como recurso para o ensino-aprendizagem de Química: ações
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como recurso para o ensino-aprendizagem de Química: ações
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Instituto de Química de São Carlos Banco de dados CSD (Cambridge Structural Database) como recurso para o ensino-aprendizagem de Química: ações para viabilização do uso do banco e desenvolvimento de estudos sobre o seu emprego em disciplinas de Química no ensino superior Fábio Batista do Nascimento Dissertação apresentada ao Instituto de Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo para a obtenção do título de Mestre em Ciências (Química Analítica). Orientador(a): Profa. Dra. Salete Linhares Queiroz São Carlos 2004 Impossível esquecer: falta-me você. Neste momento de intensa alegria, falta-me você. Falta o seu abraço, o seu carinho. O som das palavras que me pronunciavas. Houve momentos em que minha alma se sentiu no que tem de mais fundo, tocado por uma saudade indizível. Saudade dos momentos que juntos vivemos e dos que ficaram por viver. Mas, sei que somos parte um do outro e por isso me acompanhas. Estás comigo a cada ato, a cada decisão e através da sua bela e constante presença posso ver presente o que se diz ausente. Agradeço a vida, o amor dedicado, as lições e a amizade. A você, ontem, melhor amiga, hoje, protetora, uma saudade reverência de amor e gratidão. “Dedico este trabalho principalmente a minha avó Elvinia Batista Andrade (in memorian), que apesar de nunca ter estudado, sempre me incentivou e sabia da enorme importância da conclusão desta caminhada”. Em primeiro lugar a Deus... À minha mãe Ludovina pelo amor, compreensão, confiança e carinho... À minha irmã Flávia e meu cunhado Alexandre, pelo apoio e conselhos nos momentos difícies... Aos meus sobrinhos Alexandre Filho e Flávio Alexandre pelo carinho e momentos de descontração. AGRADECIMENTOS À Profa. Dra. Salete Linhares Queiroz pela orientação, paciência e atenção dispensada ao longo deste trabalho. Aos Profs. Drs. Javier Alcides Ellena e Benedito dos Santos Lima Neto pela colaboração e atenção dispensada. Ao Prof. Dr. Clézio Aniceto pelo apoio, amizade e incentivo desde a graduação. Aos Prof. Dr. Wagner Polito pelos longos papos culturais. Aos meus tios e primos, tia Silvina, tio Valdecir (in memorian), Rodrigo, Adriana, Rodrigo Júnior e Letícia pelo carinho, apoio e incentivo. Ao meu grande amigo Flávio Silva Rezende (fiotão), que apesar das brigas, sempre me incentivou, desde a graduação, e também por poder tê-lo como um irmão. Aos amigos Wendell (CROMA) e Robson (Fluorescência Molecular) pela amizade e momentos de descontração, principalmente nos churrascos e cafezinhos. Aos amigos do Grupo de Pesquisa em Ensino de Química, Cristiane, Luciana, Flávio (fiotão), Gelson (bochecha) e Antônio Carlos (jesus) pelo estímulo e amizade. Aos amigos da República Fulerenos, Vitão, Sabugo, Willian e Schumacher. Ao IQSC pela oportunidade concedida. SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS............................................................................................ i LISTA DE TABELAS........................................................................................... iii LISTA DE ABREVIATURAS.............................................................................. iv RESUMO................................................................................................................ v ABSTRACT............................................................................................................ vii 1 – INTRODUÇÃO................................................................................................ 1 1.1 – Computadores no ensino superior de química: ênfase na utilização de programas computacionais....................................................................................... 3 1.1.1 – Exercício e Prática (Drill and Practice)....................................... 6 1.1.2 – Tutorial (Tutorial System).......................................................... 10 1.1.3 – Simulação (Computer Simulation).............................................. 15 1.1.4 – Resolução de Problemas (Problem Solving Software) 20 1.1.5 – Ferramenta (Tool Software) 25 1.2 – Cambridge Structural Database: alguns aspectos e aplicações no ensino superior de química.................................................................................................. 28 2 – OBJETIVOS GERAIS.................................................................................... 40 3 – ASPECTOS METODOLÓGICOS E REFERENCIAL TEÓRICO........... 42 3.1 – Sujeitos...................................................................................................... 43 3.2 – Em relação ao processo de aplicação da proposta.................................... 43 3.3 – As formas de coleta de dados.................................................................... 45 3.4 – Referencial Teórico................................................................................... 46 4 – OS PROGRAMAS CONQUEST E MERCURY.......................................... 56 4.1 – Programa ConQuest.................................................................................. 56 4.2 – Programa Mercury.................................................................................... 66 5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................... 68 5.1 – Avaliação dos programas ConQuest e Mercury........................................ 68 5.1.1 – Avaliação do Programa Classroom ConQuest.............................. 70 5.1.1.1 – Análise da Qualidade Técnica do Programa.................. 70 5.1.1.2 – Análise Pedagógica do Programa.................................. 72 5.1.1.3 – Análise Qualitativa do Programa................................... 80 5.1.2 – Avaliação do Programa Mercury.................................................. 82 5.1.2.1 – Análise da Qualidade Técnica do Programa.................. 83 5.1.2.2 – Análise Pedagógica do Programa.................................. 85 5.1.2.3 – Análise Qualitativa do Programa................................... 93 5.2 – Avaliação da Atividade Proposta.............................................................. 95 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 99 7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 101 ANEXO A............................................................................................................... 109 ANEXO B................................................................................................................ 145 ANEXO C............................................................................................................... 149 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Formato de um programa de Exercício e Prática33..................................... 7 Figura 2. Interfaces dos programas Inorganic Nomenclature e Organic Nomenclature36,37........................................................................................................ 9 Figura 3. Fotografias apresentadas no tutorial pré-laboratório40 que ilustram procedimentos e materiais necessários para a determinação da condutividade elétrica de alguns compostos....................................................................................... 13 Figura 4. Interface do menu principal do programa de Simulação Chemland.......... 17 Figura 5. Interface do módulo de simulação de configuração eletrônica do programa Chemland. O símbolo do elemento fósforo tendo sido selecionado........... 18 Figura 6. Interface do módulo de simulação para o equilíbrio de pressão a vapor do programa Chemland............................................................................................... 19 Figura 7. Visualização da posição do complexo metálico se ligando a uma proteína através do programa RasMol53...................................................................... 24 Figura 8. Gráfico da titulação de 25 ml de solução 0,1 M de haleto com uma solução de Ag+ 0,05 M, elaborado no programa Exel67.............................................. 27 Figura 9. Visão esquemática das informações contidas no Cambridge Structural Database71................................................................................................................... 30 Figura 10. Estatísticas de crescimento do CSD: (a) crescimento de 1970 à 2000; (b) projeção de crescimento de 2001 à 201071............................................................ 31 i Figura 11. Esquema geral dos programas que compõem o banco de dados CSD: (a) programas que necessitam de licença para utilização; (b) programas disponíveis para download gratuito................................................................................................ 32 Figura 12. Interface do programa ConQuest ao usuário do CSD. No lado esquerdo da figura está o menu com as caixas de diálogo, a partir das quais são criadas as perguntas para realização de buscas............................................................................ 57 Figura 13. Interface da janela Author/Journal........................................................... 58 Figura 14. Interface da janela Compound Name....................................................... 58 Figura 15. Interface da janela Elements..................................................................... 59 Figura 16. Interface da janela Formula...................................................................... 59 Figura 17. Interface da janela All Text...................................................................... 60 Figura 18. Interface da janela Refcode (entry ID)..................................................... 60 Figura 19. Interface da janela Draw para procura no CSD. Em: 1- mensagens de ajuda, 2 - menu principal, 3 - área de desenho, 4 - botões de modo, 5 - auxílio para desenho com modelos prontos, 6 - área para mudança de elemento químico e tipo de ligação, 7 - botões que comandam a pesquisa, 8- área reservada para mostrar os parâmetros que estão sendo calculados pelo programa, como distâncias e/ou ângulos........................................................................................................................ 61 Figura 20. Interface da tela Combine Queries........................................................... 62 Figura 21. Apresentação do resultado de pesquisa pelo ConQuest........................... 63 Figura 22. Interface da janela View Results com a opção File aberta....................... 64 Figura 23. Interface do arquivo PDF......................................................................... 65 Figura 24. Interface do programa Mercury................................................................ 67 ii LISTA DE TABELAS Tabela 1. Respostas dadas ao Questionário de Avaliação do Programa Classroom ConQuest. CT = Concordo Totalmente, CP = Concordo Parcialmente, I = Indeciso, DP = Discordo Parcialmente, DT = Discordo Totalmente......................... 75 Tabela 2. Respostas dadas ao Questionário de Avaliação do Programa Mercury. CT = Concordo Totalmente, CP = Concordo Parcialmente, I = Indeciso, DP = Discordo Parcialmente, DT = Discordo Totalmente.................................................. 88 iii LISTA DE ABREVIATURAS CSD Cambridge Structural Database GAMESS General Atomic and Molecular Eletronic Structure System PDB Protein Data Bank NDB Nucleic Acid Database ICSD Inorganic Structural Crystal Database CRYTSMET Metals Structure Database PC Personal Computer iv RESUMO Nas últimas décadas os computadores têm desempenhado importante papel no ensino. Neste trabalho apresentamos os principais resultados obtidos a partir de uma atividade que serviu para avaliar dois programas computacionais que integram uma importante fonte de pesquisas em química, o Banco de Dados Cambridge Structural Database (CSD): ConQuest, utilizado para realização de buscas no CSD e Mercury, utilizado para a visualização de estruturas cristalográficas. O Banco de Dados CSD apresenta informações sobre aproximadamente 300.000 estruturas cristalográficas de compostos orgânicos e organometálicos. O Classroom ConQuest, que é uma versão do ConQuest construída para utilização em ambientes de ensino e foi empregada neste trabalho, possui um banco de dados reduzido com cerca de 11.300 estruturas e pode ser instalado em tantos computadores quanto sejam necessários ao desenvolvimento de atividades de ensino. Para tanto, faz-se necessária a existência de uma licença para utilização do ConQuest original Os programas foram avaliados quantitativa e qualitativamente por alunos de graduação matriculados em um curso de química inorgânica, onde tiveram que solucionar alguns exercícios utilizando a base de dados e os programas ConQuest e v Mercury. Os exercícios envolveram a extração e a manipulação de dados disponíveis no CSD. Os questionários de avaliação (que diziam respeito à utilidade e a aspectos educacionais dos programas) foram respondidos pelos alunos e mostraram que os programas podem auxiliar no entendimento dos conteúdos da disciplina. Além disso, muitos estudantes consideraram que a atividade os preparou para a utilização de outros bancos de dados e sugeriram que propostas similares poderiam ser aplicadas em disciplinas como cristalografia e química orgânica. vi ABSTRACT For a few decades now, computers have played an increasing role in education. In this work we present the main results from an activity carried out to evaluate two programs that compose an important source in chemistry, the Cambridge Structural Database (CSD), ConQuest, for searching CSD, and Mercury, for visualizing crystal structures. The CSD contains details of approximately 300,000 published organic and organometallic crystal structures. Classroom ConQuest is a version of ConQuest, which has been designed for group teaching activities and used in this work, comes with a reduced database of 11,300 entries. Anyone with at least one normal ConQuest license can install as many copies of Classroom ConQuest as required. The programs were quantitatively and qualitatively evaluated by undergraduate students who took an inorganic chemistry course where they had to solve some inorganic exercises utilizing the database and the programs ConQuest and Mercury. The exercises involved extraction and manipulation of data from the CSD. Evaluation questionnaires (concerning usability and programs as educational tools) were answered by the students, showing the programs to be a valuable aid for content comprehension. Furthermore, many students were optimistic that the activity vii had prepared them for later use of databases in their chemistry courses, and several said that similar activities may be used in courses like cristallography and organic chemistry. viii INTRODUÇÃO 1 – INTRODUÇÃO São notáveis as mudanças decorrentes da aliança feita, especialmente nas últimas cinco décadas, entre a ciência e a tecnologia. A revolução tecnológica vem modificando muito a vida das pessoas e em países desenvolvidos ou que estão em fase de desenvolvimento, a tecnologia, de uma forma geral, está relacionada a todos os setores e à vida cotidiana de seus habitantes. Antes de definirmos o conceito de tecnologia, frisamos que hoje em dia é comum a distinção entre baixa e alta tecnologia (ou tecnologia de ponta). Os desenvolvimentos mais fascinantes, sem dúvida, estão hoje concentrados na área da chamada alta tecnologia, principalmente nas áreas que envolvem a informática e a bioengenharia. No entanto, é preferível compreendê-la de forma mais ampla, como sendo qualquer artefato, método ou técnica criada pelo homem para tornar seu trabalho mais leve, sua locomoção e sua comunicação mais fáceis, ou simplesmente sua vida mais satisfatória, agradável e divertida. Neste sentido, a tecnologia não é algo novo, na verdade, é quase tão velha quanto o próprio homem. Assim, a alavanca, o machado, a roda, o arado, o anzol, o motor a vapor, a eletricidade, a carroça, a bicicleta, o trem, o automóvel, o avião, o telégrafo, o telefone, o rádio, a televisão, tudo isso certamente é Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 1 INTRODUÇÃO tecnologia. Mas, também é tecnologia, a fala, a escrita, a impressão, os vitrais das catedrais medievais, os instrumentos musicais, os sistemas de notação musical e tantas outras coisas que o homem inventou para lhe trazer satisfação e prazer1. Reforçando esta idéia, podemos citar o trabalho de Giordan2, publicado na revista Química Nova Na Escola, no qual o autor menciona que o desenvolvimento das tecnologias da comunicação é uma característica da atividade humana desde longa data. Num passado longínquo, as inscrições em rochas e cavernas, provavelmente anteriores à própria fala, retratavam cenas do cotidiano nômade dos primeiros grupos hominídeos. O fogo havia sido dominado há pouco e as atividades extrativas de subsistência eram aprendidas por meio da simples observação e perpetuadas no imaginário das pessoas e nas representações incrustadas nas cavernas. Pensando no desenvolvimento das tecnologias, é inevitável citar a evolução sofrida pelos computadores nos últimos anos. Esses foram surgindo em forma de calculadoras, em seguida na forma de vídeo games e depois na forma de computadores pessoais. Ao longo dos anos, o computador vem se modernizando, e hoje o mais simples deles é melhor que um supercomputador da década de setenta, por exemplo. Esse avanço é tão grande que já podemos contar com computadores de mão, transportáveis. Como apontado por Cavalcante e colaboradores3, esta acelerada evolução dos computadores nas últimas décadas tem trazido mudanças significativas na postura de profissionais das diferentes áreas na busca de soluções, tirando partido da imensa capacidade que eles oferecem. Seguramente, o principal fator que provocou a disseminação tão acentuada do uso de computadores na sociedade moderna foi o baixo custo que esses sistemas Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 2 INTRODUÇÃO atingiram, aliado a um desenvolvimento tecnológico cada vez mais acelerado4. Se fóssemos tratar de todas as suas possíveis formas de utilização teríamos que lançar mão de várias páginas desse texto. Assim, nos limitaremos a destacar aqui aspectos do seu uso no ambiente educacional, mais especificamente no ensino de química. Tendo em vista que o objetivo do presente trabalho é a viabilização do emprego e o desenvolvimento de estudos exploratórios sobre a efetividade de um recurso computacional pouco explorado (no caso, o Banco de Dados Cambridge Structural Database - CSD) para o aprimoramento do ensino superior de química, apresenta-se a seguir uma visão geral do uso da química computacional neste ensino e faz-se referência a aspectos relevantes do Banco de Dados CSD, no que se refere à sua natureza e potencialidade de utilização por alunos de graduação em química. 1.1 – Computadores no ensino superior de química: ênfase na utilização de programas computacionais A química computacional, uma ciência multidisciplinar que influencia grandemente o andamento do trabalho científico vem se desenvolvendo a passos largos, sendo o manuseio de edições recentes de revistas como Journal of the American Chemical Society ou Inorganic Chemistry um exercício capaz de permitir que se vislumbre a dimensão do seu impacto sobre o desenvolvimento da pesquisa nas mais diversas áreas de química. Por outro lado, a sua gradativa incorporação ao currículo de cursos de graduação em química é também notável em vários países onde cursos e/ou disciplinas são ministrados via exploração de recursos fornecidos pela química Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 3 INTRODUÇÃO computacional5-7. No Brasil, pode-se mencionar a existência de casos similares, porém pontuais, embora artigos da área de educação, publicados no país, sugerindo o emprego da química computacional no ensino de química, remontem aos anos oitenta8-11. Registros sobre o uso de recursos computacionais no ensino superior de química não são recentes, encontrando-se menções a respeito já na década de sessenta12. Tais registros vêm crescendo substancialmente nos últimos anos, de tal forma que algumas revistas reputadas na área de educação em química dedicam seções exclusivamente ao assunto, como se verifica no Journal of Chemical Education, com a seção Information • Textbooks • Media • Resources (JCE Webware), e no The Chemical Educator, com a seção Computers in Chemistry. A partir da análise de artigos publicados em tais revistas fica patente a utilização desses recursos em várias etapas do processo educacional, nas diversas áreas da química, visando o aprimoramento de habilidades importantes para a formação do graduando. Dentre as etapas do processo educacional em que os recursos computacionais podem ser utilizados, destaca-se na literatura o uso de computadores durante a ministração de aulas teóricas13,14. Whitnell e colaboradores13, apontam como principais vantagens que podem vir a resultar de tal emprego, a representação de conceitos, figuras, gráficos e esquemas de formas não acessíveis em aulas limitadas apenas à utilização do quadro-negro e o provável maior interesse dos estudantes no assunto, devido à natureza estimulante da própria aula. De fato, é inegável o potencial inovador de alguns materiais didáticos ocasionados pela utilização de som, animação, imagens de moléculas em três dimensões, etc. Com relação às aulas práticas de química, elas podem também ser beneficiadas através da utilização de simulações de recursos computacionais que Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 4 INTRODUÇÃO venham a permitir, por exemplo, a realização de simulações de experimentos pelos alunos15,16. Em particular, quando a realização do trabalho prático propriamente dito é perigoso ou necessita de um tempo considerável para execução, a simulação é extremamente útil17. De forma semelhante, a utilização de programas de simulação para estudo de técnicas experimentais avançadas é valiosa, pois evita a necessidade de uso de equipamentos caros e normalmente inacessíveis ao aluno. Muitos exemplos desse tipo são mencionados na literatura, podendo-se aqui destacar os trabalhos desenvolvidos por Masson18 e por Boodts e colaboradores11, com relação às técnicas de raios-X de difração de pó e voltametria cíclica, respectivamente. O processo que costuma suceder à aula, que é a etapa de estudos da matéria ministrada e realização de exercícios, também pode vir a ser aprimorada através do uso de computadores. Uma enorme gama de informações sobre diversos tópicos da química encontra-se à disposição dos estudantes via Internet e pode vir a ser explorada19,20. Estudos dirigidos, também via Internet, conduzidos pelo professor responsável pela disciplina através da disponibilização de listas de exercícios e de outras informações relevantes para os alunos são também correntes21. De uma forma mais interativa, vários casos reportados na literatura apresentam exemplos de elaboração de listas de exercício que fornecem feedback instantâneo aos alunos, com relação à correção de exercícios resolvidos22,23. Até alguns anos atrás se apontava com segurança a fisico-química como sendo, dentre as disciplinas da química, a maior beneficiária de recursos computacionais no ensino superior24. No entanto, num levantamento bibliográfico por nós realizado nas revistas Journal of Chemical Education, The Chemical Educator e Química Nova, no Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 5 INTRODUÇÃO intervalo de 1993 a 2003, evidencia-se a disseminação do uso de programas computacionais também nas áreas de química orgânica22,23,25,26, química analítica27,28, química inorgânica24 e em disciplinas correlatas como bioquímica29 e a mineralogia30. Este levantamento bibliográfico nos permitiu ainda verificar o grande número e diversidade destes programas que se encontram reportados na literatura e são direcionados principalmente ao ensino superior de química. Com o intuito de apresentar aos leitores alguns destes programas, assim como discutir algumas de suas propriedades, os classificamos, à semelhança do que tem sido feito por vários autores31-34, como: Exercício e Prática (Drill and Practice), Tutoriais (Tutorial), Simulação (Computer Simulations), Resolução de Problemas (Problem Solving Software) e Ferramenta (Tool Software). Faz-se necessário ressaltar que, embora este tipo de classificação acima citado seja útil para fornecer uma visão geral dos programas computacionais, apresenta algumas limitações. De fato, alguns deles disponibilizam vários tipos de atividades que visam o alcance de diferentes objetivos o que dificulta a sua classificação em apenas uma categoria como, por exemplo, Repetição e Prática ou Tutorial. A seguir são apresentadas algumas considerações para cada tipo de programa, bem como exemplos de sua utilização no ensino de química. 