismo cultural", "defesa da liberdade de dra", "solidariedade aos professores atingidos pelo Art. 79 do AI","eleições cate de novas diretorias dos Grêmios Estudantis" e, por ultimo, "Combate ao Ato de Extinção da UNE". "Todos esses temas - slogans são apregoados, defendidos e difundidos por todos os elementos esquerdistas,que militam nos setores de atividades escolares, imprensa e meios políticos partidários No setor político-partidario, engajado nas atividades estudantis, e de se notar a atividade dos deputados Roberto Cardoso Alves , os quais, juntamente com elementos de esquerda uni, versitária ,promoveram uma reunião para articulação de um movimento nacional de mo bilização e greves, sob os pretextos acima mencionados e tao a gosto do Partido Co munista". Em Jan 69 - É apontado pelo DPF/SP como membro ativista da "Juventude U niversitária Católica (JUC). Essa entidade e uma das origens da Ação Popular (AP). Outras Informações. - Votou contra medidas revolucionárias nos seguintes casos : - Projeto de Decreto-Legislativo n9 52/67, (cobrança do ICM sobre os derivados de petróleo). - Emenda à Constituição n9 4/67 (eleições diretas). - Projeto de Departamento de Imprensa Nacional ^- ÍECRETOÍ Lei SECRET v 'V"m^ CN 18/67 (Aumento do funcionalismo).- Licença para processar o Deputado Mareio Mo reira Alves. PRESIDENTE DA REPÚBLICA - 0 Presidente da Republica resolve cassar o mandato eletivo dos Deputados Yukishi- gue Tamura, Roberto Cardoso Alves e Antônio Sylvio da Cunha Bueno. Bom,meus Senho_ res. Agora temos um caso de simples suspensão de direitos políticos. E uma propos^ ta do Governo, em virtude de atitudes que se vem repetindo e que, ultimamente , cul minaram com quase agressão. Trata-se da Senhora Niomar Moniz Sodre Bittencourt,Os Senhores que não leram o Correio da Manha, edição apreendida em parte, nao podem saber perfeitamente dos motivos que levaram o Governo a esta decisão. Dona Niomar Moniz Sodré Bittencourt, é violentamente agressiva, vem desafiando gregos e troiíi nos, enfim tudo e a todos e, por isso mesmo, creio que ela ainda esta detida.0 que informa o Ministro da Justiça? MINISTRO DA JUSTIÇA - Senhor Presidente, eu ja encaminhei, de acordo com a Lei de Segurança, ao Procu rador-Geral da Justiça Militar, uma ação contra o Correio da Manha e, pessoalmente, contra ela. 0 Senhor Procurador já solicitou sua prisão preventiva. PRESIDENTE DA REPÚBLICA - (interrompendo) Ela esta detida? E neces saria essa detenção por mais tempo? MINISTRO DA JUSTIÇA - Ela esta detida. Cabe ao Juiz resolver o pedido de prisão preventiva. PRESIDENTE DA REPUBLICA - Ela e de tal forma agressiva,em suas ati^ vidades,que me consultaram e eu nao tive dúvidas... É um desacato às autoridades... As atitudes dela,ao ser chamada para depor,foram de uma violência extraordinária. Ela e Presidente de um grande grupo de imprensa. Eu sei que nos vamos ter o Correio da Manha, permanentemente, contra nos. MINISTRO DA INDUSTRIA E DO COMERCIO Senhor Presidente, a situação do Correio da Manha, sob o ponto de vista econômico financeiro,e perfeitamente insolvável - e esta atitude dela e do Jornal e proposjL tada, e para atribuir ao Governo a culpa pela ruina daquele matutino. Atribuir a este Governo a responsabilidade pelo insucesso daquela empresa jornalística... PRESIDENTE DA REPUBLICA - (interrompendo) Isso é verdade... nós não ÍSECRETO ÍSECRETO 4* - 133 - podemos aceitar. MINISTRO DA INDUSTRIA E DO COMÉRCIO - (continuando) Mas é claro. Eu, há pouco tempo, participei de um jantar, na casa de um parente meu, José Alberto de Macedo Soares, no qual estava presente Dona Nio mar, e tive o desprazer de sentar-me a seu lado. Ela foi agressiva,do