(formato pdf) da Edição nº 4116 de 07.07.2011
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7 de Julho de 2011 7 Julho 2011 SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ Director: ALBERTO GERALDES BATISTA Ano LXXXII – N.º 4116 Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00192009SNC/GSCCS PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS 2350-999 TORRES NOVAS TAXA PAGA Preço 0,50 € c/ IVA Em 16 de Julho de 2011 Nota Pastoral Avaliar para evoluir António Vitalino, Bispo de Beja Estamos a chegar ao final de um ano escolar e também pastoral, alguns alunos ainda têm algumas provas a prestar, os educadores avaliam os seus alunos, os pastores refletem sobre a sua atividade apostólica, tendo em conta as prioridades do seu ministério e os respetivos planos pastorais a nível diocesano, paroquial, dos serviços e movimentos em que estão empenhados, para planificar melhor o próximo ano, ultrapassando deficiências e potenciando o que pode fazer avançar as respetivas comunidades na realização dos seus objetivos. O nosso novo governo optou por apresentar o seu programa, prescindindo de avaliar os erros do passado, talvez para não ferir ninguém e assim não criar inimigos da sua ação, que, mais que nunca, precisa de congregar forças, para ultrapassar a crise em que estamos imersos. É uma possibilidade, sobretudo quando se começa, mas não pode ser a atitude de quem termina um ciclo e começa outro. Celebram BODAS DE OURO SACERDOTAIS os padres Alberto Batista, Joaquim de Sousa e Luís Brenlha Página 5 Novo bispo de Coimbra quer apoiar jovens e famílias carenciadas O novo bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, que foi ordenado em Fátima, no dia 3 de Julho, quer “gastar grande parte do tempo com os jovens”, porque considera que é o sector da população que se depara com “maiores dificuldades”. Em entrevista ao programa Ecclesia, da RTP2, o ex-reitor do Santuário de Fátima sublinhava que “os cursos, a dificuldade de encontrar trabalho e os problemas de realização” obrigavam a juventude a “adiar um conjunto de soluções por não ter uma vida estabilizada”. Na diocese de Coimbra, com 220 paróquias (bem mais que as 75 de Leiria-Fátima), o novo bispo enfrenta o problema da escassez de clero. Que provoca a situação “anómala” das “muitíssimas” assembleias de domingo sem padre. D. Virgilio afirma, também, que vai pôr em marcha um programa de emergência social para ajudar a minorar o sofrimento de muitas famílias da Diocese afectadas pelo desemprego e pela fome. Marcello Panni em Beja Festival Terras sem Sombra encerra a edição de 2011 com apoteose para banda militar e coro infantil Página 6 O Padre Alberto Geraldes Batista, nasceu em Valverde, concelho de Fundão, em 22 de Abril de 1937, filho de António José Batista e Ana de Brito Salvado Geraldes. Entrou no Seminário de Beja, em 29 de Setembro de 1949, onde fez os 8 anos do curso Preparatório e de Filosofia (1949-1957). De 1957 a 1961, estudou na Universidade Pontifícia de Comilhas (Espanha), orientada pelos padres Jesuítas, tendo ali obtido Licenciatura em Sagrada Teologia. Ordenado Sacerdote, na Sé de Beja, por D. José do Patrocínio Dias, em 16 de Julho de 1961, celebrou “Missa Nova”, em Valverde, em 6 de Agosto. De 1961 a 1964, esteve no Seminário como formador, continuando como professor, até 1969. De 1964 a 1970 foi capelão das Irmãs Oblatas do Divino Coração na Casa de Santa Maria. De 1964 a 2007 foi professor do Liceu Nacional Diogo de Gouveia e da Escola Preparatória Mário Beirão, em Beja, leccionando Religião e Moral, Latim, Português, Filosofia e Jornalismo. De 1967 a 1988, foi pároco de S. Matias, no concelho de Beja. É pároco de Santa Maria da Feira, em Beja, desde 7 de Outubro de 1973, director do jornal da Diocese “Notícias de Beja” e director do Secretariado Diocesano das Comunicações Sociais, desde 1 de Outubro de 1982. O nosso Bispo, D. António Vitalino, preside a uma solene concelebração eucarística, de acção de graças, na igreja de Santa Maria de Feira, em Beja, às 18 horas, no dia 16 de Julho, associando-se ao jubileu do Pároco, Padre Alberto Batista e seu condiscípulo Padre Joaquim de Sousa, residente em Safara. O Padre Joaquim Ferreira de Sousa nasceu em Paços de Gaiolo (Marco de Canaveses), em 09 de Janeiro de 1926. Foram seus pais José Ferreira de Sousa e Maria Augusta de Jesus. Após o serviço militar e vários anos de actividade na agricultura, fazendo, entretanto, trabalho pastoral como militante e dirigente da Acção Católica Rural entrou no Seminário de Beja, em 14 de Outubro de 1949. Aqui fez o curso Humanístico-Filosófico (1949/1957), tendo cursado Teologia no Seminário dos Olivais (Lisboa) durante 4 anos (19571961). Foi pároco de Sines (1961-1973) e Castro Verde (1973-1985). De 1985-1987 fez parte da equipa formadora do Seminário de Beja, como professor e director espiritual, prestando também serviço pastoral em Selmes (Vidigueira). De 1987 a 2007 foi pároco e Director da Casa da Divina Providência e Maria Auxiliadora, em Safara. Reside actualmente em Safara, colaborando com o pároco em algumas actividades pastorais e ajudando os colegas do Arciprestado de Moura. O Padre Luis Manuel Brenlha Lopes nasceu a 16 de Setembro de 1929, no Porto. É filho de Luís Brenlha Rodrigues e de Antónia Lopes Espassadim. Depois de frequentar, durante 4 anos, a Escola Comercial Oliveira Martins, no Porto, e trabalhar como empregado, cerca de 5 anos, entrou no Seminário de Beja a 29 de Setembro de 1949, onde fez estudos preparatórios e de Filosofia. A Teologia foi no Seminário de Cristo Rei dos Olivais, de 1957 a 1961. Foi ordenado Presbítero, na Sé de Beja, por D. José do Patrocínio Dias, a 16 de Julho de 1961. Esteve 3 anos no Seminário de Beja, como prefeito e professor de Matemática (1961 - 1964). Em 10 de Outubro de 1964, tomou posse da Paróquia de Milfontes onde esteve até 3 de Setembro de 1966, leccionando Religião e Moral no Instituto de Nossa Senhora de Fátima. Voltou à cidade de Beja e foi professor do Liceu de Beja, até 22 de Março de 1991, leccionando Religião e Moral e Português. Foi pároco de Nossa Senhora das Neves, de 1980 a 1991, e de Baleizão de 1988 a 1991. Por motivos de saúde, voltou à terra natal, em fins de Março de 1991, prestando serviços na paróquia do Bonfim, até 24 de Junho de 2000. Desde essa data colabora com o Reitor da igreja dos Congregados do Porto. Página 4 RELIGIÃO 2 – Notícias de Beja 7 de Julho de 2011 Lemos para os nossos leitores (63) XV Domingo do Tempo Comum Ano A As catequeses de Bento XVI (XXXIII) Na catequese de 1 de Setembro de 2010, o Santo Padre, relembrando a Carta Apostólica de João Paulo II” Mulieris dignitatem” (1988), anunciou que passaria a falar das figuras femininas que mais ilustraram a história da Igreja pela santidade da vida e pela riqueza dos seus ensinamentos, e começou a série por três grandes santas beneditinas da Alemanha Medieval. Santa Hildegarda de Bingen (1098-1179) Hildegarda nasceu na Renânia (Alemanha) de família piedosa. Aos 8 anos a sua formação confiada a uma viúva consagrada, passando a viver numa pequena comunidade feminina instalada numa dependência do mosteiro de Santo Disibod de monges beneditinos. Tendo tomado o hábito religioso, foi eleita em 1136 superiora dessa comunidade, que se transferiu para um mosteiro autónomo em Bingen. Apesar da saúde frágil, aí faleceu aos 81 anos. Dotada desde muito nova de visões místicas, passou a ditá-las ao monge Volmar, seu conselheiro espiritual, e mais tarde, para se assegurar da sua autenticidade, submeteu-as a S. Bernardo de Calaraval, que lhes deu a sua aprovação. Pouco depois foi o próprio Papa Eugénio III que interveio, autorizando Hildegarda a passar a escrito as suas visões e a falar delas em público. Os seus contemporâneos começaram a tratá-la por “Profetiza Teutónica”. Essas visões, baseadas sobretudo no Antigo Testamento, embora traduzidas em linguagem poética e simbólica, eram ricas de ensinamentos teológicos. Mas, além delas, chegaram até nós muitos escritos, quer sobre os mistérios da fé cristã, como os da Santíssima Trindade, da criação e da relação vital do homem com Deus, quer sobre medicina, ciências naturais e música, quer ainda centenas de cartas. E o Santo Padre, depois de citar várias passagens destas cartas, terminou dizendo: «Peçamos ao Espírito Santo que suscite na Igreja mulheres santas e corajosas como Santa Hildegarda de Bingen, as quais, valorizando os dons de Deus, dêem preciosa contribuição ao crescimento espiritual das nossas comunidades». Santa Matilde de Hackeborn (1241?