1.1.1 – Exercício e Prática (Drill and Practice) Segundo Miskulin34, programas de Exercício e Prática são aqueles que solicitam uma resposta do estudante para um determinado exercício, fornecendo um Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 6 INTRODUÇÃO retorno imediato sobre o seu acerto ou erro na resolução. O estudante é apresentado a um novo exercício caso tenha acertado o anterior. Uma série de assuntos escolares são abordados, através de exercícios moderados, que não são gerados ou repetidos, aleatoriamente. O assunto principal a ser estudado é analisado e dividido em partes as quais, por sua vez, são dividas em blocos de conceitos ou habilidades específicas. Ou seja, cada bloco de conceitos contém exercícios de diferentes níveis de dificuldades que conduzem às mesmas habilidades específicas. A distribuição dos tópicos a serem trabalhados, e também exercícios, são gerenciados pelo sistema computacional. Um típico formato de programa de Exercício e Prática, proposto por Forcier33, encontra-se ilustrado na Figura 1. Questão Resposta Feedback Nova Questão Pontuação Resposta Etc. Pontuação Figura 1: Formato de um programa de Exercício e Prática33. Uma outra definição sobre programas de Exercício e Prática é explicitada por Viera35, que os apresenta como sendo um modelo de educação de simples transmissãorecepção do conhecimento, no qual o aluno é treinado em um determinado conteúdo ou habilidade. Normalmente, o computador funciona como se fosse um livro um pouco mais dinâmico, apresentando um conjunto de exercícios ou questões para o aluno resolver. Programas de Exercício e Prática podem ser incluídos entre os mais antigos e mais utilizados no ensino. Simonson31 esclarece que, até 1984, aproximadamente 75% Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 7 INTRODUÇÃO dos programas educacionais produzidos eram uma variante dos mesmos, que tinham como objetivo reforçar instruções através da repetição e cujo emprego deveria partir do princípio que o material a ser visto no programa já havia sido ministrado previamente. Em 1980, começaram a surgir críticas relacionadas ao uso do modelo de Exercício e Prática. Devido à sua simplicidade acreditava-se que o conteúdo equivalente poderia ser desenvolvido em sala de aula, sem a utilização do computador. Essas críticas sugeriam que programas de Exercício e Prática não representavam uma boa utilização dos computadores, uma vez que todo conteúdo que poderia ser desenvolvido com esses tipos de programas poderia ser também administrado com os recursos normais. Uma outra crítica relacionava-se ao fato de que esses programas tendiam a enfatizar o desenvolvimento de habilidades intelectuais simples como repetição e memorização, ao invés de fomentar o desenvolvimento de habilidades intelectuais mais complexas34. Algumas considerações presentes na literatura indicam também vantagens sobre o uso desse tipo de programa. Uma delas, mencionada por Vieira35 e Simonson31, diz respeito ao fato de que em um programa bem elaborado de Exercício e Prática, o aluno recebe um “feedback” imediato, sabendo se acertou ou não o exercício, enquanto que em exercícios com lápis e papel, o aluno deve realizar várias ações até obter um “feedback” do professor. Com isso, evita-se a fixação de um conceito incorreto pelo aluno, que pode também trabalhar no seu próprio ritmo. O professor, por sua vez, não necessita de muito tempo para corrigir uma grande quantidade de exercícios que o aluno pode vir a solucionar. Outra vantagem desses programas reside na função de armazenar dados. Muitos dos programas de Exercício e Prática possuem funções de armazenamento de Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 8 INTRODUÇÃO informações. De posse de tais informações, o professor pode, a qualquer momento, fazer considerações sobre o desenvolvimento de cada aluno, saber em que nível ele está operando, o tempo que gastou no programa e os conceitos que foram compreendidos no decorrer do processo. Uma outra vantagem diz respeito à motivação do aluno decorrente da visualização dos gráficos e da audição dos sons, recursos contidos em muitos desses programas34. Os programas “Organic Nomenclature” e “Inorganic Nomenclature”, cujas interfaces encontram-se ilustradas na Figura 2, podem ser citados como exemplos de programa de Exercício e Prática destinados ao ensino superior de química. Ambos foram apresentados na seção JCE Software, da revista Journal of Chemical Education, propostos por Shaw e Yindra36,37. Figura 2: Interfaces dos programas Inorganic Nomenclature e Organic Nomenclature36,37. Os dois programas solicitam respostas a questões de múltipla escolha. No caso do programa “Organic Nomenclature” é dado o nome do composto e ao aluno cabe fazer a associação correta com a sua fórmula e vice-versa. Selecionando uma resposta Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 9 INTRODUÇÃO incorreta é gerada uma mensagem que explica porque a escolha não é apropriada, se a resposta escolhida está correta, uma mensagem de parabéns é gerada. Para o programa “Inorganic Nomenclature”, podemos citar o seguinte exemplo de exercício: o aluno escolhe um nome em uma lista de sessenta nomes de compostos inorgânicos. Caso ele venha a clicar no primeiro nome da lista, clorato de ferro (III), é gerada uma questão que pede a fórmula para este composto. Em seguida são geradas cinco opções de resposta para a questão, do item A ao E. Para selecionar a resposta basta clicar na opção escolhida. Uma resposta incorreta vai gerar uma possível razão porque a escolha está equivocada. Para clorato de ferro (III), se o estudante opta por “FeCl3” como a resposta, receberá a seguinte mensagem: “Este composto não contém um ânion monoatômico”. O estudante pode então usar essa informação para fazer outra escolha. Caso a resposta escolhida seja correta, uma mensagem de parabéns é gerada. Vale ainda ressaltar que em qualquer momento o estudante pode acessar a opção de ajuda, disponível no programa, que inclui uma tabela periódica, uma lista de íons poliatômicos e regras de nomenclatura. 1.1.2 – Tutorial (Tutorial System) Tutoriais são programas, como o nome indica, idealizados de tal forma que possam atuar como tutores ou professores para o usuário34. De acordo com Roblyer32, um programa Tutorial usa o computador para transmitir um conjunto de seqüências instrucionais similares a ministração de tópicos pelo professor em sala de aula. Espera-se que este tipo de programa seja auto-instrutivo e que o estudante seja capaz de aprender Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 10 INTRODUÇÃO os tópicos sem qualquer ajuda de outros agentes ou de materiais além dos apresentados no programa Tutorial. Como apontado tanto por Roblyer32 quanto por Forcier33, os tutoriais podem ser categorizados como lineares ou ramificados. Um tutorial linear apresenta a mesma seqüência de explanação, prática, e resposta a todos estudantes, independente das diferenças nas suas performances. Em contrapartida, um tutorial ramificado direciona o estudante a caminhos dependendo da resposta por ele apresentada para as questões. Instruções tutoriais muitas vezes seguem o modelo linear principalmente devido a dificuldade, consumo de tempo e custo elevado embutido na elaboração e disponibilização dos programas ramificados33. Aspectos importantes que devem ser considerados para uma satisfatória utilização de tutoriais são mencionados por vários autores. Simonson31 explicita que um programa bem elaborado de Tutorial deve fornecer ao usuário oportunidades de interagir com o ambiente. Essa interação não se restringe somente em dar respostas a uma série de múltipla escolha ou preencher questões. Mais do que isso, os usuários devem ter oportunidade de conceber novas idéias, fazer questionamentos e testar hipóteses. Dessa maneira, os estudantes tornam-se cada vez mais ativos no processo de ensinoaprendizagem. Segundo Roblyer32 um bom programa Tutorial deve seguir algumas premissas, que corroboram as idéias de Simonson31: ampla interatividade - bons tutoriais, assim como bons professores, devem exigir dos estudantes respostas freqüentes e cuidadosas para questões e problemas, e devem fornecer práticas e respostas apropriadas para guiar a aprendizagem; controle total do usuário - o estudante deve ser capaz de controlar a velocidade com que o texto aparece na tela, o programa deve Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 11 INTRODUÇÃO oferecer ao estudante a flexibilidade de rever explicações, exemplos, ou seqüências de instruções e a facilidade de explorar as várias opções de trabalho nele contidas; seqüência de ensino apropriada e de fácil compreensão - o programa deve fornecer explanações adequadas e exemplos capazes de promover o entendimento dos conceitos que deseja ensinar; adequado julgamento e capacidade de respostas consistentes sempre que possível, o programa deve permitir ao estudante responder na linguagem que lhe é própria, aceitar todas as possíveis variações de respostas corretas e deve também dar respostas de caráter corretivo a questões solucionadas de forma errônea. Como exemplo desse tipo de programa podemos citar o trabalho reportado por Robinson38, no qual se descreve um programa Tutorial sobre a química do estado sólido. O programa é composto de duas partes. A primeira parte, intitulada “Structures of Metals”, introduz quatro tipos básicos de geometria estrutural e a segunda, intitulada “Unit Cells of Metals”, discute como usar uma cela unitária para descrever uma estrutura em duas dimensões, em seguida estende o conceito para os metais usando quatro celas unitárias básicas: cúbica simples, cúbica de corpo centrado, cúbica de face centrada, e celas hexagonais. As relações entre o raio do átomo de metais nas estruturas cúbicas e as dimensões da cela são averiguadas. Pseudo-animações são particularmente efetivas na ilustração de frações de átomos existentes nas várias celas. Alguns programas tutoriais são disponibilizados na Internet, conforme relatam Pienta39 e Koehler e Orvis40. Pienta39 destaca tutoriais sobre cálculos matemáticos e Koehler e Orvis40 descrevem um tutorial pré-laboratório direcionado a um curso experimental de química geral. Este último foi implantado visando dois objetivos básicos: tornar familiar aos estudantes a instrumentação usada em modernos laboratórios Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 12 INTRODUÇÃO de ciências, melhor treinando-os em habilidades requeridas hoje no mercado de trabalho, e evidenciar as aplicações reais das habilidades aprendidas nos cursos de laboratório. O Tutorial apresenta recursos visuais interativos, objetivando a familiarização dos estudantes com conceitos, procedimentos e habilidades técnicas associadas com os experimentos executados no laboratório. Assim, fotografias como as mostradas na Figura 3, com prompts interativos encontram-se contidas no tutorial. Figura 3: Fotografias apresentadas no tutorial pré-laboratório40 que ilustram procedimentos e materiais necessários para a determinação da condutividade elétrica de alguns compostos. Vale ressaltar que no final de cada tutorial pré-laboratório alguns problemas são solucionados pelos estudantes antes de darem início aos trabalhos que serão realizados no laboratório propriamente dito. Os problemas incluem amostras de dados para que os alunos pratiquem os cálculos envolvidos no procedimento, questões sobre conceitos importantes, procedimentos experimentais, e segurança no laboratório. Além disso, pela facilidade de incluir imagens na Internet, alguns desses problemas são ilustrados com fotografias e possíveis resultados experimentais, os quais devem ser interpretados pelos alunos. Algumas vantagens apresentadas pelos autores, como conseqüência da utilização do tutorial pré-laboratório são: existe mais tempo disponível no laboratório que pode ser Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 13 INTRODUÇÃO dedicado à análise de dados adicionais e de estudos mais aprofundados; o tutorial de prélaboratório substituiu prolongadas aulas que ocorriam antes do laboratório; os estudantes vêm para o laboratório mais confiantes e prontos para iniciar o trabalho. Outro exemplo deste tipo de programa foi reportado por Yokaichiya e colaboradores29 e desenvolvido para ser utilizado em disciplinas de bioquímica. O programa, denominado de Radicais Livres de Oxigênio, é constituído de quatro seções: Fontes de produção - descreve as fontes de produção de radicais livres mais conhecidas e enfatiza o papel da cadeia de transporte de elétrons na formação dos radicais livres de oxigênio; O que são e como formam - demonstra a estrutura química dos radicais livres e ilustra a formação dos diferentes radicais livres de oxigênio na cadeia de transporte de elétrons; Como agem e o que causam - descreve os mecanismos de ação e os efeitos provocados; Mecanismos de proteção - apresenta os mecanismos enzimáticos (glutationa peroxidase, superóxido dismutase e catalase) e não-enzimáticos (vitaminas C e E e glutationa) de proteção. Conforme ressaltam Yokaichiya e colaboradores29 os conteúdos de todas as seções são simplificados a partir de textos consagrados e acessíveis à consulta. Ademais, questões de múltipla escolha, que permitem o acompanhamento do aprendizado estão inseridas em etapas críticas, o acerto nas respostas não é limitante para o prosseguimento no programa, pois as questões são respondidas em telas seguintes. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 14 INTRODUÇÃO 1.1.3 – Simulação (Computer Simulation) Simulação consiste em uma operação sobre uma representação ou um modelo de um evento, de um fenômeno, ou de um objeto34. De acordo com Ribeiro e Greca41 através da utilização deste tipo de programa, os alunos podem descrever relações entre conceitos, aplicar os modelos construídos e comparar os resultados obtidos com o conhecimento que é aceito pela comunidade científica ou com experimentos laboratoriais. Este procedimento de confrontação permite ao educando perceber seus enganos, fazer uma reflexão crítica sobre o modelo criado e operacionalizar as mudanças necessárias, fazendo a transposição dos seus conceitos intuitivos para concepções mais sistematizadas. Também nessa mesma perspectiva, Simonson31 declara que a principal vantagem de usar simulação consiste no fato de que os estudantes podem manipular vários aspectos do modelo. Os estudantes tornam-se parte ativa do ambiente educacional e interagem com os resultados nas decisões que eles tomam nesses ambientes. Os programas de Simulação são incluídos entre os mais poderosos recursos computacionais disponíveis para o ensino. No entanto, conforme alerta Roblyer32, algumas simulações são também entendidas como caminhos complicados para ensinar conceitos simples, que podem ser facilmente demonstrados no papel, com manipulações ou com objetos reais. Entre os benefícios que podem ser alcançados a partir do seu uso estão: comprimir o tempo - uma simulação pode mostrar em segundos ações e fenômenos que levariam dias para serem observados pelo estudante; desacelerar o processo - uma simulação pode apresentar processos normalmente invisíveis ao homem pela sua rapidez; tornar os estudantes motivados - a simulação pode envolver os Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 15 INTRODUÇÃO estudantes uma vez que oferece resultados imediatos a partir das suas escolhas, permitindo o usuário interagir com o programa; tornar experimentações seguras - a simulação oferece segurança quando a aprendizagem envolve algum perigo como, por exemplo, manipulação de substâncias tóxicas; tornar possível o impossível - este é um dos mais poderosos benefícios, pois muitas vezes o professor não pode tornar possível situações que a simulação permite observar, como por exemplo, através da simulação os alunos podem observar processos de mutação celular ou ainda aprender como reagir em situações de emergência em usinas nucleares; economizar recursos financeiros - aqui podemos citar como exemplo a simulação de técnicas de análise muitas vezes indisponíveis aos alunos de graduação em química devido ao custo; repetir eventos com variações - através da simulação pode-se repetir um experimento mudando condições para depois compará-las; substituir ou servir de apoio a experimentos de laboratório quando não se tem disponíveis materiais de laboratório adequados, ou quando não se tem quantidades suficientes de reagentes, por exemplo, os professores podem recorrer às simulações para remediar ou amenizar a falta de atividades práticas. Como exemplo do emprego deste tipo de programa no ensino de química, podemos destacar o trabalho de Yarger e colaboradores42, que trata da utilização do programa GAMESS43 (General Atomic and Molecular Eletronic Structure System) com o intuito de oferecer aos estudantes, através da simulação de vibrações moleculares, um melhor entendimento da espectroscopia vibracional. Outro exemplo é o trabalho de Toby44, que trata da utilização do programa ACUCHEM/ACUPLOT, que permite a simulação de reações de oscilação, relevantes para o estudo de cinética química. O Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 16 INTRODUÇÃO método por ele apresentado permite aos graduandos a simulação de aspectos básicos de reações deste tipo. O programa de Simulação Chemland, descrito no trabalho de Fermann e colaboradores45, consiste de 64 módulos interativos, escritos em Visual Basic, nos quais os principais tópicos abordados são: “Tools and Reference” (ferramentas e referências); “Basic Tasks” (lições básicas); “Atomic Structure” (estrutura atômica); “Molecular Structure and Bonding” (ligação e estrutura molecular); “Equilibria” (equilíbrio); “Properties of Matter” (propriedades da matéria); “Reactivity” (reatividade); “Thermodinamics” (termodinâmica); “Organics” (orgânica). Todos estão apresentados na tela inicial do programa Chemland. A Figura 4 mostra o menu principal do programa, com as nove categorias mencionadas anteriormente, nas quais os módulos estão embutidos. Instruções resumidas para cada módulo são também disponibilizadas ao usuário bem como o acesso a uma tabela periódica interativa e a um calculador de massa molecular. Figura 4: Interface do menu principal do programa de Simulação Chemland. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 17 INTRODUÇÃO Exemplos de possíveis formas de utilização do programa são ilustrados nas Figuras 5 e 6. Na Figura 5 encontra-se a tela que permite a utilização do módulo de simulação de configuração eletrônica e na Figura 6 a tela que permite a utilização do módulo de simulação para o equilíbrio de pressão de vapor. Figura 5: Interface do módulo de simulação de configuração eletrônica do programa Chemland. O símbolo do elemento fósforo tendo sido selecionado. A utilização do módulo de simulação de configuração eletrônica inicia-se a partir da seleção de um elemento da tabela periódica, mostrada na parte inferior da tela. A configuração eletrônica do átomo selecionado é apresentada pictorialmente no diagrama qualitativo de níveis de energia e em notação espectroscópica. Os autores sugerem que o professor pode usar este módulo para apresentar o princípio de antisimetria de Pauli e a regra de Hund e verificá-los através do estudo da exploração de elementos na tabela periódica. Um segundo exemplo, é o módulo de simulação para o equilíbrio de pressão de vapor mostrada na Figura 6. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 18 INTRODUÇÃO Figura 6: Interface do módulo de simulação para o equilíbrio de pressão a vapor do programa Chemland. O módulo simula uma série de medidas de pressão de vapor. A medida de pressão de vapor é um experimento que pode ser desenvolvido no laboratório com o equipamento e tempo adequado. A simulação permite a seleção de dois líquidos para a investigação (que podem ser escolhidos de uma lista de cinco) e a variação da temperatura. Os estudantes podem usar a Simulação para consolidar conhecimentos sobre ponto de ebulição, a relação entre temperatura e pressão de vapor e efeitos de estruturas moleculares nestas propriedades. Exemplos de programas de Simulação de técnicas experimentais foram publicados na revista Química Nova por Boodts e colaboradores11 e por Müller e Batres46. No caso de Boodts e colaboradores11 as técnicas estudadas foram a voltametria e a polarografia, no trabalho de Müller e Batres46, a difração de raios X. A importância Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 19 INTRODUÇÃO da inserção desse tipo de Simulação no ensino superior é destacada por Boodts e colaboradores11, que relatam que para se almejar um bom nível de ensino, deve existir um balanço apropriado entre a teoria e a prática. Este balanço esbarra, na maioria das universidades brasileiras, na insuficiência ou mesmo inexistência dos equipamentos necessários à viabilização de aulas práticas avançadas. Por sua vez Müller e Batres46 acreditam que a vantagem na utilização da simulação de técnicas no ensino é a possibilidade de experimentação individual, tal como se existisse um aparelho dedicado exclusivamente para cada estudante. Cabe ainda ressaltar que na revista Química Nova encontra-se um trabalho relevante sobre o assunto aqui tratado, reportado por Ribeiro e Greca41, que apresenta uma revisão da literatura publicada concernente ao uso de simulações computacionais e ferramentas de modelagem no ensino de química. 1.1.4 – Resolução de Problemas (Problem Solving Softwares) Os programas de Resolução de Problemas, tais como os de Simulação, utilizam o computador para desenvolver no usuário estratégias mentais complexas de resolução de problemas. Nesses ambientes, os estudantes são colocados em situações nas quais eles podem manipular variáveis e obter o retorno dessa interação. Usualmente, os programas de Resolução de Problemas envolvem uma variedade de situações-problema a serem desenvolvidas e incluem experiências relacionadas com discriminação visual e espacial. Em geral, o uso de programas desse tipo ajuda a desenvolver habilidades nos estudantes de analisar o processo de resolução de problemas; dividir o problema em Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 20 INTRODUÇÃO pequenas partes; identificar informações necessárias e desnecessárias, e ainda procurar uma seqüência lógica; alcançar a resposta e expressar essa resposta no computador34. Tanto Roblyer32 quanto Maddux e colaboradores47 reconhecem que existem dois tipos de programas que podem ser classificados nessa categoria. O primeiro é projetado como um instrumento de resolução de problemas, da mesma forma que uma calculadora é um instrumento para resolver problemas de Cálculo. Como exposto por Roblyer32 este é direcionado a aprendizagem de conceitos específicos, necessários para resolver problemas em um domínio particular. O outro tipo de programa é baseado na suposição de que existem habilidades, de resolução de problemas universais ou genéricos, que podem ser aprendidas em um domínio e então transferidas para outro. Roblyer32 os define como sendo programas voltados ao desenvolvimento de habilidades gerais, tais como: recordação de fatos, divisão de um problema numa seqüência de passos ou previsão de resultados. Podemos citar como exemplos de programas que podem ser utilizados como ferramenta para resolução de problemas no ensino de química aqueles mencionados nos trabalhos de Bocarsly e David48, Riley e colaboradores49 e Hovick50. No trabalho reportado por Bocarsly e David48 os alunos comparam os resultados obtidos a partir de um experimento clássico em laboratórios de graduação da área de fisico-química, elucidação da espectroscopia de corantes conjugados usando o modelo da partícula na caixa, para elétrons (onde a “caixa” na qual os elétrons estão confinados é definida pela extensão da conjugação), com resultados computacionais obtidos usando cálculos de mecânica molecular e método de Hückel estendido, que possibilitam o exame dos sistemas conjugados em um nível mais sofisticado. Neste caso o programa HyperChem Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 21 INTRODUÇÃO 4.551 foi usado para os cálculos de Hückel estendido e os corantes utilizados no experimento foram: iodeto de 1,1’-dietil-2,2’-cianina; iodeto de 1,1’-dietil-2,2’carbocianina; iodeto de 1,1’-dietil-2,2’-dicarbocianina. O objetivo principal do exercício era sensibilizar os graduandos de química sobre a necessidade de um exame crítico de dados e de modelos teóricos a partir da perspectiva de outros dados ou de outros modelos. Esperava-se neste caso, que os estudantes compreendessem o poder de abordagens independentes para um dado problema como ferramenta para o avanço do conhecimento científico. Riley e colaboradores49 apresentam um programa computacional escrito em Visual Basic que permite o cálculo da porcentagem total de deuteração na reação de troca, de cetonas alifáticas, via um mecanismo de enolização catalisada por ácido. Hovick52 relata uma experiência na qual estudantes de graduação solucionaram dois exercícios fazendo uso do programa PC Spartan52. O primeiro deles exigia a construção de um produto de uma condensação aldólica: 1,5-difenil-1,4-pentadieno-3-ona. A escolha do isômero desta molécula a ser desenhado (cis-cis, cis-trans e trans-trans) ficava a critério do estudante que, em seguida, fazia medidas de várias distâncias e ângulos de ligação na molécula, necessários para a resolução de problemas a ele apresentados. O segundo exercício tratava de sólidos cristalinos e encontrava-se dividido em três seções: redes de Bravais e celas unitárias, utilização de estruturas cristalinas de metais para calcular propriedades físicas e sítios intersticiais. Para resolução dos problemas apresentados fazia-se necessário a construção de celas unitárias cúbicas e a manipulação de várias representações do cristal apresentado em três dimensões. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 22 INTRODUÇÃO Propriedades físicas de algumas estruturas cristalinas foram também calculadas, como volume de cela unitária e densidade. Programas de visualização de estruturas são também largamente utilizados no ensino superior de química permitindo a resolução de vários tipos de problemas; por esta razão encontram-se aqui classificados como programas de Resolução de Problemas. O trabalho de Elgren53 faz menção a este tipo de programa, no qual o autor elabora exercícios que favorecem a discussão de questões que conduzem à revisão de princípios apresentados nas disciplinas introdutórias dos cursos de graduação em química (potenciais de redução, ácidos e bases de Lewis, pontes de hidrogênio, etc.) e que são apresentados no contexto da bioquímica. A série de exercícios apresentada permite que os estudantes explorem fatores estruturais que influenciam aspectos determinantes para funções das proteínas. Informações sobre as estruturas das proteínas foram adquiridas a partir do banco de dados Protein Data Bank54 e o programa de visualização molecular utilizado foi o RasMol55, que pode ser acessado gratuitamente. A Figura 7 ilustra a representação de uma das proteínas estudadas no exercício usado como exemplo no referido artigo. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 23 INTRODUÇÃO Figura 7: Visualização da posição do complexo metálico se ligando a uma proteína através do programa RasMol53. Johnston e Archer56, assim como Elgren53, fazem uso de um programa de visualização molecular (MAGE57) para discutir conceitos relacionados às propriedades dos sólidos, como celas unitárias, empacotamento denso e estruturas de sólidos iônicos. Os exercícios elaborados por eles, com base na utilização do programa MAGE57, são propostos em química geral e em cursos de química inorgânica. Também são encontrados exemplos de aplicações de programas computacionais para a resolução de problemas em trabalhos reportados na revista Química Nova58,59. Galembeck e Caramori58 sugerem uma atividade prática, realizada com auxílio da química computacional, na qual são analisados índices de reatividade da 4-(dimetilamino)piridina baseado na Teoria de Orbitais Moleculares de Fronteira e na Teoria Funcional de Densidade. A construção da referida molécula no programa Molden60, a visualização dos orbitais moleculares nos programas Molden60 ou Molekel61 Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 24 INTRODUÇÃO e a realização dos demais passos propostos no experimento permitem a resolução de problemas relacionados à prática. A introdução à modelagem molecular de fármacos em um curso experimental de química farmacêutica foi relatada por Carvalho e colaboradores59. Atividades práticas direcionadas ao estudo da geometria e das propriedades dos fármacos, no sentido de explorar as bases químicas e moleculares envolvidas na interação fármaco-receptor, foram realizadas pelos estudantes empregando técnicas computacionais. Os problemas propostos nestas atividades eram pautados na utilização dos programas Chemdraw62, Chem3D63, Molecular Modeling Pro64 e ChemSite65 e visavam, entre outros objetivos, proporcionar aos estudantes a visualização tridimensional, a realização de análise conformacional de fármacos e a observação dos aspectos estereoquímicos dos mesmos e sua relação com a atividade biológica. 1.1.5 – Ferramenta (Tool Software) São considerados programas de Ferramenta aqueles que, como o nome sugere, são utilizados como ferramenta para enriquecer o processo de ensino-aprendizagem. São exemplos desse tipo de programa: processadores de texto, banco de dados, planilha de cálculo, hipermídia, programas gráficos e pacotes de análise estatística. Esses programas são referidos como ferramentas porque assim como o lápis, o papel e outros recursos utilizados nas escolas, eles ajudam os estudantes e os professores a cumprirem suas tarefas, cujos conteúdos não são especificados. Podem ser utilizados em sala de aula em diferentes áreas do conhecimento34. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 25 INTRODUÇÃO Um tipo de ferramenta computacional muito utilizada no ensino superior de química é a planilha de cálculo, ou como encontramos na literatura Spreadsheet. Miskulin34 as define como sendo sistemas computadorizados que arquivam ou guardam números. Elas foram originalmente projetadas para substituir sistemas de contabilidade manual. Essencialmente, planilha de cálculo é uma grade (ou tabela, ou matriz) de células vazias, com colunas identificadas por letras, e linhas identificadas por números. Cada célula pode conter valores, fórmulas ou funções, e os valores devem ser numéricos (números) ou textuais (palavras). O usuário move em torno da matriz, identificando o número da célula para onde deseja ir, ou buscando a célula que contém uma espécie particular de informação. Uma palavra, um valor numérico, uma fórmula, ou uma função pode ser inserida em cada célula. Como recursos, a planilha de cálculo possui três funções básicas: guardar, calcular e apresentar informações. As informações (numéricas) podem ser guardadas em um lugar específico (célula), a partir da qual essa informação pode ser acessada ou recuperada. Spreadsheets suportam funções de cálculo, nas quais os conteúdos de qualquer combinação de células podem ser matematicamente relacionados de acordo com a vontade do usuário. Apresentam ainda informações em uma variedade de maneiras, mostrando seu conteúdo em uma grade ou matriz bidimensional. Possibilitam também ao usuário apresentar suas informações ou dados numéricos através de gráficos34. Como exemplo de aplicação desse tipo de programa no ensino superior de química podemos citar os trabalhos de Carmona e colaboradores66 e Bonicamp e colaboradores67. Ambos relatam uma experiência por eles conduzida em disciplina de Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 26 INTRODUÇÃO química analítica quantitativa com o objetivo de avaliar a eficácia da utilização de planilhas na promoção do entendimento de conceitos de química. Para tanto, exercícios extraídos do livro Quantitative Chemical Analysis68 foram aplicados aos estudantes e por eles solucionados fazendo uso do programa MS-Excel69 (A Figura 8 mostra a representação gráfica de um dos exercícios proposto aos estudantes). A partir de um estudo comparativo entre a performance de duas classes de estudantes, sendo que em uma delas a realização de exercícios fazendo uso de planilhas era obrigatória e na outra não o era, fez-se possível concluir pela existência de uma maior motivação e de uma maior compreensão dos problemas apresentados e dos conceitos neles envolvidos pelos alunos da classe na qual existia a obrigatoriedade do uso da planilha67. Figura 8: Gráfico da titulação de 25 ml de solução 0,1 M de haleto com uma solução de Ag+ 0,05 M, elaborado no programa Exel67. Convictos da necessidade de apresentar aos graduandos em química e em engenharia química fundamentos de troca iônica, uma vez que estes são pilares para o Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 27 INTRODUÇÃO entendimento do funcionamento de colunas de troca iônica, empregadas em vários processos industriais, Carmona e colaboradores66 sugeriram uma experiência de laboratório, pautada no uso do programa MS-Excel69. A realização do experimento proposto oferece ao aluno a possibilidade de alimentar uma planilha Excel com informações sobre diferentes tipos de trocadores iônicos e comparar os resultados por ele obtido com dados experimentais apresentados na literatura. Os autores concluíram que a prática, embora laboriosa, favoreceu uma análise crítica de dados essenciais que os alunos necessitam conhecer para a elaboração de uma unidade operacional industrial típica da área de engenharia química e facilitou o entendimento sobre as diferenças existentes entre diversas fases sólidas (como resinas ou zeólitas). 1.2 – Cambridge Structural Database: alguns aspectos e aplicações no ensino superior de química Investigar a estrutura dos compostos é uma tarefa que vem sendo realizada por pesquisadores há anos. Para o cumprimento desta empreitada o auxílio de várias técnicas, entre elas a cristalografia de raios X, adequada para o estudo de estruturas moleculares a resolução atômica, é de grande valia. Com o desenvolvimento dos métodos teóricos cristalográficos, da instrumentação e da tecnologia computacional, houve um significativo aumento do número de estruturas estudadas por difração de raios X, comparado aos resultados que eram obtidos há vinte anos atrás, por exemplo. O estudo de uma estrutura cristalina por raios X, que consumia algumas semanas, hoje é feito em poucos dias e a coleta dos dados necessários limita-se a algumas horas. A Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 28 INTRODUÇÃO criação dos primeiros bancos de dados cristalográficos eletrônicos, na década de sessenta70-72, veio a proporcionar o armazenamento, de forma ordenada, deste grande número de informações e, seguramente, favorecer o andamento de diversas pesquisas vinculadas à determinação estrutural de compostos. Atualmente, estruturas cristalinas de compostos de diferente natureza encontram-se depositadas em distintos bancos de dados. No Protein Data Bank (PDB)73, por exemplo, estão depositados dados estruturais de macromoléculas biológicas, e no Nucleic Acid Database (NDB)74, de ácidos nucléicos. Dados similares de compostos inorgânicos encontram-se depositados no Inorganic Structural Crystal Database (ICSD)75, e de compostos metálicos, incluindo ligas, intermetálicos e minerais, no Metals Structure Database (CRYTSMET)76. Para a realização do nosso trabalho fizemos uso de informações disponíveis no Cambridge Structural Database (CSD)71,72, que armazena os resultados da análise por difração de raios X e nêutrons de pequenas moléculas orgânicas e de complexos organometálicos contendo até 1000 átomos e que apresentam carbono nas suas estruturas. O CSD é fruto do trabalho iniciado na Universidade de Cambridge por Olga Kennard e colaboradores. A partir de 1965, o grupo por ela liderado passou a compilar dados estruturais publicados de moléculas pequenas investigadas por raios X e difração de nêutrons. Com o rápido desenvolvimento verificado na área de computação, estes dados coletados foram codificados em forma eletrônica e tornaram-se conhecidos como CSD. Cada estrutura depositada neste banco de dados recebe um código de referência com seis letras, que identificam o composto químico, e mais dois dígitos suplementares, que identificam determinações adicionais da mesma estrutura, por exemplo: estudos realizados por outros cientistas, estudos realizados sob diferentes condições Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 29 INTRODUÇÃO experimentais, etc. As informações contidas no CSD para cada estrutura cristalográfica depositada dizem respeito a: informação bibliográfica; informações químicas apresentadas textualmente e com a estrutura representada no plano; estrutura tridimensional, com todos os seus parâmetros geométricos; estrutura cristalina em três dimensões, com todas as informações cristalográficas, inclusive condições experimentais de coleta de dados para sua resolução71. Uma visão esquemática destas informações encontra-se na Figura 9. Informação Bibliográfica Estrutura Química Plana Estrutura Molecular 3D Estrutura Cristalina 3D Figura 9: Visão esquemática das informações contidas no Cambridge Structural Database71. Mais de 300.000 estruturas encontram-se depositadas no CSD, sendo que 50% delas foram depositadas a partir de 1990. A Figura 10 (a) ilustra a evolução do número Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 30 INTRODUÇÃO de estruturas depositadas no banco de 1970 a 2000 e a Figura 10 (b) é uma projeção estatística estimada do crescimento do número de estruturas catalogadas no banco de 2001 a 2010. As atualizações realizadas no banco de dados são da ordem de 600 novas estruturas por mês, as quais aparecem publicadas em mais de 800 revistas internacionais. Figura 10: Estatísticas de crescimento do CSD: (a) crescimento de 1970 à 2000; (b) projeção de crescimento de 2001 à 201071. O CSD é formado por um grupo de programas que são responsáveis pela busca das informações nele presentes, pelo modo gráfico da apresentação da pesquisa, pela Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 31 INTRODUÇÃO análise estatística dos valores que podem ser extraídos das estruturas cristalinas (valores da geometria molecular tais como comprimentos ou ângulos de ligação e ângulos de torção), e também em gerar arquivos de saída que poderão ser utilizados em outros programas disponíveis no mercado, como saídas de arquivos em formato PDF ou arquivos de entrada para programas de refinamento e resolução de estruturas, tais como o SHELXL-97. A Figura 11 mostra quais são esses programas. ConQuest Dash PreQuest Vista SuperStar IsoStar Relibase + Mogul Gold Mercury CSD Symmetry enCIFer RPluto Figura 11: Esquema geral dos programas que compõem o banco de dados CSD: (a) programas que necessitam de licença para utilização; (b) programas disponíveis para download gratuito. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 32 INTRODUÇÃO São treze os programas que formam o CSD e com eles é possível realizar um estudo completo da estrutura molecular de um complexo. Um resumo da funcionalidade de cada um deles é apresentado a seguir: • ConQuest: sistema de busca por estruturas na CSD. • PreQuest: permite ao usuário criar sua própria base de dados, como por exemplo, estruturas próprias ainda não publicadas; • Vista: responsável pela análise estatística dos dados geométricos das moléculas; • IsoStar: base de dados que trata somente de interações intermoleculares; • Mogul: base de dados de geometria molecular; • Gold: programa para o estudo do “docking” entre proteína e os seus ligantes. Dada uma proteína ele procura entre as 300000 estruturas da base a que melhor encaixa no seu sítio ativo; • Relibase +: para a procura de complexos proteína-ligante; • SuperStar: estuda a interação entre a proteína e seu ligante; • Dash: processa as informações de uma coleta de dados, permitindo ao usuário determinar a forma da estrutura molecular do composto medido; • Mercury: permite a visualização das estruturas moleculares, proporcionando o estudo das ligações químicas e das interações intermoleculares de estruturas em particular; • CSD Symmetry: base de dados que contém dados de propriedades simétricas e cristalográficas. • Pluto: responsável em gerar o “display” gráfico de estruturas cristalinas; Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 33 INTRODUÇÃO • enCIFer: permite a submissão de dados ao CSD em formato CIF. Neste trabalho fizemos uso apenas dos programas ConQuest e Mercury, executáveis em Windows e/ou em vários tipos de Unix, incluindo o Linux77. O programa ConQuest é responsável pela procura e obtenção das informações contidas na base de dados CSD. Essas pesquisas podem ser feitas através de informações gerais (numéricas/ texto), como por exemplo: nome do composto, fórmula química do composto, elementos químicos que constituem o composto, referências bibliográficas que mencionam o composto, grupo espacial do composto, desenho de um fragmento molecular presente na estrutura do composto, etc. Antes da implementação do ConQuest as buscas no CSD eram realizadas através da utilização de um outro programa, denominado de QUEST78. O programa Mercury possibilita a visualização da estrutura cristalina em três dimensões, com grande variedade de cores e estilos. A posição dos átomos de uma dada estrutura dentro da célula unitária pode ser visualizada, assim como é possível constatar a existência de ligações do tipo pontes de hidrogênio, além de outros tipos de interações intermoleculares tanto fortes quanto fracas nas moléculas, por exemplo. Antes da implementação do Mercury a visualização das moléculas no CSD era realizada através da utilização de um outro programa, denominado de PLUTO79. A utilização do CSD na pesquisa científica é amplamente reconhecida81,82 e acreditamos que não nos cabe discutir aqui a sua relevância. Em contrapartida, cabe frisar a sua potencialidade como possível ferramenta facilitadora do processo de ensinoaprendizagem no ensino de química e de disciplinas correlatas. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química Com este intuito, 34 INTRODUÇÃO fazemos a seguir um breve relato sobre os três trabalhos reportados na literatura, por nós localizados considerando o intervalo de tempo e as revistas mencionadas no início deste capítulo, nos quais o CSD é empregado visando o ensino de química e também discutimos alguns aspectos sobre a viabilidade do seu emprego, especialmente em instituições de ensino superior brasileiras. Os artigos que se referem à utilização do CSD no ensino de química foram reportados na revista Journal of Chemical Education, no período entre 1996 e 2004. Dois deles dizem respeito à disciplina de química inorgânica e o outro, publicado mais recentemente, à disciplina de bioquímica. Lipkowitz e colaboradores24, em artigo intitulado Computational Chemistry for the Inorganic Curriculum, atentam para a necessidade premente de desenvolvimento de atividades em cursos de graduação que levem os estudantes a um maior domínio de recursos disponibilizados pela química computacional. Para tanto, elaboram um projeto de ensino em uma disciplina de laboratório de química inorgânica baseado na utilização do CSD, no qual são apresentadas inicialmente noções básicas de utilização do banco de dados, através de instruções presentes em manuais de uso do banco, e exemplos de resolução de exercícios. Segundo os autores, são três as operações básicas que os alunos devem aprender a executar empregando o CSD: a primeira é realizar buscas por determinadas estruturas no banco de dados, através do programa QUEST (atualmente ConQuest); a segunda é visualizar as referidas estruturas, através do programa PLUTO (atualmente Mercury); a terceira é realizar análise estatística das estruturas encontradas, através do programa GSTAT (atualmente Vista). Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 35 INTRODUÇÃO Concluída a etapa de familiarização dos estudantes com os programas QUEST, PLUTO e GSTAT, que não costuma ultrapassar uma semana, solicita-se a eles a resolução de diversas questões relacionas à estrutura de compostos inorgânicos. Na prática de laboratório em que se realiza a síntese de metalocenos, por exemplo, endereça-se aos estudantes questões como: Qual o valor da distância Cp-Cp (Cp = ciclopentadieno), quando M = V, Cr, Fe, Ni e Co? Qual das estruturas tem distância interplanar mais curta e mais longa? O segundo trabalho, também direcionado para a área de química inorgânica, intitulado Using the Cambridge Structural Database to Introduce Important Inorganic Concepts, é da autoria de Davis e colaboradores82. Com o intuito de apresentar o CSD aos estudantes, que os autores consideram abrigar um manancial de recursos de incalculável valor para os químicos, foram desenvolvidos exercícios que podem ser resolvidos a partir do conhecimento de conteúdos apresentados em cursos introdutórios de química inorgânica. Os exercícios buscam fomentar a realização de estudos e o entendimento sobre propriedades estruturais inorgânicas e tratam de assuntos como: retrodoação, efeito Jahn-Teller, regra dos dezoito elétrons e configuração de baixo-spin X alto-spin. O trabalho mais recente, reportado por Reglinski e colaboradores83 e intitulado From Metalloprotein to Coordination Chemistry: A Learning Exercise to Teach Transition Metal Chemistry, traz um relato detalhado de um exercício proposto com o objetivo de desenvolver nos alunos o entendimento de conceitos básicos de química de coordenação através da resolução de tarefas que implicam na busca e investigação de propriedades de metaloproteínas via Protein Data Bank (PDB)73, em conjunto com o Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 36 INTRODUÇÃO Cambridge Structural Database (CSD)71,72 e com as bases de dados de caráter bibliográfico como Scifinder84, Medline85 e Beilstein86. Nos artigos de Lipkowitz e colaboradores24, Davis e colaboradores82 e Reglinski e colaboradores83 não foi apresentada nenhuma avaliação sobre os programas constituintes que foram utilizados para a resolução dos exercícios propostos. Ou seja, não foram tecidos comentários/ponderações sobre as impressões, nem por parte dos alunos, nem por parte dos professores, sobre as atividades por eles realizadas. Vale ainda ressaltar que, de acordo com a classificação de programas computacionais presente na introdução, os programas ConQuest e Mercury, que foram por nós investigados neste trabalho de mestrado, são incluídos na categoria de Resolução de Problemas, uma vez que prestaram exatamente para este fim em todos os artigos nos quais foram mencionados. Por fim, fazemos considerações sobre alguns aspectos que, ao nosso ver, ilustram a viabilidade de utilização dos recursos disponibilizados pelo CSD em ambientes informatizados de ensino no território nacional e, concomitantemente, respaldam as ações por nós realizadas com o intuito de avaliar, de forma técnica e pedagógica, os programas ConQuest e Mercury e de facilitar a sua utilização por estudantes de graduação no Brasil, através da produção de um manual de utilização dos programas em língua portuguesa. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 37 INTRODUÇÃO São 14 as universidades brasileiras∗ detentoras atualmente da licença para utilização do CSD destinado à pesquisa científica87 que, conforme mencionamos anteriormente, armazena mais de 300000 estruturas cristalográficas resolvidas83. Cada uma destas instituições pode solicitar gratuitamente a licença para utilização do Classroom ConQuest, uma sub-banco destinado ao ensino, que apresenta aproximadamente 11000 estruturas. Até onde vai o nosso conhecimento, a única instituição que realizou esta solicitação, até o momento, foi a Universidade de São Paulo – Instituto de Química, no que foi prontamente atendida pelos responsáveis pelo gerenciamento/divulgação do CSD (em menos de uma semana). Uma vez concedida esta licença, o Classroom ConQuest pode ser instalado em tantos computadores destinados ao ensino de química quanto forem necessários. No Instituto de Química de São Carlos a sua instalação ocorreu em nove microcomputadores da Sala Pró-Aluno. Ou seja, são quase inexistentes os obstáculos que impedem a utilização do banco por um número representativo de alunos distribuídos nas 14 instituições citadas, de norte ao sul do país. A licença para a utilização do banco pode ainda ser solicitada, gratuitamente, por instituições acadêmicas da América Latina junto ao Consejo Superior de Investigaciones Científicas, com sede na Espanha87. Desta forma, o número de instituições brasileiras capazes de disponibilizar as informações contidas no banco para seus alunos pode ainda ser expandido. ∗ Escola Federal de Engenharia de Itajubá; Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT); Instituto de Física de São Carlos, Universidade de São Paulo; Instituto de Física, Universidade Federal de Goiás; Instituto de Química, Universidade de Campinas; Instituto de Química, Universidade Federal de Rio de Janeiro; Instituto de Química, Universidade de São Paulo; Universidade Federal de Alagoas; Universidade Federal de Minas Gerais; Universidade Federal de Pernambuco; Universidade Federal de Santa Catarina; Universidade Federal de São Carlos; Universidade Federal de Santa Maria; Universidade Federal de Sergipe. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 38 INTRODUÇÃO Para que o leitor tome conhecimento de algumas funcionalidades e características dos programas estudados neste trabalho, uma sucinta descrição a respeito encontra-se no capítulo 4 desta dissertação. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 39 OBJETIVOS FERAIS 2 – OBJETIVOS GERAIS Tendo em vista as informações retratadas anteriormente sobre o crescimento acentuado do uso de computadores no ensino superior de química e as potencialidades apresentadas pelos programas ConQuest e Mercury que compõe a base de dados CSD, este trabalho tem como objetivos: ¾ Desenvolver ações que viabilizem a utilização do Banco de Dados Cambridge Structural Database por alunos de graduação em química no Brasil; ¾ Promover uma avaliação pedagógica e técnica dos programas ConQuest e Mercury, visando estudar a viabilidade do uso dos mesmos no processo de ensino-aprendizagem de química. A viabilização da utilização do Banco de Dados foi realizada em duas etapas: a primeira delas constou da construção de um manual didático informativo, em linguagem acessível ao público que se deseja atingir, sobre a natureza e características do Banco, bem como sobre comandos capazes de conduzir o usuário ao emprego pleno e independente dos programas de busca (ConQuest) e de visualização de moléculas (Mercury). Essa necessidade inicial é justificável a partir da constatação da existência de Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 40 OBJETIVOS FERAIS manuais explicativos sobre o Banco de Dados CSD e sobre os programas acima mencionados apenas em inglês e dirigidos a leitores envolvidos na pesquisa, na área de ciências exatas. A segunda etapa constou da elaboração de exercícios-modelo capazes de ilustrar diversas formas de uso do Banco em disciplinas voltadas ao ensino da química de coordenação. Uma vez concluída a elaboração do material didático adequado para utilização por alunos de graduação em química, foram promovidas situações de uso deste material e, a partir deste uso, os programas ConQuest e Mercury foram avaliados quantitativa e qualitativamente, através da aplicação de questionários aos alunos. Quanto ao referencial teórico para a análise dos dados e avaliação dos programas, foram buscados subsídios no trabalho de Behar88 que sugere uma metodologia para avaliação de programas educacionais abrangendo: Qualidade Pedagógica ou Educacional e Qualidade Técnica (Ambiente de Hardware). Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 41 ASPECTOS METODOLÓGICOS E REFERENCIAL TEÓRICO 3 – ASPECTOS METODOLÓGICOS E REFERENCIAL TEÓRICO Esta pesquisa está fundamentada em uma proposta de trabalho que consiste em desenvolver ações que viabilizem a utilização dos programas Classroom ConQuest e Mercury e ainda em promover uma avaliação pedagógica e técnica dos mesmos, o que confere o caráter investigativo ao trabalho. O presente estudo foi realizado com estudantes do curso de Bacharelado em Química de uma universidade estadual paulista. A disciplina escolhida para a aplicação do trabalho adota como método aulas teóricas e exercícios e foi oferecida aos alunos no primeiro semestre de 2004. São abordados tópicos concernentes a química dos metais de transição (química de coordenação), com objetivo de familiarizar o aluno com a síntese e caracterização de compostos inorgânicos. O conteúdo programático da disciplina consiste em: campo cristalino e campo ligante; relações entre estrutura e reatividade; mecanismo de reações inorgânicas; atuação por coordenação, catálise por compostos de coordenação, catalisadores de terceira geração; fotoquímica de compostos de coordenação, compostos inorgânicos de relevância biológica; clusters zeólitas. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 42 ASPECTOS METODOLÓGICOS E REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 – Sujeitos Para a aplicação do presente trabalho foram escolhidos como sujeitos da pesquisa 41 alunos matriculados na disciplina citada anteriormente, sendo 17 alunos do gênero feminino (41,46%) e 24 do gênero masculino (58,54%). Gostaríamos de ressaltar que apenas 38 dos 41 alunos concluíram todas as atividades. Os três alunos que não completaram a atividade participaram apenas assistindo as aulas de exposição e tutorial, no entanto não entregaram o trabalho final e nem responderam os questionários de avaliação pedagógica dos programas. 3.2 – Em relação ao processo de aplicação da proposta Inicialmente procuramos o professor responsável pela disciplina para conversarmos, expomos as bases da proposta e o questionamos a respeito da possibilidade da sua implementação. Explicamos que a mesma exigiria a utilização pelos alunos dos programas Classroom ConQuest e Mercury. Tendo logrado êxito nessa conversa inicial partimos então para a elaboração do material didático que seria necessário para a aplicação da proposta: 1) Manual de utilização dos programas em linguagem acessível aos sujeitos da pesquisa (Anexo A). 2) Slides da aula de apresentação da proposta aos estudantes e slides da aula tutorial, sobre a utilização dos programas. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 43 ASPECTOS METODOLÓGICOS E REFERENCIAL TEÓRICO 3) Listas de exercícios abordando tópicos concernentes a disciplina e que pudessem ser respondidas apenas com a utilização dos programas Classroom ConQuest e Mercury (Anexo B). Tendo sido concluída a elaboração do material que seria utilizado passamos então à sua aplicação junto aos alunos, que consistiu em: 1) Ministração de uma aula na qual foi feita a apresentação da proposta aos alunos. Nesta aula fizemos a apresentação da base de dados CSD e dos programas Classroom ConQuest e Mercury, também explicamos aos alunos que a proposta fazia parte de um trabalho de mestrado e que a sua avaliação e a avaliação dos programas, a ser realizada por eles, consistiria nos dados coletados da pesquisa. Neste mesmo dia disponibilizamos aos alunos os manuais de utilização dos programas, que seriam empregados na aula tutorial, a ser ministrada na semana seguinte. 2) Ministração da aula tutorial, que foi realizada na sala de computadores da graduação da universidade, para pequenos grupos de alunos (três grupos contendo dez alunos e um grupo contendo onze), devido ao número reduzido de computadores disponíveis. As aulas tinham como objetivo propiciar um primeiro contato dos estudantes com os programas e suas funções. 3) Após as aulas tutoriais foi entregue aos alunos a lista de exercícios. O professor determinou o prazo de um mês para a sua devolução. Neste intervalo de tempo todas as quintas-feiras ficávamos a disposição dos alunos para o esclarecimento de dúvidas pertinentes a utilização dos programas. A esta atividade o professor atribuiu a nota de uma prova que seria realizada durante o semestre. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 44 ASPECTOS METODOLÓGICOS E REFERENCIAL TEÓRICO Cabe ainda acrescentar que após termos conversado com o professor da disciplina, ele colocou a nossa disposição alguns materiais didáticos utilizados nas aulas, para que servissem de base para a elaboração dos exercícios. Também consultamos vários outros livros didáticos, além daqueles por ele sugeridos. Quatro listas de exercícios foram desenvolvidas, buscando-se realizar uma abordagem de assuntos explicados em sala de aula e também procurando fazer com que os alunos utilizassem o maior número possível de ferramentas oferecidas pelos programas. Após elaboradas, as listas foram por nós resolvidas e encaminhadas ao professor para que ele as corrigisse e fizesse sugestões de mudanças. Cada lista era composta de seis exercícios. Os exercícios de um a cinco eram problemas que deveriam ser solucionados pelos alunos e o sexto solicitava que eles elaborassem e resolvessem um exercício abordando tópicos da disciplina, somente solucionáveis a partir da utilização dos programas. Entre os assuntos abordados nas listas de exercícios estão: efeito JahnTeller, isomerismo, série espectroquímica, número de coordenação, estado de oxidação dos metais, soma e configuração eletrônica dos elétrons d, geometria dos compostos, teoria de ligação de valência, teoria do campo cristalino e retrodoação. 3.3 – As formas de coleta de dados Os dados foram coletados a partir da aplicação de dois questionários (um para cada programa) de avaliação dos programas (Anexo C). Cada um dos questionários possui 25 afirmações, sendo as três primeiras relacionadas mais estreitamente à natureza de cada um dos programas, e as restantes baseadas em aspectos que permitem uma avaliação técnica e pedagógica comum dos mesmos. Foi Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 45 ASPECTOS METODOLÓGICOS E REFERENCIAL TEÓRICO usada uma escala de resposta tipo Likert, cinco pontos variando entre “Concordo Fortemente” e “Discordo Fortemente”. Ao final de cada questionário foi adicionada uma questão aberta para que o aluno expressasse sua opinião em relação a cada um dos programas e à atividade realizada. 3.4 – Referencial Teórico Para a avaliação dos programas ConQuest e Mercury foi utilizada a metodologia proposta por Behar88 em sua dissertação de mestrado intitulada “A avaliação de softwares educacionais no processo de ensino-aprendizagem computadorizado: estudo de caso”. Esta metodologia permite analisar a qualidade computacional e a qualidade pedagógica de programas educacionais. No que diz respeito à qualidade computacional ou técnica Behar88 propõe a avaliação do Ambiente de Hardware e de Programa. Vale ressaltar que neste trabalho apenas o Ambiente de Hardware dos programas ConQuest e Mercury foi avaliado, de acordo com as seguintes considerações: 1. O programa permite portabilidade em outros ambientes de Hardware Possibilidade de utilizar o programa em vários ambientes de hardware podendo ser operado de maneira fácil e adequada em configurações de equipamentos diferentes da original. Este é um dos principais aspectos a serem considerados já que o ambiente educacional freqüentemente possui pouca variedade de hardware e, por questões econômicas, o hardware disponível deve ser utilizado no seu máximo. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 46 ASPECTOS METODOLÓGICOS E REFERENCIAL TEÓRICO 2. O programa exige winchester Possibilidade de utilizar o programa em ambientes que não dispõe de unidade de disco rígido. Caso o disco rígido seja necessário para a instalação do programa, anotar a quantidade de bytes necessária. 3. O programa exige mais do que 1Mb de memória principal Quando é ativado um programa, o módulo de controle deste fica residente na memória principal (RAM). A quantidade de RAM necessária é, geralmente, informada no manual do sistema. As configurações do tipo padrão geralmente dispõe de 640Kb/740Kb de RAM, podendo fazer expansões. 4. O programa exige placa gráfica 5. O programa exige monitor colorido 6. O programa utiliza vídeo O programa faz uso de periféricos de multimídia, no caso o vídeo. 7. O programa utiliza som O programa faz uso de periféricos de multimídia, no caso utiliza o som na execução do programa. 8. O programa exige mouse Se é indispensável a utilização do mouse para a utilização do programa. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 47 ASPECTOS METODOLÓGICOS E REFERENCIAL TEÓRICO No que diz respeito à qualidade pedagógica ou educacional Behar88 propõe que sejam considerados os seguintes aspectos: 1 – A habilidade sensório-motora: esta habilidade refere-se aos movimentos finos dos dedos ao se manejar o teclado. Observam-se dois aspectos complementares, a rapidez X lentidão e a precisão X imprecisão. 1.1 - Rapidez/Lentidão: relaciona-se com a velocidade na digitação do aluno, que pode variar de rápida a lenta. Na digitação, a lentidão evidencia-se quando o indivíduo demora a localizar as teclas dos comandos. 1.2 - Precisão/Imprecisão: está diretamente relacionado com a atualização da intenção do aluno. A nível motor envolve um conjunto de capacidades adequadamente coordenadas que permitem a veiculação entre a intenção e o ato. No ato de programar propriamente dito, a precisão está totalmente relacionada com a digitação correta das teclas na ordem exigida pelos comandos. 2 – Memória: refere-se aos processos de retenção e recordação de experiências que os alunos tiveram e dos movimentos que fizeram no software. A memória imediata é a capacidade de retenção dentro de um curto espaço de tempo. Na programação do software, este aspecto pode ser avaliado baseando-se na quantidade de comandos que o aluno pode reter durante o desenvolvimento do programa, sem consulta. Por outro lado, a memória duradoura se refere a um sistema de longo prazo que implica em reter, fixar e conservar conteúdos previamente assimilados. Na memória imediata, as mudanças ocorrem regularmente, enquanto que na memória duradoura podem ser observadas regressões e paradas. Este último aspecto Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 48 ASPECTOS METODOLÓGICOS E REFERENCIAL TEÓRICO refere-se às idas e vindas no processo de retenção e ainda, tratando-se de uma ferramenta, isto significa lembrar dos comandos anteriormente utilizados. 3 – Motivação: esta característica refere-se ao conjunto de fatores que despertam, sustentam ou dirigem o comportamento do aluno. Encontram-se relacionados com este item, os seguintes aspectos: 3.1 - Atenção X Dispersão: a atenção é a aplicação cuidadosa da capacidade mental a alguma coisa. Operacionalmente, a atenção pode ser medida em relação ao tempo em que a pessoa dedica-se a uma determinada tarefa. A dispersão é o oposto da atenção, isto é, a dificuldade de concentração do aluno sobre o software, neste caso de avaliação, distraindo-se com facilidade. A disposição no computador pode ser evidenciada por atitudes de parar constantemente um projeto que está sendo desenvolvido pelo aluno, para observar algum ruído ou qualquer outro tipo de acontecimento no ambiente, entre outras coisas. 3.2 - Flexibilidade X Perseveração: a flexibilidade refere-se a adequar o uso do computador frente a uma necessidade. Por outro lado, a perseveração consiste em se manter permanentemente na mesma conduta, sem mudar ou variar a mesma. Este aspecto, tratando-se de um ambiente de ensino-aprendizagem computadorizado é expresso em vários níveis: perseveração no uso do teclado, isto é, quando o aluno aperta uma tecla várias vezes de forma desordenada e compulsiva e, ainda, através da perseveração em uma manipulação, ou seja, o indivíduo insiste em utilizar um periférico com a única finalidade de jogar com ele manualmente. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 49 ASPECTOS METODOLÓGICOS E REFERENCIAL TEÓRICO 3.3 - Interesse X Desinteresse: o interesse é uma atitude duradoura que envolve uma necessidade mental, provocando uma atividade destinada a satisfazê-la não excluindo o esforço. É um estado de motivação que guia o comportamento em uma certa direção ou para satisfazer certos objetivos. Os interesses variam de acordo com a idade do indivíduo. Particularmente, no computador, este aspecto é demonstrado através da necessidade que o aluno tem em conhecer os comandos, experimentar o desconhecido, buscando informações, manuseando o equipamento e o sistema, entre outras coisas. 3.4 - Egocentrismo X Colaboração: o egocentrismo é uma atitude psicológica do aluno, expressada na dificuldade de manter um autêntico diálogo. Este tipo de indivíduo não leva em conta as solicitações feitas pelo “facilitador” e, menos ainda, de um colega. A colaboração é exatamente o contrário, quando se aceitam outros pontos de vista e se dá espaço para que outros possam trabalhar também. 3.5 - Persistência X Fadiga: a fadiga é evidenciada por um conjunto de manifestações produzidas por quaisquer atividades que ultrapassem um certo limiar fisiológico. Muitas vezes, as demonstrações de fadiga estão ligadas a falta de motivação pela tarefa e, não ao desgaste fisiológico propriamente dito. Esta característica pode ser manifestada no computador, através de saídas constantes para outras atividades, vontade de parar, constância em erros de digitação, distração, etc. 4 – Linguagem: é um sistema de sinais através do qual as pessoas se comunicam. Estes transmitem idéias e sentimentos através da escrita e/ou da mímica. A linguagem computacional é composta de quatro itens: Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 50 ASPECTOS METODOLÓGICOS E REFERENCIAL TEÓRICO 4.1 - Sintaxe: corresponde à gramática da linguagem. No caso da linguagem computacional, trata-se de ordens, comandos, instruções, ou ainda, sucessão de instruções bem formadas. No computador podem ser observados os erros de sintaxe nos comandos, por troca, falta ou excesso de letras, nas instruções por falta de espaço entre o comando e o número, por omissões ou excesso de símbolos que gerem qualquer tipo de mensagens de erro, entre outros. 4.2 - Semântica: refere-se ao conteúdo da linguagem, seu sentido e significado. No caso da linguagem computacional, a semântica se dá a dois níveis: entender o significado de cada instrução e de cada comando WinLogo e, ainda, compreender o significado de um programa ou sistema de programas. 4.3 - Pragmática: refere-se a função comunicativa da linguagem. Para reforçar o aspecto pragmático de uma linguagem, é necessário ter o auxílio de um facilitador/orientador. A depuração de erros é uma tarefa que, em alguns casos, existe a dificuldade de tolerar uma frustração, mas esta é uma conduta crítica no bom desenvolvimento das sessões de computação com o software selecionado. 5 – Construtividade: de forma geral, este aspecto refere-se ao ato de dar estrutura, edificar, organizar, formar, conceber. Dependendo da linguagem de programação, pode ter características construtivas evidentes, devido às propriedades de modularidade, recursividade e plasticidade que ela possui. Este item é dividido em dois conceitos: Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 51 ASPECTOS METODOLÓGICOS E REFERENCIAL TEÓRICO 5.1 - Criatividade/Embotamento: é a habilidade de produzir novas formas, objetos, idéias ou diferentes maneiras de organizar ou relacionar elementos ou, ainda, solucionar problemas através de métodos novos. 5.2 - Antecipação: refere-se à construção de um modelo prévio, mental e físico, imaginativo e formal. Este aspecto requer uma produção de hipóteses e uma distribuição de inferências sobre um campo representacional. 6 – Atitudes: é a reação afetiva, maior ou menor, em direção a uma proposição ou a um determinado objeto concreto ou abstrato. As atitudes que são observadas em um indivíduo são as seguintes: 6.1 - Autonomia/Dependência: a autonomia é um comportamento do indivíduo onde ele manifesta sua capacidade de auto governar-se. Obedece as leis que formulou para si mesmo ou aquelas cujo valor compreendeu e aceitou. Por outro lado, encontra-se o conceito de dependência, onde o indivíduo sente necessidade de ser governado e orientado. 6.2 - Iniciativa/Falta de iniciativa: a iniciativa é considerada a habilidade de tomar decisões, agir por si só. No uso do computador, o aspecto da falta de iniciativa é evidenciado por atitudes de espera em relação ao que fazer, como proceder, entre outras coisas. 6.3 - Satisfação/Insatisfação: a satisfação se reflete através de um estado de prazer e/ou bem estar, conseqüente de ter atingido um objetivo proposto. No caso da Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 52 ASPECTOS METODOLÓGICOS E REFERENCIAL TEÓRICO programação, este aspecto pode ser evidenciado por gestos e verbalizações positivas em relação ao trabalho que está sendo realizado. 6.4 - Segurança/Insegurança: na programação, a insegurança pode manifestar-se pelo receio de experimentar, pelo medo de errar, pela necessidade de confirmação do facilitador, entre outras. Enfim, a segurança é um estado de sentir-se ou não apreensivo sobre a realização futura de eventos ou das necessidades próprias. 6.5 - Desinibição/Retraimento: no uso do computador, especificamente, na programação, a desinibição é evidenciada pela curiosidade em experimentar, realizar, agir, executar projetos explorando comandos de forma independente. Ou seja, a desinibição é um estado de não hesitar frente a uma ação. Por outro lado, o retraimento é um estado de bloqueio mental e/ou comportamental frente ao agir. 6.6 - Descontração/Tensão: a descontração evidencia-se pelo fato do indivíduo se sentir à vontade frente a qualquer situação, durante a utilização do sistema em questão. A tensão nada mais é do que a condição de ansiedade e intranqüilidade acompanhada de contrações musculares, apreensão e medo. 6.7 - Valorização pessoal/Desvalorização pessoal: a valorização pessoal pode ser evidenciada por gestos e verbalizações feitas pelo aluno, no momento em que este consegue resolver situações e problemas, salientando sua capacidade. Este aspecto refere-se a atitude que é observada de estar satisfeito com as próprias qualidades. Por outro lado a desvalorização pessoal é evidenciada quando o aluno Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 53 ASPECTOS METODOLÓGICOS E REFERENCIAL TEÓRICO por si só não consegue resolver situações e problemas não estando satisfeito com suas qualidades. Com base nos aspectos acima citados, a autora desenvolveu um questionário de avaliação para programas educacionais, que foi por nós adaptado para a avaliação dos programas em estudo nesta dissertação. Estes questionários foram denominados “Questionário de Avaliação do Programa Classroom ConQuest” e “Questionário de Avaliação do Programa Mercury” e encontram-se no Anexo C. As respostas possíveis para os itens apresentados nos questionários, conforme mencionamos anteriormente, são: concordo totalmente, concordo parcialmente, indeciso, descordo parcialmente e discordo totalmente. Cabe ressaltar que, além da avaliação quantitativa, realizada com base nas respostas dadas às afirmações presentes nos questionários, os programas foram submetidos a uma avaliação qualitativa, através do registro de depoimentos espontâneos dos alunos, coletados a partir da seguinte questão aberta: Expresse abaixo sua opinião em relação à utilização do programa Classroom ConQuest/Mercury. As impressões dos estudantes sobre a atividade realizada foram também investigadas, assim como foram coletadas sugestões para o aprimoramento da atividade, através da seguinte questão: Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 54 ASPECTOS METODOLÓGICOS E REFERENCIAL TEÓRICO Apresente abaixo suas impressões e/ou sugestões sobre a atividade realizada na disciplina Química Inorgânica B (resolução de exercícios via base de dados CSD). A partir dos instrumentos apresentados, foi feita a avaliação quantitativa e qualitativa dos programas Classroom ConQuest e Mercury. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 55 OS PROGRAMAS CONQUEST E MERCURY 4 – OS PROGRAMAS CONQUEST E MERCURY 4.1 – Programa ConQuest O programa ConQuest é responsável pela procura e obtenção das informações contidas na base de dados CSD. Essas pesquisas podem ser feitas através de informações gerais (numéricas/ texto). Para fazer buscas no ConQuest são construídas perguntas (Build Queries) utilizando uma das opções que constam no lado esquerdo da tela apresentada na Figura 12. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 56 OS PROGRAMAS CONQUEST E MERCURY Figura 12: Interface do programa ConQuest ao usuário do CSD. No lado esquerdo da figura está o menu com as caixas de diálogo, a partir das quais são criadas as perguntas para realização de buscas. As caixas de diálogo da figura acima abrem novas janelas que permitem os seguintes caminhos de busca a partir: Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 57 OS PROGRAMAS CONQUEST E MERCURY ♦das referências bibliográficas que mencionam o composto (Figura 13); Figura 13: Interface da janela Author/Journal ♦do nome do composto (Figura 14); Figura 14: Interface da janela Compound Name. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 58 OS PROGRAMAS CONQUEST E MERCURY ♦dos elementos químicos que constituem o composto (Figura 15); Figura 15: Interface da janela Elements ♦da fórmula química do composto (Figura 16); Figura 16: Interface da janela Formula. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 59 OS PROGRAMAS CONQUEST E MERCURY ♦de um texto sobre o composto (Figura 17); Figura 17: Interface da janela All Text. ♦do código de referência do composto (Figura 18); Figura 18: Interface da janela Refcode (entry ID). ♦ do desenho de um fragmento molecular presente na estrutura do composto. A caixa de diálogo dessa opção é chamada “Draw” (desenho), mostrada na Figura 19. A Figura 19 mostra também quais são os principais recursos do Draw. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 60 OS PROGRAMAS CONQUEST E MERCURY Figura 19: Interface da janela Draw para procura no CSD. Em: 1- mensagens de ajuda, 2 menu principal, 3 - área de desenho, 4 - botões de modo, 5 - auxílio para desenho com modelos prontos, 6 - área para mudança de elemento químico e tipo de ligação, 7 - botões que comandam a pesquisa, 8- área reservada para mostrar os parâmetros que estão sendo calculados pelo programa, como distâncias e/ou ângulos. Para cada uma dessas entradas, é montado um “Query” (pesquisa) onde ficam armazenados os dados que serão lidos pelo programa. A Figura 12 mostra um Query que também pode ser combinado com outro produzindo um único resultado, gerando uma pesquisa mais avançada e específica. A Figura 20 ilustra o caminho denominado “Combine Queries” através do qual os “Queries” podem ser combinados. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 61 OS PROGRAMAS CONQUEST E MERCURY Figura 20: Interface da tela Combine Queries. Uma vez que as buscas foram construídas e executadas pelo ConQuest, os resultados são mostrados na tela View Results como é ilustrado na Figura 21. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 62 OS PROGRAMAS CONQUEST E MERCURY Figura 21: Apresentação do resultado de pesquisa pelo ConQuest. A base de dados fornece ao usuário as seguintes informações, a respeito de cada composto encontrado: ♦ Author/Journal: informação bibliográfica. ♦ Chemical: nome do composto, fórmula, cor, ponto de fusão, etc. ♦ Crystal: cela unitária e informação sobre grupo espacial. ♦ Experimental: informação sobre condições experimentais, precisão e exatidão. ♦ Diagram: diagrama estrutural químico. ♦ 3D Visualiser: mostra a molécula em 3D. ♦ CSD Internals: informações internas do banco. ♦ Search Overview: um resumo da busca construída. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 63 OS PROGRAMAS CONQUEST E MERCURY Uma vez tendo obtido os resultados da busca realizada no ConQuest, as seguintes opções no menu principal, na parte superior da tela, ilustradas na Figura 22 podem ser acessadas. Figura 22: Interface da janela View Results com a opção File aberta. Acessando a opção File no menu principal as seguintes possibilidades podem ser encontradas (vão ser aqui descritas apenas as que foram utilizadas pelos alunos na realização dos exercícios propostos): ♦ New Window: abre uma nova janela do ConQuest. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 64 OS PROGRAMAS CONQUEST E MERCURY ♦ Save Search As...: permite que seja salvo no computador uma pesquisa que tenha sido feita. ♦ Write PDF file to view/print: abre um arquivo PDF contendo todas as informações sobre os compostos encontrados juntamente com suas estruturas planas. A Figura 23 apresenta o arquivo que será aberto. Figura 23: Interface do arquivo PDF. ♦ View Entries in Mercury: exporta os compostos encontrados no ConQuest para o programa Mercury. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 65 OS PROGRAMAS CONQUEST E MERCURY 4.2 – Programa Mercury O programa Mercury possibilita o estudo e a visualização das estruturas cristalinas. Entre as facilidades para visualização da estrutura cristalina em três dimensões, estão: 1. A visualização de estruturas em várias cores e estilos; 2. A observação da existência de ligações do tipo pontes de hidrogênio, além de outros tipos de interações intermoleculares tanto fortes quanto fracas; 3. A visualização expandida para um fragmento da rede, permitindo assim uma melhor observação das interações intermoleculares; 4. A visualização do número e da posição das estruturas dentro da cela unitária; 5. A medição de parâmetros geométricos; Quando os resultados da pesquisa feita no ConQuest são exportados para o programa Mercury, através do caminho View Entries Mercury, a tela ilustrada na Figura 24 é imediatamente aberta. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 66 OS PROGRAMAS CONQUEST E MERCURY Figura 24: Interface do programa Mercury. Como pode ser observado ao lado direito da figura estão os códigos de referência de todas as estruturas encontradas na pesquisa. Ao centro é visualizada a estrutura selecionada entre as demais. Na parte superior e inferior estão os comandos que podem ser utilizados para um melhor estudo das estruturas de interesse, que estão detalhados no manual elaborado para sua utilização presente no Anexo A. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 67 RESULTADOS E DISCUSSÃO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 – Avaliação dos programas ConQuest e Mercury Retomando os objetivos propostos no capítulo 2 deste trabalho, é importante lembrar que o intuito do mesmo não se limita apenas em criar uma metodologia de emprego dos programas ConQuest e Mercury para aplicação em disciplinas de química inorgânica, no ensino superior. O que confere um caráter investigativo a este trabalho é justamente a avaliação, de cunho técnico e pedagógico, desses programas como ferramentas no processo de ensino-aprendizagem. Consultando a literatura encontramos alguns trabalhos nos quais os autores descrevem as avaliações dos programas por eles utilizados. Muitas vezes estas avaliações se baseiam apenas em observações do rendimento dos alunos na disciplina como, por exemplo, no trabalho de Fermann e colaboradores45, que trata da utilização do programa Chemland. Os autores avaliaram inicialmente o programa através do exame das notas alcançadas pelos estudantes em provas aplicadas no decorrer do curso, enquanto estes faziam uso do Chemland. Também foi aplicado aos estudantes um instrumento de avaliação que testa a habilidade de raciocínio científico. Embora os Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 68 RESULTADOS E DISCUSSÃO resultados preliminares tenham se mostrado animadores, os autores apontam para a necessidade de realização de novas investigações a respeito. Encontram-se também reportadas outras formas de avaliação de programas computacionais que diferem da proposta de Fermann e colaboradores45, entre elas podemos citar o trabalho de Yokaichiya e colaboradores29. O programa por eles investigado, denominado de Radicais Livres, mencionado anteriormente, foi avaliado de duas formas: quantitativa e qualitativa. A avaliação quantitativa foi realizada através de um questionário respondido pelos usuários do programa. O questionário era composto de oito afirmações e os sujeitos escolhiam, para cada uma delas, a alternativa que melhor descrevesse sua opinião: Concordo Fortemente (CF), Concordo (C), Indeciso (I), Discordo (D) ou Discordo Fortemente (DF). A avaliação qualitativa foi feita pelos professores e monitores da disciplina através da observação dos usuários durante a utilização do programa e coleta de suas opiniões e considerações. Através dos instrumentos citados concluiu-se que o programa teve boa aceitação em decorrência da soma das respostas Concordo Fortemente e Concordo ultrapassarem os 90%, para todas as questões. Na avaliação qualitativa, feita a partir dos comentários dos alunos durante e após a utilização do programa, os pontos positivos ressaltados foram: a alta motivação resultante do dinamismo da aula, o respeito ao ritmo individual de aprendizagem, a concisão na abordagem do tema em comparação com os livros e o esclarecimento de mitos referentes ao tema. Por outro lado, foram apontadas as seguintes desvantagens: dificuldade na movimentação de uma seção para outra, linguagem contendo termos bioquímicos que dificultam a compreensão e necessidade de tempo longo para apreensão do conteúdo. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 69 RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1.1 – Avaliação do Programa Classroom ConQuest Como instrumentos de coleta de dados foram usados os questionários citados anteriormente. A seguir serão apresentadas as variáveis que foram avaliadas, do ponto de vista computacional e pedagógico. A partir da análise das respostas dadas aos questionários serão destacados os aspectos do programa avaliados positiva e negativamente pelos usuários. Desta forma, são adquiridos indícios sobre a viabilidade do seu uso no meio educacional. Inicialmente serão apresentados os dados relativos ao questionário que avalia a Qualidade Técnica do programa, que foi por nós respondido, e em seguida os dados correspondentes ao questionário de Avaliação Pedagógica respondido pelos sujeitos da pesquisa. 5.1.1.1 – Análise da Qualidade Técnica do Programa 1. O programa permite portabilidade em outros ambientes de Hardware: Sim, o programa pode ser utilizado em qualquer ambiente de hardware desde que o mesmo possua um sistema operacional gráfico. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 70 RESULTADOS E DISCUSSÃO 2. O programa exige winchester: Sim, depois de instalado ele ocupa 60 Mb. 3. O programa exige mais do que 1 Mb de memória principal: Sim. Quando é ativado um programa, o módulo de controle deste fica residente na memória principal (RAM). 4. O programa exige placa gráfica: É necessário ter placa gráfica para a execução do programa. 5. O programa exige monitor colorido: O Classroom ConQuest não exige monitor colorido para ser executado, mas sem este, o ambiente perde muito em qualidade, pois não poderá ser explorada adequadamente a diversidade de cores, que contribui significativamente no nível pedagógico. Podemos ainda destacar que na visualização das moléculas químicas dos compostos contidos no banco, cada elemento químico contem uma cor característica. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 71 RESULTADOS E DISCUSSÃO 6. O programa utiliza vídeo: O programa não faz uso de vídeo. 7. O programa utiliza som: O programa não utiliza nenhum tipo de som na sua execução. 8. O programa exige mouse: O programa exige o uso do mouse, o que permite que os ambientes de trabalho sejam mais bem explorados e o programa manipulado de uma forma mais fácil. 5.1.1.2 – Análise Pedagógica do Programa Os dados resultantes da aplicação do questionário, de uma forma geral, foram distribuídos segundo a ocorrência das alternativas escolhidas nas questões. Este tipo de tratamento tem como principal meta fornecer parâmetros genéricos de análise e indicar tendências gerais apresentadas pelos alunos e foi também utilizado por Machado e Santos89 no trabalho intitulado “Avaliação da hipermídia no processo de ensino e aprendizagem da física: o caso da gravitação”. Uma análise qualitativa do programa será também apresentada tomando por base as respostas dadas às questões abertas. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 72 RESULTADOS E DISCUSSÃO O questionário de avaliação do programa Classroom ConQuest é composto por 25 questões: 1) O programa me ajudou a desenvolver noções que posso utilizar para fazer buscas em outras bases de dados. 2) O programa me permite localizar a informação que necessito rapidamente. 3) Através do programa aprendi como fazer buscas por referências bibliográficas. 4) O programa me forneceu informações que me ajudaram a melhorar o meu conhecimento sobre Química de Coordenação. 5) É muito estimulante utilizar o programa. 6) O programa me proporcionou a oportunidade de poder aprender e me exercitar de forma ininterrupta, até eu me sentir satisfeito com as respostas. 7) Em alguns momentos perdi a motivação de continuar trabalhando com o software, pois não é fácil de usá-lo. 8) Achei que o uso deste software estimula o estudante na sua aprendizagem. 9) A utilização deste tipo de recurso tem vantagens sobre textos. 10) Este programa não me trouxe nada de novo e motivador. 11) O que aprendi com o programa tem pouco uso prático. 12) Não gostei do que aprendi com este programa. 13) O programa me permitiu fazer exercícios muito significativos. 14) O nível de exigência do programa é muito alto. 15) NÃO foram suficientes as minhas noções computacionais para poder explorar o programa e suas potencialidades. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 73 RESULTADOS E DISCUSSÃO 16) A aprendizagem proporcionada pelo programa foi válida. 17) Utilizando este programa, aprendi conceitos e noções que ainda NÃO tinha compreendido. 18) O software é de fácil manuseio. 19) As cores utilizadas no programa mantêm a atenção do aluno. 20) As letras utilizadas são fáceis de ler. 21) As janelas e os menus descendentes me deixavam confuso. 22) Gostei da forma como é apresentado o programa. 23) O programa apresenta muitas informações por tela. 24) Gostei de aprender a trabalhar com recursos e técnicas que anteriormente não tinha trabalhado. 25) Gostaria de participar novamente de experiências e utilizar materiais educacionais computadorizados direcionados a disciplinas de Química. A partir das respostas dadas pelos estudantes a essas questões, foi possível elaborar a Tabela 1, na qual a descrição Item se refere ao número dado anteriormente a cada uma das questões. A descrição Polaridade se refere ao caráter positivo ou negativo da questão. Por exemplo, a questão 7, indicada como Item 7, tem Polaridade negativa pois expressa uma opinião não favorável ao programa. A freqüência com que as opções de resposta, expressas em escala Likert (5 pontos, variando entre concordo totalmente e discordo totalmente), foi verificada nos questionários encontra-se indicada, em porcentagem, como CT (Concordo Totalmente), CP (Concordo Parcialmente), I (Indeciso), DP (Discordo Parcialmente) e DT (Discordo Totalmente). Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 74 RESULTADOS E DISCUSSÃO Tabela 1: Respostas dadas ao Questionário de Avaliação do Programa Classroom ConQuest. CT = Concordo Totalmente, CP = Concordo Parcialmente, I = Indeciso, DP = Discordo Parcialmente, DT = Discordo Totalmente. Item Polaridade CT CP I DP DT 1 + 52,63% 44,74% 2,63% 0,0% 0,0% 2 + 52,64% 39,47% 2,63% 5,26% 0,0% 3 + 57,89% 23,69% 2,63% 10,53% 5,26% 4 + 50,00% 39,48% 5,26% 5,26% 0,0% 5 + 28,95% 47,37% 13,16% 10,52% 0,0% 6 + 26,32% 44,74% 21,05% 7,89% 0,0% 7 - 2,63% 13,16% 5,26% 26,32% 52,63% 8 + 50,00% 36,85% 7,89% 5,26% 0,0% 9 + 47,37% 36,84% 10,53% 5,26% 0,0% 10 - 0,0% 0,0% 2,63% 15,79% 81,58% 11 - 2,63% 10,53% 5,26% 23,69% 57,89% 12 - 0,0% 0,0% 5,26% 10,53% 84,21% 13 + 50,00% 42,11% 5,26% 2,63% 0,0% 14 - 0,0% 7,89% 18,42% 28,95% 44,74% 15 - 2,63% 7,89% 0,0% 15,79% 73,69% 16 + 81,58% 15,79% 0,0% 0,0% 2,63% 17 + 18,42% 50,00% 10,53% 18,42% 2,63% 18 + 50,00% 39,48% 2,63% 7,89% 0,0% 19 + 31,58% 28,95% 28,95% 10,52% 0,0% 20 + 52,63% 31,58% 10,53% 0,0% 5,26% 21 - 2,63% 10,53% 2,63% 36,84% 47,37% 22 + 42,11% 50,00% 5,26% 2,63% 0,0% 23 - 18,42% 21,05% 15,79% 34,21% 10,53% 24 + 78,95% 21,05% 0,0% 0,0% 0,0% 25 + 65,79% 21,05% 10,53% 2,63% 0,0% Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 75 RESULTADOS E DISCUSSÃO Com relação à polaridade de cada questão, quando positiva, a concordância com a questão expressa uma opinião favorável ao programa e sua utilização e a discordância expressa uma opinião desfavorável. Quando negativa a concordância com a questão expressa uma opinião desfavorável ao programa e sua utilização e a discordância expressa uma opinião favorável. Em uma análise geral da Tabela 1, sem considerar os Itens 24 e 25 que não são favoráveis ou desfavoráveis ao programa e excluindo-se também os Itens 17, 19 e 23, pode-se constatar que nos Itens restantes, mais de 70% dos estudantes registraram respostas favoráveis (somatório das respostas concordo totalmente e concordo parcialmente), de acordo com a polaridade, ao programa. É importante ressaltar que dos três Itens mencionados como tendo abaixo de 70% dos estudantes com respostas favoráveis ao programa, em dois deles, nos Itens 17 e 19, observamos uma incidência superior a 60% de respostas favoráveis sendo, que apenas o Item 23, com 44, 74%, está abaixo dos 50% de aprovação. Nos Itens 1, 2 e 3, que tratam sobre a natureza do programa (busca por compostos e suas referências), verifica-se que mais de 81,58% dos estudantes no Item 3, 97,37% e 92,11% nos Itens 1 e 2, respectivamente, registraram respostas favoráveis. Estes Itens tratam respectivamente se o programa ajudou o estudante a desenvolver noções que possam ser utilizadas para fazer buscas em outras bases de dados, se o programa permite a localização das informações desejadas rapidamente e se através do programa o estudante aprendeu como fazer buscas por referências bibliográficas. Isso indica que através da realização das buscas no programa Classroom ConQuest os estudantes desenvolveram habilidades, como a busca de referências em base de dados Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 76 RESULTADOS E DISCUSSÃO digitais, consideradas importantes na formação dos estudantes de química, além disso a alta porcentagem registrada no Item 2 aponta que o programa permite com rapidez a localização das informações desejadas. O Item 4 refere-se a contribuição do programa para a melhora dos conhecimentos em química de coordenação pelos alunos. Neste Item 89,48% dos estudantes registraram respostas favoráveis. Isso indica que as possibilidades da utilização do programa para a aprendizagem, apoiando o entendimento dos conteúdos estudados e contribuindo para a resolução dos problemas propostos, o que na nossa opinião é altamente relevante, é também evidenciado através do alto índice de aprovação relativo ao Item 4. As afirmações correspondentes do Item 5 ao Item 10 estão relacionadas com a motivação do estudante na utilização do programa. Os Itens 5 e 8 tratam do estímulo que o programa provoca no estudante na sua utilização e aprendizagem, no qual 76,32% dos estudantes consideram estimulante utilizar o programa e 86,85% afirmam que o programa os estimula a aprender. O Item 6 está relacionado com a satisfação do estudante em aprender e conseguir as respostas desejadas de forma ininterrupta, 71,06% dos estudantes são favoráveis a esta afirmação. Entre eles o Item 7 está relacionado com a facilidade na sua utilização, para este Item observamos que 78,95% dos estudantes consideram o programa de fácil utilização. O Item 9 afirma que o uso de programas computacionais tem vantagem sobre textos no processo de ensino/aprendizagem, 84,21% dos estudantes concordam com esta afirmação. O Item 10 trata de uma afirmação de polaridade negativa que relata que o programa não traz nada de motivador ao estudante, 97,37% dos estudantes responderam negativamente a esta afirmação, Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 77 RESULTADOS E DISCUSSÃO caracterizando então sua resposta favorável à utilização do programa. Isso indica que a facilidade na utilização do programa, aliado ao estímulo que o mesmo proporcionou ao seu uso e aprendizagem, indicado pelos altos índices de respostas favoráveis a estes Itens, contribuíram na motivação do aluno para o uso do programa na disciplina. Dos Itens 11 ao 16 observamos afirmações que se relacionam a atitude dos estudantes em relação ao uso do programa. Os Itens 11, 12 e 16 estão diretamente relacionados com a aprendizagem proporcionada pelo programa. Os Itens 11 e 12 são de polaridade negativa, e afirmam, respectivamente, que o que se aprende através do programa tem pouco uso prático e não gostei do que aprendi com este programa. No Item 11, 81,58% dos estudantes discordaram da afirmação e no Item 12, 94,74%. Já no Item 16 observamos que 97,37% dos estudantes afirmaram que a aprendizagem proporcionada pelo programa foi válida. No Item 13, que se refere à possibilidade oferecida pelo programa para a realização de exercícios significativos, 92,11% dos estudantes expressaram respostas favoráveis. No Item 14, 73,69% dos estudantes não consideraram o nível de exigência do programa muito alto e no Item 15, 89,48% dos estudantes consideraram que suas noções computacionais foram suficientes para explorar o programa e suas potencialidades. Isso indica que os estudantes apresentaram atitudes favoráveis a utilização do programa, principalmente por terem gostado do que aprenderam com ele. As respostas favoráveis a estes Itens indicam também que os estudantes consideraram significativos os exercícios por eles resolvidos através do programa, e que consideraram a aprendizagem através do mesmo válida e de uso prático. O Item 17, à semelhança do Item 4, diz respeito ao entendimento, através do programa, de conceitos que ainda não haviam sido compreendidos. Também apresenta Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 78 RESULTADOS E DISCUSSÃO um índice de aprovação animador 68,42% que corrobora a utilidade do programa como facilitador da aprendizagem de conceitos. Os Itens 18 a 23 estão relacionados com o manuseio, a apresentação e linguagem do programa. No Item 18 os alunos são questionados sobre a facilidade de manuseio do programa, tendo-se verificado um índice de aprovação de 89,48%. No Item 19 apenas 60,63% dos estudantes consideraram que as cores utilizadas pelo programa mantêm a atenção do aluno. Cabe ressaltar que esta afirmação foi a que apresentou o maior número de alunos indecisos (28,95%). No Item 20, 84,21% dos estudantes concordaram que as letras apresentadas no programa são fáceis de ler. No Item 21, 84,21% dos estudantes consideraram que as janelas e menus descendentes apresentados pelo programa não os deixaram confusos. Semelhantemente, no Item 22, 84,21% dos estudantes discordaram que as janelas e menus descendentes os deixavam confusos. O Item 23 foi o que apresentou o maior índice de desaprovação, apenas 44,74% dos estudantes apontaram que o programa não apresenta muitas informações por tela. Este é um Item relevante na avaliação do programa, pois em virtude da grande quantidade de informações apresentadas em cada tela o aluno pode se sentir confuso, cansado ou disperso enquanto estiver utilizando o programa. Apesar das respostas desfavoráveis aos Itens 19 e 23, no Item 22, 92,11% dos alunos afirmaram ter gostado da forma como o programa é apresentado. Isso indica que os alunos acharam fácil manusear o programa, gostaram das cores utilizadas e acharam que elas mantêm a atenção, consideraram as letras fáceis de ler, não se sentiram confusos durante sua utilização apesar de afirmarem que o programa apresenta muitas informações por tela e gostaram da forma com que o programa é apresentado. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 79 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os Itens 24 e 25 questionam, respectivamente, os alunos a respeito de terem ou não gostado de trabalhar com recursos computacionais e se gostariam de participar de outras atividades que envolvessem ferramentas computacionais. Para estas afirmações 100 e 86,84% dos estudantes apresentaram respostas favoráveis. Isso indica que a atividade foi muito apreciada pelos estudantes, e que estes são receptivos à utilização de recursos computacionais. Ou seja, a solicitação de tarefas que envolvam o uso de tais recursos não parece ser de difícil aceitação entre os estudantes. 5.1.1.3 – Análise Qualitativa do Programa Como descrito na metodologia da pesquisa, a análise qualitativa do programa é decorrente das respostas dos alunos a uma questão aberta, através da qual os estudantes puderam expressar suas opiniões em relação a utilização do programa Classroom ConQuest. Na maioria das vezes estas respostas reforçam as impressões já constatadas na análise das respostas ao questionário de avaliação pedagógica do programa. As respostas foram reunidas em categorias que revelam aspectos mais enfatizados nas respostas dos estudantes. Naturalmente, muitas destas declarações são abrangentes e podem ser localizadas em mais de uma categoria. Facilidade e rapidez no acesso as informações “O ConQuest é um programa de fácil uso, podendo ser usado por pessoas que tenham noções mínimas computacionais. Não dispensa a presença de um profissional capacitado para dar-nos os conhecimentos químicos necessários para a utilização do programa”. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 80 RESULTADOS E DISCUSSÃO “O programa é muito bom e fácil de ser usado. Permite rápido acesso às informações desejadas”. “Logicamente, após a instrução e fornecimento da apostila, o programa foi de fácil manuseio, necessitando apenas de 1 hora e depois treino para aprender na prática o funcionamento. As variadas opções enriquecem o programa”. Opções de busca e qualidade de informações “O programa não é complicado, é fácil encontrar o que desejamos e possui várias opções de buscas, os elementos encontrados possuem várias informações importantes, descrevendo-os com detalhes e o desenho do elemento é fácil de visualizar e aprender”. “Este programa facilitou a procura de compostos através de suas ferramentas para a busca das moléculas, sendo feito isto de forma rápida. E também, este programa permite o englobamento de várias informações como artigos, revistas e o banco de dados”. “Bom programa para pesquisar moléculas e compostos através de vários tópicos, que inclusive podem ser utilizados para fazer uma pesquisa unificada”. Utilidade do programa em outras disciplinas de química “O programa é útil para diversas disciplinas, inclusive para a elaboração de relatórios das disciplinas de laboratório; massa molar, forma cristalina e constantes físico-químicas podem ser facilmente encontradas para o composto em questão”. “É útil para ser usado nas demais disciplinas como laboratório de inorgânica e cristalografia”. Compreensão de conceitos “A utilização do programa permitiu um aperfeiçoamento na teoria já aprendida em sala, e é um programa de fácil manuseio”. “A utilização do ConQuest foi fundamental a disciplina, porque através do programa conseguimos aprender conceitos muito importantes de uma maneira descontraída”. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 81 RESULTADOS E DISCUSSÃO “A utilização do programa na resolução da lista foi de grande utilidade, pois me incentivou no aprendizado da matéria, o programa é de fácil manuseio e muito bom”. Alguns estudantes expressaram também algumas dificuldades encontradas na utilização do programa, que estão detalhadas nos depoimentos a seguir. Estas considerações são importantes, pois em uma próxima aplicação do material podemos enfatizar mais estas funções, para propiciar uma melhor utilização do programa pelos alunos. “Não achei simples utilizar o programa ConQuest, pois tive dificuldades em combinar buscas para encontrar os compostos. Assim, os resultados de boa parte das buscas eram muito extensos, dificultando o trabalho”. “Algumas coisas da opção Draw poderiam ser mais facilitadas, como ligar os átomos, isso precisa de um pouco de treino”. “A minha queixa sobre o ConQuest, é que não consegui imprimir as fórmulas das moléculas, achei o caminho muito trabalhoso”. 5.1.2 – Avaliação do Programa Mercury Em analogia ao programa Classroom ConQuest, como instrumentos de coleta de dados foram usados os questionários citados anteriormente. A seguir serão apresentadas as variáveis que foram avaliadas, do ponto de vista computacional e pedagógico. Seguindo o mesmo método aplicado ao programa Classroom ConQuest, a partir da análise das respostas dadas aos questionários serão destacados os aspectos do programa avaliados positiva e negativamente pelos usuários. Desta forma, são adquiridos indícios sobre a viabilidade do seu uso no meio educacional. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 82 RESULTADOS E DISCUSSÃO Inicialmente serão apresentados os dados relativos ao questionário que avalia a Qualidade Técnica do programa, que foi por nós respondido, e em seguida os dados correspondentes ao questionário de Avaliação Pedagógica respondido pelos sujeitos da pesquisa. 5.1.2.1 – Análise da Qualidade Técnica do Programa 1. O programa permite portabilidade em outros ambientes de Hardware: Sim, o programa pode ser utilizado em qualquer ambiente de hardware desde que o mesmo possua um sistema operacional gráfico. 2. O programa exige winchester: Sim, depois de instalado ele ocupa 16,7 Mb. 3. O programa exige mais do que 1 Mb de memória principal: Sim. Quando é ativado um programa, o módulo de controle deste fica residente na memória principal (RAM). Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 83 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4. O programa exige placa gráfica: É necessário ter placa gráfica para a execução do programa. 5. O programa exige monitor colorido: O Mercury não exige monitor colorido para ser executado, mas sem este, o ambiente perde muito em qualidade, pois não poderá ser explorada adequadamente a diversidade de cores, que contribui significativamente no nível pedagógico. A principal característica e função do programa Mercury é o de visualização e estudo dos compostos encontrados no Classroom ConQuest, desta forma podemos destacar que na representação das moléculas químicas, cada elemento químico contém uma cor característica. 6. O programa utiliza vídeo: O programa não faz uso de vídeo. 7. O programa utiliza som: O programa não utiliza nenhum tipo de som na sua execução. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 84 RESULTADOS E DISCUSSÃO 8. O programa exige mouse: O programa exige o uso do mouse, o que permite que os ambientes de trabalho sejam mais bem explorados e o programa manipulado de uma forma mais fácil. 5.1.2.2 – Análise Pedagógica do Programa Como objeto de coleta de dados foi usado um questionário análogo ao do programa ConQuest. Os dados resultantes da aplicação do questionário de uma forma geral foram distribuídos segundo a ocorrência das alternativas escolhidas nas questões. Em seguida uma análise qualitativa será feita tomando por base as respostas dadas nas questões abertas. O questionário de avaliação do programa Mercury foi composto por 25 questões: 1) A utilização do programa melhorou a minha habilidade de visualização espacial. 2) A possibilidade de medidas de ângulos e comprimentos de ligação oferecida pelo programa favoreceram a minha compreensão de conceitos de Química de Coordenação. 3) A visualização das moléculas em 3 dimensões permitiu uma melhor compreensão de conceitos de Química de Coordenação. 4) O programa me forneceu informações que me ajudaram a melhorar o meu conhecimento sobre Química de Coordenação. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 85 RESULTADOS E DISCUSSÃO 5) É muito estimulante utilizar o programa. 6) O programa me proporcionou a oportunidade de poder aprender e me exercitar de forma ininterrupta, até eu me sentir satisfeito com as respostas. 7) Em alguns momentos perdi a motivação de continuar trabalhando com o software, pois não é fácil de usá-lo. 8) Achei que o uso deste software estimula o estudante na sua aprendizagem. 9) A utilização deste tipo de recurso tem vantagens sobre textos. 10) Este programa não me trouxe nada de novo e motivador. 11) O que aprendi com o programa tem pouco uso prático. 12) Não gostei do que aprendi com este programa. 13) O programa me permitiu fazer exercícios muito significativos. 14) O nível de exigência do programa é muito alto. 15) NÃO foram suficientes as minhas noções computacionais para poder explorar o programa e suas potencialidades. 16) A aprendizagem proporcionada pelo programa foi válida. 17) Utilizando este programa, aprendi conceitos e noções que ainda NÃO tinha compreendido. 18) O software é de fácil manuseio. 19) As cores utilizadas no programa mantêm a atenção do aluno. 20) As letras utilizadas são fáceis de ler. 21) As janelas e os menus descendentes me deixavam confuso. 22) Gostei da forma como é apresentado o programa. 23) O programa apresenta muitas informações por tela. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 86 RESULTADOS E DISCUSSÃO 24) Gostei de aprender a trabalhar com recursos e técnicas que anteriormente não tinha trabalhado. 25) Gostaria de participar novamente de experiências e utilizar materiais educacionais computadorizados direcionados a disciplinas de Química. As respostas a essas questões encontram-se ilustradas na Tabela 2. Em analogia à discussão das respostas apresentadas ao questionário de avaliação do programa Classroom ConQuest, uma análise geral das respostas ao questionário similar destinado ao programa Mercury será realizada a seguir, com base nos dados apresentados na Tabela 2, ilustrada a seguir. Sem considerar os Itens 24 e 25 que não são favoráveis ou desfavoráveis ao programa Mercury, excluindo-se o Item 23, pode-se constatar que nos Itens restantes, mais de 70% dos estudantes registraram respostas favoráveis, de acordo com a polaridade. Observando os resultados verificamos que dos 23 Itens relativos ao programa e sua utilização 10 apresentam mais de 90% de respostas favoráveis (somatório das respostas concordo totalmente e concordo parcialmente), 9 estão entre 80 e 90%, 3 entre 70 e 80% e apenas o Item 23, como mencionado anteriormente, registra uma porcentagem abaixo dos 70%, com 55,26% de respostas favoráveis. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 87 RESULTADOS E DISCUSSÃO Tabela 2: Respostas dadas ao Questionário de Avaliação do Programa Mercury. CT = Concordo Totalmente, CP = Concordo Parcialmente, I = Indeciso, DP = Discordo Parcialmente, DT = Discordo Totalmente. Ítem Polaridade CT CP I DP DT 1 + 60,53% 31,58% 2,63% 0,0% 5,26% 2 + 78,95% 18,42% 0,0% 2,63% 0,0% 3 + 71,06% 21,05% 5,26% 2,63% 0,0% 4 + 57,89% 36,85% 2,63% 2,63% 0,0% 5 + 39,47% 44,74% 10,53% 5,26% 0,0% 6 + 23,68% 60,53% 13,16% 2,63% 0,0% 7 - 0,0% 13,16% 0,0% 28,95% 57,89% 8 + 60,53% 28,95% 10,52% 0,0% 0,0% 9 + 44,74% 42,11% 5,26% 7,89% 0,0% 10 - 0,0% 0,0% 2,63% 15,79% 81,58% 11 - 0,0% 2,63% 5,26% 15,79% 76,32% 12 - 0,0% 0,0% 0,0% 5,26% 94,74% 13 + 39,47% 50,00% 10,53% 0,0% 0,0% 14 - 0,0% 5,26% 15,79% 31,58% 47,37% 15 - 2,63% 5,26% 0,0% 15,79% 76,32% 16 + 84,21% 15,79% 0,0% 0,0% 0,0% 17 + 26,32% 44,74% 13,16% 10,53% 5,25% 18 + 50,00% 39,48% 5,26% 5,26% 0,0% 19 + 28,95% 47,37% 18,42% 2,63% 2,63% 20 + 42,11% 42,11% 10,52% 2,63% 2,63% 21 - 0,0% 10,53% 7,89% 28,95% 52,63% 22 + 34,22% 57,89% 5,26% 2,63% 0,0% 23 - 10,53% 13,16% 21,05% 34,21% 21,05% 24 + 81,58% 10,53% 5,26% 0,0% 2,63% 25 + 71,05% 15,79% 10,53% 2,63% 0,0% Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 88 RESULTADOS E DISCUSSÃO Nos Itens 1, 2 e 3, que tratam da natureza do programa (visualização e acesso a parâmetros geométricos), verifica-se que mais de 90% dos estudantes apresentaram respostas favoráveis. Estes três Itens estão respectivamente relacionados com a melhora da habilidade de visão espacial através do programa, o acesso a parâmetros geométricos, melhorando o entendimento de conceitos relacionados a química de coordenação, e a possibilidade de visualizar as estruturas em 3 dimensões permitindo também uma melhor compreensão de conceitos. Isso indica que as várias possibilidades oferecidas pelo programa contribuíram na aprendizagem de conceitos, referentes à química de coordenação, apoiando o entendimento dos conteúdos estudados e contribuindo para a resolução dos problemas propostos na disciplina, o que na nossa opinião é altamente relevante, pois nos oferece parâmetros para concluir que seu uso torna mais efetivo o processo de ensino-aprendizagem. O Item 4 refere-se à contribuição do programa para o melhor entendimento dos conteúdos em química de coordenação. Neste Item 94,74% dos estudantes registraram respostas favoráveis. A alta porcentagem de respostas favoráveis a este Item reforça o que é indicado em relação aos Itens 1, 2 e 3, pois também indica o entendimento dos conteúdos estudados na disciplina e a contribuição efetiva do programa Mercury para a resolução dos problemas propostos. As afirmações correspondentes dos Item 5 ao 10 estão relacionados com a motivação do estudante na utilização do programa. Os Itens 5 e 8 tratam do estímulo proporcionado pelo programa, do ponto de vista da utilização e da aprendizagem. No que diz respeito à utilização, 84,21% dos estudantes apresentaram respostas favoráveis e do ponto de vista da aprendizagem, 89,48% de respostas favoráveis. O Item 6 está Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 89 RESULTADOS E DISCUSSÃO relacionado com a satisfação do estudante em aprender e conseguir as respostas desejadas de forma ininterrupta. Para esta afirmação 84,21% dos estudantes assinalaram respostas favoráveis. O Item 7 está relacionado com a facilidade de utilização do programa e foi observado um índice de aprovação de 86,84%. O Item 9 afirma que o uso de programas computacionais tem vantagem sobre textos no processo de ensinoaprendizagem, 86,85% dos estudantes concordaram com esta afirmação. O Item 10 trata de uma afirmação de polaridade negativa que relata que o programa não traz nada de motivador ao estudante, como observado na avaliação do programa Classroom ConQuest, 97,37% dos estudantes responderam negativamente a esta afirmação caracterizando então sua resposta favorável a utilização do programa. Isso indica que a facilidade na utilização do programa, aliado ao estímulo que o mesmo proporciona ao seu uso e a aprendizagem através dele, indicado pelos altos índices de respostas favoráveis a estes Itens, contribuíram na motivação do aluno para o uso do programa na disciplina. Dos Itens 11 ao 16 observamos afirmações que se relacionam a atitude dos estudantes em relação ao uso do programa. Os Itens 11, 12 e 16 estão diretamente relacionados com a aprendizagem proporcionada pelo programa. Os Itens 11 e 12 são de polaridade negativa, e afirmam, respectivamente, que o que se aprende através do programa tem pouco uso prático e não gostei do que aprendi com este programa. Para o Item 11, 92,11% dos estudantes foram desfavoráveis à afirmação e para o Item 12, verificamos que todos eles (100%) foram contrários à afirmação. Assim como no Item 12, no Item 16, 100% dos estudantes afirmaram que a aprendizagem proporcionada pelo programa foi válida. No Item 13, que se refere aos exercícios realizados através do Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 90 RESULTADOS E DISCUSSÃO programa serem significativos, 89,47% dos estudantes expressaram respostas favoráveis. No Item 14 temos que 78,95% dos estudantes não consideraram o nível de exigência do programa muito alto e no Item 15, 92,11% dos estudantes consideraram que suas noções computacionais foram suficientes para explorar o programa e suas potencialidades. Isso indica que os estudantes apresentaram atitudes favoráveis à utilização do programa Mercury, e que gostaram do que aprenderam com ele. As respostas favoráveis a estes Itens indicam também que os estudantes consideraram que através dele puderam resolver exercícios significativos e que o mesmo proporcionou uma aprendizagem válida. O Item 17, à semelhança do Item 4, diz respeito ao entendimento, através do programa, de conceitos que ainda não haviam sido compreendidos. Também apresenta um índice de aprovação animador 71,06% que corrobora a utilidade do programa como facilitador da aprendizagem de conceitos. Os Itens 18 a 23 estão relacionados com o manuseio, a apresentação e linguagem do programa. No Item 18, os alunos são questionados sobre a facilidade de manuseio do programa, tendo-se verificado um índice de aprovação idêntico ao do Classroom ConQuest de 89,48%. No Item 19, 76,32% dos estudantes consideraram que as cores utilizadas pelo programa mantêm a atenção do aluno. Cabe ressaltar que esta afirmação foi a que apresentou o maior número de alunos indecisos (18,42%). No Item 20, 84,22% dos estudantes concordaram que as letras apresentadas no programa são fáceis de ler. No Item 21, 81,58% dos estudantes consideram que as janelas e menus descendentes apresentados pelo programa não os deixaram confusos. Semelhantemente, no Item 22, 92,11% dos estudantes discordaram que as janelas e menus descendentes os Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 91 RESULTADOS E DISCUSSÃO deixavam confusos. Igualmente à avaliação do Classroom ConQuest, o Item 23, do questionário relativo ao Mercury, foi o que apresentou o resultado mais desfavorável ao programa, apenas 55,26% dos estudantes apontaram que o programa não apresenta muitas informações por tela. Este é um Item importante, pois em virtude da quantidade de informações apresentadas em cada tela o aluno pode se sentir confuso, cansado ou disperso enquanto estiver utilizando o programa. Apesar do índice de respostas favoráveis ao Item 23 ter sido baixo, no Item 22, 92,11% dos alunos indicaram ter apreciado a forma com que o programa é apresentado. Cabe ressaltar que o mesmo resultado foi obtido neste Item para o programa Classroom ConQuest. Semelhante a avaliação das mesmas afirmações destinadas ao Classroom ConQuest, os alunos acharam fácil manusear o programa, gostaram das cores utilizadas e acharam que elas mantêm a atenção, consideraram as letras fáceis de ler e não se sentiram confusos durante sua utilização. Apesar de afirmarem que o programa apresenta muitas informações por tela, gostaram da forma com que é apresentado. Os Itens 24 e 25 questionaram, respectivamente, os alunos a respeito de terem ou não gostado de trabalhar com recursos computacionais e se gostariam de participar de outras atividades que envolvessem ferramentas computacionais. Para estas afirmações 92,11 e 86,84% dos estudantes apresentaram respostas favoráveis. O alto índice de aprovação a estes Itens corroboram as observações feitas anteriormente aos Itens 24 e 25, relativos ao questionário de avaliação pedagógica do programa Classroom ConQuest, e que são evidenciadas na avaliação qualitativa da atividade feita pelos alunos. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 92 RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1.2.3 – Análise Qualitativa do Programa Como descrito na metodologia da pesquisa, a análise qualitativa do programa é decorrente das respostas dos alunos a uma questão aberta, através da qual os estudantes puderam expressar suas opiniões em relação à utilização do programa Mercury. Estas respostas reforçaram as impressões já constatadas na análise das respostas ao questionário de avaliação pedagógica do programa. As respostas foram reunidas em categorias que revelam aspectos mais enfatizados nas respostas dos estudantes. Naturalmente, muitas destas declarações são abrangentes e podem ser localizadas em mais de uma categoria. Através da análise das respostas dos estudantes pode ser observado que, quase na sua totalidade, eles chamaram atenção sobre a possibilidade de visualização espacial e o acesso aos parâmetros geométricos de cada molécula como sendo um agente facilitador da aprendizagem. Facilidade e motivação na utilização “O programa é bastante motivador já que permite ao aluno trabalhar com várias moléculas, podendo analisar cada uma delas em seus detalhes, incentivando o interesse do aluno que as vezes fica muito preso e limitado pelo uso só de livros”. “Esse programa é de fácil manuseio e possibilita a quem o opera um complemento, para melhor visualização da Química de Coordenação”. “O programa é de fácil utilização, fornece uma boa visualização das moléculas, é muito simples medir distâncias e ângulos”. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 93 RESULTADOS E DISCUSSÃO Compreensão de conceitos “O Mercury também é uma ferramenta excelente para o desenvolvimento do aprendizado do aluno. Em conjunto com o CSD, foi possível ter uma visualização mais concreta dos conceitos”. “O programa Mercury sem dúvida possibilitou meu aprendizado em muitos conceitos antes não aprendidos, como o efeito Jahn-Teller. O software é mais exigente que o ConQuest, mas bem mais interessante”. “A utilização do programa Mercury auxilia a compreensão das ligações químicas e das estruturas moleculares, pois fornece uma visão tridimensional das mesmas”. Utilidade do programa em outras disciplinas de química “O programa auxiliou a visualização das moléculas utilizadas para responder o questionário proposto, sendo que ainda é usado para visualizar mais compostos como por exemplo os sintetizados no laboratório de química inorgânica”. “O programa nos permite ter uma noção espacial das moléculas o que é útil para disciplinas como cristalografia. As imagens também podem ser aproveitadas para ilustrar trabalhos e relatórios”. “O Mercury foi o programa que mais gostei, devido a facilidade de visualizar moléculas, medir o comprimento das ligações e principalmente vê-la tridimensionalmente e poder girá-la, isto facilita o aprendizado e deveria ser utilizado em várias matérias”. Apenas dois estudantes relataram as dificuldades encontradas na utilização do programa, que estão detalhadas nos depoimentos a seguir. Conforme mencionado anteriormente, estas considerações são importantes, pois em uma próxima aplicação do material podemos enfatizar o uso destas funções, visando propiciar uma melhor utilização do programa pelos alunos. “...encontrei muitas dificuldades para passar para o Word e para imprimir as figuras das moléculas”. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 94 RESULTADOS E DISCUSSÃO “...apresenta-se um pouco confuso com relação às cores: o fundo preto que contem a molécula em 3D muito colorida, pode se tornar um pouco cansativo para a visão se seu uso for prolongado”. 5.2 – Avaliação da Atividade Proposta Através da análise das respostas dadas à questão aberta pelos alunos da disciplina, com relação às suas impressões e/ou sugestões sobre a atividade realizada (resolução das listas de exercícios propostos), podemos perceber a existência de percepções distintas. Algumas das percepções verificadas serão relatadas a seguir. A atividade realizada e a aprendizagem em química A primeira percepção que podemos destacar sinaliza a efetiva colaboração dos instrumentos utilizados (programas) na aprendizagem de uma forma geral. Esta impressão é colocada, via de regra, com as seguintes palavras: “A atividade foi muito proveitosa pois permitiu conhecer o programa e seu funcionamento, além de buscar informações necessárias. Fazer os exercícios com o auxílio do programa tornou a atividade mais prática e pude aprender mais do que aprenderia apenas com o auxílio de livros”. “A atividade realizada foi muito proveitosa, pois nos permitiu fazer uma relação direta com a matéria e o instrumento de trabalho (programa)”. “A atividade realizada proporcionou melhor aprendizado e entrosamento entre os alunos, minha sugestão é que tenhamos mais atividades envolvendo o programa”. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 95 RESULTADOS E DISCUSSÃO A fixação de conceitos da disciplina Uma segunda impressão está relacionada com a melhor fixação e aprendizagem de conceitos ministrados em sala de aula, como também a fixação de conceitos que não haviam sido compreendidos claramente apenas com a instrução do professor, sobre química de coordenação, através da utilização dos programas: “A resolução da lista permitiu uma melhor fixação dos conceitos aprendidos durante o curso de Química de Coordenação. Eu acho que sempre deveria haver nos cursos de Química essa interação com o uso de softwares e os conceitos”. “O programa me possibilitou uma visão melhor da disciplina. A resolução via banco de dados facilitou a resolução e a compreensão de conceitos que haviam ficado um pouco vagos”. “Na minha opinião, o trabalho realizado auxiliou na compreensão de conceitos que ainda permaneciam não muito claros. Achei a atividade extremamente válida”. As vantagens na utilização das ferramentas disponibilizadas pelos programas Nos depoimentos a seguir, além das considerações já apontadas anteriormente, os estudantes sinalizam a importância de algumas funções dos programas, como a visualização de estruturas e a medição de ângulos e comprimentos de ligação, no entendimento dos conceitos apresentados na disciplina: “A atividade realizada para esta disciplina foi extremamente didática, uma vez que foi possível trabalhar bastante sobre química de coordenação e a visualização dos complexos auxiliou no entendimento da matéria”. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 96 RESULTADOS E DISCUSSÃO “Como o programa conta com a visualização das moléculas em 3D achei muito melhor a resolução de exercícios com a utilização da base de dados”. “A possibilidade de medir ângulos e comprimentos facilitam o entendimento da matéria”. As peculiaridades da busca por informações Podemos observar através de alguns depoimentos que a forma de busca pelas informações desejadas também chamou a atenção dos alunos, e em um caso pontual um aluno expressa que a atividade o motivou a procurar informações, sobre uma molécula, em várias outras fontes: “A forma de pesquisa é bastante interessante, uma vez que pode ser pesquisado através de um banco de dados que reúne vários tipos de revistas e periódicos, incluindo assim compostos de todo o tipo”. “Achei interessante, principalmente porque motivou a procura em várias fontes. A atividade de pensar em como procurar a molécula e depois a pesquisa em livros melhorou o meu conhecimento no assunto”. A utilização do CSD em outras disciplinas do curso de química Em alguns depoimentos, os alunos também apontaram que os programas poderiam ser utilizados em outras disciplinas do curso de química: “Gostaria de poder usar o software em outras disciplinas, ou um software análogo. Quanto a disciplina Química Inorgânica B, ela foi sem dúvida a mais produtiva das 3 inorgânicas, pelo uso do software e desempenho do professor e monitores”. “Minha sugestão é apresentar o programa junto com a disciplina Inorgânica I, porque assim os alunos já conhecerão o programa quando cursarem Cristalografia e Inorgânica B”. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 97 RESULTADOS E DISCUSSÃO “O uso do programa foi válido, interessante e mais estimulante que uma prova, com certeza! Várias disciplinas poderiam adotar a utilização do programa”. Críticas e sugestões que poderiam vir a aprimorar a realização da atividade também foram apresentadas pelos alunos e se referiram, principalmente, à limitação do número de computadores disponíveis na sala da graduação e do tempo disponível para a conclusão dos exercícios (embora o professor tenha oferecido trinta dias de prazo para a realização da tarefa). Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 98 CONSIDERAÇÕES FINAIS 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS O foco de investigação deste trabalho de mestrado concentrou-se na avaliação técnica e pedagógica de dois programas computacionais, Classroom ConQuest e Mercury, e das possibilidades que estes oferecem para o processo de ensinoaprendizagem de química no ensino superior. De modo geral, os estudantes envolvidos na pesquisa avaliaram positivamente os dois programas quanto aos seus aspectos pedagógicos. Os métodos utilizados na pesquisa forneceram resultados coerentes e compatíveis entre si, como é possível constatar comparando-se as respostas dadas às vinte e cinco afirmações iniciais com as observações realizadas pelos estudantes nas questões abertas. Constatou-se que os programas apresentam potencial para o desenvolvimento de atividades no ensino superior de química, podendo tornar a aprendizagem mais motivadora e significativa, principalmente mediante os recursos de visualização e acesso a parâmetros geométricos das moléculas, propiciando conexões entre conceitos apresentados em aula de modo eficiente. Também se constatou, através da utilização do programa Classroom ConQuest, o desenvolvimento de habilidades consideradas Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 99 CONSIDERAÇÕES FINAIS importantes na formação de profissionais na área de química, como a procura por informações bibliográficas. Com relação à avaliação técnica dos programas podemos concluir que os mesmos são de fácil utilização em instituições de ensino, devido ao fato serem acessíveis a computadores comuns do tipo PC. É também importante destacar a sugestão feita pelos alunos de utilização dos programas em outras disciplinas, que evidencia a ampla potencialidade de aplicação dos mesmos. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 100 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. CHAVES, E. O. C. Tecnologia e educação: o futuro da escola na sociedade da informação. Campinas, Mindware Editora, 1998. 194p. 2. GIORDAN, M. Educação em Química e Multimídia. Química Nova na Escola, n.6, p.6-7, 1997. 3. CAVALCANTE, M. A.; TAVOLARO, C. R. C.; CAETANO, A. S. C.; DA SILVA, E. Proposta de um laboratório didático em microescala assistido por computador para o estudo de mecânica. Revista Brasileira de Ensino de Física, v.21, n.1, p.127-135, 1999. 4. ROSA, P.R.S. O Uso de Computadores no Ensino de Física. Parte I: Potencialidades e Uso Real. Revista Brasileira de Ensino de Física, v.17, n.2, p.82-195, 1995. 5. KANTARDJIEFF, K. A.; HARDINGER, S. A.; VAN WILLIS, W. 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Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 108 ANEXO A Universidade de São Paulo Instituto de Química de São Carlos Manual de Utilização dos Programas Classroom ConQuest e Mercury Fábio Batista do Nascimento Profa. Dra. Salete Linhares Queiroz São Carlos 2004 Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 109 ANEXO A Índice 1. O Banco de Dados CSD e a sua utilidade para o ensino-apredizagem de Química 2. Como fazer buscas no Conquest? 2.1. Opção Draw 2.1.1. Barra de ferramentas do Menu Principal da Opção Draw 2.2. Opção Author/Journal 2.3. Opção Compound Name 2.4. Opção Elements 2.5. Opção Formula 2.6. Opção All Text 2.7. Opção Refcode (entry ID) 3. Como combinar buscas no ConQuest? 4. Como visualizar os resultados das buscas no ConQuest? 5. Barra de Ferramentas do Menu Principal do ConQuest Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 110 ANEXO A Índice 6. Como utilizar o Mercury? 6.1. Para que servem os comandos encontrados no Mercury? 6.2 Barra de Ferramentas do Menu Principal do Mercury Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 111 ANEXO A 1. O Banco de Dados CSD e a sua utilidade para o ensino-aprendizagem de Química O Banco de Dados CSD é mantido pela Universidade de Cambridge e apresenta o resultado de estruturas moleculares analisadas por difração de raios-X e/ou nêutrons de compostos contendo elementos do grupo principal, de compostos orgânicos e organometálicos e de complexos metálicos. É formado por um grupo de programas para o estudo de estruturas moleculares que trabalham em conjunto com um sistema de busca chamado ConQuest. Os programas que formam a base de dados são ilustrados na Figura 1. Figura 1: programas que formam o Banco de Dados CSD. A base de dados utilizada para o ensino de química é diferente da base que é utilizada na pesquisa científica. O Banco de Dados CSD utilizado na pesquisa científica contém o resultado de mais de 280.000 estruturas cristalográficas e é atualizado com cerca de 600 estruturas/mês que são publicadas em 800 revistas científicas. A cada uma das estruturas armazenadas no Banco encontra-se associado um código de referência (REFCODE) que permite localizá-la. Por outro lado a sua modalidade destinada ao ensino, que está disponível nos computadores da sala Pró-aluno do IQSC-USP, apresenta em torno de 10900 estruturas solucionadas. Os programas que estarão disponíveis para a utilização dos alunos são o Classroom ConQuest, programa responsável pela busca de estruturas na base de dados, e o Mercury, programa que permite a visualização detalhada das mesmas. A utilização dos programas Classroom ConQuest e Mercury permite aos alunos de graduação a realização de exercícios variados, inclusive de maneira personalizada, acompanhada pela visualização e manipulação tanto da estrutura plana quanto da estrutura em 3D das moléculas. A possibilidade de acesso a dados particulares como comprimento de ligação e ângulos de ligação pode favorecer o entendimento de vários assuntos ministrados em disciplinas da área de Química Inorgânica. Nos tópicos seguintes do Manual você irá aprender a fazer buscas de estruturas do seu interesse, utilizando o programa Classroom ConQuest, e a manipulá-las, utilizando o programa Mercury. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 112 ANEXO A 2. Como fazer buscas no ConQuest? Para fazer buscas no ConQuest você deve construir perguntas (Build Queries) utilizando uma das opções que constam no lado esquerdo da tela apresentada na Figura 2. Figura 2: interface do programa ConQuest. Pode se observar que o programa oferece 11 opções diferentes para montar as buscas. Considerando que o manual visa o atendimento a alunos da disciplina SQM204Química Inorgânica B, as opções referentes a peptídeo (Peptide), grupo espacial (Space Group), cela unitária (Unit Cell), densidade Z (Z Density) e experimental (Experimental) não serão, a princípio utilizadas e, por conseguinte, não se encontram detalhadas a seguir. Desta forma, você fará a busca de estruturas utilizando as opções: ☻desenho de um fragmento molecular presente na estrutura do composto (Draw) ☻nome do autor ou do jornal no qual foi publicado a estrutura (Author/Journal) ☻ nome do composto (Compound Name) ☻ elemento (Elements) ☻ fórmula química do composto (Formula) ☻texto (Texto) ☻código de referência (Refcode (entry ID)) Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 113 ANEXO A Os tópicos a seguir, 2.1 a 2.7, apresentam detalhes de como utilizar cada uma das opções acima citadas 2.1. Opção Draw Para fazer buscas através do desenho de um fragmento ou de uma molécula você utilizará a opção desenho (Draw). Ao clicar nesta opção a seguinte tela será aberta: Figura 3: interface da janela Draw. Você pode observar nesta figura, na parte central, a área para se desenhar, ao lado esquerdo encontram-se os botões de modo para auxílio no desenho. Você poderá fazer a construção da sua molécula utilizando as opções: ☻construir anéis (RingMaker) permite construir anéis, do tamanho e com os tipos de ligações que você desejar. A Figura 4 apresenta a tela que será aberta quando você clica nesta opção. Caso você queira utilizar um dos quatro tipos de anéis que encontram-se acima da opção RingMaker, precisa apenas clicar uma vez em cima do anel e outra vez na área de desenho. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 114 ANEXO A Figura 4: interface da opção RingMaker. ☻modelos (Templates) esta opção oferece modelos prontos de moléculas, algumas das quais são comumente utilizadas como ligantes em compostos de coordenação. Ao clicar a opção Templates, você será apresentado a dois caminhos de trabalho. O primeiro deles, View, abrirá a tela que se encontra ilustrada no lado direito da Figura 5. Tendo escolhido um dos modelos (por exemplo, o Edta), clique na opção Load (na parte inferior da tela) e este será transportado para a área de desenho. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 115 ANEXO A Figura 5: interface da janela View, da opção Templates. O segundo caminho, List, abre uma lista com distintas categorias de moléculas e, dentro de cada uma destas categorias você poderá escolher aquela que se apresentar mais conveniente para o seu trabalho. A título de exemplo, encontra-se ilustrado na Figura 6 a seleção feita para a categoria de ligante contendo átomos de N (N-ligands), sendo o tipo de molécula escolhida, a fenantrolina (phenanthroline). Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 116 ANEXO A Figura 6: interface da janela List, da opção Templates. ☻C, H, N, S, P, F, Cl estas opções permitem a você transportar os átomos para a área de desenho com um simples clique em cima de cada um deles (Ver Figura 3). ☻qualquer (Any): esta opção permite que se indique na busca um átomo ou molécula qualquer indicado pelo símbolo X. ☻mais (More): em analogia à opção Any, oferece símbolos que podem ser utilizados no desenho para se indicar um átomo genérico. Um clique em cima desta opção abre uma lista que oferece as seguintes alternativas indicadas a seguir com seu respectivo símbolo que será utilizado no desenho: não hidrogênio (Not Hydrogen (Z)), qualquer não-metal (Any Non-metal (NM)), qualquer metal (Any Metal (4M)), qualquer metal de transição (Any Transition Metal (TR)), qualquer halogênio (Any Halogen (7A)) e outros elementos (Other Elements). Clicando sobre esta última opção uma tabela periódica (Figura 7) será apresentada, e com apenas um clique no elemento desejado você o transporta a área de desenho. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 117 ANEXO A Figura 7: interface da tabela que é aberta na opção Other Elements. ☻grupos (Groups): Ao clicar na opção Groups, você será apresentado a dois caminhos de trabalho. O primeiro deles, View, abrirá a tela que se encontra ilustrada no lado direito da Figura 8. Tendo escolhido um dos modelos aí apresentados, clique na opção OK ou Apply (na parte de inferior da tela) e em seguida na área de desenho e este será aí colocado. Figura 8: interface da janela View, da opção Groups. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 118 ANEXO A O segundo caminho elenca uma série de grupos (C,H,O only; Silicon; C,H only; Sulphur; N and C,H or O; Halo; Phosphorus.) que podem ser escolhidos como modelo. A título de exemplo, encontra-se ilustrado na Figura 9 a seleção feita para a categoria de ligante contendo átomos de C,H,O somente (C,H,O only), sendo o tipo de molécula escolhida, a acetyl. Tendo escolhido o modelo desejado, clique em cima da sua opção e, em seguida, na área de desenho e este será aí colocado. Figura 9: interface da opção Groups. ☻ligação (Bond): ao clicar na opção Bond, você será apresentado a dois caminhos de trabalho, conforme ilustra a Figura 10. O primeiro deles, elenca tipos de ligação (por exemplo, simples (Single); dupla (Double); tripla (Triple); quádrupla (Quadruple); aromática (Aromatic); polimérica (Polimeric); delocalisada (Delocalised); π (Pi); qualquer (Any); que podem ser escolhidas para construir a estrutura desejada. Tendo escolhido o tipo de ligação desejada, clique em cima da sua opção e, em seguida, na área de desenho. O segundo caminho indica a opção Variable, que abre a tela menor, à direita, também ilustrada na Figura 10. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 119 ANEXO A Figura 10: interface da opção Bond e da janela Variable Além das opções acima mencionadas, disponíveis para utilização a partir da tela Draw, verificam-se ainda as opções buscar (Search), armazenar (Store) e cancelar (Cancel) no lado inferior, à direita da tela (apresentadas nas Figuras 3, 6 e 9 e melhor visualizadas na Figura 6). Ao clicar na opção Search a tela ilustrada na Figura 11 é aberta. Uma vez que você não fará uso de nenhuma das opções aí existentes, exceto da opção Start Search, clique nesta opção para iniciar a busca. O resultado desta busca será apresentado através da visualização da tela visualização dos resultados (View Results), que será posteriormente detalhada. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 120 ANEXO A Figura11: interface da janela aberta a partir da opção Search Ao clicar na opção armazenar (Store), a tela apresentada na Figura 12 (Build Queries) será aberta, indicando o armazenamento da pergunta construída. Figura 12: interface da janela Build Queries com a pergunta armazenada. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 121 ANEXO A Ao clicar na opção cancelar (Cancel) a tela será cancelada. 2.1.1. Barra de Ferramentas do Menu Principal da Opção Draw Uma vez que você está construindo sua busca através da opção Draw, as ferramentas para construção do desenho da estrutura desejada, podem ser encontradas na barra de menu principal que possui todas as opções que foram descritas anteriormente e algumas outras. Nesta seção serão apresentadas apenas as opções que ainda não foram citadas anteriormente e que podem ajudar você na busca por estruturas. Existe na opção átomos (Atoms) duas ferramentas que podem ajudar a montar uma busca. A primeira delas é a carga (Charge) e a segunda é número de átomos ligados (Number of Bonded Atoms). A opção Charge permite a procura por moléculas positiva ou negativamente carregadas. A Figura 13 apresenta esta opção. Figura 13: interface da opção Charge. Após ter clicado na opção de carga desejada a janela apresentada na Figura 14 será aberta pedindo que você selecione o átomo que deseja. Uma vez clicado com o botão esquerdo do mouse no átomo desejado o mesmo imediatamente será transferido Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 122 ANEXO A para o campo Current Selection, como é o caso do átomo de Rutênio na Figura 14. Em seguida você deve clicar em Done para que sua opção seja transferida a tela do Draw. Figura 14: janela para que se indique o átomo selecionado na opção Charge. Conforme mencionou-se anteriormente, é número de átomos ligados (Number of Bonded Atoms) que também se situa na opção Atoms, na barra de ferramentas principal da janela Draw, e permite que você procure um elemento com um número de coordenação desejado. A Figura 15 apresenta esta opção. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 123 ANEXO A Figura 15: interface da opção Number of Bonded Atoms. Seguindo o mesmo procedimento descrito na opção anterior uma janela semelhante a da Figura 14 será aberta para que você selecione o número de ligantes coordenados ao metal previamente especificado. Na Figura 15 temos o exemplo para a busca de compostos de Ru com número de coordenação 6. Na barra de ferramentas principal da janela Draw você encontrará também a opção ajuda (Help) que contém tutoriais sobre tipos de pesquisas por estruturas que você pode solicitar para auxiliar na suas pesquisas. A Figura 16 apresenta a opção Help. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 124 ANEXO A Figura 16: interface da opção Help. 2.2. Opção Author/Journal Para fazer buscas através do nome do autor ou periódico de interesse você deve clicar na opção autor/jornal (Author/Journal). Ao clicar nesta opção a tela ilustrada na Figura 17 será aberta. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 125 ANEXO A Figura 17: interface da janela Author/Journal Você encontrará duas opções de busca nesta tela; na parte superior você poderá digitar o nome do autor de interesse (o formato de digitação é indicado) e na parte inferior poderá digitar o nome da revista de interesse. Uma listagem das revistas contidas no banco encontra-se disponível. Um clique sobre o nome de uma delas, transporta-a para o campo nome do jornal (Journal Name). Caso você queira delimitar a sua pesquisa a um determinado volume, intervalo de páginas ou de tempo, utilize os campos volume (Volume), página (Page) e ano (Year). As opções Search, Store e Cancel, também mostradas na tela, desempenham as mesmas funções descritas na opção Draw. A opção Reset permite a edição de uma nova busca. 2.3. Opção Compound Name Para fazer buscas através do nome do composto de interesse você deve clicar na opção nome do composto (Compound Name). Ao clicar nesta opção a tela ilustrada na Figura 18 será aberta. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 126 ANEXO A Figura 18: interface da janela Compound Name. Você encontrará o campo (Compound Name) para digitar o nome do composto de interesse. Caso a sua busca tenha por objetivo localizar um composto a partir da indicação de dois dos seus componentes, você deverá clicar na opção New Box e mais um campo, idêntico ao já apresentado, estará disponível para a digitação. Por exemplo, para encontrar compostos de rutênio contendo o ligante piridina, você deve digitar a palavra ruthenium no primeiro campo e pyridine no segundo campo, conforme ilustra a Figura 19. Figura 19: interface da janela Compound Name, utilizando a opção New Box. As opções Search, Store e Cancel, também mostradas na tela, desempenham as mesmas funções descritas na opção Draw. A opção Reset permite a edição de uma nova busca. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 127 ANEXO A 2.4.Opção Elements Para fazer buscas de compostos através de um ou mais elementos nele contidos você deve clicar na opção elementos (Elements). Ao clicar nesta opção a tela ilustrada na Figura 20 será aberta. Figura 20: interface da janela Elements Você encontrará duas opções de busca nesta tela, que serão utilizadas na realização das suas atividades. Na parte superior você poderá digitar o(s) elemento(s) de interesse no campo Elements Required to be Present. Logo abaixo se encontra a opção Select from Table que abrirá uma tabela periódica (Figura 21). Um clique sobre elemento(s) na tabela e um outro clique posterior na opção Done, na parte inferior direita da Figura 21, transporta-o(s) para o campo anteriormente mencionado. Observe que se dois ou mais elementos forem especificados, a busca conduzirá a estruturas que contenham todos os elementos. As opções Search, Store e Cancel, também mostradas na tela, desempenham as mesmas funções descritas na opção Draw. A opção Reset permite a edição de uma nova busca. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 128 ANEXO A Figura 21: interface da opção Select from Table. 2.5. Opção Formula Para fazer buscas através da fórmula do composto de interesse você deve clicar na opção fórmula (Formula). Ao clicar nesta opção a tela ilustrada na Figura 22 será aberta. Figura 22: interface da janela Formula Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 129 ANEXO A Você encontrará duas opções de busca nesta tela; na parte superior você poderá digitar a fórmula de interesse e logo abaixo encontra-se a opção Select from Table que abrirá uma tabela periódica (Figura 21). Um clique sobre um elemento e um outro clique posterior na opção Done, na parte inferior direita da Figura 21, transporta-o para o campo Formula. As opções Search, Store e Cancel, também mostradas na tela, desempenham as mesmas funções descritas na opção Draw. A opção Reset permite a edição de uma nova busca. 2.6. Opção All Text Para fazer buscas de compostos através de um texto, como por exemplo, encontrar cristais de uma cor específica ou estruturas cuja sua configuração absoluta foi determinada pelo método de Raio-X, você deve clicar na opção todo o texto (All Text). Ao clicar nesta opção a tela ilustrada na Figura 23 será aberta. Figura 23: interface da janela All Text. Você encontrará duas opções de busca nesta tela; no lado direito você poderá digitar o texto de interesse e do lado esquerdo uma listagem com opções de texto encontra-se disponível. Um clique sobre um deles, transporta-o para o campo de digitação. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 130 ANEXO A Caso a sua busca tenha por objetivo localizar um composto a partir da indicação de duas características, você deverá clicar na opção New Box e mais um campo, idêntico ao já apresentado, estará disponível para a digitação. Por exemplo, para encontrar compostos contendo metanol e solvatado, você deve digitar a palavra methanol no primeiro campo e solvate no segundo campo (Figura 24). As opções Search, Store e Cancel, também mostradas na tela, desempenham as mesmas funções descritas na opção Draw. A opção Reset permite a edição de uma nova busca. Figura 24: interface da janela All Text, utilizando a opção New Box. 2.7. Opção Refcode (entry ID) Para fazer buscas através do código de referência do composto de interesse você deve clicar na opção Refcode (entry ID). Ao clicar nesta opção a tela ilustrada na Figura 25 será aberta. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 131 ANEXO A Figura 25: interface da janela Refcode (entry ID). Você deverá digitar o código de referência do composto de interesse, por exemplo, BAJFIB e, em seguida, deve clicar na opção Find. Imediatamente é apresentada uma segunda tela ilustrando o composto correspondente ao código. 3. Como combinar buscas no ConQuest? Para combinar buscas no ConQuest você, primeiro deve ter ao menos duas buscas construídas, depois na tela Build Queries marque na opção use esta pergunta?(use this query?), como demonstrado na Figura 26. Figura 26: interface da tela Build Queries com as buscas indicadas. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 132 ANEXO A Uma vez tendo realizado o passo anterior, vá até a tela combina perguntas (Combine Queries). Clique com o botão esquerdo do mouse e com ele pressionado sobre a janela Query 1, arraste-a para uma das janelas no lado esquerdo (must have, must not have, must have at least one of) conforme sua opção de busca, como indicado na Figura 27. Figura 27: interface da tela Combine Queries. Combinações de buscas podem ser utilizadas para encontrar estruturas que simultaneamente satisfazem duas ou mais condições, por exemplo na Figura 27 será realizada a busca de estruturas que contêm Porfirina e Rutênio. A opção Search, também mostrada na tela, desempenha a mesma função descrita na opção Draw. A opção Reset permite a edição de uma nova busca. 