começo ao fim. Alias eu conheço Dona Niomar mocinha, de há muitos anos, quando eu era Subche fe de Gabinete de João Carlos de Macedo Soares, no Ministério da Justiça. Eu o desprazer de ouvir,do principio ao fim do jantar,as coisas piores,não so tive quanto ao Governo,como a minha pessoa, o que nao importa. Quero dizer, ela é inimiga fejr renha, ela e anti-revolucionaria. MINISTRO DA JUSTIÇA - Eu acho que ela deve ser mais penalizada do que apenas a suspensão dos direitos políticos, tira-la da Presidência do Museu de Arte Moderna por exemplo... Ela nao e Presidente do Museu de Arte Mo PRESIDENTE DA REPUBLICA - derna, ela se declara patronesse... MINISTRO DA INDUSTRIA E DO COMERCIO - Parece-me profundamente perigoso que essas pessoas,com direitos políticos cas_ sados,tenham direito de ir e vir. Vejam o que aconteceu recentemente com Carlos La cerda, em Paris, em entrevista violenta, atacou os Ministros e eles sao para isso também, inclusive, verberou contra o Brasil, contra o Presidente da Republica. E esse homem tem o direito de viajar para onde quer. No caso do Senhor Carlos Lacerda, PRESIDENTE DA REPUBLICA - nos lhe concedemos passaporte porque ele ja havia programado essa viagem; creio que deve haver uma norma,para cada caso espe_ cífico, não é Doutor Magalhães?... MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES - 0 Governo da permissão pela concessão de passaporte. SECRETARIO-GERAL DO CONSELHO DE SEGURANÇA NACIONAL INFORMAÇÕES - EXTRATO DO PRONTUÁRIO DO SNI. - Visceralmente anti-revolucionaria - Agente de influência do Comunismo Internacional. - Faz parte de célula comunista constituida de jornalistas e intelectuais. - Proferiu discurso, como patrono do Curso de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco, atacando o Governo e Departamento de Imprensa Nacional SECRETO; ^tixumiwJÍ Ü SECRETO X ' ''.,, s, „Í o regime. - 0 Correio da Manha, sob sua direção: apoio a estratégia do Movimento Co munista Internacional; esmerou-se an desservir a democracia no pais; insuflou as |esquerdas, os estudantes, os trabalhadores e elementos do clero a realizarem festações hostis,ao regime e ao Governo; favoreceu e orientou agitações,que mani provia caram tensão, intranqüilidade pública e vultosos prejuizos ao país; publicou siste_ màticamente, artigos de notórios comunistas, como Paulo Francis, Mario Pedrosa,Paii Io de Castro, Newton Carlos e outros; fez intensa propaganda anti-revolucionaria ; deu invulgar destaque a figura de Ernesto Che Guevara, o lider comunista morto na Bolívia, cooperando com o plano de Fidel Castro de torná-lo um símbolo do "guerrilheiro heróico"; procurou desprestigiar o Governo e as Forças Armadas, etc. - Comu ínista da ala intelectual. - Após seus contatos com o Doutor Paulo Bittencourt ,Dire_ Itor do Correio da Manhã, notou-se a influência comunista no citado jornal. - Por sua influência, agentes comunistas foram infiltrados no Conselho Orientador do Co_r |reio da Manhã, tais como: Otto Maria Carpeaux, Olimpio Guilherme, Oscarino de Ara gão Vasconcelos, etc. - Figurou como integrante de uma célula comunista, no Rio de Janeiro, constituida de jornalistas e intelectuais. - Esteve na Tcheco-Eslováquia e na Republica Popular da China, a convite do Governo. - Viajou para a URSS. -Após a ação de terroristas contra o prédio,onde funciona uma livraria do Correio da Ma_ nhã, o citado jornal, sob a direção da marginada, inseriu artigos violentos contra o Presidente Costa e Silva, considerando-o responsável pelo referido atentado. -Co mo Diretora-Presidente do Correio da Manhã, compareceu ao Ministério do Exercito , a fim de tomar conhecimento do término da censura aos jornais, portando-se