-1299) Nasceu em 1241 ou 1242 no castelo de Helfta, terceira filha do barão de Hackborn. Aos 7 anos a mãe levoua ao mosteiro de Rodersdorf onde vivia sua irmã Gertrudes. Fascinada pelo ambiente, conseguiu que aí estudasse, acabando de ser admitida como religiosa em 1258, quando o mosteiro já se tinha transferido para Helfta. Aí se distinguiu pela humildade, fervor, amabilidade e transparência com que se relacionava com Deus, com a Santíssima Virgem e com os santos. Das qualidades naturais, ressaltava a sua voz suave e harmoniosa, que lhe valeu o epíteto de “Rouxinol de Deus”. Favorecida pelo dom da contemplação mística, Matilde compôs muitas orações e foi mestra atentamente escutada pelas monjas e mesmo por pessoas que acorriam ao mosteiro para a ouvirem e lhe pedirem conselhos. Santa Gertrudes, a Grande (1256-1301) Pouco se sabe da sua família e do lugar onde nasceu, provavelmente em 1256. Aos 5 anos, foi mandada para o mosteiro de Helfte, onde teve como mestras e grandes amigas, Matilde de Hackeborn e sua irmã Gertrudes. Foi uma estudante extraordinária, aprendendo com entusiasmo o que então se designava por artes liberais; gramática, dialéctica, retórica, aritmética, geometria, astronomia e música. Aos 25 anos, tomando consciência da frivolidade da sua vida, fez-se religiosa e passou a viver em grande intimidade com Deus, entregando-se às práticas penitenciais, à oração contemplativa e aos escritos de edificação espiritual como forma de apostolado, nomeadamente “O Arauto do Amor Divino”, “As Revelações”, e “Os Exercícios Espirituais” Preparou-se para morrer nas mãos de Deus misericordioso, o que aconteceu por volta dos 46 anos de idade. O Santo Padre, citando várias passagens dos seus numerosos escritos, concluiu que a vida e os ensinamentos de Santa Gertrudes, longe de se perderem no passado, são perfeitamente actuais. + Manuel Franco Falcão, Bispo emérito de Beja Irmã Felismina, das Oblatas do Divino Coração, celebrou 50 anos de Profissão Religiosa Felismina Rodrigues Pereira nasceu em Clarines, concelho de Alcoutim, a 9 de Agosto de 1936. É filha de Felismina Rodrigues Palma e de José Fernandes Pereira. Chegou a Beja, à Casa de Santa Maria, a 15 de Janeiro de 1959 e, a 14 de Julho do mesmo ano, tomou hábito na Congregação das Oblatas do Divino Coração. Fez a sua Consagração Religiosa a 23 de Junho de 1961, dia do Coração de Jesus e, cinco anos depois, a 17 de Junho de 1966, fez a Profissão Perpétua. Pertenceu às Comunidades do Patronato de Santo António, em Beja, do Jardim-de-Infância Nossa Senhora do Carmo, em Moura, e do Jardim-de-Infância Nossa Senhora da Piedade, em Odemira, onde trabalhou com crianças. Actualmente pertence à Comunidade da Casa do Divino Coração, em Fátima, onde faz acolhimento aos peregrinos na Capela da Reconciliação. Fez catequese nas várias paróquias por onde passou e participou em várias Missões Populares por toda a Diocese de Beja. A Irmã Felismina Rodrigues Pereira (em religião, Irmã Espírito Santo) celebrou, no dia 1 de Julho, na Sé de Beja, as suas Bodas de Ouro de profissão religiosa. Presidiu à concelebração eucarística o nosso Bispo, D. António Vitalino. Presentes 8 sacerdotes representantes das Congregações Religiosas que trabalham na Diocese e muitos fiéis, que enchiam a parte central da Sé, contando-se, entre eles, a sua numerosa família, vinda do Algarve e outros lugares do País e do Estrangeiro. À homilia, o Senhor Bispo lembrou a história da fundação da Congre- gação das Oblatas do Divino Coração, por D. José do Patrocínio Dias, e estimulou as actuais Irmãs a fomentarem o culto do Coração de Jesus e a empenharem-se no serviço de evangelização da Diocese como determinam os estatutos da Congregação. Celebrando-se, neste dia, a Festa Litúrgica do Coração de Jesus, títular da Sé de Beja, D. António Vitalino explicou o sentido do amor de Deus para com a humanida de e disse que a verdadeira devoção ao Sagrado Coração deve manifestar-se no amor ao próximo, traduzido na generosa partilha de bens espirituais e materiais. Ao fim do dia, as Irmãs Oblatas ofereceram um jantar de confraternização, no Seminário, durante o qual foi projectado um vídeo sobre a história da Congregação, tendo a Irmã Felismina dito algumas palavras emocionadas a explicar como surgiu a sua vocação e de sua Irmã Margarida (já falecida), também ela Religiosa das Oblatas, e o que tem sido o seu caminhar na vida religiosa no decurso destes 50 anos. Alberto Batista 10 de Julho de 2011 O Senhor fala-nos “de muitas e variadas formas”. - No silêncio da noite, ou no bulício do dia; na mulher que se desfaz em lágrimas, ou na criança que brinca -. A voz de Deus manifesta-se nos mais insignificantes acontecimentos. Todas as coisas são imagem de Deus, se bem que imperfeitas. Em todas elas é Cristo que opera e nelas se comunica. Interroguemo-nos pois sobre a atenção que nos tem merecido essa voz de Deus e, muito particularmente, a Palavra ouvida e lida na Sagrada Escritura. I Leitura Is 55, 10-11 Na terceira leitura deste domingo, o Senhor vai comparar a palavra de Deus à semente, que é lançada à terra. Mas, desde já, nesta primeira leitura, nos é dito, pela boca do profeta, que a semente da palavra tem em si mesma uma força divina que a torna eficaz, cheia de capacidade para que possa produzir todo o alimento de que o homem necessita para o seu espírito. Leitura do Livro de Isaías Eis o que diz Senhor: “Assim como a chuva e a neve que descem do céu não voltam para lá sem terem regado a terra, sem a terem fecundado e feito produzir, para que dê a semente ao semeador e o pão para comer, assim a palavra que sai da minha boca não volta sem ter produzido o seu efeito, sem ter cumprido a minha vontade, sem ter realizado a sua missão”. Salmo Responsarial Salmo 64 (65) Refrão: A semente caiu em boa terra e deu muito fruto. II Leitura Rom 8, 18-23 O pecado do homem faz com que toda a criação, de que o homem é a cabeça, participe no estado de escravatura a que ele próprio se reduziu, mas a libertação, que de Deus nos vem por Jesus Cristo, háde estender-se a todas as criaturas e fazer como que uma nova criação. E assim todos e tudo encontrarão a unidade em Deus, pos Jesus Cristo. Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos Irmãos: Eu penso que os sofrimentos do tempo presente não têm comparação com a glória que se há-de manifestar em nós. Na verdade, as criaturas esperam ansiosamente a revelação dos filhos de Deus. Elas estão sujeitas à vã situação do mundo, não por sua vontade, mas por vontade d’Aquele que as submeteu, com a esperança de que as mesmas criaturas sejam também libertadas da corrupção que escraviza, para receberem a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Sabemos que toda a criatura geme ainda agora e sofre as dores da maternidade. E não só ela, mas também nós, que possuímos as primícias do Espírito, gememos interiormente, esperando a adopção filial e a libertação do nosso corpo. Evangelho Mt 13, 1-23 Jesus fala em parábolas. Hoje apresenta a do semeador. A palavra de Deus, fonte de vida, continua a ser semeada sobre a terra imensa dos homens e produzirá muito fruto, se essa terra for capaz de a receber. A palavra vem a nós em cada celebração litúrgica, na leitura individual da Sagrada Escritura, no eco que dentro de nós se faz ouvir a partir das vezes em que, no passado, a escutámos, desde os tempos, talvez distantes, da catequese ou da família onde crescemos, e até nos acontecimentos da vida e na própria voz da criação. Tudo nos repete a palavra de Deus Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-Se à beira-mar. Reuniu-se à sua volta tão grande multidão