4. Como visualizar os resultados das buscas no ConQuest? Uma vez que suas buscas foram construídas e executadas pelo ConQuest, os resultados são mostrados na tela View Results como é mostrado na Figura 28. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 133 ANEXO A Figura 28: interface da tela View Results. No lado direito da Figura 28 você observa os códigos de referência das estruturas que foram encontradas no banco a partir da busca construída. No lado esquerdo da tela estão as informações que o banco disponibiliza sobre a estrutura encontrada: ☻ Author/Journal: informação bibliográfica. ☻ Chemical: nome do composto, fórmula, cor, ponto de fusão, etc. ☻ Crystal: célula unitária e informação sobre grupo espacial. ☻ Experimental: informação sobre condições experimentais, precisão e exatidão. ☻ Diagram: diagrama estrutural químico. ☻ 3D Visualiser: mostra a molécula em 3D. ☻ CSD Internals: informações internas do banco. ☻ Search Overview: um resumo da busca construída. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 134 ANEXO A 5. Barra de Ferramentas do Menu Principal do ConQuest Uma vez tendo feito suas buscas no ConQuest você tem as seguintes opções no menu principal, na parte superior da tela, que são demonstradas na Figura 29. Figura 29: interface da janela View Results com a opção File aberta. Você tem as seguintes opções a sua disposição clicando na opção File no menu principal na parte superior da tela (vão ser aqui descritas apenas as que interessam na realização dos trabalhos da disciplina): ☻New Window: abre uma nova janela do ConQuest. ☻Save Search As...: permite que você salve em seu computador uma pesquisa que tenha feito para que depois retorne no ponto em parou. ☻Write PDF file to view/print: abre um arquivo PDF sobre a pesquisa feita no ConQuest e as estruturas planas das moléculas encontradas no banco. A Figura 30 apresenta o arquivo montado. Uma vez selecionada esta opção uma janela vai ser aberta onde você seleciona o formato do arquivo que você deseja montar e em seguida clique na opção Write para que o arquivo seja criado. Com o arquivo pronto você pode, utilizando as ferramentas do Acrobat Reader, por exemplo, recortar a figura plana da molécula de interesse para que utilize em relatórios ou trabalhos, não precisando utilizar um software de modelagem molecular. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 135 ANEXO A Figura 30: interface do arquivo PDF. ☻View Entries in Mercury: exporta os compostos encontrados no ConQuest para o programa Mercury, que será descrito na próxima seção deste manual. Você ainda encontra na barra de ferramentas principal do ConQuest a opção Help, no qual além das informações que foram descritas na seção 2.1.1. Barra de Ferramentas do Menu Principal da Opção Draw se encontra ainda informações sobre a licença de uso do ConQuest. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 136 ANEXO A 6. Como utilizar o Mercury? O programa Mercury possibilita o estudo e a visualização em 3 dimensões (3D) das estruturas encontradas em sua busca no programa ConQuest. O programa Mercury possibilita: 1. A visualização de estruturas em várias cores e estilos; 2. A observação da existência de ligações do tipo pontes de hidrogênio, além de outros tipos de interações intermoleculares tanto fortes quanto fracas; 3. A visualização expandida para um fragmento da rede, permitindo assim uma melhor observação das interações intermoleculares; 4. A visualização do número e da posição das estruturas dentro da cela unitária; 5. A medição de parâmetros geométricos. Estas funções serão detalhadas nos próximos capítulos deste manual. A Figura 31 apresenta a interface que o programa Mercury. Figura 31: interface do programa Mercury. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 137 ANEXO A Quando você exporta os resultados da pesquisa feita no ConQuest para o programa Mercury, como descrito na seção 2.10 deste manual no caminho View Entries in Mercury, a tela da Figura 31 é imediatamente aberta. Como pode ser observado ao lado direito da figura estão os códigos de referência de todas as estruturas encontradas na sua pesquisa. Ao centro você visualiza a estrutura selecionada entre as demais. Na parte superior e inferior estão os comandos que podem ser utilizados para o melhor estudo das estruturas de seu interesse. 6.1. Para que servem os comandos encontrados no Mercury? Conforme mencionou-se anteriormente o programa Mercury oferece uma série de facilidades para que você faça um estudo detalhado das estruturas de seu interesse. A partir de agora vamos detalhar as ferramentas que você poderá utilizar e que foram mostradas na Figura 31. ☻usando a opção modos de seleção (Picking Mode): clicando nesta opção, as seguintes possibilidades são oferecidas, conforme ilustra a figura 32, rotular (Label), medir distância (Measure Distance), medir ângulo (Measure Angle), medir torção (Measure Torsion) e expandir contatos (Expand Contacts). As opções que serão úteis para a resolução dos problemas a você apresentados serão discutidas a seguir. Você pode através da opção rotular (Label) identificar os elementos e sua posição apenas clicando sobre o mesmo com o botão esquerdo do mouse. Através da opção medir distância (Measure Distance), você pode medir a distância entre átomos do composto analisado, clicando com o botão esquerdo do mouse sobre os átomos de interesse para saber a distância que os dois se encontram. Através da opção medir ângulo (Measure Angle), você pode medir ângulos entre átomos de seu interesse utilizando o mesmo caminho descrito anteriormente, mas clicando desta vez em três átomos diferentes. A Figura 32 apresenta a opção Picking Mode. Novamente, levando em conta as atividades que você desenvolverá, descrevemos as formas de utilização dos seguintes comandos: Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 138 ANEXO A Figura 32: interface da opção Picking Mode. ☻usando a opção limpar medições (Clear Measurements): clicando nesta opção ilustrada na Figura 32 ao lado da opção Picking Mode, você apaga a medição feita anteriormente, tanto de comprimento como de ângulo de ligação. ☻usando a opção cor (Colour): clicando nesta opção, as seguintes possibilidades são oferecidas, por elemento e por simetria equivalente. Apenas o comando por elemento (by Element) será utilizado por você. Neste caso, selecione os elementos que deseja mudar de cor clicando sobre eles com o botão esquerdo do mouse. Em seguida clique na opção Colours e escolha o cor para colorir os átomos selecionados, como ilustrado na Figura 33. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 139 ANEXO A Figura 33: exemplo da opção Colour. ☻usando a opção estilo (Style): clicando nesta opção você pode mudar o estilo com o qual a molécula está apresentada. Você possui as seguintes opções para mudança de estilo: armação de arame (Wireframe), ilustrada na Figura 34; bastões (Capped Sticks), ilustrada na Figura 35; bolas e bastões (Ball and Stick), ilustrada na Figura 36 e espaços ocupados (Spacefill), ilustrada na Figura 37. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 140 ANEXO A Figura 34: exemplo do estilo Wireframe. Figura 35: exemplo da opção Capped Sticks Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 141 ANEXO A Figura 36: exemplo da opção Ball and Stick. Figura 37: exemplo da opção Spacefill. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 142 ANEXO A ☻usando a opção (zoom – zoom +): através desta opção você pode aumentar ou diminuir o tamanho da estrutura de interesse. A opção zoom – zoom + está ilustrada a seguir: ☻usando as opções ← → ↓ ↑: através dessas opções você pode movimentar sua molécula para cima, para baixo ou para os lados. Esta opção está ilustrada a seguir: ☻usando as opções x –90 x +90 y –90 y +90 z –90 z +90: através dessas opções você pode girar sua molécula em 90 graus no eixo de sua escolha. Esta opção está ilustrada a seguir: ☻usando as opções x- x+ y- y+ z- z+: através dessas opções você pode girar a molécula no eixo de sua escolha na forma que desejar. Esta opção está ilustrada a seguir: ☻usando as opções a b c a* b* c*: através dessas opções você pode visualizar sua estrutura ao longo dos eixos cristalográficos. Esta opção está ilustrada a seguir: Além das opções apresentadas temos ainda duas caixas de diálogo na parte inferior da tela do Mercury como pode ser observado na Figura 31, exposição (Display) e opções (Options), as quais apresentam outras alternativas de trabalho. A caixa de diálogo Options é detalhada a seguir. O mesmo não ocorre com a caixa de diálogo Display, uma vez que esta não é relevante para a realização das suas tarefas. ☻ opções (Options): nesta caixa encontra-se três opções. A primeira delas é mostrar hidrogênios (Show hydrogens) que permite a você selecionar se os hidrogênios serão ou não ilustrados na estrutura do composto. A segunda, mostrar eixos da cela (Show cell axes) permite a você selecionar os eixos de uma cela unitária. A última, rotular átomos (Label atoms) permite a você selecionar todos os átomos do composto e rotulá-los. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 143 ANEXO A 6.2. Barra de Ferramentas do Menu Principal do Mercury A barra de menu principal do Mercury contêm todas as opções que foram descritas anteriormente que também podem ser acessadas apenas com um clique no botão direito do mouse sobre a tela do Mercury. Ademais você pode ainda usar as opções da barra de ferramentas para salvar uma busca clicando em File e depois Save as... para depois retornar no lugar onde parou. Por fim existe ainda a opção Help, ilustrada na figura 38, que apresenta tutoriais e informações sobre a utilização do Mercury. Figura 38: opção Help. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 144 ANEXO B Lista de Exercícios – Resolução Via Banco de Dados CSD (Data de Devolução: 22/04/2004) 1. Construa e armazene duas buscas, uma para Cr2+ e uma para estruturas publicadas na revista J.Chem.Soc.,Dalton Trans. Em seguida combine as duas buscas (Combine Queries) e a partir das estruturas localizadas no banco indique uma que possua efeito Jahn-Teller e outra que não possua. Justifique sua resposta com base nos comprimentos de ligação presentes em cada uma delas. 2. Os compostos de coordenação apresentam dois tipos de isomeria geométrica, a isomeria cis-trans e a isomeria mer-fac. Localize no banco exemplos de complexos de rutênio mononucleares que possuam nas suas estruturas pelo menos um átomo de Cl e que permitam a você exemplificar estes dois tipos de isomeria. Uma vez escolhidos os complexos, dê todos os isômeros geométricos possíveis para cada um deles. Dê o estado de oxidação, a soma dos elétrons d e o número de coordenação do metal. 3. Encontre no banco os compostos FOHCOU04 e VOCPAE01. Considerando a série espectroquímica dos ligantes dê a configuração eletrônica “d” dos metais. Diga se cada um deles é diamagnético ou paramagnético. Dê o número de elétrons desemparelhados no caso de complexos paramagnéticos. 4. Faça uma procura no CSD por compostos que possuam o íon Fe2+. Dentre os compostos encontrados escolha um que esteja ligado a pelo menos 2 ligações MN, compare os comprimentos de ligação M-N e explique sua geometria considerando a TLV e a TCC. 5. Localize no banco um complexo de Cr mononuclear hexacoordenado contendo cinco ligantes CO e um ligante qualquer X para cada um dos autores: C.Bianchini, D.J.Darensbourg, N.K.Lokanath, M.R.Bryce. Monte uma tabela mostrando o comprimento das ligações M-C (C da molécula de CO) e M-X. Compare os valores encontrados e justifique a diferença presente nestes valores com base nos seus conhecimentos sobre o caráter da ligação π em complexos de metais de transição. 6. Elabore e solucione um exercício direcionado a alunos da disciplina SQM204 (Química Inorgânica B) que envolva assunto(s) ministrado(s) sobre Química de Coordenação. Considere que os alunos deverão usar o banco de dados CSD para resolução do mesmo. OBS: Cada uma das estruturas por você escolhida para resolução dos problemas deve ser indicada pelo seu código de referência. OBS: Para cada um dos exercícios por você resolvido apresente o caminho seguido dentro dos programas ConQuest e/ou Mercury. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 145 ANEXO B Lista de Exercícios – Resolução Via Banco de Dados CSD (Data de Devolução: 22/04/2004) 1. Localize no banco os compostos PUJBEB e GIDHAC10. A partir das estruturas localizadas indique qual possui efeito Jahn-Teller. Justifique sua resposta com base nos comprimentos de ligação presentes em cada uma delas. 2. Os compostos de coordenação apresentam dois tipos de isomeria geométrica, a isomeria cis-trans e a isomeria mer-fac. Localize a partir de uma busca para os autores O.Renn, B.R.James e A.L.Rheingold complexos que permitam a você exemplificar estes dois tipos de isomeria. Para qualquer um dos autores escolha dois complexos um que apresente cis-trans e outro que apresente isomeria merfac. Uma vez escolhidos os complexos, dê todos os isômeros geométricos possíveis para cada um deles, o estado de oxidação, a soma dos elétrons d e o número de coordenação do metal. 3. Encontre no banco complexos de metais de transição coordenados a seis ligantes haletos. Dentre os complexos localizados escolha dois com metais diferentes. Considerando a série espectroquímica dos ligantes dê a configuração eletrônica “d” dos metais. Diga se cada um deles é diamagnético ou paramagnético. Dê o número de elétrons desemparelhados no caso de complexos paramagnéticos. 4. Faça uma procura no CSD por compostos que possuam o íon Co3+. Dentre os compostos encontrados escolha um que esteja ligado a pelo menos 2 moléculas de NH3, compare os comprimentos de ligação M- NH3 e explique sua geometria considerando a TLV e a TCC. 5. Construa e armazene duas buscas, uma para tungstênio hexacoordenado contendo cinco ligantes CO e um ligante qualquer X e uma para estruturas publicadas na revista Chem.Ber. Em seguida combine as duas buscas (Combine Queries) e a partir das estruturas monucleares localizadas monte uma tabela mostrando o comprimento das ligações M-C (C da molécula de CO) e M-X. Compare os valores encontrados e justifique a diferença presente nestes valores com base nos seus conhecimentos sobre o caráter da ligação π em complexos de metais de transição. 6. Elabore e solucione um exercício direcionado a alunos da disciplina SQM204 (Química Inorgânica B) que envolva assunto(s) ministrado(s) sobre Química de Coordenação. Considere que os alunos deverão usar o banco de dados CSD para resolução do mesmo. OBS: Cada uma das estruturas por você escolhida para resolução dos problemas deve ser indicada pelo seu código de referência. OBS: Para cada um dos exercícios por você resolvido apresente o caminho seguido dentro dos programas ConQuest e/ou Mercury. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 146 ANEXO B Lista de Exercícios – Resolução Via Banco de Dados CSD (Data de Devolução: 22/04/2004) 1. Construa e armazene duas buscas, uma para Cu hexacoordenado e uma para estruturas publicadas na revista Inorg.Chem. Em seguida combine as duas buscas (Combine Queries) e a partir das estruturas localizadas no banco indique uma que possua efeito Jahn-Teller e outra que não possua. Justifique sua resposta com base nos comprimentos de ligação presentes em cada uma delas. 2. Os compostos de coordenação apresentam dois tipos de isomeria geométrica, a isomeria cis-trans e a isomeria mer-fac. Localize no banco exemplos de complexos de molibdênio mononucleares hexacoordenados que possuam nas suas estruturas pelo menos um haleto e que permitam a você exemplificar estes dois tipos de isomeria. Uma vez escolhidos os complexos, dê todos os isômeros geométricos possíveis para cada um deles, o estado de oxidação, a soma dos elétrons d e o número de coordenação do metal. 3. Encontre no banco complexos de metais de transição coordenados a seis ligantes CN-. Compare os comprimentos de ligação M-CN. Dentre os complexos localizados escolha dois com metais diferentes. Considerando a série espectroquímica dos ligantes dê a configuração eletrônica “d” dos metais. Diga se cada um deles é diamagnético ou paramagnético. Dê o número de elétrons desemparelhados no caso de complexos paramagnéticos. 4. Utilizando a opção Autor/Journal, faça uma busca para os autores Y.Yamamoto, E.Sappa e E.Castellano. Escolha uma molécula dentre as localizadas e explique sua geometria segundo a TLV e a TCC. 5. Localize no banco complexos de rênio mononucleares hexacoordenados contendo cinco ligantes CO e um ligante qualquer X. Monte uma tabela mostrando o comprimento das ligações M-C (C da molécula de CO) e M-X. Compare os valores encontrados e justifique a diferença presente nestes valores com base nos seus conhecimentos sobre o caráter da ligação π em complexos de metais de transição. 6. Elabore e solucione um exercício direcionado a alunos da disciplina SQM204 (Química Inorgânica B) que envolva assunto(s) ministrado(s) sobre Química de Coordenação. Considere que os alunos deverão usar o banco de dados CSD para resolução do mesmo. OBS: Cada uma das estruturas por você escolhida para resolução dos problemas deve ser indicada pelo seu código de referência. OBS: Para cada um dos exercícios por você resolvido apresente o caminho seguido dentro dos programas ConQuest e/ou Mercury. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 147 ANEXO B Lista de Exercícios – Resolução Via Banco de Dados CSD (Data de Devolução: 22/04/2004) 1. Faça uma procura no banco de dados CSD por compostos hexacoordenados mononucleares de cobalto contendo dois ligantes haletos. A partir das estruturas localizadas indique uma que apresente e outra que não apresente efeito JahnTeller. Justifique suas escolhas com base nos comprimentos de ligação observados nos complexos selecionados. 2. Os compostos de coordenação apresentam dois tipos de isomeria geométrica, a isomeria cis-trans e a isomeria mer-fac. Localize no banco pelo menos dois exemplos de complexos de titânio hexacoordenados que permitam a você ilustrar estes dois tipos de isomeria. Uma vez escolhidos os complexos, dê todos os isômeros geométricos possíveis para cada um deles, o estado de oxidação, a soma dos elétrons d e o número de coordenação do metal. 3. Encontre no banco os compostos PNIMNC10 e TMAPTF01. Considerando a série espectroquímica dos ligantes dê a configuração eletrônica “d” de cada um deles e diga se são diamagnéticos ou paramagnéticos Dê o número de elétrons desemparelhados no caso de complexos paramagnéticos. 4. Faça uma procura no CSD por compostos que possuam o manganês coordenado a dois haletos. Compare os comprimentos de ligação M-Haleto. A partir de um composto escolhido, explique sua geometria considerando a TLV e a TCC. 5. Localize no banco complexos de molibdênio mononucleares hexacoordenados contendo cinco ligantes CO e um ligante qualquer X. Monte uma tabela mostrando o comprimento das ligações M-C (C da molécula de CO) e M-X. Compare os valores encontrados e justifique a diferença presente nestes valores com base nos seus conhecimentos sobre o caráter da ligação π em complexos de metais de transição. 6. Elabore e solucione um exercício direcionado a alunos da disciplina SQM204 (Química Inorgânica B) que envolva assunto(s) ministrado(s) sobre Química de Coordenação. Considere que os alunos deverão usar o banco de dados CSD para resolução do mesmo. OBS: Cada uma das estruturas por você escolhida para resolução dos problemas deve ser indicada pelo seu código de referência. OBS: Para cada um dos exercícios por você resolvido apresente o caminho seguido dentro dos programas ConQuest e/ou Mercury. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 148 ANEXO C 1) Nome: 2) Responda o questionário abaixo marcando com um X na opção desejada. Questionário de Avaliação do Programa Concordo Totalmente Classroom ConQuest Concordo Parcialmente Indeciso Discordo Parcialmente Discordo Totalmente O programa me ajudou a desenvolver noções que posso utilizar para fazer buscas em outras bases de dados. O programa me permite localizar a informação que necessito rapidamente. Através do programa aprendi como fazer buscas por referências bibliográficas. O programa me forneceu informações que me ajudaram a melhorar o meu conhecimento sobre Química de Coordenação. É muito estimulante utilizar o programa. O programa me proporcionou a oportunidade de poder aprender e me exercitar de forma ininterrupta, até eu me sentir satisfeito com as respostas. Em alguns momentos perdi a motivação de continuar trabalhando com o software, pois não é fácil de usá-lo. Achei que o uso deste software estimula o estudante na sua aprendizagem. A utilização deste tipo de recurso tem vantagens sobre textos. Este programa não me trouxe nada de novo e motivador. O que aprendi com o programa tem pouco uso prático. Não gostei do que aprendi com este programa. O programa me permitiu fazer exercícios muito significativos. O nível de exigência do programa é muito alto. NÃO foram suficientes as minhas noções computacionais para poder explorar o programa e suas potencialidades. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 149 ANEXO C A aprendizagem proporcionada pelo programa foi válida. Utilizando este programa, aprendi conceitos e noções que ainda NÃO tinha compreendido. O software é de fácil manuseio. As cores utilizadas no programa mantêm a atenção do aluno. As letras utilizadas são fáceis de ler. As janelas e os menus descendentes me deixavam confuso. Gostei da forma como é apresentado o programa. O programa apresenta muitas informações por tela. Gostei de aprender a trabalhar com recursos e técnicas que anteriormente não tinha trabalhado. Gostaria de participar novamente de experiências e utilizar materiais educacionais computadorizados direcionados a disciplinas de Quimica. 3) Expresse abaixo sua opinião em relação à utilização do programa ConQuest. 4) Apresente abaixo suas impressões e/ou sugestões sobre a atividade realizada na disciplina Química Inorgânica B (resolução de exercícios via base de dados CSD). Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 150 ANEXO C 1) Nome: 2) Responda o questionário abaixo marcando com um X na opção desejada. Questionário de Avaliação do Programa Mercury Concordo Totalmente Concordo Parcialmente Indeciso Descordo Parcialmente Descordo Totalmente A utilização do programa melhorou a minha habilidade de visualização espacial. A possibilidade de medidas de ângulos e comprimentos de ligação oferecida pelo programa favoreceram a minha compreensão de conceitos de Química de Coordenação. A visualização das moléculas em 3 dimensões permitiu uma melhor compreensão de conceitos de Química de Coordenação. O programa me forneceu informações que me ajudaram a melhorar o meu conhecimento sobre Química de Coordenação. É muito estimulante utilizar o programa. O programa me proporcionou a oportunidade de poder aprender e me exercitar de forma ininterrupta, até eu me sentir satisfeito com as respostas. Em alguns momentos perdi a motivação de continuar trabalhando com o software, pois não é fácil de usá-lo. Achei que o uso deste software estimula o estudante na sua aprendizagem. A utilização deste tipo de recurso tem vantagens sobre textos. Este programa não me trouxe nada de novo e motivador. O que aprendi com o programa tem pouco uso prático. Não gostei do que aprendi com este programa. O programa me permitiu fazer exercícios muito significativos. O nível de exigência do programa é muito alto. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 151 ANEXO C NÃO foram suficientes as minhas noções computacionais para poder explorar o programa e suas potencialidades. A aprendizagem proporcionada pelo programa foi válida. Utilizando este programa, aprendi conceitos e noções que ainda NÃO tinha compreendido. O software é de fácil manuseio. As cores utilizadas no programa mantêm a atenção do aluno. As letras utilizadas são fáceis de ler. As janelas e os menus descendentes me deixavam confuso. Gostei da forma como é apresentado o programa. O programa apresenta muitas informações por tela. Gostei de aprender a trabalhar com recursos e técnicas que anteriormente não tinha trabalhado. Gostaria de participar novamente de experiências e utilizar materiais educacionais computadorizados direcionados a disciplinas de Quimica. 3) Expresse abaixo sua opinião em relação à utilização do programa Mercury. Grupo de Pesquisa em Ensino de Química 152
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