de ma neira arrogante. - A edição de 7 de janeiro de 1969 ,do Correio da Manha, logo no dia imediato, apresentou artigos violentíssimos contra o regime e o Governo, pelo que teve de ser apreendida. - Prestou declarações,na Delegacia do DPF da Guanabara tendo renovado críticas ao Governo e ao regime, alem de afirmar que o Ato Institucional n° 5 teve por finalidade encobrir a corrupção DISCURSOS PRONUNCIADOS - que reina na área do Governo Em Recife, em 21 de dezembro de 1968. Patrono dos bacha- relandos do Curso de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco."A mocidade de hoje,embora com os problemas inerentes a nossa época, desempenha o mesmo papel deflagrador que já desempenhou a mocidade de ontem. As velhas gerações possuem,sem dúvida, certo grau de experiência que não se deve desprezar. Mas essa experiência só é útil quando não aplicada para conter os jovens, a pretexto de evitar os seus excessos". "A nova geração tem motivos suficientes para acusar as gerações anterio res. Pode solicitar um ajuste de contas, e interrogar severamente. Que mundo nos pretendem deixar, como herança? um mundo de violências, de guerras, de gritantes de sigualdades, de miséria, de fome, de vícios, de crise, de ódio, de maldade?". ' Em todos os momentos difíceis da História, a mocidade,sobretudo nas escolas, desempenhou papel fundamental na luta pela liberdade e pela destruição dos regimes despo ticos, que se apoiam ilegitimamente na força das armas". "Quando, sobre uma Nação de sencadeiam-se as forças avassaladoras do despotismo politico, e sempre no seio de suas Universidades, e na consciência incorruptivel dos moços, que lhes enchem as ECRETO ! SECRETO; escolas, que se organizam os elementos de resistência ao regime de opressão e ex plodem os gritos de protesto contra os crimes da tirania... A liberdade não se en cadeia. Funde, nas fornalhas de seu egoismo, todos os grilhões, transformando-os em armas de combate e em instrumentos de triunfo. No primeiro instante, a vitória da força implanta o desanimo do terror, a paz dos cemitérios. Imobilidade efêmera.Mor te aparente. Acumulam-se as resistências,no silêncio desta tranqüilidade enganadora, como nas entranhas da terra trabalham,ocultamente,os elementos ígneos que vão produzir as grandes erupções vulcânicas. De repente, irrompem as explosões da cons ciência humana, que zombam de todas as opressões". "Nos momentos mais graves historia contemporânea no Brasil e no resto do mundo, a mocidade estudantil da tomou posição clara e decidida em defesa das causas populares. No Brasil, é bem edifican te o exemplo que deu, e que da, em sua luta contra o regime atual. Não se mostrou nem se mostra atemorizada diante da reação,que se desencadeou no País. Agiu e age com a altivez e a coragem,que o momento histórico solicitava. Aceitou e aceita i missão de protesto. Nao permaneceu, nem permanece em casa. Dispoe-se a lutar, como esta lutando. Nao teme as balas. Nao teme a cadeia. Nao teme a violência fisica.Es tá pronta a seguir o seu caminho, até a vitória final". EDITORIAIS - "INQUIETAÇÃO" 27 Jan 68 - "Onde esta o Presidente da Republica, que com um gesto de fidelidade aos anseios de ordem e paz do Pais, nao trava, em seu nascedouro, o clima de desa£ sossego em que se vem buscando asfixiar a Nação? Ou pretende o Marechal Costa e Silva colher dividendos de inquietação?" "CAIU A MÁSCARA" - 05 Abr 68 - "Não retor nou ao Rio o Marechal Arthur da Costa e Silva. Preferiu permanecer em Bage, nas fronteiras do Rio Grande do Sul, a vir, como era seu dever constitucional, assumir de fato a Presidência da Republica e o comando supremo das Forças Armadas, que lhe cabe por imperativo da Carta