que tede de subir para um barco e sentarSe, enquanto a multidão ficava na margem. Disse muitas coisas em parábolas, nestes termos: “Saiu o semeador a semear. Quando semeava, caíram algumas sementes ao longo do caminho: vieram as aves e comeram-nas. Outras caíram em sítios pedregosos, onde não havia muita terra, e logo nasceram, porque a terra era pouco profunda; mas depois de nascer o sol, queimaram-se e secaeam, por não terem raiz. Outras caíram entre espinhos e os espinhos cresceram e afogaram-nas. Outras caíram em boa terra e deram fruto: umas, cem; outras, sessenta; outras trinta por um. Quem tem ouvidos, oiça”. OPINIÃO 7 de Julho de 2011 Notícias de Beja – 3 Leis e serviço à comunidade Na anterior legislatura um deputado do PS, passados meses, abdicou do seu mandato e deu como razão que tinha ido para a Assembleia para conseguir a lei do casamento dos homossexuais. Porque já o tinha conseguido, não havia razão para permanecer por ali mais tempo. Ao iniciar-se a nova legislatura é oportuno reflectir um pouco sobre a missão legislativa da Assembleia da República, o valor de quem a ela preside, quem ocupa, ciente da sua missão, o lugar de deputado ou simplesmente por lá anda. Nas eleições para este órgão da soberania parece contar mais, por parte dos eleitores, a preocupação pelo partido a que dão o voto do que o juízo sobre os candidatos propostos. E este juízo torna-se necessário quando se sabe que alguns deles estão lá mais como obedientes silenciosos, que protagonistas competentes e activos. A lógica partidária, neste e noutros casos, não é sempre clara nem limpa, ou, pelo menos, não se percebe como tal. Fazer as leis segundo as quais se vai governar o país é missão da maior importância. Feitas as leis, a começar pela Constituição, considerada como referência máxima e indispensável, tudo vai depender delas: Governo, tribunais, vida e acção das pessoas e das instituições. O sucesso da democracia não é apenas de obediência ou de vitória das maiorias partidárias, processo importante para evitar impasses, mas é, também, a expressão aceitação e fidelidade a valores indispensáveis ao respeito pela pessoa e sua dignidade, à garantia dos direitos fundamentais, em igualdade de condições para todos os cidadãos, à aceitação do bem comum, como “fim e critério regulador da vida e actividade política”. Conceitos confusos como o de “Estado social”, um exemplo bem significativo e actual, viciam a feitura das leis, desvirtuam a participação do povo, servem ou dificultam apenas a acção dos governos, segundo a sua postura ideológica e os interesses partidários em causa. Se os deputados são impedidos de pensar e têm de votar por obediência como lhes é mandado, muitos aspectos da vida nacional serão coados por uma lógica que não será a do bem de todos. Certamente que não é necessário que todos os deputados sejam peritos em leis, mas não se dispensa que sejam sensatos, conhecedores da realidade, corajosos para intervir para além de o fazerem a favor da construção do fontanário ou da localização de um equipamento público qualquer. Para isso, que até pode ser importante, têm instâncias próprias. A Assembleia da República é órgão com outras funções, que não se podem delegar em meia dúzia de deputados inteligentes e sabedores. Há leis injustas, destituídas de realismo e de ética, não orientadas para o conjunto do país, as quais, mesmo que tecnicamente correctas, não respondem à tarefa legislativa. Aos candidatos a deputados, antes das eleições, era talvez útil a participação obrigatória em sessões de informação e formação não partidárias, mas de ordem social e jurídica, com base no conhecimento objectivo do país, da realidade, necessidades e capacidades. Isto não se faz, porque não se considera importante e, a alguns será talvez melhor não lhe abrir os olhos, nem lhe espicaçar a inteligência. Por vezes penso que a nossa democracia está longe da maturidade, dado que ainda não se Construir o país, pelo protesto ou em colaboração? Agora que o governo já está em plenas funções (de ministros e de secretários de Estado) torna-se urgente olhar para o futuro próximo, mesmo que condicionados pelas diretivas da troika económicofinanceira internacional. Ora, se atendermos aos resultados das últimas eleições, podemos constatar que o memorando com a troika foi sufragado por mais de 85% dos eleitores que votaram, tendo os objetores do referido acordo ficado – política, eleitoral e (talvez) socialmente – reduzidos a menos de quinze por cento da expressão votante. Entretanto, uma certa esquerda um tanto trauliteira (aduladora de si mesma e defensora dos seus), que, normalmente, se entretém com manifestações – dos seus apaniguados, sejam desempregados ou funcionários do partido ou do sindicato correia de transmissão da ideologia combatente ou afins – e de outros atos de folclore... já avisou que virá para a rua... fazer barulho ou afundar mais o país... à semelhança do que está a acontecer na Grécia de má memória. Por muito que custe essas forças têm – democraticamente – de respeitar quem votou na construção do país e de não serem veículo de destabilização para a delapidação dos recursos com greves ou ensaios de confronto. = Defender todos ou deixar cair alguns? Mesmo que de forma incipiente, a situação dos estaleiros navais de VC são é como que um paradigma da anunciada conflitualidade, parece que vale mais lutar pela manutenção de todos dos postos de trabalho do que defender uns tantos à custa do sacrifício de outros. Recordo, em jeito de memória, uma situação que aconteceu, na região de Guimarães, vai já para quase duas décadas – isto é, por volta de 1980 e tal – um administrador delegado para a recuperação de uma empresa de confeções tinha de negociar o despedimento de cerca de dois mil trabalhadores/as – onde se incluíam famílias inteiras – e ou despedia o máximo e ainda salvava a empresa ou tentava acertar com aqueles que tinham de sair um determinado montante e ficavam todos a contento, embora no desemprego. Conseguido o equilíbrio na luta, os despedidos sairam com um razoável acordo... e a empresa continuou. Ora a surpresa veio depois. Após a indemnização conseguida, os despedidos sairam sem as mãos a abanar... No entanto, nos dias seguintes, àquele despedi- mento colectivo, os stands de automóveis de Braga, Guimarães, Famalicão, Santo Tirso... ficaram sem stokes de carros, pois a indemnização foi investida... e não foi para pé-de-meia daquelas famílias. É verdade: os tempos são outros, mas, no essencial, a mentalidade não mudou! As circunstâncias foram sendo aferidas, as pessoas sentem-se mais pobres economicamente, mas com ambições de riqueza não camuflada! As vivências são diversas, mas as convergências de má governação – familiar, pessoal, grupal ou social – continuam quase idênticas na forma e no estilo! = Questionar e não iludir-se Ten sido uma prática repetida pelo Presidente da República o apelo à poupança e a contenção nos gastos. Este conselho pode parecer, para alguns mais ‘democratas’, uma espécie de miserabilismo, pois o Estado social – esse mito sem rosto mas com muitos tentáculos – não pode deixar de fora os ‘mais desfavorecidos’ – colocamos esta expressão entre comas, pois ela tem tanto de cómodo como de preguiçoso. Com efeito, a defesa do (dito) Estado social tem servido mais para alimentar preguiçosos e indolentes, para premear quem faz do trabalho uma vergonha e da esperteza um certo modo de viver... à custa dos outros. Efectivamente é diferente ajudar quem teve um insucesso na vida ou quem faz da perna cruzada uma profissão bem mais remunerada do que o cumprimento do seu dever social e familiar... trabalhando! Não podemos continuar a patuar com a subsidio-dependência em vez da participação no tecido económico do país... colaborando! Não podemos continuar a pagar esse chicoespertismo tão lusitano, a quem engana o Estado e que vive de expedientes sem pagamento de impostos! - Àqueles que vão tentar fazer da insistente e inconsequente contestação a arma de combate, creiam que tudo faremos para os denunciar. - Àqueles que ofendem os outros com a sua