Magna. Sua omissão ja agora soa a cumplicidade". "ATE QUANDO?" - 07 Ago 68 - "Não há mais como duvidar: o Governo declarou a juventude i nimigo interno, que precisa ser esmagado. Ao optar pelo mergulho no discricionária mo, o Presidente da República rebaixa as Forças Armadas a condição de guarda preto riana do imobilismo, degradando-as em instrumento de repressão. Ate quando se obs tinará o Presidente da Republica em permanecer divorciado das aspirações nacionais? "A RESISTÊNCIA" - 13 Set 68 - "Não cumpriu,o Presidente da República,seu primeiro dever de não criar condições objetivas e subjetivas, para o putsch. E agora nao cumpre o dever imediato de impedir a sua consumação. O Senhor Costa e Silva se es tá mostrando indisposto não só a defender o País, como ao seu próprio mandato,pois já sabe que o primeiro objetivo do golpe e sua substituição,por um militar caste lista. Essa indisposição é desastrosa. Sobretudo porque o preço desse desastre quem paga é o povo brasileiro". "0 RESPONSÁVEL" - 08 Dez 68 - "já se sabe o que Governo vai dizer. Dirá que nada tem a ver com o duplo atentado de ontem também, que investigará a sua autoria e o Dirá punirá os terroristas. Nao investigara Nao punirá. Fez a mímica da investigação,sobre o assalto a Universidade de Brasi lia, mas deglutiu o inquérito. Na apuração desse assalto, o Presidente da Republica empenhara pessoalmente o prestígio de seu nome e de sua autoridade. Deglutindo Departamento de Imprensa Nacional — SECRETO o ECRET ——mm ,.:„,:<.,;: : \ r - "6 - inquérito, mostrou que a sua autoridade mede-se pela dimensão da inexistência. Con siderou a todos ,atos de rotina - a rotina da anarquia implantada no Pais. 0 Govei: no nao ê inocente. É cúmplice Governo que dispõe de colossal instrumento de informação, de gigantesco aparelho policial e de formidável aparato de espionagem, só usa esse instrumental para a prática da intimidação psicológica de seus adversa rios políticos, transformando,simultaneamente,os seus serviços secretos e nao se cretos em linha auxiliar do terrorismo. Mais do que indiferença, ha, no comporta mento do Governo, estímulo à violência. Ha conivência. 0 Correio da Manha não se preocupa em denunciar o País os agentes secundários do terror. Aponta a consciência nacional o responsável direto pelo terrorismo: o Presidente da Republi ca, Marechal Arthur da Costa e Silva". "A CONFIRMAÇÃO" - 10 Dez 68 - "Lembramos ês_ se lance dramático da vida brasileira - - para pôr em relevo o traço fun damental do Governo Costa e Silva. A cumplicidade com o terror. Um Governo que ne os que ficam dentro da lei, pu que nao oferece garantias aos que, com o seu trabalho, criam a riqueza e a cultura do País; que nao esboça sequer a mimi ca da investigação de atos atentatórios à paz publica e aos direitos individuais ; que se esmera em criar crises artificiais,como que envolve agora, a um so tempo, o Poder Legislativo e a Igreja; que declara a juventude de sua pátria,inimigo interno; que, além de fazer da repressão a sua filosofia administrativa, a faz correrpa ralela com a ação impune de terroristas - esse governo nao tem como, perante o jul gamento da Nação, absolver-se da sua inconsciência. "SEM CENSURA" - 07 Jan 69 -"As atuais leis de Imprensa e de Segurança são dois diplomas draconianos. Contra eles, pelo que têm de antidemocrática, já levantamos inúmeras vezes a nossa voz. Sao es sas duas leis,de guerra interna,que vao regular nossas atividades. Temos absoluta consciência do que há de potencialmente restritivo nesse fato. Apesar disto - e chegamos a isto - êle nos libera da presença de censores, sem nos impor a autocen^ sura. A primeira, tivemos de suportá-la contra a sua violência,reagindo por todos os meios que a inteligência humana poe ã disposição de quantos lutam contra a pre potência. A segunda, fulminaríamos com a repulsa de quem nao afina seus critérios de julgamento pelos padrões de eventuais detentores do poder. Quem a promove ou exige tem uma visão do Brasil já deformada, na melhor das hipóteses, pelo uso a do poder tanto mais deletério .quando usado discricionàriamente". "INCONSEQUENCIAS" 07 Jan 69 - "Transcorridos quase 30 dias sobre a edição do Ato Institucional n° 5, traumatizada pela nova violência a que foi submetida por um governo,que quase ritualisticamente proclamava jamais afastar-se da Constituição, ou consentir no seu estupro, a Nação pergunta porque, para que, a que veio o AI-5. Viu, a sua sombra , sobre sua invocação, serem presos jornalistas, intelectuais, parlamentares, políti cos, artistas, homens e mulheres. A subversão, pelo menos como perigo iminente de guerra interna, mostrou que era um mito. Adrede manipulado, mas um mito. Ja nao e mito a corrupção. Denunciou-se,pelo menos, o manifesto militar da EAO. Sabe-se outros documentos militares, que tratavam de seu crescimento, espantosamente de impu ne, inclusive nos altos círculos governamentais. Criou uma comissão para investigar enriquecimento ilícito. Para presidi-la nomeou o Ministro da Justiça, precisa SECRETO ; \ SECRETO - 137 - mente uma das altas autoridades acusadas publicamente de corrupção. A Nação per gunta se essa comissão, presidida por alta autoridade, acusada de crimes que ela vai apurar, merece ser levada a serio. Pergunta, ainda, que autoridade tem para combater a corrupção um Governo que, na pessoa de vários de seus membros, é acusa do de corrupto, tanto pela oficialidade da EAO, como por um jornal estrangeiro,da importância do "The New York Times". PRESIDENTE DA REPUBLICA - 0 Presidente da Republica resolve suspen der os direitos politicos de Dona Niomar Moniz Sodre Bittencourt. Agora temos um caso de suspensão de direitos politicos e cassação de mandato eletivo municipal. Trata-se do Juiz Auditor José Tinoco Barre to. Esse homem esta louco e precisa ser cassado, porque mudou completamente. dos o conhecem, era dos mais revolucionários em Sao Paulo e depois To mudou ( murmú rios). Elegeu-se vereador, mas acho que nao deve tomar posse. Assim, vamos puni Io com a suspensão de direitos politicos e cassação de mandato eletivo municipal. Como Juiz Auditor, era revolucionário, depois mudou e passou a fazer política,ten do sido eleito vereador. SECRETARIO-GERAL DO CONSELHO DE SEGURANÇA NACIONAL - ENTREVISTAS A IMPRENSA - "Correio da Ma nha", 26 Mai 65 - Acusa o Cmt do II Ex de endossar calúnias, fazendo o jogo daqueles que querem incompatibiliza-lo. "Jornal do Brasil", 19 Dez 65 - Acha que o Senhor Jânio Quadros nao pode ser indiciado no IPM do ISEB, por omissão. "Correio da Manha, 6 Set 67 - A Justiça está sendo vi£ lentada e conspurcada; fala-se era democracia, mas ela nao e praticada; fala-se em legalidade, mas se contraria a lei. Estou desencantado com a falsidade que vigora no País. INFORMAÇÕES EXISTENTES - Radio 677, 31 Ago 64, Cmt IV Ex - Indiciado IPM Universidade Recife. - Informe n9 92/67, 2a Seç II Ex, 2 Fev 67 - Comentou pretendia deixar a magistratura, para exercer assessoria juridica junto a que Indus trias Reunidas Sao Jorge, pertencente ao Grupo Chamas. Como se sabe, o Moinho Sao Jorge vem sendo objeto de inquérito pelo DFSP, por desvio de cerca de 18.000 tonje ladas de trigo. - Relatório do Serviço de Rádio Escuta do DOPS/SP. Em entrevista no Canal 4, disse: "eu por nao admitir a conspurgaçao da democracia, por nao admi tir a conspurgaçao da liberdade, por não admitir