arrogante preguiça, denunciaremos os estratagemas fraudulentos. - Àqueles que nos tentam explorar pela esmola, faremos com que trabalhem para merecerem o pão justo. Portugal não merece ser hipotecado por atitudes irresponsáveis de ‘políticos’ sem sentido dos outros, sejam ou não da sua ideologia! A. Sílvio Couto debruçou a sério para reflectir e tirar consequências sobre a importância decisiva da função legislativa. Nem tudo é evidente quando se trata de encontrar os melhores caminhos para servir o país. Por isso tem de haver debate e diálogo, confronto de ideias e de propostas. Mas é estranho ouvir-se criticar na oposição o que se defendia no governo, e fazerem-se de antemão ameaças de não colaboração, sempre que se pense correrem risco alguns interesses partidários e corporativos. O país tem de estar acima de tudo isto. E estará, por certo, quando o exercício da democracia, exercido por pessoas livres e responsáveis, não sujeitar o país aos interesses de partidos e de grupos, antes o sirvam, sempre e acima de tudo. Aos cidadãos pede-se, desde já, uma atenção crítica. O pano já correu e o palco está cheio de figurantes. António Marcelino, Bispo emérito de Aveiro Exemplos que denunciam vida Jovens e adultos desdobram-se em iniciativas de voluntariado construtivo a favor de países pobres e por si incapazes de encontrar solução para os seus muitos problemas. É natural que os países de expressão e língua portuguesa sejam os mais propícios a interessar este voluntariado. O caso da Guiné é expressivo, porque também este país é complexo na sua estrutura humana e pobre de pessoas e meios.Para além dos gestos mais visíveis que a comunicação social noticia, sou testemunha de outros bem mais simples, que se tornaram contagiantes. Grupos que na sua reunião mensal deitam em bolsa confidencial o seu contributo para a Guiné. Outros que se deixaram contagiar por alguém que vive esta paixão, e agora as pessoas passaram a sentir-se incomodadas com roupa a mais nos seus armários e com as despesas supérfluas. Uma hospedeira de bordo, acordada para estas necessidades, pede uma viagem mensal para sítio menos agradável, para poder levar coisas necessárias a instituições pobres, que só são ricas na disponibilidade de servir e repartir por muitos.Porque havemos de esperar para poder fazer coisas grandes, se podemos, desde já, tornar grandes todas as coisas pequenas que estão ao nosso alcance? A.M. ACTUALIDADE 4 – Notícias de Beja 7 de Julho de 2011 Bodas de Ouro Sacerdotais O nosso testemunho Cinquenta anos decorridos sobre o dia em que, na Catedral de Beja, o Bispo da Diocese, D. José do Patrocínio Dias, nos impôs as mãos e nos consagrou para o serviço de Deus e da Igreja na Planície Heróica, é tempo de pararmos para pensar, para rezar, para agradecer, para pedir perdão, para recordar e para reprogamar a vida. Ocorrem-nos ao pensamento, antes de mais, na celebração das nossas Bodas de Ouro Sacerdotais, aqueles momentos indescritíveis, de emoções fortes, de profunda vivência espiritual, de compromisso total com Cristo, Sumo e Eterno Sacerdotal, vividas em 16 de Julho de 1961. Eram 10 horas da manhã, quando nos apresentámos na Sé, de capa, batina e faixa preta, como era tradição no dia das ordenações presbiterais. Celebrava-se a festa litúrgica de Nossa Senhora do Carmo e também do diácono-mártir, de Beja, S. Sesinando, pelo que, no momento adequado, fomos revestidos com paramentos vermelhos. Éramos quatro: Alberto Geraldes Batista, Joaquim Ferreira de Sousa, Luís Manuel Brenlha Lopes e Rui António Carvalho Ribeiro, este último falecido em 8 de Agosto de 2007, que foi pároco de Cercal do Alentejo de 1961 a 2005. Entrámos no Seminário de Beja, para iniciar a nossa caminhada sacerdotal, em 29 de Setembro de 1949. Éramos, nesse dia 25. Em Beja, fizemos parte do nosso precurso - 8 anos de formação espiritual e académica, em clima de grande exigência disciplinar, com silêncio imposto e religiosamente consentido em todo o dia, excepto nos actos comunitários - capela, aulas e recreio - num ambiente tranquilo de sã camaradagem, conduzidos por formadores e professores de personalidade forte, comprovado saber e vida espiritual exemplar. Apraz-nos recordar algumas figuras ilustres que nos impressionaram e moldaram a nossa personalidade: Monsenhor Francisco Torrão, Cónego Nazário Correia, Cónego José Gonçalves, Cónego José Anjos Brandão, Cónego António Ângelo Rainho, Padre Artur Pires, Padre Bento Pires, Padre João António Almeida, Padre Virgílio Abrantes Ferreira, Cónego Gaudêncio Fernandes, Padre Manuel Alves e Padre José Pires Soares. Em 1957, voámos para outras paragens (Seminário dos Olivais e Universidade de Comilhas). Completado o curso de Teologia, voltámos a Beja e assumimos, após a ordenação, responsabilidades pastorais: Beja (Seminário, Liceu, Santa Maria), Sines, Cercal do Alentejo, Castro Verde, S. Matias, Selmes, Safara, Nossa Senhora das Neves, Baleizão... párocos, professores, assistentes religiosos de movimentos apostólicos, operários 1949 - Primeiro ano de Seminário 1957 - Oitavo ano de Seminário 1 de Janeiro de 1961 - Ordenação de Sub-Diáconos, no Paço Episcopal Alberto Geraldes Batista Joaquim Ferreira de Sousa Luís Manuel Brenlha Lopes Sacerdotes de Cristo ao serviço da Diocese de Beja da Vinha do Senhor, onde o nosso Bispo nos colocou, lugares que sempre aceitámos com total disponibilidade e missões que procurámos desempenhar com alegria, sentido de responsabilidade e com alguma criatividade pastoral, conscientes de que o Espírito Santo estava a actuar nas nossas vidas e através do nosso ministério sacerdotal. Em meio século no palco deste mundo, escrutinados por muita gente, certamente foram detectados comportamentos incorrectos na nossa vida pessoal e na nossa actuação pastoral. Também nós, os padres, fazemos parte da Igreja de santos pecadores. Pelas nossas fraquezas, pelas nossas palavras e atitudes menos dignas, que possam ter ofendido aqueles que se cruzaram connosco, nestes 50 anos de presbíteros, aqui fica a expressão do nosso pesar e um sincero pedido de desculpa a todos. Mas este é particularmente o momento de dar graças a Deus por tudo o que de bom e belo Ele fez em nós e por nós, apesar dos nossos fracassos e das nossas limitações, na Igreja e na Diocese de Beja. Agradecemos ao Senhor a vida que nos deu, os nossos pais e a nossa família, que despertaram em nós a vocação sacerdotal e a ajudaram a consolidar com o exemplo das suas próprias vidas, impregnadas de espírito cristão, famílias onde se rezava, onde se trabalhava duramente para ganhar o pão de cada dia, onde se vivia a sério, no dia a dia o amor de Deus e o amor ao próximo. Damos graças a Deus pelos nossos paroquianos que connosco trabalharam com dedicação e generosidade na dilatação do Reino de Deus, e nos ajudaram a viver com dignidade o nosso ministério sacerdotal; pelos alunos (milhares de alunos) que encontrámos nos Estabelecimentos de Ensino, a quem ajudámos a crescer ministrando-lhes doutrinação intelectual e moral, rasgando-lhes horizontes de esperança para a vida. Uma palavra especial de sentida gratidão ao Bispo que nos fez Padres, D. José do Patrocínio Dias, um gigante no pensamento, na vida espiritual e na acção apostólica que nos acompanhou com muito carinho nos três primeiros anos de sacerdócio, antes de partir para o Pai, em 24 de Outubro de 1965. O nosso cordial reconhecimento ao nosso Bispo actual, D. António Vitalino, e a D. Manuel Falcão, Bispo emérito, pela compreensão que sempre nos têm manifestado, desculpando as nossas falhas e incentivando-nos com a sua palavra amiga e oportuna , com a sua vida de oração e com o seu zelo apostólico a trabalhar sempre mais e melhor na evangelização do povo alentejano. Finalmente, uma saudação amistosa e o nosso muito obrigado aos colegas sacerdotes da Diocese de Beja com os quais temos partilhado alegrias e tristezas nestes 50 anos de ministério, pelo seu aconselhamento em momentos de dúvidas espirituais e pastorais e pelo seu trabalho apostólico e empenhado, na Igreja Diocesana, que a todos interpela e estimula à perseverança cristã no mundo laicisado e hedonista em que vivemos. Celebradas as Bodas de Ouro Sacerdotais, a vida vai continuar, até um dia, até que Deus queira. Contamos com a graça de Deus, até ao final da nossa caminhada terrestre, como tem acontecido até hoje. Contamos também com a vossa amizade, a vossa colaboração e, sobretudo, a vossa oração, paroquianos e amigos. Que, ao chegar a hora de partir para a Eternidade, possamos dizer como Maria, a Mãe da Igreja, a Mãe de todos os Sacerdotes: “A minha alma glorifica o Senhor, porque fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome”. Ou, como S. Paulo: “Combati o bom combate, terminei a minha missão, só me resta receber a recompensa que Ele, Cristo, supremo juiz, reserva aos que o amam”. Nesta hora de celebração e de júbilo, cada um de nós repete, no recôndito do seu coração, com a mesma frescura e alegria de há 50 anos, as palavras do salmista: “Vós sois, Senhor, a minha herança, tendes na mão o meu destino”. Vinde, Senhor Jesus! Amén! Aleluia! 