a conspurgaçao da lei, é que dou a eles comunistas, aquilo que eles nao reconhecem, o direito a liberdade". - Ofi cio 177-E2, Cmt II Ex, 12 Set 67. A atuação, como juiz togado do Conselho de Jus tiça, tem causado mau estar e constrangimento, tanto no meio militar, como no meio civil, por: receber homenagens de elementos notoriamente corruptos, usar ar gumentação tendenciosa, para absolvição de corruptos e subversivos. - Informação n9 636, D2/DF Gab Ministro, 25 Set 67. Citado por todas as autoridades dos Servi_ ços de Informações do Estado Departamento de Imprensa Nacional — de Sao Paulo, como elemento fundamental no incenti r.S E C R E T O 1 **i4i ECRETO \\ v - 138 - vo às atividades de subversivos naquele Estado. Extrato Prontuário, II Ex, Set 67 Recebeu em sua residência, entre 29 Jan e 15 Fev, vereadores de OSASCO, indiciados em IPM, a ser julgado pela 2a Auditoria. - Mandou por em liberdade vereadores pre sos de OSASCO, para que pudessem votar nos trabalhos de recondução do prefeito. Vo tou contra a prisão de dois comunistas da linha chinesa. - Criticas a Revolução e ao AI n9 1. Aspectos simpáticos para os casos Miguel Arraes e Juscelino. - Em cer tidões, fornecidas a dois vereadores indiciados de maneira idêntica em IPM,ao reu confesso, forneceu certidão, abonando sua conduta, o que possibilitou a candidatura dos mesmos a cargo eletivo. - Revelou depoimentos prestados no IPM do ISEB, sem autorização do encarregado do IPM. - Anulou flagrante contra comerciantes, que cidiram na Lei de Economia Popular. - Obstruiu a denuncia do Prefeito de Sao in José dos Campos, pelos crimes de subversão e corrupção, possibilitando a candidatura do indiciado em IPM, a Deputado Estadual. - Recebeu, em mãos, provas de ação subversi_ va de Dario Canale, entregue pelo DPF e sonegou as mesmas ao CPJ. - Orientou oCPJ para expedição de alvará de soltura de Dario Canale. Extrato do Prontuário do SNI. Tolheu ações de caráter preventivo do Cmt do II Exercito e da Secretaria de Segu rança do Estado, por entender que o Exercito so pode instaurar IPM para apurar cri. mes militares e que, tanto ele, quanto a Secretaria de Segurança, sao incompeten tes para apurar crimes contra a Segurança Nacional. - Por suas atividades, tornou a área de Sao Paulo vulnerável às ações do PC do B, do PCB,da AP e outras organiza çoes comunistas ou subversivas. - Autorizou professor (condenado a três anos e seis meses de prisão, por exercício de atividades comunizantes, através de sua tedra) a ausentar-se diariamente da prisão, para continuar lecionando em ca colégio estadual. - Classificou o atual regime como uma ditadura cretinamente disfarçada.Declarou, sobre sua filiação ao MDB: "eu me considero um revolucionário traído, C£ mo traída foi a própria Revolução, que nao houve; quero lutar contra o militarismo imperante, contra a recolonizaçao do Brasil e pela revisão das cassaçoes. PRESIDENTE DA REPUBLICA - 0 Presidente da Republica resolve suspen der os direitos políticos e cassar o manda to eletivo do Juiz Auditor José Tinoco Barreto. Concluímos, por hoje, os trabalhos de audiência do Conselho de Segurança Nacional, com vistas as decisões do Presiden te da Republica, na aplicação de sanções de suspensão de direitos políticos e cas sação de mandatos eletivos, preconizados no Ato Institucional n° 5. Agradeço a co operação de todos e o alto espírito de patriotismo demonstrado pelos Senhores Con selheiros, porque acho, que submetidos estes assuntos a discussão, parece que nos nos esquecemos de que estamos vivendo uma situação de fato. Com algumas nuances , com esse exame meticuloso, quase que procuramos justificar as nossas decisões, o que é bom do ponto-de-vista espiritual, do ponto-de-vista de consciência de cada um Nos nao estamos tomando decisões partidárias. Sei, ainda, que muitos desejariam que outros tantos nomes estivessem examinados. Pela leitura das fichas, aparecem nomes ECRETOf |SECR£TO< - 139 - de pessoas que, pela situação, parece que deveriam ser cassadas. Por exemplo: reu niao na casa de Dona Fulana de Tal e Dona Fulana não é cassada. Nao foram cassados porque a participação deles se cingiu, praticamente, a oferecer a casa. No caso de Dona Ligia, por exemplo, a nao ser a reunião em Brasília, nada apareceu contra Ia. Ê evidente que há o fato negativo do seu marido. Quanto a Dona Julia e Stein bruch, somente o marido estava seriamente comprometido, ela não. MINISTRO DA MARINHA - (interrompendo) Ela é muito mais perigosa. PRESIDENTE DA REPÚBLICA - (continuando) Talvez ela seja mais inteli gente, porque nao se comprometeu e nos só podemos nos basear em fatos, porque, caso contrário, não acabaríamos mais. Eu es^ tou explicando porque nao aparecem determinados nomes. Nao aparecem porque nós ejs tamos nos baseando em fatos, em atuações, alguns ou algumas discutiveis, mas,de ma neira geral, a pesquisa tem sido bem feita. Hoje ainda, vamos tomar, não é para apreciação do Conselho de Segurança Nacional, vou apenas fazer a participação, ai gumas medidas para sanar uma das maiores omissões da Revolução de 1964 e que foi justamente a de ter se considerado intangivel o STF. Nos iamos, naquela ocasião, e liminar alguns ministros, mas o Doutor Francisco Campos sugeriu nao o fazermos, ça ra preservar, pelo menos, um dos Poderes. Mas os homens que Ia ficaram e que deve riam ter sido aposentados, ou cassados, ou afastados, naquela ocasião, nao se com portaram de acordo com a devida dignidade, com relação a Revolução. Eles tf* ostenta * 0> „» ram muitas e repetidas vezes suas idéias anti-revolucionarias e contra-revoluciona rias. Fizemos um estudo apolitico, examinamos com extremo cuidado e chegamos a con clusao de que três homens precisam ser aposentados. Três homens que, inclusive nao vieram da área da magistratura. Foram homens nomeados, talvez, sob o critério poli tico. Vou revelar os nomes porque o Decreto de aposentadoria será assinado ainda no je: Ministro Evandro Lins, Ministro Hermes Lima e Ministro Nunes Leal. Esses hq mens, durante todo este tempo, foram sistematicamente contra a Revolução, votando sempre contra, quase mesmo sem estudar o mérito das questões. Sei que outros proce deram assim. Vou tomar uma decisão que e seria - importante, e da qual eu assumo inteira responsabilidade. 0 faço porque já incidi nesse erro uma primeira vez, não quero fazê-lo pela segunda vez. Naquela ocasião, ja estávamos estudando a e cas sação, a suspensão, nao sei o termo da sanção, a ser aplicada a esses homens, mas atendendo as ponderações de um homem, que muito colaborou na edição do Ato Institu cional número 1, Doutor Francisco Campos, não o fizemos. Três ou quatro meses de pois, êle me disse: "como erramos, o Senhor é que estava certo". Aqueles homens oon tinuaram não correspondendo ao que esperávamos deles, que era pelo menos a justiça Por várias vezes, o Doutor Francisco Campos referiu-se ao erro cometido naquela o casião, ao que eu lhe dizia "não se esqueça que se houver outra oportunidade, eles nao escapam". Hoje estou cumprindo o prometido, estou corrigindo um erro. Sei que Departamento de Imprensa Nacional — E C R £ TQí MAWMHI ECRET • V^\ isto vai causar um • i • 1M abalo muito grande, porque a situação de hoje não e bem a mes ma de 1964. Naquela ocasião, nós derrubávamos o Governo, agora nos afirmamos o Go^ vêrno, a situação é diferente. Quanto ao STF, a