16 de Julho de 1961 - Ordenação Sacerdotal na Sé de Beja, por D. José do Patrocínio Dias Entrámos no Seminário de Beja, em 29 de Setembro de 1949. Éramos 25. DIOCESE 7 de Julho de 2011 Notícias de Beja – 5 Nota Pastoral Avaliar para evoluir Estamos a chegar ao final de um ano escolar e também pastoral, alguns alunos ainda têm algumas provas a prestar, os educadores avaliam os seus alunos, os pastores refletem sobre a sua atividade apostólica, tendo em conta as prioridades do seu ministério e os respetivos planos pastorais a nível diocesano, paroquial, dos serviços e movimentos em que estão empenhados, para planificar melhor o próximo ano, ultrapassando deficiências e potenciando o que pode fazer avançar as respetivas comunidades na realização dos seus objetivos. O nosso novo governo optou por apresentar o seu programa, prescindindo de avaliar os erros do passado, talvez para não ferir ninguém e assim não criar inimigos da sua ação, que, mais que nunca, precisa de congregar forças, para ultrapassar a crise em que estamos imersos. É uma possibilidade, sobretudo quando se começa, mas não pode ser a atitude de quem termina um ciclo e começa outro. Porque me parece que entre nós o hábito de avaliar, para corrigir e evoluir, ainda é muito deficiente, improvisamos e desperdiçamos tempo e recursos em diversões e rotinas, permito-me deixar aqui alguns pensamentos sobre os benefícios da avaliação, tendo em conta principalmente a missão da Igreja. Em primeiro lugar, reafirmo a necessidade da avaliação para poder evoluir, progredir, aperfeiçoar as nossas atividades e também as nossas vidas pessoais. Sempre os movimentos de espiritualidade deram grande ênfase ao discernimento, ao exame de consciência, à revisão de vida, à confissão dos pecados e à reconciliação. Quem descura estes meios, facilmente cai na anarquia pessoal, na dispersão das atividades e no stress. Em segundo lugar, é preciso não esquecer que só avalia quem tem objetivos, ideais, planos de vida e de ação. Por isso é impensável qualquer atividade sem definição de objetivos, com etapas, metas intermédias, programas e calendarização, tendo em conta os recursos disponíveis e otimizando-os. Por vezes podemos cair num certo idealismo utópico ou ter em conta apenas os melhores, esquecendo as possibilidades da maioria dos nossos colaboradores e as nossas próprias. Em terceiro lugar, não podemos esquecer de nos avaliarmos a nós próprios, com potencialidades adormecidas, fraquezas cometidas e omissões habituais. É frequente apontarmos as causas dos males e deficiências para os outros, sejam eles alunos, trabalhadores, comunidades ou colaboradores, pondonos de parte. Constato que entre nós é habitual a estagnação e até retrocesso por falta de chefias e corpos intermédios, motivados e eficientes. E não me excluo, como bispo da diocese. Por isso é importante que a avaliação comece por nós mesmos e envolva os mais diretos colaboradores. É precisamente este processo que está em curso na Igreja em Portugal, repensar juntos a pastoral, em fase bastante adiantada e que nas recentes jornadas dos bispos em Fátima, em meados de Junho, teve a ajuda da Santa Sé na pessoa do Presidente do recém-criado Conselho Pontifício para a nova evangelização, D. Rino Fisichella, assim como os contributos de todas as dioceses, serviços e movimentos da Igreja em Portugal e também as orientações para o próximo Sínodo dos Bispos, que irá realizar-se em Roma, em Outubro de 2012. Mas é preciso que também a nível local, nas dioceses e nos seus serviços apostólicos isso se faça. Por isso quero estimular todos os meus colaboradores a dedicar algum tempo e recursos a este processo de avaliação, tendo em conta a sua área de intervenção, o plano diocesano de pastoral e as reflexões da Conferência episcopal. Na semana passada corri a diocese, para participar nas reuniões do clero nos seis arciprestados, reuni também com os professores de educação moral e religiosa e vou continuar a reunir com outros serviços e movimentos. Tenho notado um certo cansaço, cujas causas são múltiplas, desde a mutação cultural à falta de recursos pessoais e materiais. Mais necessária se torna a definição de prioridades, para otimizar os nossos recursos e potencialidades. E tenho a impressão que perdemos muito tempo e energias em ações e distrações, que poderíamos confiar a outros ou pôr de parte. As dificuldades e obstáculos são uma realidade e tornar-se-ão maiores, se continuarmos com as mesmas atividades e rotinas. Converter-se-ão, pelo contrário, em aliadas do nosso apostolado, se descobrirmos nelas o lado positivo e soubermos aproveitá-lo no sentido da finalidade da missão que nos está confiada. Apenas um exemplo. Os professores de educação moral e religiosa defrontam-se com a indiferença perante os valores morais e religiosos, na escola e nas famílias, e a fuga a tudo que exige esforço e tempo. Precisamente aqui está a importância da sua ação. Por isso terão de pensar como contrariar essa tendência, não com discursos moralistas, mas com testemunhos de boas práticas, que fazem pensar as famílias, os alunos e o ambiente escolar, descobrindo a mais valia para todos de uma educação com princípios, com valores, com identidade moral, religiosa e humana. Um aluno com identidade é causa de satisfação, alegria e proveito para todos. Abrindo bem os olhos e refletindo sobre as causas e consequências de determinadas vidas, comportamentos e ideologias, descobriremos fortes incentivos para a melhoria da nossa ação. Até para a semana, se Deus quiser. Fica sempre um pouco de perfume Nas mãos que foram consagradas Nas mãos que são abençoadas Ser ministro do altar É sublime vocação Que o Senhor concedeu Ao Senhor Dom Manuel Falcão. Foi com amor infinito Que um dia o seduziu E de graça e justiça O seu ser lhe revestiu. Uma porção do Seu Povo Confiou ao seu cuidado Para o apascentar Com alimento sagrado. Da Diocese de Lisboa Para Beja um dia veio Onde com tanto esmero Exerceu o pastoreio. Com seu exemplo e palavra Foi apontando caminhos Que a firmeza e a prudência Envolviam em carinhos. Partilhamos a alegria Da sua nobre missão Neste dia aniversário Da sua ordenação. † António Vitalino, Bispo de Beja Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica em Julho Como é já tradição, o Secretariado Nacional de Liturgia vai realizar o 37.