minha idéia, em principio, e a se guinte: 0 nosso Ministro da Justiça ja tem um estudo para se fazer uma reforma no Judiciário Nacional, por essa reforma, o Tribunal nao precisará contar com dezes_ seis Ministros. Pretendemos não substituir esses três Ministros que saem, e ainda aproveitar as vagas de mais dois, que se aposentarão este ano, para reduzir aquela Corte a onze membros. A idéia do Ministro é criar mais um Tribunal Superior de Jus_ tiça, para ficarmos com o Superior Tribunal Militar, o Superior Tribunal Eleitoral, o Superior Tribunal do Trabalho e o novo, o Supremo Tribunal da Justiça Federal talvez assim, sé chegarão ao Supremo Tribunal Federal as causas ja bastante estuda das por esses quatro Tribunais. Nos, então, nao substituiremos os Ministros aposen tados, para que não se pense que estamos abrindo vagas para a, b ou £. Absolutamen te, não. Ainda aproveitaremos as vagas decorrentes, este ano, da aposentadoria dos Ministros Lafayette de Andrade e Temístocles Cavalcanti, que nao serão preenchidas, para ficarmos com os onze Ministros, previstos no STF. Essa reforma, que esta sen do estudada, será oportunamente, submetida ã apreciação dos homens capazes. Agora mesmo estou lendo, nos jornais, que este ano o STF já recebeu oitocentos processos Nos Estados Unidos, a Suprema Corte estuda, parece que a vigésima parte do número estudado aqui no Brasil. MINISTRO DA JUSTIÇA - Senhor Presidente, com licença. No ano pas sado o Supremo Tribunal Federal julgou dez mil e oitenta processos, e este ano ele já recebeu cento e oitenta e seis processos. PRESIDENTE DA REPÚBLICA - Mas isso é o cúmulo, afinal aquilo e a cúpula, aquela e a ultima instância. Assim ele se torna até um órgão político (murmúrios).Eles serão aposentados, nos vamos ferir também a Justiça Militar, nós vamos aposentar o Ministro Pery Bevilacqua. MINISTRO DA INDÚSTRIA E DO COMÉRCIO - Êle não cairia na compulsória este ano ? PRESIDENTE DA REPÚBLICA - Êle cairia em julho, mas êle tem perturba do demais, êfe tem sido um contra-revolucio nãrio A própria área militar acha que êle está demais no Superior Tribunal Militar. Precisaríamos fazer outras intervenções naquela Corte, mas vamos fazer so uma,a título de exemplo. Vou continuar apelando ao Conselho de Segurança Nacional, pois preciso do apoio dos membros deste Conselho para tomar estas decisões e continuar o nosso trabalho, no sentido de bem cumprir o nosso dever. Eu para nao te- nho nenhum prazer em exercer essas funções autoritárias, discricionárias, mas sen do elas necessárias para o País, eu as cumpro com toda a coragem e com um ECRET certo N.» 141 prazer pelo dever cumprido. Agradeço a todos. Boa noite. PRESIDENTE DA REPUBLICA .^ ^ ± r: L*±=d s*t\^Ji ^a -. VICE-PRESIDENTE DA REPUBLICA MINLS^^TDTJÜSTIÇA CHEFE DO GABINETE CIVIL DA PRESIDEN CIA DA REPÚBLICA \ f7fc^f-e. CM < ' //// MIMSTRO / yi. DAS RELAÇÕES EXTERIORES MINISTRO DA FAZENDA / ZL- < = / ~y^> Cf» 7 MINISTRO DA MINISTRO DOS TRANSPORTES AGRICULTURA fíà/UlDulu MINISTRO DA EDUCAÇÃO E CULTURA flINISTRO INISTRO DO TRABALHl TRABALHO E SOCIAL Departamento de Imprensa Nacional — I S E C R E TO k,S*SÉ PREVIDÊNCIA SECRETO ' ——• - 142 - MINISTRO DA AERONÁUTICA MINISTRO DA SAÚDE *^b^<-JL>pc-pcrL^ MINISTRO DA INDUSTRIA E / DO COMÉRCIO MINISTRO DO INTERIOR MINISTRO DO PLANEJAMENTO \ COORDENA ÇÃO GERAL CHEFE DO SERVIÇO NACIONAL DE INFOR MINISTRO DAS COMUNICAÇÕES MAÇÕES CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA ARMADA CHEFE DO ESTADO-MAIOR DAS FORÇAS ARMADAS CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA AERONÁUTICA CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO EXERCITO -GERAL DO CONSELHO DE JRANÇA NACIONAL SECRETO!