º Encontro Nacional de Pastoral Litútgica nos dias 25 a 29 de Julho de 2011. Salienta a informação do Secretariado: “Os participantes deste Encontro Nacional enriquecem a Igreja com o contributo do seu estudo e da sua oração. Este Encontro é dedicado à temática da “Liturgia. A Oração Cristã”. A Liturgia é a oração cristã. Celebrar é rezar com Cristo e com a Igreja: “Qualquer celebração litúrgica é, por ser obra de Cristo sacerdote e do seu Corpo que é a Igreja, acção sagrada D. Manuel Falcão - SACERDOTE, há 60 anos por excelência, cuja eficácia, com o mesmo título e no mesmo grau, não é igualada por nenhuma outra acção da Igreja” (SC 7). Por motivos de obras no Centro Pastoral Paulo VI, as actividades realizam-se na igreja da Santíssima Trindade. A temática e as actividades do programa são de acordo com o espaço sagradi, aproveitado também para escola de oração. Os ensaios para as celebrações integram a música e outros ministérios litúrgicos. Um Encontro de características especiais porque num lugar único. Mais informações em http://www.liturgia.pt/. Seis décadas a servir Ao Senhor da grande messe Receba os parabéns Que de todos nós merece. Beja, 29/062011 Os amigos de todos os dias PATRIMÓNIO 6 – Notícias de Beja 7 de Julho de 2011 PEDRA ANGULAR PÁGINA DO DEPARTAMENTO DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DA DIOCESE DE BEJA Marcello Panni em Beja Festival Terras sem Sombra encerra a edição de 2011 com apoteose para banda militar e coro infantil A Praça da República – a “Praça Grande” de Beja, traçada no tempo em que D. Manuel ainda era duque desta cidade – acolhe o concerto de encerramento do Festival Terras sem Sombra 2011, tendo como enquadramento a igreja da Misericórdia, uma obra-prima do Renascimento português. Promovida pelo Departamento do Património da Diocese, pelo Município de Beja e pela Turismo do Alentejo, a iniciativa realiza-se a 9 de Julho, pelas 22 horas, e é de acesso livre. Intitulado En Plein Air, o espectáculo traz ao Alentejo o famoso maestro e compositor italiano Marcello Panni para dirigir um programa pouco comum: a estreia, em Portugal e Espanha, da sua Missa Brevis do próprio Panni, uma referência essencial da música contemporânea; e a célebre Symphonie funèbre et triomphale, de Hector Berlioz, homenagem aos mártires da Revolução de 1830. Música sacra e música cívica andam assim, lado a lado, sem contradições. A presença do tenor Carlos Guilherme, voz maior do panorama operático internacional, da Banda Sinfónica da GNR, conhecida pela sua excelência artística, e do Coro Infantil do Instituto Gregoriano de Lisboa, um dos melhores do país, fazem deste concerto a apoteose adequada a um festival que tem ajudado a relançar a música erudita fora dos grandes centros. Uma opção com bons resultados, a julgar pela adesão entusiástica do público e pelo acolhimento da crítica da especialidade. Marcello Panni, mestre de mestres Natural de Roma (1940), estudou no Conservatório de Santa Cecília, aperfeiçoando-se em Composição na Academia do mesmo nome, com Goffredo Petrassi, e em Direcção de Orquestra no Conservatório Nacional Superior de Música de Paris, com Manuel Rosenthal. Fez a estreia em 1969, na Bienal de Veneza, com um concerto dedicado a Petrassi. A partir de então desenvolveu em simultâneo as carreiras de compositor e director. No que toca à actividade criativa, destacouse cedo por peças de marcado carácter vanguardista, como Prétexte (1964), Empedokles-Lied (1965), Arpège (1967), D’Ailleurs (1967) e Patience (1968). Em 1971 fundou o Ensemble TeatroMusica, com o qual realizou digressões por toda a Europa, executando e gravando obras de Schnebel, Cage, Pennisi, Berio, Bussotti, Clementi, Donatoni, Feldman, e viu com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, dirigida por Michael Zilm. Tem também executado obras de compositores portugueses contemporâneos, tais como as Cançõezinhas da Tila, de Lopes-Graça, a Pequena Cantata de Nata,l de Sérgio Azevedo, e a Petite Messe Naïve de Eurico Carrapatoso. Neste momento, prepara a estreia de duas obras de Sérgio Azevedo e Nuno da Rocha. Formado por Henrique Piloto, o Coro foi dirigido por Armando Possante e é actualmente da responsabilidade de Filipa Palhares. Maestro Marcello Panni Tenor Carlos Guilherme representada a sua Klangfarbenspiel na Piccola Scala de Milão (1972); seguiu-se La partenza dell’argonauta, de Savinio, no Maggio Musicale Fiorentino (1976). A partir de finais dos anos 70 foi convidado regular das principais instituições musicais italianas e dos mais destacados teatros líricos internacionais, como a Opéra de Paris, a Metropolitan Opera House de Nova Iorque, o Bolchoi de Moscovo e a Staatsoper de Viena. Em 1994 foi nomeado director artístico da Orquestra dos Pomeriggi Musicali de Milão e director musical da Ópera de Bona. Três anos depois assumiu o cargo de director musical da Opéra e da Orquestra Filarmónica de Nice. De 1999 a 2004 foi director artístico da Academia Filarmónica Romana. No Outono de 2000 deixou Nice para retomar o cargo de consultor artístico do Teatro San Carlo de Napoli, onde permaneceu durante duas temporadas. Em 2003 ingressou na Academia de Santa Cecília de Roma. Entre 2007 e 2009 retomou a direcção artística da Academia Filarmónica Romana e, em 2009, assumiu as funções de director artístico e maestro principal da Orquestra Sinfónica “Tito Schipa”, de Lecce. Gravou numerosos discos com obras contemporâneas e algumas óperas, entre as quais Il Flaminio de Pergolesi, com Daniela Dessì e a Orquestra do San Carlo de Nápoles, La Fille du régiment, de Donizetti, com Edita Gruberova e a Orquestra Sinfónica da Rádio da Baviera, Omaggio a Verdi, com Fabio Armiliato e a Orquestra Filarmónica de Nice, Semiramide de Rossini, com Edita Gruberova, Bernadette Manca di Nissa e Diego Florez, e a Orquestra Sinfónica da Salvaguarda da biodiversidade na Reserva dos Colmeais (Beringel) Rádio de Viena. Um elenco de primeira ordem Carlos Guilherme (n. Lourenço Marques, Moçambique). Estudou com John Labarge no Conservatório Regional do Algarve e foi cantor residente do Teatro Nacional de São Carlos de 1980 a 1992. O seu repertório inclui 37 papéis principais em 73 óperas, recitais e concertos por todo o País sendo de realçar a sua colaboração com o Círculo Portuense de Ópera e a Fundação Calouste Gulbenkian. A partir de 1987 foi convidado a cantar noutros países, tais como os Estados Unidos da América, Brasil, Moçambique, Bélgica, França e Israel. Gravou em CD A Canção Portuguesa, com Armando Vidal, e está de momento a gravar um CD com árias de ópera acompanhado pela Orquestra do Norte. Além das principais orquestras portuguesas, colaborou com a Orquestra de Câmara de Pádua, do Comunal de Bolonha, Filarmónica de Moscovo e Sinfónicas de Budapeste, de S. Francisco, de Israel, de Pequim e de Xangai. Em Abril de 2001 estreou-se em Itália no Teatro Rossini. Voltou a Itália em 2005 para cantar nos teatros comunais de Ferrara e de Modena Em 2003 actuou em Coimbra com o tenor José Carreras. Aperfeiçoou a sua técnica vocal com Marimì del Pozo, Gino Becchi, Campogalliano, Claude Thiolass e Regina Resnik. Venceu o prémio “Tomás Alcaide”. A Banda da Guarda Municipal, fundada em 1838, passou a denominar-se, com a implantação da República, em 1910, Banda de Música da Guarda Nacional Repu- blicana. A elevada especialização dos seus componentes e o seu amplo e valioso arquivo conferemlhe um elevado nível artístico, cuja projecção internacional tem contribuído para dignificar Portugal nos principais círculos musicais. Em 2005 recebeu o Prémio “Amália”, na categoria de Música Clássica. O Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, conferiu-lhe em 2006 o título de membro honorário da Ordem do Infante D. Henrique. O capitão João Afonso Cerqueira é o actual maestro da Banda Sinfónica da GNR, tendo a coadjuvá-lo o Sargento-chefe Armindo Pereira Luís. O Coro Infantil do Instituto Gregoriano de Lisboa foi criado com o objectivo de permitir aos alunos mais jovens desta escola uma primeira abordagem ao canto e ao repertório coral. Pertencem ao coro os alunos dos primeiros três graus do curso básico do Instituto Gregoriano. Tem interpretado, entre outras obras, Stabat Mater de Pergolesi, Messe Basse de Fauré, Ceremony of Carols de Benjamin Britten, e, em 2008, a 3.ª Sinfonia de Mahler, O dia 10 vai ser dedicado a uma jornada de preservação da biodiversidade, organizada com com o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade e a Quercus, que terá por patrono o maestro Marcello Panni e decorrerá num sítio de notável interesse natural: a Reserva dos Colmeais, em Beringel. Esta é constituída por uma pequena área de azinhal, uma área maior de olival tradicional com árvores centenárias e uma área de prados húmidos na vizinhança de uma pequena linha de água. A riqueza de habitats e o facto de não haver mobilização de solos nem aplicação de herbicidas permite que existam aqui espécies raras, entre elas a Linaria ricardoi, um endemismo da região de Beja, a Cynara tournefortii, a Echium boissieri, cujos talos podem atingir quase 3 m de altura, a Adonnis annua sppp annua e a Linaria hirta. No contexto regional encontra-se igualmente aqui o maior número de orquídeas, com 11 espécies assinaladas Ao nível da fauna, a área é rica em invertebrados e regista uma densa população da cigarra verde. Banda Sinfónica da GNR SOCIEDADE 7 de Julho de 2011 Tempo de férias, crise económica e pobres Com os meses de Julho e Agosto chega a quadra mais escolhida para tomar férias. É um costume que, respeitado, se torna salutar porque beneficia o corpo e o espírito dos seres humanos. É um bem tal, no meio da azáfama quotidiana, que a libertação da “ditadura” do dia a dia, para descansar mais e melhor, para usufruir do tempo de lazer e para cuidar da vida cultural e espiritual, até parece irreal. Em princípio cada um deve ter as suas férias, como tempo de renovação e de revigoramento. Com elas vem o bem para cada um, para a família, para a profissão e mesmo para a própria sociedade. Férias, em tempo de crise, dura crise, hão-de manifestar a quadra em que as vivemos. Mesmo em tempo de crise que se tomem dias de férias, segundo a capacidade de cada um. Permitir-me-eis, prezados leitores, que recomende a todos os mais favorecidos de meios que não ofendam os mais humildes com gastos excessivos. Peço-lhes que reservem alguns dos seus bens para doar às obras de beneficência da sua zona. Deste modo, sereis solidários com os pobres e tereis férias com a consciência mais tranquila. Agora que muitos partem para férias não deixeis de cuidar em contribuir para garantir a continuação da ajuda aos mais desfavorecidos. Vós sabeis o que deveis fazer para as férias de cada um não agravarem as carências dos pobres. Há poucos dias um digno lutador das causas sindicais manifestou a sua preocupação porque a Igreja se estava a deixar enredar nas questões assistenciais imediatas e a esquecer-se da luta pela afirmação dos princípios e critérios cristãos, isto é, pela proposta da doutrina social da Igreja. Ao ter conhecimento desta tomada de posição, compreendi as razões que motivaram tal atitude, mas pareceu-me que era uma visão incompleta da doutrina da Igreja. Se é certo que é uma riqueza a doutrina social da Igreja, que todo o cristão deve conhecer, também é certo que no Evangelho está insistentemente a proposta de atender, sem demora, quem sofre por falta de água, por falta de alimento e por tantos males imediatos. O ferido pelos ladrões e salteadores da parábola do Bom Samaritana, que jazia à beira do caminho só foi socorrido e salvo por um. Muitos passaram por lá mas não se importaram com aquela desgraça, certamente filosofando segundo os seus interesses. Jesus insiste, tive sede e fome e atendeste às minhas carências, salvando a minha vida. Para percebermos a força do Evangelho lembremos o que se passa, ainda hoje, em bastantes zonas da África onde morrem todos os dias bastantes crianças e adultos por falta de água e de alimento. Se não se atende à necessidade imediata de água, alimento, medicamento…que vale fazer marchas concorridas com slogans repetidos vezes sem fim, pela verdade e pela justiça, se entretanto se deixa morrer os que têm fome e sede, isto é, uma necessidade imediata. Muitas vezes é assim que se passam as coisas. Belos discursos. Imponentes marchas, sem se reparar que as necessidades das pessoas também são imediatas e que a melhoria prometida e não chegada não cura qualquer dos agonizantes. É do Evangelho a necessidade da ajuda imediata, como daquela mais morosa e que exige mais meios estratégicos, porque mais profunda e exigente. Concluindo estas linhas este é tempo de férias. Que elas respeitem o tempo de crise que fere tanta gente com as suas exigências. Que não se olhe só para si, para cada um de nós, mas que olhemos para todos que nos cercam e que chegue até eles a nossa atitude solidária. Toda a humanidade, bem formada, se mostrou ao longo da história compassiva para com os pobres e os que sofrem. Entremos nesse número de benfeitores da humanidade. João Alves, Bispo emérito de Coimbra Senhora, 55 anos, oferece-se para auxiliar de geriatria e serviços domésticos Telef.: 967 016 123 Leia, assine e divulgue “Notícias de Beja” o jornal da Diocese Escola Superior de Educação de Beja celebrou 25 anos Notícias de Beja – 7 Dr. Rui Miguel Conduto CARDIOLOGISTA CONSULTAS: Sábados Rua Heróis Dadra, 5 - Beja – Telef. 284 327 175 Marcações das 17 às 19.30 h., pelo Telef. 284 322 973/914 874 486 Quartas-Feiras Cardio Luxor Avenida da República, 101, 2.º A-C-D Lisboa - Tel.: 217 993 338 Manta Rota - Algarve Aluga-se T1, com terraço, ar condicionado e elevador Tel.: 219 805 599 | 936 221 975 Herdeira da antiga Escola do Magistério Primário, a Escola Superior de Educação de Beja (ESEB) está a celebrar os seus 25 anos de existência. A efeméride foi comemorada numa sessão solene no Auditório do IPB na manhã do passado dia 14 de Junho. O Coro das alunas do 1º ano do Educação Básica abriu a cerimónia entoando o tradicional Hino Universitário. Tomou depois a palavra o Presidente do Instituto Politécnico de Beja, Prof. Vito Carioca, seguindo-se o actual Director da ESEB, Prof. Jorge Raposo, que fez um resumo da história da instituição, que começou a funcionar com 25 alunos nas instalações da Antiga Escola do Magistério Primário e foi a primeira das 4 escolas superiores que hoje integram o IPB, passando por diversas fases de crescimento, e que já formou milhares de alunos. O convidado especial para esta sessão foi o Prof. David Justino, antigo Ministro de Educação e actualmente professor na Universidade Nova de Lisboa, reconhecido especialista em questões de educação, e que falou do Ensino Superior em Portugal. Segundo afirmou, há em Portugal 5 000 cursos! “Algo está mal. É melhor ter menos mas com mais qualidade”, afirmou, sustentando que “há um excesso de oferta. É preciso racionalizá-la (diminuila)”. Segundo David Justino, no futuro “não é necessário fechar Escolas, mas sim sacrificar alguns cursos”. A sessão prosseguiu ainda com testemunhos de antigos alunos formados nesta Escola, terminando com um almoço de convívio. Parabéns à ESE de Beja por este feliz aniversário e que continue a cumprir bem a sua missão! António Cartageno SERAFIM DA SILVA JERÓNIMO & FILHOS, LDA Sinos Órgãos Clássicos Viscount | Rodgers | Roland Relógios de Torre Lampadários Electrónicos de Madeira e Metal Máquinas de contagem de Dinheiro Fabricantes e distribuidores em exclusividade para Portugal e Espanha Rua Cidade do Porto - Ferreiros - 4705-084 Braga Telefone 253 605 770 | Fax 253 605 779 www.jeronimobraga.com.pt | [email protected] 7 Julho P r o p r i e dade da D i o c e s e d e B e j a Contribuinte Nº 501 182 446 Director: Alberto Geraldes Batista Redacção e Administração: Rua Abel Viana, 2 - Apartado 95 - 7800-440 Beja Telef. 284 322 268 / Fax: 284 322 386 E-mail: [email protected] http://www.diocese-beja.pt Assinatura 26 Euros anuais c/IVA NIB 001000003641821000130 Composição e Impressão: Gráfica Almondina - Torres Novas Tel. 249 830 130 - Zona Industrial - Torres Novas 2011 Registo N.º 102 028 Depósito Legal N.º 1961/83 Editado em Portugal Tiragem 3.000 ÚLTIMA PÁGINA 7 de Julho de 2011 Sociedade sem Deus cai na escravidão Deste Mundo e do Outro Aulas começam até 15 de Setembro, no ano lectivo 2011-2012 O bispo de Leiria-Fátima afirmou, há dias, que o Santuário tem a missão de responder à crise de Deus na cultura ocidental, alertando que “onde Deus desaparece do horizonte da vida, o homem cai na escravidão da idolatria”. “Hoje, o apelo de Fátima chama-nos a proclamar e a aprofundar o primado de Deus face à cultura pós-moderna nas diversas formas de niilismo, de ateísmo prático, de indiferença religiosa de muitos que vivem como se Deus não existisse, de eclipse cultural do sentido da presença de Deus”, destacou D. António Marto, na abertura do simpósio «Adorar Deus em espírito e verdade». Este é um evento de caráter teológico-pastoral que aborda temas como “a questão de Deus na cultura contemporânea” ou o “aprofundamento da atitude crente”. O bispo de Leiria-Fátima alertou para os “ídolos fabricados por cada um ou pela cultura dominante que vêm ocupar o lugar próprio de Deus como mostraram os regimes totalitários e como mostram as várias formas de niilismo, hedonismo e relativismo atuais”. “O desafio é pois ajudar a descobrir a beleza, o encanto e o gosto de Deus, no seu amor trinitário universal, que foram dados a conhecer e experimentar, por graça extraordinária, aos pastorinhos e que constituíam o cerne da sua adoração e os abriu à universalidade do amor”, acrescentou. Esta iniciativa, que decorreu na igreja da Santíssima Trindade, foi organizada pelo Santuário de Fátima no âmbito do programa de atividades relacionadas com a comemoração do centenário das aparições de Nossa Senhora, que acontece em 2017. O simpósio pretendeu, segundo o reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas, “aprofundar o específico da adoração cristã, que é sempre a adoração à Santíssima Trindade e adoração em espírito e verdade”. “Julgo que a mensagem de Fátima nos pode ajudar a descobrir a adoração como horizonte bem mais vasto da nossa vivência cristã, não desvalorizando em nada a importância da adoração eucarística”, afirmou. Para José Eduardo Borges de Pinho, membro da comissão organizadora, “a palavra ‘adoração’, no sentido cristão do termo, não está na ordem do dia, ainda que haja nos últimos anos esforços no sentido de reavivar nos fiéis uma ou outra prática tradicional nesse sentido, como a adoração ao Santíssimo Sacramento”. Em declarações à sala de imprensa do Santuário, este professor catedrático da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa disse acreditar que “está em causa o acolhimento do verdadeiro amor de Deus, na perceção humilde e agradecida do seu Mistério de Amor como sentido último”. De acordo com a organização do evento, cerca de 380 participantes puderam contar com um plano de trabalhos diversificado, destacando-se as “reflexões teológicas e pastorais, intervenções de caráter mais testemunhal ou apresentações de expressões culturais do tema”. Neste Simpósio apresentou uma comunicação o Padre João Paulo Quelhas, Reitor do Seminário de Beja. No despacho assinado pelo novo ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, ficou definido que o ensino básico e secundário terá de começar as aulas entre 8 e 15 de Setembro. O primeiro período termina a 16 de Dezembro. O segundo vaide 3 de Janeiro a 23 de Março de 2012. O terceiro tem início a 10 de Abril e para o 6.º (que passa a acabar como os restantes anos que têm exames), o 9.º, o 11.º e o 12.º termina a 8 de Junho. Já para do 1.º ao 8.º ano (excepto o 6.º) e para o 10.º, as aulas são concluídas a 15 de Junho. Há que contabilizar ainda a pausa de três dias no Carnaval: de 20 a 22 de Fevereiro. O despacho ainda faz uma referência às provas de aferição, ainda que, no programa do Governo, uma das medidas será que estas passem a exames nacionais. As miniférias do Carnaval são iguais no caso do pré-escolar, no entanto, o termo das actividades será a 6 de Julho. As interrupções das actividades educativas no Natal e na Páscoa nestes estabelecimentos “devem corresponder a um período de cinco dias úteis, seguidos ou interpolados”, entre os dias 19 e 30 de Dezembro e entre 26 de Março e 9 de Abril de 2012. Portugueses confiam na igreja Um estudo realizado pelo grupo GFK para determinar os níveis de confiança que os cidadãos têm em relação a 20 profissões e organizações profissionais, foi há dias divulgado e mostrou que os portugueses continuam a confiar nos bombeiros, nos professores e nos carteiros mas desconfiam cada vez mais de advogados e políticos. Este estudo foi feito em 19 países, a grande parte da Europa, e mostrou que Portugal acredita mais nos professores e nos militares do que a média europeia, e é também dos que mais confia nas organizações de defesa do meio ambiente (79 pontos dados por Portugal, contra os 67 da média dos países europeus). Já os advogados e juízes merecem muito menos credibilidade para os portugueses do que para os restantes europeus participantes no estudo (36 pontos contra 52 em relação a advogados, e 44 contra 63 em relação a juízes). Portugal é também dos que menos confia nos políticos, sendo neste caso os Estados Unidos o campeão da confiança. Quanto à confiança depositada na Igreja Catílica essa continua alta, sendo que 69 por cento dos ouvidos no referido estudo diz confiar nessa Instituição. Um anterior estudo mostrou que a confiança depositada na Igreja Católica recebe um índice de confiança de 70 por cento dos portugueses e 63% consideram que Deus é «extremamente importante» nas suas vidas. Na altura alguns meios de comunicação social estranharam os resultados desse estudo, promovido pelo Instituto de Ciências Sociais – sob coordenação dos professores Manuel Vilaverde Cabral e Jorge Vala – integrado numa investigação da Fundação Europeia para o Estudo dos Valores, sobre os valores e comportamentos dos portugueses. Mas o certo é que o recente estudo do grupo GFK veio confirmar a confiança que os portugueses continuam a depositar na Igreja Católica. Pelo que se vê, nem os muito falados escândalos de pedofilia abalaram essa confiança, que não é só dos praticantes mas também de muitas outras pessoas. Ventura Pinho 44 milhões de refugiados A Santa Sé deixou um alerta em favor dos 44 milhões de refugiados em todo o mundo, particularmente pelas crianças que vivem em campos, “muitas das quais não conhecem outra realidade”. Em declarações à Rádio Vaticano, o presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, Antonio Maria Vegliò, destacou em particular a situação na República Democrática do Congo, referindo que na parte leste do país há “mais de um milhão e setecentos mil deslocados, por causa da guerra”. No Dia Mundial do Refugiado, o arcebispo italiano referiu que nos últimos 12 anos mais de 5,5 milhões de pessoas “morreram como consequência das contínuas violências militares”. O responsável da Santa Sé recordou ainda a situação no Darfur, região ocidental do Sudão, falando em “milhares de pessoas que vivem em campos de refugiados”. Segundo um relatório do ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), hoje publicado, o número de refugiados, requerentes de asilo e deslocados não para de aumentar no mundo e chegou a 44 milhões de pessoas em 2010. 80% destas pessoas encontram-se hoje nos países em desenvolvimento e mais de um quarto da população de refugiados - cerca de 16 milhões em todo o mundo - encontra-se em três países: Paquistão, Irão e Síria. Bento XVI evocou a celebração do dia dos refugiados, pedindo aos líderes políticos para garantirem uma estadia com dignidade aos que “são perseguidos e forçados a fugir dos seus países”. O Papa falava na pequena república de São Marino, vizinha da Itália, que nos últimos meses recebeu muitas pessoas vindas da Tunísia e da Líbia. “No ano em que se comemora o 60.º aniversário da Convenção Internacional que protege todos os que são perseguidos e forçados a fugir dos seus países, convido todas as autoridades civis e todas as pessoas de boa vontade a garantirem o acolhimento e condições de vida dignas aos refugiados para que possam regressar à pátria livremente e em segurança”, apelou Bom humor - Pai, chamaram-me “mafioso” na escola. - Não te preocupes, filho. Amanhã já trato disso. - Está bem, pai.Mas faz com que pareça um acidente. * O pai para a filha solteira: - Quando é que tu pensas em casar, Felismina? - Sempre, meu paim todos os dias, a cada momento... * Arte de enriquecer: - Senhora, senhora, tenha compaixão! Sou o autor deste livro “Trinta maneiras de enriquecer”. Compre! - Se é o autor, porque anda a pedir? - É uma das trinta maneiras aconselhadas no livro. * O João lamentava-se com a namorada: - Meti uma ferradura de cavalo na mochila para me dar sorte no exame e, afinal, chumbei. - Ora deixa cá ver! Afinal, não é uma ferradura de cavalo, mas de burro. A.B.